Luigi Rossetti
Luigi Rossetti (Gênova, República Liguriana (actualmente Itália) 11 de maio de 1800 — Viamão, 24 de novembro de 1840) foi um jornalista e intelectual italiano.
Cursara a faculdade de Direito na Italia. Era carbonário, como este último, sendo vinculados a uma verdadeira Internacional Republicana, a Jovem Itália, comandada por Giuseppe Mazzini desde Londres. Participou possivelmente do levante de Nápoles em 1821; depois se refugiou na Ilha de Malta, de onde passaria para a América do Sul em 1827.[1] Chegou à América pelo Uruguai, à época da Revolução Farroupilha, quando também veio Tito Lívio Zambeccari. Residiu algum tempo no Rio de Janeiro, onde foi membro da Congregação della Giovine Itália, fundada por Giuseppe Stefano Grondona.[2]
Foi também no Rio de Janeiro conheceu a Giuseppe Garibaldi, com quem se juntou à Revolução Farroupilha. Rossetti e Garibaldi transformaram seu pequeno barco comercial Mazzini em corsário a serviço da República Rio-Grandense.[2] No caminho para o sul, atacaram um navio austríaco, com uma carga de café, e trocaram de navio com seus ocupantes, rebatizando a nova embarcação de Farroupilha.[2] Rossetti desembarcou no porto de Maldonado, seguindo para Montevidéu, a fim de se encontrar com Giovanni Battista Cuneo, enquanto Garibaldi foi preso pela polícia uruguaia.
Foi para o Rio Grande do Sul, onde chegou a Jaguarão, naquele momento capital da República Rio-Grandense, em 28 de julho de 1837 e logo partiu para Piratini, onde conhece os mais influentes líderes da guerra Farroupilha, como Onofre Pires, Domingos José de Almeida e Corte Real, dentre outros.[2]
Em 31 de dezembro de 1837 retorna a Montevidéu com incumbência de adquirir uma tipografia, junto com Domingos José de Almeida, e contratar homens para compor a marinha Rio-Grandense. Foi editor do Jornal O Povo, órgão oficial da República Riograndense, impresso com as prensas compradas Montevidéu.[2] Permaneceu no cargo até a edição 47.[2]
Participou da Tomada de Laguna, sendo nomeado secretário de Estado da República Juliana. Nesse cargo enfrentou uma série de dificuldades em seus quatro meses de existência, entre problemas econômicos e políticos, além dos militares, com falta de pessoal e de recursos.[3]
Morreu, vitima de uma lança do inimigo, durante a tomada de Viamão pelos imperiais em 1840, no posto de capitão,[4], no Combate do Passo do Vigário em novembro de 1840, quando Bento Gonçalves organizou a retirada de suas tropas sob o ataque de João Nepomuceno.[2]
Referências
- ↑ BARRETO, Abbeilard. Primórdios da imprensa no Rio Grande do Sul: 1827-1850. Porto Alegre: Corag, 1986. p. 156
- ↑ a b c d e f g «DORNELES, Laura de Leão. Risorgimento e Revolução: Luigi Rossetti e os ideais de Giuseppe Mazzini no movimento farroupilha. PUCRS, Porto Alegre, janeiro de 2010.190pp.». Consultado em 16 de janeiro de 2011. Arquivado do original em 15 de outubro de 2013
- ↑ COSTA, Gustavo Marangoni da, Entre contrabando e iniquidades: outros aspectos da República Juliana - Laguna - 1836-1845, Florianópolis, UFSC, 2006.
- ↑ «HARTMAN, Ivar:Aspectos da Guerra dos Farrapos.Feevale, Novo Hamburgo, 2002. Edição eletrônica» (PDF). Consultado em 20 de junho de 2007. Arquivado do original (PDF) em 27 de setembro de 2007
- Dicionário Farroupilha. Jornal Zero Hora, 10/09/2011, p33. Porto Alegre.