Luis de Céspedes García Xería
Luis de Céspedes García Xería | |
---|---|
Morte | século XVII |
Cidadania | Espanha |
Ocupação | oficial, político |
Luis de Céspedes García Xería foi um militar e administrador colonial da Coroa de Castela. Foi governador do Paraguai de 1631 a 1633.[1]
História
[editar | editar código-fonte]Partiu do Rio de Janeiro em 8 de junho de 1628 para assumir o governo do Paraguai por terra, via São Paulo.[2] Demorou três meses para chegar a Loreto (hoje norte do estado do Paraná), às margens do rio Paranapanema; levava a esposa. A coincidência da viagem, do roteiro, fez com que os jesuítas intrigassem contra ele e lhe atribuíssem planos, sendo mesmo acusado perante o vice-rei, conde de Chinchón, e em 1631 punido.
Chegou a Capitania de São Vicente em 1628, nomeado governador do Paraguai pelo rei Filipe IV de Espanha e recém-casado no Rio de Janeiro com D. Vitória de Sá, opulenta senhora da família de Salvador Correia de Sá, filha de Gonçalo Correia de Sá e sobrinha do governador Mem de Sá.[2]
Sua presença em São Paulo trouxe estranheza e disse dos paulistas horrores ao rei, proibido que estava aos espanhóis o trânsito por terras de Portugal - comenta o historiador Afonso d'Escragnolle Taunay em «O Epos Bandeirante e São Paulo Vila e Cidade» in ENSAIOS PAULISTAS, 1958. Os paulistas então seriam, segundo afirmou Céspedes, uns quatrocentos homens brancos capazes de pegar em armas, e tendo como sequazes uns poucos milheiros de índios «bestiales y buen flecheros».
Céspedes professava os mesmos sentimentos escravistas dos que injuriava. «Tudo faz crer que viera comparticipar dos resultados da grande empresa predatória que Manuel Preto e Antônio Raposo Tavares preparavam, para arrasar os grandes aldeamentos guaranis que os jesuítas espanhóis mantinham ao sul do rio Paranapanema.[2] Céspedes viu a vila com as casas fechadas, pois mulheres e filhos permaneciam no campo; considerou os paulistas turbulentíssimos, belicosíssimos («Vienen al pueblo los dias de fiesta y eso armados con escopetas rodelas y pistolas, publicamente consintenlo las justicias. Porque ja non son mas que en la aparencia y son como las demas muertes, cuchilladas y otras insolencias, matandose y aguardandose en los camiños todos los dias.»).
Suas informações ao Rei denunciam seu caráter mas são interessantes para conhecer São Paulo no século XVII. Inclusive o tosco desenho que fez do Paço do Conselho da vila é o primeiro documento iconográfico sobre São Paulo, anexado ao mapa e relato de sua descida pelo rio Tietê até Ciudad Real del Guayrá (está hoje em Sevilha, no Arquivo Geral das Índias).
Em 22 de junho de 1628 o mestre de campo Manuel Preto foi encarregado pelo capitão-mor governador Álvaro Luís do Vale de o conduzir pela via do rio Tietê. Manuel Preto terá apenas orientado a viagem, pois em agosto, como mestre de campo, se pôs à frente de uma grande bandeira, como capitão-mor, tendo como imediato sendo Antônio Raposo Tavares, e, dirigindo-se para o Guairá, ali atacou e destruiu a maioria das reduções existentes e algumas dos campos do Iguaçu.
Referências
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- «Las Bandeira Paulistas.» (em espanhol)
- «La Antigua Provincia del Guaira.» (PDF) (em espanhol)
- «Cargos de la Compania de Jesus contra el ex-gobernador del Paraguay Cespedes (manuscrito).» (PDF) (em espanhol)
- «Memorial de los cargos hechos al gobernador del Paraguay, D. Luis Cespedes (manuscrito).» (PDF) (em espanhol)