Marepe
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Marepe (Santo Antônio de Jesus, 1970) é o nome artístico de Marcos Reis Peixoto, um artista contemporâneo brasileiro conhecido por seus desenhos e por suas esculturas minimalistas em madeira e metal[1] [2]. A obra de Marepe faz alusão às suas origens: a cultura e tradições de sua terra natal. Entre as principais abordagens conceituais do artista estão a discussão sobre escassez, colonização e globalização.[3] [4] Marepe vive e trabalha em Santo Antônio de Jesus, Bahia, Brasil. Entre as principais exposições que participou estão: 25ª e 27ª Bienal de Arte de São Paulo, 2ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul, 16º Salão Nacional de Artes Plásticas, 27º Panorama de Arte Brasileira e 50ª Bienal de Veneza.[5]
Educação
[editar | editar código-fonte]Em 1989, quando Marepe teve seu primeiro grande reconhecimento ao ganhar o prêmio principal da Bienal do Recôncavo, recusou uma oferta para estudar na Universidade de Belas Artes de Hamburgo [6] e continuou seus estudos de artes visuais na Universidade Federal da Bahia.[7] [8]
Obra
[editar | editar código-fonte]A obra de Marepe expressa sua percepção pessoal sobre sua vida justaposta ao espírito político e sociocultural do Brasil, representado por meio de objetos do cotidiano, materiais locais e eventos do entorno de sua casa.[9]
Em 2013, durante uma exposição no Instituto Inhotim onde Marepe expôs a escultura de metal A Cabra, seu curador afirmou ao New York Times que "Marepe está ligado à cultura popular do Brasil, e como as pessoas representam os elementos mais rústicos de suas vidas".[2]
Na obra Veja Meu Bem (2007), feita para durar apenas dois dias no Turbine Hall da Tate Modern, Marepe reconstruiu a atmosfera de um parque de diversões brasileiro, instalando um carrossel e acrescentando a ele uma rampa de frutas açucaradas, o trabalho era acessível ao público.[10] A obra foi inspirada no que ele chamou de "Brasil lindo e precário"[11] e foi uma forma de levar um pedaço de seu país para Londres[1]. Em outro trabalho de Marepe também esteve presente o ato de mover uma estrutura e transportá-la a outro lugar, trata-se da instalação apresentada na 25ª Bienal de Arte de São Paulo, quando o artista levou um muro pintado de Santo Antonio de Jesus para a Bienal.[12] [6]
Transportando objetos comuns para o mundo da arte, o artista homenageia Marcel Duchamp e seus Ready Mades, mas também a induz, criando novos significados. O fato de Marepe viver em sua cidade natal influencia sua arte; o cotidiano brasileiro é a fonte de criação de Marape: [13] [14] [15] barracas, ferramentas populares, bacias metálicas ou troncos de árvores – se misturam em sua obra. [16] [9] Marepe inclui esses itens em diferentes universos resultando em uma "alteridade" dentro do mundo artístico, aludindo a temas como colonialismo, questões identitárias, diferenças entre classes sociais e contrapondo os estilos de vida moderno e tradicional. [1] [13]
Marepe apresenta objetos que podem parecer inúteis, mas que são ferramentas necessárias em algumas áreas menos desenvolvidas do Brasil e chama essas obras de "necessidades". [17] Uma das obras de Marepe, Peixe Com Auréola (2012), consistia em uma bicicleta projetada de forma que não pudesse ser pilotada, tendo uma roda saindo do assento. Ele também substituiu as duas rodas clássicas por uma cabeça de peixe na frente e uma cauda de peixe, ambas de madeira, atrás. [19] De acordo com o antigo site de notícias estadounidense Examiner.com, Marepe tentou expressar através desta obra "a extrema necessidade em sua comunidade pelo tipo de abundância necessária para buscar um maior significado na vida". [20]
Referências
[editar | editar código-fonte]- ↑ a b c Holzwarth, Hans W. (2009). 100 Contemporary Artists A-Z Taschen's 25th anniversary special ed. Köln: Taschen. pp. 360–365. ISBN 978-3-8365-1490-3
- ↑ a b Louie, Elaine (8 Novembro 2013). «In a Garden in Brazil, a Biennial Show at Instituto Inhotim». In Transit Blog The New York Times. Consultado em 12 Agosto 2017
- ↑ Shepperd, Eric (4 Agosto 2017). «Phoenix Art Museum showcases contemporary Brazilian art | AZ Big Media». AZ Big Media. Consultado em 12 Agosto 2017
- ↑ «MoMA: Marepe». The Museum of Modern Art (em inglês). Consultado em 12 Agosto 2017
- ↑ Cultural, Instituto Itaú. «Marepe». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 27 de março de 2022
- ↑ a b «Marepe: Recôncavo avant-garde». www.terradannemann.com (em inglês). Centro Dannemann. Consultado em 13 Agosto 2017
- ↑ «Marepe, Os Últimos Verdes». Galeria Luisa Strina. Galeria Luisa Strina. Consultado em 13 Agosto 2017
- ↑ Ano de graduação desconhecido.
- ↑ a b «Artist Interview: Marepe» (Text and Video). Walker Art. 7 Fevereiro 2003. Consultado em 13 Agosto 2017
- ↑ «21 galleries transformed». The Telegraph (em inglês). 11 Maio 2006. Consultado em 13 Agosto 2017.
O artista brasileiro Marepe revela sua instalação espetacular e única, um gigantesco carrossel no Turbine Hall feito de objetos encontrados em seu Brasil natal, cercado por mesas carregadas de maçãs carameladas.
- ↑ «Throbbing Gristle, Derek Jarman, Marepe, Andy Warhol, Maya Deren, Mathieu Briand, Ryoichi Kurokawa – top events at second annual arts festival at Tate». TATE (em inglês). 27 Março 2007. Consultado em 13 Agosto 2017
- ↑ «Marepe: o artista "niilista" e afetivo». FCS - Fundação Clóvis Salgado. 28 de agosto de 2021. Consultado em 27 de março de 2022
- ↑ a b Elley, Peter (14 Novembro 2005). «Time & Place». Frieze (em inglês). Consultado em 12 Agosto 2017
- ↑ Ward, Timothy J. (Setembro 2003). «Blue Notes». PDF. Surface (43)
- ↑ «Marepe». Time Out New York (em inglês). Consultado em 12 Agosto 2017
- ↑ Halle, Howard (Novembro–Dezembro 2013). «Marepe». Time Out New York (933: 29)
- ↑ Michalarou, Efi. «ART CITIES: Paris-Marepe». www.dreamideamachine.com. Dream Idea Machine. Consultado em 13 Agosto 2017
- ↑ Chevalier, Jean; Gheerbrant, Alain (1996). The Penguin Dictionary of Symbols 2nd ed. London: Penguin. ISBN 978-0140512540
- ↑ O peixe na tradição Cristã é símbolo de alimentação e abundância .[18]
- ↑ Gauss, Daniel (6 Novembro 2013). «Marepe's "Necessitites" at Anton kern Gallery in Chelsea». Examiner