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Nilo Moraes Coelho

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 Nota: Se procura o político pernambucano, tio deste, veja Nilo Coelho.
Nilo Moraes Coelho
Nilo Moraes Coelho
7.° Vice-Governador da Bahia
Período 15 de março de 1987
até 15 de maio de 1989
Governador Waldir Pires
Antecessor(a) Edvaldo de Oliveira Flores
Sucessor(a) Paulo Souto
42.° Governador da Bahia
Período 15 de maio de 1989
até 15 de março de 1991
Antecessor(a) Waldir Pires
Sucessor(a) Antônio Carlos Magalhães
Prefeito de Guanambi
Período 15 de março de 1983
até 15 de março de 1986
Antecessor(a) José Neves Teixeira
Sucessor(a) Gileno Pereira Donato
Período 1.° de janeiro de 2005
até 1.° de abril de 2010
Antecessor(a) Ariovaldo Vieira Boa Sorte
Sucessor(a) Charles Fernandes
Período 1.° de janeiro de 2021
até 10 de novembro de 2023
Vice-prefeito Arnaldo Pereira de Azevedo
Antecessor(a) Jairo Silveira Magalhães
Sucessor(a) Arnaldo Pereira de Azevedo
Deputado federal pela Bahia
Período 1.° de fevereiro de 1999
até 1.° de fevereiro de 2003
Dados pessoais
Nome completo Nilo Augusto de Moraes Coelho
Nascimento 1 de abril de 1943 (81 anos)
Guanambi, BA
Nacionalidade brasileiro
Progenitores Mãe: Eunice Morais Coelho
Pai: Gercino Coelho
Esposa Solange Maria de Oliveira Coelho
Partido PMDB (1982-1997)
PSDB (1997-2006)
PP (2006-2010)
PSDB (2010-2019)
DEM (2019-2022)
UNIÃO (2022-Presente)
Profissão Empresário
Ocupação Político

Nilo Augusto de Moraes Coelho (Guanambi, 1.º de abril de 1943) é um político e empresário brasileiro. Foi governador da Bahia, deputado federal e quatro vezes prefeito de sua cidade natal, sendo a pessoa que mais vezes ocupou o cargo no município.[1]

Filho do político Gercino Coelho (morto em campanha junto a Lauro Farani Pedreira de Freitas, em 1950), e de Eunice Morais Coelho. Sobrinho do político pernambucano Nilo Coelho, que presidiu o Congresso Nacional, ambos são homônimos políticos.[1]

Josefa Maria de Souza dos Santos
Clementino de Souza Coelho
Eunice Morais
Gercino Coelho
Nilo de Sousa Coelho
Nilo Moraes Coelho

Nilo Coelho, como é conhecido na Bahia, é empresário agrícola em sua cidade natal.[1] Na década de 1980, com o incremento da lavoura algodoeira, muitas fortunas fizeram-se em curto período, na região que compreende parte da Serra Geral do Estado.

Desponta para a política baiana, ao ser eleito prefeito de Guanambi em 1982, para um mandato que se estenderia por seis anos. Mas interrompeu-o, em 1986, para concorrer ao cargo de vice-governador na chapa capitaneada por Waldir Pires.[1] Nilo filia-se ao PMDB e deixa a base de sustentação política de Antônio Carlos Magalhães - ACM, líder do chamado "carlismo" que na Bahia congregava diversos partidos.

Vitorioso por grande maioria do eleitorado (quase um milhão e meio de votos de vantagem sobre o candidato carlista, Josaphat Marinho), Waldir Pires toma posse a 15 de março de 1987, nomeando o vice-governador Secretário de Minas e Energia. Nilo ascende ao governo com a renúncia do titular, que deixa o poder almejando a vice-presidência na candidatura de Ulysses Guimarães em 1989, e foi derrotado ficando em sétimo lugar.[1]

Depois de ter exercido o cargo, com o retorno de ACM ao poder, Nilo sofre com acusações de desvios na administração. Foi condenado pela Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça em 1999, no julgamento do Recurso Especial 161084-BA, sendo obrigado a devolver aos cofres públicos o equivalente a quase dois milhões e meio de cruzeiros (moeda anterior ao real) gastos em 1991 para pagar despesas de convidados no Hotel Transamérica, na ilha de Comandatuba (Bahia), durante as festas de fim de ano.[2]

Seguiu-se um período de ostracismo político que coincide com a crise da lavoura algodoeira.

Em 1994 concorre ao governo da Bahia, ficando em quarto lugar. Em 1998 é eleito deputado federal pelo PSDB, cargo que pleiteia novamente em 2002, sendo derrotado. Por este partido elege-se, em 2004, novamente prefeito de Guanambi. Em 2006 desfilia-se do PSDB filiando-se ao PP e volta para as bases do carlismo. Em 2008 é reeleito prefeito de Guanambi com 61,54% dos votos e permanece com o cargo até 2010, quando é substituído por Charles Fernandes.[3]

Posteriormente, volta a se filiar ao PSDB, e em 2010, numa chapa inédita DEM-PSDB na Bahia, renuncia novamente ao mandato de prefeito de Guanambi e candidata-se a vice-governador do estado na candidatura do ex-governador Paulo Souto (DEM), sendo derrotado.

Concorreu ao cargo de prefeito pelo DEM em 2016, quando perdeu em uma das eleições mais acirradas da cidade de Guanambi, obtendo 49,15% dos votos válidos contra 50,85% do candidato eleito Jairo Magalhães (PSB).

Na eleição municipal de 2020, concorreu novamente a prefeito contra Jairo Magalhães (PSD) e foi eleito com 59,07% dos votos.[4] Em novembro de 2023, renunciou à prefeitura e anunciou sua aposentadoria da vida pública, sendo sucedido no cargo por seu vice, Nal Azevedo.[5]

Família Coelho Rodrigues

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Membro da tradicional família Coelho Rodrigues de Paulistana, estado do Piauí, com raízes genealógicas na Freguesia de Paço de Sousa, no Distrito do Porto, em Portugal, visto que era neto de Clementino de Souza Coelho (Coronel Quelê), sendo, portanto, hexaneto de Domiciana Vieira de Carvalho e Valério Coelho Rodrigues.[6]

Seu pentavô paterno, Lourenço Rodrigues Coelho (nasceu em Paulistana, Piauí), foi Membro da Junta Trina de Governos da Capitania do Piauí, no ano de 1797, na qualidade de vereador mais velho do senado da câmara de Oeiras.[7]

O seu hexavô paterno, Valério Coelho Rodrigues, firmou importantes raízes históricas e sociais na Região do Nordeste e gerou uma vasta família com descendência que se projeta na política nacional do Brasil até os dias de hoje.[8]

Governo da Bahia

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Com a renúncia de Waldir Pires, Nilo assume o governo estadual em 15 de maio de 1989, liderando-o até 15 de março de 1991.

Seu curto governo foi marcado por ações no interior do Estado, especialmente onde tinha sua base. Dentre estas, destaca-se a maior ponte do estado, a ponte Gercino Coelho, sobre o rio São Francisco.[1] Para os moradores de Salvador, porém, maior colégio eleitoral da Bahia, a figura do Governador era encarada quase como a de um Prefeito e sua administração foi tida como péssima.

Ao fim dos dois anos à frente do Palácio de Ondina, Antônio Carlos Magalhães retorna ao poder máximo do estado.

Acusações de corrupção e condenação

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Sua biografia coleciona vários tipos de acusações de irregularidades e condenações pela Justiça Federal.

Em 1997, a Procuradoria Especializada no Combate à Corrupção e Improbidade Administrativa do Estado da Bahia cobrou ao ex-governador despesas acerca de uma festa de reveillón na passagem do ano de 1990 a 1991, bem como sua hospedagem no Spa Sete Voltas em Itatiba, interior de São Paulo, em 1990.[9] Em ambas as ocasiões, Nilo Coelho era o então governador do Estado da Bahia e teria usado a quantia às custas do Estado. Somado as duas denúncias, o ex-governador teria de devolver cerca de R$ 400 mil aos cofres públicos do Estado.[10] À época, em 1997, a cobrança da dívida foi vista como algo inédito tanto no estado da Bahia quanto no Brasil.[10]

Em 2015, a Justiça Federal bloqueou cerca de R$ 5 milhões em bens do ex-prefeito, a pedido do Ministério Público Federal (MPF), além de bloquear bens de uma empresa e mais 11 pessoas.[11] Segundo o MPF as decisões teriam por objetivo garantir eventual "ressarcimento aos cofres públicos e pagamento de multas civis" em razão de atos de improbidade administrativa praticados na gestão do ex-prefeito Nilo Coelho em licitações para locação de caminhões, construção de casas populares e reforma de um colégio no município de Guanambi.[12]

Em 2019, a Justiça Federal condenou o ex-prefeito e membros da comissão de licitação, por improbidade administrativa; irregularidade prevista nos art. 10 e 11 da Lei da Improbidade, por forjarem uma licitação para locação de caminhões no ano de 2009.[13] O MPF afirmou ainda que os réus realizaram licitação de fachada, para forjar competição entre falsos participantes, atingindo um valor estimado para a contratação que ultrapassou R$ 4 milhões.[13]

Além de ter os direitos políticos suspensos por cinco anos, a Justiça determinou aos condenados o pagamento de multa de três vezes o valor da última remuneração recebida na gestão de Nilo Coelho à frente de Guanambi e a proibição de contratar, com o Poder Público ou receber benefícios e incentivos fiscais ou creditícios, por cinco anos.[13]

Em 2016 quando surgiram várias denúncias do escândalo da empreiteira Odebrecht e atingiu vários políticos brasileiros, o nome do ex-governador foi citado em um diálogo do deputado Luiz Augusto (PP). No diálogo o deputado afirmava que o ex-governador havia fechado um acordo com aliados acerca da candidatura à prefeitura de Guanambi.[14]

Referências

  1. a b c d e f Silvio Batalha et allii (1990). Cartilha Histórica da Bahia 5ª ed. Salvador: s/ed. pp. 200–202. CDD 981.4 
  2. «RECURSO ESPECIAL Nº 161.084 - BAHIA (97.0093458-6)». Superior Tribunal de Justiça. 5 de agosto de 1999. Cópia arquivada em 3 de março de 2016 
  3. «Intendentes e Prefeitos». Prefeitura de Guanambi. Arquivado do original em 8 de outubro de 2013 
  4. Marques, Tiago (15 de novembro de 2020). «Nilo Coelho é eleito prefeito de Guanambi com grande vantagem de votos». Agência Sertão. Consultado em 20 de maio de 2024. Cópia arquivada em 15 de novembro de 2020 
  5. Marques, Tiago (10 de novembro de 2023). «Nilo Coelho anuncia renúncia da Prefeitura de Guanambi». Agência Sertão. Consultado em 20 de maio de 2024. Cópia arquivada em 10 de novembro de 2023 
  6. [https://www.coelhorodrigues.ong.br/ancestral.asp?numPessoa=6343 «Fam�lia Coelho Rodrigues - Ancestrais»]. www.coelhorodrigues.ong.br. Consultado em 31 de agosto de 2024  replacement character character in |titulo= at position 4 (ajuda)
  7. Miranda, Reginaldo (19 de julho de 2020). «Governos do Piauí: A Junta Trina (2.1.1775 - 19.12.1797) - Diálogos com a história | Portal Entretextos». www.portalentretextos.com.br. Consultado em 30 de agosto de 2024 
  8. Miranda, Reginaldo (18 de dezembro de 2020). «Valério Coelho Rodrigues - Diálogos com a história | Portal Entretextos». www.portalentretextos.com.br. Consultado em 21 de julho de 2024 
  9. Danese, Viviane Michelline Veloso (13 de dezembro de 2016). «O tribunal como rito de passagem em Ressurreição e a literatura como rito de passagem em Tolstói». RUS (São Paulo). 7 (8). 115 páginas. ISSN 2317-4765. doi:10.11606/issn.2317-4765.rus.2016.120652 
  10. a b Sá, Xico (29 de setembro de 1997). «Governo da Bahia cobra conta de spa a Nilo Coelho». Folha de S.Paulo. Consultado em 30 de julho de 2020. Cópia arquivada em 29 de julho de 2023 
  11. «Justiça bloqueia R$ 5 milhões em bens de Nilo Coelho, diz MPF». G1. 22 de setembro de 2015. Consultado em 30 de julho de 2020 
  12. «A pedido do MPF/BA, Justiça Federal bloqueia cerca de R$5 milhões do ex-governador Nilo Coelho». Ministério Público Federal. Consultado em 30 de julho de 2020 
  13. a b c «Improbidade: ex-prefeito de Guanambi (BA) é condenado por forjar licitação para locação de caminhões». Ministério Publico Federal. Consultado em 30 de julho de 2020 
  14. «Bomba da Odebrecht vai atingir a todos». Bahia.Ba. Consultado em 30 de julho de 2020 

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