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Sebastião Salgado

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Sebastião Salgado
Sebastião Salgado
Sebastião Salgado em 2016
Nome completo Sebastião Ribeiro Salgado Júnior
Pseudônimo(s) Sebastião Salgado
Nascimento 8 de fevereiro de 1944 (80 anos)
Aimorés, Minas Gerais, Brasil
Nacionalidade brasileiro
Cidadania aimorense
Etnia Branca
Cônjuge Lélia Wanick Salgado
Filho(a)(s) Juliano (n. 1974)
Rodrigo (n. 1979)
Ocupação Fotógrafo
Sebastião Salgado no Fórum Social Mundial, em 2002. Marcello Casal Jr/ABr.

Sebastião Ribeiro Salgado Júnior OMC (Aimorés, 8 de fevereiro de 1944) é um fotógrafo documental e fotojornalista brasileiro.[1]

Salgado já viajou por mais de 120 países para seus projetos fotográficos. A maioria deles apareceu em inúmeras publicações de imprensa e livros. Exposições itinerantes de seu trabalho foram apresentadas em todo o mundo.

Trabalhando inteiramente com fotos em preto e branco, o respeito de Sebastião Salgado pelo seu objeto de trabalho e sua determinação em mostrar o significado mais amplo do que está acontecendo com essas pessoas criou um conjunto de imagens que testemunham a dignidade fundamental de toda a humanidade ao mesmo tempo que protestam contra a violação dessa dignidade por meio da guerra, pobreza e outras injustiças.

Salgado é Embaixador da Boa Vontade do UNICEF. Ele recebeu o W. Eugene Smith Memorial Fund em 1982,[2] é membro honorário estrangeiro da Academia de Artes e Ciências dos Estados Unidos desde 1992[3] e recebeu a Medalha do Centenário e Bolsa Honorária da Royal Photographic Society (HonFRPS) em 1993.[4] É membro da Academia de Belas-Artes de Paris pertencente ao Institut de France desde abril de 2016.[5][6]

Nasceu na vila de Conceição do Capim, viveu sua infância em Expedicionário Alício. Graduou-se em Economia pela Universidade Federal do Espírito Santo (1964-1967).[7] Realizou mestrado na Universidade de São Paulo e doutorado na Universidade de Paris, ambos também em Economia.[8]

Salgado inicialmente trabalhou como secretário para a Organização Internacional do Café (OIC). Em suas viagens de trabalho para a África, muitas vezes encomendado conjuntamente pelo Banco Mundial, fez sua primeira sessão de fotos, nos anos 70, com a Leica da sua esposa.[9] Fotografar o inspirou tanto que logo depois ele tornou-se independente em 1973, como fotojornalista e, em seguida, voltou para Paris.[10]

Em 1979, depois de passagens pelas agências de fotografia Sygma e Gamma, entrou para a Magnum. Encarregado de uma série de fotos sobre os primeiros 100 dias de governo de Ronald Reagan, Salgado documentou o atentado a tiros cometido por John Hinckley, Jr. contra o então presidente dos Estados Unidos, no dia 30 de março de 1981, em Washington.[11] A venda das fotos para jornais de todo o mundo permitiu ao brasileiro financiar seu primeiro projeto pessoal: uma viagem à África.[12]

Seu primeiro livro, Outras Américas,[13] sobre os pobres na América Latina, foi publicado em 1986. Na sequência, publicou Sahel: O "Homem em Pânico" (também publicado em 1986), resultado de uma longa colaboração de doze meses com a organização não governamental Médicos sem Fronteiras cobrindo a seca no Norte da África. Entre 1986 e 1992, ele concentrou-se na documentação do trabalho manual em todo o mundo, publicada e exibida sob o nome "Trabalhadores", um feito monumental que confirmou sua reputação como foto documentarista de primeira linha.[14]

Fotógrafo Sebastião Salgado com um de seus assistentes no município mineiro de Aimorés
Abertura da exposição Povos Indígenas Natureza e Justiça, do fotógrafo Sebastião Salgado, no Superior Tribunal de Justiça

De 1993 a 1999, ele voltou sua atenção para o fenômeno global de desalojamento em massa de pessoas, que resultou em Êxodos e Retratos de Crianças do Êxodo, publicados em 2000 e aclamados internacionalmente. Na introdução de Êxodos, escreveu: "Mais do que nunca, sinto que a raça humana é somente uma. Há diferenças de cores, línguas, culturas e oportunidades, mas os sentimentos e reações das pessoas são semelhantes. Pessoas fogem das guerras para escapar da morte, migram para melhorar sua sorte, constroem novas vidas em terras estrangeiras, adaptam-se a situações extremas…".[15]

Em setembro de 2000, com o apoio das Nações Unidas e do UNICEF, Sebastião Salgado montou uma exposição no Escritório das Nações Unidas em Nova Iorque, com 90 retratos de crianças desalojadas extraídos de sua obra Retratos de Crianças do Êxodo. Essas fotografias prestam testemunho a 30 milhões de pessoas em todo o mundo, a maioria delas crianças e mulheres sem residência fixa.[16]

Sebastião Salgado foi internacionalmente reconhecido e recebeu praticamente todos os principais prêmios de fotografia do mundo como reconhecimento por seu trabalho. Fundou em 1994 a sua própria agência de notícias, As Imagens da Amazônia, que representa o fotógrafo e seu trabalho. Salgado e sua esposa Lélia Wanick Salgado, autora do projeto gráfico da maioria de seus livros, fixaram residência em Paris. O casal tem dois filhos, Juliano Salgado, nascido em 1974, e Rodrigo, nascido em 1979, que tem síndrome de Down.[17] Juliano é cineasta e dirigiu, juntamente com o também fotógrafo Wim Wenders, o documentário O Sal da Terra, sobre o trabalho de seu pai.[18] que foi indicado ao Oscar 2015 de melhor documentário.[19]

Em 6 de dezembro de 2017, tomou posse da cadeira n.º 1, das quatro cadeiras de fotógrafos da Academia de Belas Artes da França, substituindo Lucien Clergue, que morreu em 2014. Na cerimônia oficial de posse como imortal da Academia, recebeu o fardão e a espada, sendo o primeiro brasileiro a integrar o rol de imortais da instituição.[17]

Ambientalismo

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Evolução do reflorestamento do Instituto Terra.

Ao longo dos anos, Sebastião Salgado tem contribuído generosamente com organizações humanitárias incluindo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, (ACNUR), a Organização Mundial da Saúde (OMS), a ONG Médicos sem Fronteiras e a Anistia Internacional. Com sua esposa, Lélia Wanick Salgado, apoia atualmente um projeto de reflorestamento e revitalização comunitária em Minas Gerais (Instituto Terra).[20][21]

Casou-se com a pianista Lélia Deluiz Wanick,[22] com quem teve dois filhos: Juliano e Rodrigo.[23]

Referências

  1. Netto, Andrei (8 de fevereiro de 2024). «Photographer Sebastião Salgado at 80: 'They say I was an aesthete of misery'». The Guardian (em inglês). ISSN 0261-3077. Consultado em 8 de fevereiro de 2024 
  2. «1982: Recipients: Sebastião Salgado». W. Eugene Smith Memorial Fund. Consultado em 15 de outubro de 2015 
  3. «Sebastiao Ribeiro Salgado». American Academy of Arts & Sciences. 7 de agosto de 2023. Consultado em 24 de dezembro de 2023 
  4. Royal Photographic Society's Centenary Award Acessado em 13 de agosto de 2012
  5. TASCHEN. «Academician's Sword for Sebastião Salgado. TASCHEN Books». www.taschen.com. Consultado em 7 de fevereiro de 2019 
  6. «Les photographes Salgado, Barbey et Gaumy élus à l'Académie des beaux-arts». Le Parisien. 16 de abril de 2016 
  7. «Ex-estudante da Ufes, Sebastião Salgado é homenageado no Oscar 2015». Ufes. Consultado em 1 de junho de 2021 
  8. «Sebastião Salgado». International Center of Photography. 2 de fevereiro de 2019. Consultado em 1 de junho de 2021 
  9. Laura Greenhalgh (13 de setembro de 2009). «Fotógrafo andarilho de um planeta não revelado». O Estadao de S.Paulo. Arquivado do original em 27 de maio de 2017 
  10. Universidade de São Paulo (ed.). «Salgado, Sebastião». Consultado em 10 de março de 2024 
  11. «Sebastiao Salgado y la foto del atentado contra Reagan». Consultado em 29 de julho de 2013. Arquivado do original em 25 de junho de 2013 
  12. O atentado que ligou Reagan, Jodie Foster e Sebastião Salgado. Último Segundo, 30 de março de 2011
  13. Outras Américas na página da Companhia das Letras
  14. Base de Dados de Livros de Fotografia (ed.). «Trabalhadores : uma arqueologia da era industrial». Consultado em 10 de março de 2024 
  15. Xandra Stefanel (16 de março de 2014). Rede Brasil Atual, ed. «Livro conta passagens memoráveis da vida de Sebastião Salgado». Consultado em 10 de março de 2024 
  16. Base de Dados de Livros de Fotografia (ed.). «Retratos de crianças do êxodo». Consultado em 10 de março de 2024 
  17. a b Patricia Moribe (6 de dezembro de 2017). «Sebastião Salgado vira imortal das artes na França». RFI Brasil. Consultado em 7 de dezembro de 2017. Cópia arquivada em 7 de dezembro de 2017 
  18. «O Sal da Terra – Festival do RJ 2014, Raphael Camacho, 23/09/2014». Consultado em 20 de fevereiro de 2016. Arquivado do original em 29 de setembro de 2015 
  19. Do G1, em São Paulo (15 de janeiro de 2015). «Documentário sobre Sebastião Salgado é indicado ao Oscar». G1, Globo.com. Consultado em 15 de janeiro de 2015 
  20. Youchange. «Instituto Terra - Youchange». Youchange (em francês). Consultado em 1 de outubro de 2017 
  21. Funk, McKenzie (outubro de 2015). «Sebastião Salgado Has Seen the Forest, Now He's Seeing the Trees». Smithsonian Magazine. Smithsonian. Consultado em 5 de junho de 2023 
  22. «Quem é Lélia Wanick Salgado, que divide a vida e os projetos com Sebastião Salgado». O Globo. 21 de julho de 2019. Consultado em 10 de novembro de 2019 
  23. Marc Bassets (22 de maio de 2021). El País, ed. «As tribos de Sebastião Salgado e Lélia Wanick». Consultado em 10 de março de 2024 
  24. Folha de S. Paulo (13 de março de 1998). «Câmara Brasileira do Livro anuncia vencedores do Jabuti». Consultado em 30 de outubro de 2012 
  25. Prêmio Jabuti. 50 anos. São Paulo: Câmara Brasileira do Livro e Imprensa Oficial do Estado de São Paulo. 2008. ISBN 978-85-7060-647-1 
  26. a b «friedenspreis - home». www.boersenverein.de. Consultado em 20 de junho de 2019 
  27. «Harvard to recognize seven with 2021 honorary degrees». Harvard Gazette. 27 de maio de 2021. Consultado em 1 de junho de 2021 

Ligações externas

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