SecOps
SecOps, também conhecido como SecDevOps ou DevSecOps, é uma denominação da Ciência da Computação que surgiu com o objetivo de definir a integração de processos de segurança da informação às atividades de desenvolvimento e operações dentro do segmento de tecnologia. Formado por profissionais especializados em segurança e TI, o time de SecOps determina o sucesso na prevenção a ataques cibernéticos.[1]
O termo nasceu a partir da ascensão da metodologia DevOps e consequentemente com o aumento da arquitetura de Software como serviço, onde o software desenvolvido é essencialmente hospedado em ambientes nuvem, com integração e entrega contínuas surgiu a necessidade do mercado de integrar processos de segurança dentro desse escopo de agilidade, além de tentar sobrepor as dificuldades no gerenciamento de software entre times de maneira confiável.
A metodologia SecOps se propõe a ajudar os programadores a criar códigos levando em consideração a segurança, além de evitar ruídos entre setores de desenvolvimento, segurança e operações. Um diferencial é que dentro desta metodologia, a segurança está sob a responsabilidade de todos os integrante da equipe, independente do aspecto da organização.[2]
Etimologia
[editar | editar código-fonte]O termo SecOps deriva da junção das palavras security e operations, ou SecDevOps, security, development e operations.
Une segurança, desenvolvimento de software e operações das tecnologias.
Integração com DevOps
[editar | editar código-fonte]A literatura descreve maneiras nas quais as atividades da metodologia DevOps impactam o setor de segurança da informação, tanto em aspectos positivos quanto negativos com o uso mais intenso de automações nos monitoramentos, deployments e testes, prevendo uma intuitiva diminuição no esforço e no tempo que seriam empregados nessas tarefas se feitas manualmente, alguns autores também destacam que o uso não otimizado pode acarretar em novos débitos técnicos em um projeto.[3]
Apesar das atuais equipes de desenvolvimento também focarem em desenvolver de forma segura, na maioria das vezes, elas demonstram maior preocupação com inovação e desenvolvimento acelerado, não só provendo soluções para um grande número de pessoas, mas também buscando sempre agregar o maior valor possível para o mercado. Dessa forma se torna imprescindível mesclar a implementação de novas tecnologias com ações que garantam mais segurança.
A coordenação entre as equipes de operação e de SecOps deve acontecer de maneira continua e utilizando o máximo de ferramenta automáticas para garantir fluidez de comunicação durante o desenvolvimento de novas tecnologias, permitindo o ajuste rápido a possíveis falhas de segurança que possam ocorrer.[4]
As práticas e políticas relacionadas a segurança são muitas vezes tidas como "empecilhos" para o desenvolvimento ágil, um bloqueador que pode impactar o tempo de entrega de um projeto, dessa forma é necessário que, com a integração do SecOps, seja construída uma ponte cultural entre as frentes de desenvolvimento garantindo um constante alinhamento que é necessário para atingir a velocidade de entrega desejada, sempre mantendo em mente que as entregas devem incluir todas as dimensões, desenvolvimento, segurança e infraestrutura.[5]
Características
[editar | editar código-fonte]Alguns autores definem SecOps por algumas características baseadas tanto em DevOps quanto nos princípios CAMS (Cultura, Automação, Monitoramento e Compartilhamento) com adição de conceitos de segurança.[6]
Cultura
[editar | editar código-fonte]Se baseia na ideia de promover colaboração entre os times de desenvolvimento, segurança e operações, disseminando a ideia de um mesmo princípio: a entrega de software para o usuário final. Em outros momentos da engenharia de software a equipe de segurança não participaria ativamente das decisões de planejamento, em SecOps isso é mandatório e necessário para uma boa implantação da metodologia.
Automação
[editar | editar código-fonte]É comum em ambientes de desenvolvimento de software o uso de automação para alcançar entregas e feedbacks mais rápidos do usuário. Em SecOps, promove-se o foco em segurança nas automações para que essas entregas estejam também dentro dos padrões de qualidade. É importante que a maneira como essa metodologia é implementada não impacte na agilidade, mas sim traga resultados mais consistentes.
Monitoramento
[editar | editar código-fonte]O monitoramento é a etapa que inclui acompanhar métricas de negócio, como Indicadores-chave de desempenho (KPIs), como as novas versões do software podem impactar nesses indicadores e como minimizar esses impactos. Em SecOps o monitoramento é muito focado em ameaças e vulnerabilidades em tempo real, com o objetivo de observar a qualidade e a segurança do objeto de estudo em todas as fases de implantação.
Compartilhamento
[editar | editar código-fonte]Tradicionalmente a equipe de segurança dentro do processo de desenvolvimento de software fica mais próxima do fim do ciclo de projeto, SecOps promove a integração desse time dentro do escopo de concepção e desenvolvimento, tanto com objetivo de mudar a mentalidade de todo processo como de incluir maturidade no que tange aspectos relacionados à segurança da informação.
Práticas
[editar | editar código-fonte]Existe um conjunto de boas práticas definidos na literatura dentro da metodologia SecOps,[3] entre estas destacam-se:
Controles de segurança automatizados em todas as partes do desenvolvimento de software são fatores importantes para garantir entregas seguras e permitir que os testes detectem anomalias em diferentes fases do processo.
Monitoração contínua dos serviços e sistemas.
[editar | editar código-fonte]É importante gerar evidências dos controles de segurança automatizados ao longo do processo, para que estes possam gerar o melhor resultado possível é necessário o acompanhamento de ponta-a-ponta.
Segurança como código
[editar | editar código-fonte]Segurança como código significa o processo de definir políticas de segurança com o uso de modelos de script (templates) ou arquivos de configuração que podem ser ativados automaticamente de acordo com agendamentos ou manualmente pelo usuário.
Benefícios
[editar | editar código-fonte]Dentre os benefícios da SecOps para uma organização estão:
- Proteção contínua
- Respostas rápidas e efetivas
- Diminuição nos custos de operações e violações
- Prevenção de ameaças
- Expertise de Segurança
- Conformidade
- Comunicação e colaboração
- Integração da equipe de segurança nos processos de concepção
- Automações
A união de todos os benefícios citados acima resulta em uma organização com uma melhor reputação no mercado.[7]
Funções numa equipe de SecOps
[editar | editar código-fonte]A forma com a qual uma organização define seu time de SecOps irá determinar o quão sucedida ela será na prevenção de ataques cibernéticos.[7]
Existem três funções chave para qualquer time de SecOps:
- Engenheiro/Arquiteto de Segurança: profissional responsável por adminstrar toda a arquitetura de segurança, garantir que a arquitetura é parte do ciclo de desenvolvimento, avaliar e testar as ferramentas e garantir a conformidade.
- Analista de Segurança Avançado: identifica vulnerabilidades, analisa ameaças antigas, recomenda produtos, processos e alterações de ferramentas.
- Investigador de Segurança: identifica hosts e aparelhos afetados, avalia processos em execução e finalizados, realiza análises de ameaças, elabora e implanta estratégia de mitigação e readicação.
Referências
- ↑ «What Is SecOps | SecOps Definition: Redefining core security capabilities – Salt Project» (em inglês). Consultado em 6 de maio de 2021
- ↑ Mohan, Vaishnavi; Othmane, Lotfi Ben (agosto de 2016). «SecDevOps: Is It a Marketing Buzzword? - Mapping Research on Security in DevOps». Salzburg, Austria: IEEE: 542–547. ISBN 978-1-5090-0990-9. doi:10.1109/ARES.2016.92. Consultado em 6 de maio de 2021
- ↑ a b «SecOps ou DevSecOps - que bicho é este ? pra que serve?». Minuto da Segurança da Informação (em inglês). 12 de agosto de 2019. Consultado em 6 de maio de 2021
- ↑ Farroha, B.S.; Farroha, D.L. (outubro de 2014). «A Framework for Managing Mission Needs, Compliance, and Trust in the DevOps Environment». IEEE. ISBN 978-1-4799-6770-4. doi:10.1109/milcom.2014.54. Consultado em 6 de maio de 2021
- ↑ Chadwick, Simon (março de 2018). «The Worst Kept Secret in Market Research». Research World (69): 40–44. ISSN 1567-3073. doi:10.1002/rwm3.20645. Consultado em 6 de maio de 2021
- ↑ Myrbakken, Håvard; Colomo-Palacios, Ricardo (2017). Mas, Antonia; Mesquida, Antoni; O'Connor, Rory V.; Rout, Terry; Dorling, Alec, eds. «DevSecOps: A Multivocal Literature Review». Cham: Springer International Publishing: 17–29. ISBN 978-3-319-67382-0. doi:10.1007/978-3-319-67383-7_2. Consultado em 6 de maio de 2021
- ↑ a b «What Is SecOps? Everything You Need to Know». SearchSecurity (em inglês). Consultado em 6 de maio de 2021