Smart power
Smart power (Poder inteligente), é um termo nas Relações Internacionais definido por Joseph Nye como "a capacidade de combinar Hard e Soft power em uma estratégia vencedora".[1] De acordo com Chester Arthur Crocker, Fen Osler Hampson e Pamela Aall, o smart power "envolve o uso estratégico da diplomacia, persuasão, capacitação, projeção de poder e influência de modo que seja rentável e legitima como políticas sociais". — essencialmente envolve força militar e todas as formas de diplomacia.[2]
O termo, inventado no rescaldo da Invasão do Iraque em 2003, vem como uma política externa neoconservadora de George W. Bush. Visto como uma alternativa liberal à política, seus proponentes preferem que as Organizações internacionais desempenhem um papel importante, ao invés somente dos Estados Unidos. O smart power também é visto como uma alternativa ao soft power, pois este último pode reforçar estereótipos de políticos democratas sendo percebidos como "fracos".[3][4] De acordo com a Foreign Policy, há um debate sobre quem deve ser creditado por ter cunhado o termo, ainda que o candidato mais provável seja Suzanne Nossel, que em 2004 descreveu um artigo intitulado "Smart Power" na revista norte-americana Foreign Affairs.[5]
No entanto, Antony Blinken, conselheiro de segurança nacional atualmente vinculado ao vice-presidente dos Estados Unidos, também é creditado por alguns por mencionar o termo em um de seus discursos anteriormente. No início de 2004, Nye refere ao smart power no seu livro, Soft Power: The Means to Success in World Politics e popularizou o termo com o CSIS como parte do projeto, Smart Power Initiative. O termo também figura no título do livro Smart Power: Toward a Prudent Foreign Policy for America de Ted Galen Carpenter em 2008.
Uso do termo por Clinton
[editar | editar código-fonte]O termo ganhou notoriedade quando a senadora de Nova Iorque, Hillary Clinton usou-o com frequência durante sua audiência de aceitação no Senado norte-americano em 13 de janeiro de 2009, para o cargo de Secretária de Estado dos Estados Unidos sob a administração do presidente Barack Obama.[6]
“ | Devemos usar o que tem sido chamado de smart power — a gama completa de ferramentas à nossa disposição — tanto diplomáticas, econômicas, militares, quanto políticas e culturais — escolhendo a ferramenta certa, ou a combinação delas, para cada situação. Com o smart power, a diplomacia será a vanguarda da política externa.[7] | ” |
Nossel se viu impressionado com o argumento de Clinton, declarando que: "Ela irá tornar o soft power legal".[8] Dois especialistas entrevistados pela rede de notícias norte-americana Fox News criticaram o slôgane, mas vários estudiosos, incluindo Nye, são favoráveis.[9]
A performance de Clinton contrasta com a de Condoleezza Rice na estratégia da Diplomacia Transformacional.
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ Nye Jr., Joseph S. (19 de agosto de 2006). «In Mideast, the goal is 'smart power'» (em inglês). Boston Globe. Consultado em 22 de outubro de 2011
- ↑ Crocker, Chester A; Hampson, Fen Osler; Aall, Pamela R. (2007). Leashing the Dogs of War: Conflict Management in a Divided World (em inglês). [S.l.]: US Institute of Peace Press. p. 13. ISBN 9781929223978
- ↑ New Enemies for a New World Order
- ↑ Benen, Steve (13 de janeiro de 2009). «SMART POWER». Washington Monthly. Consultado em 22 de outubro de 2011
- ↑ «The origins of "Smart Power"» (em inglês). Foreign Policy. 14 de janeiro de 2009. Consultado em 22 de outubro de 2011[ligação inativa]
- ↑ Etheridge, Eric (14 de janeiro de 2009). «How 'Soft Power' Got 'Smart'» (em inglês). The New York Times. Consultado em 22 de outubro de 2011
- ↑ «Clinton: Use "Smart Power" In Diplomacy». CBS News. 13 de janeiro de 2009. Consultado em 22 de outubro de 2011
- ↑ Hertzberg, Hendrik (26 de janeiro de 2009). «Smart Power» (em inglês). The New Yorker. Consultado em 22 de outubro de 2011
- ↑ Clark, Stephen (22 de janeiro de 2009). «Clinton's 'Smart Power' Slogan Is Just Plain Dumb, Branding Experts Say». Fox News. Consultado em 22 de outubro de 2011. Arquivado do original em 7 de janeiro de 2012
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- «Soft Power, Smart Power and Intelligent Power» (PDF) (em inglês). Um documento especial sobre Joseph Nye.