Como um rei na França
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Sobre este e-book
Essas andanças e experiências são reveladas aos leitores em Como um rei na França, espécie de guia turístico-gastronômico afetivo, terceiro livro de uma série que começou com De vinhos e rosas (1992), sobre os vinhos franceses, e seguiu com Bom tempo na França (2004). Com esses saborosos relatos, o autor narra o que chama de "França profunda", suas pequenas cidades, aldeias e sua gente.
Como de costume, o casal indica o aluguel de uma casa no interior, em baixa temporada, para experimentar de forma mais autêntica o dia a dia dessas regiões. Enquanto Amaury se dedica à gastronomia, enologia, feiras livres, mercados e produtores, Maggy se foca nos castelos, igrejas, monastérios e monumentos em geral. As regiões visitadas desta vez são Sévérac-le-Château, Fréland, Megève, Neuil, Magny-le-Freule e Cluny.
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Como um rei na França - Amaury Temporal
Como um rei
na França
(Wie Gott in Frankreich)
d’après Goethe
AMAURY TEMPORAL
2011
Copyright © 2011 Amaury Temporal
Capa e projeto gráfico de miolo da versão impressa
Miriam Lerner
Mais uma vez agradeço a Maria Lúcia Fernandes suas críticas construtivas e por domar
os originais deste livro.
Sumário
Avant-Propos
Prefácio do embaixador Marcos Azambuja
SÉVÉRAC-LE-CHÂTEAU, AVEYRON, MIDI-PYRÉNÉES (2003/2004)
FRÉLAND, ALSÁCIA (2004/2005)
PARIS, MEGÈVE, HAUTE SAVOIE I (2005/2006)
NEUIL, VALE DO LOIRE (2006/2007)
MAGNY-LE-FREULE, NORMANDIA (2007/2008)
PARIS, MEGÈVE, HAUTE SAVOIE II (2008/2009)
CLUNY, BORGONHA (2009/2010)
Epílogo
Índice de vinhos
Índice onomástico
AVANT-PROPOS
Euforia, do grego euphoria : 1) sensação de perfeito bem-estar; 2) alegria intensa e, via de regra, expansiva (Novo Aurélio, Editora Nova Fronteira). É o que sinto ao iniciar cada viagem aos recantos pouco conhecidos da França. Bem-estar e felicidade, que não são a mesma coisa.
Os dois livros que escrevi, De vinhos e rosas e Bom tempo na França, me permitiram encontrar leitores que tiveram a gentileza de transmitir impressões, sugestões, dúvidas e encorajamento para novas aventuras.
É este calor humano que me leva, mais uma vez, a relatar experiências vividas na douce France. A estreia de Maggy, minha mulher, como coautora em Bom tempo na França, foi muito aplaudida, e assim peço a ela mais uma vez que acrescente a sua visão particular e feminina às mesmas coisas que vi e vivi.
Faz mais de cinquenta anos que entro e saio da França, em viagens que durante muitos anos tiveram como foco o vinho e as regiões vinícolas. Nos últimos 15 anos alugo casas no interior por quatro ou cinco semanas, sempre em locais diferentes. Continuo mesmerizado por esta terra em permanente convulsão onde as greves ocorrem com regularidade metronômica e as manifestações de rua (as manifs) são anunciadas a cada dia nos jornais. Grupos sociais como os funcionários públicos, ferroviários, aeroviários, taxistas, médicos, enfermeiros, imigrantes ilegais (os sans-papiers) e tantos quantos possam se organizar para reivindicar seja lá o que for, ficam en colère com frequência.
Se alguém tiver interesse, poderá vasculhar o noticiário da televisão de cada dia e encontrará a frase indicativa da cólera coletiva: Je suis en colère.
Minha perplexidade resulta em não saber se tanta agitação é motivada por descontentamento, o que levaria a mudanças, ou por um profundo amor ao statu quo, sendo uma tentativa de imobilismo congelante.
A verdade é que neste canto do mundo que é a França, a douce France, existe um paraíso onde é necessária uma vida para conhecer, em suas múltiplas facetas, sua arte, seus vinhos, seus queijos, sua gastronomia, sua cultura, em meio a sua permanente convulsão, tudo banhado no molho joie de vivre.
Este livro é o terceiro de uma série sobre a França, começando por De vinhos e rosas, de 1992, passando por Bom tempo na França, de 2004.
No De vinhos e rosas descrevo as principais regiões produtoras de vinho: Bordeaux, Borgonha, Champagne, Vale do Loire, Vale do Rhône, Provence e Languedoc. No Bom tempo na França passeio por Paris, Megève, Sarlat, Saint-Rémy de Provence, Cabris, Grasse, Mendive e Dinan.
Neste livro me dedico às cidades de Sévérac-le-Château, Fréland, Megève, Neuil, Magny-le-Freule e Cluny, além de Paris.
O alvo é a França profunda, suas pequenas cidades e aldeias, sua gastronomia, sua enologia, sua gente. Um caleidoscópio de alegria de viver.
Não fui um deus na França, mas me senti como um rei.
Agradeço ao amigo embaixador Marcos Azambuja, o mais francês dos brasileiros, savant
e a pessoa mais espirituosa que conheço, a gentileza de valorizar este livro com seu prefácio.
Ao longo dos anos em que se passaram as histórias deste livro, tive a felicidade de contar com a amizade de Thierry Courtaigne, dirigente do Medef Internacional, que com sua aguda inteligência, seu bom humor e sua sempre disponível solidariedade foi, entre tantos amigos franceses, o que mais contribuiu para eu me sentir como um rei na França.
PREFÁCIO
Como costuma acontecer com quem já viajou muito, Amaury Temporal preferiu abandonar os grandes circuitos e as mais óbvias atrações turísticas do mundo e se faz todos os anos, durante algumas semanas, residente de pequenas cidades ou mesmo aldeias de algumas regiões maravilhosas da França.
Como brasileiros costumamos (há numerosas e virtuosas exceções) viajar para gastar e comprar. E por que negar: para impressionar no nosso regresso amigos e famílias. O nosso autor não está mais atrás disso e vai procurar viver, em cada uma de suas incursões anuais, como se fosse gente da terra e sendo a França o país que é age de forma discreta e parcimoniosa. Torna-se amigo de vizinhos e dos hospedeiros — Amaury explora o filão por nós ainda pouco usado das Gites Rurales e das casas urbanas de aluguel temporário — que é o circuito que muitos franceses (e não poucos europeus) costumam usar quando saem de casa e querem viver bem gastando pouco.
Em seu novo livro Amaury Temporal nos leva de aldeia em aldeia, nos revela os mistérios locais e nos mostra as trilhas menos percorridas. À medida que nós brasileiros comecemos a viajar mais e passado o alvoroço das viagens de descobertas e compras, iremos ver que os caminhos que Amaury Temporal aponta serão aqueles que se irão fazendo os dos nossos hábitos. Pouco a pouco iremos, como ele, privilegiar aqueles lugares ainda sossegados de onde poderemos incursionar por outros, mais geralmente conhecidos e, por todos os títulos, memoráveis.
Por enquanto vamos aceitar o conselho avisado e a mão sábia de Amaury para nos encaminhar na direção certa. Iremos com ele do Aveyron, até Alta Savoia, da Borgonha à Alsácia. Às vezes a morada temporária ressoa de história e de prestígio como é o caso de Megève e de Cluny. Em outros casos é preciso esmiuçar mapas ou guias (ou melhor ainda, usar o Google) para chegar a Magny-le-Freule e Neuil.
O que importa não é necessariamente repetir qualquer um dos itinerários e destinos escolhidos por Amaury (embora seja de bom alvitre fazê-lo), mas aceitar a necessidade de encontrar outros lugares equivalentes em sedução e personalidade àqueles que ele escolheu. O que importa é incorporar o modelo dessas excursões como uma forma civilizada, inteligente e... econômica, a de alugar pedaços do paraíso e virar condômino temporário de um pedaço encantador de civilização.
O livro não é nem um guia de vinhos nem um guia gastronômico. Não contém, portanto, uma relação sistemática de restaurantes, rótulos e safras. Mas há dentro dele suficientes referências a lugares onde se come muito bem e onde se bebe de forma incomparável.
O melhor conselho, amigo leitor, é este: Onde forem seguindo os passos de Amaury Temporal declarem-se simplesmente amigos e admiradores seus. Essas palavras mágicas abrirão portas e sorrisos. Bon Voyage!
Embaixador Marcos Azambuja
Em 2003 fizemos nossa opção pelas regiões Midi-Pyrénées/ Auvergne/ Languedoc-Roussillon, e assim escolhemos o Aveyron, ao sul do Auvergne, norte do Languedoc- Roussillon e em Midi-Pyrénées. Nosso principal interesse eram as Gorges do Tarn e os vinhos da região. Optamos por Sévérac-le-Château, a 3,5km da fronteira da Lozère, que faz parte do Languedoc-Roussillon, entre as cidades de Mande (L-R) e Millau (M-P). Assim, Sev, como é conhecida pelos íntimos, está no departamento de Aveyron, na região Midi-Pyrénées, no sudoeste da França, tendo como grande estrada de acesso a A-75.
A grande cidade próxima é Montpellier. Rodèz, a oeste de Sev, completa as cidades de porte médio necessárias ao apoio para uma permanência mais longa, incluindo, sem dúvida, bons restaurantes.
Se vocês acham a geografia da França complicada, com 22 regiões e 96 departamentos, só na França metropolitana, incluindo os dois departamentos da Córsega (que não é uma região, mas uma collectivité territoriale), ouçam o noticiário local da televisão: Édition Quercy-Rouergue. Quercy é o antigo nome do departamento do Lot e Rouergue, o do Aveyron. Como os franceses são saudosistas e apegados ao passado, a memória dos antigos nomes persiste.
Persiste igualmente na "França profunda" a memória do franco francês, moeda extinta há anos. A globalização tem na França solo árido e montanhoso.
Meu interesse pelos vinhos da região se justifica, pois somente Languedoc-Roussillon produz um terço dos vinhos da França, cerca de 16,6 milhões de hectolitros, alguns deles de muito boa qualidade.
Passamos três dias em nossa casa
, em Paris, o hotel de l’ Abbaye, e fomos buscar nosso Mégane