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Psicopedagogia catequética: Reflexões e vivências para a catequese conforme as idades -Vol. 2 - Adolescentes e jovens
Psicopedagogia catequética: Reflexões e vivências para a catequese conforme as idades -Vol. 2 - Adolescentes e jovens
Psicopedagogia catequética: Reflexões e vivências para a catequese conforme as idades -Vol. 2 - Adolescentes e jovens
E-book222 páginas2 horas

Psicopedagogia catequética: Reflexões e vivências para a catequese conforme as idades -Vol. 2 - Adolescentes e jovens

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Sobre este e-book

A catequese conforme as idades é uma necessidade para a ação evangelizadora da Igreja. A partir das nossas experiências e das necessidades dos catequistas, nasceu a ideia de criar este subsídio para auxiliá-los em sua formação. Caracterizar a situação existencial, bem como compreender o desenvolvimento dos adolescentes e jovens, é o que busca esta obra. A catequese é essencialmente educação da fé; no entanto, para que a mensagem de Jesus Cristo seja anunciada e acolhida pelos catequizandos, é necessário que esta seja adaptada à sua capacidade de compreensão e assimilação. Por isso, a partir da Psicopedagogia Catequética, através de reflexões e propostas de vivências, aprofundamos o universo dos adolescentes e jovens, e, com isso, apresentamos caminhos para que a evangelização aconteça de forma eficiente e eficaz.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento24 de nov. de 2021
ISBN9786555624021
Psicopedagogia catequética: Reflexões e vivências para a catequese conforme as idades -Vol. 2 - Adolescentes e jovens

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    Psicopedagogia catequética - Eduardo Calandro

    CAPÍTULO I

    O UNIVERSO DA ADOLESCÊNCIA E DA JUVENTUDE

    Para início de conversa

    Outro dia, participando de um debate sobre o tema Adolescências e juventudes, Catarina, de 14 anos, pediu a palavra e, questionando as pessoas presentes na reunião, disse mais ou menos o seguinte: Eu não gosto quando os adultos usam o termo ‘adolescências’ para se referir a nós, porque com isso desaparece aquilo que estamos sentindo, passando nesta fase da vida, as dificuldades que vivemos, as habilidades que temos, e muitos olham para nós como alguém em crise somente, e até nos chamam de ‘aborrecentes’. Não gosto quando falam de nós como pessoas que não assumem compromissos, que não contribuem com o hoje e com o futuro. Eu odeio isso.

    Essa adolescente fazia referência à compreensão mais ou menos universal da adolescência como uma etapa, uma fase da vida do indivíduo, intermediária entre a infância e o mundo adulto, que, necessariamente, será ultrapassada e que é vista com certo descrédito ou com depreciação daquilo que está sendo vivenciado. As emoções, sensações e experiências vividas pelos adolescentes teriam algo de provisório, algo de transitório em direção ao comportamento mais estável e previsível quando amadurecerem um pouco mais.

    Sabemos que existem ainda presentes muitos rótulos e preconceitos com relação à adolescência e à juventude. Muitas vezes, observam-se os adolescentes e jovens como pessoas rebeldes sem responsabilidades, sem compromisso. Vejamos alguns desses preconceitos, com atenção ao ano em que foram pronunciados.

    Em 470-399 a.C., Sócrates dizia: Nossa juventude (…) é mal-educada, zomba da autoridade e não tem nenhuma espécie de respeito para com os mais velhos. Nossas crianças de hoje (…) não se levantam quando um ancião entra numa sala, respondem a seus pais e tagarelam em lugar de trabalhar. São simplesmente más.

    Em 720 a.C., Hesíodo afirmava: Não tenho nenhuma esperança para o futuro de nosso país, se a juventude de hoje lhe assumir o comando amanhã, porque essa juventude é insuportável, sem compostura, simplesmente terrível.

    Um sacerdote egípcio, em 2000 a.C., dizia: Este mundo atingiu um estágio crítico. As crianças não escutam mais seus pais. O fim do mundo não pode estar longe.

    E um escrito num jarro de argila nas ruínas de Babilônia de mais ou menos 3000 a.C. afirmava que a juventude está corrompida até o mais profundo do coração. Os jovens são malfeitores e preguiçosos. Não serão nunca como a juventude de antigamente. Os de hoje não serão capazes de manter nossa cultura.

    Acreditamos que, ao ler essas afirmações preconceituosas acima, você chegou ao riso espontâneo. Perceba que não mudaram muito as formulações de rótulos para com os nossos adolescentes e nossa juventude. Cabe a nós que abraçamos a evangelização dessa faixa etária investir na conscientização para superar as discriminações sociais.

    No entanto, para aprofundarmos o universo da adolescência e da juventude, necessitamos compreendê-las dentro das dimensões cognitivas, sociais, culturais, psicológicas e espirituais. Precisamos estar inseridos no contexto da atual sociedade em que nossa adolescência e juventude foram geradas.

    1. Definindo os termos adolescência e juventude

    Ao nos referirmos à adolescência e à juventude, é necessário ter presentes as mudanças no domínio biológico, cognitivo, psicológico-afetivo, social e espiritual que ocorrem nessa fase da vida, que devem ser consideradas separadamente, embora tudo ocorra de forma integral. Contudo, é preciso ter presente o papel predominante que cada dimensão exerce em determinado período da vida.

    Os limites cronológicos da adolescência e da juventude variam e, se é fácil definir biologicamente o início da adolescência com a puberdade, já é mais complicado situar seu término, pois este se baseia em critérios mais sociais e culturais do que psicobiológicos e, como tal, mais variáveis. Assim, não se pode definir rigorosamente qual é a duração da adolescência, que varia de pessoa para pessoa. Faremos uma tentativa de delimitação cronológica com base nas políticas

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