Transição energética e o fim da escravidão na Era Mauá
()
Sobre este e-book
Relacionado a Transição energética e o fim da escravidão na Era Mauá
Ebooks relacionados
Revolução Renovável Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA Hipótese da Revolução Progressiva: Uma abordagem pós-gramsciana da transição ao socialismo Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO manifesto comunista Nota: 5 de 5 estrelas5/5Pós-extrativismo e decrescimento: Saídas do labirinto capitalista Nota: 0 de 5 estrelas0 notasCapitalismo: Liberdade de Mercado ou Escravidão Moderna Nota: 0 de 5 estrelas0 notasDemocracia e Miséria Nota: 0 de 5 estrelas0 notasHistória e Práxis Social: introdução aos complexos categoriais do ser social Nota: 0 de 5 estrelas0 notasContrarreformas ou revolução: respostas ao capitalismo em crise (volume II) Nota: 0 de 5 estrelas0 notasModo de vida imperial: sobre a exploração de seres humanos e da natureza no capitalismo global Nota: 5 de 5 estrelas5/5Tempo comprado: A crise adiada do capitalismo democrático Nota: 0 de 5 estrelas0 notasJohn Holloway: Regime de Acumulação Integral e o debate sobre como mudar o mundo sem tomar o poder Nota: 0 de 5 estrelas0 notasRenda, Lutas De Classes E Revolução Nota: 0 de 5 estrelas0 notasFlaskô: a história de uma fábrica sob controle operário no Brasil Nota: 0 de 5 estrelas0 notasApoio Pedagógico Matemática/ Língua Portuguesa Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO Pós-Modernismo na Qualidade de Vida dos Líderes Empresariais: uma análise da dinâmica pós-moderna Nota: 0 de 5 estrelas0 notasHumanidades e pensamento crítico: processos políticos, econômicos, sociais e culturais: - Volume 9 Nota: 0 de 5 estrelas0 notasJ.D. Ponce sobre Karl Marx: Uma Análise Acadêmica de O Capital - Livro 1: Economia, #1 Nota: 0 de 5 estrelas0 notasCapitalismo contemporâneo: uma síntese acerca de suas interpretações Nota: 0 de 5 estrelas0 notasContrarreformas ou revolução: respostas ao capitalismo em crise Nota: 0 de 5 estrelas0 notas"O Capital" de Marx Nota: 0 de 5 estrelas0 notasSaúde e serviço social no capitalismo: Fundamentos sócio-históricos Nota: 5 de 5 estrelas5/5Do sindicato livre ao atrelado pelo Estado: Os metalúrgicos cariocas entre 1917 e 1945 - A História pode ensinar Nota: 0 de 5 estrelas0 notasSer em Comum, para Além (e Aquém) da Comunidade Nota: 0 de 5 estrelas0 notasRe-trabalhando as classes no diálogo Norte-Sul: Trabalho e desigualdade no capitalismo pós-covid Nota: 0 de 5 estrelas0 notasOs Caminhos Do Golpe De 64 Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAs Políticas Educacionais e Desenvolvimentistas no Brasil: o antagonismo entre o trabalhismo e o liberalismo Nota: 0 de 5 estrelas0 notasEconomia Feminista: Desafios, propostas e alianças Nota: 0 de 5 estrelas0 notasEstado, Luta de Classes e Autogestão Social Nota: 0 de 5 estrelas0 notasColeção O Que É - Socialismo Nota: 0 de 5 estrelas0 notas
História da América Latina para você
A Nova História do Brasil Nota: 5 de 5 estrelas5/5Um país chamado Brasil: A história do Brasil do descobrimento ao século XXI Nota: 5 de 5 estrelas5/5A história do Rio de Janeiro Nota: 5 de 5 estrelas5/5O corpo encantado das ruas Nota: 5 de 5 estrelas5/5Cidadania no Brasil: O longo caminho Nota: 5 de 5 estrelas5/5A conquista do Brasil Nota: 4 de 5 estrelas4/5A Revolução de 1930: O conflito que mudou o Brasil Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAbdias Do Nascimento: Nota: 0 de 5 estrelas0 notasCrônicas exusíacas e estilhaços pelintras Nota: 0 de 5 estrelas0 notasDepois Que Eles Chegaram Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA carta de Pero Vaz de Caminha: O descobrimento do Brasil Nota: 4 de 5 estrelas4/5História dos feminismos na América Latina Nota: 0 de 5 estrelas0 notasSergipe colonial: Uma Capitania esquecida Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO reino que não era deste mundo: Crônica de uma República Não Proclamada Nota: 0 de 5 estrelas0 notasEspada, cobiça e fé: As origens do Brasil Nota: 0 de 5 estrelas0 notas365 Dias Que Mudaram A História Do Brasil Nota: 4 de 5 estrelas4/51932: São Paulo em chamas Nota: 4 de 5 estrelas4/5Uma história da onda progressista sul-americana (1998-2016) Nota: 5 de 5 estrelas5/5A História Do Brasil Colonial Nota: 0 de 5 estrelas0 notasParque Nacional Da Tijuca Nota: 0 de 5 estrelas0 notasDe que lado você samba?: Raça, política e ciência na Bahia do pós-abolição Nota: 0 de 5 estrelas0 notasHans Staden: Prisioneiro de Índios Canibais Nota: 5 de 5 estrelas5/5O Brasil como Império Independente: Analisado sob o aspecto histórico, mercantilístico e político - 1824 Nota: 0 de 5 estrelas0 notasMarília de Dirceu: A musa, a Inconfidência e a vida privada em Ouro Preto no século XVIII Nota: 0 de 5 estrelas0 notasEstudos de História de Goiás Nota: 0 de 5 estrelas0 notas
Avaliações de Transição energética e o fim da escravidão na Era Mauá
0 avaliação0 avaliação
Pré-visualização do livro
Transição energética e o fim da escravidão na Era Mauá - Gabriela Santos Carvalho
Sumário
SÉRIE ENERGIA
APRESENTAÇÃO
INTRODUÇÃO
1. A ORIGINALIDADE DAS SOCIEDADES HUMANAS: A APROPRIAÇÃO ENERGÉTICA
1.1. A busca permanente por unidades de energia livre
1.2. A revolução energética inerente à fabricação artificial do fogo
1.3. A Revolução Agrícola e o surgimento das primeiras sociedades estado
2. ESCRAVIDÃO, ENERGIA E TRANSIÇÃO EM PROL DOS COMBUSTÍVEIS FÓSSEIS
2.1. O modelo servil e a apropriação energética
2.2. A transição para o uso dos combustíveis fósseis: Revolução Industrial
2.3. Fim da escravidão no contexto socioeconômico mundial
3. UM RECORTE DAS AMÉRICAS NO SÉCULO XIX: MOTIVAÇÕES PARA O FIM DA ESCRAVIDÃO NO CONTINENTE AMERICANO
3.1. A inserção do Brasil no regime escravocrata
3.1.1. O fim do regime escravocrata no Brasil e o início do trabalho assalariado
3.1.2. A industrialização promovida pela Era Mauá
3.1.3. A substituição de mão de obra escrava para o trabalho assalariado no Brasil
4. Energia e escravidão – Uma discussão com recorte espacial no Brasil da Era Mauá
BIBLIOGRAFIA
SOBRE A AUTORA
SOBRE O CURADOR DA SÉRIE
SÉRIE ENERGIA
A Série Energia da Editora Mandaçaia dialoga, sob matizes diversos, com os temas e subtemas associáveis à produção e ao consumo de energia, na atualidade ou em tempos pretéritos, tanto no que se refere aos recursos energéticos fósseis (particularmente, os mais empregados combustíveis fósseis, quais sejam, carvão mineral, petróleo e o gás natural), quanto no que tange às chamadas energias renováveis (ou de transição, para os autores tipicamente críticos da transição energética em curso, eminentemente e meramente focada na eletrificação dos modais de transporte, principalmente os veículos automotivos). Frisa-se que há diferenças importantes entre os livros inerentes à Série Energia publicados pela Mandaçaia e os livros, digamos, mais tradicionais que focam esta temática. Diferentemente destes, os livros aqui propostos, intencionalmente, apresentam argumentações que cotejam a perspectiva de autoras e autores do Sul Global que defendem a ideia de que é premente e fundamental a construção de outros mundos possíveis, caracterizados por justiça, fraternidade e igualdade e com plenas justiças social, ambiental e econômica.
Destarte, os livros da Série Energia, direta e/ou indiretamente, questionam e criticam a priorização da geração, aos ditos empreendedores do autodenominado setor produtivo
, de maior lucro no menor tempo possível na produção e no consumo de energia. Esta necessidade de criticar tal modelo não é por diletantismo, mas, sim, por ser necessária, na medida em que diversos relevantes impactos ambientais e socioeconômicos se associam ao modelo energético atual, o qual é majoritariamente controlado por grandes corporações empresariais multinacionais. Neste contexto, vide, por exemplo, os inúmeros danos socioambientais e socioeconômicos correlatos à intensificação das mudanças climáticas e de seu mais proeminente fenômeno precursor, o aquecimento global – aspectos visceralmente associáveis ao globalmente crescente consumo de combustíveis fósseis.
É de fato usual dentre os países do Sul Global, como o Brasil, haver uma geração de eletricidade (por meio de usinas hidrelétricas, por exemplo) tipicamente pouco onerosa para as empresas geradoras e, por outro lado, custos muito elevados ao consumidor final, em especial no caso do setor residencial, o que aumenta sobremaneira a vulnerabilidade socioeconômica dos mais pobres. E este quadro de desigualdades entre perdas (Sul Global) e ganhos (Norte Global) no contexto energético (dentre outros tantos contextos), sem notáveis alterações estruturais, vem se mantendo basicamente desde o início da Revolução Industrial, em fins do século XVIII, por meio de processos coloniais ou neocoloniais de domínio e exploração. Neste sentido, a construção de uma efetiva justiça energética, conceito relativamente novo e que trata das desigualdades sociais, raciais e de gênero no acesso aos serviços energéticos, perpassa todos os livros da Série Energia. Assim, os títulos desta série da Mandaçaia não se furtam a discorrer sobre as externalidades negativas diversas, históricas ou contemporâneas, associáveis ao modelo de (sub) desenvolvimento proposto pelo capitalismo.
Urge mencionar, ainda, que a Série Energia ambiciona atrair leitores para muito além daqueles típicos do ambiente acadêmico, sem deixar de também se dirigir a este tipo de leitor. Para tanto, os títulos encerram linguagem acessível ao público mais amplo e, ao mesmo tempo, sem a perda dos preceitos centrais científico-acadêmicos.
São Paulo, 03 de fevereiro de 2024.
André Felipe Simões
Curador da Série Energia
APRESENTAÇÃO
Este livro almeja estabelecer e analisar possíveis inter-relações históricas, políticas (em especial, sob o prisma de políticas energéticas) e socioeconômicas entre o fim dos regimes escravocratas nas Américas ao longo do século XIX e o acesso a novos estoques de energia, as energias fósseis (naquele momento histórico, carvão mineral e petróleo, fundamentalmente).
O trabalho trata da hipótese de que o regime escravista e seu correlato volume de produção inserida no sistema capitalista, por volta de 1850, em fins da 1ª Fase da Revolução Industrial, passou a constituir um obstáculo às exigências de acumulação de capital iniciadas na economia mundial decorrentes do advento dos combustíveis fósseis. Para tanto, analisa cronologicamente o processo de acumulação de energia pelas sociedades humanas desde a constituição das primeiras sociedades estado (como a Mesopotâmia e o Egito Antigo).
A partir da história da energia, este livro analisa a busca humana por energia livre desde tempos pré-históricos (bem antes, inclusive, da hegemonia do Homo Sapiens Sapiens), o estabelecimento não espontâneo de classes dominantes – e, consequentemente, o início da expropriação, em benefício de uma parcela minoritária da população, da força de trabalho da maior parte dos indivíduos de determinada sociedade – até a ampliação da escravidão em escala comercial.
Com foco na chamada Era Mauá (1850-1889), em alusão às estratégias implementadas, no Brasil, pelo Barão de Mauá (1813-1889) em prol de acelerada industrialização, este livro centra atenções nas injustiças socioeconômicas diversas associáveis ao regime escravista.
Dada a semelhança cronológica de dois eventos emblemáticos e caracterizadores do século XIX (quais sejam: libertação de pessoas escravizadas nas Américas e início da utilização de combustíveis fósseis), entende-se que há uma forte ligação entre ambos os episódios; ou seja: seria o fim da escravidão, direta e/ou indiretamente, uma forma de aumentar a apropriação de energia? Neste contexto, este livro busca justificar que, caso o sistema escravista permanecesse, mesmo após o acesso às novas fontes de energia, ele não seria capaz de sustentar a transição para um crescimento produtivo exponencial. Ou seja, a descoberta das fontes fósseis, dos estoques de energia, contribuiu, intui-se, de modo decisivo, para o fim