A Criança, A Arte e A Linguagem Plástica e Visual - Versão Preliminar
A Criança, A Arte e A Linguagem Plástica e Visual - Versão Preliminar
A Criança, A Arte e A Linguagem Plástica e Visual - Versão Preliminar
VERSÃO PRELIMINAR
MANDALA DO CURRÍCULO DA EDUCAÇÃO INFANTIL DE
CONTAGEM
CADERNO:
A CRIANÇA, A ARTE E A LINGUAGEM PLÁSTICA E VISUAL
CONTAGEM
2010
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CRIANÇA, A ARTE E A LINGUAGEM PLÁSTICA E VISUAL
1. DELIMITAÇÃO
2. FUNDAMENTAÇÃO
A Arte nos permite desenvolver o pensamento crítico e, por meio dele, ampliar
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a sensibilidade, a percepção, a reflexão e a imaginação e, ainda, conhecer,
apreciar e refletir sobre os elementos da natureza e sobre as produções
artísticas, individuais e coletivas, de várias culturas e épocas.
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apropriação e transformação da cultura. Com elas, nelas, por meio delas, é
possível conhecer o mundo e, mais que isso, experienciá-lo e transformá-lo.
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2.2. COMO O CONHECIMENTO SOBRE ESSE CAMPO DE EXPERIÊNCIA
FOI CONSTRUÍDO HISTORICAMENTE PELA HUMANIDADE?
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com obras de Arte a leva a conhecer outras culturas e seu significado, em
função do estranhamento que vivencia quando se depara com questões que
não pertencem ao seu cotidiano.
Toda criança desenha. Pode ser com lápis e papel ou com caco
de tijolo na parede. Agir com um riscador sobre um suporte é
algo que ela aprende por imitação – ao ver os adultos
escrevendo ou os irmãos desenhando, por exemplo. “Com a
exploração de movimentos em papéis variados, ela adquire
coordenação para desenhar” explica Mirian Celeste Martins,
especialista no ensino de Arte e professora da Universidade
Presbiteriana Mackenzie. A primeira relação da meninada com
o desenho se dá, de fato, pelo movimento: o prazer de produzir
um traço sobre o papel para agir (REVISTA NOVA ESCOLA,
2009, p. 73).
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A criança, ao final do seu primeiro ano de vida, já é capaz de manter ritmos
regulares e produzir seus primeiros traços gráficos, fase conhecida como dos
rabiscos ou garatujas. Antes dessa regularidade, ela é capaz de fazer marcas
em diferentes suportes, bastando para isso, ser incentivada pelo adulto. Ela
aprende a desenhar, desenhando, a pintar pintando, a esculpir, esculpindo.
Cabe ao adulto incentivá-la a expressar seus sentimentos e suas ideias no
momento da criação.
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significativa e que o adulto pode acompanhar. As principais características
dessa fase são:
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memória e a linguagem corporal. Também colabora na expressão das
emoções, facilitando as interações entre as crianças e propiciando o
autoconhecimento. Por meio dos relacionamentos estéticos com as outras
pessoas e com o mundo, a dança incentiva a expressividade das crianças,
pois lida com a comunicação não verbal e com os diálogos corporais
(BARRETO, 2005). Permite ainda, a expressão dos sentimentos, além de
representar uma forma de conhecimento, de comunicação e de
sensibilização, promovendo o desenvolvimento da criatividade e da imaginação
na criança.
A dança pode ser expressa por meio de atividades lúdicas, tais como: “jogos,
brincadeiras, mímicas, interpretações de músicas”, ou atividades técnicas,
como “exercícios técnicos de dança, improvisação, atividades de
conscientização corporal” (BARRETO, 2005, p. 70). Outras formas possíveis
são as atividades inspiradas no cotidiano, como a exploração de danças e
movimentos cotidianos e temas da cultura brasileira.
Quanto ao teatro é importante que ele seja visto como uma experiência ligada
às outras experiências vividas pelas crianças: a leitura de histórias, a
brincadeira, a expressão plástica, a música, o movimento.
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A experiência de interagir com outras crianças e com adultos possibilita a elas
imitar significativamente seus gestos, movimentos e expressões para, por meio
do lúdico, criar o gesto infantil, sua forma de expressar, significar e sentir o
mundo (SOUZA, 2006). Nas brincadeiras de imaginar ser outra pessoa, de
viver outros papéis as crianças poderão ser apoiadas pelo adulto ou pelas
outras crianças na utilização de vários elementos característicos do teatro:
fantasias, maquiagem, adereços, máscaras etc.
3. OBJETIVOS
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conhecer e vivenciar estilos de danças de outras culturas;
desenvolver a sensibilidade artística e a capacidade estética;
acessar diversas produções culturais;
construir conhecimentos sobre as expressões disponíveis hoje e
aquelas produzidas ao longo da história da humanidade: cinema, teatro,
dança, música, pintura, gravura, escultura, fotografia, computação
gráfica, etc;
utilizar diversos materiais e técnicas, apropriando-se deles para sua
expressão pessoal;
ter acesso à produção cultural popular (manifestações regionais,
folclóricas);
descobrir a Arte como um canal de comunicação que possibilita a
expressão de pensamentos, sentimentos, emoções e ideias e, ainda, a
interação com o mundo à sua volta;
construir uma atitude de autoconfiança em relação à sua produção
artística e de respeito pela produção dos colegas;
desenvolver o gosto e a admiração pelas produções da escola e pelas
obras regionais, nacionais e internacionais às quais tiver acesso;
familiarizar-se com uma grande diversidade de produções artísticas;
expressar-se e saber se comunicar por meio da Arte, mantendo uma
atitude de busca pessoal, articulando percepção, imaginação, emoção,
sensibilidade e reflexão.
4. EXPERIÊNCIAS
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reler obras de diversos artistas, tendo a oportunidade de desenvolver o
pensamento crítico;
interagir com materiais e instrumentos, meios e suportes diversificados
em Arte;
criar e construir formas plásticas;
aprender técnicas relativas ao cinema (processo de criação de um
desenho animado, por exemplo.);
produzir desenhos (livre, de observação, com interferências, etc.);
pintar com pincel, dedo, canudinho, bucha, algodão, etc.;
produzir materiais para pintar a partir de elementos da natureza, como
tinta, por exemplo;
modelar com utilização de argila, argila com cola, massinha, papel
marchê, etc.;
representar com utilização de fantoches, teatro de sombras, marionetes,
contação de histórias, fantasias, etc;
confeccionar figurinos;
dançar livre e a partir de coreografias;
cantar, criando músicas e reproduzindo ritmos e repertórios variados;
tocar e confeccionar instrumentos a partir de sucatas e objetos do
cotidiano;
trabalhar com maquiagens para caracterização de personagens;
inventar de personagens;
representar diferentes emoções, como drama e comédia.
5. SABERES E CONHECIMENTOS
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noção de temporalidade;
apreciação de obras de Artes de diversos artistas estilos, épocas e
culturas;
conhecimento de elementos da linguagem visual (ponto, linha,
textura, volume, ritmos, luz, movimento, etc.);
conhecimento de formas visuais em diversos meios de comunicação:
fotografia, cartaz, vídeo, história em quadrinhos, artes gráficas, desenho
animado e publicidade;
valorização dos próprios trabalhos e dos trabalhos de seus colegas;
respeito pela própria produção e pela produção do outro;
conhecimento das concepções estéticas presentes na história das
diferentes culturas.
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Quando vivemos o prazer da experiência estética, procuramos
ir cada vez mais ao cinema ou assistir a vídeos, buscamos
freqüentar mais os museus ou ler livros de Arte, ouvir mais
músicas, seja no rádio, no aparelho de som ou nos shows,
admirar mais espetáculos de dança, seja ao vivo ou na TV. A
cada dia nosso repertório estará se ampliando, assim como
nossa formação cultural. Em Arte, assim como em outros
campos do conhecimento humano, há sempre algo mais para
se saber: qual técnica utilizada pelo artista? A que movimento
esta pintura pertence? Quem foi este pintor? De início, o
importante é que a pessoa tenha autonomia na trajetória de
apropriação artístico-cultural, que é a possibilidade de
exercitar um olhar e uma escuta pessoais diante da obra
vista/ouvida. No processo de apropriação ocorre a construção
de olhares, escutas e movimentos sensíveis que você
experimentou e acumulou ao longo de sua vida. Quanto mais
experiências estéticas, maiores as possibilidades de
apropriação artístico-cultural. (BRASIL, 2006, p.25)
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formas de expressão artística (desenho, pintura, escultura, dança, fotografia,
entre outras); no manuseio de materiais diversos; na oportunidade de
experimentar desenhos, formas, cores, texturas e materiais diversos. Essas
atividades e esses materiais devem ser colocados à disposição da criança, que
pode realizar atividades orientadas e ter a possibilidade de experimentá-los na
dimensão corporal (sentidos) e na dimensão subjetiva (sentimentos).
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singularidade da sua expressão, oferece a possibilidade de representação da
realidade e de formas e elementos do dia a dia. Portanto, o desenho, assim
como a representação de papéis, é um jogo simbólico e também uma forma de
a criança lidar com a realidade que a cerca.
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Nas atividades artísticas de expressão, deve-se refletir sobre como o trabalho
com o desenho é considerado nas instituições de Educação Infantil e quais as
posturas dos profissionais diante da produção das crianças. Ainda é muito
comum escolher os desenhos “mais bonitos” para enfeitar os murais no interior
e exterior das salas de atividades. Essa ação podadora serve somente para
validar determinado conceito de beleza, além de não incentivar a liberdade de
expressão, uma vez que sempre colocará um modelo em exposição. Outra
prática ainda comum é a de colocar um desenho xerocado no quadro como
modelo e pedir para as crianças reproduzirem fielmente os traços e as cores, o
que desconsidera a imaginação e a criatividade da criança. Quem sempre
apresenta às crianças uma árvore com o tronco marrom e folhas verdes está
desconsiderando a diversidade da flora do nosso país e também do nosso
planeta. Desse modo, é preciso sair do espaço “seguro” das quatro paredes e
passear pelo pátio, pelas ruas e pelos parques, mostrando a árvore como ela
realmente é e explicando que, dependendo da estação do ano, suas folhas
caem, secam e mudam de cor.
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fornecendo subsídios para que a criança construa sua estrutura corporal e
conheça seu próprio corpo e os elementos que compõem os movimentos, a
interação e a coletividade.
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7. REFERÊNCIAS
CUNHA, Susana Rangel Vieira da, Como vai a Arte na Educação Infantil?.
Dez. 2009. Disponível em: www.educared.org.ar/infanciaenred/elgloborojo/
globo.../Arte.pdf - Acesso em: 10 dez. 2009.
HOLM, Anna Marie. Fazer e Pensar Arte. São Paulo: Museu de Arte Moderna
de São Paulo, 2005.
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MARTINS, Mirian Celeste; PICOSQUE, Gisa; GUERRA, M. Terezinha Telles.
Didática do Ensino de Arte: poetizar, fruir e conhecer Arte. São Paulo: FTD,
1998.
VILLAR, Ludmila. Por que o mundo dança? . Marie Claire. Rio de Janeiro:
Globo. n. 232, julho, 2010
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FICHA TÉCNICA
PREFEITA MUNICIPAL
Marília Aparecida Campos
VICE – PREFEITO
Agostinho da Silveira
CONSULTORIA PEDAGÓGICA
Fátima Regina Teixeira de Salles Dias
Vitória Líbia Barreto de Faria
CO-AUTORES(AS)
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