0% acharam este documento útil (0 voto)
2K visualizações4 páginas

Pronúncia Do Latim

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1/ 4

PRONÚNCIA DO LATIM

(ECLESIÁSTICO)

VOGAIS E DITONGOS:

Todas as vogais se pronunciam sempre, em qualquer que seja a posição que


ocupem na palavra.
• o A como na palavra portuguesa PÁ, por exemplo: AltÁre, AnimA;
• o E quase como na palavra portuguesa CREDO, por exemplo: DEus, orEmus.
• o I e o Y como na palavra portuguesa MIRA, por exemplo: anIma, butYrum;
• o O como na palavra portuguesa ÓPERA, por exemplo: Orémus, hÓra;
• o U como na palavra portuguesa UVA, por exemplo: DóminUs, lUx.

Nos ditongos, cada vogal conserva o som que lhe é próprio, menos em AE e
OE, que, com relação à pronúncia, equivalem à vogal E, por exemplo: caelum
= cElum, poena = pEna, quáesumus = quEsumus (nota: no ditongo o acento
agudo fica sobre a primeira das duas vogais, colocando-se sobre a vogal-
base);

Nos outros ditongos AU e EU e I (nas interjeições: HEI) ouvem-se as duas


vogais, mas numa só emissão de voz: lau-da, eu-ge;

OU e AI nunca são ditongos - cada vogal se pronuncia separadamente: prout =


pro-ut, ait = a-it;

O U precedido de Q ou G forma ditongo com a vogal seguinte: qui, sanguis;

Observação:
Evite-se, cuidadosamente o defeito de dar, como se faz em português, às
vogais átonas, som fechado ou mudo, especialmente ao E, e ao O, por
exemplo: DóminO, não dóminU. VirtutE, não virtutI.

As vogais E e O são mediocremente abertas.

Não há nasal - cada vogal deve conservar a pureza do seu som, seja qual for a
consoante que segue: co-nfu-nda-ntur, se-mper.

CONSOANTES:

Para se obter a articulação nítida das consoantes:

Articular é pôr em relevo todos os elementos das sílabas, atacando nitidamente


as consoantes e, por conseguinte, as vogais, que entram em sua composição.
Deve-se enunciar cada um dos elementos da sílaba com regularidade,
unidade, clareza, inteligência e firmeza, embora com doçura e maciez. Quando
se articula bem, a voz sempre bastará para se fazer ouvir.
Todas as consoantes sempre se pronunciam, seja qual for a posição que
ocupem nas palavras. Ao contrário do que se dá em português, as consoantes
dobradas devem-se pronunciar ambas: steL-La, oF-Fero, peC-Cáta, toL-Lis e
não stela, ofero, pecata, tolis

As consoantes e grupos de consoantes pronunciam-se como em português,


menos nos seguintes casos:

1.
a) - o C diante de E, I, Y, AE e OE tem o som do C italiano, equivale quase a
TCH: Cícero = TCHiTCHero, Cibus = TCHibus;
b) - o grupo CC soa TTCH: ecce = eTTCHe;
c) - o grupo CH soa sempre como K: brachium = bráKium; Melchísedech: este
CH final pronuncia-se como K = MelkísedeK

2.
a) - o G antes de E e I pronuncia-se DG: genu = DGenu; agit = aDGit.
b) - o GN soa sempre NH: agnus = a-NHus.

3.
o H é letra muda, nunca aspirada; não se pronuncia, menos em: mihi, nihil, e
compostos em que o H tem o som de K: mihi = miKi; nihil = niKil.

4.
o J para os efeitos de pronúncia vale sempre I. Nunca, portanto, tem o som do
J português: ejus = é-Iuss. (A letra J deixou de ser usada no latim eclesiástico)

5.
a) - o S soa sempre como dois SS: nos = nóSS e não nóz.
b) - entre vogais é ligeiramente sibilante lembrando quase o Z: Jesus =
i=éZuss.
c) - SC antes de E ou I é igual a CH (chapéu): descéndit = deCHéndit.

6.
TI precedido de uma letra qualquer, que não seja S, X ou T e seguido de uma
vogal, soa TCI: patiéntia = paTCIénTCIa; o T final sempre se pronuncia: es-
sunT, assim como o TH de sá-ba-oTH, palavra hebráica;
7.
a) - o X depois de vogal (que não seja o E) soa KÇ: axis = aKÇiss.
b) - o X depois de E vale KZ: exaudi = eKZaudi
c) - o XC diante de E e I vale KCH: excelsis = eKCHélsiss.

8.
o Z soa DS: Zelus = DSéluss, ZiZania = DSiDSania.

Observação:

Não há som nasal em latim: diz-se a-mor e não ã-mor, vobíscu-m, cínere-m,
orié-ntis, isto é; o M e o N não devem nasalizar a vogal que o precede: cí-ne-
rem, co-n-céde, mu-n-di etc.
Evite-se todo o som NASAL, que não existe na pronúncia romana. O

a) - ROSAM: o AM final não deve soar como na 3ª pessoa do plural: eles


amAM.
b) - VIRTUTEM: não como EM português: eles devEM.
c) - MAGNUS = MÁ-nhuss e não MÃ-nhus.

Observação: Estas regras foram tiradas do Apêndice VIII – PRONÚNCIA


ROMANA DO LATIM, da Gramática Latina, do Pe. João Ravizza, da Arcádia
Romana, livro muito utilizado nos seminários católicos até a década de 1960.

Defeitos brasileiros na pronúncia do latim romano:

a) - falar para dentro, e não na ponta dos lábios;

b) - pronunciar as vogais com nasalidade: am na e men, im, in, om, on, um e


un: Deve-se dizer, por exemplo: qu-ó-ni-a-m (A-Me), á-me-n (MENe), hó-mi-
nes, co-n-ver-te, spí-ri-tu-m;

c) - molhar o som das sílabas di e ti. Deve-se conservar o D e o T bem dentais;

d) - dar a AL, EL, IL, OL e UL um som cheio, gutural quando deve ser o L
pronunciado mais na ponta da língua;

e) não pronunciar as consoantes dobradas que devem ser, todas as duas,


pronunciadas: al-lelúia, pec-cáta, col-lium, at-ténde;
f) dar às vogais finais átonas O e E valor e U e I, respectivamente: dóminu,
virtúti por dómino, virtúte;

g) comer as finais, como em gló-ri-a, pro-pi-ti-á-tio, ma-ter, De-i, co-gi-ta-ti-ó-


nes; ou proncunciá-las forte demais: sanctá, Mariá, etc;

Você também pode gostar