Exercicios Com Grafos

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Exerccios de

Teoria dos Grafos


http://www.ime.usp.br/~pf/grafos-exercicios/
teceira edio
Paulo Feoloff
Departamento de Cincia da Computao
Instituto de Matemtica e Estatstica
Universidade de So Paulo
8 de junho de 2011
FEOFILOFF 2
Sumrio
1 Conceitos bsicos 7
1.1 Grafos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
1.2 Grafos bipartidos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
1.3 Vizinhanas e graus de vrtices . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
1.4 Caminhos e circuitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
1.5 Unio e interseo de grafos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
1.6 Grafos planares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
1.7 Subgrafos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
1.8 Cortes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
1.9 Caminhos e circuitos em grafos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
1.10 Grafos conexos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
1.11 Componentes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
1.12 Pontes e grafos aresta-biconexos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
1.13 Articulaes e grafos biconexos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
1.14 Florestas e rvores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
1.15 Minors de grafos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
1.16 Mapas planos e suas faces . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
1.17 Grafos aleatrios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
2 Isomorsmo 59
3 Sntese de grafos com graus dados 65
4 Caracterizao de grafos bicolorveis 67
3
FEOFILOFF 4
5 Conjuntos estveis 71
6 Cliques 77
7 Cobertura por vrtices 81
8 Colorao de vrtices 83
9 Emparelhamentos 95
10 Emparelhamentos em grafos bipartidos 101
11 Emparelhamentos em grafos arbitrrios 107
12 Colorao de arestas 111
13 Conectores e conjuntos acclicos 117
14 Caminhos e circuitos mnimos 121
15 Circuitos e caminhos hamiltonianos 125
16 Coberturas por circuitos 131
17 Fluxo 137
18 Fluxo internamente disjunto 141
19 Caracterizao da planaridade 145
A Algumas dicas 149
B O alfabeto grego 155
Bibliograa 158
ndice Remissivo 159
Prefcio
A teoria dos grafos estuda objetos combinatrios os grafos que so um
bom modelo para muitos problemas de matemtica, de computao, e de
engenharia. A teoria dos grafos no propriamente uma teoria mas uma
coleo de problemas. Muitos desses problemas so um interessante desao
intelectual e tm importantes aplicaes prticas.
O presente texto uma coleo de exerccios de teoria dos grafos. A mai-
oria dos exerccios foi extrada dos livros de Bondy e Murty [BM08, BM76],
Wilson [Wil79], Diestel [Die00, Die05], Bollobs [Bol98], Lovsz [Lov93], Mel-
nikov et alii [MST
+
98], Lucchesi [Luc79] e Lovsz e Plummer [LP86]. Alguns
outros so subproduto de projetos de pesquisa. Autros ainda nasceram de
conversas com professores, colegas e alunos.
O texto tem muitos links que levam de uma parte do texto a outra e apontam
para material complementar. Para tirar proveito desses links preciso ler o
texto na tela do seu computador (e no impresso em papel).
O stio www.ime.usp.br/~pf/grafos-exercicios/ tem informaes adicionais, alm
de uma verso atualizada do texto.
Organizao. O captulo 1 trata de conceitos bsicos. Cada um dos outros
captulos aborda um problema clssico. Muitos desses problemas tm car-
ter computacional: procura-se um algoritmo eciente que receba um grafo e
extraia dele uma certa informao. Alguns dos problemas so fceis, outros
so difceis; alguns j foram resolvidos, outros no.
1
Em que ordem os captulos devem ser examinados? Depois de estudar a
primeira seo do captulo 1, sugiro que o leitor avance imediatamente para o
captulo 2 e os seguintes, voltando ao captulo 1 somente quando isso se zer
necessrio. H um bom ndice remissivo que ajuda a localizar as denies
dos vrios conceitos.
1
Para vrios desses problemas no se conhece (ainda?) um algoritmo rpido, ou seja,
no se conhece um algoritmo substancialmente melhor que examinar, pacientemente, uma
enorme lista de candidatos a soluo. Em termos tcnicos, um problema desse tipo NP-
completo ou NP-difcil. Veja os livros de GareyJohnson [GJ79], Harel [Har92] e Sipser [Sip97].
5
FEOFILOFF 6
Classicao dos exerccios. Os nmeros dos exerccios tm prexos. O
prexo E genrico. Outros prexos so mais especcos:
EF . . . exerccio particularmente fcil ou rotineiro
ED . . . exerccio difcil
EDD . . . exerccio muito difcil
EI . . . exerccio importante
EID . . . exerccio importante e difcil
EIF . . . exerccio importante mas fcil
EU . . . exerccio til como ferramenta tcnica
DD . . . desao, problema em aberto
Terminologia tcnica em ingls. Boa parte da literatura da teoria dos gra-
fos est escrita em ingls. Por isso, a denio de cada termo tcnico em
portugus acompanhada, entre parnteses, do correspondente termo em
ingls. O termo em ingls tambm listado no ndice remissivo.
O idioma ingls determinou a escolha de muitos smbolos. Assim, por exem-
plo, o conjunto das arestas (= edges) de um grafo denotado por E e no
por A, como seria mais natural em portugus.
Agradecimentos. Agradeo a Rogrio Brito por resolver vrias diculda-
des tipogrcos.
IMEUSP, So Paulo, dezembro de 2010
P. F.
Captulo 1
Conceitos bsicos
Este captulo formaliza a noo de grafo, d vrios exemplos, e introduz al-
guns conceitos bsicos da teoria (grau de vrtice, corte, subgrafo, conexo,
componente, minor etc.). O captulo tambm introduz vrios tipos impor-
tantes de grafos, como
caminhos,
circuitos,
rvores,
grafos bipartidos,
grafos biconexos,
grafos planares, etc.
Sugiro que depois de estudar a primeira seo deste captulo o leitor avance
imediatamente para os captulos seguintes. Mais tarde, quando houver ne-
cessidade, o leitor poder voltar a este captulo para rever conceitos e enten-
der as sutilezas de algumas denies. Use o ndice remissivo para encontrar
as denies dos vrios conceitos.
Eis as sees deste captulo:
1.1 Grafos
1.2 Grafos bipartidos
1.3 Vizinhanas e graus de vrtices
1.4 Caminhos e circuitos
1.5 Unio e interseo de grafos
1.6 Grafos planares
1.7 Subgrafos
1.8 Cortes
1.9 Caminhos e circuitos em grafos
7
FEOFILOFF Conceitos bsicos 8
1.10 Grafos conexos
1.11 Componentes
1.12 Pontes e grafos aresta-biconexos
1.13 Articulaes e grafos biconexos
1.14 Florestas e rvores
1.15 Minors de grafos
1.16 Mapas planos e suas faces
1.17 Grafos aleatrios
FEOFILOFF Grafos 9
1.1 Grafos
Um grafo (= graph)
1
uma estrutura formada por dois tipos de objetos: vr-
tices (= vertices) e arestas (= edges). Cada aresta um par no ordenado de
vrtices, ou seja, um conjunto com exatamente dois vrtices.
2
Uma aresta
como v, w ser denota simplesmente por vw ou wv; diremos que a aresta n
incide em v e em w; diremos tambm que v e w so as pontas da aresta; di-
remos, ainda, que os vrtices v e w so vizinhos (= neighbors), ou adjacentes
(= adjacent).
EXEMPLO: os vrtices do grafo so t, u, v, w, x, y, z e as arestas
so vw, uv, xw, xu, xy e yz. A gura abaixo uma representao
grca desse grafo.
r
r
r r
r
r
r

v
u
w
y
x
z
t
De acordo com nossa denio, um grafo no pode ter duas arestas diferen-
tes com o mesmo par de pontas (ou seja, no pode ter arestas paralelas).
Alm disso, as duas pontas de qualquer aresta so diferentes (ou seja, no
h laos). Alguns livros gostam de enfatizar esse aspecto da denio di-
zendo que o grafo simples; ns no usaremos este adjetivo. simples
Um grafo com conjunto de vrtices V e conjunto de arestas E denotado
por (V, E). Muitas vezes conveniente dar um nome ao grafo como um todo. (\, 1)
Se o nome do grafo G, o conjunto dos seus vrtices denotado por V
G
e o
\
G
, 1
G
conjunto das suas arestas por E
G
. O nmero de vrtices de G denotado por
n(G)
n(G) e o nmero de arestas por m(G); portanto,
:(G)
n(G) := [V
G
[ e m(G) := [E
G
[ .
O complemento de um grafo (V, E) o grafo (V, V
(2)
E), onde V
(2)
o con- \
(2)
junto de todos os pares no ordenados
3
de elementos de V . O complemento
de G usualmente denotado por G. G
Um grafo G completo se E
G
= V
(2)
G
. A expresso G um K
n
uma 1
n
abreviatura de G um grafo completo com n vrtices. Um grafo G vazio
se E
G
= . A expresso G um K
n
uma abreviatura de G um grafo 1
n
vazio com n vrtices.
1
O termo foi usado pela primeira vez (no sentido que nos interessa aqui) por James
Joseph Sylvester (181 18). (Veja verbete na Wikipedia.)
2
Suporemos sempre que os conjuntos de vrtices e de arestas de qualquer grafo so
nitos e mutuamente disjuntos. Suporemos tambm que o conjunto de vrtices no vazio.
3
Diestel [Die05] escreve [\ ]
2
. H quem escreva
_
V
2
_
.
FEOFILOFF Grafos 10
Exerccios
E 1.1 Faa uma lista de todos os grafos que tenham a, b, c por conjunto
de vrtices.
4
Faa a lista de modo que cada grafo aparea ao lado do seu
complemento.
E 1.2 Faa uma gura de um K
5
e outra de um K
5
. Quantas arestas tem
um K
n
? E um K
n
?
E 1.3 A matriz de adjacncias de um grafo G a matriz A denida da se-
guinte maneira: para quaisquer dois vrtices u e v, matriz de
adjacncias
A[u, v] =
1 se uv E
G
,
0 em caso contrrio.
claro que a matriz indexada por V
G
V
G
. (A matriz de adjacncia uma
espcie de gura do grafo. Ela tem certas vantagens sobre a gura pontos-
e-linhas que usamos acima.)
Escreva a matriz de adjacncias do grafo denido no exemplo que apa-
rece na pgina 9. Escreva a matriz de adjacncias de um K
4
. Qual a relao
entre a matriz de adjacncias de um grafo e matriz de adjacncias do seu
complemento?
E 1.4 A matriz de incidncias de um grafo G a matriz M denida da se-
guinte maneira: para todo vrtice u e toda aresta e, matriz de
incidncias
M[u, e] =
1 se u uma das pontas de e ,
0 em caso contrrio.
claro que a matriz indexada por V
G
E
G
. (A matriz de incidncia uma
espcie de gura do grafo. Ela tem certas vantagens sobre a gura pontos-
e-linhas que usamos acima.)
Escreva a matriz de incidncias do grafo denido no exemplo que apa-
rece na pgina 9. Escreva a matriz de incidncias de um K
4
. Quanto vale a
soma de todos os elementos da matriz de incidncias de um grafo? Qual a
relao entre a matriz de incidncias de um grafo e matriz de incidncias do
seu complemento?
E 1.5 Os hidrocarbonetos conhecidos como alcanos tm frmula qumica alcanos
C
p
H
2p+2
, onde C e H representam molculas de carbono e hidrognio res-
pectivamente. As molculas de alcanos podem ser representadas por grafos
como os da gura 1.1.
Faa uma gura de uma molcula de metano C
1
H
4
. Quantas molculas
diferentes de C
3
H
8
existem?
FEOFILOFF Grafos 11
r r
r
r
r r
r
r
r
r r r r
r r r
r r r r
r r
r
r r
r
r
r
r r
r
r
r
r
r r
Figura 1.1: Etano (C
2
H
6
), butano (C
4
H
10
) e isobutano (C
4
H
10
). Os vrti-
ces em que incide uma s aresta representam tomos de hidrognio (H);
os demais representam tomos de carbono (C). (Veja o exerccio 1.5.)
E 1.6 Seja V o produto cartesiano 1, 2, . . . , p1, 2, . . . , q, isto , o conjunto
de todos os pares ordenados
5
(i, j) com i em 1, . . . , p e j em 1, . . . , q. Di-
gamos que dois elementos (i, j) e (i

, j

) de V so adjacentes se
i = i

e [j j

[ = 1 ou j = j

e [i i

[ = 1 .
Essa relao de adjacncia dene um grafo sobre o conjunto V de vrtices.
Esse grafo conhecido como grade (= grid) p-por-q. grade
Quantas arestas tem a grade p-por-q? Escreva as matrizes de adjacncia
e incidncia de uma grade 4-por-5.
r r r
r r r r
r r
r
r r
Figura 1.2: Uma grade 3-por-4 (veja exerccio 1.6).
E 1.7 Dados nmeros inteiros p e q, seja V o conjunto 1, 2, 3, . . . , pq2, pq1,
pq. Digamos que dois elementos k e k

de V , com k < k

, so adjacentes se
k

= k +q ou
6
k mod q ,= 0 e k

= k + 1.
Essa relao de adjacncia dene um grafo com conjunto de vrtices V .
Faa uma gura do grafo com parmetros p = 3 e q = 4. Faa uma gura
do grafo com parmetros p = 4 e q = 3. Qual a relao entre esses grafos e a
grade denida no exerccio 1.6?
E 1.8 O grafo dos movimentos da dama, ou simplesmente grafo da dama, dama
denido assim: os vrtices do grafo so as casas de um tabuleiro de xadrez
com t linhas e t colunas (no tabuleiro usual temos t = 8) e dois vrtices so
4
Num conjunto, a ordem em que os elementos so apresentados irrelevante. Assim,
o, /, c = /, c, o = c, /, o.
5
Um par ordenado uma sequncia de comprimento 2. Numa sequncia, a ordem dos
elementos essencial. Assim, (1, 2) ,= (2, 1) e (1, 2, 1) ,= (1, 1, 2).
6
A expresso / mod denota o resto da diviso de / por , ou seja, /, /,|.
FEOFILOFF Grafos 12
adjacentes se uma dama (= queen) do jogo de xadrez pode saltar de um deles
para o outro em um s movimento. Para deixar claro o nmero de linhas e
colunas do tabuleiro, podemos dizer que esse o grafo da dama t-por-t. (Veja
gura 1.3.)
Faa uma gura do grafo da dama 4-por-4. Escreva as matrizes de adja-
cncia e incidncia do grafo da dama 4-por-4. Quantas arestas tem o grafo da
dama 8-por-8? Quantas arestas tem o grafo da dama t-por-t?
E 1.9 O grafo do cavalo t-por-t denido assim: os vrtices do grafo so as cavalo
casas de um tabuleiro de xadrez com t linhas e t colunas; dois vrtices so
adjacentes se um cavalo (= knight) do jogo de xadrez pode saltar de um deles
para o outro em um s movimento. (Veja gura 1.3.)
Faa uma gura do grafo do cavalo 3-por-3. Escreva as matrizes de ad-
jacncia e incidncia do grafo do cavalo 3-por-3. Quantas arestas tem o grafo
do cavalo 8-por-8? Quantas arestas tem o grafo do cavalo t-por-t?
Figura 1.3: Tabuleiros de xadrez 8-por-8. A gura esquerda indica todos
os vizinhos do vrtice no grafo da dama (veja exerccio 1.8). A da direita
indica todos os vizinhos do vrtice no grafo do cavalo (veja exerccio 1.9).
E 1.10 O grafo do bispo t-por-t denido assim: os vrtices do grafo so as bispo
casas de um tabuleiro de xadrez com t linhas e t colunas; dois vrtices so
adjacentes se um bispo (= bishop) do jogo de xadrez pode saltar de um deles
para o outro em um s movimento.
Faa uma gura do grafo do bispo 4-por-4. Escreva as matrizes de adja-
cncia e incidncia do grafo do bispo 4-por-4. Quantas arestas tem o grafo do
bispo 8-por-8? Quantas arestas tem o grafo do bispo t-por-t?
E 1.11 O grafo da torre t-por-t denido assim: os vrtices do grafo so as torre
casas de um tabuleiro de xadrez com t linhas e t colunas; dois vrtices so
adjacentes se um torre (= rook) do jogo de xadrez pode saltar de um deles
para o outro em um s movimento.
Faa uma gura do grafo da torre 4-por-4. Escreva as matrizes de adja-
cncia e incidncia do grafo da torre 4-por-4. Quantas arestas tem o grafo da
torre 8-por-8? Quantas arestas tem o grafo da torre t-por-t?
E 1.12 O grafo do rei t-por-t denido assim: os vrtices do grafo so as rei
casas de um tabuleiro de xadrez com t linhas e t colunas; dois vrtices so
FEOFILOFF Grafos 13
adjacentes se um rei (= king) do jogo de xadrez pode saltar de um deles para
o outro em um s movimento.
Faa uma gura do grafo do rei 4-por-4. Escreva as matrizes de adjacn-
cia e incidncia do grafo do rei 4-por-4. Quantas arestas tem o grafo do rei
8-por-8? Quantas arestas tem o grafo do rei t-por-t?
E 1.13 O grafo das palavras denido assim: cada vrtices uma palavra da palavras
lngua portuguesa e duas palavras so adjacentes se diferem em exatamente
uma posio. (Esse grafo uma adaptao do ladders do Stanford Graph-
Base [Knu93].) Por exemplo, rato e ralo so adjacentes, enquanto ralo e
rota no so. Faa uma gura da parte do grafo denida pelas palavras
abaixo:
caiado cavado cavalo girafa girava ralo ramo rata rato
remo reta reto rota vaiado varado virada virado virava
Escreva as matrizes de adjacncia e incidncia do grafo.
E 1.14 Para qualquer inteiro positivo k, um cubo de dimenso k (ou k-cubo) cubo
o grafo denido da seguinte maneira: os vrtices do grafo so todas as
sequncias
7
b
1
b
2
b
k
de bits
8
; dois vrtices so adjacentes se e somente se
diferem em exatamente uma posio. Por exemplo, os vrtices do cubo de
dimenso 3 so 000, 001, 010, 011, 100, 101, 110, 111; o vrtice 000 adjacente
aos vrtices 001, 010, 100 e a nenhum outro; e assim por diante. O cubo de
dimenso k ser denotado por Q
k
. Q
k
Faa guras dos cubos Q
1
, Q
2
e Q
3
. Escreva as matrizes de adjacncia e
incidncia de Q
3
. Quantos vrtices tem Q
k
? Quantas arestas tem Q
k
?
E 1.15 Seja X o conjunto 1, 2, 3, 4, 5 e V o conjunto X
(2)
(portanto, V o
conjunto de todos os subconjuntos de X que tm exatamente 2 elementos).
Digamos que dois elementos v e w de V so adjacentes se v w = . Essa
relao de adjacncia sobre V dene o grafo de Petersen.
9
Faa uma gura Petersen
do grafo. Escreva as matrizes de adjacncia e incidncia do grafo. Quantos
vrtices e quantas arestas tem o grafo?
E 1.16 Seja V o conjunto de todos os subconjuntos de 1, 2, . . . , n que tm
exatamente k elementos, sendo k n/2. Digamos que dois elementos v e w
de V so adjacentes se v w = . Essa relao de adjacncia sobre V dene o
grafo de Kneser K(n, k).
10
Em particular, K(5, 2) o grafo de Petersen. Faa Kneser
guras de K(n, 1), K(n, n), K(n, n1), K(4, 2), K(5, 3), K(6, 2) e K(6, 3).
7
A expresso /
1
/
2
/
k
uma abreviatura de (/
1
, /
2
, . . . , /
k
).
8
Portanto, cada /
i
pertence ao conjunto 0, 1.
9
Referncia ao dinamarqus Julius Petersen (18 11o). (Veja verbete na Wikipedia.)
10
Lsl Lovsz usou esse grafo em1978 para provar uma conjectura proposta por M. Kne-
ser em 1955.
FEOFILOFF Grafos 14
E 1.17 O grafo dos estados do Brasil denido assim: cada vrtice um dos estados
estados da Repblica Federativa do Brasil; dois estados so adjacentes se tm
uma fronteira comum. Faa um desenho do grafo. Quantos vrtices tem o
grafo? Quantas arestas?
E 1.18 Considere as grandes cidades e as grandes estradas do estado de So
Paulo. Digamos que uma cidade grande se tem pelo menos 300 mil habitan-
tes. Digamos que uma estrada grande se tiver pista dupla (como a SP300,
por exemplo). Digamos que duas grandes cidades so adjacentes se uma
grande estrada ou uma concatenao de grandes estradas liga as duas cida-
des diretamente (ou seja, sem passar por uma terceira grande cidade). Faa cidades
uma gura do grafo das grandes cidades denido pela relao de adjacncia
que acabamos de descrever.
E 1.19 Seja V um conjunto de pontos no plano. Digamos que dois desses
pontos so adjacentes se a distncia entre eles menor que 2. Essa relao
de adjacncia dene o grafo dos pontos no plano (sobre o conjunto V ). Faa pontos
no plano uma gura do grafo denido pelos pontos abaixo.
(0, 2) (1, 2) (2, 2)
(0, 1) (1, 1) (2, 1)
(0, 0) (1, 0) (2, 0)
Escreva as matrizes de adjacncia e incidncia do grafo.
E 1.20 Dado um conjunto V , seja E o conjunto denido da seguinte maneira:
para cada par no ordenado de elementos de V , jogue uma moeda; se o resul-
tado for cara, acrescente o par a E. O grafo (V, E) assim denido aleatrio aleatrio
(= random).
Pegue sua moeda favorita e faa uma gura do grafo aleatrio com vr-
tices 1, . . . , 6. Agora repita o exerccio com uma moeda viciada que d cara
com probabilidade 1/3 e coroa com probabilidade 2/3.
E 1.21 Seja S uma matriz de nmeros inteiros. Suponha que as linhas de S
so indexadas por umconjunto V e que as colunas so indexadas pelo mesmo
conjunto V . O grafo da matriz S denido da seguinte maneira: o conjunto matriz
de vrtices do grafo V e dois vrtices i e j so adjacentes se S[i, j] ,= 0.
O grafo de S est bem denido? Que condies preciso impor sobre a
matriz para que o grafo esteja bem denido?
E 1.22 Suponha dados k intervalos de comprimento nito, digamos I
1
, I
2
,
. . . , I
k
, na reta real. Digamos que dois intervalos I
i
e I
j
so adjacentes se
I
i
I
j
,= . Essa relao de adjacncia dene um grafo com conjunto de
vrtices I
1
, I
2
, . . . , I
k
. Esse um grafo de intervalos. intervalos
Faa uma gura do grafo denido pelos intervalos [0, 2], [1, 4], [3, 6], [5, 6]
e [1, 6]. Escreva as matrizes de adjacncia e incidncia do grafo.
FEOFILOFF Grafos 15
E 1.23 Seja _ uma relao de ordem parcial sobre um conjunto nito V . Por-
tanto, a relao transitiva (se x _ y e y _ z ento x _ z), antissimtrica
(se x _ y e y _ x ento x = y) e reexiva (x _ x para todo x). Digamos
que dois elementos distintos x e y de V so adjacentes se forem comparveis,
ou seja, se x _ y ou y _ x. Essa relao de adjacncia dene o grafo de
comparabilidade da relao _. compara-
bilidade
Faa uma gura do grafo de comparabilidade da relao usual de inclu-
so entre a coleo de todos os subconjuntos de 1, 2, 3.
E 1.24 Duas arestas de umgrafo Gso adjacentes se tmuma ponta comum.
Essa relao de adjacncia dene o grafo das arestas de G. De modo mais
formal, o grafo das arestas (= line graph) de um grafo G o grafo (E
G
, A) em das arestas
que A o conjunto de todos os pares de arestas adjacentes de G. (H quem
diga [Per09] grafo lineal no lugar de grafo das arestas.) O grafo das arestas de
G ser denotado por L(G). (Veja a gura 1.4.) 1(G)
Faa uma gura de L(K
3
). Faa uma gura de L(K
4
). Escreva as matri-
zes de adjacncia e incidncia de L(K
4
). Quantos vrtices e quantas arestas
temL(K
n
)? Faa uma gura do grafo L(P), sendo P o grafo de Petersen (veja
exerccio 1.15).

P
P
P
PP
P
P
P
PP

P
P
P

r
r
r r
r
r
r
v
u
w
y
x
z
t

>
>
>
vu
yz
vw wx
ux
xy
s
s s
s
s s
Figura 1.4: Um grafo (esquerda) e o seu grafo das arestas (direita).
FEOFILOFF Grafos bipartidos 16
1.2 Grafos bipartidos
Sejam U e W dois conjuntos mutuamente disjuntos (isto , U W = ). Seja
E um conjunto de pares no ordenados da forma (u, w) com u U e w W.
Dizemos ento que
(U W, E)
umgrafo bipartido (= bipartite graph). Para explicitar U e W, podemos dizer
que o grafo (U, W)-bipartido.
H quem goste de dizer que o objeto (U, W, E) um bigrafo (= bigraph)
[LP86]. O conceito bom, mas no vamos us-lo.
Um grafo (U, W)-bipartido completo se, para todo u em U e todo w em W,
o par uw uma aresta. Se [U[ = p e [W[ = q, dizemos que o grafo um K
p,q
. 1
p,q
Todo K
1,q
uma estrela (= star). Se q 2, o centro da estrela o nico vrtice estrela
que incide em duas ou mais arestas. (Se q < 2, a estrela no tem centro.)
Figura 1.5: Um grafo bipartido completo.
Exerccios
EF 1.25 Uma pequena fbrica tem cinco mquinas 1, 2, 3, 4 e 5 e seis
operrios A, B, C, D, E e F. A tabela especica as mquinas que cada
operrio sabe operar:
A 2, 3 B 1, 2, 3, 4, 5
C 3 D
E 2, 4, 5 F 2, 5
Faa uma gura do grafo bipartido que representa a relao entre operrios
e mquinas.
EF 1.26 Quantas arestas pode ter um grafo (U, W)-bipartido?
EF 1.27 Quantas arestas tem um K
p,q
? Quantas arestas tem um K
p,q
?
FEOFILOFF Grafos bipartidos 17
E 1.28 Faa uma gura de um K
3,4
. Escreva as matrizes de adjacncia e inci-
dncia de um K
3,4
. Faa uma gura de uma estrela com 6 vrtices.
E 1.29 verdade que o grafo do bispo t-por-t bicolorvel?
E 1.30 Que aparncia tem a matriz de adjacncias de um grafo bipartido?
E 1.31 A matriz da bipartio de um grafo (U, W)-bipartido denida as-
sim: cada linha da matriz um elemento de U, cada coluna da matriz um
elemento de W e no cruzamento da linha u com a coluna w temos um 1 se uw
uma aresta e temos um 0 em caso contrrio.
Escreva a matriz da bipartio do grafo do exerccio 1.25. Adote a bipar-
tio bvia: U = A, . . . , F e W = 1, . . . , 5.
FEOFILOFF Vizinhanas e graus de vrtices 18
1.3 Vizinhanas e graus de vrtices
A vizinhana (= neighborhood) de um vrtice v em um grafo G o conjunto
de todos os vizinhos de v. Este conjunto ser denotado por
N
G
(v)
ou simplesmente por N(v).
11
O grau (= degree) de um vrtice v em um grafo N()
G o nmero de arestas que incidem em v. O grau de v ser denotado por
d
G
(v)
ou simplesmente por d(v). evidente que d(v) = [N(v)[ para todo vrtice v. d()
Um vrtice v isolado se d(v) = 0.
O grau mnimo dos vrtices de um grafo
12
G o nmero (G)
(G) := min
vV
G
d
G
(v)
e o grau mximo dos vrtices o nmero (G) := max
vV
G
d
G
(v). (G)
A mdia dos graus de G, ou seja,
1
|V |

vV
d(v), ser denotada por (G).
13
j(G)
Como veremos no exerccio 1.43, (G) = 2m(G)/n(G).
Um grafo regular se todos os seus vrtices tm o mesmo grau, ou seja, se
= . Um grafo r-regular se d(v) = r para todo vrtice v. Um grafo cbico
o mesmo que um grafo 3-regular.
Exerccios
EF 1.32 Quais so os graus dos vrtices de uma estrela (veja a seo 1.2)?
EF 1.33 Se G um K
n
, quanto valem (G) e (G)? Quanto valem os par-
metros e de um K
p,q
(veja a seo 1.2)?
EF 1.34 Para r = 1, 2, 3, faa uma gura de um grafo r-regular com 12 vrti-
ces.
E 1.35 Quais so os graus dos vrtices de uma molcula de alcano (veja exer-
ccio 1.5)?
11
Alguns autores dizem Adj () em lugar de N(). Outros dizem ().
12
A expresso grau mnimo de um grafo no muito gramatical, uma vez que grau
de um grafo no faz sentido.
13
Ao contrrio de e , a notao j no uma unanimidade.
FEOFILOFF Vizinhanas e graus de vrtices 19
E 1.36 Calcule os valores dos parmetros , e no k-cubo (veja exerc-
cio 1.14) e no grafo de Petersen (veja exerccio 1.15 ou gura 1.6).
r
r
r
r r
r r
r
r
r
-
-
`
`
`\
\
\
\
`
`

`
`
`
`

`
`
`
`

.
.
Figura 1.6: Grafo de Petersen. Veja exerccios 1.15 e 1.36.
E 1.37 Calcule os valores dos parmetros e no grafo dos estados do Brasil
(veja exerccio 1.17).
E 1.38 Calcule os valores dos parmetros , e no grafo da dama (veja
exerccio 1.8) e no grafo do cavalo (veja exerccio 1.9).
E 1.39 Seja A a matriz de adjacncias (veja exerccio 1.3) e M a matriz de inci-
dncias (veja exerccio 1.4) de umgrafo G. Quanto vale a soma dos elementos
da linha v de A? Quanto vale a soma dos elementos da linha v de M?
EU 1.40 Seja G um grafo (U, W)-bipartido. Suponha que G r-regular, com
r > 0. Mostre que [U[ = [W[.
E 1.41 verdade que todo grafo com pelo menos dois vrtices tem dois vr-
tices com o mesmo nmero de vizinhos? Em outras palavras, se um grafo
tem mais de um vrtice, verdade que tem dois vrtices distintos v e w tais
que [N(v)[ = [N(w)[? (Uma maneira informal de dizer isso: verdade que em
toda cidade com pelo menos dois habitantes residem duas pessoas que tm
exatamente o mesmo nmero de amigos na cidade?)
EI 1.42 Mostre
14
que, em todo grafo, a soma dos graus dos vrtices igual ao
dobro do nmero de arestas. Ou seja, todo grafo (V, E) satisfaz a identidade

vV
d(v) = 2[E[ . (1.1)
EF 1.43 Mostre que a (G) = 2m(G)/n(G) para todo grafo G.
14
Mostre = prove.
FEOFILOFF Vizinhanas e graus de vrtices 20
EF 1.44 Mostre que todo grafo Gtemumvrtice v tal que d(v) 2m(G)/n(G)
e um vrtice w tal que d(w) 2m(G)/n(G). verdade que todo grafo G tem
um vrtice x tal que d(x) < 2m(G)/n(G)?
E 1.45 Mostre que em qualquer grafo tem-se 2m/n .
E 1.46 Mostre que todo grafo comn vrtices tem no mximo n(n 1)/2 ares-
tas.
EU 1.47 Mostre que em qualquer grafo o nmero de vrtices de grau mpar
necessariamente par.
E 1.48 Quantas arestas tem o grafo da dama 8-por-8 (veja exerccio 1.8)?
Quantas arestas tem o grafo da dama t-por-t?
E 1.49 Quantas arestas tem o grafo do cavalo 4-por-4 (veja exerccio 1.9)?
Quantas arestas tem o grafo do cavalo t-por-t?
E 1.50 Quantas arestas tem um grafo r-regular com n vrtices?
E 1.51 Quantas arestas tem o cubo de dimenso k?
E 1.52 Quantas arestas tem o grafo das arestas (veja exerccio 1.24) de um
grafo G?
E 1.53 Seja G o complemento de um grafo G. Calcule (G) e (G) em funo
de (G) e (G).
E 1.54 Seja G um grafo tal que m(G) > n(G). Mostre que (G) 3.
E 1.55 Suponha que um grafo G tem menos arestas que vrtices, ou seja, que
m(G) < n(G). Mostre que G tem (pelo menos) um vrtice de grau 0 ou (pelo
menos) dois vrtices de grau 1.
ED 1.56 Escolha dois nmeros naturais n e k e considere o seguinte jogo para
dois jogadores, Ae B. Cada iterao do jogo comea comumgrafo Gque tem
n vrtices (no incio da primeira iterao tem-se E
G
= ). Em cada iterao
mpar (primeira, terceira, etc.), o jogador A escolhe dois vrtices no adjacen-
tes u e v e acrescenta uv ao conjunto de arestas do grafo. Em cada iterao
par (segunda, quarta, etc.), o jogador B faz um movimento anlogo: escolhe
dois vrtices no adjacentes u e v e acrescenta uv ao conjunto de arestas do
grafo. O primeiro jogador a produzir um grafo G tal que (G) k perde o
FEOFILOFF Vizinhanas e graus de vrtices 21
jogo. Problema: determinar uma estratgia vencedora para A e uma estrat-
gia vencedora para B.
FEOFILOFF Caminhos e circuitos 22
1.4 Caminhos e circuitos
Esta seo introduz dois tipos muito simples mas muito importantes de gra-
fos. Para quaisquer objetos v
1
, v
2
, v
3
, . . . , v
n
distintos dois a dois, o grafo
_
v
1
, v
2
, v
3
, . . . , v
n
, v
1
v
2
, v
2
v
3
, . . . , v
n1
v
n

_
um caminho (= path). Por exemplo, o grafo (x, y, w, z, xy, yw, wz) um
caminho.
15
Portanto, um grafo um caminho se seus vrtices podem ser ordenados de
tal maneira que o primeiro seja adjacente ao segundo, o segundo adjacente
ao terceiro, etc., o penltimo adjacente ao ltimo e que no haja outras adja-
cncias entre os vrtices alm dessas. Em outras palavras, um grafo G um
caminho se V
G
admite uma permutao
16
(v
1
, v
2
, . . . , v
n
) tal que
v
i
v
i+1
: 1 i < n = E
G
.
Os vrtices v
1
e v
n
so os extremos do caminho; os demais vrtices so inter-
nos.
17
Diremos que esse caminho liga v
1
a v
n
.
O caminho que acabamos de descrever pode ser denotado simplesmente por
v
1
v
2
v
n
. Por exemplo, se dissermos o caminho xywz estaremos nos refe-
1

2

n
rindo ao grafo (x, y, w, z, xy, yw, wz).
Para quaisquer objetos v
1
, v
2
, v
3
, . . . , v
n
distintos dois a dois, com n 3, o
grafo
_
v
1
, v
2
, v
3
, . . . , v
n
, v
1
v
2
, v
2
v
3
, . . . , v
n1
v
n
, v
n
v
1

_
um circuito (= circuit = polygon).
18
Em outras palavras, um grafo G
um circuito
19
se V
G
tem 3 ou mais elementos e admite uma permutao
(v
1
, v
2
, . . . , v
n
) tal que
v
i
v
i+1
: 1 i < n v
n
v
1
= E
G
.
Esse circuito pode ser denotado simplesmente por v
1
v
2
v
n
v
1
. As-

2

n

1
sim, se dissermos o circuito xyzx, estaremos nos referindo ao grafo
(x, y, z, xy, yz, zx).
15
Convm insistir que, para ns, caminhos so grafos. Em alguns livros, caminhos so
tratados como sequncias de vrtices e no como grafos.
16
Uma permutao de um conjunto A uma sequncia em que cada elemento de A
aparece uma e uma s vez.
17
Alguns autores [Per09] dizemque umcaminho s caminho se tiver 2 ou mais vrtices.
Para ns, entretanto, o grafo (, ) umcaminho. Esse detalhe no to irrelevante quanto
pode parecer.
18
Alguns autores dizem ciclo (= cycle) no lugar de circuito.
19
Observe que, para ns, um circuito um grafo. Em alguns livros, circuitos so tratados
como sequncias (de um certo tipo) e no como grafos.
FEOFILOFF Caminhos e circuitos 23
r
r
r
r r
r
r r
r
r r

`
`

`
`

`
`
`
`
Figura 1.7: Um caminho e um circuito.
O comprimento de um caminho ou circuito G o nmero m(G). claro que
um caminho de comprimento m tem m + 1 vrtices e um circuito compri-
mento m tem m vrtices.
20
Um tringulo, quadrado, pentgono e hexgono o mesmo que um circuito
de comprimento 3, 4, 5 e 6 respectivamente.
Exerccios
EF 1.57 Faa uma gura de um caminho de comprimento 0, de um caminho
de comprimento 1 e de um caminho de comprimento 2. Faa uma gura de
um circuito de comprimento 3 e de um circuito de comprimento 4. Por que a
denio de circuito tem a restrio n 3?
EF 1.58 Seja V o conjunto a, b, c, d, e e E o conjunto de, bc, ca, be. Veri-
que que o grafo (V, E) um caminho. Agora suponha que F o conjunto
bc, bd, ea, ed, ac e verique que o grafo (V, F) um circuito.
EF 1.59 Faa um gura do caminho 1 2 4 3 5. Faa um gura do caminho
1 3 2 4 3 5. Faa um gura do circuito 1 2 4 3 5 1.
EF 1.60 Verique que o caminho u v wxy z tambm pode ser denotado por
z y xwv u. Verique que essas duas expresses representam o mesmo cami-
nho.
EF 1.61 Considere o circuito u v wxy z u. Mostre que z y xwv uz tambm
um circuito. Mostre que qualquer permutao cclica como wxy z u v w,
por exemplo tambm um circuito. Mostre que todas essas expresses
representam o mesmo circuito.
EF 1.62 Exiba as matrizes de adjacncias e incidncias de um caminho de
comprimento 4. Exiba as matrizes de adjacncias e incidncias de umcircuito
de comprimento 5.
20
A expresso tamanho de um caminho vaga e ambgua: no se sabe se estamos
falando do nmero de vrtices ou do nmero de arestas do caminho.
FEOFILOFF Caminhos e circuitos 24
EF 1.63 verdade que o grafo do cavalo 3-por-3 um circuito?
EF 1.64 Verique que a grade 1-por-n um caminho de comprimento n 1.
Quais grades so circuitos?
EF 1.65 Suponha que P um caminho de comprimento n1 e O um circuito
de comprimento n. Quanto valem (P), (P), (O) e (O)?
EF 1.66 Faa uma gura do complemento de umcaminho de comprimento 3.
Faa uma gura do complemento de um caminho de comprimento 4. Faa
uma gura do complemento de um circuito de comprimento 5. Faa uma
gura do complemento de um circuito de comprimento 6.
E 1.67 Quantos caminhos diferentes existem com conjunto de vrtices
1, 2, 3? Quantos circuitos diferentes existem com conjunto de vrtices
1, 2, 3? Quantos circuitos diferentes existem com conjunto de vrtices
1, 2, 3, 4?
E 1.68 verdade que todo grafo 2-regular um circuito?
E 1.69 Seja G um grafo com n(G) 3, (G) = 2 e (G) = 1. Se G tem
exatamente dois vrtices de grau 1, verdade que G um caminho?
FEOFILOFF Unio e interseo de grafos 25
1.5 Unio e interseo de grafos
A unio de dois grafos G e H o grafo (V
G
V
H
, E
G
E
H
). natural denotar
esse grafo por G H. G H
A interseo de dois grafos G e H o grafo (V
G
V
H
, E
G
E
H
). natural
denotar esse grafo por G H. Para evitar grafos sem vrtices, s trataremos G H
da interao G H se V
G
V
H
no for vazio.
Dois grafos G e H so disjuntos se os conjuntos V
G
e V
H
so disjuntos, ou
seja, se V
G
V
H
= . evidente que E
G
e E
H
tambm so disjuntos nesse
caso.
Exerccios
EF 1.70 Seja G um grafo completo com conjunto de vrtices 1, 2, 3, 4, 5 e H
um grafo completo com conjunto de vrtices 4, 5, 6, 7, 8. Faa guras dos
grafos G H e G H.
E 1.71 Seja Go grafo do bispo e H o grafo da torre (veja exerccios 1.10 e 1.11).
Mostre que G H o grafo da dama.
EF 1.72 Seja G o circuito 1 2 3 4 5 6 1 e H o caminho 4 7 8 5. Faa guras dos
grafos G H e G H.
E 1.73 Seja P umcaminho comextremos u a v e Qumcaminho comextremos
v e w. Mostre que se V
P
V
Q
= v ento o grafo P Q um caminho.
E 1.74 Suponha que os caminhos P e Q tm os mesmos extremos, digamos u
e v. Suponha ainda que V
P
V
Q
= u, v. Em que condies o grafo P Q
um circuito?
E 1.75 Sejam A, B e C os conjuntos 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 9, 10, 11. Seja G o
grafo (A, B)-bipartido completo. Seja H o grafo (B, C)-bipartido completo.
Faa guras dos grafos G H e G H.
E 1.76 Uma roda (= wheel) qualquer grafo da forma G H, onde G um
circuito e H uma estrela (veja a seo 1.2) comcentro v tal que V
H
v = V
G
.
Faa guras de rodas com 4, 5 e 6 vrtices. Quanto valem os parmetros m,
e de uma roda com n vrtices?
FEOFILOFF Grafos planares 26
1.6 Grafos planares
Um grafo planar se pode ser desenhado no plano sem que as curvas que
representamarestas se cruzem. Esta denio imprecisa, mas suciente por
enquanto. Daremos um denio melhor na seo 1.16.
Exerccios
EF 1.77 Verique que todo caminho planar. Verique que todo circuito
planar.
EF 1.78 Mostre que toda grade (veja exerccio 1.6) planar.
E 1.79 Mostre que o grafo dos estados do Brasil (veja exerccio 1.17) planar.
E 1.80 O grafo dos pontos no plano descrito no exerccio 1.19 planar?
E 1.81 Mostre que todo K
4
planar. verdade que todo K
5
planar?
E 1.82 Mostre que todo K
2,3
planar. verdade que todo K
3,3
planar?
E 1.83 Mostre que o grafo Q
3
(veja exerccio 1.14) planar. O grafo Q
4
tam-
bm planar? O grafo Q
5
planar?
E 1.84 O grafo da dama t-por-t (veja exerccio 1.8) planar? O grafo do bispo
t-por-t planar? O grafo do cavalo t-por-t (veja exerccio 1.9) planar?
FEOFILOFF Subgrafos 27
1.7 Subgrafos
Um subgrafo de um grafo G qualquer grafo H tal que V
H
V
G
e E
H
E
G
.
conveniente escrever H G para dizer que H subgrafo de G. H G
Um subgrafo H de G gerador (= spanning) se V
H
= V
G
. (H quem diga
abrangente no lugar de gerador [Per09].)
Um subgrafo H de G prprio se V
H
,= V
G
ou E
H
,= E
G
. s vezes conveni-
ente escrever H G para dizer que H subgrafo prprio de G.
21
H G
O subgrafo de G induzido por uma parte
22
X de V
G
o grafo (X, F) onde F
o conjunto E
G
X
(2)
. Esse subgrafo denotado por G[A]
G[X] .
Para qualquer subconjunto X de V
G
, denotaremos por G X o sub- GA
grafo G[V
G
X]. Se v um vrtice de G ento G v uma abreviatura G
de Gv.
Se e uma aresta de G ento G e o grafo (V
G
, E
G
e). De modo mais Gc
geral, se A uma parte de E
G
ento GA o grafo (V
G
, E
G
A). claro que G
GA um subgrafo gerador de G.
Exerccios
EF 1.85 Suponha que H um subgrafo de G. Se V
H
= V
G
, verdade que
H = G? Se E
H
= E
G
, verdade que H = G?
EF 1.86 Seja G um grafo, V

uma parte de V
G
e E

uma parte E
G
. verdade
que (V

, E

) um subgrafo de G?
EF 1.87 Seja G um grafo (U, W)-bipartido. Mostre que os subgrafos G[U] e
G[W] so vazios.
E 1.88 Repita o exerccio 1.42: Use induo
23
no nmero de arestas do grafo
para provar que todo grafo (V, E) satisfaz a identidade

vV
d(v) = 2[E[ .
21
De modo geral, escreveremos A Y ou Y A para dizer que o conjunto A
subconjunto prprio de Y , ou seja, que A Y mas A ,= Y .
22
Uma parte de um conjunto o mesmo que um subconjunto do conjunto.
23
Induo a arte de reduzir um problema a uma verso menor dele mesmo.
FEOFILOFF Subgrafos 28
EF 1.89 Mostre que todo subgrafo induzido de um grafo completo com-
pleto. verdade que todo subgrafo induzido de umcaminho umcaminho?
verdade que todo subgrafo induzido de um circuito um caminho?
EF 1.90 Seja v umvrtice e e uma aresta de umcircuito O. Mostre que o grafo
O v um caminho. Mostre que o grafo O e um caminho.
E 1.91 Mostre que todo subgrafo de um grafo planar planar. Em outras
palavras, se um grafo G tem um subgrafo no planar ento G no planar.
E 1.92 Sejam v e w dois vrtices de um grafo G. Suponha que d(v) = (G) e
d(w) = (G). verdade que (Gv) = (G) 1? verdade que (Gw) =
(G) 1?
EF 1.93 Verique que o grafo do bispo t-por-t um subgrafo do grafo da
dama t-por-t. Verique que o grafo da torre t-por-t um subgrafo do grafo
da dama t-por-t.
E 1.94 O grafo Q
3
subgrafo de Q
4
?
EF 1.95 Seja G o grafo representado na gura 1.8 e X o conjunto a, b, f, e,
g, l. Faa uma gura de G[X].
r r r
r r r r
r r r r
r
/ d
) p /
/ |
o
c
i ,
c
Figura 1.8: Veja exerccios 1.95, 1.114 e 1.115.
E 1.96 (BOM!) Seja H o grafo das arestas (veja exerccio 1.24) de um grafo G
(portanto, H = L(G)). Mostre que H no contm K
1,3
como subgrafo in-
duzido, ou seja, mostre que no existe subconjunto X de V
H
tal que H[X]
um K
1,3
. Mostre que a recproca no verdadeira.
E 1.97 Seja H o grafo das arestas (veja exerccio 1.24) de um grafo G (por-
tanto, H = L(G)). Seja H

um subgrafo induzido de H. Mostre que H

o
grafo das arestas de algum grafo G

.
E 1.98 Dado grafo G e inteiro k, encontrar um subconjunto mximo X de V
G
tal que (G[X]) k. (Ou seja, dentre os subconjuntos X de V
G
que tm a
propriedade (G[X]) k, encontrar um de cardinalidade mxima.)
FEOFILOFF Subgrafos 29
E 1.99 Seja G um grafo tal que n(G) > 1 e (G)
1
2
(G). Mostre que G tem
um vrtice x tal que
(Gx) (G) .
Em outras palavras, mostre que possvel retirar um vrtice sem com isso
reduzir a mdia dos graus do grafo.
E 1.100 Mostre que todo grafo G com pelo menos uma aresta tem um sub-
grafo H tal que
(H) > (H)/2 mas (H) (G) .
FEOFILOFF Cortes 30
1.8 Cortes
Suponha que X um conjunto de vrtices de um grafo G. O corte associado
a X o conjunto de todas as arestas que tm uma ponta em X e outra em
V
G
X. O corte associado a X ser denotado por (A)

G
(X)
ou simplesmente por (X).
24
(Alguns autores preferem escrever (X) ou
at (X).)
Dizemos que os cortes () e (V
G
) so triviais. evidente que os cortes
triviais so vazios.
claro que [(v)[ = d(v) para todo vrtice v. Para qualquer conjunto X
de vrtices, diremos que [(X)[ o grau de X e denotaremos esse nmero
por d(X): d(A)
d(X) := [(X)[ .
Um corte (= cut = coboundary) em um grafo G qualquer conjunto da
forma (X), onde X uma parte
25
de V
G
. (Um corte , portanto, um con-
junto de arestas e no de vrtices.)
Exerccios
EF 1.101 Seja X um conjunto de vrtices de um grafo G. Mostre que
(V
G
, (X)) um subgrafo gerador bipartido de G.
E 1.102 Seja G o grafo representado na gura 1.8. verdade que o conjunto
ae, ef, fj, jk, cd, dh um corte?
r r r
r r r r
r r r r
r
/ d
) p /
/ |
o
c
i ,
c
Figura 1.9: Veja o exerccio 1.102.
E 1.103 Encontre o menor corte no trivial que puder no grafo da dama
8-por-8. Encontre o maior corte no trivial que puder no grafo da dama.
24
No confunda com a letra grega .
25
Uma parte de um conjunto o mesmo que um subconjunto do conjunto.
FEOFILOFF Cortes 31
E 1.104 Encontre o menor corte no trivial que puder no grafo do bispo
t-por-t.
E 1.105 Encontre o menor corte que puder no grafo de Petersen. Encontre o
maior corte que puder no grafo de Petersen.
EF 1.106 Para qualquer conjunto X de vrtices, denotamos por N(X), o con- N(A)
junto dos vrtices emV
G
X que tm um ou mais vizinhos emX. verdade
que d(X) = [N(X)[ para todo X?
EI 1.107 Mostre que para qualquer grafo G e qualquer parte X de V
G
tem-se

xX
d
G
(x) = 2m(G[X]) + d
G
(X) . (1.2)
(Isso uma generalizao do exerccio 1.42.)
E 1.108 Suponha que todos os vrtices de um grafo G tm grau par. ver-
dade d(X) par para todo subconjunto X de V
G
?
Suponha que todos os vrtices de umgrafo Gtmgrau mpar. verdade
d(X) mpar para todo subconjunto prprio e no vazio X de V
G
?
E 1.109 (CORTE GRANDE) Mostre que em todo grafo (com dois ou mais vr-
tices) existe um corte que contm pelo menos a metade das arestas do grafo.
Em outras palavras, mostre que todo grafo G tem um conjunto X de vrtices
tal que d(X)
1
2
m(G).
E 1.110 (BOM!) Mostre que todo grafo G tem um subgrafo gerador bipar-
tido H que satisfaz a condio d
H
(v) d
G
(v)/2 para todo vrtice v.
Operaes sobre cortes
E 1.111 (DIFERENA SIMTRICA) Mostre que (XY ) = (X) (Y ) para
quaisquer conjuntos X e Y de vrtices de um grafo. Aqui, A B denota a 1
diferena simtrica
26
dos conjuntos A e B.
E 1.112 (SUBMODULARIDADE) Mostre que em qualquer grafo G, para
quaisquer subconjuntos X e Y de V
G
, tem-se
d(X Y ) + d(X Y ) d(X) + d(Y ) .
26
A diferena simtrica de dois conjuntos e 1 o conjunto ( 1) (1 ). fcil
vericar que 1 = ( 1) ( 1).
FEOFILOFF Cortes 32
E 1.113 (Consequncia de 1.112) Sejam v e w dois vrtices de um grafo G.
Um isolador qualquer subconjunto de V
G
que contm v mas no contm w.
Um isolador X mnimo se d(X) d(X

) para todo isolador X

. Mostre que
se X e Y so isoladores mnimos ento XY e XY tambm so isoladores
mnimos.
FEOFILOFF Caminhos e circuitos em grafos 33
1.9 Caminhos e circuitos em grafos
Se um caminho v
1
v
p
subgrafo de G, dizemos simplesmente que v
1
v
p
um caminho em G ou que G contm o caminho v
1
v
p
. Por exem-
plo, se dissermos que u v wz um caminho em G, devemos entender que
(u, v, w, z, uv, vw, wz) um subgrafo de G. Conveno anloga vale para
circuitos que so subgrafos de G.
27
Se v e w so os dois extremos de um caminho em G, cmodo dizer que o
caminho vai de v a w ou que comea em v e termina em w. Mas preciso
usar estas expresses com cautela pois caminhos so objetos estticos e no
tm orientao.
Um caminho P em um grafo G mximo se G no contm um caminho de mximo
comprimento maior que o de P. Um caminho P em G maximal se no maximal
existe caminho P

em G tal que P P

.
Exerccios
EF 1.114 Seja G o grafo representado na gura 1.8. verdade que e a b f g k
um caminho em G? verdade que e a b f c d um caminho em G? verdade
que e a b f g k j i e um circuito em G?
E 1.115 Seja G o grafo da gura 1.8. verdade que G contm um circuito
de comprimento 6? verdade que G contm um circuito induzido de com-
primento 6? (Ou seja, verdade que existe um subconjunto X de V
G
tal que
G[X] um circuito de comprimento 6?) Exiba um caminho induzido de com-
primento 3 em G. (Ou seja, exiba um conjunto X de vrtices tal que G[X]
um caminho de comprimento 3.) Exiba um caminho de comprimento 3 em
G que no seja induzido.
EU 1.116 Sejam P um caminho com extremos x e x

e seja Q um caminho
com extremos y e y

. Suponha que V
P
V
Q
,= . Mostre existe um caminho
com extremos x e y no grafo P Q (veja seo 1.5).
Pergunta adicional: Se z um vrtice em V
P
V
Q
, verdade que existe,
no grafo P Q, um caminho de x a y que passa por z?
E 1.117 Encontre um circuito de comprimento mnimo no grafo de Petersen
(veja exerccio 1.15 ou gura 1.6). Encontre um circuito de comprimento m-
ximo no grafo de Petersen. Encontre um caminho de comprimento mximo
no grafo de Petersen.
27
Eu gostaria de dizer subcaminho de G e subcircuito de G. Infelizmente, essas
expresses no so usadas na literatura.
FEOFILOFF Caminhos e circuitos em grafos 34
EF 1.118 Verique que o grafo do cavalo 3-por-3 contm um circuito. Encon-
tre o circuito mais longo que puder no grafo do cavalo 4-por-4.
E 1.119 Encontre o mais longo caminho que puder no grafo da dama. En-
contre o mais longo circuito que puder no grafo da dama.
E 1.120 O grafo de Heawood
28
tem conjunto de vrtices 0, 1, 2, . . . , 13.
Cada vrtice i vizinho de (i + 1) mod 14 e de (i + 13) mod 14.
29
Alm disso,
cada i vizinho de um terceiro vrtice, que depende da paridade de i: se
i par ento ele vizinho de (i + 5) mod 14 e se i mpar ento ele vizi-
nho de (i + 9) mod 14. Faa uma gura do grafo. Encontre um circuito de
comprimento mnimo no grafo de Heawood.
E 1.121 Suponha que um grafo G tem um circuito mpar. Mostre que G tam-
bm tem um circuito mpar induzido, ou seja, que existe um conjunto X de
vrtices tal que G[X] um circuito mpar. Algo anlogo vale para circuitos
pares?
E 1.122 D umexemplo de umgrafo Ge umcaminho emGque seja maximal
mas no seja mximo.
EU 1.123 (BOM!) Suponha que d(v) k para todo vrtice v de um grafo.
Mostre que o grafo tem um caminho de comprimento pelo menos k. (Suges-
to: tome um caminho maximal.)
30
O problema poderia ter sido formulado assim: mostre que todo grafo G
contm um caminho com pelo menos (G) + 1 vrtices.
EU 1.124 Seja G um grafo tal que (G) 2. Prove que G tem um circuito.
E 1.125 Seja G um grafo tal que (G) 3. Prove que G tem um circuito de
comprimento par.
E 1.126 Seja k um nmero natural maior que 1. Suponha que d(v) k para
todo vrtice v de um grafo G. Mostre que Gtem um circuito de comprimento
pelo menos k + 1. Em outras palavras, mostre que G tem um circuito com
pelo menos (G) + 1 vrtices, desde que (G) > 1. (Veja exerccio 1.123.)
E 1.127 Seja G um grafo com n > 1 vrtices e pelo menos 2n arestas. Mostre
que G tem um circuito de comprimento 2 log
2
n.
28
Percy John Heawood (1861 1). (Veja verbete na Wikipedia.)
29
A expresso i mod , denota o resto da diviso de i por ,.
30
O captulo 15 discute o importante mas difcil problema de encontrar um caminho de
comprimento mximo em um grafo.
FEOFILOFF Caminhos e circuitos em grafos 35
E 1.128 Seja G um grafo sem circuitos de comprimento menor que 5. Mostre
que n(G) (G)
2
+ 1.
E 1.129 Mostre que todo grafo G com pelo menos k n(G) arestas contm um
caminho de comprimento k. (Combine os exerccios 1.100 e 1.123.)
Caminhos e circuitos versus cortes
Dizemos que um corte (X) separa um vrtice x de um vrtice y X contm x
mas no contm y. ( claro que se (X) separa x de y ento X separa y de x.)
E 1.130 Seja P um caminho num grafo G. Seja X um conjunto de vrtices
que contm um e apenas um dos extremos de P. Mostre que E
P
(X) ,= .
EI 1.131 Prove que, para qualquer par (x, y) de vrtices de qualquer grafo,
vale uma e apenas uma das seguintes armaes: (1) um caminho liga x a y
ou (2) um corte vazio separa x de y. (Outra maneira de formular a mesma
questo: prove que existe um caminho de x a y se e somente se nenhum corte
vazio separa x de y.)
E 1.132 (ALGORITMO) Construa um algoritmo eciente que receba vrtices
v e w de um grafo G e encontre um caminho que vaqi de v a w ou mostre que
tal caminho no existe.
Passeios, trilhas e ciclos
Um passeio (= walk) em um grafo qualquer sequncia nita (v
0
, v
1
, v
2
, . . . ,
v
k1
, v
k
) de vrtices tal que v
i
adjacente a v
i1
para todo i entre 1 e k. (Os
vrtices do passeio podem no ser distintos dois a dois.) Dizemos que o
vrtice v
0
a origem do passeio e que v
k
o trmino do passeio. Dizemos
tambm que o passeio vai de v
0
a v
k
e que o passeio liga v
0
a v
k
.
As arestas do passeio so v
0
v
1
, v
1
v
2
, . . . , v
k1
v
k
. O comprimento do passeio
o nmero k.
Uma trilha (= trail) um passeio sem arestas repetidas, isto , um passeio
cujas arestas so distintas duas a duas. claro que o comprimento de uma
trilha igual cardinalidade do seu conjunto de arestas.
Um passeio simples se os seus vrtices so distintos dois a dois, ou seja,
se no tem vrtices repetidos. evidente que todo passeio simples , em
particular, uma trilha.
FEOFILOFF Caminhos e circuitos em grafos 36
Um passeio (v
0
, . . . , v
k
) fechado (= closed) se sua origem coincide com o
trmino, ou seja, se v
0
= v
k
.
Um ciclo (= cycle) uma trilha fechada, ou seja, um passeio fechado sem
arestas repetidas.
31
EU 1.133 Seja (v
0
, v
1
, v
2
, . . . , v
k
) um passeio com origem r e trmino s em
um grafo G. Mostre que G tem um caminho com extremos r e s. Mais
especicamente, mostre h um caminho com extremos r e s no subgrafo
(v
0
, v
1
, v
2
, . . . , v
k
, v
0
v
1
, v
1
v
2
, . . . , v
k1
v
k
) de G.
E 1.134 Suponha que (v
0
, . . . , v
k
) uma passeio fechado em um grafo G.
verdade que G tem um circuito?
EU 1.135 Seja (v
0
, v
1
, v
2
, . . . , v
k
) um ciclo em um grafo G. Mostre que h um
circuito no subgrafo (v
1
, v
2
, . . . , v
k
, v
0
v
1
, v
1
v
2
, . . . , v
k1
v
k
) de G.
EF 1.136 Sejam v
0
, . . . , v
5
alguns vrtices (no necessariamente distintos dois
a dois) de umgrafo G. Quais das seguintes armaes so verdadeiras: (1) se
v
0
v
1
v
2
v
3
v
4
v
5
um caminho em G ento (v
0
, v
1
, v
2
, v
3
, v
4
, v
5
) um passeio sim-
ples; (2) se v
0
v
1
v
2
v
3
v
4
v
5
v
0
um circuito em G ento (v
0
, v
1
, v
2
, v
3
, v
4
, v
5
, v
0
)
um ciclo; (3) se (v
0
, v
1
, v
2
, v
3
, v
4
, v
5
) uma trilha ento v
0
v
1
v
2
v
3
v
4
v
5
um
caminho; (4) se (v
0
, v
1
, v
2
, v
3
, v
4
, v
5
, v
0
) um ciclo ento v
0
v
1
v
2
v
3
v
4
v
5
v
0
um
circuito.
31
De acordo com essa denio, um ciclo pode ter comprimento 0. J um circuito, por
denio, tem comprimento pelo menos 3.
FEOFILOFF Grafos conexos 37
1.10 Grafos conexos
Em qualquer grafo G, dizemos um vrtice v est ligado a um vrtice w se G
contmumcaminho comextremos v e w. evidente que a relao simtrica:
se v est ligado a w ento tambm w est ligado a v.
Um grafo conexo (= connected) se seus vrtices so ligados dois a dois. Em
outras palavras, um grafo conexo se v ligado a w para cada par (v, w) de
seus vrtices.
Exerccios
E 1.137 Mostre que todo grafo completo conexo. Mostre que todo caminho
um grafo conexo. Mostre que todo circuito um grafo conexo.
EIF 1.138 Seja e uma aresta e v um vrtice de um circuito O. Mostre que o
grafo O e conexo. Mostre que O v conexo.
EF 1.139 Seja e uma aresta e v um vrtice de um caminho P. Em que condi-
es P e conexo? Em que condies P v conexo?
E 1.140 O grafo do cavalo 3-por-3 conexo? O grafo do bispo t-por-t co-
nexo?
E 1.141 Mostre que o grafo Q
k
conexo (qualquer que seja k).
EF 1.142 Suponha que umsubgrafo gerador H de umgrafo G conexo. Mos-
tre que G conexo.
EF 1.143 Seja G um grafo e X uma parte prpria e no vazia de V
G
(isto ,
X V
G
). Mostre que o grafo G(X) no conexo.
EI 1.144 Mostre que um grafo G conexo se e somente se (X) ,= para
todo subconjunto prprio e no vazio X de V
G
(ou seja, para todo X tal que
X V
G
).
EF 1.145 Quais das seguintes armaes so verdadeiras para qualquer
grafo G? 1. Se G conexo ento (X) ,= para todo X tal que X V
G
.
2. Se G conexo ento (X) ,= para algum X tal que X V
G
. 3. Se
(X) ,= para todo X tal que X V
G
ento G conexo. 4. Se (X) ,=
para algum X tal que X V
G
ento G conexo.
FEOFILOFF Grafos conexos 38
E 1.146 (ALGORITMO) Construa um algoritmo eciente que decida se um
grafo conexo. O que o seu algoritmo devolve (ou seja, qual a sada do
algoritmo)?
E 1.147 Seja G um grafo (U, W)-bipartido tal que [U[ k e [W[ k. Mostre
que se (G) > k/2 ento G conexo.
E 1.148 Sejam x, y e z trs vrtices de um grafo conexo G. verdade que G
tem um caminho que contm x, y e z?
E 1.149 Mostre que dois vrtices v e w de umgrafo esto ligados se e somente
se existe um passeio de v a w. (Veja m da seo 1.4.)
EF 1.150 Seja X um conjunto de vrtices de um grafo conexo G. verdade
que G[X] conexo?
EU 1.151 Sejam P e Q dois caminhos tais que V
P
V
Q
,= . Mostre que o
grafo P Q (veja seo 1.5) conexo.
EU 1.152 Sejam G e H dois grafos conexos tais que V
G
V
H
,= . Mostre que
o grafo G H (veja seo 1.5) conexo.
EF 1.153 Sejam G e H dois grafos. Quais das seguinte implicaes so ver-
dadeiras? 1. Se V
G
V
H
= ento G H no conexo. 2. Se G H conexo
ento V
G
V
H
,= . 3. Se G H no conexo ento V
G
V
H
= .
EU 1.154 (BOM!) Suponha que um certo vrtice x de um grafo G ligado a
cada um dos demais vrtice. Mostre que G conexo.
EU 1.155 Seja O um circuito em um grafo conexo G. Mostre que G e
conexo para toda aresta e de O.
E 1.156 Seja v um vrtice de grau 1 num grafo conexo G. Mostre que o grafo
Gv conexo.
E 1.157 Suponha que G um grafo conexo com pelo menos uma aresta.
verdade que existe uma aresta a tal que Ga conexo?
EF 1.158 Seja G um grafo conexo e seja v um dos extremos de um caminho
maximal (veja pgina 33) em G. verdade que G[N(v)] conexo?
FEOFILOFF Grafos conexos 39
E 1.159 (BOM!) Mostre que todo grafo conexo G com dois ou mais vrtices
tem um vrtice v tal que Gv conexo.
EI 1.160 Prove que todo grafo conexo com n vrtices tem pelo menos n 1
arestas. Em outras palavras, mostre que em todo grafo conexo G tem-se
m(G) n(G) 1 .
E 1.161 Seja G um grafo tal que (G) n(G)/2. Mostre que G conexo.
E 1.162 Seja G um grafo tal que (G) n(G)/2|.
32
Mostre que G conexo.
(Mostre que o resultado o melhor possvel no seguinte sentido: existem
grafos desconexos com d(v) n/2| 1 para todo vrtice v.)
EF 1.163 Suponha que d(v) + d(w) n 1 para todo par (v, w) de vrtices
no adjacentes de um grafo G. Mostre que G conexo.
E 1.164 Mostre que todo grafo com n vrtices e mais que
1
2
(n 1)(n 2)
arestas conexo.
EF 1.165 Seja G um grafo e k um nmero natural. Mostre que d(X) k
para todo X tal que X V
G
se e somente se G F conexo para todo
subconjunto F de E
G
tal que [F[ < k.
E 1.166 Prove que se um grafo G no conexo ento seu complemento G
conexo.
E 1.167 Prove que se um grafo G conexo ento o grafo das arestas L(G)
tambm conexo.
E 1.168 Sejam P

e Q

dois caminhos de comprimento mximo em um grafo


conexo G. Mostre que P

e Q

tm um vrtice em comum.
32
Por denio, r| o nico inteiro i tal que i r < i + 1.
FEOFILOFF Componentes 40
1.11 Componentes
Umsubgrafo conexo H de umgrafo G maximal (comrelao propriedade
de ser conexo) se no faz parte de um subgrafo conexo maior, ou seja, se no
existe grafo conexo H

tal que H H

G.
Um componente de um grafo G qualquer subgrafo conexo maximal de G.
O nmero de componentes de um grafo G ser denotado por c(G)
c(G) .
claro que um grafo conexo se e somente se tem um s componente.
Exerccios
E 1.169 Quantos componentes tem o grafo do cavalo 3-por-3? Quantos com-
ponentes tem o grafo do bispo t-por-t?
E 1.170 Seja a uma aresta e v um vrtice de um caminho P. Mostre que P a
tem exatamente dois componentes. Mostre que P v tem um ou dois com-
ponentes.
E 1.171 Seja a uma aresta e v um vrtice de um circuito O. Mostre que O a
tem um s componente. Mostre que O v tem um s componente.
E 1.172 Seja P um caminho e S uma parte prpria de V
P
. Prove que
c(P S) [S[ + 1.
E 1.173 Seja O um circuito e S uma parte de V
O
tal que 0 < [S[ < n(O). Prove
que c(O S) [S[.
EU 1.174 Seja G um grafo tal que (G) 2. Descreva os componentes de G.
E 1.175 Seja G um grafo 2-regular. Mostre que cada componente de G um
circuito.
EF 1.176 Mostre que, emqualquer grafo, todo vrtice pertence a ume apenas
um componente. Em outras palavras, mostre que em qualquer grafo G os
conjuntos de vrtices de todos os componentes formam uma partio de V
G
.
EF 1.177 Seja H um componente de um grafo G. Mostre que
G
(V
H
) = .
FEOFILOFF Componentes 41
EF 1.178 Seja X um conjunto de vrtices de um grafo G. Prove ou desprove
a seguinte armao: Se X V
G
e
G
(X) = ento G[X] um compo-
nente de G.
E 1.179 Seja X umconjunto no vazio de vrtices de umgrafo G. Mostre que
G[X] um componente de G se e somente se G[X] conexo e
G
(X) = .
EI 1.180 Seja x um vrtice de um grafo G. Seja X o conjunto de todos os
vrtices ligados a x. Mostre que G[X] um componente de G.
E 1.181 (ALGORITMO) Construa um algoritmo eciente que receba um vr-
tice x de um grafo G e calcule o conjunto de vrtices do componente de G
que contm x.
E 1.182 (ALGORITMO) Construa um algoritmo eciente que calcule o n-
mero de componentes de qualquer grafo dado.
EF 1.183 Seja X um conjunto de vrtices de um grafo G. Suponha que
c(GX) > [X[ + 1. verdade que G no conexo?
E 1.184 Seja H umsubgrafo gerador de umgrafo G. Mostre que c(H) c(G).
E 1.185 Seja e uma aresta de um grafo G. Mostre que c(G) c(G e)
c(G) + 1 para qualquer aresta e de G.
E 1.186 Seja v um vrtice de um grafo conexo G. Mostre que o nmero de
componentes de Gv no passa de d(v).
E 1.187 Seja G um grafo conexo e suponha que d(v) par para todo vrtice v
de G. Mostre que, para qualquer vrtice v, o nmero de componentes de
Gv no passa de
1
2
d(v).
E 1.188 (ALGORITMO) Construa umalgoritmo eciente para o seguinte pro-
blema: Dado um grafo G e um nmero natural k, encontrar um conjunto X
de no mais que k vrtices que maximize o nmero de componentes de GX.
EI 1.189 Mostre que em todo grafo G tem-se
m(G) n(G) c(G) .
E 1.190 Sejam n, m e c os nmeros de vrtices, de arestas e de componentes,
respectivamente, de um grafo G. Mostre que
m
1
2
(n c)(n c + 1) .
FEOFILOFF Pontes e grafos aresta-biconexos 42
1.12 Pontes e grafos aresta-biconexos
Uma ponte (= bridge) ou istmo (= isthmus) ou aresta de corte (= cut edge) em
um grafo qualquer aresta e tal que e um corte. Em outras palavras, e
uma ponte se e = (X) para algum conjunto X de vrtices.
Um grafo aresta-biconexo (= edge-biconnected) se cada par de seus vrtices
ligado por dois caminhos sem arestas em comum.
33
Em outras palavras, o
grafo aresta-biconexo se, para cada par (r, s) de seus vrtices, existem dois
caminhos P e Q, ambos com extremos r e s, tais que E
P
E
Q
= . Convm
restringir esta denio a grafos com trs ou mais vrtices. Assim, grafos
com um vrtice apenas no so considerados aresta-biconexos.
Exerccios
EF 1.191 O grafo do bispo t-por-t tem pontes?
E 1.192 Suponha que um grafo G tem uma ponte uv. Que aparncia tem a
matriz de adjacncias de G? Que aparncia tema matriz de incidncias de G?
EF 1.193 Seja uv uma aresta de um grafo G. Mostre que uv uma ponte se e
somente se u v o nico o caminho em G que vai de u a v.
EF 1.194 Seja e uma aresta de um grafo G. Mostre que e uma ponte se e so-
mente se Ge temmais componentes que G. (Veja tambmo exerccio 1.185.)
E 1.195 Suponha que todos os vrtices de um grafo G tm grau par. Mostre
que G no tem pontes.
E 1.196 Seja r um nmero natural maior que 1. Seja G um grafo bipartido
r-regular. Prove que G no tem pontes.
EF 1.197 Seja G o grafo que tem vrtices a, b, . . . , g e arestas ab, bc, cd, de, ec,
bf, gb, ag. Quais das arestas pertencem a circuitos? Quais das arestas so
pontes?
EI 1.198 (PONTES VERSUS CIRCUITOS) Prove que, em qualquer grafo, toda
aresta de um e apenas um de dois tipos: ou ela pertence a um circuito do
grafo ou uma ponte.
33
Em algumas reas da Computao, diz-se que um tal grafo tolerante a falhas.
FEOFILOFF Pontes e grafos aresta-biconexos 43
E 1.199 Que aparncia tem um grafo se todas as suas arestas so pontes?
Que aparncia tem um grafo se cada uma de suas arestas pertence a um cir-
cuito?
E 1.200 Seja G um grafo conexo e X uma parte de V
G
tal que d(X) = 1.
Mostre que os grafos induzidos G[X] e G[X] so ambos conexos.
E 1.201 (ALGORITMO) Construa um algoritmo que encontre as pontes de
um grafo.
EF 1.202 Mostre que todo circuito aresta-biconexo. Mostre que caminhos
de comprimento no nulo no so aresta-biconexos.
E 1.203 O grafo do bispo 3-por-3 tem dois componentes. Mostre que cada
componente aresta-biconexo.
EF 1.204 Seja G um grafo aresta-biconexo. Mostre que G conexo e no tem
pontes.
EI 1.205 (RECPROCA DE 1.204) Seja G um grafo conexo, sem pontes, com
trs ou mais vrtices. Mostre que G aresta-biconexo.
34
(Compare com o
exerccio 1.131.)
EF 1.206 Mostre que m(G) n(G) para todo grafo aresta-biconexo G.
34
Veja generalizao no captulo 17, exerccio 17.7.
FEOFILOFF Articulaes e grafos biconexos 44
1.13 Articulaes e grafos biconexos
Uma articulao (= articulation) ou vrtice de corte (= cut vertex) num grafo
G um vrtice v tal que Gv tem mais componentes que G.
Um grafo biconexo (= biconnected) cada par de seus vrtices for ligado por
dois caminhos internamente disjuntos.
35
Mais precisamente, um grafo
biconexo se, para cada par (r, s) de seus vrtices, existem caminhos P e Q,
ambos com extremos r e s, tais que V
P
V
Q
= r, s. Portanto, um grafo
biconexo se e somente se cada par de seus vrtices pertence a um circuito.
Convm restringir o conceito a grafos com trs ou mais vrtices. Assim, gra-
fos com um ou dois vrtice no so considerados biconexos.
Exerccios
E 1.207 Seja v um vrtice de um grafo G. Mostre que v uma articulao se e
somente se existemdois vrtices x e y emV
G
v tais que (1) algumcaminho
em G vai de x a y e (2) todo caminho de x a y contm v.
E 1.208 Seja v uma articulao de um grafo G. Que aparncia tem a matriz
de adjacncias de G? Que aparncia tem a matriz de incidncias de G?
EF 1.209 verdade que todo grafo sem articulaes no tem pontes? ver-
dade que todo grafo sem pontes no tem articulaes?
E 1.210 (ALGORITMO) Construa um algoritmo que encontre as articulaes
de um grafo.
E 1.211 Mostre que todo circuito biconexo.
E 1.212 O grafo do bispo 3-por-3 tem dois componentes. Mostre que apenas
um deles biconexo.
EF 1.213 Mostre que todo grafo aresta-biconexo (com 3 ou mais vrtices)
biconexo. Mostre que grafos biconexos (com trs ou mais vrtices) no tm
pontes.
E 1.214 (ARTICULAES VERSUS CIRCUITOS) Suponha que todo par de vr-
tices de um grafo G pertence a um circuito. Mostre que G no tem articula-
es.
35
Em algumas reas da Computao, diz-se que um tal grafo tolerante a falhas.
FEOFILOFF Articulaes e grafos biconexos 45
EF 1.215 Seja G um grafo biconexo. Mostre que G no tem articulaes.
EI 1.216 (RECPROCA DE 1.215) Seja G um grafo conexo com trs ou mais
vrtices. Suponha que G no tem articulaes. Mostre que G biconexo.
36
E 1.217 (COROLRIO DE 1.216) Seja G um grafo conexo com 3 ou mais vr-
tices. Suponha que G no tem articulaes. Mostre que todo par de vrtices
de G pertence a um circuito.
E 1.218 Exiba um grafo dotado da seguinte propriedade: quaisquer 2 vr-
tices do grafo pertencem a um mesmo circuito mas h 3 vrtices que no
pertencem a um mesmo circuito.
E 1.219 Seja G um grafo conexo sem articulaes. Mostre que se (G) 3
ento G tem um vrtice v tal que G v conexo e no tem articulaes.
(Compare com o exerccio 1.159 na seo 1.10.)
36
Veja generalizao no captulo 18, exerccio 18.9.
FEOFILOFF Florestas e rvores 46
1.14 Florestas e rvores
Esta seo trata de duas espcies importantes de grafos: as orestas e as r-
vores. rvores podem ser entendidas como uma generalizao de caminhos
(veja os exerccios 1.223 e 1.224).
Uma oresta (= forest), ou grafo acclico, um grafo sem circuitos. Essa de-
nio pode ser reformulada assim: um grafo uma oresta se cada uma de
suas arestas uma ponte (veja exerccio 1.220).
Uma rvore (= tree) uma oresta conexa. claro que cada componente de
uma oresta uma rvore.
37
Uma folha (= leaf ) de uma oresta qualquer vrtice da oresta que tenha
grau 1.
Exerccios
EI 1.220 Mostre que um grafo uma oresta se e somente se cada uma de
suas arestas uma ponte. (Veja o exerccio 1.198.)
EF 1.221 Mostre que todo caminho uma rvore.
EF 1.222 Mostre que toda estrela (veja a seo 1.2) uma rvore.
E 1.223 Seja (v
1
, v
2
, v
3
, . . . , v
n
) uma sequncia de objetos distintos dois a dois.
Para cada j, seja i(j) um ndice em1, . . . , j1. Mostre que o grafo
_
v
1
, v
2
,
v
3
, . . . , v
n
, v
2
v
i(2)
, v
3
v
i(3)
, . . . , v
n
v
i(n)

_
uma rvore. (Compare a maneira
como o grafo foi denido com a denio de caminho na seo 1.4.) (Com-
pare com o exerccio 1.224.)
E 1.224 Seja T uma rvore. Mostre que existe uma permutao (v
1
, v
2
, . . . , v
n
)
de V
T
dotada da seguinte propriedade: para j = 2, . . . , n, o vrtice v
j
ad-
jacente a exatamente um dos vrtices do conjunto v
1
, . . . , v
j1
. (Compare
com o exerccio 1.223.)
E 1.225 Seja e uma das arestas de uma oresta F. Mostre que c(F e) =
c(F) + 1.
37
Em algumas disciplinas, a palavra rvore traz imediatamente mente as ideias de
pai e lho. No presente contexto, entretanto, as expresses pai de um vrtice e lho de
um vrtice no fazem sentido. (Eles s adquirem sentido se um dos vrtices da rvore for
escolhido para fazer o papel de raiz. Se : a raiz da rvore ento o pai de qualquer outro
vrtice o vrtice adjacente a no nico caminho (veja exerccio 1.227) que liga a :. Todo
vizinho de que no seja o pai de lho de .)
FEOFILOFF Florestas e rvores 47
EI 1.226 Uma grafo G conexo minimal (ou minimamente conexo) se G
conexo mas, para toda aresta e, o grafo G e no conexo. Mostre que
toda rvore um grafo conexo minimal. Mostre a recproca: que todo grafo
conexo minimal uma rvore.
EI 1.227 Seja (x, y) um par de vrtices de uma oresta F. Mostre que existe
no mximo um caminho em F com extremos x e y.
E 1.228 (RECPROCA DE 1.227) Suponha que um grafo G tem a seguinte
propriedade: para todo par (x, y) de vrtices, existe no mximo um caminho
em G com extremos x e y. Mostre que G uma oresta.
E 1.229 (ALGORITMO) Construa um algoritmo eciente que decida se um
grafo dado uma rvore.
E 1.230 Seja v uma folha de uma rvore T. Mostre que T v uma rvore.
EU 1.231 Mostre que toda rvore com pelo menos uma aresta tem pelo me-
nos duas folhas.
E 1.232 Mostre que toda oresta F tem pelo menos (F) folhas.
EI 1.233 (IMPORTANTE) Prove que em toda rvore T tem-se
m(T) = n(T) 1 .
(Compare com o exerccio 1.160.)
EI 1.234 Seja G um grafo conexo G tal que m(G) = n(G) 1. Prove que G
uma rvore.
E 1.235 Seja F uma oresta tal que m(F) = n(F) 1. Prove que F uma
rvore.
EI 1.236 Mostre que um grafo F uma oresta se e somente se
m(F) = n(F) c(F) .
(Compare com o exerccio 1.189.)
E 1.237 Seja T uma rvore com dois ou mais vrtices. Seja X o conjunto dos
vrtices de T cujo grau maior que 2. Mostre que T tem 2 +

xX
(d(x) 2)
folhas.
FEOFILOFF Florestas e rvores 48
E 1.238 Seja T uma rvore com vrtices 1, . . . , n. Suponha que os graus
dos vrtices 1, 2, 3, 4, 5, 6 so 7, 6, 5, 4, 3, 2 respectivamente e que os vrtices
7, . . . , n so folhas. Determine n (e portanto o nmero de folhas da rvore).
E 1.239 Seja T uma rvore com p + q vrtices. Suponha que p dos vrtices
tm grau 4 e q so folhas. Mostre que q = 2p + 2.
38
E 1.240 Seja T uma rvore com pelo menos trs vrtices. verdade que o
complemento T de T conexo a menos que T seja um estrela?
E 1.241 Sejam P, Q, R trs caminhos em uma rvore e T. Suponha que V
P

V
Q
,= , V
Q
V
R
,= e V
P
V
R
,= . Prove que V
P
V
Q
V
R
,= .
E 1.242 Mostre que toda oresta planar.
38
Imagine que os vrtices de grau 4 so tomos de carbono e os de grau 1 so tomos
de hidrognio. O grafo representa ento a molcula do hidrocarboneto C
p
H
q
. Veja o exerc-
cio 1.5.
FEOFILOFF Minors de grafos 49
1.15 Minors de grafos
Grafos dentro de grafos, dentro de grafos.
Esta seo introduz duas generalizaes do conceito de subgrafo. Essas gene-
ralizaes tm um papel importante no estudo da planaridade (captulo 19),
da colorao de vrtices (captulo 8) e de diversos outros problemas sobre
grafos.
Um grafo H um minor
39
(= minor), ou subcontrao, de um grafo G se V
H
minor
minor uma subpartio
40
V
1
, . . . , V
p
de V
G
tal que
cada G[V
i
] conexo e
V
i
adjacente a V
j
em H somente se h alguma aresta de V
i
a V
j
em G.
A expresso H minor de G tambm usada, num sentido mais geral,
para dizer que H isomorfo a um minor de G.
Figura 1.10: O grafo direita um minor do grafo esquerda.
Um grafo H um minor topolgico (= topological minor) de um grafo G se minor
topolgico
V
H
V
G
e existe uma funo P que associa um caminho em G a cada aresta
de H de tal modo que
para cada aresta xy de H, o caminho P(xy) tem extremos x e y e no
tem vrtices internos em V
H
e
se xy e uv so duas arestas distintas de H ento P(xy) e P(uv) no tm
vrtices internos em comum.
A expresso H minor topolgico de G tambm usada, num sentido
mais geral, para dizer que H isomorfo a algum minor topolgico de G.
Se H um minor topolgico de G, diz-se tambm que G contm uma sub- subdiviso
diviso de H.
39
Quem sabe melhor dizer menor.
40
Uma subpartio de um conjunto \ uma coleo \
1
, . . . , \
p
de subconjuntos no
vazios de \ tal que \
i
\
j
= sempre que i ,= ,.
FEOFILOFF Minors de grafos 50
(O conceito de minor poderoso. Se um grafo Gno tem subgrafo isomorfo
a um determinado grafo H, no possvel inferir quase nada sobre a estru-
tura de G. Mas se G no tem um minor isomorfo a H, ento pode-se dizer
muita coisa interessante sobre G.)
Exerccios
EF 1.243 Seja H um subgrafo de um grafo G. Mostre que H um minor
topolgico de G.
EF 1.244 Seja H um subgrafo de um grafo G. Mostre que H isomorfo a um
minor de G.
E 1.245 Mostre que um grafo G tem um minor topolgico isomorfo a K
3
se
e somente se G contm um circuito.
E 1.246 Mostre que um grafo G tem um minor isomorfo a K
3
se e somente
se G contm um circuito. Procure fazer armaes anlogas com K
4
no lugar
de K
3
.
E 1.247 Mostre que o grafo de Petersen tem um minor isomorfo a K
5
(mas
no tem subgrafo isomorfo a K
5
).
E 1.248 Mostre que o grafo de Petersen tem um minor topolgico isomorfo
a K
3,3
.
E 1.249 Mostre que o grafo Q
4
tem um minor topolgico isomorfo a K
3,3
.
Mostre tambm que K
5
isomorfo a um minor topolgico do Q
4
.
E 1.250 Seja H um minor topolgico de G. Mostre que H isomorfo a um
minor de G. Mostre que a recproca no verdadeira.
E 1.251 Seja H um minor de um grafo G. Suponha que (H) 3. Prove
que H isomorfo a um minor topolgico de G.
E 1.252 D bons exemplos para mostrar que a condio (H) 3 essen-
cial no exerccio 1.251.
EF 1.253 Seja G um grafo biconexo com pelo menos 4 vrtices. Mostre que
para toda aresta a de G tem-se que Ga conexo ou G/a conexo.
FEOFILOFF Minors de grafos 51
E 1.254 Prove que a relao -minor-de uma relao de ordem. Mais pre-
cisamente, prove que (1) G um minor de G, (2) se H um minor de G e G
um minor de H ento H G, (3) se H um minor de G e G um minor
de F ento H um minor de F. (Em todas essas armaes, um minor
de deve ser entendido com o isomorfo a um minor de.)
Prove que a relao -minor-topolgico-de uma relao de ordem.
FEOFILOFF Mapas planos e suas faces 52
1.16 Mapas planos e suas faces
J dissemos na seo 1.6 que, grosso modo, um grafo planar se pode ser de-
senhado no plano
41
sem que as arestas se cruzem. A denio exata envolve
os conceitos de curva e mapa plano, que passamos a discutir.
Uma curva
42
qualquer conjunto de pontos no plano R
2
que seja topologi-
camente homeomorfo ao intervalo fechado [0, 1] da reta. Em outras palavras,
um subconjunto c de R
2
uma curva se existe uma bijeo topologicamente
contnua do intervalo [0, 1] em c. As imagens de 0 e 1 sob essa bijeo cont-
nua so os extremos da curva.
43
Ummapa plano
44
umpar (

V ,

E) de conjuntos nitos, sendo

V umconjunto

1
de pontos do plano e

E um conjunto de curvas tal que
os extremos de cada curva so elementos de

V ,
o interior de cada curva disjunto de

V ,
o interior de cada curva disjunto de todas os demais curvas,
duas curvas diferentes tm no mximo um extremo em comum.
Os elementos de

V so os pontos
45
do mapa e os de

E so as curvas do pontos
mapa.
46
curvas
Figura 1.11: O mapa da esquerda no plano. O mapa
plano da direita representa um 1
4
.
O grafo de um mapa plano (

V ,

E) denido da maneira bvia: o conjunto grafo de
mapa de vrtices do grafo

V e dois vrtices v e w so adjacentes no grafo se existe
uma curva em

E com extremos v e w. (Ser necessrio tomar muito cuidado
coma notao, uma vez que a letra V est sendo usada para designar tanto
o conjunto de pontos de um mapa plano quanto o conjunto de vrtices do
41
Do ponto de vista tcnico, seria mais cmodo usar a superfcie da esfera no lugar do
plano. Mas os resultados so equivalentes.
42
Teria sido tecnicamente mais correto dizer arco ou at arco poligonal.
43
Por denio, os dois extremos so distintos.
44
Alguns autores dizemgrafo plano. No confunda esta expresso comgrafo planar.
45
Prero no dizer vrtices para evitar confuso com os vrtices de um grafo.
46
Prero no dizer aresta para evitar confuso com as arestas de um grafo.
FEOFILOFF Mapas planos e suas faces 53
correspondente grafo. Analogamente, a letra E est sendo usada para de-
signar tanto o conjunto de curvas de um mapa plano quanto o conjunto de
arestas do correspondente grafo.)
Dizemos que um mapa plano (

V ,

E) representa um grafo G se o grafo de mapa
representa
grafo
(

V ,

E) isomorfo (veja captulo 2) a G. Em geral, um grafo pode ser repre-
sentado por muitos mapas planos diferentes.
Um grafo G planar se for representvel por um mapa plano, ou seja, se
existir um mapa plano cujo grafo isomorfo a G. Esta a verso precisa da
denio vaga que demos na seo 1.6.
Exerccios
E 1.255 Veja o jogo de planaridade em www.planarity.net.
E 1.256 O grafo de Petersen (veja gura 1.6) planar?
E 1.257 Seja G um K
5
(isto , um grafo completo com 5 vrtices). Mostre que
Ge planar qualquer que seja a aresta e de G. Repita o exerccio com K
3,3
(veja gura 19.1) no lugar de K
5
.
EF 1.258 Mostre que um grafo planar se e somente se cada uma de suas
componentes planar.
E 1.259 Seja e uma ponte de um grafo G. Mostre que G planar se e somente
se Ge planar.
Seja v uma articulao de G. Mostre que G planar se e somente se Gv
planar.
Faces e dualidade planar
O suporte de um mapa plano (

V ,

E) o conjunto

V


E (trata-se, obvia-
mente, de um subconjunto de R
2
).
47
Em outras palavras, o suporte do mapa
o conjunto de todos os pontos de R
2
que so pontos do mapa ou pertencem
a curvas do mapa.
Uma face (= face) de um mapa plano (

V ,

E) qualquer regio do comple-
mento do suporte do mapa, ou seja, qualquer componente conexo no sen-
47
Se A = A
1
, A
2
, . . . , A
k
ento

A denota o conjunto A
1
A
2
A
k
.
FEOFILOFF Mapas planos e suas faces 54
tido topolgico
48
do conjunto R
2

_

V


E). A fronteira de cada face
formada por pontos e curvas do mapa; o nmero de curvas na fronteira de
uma face f o grau de f.
Seja G o grafo de um mapa plano M com 3 ou mais pontos. Se G biconexo
ento as faces de M so bem comportadas: cada face topologicamente
homeomorfa a um disco; a fronteira de cada face corresponde a um circuito
no grafo do mapa; cada curva pertence fronteira de exatamente duas faces
diferentes.
O grafo das faces, ou grafo dual, de um mapa plano (

V ,

E) denido da
seguinte maneira: os vrtices do grafo so as faces do mapa e duas faces so
adjacentes se suas fronteiras tm pelo menos uma curva em comum. (Note
que o grafo dual denido a partir de um mapa e no a partir do grafo
do mapa. Um grafo planar pode ser representado por vrios mapas planos
diferentes, e cada um desses mapas tem o seu grafo dual.)
49
Umexemplo: o grafo dos estados do Brasil que examinamos no exerccio 1.17
o grafo dual do mapa do Brasil.
Exerccios
E 1.260 Seja (

V ,

E) um mapa plano e suponha que o grafo do mapa um
caminho. Mostre que (

V ,

E) tem apenas uma face.
Seja (

V ,

E) ummapa plano e suponha que o grafo do mapa umcircuito.
Mostre que (

V ,

E) tem exatamente duas faces (e as duas faces tm a mesma
fronteira).
E 1.261 Mostre que um mapa plano tem uma e uma s face se e somente se
o grafo do mapa uma oresta.
E 1.262 Considere um mapa plano que representa uma grade p-por-q. Quan-
tas faces tem o mapa?
E 1.263 Seja (

V ,

E) um mapa plano que representa uma grade 3-por-4. Faa
uma gura do grafo das faces (ou seja, do grafo dual) de (

V ,

E).
48
O conceito topolgico de conexo formalmente anlogo ao conceito de conexo da
teoria dos grafos: uma parte A do plano conexa se, para quaisquer pontos r e r

em A,
existe uma curva com extremos em r e r

cujos pontos esto todos em A.


49
O estudo da dualidade planar ca mais limpo se a denio de grafo liberalizada
para permitir arestas paralelas (ou seja, duas ou mais arestas diferentes com o mesmo par
de pontas) e laos (ou seja, uma aresta com duas pontas iguais). claro que a denio de
mapa plano deve ser liberalizada de acordo. Prero no adotar essa liberalizao no presente
texto. Para compensar, ser necessrio evitar ocasionalmente grafos que tm articulaes ou
vrtices de grau 2.
FEOFILOFF Mapas planos e suas faces 55
E 1.264 Quantas faces tem um mapa plano que representa um Q
3
?
E 1.265 Faa uma gura dos grafos das faces de cada um dos mapas planos
desenhados nas guras 1.12 e 1.13.
Figura 1.12: Faa uma gura do grafo dual
de cada um dos mapas planos da gura.
Figura 1.13: Faa uma gura do grafo dual
de cada um dos mapas planos da gura.
E 1.266 Seja G um K
5
e e uma aresta de G. Seja M um mapa plano que
representa Ge. Seja G

o grafo das faces (ou seja, o grafo dual) de M. Faa


uma gura de G

. Verique que G

planar. Exiba uma representao plana,


digamos M

, de G

. Faa uma gura do grafo das faces de M

.
E 1.267 D um exemplo de um grafo conexo planar que possa ser represen-
tado por dois mapas planos com diferentes nmeros de faces.
EI 1.268 (FRMULA DE EULER
50
) Seja (

V ,

E) um mapa plano cujo grafo
conexo. Mostre que
[

V [ [

E[ +[F[ = 2 , (1.3)
onde F o conjunto das faces do mapa. (Verique que a frmula falsa em
mapas cujos grafos no so conexos.)
50
Leonhard Euler (1o 18). Veja verbete na Wikipedia.
FEOFILOFF Mapas planos e suas faces 56
E 1.269 Seja F o conjunto das faces de um mapa plano (

V ,

E). Suponha que
o grafo do mapa aresta-biconexo. Mostre que

fF
d(f) = 2[

E[, sendo d(f)


o grau da face f.
EI 1.270 Seja G um grafo planar com 3 ou mais vrtices. Mostre que
m(G) 3n(G) 6 . (1.4)
(Comece tratando do caso em que G aresta-biconexo.) Como so as faces
de um mapa plano com n pontos e exatamente 3n 6 curvas?
EF 1.271 verdade que todo grafo G com m(G) 3n(G) 6 planar?
E 1.272 Deduza da desigualdade (1.4) que K
5
no planar.
E 1.273 Seja G um grafo com 3 ou mais vrtices e cintura (veja captulo 14)
no inferior a 4. Mostre que se G planar ento m(G) 2n(G) 4. (Compare
com o exerccio 1.270.) Deduza da que K
3,3
no planar. Deduza da que Q
4
no planar.
E 1.274 Seja G um grafo bipartido com 3 ou mais vrtices. Mostre que se G
planar ento m(G) 2n(G) 4.
E 1.275 Seja G um grafo (U, W)-bipartido. Mostre que se G planar ento
m(G) 2[U[ + 2[W[ 4.
E 1.276 Seja Gumgrafo e k umnmero natural no inferior a 3. Suponha que
Gtem pelo menos
1
2
(k+2) vrtices e cintura no inferior a k. Mostre que se G
planar ento m(G) (n(G) 2)k/(k 2). (Compare com o exerccio 1.273.)
EI 1.277 Mostre que todo grafo planar tem pelo menos um vrtice de grau
no superior a 5. Em outras palavras, mostre que (G) 5 para todo grafo
planar G.
E 1.278 D exemplo de um grafo planar que no contm vrtices de grau
menor que 5.
E 1.279 Seja G um grafo bipartido planar. Mostre que (G) 3.
E 1.280 Seja G um grafo com 11 ou mais vrtices. Mostre que G e o seu
complemento G no podem ser ambos planares.
FEOFILOFF Mapas planos e suas faces 57
E 1.281 Um mapa plano auto-dual (= self-dual) se o seu grafo for isomorfo
ao seu grafo dual. Mostre que se (

V ,

E) auto-dual ento 2[

V [ = [

E[ + 2.
Mostre que nem todo mapa plano (

V ,

E) tal que 2[

V [ = [

E[ + 2 auto-dual.
EI 1.282 Seja G o grafo de um mapa plano M com 3 ou mais vrtices. Supo-
nha que G biconexo e no tem vrtices de grau 2 (ou seja, (G) 3). Seja G

o grafo das faces (isto , o grafo dual) do mapa M. Mostre que G

planar.
Seja M

um mapa plano que representa G

. Seja G

o grafo das faces


de M

. Mostre que G


= G, ou seja, que G

isomorfo a G.
ED 1.283 (TEOREMA DE WHITNEY) Todo grafo planar 3-conexo tem essen-
cialmente um nico mapa plano. O essencialmente signica que todos os
mapas planos so equivalentes. Dois mapas so equivalentes se as fronteiras
das faces (entendidas como conjuntos de arestas) so idnticas.
FEOFILOFF Grafos aleatrios 58
1.17 Grafos aleatrios
Seja V o conjunto 1, . . . , n e seja ((n) a coleo de todos os grafos com \
((n) conjunto de vrtices V . claro que
[((n)[ = 2
N
, com N :=
_
n
2
_
.
Qualquer propriedade de grafos (como, por exemplo, a propriedade de ser
conexo)
51
dene uma subcoleo de ((n). Assim, convm confundir os con-
ceitos de propriedade e subcoleo de ((n). Diremos que quase todo
grafo tem determinada propriedade T(n) se
lim
n
[T(n)[
[((n)[
= 1 .
Uma maneira de estudar o conjunto ((n) baseada na introduo de uma
medida de probabilidade nesse conjunto. Seja p um nmero no intervalo
(0, 1) e escolha cada elemento de V
(2)
, independentemente, com probabili-
dade p. (Veja exerccio 1.17.) Se A o conjunto dos pares escolhidos, ento
(V, A) um grafo aleatrio em ((n). A probabilidade de que o grafo (V, A)
assimconstrudo seja idntico a umdeterminado elemento de ((n) que tenha
m arestas
p
m
(1 p)
Nm
.
Se p =
1
2
ento todos os 2
N
grafos em((n) so equiprovveis: a probabilidade
de obter qualquer um deles 1/2
N
.
Exerccios
EF 1.284 Mostre que quase todo grafo em((n) tem mais que 10000 arestas.
E 1.285 Prove que quase todo grafo G em((n) conexo. (Veja a seo 1.17.)
51
Naturalmente, s estamos interessados em propriedades invariantes sob isomorsmo
(veja o captulo 2).
Captulo 2
Isomorsmo
Dois grafos so isomorfos se tm a mesma estrutura. A denio precisa
do conceito um pouco trabalhosa, como veremos a seguir.
Um isomorsmo (= isomorphism) entre dois grafos G e H uma uma bijeo
1
f de V
G
em V
H
tal que, para todo par (v, w) de elementos de V
G
, v e w so
adjacentes em G se e somente se f(v) e f(w) so adjacentes em H.
Dois grafos G e H so isomorfos (= isomorphic) se existe um isomorsmo
entre eles. A expresso G

= H uma abreviatura de G isomorfo a H.

=
Em outras palavras, dois grafos so isomorfos se possvel alterar os nomes
dos vrtices de um deles de tal modo que os dois grafos quem iguais.
PROBLEMA DO ISOMORFISMO: Decidir se dois grafos dados so iso-
morfos.
Exerccios
E 2.1 Os grafos G e H descritos a seguir so iguais?
V
G
= a, b, c, d E
G
= ab, bc, cd, da
V
H
= a, b, c, d E
H
= ab, bd, dc, ca
E 2.2 Os grafos G e H descritos a seguir so isomorfos?
V
G
= a, b, c, d, e, f, g E
G
= ab, bc, cd, cf, fe, gf, ga, gb
V
H
= h, i, j, k, l, m, n E
H
= hk, nj, jk, lk, lm, li, ij, in
E se trocarmos hk por hn em E
H
?
1
Uma bijeo uma funo ) de um conjunto em um conjunto 1 tal que (1) )(o) ,=
)(o

) sempre que o ,= o

e (2) para todo / em 1 existe o em tal que / = )(o).


59
FEOFILOFF Isomorsmo 60
E 2.3 Os grafos da gura 2.1 so isomorfos?
Figura 2.1: Os grafos da gura so isomorfos? Veja exerccio 2.3.
E 2.4 Mostre que dois caminhos so isomorfos se e somente se tm o mesmo
comprimento. Mostre que dois circuitos so isomorfos se e somente se tm o
mesmo comprimento.
E 2.5 Faa uma lista de todos os grafos sobre o conjunto de vrtices 1, 2, 3, 4
que sejam dois a dois no isomorfos. (Em outras palavras, faa uma lista de
grafos dois a dois no isomorfos tal que todo grafo com vrtices 1, 2, 3, 4 seja
isomorfo a algum grafo da lista.)
E 2.6 Para n = 1, 2, 3, . . . , faa uma lista de todas as rvores sobre o conjunto
de vrtices 1, 2, 3, . . . , n que sejam duas a duas no isomorfas.
E 2.7 Os grafos da gura 2.2 so isomorfos dois a dois?
r
r
r r
r
r
r
r r
r
`
`
`
`
`
`

`
`
`
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r r
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/
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/ /
`
`
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``
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/
/
/ /
`
`
`
``

\
\
\
\
\

Figura 2.2: Os grafos so dois a dois isomorfos? Veja exerccio 2.7.


E 2.8 Os grafos da gura 2.3 so isomorfos? Justique.
E 2.9 Os grafos da gura 2.4 so isomorfos? Justique.
E 2.10 Seja G a grade 3-por-4 e H a grade 4-por-3 (veja exerccio 1.6). Os
grafos G e H so iguais? so isomorfos?
FEOFILOFF Isomorsmo 61
r
r
r
r
r
r r
r r
r
-
-
-
`
`
`
`\
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\
\
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. r r
r
r r
r
r r
r r
-
-
-
`
`

`
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`
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`

`
`
`
`
`

.
.
.

`
`
`
Figura 2.3: Veja exerccio 2.8.
r r
r r
r
r r
r .

r r
r r
r
r
r
r
.

Figura 2.4: Os grafos so isomorfos? Veja exerccio 2.9.


E 2.11 Mostre que a grade p-por-q e o grafo denido no exerccio 1.7 so iso-
morfos.
E 2.12 Mostre que o cubo Q
3
isomorfo a algum subgrafo do Q
4
.
DD 2.13 Caracterize os grafos que so isomorfos a um subgrafo do Q
k
.
E 2.14 Suponha que os grafos G e H so isomorfos. Mostre que n(G) = n(H)
e m(G) = m(H). Mostre que para qualquer isomorsmo f de G em H tem-se
d
G
(v) = d
H
(f(v)) para todo v em V
G
. Mostre que se G tem um circuito de
comprimento k ento H tambm tem um circuito de comprimento k.
E 2.15 (ALGORITMO) O seguinte algoritmo se prope a decidir se dois gra-
fos, G e H, so isomorfos:
examine todas as bijees de V
G
em V
H
;
se alguma delas for um isomorsmo, ento G

= H;
caso contrrio, G e H no so isomorfos.
Discuta o algoritmo.
E 2.16 (ALGORITMO) O seguinte algoritmo se prope a decidir se dois gra-
fos, G e H, so isomorfos:
se n(G) ,= n(H) ento G e H no so isomorfos;
se :(G) ,= :(H) ento G e H no so isomorfos;
se [ \
G
: d
G
() = i [ , = [ \
H
: d
H
() = i [ para algum i
FEOFILOFF Isomorsmo 62
ento G e H no so isomorfos;
em todos os demais casos, G

= H.
Discuta o algoritmo.
E 2.17 Sejam G e H dois grafos e f uma bijeo de V
G
em V
H
tal que d
G
(v) =
d
H
(f(v)) para todo v em V
G
. verdade que G

= H?
EF 2.18 Certo ou errado? Para mostrar que dois grafos G e H com mesmo
nmero de vrtices no so isomorfos basta exibir uma bijeo f de V
G
em
V
H
e um par de vrtices u e v em V
G
tal que (1) uv E
G
mas f(u)f(v) / E
H
ou (2) uv / E
G
mas f(u)f(v) E
H
.
E 2.19 Seja ( o conjunto de todos grafos que representam os alcanos que tm
frmula C
4
H
10
. (Veja exerccio 1.5.) Cada um desses alcanos tem 4 vrtices
de grau 4 e 10 vrtices de grau 1. Quantos grafos dois-a-dois no isomorfos
h em(?
E 2.20 Mostre que o grafo das arestas (veja o exerccio 1.24) de um K
5
iso-
morfo ao complemento do grafo de Petersen.
E 2.21 verdade que todo grafo isomorfo ao grafo das arestas (veja exerc-
cio 1.24) de algum outro grafo?
E 2.22 Seja X um conjunto de vrtices de um grafo G. Suponha que o sub-
grafo induzido G[X] uma estrela (veja a seo 1.2) com 4 vrtices. Mostre
que Gno isomorfo ao grafo das arestas (veja exerccio 1.24) de outro grafo,
ou seja, que no existe grafo H tal que G

= L(H).
E 2.23 Seja G o grafo de Petersen. Dados quaisquer dois vrtices u e v de G,
mostre que existe um isomorsmo de G em G (isomorsmos desse tipo so
conhecidos como automorsmos) que leva u em v. Dadas quaisquer duas
arestas uv e xy de G, mostre que existe um isomorsmo de G em G que leva
uv em xy (ou seja, leva u em x e v em y ou leva u em y e v em x).
E 2.24 Um grafo auto-complementar se for isomorfo ao seu complemento.
Mostre que se G um grafo auto-complementar ento n(G) := 0 (mod 4) ou
n(G) := 1 (mod 4).
2
2
A expresso r := i (mod 4) signica que o resto da diviso de r por 4 e o resto da
diviso de i por 4 so iguais, ou seja, que r mod 4 = i mod 4. Em outras palavras, r i
divisvel por 4.
FEOFILOFF Isomorsmo 63
DD 2.25 Encontre uma caracterizao eciente de grafos no isomorfos. Em
outras palavras, encontre uma propriedade A que seja fcil de vericar e que
torne verdadeira a seguinte armao: Dois grafos G e H no so isomorfos
se e somente se A.
DD 2.26 (ALGORITMO) Esboce um algoritmo rpido que resolva o pro-
blema do isomorsmo (isto , decida se dois grafos dados so isomorfos).
FEOFILOFF Isomorsmo 64
Captulo 3
Sntese de grafos com graus dados
Um grafo G realiza uma sequncia (g
1
, g
2
, . . . , g
n
) de nmeros naturais
1
se os
vrtices do grafo so 1, 2, . . . , n e d(i) = g
i
para todo i.
Uma sequncia (g
1
, g
2
, . . . , g
n
) de nmeros naturais grca se existe um sequncia
grca
grafo que a realize.
PROBLEMA DA SNTESE: Dada uma sequncia de nmeros naturais,
decidir se ela ou no grca.
Esse problema s vezes chamado de graph design problem.
Exerccios
E 3.1 Considere as sequncias (2, 2, 0), (1, 1, 2, 2), (0, 3, 1, 0), (0, 1, 2, 2, 3),
(3, 3, 2, 2, 1), (6, 6, 5, 4, 3, 3, 1) e (7, 6, 5, 4, 3, 3, 2). Quais delas so grcas?
E 3.2 Suponha que (g
1
, g
2
, . . . , g
n
) uma sequncia grca. Mostre que g
i

n 1 para todo i e que

g
i
par. Formule a recproca; ela verdadeira?
E 3.3 Mostre que uma sequncia (g
1
, g
2
, . . . , g
n
) grca se e somente se
a sequncia (ng
1
1, ng
2
1, . . . , ng
n
1) grca. (Este fato pode ser
usado como base de um algoritmo que reconhece sequncias grcas.)
E 3.4 Prove que para cada n 5 existe um grafo 4-regular com n vrtices.
1
O conjunto dos nmeros naturais 0, 1, 2, . . ..
65
FEOFILOFF Sntese de grafos com graus dados 66
E 3.5 verdade que para cada nmero r existe um grafo r-regular? ver-
dade que para cada par (r, n) de nmeros tal que r < n existe um grafo
r-regular com n vrtices?
E 3.6 Suponha que (g
1
, g
2
, . . . , g
n
) uma sequncia grca e k um nmero
natural n. Mostre que a sequncia
(k, g
1
+1, g
2
+1, . . . , g
k
+1, g
k+1
, . . . , g
n
)
tambm grca. Formule a recproca deste fato; ela verdadeira?
EI 3.7 (TEOREMA DE HAVEL E HAKIMI
2
) Seja (k, g
1
, g
2
, . . . , g
n
) uma sequn-
cia de nmeros naturais tal que k g
1
g
2
. . . g
n
. Suponha que a
sequncia
(g
1
1, g
2
1, . . . , g
k
1, g
k+1
, . . . , g
n
)
grca. Mostre que a primeira sequncia tambm grca.
EI 3.8 (TEOREMA DE ERD

OS
3
E GALLAI
4
) Mostre que uma sequncia
(g
1
, g
2
, . . . , g
n
) de nmeros naturais grca se e somente se

i
g
i
par e
k

i=1
g
i
k(k 1) +
n

i=k+1
min (k, g
i
)
para cada k tal que 1 k n.
E 3.9 (ALGORITMO) Esboce um algoritmo eciente que resolva o problema
de sntese enunciado acima, ou seja, decida se uma dada sequncia de n-
meros naturais grca. Busque inspirao nos exerccios 3.6 e 3.7 ou no
exerccio 3.8.
E 3.10 Sejam g
1
, . . . , g
n
nmeros inteiros positivos. Suponha que

n
i=1
g
i
=
2(n 1). Mostre que existe uma rvore (veja seo 1.14) T com vrtices 1,
. . . , n tal que d(i) = g
i
para cada i.
2
Publicado em 1955 por Vclav Havel e em 1962 por S. Louis Hakimi.
3
Paul Erd os (11 16). (Veja verbete na Wikipedia.)
4
Tibor Gallai (11: 1:).
Captulo 4
Caracterizao de grafos
bicolorveis
Uma bicolorao de um grafo G uma bipartio
1
(U, W) de V
G
tal que toda
aresta de G tem uma ponta em U e outra em W. (Voc pode imaginar que
todos os vrtices emU so vermelhos e todos os vrtices emW so azuis.) Por
exemplo, todo grafo bipartido (veja seo 1.2) tem uma bicolorao bvia.
PROBLEMA DA BICOLORAO: Encontrar uma bicolorao de um
grafo dado.
Faz parte do problema decidir se o grafo dado admite
2
bicolorao.
3
Diremos
que um grafo bicolorvel (ou biparticionvel) se admite bicolorao.
4
Como veremos adiante (exerccio 4.14), um grafo bicolorvel se e somente
se no contm circuito mpar. Dizemos que um circuito mpar se seu com-
primento um nmero mpar.
1
Uma bipartio de um conjunto \ um par (l, \) de subconjuntos no vazios de \
tal que l \ = \ e l \ = . A bipartio o par (l, \). No faz sentido dizer l
uma das biparties de \ . Diga l um dos elementos da bipartio.
2
A expresso admite bicolorao signica o mesmo que tem uma bicolorao.
3
Muitos problemas na teoria dos grafos envolvem questes do seguinte tipo: Mostrar
que umdado grafo no temuma certa propriedade?. No presente caso, a questo Mostrar
que um dado grafo no tem bicolorao?. A resposta Tente todas as possveis biparties
de \
G
no satisfatria, pois o nmero de biparties enorme: um conjunto de tamanho
n tem 2
n1
diferentes biparties.
4
A distino entre as expresses G bicolorvel e G bipartido sutil: um grafo
bicolorvel s se torna bipartido depois que uma de suas bicoloraes for explicitamente
dada.
67
FEOFILOFF Caracterizao de grafos bicolorveis 68
Exerccios
EI 4.1 Mostre que um grafo G bicolorvel se e somente se E
G
um corte.
E 4.2 Mostre que o grafo do cavalo t-por-t bicolorvel.
E 4.3 verdade que o grafo do bispo t-por-t bicolorvel?
E 4.4 Mostre que todo cubo Q
k
bicolorvel.
E 4.5 Mostre que toda grade bicolorvel.
EF 4.6 Mostre que todo caminho bicolorvel. Mostre que todo circuito de
comprimento par bicolorvel.
E 4.7 Mostre que um grafo pode ter duas ou mais bicoloraes diferentes.
Mostre que grafos conexos tm no mximo uma bicolorao.
EU 4.8 Mostre que toda oresta bicolorvel.
EF 4.9 Suponha que um grafo G bicolorvel. verdade que todo subgrafo
induzido de G bicolorvel?
E 4.10 Os grafos da gura 4.1 so bicolorveis?
r r r
r r r
r r r

r r r r
r
r r
r
r r r r

`
`
`
`
`
`
`
`
`
`
`
`
`
`
Figura 4.1: Exerccio 4.10. Esses grafos so bicolorveis?
E 4.11 (BOM!) Quantas arestas pode ter um grafo bicolorvel com n vrti-
ces?
EF 4.12 Suponha que um grafo G tem um circuito mpar. Mostre que G no
bicolorvel.
FEOFILOFF Caracterizao de grafos bicolorveis 69
EI 4.13 Mostre que todo grafo sem circuitos mpares bicolorvel.
5
EI 4.14 (SOLUO DO PROBLEMA DA BICOLORAO) Deduza de 4.12 e 4.13
que um grafo bicolorvel se e somente se no tem circuitos mpares.
E 4.15 Dizemos que um grafo G tem um circuito induzido se existe X V
G
tal que G[X] um circuito. Mostre que um grafo bicolorvel se e somente
se no tem circuitos mpares induzidos.
E 4.16 (ALGORITMO) Construa um algoritmo eciente que decida se um
grafo dado bicolorvel. O algoritmo deve devolver uma bicolorao do
grafo ou um circuito mpar.
E 4.17 (CAMINHO PAR/MPAR) Seja G um grafo biconexo. Sejam r e s dois
vrtices de G. Existe umcaminho de comprimento par de r a s e umcaminho
de comprimento mpar de r a s (os dois caminhos no so necessariamente
disjuntos) se e somente se G no bicolorvel.
E 4.18 (CIRCUITO MPAR) Seja G um grafo biconexo. Suponha que G tem
um circuito de comprimento mpar. Mostre que todo vrtice de G faz parte
de um circuito de comprimento mpar.
Caracterizao de cortes
E 4.19 Caracterize os conjuntos de arestas de um grafo que so cortes, ou
seja, estabelea as condies em que um conjunto de arestas de um grafo
um corte.
E 4.20 (ALGORITMO) Esboce um algoritmo eciente que execute a seguinte
tarefa: Dado um grafo G e uma parte
6
C de E
G
, o algoritmo decide se C ou
no um corte. Em caso armativo, o algoritmo deve devolver um conjunto
X de vrtices tal que (X) = C. Que coisa o seu algoritmo deve devolver em
caso negativo?
E 4.21 Seja D um corte e O um circuito em um grafo G. Mostre que [D E
O
[
par.
5
Portanto, um circuito mpar um certicado da inexistncia de bicolorao do grafo.
Reciprocamente, uma bicolorao do grafo um certicado da ausncia de circuitos mpa-
res.
6
Uma parte de um conjunto o mesmo que um subconjunto do conjunto.
FEOFILOFF Caracterizao de grafos bicolorveis 70
E 4.22 (Recproca de 4.21.) Seja D um conjunto de arestas de um grafo G.
Suponha que [D E
O
[ par para todo circuito O em G. Mostre que D um
corte.
E 4.23 Seja D um corte e P um caminho em um grafo G. O que se pode dizer
sobre a paridade de [D E
P
[?
E 4.24 Digamos que um grafo-com-sinais um terno (G, P, N) em que G um
grafo e (P, N) uma partio do conjunto E
G
. As arestas em P so positi-
vas e as outras so negativas. Um grafo-com-sinais (G, P, N) equilibrado se
todo circuito em G tem um nmero par de arestas negativas. Prove que um
grafo-com-sinais (G, P, N) equilibrado se e somente se existe uma biparti-
o (U, W) de V
G
tal que (U) = N.
Captulo 5
Conjuntos estveis
Um conjunto X de vrtices de um grafo estvel (= stable = independent) se
seus elementos so dois a dois no adjacentes. Emoutras palavras X estvel
se nenhuma aresta do grafo tem ambas as pontas em X, ou seja, se o grafo
induzido G[X] vazio. Por exemplo, se (U, W) uma bicolorao do grafo
ento os conjuntos U e W so estveis.
Um conjunto estvel X

mximo se no existe conjunto estvel X tal que mximo


[X[ > [X

[. Em outras palavras, X

mximo se [X

[ [X[ para todo con-


junto estvel X.
PROBLEMA DO CONJUNTO ESTVEL MXIMO: Encontrar um con-
junto estvel mximo num grafo dado.
importante no confundir mximo com maximal. Um conjunto estvel X

maximal se no faz parte


1
de um conjunto estvel maior, ou seja, se no maximal
existe conjunto estvel X tal que X X

.
2
Eis uma variante do problema: Dado um grafo e um nmero natural k, en-
contrar um conjunto estvel com k ou mais vrtices. ( claro que essa vari-
ante nem sempre tem soluo.)
O tamanho de um conjunto estvel mximo em um grafo G denotado por
(G) .
Em ingls, esse parmetro conhecido como stability number ou independence
number. Quem sabe deveramos chamar de ndice de estabilidade do
grafo.
1
Uma parte de um conjunto o mesmo que um subconjunto do conjunto.
2
A expresso 1 signica 1 subconjunto prprio de , ou seja, 1 mas
1 ,= .
71
FEOFILOFF Conjuntos estveis 72
Exerccios
E 5.1 Mostre que o ndice de estabilidade invariante sob isomorsmo. Em
outras palavras, se G e H so grafos isomorfos ento (G) = (H).
EF 5.2 Encontre um conjunto estvel mximo em um K
n
. Encontre um con-
junto estvel mximo em um K
n
.
EF 5.3 Exiba um grafo e um conjunto estvel maximal que no seja mximo.
E 5.4 No grafo da gura 5.1, exiba umconjunto estvel maximal que no seja
mximo.
r r r r
r r r r
`
`
`
`
`
`
`
`
`
`
`
`

Figura 5.1: Veja exerccio 5.4.


EF 5.5 Suponha que X e Y so conjuntos estveis maximais de um grafo.
verdade que X e Y so disjuntos (ou seja, que X Y = )?
EF 5.6 Calcule um conjunto estvel mximo em um caminho. Calcule um
conjunto estvel mximo em um circuito.
E 5.7 Encontre um conjunto estvel mximo na grade p-por-q.
E 5.8 Exiba um conjunto estvel mximo no cubo Q
k
.
E 5.9 Encontre um conjunto estvel mximo no grafo do cavalo.
E 5.10 Encontre um conjunto estvel mximo no grafo do bispo.
E 5.11 Encontre um conjunto estvel mximo no grafo da dama. (Em outras
palavras, disponha o maior nmero possvel de damas no tabuleiro de modo
que elas no se ataquem mutuamente.)
E 5.12 Encontre um conjunto estvel mximo no grafo de Petersen.
E 5.13 Encontre um conjunto estvel mximo no grafo de Kneser K(n, k)
(veja exerccio 1.16).
FEOFILOFF Conjuntos estveis 73
E 5.14 Encontre um conjunto estvel mximo no grafo dos estados do Brasil
(veja exerccio 1.17).
E 5.15 Seja G um grafo bicolorvel com bicolorao (U, W) e suponha que
[U[ [W[. verdade que U um conjunto estvel mximo?
EF 5.16 Seja H um subgrafo de um grafo G. Qual a relao entre (H)
e (G)?
EF 5.17 SejamGe H dois grafos tais que V
G
V
H
= . Mostre que (GH) =
(G) +(H).
EF 5.18 Seja Aa matriz de adjacncias de umgrafo G(veja exerccio 1.3). Seja
X um conjunto estvel de G. Que aparncia tem a restrio de A a X X?
E 5.19 (ALGORITMO) Discuta o seguinte algoritmo para o problema do con-
junto estvel mximo:
dado um grafo G, examine cada um dos subconjuntos de \
G
;
descarte os subconjuntos que no forem estveis;
escolha o maior dos que sobrarem.
DD 5.20 (ALGORITMO) Invente um algoritmo rpido que resolva o pro-
blema do conjunto estvel mximo. Invente, pelo menos, um algoritmo que
produza um conjunto estvel grande.
E 5.21 Suponha que um grafo G admite bicolorao. verdade que todo
conjunto estvel maximal de G mximo? E se G for uma rvore?
EF 5.22 (ALGORITMO) Construa um algoritmo que encontre um conjunto
estvel maximal emqualquer grafo dado. (Sugesto: use uma estratgia gu-
losa: em cada iterao, escolha qualquer vrtice que seja razovel.
3
)
E 5.23 (ALGORITMO) O seguinte algoritmo guloso (= greedy) recebe um
grafo G e devolve um conjunto estvel X:
A
H G
enquanto \
H
,= faa
escolha em \
H
de modo que [N
H
()[ seja mnimo
3
De um modo geral, algoritmos gulosos abocanham o objeto que lhes parece mais sabo-
roso na iterao corrente, sem medir as consequncias de longo prazo.
FEOFILOFF Conjuntos estveis 74
A A
7 N
H
()
H H 7
devolva A
verdade que esse algoritmo devolve um conjunto estvel mximo para
qualquer grafo G dado? E se G for bipartido? E se G for uma rvore?
E 5.24 (BOM!) Prove que todo conjunto estvel maximal de qualquer grafo
G tem pelo menos
_
n(G)
(G) + 1
_
vrtices.
4
Deduza da que (G)
n(G)
(G)+1
para todo grafo G.
E 5.25 (BOM!) Prove que todo grafo G satisfaz a desigualdade
(G)

vV
G
1
d(v) + 1
.
Ou seja, prove que G tem um conjunto estvel com
_
1
d(v)+1
_
vrtices.
E 5.26 Seja G
t
o grafo da dama t-por-t. Use o exerccio 5.25 para esti-
mar (G
t
).
E 5.27 Seja X o conjunto estvel produzido pelo algoritmo do exerccio 5.23.
Mostre que [X[

vV
G
1/(d(v) + 1).
E 5.28 Prove que todo grafo G satisfaz a desigualdade
(G)
n
+ 1
,
sendo n o nmero de vrtices, m o nmero de arestas, e a mdia dos graus
dos vrtices de G.
E 5.29 Digamos que uma cobertura-por-caminhos de umgrafo G uma coleo
P
1
, . . . , P
k
de caminhos emGtal que V
P
1
V
P
k
= V
G
. Suponha que toda
cobertura-por-caminhos de um grafo G tem pelo menos k caminhos. Mostre
que (G) k. Em outras palavras, mostre que G tem um conjunto estvel
com pelo menos k vrtices.
4
Por denio, ,r| o nico inteiro , tal que , 1 < r ,.
FEOFILOFF Conjuntos estveis 75
E 5.30 (ALGORITMO) Esboce um algoritmo eciente que receba um grafo
bipartido e devolva um conjunto estvel mximo.
5
E 5.31 Seja G um grafo sem vrtices isolados. Mostre que
(G) m(G)/(G) .
Em outras palavras, mostre que G no tem conjuntos estveis com mais que
m(G)/(G)| vrtices.
6
E 5.32 Sejam n e a dois inteiros positivos. Seja k := n/a| e r := n ka.
Seja H o grafo que resulta da unio de r cpias do K
k+1
e a r cpias do K
k
(os conjuntos de vrtices das cpias so dois a dois disjuntos). Observe que
n(H) = n, m(H) = r
_
k+1
2
_
+ (a r)
_
k
2
_
e (H) = a .
Mostre que (G) > (H) para qualquer grafo G tal que n(G) = n e m(G) <
m(H).
7
Grafos aleatrios
E 5.33 Mostre que o ndice de estabilidade da maioria dos grafos no passa
de pouco mais que 2 log
2
n(G). Mais precisamente, mostre que para qualquer
nmero real positivo tem-se
(G) < (2 +) log
2
n
para quase todo grafo G em((n). (Veja a seo 1.17.)
E 5.34 Prove que, por menor que seja o nmero positivo , temos (G) <
n/(2 log
2
n + 1 + ) para quase todo grafo G em ((n). (Veja o exerccio 5.33,
com = (1 +)/ log
2
n.)
5
Discutiremos esse algoritmo em detalhe no captulo 10.
6
Por denio, r| o nico inteiro i tal que i r < i + 1.
7
Pode-se provar que H o nico grafo (a menos de isomorsmo) com n vrtices,
:(H) arestas e ndice de estabilidade o. Este fato um conhecido teorema de Paul Turn
(11o 16). (Veja verbete na Wikipedia.) O complemento de H conhecido como grafo
de Turn.
FEOFILOFF Conjuntos estveis 76
Captulo 6
Cliques
Uma clique
1
(= clique) ou conjunto completo num grafo qualquer conjunto
de vrtices dois a dois adjacentes. Em outras palavras X uma clique se o
grafo induzido G[X] completo.
PROBLEMA DA CLIQUE MXIMA: Encontrar uma clique mxima
num grafo dado.
Eis uma variante do problema: dado um grafo e um nmero natural k, en-
contrar uma clique com k ou mais vrtices.
O tamanho de uma clique mxima de um grafo G denotado por
(G) .
Em ingls, esse parmetro conhecido como clique number.
Exerccios
EF 6.1 Encontre uma clique mxima em um K
n
. Encontre uma clique m-
xima em um K
n
.
EF 6.2 Encontre uma clique mxima em um caminho. Encontre uma clique
mxima em um circuito.
E 6.3 Exiba um grafo e uma clique que seja maximal mas no mxima.
1
A palavra clique um neologismo emprestado do ingls. A palavra denota uma pa-
nelinha ou pequeno clube que no aceita novos membros facilmente. Nesse contexto, a
palavra no tem qualquer relao com estalido e com expresses como d um clique com
o boto esquerdo do mouse.
77
FEOFILOFF Cliques 78
E 6.4 Encontre uma clique mxima no grafo do cavalo.
E 6.5 Encontre uma clique mxima no grafo do bispo.
E 6.6 Encontre uma clique mxima no grafo da dama.
E 6.7 Exiba uma clique mxima no cubo Q
k
.
E 6.8 Mostre que toda clique maximal do grafo de Kneser K(n, k) (veja exer-
ccio 1.16) temn/k| vrtices. Exiba uma clique mxima em K(n, k).
E 6.9 Qual a relao entre o problema da clique mxima e o problema do con-
junto estvel mximo (veja captulo 5)? Como possvel usar um algoritmo
que resolve um dos problemas para resolver o outro?
EF 6.10 Prove que (G) (G) + 1 para todo grafo G.
E 6.11 Prove a seguinte relao, vlida para qualquer conjunto X de vrtices
de um grafo G: X uma clique em G se e somente se X um conjunto
estvel em G. Deduza da que (G) = (G).
EF 6.12 Suponha que G um grafo bicolorvel. Quantos vrtices tem uma
clique mxima em G?
E 6.13 Suponha que um grafo G tem a seguinte propriedade: para cada vr-
tice v, o conjunto N(v) uma clique. Mostre que cada componente de G
uma clique.
E 6.14 Mostre que (G) 3 para todo grafo Gcommais que n(G)
2
/4 arestas.
(Veja exerccio 4.11.)
E 6.15 Suponha que (G) k. Quantas arestas G pode ter no mximo (em
relao ao nmero de vrtices)?
E 6.16 verdade que toda clique maximal em uma rvore mxima?
EF 6.17 (ALGORITMO) Construa um algoritmo que encontre uma clique
maximal em qualquer grafo dado.
DD 6.18 (ALGORITMO) Invente um algoritmo rpido que resolva o pro-
blema da clique mxima. Invente, pelo menos, um algoritmo que produza
uma clique grande.
FEOFILOFF Cliques 79
E 6.19 Seja L(G) o grafo das arestas (veja exerccio 1.24) de um grafo G. Mos-
tre que para cada vrtice v de G, o conjunto
G
(v) uma clique em L(G).
Mostre que o conjunto das arestas de qualquer tringulo em G uma clique
em L(G). Mostre que qualquer clique de cardinalidade diferente de 3 em
L(G) parte de algum conjunto da forma
G
(v).
E 6.20 Dado um grafo G, calcule uma clique mxima no grafo das ares-
tas L(G). (Veja exerccio 6.19.)
E 6.21 Mostre que um grafo H isomorfo ao grafo das arestas (veja exerc-
cio 1.24) de um outro grafo G se e somente se existe uma coleo de cliques
de H tal que cada aresta de H tem ambas as pontas em uma e apenas uma
das cliques e todo vrtice de H pertence a no mximo duas das cliques.
FEOFILOFF Cliques 80
Captulo 7
Cobertura por vrtices
Uma cobertura por vrtices
1
(= vertex cover), ou simplesmente cobertura, de
um grafo qualquer conjunto de vrtices que contenha pelo menos uma das
pontas de cada aresta. Em outras palavras, um conjunto X de vrtices uma
cobertura se toda aresta tem pelo menos uma de suas pontas em X.
PROBLEMA DA COBERTURA MNIMA: Encontrar uma cobertura m-
nima num grafo dado.
A cardinalidade de uma cobertura mnima de um grafo G denotada por
(G) .
H uma relao simples e ntima entre coberturas por vrtices e conjuntos
estveis (veja o exerccio 7.6). Essa relao torna o problema da cobertura
mnima equivalente ao problema do conjunto estvel mximo.
Exerccios
E 7.1 Uma galeria de arte consiste emumgrande nmero de corredores retos
que interligam pequenas praas. Um guarda postado numa praa capaz de
vigiar todos os corredores que saem da praa. Qual o nmero mnimo de
guardas necessrio para vigiar a galeria toda?
E 7.2 Encontre uma cobertura mnima no grafo do cavalo. Encontre uma
cobertura mnima no grafo do bispo.
1
Quem sabe seria melhor dizer cobertura das arestas por vrtices.
81
FEOFILOFF Cobertura por vrtices 82
E 7.3 Encontre uma cobertura mnima no cubo Q
k
.
EF 7.4 Mostre que um grafo G bicolorvel se e somente se V
G
tem um sub-
conjunto U que , ao mesmo tempo, um conjunto independente e uma cober-
tura.
EF 7.5 O que uma cobertura minimal? Use o grafo da gura 5.1 para dar
um exemplo de uma cobertura minimal. verdade que toda cobertura mi-
nima minimal? verdade que toda cobertura minimal minima?
E 7.6 Prove a seguinte relao entre coberturas e conjuntos estveis: emqual-
quer grafo G, um conjunto X de vrtices uma cobertura se e somente se
V
G
X estvel. Deduza da que (G) = n(G) (G).
E 7.7 Mostre que o problema da cobertura mnima equivalente ao pro-
blema do conjunto estvel mximo. (Em outras palavras, mostre que qual-
quer algoritmo para um dos problemas pode ser convertido num algoritmo
para o outro.)
E 7.8 Suponha que T uma rvore. verdade que toda cobertura minimal
de T mnima?
EF 7.9 Seja (U, W) uma bicolorao de um grafo G. Seja X, X

uma parti-
o de U e Y, Y

uma partio de W. Suponha que N(X) Y . Mostre que


Y X

uma cobertura.
E 7.10 (SOLUO APROXIMADA) Especique um algoritmo que d uma so-
luo aproximada do problema da cobertura mnima: ao receber um grafo G,
o algoritmo deve devolver uma cobertura X tal que [X[ 2(G).
E 7.11 Considere a equivalncia discutida no exerccio 7.7 e a soluo aproxi-
mada discutida no exerccio 7.10. possvel obter uma soluo aproximada
semelhante para o problema do conjunto estvel mximo (veja captulo 5)?
Captulo 8
Colorao de vrtices
Uma colorao dos vrtices, ou recobrimento por conjuntos estveis, de um
grafo uma coleo de conjuntos estveis que cobre o conjunto de vrtices.
Mais precisamente, uma colorao dos vrtices de um grafo G uma coleo
X
1
, X
2
, . . . , X
k
de conjuntos estveis tal que X
1
X
2
X
k
= V
G
.
Embora isso no seja essencial, cmodo supor que os conjuntos X
1
, . . . , X
k
so disjuntos dois a dois. Podemos dizer ento que uma colorao dos vrti-
ces de G uma partio de V
G
em conjuntos estveis. Cada vrtice do grafo
estar em um e apenas um desses conjuntos. ( claro que o conceito de co-
lorao de vrtices uma generalizao do conceito de bicolorao discutido
no captulo 4.)
Se imaginarmos que cada conjunto estvel X
i
corresponde a uma cor, po-
demos dizer que uma colorao de vrtices uma atribuio de cores aos
vrtices tal que vrtices adjacentes recebem cores diferentes.
Dizemos que uma colorao X
1
, X
2
, . . . , X
k
usa k cores.
1
Dizemos tambm
que esta uma k-colorao. Se um grafo tem uma k-colorao ento tambm
tem uma k

-colorao para todo k

> k.
Uma colorao de vrtices mnima se o seu nmero de cores o menor
possvel, ou seja, se no existe outra que use menos cores.
PROBLEMA DA COLORAO DE VRTICES: Encontrar uma colora-
o mnima dos vrtices de um grafo dado.
Onmero cromtico (= chromatic number) de umgrafo G o nmero de cores
em uma colorao mnima dos vrtices de G. Esse nmero denotado por
(G) .
1
Mesmo que algum A
i
seja vazio.
83
FEOFILOFF Colorao de vrtices 84
Um grafo G k-colorvel (= k-colorable) se (G) k. Em particular, 2-
colorvel o mesmo que bicolorvel, conforme o captulo 4.
Veja o stio WWW Graph Coloring Page de Joseph Culberson na Universidade
de Alberta, Canad.
Uma cobertura de G por cliques qualquer partio X
1
, . . . , X
k
de V
G
tal
que cada X
i
uma clique. claro que uma cobertura de G por cliques o
mesmo que uma colorao dos vrtices de G. O correspondente PROBLEMA
DA COBERTURA POR CLIQUES consiste emencontrar a menor cobertura de V
G
por cliques.
Exerccios
E 8.1 Uma indstria precisa armazenar um certo conjunto de reagentes qu-
micos. Por razes de segurana, certos pares de reagentes no devem car
num mesmo compartimento do armazm. Quantos compartimentos o arma-
zm deve ter no mnimo?
EF 8.2 Mostre que o nmero cromtico invariante sob isomorsmo. Em
outras palavras, se G e H so grafos isomorfos ento (G) = (H).
EF 8.3 Seja X
1
, . . . , X
k
uma colorao dos vrtices de um grafo G. Mos-
tre que existe uma colorao Y
1
, . . . , Y
k
tal que os conjuntos Y
1
, . . . , Y
k
so
disjuntos dois a dois.
EF 8.4 verdade que (G) (G) para todo grafo G? Em outras palavras,
verdade que toda colorao dos vrtices de G usa pelo menos (G) cores?
EF 8.5 Encontre uma colorao mnima dos vrtices de um caminho. Repita
com um circuito no lugar do caminho. Repita com uma grade no lugar do
caminho.
E 8.6 Seja T
t
o grafo da torre t-por-t. Encontre uma colorao mnima dos
vrtices de T
t
.
E 8.7 Seja B
t
o grafo do bispo t-por-t. Encontre uma colorao mnima dos
vrtices de B
t
.
E 8.8 Seja B
t
o grafo do bispo t-por-t. Encontre uma cobertura por cliques
mnima do grafo B
t
.
FEOFILOFF Colorao de vrtices 85
E 8.9 Seja C
t
o grafo do cavalo t-por-t. Encontre uma colorao mnima dos
vrtices de C
t
. Encontre uma cobertura mnima de C
t
por cliques. Considere
inicialmente os casos t = 2, . . . , 6.
E 8.10 Seja D
t
o grafo da dama t-por-t. Encontre uma colorao mnima dos
vrtices de D
t
. Trate inicialmente dos casos t = 2, . . . , 6.
E 8.11 Seja R
t
o grafo do rei t-por-t. Encontre uma colorao mnima dos
vrtices de R
t
.
E 8.12 Encontre uma colorao mnima do grafo dos estados do Brasil (veja
exerccio 1.17).
E 8.13 Encontre uma colorao mnima dos vrtices do cubo Q
k
. Encontre
uma cobertura por cliques mnima do cubo Q
k
.
E 8.14 Encontre uma colorao mnima dos vrtices do grafo de Petersen.
E 8.15 Encontre uma colorao mnima dos vrtices do grafo G denido da
seguinte maneira: comece com cinco cpias mutuamente disjuntas, digamos
B
1
, . . . , B
5
, de um grafo completo com 3 vrtices; para cada i, acrescente ares-
tas ligando todos os elementos de B
i
a todos os de B
i+1
; nalmente, acres-
cente arestas ligando todos os elementos de B
5
a todos os de B
1
. (Este grafo
foi usado por Catlin
2
como contraexemplo para a conjectura de Hajs. Veja
exerccio 8.68.)
E 8.16 So dadas mquinas 1, . . . , n e intervalos de tempo I
1
, . . . , I
n
. Para
cada i, um operador deve cuidar da mquina i durante o intervalo I
i
. Se
I
i
I
j
,= , um mesmo operador no pode cuidar de i e j. Qual o nmero
mnimo de operadores suciente para operar as mquinas? (Veja o exerc-
cio 1.22.)
EF 8.17 Exiba um grafo G com duas coloraes mnimas diferentes dos vr-
tices de G.
EF 8.18 Suponha que umgrafo Gtemuma colorao de vrtices comk cores.
verdade que G tem uma colorao X
1
, . . . , X
k
tal que X
1
um conjunto
independente mximo?
EF 8.19 SejamGe H dois grafos tais que V
G
V
H
= . Mostre que (GH) =
max(G), (H).
2
P. A. Catlin, 1979.
FEOFILOFF Colorao de vrtices 86
E 8.20 Seja e uma ponte de um grafo G com duas ou mais arestas. Mostre
que (Ge) = (G).
E 8.21 Seja v uma articulao de um grafo G. verdade que (G) =
(Gv)?
E 8.22 Seja v umvrtice de umgrafo G. Suponha que d(v) < (G)1. Mostre
que (G) = (Gv).
EF 8.23 Seja H um subgrafo de um grafo G. Qual a relao entre (H)
e (G)?
E 8.24 Mostre que, para qualquer grafo G, toda colorao dos vrtices de G
usa pelo menos ,n(G)/(G)| cores. Em outras palavras, mostre que (G)
n(G)/(G).
E 8.25 (GENERALIZAO DE 8.24) Para cada vrtice v de um grafo G, seja

v
a cardinalidade de um conjunto estvel mximo dentre os que contm v.
Mostre que (G)

v
1/
v
.
E 8.26 Mostre que todo grafo com n vrtices e nmero cromtico k tem no
mximo
1
2
(n
2
n
2
/k) arestas. Deduza da que (G) n
2
/(n
2
2m), para
todo grafo G com n vrtices e m arestas.
3
Deduza da que (G) n/(n r)
se G r-regular.
4
E 8.27 Mostre que (G)
1
2
+
_
2m(G) +
1
4
para todo grafo G.
E 8.28 (ALGORITMO) O algoritmo que descreveremos a seguir resolve o
problema da colorao de vrtices? Ao receber um grafo G, o algoritmo faz
o seguinte:
Escolhe um conjunto estvel mximo, digamos A
1
, em G. Em seguida,
escolhe um conjunto estvel mximo A
2
em G A
1
. Depois, escolhe um
conjunto estvel mximo A
3
em (GA
1
) A
2
. E assim por diante, at que
no haja mais vrtices a escolher.
E 8.29 (ALGORITMO) O seguinte algoritmo guloso (= greedy) recebe um
grafo G e devolve uma colorao dos vrtices X
1
, . . . , X
k
. Cada iterao
3
Alguns exemplos: se : 0 ento 1, se : n
2
,4 ento 2, se : 4n
2
,9
ento 9.
4
Exemplos: se : 0 ento 0, se : n,2 ento 2, se : 2n,3 ento 3.
FEOFILOFF Colorao de vrtices 87
comea com um coleo X
1
, . . . , X
k
de conjuntos estveis; a primeira pode
comear com a coleo vazia, isto , com k = 0. Cada iterao consiste no
seguinte:
CASO 1: A
1
. . . A
k
= \
G
.
Devolva A
1
, . . . , A
k
e pare.
CASO 2: A
1
. . . A
k
,= \
G
.
Escolha um vrtice em \
G
(A
1
. . . A
k
).
Se A
i
estvel para algum i entre 1 e /
ento comece nova iterao com A
i
no papel de A
i
.
Caso contrrio, faa A
k+1
= e
comece nova iterao com / + 1 no papel de /.
Este algoritmo resolve o problema da colorao de vrtices?
E 8.30 (BOM!) Prove que todo grafo G admite uma colorao de vrtices
com apenas (G) +1 cores. Em outras palavras, prove que (G) (G) +1
para todo grafo G.
E 8.31 Prove que todo grafo Gadmite uma cobertura por cliques de tamanho
no mximo n(G)(G). Emoutras palavras, mostre que (G) n(G)(G).
E 8.32 Seja G um grafo conexo no regular. Mostre que (G) (G). (Com-
pare com o exerccio 8.30.)
E 8.33 Seja P um caminho de comprimento mximo em um grafo G. Mostre
que (G) n(P). (Em outras palavras, se um grafo no tem caminho com
mais que k vrtices ento pode ser colorido com apenas k cores.)
E 8.34 (TEOREMA DE BROOKS
5
) Seja G um grafo conexo no completo di-
ferente de um circuito mpar. Mostre que (G) (G). (Compare com o
exerccio 8.32.)
E 8.35 Mostre que a diferena (G) (G) pode ser arbitrariamente grande.
Mostre que o quociente (G)/(G) pode ser arbitrariamente grande. (Com-
pare com o exerccio 8.30.)
E 8.36 (GENERALIZAO DE 8.30) Sejam v
1
, v
2
, . . . , v
n
os vrtices de um
grafo G e suponha que d(v
1
) d(v
2
) d(v
n
). Mostre que (G)
max
n
i=1
mini, d(v
i
) + 1. (Sugesto: o lado direito da desigualdade igual a
max i : d(v
i
) + 1 i .)
5
Publicado por R. L. Brooks em 1941.
FEOFILOFF Colorao de vrtices 88
E 8.37 Seja G um grafo dotado da seguinte propriedade: todo par de circui-
tos mpares tem (pelo menos) um vrtice em comum. Prove que G admite
uma 5-colorao dos vrtices.
EI 8.38 Suponha que um grafo G tem uma clique com k vrtices. Mostre que
toda colorao de vrtices de G usa pelo menos k cores. Em outras palavras,
mostre que
(G) (G)
para todo grafo G.
E 8.39 Suponha que um grafo G tem uma clique com k vrtices e uma colo-
rao dos vrtices em k cores. Prove que a clique mxima e que a colorao
mnima.
6
E 8.40 Prove que (G) = (G) para todo grafo bicolorvel G.
EI 8.41 (ALGORITMO
7
) Sejam v
1
, v
2
, . . . , v
n
os vrtices de um grafo G. Supo-
nha que, para i = 2, . . . , n, o conjunto
v
1
, . . . , v
i1
N(v
i
)
uma clique. Mostre que (G) = (G). (Sugesto: Escreva um algoritmo
que calcule uma colorao de vrtices mnima e uma clique mxima.)
E 8.42 Mostre que, para todo k, existe um grafo sem cliques de tamanho k
que no admite colorao com k (ou menos) cores. Em outras palavras, mos-
tre que existem grafos G tais que (G) > (G). Mostre que para cada k existe
um grafo G tal que (G) = k e (G) = 2.
E 8.43 Suponha que um grafo G tem um conjunto estvel com k vrtices.
Mostre que toda cobertura de V
G
por cliques usa pelo menos k cliques. De-
duza da que (G) (G).
E 8.44 Suponha que um grafo G no tem subgrafo induzido isomorfo a um
caminho com 4 vrtices. Mostre que (G) = (G).
E 8.45 Suponha que um grafo G no tem subgrafo induzido isomorfo a K
1,3
nem a K
4
e. Mostre (G) (G) + 1.
6
Uma tal clique pode ser usada como certicado da minimalidade de uma colorao.
Reciprocamente, uma tal colorao pode ser usada como certicado da maximalidade da
clique.
7
Perfect Elimination Scheme.
FEOFILOFF Colorao de vrtices 89
E 8.46 Seja G um grafo (no necessariamente bicolorvel) e seja R, S uma
partio de V
G
. Suponha ainda que d(R) < k (ou seja, h menos que k arestas
com uma ponta em R e outra em S). Suponha que os grafos G[R] e G[S]
admitem coloraes de vrtices com k cores apenas. Mostre que G admite
uma colorao de vrtices com k cores.
EI 8.47 (TEOREMA DE GALLAI E ROY
8
) Para qualquer orientao acclica
9
D
de um grafo G, seja l(D) o comprimento de um caminho orientado
10
mximo
em D. Ento
(G) = 1 + min
D
l(D) .
DD 8.48 (ALGORITMO) Invente um algoritmo rpido que resolva o pro-
blema da colorao de vrtices.
Colorao com nmero dado de cores
Se o nmero de cores disponveis estiver xo, temos a seguinte variante do
problema da colorao:
PROBLEMA DA COLORAO COM NMERO DADO DE CORES: Dado
umnmero natural k e umgrafo G, encontrar uma k-colorao de G.
evidente que o problema nem sempre tem soluo. O problema da 2-
colorao, por exemplo, equivale ao problema de decidir se um dado grafo
bicolorvel (veja exerccio 4.14).
E 8.49 O seguinte algoritmo recebe um grafo G e promete devolver uma bi-
colorao de G. Cada iterao comea com um par (X
1
, X
2
) de conjuntos
estveis; a primeira pode comear com X
1
= X
2
= . Cada iterao consiste
no seguinte:
CASO 1: A
1
A
2
= \
G
.
Devolva A
1
, A
2
e pare.
CASO 2: A
1
A
2
,= \
G
.
Escolha um vrtice em \
G
(A
1
A
2
).
8
Publicado em 1966 por Tibor Gallai e em 1967, independentemente, por Bernard Roy.
9
Uma orientao de um grafo consiste na substituio de cada aresta n pelo par orde-
nado (, n) ou pelo par ordenado (n, ). Um tal par ordenado chamado arco. O resultado
um grafo dirigido. Um grafo dirigido 1 acclico se no tem circuitos orientados. Um
circuito orientado se todos os seus arcos so dirigidas no mesmo sentido.
10
Um caminho orientado se todos os seus arcos so dirigidas no mesmo sentido.
FEOFILOFF Colorao de vrtices 90
Escolha i em1, 2 tal que A
i
estvel.
Comece nova iterao com A
i
no papel de A
i
.
O algoritmo cumpre a promessa (ou seja, produz uma 2-colorao dos vrti-
ces do grafo)?
E 8.50 O seguinte algoritmo guloso recebe um grafo G e promete devolver
uma 3-colorao de G. Cada iterao comea com conjuntos estveis X
1
, X
2
e X
3
; a primeira pode comear com X
1
= X
2
= X
3
= . Cada iterao
consiste no seguinte:
CASO 1: A
1
A
2
A
3
= \
G
.
Devolva A
1
, A
2
, A
3
e pare.
CASO 2: A
1
A
2
A
3
,= \
G
.
Escolha um vrtice em \
G
(A
1
A
2
A
3
).
Escolha i em1, 2, 3 tal que e A
i
estvel.
Comece nova iterao com A
i
no papel de A
i
.
O algoritmo cumpre o prometido?
E 8.51 Considere o seguinte algoritmo guloso, que recebe um grafo G e pro-
mete devolver uma 3-colorao de G:
\ \
G
enquanto \ ,= faa
escolha n em \
i 1
enquanto N(n) A
i
,= faa i i + 1
A
i
A
i
n
\ \ A
i
devolva A
1
, A
2
, A
3
O algoritmo cumpre o que prometeu?
E 8.52 Mostre que o grafo de Petersen (gura 1.6) no admite 3-colorao.
E 8.53 Quantas arestas no mximo pode ter um grafo com n vrtices que
admite uma 3-colorao dos vrtices?
E 8.54 Imagine uma grade em que todos os vrtices exceto um esto colo-
ridos. Cada vrtices colorido tem uma de 3 possveis cores. Invente uma
heurstica da troca de cores em componentes bicoloridas (compare com o
exerccio 12.20) para obter, a partir da colorao parcial dada, uma colorao
de todos os vrtices com apenas 3 cores.
FEOFILOFF Colorao de vrtices 91
E 8.55 Sejam I e J conjuntos estveis num grafo G e suponha I J = . Seja
X o conjunto dos vrtices de um componente do grafo bipartido G[I J].
Mostre que o conjunto I X estvel no grafo G.
E 8.56 (ALGORITMO) Descreva uma heurstica
11
de colorao de vrtices ba-
seada no exerccio 8.55. (No incio de cada iterao temos uma colorao
parcial dos vrtices; cada iterao escolhe um vrtice no colorido e procura
atribuir a ele uma das cores j usadas.)
DD 8.57 Como se sabe, grafos 2-colorveis so caracterizados pela ausncia
de circuitos mpares. Invente uma boa caracterizao dos grafos 3-colorveis.
Invente uma boa caracterizao dos grafos k-colorveis.
DD 8.58 (ALGORITMO) Invente um algoritmo rpido que resolva o pro-
blema da 3-colorao de vrtices.
12
DD 8.59 (ALGORITMO) Seja k um nmero natural maior que 3. Invente um
algoritmo rpido que resolva o problema da k-colorao de vrtices.
Colorao de grafos planares
Grafos planares podem ser coloridos com poucas cores.
E 8.60 Mostre que (G) 6 para todo grafo planar G. (Veja os exerc-
cios 1.277 e 8.30.)
E 8.61 Mostre que (G) 5 para todo grafo planar G. (Veja exerccios 1.277,
8.54 e 8.56.)
E 8.62 (ALGORITMO) Construa umalgoritmo que produza uma 5-colorao
dos vrtices de qualquer grafo planar dado.
EDD 8.63 (TEOREMA DAS QUATRO CORES
13
) Mostre que todo grafo planar
admite uma colorao de vrtices com 4 ou menos cores. Em outras palavras,
11
Segundo Wilf (em Algorithms and Complexity, Prentice-Hall, 1986), heursticas so
methods that seem to work well in practice, for reasons nobody understands.
12
No se conhece um algoritmo rpido que decida se um grafo 3-colorvel. Em termos
tcnicos, esse problema de deciso NP-completo. Veja observao na pgina 5.
13
Demonstrado em 1976 por Kenneth Appel e Wolfgang Haken. Demonstrao simpli-
cada em 1997 por Neil Robertson, Daniel P. Sanders, Paul D. Seymour e Robin Thomas. Veja
as pginas The four color theorem e Four-Color Theorem.
FEOFILOFF Colorao de vrtices 92
mostre que
(G) 4
para todo grafo planar G.
EF 8.64 Mostre que existem grafos planares que no admitem colorao de
vrtices com 3 cores apenas.
E 8.65 Seja G o grafo dos estados do Brasil (veja exerccio 1.17). Mostre que
(G) = 4.
EDD 8.66 (ALGORITMO) Construa um algoritmo que produza uma
4-colorao dos vrtices de qualquer grafo planar dado.
E 8.67 Mostre que (G)
1
4
n(G) para todo grafo planar G. (Seria muito
interessante ter uma prova desse fato que no dependesse do teorema das
quatro cores, exerccio 8.63.)
Colorao versus minors
Estude antes o captulo 19 (Planaridade).
ED 8.68 Prove que a seguinte conjectura de Hajs
14
falsa: Para todo
grafo G, se (G) k ento G tem um minor topolgico (veja seo 1.15)
isomorfo a K
k
.
E 8.69 Seja G um grafo tal que (G) 3. Mostre que G tem um minor (veja
seo 1.15) isomorfo a K
3
. (Compare com o exerccio 8.38.)
E 8.70 Seja G um grafo tal que (G) 4. Mostre que G tem um minor
isomorfo a K
4
.
EDD 8.71 Seja G um grafo tal que (G) 5. Mostre que G tem um mi-
nor isomorfo a K
5
. (Isto equivalente ao teorema da Quatro Cores, exerc-
cio 8.63.)
DD 8.72 (CONJECTURA DE HADWIGER
15
) Para todo nmero natural k 2
e todo grafo G, se (G) k ento G tem um minor isomorfo a K
k
. (Esta
uma profunda generalizao do teorema da Quatro Cores, exerccio 8.63.)
14
A conjectura foi proposta por G. Hajs, em 1961.
15
A conjectura foi proposta por H. Hadwiger, em 1943.
FEOFILOFF Colorao de vrtices 93
Colorao de grafos aleatrios
E 8.73 Seja um nmero real positivo. Mostre que
(G) >
1
2 +
n
log
2
n
para quase todo grafo G em((n). (Veja a seo 1.17.)
ED 8.74 Seja um nmero real positivo menor que 2. Mostre que
(G) <
1
2
n
log
2
n
para quase todo grafo G em((n). (Compare com o exerccio 8.73.)
Grafos perfeitos
Um grafo perfeito (= perfect) se (G[X]) = (G[X]) para todo subconjunto
X de V
G
. (Veja o exerccio 8.38.)
E 8.75 Exiba um grafo no perfeito G tal que (G) = (G).
E 8.76 Mostre que todo grafo bicolorvel perfeito.
ED 8.77 (TEOREMA DE LOVSZ
16
) Mostre que o complemento de todo grafo
perfeito perfeito.
EDD 8.78 (TEOREMA FORTE DO GRAFO PERFEITO
17
) Um buraco mpar
(= odd hole) um circuito induzido com um nmero mpar 5 de vrtices.
Prove que um grafo G perfeito se e somente se nem G nem G contm
um buraco mpar.
18
(Esta caracterizao de grafos perfeitos havia sido con-
jecturada por Claude Berge em 1960.)
16
Publicado por Lsl Lovsz em 1972.
17
Strong Perfect Graph Theorem.
18
Este teorema foi provado em 2002 por Maria Chudnovsky e Paul D. Seymour como
base em trabalho prvio de Neil Robertson e Robin Thomas.
FEOFILOFF Colorao de vrtices 94
Captulo 9
Emparelhamentos
Duas arestas de um grafo so adjacentes se tm uma ponta comum. Um
emparelhamento (= matching) um conjunto de arestas duas a duas no ad-
jacentes.
Em outras palavras, um emparelhamento num grafo um conjunto M de
arestas tal que [M (v)[ 1 para cada vrtice v.
PROBLEMA DO EMPARELHAMENTO MXIMO: Encontrar um empa-
relhamento mximo num grafo dado.
Um emparelhamento M

mximo se no existe um emparelhamento M tal


que [M[ > [M

[. Acardinalidade de umemparelhamento mximo numgrafo


G denotada por

(G) .
A propsito, um emparelhamento M

maximal se no faz parte de um em-


parelhamento maior, ou seja, se no existe um emparelhamento M tal que
M M

.
O problema do emparelhamento um caso particular do problema do con-
junto estvel (veja o exerccio 9.14). Embora no saibamos como resolver este
ltimo de maneira eciente, sabemos como resolver o primeiro.
Um emparelhamento M perfeito (= perfect matching) se cada vrtice do
grafo ponta de algum elemento de M. Eis uma especializao interes-
sante do problema acima: Encontrar umemparelhamento perfeito numgrafo
dado. claro que nem todo grafo tem um emparelhamento perfeito; a di-
culdade do problema est em decidir se o grafo dado tem ou no tem um
emparelhamento perfeito.
A seguinte terminologia til no estudo de emparelhamentos:
95
FEOFILOFF Emparelhamentos 96
1. Um emparelhamento M satura um vrtice v se (v) M ,= , ou seja, se
alguma aresta de M incide em v.
2. Um emparelhamento M satura um conjunto X de vrtices se M satura
cada vrtice em X.
3. Um caminho alternante (= alternating) em relao a um emparelha-
mento M se suas arestas esto alternadamente em M e fora de M. (s
vezes cmodo dizer M-alternante no lugar de alternante em rela-
o a M.)
4. Um caminho de aumento (= augmenting path) para um emparelha-
mento M um caminho alternante de comprimento no nulo cujos ex-
tremos no esto saturados por M.
Exerccios
EF 9.1 Seja M um conjunto de arestas de um grafo G. Seja H o grafo (V
G
, M).
Mostre que M um emparelhamento em G se e somente se d
H
(v) 1 para
todo vrtice v de H.
EF 9.2 Quantas arestas tem um emparelhamento mximo num grafo com-
pleto com n vrtices?
EF 9.3 Quantas arestas tem um emparelhamento mximo em um grafo bi-
partido completo?
EF 9.4 Calcule um emparelhamento mximo em um caminho. Calcule um
emparelhamento mximo em um circuito.
EF 9.5 Suponha que um grafo G tem um emparelhamento perfeito. Mostre
que n(G) par.
E 9.6 Calcule um emparelhamento mximo em um grafo 3-regular dotado
de circuito hamiltoniano (veja captulo 15).
EF 9.7 verdade que todo grafo regular tem um emparelhamento perfeito?
EF 9.8 Encontre um emparelhamento mximo no grafo da dama t-por-t.
E 9.9 Encontre um emparelhamento mximo no grafo do bispo t-por-t.
E 9.10 Encontre um emparelhamento mximo no grafo do cavalo t-por-t.
FEOFILOFF Emparelhamentos 97
E 9.11 Quantas arestas tem um emparelhamento mximo no cubo Q
k
?
E 9.12 (BOM!) Exiba um grafo G e um emparelhamento em G que seja ma-
ximal mas no seja mximo.
E 9.13 verdade que em qualquer rvore todo emparelhamento maximal
mximo?
E 9.14 Mostre que o problema do emparelhamento mximo um caso parti-
cular do problema do conjunto estvel mximo.
E 9.15 verdade que, emqualquer grafo, todo vrtice no isolado saturado
por algum emparelhamento mximo?
EU 9.16 (BOM!) Sejam M e M

dois emparelhamentos num grafo G. Des-


creva o grafo (V
G
, M M

). Descreva o grafo (V
G
, M M

).
1
Que acontece se ` `

os emparelhamentos M e M

so perfeitos?
E 9.17 Suponha que um grafo G tem uma ponte a. Mostre que ou todos
os emparelhamentos perfeitos de G contm a ou nenhum emparelhamento
perfeito de G contm a.
E 9.18 Prove que toda oresta tem no mximo um emparelhamento perfeito.
EF 9.19 Seja M um emparelhamento em um grafo e seja P um caminho M-
alternante. Mostre que todo caminho em P tambm M-alternante.
E 9.20 Seja M um emparelhamento em um grafo e seja P um caminho M-
alternante maximal. Suponha que as duas arestas extremas de P no esto
em M. verdade que P um caminho de aumento?
EI 9.21 (CAMINHO DE AUMENTO) Suponha que P um caminho de au-
mento para um emparelhamento M. Prove que
M E
P
um emparelhamento. Prove que [M E
P
[ > [M[.
1
Para quaisquer conjuntos e 1, denota-se por 1 o conjunto ( 1) (1 ).
fcil vericar que 1 = ( 1) ( 1).
FEOFILOFF Emparelhamentos 98
EI 9.22 (TEOREMA DE BERGE
2
) Seja M um emparelhamento num grafo G.
Suponha que M no mximo. Prove que existe um caminho de aumento
para M.
EI 9.23 Prove que um emparelhamento M mximo se e somente se no
existe caminho de aumento para M. (Veja exerccios 9.21 e 9.22.)
ED 9.24 (ALGORITMO) Seja M um emparelhamento em um grafo G. Sejam
r e s dois vrtices no saturados por M. Escreva um algoritmo que encontre
um caminho alternante com origem r e trmino s (ou constate que um tal
caminho no existe).
E 9.25 (BOM!) Seja M um emparelhamento. Seja (v
0
, v
1
, . . . , v
k
) um passeio
(veja m da seo 1.9) cujas arestas esto alternadamente em M e fora de
M e suponha que v
0
e v
k
no esto saturados por M. Seja A o conjunto das
arestas do passeio. Mostre que o conjunto M A no necessariamente um
emparelhamento. (Compare com o exerccio 9.21.)
E 9.26 (SLINK, SLITHER) Dois jogadores, digamos A e B, se alternam esco-
lhendo vrtices num grafo G. Primeiro, A escolhe um vrtice v
0
. Em seguida,
B escolhe um vrtice v
1
adjacente a v
0
. Depois, A escolhe um vrtice adja-
cente a v
1
mas diferente de v
0
e de v
1
. E assim por diante.
Eis uma maneira mais limpa de descrever o jogo: Os vrtices escolhidos
formam um caminho v
0
v
1
v
2
v
k
. Se k mpar, A escolhe um vrtice v
k+1
distinto dos demais mas adjacente a v
k
. Se k par, B faz um jogada anloga.
O ltimo jogador que puder fazer um movimento vence o jogo.
Prove que B tem uma estratgia vencedora se G tem um emparelha-
mento perfeito. Prove que A tem uma estratgia vencedora em caso contr-
rio.
E 9.27 Seja M umemparelhamento e X umconjunto de vrtices de umgrafo.
Mostre que se X saturado por M ento X tambm saturado por algum
emparelhamento mximo.
E 9.28 Sejam X e Y dois conjuntos de vrtices de um grafo G. Suponha que
X saturado por algum emparelhamento e Y saturado por algum empare-
lhamento (no necessariamente o mesmo).
Se y um elemento de Y X, verdade que X y saturado por
algum emprelhamento?
Se [Y [ > [X[, verdade que existe y emY X, tal que Xy saturado
por algum emprelhamento?
2
Publicado em 1957 por Claude Berge (1:6 :oo:).
FEOFILOFF Emparelhamentos 99
EI 9.29 (EMPARELHAMENTOS VERSUS COBERTURAS) Mostre que, em qual-
quer grafo, para qualquer emparelhamento M e qualquer cobertura K (veja
captulo 7),
[M[ [K[ .
Deduza da que se [M[ = [K[ ento M um emparelhamento mximo e K
uma cobertura mnima.
3
D um exemplo de um grafo que no possui um
par (M, K) tal que [M[ = [K[. (Veja tambm o exerccio 9.32.)
EI 9.30 Mostre que

(G) (G) para todo grafo G.


EF 9.31 Seja K uma cobertura minimal de um grafo (veja o captulo 7).
verdade que toda aresta de qualquer emparelhamento tem apenas uma das
pontas em K?
E 9.32 Seja M um emparelhamento e K uma cobertura (veja o captulo 7)
tais que [M[ = [K[. Mostre que M satura K e que cada elemento de M tem
apenas uma das pontas em K. (Veja o exerccio 9.29.)
E 9.33 Suponha que M um emparelhamento maximal num grafo. Seja
V (M) o conjunto dos vrtices saturados por M. Mostre que V (M) uma
cobertura (veja o captulo 7).
Escolha uma das pontas de cada aresta em M. Seja W o conjunto resul-
tante. verdade que W uma cobertura?
E 9.34 (EMPARELHAMENTO QUASE MXIMO) Seja M um emparelhamento
maximal e M

um emparelhamento mximo em um grafo. evidente que


[M[ [M

[. Mostre que [M[


1
2
[M

[. verdade que [M[ >


1
2
[M

[ qualquer
que seja o grafo?
E 9.35 Suponha que um grafo G tem um emparelhamento perfeito. Mostre
que, para todo vrtice v, o grafo Gv tem exatamente um componente com
nmero mpar de vrtices.
E 9.36 Seja G um grafo com n(G) 2k e (G) k. Mostre que G tem um
emparelhamento com pelo menos k arestas.
3
Assim, se uma cobertura tem o mesmo tamanho que um emparelhamento, ela serve de
certicado da maximalidade do emparelhamento.
FEOFILOFF Emparelhamentos 100
Captulo 10
Emparelhamentos em grafos
bipartidos
O problema do emparelhamento mximo (veja captulo 9) relativamente
fcil quando restrito a grafos bipartidos.
Dado um conjunto X de vrtices de um grafo G, denotaremos por N
G
(X), ou N(A)
simplesmente N(X), o conjunto dos vrtices em V
G
X que tm um ou mais
vizinhos em X. (Em geral, N(X) um subconjunto prprio de

xX
N(x).)
1
Exerccios
E 10.1 Exiba um emparelhamento mximo no grafo da gura 10.1.
r r r r r r
r r r r r r
`
`
`
`
`

`
`
`
`
`

`
`
`
`
`

Figura 10.1: Exerccio 10.1. Encontre um


emparelhamento mximo.
E 10.2 Encontre um emparelhamento mximo no cubo Q
k
.
E 10.3 Exiba um emparelhamento mximo no grafo da gura 10.2.
1
Se A = r
1
, r
2
, . . . , r
k
ento

xX
N(r) denota o conjunto N(r
1
) N(r
2
) N(r
k
).
101
FEOFILOFF Emparelhamentos em grafos bipartidos 102
r r r r r
r r r r r
`
`
`
`
`

/
/
/
/
/
`
`
`
`
`

/
/
/
/
/
>
>
>
>
>
>
>
>
>
/
/
/
/
/
`
`
`
`
`

>
>
>
>
>
>
>
>
>

/
/
/
/
/
`
`
`
`
`
Figura 10.2: Exerccio 10.3. Encontre emparelhamento mximo.
EF 10.4 (COBERTURAS EM GRAFOS BIPARTIDOS) Seja G um grafo (U, W)-
bipartido. Seja U

, U

uma partio de U e W

, W

uma partio de W.
Mostre que N(U

) W

se e somente se N(W

) U

. Mostre que se
N(U

) W

ento W

uma cobertura.
Mostre que toda cobertura K em G tal que N(U K) W K e
N(W K) U K.
EU 10.5 Seja G um grafo (U, W)-bipartido e M um emparelhamento em G.
Seja V (M) o conjunto dos vrtices que M satura. Seja X o conjunto dos
vrtices de todos os caminhos M-alternantes que tm um dos extremos em
U V (M). Prove que (W X) (U X) uma cobertura de G. (Este lema
tcnico til para a soluo dos exerccios 10.7 e 10.9.)
E 10.6 (ALGORITMO) Construa um algoritmo eciente que receba um grafo
(U, W)-bipartido e um emparelhamento M e devolva (1) um emparelha-
mento M

tal que [M

[ > [M[ ou (2) uma cobertura K tal que [K[ = [M[.


(Veja o exerccio 10.5.)
E 10.7 (ALGORITMO HNGARO
2
) Construa um algoritmo eciente que re-
ceba um grafo bipartido G e uma bicolorao U, W de G e devolva um em-
parelhamento mximo em G. (Sugesto: Use o resultado do exerccio 10.6.)
E 10.8 Seja G um grafo (U, W)-bipartido e M um emparelhamento em G.
Seja V (M) o conjunto dos vrtices saturados por M. Seja r um vrtice em
U V (M) e s um vrtice em W V (M). Escreva um algoritmo que encontre
um caminho alternante com origem r e trmino s (ou constate que um tal
caminho no existe).
EI 10.9 (TEOREMA DE KNIGEGERVRY
3
) Mostre que todo grafo bipar-
tido tem um emparelhamento M e uma cobertura K tais que [M[ = [K[.
(Compare com o exerccio 9.29. Veja o exerccio 10.5.)
2
Referncia aos hngaros Knig, Egervry e outros.
3
Publicado em 1931 por Dnes Knig (188 1). O teorema tambm atribudo a
Eugene Egervry (1931).
FEOFILOFF Emparelhamentos em grafos bipartidos 103
U
W
Figura 10.3: Um grafo (l, \)-bipartido. A rea cinza indica uma
cobertura. As linhas coloridas indicam um emparelhamento.
EI 10.10 (Corolrio de 9.29 e 10.9) Seja G um grafo bicolorvel, M

um em-
parelhamento mximo e K

uma cobertura mnima em G. Mostre que


4
[M

[ = [K

[ .
E 10.11 Seja G um grafo bicolorvel. Mostre que

(G) = (G).
E 10.12 Mostre como encontrar um conjunto estvel mximo num grafo bi-
partido.
E 10.13 Seja G um grafo bicolorvel. Prove que (G) = (G).
E 10.14 Encontre um emparelhamento mximo e uma cobertura mnima no
grafo da gura 10.1.
E 10.15 D uma condio necessria e suciente para que umgrafo bipartido
tenha um emparelhamento com k arestas.
E 10.16 Seja G um grafo (U, W)-bipartido. Suponha que [U[ = [W[ e m(G) >
(k 1) [U[ para algum k inteiro positivo. Prove que G tem um emparelha-
mento de cardinalidade k.
E 10.17 Deduza o teorema de Knig (exerccio 10.9) do teorema de Menger
descrito no exerccio 18.9.
Emparelhamentos que saturam um dos lados
Em que condies um grafo (U, W)-bipartido possui um emparelhamento
perfeito? Uma condio necessria bvia: [U[ = [W[. Outro condio neces-
sria bvia: o grafo deve admitir um emparelhamento que satura U. Essas
observaes sugerem o seguinte
4
Esta proposio (e no a do exerccio 10.9) usualmente rotulada como Teorema de
KnigEgervry.
FEOFILOFF Emparelhamentos em grafos bipartidos 104
PROBLEMA: Dado um grafo (U, W)-bipartido, encontrar um empa-
relhamento que sature o conjunto U.
Exerccios
EF 10.18 Seja G um grafo (U, W)-bipartido. Suponha que [N(Z)[ < [Z[ para
alguma parte Z de U. Mostre que G no tem um emparelhamento que sa-
tura U.
Outra maneira de formular a questo: se algum emparelhamento sa-
tura U ento [N(Z)[ [Z[ para toda parte Z de U.
E 10.19 (TEOREMA DE HALL
5
) Seja G um grafo (U, W)-bipartido. Suponha
que
[N(Z)[ [Z[
para toda parte Z de U. Mostre que Gtem um emparelhamento que satura U.
(Sugesto: Use o teorema de KnigEgervry, exerccio 10.9.)
EI 10.20 (Corolrio de 10.18 e 10.19) Mostre que um grafo (U, W)-bipartido
tem um emparelhamento que satura U se e somente se [N(Z)[ [Z[ para
toda parte Z de U.
6
EF 10.21 Quais das armaes a seguir valem para todo grafo (U, W)-
bipartido G? (1) Se G tem um emparelhamento que satura U ento [N(Z)[
[Z[ para toda parte Z de U. (2) Se G tem um emparelhamento que satura
U ento [N(Z)[ [Z[ para alguma parte Z de U. (3) Se [N(Z)[ < [Z[ para
alguma parte Z de U ento G no tem um emparelhamento que satura U.
(4) Se [N(Z)[ [Z[ para toda parte Z de U G tem um emparelhamento que
satura U. (5) Se [N(Z)[ < [Z[ para toda parte Z de U ento G no tem um
emparelhamento que satura U. (6) Se [N(Z)[ [Z[ para alguma parte Z de U
G tem um emparelhamento que satura U.
E 10.22 Deduza o teorema de KnigEgervry (exerccio 10.9) do teorema de
Hall (exerccio 10.19).
E 10.23 Seja H um conjunto de homens, M um conjunto de mulheres e k um
inteiro positivo. Suponha que cada homem conhece no mximo k mulheres e
cada mulher conhece no mnimo k homens. Prove que possvel casar cada
mulher com um homem que ela conhece.
5
Publicado em 1935 por Philip Hall (1o 18:). (Veja verbete na Wikipedia.)
6
Esta proposio (e no a do exerccio 10.19) usualmente rotulada como Teorema de
Hall.
FEOFILOFF Emparelhamentos em grafos bipartidos 105
E 10.24 Prove que se G um grafo (U, W)-bipartido com pelo menos uma
aresta e d(u) d(w) para todo u em U e w em W, ento existe em G um
emparelhamento que cobre U.
E 10.25 Seja G um grafo bipartido r-regular com r > 0. Mostre que G tem
um emparelhamento perfeito.
E 10.26 Prove que um grafo bicolorvel G tem um emparelhamento perfeito
se e somente se [N

(Z)[ [Z[ para todo subconjunto Z de V


G
, sendo N

(Z) o
conjunto

zZ
N(z). D um exemplo de um grafo (no bicolorvel) que no
tememparelhamento perfeito mas satisfaz a desigualdade [N

(Z)[ [Z[ para


todo conjunto Z de vrtices.
E 10.27 Seja G um grafo (U, W)-bipartido e X uma parte de U. D uma con-
dio necessria e suciente para que exista um emparelhamento em G que
satura X.
E 10.28 Seja G um grafo (U, W)-bipartido. Seja X uma parte de U e Y uma
parte de W. Seja M um emparelhamento que satura X e N um empare-
lhamento que satura Y . Mostre que existe um emparelhamento que satura
X Y .
E 10.29 Seja G um grafo (U, W)-bipartido com pelo menos uma aresta. Seja
X o conjuntos dos vrtices em U que tm grau (G). Mostre que G tem um
emparelhamento que satura X.
E 10.30 Seja G um grafo bicolorvel com pelo menos uma aresta. Mostre que
existe um emparelhamento que satura todos os vrtices de grau (G). (Veja
exerccios 10.29 e 10.28.)
E 10.31 Seja K umgrafo (U, W)-bipartido completo. Suponha que [U[ = [W[.
Seja G um subgrafo de K e r o nmero (G). Mostre que existe um grafo r-
regular H tal que G H K.
E 10.32 Seja G um grafo bicolorvel e seja r o nmero (G). Mostre que G
subgrafo de algum grafo bicolorvel r-regular.
EI 10.33 Seja G um grafo (U, W)-bipartido. Prove que todo emparelhamento
mximo em G tem cardinalidade
min
ZU
[U[ [Z[ +[N(Z)[ .
(Isto uma generalizao do exerccio 10.20.)
FEOFILOFF Emparelhamentos em grafos bipartidos 106
E 10.34 Seja G um grafo (no necessariamente bicolorvel) e seja R, S uma
partio de V
G
. Suponha ainda que h menos que k arestas com uma ponta
em R e outra em S (ou seja, d(R) < k). Suponha que os grafos G[R] e G[S]
admitem coloraes de vrtices (veja captulo 8) com k cores. Mostre que G
admite uma colorao de vrtices com k cores.
Captulo 11
Emparelhamentos em grafos
arbitrrios
Um componente de um grafo mpar (= odd component) se tem um nmero
mpar de vrtices. O nmero de componentes mpares de um grafo G ser
denotado nesta seo por o(G). o(G)
Exerccios
E 11.1 Seja T uma rvore e suponha que o(T v) = 1 para cada vrtice v
de T. Mostre que T tem emparelhamento perfeito. (Veja antes exerccio 9.35.)
E 11.2 Suponha que um grafo G tem um emparelhamento perfeito. Mostre
que o(GS) [S[ para todo conjunto S de vrtices.
EF 11.3 Suponha que um grafo G satisfaz a condio o(G S) [S[ para
todo conjunto S de vrtices. Prove que n(G) par.
EID 11.4 (TEOREMA DE TUTTE
1
) Suponha que um grafo G tem a seguinte
propriedade:
o(GS) [S[
para todo conjunto S de vrtices. (Compare com o exerccio 11.2.) Mostre
que G tem um emparelhamento perfeito.
1
O teorema foi publicado em 1947 por William T. Tutte (11 :oo:). (Veja verbete na
Wikipedia.)
107
FEOFILOFF Emparelhamentos em grafos arbitrrios 108
EI 11.5 Mostre que um grafo G tem um emparelhamento perfeito se e so-
mente se o(G S) [S[ para todo conjunto S de vrtices. (Veja exerc-
cios 11.2 e 11.4.)
ED 11.6 (ALGORITMO) Esboce um algoritmo eciente que decida se um
grafo tem ou no tem um emparelhamento perfeito.
E 11.7 Deduza o teorema de Hall (exerccio 10.19) do teorema de Tutte (exer-
ccio 11.4).
EI 11.8 Seja M um emparelhamento e S um conjunto de vrtices de um
grafo G. Prove que o nmero de vrtices no saturados por M pelo me-
nos o(GS) [S[. Deduza da que
[M[ (G, S) ,
sendo (G, S) o nmero
1
2
n(G)
1
2
_
o(GS) [S[
_
. ( , )
E 11.9 Seja M um emparelhamento e S um conjunto de vrtices de um
grafo G. Suponha que [M[ = (G, S), sendo (G, S) o nmero denido no
exerccio 11.8. Mostre que o emparelhamento M mximo.
2
EID 11.10 Mostre que em qualquer grafo G existe um emparelhamento M e
uma parte S de V
G
tais que M deixa de saturar apenas o(GS) [S[ vrtices,
ou seja, tais que
[M[ (G, S) ,
sendo (G, S) o nmero denido no exerccio 11.8.
EID 11.11 (TEOREMA DE TUTTEBERGE
3
) Prove que, em qualquer grafo G,

(G) = (G) ,
sendo (G) o valor mnimo de (G, S) para todas as partes S de V
G
, onde
(G, S) a expresso denida no exerccio 11.8. (Veja o exerccio 11.10.)
E 11.12 Deduza o exerccio 9.29 do exerccio 11.8. Deduza o teorema de
KnigEgervry (exerccio 10.9) do teorema de TutteBerge (exerccio 11.11).
E 11.13 Seja G um grafo 3-regular sem pontes. Mostre que G tem um empa-
relhamento perfeito. Mostre que nem todo grafo 3-regular tem um empare-
lhamento perfeito.
EID 11.14 (DECOMPOSIO DE GALLAIEDMONDS
4
) Seja G um grafo e D
2
O conjunto o serve de certicado da maximalidade do emparelhamento.
3
Trata-se de uma combinao do teorema de Tutte (exerccio 11.4) com um teorema de
Claude Berge (1:6 :oo:) publicado em 1958.
4
Publicada em 1963 e 1964 por Tibor Gallai (11: 1:) e em 1965 por Jack Edmonds.
FEOFILOFF Emparelhamentos em grafos arbitrrios 109
o conjunto dos vrtices de G que no so saturados por algum emparelha-
mento mximo. Seja A o conjunto N(D). Seja C o conjunto V
G
(D A).
Mostre que para todo emparelhamento mximo M

em G tem-se
2[M

[ = n(G) c(G[D]) +[A[ ,


onde c(H) denota o nmero de componentes do grafo H.
ED 11.15 (ALGORITMO) Esboce um algoritmo eciente que encontre um
emparelhamento mximo em qualquer grafo dado. (O Algoritmo de Ed-
monds
5
faz exatamente isso.)
ED 11.16 Uma cobertura por arestas (= edge cover)
6
de um grafo um con-
junto F de arestas tal que todo vrtice do grafo ponta de algum elemento
de F. (No confunda com o conceito de cobertura por vrtices.) Invente um
algoritmo eciente que produza uma cobertura por arestas mnima.
ED 11.17 (ALGORITMO DO EMPARELHAMENTO DE PESO MXIMO) Seja K
um grafo completo e uma funo de E
K
em N := 0, 1, 2, 3, . . .. Para cada
aresta e do grafo, diremos que (e) o peso de e. O peso de um subconjunto emparelha-
mento de
peso
mximo
F de E
K


eF
(e). Esboce um algoritmo para encontrar um emparelha-
mento de peso mximo em K.
5
Jack Edmonds.
6
Quem sabe eu deveria dizer cobertura de vrtices por arestas.
FEOFILOFF Emparelhamentos em grafos arbitrrios 110
Captulo 12
Colorao de arestas
Uma colorao das arestas, ou recobrimento por emparelhamentos, de um
grafo uma coleo de emparelhamentos que cobre o conjunto de arestas.
Mais precisamente, uma colorao das arestas de um grafo G uma coleo
M
1
, M
2
, . . . , M
k
de emparelhamentos tal que M
1
M
2
M
k
= E
G
.
(Podemos exigir que os emparelhamentos sejam disjuntos dois a dois; essa
disjuno cmoda mas no essencial.)
Se imaginarmos que cada emparelhamento M
i
corresponde a uma cor, po-
deremos dizer que uma colorao das arestas de um grafo uma atribuio
de cores s arestas que satisfaz a seguinte propriedade: arestas adjacentes
recebem cores diferentes.
Se M
1
, . . . , M
k
uma colorao de arestas, dizemos que k o nmero de cores
da colorao. Dizemos tambm que esta uma k-colorao. Uma colorao
de arestas mnima se o seu nmero de cores o menor possvel, ou seja, se
no existe outra que use menos cores.
PROBLEMA DA COLORAO DE ARESTAS: Encontrar uma colorao
mnima das arestas de um grafo dado.
O ndice cromtico (= chromatic index) de um grafo G o nmero mnimo de
cores necessrio para colorir as arestas de G. Esse nmero ser denotado por

(G) .
Exerccios
EF 12.1 Seja M
1
, . . . , M
k
uma colorao das arestas de um grafo. Mostre que
existe uma colorao M

1
, . . . , M

k
tal que os emparelhamentos M

1
, . . . , M

k
so
disjuntos dois a dois.
111
FEOFILOFF Colorao de arestas 112
E 12.2 Um processo industrial consiste em um certo conjunto de tarefas.
Cada tarefa executada por um operrio em uma mquina e cada tarefa tem
durao de 1 dia. Cada operrio est qualicado para operar apenas algumas
das mquinas. Quantos dias so necessrios para completar o processo?
1
E 12.3 Uma escola pode ser representada por um grafo (U, W)-bipartido:
cada vrtice em U um professor, cada vrtice em W uma turma de alu-
nos e um professor adjacente s turmas para as quais deve dar aulas. Uma
semana letiva dividida em perodos (segunda-feira das 8h s 10h, segunda-
feira das 10h s 12h, etc.) e cada perodo representado por uma cor. Uma
colorao das arestas do grafo uma programao das aulas da semana.
Quantos perodos so necessrios e sucientes para cumprir o programa de
aulas?
2
E 12.4 Mostre que o problema da colorao mnima das arestas um caso
particular do problema da colorao mnima de vrtices (veja captulo 8).
EF 12.5 Calcule uma colorao mnima das arestas de um grafo completo.
Calcule uma colorao mnima das arestas de um grafo bipartido completo.
E 12.6 Calcule o ndice cromtico do grafo de Petersen.
E 12.7 Exiba um grafo com duas coloraes mnimas diferentes.
E 12.8 Mostre que

(G) m(G)/

(G) para todo grafo G.


EI 12.9 Mostre que qualquer colorao das arestas de um grafo G usa pelo
menos (G) cores. Em outras palavras, mostre que

(G) (G)
para todo grafo G. Mostre que essa desigualdade um caso particular da
desigualdade do exerccio 8.38.
EF 12.10 Seja G um grafo r-regular com um nmero mpar de vrtices. Mos-
tre que

(G) > r.
E 12.11 Seja G um grafo 3-regular dotado de circuito hamiltoniano. (Um cir-
cuito C em G hamiltoniano se V
C
= V
G
. Veja a captulo 15.) Prove que

(G) = 3.
1
Sugesto: Cada operrio um vrtice do meu grafo; cada mquina tambm um vr-
tice; cada aresta uma tarefa, que associa um operrio com uma mquina; cada cor um dia
de trabalho.
2
Este o problema da grade de horrios (timetabling problem).
FEOFILOFF Colorao de arestas 113
E 12.12 Seja Gumgrafo r-regular comr 2. Suponha que Gtemuma ponte.
Mostre que

(G) > r.
E 12.13 Seja G um grafo r-regular, r 1. Suponha que G tem uma articula-
o. Mostre que

(G) > r.
E 12.14 Suponha que n(G) mpar e m(G) >
1
2
(G)
_
n(G) 1
_
. Mostre que

(G) > (G).


E 12.15 Seja G um grafo r-regular, r 1, com um nmero mpar de vrtices.
Seja H um grafo obtido de G pela remoo de no mximo (r 1)/2 arestas.
Mostre que

(H) > (H).


E 12.16 Mostre que o conjunto das arestas de toda rvore T pode ser colorido
com (apenas) (T) cores. (Compare com o exerccio 12.9.)
E 12.17 Considere o seguinte algoritmo guloso de colorao das arestas de
umgrafo G. Cada iterao do algoritmo comea comuma coleo M
1
, . . . , M
j
de emparelhamentos. Em cada iterao,
escolha uma aresta e que no esteja em M
1
M
j
; se existe i tal
que M
i
e um emparelhamento ento comece nova iterao com
M
1
, . . . , M
i1
, M
i
e, M
i+1
, . . . , M
j
; seno, comece nova iterao
com a coleo M
1
, . . . , M
j
, e.
Mostre que o algoritmo usa no mximo 2(G) 1 emparelhamentos. Mostre
que o algoritmo usa no mximo 2

(G) 1 emparelhamentos. O algoritmo


produz uma colorao mnima?
E 12.18 Considere o seguinte algoritmo guloso de colorao das arestas de
um grafo G:
a j-sima iterao comea comuma coleo M
1
, M
2
, . . . , M
j1
de em-
parelhamentos e calcula um emparelhamento maximal M
j
no grafo
G(M
1
M
2
M
j1
).
Mostre que o algoritmo usa no mximo 2(G) 1 cores. Mostre que o algo-
ritmo usa no mximo 2

(G) 1 cores. O algoritmo produz uma colorao


mnima?
E 12.19 Considere o seguinte algoritmo de colorao das arestas de um
grafo G:
FEOFILOFF Colorao de arestas 114
a j-sima iterao comea comuma coleo M
1
, M
2
, . . . , M
j1
de em-
parelhamentos e calcula um emparelhamento mximo M
j
no grafo
G(M
1
M
2
M
j1
).
O algoritmo produz uma colorao mnima?
E 12.20 (HEURSTICA DA TROCA DE CORES) Considere a seguinte heurs-
tica
3
da troca de cores em caminhos alternantes, que tenta resolver o pro-
blema da colorao de arestas:
No comeo de cada iterao tem-se uma colorao parcial, ou seja,
uma coleo M
1
, M
2
, . . . , M
k
de emparelhamentos disjuntos dois a
dois. Seja vw uma aresta ainda no colorida, isto , uma aresta que
no est em M
1
M
k
. Seja M
i
uma cor ausente em v e seja M
j
uma cor ausente emw. Seja P o componente do grafo (V
G
, M
i
M
j
)
que contm v. Troque M
i
por M
i
E
P
. Em seguida, troque M
j
por
M
j
vw e comece nova iterao.
Complete os detalhes e discuta a heurstica. Ela resolve o problema da colo-
rao de arestas?
E 12.21 Mostre que todo grafo bipartido r-regular admite uma colorao das
arestas com apenas r cores.
E 12.22 Escolha 16 casas em um tabuleiro de xadrez 8-por-8 de forma que
cada linha e cada coluna do tabuleiro contenha exatamente duas das casas
escolhidas. Prove que possvel colocar 8 pees brancos e 8 pretos nas 16
casas escolhidas de tal forma que cada linha e cada coluna contenha contenha
exatamente um peo branco e um preto.
EI 12.23 (TEOREMA DE KNIG
4
) Seja G um grafo bicolorvel. Mostre que o
conjunto de arestas de G pode ser colorido com (apenas) (G) cores. (Veja a
heurstica 12.20 ou o exerccio 10.30.)
EI 12.24 Seja G um grafo bicolorvel. Mostre que

(G) = (G) .
(Veja os exerccios 12.9 e 12.23.)
E 12.25 Exiba coloraes mnimas das arestas dos grafos das guras 10.1
e 10.2.
3
Wilf diz (em Algorithms and Complexity, Prentice-Hall, 1986) que heursticas so methods
that seem to work well in practice, for reasons nobody understands.
4
Dnes Knig (188 1). (Veja verbete na Wikipedia.)
FEOFILOFF Colorao de arestas 115
E 12.26 Sejam M e N dois emparelhamentos de um grafo G. Suponha que

[M[ [N[

2. Mostre que existem emparelhamentos M

e N

tais que
M N = M

[M

[ [N

<

[M[ [N[

.
E 12.27 Seja Gum grafo e k :=

(G). Mostre que existe uma k-colorao M


1
,
M
2
, . . . , M
k
das arestas tal que

[M
i
[ [M
j
[

1 para todo par i,j de cores.


Escreva uma frmula para [M
i
[ em termos de m(G). (Veja exerccio 12.26.)
EI 12.28 (TEOREMA DE VIZING
5
) Mostre que

(G) (G) + 1
para todo grafo G.
6
(Se combinarmos isso com o exerccio 12.9, poderemos
dizer que

+ 1 para todo grafo.)


E 12.29 Mostre que a heurstica de troca de pares de cores sugerido no exer-
ccio 12.20 no suciente para demonstrar o teorema de Vizing (exerc-
cio 12.28).
DD 12.30 (ALGORITMO) Invente um algoritmo rpido que calcule

(G)
para qualquer grafo G dado.
DD 12.31 (ALGORITMO) Invente um algoritmo rpido que resolva o pro-
blema da colorao de arestas.
E 12.32 Seja X o conjunto dos vrtices de um grafo G que tm grau (G).
Suponha que G[X] uma oresta. Mostre que

(G) = (G).
Grafos planares
EDD 12.33 Mostre que

(G) = 3 para todo grafo planar 3-regular G. (Este


fato equivalente ao teorema das Quatro Cores, exerccio 8.63.)
5
Publicado em 19641965 por Vadim G. Vizing (1). O fato tambm foi descoberto,
independentemente, por Ram Prakash Gupta em 1966.
6
tentador comparar essa desigualdade coma desigualdade +1 do exerccio 8.30.
Mas as razes para as duas desigualdades so muito diferentes.
FEOFILOFF Colorao de arestas 116
Captulo 13
Conectores e conjuntos acclicos
Uma conector
1
de umgrafo G qualquer subconjunto C de E
G
tal que o grafo
(V
G
, C) conexo. Um conector C

mnimo se no existe outro conector C


tal que [C[ < [C

[.
PROBLEMA DO CONECTOR MNIMO: Encontrar um conector m-
nimo de um grafo dado.
Um conector

C minimal se no existe conector C tal que C

C. evidente
que todo conector mnimo tambm minimal. um tanto surpreendente
(diante do que acontece com coberturas por vrtices, por exemplo) que a re-
cproca seja verdadeira (veja exerccio 13.5). Por isso, o problema do conector
mnimo muito fcil.
Um conjunto F de arestas de umgrafo G acclico se o grafo (V
G
, F) no tem
circuitos, ou seja, se (V
G
, F) uma oresta. Um subconjunto acclico F

de
E
G
mximo se no existe subconjunto acclico F tal que [F[ > [F

[.
PROBLEMA DO CONJUNTO ACCLICO MXIMO: Dado um grafo G,
encontrar um subconjunto acclico mximo de E
G
.
Uma subconjunto acclico

F de E
G
maximal se no existe subconjunto ac-
clico F de E
G
tal que F

F. evidente que todo subconjunto acclico m-
ximo tambm maximal. um tanto surpreendente que a recproca seja
verdadeira (veja exerccio 13.6). Por isso, o problema do subconjunto acclico
mximo muito fcil.
1
Cuidado! A maioria dos livros de teoria dos grafos no usa o termo conector.
117
FEOFILOFF Conectores e conjuntos acclicos 118
Uma rvore geradora, ou rvore abrangente (= spanning tree), de um grafo
G qualquer subgrafo gerador de G que seja uma rvore.
2
Uma rvore ge-
radora essencialmente o mesmo que um conector minimal e um conjunto
acclico minimal (veja o exerccio 13.4).
Exerccios
EF 13.1 Mostre que um grafo Gtem um conector se e somente se G conexo.
Mostre que todo grafo tem um conjunto acclico.
E 13.2 Seja C um conector minimal de um grafo G. Mostre que C acclico
maximal.
E 13.3 Seja G um grafo conexo e F um subconjunto acclico maximal de E
G
.
Mostre que F um conector minimal. (Veja o exerccio 1.198.)
E 13.4 Seja C um conector minimal e F um conjunto acclico maximal de um
grafo conexo G. Mostre que os grafos (V
G
, C) e (V
G
, F) so rvores geradoras
de G.
Seja T uma rvore geradora de G. Mostre que E
T
um conector minimal
e tambm um conjunto acclico maximal de G.
EI 13.5 Mostre que todo conector minimal de um grafo G tem exatamente
n(G) 1 arestas. (Veja exerccio 1.233.) Deduza da que todo conector mini-
mal mnimo.
EI 13.6 Mostre que todo conjunto acclico maximal de um grafo Gtem exata-
mente n(G) c(G) arestas, sendo c(G) o nmero de componentes de G. (Veja
exerccio 1.236.) Deduza da que todo conjunto acclico maximal mximo.
E 13.7 (ALGORITMO) Construa um algoritmo eciente que receba um grafo
G e devolva um conector mnimo de G (ou uma prova de que G no co-
nexo).
Construa um algoritmo eciente que receba um grafo G e devolva um
subconjunto acclico mximo de E
G
.
EI 13.8 (TROCA DE ARESTAS) Seja C um conector minimal de um grafo G e
b um elemento de E
G
C. Mostre que existe a em C tal que
(C b) a
um conector minimal de G.
2
Uma rvore geradora de um grafo poderia ser chamada esqueleto do grafo. Em alemo,
por exemplo, diz-se Gerst (= andaime).
FEOFILOFF Conectores e conjuntos acclicos 119
E 13.9 Seja a uma aresta em um conector minimal C de um grafo G. D uma
condio necessria e suciente para que exista uma aresta b em E
G
C tal
que (C a) b seja um conector. (Compare com o exerccio 13.8.)
E 13.10 (ALGORITMO) Suponha que cada aresta e de um grafo G tem um
peso numrico (e) 0. Por denio, o peso de qualquer conjunto A de
arestas o nmero

eA
(e).
Construa um algoritmo que encontre um conector de G que tenha peso
mnimo.
3
3
Os clebres algoritmos de J.B. Kruskal e R.C. Prim resolvem os problemas. Esses al-
goritmos tem um carter guloso. Eles esto entre os mais antigos e mais conhecidos al-
goritmos gulosos da teoria dos grafos. A prova da correo desses algoritmos depende dos
exerccios 13.8 ou ??.
FEOFILOFF Conectores e conjuntos acclicos 120
Captulo 14
Caminhos e circuitos mnimos
Um caminho mais curto que outro se o comprimento do primeiro menor
que o do segundo. Umcaminho P

mnimo se nenhumcaminho mais curto


tem os mesmos extremos que P

.
PROBLEMA DO CAMINHO MNIMO: Dados vrtices v e w de um
grafo, encontrar um caminho mnimo com extremos v e w.
Adistncia entre dois vrtices v e w o comprimento de umcaminho mnimo
com extremos v e w.
1
(Se no existe caminho algum com esses extremos, a
distncia no est denida.) A distncia entre dois vrtices v e w de um grafo
G ser denotada por
dist
G
(v, w) .
Se G estiver subentendido, diremos simplesmente dist(v, w).
Um circuito mnimo se o grafo no contm outro circuito mais curto. A
cintura (= girth) de um grafo o comprimento de um circuito mnimo no
grafo. (Se um grafo no tem circuito algum, sua cintura no est denida.)
Exerccios
E 14.1 No grafo da gura 14.1, calcule a distncia entre o vrtice x e cada um
dos outros vrtices. Em seguida, exiba um caminho mnimo entre x e y.
EF 14.2 Seja k a distncia entre dois vrtices v e w num grafo. Mostre que
(1) existe um caminho de comprimento k de v a w e (2) no existe caminho
1
A expresso distncia mnima redundante e deve ser evitada.
121
FEOFILOFF Caminhos e circuitos mnimos 122
x
y
r r r r r r r r
r r r r r r r r
r r r r r r r r
r r r r r r r r
r r r r r r r r
r r r r r r r r
r r r r r
r r r
r r r
r r r r
r r
r r r r
r
r
r
r
r
r
r
r
r
r
r
r
r
r
r
r
r
r
r
r
r
r
r
r

Figura 14.1: Encontre um caminho mnimo


entre r e j. Veja o exerccio 14.1.
de comprimento menor que k de v a w. Mostre a recproca: se (1) e (2) valem
ento a distncia entre v e w k.
E 14.3 Suponha que v
0
v
1
v
k
um caminho mnimo (dentre os que tm ex-
tremos v
0
a v
k
). Prove que
dist(v
0
, v
j
) = j
para todo ndice j.
EI 14.4 (DESIGUALDADE TRIANGULAR) Seja (x, y, z) um terno de vrtices
de um grafo conexo. Prove que
dist(x, y) + dist(y, z) dist(x, z) .
E 14.5 Seja r um vrtice e xy uma aresta de um grafo conexo. Mostre que
[dist(r, x) dist(r, y)[ 1 .
E 14.6 (ALGORITMO DA BUSCA EM LARGURA
2
) Construa um algoritmo e-
ciente que receba dois vrtices v e w de um grafo e calcule a distncia entre
v e w. Construa um algoritmo eciente que encontre um caminho mnimo
entre dois vrtices dados.
E 14.7 (RVORE DAS DISTNCIAS) Seja r um vrtice de um grafo conexo G.
Mostre que G tem uma rvore geradora T tal que
dist
G
(r, x) = dist
T
(r, x)
para todo vrtice x (ou seja, a distncia entre r e x em G igual distncia
entre r e x em T).
2
Breadth-First Search Algorithm.
FEOFILOFF Caminhos e circuitos mnimos 123
EF 14.8 verdade que todo grafo conexo G tem uma rvore geradora T tal
que dist
G
(u, v) = dist
T
(u, v) para todo par u,v de vrtices?
E 14.9 Um vrtice v de um grafo conexo um centro se minimiza
max
xV
dist(v, x). Mostre que toda rvore tem no mximo dois centros
e se tiver dois ento eles so adjacentes.
E 14.10 Ografo de Heawood
3
temconjunto de vrtices 0, 1, 2, . . . , 13. Cada
vrtice i vizinho de (i + 1) mod 14 e de (i + 13) mod 14.
4
Alm disso, cada
i vizinho de um terceiro vrtice, que depende da paridade de i: se i par
ento ele vizinho de (i + 5) mod 14 e se i mpar ento ele vizinho de
(i + 9) mod 14.
Faa uma gura do grafo de Heawood. Encontre um circuito de compri-
mento mnimo no grafo.
E 14.11 Mostre que todo grafo conexo com m 3n/2 tem um circuito de
comprimento c log n para alguma constante c.
E 14.12 (ALGORITMO) Construa um algoritmo que calcule a cintura de
qualquer grafo dado. Construa um algoritmo que encontre um circuito m-
nimo em qualquer grafo dado. (Veja o exerccio 14.6.)
Restries de paridade
Dizemos que um circuito ou caminho mpar se o seu comprimento um
nmero mpar. Analogamente, um circuito ou caminho par se o seu com-
primento um nmero par.
A cintura mpar de um grafo o comprimento de um circuito mpar mnimo
no grafo. A cintura par denida analogamente.
E 14.13 Seja r um vrtice de um grafo conexo G. Sejam x e y dois vrtices
adjacentes tais que dist(r, x) = dist(r, y). Mostre que Gtemumcircuito mpar
de comprimento no superior a dist(r, x) + dist(r, y) + 1.
E 14.14 Seja r um vrtice de um grafo conexo G. Sejam x e y dois vrtices
adjacentes tais que dist(r, x) e dist(r, y) tma mesma paridade (ou seja, ambos
so pares ou ambos mpares). Mostre que G tem um circuito mpar.
3
Percy John Heawood (1861 1).
4
A expresso i mod , denota o resto da diviso de i por ,.
FEOFILOFF Caminhos e circuitos mnimos 124
E 14.15 (Recproca de 14.13) Seja r um vrtice de um grafo conexo G. Seja O
umcircuito mpar emG. Mostre que Otemuma aresta xy tal que dist
G
(r, x) =
dist
G
(r, y).
E 14.16 Seja r um vrtice de um grafo conexo G. Mostre que G bicolorvel
se e somente se dist(r, x) ,= dist(r, y) para toda aresta xy. (Veja os exerc-
cios 14.13 e 14.15.)
E 14.17 Use o conceito de distncia para mostrar que um grafo bicolorvel
se e somente se no tem circuitos mpares. (Compare com o exerccio 4.14.
Veja o exerccio 14.14.)
E 14.18 (ALGORITMO) Construa um algoritmo que calcule a cintura mpar
de qualquer grafo dado. Construa um algoritmo que encontre um circuito
mpar mnimo em qualquer grafo dado.
ED 14.19 (ALGORITMO) Construa um algoritmo que calcule a cintura par
de qualquer grafo dado. Construa um algoritmo que encontre um circuito
par mnimo em qualquer grafo dado.
ED 14.20 (ALGORITMO) Dados dois vrtices u e v de um grafo G, encontre
um caminho de comprimento mnimo na coleo de todos os caminhos de
comprimento par que tm extremos u e v.
ED 14.21 (ALGORITMO) Dados dois vrtices u e v de um grafo G, encontre
um caminho de comprimento mnimo na coleo de todos os caminhos de
comprimento mpar que tm extremos u e v.
Grafos aleatrios
E 14.22 O dimetro de um grafo G o nmero max
(u,v)
dist(u, v), sendo o
mximo tomado sobre todos os pares u,v de vrtices. Prove que o dimetro
de quase todo grafo G em((n) (veja a seo 1.17) no passa de 2.
Captulo 15
Circuitos e caminhos
hamiltonianos
Um circuito num grafo mximo se o grafo no contm um circuito mais
comprido. A circunferncia de um grafo o comprimento de um circuito de
comprimento mximo no grafo.
PROBLEMA DO CIRCUITO MXIMO: Encontrar um circuito mximo
num grafo dado.
O problema de encontrar um caminho mximo formulado de maneira an-
loga. Um caminho num grafo mximo se o grafo no contm um caminho
mais comprido.
Um circuito hamiltoniano
1
se contm todos os vrtices do grafo. evi-
dente que todo circuito hamiltoniano um circuito mximo. O problema do
circuito mximo tem a seguinte especializao bvia:
PROBLEMA DO CIRCUITO HAMILTONIANO: Decidir se um dado
grafo tem um circuito hamiltoniano.
O conceito de caminho hamiltoniano e o problema do caminho hamiltoni-
ano so denidos de maneira anloga.
Alguns dos exerccios abaixo envolvem a condio (G) k. Convm
lembrar que esta condio equivale a [N(v)[ k para todo vrtice v, uma
vez que [N(v)[ = d(v) para todo vrtice v.
1
Referncia a WilliamRowan Hamilton (18o 186). (Veja verbete na Wikipedia.) Teria
sido mais justo homenagear o ingls Thomas P. Kirkman (18o6 18). (Veja verbete na
Wikipedia.)
125
FEOFILOFF Circuitos e caminhos hamiltonianos 126
Exerccios
EF 15.1 verdade que todo grafo completo tem um circuito hamiltoniano?
EF 15.2 D condies necessrias e sucientes para que um grafo bipartido
completo tenha um circuito hamiltoniano.
E 15.3 Encontre um circuito mximo no grafo da gura 15.1.
Figura 15.1: Encontre um circuito mximo. Veja exerccio 15.3.
E 15.4 Encontre um circuito mximo no grafo de Petersen. Encontre um ca-
minho mximo no grafo de Petersen.
E 15.5 Prove que para todo k 2 o grafo Q
k
tem um circuito hamiltoniano.
(Sugesto: Use induo em k.)
E 15.6 D uma condio necessria e suciente para que uma grade tenha
um circuito hamiltoniano.
E 15.7 Encontre um circuito hamiltoniano no grafo do cavalo t-por-t.
EF 15.8 Seja Gumgrafo 3-regular dotado de umcircuito hamiltoniano. Mos-
tre que

(G) = 3.
E 15.9 (ALGORITMO) Discuta o seguinte algoritmo para o problema do cir-
cuito hamiltoniano: Ao receber um grafo G, gere uma lista de todas as per-
mutaes de V
G
; descarte as permutaes que no correspondem a circuitos
hamiltonianos; devolva qualquer uma das permutaes restantes.
E 15.10 Mostre que todo grafo G tem um caminho de comprimento (G).
(Veja exerccio 1.123.)
FEOFILOFF Circuitos e caminhos hamiltonianos 127
E 15.11 Mostre que todo grafo G tem um circuito com (G) + 1 ou mais vr-
tices, desde que (G) > 1. (Veja exerccio 1.126 na seo 1.9.)
E 15.12 Mostre que todo grafo G tem um caminho com pelo menos (G)
vrtices, sendo (G) o nmero cromtico (veja captulo 8) de G. (Veja o exer-
ccio 8.33).
E 15.13 Sejam P

e Q

dois caminhos mximos em um grafo conexo G. Mos-


tre que P

e Q

tm um vrtice em comum. (Veja o exerccio 1.168.)


EF 15.14 Seja G um grafo dotado de circuito hamiltoniano. Mostre G no
tem pontes. Mostre que G no tem articulaes.
E 15.15 Seja G um grafo dotado de circuito hamiltoniano. Mostre que toda
aresta de G pertence a um circuito.
E 15.16 Seja Gum grafo (U, W)-bipartido tal que [U[ , = [W[. Prove que Gno
tem circuito hamiltoniano. (Outra maneira de formular a questo: para todo
grafo (U, W)-bipartido dotado de circuito hamiltoniano tem-se [U[ = [W[.)
E 15.17 Suponha que um grafo G tem um conjunto estvel com mais que
n(G)/2 vrtices. Mostre que G no tem circuito hamiltoniano.
verdade que todo grafo G com (G) n(G)/2 tem um circuito hamil-
toniano?
E 15.18 Seja S um conjunto de vrtices de um grafo G. Suponha que [S[ < condio
necessria
n(G) e
c(GS) > [S[ + 1 ,
sendo c(G S) o nmero de componentes de G S. Mostre que G no tem
caminho hamiltoniano. (Veja exerccio 1.172.)
EI 15.19 Seja S um conjunto de vrtices de um grafo G. Suponha que 0 < condio
necessria
[S[ < n(G) e
c(GS) > [S[ ,
sendo c(G S) o nmero de componentes de G S. Mostre que G no tem
circuito hamiltoniano. (Veja exerccio 1.173.) Outra maneira de formular a
questo: Se G tem um circuito hamiltoniano ento c(G S) [S[ para toda
parte prpria e no vazia S de V
G
.
Mostre que a condio c(GS) > [S[ uma generalizao dos exerc-
cios 15.14, 15.16 e 15.17.
FEOFILOFF Circuitos e caminhos hamiltonianos 128
E 15.20 Suponha que um grafo Gsatisfaz a desigualdade c(GS) [S[ para
todo conjunto S de vrtices tal que 0 < [S[ < n(G). verdade que G tem um
circuito hamiltoniano?
E 15.21 verdade que existe um nmero natural k tal que todo grafo k-
conexo tem um circuito hamiltoniano? (Compare com o exerccio 15.36.)
DD 15.22 (CONJECTURA DE CHVTAL
2
) Seja Gumgrafo tal que c(GS)
[S[/2 para todo subconjunto S de V
G
tal que 2 [S[ < n(G). Prove que G
tem um circuito hamiltoniano. (Compare com o exerccio 15.19.)
E 15.23 Seja G um grafo conexo e O um circuito em G tal que, para todo
aresta e de O, o grafo O e um caminho mximo em G. Prove que G tem
um circuito hamiltoniano.
E 15.24 Suponha que um grafo G satisfaz as desigualdades n(G) 4 e
(G) n(G) 2. Mostre que G tem um circuito hamiltoniano.
E 15.25 Seja G um grafo com n vrtices e m arestas. Suponha que m 2 +
1
2
(n 1)(n 2). Prove que G tem um circuito hamiltoniano.
EU 15.26 Seja p 2 um nmero natural e G um grafo conexo com 3 ou mais
vrtices tal que
d(u) + d(v) p
para todo par (u, v) de vrtices distintos e no adjacentes. Mostre que G tem
um circuito hamiltoniano ou um caminho com mais que p vrtices. (As duas
alternativas no so mutuamente exclusivas.)
SOLUO: Seja
1

2

k1

k
um caminho mximo em G. Adote a abreviatura
1 :=
1

2

k1

k
. Se / j ento nada mais h que provar. Suponha agora que
/ j. Vamos mostrar que G tem um circuito hamiltoniano.
1. Considere os conjuntos de ndices := 1 i < / :
1

i+1
1
G
e 1 := 1 i <
/ :
j

k
1
G
. Observe que [ 1[ / 1 j 1.
2. Como 1 mximo, todos os vizinhos de
1
e todos os vizinhos de
k
esto em \
P
.
Logo, [[ = d(
1
) e [1[ = d(
k
).
3. Se
1
adjacente a
k
, temos um circuito com / vrtices. Se
1
no adjacente a
k
,
tambm temos um circuito com / vrtices, como mostraremos a seguir. Observe que
[ 1[ = [[ +[1[ [ 1[ = d(
1
) + d(
k
) [ 1[ j (j 1) = 1 .
Assim, e 1 tm um elemento comum, digamos i. Segue-se que o grafo (\
P
, (1
P

i+1
)
1

i+1
,
i

k
) um circuito.
2
Proposta por Vaek Chvtal em 1971.
FEOFILOFF Circuitos e caminhos hamiltonianos 129

i+1
$ '
& %
r r r r r r r r r r r r r r r
Figura 15.2: Caminho 1 =
1

2

i

i+1

k
. Com as arestas
1

i+1
e

k
, temos um circuito O. Veja soluo do exerccio 15.26.
4. Seja O um circuito em G com / vrtices. Suponha por um momento que O no
hamiltoniano. Como G conexo, algum vrtice r em \
G
\
O
adjacente a algum
vrtice j de O. Ento o grafo O rj contm um caminho com / + 1 vrtices. Isso
contradiz a maximalidade do caminho 1. A contradio mostra que O um circuito
hamiltoniano.
EI 15.27 (TEOREMA DE DIRAC
3
) Seja G um grafo com 3 ou mais vrtices
que satisfaz a condio condio
suciente
(G) n(G)/2 .
Mostre que G tem um circuito hamiltoniano. (Sugesto: Use o exerc-
cio 15.26.)
EI 15.28 (Generalizao do teorema de Dirac) Seja Gumgrafo com3 ou mais
vrtices que satisfaz a condio condio
suciente
d(u) + d(v) n
para todo par (u, v) de vrtices distintos no adjacentes. Mostre que G tem
um circuito hamiltoniano. (Sugesto: Use o exerccio 15.26.)
E 15.29 Seja G um grafo e V
1
, V
2
, V
3
uma partio de V
G
em partes no va-
zias. Suponha que (1) cada vrtice em V
1
adjacente a todos os vrtices de
V
2
V
3
e (2) cada vrtice de V
2
adjacente a todos os vrtices de V
3
.
Prove que se [V
2
[ = 2[V
1
[ e [V
3
[ = 3[V
1
[ ento G tem um circuito hamilto-
niano. Prove que se [V
2
[ = 2[V
1
[ e [V
3
[ = 3[V
1
[ + 1 ento G no tem circuito
hamiltoniano.
E 15.30 Seja / um algoritmo que decide se um grafo dado tem um circuito
hamiltoniano. Use / para formular um algoritmo que decide se um grafo
dado tem um caminho hamiltoniano.
Seja B um algoritmo que decide se um grafo dado tem um caminho ha-
miltoniano. Use B para formular um algoritmo que decide se um grafo dado
tem um circuito hamiltoniano.
3
Publicado em 1952 por Gabriel Andrew Dirac (1: 18).
FEOFILOFF Circuitos e caminhos hamiltonianos 130
DD 15.31 Descubra uma condio necessria e suciente para que um grafo
tenha um circuito hamiltoniano. Descubra uma condio necessria e suci-
ente para que um grafo tenha um caminho hamiltoniano.
DD 15.32 (ALGORITMO) Invente um algoritmo rpido que receba um grafo
e devolva um circuito hamiltoniano no grafo (ou constate que o grafo no
tem um tal circuito).
DD 15.33 (ALGORITMO) Invente umalgoritmo rpido que encontre umcir-
cuito mximo em qualquer grafo que no seja uma oresta.
4
DD 15.34 (ALGORITMO) Invente um algoritmo rpido que receba um grafo
e devolva um caminho hamiltoniano no grafo (ou constate que o grafo no
tem um tal caminho).
5
DD 15.35 (PROBLEMA DO CAIXEIRO VIAJANTE
6
) Seja K umgrafo completo
e uma funo de E
K
em 0, 1, 2, 3, . . .. Para cada aresta e do grafo, dire-
mos que (e) o custo de e. O custo de um subgrafo H de K

eE
H
(e).
Invente um algoritmo para encontrar um circuito hamiltoniano de custo m-
nimo em K.
7
(Veja o stio The Traveling Salesman Problem, mantido por Bill
Cook na Georgia Tech University.)
Grafos hamiltonianos planares
ED 15.36 (TEOREMA DE TUTTE
8
) Mostre que todo grafo planar 4-conexo
tem um circuito hamiltoniano. (Compare com o exerccio 15.21.)
E 15.37 Mostre que nem todo grafo planar 3-conexo tem circuito hamiltoni-
ano.
DD 15.38 Prove ou desprove a seguinte conjectura: Todo grafo planar bico-
lorvel 3-regular 3-conexo tem um circuito hamiltoniano.
9
4
Um tal algoritmo ainda no foi encontrado. O problema de encontrar um circuito m-
ximo NP-difcil. Veja os livros de GareyJohnson [GJ79], Harel [Har92] e Sipser [Sip97].
5
Um tal algoritmo ainda no foi encontrado. O problema de decidir se um grafo tem
um caminho hamiltoniano NP-completo. Veja os livros de GareyJohnson [GJ79], Ha-
rel [Har92] e Sipser [Sip97].
6
Traveling Salesman Problem ou TSP.
7
O problema NP-difcil. Veja os livros de GareyJohnson [GJ79], Harel [Har92] e Sip-
ser [Sip97].
8
William T. Tutte (11 :oo:). (Veja verbete na Wikipedia.)
9
D. Barnette props a conjectura em 1970.
Captulo 16
Coberturas por circuitos
Uma cobertura por circuitos (= circuit cover) de um grafo G qualquer co-
leo ( de circuitos de G tal que

CC
E
C
= E
G
. Em outras palavras, uma
cobertura por circuitos uma coleo de circuitos tal que cada aresta do grafo
pertence a pelo menos um dos circuitos do coleo.
Seria natural dedicar este captulo ao problema da cobertura mnima por cir-
cuitos. Mas este problema muito difcil. (Veja m do captulo.) Trataremos
ento do problema da decomposio em circuitos, que bem mais simples.
Uma decomposio em circuitos, ou cobertura simples por circuitos, de um
grafo uma cobertura por circuitos que cobre cada aresta do grafo apenas
uma vez.
PROBLEMA DA DECOMPOSIO EM CIRCUITOS: Encontrar uma de-
composio em circuitos de um grafo dado.
Por conta do exerccio 16.17, este problema tambm conhecido como pro-
blema dos ciclos eulerianos.
Exerccios
E 16.1 Exiba uma decomposio em circuitos de cada um dos grafos da -
gura 16.1.
E 16.2 Para que valores de p e q uma grade p-por-q tem uma decomposio
em circuitos?
E 16.3 Encontre uma decomposio em circuitos do grafo do cavalo.
131
FEOFILOFF Coberturas por circuitos 132
r r
r
r
r r
r
r

/
/
/
/
/

/
/
/
/
/
Figura 16.1: Encontre uma decomposio em circuitos. Veja exerccio 16.1.
E 16.4 Para que valores de k o cubo Q
k
tem uma decomposio em circuitos?
E 16.5 D uma condio necessria e suciente para que um grafo completo
tenha uma decomposio em circuitos.
EF 16.6 Suponha que um grafo G tem uma ponte. Mostre que G no tem
decomposio em circuitos.
E 16.7 Seja F um conjunto de arestas de um grafo G. Suponha que o grafo
(V
G
, F) conexo e tem uma decomposio em circuitos. Mostre que G
aresta-biconexo. A recproca verdadeira?
E 16.8 Suponha que um grafo G tem um vrtice de grau mpar. Mostre que
G no tem decomposio em circuitos.
1
(Outra maneira de dizer a mesma
coisa: se um grafo G tem uma decomposio em circuitos ento todos os
vrtices de G tm grau par.)
EI 16.9 (TEOREMA DE VEBLEN,
2
TEOREMA DE EULER
3
) Mostre que todo
grafo sem vrtices de grau mpar tem uma decomposio em circuitos.
E 16.10 (Corolrio de 16.8 e 16.9) Mostre que um grafo tem uma decompo-
sio em circuitos se e somente se o grau de cada um de seus vrtices par.
4
Em outras palavras, mostre que a ausncia de vrtices de grau mpar con-
dio necessria e suciente para que um grafo tenha uma decomposio em
circuitos.
E 16.11 Mostre que um grafo tem uma decomposio em circuitos se e so-
mente se todos os seus cortes so pares.
1
Portanto, um vrtice de grau mpar um certicado da inexistncia de decomposio
em circuitos.
2
Oswald Veblen (188o 16o). Veja verbete na Wikipedia.
3
Leonhard Euler (1o 18). Veja verbete na Wikipedia.
4
Esta proposio (e no a do exerccio 16.9) usualmente rotulada como Teorema de
Veblen ou Teorema de Euler.
FEOFILOFF Coberturas por circuitos 133
E 16.12 Grafos que tmdecomposio emcircuitos no tmvrtices mpares.
Por outro laso, grafos bicolorveis no tm circuitos mpares. H algo por
trs desse paralelo?
E 16.13 Seja G o grafo de um mapa plano (

V ,

E). Suponha que G conexo,
no tem pontes, e no tem vrtices de grau 2 (ou seja, (G) 3). Seja G

o
grafo das faces (ou seja, grafo dual) do mapa (

V ,

E). Mostre que G

bicolo-
rvel se e somente se G tem uma decomposio em circuitos.
E 16.14 (ALGORITMO) Construa um algoritmo que receba um grafo G e de-
volva uma decomposio em circuitos de G ou prove que tal decomposio
no existe.
Ciclos e trilhas eulerianas
Como j dissemos no m da seo 1.9, um passeio (= walk) em um grafo
qualquer sequncia (v
0
, v
1
, v
2
, . . . , v
k1
, v
k
) de vrtices tal que v
i
adjacente a
v
i1
para todo i entre 1 e k. Dizemos que o passeio vai de v
0
a v
k
. O compri-
mento do passeio o nmero k.
Uma trilha (= trail) um passeio sem arestas repetidas, isto , um passeio cu-
jas arestas so distintas duas a duas. Uma trilha (v
0
, . . . , v
k
) fechada (= clo-
sed) se v
0
= v
k
.
Uma trilha euleriana
5
se passa por todas as arestas do grafo.
6
Assim, uma
trilha (v
0
, v
1
, . . . , v
k1
, v
k
) euleriana se e somente se v
0
v
1
, v
1
v
2
, . . . , v
k1
v
k

o conjunto de arestas do grafo.
Um ciclo (= cycle) uma trilha fechada.
7
Um ciclo euleriano se e somente
se passa por todas as arestas do grafo.
E 16.15 Encontre um ciclo euleriano no grafo da gura 16.2.
E 16.16 Considere as 21 peas do jogo de domin que no so duplas. Cada
uma dessas peas corresponde a um subconjunto de cardinalidade 2 do con-
junto 0, 1, 2, . . . , 6. permitido encostar uma pea i, j numa pea j, k
de forma a produzir a sequncia (i, j, j, k). possvel formar um roda que
contenha todas as 21 peas? E se eliminarmos todas as peas que contm6?
5
Referncia a Leonhard Euler (1o 18). Veja verbete na Wikipedia.
6
Alguns autores tambm exigem que a trilha passe por todos os vrtices do grafo. A
diferena entre as duas denies supercial.
7
De acordo com essa denio, um ciclo pode ter comprimento 0. J um circuito, por
denio, tem comprimento pelo menos 3.
FEOFILOFF Coberturas por circuitos 134
r r
r
r r
r r r
`
`


`
`
`
`
``

`
`
`
c
d
g
e
a h
b
f
Figura 16.2: Encontre um ciclo euleriano.
Veja exerccio 16.15.
EI 16.17 (CICLOS EULERIANOS) Mostre que todo grafo dotado de um ciclo
euleriano tem uma decomposio em circuitos.
Mostre que todo grafo conexo dotado de uma decomposio emcircuitos
tem um ciclo euleriano.
E 16.18 D uma condio necessria e suciente para que um grafo tenha
uma trilha euleriana no fechada.
E 16.19 (ALGORITMO) Construa um algoritmo que encontre uma trilha eu-
leriana (fechada ou no) em qualquer um grafo conexo dado.
ED 16.20 (PROBLEMA DO CARTEIRO CHINS
8
) Esboce um algoritmo para
resolver o seguinte problema: Dado um grafo, encontrar um passeio de com-
primento mnimo dentre os que so fechados e passam por todas as arestas
do grafo.
E 16.21 Suponha que umgrafo Gtemumciclo euleriano. Mostre que o grafo
das arestas L(G) tem um circuito hamiltoniano (veja exerccio 1.24).
Mostre que a recproca no verdadeira: L(G) pode ter um circuito ha-
miltoniano sem que G tenha um ciclo euleriano.
E 16.22 Sejam xy e yz duas arestas de um grafo conexo G sem vrtices de
grau mpar. verdade que G tem um ciclo euleriano na qual xy e yz apare-
cem consecutivamente?
E 16.23 Seja G um grafo conexo cada um de cujos vrtices tem grau par. Su-
ponha ainda que m(G) par. Prove que E
G
admite uma partio F
1
, F
2
tal
que [F
1
v[ = [F
2
v[ para cada vrtice v, ou seja, v incide no mesmo
nmero de arestas de F
1
e F
2
.
8
Chinese Postman Problem. Proposto em 1962 pelo matemtico chins Mei-Ko Kwan.
FEOFILOFF Coberturas por circuitos 135
Coberturas por circuitos
Como j dissemos no incio do captulo, uma cobertura por circuitos de um
grafo G qualquer coleo ( de circuitos de G tal que

CC
E
C
= E
G
.
Uma cobertura por circuitos ( mnima se no existe cobertura por circuitos
(

tal que [(

[ < [([.
Ocomprimento total de uma cobertura por circuitos ( a soma

CC
[E
C
[.
claro que toda decomposio em circuitos uma cobertura de comprimento
total mnimo.
A espessura de uma cobertura por circuitos ( de um grafo G o nmero
max
eE
G
[ C ( : E
C
e [. Assim, se uma cobertura por circuitos tem
espessura k ento toda aresta do grafo pertence no mximo k dos circuitos.
Reciprocamente, se cada aresta do grafo pertence a k circuitos da cobertura
ento a cobertura tem espessura k.
claro que uma decomposio em circuitos o mesmo que uma cobertura
de espessura 1.
Exerccios
EF 16.24 Mostre que um grafo tem uma cobertura por circuitos se e somente
se no tem pontes.
DD 16.25 (COBERTURA MNIMA POR CIRCUITOS) Resolva o seguinte pro-
blema: Encontrar uma cobertura por circuitos mnima de um grafo sem pon-
tes.
E 16.26 Mostre que, para todo k par, o cubo Q
k
pode ser coberto por apenas
k/2 circuitos.
E 16.27 Encontre uma cobertura por circuitos mnima do grafo de Petersen.
DD 16.28 (COBERTURA DE COMPRIMENTO TOTAL MNIMO) Resolva o se-
guinte problema: Dado um grafo sem pontes G, encontrar uma cobertura
por circuitos de G que tenha comprimento total mnimo.
9
E 16.29 Encontre uma cobertura por circuitos do grafo de Petersen que tenha
comprimento total mnimo.
9
No se conhece um algoritmo eciente para o problema. Em termos tcnicos, o pro-
blema NP-difcil.
FEOFILOFF Coberturas por circuitos 136
EI 16.30 Mostre que todo grafo planar G sem pontes tem uma cobertura por
circuitos de comprimento total 2m(G).
DD 16.31 (COBERTURA DE ESPESSURA MNIMA) Resolva o seguinte pro-
blema: Dado um grafo sem pontes G, encontre uma cobertura por circuitos
de G que tenha espessura mnima.
(Segundo a clebre conjectura da Cobertura Dupla por Circuitos,
10
todo
grafo sem pontes tem uma cobertura de espessura 2.)
EI 16.32 Mostre que todo grafo planar sem pontes tem uma cobertura por
circuitos de espessura 2.
E 16.33 Encontre uma cobertura por circuitos do grafo de Petersen que tenha
espessura mnima.
ED 16.34 Mostre que todo grafo aresta-4-conexo tem uma cobertura por cir-
cuitos de espessura 2.
E 16.35 Mostre (atravs de exemplos) que os conceitos de cobertura mnima,
cobertura de comprimento total mnimo, e cobertura de espessura mnima
so distintos dois a dois.
E 16.36 Por que o problema do carteiro chins (exerccio 16.20) no resolve
o problema da cobertura por circuitos de espessura mnima? Por que no
resolve o problema da cobertura por circuitos de comprimento total mnimo?
10
Circuit Double Cover Conjecture. A conjectura de George Szekeres e Paul Seymour.
Captulo 17
Fluxo
Um uxo (= ow) em um grafo uma coleo de caminhos sem arestas em
comum.
1
Mais precisamente, um uxo uma coleo T de caminhos tal que
E
P
E
Q
=
para cada par (P, Q) de elementos distintos de T.
Dado um grafo G e dois vrtices r e s, diremos que um uxo T liga r a s se
cada caminho em T vai de r a s. Podemos dizer tambm, nessas circuntn-
cias, que T um uxo entre r e s ou de r a s. ( claro que um uxo de r a s
exatamente o mesmo que um uxo de s a r.)
Um uxo T de r a s mximo se [T[ [T

[ para todo uxo T

de r a s.
PROBLEMA DO FLUXO MXIMO: Dados dois vrtices r e s de um
grafo G, encontrar um uxo mximo de r a s.
Um conjunto C de arestas separa r de s se todo caminho de r a s tem pelo
menos uma aresta emC. Conforme o exerccio 17.4, todo conjunto que separa
r de s , essencialmente, umcorte (X) tal que X contmr mas no contms.
Exerccios
E 17.1 Considere o grafo do bispo num tabuleiro 3-por-3. Seja r a casa no
canto superior esquerdo e s a casa no canto superior direito. Encontre um
uxo mximo de r a s.
1
Este uso da palavra uxo no ortodoxo. Em muitos livros, a palavra usada de
maneira um pouco diferente.
137
FEOFILOFF Fluxo 138
E 17.2 Considere o grafo da dama num tabuleiro 3-por-3. Seja r a casa no
canto superior esquerdo e s a casa no meio do tabuleiro. Encontre um uxo
mximo de r a s.
E 17.3 Considere o grafo do cavalo num tabuleiro 3-por-3. Seja r a primeira
casa da primeira linha e s a ltima casa da segunda linha. Encontre um uxo
mximo de r a s.
E 17.4 (SEPARADORES VERSUS CORTES) Seja Gumgrafo e sejamr e s dois de
seus vrtices. Seja X um subconjunto de V
G
que contm r mas no contm s.
Mostre que (X) separa r de s.
Seja C um conjunto de arestas que separa r de s. Mostre que existe um
subconjunto X de V
G
tal que r X, s / X e (X) C.
EF 17.5 (FLUXO VERSUS CORTE) Sejam r e s dois vrtices de um grafo. Su-
ponha que existe um uxo de cardinalidade k entre r e s. Mostre que todo
conjunto de arestas que separa r de s tem pelo menos k arestas.
2
EI 17.6 (RECPROCA DE 17.5) Sejam r e s dois vrtices de um grafo G. Su-
ponha que todo corte que separa r de s tem pelo menos k arestas. Mostre que
um uxo de cardinalidade k liga r a s emG. (Compare como exerccio 1.205.)
EI 17.7 (TEOREMA DE MENGER
3
) Sejamr e s dois vrtices de um grafo. Seja
T

um uxo mximo dentre os que ligam r a s. Seja C

um conjunto mnimo
de arestas dentre os que separam r de s. Mostre que
[T

[ = [C

[ .
(Este um corolrio de 17.5 e 17.6.
4
)
EF 17.8 Sejam r e s dois vrtices de um grafo G. Suponha que todo conjunto
que separa r de s tem pelo menos 2 arestas. Seja P um caminho em G com
extremos r e s. verdade que GE
P
tem um caminho com extremos r e s?
E 17.9 (ALGORITMO) Construa um algoritmo que receba dois vrtices r e s
de um grafo G e devolva um uxo T de r a s e um conjunto X que contm r
mas no contm s tais que [T[ = d(X).
2
Assim, um corte com / arestas um certicado de que no existe uxo de tamanho
maior que /.
3
Karl Menger (1o: 18).
4
Trata-se tambm de um caso especial do Teorema do Fluxo Mximo e Corte Mnimo de
Ford e Fulkerson.
FEOFILOFF Fluxo 139
E 17.10 Seja G um grafo e sejam R e S dois subconjuntos no vazios de V
G
tais que R S = . Uma barreira qualquer subconjunto F de E
G
tal que
todo caminho de R a S tem uma aresta em F.
Suponha que toda barreira tem pelo menos k arestas. Mostre que existe
uma coleo de k caminhos de R a S sem arestas em comum.
Grafos aresta-k-conexos
Um grafo aresta-k-conexo (= k-edge-connected) se tem dois ou mais vrtices
e cada par de seus vrtices ligado por um uxo de cardinalidade k.
claro que todo grafo aresta-k-conexo tambm aresta-k

-conexo para todo


k

< k. claro tambm que um grafo aresta-1-conexo o mesmo que um


grafo conexo e um grafo aresta-2-conexo o mesmo que um grafo aresta-
biconexo.
A aresta-conexidade de um grafo G com dois ou mais vrtices o maior
nmero k tal que G aresta-k-conexo. (A aresta-conexidade de K
1
no est
denida.) A aresta-conexidade de G ser denotada por

(G) .
EI 17.11 Seja G um grafo com dois ou mais vrtices. Mostre (a partir do
teorema de Menger, exerccio 17.7) que G aresta-k-conexo se e somente se
d(X) k para todo conjunto X de vrtices tal que X V
G
.
E 17.12 Seja G um grafo com dois ou mais vrtices. Mostre (a partir do te-
orema de Menger, exerccio 17.7) que G aresta-k-conexo se e somente se
[C[ k para todo conjunto C de arestas tal que GC desconexo.
E 17.13 Seja G um grafo aresta-k-conexo (com k > 0). Seja C um conjunto de
k arestas. Mostre que GC tem no mximo 2 componentes.
EF 17.14 Calcule a aresta-conexidade de um circuito. Calcule a aresta-
conexidade de um caminho.
E 17.15 Calcule a aresta-conexidade de um grafo completo com n vrtices.
E 17.16 Seja B
t
um dos componentes do grafo do bispo num tabuleiro t-por-
t. Calcule

(B
t
) para t = 2, 3, 4.
FEOFILOFF Fluxo 140
E 17.17 Seja D
t
o grafo da dama num tabuleiro t-por-t. Calcule

(D
t
) para
t = 2, 3, 4.
E 17.18 Seja C
4
o grafo do cavalo num tabuleiro 4-por-4. Calcule

(C
4
).
EF 17.19 Mostre que

(G) (G) para todo grafo G. Mostre que

(G) =
(G) quando (G) (n(G) 1)/2.
EF 17.20 Seja G um grafo aresta-k-conexo. Mostre que m(G) k n(G)/2.
E 17.21 Seja G um grafo aresta-k-conexo. Sejam R e S dois subconjuntos
no vazios de V
G
tais que R S = . Mostre que existe um uxo T de
cardinalidade k em G tal que cada caminho emT vai de R a S.
Captulo 18
Fluxo internamente disjunto
Sejam r e s dois vrtices de um grafo G. Um uxo internamente disjunto
uma coleo de caminhos de r a s semvrtices internos emcomum. Portanto,
V
P
V
Q
= r, s
para cada par (P, Q) de caminhos da coleo. Diremos que uma tal coleo
liga r a s.
PROBLEMA DO FLUXO INTERNAMENTE DISJUNTO MXIMO: Dados
dois vrtices r e s de um grafo, encontrar um uxo internamente
disjunto mximo ligando r a s.
Dizemos que um conjunto T de vrtices separa r de s se T r, s = e todo
caminho com extremos r e s tem pelo menos um vrtice em T.
Exerccios
E 18.1 Considere o grafo do bispo num tabuleiro 4-por-4. Seja r a primeira
casa da primeira linha e s a ltima casa da ltima linha. Encontre um uxo
internamente disjunto mximo ligando r a s. Repita o exerccio com r e s

,
sendo s

a terceira casa da primeira linha.


E 18.2 Considere o grafo da dama num tabuleiro 3-por-3. Seja r a casa no
canto superior esquerdo e s a casa no meio do tabuleiro. Encontre um uxo
internamente disjunto mximo ligando r a s.
E 18.3 Considere o grafo do cavalo num tabuleiro 3-por-3. Seja r a primeira
casa da primeira linha e s a ltima casa da segunda linha. Encontre um uxo
internamente disjunto mximo ligando r a s.
141
FEOFILOFF Fluxo internamente disjunto 142
EF 18.4 Seja v uma articulao em um grafo G e sejam r e s vrtices em com-
ponentes distintos de Gv. Verique que v separa r de s.
EF 18.5 Critique a seguinte denio alternativa de separador: Um con-
junto T de vrtices separa r de s se todo caminho com extremos r e s tem
pelo menos um vrtice em T.
EF 18.6 (FLUXO VERSUS SEPARADOR) Seja r e s dois vrtices de um grafo.
Suponha que um uxo internamente disjunto de r a s tem k caminhos. Mos-
tre que todo conjunto de vrtices que separa r de s tem pelo menos k vrti-
ces.
1
EI 18.7 (RECPROCA DE 18.6) Sejam r e s dois vrtices no adjacentes de
um grafo G. Suponha que todo conjunto que separa r de s tem pelo menos
k vrtices. Mostre que G tem um uxo internamente disjunto de tamanho k
ligando r a s. (Compare com o exerccio 1.216.)
EF 18.8 Sejam r e s dois vrtices adjacentes de um grafo G. Suponha que
todo conjunto de vrtices que separa r de s em Grs tem pelo menos k 1
vrtices. Mostre que G tem um uxo internamente disjunto de tamanho k
ligando r a s. (Veja exerccio 18.7.)
EI 18.9 (TEOREMA DE MENGER
2
) Sejam r e s dois vrtices no adjacentes
de um grafo. Seja T

um uxo internamente disjunto mximo dentre todos


os que ligam r a s. Seja T

um conjunto mnimo de vrtices dentre os que


separam r de s. Mostre que
[T

[ = [T

[ ,
(Este um corolrio de 18.6 e 18.7.)
E 18.10 Seja r um vrtice de um grafo G e seja S um subconjunto no vazio
de V
G
r. Um leque uma coleo de caminhos de r a S tal que V
P
V
Q
=
r para cada par (P, Q) de caminhos da coleo. Uma barreira qualquer
subconjunto T de V
G
r tal que todo caminho de r a S tem um vrtice
em T.
Suponha que todo barreira tem k ou mais vrtices. Mostre que existe um
leque com k caminhos.
E 18.11 Seja G um grafo e sejam R e S dois subconjuntos no vazios de V
G
.
Uma coleo de caminhos disjunta se V
P
V
Q
= para cada par (P, Q) de
1
Assim, um separador com / vrtices um certicado de que no existe uxo interna-
mente disjunto de tamanho maior que /.
2
Karl Menger (1o: 18).
FEOFILOFF Fluxo internamente disjunto 143
caminhos da coleo. Uma barreira qualquer subconjunto T de V
G
tal que
todo caminho de R a S tem um vrtice em T.
Suponha que toda barreira tem pelo menos k vrtices. Mostre que existe
uma coleo disjunta de k caminhos de R a S.
Grafos k-conexos
Um grafo k-conexo (= k-connected) se tem dois ou mais vrtices e cada par
de seus vrtices ligado por um uxo internamente disjunto de tamanho k.
claro que todo grafo k-conexo tambm k

-conexo para todo k

< k. claro
tambm que um grafo 1-conexo o mesmo que um grafo conexo e um grafo
2-conexo o mesmo que um grafo biconexo.
Aconexidade de umgrafo Gcompelo menos dois vrtices o maior nmero
k tal que G k-conexo. (A conexidade de K
1
no est denida. A conexidade
de K
2
1 e a conexidade de K
2
0.) A conexidade de G ser denotada por
(G) .
EI 18.12 Seja G um grafo com pelo menos dois vrtices no adjacentes. Mos-
tre (a partir do teorema de Menger, exerccio 18.9) que G k-conexo se e
somente se [T[ k para todo subconjunto prprio T de V
G
tal que G T
desconexo.
EF 18.13 Calcule a conexidade de um circuito. Calcule a conexidade de um
caminho.
E 18.14 Calcule a conexidade de um grafo completo com n vrtices.
E 18.15 Seja B
t
um dos componentes do grafo do bispo num tabuleiro t-por-
t. Calcule (B
t
) para t = 2, 3, 4.
E 18.16 Seja D
t
o grafo da dama num tabuleiro t-por-t. Calcule (D
t
) para
t = 2, 3, 4.
E 18.17 Seja C
4
o grafo do cavalo num tabuleiro 4-por-4. Calcule (C
4
).
EF 18.18 Mostre que todo grafo aresta-k-conexo k-conexo. Mostre que a
recproca no verdadeira.
FEOFILOFF Fluxo internamente disjunto 144
EF 18.19 Mostre que (G)

(G) para todo grafo G. Mostre que a desigual-


dade pode ser estrita.
E 18.20 Seja k um nmero natural maior que 1 e G um grafo k-conexo com
n(G) 2k. Mostre que G tem um circuito com 2k ou mais vrtices.
E 18.21 (TEOREMA DE DIRAC
3
) Seja k um nmero natural maior que 1 e G
um grafo k-conexo. Seja Z um conjunto de k vrtices de G. Mostre que existe
um circuito em G que contm todos os vrtices de Z.
3
Publicado em 1952 por Gabriel Andrew Dirac (1: 18).
Captulo 19
Caracterizao da planaridade
Como j dissemos na seo 1.16, um mapa plano (

V ,

E) representa um
grafo G se o grafo de (

V ,

E) isomorfo a G. Tambm j dissemos que um
grafo G planar se for representvel por um mapa plano, ou seja, se existir
um mapa plano cujo grafo isomorfo a G.
PROBLEMA DO MAPA PLANO: Encontrar um mapa plano que repre-
sente um grafo dado.
Como nem todo grafo tem um mapa plano, uma parte importante do pro-
blema consiste no seguinte:
PROBLEMA DA PLANARIDADE: Decidir se um dado grafo planar
ou no.
Se um grafo no planar, como possvel tornar isso evidente? Uma res-
posta muito bonita dada em termos de minors proibidos: todo grafo
no planar tem um minor que obviamente no planar.
Exerccios
EI 19.1 Mostre que K
3,3
(veja gura 19.1) no planar.
EI 19.2 Mostre que K
5
(veja gura 19.1) no planar.
E 19.3 Mostre que todo subgrafo de um grafo planar planar. Em outras
palavras, se um grafo G tem um subgrafo no planar ento G no planar.
145
FEOFILOFF Caracterizao da planaridade 146
Figura 19.1: 1
3,3
e 1
5
no so planares. Veja exerccios 19.1 e 19.2.
E 19.4 Suponha que todos os subgrafos prprios de umgrafo Gso planares.
verdade que G planar?
E 19.5 Suponha que um grafo G no contm um K
5
nem um K
3,3
. verdade
que G planar?
EI 19.6 Mostre que todo minor topolgico (veja seo 1.15) de umgrafo pla-
nar planar. (Em outras palavras, se um grafo G tem um minor topolgico
no planar ento G no planar.)
EI 19.7 Mostre que todo minor de um grafo planar planar. (Em outras
palavras, se um grafo G tem um minor no planar ento G no planar.)
E 19.8 Mostre que todo minor prprio de K
5
planar. Mostre que todo
minor prprio de K
3,3
planar.
E 19.9 Mostre que K
5
no tem minor isomorfo a K
3,3
. Mostre que K
3,3
no
tem minor isomorfo a K
5
.
E 19.10 Mostre que o grafo de Petersen tem um minor (isomorfo a) K
5
. De-
duza da que o grafo de Petersen no planar.
Mostre que o grafo de Petersen tem um minor topolgico (iso-
morfo a) K
3,3
.
E 19.11 Mostre que K
3,3
(isomorfo a) um minor topolgico do cubo Q
4
.
Deduza da que Q
4
no planar. Mostre tambm que K
5
(isomorfo a) um
minor topolgico do Q
4
.
E 19.12 Suponha que um grafo G tem um minor (isomorfo a) K
5
ou um
minor (isomorfo a) K
3,3
. Mostre que G no planar.
EID 19.13 (TEOREMA DE WAGNER
1
) Mostre que todo grafo no planar tem
um minor (isomorfo a) K
5
ou um minor (isomorfo a) K
3,3
. (Compare com
o exerccio 19.12.)
1
Publicado em 1937 por Klaus W. Wagner (11o :ooo).
FEOFILOFF Caracterizao da planaridade 147
E 19.14 Mostre que um grafo planar se e somente se no tem um minor
(isomorfo a) K
5
nem um minor (isomorfo a) K
3,3
. (Veja os exerccios 19.12
e 19.13.)
E 19.15 Suponha que algum minor topolgico de um grafo G (iso-
morfo a) K
5
ou (isomorfo a) K
3,3
. Mostre que G no planar.
EID 19.16 (TEOREMA DE KURATOWSKI
2
) Mostre que todo grafo no planar
tem um minor topolgico (isomorfo a) K
5
ou um minor topolgico (iso-
morfo a) K
3,3
. (Compare com o exerccio 19.15.)
E 19.17 (Corolrio de 19.15 e 19.16) Mostre que um grafo planar se e so-
mente se no tem um minor topolgico (isomorfo a) K
5
nem um minor
topolgico (isomorfo a) K
3,3
.
3
E 19.18 Discuta a seguinte armao: Como K
5
no bicolorvel, pode-
mos concluir que todo grafo bicolorvel no planar contm uma subdiviso
de K
3,3
.
ED 19.19 (ALGORITMO) Construa um algoritmo que decida se um dado
grafo planar.
DD 19.20 Prove a seguinte conjectura:
4
Todo grafo G com m(G) > 3n(G) 6
tem um minor topolgico (isomorfo a) K
5
. (Veja o exerccio 1.270.)
2
Publicado em 1930 por Kazimierz Kuratowski (186 18o).
3
Esta proposio (e no a do exerccio 19.16) usualmente rotulada como Teorema de
Kuratowski.
4
A conjectura foi proposta por G. A. Dirac em 1964.
FEOFILOFF Caracterizao da planaridade 148
Apndice A
Algumas dicas
Exerccio 1.205. Prova por induo na distncia entre : e :. Ela cuida primeiro
do caso em que : e : so vizinhos, depois do caso em que existe um caminho de
comprimento 2 de : a :, etc.
Seja
0

1
. . .
k
um caminho de : a :. Por hiptese de induo, existem dois cami-
nhos, 1 e Q, de
0
a
k1
tais que 1
P
1
Q
= . Seja C um circuito que contm a
aresta
k1

k
. O grafo 1 Q C contm dois caminhos de
0
a
k
sem arestas em
comum.
Exerccio 1.227. Suponha que h dois caminhos diferentes, digamos 1 e Q, com
extremos r e j. Encontre um circuito no grafo 1 Q.
Exerccio 1.232. Seja um vrtice tal que d() = . Para cada vizinho n de ,
tome um caminho maximal dentre os que tm como primeiro vrtice e n como
segundo vrtice.
Exerccio 1.233. Faa a prova por induo em :(G). Passo da induo: Seja o
uma aresta de T e sejam T
1
e T
2
os dois componentes de T o. Por hiptese de
induo, :(T
1
) = n(T
1
) 1 e :(T
2
) = n(T
2
) 1.
Exerccio 1.234. Induo em n(G). Passo da induo: Suponha :(G) = n(G) 1.
Seja umvrtice tal que d() = 1. Ografo G conexo e :(G) = n(G)1.
Por hiptese de induo, G no tem circuitos. Portanto, G no tem circuitos.
Exerccio 1.268. Faa induo no nmero de faces. A base da induo usa a igual-
dade : = n 1 vlida para rvores (veja exerccio 1.233).
149
FEOFILOFF 150
Exerccio 1.270. Comece tratando do caso em que G aresta-biconexo. Veja os
exerccios 1.268 e 1.269.
Exerccio 1.277. Veja o exerccio 1.270.
Exerccio 4.22. Digamos que as aresta em 1 so vermelhas e as outras so pretas.
Um caminho par se tem um nmero par de arestas vermelhas e mpar se tem um
nmero mpar de arestas vermelhas.
Fato fundamental: se dois caminhos tm os mesmos extremos, ento tm a mesma
paridade. Prove este fato por induo no nmero de vrtices comuns.
Exerccio 5.28. Mostre que o algoritmo do exerccio 5.23 produz um conjunto es-
tvel o tal que [o[ n,(j + 1).
Exerccio 6.14. Suponha 2. Construa umgrafo bicolorvel H tal que \
H
= \
G
e d
G
() d
H
() para todo vrtice . Use o exerccio 4.11.
Exerccio 8.33. Seja A
1
, . . . , A
k
uma colorao mnima que maximiza o nmero

k
i=1
i [A
i
[. Ento existe um caminho da forma r
1
r
2
. . . r
k
com r
i
A
i
.
Outra possibilidade: veja algoritmos nos exerccios 8.28 e 8.29.
Outra possibilidade: remova o ltimo vrtice de um caminho de comprimento m-
ximo e aplique induo.
Exerccio 8.41. No incio de cada iterao os vrtices
1
, . . . ,
j
j foram coloridos
com / cores e G[
1
, . . . ,
j
] tem uma clique com / vrtices.
Exerccio 9.22. Veja o exerccio 9.16.
Exerccio 9.35. Mostre que G tem pelo menos um componente mpar. Depois,
mostre que G no pode ter mais que um componente mpar.
Exerccio 10.9. Seja ` um emparelhamento mximo. Digamos que um caminho
bom se tiver um extremo em l \ (`) e for `-alternante. Seja A o conjunto dos
vrtices de todos os caminhos bons. Seja 1 := (\ A) (l A). Mostre que 1
uma cobertura. Mostre que [1[ = [\ A[ +[l A[ [`
W
[ +[`
U
[ = [`[.
FEOFILOFF Algumas dicas 151
Exerccio 10.16. Seja `

um emparelhamento mximo e suponha por um mo-


mento que [`

[ < /. De acordo com o teorema de Knig, G tem uma cobertura 1

tal que [1

[ < /. Logo, :(G) [l[ [1

[ [l[ (/ 1). Contradio.


Exerccio 10.19. Seja ` um emparelhamento e 1 uma cobertura tais que [`[ =
[1[ (veja exerccio 10.9). Mostre que [l[ [1[ e veja o exerccio 9.29.
Exerccio 10.19. A prova uma induo na cardinalidade de l. O passo da in-
duo tem dois casos. No primeiro, [N
G
(7)[ [7[ para todo subconjunto prprio e
no vazio 7 de l. No segundo, [N
G
(Y )[ = [Y [ para algum subconjunto prprio e
no vazio Y de l. No primeiro caso, tome qualquer aresta nn com n l e aplique
a hiptese de induo a G n, n. No segundo, aplique a hiptese de induo a
G(Y N
G
(Y )) e a G[(l Y ) (\ N(Y ))].
Exerccio 10.28. Considere o grafo (\
G
, ` ). Veja exerccio 9.16.
Exerccio 12.14. G no tem emparelhamento perfeito.
Exerccio 12.15. G no tem emparelhamento perfeito. Segue do exerccio 12.14.
Exerccio 12.21. Faa induo em :. Veja exerccio 10.25.
Exerccio 12.23. Veja o exerccio 10.30.
Exerccio 13.4. Basta provar que cada aresta de C uma ponte no grafo (\
G
, C).
(Veja tambm os exerccios 1.143 e 1.155.)
Exerccio 13.8. Veja o exerccio 1.227.
Exerccio 14.14. Veja o exerccio 14.13.
Exerccio 14.18. Para cada vrtice :, analise a rvore das distncia 14.7 centrada
em :. Veja exerccios 14.13, 14.5, 1.121, e 14.3.
Exerccio 14.19. Para cada vrtice :, analise a rvore das distncia 14.7 centrada
em :.
FEOFILOFF 152
Exerccio 14.20. Encontre um emparelhamento perfeito de peso mnimo (veja
exerccio 11.17) num grafo apropriado construdo a partir de (G, n, ).
Exerccio 14.21. Encontre um emparelhamento perfeito de peso mnimo (veja
exerccio 11.17) num grafo apropriado construdo a partir de (G, n, ).
Exerccio 15.10. Tome um caminho maximal. (Veja a seo 1.7.)
Exerccio 15.19. Veja os exerccios 1.172 e 1.173.
Exerccio 15.26. Sejam n e os extremos de um caminho mximo 1. Mostre que
o grafo (\
P
, 1
P
(n) ()) contm um circuito hamiltoniano.
Exerccio 15.37. Veja gura.
Exerccio 16.6. Veja os exerccios 1.108 e 16.8.
Exerccio 16.7. Veja os exerccios 1.108, 1.198 e 16.6.
Exerccio 16.17. Veja o exerccio 1.124.
Exerccio 16.20. Se no h vrtices de grau mpar, basta encontrar umciclo euleri-
ano. Se h apenas dois vrtices de grau mpar, basta tomar um caminho de compri-
mento mnimo entre esses vrtice e. . . Se h mais que dois vrtices de grau mpar,
use o algoritmo do emparelhamento de peso mnimo (exerccio 11.17) para escolher
caminhos entre pares de vrtices mpares.
Exerccio 17.6. Faa a prova por induo em /. Adote as seguintes denies:
Para qualquer subconjunto 1 de 1
G
, seja \ (1) o conjunto dos vrtices que incidem
em elementos de 1 e seja G(1) o grafo (\ (1) :, 1). Um subconjunto 1 de 1
G
bom se G(1) conexo e d
GB
(Y ) / 1 para todo Y que contm : mas no
contm :.
Comece por provar o seguinte lema: Para qualquer conjunto bom1, se : no est em
G(1) ento existe uma aresta c em1
G
1 tal que 1c bom. Use o exerccio 1.113.
Exerccio 18.10. Acrescente a G um novo vrtice j e novas arestas ligando j a
cada um dos vrtices em o. Mostre que o novo grafo /-conexo.
FEOFILOFF Algumas dicas 153
Exerccio 18.21. Faa induo em /, comeando com / = 2. No passo da induo,
use o lema do leque, exerccio 18.10.
Exerccio 19.7. Isto uma generalizao do exerccio 19.6. Veja o exerccio 1.250.
Exerccio 19.12. Segue de 19.15 e 1.251.
Exerccio 19.13. Segue de 19.16 e 1.250.
Exerccio 19.15. Segue de 19.12 e 1.250.
Exerccio 19.16. Segue de 19.13 e 1.251.
FEOFILOFF 154
Apndice B
O alfabeto grego
A teoria dos grafos, tal como outras reas da matemtica, considera o alfabeto latino
insuciente e recorre frequentemente ao alfabeto grego:
A alfa N n
B beta ksi
gama o O micron
delta pi
E epsilon P r
Z zeta sigma
H eta T tau
teta upsilon
I iota
K kapa X qui
lambda psi
j M m mega
O smbolo no pertence ao alfabeto grego. Este texto usa o smbolo para denotar
cortes (seo 1.8).
155
FEOFILOFF 156
Bibliograa
[BM76] J.A. Bondy and U.S.R. Murty. Graph Theory with Applications. Mac-
millan/Elsevier, 1976. Internet: http://www.ecp6.jussieu.fr/
pageperso/bondy/books/gtwa/gtwa.html. 5
[BM08] J.A. Bondy and U.S.R. Murty. Graph Theory. Graduate Texts
in Mathematics 244. Springer, 2008. Internet: http://blogs.
springer.com/bondyandmurty. 5
[Bol98] B. Bollobs. Modern Graph Theory, volume 184 of Graduate Texts in
Mathematics. Springer, 1998. 5
[Die00] R. Diestel. Graph Theory, volume 173 of Graduate Texts
in Mathematics. Springer, second edition, 2000. In-
ternet: http://www.math.uni-hamburg.de/home/diestel/books/
graph.theory/index.html. 5
[Die05] R. Diestel. Graph Theory, volume 173 of Graduate Texts in Mathema-
tics. Springer, third edition, 2005. 5, 9
[GJ79] M.R. Garey and D.S. Johnson. Computers and Intractability: a Guide
to the Theory of NP-Completeness. W.H. Freeman, 1979. 5, 130
[Har92] D. Harel. Algorithmics: The Spirit of Computing. Addison-Wesley,
second edition, 1992. 5, 130
[JNC10] D. Joyner, M.V. Nguyen, and N. Cohen. Algorithmic Graph Theory.
Google Code, 2010. [eBook].
[Knu93] D.E. Knuth. The Stanford GraphBase: A Platform for Combinatorial
Computing. ACM Press and Addison-Wesley, 1993. 13
[Lov93] L. Lovsz. Combinatorial Problems and Exercises. North-Holland,
second edition, 1993. 5
[LP86] L. Lovsz and M.D. Plummer. Matching Theory, volume 29 of An-
nals of Discrete Mathematics. North-Holland, 1986. 5, 16
157
FEOFILOFF BIBLIOGRAFIA 158
[Luc79] C.L. Lucchesi. Introduo Teoria dos Grafos. 12o. Colquio Brasi-
leiro de Matemtica. IMPA (Instituto de Matemtica Pura e Apli-
cada), 1979. 5
[MST
+
98] O. Melnikov, V. Sarvanov, R. Tyshkevich, V. Yemelichev, and
I. Zverovich. Exercises in Graph Theory, volume 19 of Kluwer Texts
in the Mathematical Sciences. Kluwer, 1998. 5
[Per09] J.M.S. Simes Pereira. Matemtica Discreta: Grafos, Redes, Aplica-
es. Luz da Vida, Coimbra, Portugal, 2009. 15, 22, 27
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book.html. 5, 130
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puter Science, pages 527631. Elsevier and MIT Press, 1990.
[Wil79] R.J. Wilson. Introduction to Graph Theory. Academic Press, second
edition, 1979. 5
[Zha97] C.-Q. Zhang. Integer Flows and Cycle Covers of Graphs. Marcel Dek-
ker, 1997.
ndice Remissivo
r|, 11, 39
,r|, 74
\
(2)
, 9
Adj , 18
\
G
, 9
1
G
, 9
n(G), 9
:(G), 9
c(G), 40
d(), 18
d(A), 30
G, 9
1
n
, 9
1
p,q
, 16
Q
k
, 13
1(G), 15
N(), 18
N(A), 31, 101
A Y , 27
Y A, 27
1, 31
G H, 27
G H, 25
G H, 25
G[A], 27
G

= H, 59
((n), 58
G, 27
GA, 27
Gc, 27
G, 27
(G), 71

(G), 95
(G), 81
(G), 18
(G), 18
(A), 30
(G), 143

(G), 139
j(G), 18
o(G), 107
(G), 83

(G), 111
(G), 77
(A), 30
(A), 30
(G), 71

(G), 95
abrangente (subgrafo), 27
acclico, 117
adjacent, 9
adjacentes
arestas, 15, 95
vrtices, 9
alcanos, 10
aleatrio, 58
algoritmo
de aproximao, 82, 99
de Kruskal, 119
de Prim, 119
uxo mximo e corte mnimo, 138
guloso, 73, 86, 90, 113
hngaro, 102
alternating, 96
Appel, 91
aresta, 9
de corte, 42
aresta-biconexo, 42
aresta-conexidade, 139
aresta-/-conexo, 139
arestas
adjacentes, 15, 95
mltiplas, 9, 54
paralelas, 9, 54
articulao, 44
159
FEOFILOFF NDICE REMISSIVO 160
articulation, 44
rvore, 46
abrangente, 118
das distncias, 122
geradora, 118
augmenting path, 96
auto-complementar, 62
(G), 81
Barnette, 130
Berge, 93
BFS, 122
bicolorao, 67
bicolorvel, 67
biconexo, 44
biconnected, 44
bigrafo, 16
bigraph, 16
bipartio
de conjunto, 67
biparticionvel, 67
bipartido, 16
completo, 16
bipartite, 16
bishop, 12
bispo, 12
Bollobs, 5
breadth-rst search, 122
bridge, 42
buraco mpar, 93
busca em largura, 122
c(G), 40
caixeiro viajante, 130
caminho, 22
alternante, 96
de aumento, 96
hamiltoniano, 125
mpar, 69
mpar mnimo, 124
maximal, 33
mximo, 33, 125
mnimo, 121
par, 69
par mnimo, 124
carteiro chins, 134
Catlin, 85
cavalo, 12
certicado, 69, 88, 99, 108, 132, 138, 142
chinese postman problem, 134
chromatic
index, 111
number, 83
Chudnovsky, 93
Chvtal, 128
ciclo, 36, 133
euleriano, 133
cintura, 121
mpar, 123
par, 123
circuit cover, 131
circuit decomposition, 131
circuit double cover, 136
circuit double cover conjecture, 136
circuito, 22
hamiltoniano, 125
mpar, 67, 69
mpar mnimo, 123
mximo, 125
mnimo, 121
par, 69
par mnimo, 123
circunferncia, 125
clique, 77
clique cover, 84
clique number, 77
closed, 36, 133
cobertura
dupla por circuitos, 136
por arestas, 109
por circuitos, 131
por cliques, 84
por vrtices, 81
coboundary, 30
colorable, 84
/-colorao, 83
colorao
de arestas, 111
de vrtices, 83
mnima, 83, 111
colorvel, 84
/-colorvel, 84
comparabilidade, 15
FEOFILOFF NDICE REMISSIVO 161
complemento, 9
completo, 9
componente, 40
mpar, 107
comprimento
de caminho, 23
de circuito, 23
de passeio, 35, 133
de trilha, 35
conector, 117
conexidade, 139, 143
conexo, 37
/-conexo, 143
conjectura
da cobertura dupla por circuitos, 136
de Barnette, 130
de Berge, 93
de Chvtal, 128
de Hadwiger, 92
conjunto
estvel, 71
independente, 71
conjunto acclico, 117
conjunto completo, 77
connected, 37
corte, 30
corte trivial, 30
cubo, 13
/-cubo, 13
curva, 52
cut, 30
cut edge, 42
cut vertex, 44
cycle, 36, 133
(G), 18
(G), 18
d(), 18
d(A), 30
(A), 30
dama, 11
DD, 6
decomposio
em circuitos, 131
degree, 18
desigualdade triangular, 122
dimetro, 124
diferena simtrica, 31, 97
Dirac, 129, 144, 147
disjuntos internamente, 44
dist( ), 121
distncia, 121
dual de mapa plano, 54
E, 6
1
G
, 9
ED, 6
EDD, 6
edge, 9
edge cover, 109
edge-biconnected, 42
Edmonds, 108
EF, 6
EI, 6
EID, 6
EIF, 6
emparelhamento, 95
de peso mximo, 109
perfeito, 95
Erd os, 66
estvel, 71
estrela, 16
EU, 6
Euler, 55, 133
euleriana, 133
extremos de caminho, 22
face, 53
face, 53
fechada, 133
fechado, 36
lho de vrtice, 46
oresta, 46
ow, 137
uxo, 137
internamente disjunto, 141
uxo mximo, 137
folha, 46
forest, 46
frmula de Euler, 55
fronteira de face, 54
((n), 58
Gallai, 66, 89, 108
FEOFILOFF NDICE REMISSIVO 162
gerador (subgrafo), 27
girth, 121
grade, 11
grca (sequncia), 65
grafo, 9
-linha, 15
acclico, 46
aleatrio, 58
aresta-biconexo, 42
bicolorvel, 67
biconexo, 44
biparticionvel, 67
bipartido, 16
bipartido completo, 16
/-colorvel, 84
complementar, 9
completo, 9
cbico, 18
da dama, 11
da torre, 12
das arestas, 15
das faces, 54
das palavras, 13
de Catlin, 85
de comparabilidade, 15
de Heawood, 34, 123
de intervalos, 14
de Kneser, 13
de mapa plano, 52
de matriz simtrica, 14
de Petersen, 13
de Turn], 75
do bispo, 12
do cavalo, 12
do rei, 12
dos estados, 14
dual, 54
grade, 11
lineal, 15
perfeito, 93
planar, 26, 53
plano, 52
regular, 18
simples, 9
vazio, 9
grafos disjuntos, 25
graph, 9
graph design, 65
grau, 18
de conjunto, 30
de face, 54
mximo, 18
mdio, 18
mnimo, 18
greedy, 73, 86
grid, 11
guloso, 73
Hadwiger, 92
Hajs, 92
Haken, 91
Hall, 104
Hamilton, 125
hamiltoniano, 125
Heawood, 34, 123
heurstica
da troca de cores, 114
hexgono, 23
hidrocarbonetos, 10
incide, 9
independence number, 71
independent, 71
ndice de estabilidade, 71
induo, 27, 126
internamente disjunto, 141
interseo de grafos, 25
intervalos, 14
isolado (vrtice), 18
isomorsmo, 59
isomorphism, 59
isthmus, 42
istmo, 42
1
n
, 9
1
p,q
, 16
1
n
, 9

(G), 139
(G), 143
king, 13
Kirkman, 125
Kneser, 13
knight, 12
FEOFILOFF NDICE REMISSIVO 163
Knig, 102, 114
Kruskal, 119
Kuratowski, 147
1(G), 15
lao, 9, 54
leaf, 46
liga n a , 22
ligado, 37
line graph, 15
lineal (grafo), 15
loop, 9, 54
Lovsz, 5, 13, 93
:(G), 9
j(G), 18
minor, 49
minor topolgico, 49
mapa plano, 52
matching, 95
maximum weight, 109
matriz
de adjacncias, 10
de incidncias, 10
maximal, 71, 95
maximal vs mximo, 33, 71, 95, 117
mximo, 28, 71, 95
Menger, 138, 142
minimal vs mnimo, 117
minor, 49
multiple edges, 9, 54
n(G), 9
N(), 18
N(A), 31, 101
no ordenado, 9
neighbor, 9
neighborhood, 18
NP-completo, 5
NP-difcil, 5
nmero cromtico, 83
nmero de cores, 83, 111
o(G), 107
(G), 77
odd component, 107
odd hole, 93
ordem parcial, 15
origem de passeio, 35
pai de vrtice, 46
palavras, 13
par no ordenado, 9
parallel edges, 9, 54
paridade, 69
parte de conjunto, 27
passeio, 35, 133
de a n, 35, 133
fechado, 36
simples, 35
pentgono, 23
perfect
elimination scheme, 88
graph, 93
matching, 95
perfeito
emparelhamento, 95
grafo, 93
permutao, 22, 46
peso de aresta, 109, 119
Petersen, 13
planar, 26, 53
ponta de aresta, 9
ponte, 42
Prim, 119
problema
do caixeiro viajante, 130
do carteiro chins, 134
Q
k
, 13
quadrado, 23
quase todo, 58
queen, 12
raiz de rvore, 46
random, 14
regular, 18
rei, 12
Robertson, 91, 93
roda, 25
rook, 12
Roy, 89
separa, 35, 137, 141
separador, 141
sequncia grca, 65
FEOFILOFF NDICE REMISSIVO 164
Seymour, 91, 93, 136
slink, 98
slither, 98
spanning, 27, 118
stability number, 71
stable, 71
star, 16
subcontrao, 49
subdiviso, 49
subgrafo, 27
abrangente, 27
gerador, 27
induzido, 27
maximal, 40
prprio, 27
subpartio, 49
suporte de mapa plano, 53
Szekeres, 136
tabuleiro, 11
teorema das
Quatro Cores, 91
teorema de
Berge, 98
Brooks, 87
Dirac, 129, 144
Erd os e Gallai, 66
Euler, 132
GallaiRoy, 89
Hall, 104
Havel e Hakimi, 66
Knig, 114
KnigEgervry, 102
Kuratowski, 147
Menger, 138, 142
Turn, 75
Tutte, 107, 130
TutteBerge, 108
Veblen, 132
Vizing, 115
Wagner, 146
trmino de passeio, 35
Thomas, 91, 93
topological minor, 49
torre, 12
trail, 35, 133
traveling salesman, 130
tree, 46
tringulo, 23
trilha, 35, 133
euleriana, 133
fechada, 133
TSP, 130
Turn, 75
Tutte, 107, 130
unio de grafos, 25
usa / cores, 83
\
G
, 9
vai de a n, 33
vazio, 9
vertex cover, 81
vrtice, 9
central, 123
de corte, 44
interno, 22
isolado, 18
saturado, 96
vrtices adjacentes, 9
vrtices internos, 141
vizinho, 9
Wagner, 146
walk, 35, 133
wheel, 25
(G), 83

(G), 111

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