ROTEIRO Fisica Anglo 2010

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FSICA

Lus Ricardo Arruda de Andrade Ronaldo Carrilho Ronaldo Moura de S

SEMI

anglo sistema de ensino


SISTEMA ANGLO DE ENSINO FSICA

CONSELHO EDITORIAL Guilherme Faiguenboim Nicolau Marmo COORDENAO EDITORIAL Assaf Faiguenboim ASSISTNCIA EDITORIAL Beatriz Negreiros Gemignani Creonice de Jesus S. Figueiredo Denise da Silva Rosa Hosana Zatelli dos Santos Ktia A. Rugel Vaz Paula P O. C. Kusznir . REVISO TCNICA Flvia M. de Lima Moreira (Biologia) Fredman Couy Gomes (Histria) Gae Sung Lee (Matemtica) Matheus Rodrigues de Camargo (Portugus) Moiss J. Negromonte (Geograa) Nelson Vicente de Souza Jnior (Qumica) Rodrigo C. dos Anjos Barbosa (Fsica) PROJETO GRFICO E FOTOLITO Grca e Editora Anglo Ltda. ARTE E EDITORAO Equipe de Apoio Grca e Editora Anglo Ltda.

Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP) (Cmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Roteiro RevisAnglo So Paulo : Anglo 2010

Vrios autores.

1. Ensino mdio Grca e Editora Anglo Ltda. MATRIZ Rua Gibraltar, 368 - Santo Amaro CEP 04755-000 - So Paulo - SP (0XX11) 3273-6000 www.angloconvenio.com.br 02-2941 CDD-373.19

ndices para catlogo sistemtico: 1. Ensino integrado : Ensino mdio 373.19 cdigo: 829312110

2010
SISTEMA ANGLO DE ENSINO

FSICA

NDICE
Fsica
Unidade I Cinemtica Escalar
Captulo 1 Fundamentos da cinem ica escalar ...................... cinemtica Captulo 2 Movimento Uniformemen e Variado..................... Uniformemente

5 9

Unidade II Dinmica do Movimento Retilneo


Captulo 3 Fundamentos da dinmica ...................................... Captulo 4 Princpios da in cia e fundamental ...................... inrcia fundamen al Captulo 5 Princpios da ao e reao e suas consequncias...............................................

12 1 17 20

Unidade III Balstica


Captulo 6 Lanamentos pr ximos prximos superfcie terres re .................................................. errestre

22

Unidade IV Energia
Captulo 7 Energia e suas trans ormaes .............................. ansformaes Captulo 8 Potncia e rendimento ............................................. Captulo 9 A energia como m odo de mtodo resoluo de problemas de dinmica....................

25 28 29

Unidade V Dinmica Impulsiva


Captulo 10 Equao fundamen al da fundamental dinmica para valores mdios ............................... Captulo 1 1 Sistemas Sis emas isolados .....................................................

33 34

Unidade VI Hidrosttica
Captulo 12 Generalidades Gene alidades .......................................................... Captulo 13 Teorema de S evin ................................................... eorema Stevin Captulo 14 Teorema de A quimedes ......................................... eorema Arquimedes

36 39 41

Unidade VII Movimento Circular Uniforme


Captulo 15 Cinemtica Cinem ica do MCU .................................................. Captulo 16 Dinmica do MCU ..................................................... Captulo 17 rbita ci cular rbi a circular ..........................................................
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43 45 47

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Unidade VIII Eletrodinmica


Captulo 18 Diferena Di erena de potencial, corrente e potncia eltrica .................................... Captulo 19 Condutores resistores Condutores e resistores ........................................... Captulo 20 Geradores circuito el rico Ge adores e ci cuito eltrico simples .....................

49 53 57

Unidade IX Eletromagnetismo
Captulo 21 Magnetismo .............................................................. Captulo 22 Efeito magn ico da corren e el rica .................... eito magntico corrente eltrica

59 62

Unidade X Foras Magnticas e Eltricas sobre Cargas


Captulo 23 Fora magn ica sobre cargas................................ magntica Captulo 24 Fora el rica sobre cargas ..................................... eltrica ca gas

64 66

Unidade XI ptica Geomtrica


Captulo 25 Fundamentos Fundamen os da ptica ........................................... p ica Captulo 26 O fenmeno da re reflexo o e o espelho plano ..................................................... Captulo 27 Os espelhos es ricos............................................... esfricos Captulo 28 O fenmeno da refrao e suas leis ...................... refrao Captulo 29 O fenmeno da re exo total................................ reflexo al Captulo 30 Lentes es ricas: estudo g ico Len es esfricas: e udo grfico ............................. Captulo 31 Lentes es ricas: Len es esfricas: estudo anal ico ........................... analtico

68 70 74 79 83 85 89

Unidade XII Termofsica


Captulo 32 Trocas de calor p ocas provocando ocando alterao al ao de tempe emperatura....................................... Captulo 33 Trocas de calor p ocas provocando ocando mudanas de e ado ................................................ estado Captulo 34 Sistema ermicamente Si ema termicamen e isolado................................ Captulo 35 Termodinmica ......................................................... ermodinmica

91 94 96 97

Unidade XIII Ondulatria


Captulo 36 Descrio e classi icao de ondas ........................ 102 classificao

SISTEMA ANGLO DE ENSINO

FSICA

Fundamentos da cinemtica escalar


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CAPTULO 1

POSIO

MOVIMENTO

Na linguagem da Fsica, indicar a posio de um corpo informar o lugar onde ele se encontra em determinado momento. A escolha do modo de indicar a posio de um corpo deve ser adequada a cada situao particular. O modo de localizar uma pessoa em uma multido pode no ser conveniente para localizar um barco no mar. No entanto, em todos os casos h algo em comum. Um corpo s pode ser localizado em relao a outro corpo, denominado referencial. No caso particular de o corpo estar sobre uma linha conhecida, sua posio pode ser determinada por uma nica medida. A posio de um ponto sobre uma linha conhecida determinada por um nmero, positivo ou negativo, denido como segue: No caso de a linha ser reta, escolhe-se arbitrariamente um ponto dela como origem (O). Escolhe-se, tambm arbitrariamente, um sentido positivo para a reta. O espao (S) de um ponto (P), que vamos representar por S(P), a distncia de O at P, qual se acrescenta o sinal positivo ( ), se o sentido de O para P for o mesmo da orientao adotada, ou o sinal negativo ( ), se o sentido de O para P for contrrio ao da orientao adotada. Desse modo, os espaos dos pontos P e P da gura so: S(P) S(P) OP OP

O que caracteriza um movimento a mudana de posio. Quando voc se movimenta em uma sala, sua posio em relao a ela se altera, pois voc se aproxima ou se afasta de uma parede ou do teto (no caso de pular). Como foi explicado, um corpo s pode ser localizado em relao a outro, denominado referencial. Portanto, s podemos determinar se h ou no mudana da posio de um corpo em relao a outro, tomado como referencial. No exemplo citado, o referencial a sala. Um corpo se movimenta em relao a outro, tomado como referencial, quando sua posio varia em relao a esse referencial.

TRAJETRIA

A ideia de trajetria a de percurso trajeto, caminho que um corpo percorre. A estrada na qual o carro se movimenta a trajetria dele. A pista de um autdromo a trajetria de um carro de corrida. A trajetria de um corpo largado prximo a Terra uma reta vertical. A trajetria de um avio pode ser observada quando ele deixa um rastro, como no caso dos avies da Esquadrilha da Fumaa. Em resumo: Trajetria a linha sobre a qual o corpo se movimenta.

DESCRIO DO MOVIMENTO

P'

No caso de a linha ser curva, procede-se do mesmo modo, efetuando as medidas sobre a linha. Desse modo, os espaos dos pontos Q e Q da gura so: S(Q) S(Q) OQ (medido sobre a linha curva) OQ (medido sobre a linha curva)

Em fsica, descrever o movimento de um corpo signica indicar sua posio em cada instante. Para isso, empregamos tabelas, grcos ou equaes. No caso de o corpo estar se movimentando sobre uma trajetria conhecida, sua posio pode ser determinada em cada instante pelo espao. Portanto, nesse caso, o movimento pode ser descrito por uma tabela do espao em funo do tempo.

Equao dos espaos


Quando um corpo se movimenta em uma trajetria conhecida, sua posio em cada instante pode ser determinada pelo espao. Podemos determinar o espao em cada instante por uma tabela que relacione o espao com o tempo, ou pelo grco do espao em funo do tempo, ou por uma expresso matemtica denominada equao horria do movimento ou equao dos espaos, que permite obter S para cada valor de t.

Q'

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DESLOCAMENTO ESCALAR

Se um corpo percorre uma trajetria conhecida, passando por um ponto P num instante t e por um ponto P num instante t, o deslocamento S do intervalo de t a t : S S S O deslocamento escalar ( S) indica a mudana de posio em um dado intervalo de tempo. Quando a mudana de posio a favor da orientao da trajetria: S 0. Quando a mudana de posio contra a orientao da trajetria: S 0. Quando no h mudana de posio: S 0.
t S S S' 0 t'

Todos tm alguma ideia acerca de velocidade e conhecem pelo menos um aparelho para medi-la, o velocmetro, presente em quase todos os tipos de veculo. A velocidade escalar indica no s a rapidez, mas tambm o sentido do movimento. Se um corpo percorre uma trajetria orientada, atribumos sinal positivo ou negativo velocidade, dependendo de o movimento ser no mesmo sentido ou no sentido contrrio ao da orientao da trajetria.

VELOCIDADE ESCALAR MDIA

Se um corpo percorre certa trajetria e se desloca S num intervalo de tempo t, sua velocidade mdia (Vm) nesse intervalo ser: Vm
S

S t

t' S S' S 0

t t' t t' t

Denio de velocidade mdia.

Unidade de velocidade escalar


O smbolo Nos livros de Fsica, assim como nos de Qumica e de Matemtica, aparece a todo instante o smbolo , em geral acompanhado de outra letra: t, S, y. O smbolo corresponde letra grega delta, usada em textos cientcos com o signicado de diferena, variao. Por exemplo, se a letra t for adotada para indicar o tempo, t indicar a variao do tempo; se S indicar o espao, S ser a variao do espao. Foi convencionado que, se G uma grandeza qualquer que sofre uma variao, G deve ser calculado pela diferena entre o valor nal e o valor inicial dessa grandeza. G (valor nal da grandeza G) (valor inicial da grandeza G) Se a grandeza G permanece constante, G 0. A unidade de velocidade escalar uma unidade de comprimento dividida por uma unidade de tempo. Por exemplo: m/s (metro por segundo), m/min (metro por minuto), km/h (quilmetro por hora). Embora a unidade km/h seja a mais usual, o m/s a unidade de velocidade do Sistema Internacional de Unidades (SI) e a empregada em Fsica. A converso de uma unidade de velocidade em outra muito simples. Veja o texto em destaque. Relao entre m/s e km/h Vamos transformar a velocidade de 90 km/h em m/s. Sabemos que: Portanto: 1 km 1 000 m 1 h 3 600 s 90 km/h 1 000 3 600 90 km/h 90 1 000 m 3 600 s 1 3,6 90 m 3,6 s 25 m/s

Mas:
6

VELOCIDADE E RAPIDEZ

Logo:

A palavra velocidade aparece sempre associada maior ou menor rapidez com que um movimento ocorre. Pode ser o movimento de um carro em uma estrada ou o do dinheiro circulando de uma pessoa para outra para citar apenas dois exemplos. Mas h diferenas entre as velocidades. Vamos estudar aqui o tipo particular denominado velocidade escalar, til para descrever o movimento de um corpo sobre uma trajetria conhecida.
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Resumindo Para transformar m/s em km/h: multiplica-se o valor por 3,6 Para transformar km/h em m/s: divide-se o valor por 3,6

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Observaes a respeito da relao


A expresso Vm

S/ t

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S pode ser empregada para qualt

MOVIMENTO ACELERADO, RETARDADO E UNIFORME

quer tipo de movimento. Se a velocidade constante, o quociente do deslocamenS to pelo tempo tambm constante e denominado t velocidade escalar do movimento. Se a velocidade no constante, o quociente do deslocaS mento pelo tempo denominado velocidade escat lar mdia no intervalo de tempo t.

Analise o exemplo. Um carro parte do repouso de um ponto A de uma rua e dirige-se para um ponto B, como mostrado na gura.

A Carro se deslocando entre dois semforos.

A indicao do velocmetro do carro varia como indicado no grco a. Nesse grco discutimos trs trechos. Trecho 1: a indicao do velocmetro aumenta. Na linguagem usual, dizemos que o carro est arrancando. Na Fsica, dizemos que o movimento acelerado. Trecho 2: a indicao do velocmetro constante. Na Fsica, dizemos que o movimento uniforme. Trecho 3: a indicao do velocmetro diminuiu. Na linguagem usual dizemos que o carro est brecando ou freando. Na Fsica, dizemos que o movimento retardado.
Indicao do velocmetro

PROPRIEDADE DO GRFICO DA VELOCIDADE ESCALAR CONSTANTE

A rea do retngulo formado no grco da velocidade constante representa o deslocamento ( S) no corpo no intervalo de tempo ( t).
V D C

2 1 3

S (grco a) t

A S no grco de V t.

PROPRIEDADE DO GRFICO DA VELOCIDADE ESCALAR

O sinal da velocidade depende da orientao do eixo. Orientando-se um eixo para a direita, obtemos o grco b. Orientando-se um eixo para a esquerda, obtemos o grco c. No entanto, uma coisa no pode mudar: No trecho 1 o carro est arrancando; no trecho 2 a velocidade constante; no trecho 3 o carro est brecando. No trecho 1 o movimento acelerado; no trecho 2 uniforme; no trecho 3 retardado.
V MU MA MR

De modo anlogo ao grco da velocidade constante, a rea assinalada representa o deslocamento no intervalo de tempo considerado. A nica diferena que agora no se trata de um retngulo.
V

(grco b) V

t S t S no grco de V
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MA MU (grco c)

MR

t.

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Tais consideraes levaram os fsicos a adotar as seguintes denies: O movimento denominado uniforme (MU) quando apresenta velocidade escalar constante. O movimento acelerado (MA) quando apresenta velocidade crescente em mdulo. O movimento retardado (MR) quando apresenta velocidade decrescente em mdulo.

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MOVIMENTO UNIFORME

Vamos procurar a equao dos espaos do movimento uniforme, isto , uma expresso geral para a equao dos espaos de um corpo que percorre uma trajetria qualquer em movimento uniforme, com velocidade escalar V. Se, no instante t0, o corpo est no ponto de espao S0, o problema obter o espao S num instante qualquer t. Organizando os dados, temos: 1 2 O tempo decorrido entre o instante t0 e um instante t qualquer : Como no instante t0 o carro est no ponto de espao S0, o deslocamento entre o instante t0 e um instante t qualquer : Como a velocidade V constante: Portanto: Substituindo 2 e 1 em 4, assim: Obtemos a equao dos espaos: Se o instante em que o movimento se inicia t0 S S0 0, a equao horria passa a ser: S S t S V S S0 S0 t S S t V t V(t V(t t0) t0) t0 S0

3 4 5 6

Vt (para o corpo em MU, com velocidade escalar constante (V).


t

t0 = 0 O S0 S

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Movimento Uniformemente Variado


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CAPTULO 2

DEFINIO DE ACELERAO ESCALAR MDIA

Se um corpo sofre uma variao de velocidade V em um tempo t, dene-se a acelerao escalar mdia (am) nesse intervalo pela expresso: V t

O movimento de um corpo que apresenta acelerao escalar constante denominado movimento uniformemente variado (MUV).

am

EQUAO DA VELOCIDADE

V t V t
a V t V t V t

Seria conveniente uma expresso que permitisse calcular a velocidade de um corpo em movimento uniformemente variado num instante t qualquer. Suponha que a velocidade do corpo no instante t 0,

Se a acelerao constante:
Denio de acelerao escalar.

a t V V V t V V0 V0

V t 0 t V0. at, at.

sendo Observaes e 1) Se o movimento uniforme, a acelerao escalar nula. 2) Se o movimento acelerado, a acelerao escalar tem o mesmo sinal da velocidade. 3) Se o movimento retardado, a acelerao escalar tem sinal contrrio ao da velocidade. Fazendo as substituies: logo:

Unidade de acelerao
No Sistema Internacional de Unidades, a unidade de tempo o segundo: e a de velocidade : A acelerao escalar foi denida pela expresso: Logo, colocando as respectivas unidades na expresso anterior: Efetuando as devidas transformaes, obtemos a unidade de acelerao: a m/s s m/s2 s m/s V t

A expresso V V0 at a expresso procurada, pois permite calcular V a cada instante. Construindo o grco da velocidade em funo do tempo, obtemos uma reta, pois a expresso que relaciona a velocidade com o tempo do primeiro grau. Exemplo:
V(m/s)

DEFINIO DE MOVIMENTO UNIFORMEMENTE VARIADO

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t(s)

Como veremos, so comuns as situaes em que o corpo ca sob a ao de foras constantes e que, nessas situaes, adquire acelerao constante.
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Grco da velocidade em funo do tempo: V0 2 m/s e a 0,2 m/s2.

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EQUAO HORRIA DO MUV

Vamos supor que, no instante t 0, o corpo esteja a uma distncia S0 da extremidade da mesa, movimentando-se para a direita com velocidade V0, e que, a partir desse instante, sua acelerao escalar seja a, constante, tambm para a direita. Todas essas informaes esto resumidas na gura a seguir.
Entre os instantes 0et a = constante

0 V0

t V = V0 + at

P S

S0 S

Corpo deslizando sobre uma mesa, qual foi adaptada uma rgua com a origem na extremidade esquerda. No instante t 0, o corpo movimenta-se para a direita com velocidade V0 ; a partir de t 0, a acelerao escalar do movimento a, constante.

O propsito chegar a uma expresso matemtica que permita determinar o espao S, que a distncia at a extremidade da mesa, em funo do tempo t. Para esboar o grco da velocidade em funo do tempo, devemos lembrar trs fatos. O primeiro que a velocidade inicial conhecida e vale V0 ; o segundo que a acelerao escalar constante, ento, o grco procurado uma reta; o terceiro que a acelerao positiva, logo, a velocidade ser crescente. Com essas informaes, chegamos ao grco abaixo. O deslocamento entre os instantes 0 e t ( S) pode ser calculado pela rea sob o grco da velocidade.
V (m/s) V0 t V0 S V = V0 + at V = V0 + at S

t (s)

Grco da velocidade em funo do tempo.

1 2 3 4 5

rea do trapzio de base menor (bm), base maior (BM) e altura h vale: No caso, a base menor a velocidade no instate t: a base maior a velocidade no instante t: e a altura o tempo: Substituindo (2), (3) e (4) em (1), vem:

1 (bm 2 bm V0 V0 t V0

BM) h

BM

V h

at,

1 (V 2 0 S S V0t S0

at) t.

6 7 8

Efetuando as devidas transformaes algbricas: Como: obtemos a expresso procurada: S

1 2 at . 2 S, 1 2 at . 2

S0

V0t

Concluso Em um movimento uniformemente variado, o espao pode ser calculado em cada instante pela expresso: S S0 V0t 1 2 at 2
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EQUAO DE TORRICELLI
A velocidade de um corpo em movimento uniformemente variado pode ser determinada em cada instante pela

expresso V S S0 V0t

V0 at. Tambm estabelecido que o espao pode ser determinado em cada instante pela expresso 1 2 2 at . H casos em que conveniente relacionar a velocidade V com o espao S. Para isso temos de eliminar

t dessas duas expresses.

Partimos da equao da velocidade: e da equao dos espaos: S

V S0 t (V S S0 V0 a (V S S0 V0 (V S 2a(S S0) S0 V0 2V0V 2a(S V2

V0 V0t (V a V0)

at 1 2 at . 2 V0) 1 (V V0) 2 a 2 a (V V0)2 2a V0) (V V0)2 2a V2 V2


2 V0

Isolamos t na equao da velocidade:

e o substitumos na equao horria:

Simplicando a no ltimo termo da expresso acima:

V0) a

ou: Multiplicando a expresso anterior por 2a, efetuamos o produto V0(V V0) e desenvolvemos o quadrado (V V0)2: Simplicando o que possvel: obtemos:

a
2 2V0

6 7 8

2VV0

2 2V0

S0)
2 V0

2a(S

S0)

2 Por razes ignoradas, a expresso V2 V0 2a(S S0), que estabelece a relao procurada entre a velocidade (V) e o espao (S), conhecida, no Brasil, como equao de Torricelli.

No movimento uniformemente variado: a acelerao escalar constante e diferente de zero; a velocidade pode ser calculada em um instante t qualquer pela expresso: V V0 o grco da velocidade em funo do tempo uma reta no paralela ao eixo t; 1 2 o espao pode ser calculado em cada instante pela expresso: S S0 V0t at ; 2 2 a expresso que relaciona velocidade com posio : V2 V0 2a(S S0).

at;

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Fundamentos da dinmica
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CAPTULO 3

GRANDEZA FSICA

Denominamos grandeza fsica tudo o que pode ser medido por um instrumento. Medir uma grandeza estabelecer uma relao entre a grandeza de uma unidade de medida. Comprimento, massa e tempo so grandezas fsicas, pois podem ser medidas, respectivamente, por uma rgua, uma balana e um relgio. A medida (nmero) acompanhada da unidade a intensidade da grandeza.
L

(a) Direo da reta; (b) retas paralelas apresentam a mesma direo; (c) a cada direo correspondem dois possveis sentidos.

Resumindo Uma grandeza vetorial ca determinada pela intensidade, que um nmero positivo acompanhado de uma unidade, e por uma orientao espacial, que a direo e o sentido.

U L 5U Unidade Medida Intensidade 2 4

NOTAO, REPRESENTAO, IGUALDADE DE GRANDEZAS VETORIAIS

GRANDEZAS ESCALARES E VETORIAIS

H certas grandezas denominadas escalares que cam determinadas quando se conhece sua intensidade. Podemos dizer, informalmente, que a grandeza escalar ca determinada quando se sabe quanto ela vale. H certas outras grandezas denominadas vetoriais que s cam determinadas quando se conhece, alm da intensidade, sua orientao espacial. Podemos dizer, informalmente, que a grandeza vetorial s ca determinada quando se sabe quanto e para onde.
3

DIREO E SENTIDO

A orientao espacial de uma grandeza vetorial dada pela direo e pelo sentido. Uma reta dene uma direo, e qualquer reta paralela a ela possui a mesma direo. Logo, um feixe de retas paralelas apresenta uma nica direo. Uma rua ou um rio, caso sejam retilneos, denem direes. Podemos falar em direo da rua So Benedito, direo do rio Amazonas ou direo da ferrovia Norte-Sul. Claro que, nos dois ltimos casos, estaramos indicando apenas uma direo aproximada, pois nem um rio nem uma ferrovia so perfeitamente retilneos. A cada direo correspondem dois possveis sentidos. Podemos percorrer uma reta vertical em dois sentidos: para cima ou para baixo. direo horizontal correspondem os sentidos para a direita e para a esquerda. Uma rua pode ser percorrida em dois sentidos diferentes, e podemos subir ou descer um rio.
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O deslocamento uma grandeza que indica mudana de posio, e no o caminho percorrido. Em outras palavras, o deslocamento indica o ponto de partida e o ponto de chegada. De maneira informal, poderamos escrever que o deslocamento segue a frmula geral sai-chega. Se vamos de Natal at Fortaleza, h uma mudana de posio que, independentemente da trajetria seguida, pode ser representada por uma seta com origem em Natal e extremidade em Fortaleza. Esse o deslocamento NatalFortaleza. Observe que o deslocamento no ca determinado quando se conhece apenas sua intensidade. Se informarmos que Fortaleza ca a 450 km de Natal, o destino da viagem pode ser qualquer cidade situada em uma circunferncia com centro em Natal e raio de 450 km. Se o piloto soubesse apenas que Fortaleza ca a 450 km de Natal, sem saber em que direo, ele poderia chegar cidade de Milha, no Cear, ou Peba, em Pernambuco, como voc pode conrmar em um mapa dessa regio. Em resumo:

Deslocamento uma grandeza vetorial


N

Fortaleza
O

NO

NE L

Boqueiro do Cesrio Mossor

SO S

SE

Natal
Deslocamento areo.

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FSICA

Mas que smbolo adequado para representar um deslocamento? No podemos chamar esse deslocamento de D, pois uma letra equivale a um nmero acompanhado de unidade, e a determinao do deslocamento exige que se indiquem sua intensidade, sua direo e seu sentido. Por isso, foi proposto que as grandezas vetoriais fossem representadas por uma letra grega ou latina qualquer, maiscula ou minscula, sobre a qual se colocasse uma seta. Escrevemos, ento, que o deslocamento do corpo D. Quando queremos nos referir apenas intensidade da grandeza, utilizamos a mesma letra sem seta. Portanto, a intensidade do deslocamento D D. Na tabela que se segue, esto descritos os deslocamentos D, d1 e d2 da gura.
y D d2 d1

quada, a grandeza vetorial. Por exemplo, se algum informar que so 4 horas da tarde ou que um saco de arroz tem 60 quilos, ningum vai perguntar para onde. Mas, se algum disser desloque-se 40 metros, a pergunta para onde perfeitamente adequada, o que indica que deslocamento uma grandeza vetorial. Vamos aplicar esse critrio para diferentes grandezas associadas ao movimento.

Velocidade vetorial
Se voc receber a informao de que um barco se movimenta a uma velocidade 100 km/h, a pergunta para onde adequada? A resposta sim. Portanto, velocidade uma grandeza vetorial. Velocidade vetorial (V) uma grandeza com as seguintes caractersticas: Intensidade Sempre igual ao mdulo na velocidade escalar. Em smbolos: V V Se o movimento retilneo, a velocidade tem a direo da trajetria. Se o movimento curvilneo, a velocidade tem, em cada ponto, direo tangente trajetria. O sentido do movimento.

Direo V
x

D Intensidade Direo Sentido 3m do eixo y do eixo y

d1 3m do eixo y do eixo y

d2 3m do eixo x contrrio ao do eixo x

Sentido

Velocidade vetorial e velocidade escalar


Ao contrrio do que possa parecer, os conceitos de velocidade escalar e de velocidade vetorial no so contraditrios. Na verdade, eles se completam, sendo a velocidade vetorial uma ideia mais geral. De maneira informal, poderamos dizer que a velocidade vetorial a velocidade escalar acrescida de direo e sentido. O fato de algumas questes de Fsica serem resolvidas sem levar em conta a direo e o sentido do movimento no torna desnecessrio o conceito de velocidade vetorial. Como veremos, de acordo com a situao fsica que se apresenta, decidimos pela convenincia de um tratamento escalar ou vetorial velocidade.

Em resumo, sendo G uma grandeza vetorial qualquer, de intensidade G, tenha os seguintes cuidados: O smbolo G no pode ser igualado a nmero, G deve ser descrito por nmero, direo e sentido. O smbolo G pode ser igualado a nmero acompanhado de unidade. Os smbolos G e G tm signicados diferentes. G1 G2 as duas grandezas apresentam mesma intensidade, mesma direo e mesmo sentido. G1 G2 as duas grandezas apresentam mesma intensidade. G2 as duas grandezas apresentam mesma G1 intensidade, mesma direo, mas sentidos contrrios.

A VELOCIDADE VETORIAL EM DIFERENTES MOVIMENTOS

GRANDEZAS VETORIAIS ASSOCIADAS AO MOVIMENTO

Um modo prtico de perceber se uma grandeza escalar ou vetorial testar a validade da informao para onde em relao a tal grandeza. Se a informao for adeSISTEMA ANGLO DE ENSINO

Quanto trajetria, os movimentos so classicados em retilneos ou curvilneos. Por sua vez, os curvilneos, de acordo com a curva que descrevem, so classicados em circulares, parablicos, elpticos e assim por diante. A direo da velocidade sempre a mesma nos movimentos retilneos e varia nos curvilneos. Quanto ao modo de percorrer a trajetria, um movimento classicado como uniforme ou variado, conforme sua velocidade tenha intensidade constante ou varivel. Os variados podem ainda ser classicados em acelerados e retardados, conforme sua velocidade seja crescente ou decrescente em intensidade.

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FSICA

V3 V2 V1
e dir c o s on tan te

V2 V1 V3 direo varivel

3) Se o movimento retardado, a acelerao tangencial tem a mesma direo e sentido contrrio ao da velocidade. 4) Se o movimento uniforme, a acelerao tangencial nula.
a V a V MRA

No movimento retilneo, a direo da velocidade sempre a mesma, enquanto, no movimento curvilneo, varia de ponto para ponto.

Consideraes gerais sobre a variao da velocidade vetorial


A ideia de acelerao sempre a de estudar a variao de velocidade. Assim, como vimos, a acelerao a taxa de variao da velocidade escalar. Por analogia, a acelerao vetorial a taxa de variao da velocidade vetorial. Ocorre que a velocidade vetorial pode variar tanto em intensidade como em direo. Em um movimento retilneo acelerado, a direo da velocidade constante, mas a intensidade varia. Em movimento circular variado, tanto a intensidade quanto a direo variam. extremamente conveniente o estudo separado da variao da intensidade com a variao da direo. A acelerao tangencial, que a que nos interessa no momento, a taxa de variao da intensidade da velocidade. A acelerao centrpeta, que ser vista mais tarde, a taxa de variao da direo da velocidade.
a V a

MCA

MRR

MCR

FORAS

ACELERAO TANGENCIAL ( )

Consideraes gerais
importante lembrar que a acelerao uma medida da variao de velocidade, mas no a causa. A variao da velocidade de um corpo acontece pela ao de outros corpos. A grandeza que caracteriza a ao de um corpo sobre o outro a fora.

A taxa de aumento ou diminuio de velocidade pode ser expressa por uma grandeza vetorial, denominada acelerao tangencial, que apresenta as seguintes caractersticas: Intensidade: Direo: a Sentido: igual ao mdulo da acelerao escalar. Em smbolos: |a| |a| a mesma da velocidade, tangente trajetria. Da ser chamada tangencial. No movimento acelerado, a favor da velocidade. No retardado, contra a velocidade.

Conceito de fora
Dizemos que um corpo age sobre outro quando puxa, empurra, atrai ou repele outro. Em cada um desses fenmenos puxo, empurro, atrao ou repulso , um corpo aplica fora sobre outro. No se dene fora. A fora no estabelecida por meio de relao matemtica com outras grandezas. O que podemos apresentar um conceito de fora: Fora uma grandeza vetorial que caracteriza a ao de um corpo sobre outro e que tem como efeito a deformao do corpo sobre o qual essa fora aplicada ou a alterao de sua velocidade. Empregamos para foras a notao usual para grandezas vetoriais: uma letra sobre a qual se coloca uma seta. Exemplos: F, f , T, P. Para indicar a intensidade da fora, empregamos a mesma letra sem a seta. Exemplos: F, f, T, P. Convencionamos representar a fora por uma seta com origem no corpo que a recebe, e no naquele que a aplica.

A acelerao tangencial em diferentes movimentos


Para assinalar a acelerao vetorial, proceda como se segue: 1) Identique para onde o corpo se movimenta. Marque a velocidade, seguindo o que foi explicado no item 5. 2) Se o movimento acelerado, a acelerao tangencial tem a mesma direo e sentido da velocidade.
SISTEMA ANGLO DE ENSINO

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FSICA

A unidade de fora no Sistema Internacional o newton (N), cuja denio ser apresentada em momento oportuno. Observe que s existe fora quando h dois corpos: um que aplica a ao e outro que sofre a ao. Por isso, no apropriado falar em fora do corpo, mas fora aplicada ou recebida pelo corpo. Em resumo, a fora no propriedade do corpo, mas de um par de corpos.
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A fora de trao
Quando um corpo A puxa um corpo B, dizemos que A exerce sobre B uma fora de trao (T), a qual impede a separao entre eles. Cordas, cabos de ao, linhas de costura ou quaisquer elementos de transmisso de fora de trao sero aqui chamados de o. A trao transmitida por um o tem sempre a direo do o e o sentido de puxar.
Corpo T Fio Mo

TIPOS DE FORA

Inicialmente, vamos estudar apenas as foras aplicadas ou recebidas por corpos que estejam no estado slido. Essas foras se dividem em: foras de campo e foras de contato. Como o nome sugere, as foras de contato s existem enquanto h contato entre os corpos, e, portanto, num dado corpo, o nmero de foras de contato no pode superar o nmero de contatos. Essas foras esto presentes quando se empurra ou se puxa um corpo. As foras de campo existem mesmo quando no h contato entre os corpos. So exemplos de fora de campo: a fora eltrica (aplicada por corpos eletrizados); a fora magntica (aplicada por ms); a fora peso (aplicada por um planeta ou por uma estrela sobre outros corpos). No momento, entre as foras de campo, s nos interessa a fora peso.

Fio puxando corpo.

A fora de contato e suas componentes


Uma bengala apoiada no cho, em posio inclinada, apresenta, ao mesmo tempo, tendncia de penetrao no piso e de escorregamento. O piso aplica sobre a bengala uma fora (C) que impede, simultaneamente, a penetrao e o escorregamento.
C a fora de contato; ela impede a penetrao e o escorregamento.

A fora peso
Em 1687, o cientista ingls Isaac Newton (1642-1727) formulou a hiptese de que todos os corpos se atraem mutuamente. A existncia dessa atrao, denominada gravitacional, muito difcil de ser observada experimentalmente, quando se opera com objetos comuns dois cadernos, por exemplo , pois, nessas condies, ela desprezvel e exigiria um aparelho de grande sensibilidade para detect-la. No entanto, quando um dos objetos tem massa muito grande, como um planeta ou uma estrela, essa atrao passa a ter considervel intensidade. Um corpo na superfcie ou nas proximidades da Terra, ou de um outro planeta, est submetido a uma fora de atrao gravitacional, dirigida para o centro da Terra, tambm chamada fora peso (P), exercida pelo planeta sobre o corpo. A existncia dessa fora explica fenmenos corriqueiros como, por exemplo, a queda dos corpos.

Tendncia de escorregamento C

Tendncia de penetrao

Fora de contato.

A fora peso apontando para o centro da Terra.


SISTEMA ANGLO DE ENSINO

Uma das componentes, denominada componente normal da fora de contato (N), impede, no nosso exemplo, que a bengala penetre no solo. Ou seja, a normal que garante a impenetrabilidade dos corpos quando no estado slido. Ela tem direo normal (perpendicular) superfcie de contato e sentido contrrio tendncia de penetrao. A outra componente, denominada componente tangencial ou componente de atrito da fora de contato (A ), impede ou diculta o escorregamento de um corpo em relao ao outro. Ela tem direo paralela superfcie de contato e sentido contrrio tendncia de escorregamento. Para ns prticos, as componentes da fora de contato so muito mais importantes que a prpria fora de contato. Por isso, usual trat-las como foras, e no como meras

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FSICA

componentes so comuns as expresses fora normal e fora de atrito, em lugar das formas corretas, que seriam componente normal e componente de atrito da fora de contato. Em algumas situaes, a componente de atrito no existe ou pode ser desprezada. Quando isso acontece, a componente normal coincide com a fora de contato, e passa a ser correto denomin-la fora normal.
N impede a penetrao A impede o escorregamento A C N superfcie spera

Quando o atrito desprezvel, C

N.

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CONSIDERAES GERAIS SOBRE RESULTANTE

O conjunto das foras que agem sobre um corpo denominado sistema de foras. Muitas vezes, para o estudo do movimento de um corpo, interessa o efeito total que o sistema de foras causa nesse movimento. Em tais casos, aplica-se o conceito de resultante do sistema.

Conceito de resultante
Um sistema de foras age sobre um corpo. A resultante do sistema uma fora imaginria que, se agisse sozinha, produziria o mesmo efeito dinmico que o sistema. A resultante no corresponde, necessariamente, a uma ao de um corpo vizinho. A resultante um artifcio matemtico que facilita o estudo do movimento. Da ter sido chamada de imaginria.

superfcie muito escorregadia

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COMO OBTER A RESULTANTE

Componentes da fora de contato.

A resultante a soma vetorial das foras que agem sobre o corpo. H mais de uma maneira de se obter a soma vetorial. Para o estudo da Dinmica do movimento retilneo, nalidade do prximo captulo, o mais conveniente o que segue, constitudo de quatro casos.

Caso

Descrio As foras tm a mesma direo e sentido


F1 F2

Caracterstica da resultante Somam-se intensidades, conservam-se a direo e o sentido


R F1 F2

As foras tm a mesma direo, mas sentidos contrrios


F2 F1

Subtraem-se as intensidades, conserva-se a direo. O sentido o da fora que possui maior intensidade
R F2 F1

As foras so perpendiculares entre si

A resultante a hipotenusa de um tringulo retngulo de catetos F1 e F2


R

F1 F2

F1 F2

As foras formam entre si um ngulo qualquer .

Decompomos uma das foras. Decompor obter duas foras, perpendiculares entre si, convenientemente escolhidas, de modo a cair nos casos anteriores.
R

F Fy G F G Fx Fx G Fy

SISTEMA ANGLO DE ENSINO

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FSICA

Princpios da inrcia e fundamental


1

CAPTULO 4

ENUNCIADO DO PRINCPIO DA INRCIA

O princpio da inrcia trata da tendncia natural do movimento e pode ser enunciado da seguinte forma: Princpio da inrcia, enunciado 1: Se, num dado instante, um corpo est em repouso, ele tende a permanecer em repouso. Se, num dado instante, um corpo est em movimento, ele tende a permanecer em movimento retilneo com a mesma velocidade.

Princpio da inrcia, enunciado 3: Se a resultante das foras que agem sobre o corpo nula, ele est em equilbrio, que pode ser esttico ou dinmico.

A MASSA COMO MEDIDA DA INRCIA

A massa indica tambm a tendncia do corpo de manter seu estado de movimento. Quanto maior a massa do corpo, maior a tendncia de ele se manter em repouso ou em movimento retilneo uniforme. Pode-se, ento, dizer que: A inrcia do corpo medida por sua massa. A massa no se altera se o corpo levado de um local da Terra para outro ou transportado para a Lua, ou para uma regio do espao onde a gravidade seja nula. Resumindo A massa de um corpo uma caracterstica desse corpo, no do local.

2 PRINCPIO DA INRCIA ENUNCIADO FORMAL

importante tambm uma formulao matemtica do princpio da inrcia. Para chegar a essa formulao, algumas consideraes so necessrias. A primeira se refere tendncia natural do corpo, que deve ser entendida como o comportamento que o corpo teria se nenhuma fora agisse sobre ele ou se a resultante das foras que agem sobre ele fosse nula. Em resumo, a tendncia natural de movimento ocorre quando R 0. A outra considerao de que um corpo em repouso ou em movimento retilneo uniforme tem velocidade vetorial constante. A nica diferena que, no primeiro caso, ela nula, e, no segundo, no nula. Em resumo: Princpio da inrcia, enunciado 2: R 0 V constante. Esse o enunciado formal do princpio da inrcia, cuja relao deve ser lida do seguinte modo: Se a resultante das foras que agem sobre o corpo nula, ento, a velocidade vetorial constante; reciprocamente, se a velocidade vetorial constante, ento, a resultante nula.

O PESO DIRETAMENTE PROPORCIONAL MASSA

Podemos medir o peso P e massa m de diversos corpos num dado local da Terra. O peso medido com um dinammetro, e a massa, com uma balana. Os resultados obtidos permitem concluir que o quociente do peso pela massa uma constante que no depende nem de m nem de P.

X
0 5 10 15 20 25 30 35 40

Equilbrio
H palavras ou expresses da Fsica que exigem redobrada ateno em seu emprego, pelo fato de terem um signicado diferente daquele empregado na linguagem usual. Uma dessas palavras equilbrio. H dois tipos de equilbrio: esttico e dinmico. O equilbrio esttico sinnimo de repouso. O equilbrio dinmico sinnimo de movimento retilneo uniforme. Portanto, um corpo em equilbrio pode estar em repouso ou em MRU. Podemos, ento, enunciar o princpio da inrcia de outra forma:
SISTEMA ANGLO DE ENSINO

Medindo peso e massa na superfcie da Terra.

Poderamos repetir essa experincia em outros pontos do universo. Veramos que o quociente do peso pela massa continuaria sendo uma constante que depende apenas do ponto escolhido. Essa constante denominada intensidade do campo gravitacional do ponto considerado.

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FSICA

Para um ponto X qualquer. P/m g (constante caracterstica do ponto X).

Logo: P

m g

mg

Peso a fora com que a Terra, ou outro astro, atrai um corpo. medido com dinammetro em equilbrio. A unidade, no SI, o newton (N). uma caracterstica do corpo e tambm do local.

A intensidade do campo gravitacional (g) em um ponto qualquer a constante de proporcionalidade entre o peso de um corpo no ponto considerado e a massa. Depende apenas do local.

Massa indica a quantidade de matria e a inrcia (que a tendncia de manter-se em repouso ou MRU). medida em balana. A unidade, no SI, o quilograma (kg). uma caracterstica do corpo, no do local.

A RESULTANTE, A ACELERAO E O TIPO DE MOVIMENTO

RESULTANTE E ACELERAO TANGENCIAL: DIREO E SENTIDO

O princpio da inrcia estabelece que, se a resultante das foras que agem sobre um corpo nula, ele permanece em repouso ou em movimento retilneo uniforme: R 0 V constante

Negando uma das armaes, a outra negada. Portanto, qualquer outro tipo de movimento exige resultante diferente de zero: R 0 V no constante

Incialmente, estudaremos apenas o movimento retilneo. Vamos imaginar duas experincias, primeiro com um corpo em movimento retilneo acelerado e, depois, com outro em movimento retilneo retardado. Na primeira, o corpo colocado inicialmente em repouso sobre uma superfcie plana horizontal, com a qual o atrito desprezvel. Aplicando a esse corpo uma fora horizontal para a direita, vericamos que ele adquire um MRA para a direita. A velocidade, a resultante e a acelerao tangencial esto indicadas na gura a seguir.

Nessa ltima relao ca estabelecido que resultante diferente de zero causa alterao da velocidade, seja um aumento, seja uma diminuio, seja uma mudana de direo. Por exemplo, um corpo que est em repouso s inicia o movimento se o sistema de foras que age sobre ele admitir uma resultante no nula. Ou: um corpo em movimento s atinge o repouso se a resultante no nula. Um corpo s faz curva se a resultante das foras que agem sobre ele diferente de zero.
SISTEMA ANGLO DE ENSINO

a R

A experincia e a representao esquemtica da resultante, da velocidade e da acelerao tangencial do corpo em MRA.

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FSICA

Na segunda experincia, um corpo lanado em uma superfcie plana horizontal com velocidade V0 para a direita. Se o atrito entre o corpo e a superfcie no desprezvel, o corpo adquire MRR at parar. A velocidade, a resultante e a acelerao esto indicadas na gura a seguir.

de submeter diferentes corpos a resultantes de diferentes intensidades e vericar, em cada caso, a acelerao adquirida. Realizando essas experincias e adotando uma unidade conveniente de fora, podemos escrever que a intensidade da resultante dada por R m a . A unidade de fora no SI A unidade de fora SI o newton (N), denida com a unidade de massa, que o quilograma (kg), e a de acelerao, que o m/s2, j denidos. 1 N a intensidade da resultante necessria para um corpo de massa 1 kg adquirir uma acelerao de 1 m/s2.

a R

A experincia e a representao esquemtica da resultante, da velocidade e da acelerao tangencial do corpo em MRR.

EQUAO FUNDAMENTAL DA DINMICA PARA O MOVIMENTO RETILNEO

Analisando esses exemplos, bem como qualquer outro movimento retilneo, chegamos seguinte concluso: Nos movimentos retilneos, a resultante e a acelerao tangencial tm sempre mesma direo e mesmo sentido.

RESULTANTE E ACELERAO: INTENSIDADES

Tudo o que foi discutido at aqui pode ser resumido em duas armaes, que constituem o enunciado do princpio fundamental da Dinmica: R m a (para o movimento retilneo). Em um movimento retilneo, a resultante e a acelerao tangencial tm sempre mesma direo e mesmo sentido. Essas informaes podem ser reunidas em uma nica expresso, chamada equao fundamental da Dinmica para o movimento retilneo, que a expresso matemtica do princpio fundamental da Dinmica: R m a

Experimentalmente, verica-se que a intensidade da resultante das foras que agem sobre um corpo em movimento retilneo igual ao produto m a . Essa vericao experimental bastante simples de ser imaginada, mas muito difcil de ser realizada. Teramos

(para o movimento retilneo)

SISTEMA ANGLO DE ENSINO

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FSICA

Princpios da ao e reao e suas consequncias


1

CAPTULO 5

INTERAES

O princpio da ao-reao estabelece que, na natureza, no h ao isolada de um corpo sobre outro, mas ao entre corpos, a qual denominamos interao. Sempre que necessrio, vamos empregar o smbolo F (A/B) que deve ser entendido como a fora que A exerce em B. O princpio da ao-reao resolve a seguinte questo: conhecendo-se a fora que A exerce em B, determina-se a fora de B em A.

Empurrando e puxando corpos, vericamos que, tambm nesses casos, as aes so mtuas. A concluso que, na natureza, no h aes isoladas. As aes aparecem sempre aos pares. Quem atrai atrado, quem repele repelido, quem puxa puxado e assim por diante.
X T(Y/X) T(X/Y) Y

CONSIDERAES FSICAS
3

Na montagem da gura abaixo so colocados, prximos entre si, um m e uma pea de ferro, presos a um suporte pelos os 1 e 2. Se os corpos so abandonados do repouso com os os na vertical, observa-se que o sistema evolui para uma nova situao, na qual os os cam inclinados. A inclinao do o 2 se deve ao magntica do m sobre o ferro; a inclinao do o 1 se deve ao magntica do ferro sobre o m.

ENUNCIADO DO PRINCPIO DA AO-REAO

Analisando os exemplos de interao citados ou qualquer outra interao da natureza, observamos que a cada uma delas corresponde um par de foras de mesma direo e sentidos contrrios. Isaac Newton (1642-1727) formulou a hiptese, conrmada por inmeras experincias, de que as foras que constituem um par ao-reao apresentam a mesma intensidade. Dessa forma, podemos enunciar: Princpio da ao-reao: se um corpo (A) aplica sobre outro (B) uma fora F (A/B), ento, B aplica sobre A uma fora F (B/A) de mesma intensidade, mesma direo e sentido contrrio. Em smbolos: F (A/B) F (B/A) Observaes Um par ao-reao corresponde sempre a um par de corpos, a uma nica interao. Se um corpo A age sobre outro B, a reao no pode envolver um terceiro (C). A reao necessariamente de B em A. Quando dois corpos interagem, eles trocam foras. As foras que constituem um par ao-reao esto aplicadas a corpos diferentes. Portanto, embora apresentem a mesma intensidade, a mesma direo e sentidos contrrios, elas no se equilibram. Como um par ao-reao corresponde sempre a uma nica interao, as foras que o constituem so de mesma natureza. Se uma delas uma fora de trao, sua reao tambm ser uma fora de trao. As foras que constituem um par ao-reao apresentam a mesma intensidade, mas no necessariamente os mesmos efeitos, pois esto aplicadas a corpos diferentes.

Fio 2

Fio 1

Fmag. (m/ferro)

Fmag. (ferro/m)

Conclui-se, ento, que, em uma interao magntica, se um m atrai o ferro, o ferro atrai o m, ou o ferro e o m se atraem. Experincia anloga, realizada com dois corpos eletrizados positivamente, permite vericar que, se A repele B, ento B, repele A. A repulso entre eles mtua.

Fio 2

Fio 1

Feltr. (B/A)
SISTEMA ANGLO DE ENSINO

Feltr. (A/B)

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FSICA

PESO E NORMAL

AS INTERAES DE UM FIO

Duas foras agem num corpo apoiado em um plano horizontal: o peso (P), que a fora gravitacional aplicada pela Terra sobre o corpo, e a normal (N), que a fora aplicada pelo apoio sobre o corpo, que impede a penetrao do corpo no apoio. Se a Terra atrai o corpo, pelo princpio da ao-reao, o corpo atrai a Terra. Logo, a reao do peso est aplicada no centro da Terra. Se o apoio empurra o corpo, impedindo a penetrao, o corpo empurra o apoio. Conclui-se que a reao da normal est aplicada no apoio. Com relao s foras peso e normal, trs fatos so relevantes. O primeiro que: peso e normal no constituem par ao-reao, pois correspondem a diferentes interaes e tm naturezas diferentes. O segundo fato que: a fora que age no apoio a normal, no o peso. Essa discusso importante porque peso e normal no tm, necessariamente, a mesma intensidade. Por exemplo, quando o corpo est sobre o piso de um elevador que acelera verticalmente, P N.

Vamos estudar uma pessoa erguendo um corpo, mas as concluses valem para dois corpos quaisquer, A e B, interligados por um o. Desde que a massa e o peso do o sejam desprezveis, e ele seja totalmente exvel, esse o considerado ideal. Numa ponta, a mo e o o trocam foras de intensidade T. Na outra, o o e o corpo trocam foras de intensidade T. Se o o tem massa e peso desprezveis, no necessita de fora para ser equilibrado nem para ser acelerado. O o ideal , portanto, um elemento de ligao entre os corpos, que apenas transmite a fora de trao, sem alterar sua intensidade, e, portanto, T T

Simplicadamente, podemos dizer, a mo puxa o corpo e o corpo puxa a mo, pois o o, sendo ideal, apenas transmite a fora, sem alterar a intensidade. O corpo pendurado est sob a ao do peso e da trao. Valem aqui consideraes muito parecidas com aquelas relativas a peso e normal: Peso e trao no constituem par ao-reao, pois correspondem a diferentes interaes e tm naturezas diferentes. A fora que age no o a trao, no o peso. Se o o se romper, a causa a trao, e no o peso.

Peso e trao no tm, necessariamente, a mesma intensidade. Por exemplo, se o corpo A est acelerando para cima, P.

T T

SISTEMA ANGLO DE ENSINO

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FSICA

Lanamentos prximos superfcie terrestre


1

CAPTULO 6

MOVIMENTOS BALSTICOS

Tanto o movimento de uma bola lanada por um jogador como o de uma echa disparada por um arco ou o de uma pedra que sai de um estilingue ou, ainda, o de um projtil disparado por um canho podem ser divididos em dois trechos: no primeiro, o objeto impulsionado pelo dispositivo de lanamento; no segundo, o objeto j foi lanado, no h mais interao dele com o dispositivo de lanamento. O que se pretende estudar neste captulo apenas o segundo trecho do movimento, denominado movimento balstico, no qual o corpo, por no interagir mais com o dispositivo de lanamento, ca sob a ao exclusiva da gravidade, desde que se despreze a resistncia do ar.

te vlido para movimentos balsticos de at alguns quilmetros. O nome movimento balstico se origina do aparelho de guerra romano denominado balista, e projtil qualquer tipo de objeto em movimento balstico. O instante inicial do movimento balstico aquele em que o projtil deixa de interagir com o dispositivo de lanamento; o instante, por exemplo, em que uma bala deixa o cano da arma. Salvo meno em contrrio, este ser sempre considerado t 0.

CONSIDERAES GERAIS

H uma pequena diferena entre o campo gravitacional de um ponto para o de outro na superfcie terrestre. Por exemplo, o campo gravitacional num ponto da cidade de So Paulo aproximadamente 0,24% maior que o campo gravitacional no pico do Everest. Neste captulo, vamos nos limitar aos casos em que se pode desprezar as variaes do campo gravitacional, procedimento perfeitamen-

Aplicando-se a Equao fundamental da Dinmica para um movimento balstico retilneo


De acordo com a equao fundamental da Dinmica para o movimento retilneo: Desprezando-se a resistncia do ar, a nica fora que age em um corpo em queda livre o peso: Logo: Mas sabemos que P diretamente proporcional massa e que a constante de proporcionalidade g: Logo: Portanto, P P mg g

R R

m|a| P m|a| mg m|a| |a|

Um corpo em queda livre ou em lanamento vertical, desprezandose a resistncia do ar, adquire movimento retilneo uniformemente variado com acelerao em mdulo igual ao campo gravitacional local: a g constante.
SISTEMA ANGLO DE ENSINO

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FSICA

EQUACIONAMENTO DO MOVIMENTO DE QUEDA LIVRE


Posio do corpo no instante t 0 Origem

Equacionamento do movimento de lanamento vertical para cima

Orientao da trajetria

Orientao da trajetria

Origem Posio do corpo no instante t 0

Na queda livre, o corpo parte do repouso e, portanto, Adotando-se a origem no ponto onde o corpo foi abandonado, o espao inicial nulo: A acelerao do movimento , em mdulo, igual a g. Orientando-se a trajetria para baixo, a acelerao ser positiva:

V0 S0

0 0

Adotando-se a origem coincidente com a posio inicial do lanamento, o espao inicial nulo. Orientando-se a trajetria para cima, a acelerao negativa, pois tem o sentido contrrio ao eixo.

S0

Substituindo esses valores das constantes S0, V0 e a nas equaes do MUV, obtemos as equaes da queda livre:

Substituindo esses valores das constantes S0, V0 e a nas equaes do MUV, obtemos as equaes do lanamento vertical para cima:

MUV S S0 V V2 V0t V0
2 V0

Queda livre 1 2 at 2 at 2a S S V V2 1 2 gt 2 gt 2g S S S0 V V2

MUV V0t V0
2 V0

Lanamento vertical 1 2 at 2 at 2a S S V V2 V0t V0


2 V0

1 2 gt 2 gt 2g S
FSICA

SISTEMA ANGLO DE ENSINO

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LANAMENTO HORIZONTAL

A ideia estudar os lanamentos horizontais por seus movimentos parciais nas direes horizontal e vertical. A equao fundamental da Dinmica pode ser aplicada a uma direo particular do movimento: a resultante numa dada direo acelerao nessa direo

massa

Vamos, com base nessa ideia, aplicar a equao fundamental da Dinmica para a direo horizontal e para a direo vertical e, a partir da, determinar a acelerao horizontal e a vertical do lanamento horizontal e do oblquo, desprezando a resistncia do ar. a resultante na direo horizontal 0 acelerao na direo horizontal a resultante na direo vertical mg logo: |ay| acelerao na direo vertical

massa

massa

m ax 0 MRU

m |ay| g constante

logo: ax

queda livre

O lanamento horizontal pode ser estudado como sendo a composio de um MRU horizontal com uma queda livre.

Na direo horizontal, a equao horria do movimento segue a forma geral Mas, na direo horizontal, Como a origem foi adotada no ponto de lanamento: Portanto:

V0

V0 t

x0 Vx x0 x

Vxt V0 0 V0t
y

Vx

V0

V0

Se, na direo vertical, o movimento uma queda livre, valem as expresses:

y Vy

1 2 gt 2 gt

1 g t2 2 Vy y g t

Em resumo, a posio do corpo lanado horizontalmente pode ser determinada por suas coordenadas x e y, as quais podem ser calculadas, em cada instante, pelas equaes x V0t e y 1 2 gt . 2
y 1 g t2 2 Vy y

V0 t

Vx g t

V0

A velocidade do corpo obtida por meio de suas componentes horizontal Vx e vertical Vy, que valem Vx
SISTEMA ANGLO DE ENSINO

V0

Vy

gt.

24

FSICA

Energia e suas transformaes


1

CAPTULO 7

O QUE ENERGIA?

No se dene energia. O que podemos reconhecer em que fenmenos ela est presente, determinar suas quantidades, descrever as diferentes formas existentes na natureza, entender as transformaes de uma forma para outra e as transferncias de um corpo para outro. Um modo de reconhecer se um corpo tem energia pela capacidade de produzir movimento. Podemos dizer, ento, que um corpo (ou um conjunto de corpos) tem energia quando est em movimento ou quando est em uma situao a partir da qual se pode obter movimento.
2

ENERGIA CINTICA

Qualquer corpo ou conjunto de corpos em movimento tem energia, denominada energia cintica. A energia cintica (c) de um corpo de massa m que est a uma velocidade V dada pela expresso:

1 mV2 2

Tratando-se de um conjunto de corpos de massas m1, m2, ... mn que esto s velocidades V1, V2, ....Vn, a energia cintica do sistema de corpos vale: (c)sist 1 m V2 2 1 1 1 m V2 ... 2 2 2 1 m V2 2 n n

Energia elstica.

ENERGIA POTENCIAL GRAVITACIONAL

ENERGIA POTENCIAL

Um tijolo a certa altura h em relao ao solo e uma echa em um arco deformado tm energia, pois podemos obter movimento de tais situaes. Nesses dois casos, os corpos tm condies de adquirir movimento; ou, dizendo de outra forma, esto em situaes potenciais de movimento. Portanto, a cada um dos casos podemos associar algum tipo de energia, que denominamos energia potencial. No primeiro, a energia existe devido ao gravitacional da Terra, est associada altura do tijolo em relao ao solo e denominada energia potencial gravitacional. No segundo, a energia deve-se deformao do arco, est associada posio da echa em relao a este e denominada energia potencial elstica.

Um corpo de massa m que est a uma altura h em relao a uma superfcie plana horizontal, em um local em que o campo gravitacional tem uma intensidade g, tem uma energia potencial gravitacional (pgrav) dada pela expresso:

pgrav

mgh

Plano de referncia h Energia potencial gravitacional

Observe que a energia potencial gravitacional depende do referencial adotado, podendo at ser negativa, caso o corpo esteja abaixo desse referencial.

SISTEMA ANGLO DE ENSINO

25

FSICA

Acervo Anglo

ENERGIA POTENCIAL ELSTICA

UNIDADE DE ENERGIA NO SI

Um corpo de massa m est em repouso, preso a uma mola e apoiado sobre um plano horizontal. Afastando-se o corpo da posio de equilbrio, a mola se deforma de x, como indicado na gura. Quando a mola se deforma, aplica sobre o corpo uma fora, denominada fora elstica, que tende a levar o corpo novamente para a situao de equilbrio, sendo por isso denominada tambm fora restauradora. A experincia mostra que essa fora tem intensidade Fels. kx sendo k uma constante de proporcionalidade denominada constante elstica da mola. possvel demonstrar que a energia potencial elstica armazenada no sistema massa-mola nessas circunstncias

Podemos chegar unidade de energia partindo de qualquer uma das expresses apresentadas. A mais simples, para essa nalidade, a expresso da energia potencial gravitacional.

pgrav

mgh

No SI, a unidade de m kg, de g m/s2 e de h m. Logo, a unidade de energia ser: kg (m/s2) m Mas kg m/s2 uma unidade de fora, o newton (N). Portanto, a unidade de energia no SI N m, que denominada joule (J). Em smbolos: J (joule) N m

pels.

1 2 kx 2

ENERGIA MECNICA

Dene-se a energia mecnica como a soma da energia potencial com a cintica. Em smbolos:
O

mec p c
x Fels.

Energia potencial elstica.

ENERGIA POTENCIAL ELTRICA

Barragem de uma hidreltrica

ENERGIA QUMICA E ENERGIA INTERNA OU TRMICA

Energia potencial eltrica.


SISTEMA ANGLO DE ENSINO

Tanto uma bomba quanto uma panela de presso no fogo com a vlvula de segurana travada podem explodir. Por isso, dizemos que, tanto uma quanto outra tm energia, pois esto em condies de produzir movimento, mas as causas so diferentes. No interior da bomba, ocorre uma reao qumica produzindo substncias gasosas que pressionam o recipiente at seu rompimento. Associamos

26

FSICA

Acervo Anglo

A experincia mostra que corpos eletrizados com cargas de mesmo sinal se repelem e eletrizados com cargas de sinais contrrios se atraem. Logo, assim com no caso de um corpo a certa altura ou encostado a uma mola deformada, cargas eltricas prximas esto em condies potencias de movimento. Podemos, ento, denir energia potencial eltrica. A diculdade nesse caso que no existe uma expresso matemtica nica, pois depende da distribuio particular de cargas.

a cada substncia que est no interior da bomba um tipo de energia denominada energia qumica, que liberada nessas reaes. No caso da panela de presso, a energia deve-se agitao das molculas e denominada energia trmica ou energia interna.

(movimento). Na parte de baixo do reservatrio encontrase uma turbina, cujas ps so movimentadas pela gua. A turbina aciona o gerador eltrico, que transforma energia cintica em eltrica. Esquematicamente, podemos resumir as transformaes de energia que ocorrem em uma hidreltrica da seguinte forma.
Energia potencial Energia cintica Energia eltrica

Caldeira

Turbina Gerador

H algumas outras formas alternativas de transformar energia. Os aquecedores solares transformam energia radiante solar em trmica. Eles so constitudos de diversas placas pintadas de preto (que aumentam a absoro da luz solar), por onde circula gua, em tubulaes metlicas. A energia das radiaes solares transformada em energia trmica, que transferida gua.
Viso muito esquemtica de uma termeltrica 11

A CONSERVAO DA ENERGIA

A experincia mostra que a energia pode ser transformada de uma modalidade em outra ou transferida de um corpo a outro, mas no pode ser criada nem destruda. Por isso, quando consideramos todas as formas de energia contidas em um sistema, sua quantidade total permanece constante, desde que o sistema no ceda nem receba energia do exterior. Esse o princpio da conservao da energia, um dos fundamentos da cincia moderna, que pode tambm ser assim enunciado:
Acervo Anglo

A energia total do Universo constante. Nos processos que ocorrem na natureza, a energia no diminui nem aumenta, podendo apenas ser transferida de um corpo para outro ou transformada de uma forma em outra.
Emisso de gases e partculas de uma termeltrica

10

ALGUMAS FONTES DE ENERGIA E SUAS TRANSFORMAES

Reservatrio Palheta

A vida depende diretamente de energia, que captada nas mais diferentes formas. Para uso direto de nosso organismo, conseguimos obter energia pela digesto dos alimentos que ingerimos. Tambm precisamos de energia para aquecimento, refrigerao, movimentao de veculos e mquinas, funcionamentos de aparelhos mdicos, computadores, geladeiras, televisores, telefones. Basicamente, nossa sociedade dependente de dois tipos de energia: uma a energia qumica, armazenada no petrleo, e a outra a energia eltrica, que no est disponvel diretamente na natureza. No Brasil, a maior parte da energia eltrica provm de quedas-dgua. A transformao em energia eltrica ocorre nas chamadas usinas hidreltricas. Certa massa de gua, cujo nvel est a determinada altura, acumulada em grandes reservatrios (lagos), armazenando energia, portanto, na forma de potencial gravitacional. Durante a queda das massas de gua, a energia potencial gravitacional se transforma em energia cintica
SISTEMA ANGLO DE ENSINO

Duto

Jato Bico Esquema de uma turbina.

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FSICA

Potncia e rendimento
1

CAPTULO 8

APRESENTAO DO PROBLEMA

Da denio de potncia:

Desde que James Watt (1736-1819) construiu uma mquina que transformava controladamente a energia trmica em mecnica dando incio era da utilizao racional e em larga escala dos recursos energticos da natureza , apareceu a necessidade de uma grandeza, a potncia, para descrever as mquinas. A ideia de potncia a taxa de fornecimento de energia, podendo ser aplicada a uma lmpada, um aparelho de som, um motor, uma pessoa, um chuveiro ou qualquer sistema em que haja transferncia ou transformao de energia.

t
103 W; t

(10 h/dia) (3600 s/h) (30 dias)

1,08 109 J

(energia consumida em 1 ms) Se o consumo de energia de uma residncia da ordem de bilhes de joules por ms, podemos imaginar qual seria o consumo de um bairro, de uma indstria, de uma cidade. Por isso, julgou-se conveniente criar uma outra unidade de energia, o kWh (leia quilowatt hora, no quilowatt por hora) denido como sendo a energia consumida ou recebida por uma mquina de 1 kW funcionando por 1 h: 1 kWh 1 kW 1 h

DEFINIO DE POTNCIA MDIA

Chamando de a energia transformada ou transferida no intervalo de tempo t, denimos potncia mdia ( m) pela relao:

A energia consumida por aquela residncia em um ms ser: 1 kW; t (10 h/dia) (30 dias) 300 kWh (energia consumida em 1 ms)

Potncia unidades
No Sistema Internacional, medido em joules (J), e t, em segundos (s). Por isso, a potncia medida em joules por segundo (J/s). A unidade J/s foi denominada watt, em homenagem a James Watt. O smbolo do watt W. Em smbolos: J/s W (watt)

RENDIMENTO

muito comum usarmos tambm a unidade quilowatt (kW), equivalente a mil watts. kW 103 W

kWh

Qual seria a energia consumida numa residncia em um ms de 30 dias, supondo que nela haja diversos aparelhos que somam uma potncia de 1000 W e que permaneam ligados, em mdia, 10 h por dia?

Quando temos em vista o desempenho de determinada tarefa, geralmente necessitamos empregar mais energia do que a requerida pela tarefa em si, por causa das perdas. A potncia que corresponde estrita realizao da tarefa desejada denomina-se potncia til ( u). A potncia no aproveitada denomina-se potncia dissipada ( d). Para obtermos a realizao da tarefa proposta , ento, necessria uma potncia total ( t), que corresponde soma das potncias til e dissipada. Para qualquer dispositivo, chamamos de rendimento () a relao entre a potncia til ( u) e a potncia total ( t). u t

SISTEMA ANGLO DE ENSINO

28

FSICA

A energia como mtodo de resoluo de problemas de dinmica


1

CAPTULO 9

A ENERGIA MECNICA EM UMA QUEDA LIVRE

TRS PERGUNTAS

Durante uma queda livre sem resistncia do ar, o corpo ganha velocidade medida que perde altura. Em termos de energia, ele ganha energia cintica, enquanto perde potencial. fcil vericar que, nessas condies, a energia mecnica, que a soma da potencial com a cintica, se mantm constante. Supondo que o corpo de massa m seja abandonado do repouso de um ponto de altura h0, a energia mecnica inicial : (mec) inicial mgh0 0 mgh0

O fato de, em determinados movimentos, a energia mecnica se manter constante se constitui em um mtodo bastante eciente de relacionar a velocidade do corpo com sua posio. Mostramos que em uma queda livre sem resistncia do ar isso acontece. Mas, para que o mtodo ganhe relevncia, temos de responder a trs perguntas: 1) A energia mecnica se mantm constante em qualquer tipo de movimento? 2) Se a resposta da questo anterior for armativa, timo. Se for negativa, temos de descobrir a condio ou as condies para que a energia mecnica se mantenha constante. 3) Se houver movimentos em que a energia mecnica varia, como calcular sua variao?

Quando atinge a altura h, a energia mecnica ser: (mec) na altura h Mas V2 Logo: (mec) na altura h (mec) na altura h mgh mgh0 1 m 2g(h0 2 (mec) inicial h) 2g S 2g(h0 h) mgh 1 mv2 2

A resposta da primeira pergunta negativa


Para nos mantermos no estudo de corpos em queda, imagine um corpo descendo de paraquedas. Durante um grande trecho de queda, a velocidade permanece quase constante. Portanto, ele no ganha energia cintica medida que perde potencial, sua energia mecnica diminui.

V aproximadamente constante h0 V

SISTEMA ANGLO DE ENSINO

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FSICA

FORAS CONSERVATIVAS E NO CONSERVATIVAS

IV) Corpo apoiado em plano horizontal sem atrito, sendo impulsionado por uma fora (F) aplicada por uma pessoa. Peso (fora gravitacional): conservativa Fora F, Normal: no conservativas

Antes de responder s outras questes, vamos lembrar que cada tipo de energia potencial est associado a um tipo particular de fora. A energia potencial gravitacional est associada fora gravitacional; a energia potencial elstica, fora elstica; a energia potencial eltrica, fora eltrica. Nomenclatura As foras associadas energia potencial gravitacional, elstica e eltrica so chamadas conservativas. Todas as outras so denominadas no conservativas. Acompanhe os exemplos:
Far

I) Paraquedista descendo com velocidade constante. Peso (fora gravitacional): conservativa Resistncia do ar: no conservativa
P

A ao de foras no conservativas e variao de energia mecnica


Analisando os exemplos apresentados ou qualquer outro movimento que desejarmos, somos levados a concluir que: Uma fora, seja ela conservativa ou no conservativa, ajuda o movimento quando tem a mesma direo e sentido do movimento (ou quando tem uma componente na direo e sentido do movimento). Quando uma fora conservativa ajuda o movimento, h um aumento de energia cintica, acompanhado de uma correspondente diminuio de energia potencial, de maneira a manter constante a energia mecnica. Exemplo: queda livre sem resistncia do ar. Quando uma fora no conservativa ajuda o movimento, h um aumento de energia cintica sem a correspondente diminuio de energia potencial. Em consequncia, a ao de uma fora no conservativa a favor do movimento causa um aumento de energia mecnica. Exemplo: pessoa puxando um carrinho de modo a aumentar sua velocidade. Uma fora, seja ela conservativa ou no conservativa, atrapalha o movimento quando tem a mesma direo e sentido contrrio ao movimento (ou quando tem uma componente na mesma direo e sentido contrrio ao movimento). Quando uma fora conservativa atrapalha o movimento, h uma diminuio de energia cintica, acompanhada do correspondente aumento de energia potencial, de maneira a manter constante a energia mecnica. Exemplo: um corpo subindo uma rampa. Quando uma fora no conservativa atrapalha o movimento, h uma diminuio de energia cintica sem o correspondente aumento de energia potencial. Em consequncia, a ao de uma fora no conservativa contra o movimento causa uma diminuio de energia mecnica. Exemplo: o atrito agindo em um corpo que desliza em um plano horizontal at parar.

II) Corpo apoiado em um plano horizontal sem atrito, sendo impulsionado por uma mola. Peso (fora gravitacional): conservativa Fora elstica: conservativa Normal: no conservativa

Fels.

III) Corpo descendo um plano inclinado com atrito. Peso (fora gravitacional): conservativa Normal e atrito: no conservativas

SISTEMA ANGLO DE ENSINO

30

FSICA

Uma fora no conservativa na mesma direo e sentido do movimento (ou quando tem uma componente na direo e no sentido do movimento) causa um aumento na energia mecnica.

Uma fora no conservativa na mesma direo e sentido contrrio ao movimento (ou quando tem uma componente na mesma direo e sentido contrrio ao movimento) causa uma diminuio na energia mecnica.

UMA VISO ESQUEMTICA DA AO DAS FORAS E OS EFEITOS SOBRE A ENERGIA MECNICA

A tabela e as guras mostram os diferentes efeitos das foras da natureza sobre as modalidades de energia cintica, potencial e mecnica. Se agem somente as foras F ou G F ou G H ou K H ou K V V Em relao ao movimento, essas foras ajudam ajudam atrapalham atrapalham nem ajudam nem atrapalham nem ajudam nem atrapalham

Se a fora conservativa no conservativa conservativa no conservativa conservativa no conservativa

Ecin aumenta aumenta diminui diminui constante constante

Epot diminui no se altera aumenta no se altera constante constante

Emec constante aumenta constante diminui constante constante

G Gx d

K Kx d

V d

O Desafio
O desao criar uma grandeza com as seguintes caractersticas: Indicar se a fora ajuda ou atrapalha o movimento ao longo de um deslocamento. Levar em conta apenas a componente da fora na direo do deslocamento. Se a fora no conservativa, essa grandeza deve medir a variao de energia mecnica.
SISTEMA ANGLO DE ENSINO

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FSICA

TRABALHO DE UMA FORA CONSTANTE EM UM DESLOCAMENTO RETILNEO: DEFINIO

Considere um corpo que sofre um deslocamento d, sujeito ao de uma fora constante F, que forma com o deslocamento um ngulo . Dene-se trabalho da fora F, no deslocamento d, pela expresso:

Fx = F cos

F
F

F d cos

c) Como vimos, a ao de uma fora que age sobre um corpo ao longo de um deslocamento tem como resultado uma variao de energia. possvel demonstrar matematicamente o teorema, como segue.
6

TEOREMA DA ENERGIA MECNICA

O trabalho das foras no conservativas (F ) no cons. atuantes sobre um corpo igual variao da energia mecnica do corpo. Em smbolos:
d Posio inicial Posio final

Fno cons.
7

mec.

A unidade de trabalho no Sistema Internacional (SI) produto da unidade de fora (newton) pela unidade de distncia (metro), que a mesma de energia (J). Observaes a) Quando 90, cos ajuda o movimento. 0, o trabalho positivo; a fora

SISTEMA CONSERVATIVO

No caso particular em que o trabalho das foras no conservativas nulo, a diferena de energias mecnicas nula e, portanto, a energia mecnica constante. O sistema chamado conservativo. Em smbolos: sistema conservativo F 0

180, cos 0, o trabalho negativo, Quando 90 a fora atrapalha o movimento. Quando 90, cos 0, o trabalho nulo. A fora no ajuda nem atrapalha o movimento. b) imediato vericar que Fcos , em mdulo, a intensidade da componente da fora na direo do deslocamento.

no cons.

Fno cons.

mec.

constante

Observe que os itens 6 e 7 respondem s perguntas 2 e 3, formuladas no item 2.

SISTEMA ANGLO DE ENSINO

32

FSICA

Equao fundamental da dinmica para valores mdios


1

CAPTULO 10

INTRODUO

A teoria da dinmica impulsiva foi criada para os casos nos quais se deseja relacionar uma interao ocorrida num intervalo de tempo bem determinado com a variao de velocidade. O problema pode ser enunciado da seguinte forma: um corpo de massa m est a uma velocidade V. Um sistema de foras age em um determinado intervalo de tempo t, causando uma alterao na velocidade, que passa a ser V. A questo relacionar o intervalo de tempo, a variao de velocidade, a massa e o sistema de foras.

EQUAO FUNDAMENTAL DA DINMICA PARA VALORES MDIOS

Vamos tomar como exemplo uma bola sendo chutada e supor que a velocidade da bola seja V, antes do chute, e V, ao m do chute. Como no sabemos se a fora exercida pelo jogador constante ou varivel, no podemos determinar o tipo de movimento da bola nesse intervalo. Podemos aplicar a equao fundamental da Dinmica para valores mdios. Sendo Rm a resultante mdia e am a acelerao mdia, ento: Como am Mas m V V : t Q. Logo:

Rm

m am

QUANTIDADE DE MOVIMENTO

Rm Rm

m Q t

Para resolver as situaes mencionadas, julgou-se conveniente criar uma nova grandeza, denominada quantidade de movimento, que leva em conta tanto a massa do corpo quanto sua velocidade. Se um corpo de massa m est a uma velocidade V, num determinado instante t, dene-se quantidade de movimento (Q) no instante considerado como sendo a grandeza vetorial: Q mV

V t

No caso de haver mudana na direo do movimento, precisamos escrever a mesma equao na forma vetorial. Assim procedendo, obtemos a equao fundamental da Dinmica para valores mdios:

Rm

Q t

A unidade de quantidade de movimento uma unidade de massa multiplicada por uma unidade de velocidade. No Sistema Internacional: kg m/s. Como a quantidade de movimento denida pelo produto de uma grandeza vetorial (V) por uma escalar positiva (m), ela apresenta as seguintes caractersticas: Intensidade: Q mV Direo: Sentido: Q mV

Rm

a mesma de V o mesmo de V
Garoto chutando a bola.

V'

SISTEMA ANGLO DE ENSINO

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FSICA

Sistemas isolados
1

CAPTULO 11

SISTEMA DE CORPOS
Apoio

Na Fsica, a palavra sistema comumente empregada como sinnimo de conjunto. Um sistema de foras um conjunto de foras. Para estudar as inuncias mtuas, que a nalidade deste captulo, vamos considerar um conjunto de corpos que denominamos sistema de corpos interagindo. De modo geral, no interessam sistemas em que os corpos apresentam massas muito diferentes, pois, nesses casos, a inuncia no mtua. Se uma locomotiva chocase com uma mosca, podemos nos interessar pela alterao de movimento da mosca, mas no da locomotiva. Em alguns dos exemplos da gura a seguir, h elementos transmissores de fora entre os corpos. Num deles a mola e, no caso da exploso, so os gases resultantes da exploso. Em todos eles, o elemento transmissor de fora deve pertencer ao sistema.

Terra

Corpos no pertencentes ao sistema que aplicam foras nos corpos do sistema

Essas foras podem ser classicadas de acordo com o seguinte critrio. Uma fora denominada interna quando trocada entre corpos pertencentes ao sistema. Uma fora denominada externa quando trocada entre um corpo que pertence ao sistema e outro que no pertence. Considerando-se o sistema constitudo pelos corpos A e B, as foras F elst. e F elst. so internas, pois so aes mtuas, transmitidas pela mola, entre os corpos A e B. As outras todas so externas, pois a Terra e o apoio no pertencem ao sistema.
3

QUANTIDADE DE MOVIMENTO DE UM SISTEMA DE CORPOS

Elementos transmissores de fora.

FORAS INTERNAS E FORAS EXTERNAS

A quantidade de movimento de um sistema de corpos a soma vetorial das quantidades de movimento dos corpos que o constituem. Considere o conjunto de avies da gura, de massas m1, m2 e m3, movimentando-se a velocidades V1 V2 V3. Nesse sistema, a quantidade de movimento vale: Qsist. Q1 Q2 Q3 m1 V1 m2 V2 m3 V3

Nas guras a seguir esto indicadas, desprezando-se eventuais atritos, as foras que agem nos corpos presos a uma mola inicialmente comprimida.
NA Felst. NB Felst. Q3

Qsist.
Q2

1 Q

1 V = m1 Q1

A
PA

B
PB

Q3 = m3 V3

Q2 = m 2 V2

Sistema constitudo pelos corpos A e B


SISTEMA ANGLO DE ENSINO

Quantidade de movimento de um sistema constitudo por trs avies.

34

FSICA

SISTEMA ISOLADO

Vamos imaginar um astronauta segurando um objeto. Vamos supor que a distncia entre o astronauta e qualquer astro seja sucientemente grande para que se possa desprezar no s a atrao gravitacional, mas tambm qualquer outra fora externa ao sistema homem objeto.

Acervo Anglo

Um astronauta est em um ponto sucientemente distante de qualquer astro para poder desprezar tanto a atrao gravitacional quanto qualquer outra fora externa ao sistema constitudo por ele e pelo objeto.

Se o homem empurra o objeto com uma fora F, o objeto empurra o homem com fora ao sistema. Vamos aplicar a equao R m Q tanto para o homem como para o objeto. t

F. Essas foras so internas

Como a fora que age no objeto F , ento, R

F . Logo, para o objeto:

Q obj. t F Q hom. t Q hom. Q hom. Q obj. Q obj. Q sist.

Analogamente, para o homem: Somando essas duas expresses e cancelando t, obtemos: Porm: Logo: Se no h variao de quantidade de movimento do sistema, porque ela constante: 0

Q sist. constante

Q sist.

Conclui-se que, no havendo inuncias externas, como no sistema constitudo pelo astronauta e pelo objeto, a quantidade de movimento do sistema permanece constante. Mesmo havendo foras externas, a quantidade de movimento pode permanecer constante, desde que a soma das foras externas seja nula. Quando isso acontece, o sistema denominado isolado. Podemos, ento, enunciar o teorema dos sistemas isolados: Sistema isolado F ext. Ou: A quantidade de movimento de um sistema isolado constante. Ou: Foras internas no alteram a quantidade de movimento do sistema.
SISTEMA ANGLO DE ENSINO

0 Qsist.

constante

35

FSICA

Generalidades

CAPTULO 12

A MATRIA E SEUS ESTADOS DE AGREGAO


Acervo Anglo

Um corpo est no estado slido, quando tem forma e volume denidos. Est no estado lquido, quando tem volume denido, mas toma a forma do recipiente que o contm. Est no estado gasoso, quando tem a forma e o volume do recipiente que o contm. Fluido o nome genrico para lquidos ou gases.

FORAS TROCADAS E TRANSMITIDAS PELOS FLUIDOS


Acervo Anglo

Experimentalmente, vericamos que lquidos no transmitem fora de trao. Por exemplo, no podemos puxar um corpo utilizando uma corda lquida. Tambm experimentalmente, vericamos que lquidos em equilbrio no trocam foras de atrito. Mas os lquidos transmitem foras normais. Imagine um lquido qualquer no interior de um sistema constitudo por diferentes seringas interligadas por mangueiras. Comprimindo um dos mbolos, notamos que todos os outros se movimentam. Como calcular o deslocamento de cada mbolo no importa no momento. Nosso interesse est em destacar dois fatos. Quando o mbolo da seringa 1 acionado, ele empurra o lquido, que, por sua vez, empurra os demais mbolos, o que permite concluir que: lquidos em equilbrio s trocam foras normais. A movimentao de todos os mbolos sugere que: a transmisso da fora nos lquidos se d em todas as direes e sentidos. Essa experincia evidencia uma grande diferena entre slidos e lquidos, pois a transmisso de foras nos slidos no se d em todas as direes.

F2

F3 F1

F5

F4

F
Acervo Anglo

SISTEMA ANGLO DE ENSINO

36

FSICA

DENSIDADE E MASSA ESPECFICA

A densidade de um corpo (slido, lquido ou gasoso) denida como a razo entre sua massa e seu volume. A densidade uma propriedade do corpo: divide-se a massa do corpo pelo volume, incluindo seus espaos vazios. Por exemplo: a densidade de um navio a diviso da massa total do navio (que inclui a massa de todos os materiais utilizados em sua construo: ao, madeira, cobre, etc.) pelo seu volume total (que inclui o volume das partes vazias: salas, pores, cabinas, etc.).

Densidade do corpo

Massa do corpo Volume do corpo

No caso de uma substncia, sua densidade, que nesse caso tambm chamada de massa especca, a diviso entre a massa da substncia pelo volume ocupado pela substncia. Por exemplo: a densidade (ou massa especca) do ao que compe o navio a diviso entre a massa do ao utilizado no navio pelo volume ocupado somente pelo ao. No caso de um lquido, densidade ou massa especca so conceitos idnticos.

Densidade ou massa especca de uma substncia

Massa da substncia Volume da substncia

A unidade de densidade (ou de massa especca) no SI kg/m3. H, entretanto, outras unidades que so bastante utilizadas: g/cm3 ou kg/L. Na tabela que segue h algumas relaes importantes entre as unidades de massa, volume e densidade.

Unidades 103 g 10 3 kg

massa:

1 kg

1000 g

1g

comprimento:

1m

100 cm

102 cm

1 cm

10 2 m

volume:

1 m3

(102 cm)3

106 cm3

1 cm3

10 6 m3

volume:

1L

1000 cm3

103 cm3

1 cm3

10 3 L

densidade:

1 kg m3

103 g 106 cm3

10 3 g cm3

1g cm3

103 kg m3

densidade:

1 kg L

103 g 103 cm3

1g cm3

densidade da gua:

1g cm3

1 kg L

103 kg m3

SISTEMA ANGLO DE ENSINO

37

FSICA

PRESSO MDIA

PRESSO ATMOSFRICA

Dois corpos, X e Y, esto em contato. A a rea da superfcie de contato entre eles. Se A tende a penetrar em B, a fora de contato entre eles (C) distribuda pela superfcie A. N a componente normal da fora de contato. Dene-se presso mdia pelo quociente: N A

pm

Nossa atmosfera possui massa que no desprezvel e, como qualquer outro corpo, atrado pelo nosso planeta. Podemos, ento, falar que o ar tem peso. Suponha uma poro de ar, ou de outro gs qualquer, em equilbrio, no interior de um cilindro, ao qual est adaptado um mbolo de peso P e rea A. Se estiver no vcuo, o mbolo ca submetido exclusivamente a duas foras: o peso do mbolo ( P ) e a normal (N) exercida pelo gs na superfcie inferior do mbolo. Se o mbolo est em equilbrio: N P. Mas a presso que o gs exerce no mbolo dada por p N . Das expresses, vem p A P . A

rea (A)

Portanto, a presso do ar pode ser calculada pelo quociente do peso do mbolo pela rea. Vamos considerar uma superfcie de rea A no interior da atmosfera. A coluna de ar acima dessa superfcie exerce papel anlogo ao exercido pelo mbolo, connando a poro de ar inferior a um cilindro hipottico. Assim, sendo P o peso da coluna de ar e A a rea da base da coluna, a presso naquela superfcie de rea A pode ser calculada por: p P . A

a) dois corpos em contato; b) rea de contato.

Observe que: Presso uma grandeza escalar, pois o quociente da intensidade da componente normal da fora de contato pela rea de contato. Quando estudamos os uidos, mais conveniente trabalhar com grandezas escalares do que com vetoriais, pois, como vimos, a transmisso de uma fora no se d numa direo determinada, mas em todas as direes e sentidos. A denio de presso pode ser aplicada sempre que existir normal. No caso de lquidos e gases em equilbrio, o conceito de presso tem especial interesse, pois eles s aplicam foras normais.

Lembre-se: a presso atmosfrica deve-se agitao das partculas que a compem; e, tambm, que a expresso p frica.
a mbolo rea (A) N

P apenas um modo de calcular a presso atmosA

P N

Unidades
Ar

No Sistema Internacional de Unidades (SI) a presso medida em pascals (Pa), denidos como 1 Pa 1 N/m2. H uma unidade de presso bastante utilizada, denominada atmosfera (1 atm), que a presso exercida pelo ar da camada atmosfrica, ao nvel do mar, a 45 de latitude e a 0C. O valor dessa presso no SI foi determinado experimentalmente, por um processo que veremos adiante, e vale: 1 atm 1,013 105 Pa.

Presso atmosfrica.

SISTEMA ANGLO DE ENSINO

38

FSICA

Teorema de Stevin
1

CAPTULO 13

PRESSO HIDROSTTICA EM UM PONTO


A denio de presso mdia, como foi explicado,

N . A questo saber como se aplica essa denio A para determinar a presso em um ponto X de um lquido. Qual a normal e qual a rea a ser considerada? Alm disso, outra diculdade da Hidrosttica a forma do recipiente. Para contornar essas diculdades, vamos imaginar uma coluna do lquido, em forma de cilindro, em que o ponto X seja o ponto mdio pertencente base, cuja rea A. Esse cilindro encontra-se em equilbrio. Na direo horizontal, as foras aplicadas pelo restante do lquido equilibram-se mutuamente, independentemente da forma do recipiente. Imagine que a base do cilindro, que contm o ponto X, seja uma tampa muito na que impea a descida do lquido da coluna. Sobre essa tampa, o restante do lquido aplica uma fora normal de intensidade N. Como h equilbrio, a normal N tem a mesma intensidade do peso da coluna do lquido.

X No importa o formato da base.

Presso na base inferior do cilindro Mas: Sendo d a densidade do lquido, e V, o volume do cilindro: O volume do cilindro o produto da rea da base pela altura:

p N d

N A P m g d V

m m V A h

X rea: A X

Efetuando-se as devidas substituies, obtemos: Assim, a presso dada por: Logo, a presso em um ponto, a uma profundidade h, vale:

d A h g d A h g A d g h

Imaginando-se diferentes cilindros ou outros formatos de colunas de lquido com diferentes reas de base, o clculo da presso que o lquido exerce na base inferior seria a mesma, ou seja, p dgh. Como essa presso devese exclusivamente ao lquido, sem que se levem em conta fatores externos a ele, ela denominada presso hidrosttica.

2 N P

TEOREMA DE STEVIN

P N

Presso hidrosttica.
SISTEMA ANGLO DE ENSINO

A presso na superfcie livre do lquido devida a fatores externos. Por exemplo, se a superfcie do lquido est em contato com a atmosfera, a presso da superfcie a presso atmosfrica. Se na superfcie do lquido existe um mbolo de peso P e rea A, a presso na superfcie devida atmosfera e ao mbolo. Dessa maneira, a presso

39

FSICA

total em X a soma da presso na superfcie com a presso devida coluna de lquido. Da vem a expresso conhecida como teorema de Stevin: px psup. d g h

O termo d g h, como foi explicado, denominado presso hidrosttica ou efetiva (aquela devida s ao lquido), e pX a presso total ou presso absoluta.

Para comprovar sua teoria e medir a presso atmosfrica, Torricelli resolveu utilizar mercrio em vez de gua. Como o mercrio 13,6 vezes mais denso que a gua, ele pde realizar a experincia com uma coluna de lquido de altura 13,6 vezes menor que a gua. Encheu, com mercrio, um tubo com aproximadamente 1 m de comprimento. Fechou a extremidade aberta do tubo com o dedo, inverteu-o e emborcou-o sobre um recipiente contendo mercrio. Retirou o dedo e deixou o lquido escoar. A sequncia de ilustraes mostra a experincia e seu resultado, quando a experincia realizada ao nvel do mar.
Vcuo

A EXPERINCIA DE TORRICELLI
760 mm

Em 1643, Evangelista Torricelli, discpulo de Galileu, formulou a seguinte hiptese: o ar atmosfrico tem peso e exerce presso sobre a superfcie livre do lquido. Quando se diminui a presso no interior do cano, provoca-se uma diferena de presso entre a parte externa do cano e sua parte interna. A presso externa a atmosfrica, que, sendo superior presso interna, empurra o lquido para cima. No , portanto, um horror ao vcuo que provoca a subida da gua, e sim uma diferena de presses. O lquido sobe at que a diferena de presses seja anulada, ou seja, at que a presso da coluna de lquido seja igual presso atmosfrica local.

1,0 m Hg

Hg Experincia de Torricelli.

pcano

patm.

De acordo com o teorema de Stevin, dois pontos de mesma poro do mesmo lquido e na mesma horizontal esto submetidos mesma presso. Portanto: Em A, a presso atmosfrica: Em B, a presso pode ser calculada pelo teorema de Stevin: ou seja: Sendo pvcuo dHg h 0e 9,8 m/s2 e

pA

pB

pA pB pB

patm. pvcuo pvcuo phidr. dgh

13,6 g/cm3, g 0,76 m e que pA

pB

1,013 105 Pa

Movimento da gua

pB

patm., temos:

SISTEMA ANGLO DE ENSINO

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FSICA

Teorema de Arquimedes
1

CAPTULO 14

CORPOS IMERSOS EM LQUIDOS

EMPUXO: INTENSIDADE

Flutuao de navios, processos para submarino emergir e submergir, a subida e a descida de bales e o sistema de utuao dos peixes so alguns dos fenmenos relacionados com corpos imersos em lquidos ou gases, que vamos agora estudar.
2

EMPUXO: DIREO E SENTIDO

Considere um corpo qualquer totalmente imerso em um lquido. Por simplicidade, vamos imagin-lo com formato de um paraleleppedo. A gura ilustra as foras que o lquido aplica sobre esse bloco. As foras laterais se equilibram mutuamente. De acordo com o teorema de Stevin, a presso do lquido na face inferior maior que a aplicada na face superior. Logo, a fora que o lquido aplica na base inferior do corpo (F2) maior que aquela aplicada na face superior (F1).

Considere um corpo qualquer de peso P e volume V imerso em um lquido. Ele sofre a ao do lquido que o envolve. Essa ao se traduz por um empuxo (E) vertical e para cima, cuja intensidade vamos determinar. Vejamos o que acontece se substituirmos esse corpo por outros, com a mesma forma e volume, feitos de diferentes materiais. Quanto maior a densidade do corpo, maior ser sua massa, maior ser seu peso. No entanto, qualquer um recebe do lquido o mesmo empuxo, pois o lquido que os envolve sempre o mesmo.

P P1 F1 Intensidade do empuxo.

F2 Empuxo.

Vamos agora imaginar que o corpo seja constitudo do mesmo lquido que o envolve. Tendo em vista que est em equilbrio, sendo PLD o peso desse corpo hipottico, podemos escrever que: E PLD.

Podemos, ento, concluir que existe uma resultante, no nula, das foras que o lquido aplica sobre o bloco. Essa resultante tem direo vertical e sentido para cima e denomina-se empuxo. Admitindo que essa concluso seja vlida para um corpo de formato qualquer, podemos escrever: Todo corpo totalmente ou parcialmente imerso em um lquido est sujeito a uma fora vertical e para cima, denominada fora de empuxo. Essa fora aplicada pelo restante do lquido que circunda o corpo.
E

PLD Lquido deslocado.

PLD denominado peso do lquido deslocado. Para entender o motivo da expresso peso do lquido deslocado, lembre-se de que um corpo no interior do lquido desloca um volume de lquido cujo peso PLD. As concluses a respeito da fora de empuxo foram obtidas por Arquimedes, no sculo III a.C. Atualmente, essas concluses so conhecidas como teorema de Arquimedes, que formulado da seguinte maneira: Todo corpo mergulhado em um lquido em equilbrio recebe desse lquido a ao de uma fora vertical para cima denominada empuxo de intensidade igual ao peso do lquido deslocado.

Empuxo.
SISTEMA ANGLO DE ENSINO

41

FSICA

A fora de empuxo est presente em todos os corpos mergulhados em lquidos ou em gases. Um balo est submetido a uma fora de empuxo que o ar exerce sobre ele, e sua intensidade igual ao peso do ar deslocado. A expresso utilizada para o clculo do empuxo a expresso da fora peso do lquido deslocado. Sendo mLD a massa de lquido deslocada: Lembrando que d m . V

Caso do corpo flutuando sobre um lquido (volume do lquido deslocado volume do corpo)
Se a densidade do corpo for menor que a do lquido, o corpo ir utuar. Uma parte dele car imersa no lquido, e outra, emersa. Nesse caso, o volume do lquido deslocado igual ao volume da parte imersa do corpo.
E

PLD

E mLD E

mLD g dL VLD mLD g dL VLD g


Volume de lquido deslocado

Logo, a expresso da fora de empuxo :

Caso do corpo totalmente imerso no lquido


Vamos comparar o peso de um corpo de densidade dC e volume VC com o empuxo que ele recebe quando totalmente imerso em um lquido de densidade dL. A massa de lquido deslocada dada por mLD , e o volume de lquido deslocado, VLD. peso do corpo empuxo PC E mC g mLD g

PC Corpo parcialmente imerso.

Atingida a situao de equilbrio, a intensidade do peso do corpo igual ao empuxo do lquido sobre ele.
E

PC

E mC g mC mL

mL g

dC VC g dL VLD g

Em palavras: quando um corpo utua, a massa de lquido deslocado igual massa do corpo. Por exemplo: um navio de 3.000 toneladas, ao sair do estaleiro e entrar no mar, desloca quantidade de gua de massa 3.000 toneladas. A expresso acima tambm pode ser expressa como: dC VC ou, ainda: VL VC dL VL dC dL

Como o volume do lquido deslocado (VLD) igual ao volume do corpo (VC), o nico fator de diferenciao entre as duas ltimas expresses a densidade. Dessa maneira, temos: se dC dL PC PL; ento, o corpo afunda ou submerge. Portanto, quando um submarino est submergindo, sua densidade superior da gua do mar. dL PC PL; ento, o corpo utua ou se dC emerge. Por exemplo, enquanto um balo est subindo, pode-se concluir que sua densidade inferior do ar. se dC d L PC PL; ento, o corpo permanece em equilbrio. Por exemplo, quando um submarino permanece em uma profundidade constante no submerge nem emerge podemos garantir que sua densidade igual da gua.

Traduzindo: VL VC

A frao imersa do corpo

que utua, em equi-

lbrio, igual densidade relativa do corpo em relao ao lquido dC dL .

Por exemplo: um corpo de densidade 0,4 g/cm3, ao ser colocado em gua, cuja densidade 1,0 g/cm3, car em equilbrio com 40% de seu volume abaixo do nvel da gua.

SISTEMA ANGLO DE ENSINO

42

FSICA

Cinemtica do MCU
1

CAPTULO 15

COISAS QUE GIRAM

PERODO E FREQUNCIA
O tempo gasto por um corpo em movimento circular uniforme para completar uma volta denominado perodo do movimento.

fcil encontrar nossa volta objetos que descrevem trajetria circular, objetos que giram. Provavelmente, o primeiro que nos vem mente a roda. Se pensamos em um veculo em movimento, vamos ter, alm das rodas, inmeras peas girando ao mesmo tempo. Basta abrir o compartimento do motor para constatar a existncia de polias, que giram com o motor. No cmbio, h engrenagens girando, e o disco da embreagem tambm gira. Isso se repete nas mquinas de modo geral desde que haja motor, h peas que giram e tambm no prprio planeta a Terra gira ininterruptamente em torno de seu eixo. A quantidade de coisas terrestres que giram indeterminvel. Isso em escala macroscpica, pois clulas vivas observadas em um microscpio mostram a existncia de um movimento circular orientado, denominado ciclose. Se nos dermos conta de que o nmero de clulas de um indivduo passa da ordem de trilhes, compreendemos a importncia do estudo do movimento circular.
2

A denio de perodo pode ser aplicada a qualquer fenmeno peridico, ou seja, a qualquer fenmeno que se repita em intervalos de tempos iguais. Frequncia de um movimento circular uniforme o nmero de voltas que o corpo perfaz na unidade de tempo. Em um movimento peridico qualquer, a frequncia o nmero de vezes que o fenmeno se repete na unidade de tempo. No Sistema Internacional, como a unidade de tempo o segundo, a frequncia o nmero de vezes que o fenmeno se repete por segundo. Essa unidade denomina-se hertz (Hz). Por exemplo, se um corpo realiza 10 voltas por segundo, sua frequncia 10 Hz. Como, no MCU, existe uma proporcionalidade entre tempo e nmero de voltas, podemos escrever: t (nmero de voltas) (T) Como f o nmero de voltas em uma unidade de tempo, vem: 1 f T Se o perodo do movimento T, a frequncia : f 1 T

DEFINIO DE MCU
Quando um corpo percorre trajetria circular e sua velocidade escalar constante, seu movimento denominado circular uniforme (abreviado por MCU).

Por ser constante no movimento uniforme, a velocidade escalar pode ser calculada escolhendo-se um intervalo de tempo arbitrrio ( t), determinando-se o correspondente S deslocamento escalar ( S) e calculando-se o quociente . t Em particular, podemos calcular a velocidade dividindo o comprimento de uma volta pelo tempo gasto para complet-la: S1 S2 S3 ... V t1 t2 t3 V comprimento de circunferncia tempo para dar uma volta
14 4
S1

ROTAO

2r T

Vamos analisar agora o movimento de uma haste girando em torno de um eixo. Cada um dos pontos da haste no pertencentes ao eixo tem trajetria circular. Dizemos, nesse caso, que a haste est em rotao. Um corpo est em movimento de rotao em torno de um eixo quando todos os seus pontos no pertencentes ao eixo esto em movimento circular em torno desse eixo. A rotao uniforme se todos os pontos esto em movimento circular uniforme em torno do eixo. Todos os pontos de um corpo em rotao uniforme apresentam mesmo perodo e mesma frequncia. Por isso podemos falar em perodo e frequncia de um corpo em rotao.

24 43 t1
r

SISTEMA ANGLO DE ENSINO

14

24

t2

S2

No movimento uniforme, o S constante. quociente t

43

FSICA

Os pontos de um corpo em rotao apresentam, contudo, diferentes velocidades escalares. Considere os pontos A e B da haste representada a seguir. Em um intervalo de tempo t, os pontos A e B deslocam-se at A e B, respectivamente.

A velocidade de um ponto qualquer vale: Se o movimento uniforme, a expresso anterior pode ser aplicada a qualquer intervalo de tempo. Em particular, para uma volta completa: O deslocamento escalar o comprimento de uma circunferncia: A velocidade, ento, vale:

S t

2
Eixo de rotao A' BB' AA' A B B'

3 4

S V

2r 2r T

Um corpo em rotao: quanto maior a distncia do eixo, maior a velocidade.

A velocidade do ponto A o deslocamento escalar AA dividido pelo tempo t: A velocidade do ponto B o deslocamento escalar BB dividido pelo tempo t: Como BB AA, conclui-se:

VA VB VB

AA t BB t VA

2 r indica que, em um corpo em T rotao, existe uma proporcionalidade entre a velocidade de cada ponto e sua distncia ao eixo. A constante de pro2 porcionalidade , que denominada velocidade anguT lar ( ) do movimento. A unidade da velocidade angular no SI radiano por segundo (rad/s). A expresso V 2 T
6

Generalizando: Quanto maior a distncia entre um ponto de um corpo em rotao e o eixo, maior a velocidade desse ponto.

RELAO ENTRE VELOCIDADE ANGULAR E ESCALAR


Partindo da expresso deduzida acima: V 2 r T

VELOCIDADE ANGULAR

Ainda considerando o problema da haste em rotao em torno de um eixo, vamos estudar o movimento de um ponto P qualquer, situado a uma distncia r do eixo de rotao. Como esse ponto percorre uma trajetria circular de raio r, em movimento uniforme, de perodo T, podemos calcular sua velocidade como se mostra a seguir:

e da denio de velocidade angular em radianos por unidade de tempo 2 T Conclumos que: V r

SISTEMA ANGLO DE ENSINO

44

FSICA

Dinmica do MCU
1

CAPTULO 16

ACELERAO NO MCU CONSIDERAES INICIAIS

V ac ac C V

O problema central da Dinmica relacionar o movimento com suas causas, que so as foras que agem sobre o corpo. Newton percebeu que a fora no estava relacionada com a velocidade, mas com a alterao dessa grandeza, seja em intensidade, seja em direo. Quanto mais rpido desejamos fazer uma alterao de velocidade, maior tem de ser a fora. Da a importncia de uma taxa de variao da velocidade. Pense em um carro arrancando, brecando ou fazendo uma curva. Na linguagem usual, dizemos que, quanto maior a arrancada pretendida maior a fora necessria. Na linguagem da Fsica, quanto mais rapidamente pretendemos aumentar a velocidade, ou quanto maior a acelerao pretendida, maior a fora necessria. Tambm dizemos que, quanto mais forte a brecada, maior a fora exigida. Na Fsica, quanto mais rapidamente pretendemos diminuir a velocidade ou quanto maior a intensidade da acelerao, maior a fora necessria. O mesmo acontece em uma curva, quando ocorre uma variao na direo da velocidade. Quanto mais rpida a variao, maior a fora necessria. Da a necessidade de criar uma taxa de variao da direo da velocidade, que a acelerao centrpeta. A acelerao centrpeta est presente sempre que h mudana de direo da velocidade, fato que ocorre em qualquer movimento curvilneo. Se a trajetria elptica, parablica ou hiperblica, existe acelerao centrpeta.

ac V ac V

UMA OUTRA EXPRESSO PARA A ACELERAO CENTRPETA

Sendo a velocidade angular de um corpo em MCU em uma trajetria de raio r, j deduzimos que: V r

Como foi explicado anteriormente: ac V2 r

Da obtemos uma outra expresso para a acelerao centrpeta: ac


2

ACELERAO CENTRPETA
4

A variao de velocidade vetorial de um corpo em MCU para dentro da curva. Como a acelerao a taxa de variao da velocidade, tambm vai ser para dentro da curva. Essa acelerao chamada centrpeta que signica dirigida para o centro e ser representada por ac. possvel demonstrar que a acelerao centrpeta apresenta as seguintes caractersticas:

CONSIDERAES EXPERIMENTAIS

Estabelecemos que a resultante das foras que agem sobre um corpo em movimento retilneo tem a mesma direo e o mesmo sentido da acelerao e intensidade R m |a|.

Intensidade: ac

V2 , sendo V a velocidade esr calar, e r, o raio da curva. ac Perpendicular velocidade. Para dentro da curva.

Direo: Sentido:

A questo agora saber se a resultante das foras que agem sobre um corpo em MCU tambm tem a mesma direo e mesmo sentido da acelerao e intensidade igual ao produto da massa pela acelerao. Para fazer essa vericao, imagine que o patinador da gura, para se manter em trajetria circular, amarre-se a um ponto xo. Supondo que deslize em uma pista plana horizontal sem atrito, ele ca sob a ao das foras peso, normal e trao. A fora de trao impede que ele se separe do ponto xo. Comparando as caractersticas da ace-

SISTEMA ANGLO DE ENSINO

45

FSICA

lerao centrpeta com as da resultante ver gura , vericamos, mais uma vez, que a resultante e a acelerao acelerao centrpeta, no caso apresentam mesma direo e mesmo sentido.

EQUAO FUNDAMENTAL DA DINMICA PARA O MCU

r R
5 01 51 02 52 03 53 04

T ac

Podemos imaginar muitas outras experincias e observar muitas outras situaes fsicas que envolvem corpos em movimento circular uniforme: carros fazendo curva, pndulo cnico, movimentos de satlites em rbita circular. As concluses so sempre as mesmas e podem ser resumidas em uma nica expresso, que a equao fundamental da Dinmica para o movimento circular uniforme: R m ac (para um corpo em MCU)
V

Resultante centrpeta.

Podemos repetir a experincia com diferentes patinadores e vericar que a intensidade da resultante diretamente proporcional massa do patinador. Variando a velocidade com que o patinador faz a curva, vericamos que a intensidade da resultante diretamente proporcional ao quadrado da velocidade. Variando o raio da curva, constatamos que a intensidade da resultante inversamente proporcional a r. Assim procedendo, conclumos que a intensidade da resultante diretamente proporcional massa, ao quadrado da velocidade e inversamente proporcional ao raio, o que coerente com a expresso. R m V2 r m ac

ac ac R R

R ac V R ac

SISTEMA ANGLO DE ENSINO

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FSICA

rbita circular
1

CAPTULO 17

A HIPTESE DE NEWTON

No nal do sculo 17, Newton formulou a hiptese que permitiu explicar o movimento dos planetas em torno do Sol, dos satlites tanto os naturais como os articiais em torno dos planetas, das estrelas duplas em torno de seu centro de massa, das naves espaciais que surgiriam sculos mais tarde, que possibilitou ainda a previso da existncia dos planetas Urano, Netuno e Pluto, antes de serem observados. De acordo com essa hiptese, todos os corpos atraem-se mutuamente com uma fora, denominada fora da atrao gravitacional. Se os corpos tm formato esfrico, dada pela expresso: m1m2 r2

muito importante. A fora com que um astro de massa M atrai um corpo de massa m tanto pode ser denominada fora de atrao gravitacional como fora peso ou simplesmente peso do corpo. Chamamos mais uma vez a ateno para o fato da distncia r ser medida de centro a centro. Portanto, sendo R o raio do astro, h a altura em que se encontra o corpo e supondo desprezveis as dimenses do corpo, podemos escrever:
m

M m r2
r h

ou F G
R

M m (R h)2

G a constante de proporcionalidade, denominada constante universal da gravitao, que, como o prprio nome indica, universal. Seu valor foi determinado 70 anos depois da morte de Newton, por meio de um experimento delicadssimo. O valor de G no SI : G 6,67 10 11 N m2/kg2

INTENSIDADE DO CAMPO GRAVITACIONAL (g)

Sabemos que a intensidade do campo gravitacional a constante de proporcionalidade entre o peso de um corpo e sua massa. Como foi explicado, essa constante de proporcionalidade depende do ponto considerado.
X g h r

F R M m2

m1

F: fora de atrao gravitacional r: distncia de centro a centro m1 e m2: massas dos corpos G: constante universal de gravitao

Vamos, ento, determinar a intensidade do campo gravitacional em um ponto X que est a uma altura h em relao superfcie de um planeta de raio R e massa M. Partindo da expresso P mg e substituindo-se nas expresses P G Mm r2 ou P G Mm (R h)2

Peso de um corpo
A fora de atrao gravitacional, como indica o valor da constante G, tem intensidade muito pequena para que seus efeitos sejam percebidos, quando tratamos com dois corpos quaisquer; dois cadernos por exemplo. No entanto, quando um dos corpos um astro, essa fora passa a ser
SISTEMA ANGLO DE ENSINO

obtemos: g GM r2 ou g GM (R h)2
FSICA

47

Campo na superfcie do planeta


O campo na superfcie de um planeta, que vamos chamar de g0 , pode ser obtido fazendo h 0 ou, o que d na mesma, r R. g0 GM R2

RBITA CIRCULAR

Vamos discutir a condio para um satlite de massa m entrar em rbita circular, de raio rx, em torno de um planeta de raio R e massa M. Como o corpo est em MCU, sua acelerao a centrpeta. Nessas condies, a equao fundamental da dinmica toma a forma: R m ac A resultante a fora de atrao gravitacional, pois essa fora a nica que age no corpo. Logo: P m ac Mas o peso naquele ponto o produto da massa pelo campo gravitacional do ponto.

Manipulando-se adequadamente as expresses apresentadas, obtemos, com facilidade, uma relao entre o campo gravitacional na superfcie de um planeta e o campo gravitacional em um ponto qualquer a uma altura h. g g0 R2 r2 g g0 R2 (R h)2

Px

mgx

Fazendo-se as devidas substituies e simplicaes, obtemos a condio para o corpo entrar em rbita circular: gx
g

ac

Intensidade do campo gravitacional na superfcie (g0) de alguns astros Astro Sol Lua Mercrio Vnus Terra Marte Jpiter Saturno Urano Netuno g0 (m/s2) 274 1,67 3,92 8,82 9,80 3,92 26,50 11,8 9,80 9,80

g0

gx

rx

gx ac

O grfico de g em funo de r
Partindo de qualquer uma das expresses deduzidas at aqui g g0 R2 r2 g GM r2

rx

Observe que, assim como no movimento balstico: a acelerao de um corpo em rbita igual ao campo gravitacional local. a massa do corpo no inui no movimento. A grande diferena que a intensidade do campo gravitacional depende do ponto considerado, ou seja, do raio escolhido para a rbita. O campo gravitacional pode ser calculado pelas expresses apresentadas, enquanto a acelerao centrpeta pode ser calculada pelas expresses conhecidas. ac V2 rx
2

podemos concluir que g inversamente proporcional ao quadrado da distncia ao centro do astro. Se a distncia ao 1 centro do astro dobra, g ca . Se a distncia triplica, g ca 4 1 , e assim sucessivamente. 9 Observe que essa expresso s vlida para pontos externos ao astro, ou seja, para pontos em que r
SISTEMA ANGLO DE ENSINO

rx

R.

48

FSICA

Diferena de potencial, corrente e potncia eltrica


1

CAPTULO 18

CIRCUITO ELTRICO SIMPLES

Na gura a seguir vemos algumas peas que fazem parte de nosso cotidiano: uma bateria de automvel, uma lmpada incandescente devidamente enroscada em um bocal e os metlicos de ligao. Alm disso, esto indicadas algumas grandezas fsicas associadas lmpada (12 V 60 W) e bateria (12 V 20 A). Nas condies mostradas na gura, a lmpada est apagada. Porm, se conectarmos os os de ligao, um no polo positivo e o outro no polo negativo da bateria, ela acender.
12 V 60 W Lmpada incandescente Soquete ou bocal Fios metlicos de ligao

to da temperatura do lamento, podendo atingir, como no caso dos lamentos de tungstnio, at 2700 K. Nessa circunstncia, o lamento torna-se incandescente, passando a irradiar calor e luz. Nos os de ligao ocorre o mesmo fenmeno, porm com intensidade muito menor. Como consequncia, a temperatura do o pouco alterada, a ponto de a desprezarmos.
2

AS TRANSFORMAES DE ENERGIA

possvel analisar esse circuito eltrico sob o ponto de vista das transformaes de energia. Por exemplo, na bateria, a energia qumica transformada em energia eltrica. J no lamento da lmpada, a energia eltrica transformada em energia trmica e luminosa. Os os de ligao atuam apenas como elementos transmissores de energia eltrica da bateria para a lmpada.
Energia trmica Energia luminosa

Bateria, soquete e lmpada.

Como explicamos esse acontecimento? Na bateria ocorrem reaes de oxirreduo. Assim que o sistema conectado, cria-se um caminho condutor entre os polos da bateria constitudo pelos os de ligao e o lamento da lmpada. Eltrons saem da bateria para o o, e eltrons saem do o para a bateria, de tal maneira que forma-se ao longo desse percurso um movimento organizado de eltrons que caracteriza a corrente eltrica.

Energia qumica

Energia eltrica

Transformaes de energia.

3 Fluxo de carga nos polos da bateria.

DIFERENA DE POTENCIAL (DDP)

O deslocamento dos eltrons ao longo do percurso, ao contrrio do que podemos imaginar, lento, com velocidades em torno de 102 cm/s. A lmpada acesa imediatamente, porque a corrente eltrica se estabelece, no mesmo instante, em todo o percurso. Na lmpada os eltrons em movimento chocam-se com a estrutura metlica, fazendo com que a agitao mdia dos tomos aumente. Em decorrncia disso, ocorre um aumenSISTEMA ANGLO DE ENSINO

Retomando o circuito apresentado anteriormente, repare que tanto na lmpada quanto na bateria h a inscrio 12 V. Certamente voc j conhece termos como estes: 110 volts, 220 volts ou j deve ter ouvido algo como meu secador de cabelos bivolt. O que esses nmeros signicam? Como lidar com eles? Esses nmeros quanticam uma grandeza fsica bastante til na eletrodinmica, denominada diferena de potencial eltrico (ddp). Para entendermos esse concei-

49

FSICA

to, vamos supor que a lmpada incandescente esteja acessa. Neste caso, a energia eltrica est sendo transformada parte em energia trmica e parte em energia luminosa.
Energia trmica Energia luminosa Energia qumica

U Energia eltrica

CONCEITO DE CORRENTE ELTRICA

Energia eltrica

Diferena de potencial eltrico (U) entre os terminais da lmpada denida pela razo entre o mdulo da quantidade de energia eltrica consumida pela lmpada em determinado intervalo de tempo e o mdulo da quantidade de carga que passou pelo lamento da lmpada no mesmo intervalo de tempo. Em smbolos:

eltrica
q

No Sistema Internacional, a unidade de carga eltrica coulomb (C). Somente para se ter uma ideia do valor dessa unidade, cada eltron ou cada prton possui uma carga eltrica, cujo mdulo vale 1,6 10 19 C. No modelo empregado em nosso estudo, esse o menor valor possvel da carga eltrica e, por essa razo, conhecido como carga elementar, simbolizado por e. Assim: qprton e 1,6 10 19 C qeltron e 1,6 10 19 C Ento, quando ouvimos que a ddp na lmpada 12 V, devemos entender que, quando 1 coulomb de carga eltrica transportada de um terminal a outro do lamento da lmpada, h um consumo de 12 J de energia eltrica. O termo volt (V) designa a unidade de medida da ddp no Sistema Internacional de Unidades. Trata-se de uma homenagem a Alessandro Giuseppe Antonio Anastcio Volta, fsico italiano a quem se atribui a inveno da pilha. 1J 1C

Em geral, a experincia mostra que os metais so bons condutores de energia eltrica. Segundo os modelos atmicos aceitos, a boa condutibilidade eltrica dos metais se deve ao fato de apresentarem um grande nmero de eltrons fracamente ligados ao ncleo de cada um de seus tomos. Por esse motivo, torna-se razoavelmente fcil provocar movimento ordenado desses eltrons de um lado para outro de um condutor. A gura 1 mostra uma barra metlica distante de qualquer outro corpo e alguns eltrons em movimento desordenado. Se trouxermos para perto da ponta da barra um corpo eletrizado, por exemplo, positivamente, os eltrons sero atrados, e, por algum tempo, estabelece-se um movimento ordenado desses eltrons no sentido do corpo positivo (gura 2). Uma vez que foras de natureza eltrica so aplicadas aos eltrons, acarretando deslocamentos, podemos garantir que h trabalho dessas foras eltricas e, consequentemente, transformao de energia eltrica em outras modalidades. Lembremos que a quantidade de energia eltrica transformada para cada um coulomb de carga transportada entre dois pontos A e B dessa barra a ddp (U) entre esses dois pontos.
Eltrons livres em movimento desordenado Eltrons livres em movimento ordenado

Figura 1

Figura 2 Placa positiva

Essa forma de produzir esse movimento organizado de cargas eltricas apresenta o inconveniente de ser um processo muito rpido. Quase que imediatamente o movimento cessa e o condutor ca polarizado, tendo, em uma ponta, excesso de eltrons e, na outra, falta de eltrons.
Falta de eltrons Excesso de eltrons

1V

Tendo em vista que os os condutores praticamente no consomem energia eltrica, toda a energia fornecida pela bateria recebida pela lmpada. Em consequncia, pela prpria denio de ddp, pode-se armar que a ddp nos terminais da bateria igual ddp nos terminais da lmpada.
SISTEMA ANGLO DE ENSINO

Placa positiva

50

FSICA

desejvel que o movimento ordenado dos eltrons seja duradouro. Isso s possvel com o uso da bateria ou pilhas, que so dispositivos capazes de criar e manter uma corrente eltrica, custa de fornecimento de energia. O movimento ordenado de eltrons denominado corrente eletrnica. Em ambientes no metlicos que contenham portadores de cargas eltricas livres como ctions e nions, o mesmo efeito pode ser obtido. Essas correntes so chamadas de correntes inicas. De uma maneira geral, o movimento ordenado de portadores de carga constitui a corrente eltrica. Corrente eltrica o movimento ordenado de portadores de carga.

DEFINIO DE CORRENTE ELTRICA

A corrente eltrica ca estabelecida quando ocorre um uxo de portadores de carga no interior do condutor; a intensidade dessa corrente eltrica corresponde ao uxo dessas cargas por uma seco transversal do condutor. Vamos considerar um dos os de ligao do circuito simples apresentado anteriormente, quando a lmpada est acesa.
Seco transversal

CONDIES PARA QUE A CORRENTE ELTRICA SEJA FORMADA ENTRE DOIS PONTOS

Fio condutor.

A gura a seguir ilustra duas situaes em que no se forma corrente eltrica entre os pontos A e B.

Se, em um intervalo de tempo t, n eltrons atravessarem uma seco transversal desse condutor, dene-se a intensidade de corrente eltrica mdia (im) como sendo a razo entre a quantidade de carga, em mdulo, que atravessou essa seco transversal e o intervalo de tempo t. Em smbolos: im q t

Como o mdulo da carga de cada eltron corresponde carga elementar e 1,6 10 19 C, o valor de | q| para n eltrons igual a n e. Assim, a expresso acima torna-se: im n e t

Figura 1

A unidade de intensidade de corrente eltrica no Sistema Internacional de Unidades coulomb/segundo, denominada ampre (A) em homenagem ao cientista francs Andr Marie Ampre.
B Situaes em que no h corrente eltrica. A Figura 2

1A

1C 1s

Na gura 1 no se forma a corrente eltrica entre os pontos A e B porque no h caminho condutor entre eles. Na gura 2 no se forma corrente eltrica entre os pontos A e B porque no h dispositivo que fornea energia eltrica para que as cargas se movimentem. Ou seja, no h ddp (U) entre eles. Esses exemplos mostram que, para que corrente eltrica seja estabelecida entre dois pontos, necessrio que: 1. Haja um caminho condutor que ligue esses dois pontos. 2. Haja fornecimento de energia eltrica para que as cargas se movimentem entre esses dois pontos. Em outras palavras, deve haver uma diferena de potencial (U) entre eles.
SISTEMA ANGLO DE ENSINO

POTNCIA ELTRICA

A lmpada e a bateria podem ser chamadas genericamente de mquinas eltricas por envolverem transformaes de energia eltrica durante seu funcionamento. A lmpada transforma energia eltrica em outras modalidades, e a bateria faz a operao inversa, isto , transforma outras modalidades de energia em energia eltrica. Quando precisamos comprar lmpadas, e deparamonos com algumas inscries tcnicas nas embalagens desses produtos. Essas informaes so denominadas dados nominais e informam a ddp e a potncia eltrica da lmpada.

51

FSICA

Q-LUZ
100 W

Q-L U Z
60 W

A potncia eltrica mdia de uma mquina eltrica o produto entre a ddp (U) nos terminais da mquina e a intensidade mdia de corrente eltrica nessa mquina.
m

U im

8
127 V 127 V

UMA UNIDADE PRTICA DE MEDIDA DE ENERGIA ELTRICA (kWh)

DDP 127 V Potncia 100 W

DDP 127 V Potncia 60 W

Isso signica que a lmpada deve ser ligada entre dois pontos de ddp igual a 127 V para consumir 60 W ou 100 W de potncia eltrica, conforme a lmpada escolhida. Potncia eltrica a grandeza fsica que indica a quantidade de energia eltrica consumida ou fornecida por uma mquina eltrica na unidade de tempo. Se, em um intervalo de tempo t, uma mquina eltrica consome ou fornece uma quantidade de energia eltrica , a potncia eltrica mdia dessa mquina :

Para medir o consumo de energia eltrica, por exemplo, de uma residncia, o joule uma unidade muito pequena. Para esse caso, se ela fosse empregada, encontraramos nmeros extremamente elevados na medio. Como exemplo, vamos calcular somente o consumo de energia eltrica que um chuveiro eltrico comum (5500 W) proporciona, durante um ms, se for usado por uma famlia apenas por 40 minutos dirios.

t Em que: Assim: t

Logo: (40 min/dia)

(30 dias)

t (60 s/min).

5500 40 30 60 3,96 108 J

No Sistema Internacional de Unidades, a unidade de potncia o watt (W) em homenagem a James Watt, pelos aperfeioamentos introduzidos na mquina a vapor, que possibilitaram sensvel melhoria em seu desempenho, como vimos no captulo 8. Quando dizemos que a potncia eltrica de uma lmpada 60 W, devemos entender que ela consome 60 J de energia eltrica em 1 s de tempo. 1W 1J 1s

Portanto:

A potncia eltrica pode ser determinada por meio de uma expresso que envolve a ddp U e a corrente eltrica i que se forma na mquina em funcionamento. Acompanhe o raciocnio. A partir de U

Se levarmos em conta todos os outros eletrodomsticos, o nmero indicador do consumo de energia eltrica seria muito maior. As concessionrias de energia eltrica usam como unidade de medida de energia eltrica o quilowatt-hora (kWh), que corresponde energia eltrica consumida por um aparelho de 1000 W (1 kW) de potncia funcionando durante uma hora. Portanto, para expressar a quantidade de energia ( ) consumida por um aparelho em kWh, basta operar com a potncia eltrica ( ) em kW e com o intervalo de tempo ( t) em horas. No exemplo anterior,

A potncia do chuveiro ,

5500 W 40 h 30 60

5,5 kW

eltrica
q

eltrica

O intervalo de tempo em horas, a cada ms, : Logo, a energia consumida pelo chuveiro em kWh :

20 h

escrevemos A partir de im escrevemos q , t q im U


m

5,5 kW 20 h

110 kWh

Ento

q q im

Observe que a mesma quantidade de energia expressa em kWh indicada por um nmero muito menor, o que conveniente. A relao entre as unidades kWh e o J : 1 kWh 1000 W 3600 s 3,6 106 J 1 kWh

Logo:

U im

SISTEMA ANGLO DE ENSINO

52

FSICA

Condutores e resistores
1

CAPTULO 19

A LEI DE OHM

Considere um o condutor, temperatura constante, submetido a uma ddp (U). Nessas circunstncias, uma corrente eltrica de intensidade i estabelecida nesse condutor. Suponha que esse experimento seja repetido para cinco valores diferentes de ddp (U1, U2, U3, U4 e U5) e, para cada um deles, uma corrente eltrica medida (i1, i2, i3, i4 e i5). possvel vericar que para o o condutor, temperatura constante, a razo entre a ddp e a respectiva corrente eltrica constante. Em smbolos, U1 i1 U2 i2 U3 i3 U4 i4 U5 i5

fsica indica a diculdade que um determinado condutor impe formao de corrente eltrica. U U R i i No SI, a unidade de resistncia eltrica o ohm ( ). R 1V 1A A partir do conhecimento da denio de resistncia eltrica de um condutor, pode-se enunciar a primeira Lei de Ohm de outra maneira: 1 Em os metlicos, submetidos a temperaturas constantes, a resistncia eltrica constante.

constante .

Essa proporo foi identicada por Georg Simon Ohm (1789-1854), fsico e matemtico alemo a quem se atribuem os primeiros estudos a respeito da condutividade dos materiais. Por essa razo, ela conhecida como 1 lei de Ohm. Em os metlicos, em temperaturas constantes, a intensidade de corrente i diretamente proporcional ddp U. Se os valores de U e i fossem colocados em um diagrama U i, a linha obtida seria um segmento de reta que passa pela origem do sistema. A curva encontrada no grco U i chama-se curva caracterstica do condutor.
ddp U

RESISTORES

Resistores so dispositivos construdos com a nalidade de produzir energia trmica a partir da energia eltrica. H os de carbono ou de silcio, os de o metlico, que so muito usados em circuitos eletrnicos, e h aqueles que so popularmente chamados de resistncias. Voc j deve ter ouvido falar em trocar a resistncia do chuveiro eltrico.

Corrente eltrica i

Resistores de carbono

Acervo Anglo

Curva caracterstica do condutor

Resistncia de chuveiro

RESISTNCIA ELTRICA DE UM CONDUTOR


Com relao experincia apresentada, a constante de U denomii

No uso domstico, as resistncias esto no interior dos chuveiros eltricos, das torradeiras, das cafeteiras, dos secadores de cabelo, das lmpadas incandescentes e de outros. Por serem construdos com materiais hmicos, atendem primeira lei de Ohm: U R i e so representados em um circuito como mostra a gura a seguir:
5 Representao de um resistor

proporcionalidade (R) encontrada na razo

nada resistncia eltrica (R) do condutor. Essa grandeza


SISTEMA ANGLO DE ENSINO

53

FSICA

Gabor Nemes/Kino

POTNCIA ELTRICA NOS RESISTORES

Nos resistores, a potncia eltrica integralmente transformada em energia trmica, por isso so conhecidos como dissipadores de energia eltrica. Os tcnicos usam o termo potncia eltrica dissipada no resistor. A determinao dessa potncia pode ser feita por meio de duas outras expresses, alm daquela j conhecida (P U i), que levam em conta a resistncia eltrica do resistor. Se na expresso P U i substituirmos U pelo produto R i, encontramos P R i2. U2 U Se substituirmos i pelo quociente , encontramos P . R R Essas trs expresses so equivalentes; a deciso pelo uso de uma ou de outra expresso depende da convenincia do problema a ser resolvido. P U i ou P R i2 ou P U2 R

ASSOCIAES DE RESISTORES

Associar resistores consiste em lig-los uns aos outros, conforme a necessidade do projeto de circuito eltrico. Por exemplo, em uma instalao residencial, os eletricistas tm de ligar no mesmo circuito diversas lmpadas, tomadas, etc. Estudaremos duas formas de associao de resistores: a associao em srie e a associao em paralelo.

Associao em Srie
a associao em que todos os elementos do circuito esto sujeitos mesma corrente eltrica. Isso s possvel se houver um nico caminho condutor entre os dois polos da bateria. O esquema apresentado ao lado de um circuito eltrico composto por uma bateria e uma associao em srie com trs lmpadas. Nos circuitos eltricos, por fora de uma conveno internacional, marca-se o percurso da corrente eltrica no circuito resistivo no sentido do polo positivo para o polo negativo da bateria. Portanto, no interior da bateria, o sentido convencional da corrente eltrica do polo negativo para o polo positivo. Nesse caso, se uma das lmpadas queimar, perde-se o caminho condutor de um polo ao outro da bateria, dizemos que o circuito est aberto, portanto, no se forma mais corrente eltrica. Como consequncia, todas as lmpadas cam apagadas. Em uma associao em srie, a corrente eltrica nica, portanto, todos os elementos associados funcionam simultaneamente ou nenhum deles funciona.
i

U1

U2

U3

Associao em srie.

Deve-se observar ainda que a ddp fornecida pela bateria no est aplicada em nenhum dos elementos isoladamente, e sim nos terminais da associao. Cada elemento associado est submetido a uma ddp prpria, determinada pelo produto Uj Rj i. A ddp nos terminais da associao a soma das ddps nos terminais de cada associado. Na associao em srie: U Resistncia equivalente da associao em srie A resistncia equivalente de uma associao de resistores o valor da resistncia de um resistor que, quando ligado aos terminais da bateria, consome a mesma potncia eltrica que a associao. Como consequncia, o resistor equivalente, ao ser submetido mesma ddp U da associao, ser percorrido por corrente eltrica de intensidade i igual da associao. Sendo RS a resistncia equivalente, podemos escrever que U RS i.
R1 R2 i R3 RS i

U1

U2

U3

SISTEMA ANGLO DE ENSINO

54

FSICA

Para determinar o valor dessa resistncia, vamos lembrar que U Rj i. Ento: RS i RS R1 i R1 R2 i R2 R3

U1

U2

U3 e que cada ddp Uj o produto

R3 i

Clculo da resistncia equivalente de uma associao srie de resistores.

ASSOCIAO EM PARALELO

a associao em que todos os elementos da associao esto submetidos mesma diferena de potencial (U). O esquema apresentado ao lado de uma associao em paralelo com trs lmpadas. Note que todas as lmpadas tm um de seus polos ligado no polo positivo da bateria e o outro polo ligado no polo negativo da bateria. Se uma das lmpadas queimar, o circuito ca aberto somente no ramo em que est a lmpada que queimou. As outras duas lmpadas continuam funcionando normalmente. As lmpadas pertencentes a um mesmo circuito de uma instalao residencial so associadas dessa forma. Verique que, em sua casa, as lmpadas funcionam independentemente umas das outras. Pode-se acender a lmpada da sala e manter a da cozinha apagada.

i1

i2

i3

Em uma associao em paralelo, todos os elementos esto submetidos mesma ddp e funcionam independentemente uns dos outros. Desde o polo positivo at o polo negativo da bateria h trs caminhos possveis. No caminho 1 forma-se a corrente i1, no caminho 2 forma-se a corrente i2 e no caminho 3 forma-se a corrente i3. No gerador forma-se a corrente I, de modo que: I Resistncia equivalente da associao em paralelo Para determinar o valor da resistncia equivalente RP de uma associao em paralelo, vamos ressaltar que a intensidade de corrente eltrica em cada ramo : ij U . Rj i1 i2 i3

Alm disso, a intensidade da corrente total (I) estabelecida no circuito : l i1 i2 i3 U Rp

i1 I R1

i2 R2

i3 R3

I Rp

SISTEMA ANGLO DE ENSINO

55

FSICA

Dessa forma, escrevemos: U Rp 1 Rp U R1 1 R1 U R2 1 R2 U R3 1 R3

A demonstrao apresentada a seguir. 1 Rp 1 R1 1 R2 1 Rp R2 R2 R1 R1 R2 R2

Rp

R1 R1

Clculo da resistncia equivalente de uma associao paralela de resistores.

b) Associao em paralelo de n resistores iguais Casos particulares A expresso encontrada para o clculo da resistncia equivalente de uma associao em paralelo pode, em dois casos particulares, ser substituda por outras mais simples. a) Associao em paralelo de dois resistores A resistncia equivalente de uma associao em paralelo com dois resistores de resistncias R1 e R2 o resultado da diviso do produto das duas resistncias pela respectiva soma. produto Rp soma A resistncia equivalente de uma associao em paralelo com n resistores de resistncias iguais a R o resultado da diviso do valor R pelo nmero de elementos associados. A demonstrao apresentada a seguir: 1 Rp 1 R 1 R ... 1 1 R Rp R n n 1 R

Rp

SISTEMA ANGLO DE ENSINO

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FSICA

Geradores e circuito eltrico simples


1

CAPTULO 20

GERADORES

Em torno de 1800, Alessandro Volta (1745-1827) descobriu o primeiro aparelho capaz de produzir corrente eltrica: a pilha, um gerador que consegue energia eltrica a partir da energia qumica. De l para c, com a evoluo da tecnologia, as pilhas foram aperfeioadas, e fazemos uso delas at hoje. As baterias de automveis encaixam-se nesse caso. Em 1835, Michael Faraday (1791-1867) descobre uma forma de produzir energia a partir da energia mecnica. esse tipo de gerador que existe nas usinas hidroeltricas, termoeltricas, nucleares, etc. De uma forma geral, o gerador uma mquina eltrica capaz de transformar energia de outra modalidade em energia eltrica.

A potncia trmica consumida no interior do prprio gerador dada por P r i2, em que r a resistncia eltrica dos metais que compe o gerador, tambm chamada de resistncia interna do gerador (rint). A potncia de outra modalidade pode ser expressa por P E i, em que E a uma constante caracterstica de cada gerador, denominada fora eletromotriz (fem). A fem medida em volts e corresponde razo entre a quantidade de energia de outra modalidade que transformada no gerador e a quantidade de carga que percorre o gerador durante a transformao. Em smbolos: Peltrica Pno eltrica E i Ptrmica r i2

U i Ou seja: U

EQUAO DO GERADOR

r i

Todo gerador tem em sua constituio elementos metlicos que apresentam resistncia eltrica. Ao serem percorridos por corrente eltrica, dissipam energia na forma de calor. Dessa forma, a quantidade de energia eltrica disponvel nos terminais de um gerador sempre menor do que a energia no eltrica consumida por ele. O esquema a seguir mostra isso.
Energia eltrica disponvel nos terminais do gerador Energia no eltrica consumida no gerador Gerador

Equao do gerador

GERADOR IDEAL

O gerador ideal aquele em que a resistncia interna zero. Na prtica, no existem esses geradores. Quando, eventualmente, a resistncia interna muito pequena em relao resistncia do circuito externo, consideramos o gerador como ideal. Nesse caso, toda a energia no eltrica transformada em energia eltrica, no havendo dissipao trmica no gerador. Nesse caso, a equao do gerador se reduz a: U E

Energia trmica responsvel pelo aquecimento do gerador 4

Equao do gerador ideal

Energia eltrica

Energia de outra modalidade

Energia trmica

REPRESENTAO ESQUEMTICA DE UM GERADOR

As quantidades das energias transformadas nesse processo dependem do tempo de funcionamento do gerador. Por esse motivo, conveniente trabalhar com as respectivas potncias: Assim, Potncia eltrica Potncia de outra modalidade Potncia trmica

As guras a seguir mostram as representaes grcas de um gerador com resistncia interna (r) e de um gerador sem resistncia interna (gerador ideal). Lembrando: no interior de um gerador, o sentido da corrente eltrica do polo negativo ao polo positivo.
i E r i E

A potncia eltrica fornecida pelo gerador ao circuito dada por P U i.


SISTEMA ANGLO DE ENSINO

Gerador real

Gerador ideal
FSICA

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LEI DE POUILLET

Vamos tomar um circuito simples formado por um gerador, uma associao de resistores, cuja resistncia equivalente Req e os de ligao supostos ideais, e determinar a intensidade de corrente eltrica que se forma no circuito.

r E

i Req

As ddps nos terminais do gerador e do resistor equivalente so iguais. Ento, podemos escrever Sendo e Temos: Ou seja, E E Req i

UG UG UR r i E

UReq r i

Req i Req i (Req r) i

r i

Finalmente:

E Req r

Essa expresso conhecida como lei de Pouillet em homenagem ao fsico francs Claude Pouillet (1790-1868).

SISTEMA ANGLO DE ENSINO

58

FSICA

Magnetismo

CAPTULO 21

OS MS

De uma forma ou de outra, todos j tivemos contato com algum m, seja por meio de uma bssola, de um altofalante ou at de uma propaganda que deve ser aderida geladeira. Atualmente, fabricamos ms, porm eles existem em estado natural em algumas jazidas de minrio de ferro. Os materiais que compem os ms so chamados de magnticos e so basicamente o ferro, o nquel e o cobalto.

que possa girar livremente, ele estacionar, de modo que o seu eixo maior indicar aproximadamente a direo NorteSul geogrca da Terra. O polo do m que aponta para o Norte geogrco da Terra denominado polo norte magntico do m, e o polo que aponta para o Sul geogrco da Terra denominado polo sul magntico do m.
Norte geogrco

N S

Fbio Colombini

Sul geogrco

Polos magnticos. Pedra de magnetita: um m natural.

INTERAO ENTRE MS

OS POLOS DE UM M

Se jogarmos limalhas de ferro em torno de um m, essas limalhas sero atradas e haver maior concentrao delas em dois pontos do m, atestando que naqueles pontos a atrao magntica maior. Esses dois pontos do m so denominados polos do m.

Quando dois ms so colocados prximos um do outro, verica-se uma troca de foras de origem magntica entre eles, que pode ser de atrao ou repulso, conforme as posies de seus polos. Ocorre repulso quando a aproximao feita por polos de mesmo nome, e ocorre atrao quando a aproximao feita por polos de nomes diferentes.
F N S S N F

S
Acervo Anglo

F F

Fora magntica trocada entre ms

5 A gura mostra um m em forma de barra. Os polos de um m cam evidenciados pela maior concentrao de limalhas de ferro.

O CAMPO MAGNTICO TERRESTRE

POLOS NORTE E SUL DE UM M

Se um m em forma de barra, distante de qualquer outro m, for suspenso por seu centro de massa, de modo
SISTEMA ANGLO DE ENSINO

A Terra se comporta como um grande m. Alguns estudos revelam que esse fato se deve formao de correntes eltricas no ncleo lquido no interior da Terra. Como veremos adiante, correntes eltricas so capazes de gerar campos semelhantes queles originados por um m. A presena do campo magntico terrestre ca evidenciada pela orientao adquirida por uma agulha magntica suspensa. A polaridade magntica da Terra denida levando-se em

59

FSICA

conta a orientao de uma agulha magntica. O polo norte de um m aponta sempre para o polo sul de outro m que esteja prximo dele. Assim, quando uma agulha magntica tem seu polo norte apontado para o norte geogrco da Terra, de se supor que l esteja o polo sul magntico da Terra. Com o mesmo raciocnio conclui-se que o polo norte magntico da Terra encontra-se no polo sul geogrco. Os eixos magnticos e geogrcos da Terra no so coincidentes. H um desvio em torno de 11,5 entre eles.

Quando cortamos o m, a orientao dos ms elementares mantida de tal forma que as novas partes continuam com as duas polaridades.
Plano de corte

O modelo dos ms elementares explica a inseparabilidade dos polos.

VETOR CAMPO DE INDUO MAGNTICA

Os ms trocam foras magnticas a distncia, por isso so denominadas foras de campo. Campo magntico a regio do espao onde efeitos magnticos so percebidos por um m levado at l. Normalmente, usam-se bssolas para a deteco de regies sujeitas a efeitos magnticos. A fora magntica a que um m ca submetido quando colocado em algum ponto do campo magntico pode ser diferente da fora magntica que esse mesmo m sofreria se fosse colocado em outro ponto desse campo magntico. Isso mostra que, apesar de ambos os pontos estarem em um mesmo campo magntico, o grau de inuncia magntica nesses pontos diferente.

PRINCPIO DA INSEPARABILIDADE DOS POLOS


F1

F1 F2 P1 P2

Podemos pensar na possibilidade de separarmos os polos de um m. Bastaria cort-lo, conforme o desenho a seguir. Porm, ao cort-lo, notaramos o aparecimento, nas sees de corte, de polos magnticos opostos aos polos das extremidades.
Plano de corte S N S N S N

F2 As foras magnticas que atuam no m no ponto P1 so diferentes das foras magnticas que atuam no m no ponto P2.

H um modelo fsico que explica esse comportamento aparentemente mgico dos ms. Imaginemos que continussemos cortando os ms resultantes de cada corte, mais e mais. Chegaramos a um m to pequeno que seria impossvel cort-lo. Esse seria o m elementar. Hoje, sabemos que o movimento dos eltrons o gerador desses ms elementares. Se representarmos esses ms elementares por uma seta, de modo que a extremidade represente o polo norte, entenderemos por que o corte de um m ocasiona o surgimento de polos novos nas novas extremidades. Todo m formado por ms elementares devidamente orientados, como vemos na gura a seguir.

A m de distinguir o campo magntico em pontos diferentes pertencentes a uma regio, associamos a cada ponto dessa regio um vetor que caracterize o campo magntico no local. Trata-se do vetor campo de induo magntica B. Para encontr-lo, levamos at o ponto uma bssola.
B1 N N B2

P1

P2

A direo do vetor B dada pela direo da agulha magntica, e o sentido desse vetor o indicado pelo polo

SISTEMA ANGLO DE ENSINO

60

FSICA

norte da agulha magntica. A intensidade determinada caso a caso, como veremos posteriormente. Se conhecermos o vetor campo de induo magntica de um ponto do campo magntico, automaticamente saberemos como a agulha magntica de uma bssola pararia se fosse colocada nesse ponto. Da mesma maneira, se soubermos como a agulha magntica de uma bssola colocada em um ponto do campo de induo magntica, automaticamente saberemos a direo e o sentido do vetor campo de induo magntica daquele ponto.

linhas de induo magntica de um campo gerado por um m na forma de barra e por um m em forma de U.

B Linhas de induo em um campo magntico gerado por um m em forma de barra. N S

LINHAS DE INDUO MAGNTICA


Linhas de induo em um campo magntico gerado por um m em forma de U.

As linhas de induo magntica so linhas orientadas desenhadas em um campo de induo magntica, de tal forma que, em todos os seus pontos, o vetor campo de induo magntica tangente a ela, tem o sentido dela e mais intenso nas regies de maior concentrao de linhas. As linhas de induo magntica fornecem um mapa a respeito do comportamento do campo de induo magntica em dada regio.
B2 Linha de induo

SENTIDO DA LINHA DE INDUO EM UM CAMPO CRIADO POR MS

O sentido de uma linha de induo determinado pela colocao de uma bssola sobre a linha. O sentido da linha ser aquele indicado pelo norte da bssola. Um m em forma de barra gera um campo de induo magntica cujas linhas de induo magntica so orientadas no sentido do Norte magntico do m para o Sul magntico do m, como mostra a gura abaixo.

B1

B3

O vetor campo de induo magntica tangente linha de fora e tem o sentido da linha de fora.

Pode-se materializar o aspecto das linhas de induo magntica em uma determinada regio, espalhando limalha de ferro pela regio. Cada limalha de ferro imanta e passa a se comportar como uma pequenina agulha magntica, indicando ponto a ponto a direo do vetor campo de induo magntica. A seguir esto apresentadas algumas

SISTEMA ANGLO DE ENSINO

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FSICA

Efeito magntico da corrente eltrica


1

CAPTULO 22

CAMPO MAGNTICO GERADO POR CORRENTE ELTRICA

A EXPERINCIA DE OERSTED

No incio do sculo XIX, havia uma desconana entre os estudiosos de que poderia haver alguma relao entre os fenmenos eltricos e magnticos. Sabia-se que um raio podia magnetizar uma barra de ferro, porm, por no se entender que o raio era devido ao movimento de cargas eltricas, no se associava a esse fenmeno uma prova da ligao entre o magnetismo e a eletricidade. Em 1819, um professor dinamarqus da Universidade de Copenhague chamado Hans Christian Oersted (1777-1851), ao que parece, em uma de suas aulas, ao mexer em um o com corrente eltrica, vericou a deexo da agulha magntica de uma bssola que se encontrava sobre a bancada. Recolheu-se ao laboratrio e, aps algumas tentativas, percebeu claramente que corrente eltrica capaz de gerar campo magntico. Em julho de 1820, apresentou seus trabalhos comunidade cientca, com a obra Experimenta circa Efcaciam Conictus Electrici in acum Magneticam. Tal descoberta fez nascer um novo campo de pesquisas, o eletromagnetismo.

O dispositivo apresentado por Oersted consistia em estender sobre a agulha magntica de uma bssola, porm sem toc-la, um o condutor inicialmente sem corrente eltrica. Nessa circunstncia, a agulha magntica denuncia unicamente o campo magntico terrestre.

A S Norte-Sul geogrco N

B chave aberta

Sem corrente eltrica no o AB, a agulha magntica indica a direo N-S geogrca.

Em seguida, aps o fechamento da chave, era estabelecida uma corrente eltrica no o. Imediatamente, a agulha magntica passava a indicar outra direo. Caso a chave fosse novamente aberta, a agulha magntica voltava a indicar a direo norte-sul. Estava demonstrado experimentalmente: corrente eltrica gera campo magntico.

A S

i N

B chave fechada

Norte-Sul geogrco Com corrente eltrica no o AB, a agulha magntica indica uma direo perpendicular direo N-S geogrca.

DIREO E SENTIDO DO CAMPO DE INDUO MAGNTICA DE UM CONDUTOR RETO

Hans Cristhian Oersted descobriu o campo magntico criado pelas correntes eltricas. Tambm contribuiu para os estudos da compressibilidade dos lquidos e dos slidos.
SISTEMA ANGLO DE ENSINO

A direo do campo de induo magntica gerado por corrente eltrica em o longo e reto pode ser determinada colocando-se limalhas de ferro prximas ao o. Verica-se que as linhas de induo magnticas so circunferncias concntricas ao o e situadas em planos perpendiculares a ele. Como o vetor campo de induo magntica em cada ponto de uma linha tangente linha, conclui-se que o vetor campo de induo magntica em um ponto ortogonal ao o.

Acervo Anglo

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FSICA

O sentido do vetor campo de induo magntica determinado colocando-se uma bssola no ponto estudado. Verica-se que o sentido das linhas guarda correspondncia com o sentido da corrente eltrica. Desse modo, pode-se criar uma regra prtica para a determinao do sentido do vetor campo de induo magntica em cada ponto. Essa regra conhecida como regra da mo direita.
4

intensidade do vetor campo de induo magntica em um ponto P, distante r de um o reto e longo, percorrido por corrente de intensidade constante i, dada por: oi 2r

REGRA DA MO DIREITA

A unidade da intensidade do vetor campo de induo magntica no SI o tesla (T) em homenagem a Nikola Tesla, por seus trabalhos na criao dos transformadores e transmisso de energia por corrente alternada. O termo o denominado permeabilidade magntica do vcuo, uma constante para o eletromagnetismo e depende do sistema de unidades adotado. No Sistema Internacional de Unidades (SI), vale: o 4 10 7 T m/A
6

Consiste em pegar o o com a mo direita, alinhandose o polegar com o o e no sentido da corrente eltrica, como mostra a gura. Os outros dedos devem envolver o o. O sentido do vetor campo de induo magntica ao longo de uma linha de induo coincide com o sentido de envolvimento do o pelos dedos.
i Linhas de induo i

REPRESENTAO EM UM PLANO

B B Mo direita

Tendo em vista que o o e o vetor campo de induo magntica no pertencem a um mesmo plano, a representao deles por meio de desenho requer uma perspectiva, como a apresentada no item anterior, ou a projeo de um dos elementos no plano que contm o outro elemento. Para esse tipo de representao, adota-se uma conveno para desenhar um vetor visto pela frente ou por trs. Associa-se ao vetor uma echa. Quem observa essa echa de frente v o entorno dela e sua ponta (vista 1). Quem observa essa echa por de trs v as penas (vista 2). Apesar de a corrente eltrica ser uma grandeza escalar, sua representao grca, quando necessria, segue as mesmas descritas para o vetor campo de induo magntica (B).

INTENSIDADE DO CAMPO DE INDUO MAGNTICA DE UM CONDUTOR RETO


i

Vista 2

Vista 1

P r B

Vamos retomar a ilustrao do item anterior, que est em perspectiva. Para desenharmos o o e o vetor campo de induo magntica usando a conveno descrita acima, se quisermos indicar o vetor B pertencente ao plano denido pela folha de papel, devemos desenhar o que vemos quando olhamos de cima. Essa vista chamada vista superior. Se quisermos mostrar o o como pertencente ao plano da folha de papel, devemos desenhar o que vemos quando olhamos o o de frente; essa vista a vista frontal.
Vista superior i B i r B

Considere um o reto e longo percorrido por uma corrente eltrica constante e de intensidade i. Suponha um ponto P localizado a uma distncia r do o (veja a gura). Pela regra da mo direita, j sabemos caracterizar a direo e sentido do vetor campo de induo magntica (B) nesse ponto P. Mas o que podemos armar a respeito da intensidade de B? Experincias revelam que a intensidade do vetor campo de induo magntica no ponto (P) diretamente proporcional intensidade de corrente eltrica (i) e inversamente proporcional distncia (r) que separa o ponto do o. Por meio de leis e clculos que no fazem parte de nossa programao, possvel demonstrar que a
SISTEMA ANGLO DE ENSINO

Vista superior P r B B B i r r B

Vista frontal Vista frontal

63

FSICA

Fora magntica sobre cargas


1

CAPTULO 23

INTRODUO

Cargas eltricas em movimento formam a corrente eltrica, que, por sua vez, gera campo magntico. Uma carga eltrica imersa em um campo magntico gerado por ms ou por corrente eltrica pode sofrer a ao desse campo. Essa ao manifestada por meio de uma fora, que apresenta caractersticas especiais, diferenciando-a das outras foras de campo. Experimentos indicam que a ao do campo magntico sobre cargas eltricas s existe se elas estiverem em movimento em alguma direo que no seja a direo do campo magntico. Os mesmos experimentos revelam que, se a fora magntica existir, sua direo ser perpendicular ao plano que contm o vetor campo magntico e o vetor velocidade. A seguir estudaremos a fora magntica sobre uma carga, devido a um campo magntico uniforme e esttico.

necessrio que a direo do movimento seja diferente da direo do campo magntico.

Fora magntica.

CARGA EM REPOUSO

Em acordo com o que foi exposto no item anterior, uma carga em repouso em algum ponto de um campo magntico no sofrer a ao do campo magntico, ou seja, a fora magntica sobre ela ser nula.

v q F

Essa fora magntica, diferentemente das outras foras de campo, como a gravitacional e a eltrica, no tem a direo do campo. Sua direo perpendicular ao plano formado pelo vetor velocidade e pelo vetor campo de induo magntica, e seu sentido depende do sinal da carga. Verica-se experimentalmente que a intensidade da fora magntica (Fmag) depende da intensidade do campo de induo magntica (B), do valor da carga eltrica (q), da velocidade da carga em relao ao campo (v) e do ngulo formado entre a velocidade e o campo magntico ( ). Por meio de anlises de dados experimentais, possvel obter a expresso que determina a intensidade da fora magntica. Fmag q v B sen

0 4

REGRA DA MO DIREITA 2

CARGA EM MOVIMENTO

Conforme dito anteriormente, nem sempre uma carga eltrica em movimento em um campo magntico sofre a ao desse campo. Se o movimento apresentado pela carga tiver a mesma direo do campo, seja no sentido do campo ou em sentido contrrio ao campo, a ao do campo no existir, ou seja, a carga no sofre a ao de fora magntica.

O sentido da fora magntica sobre a carga depende do sinal da carga. A determinao do sentido pode ser feita por meio de uma regra prtica, em que se usa a mo direita espalmada. A mo direita espalmada deve ser posicionada de modo que o polegar seja alinhado com o vetor velocidade e os outros dedos sejam alinhados com o vetor induo magntica. O vetor fora magntica ser perpendicular palma da mo espalmada. Se a carga em movimento for positiva, o sentido da fora aponta para fora da palma da mo. Se a carga em movimento for negativa, o sentido da fora aponta para a palma da mo.
F B q 0 v B F q 0 v

B v F q F 0 v q 0

Experimentalmente, verica-se que, para que a ao do campo magntico sobre a carga em movimento exista,
SISTEMA ANGLO DE ENSINO

Regra da mo direita aplicada para uma carga positiva.

Regra da mo direita aplicada para uma carga negativa.


FSICA

64

Caractersticas da fora magntica


direo: perpendicular velocidade e ao campo magntico Fmag sentido: regra da mo direita intensidade: Fmag = q
5

RAIO DA TRAJETRIA DA PARTCULA

v B sen

Vamos determinar uma expresso para identicar o raio da trajetria (R) de uma partcula de massa m e carga eltrica de mdulo |q|, propagando-se com velocidade v em uma regio com campo B, quando o vetor velocidade perpendicular ao vetor campo de induo magntica. Acompanhe o raciocnio.

TRAJETRIA SEGUIDA PELA CARGA QUANDO A VELOCIDADE PERPENDICULAR AO CAMPO

Quando uma carga posta em movimento no interior de um campo magntico em uma direo perpendicular ao campo, a intensidade da fora magntica ser v B sen 90 Fmag q v B No desenho a seguir vemos um campo de induo magntica de intensidade B, com direo perpendicular ao plano do papel e saindo do papel. Vamos supor que a carga eltrica seja positiva (q > 0) e que viaje no plano do papel, portanto, perpendicularmente direo do campo magntico. Fmag q
B q 0 B

Estando sujeita somente sob ao do campo de induo magntica, a fora magntica (F), nesse caso, a resultante centrpeta (RC) do movimento. A intensidade da fora magntica dada por: A intensidade da resultante centrpeta dada por: Igualando-se as duas expresses: q

Rc

v B m v2 R m v2 R

Rcp

v B

Fmag

Fmag v

Portanto, o raio da trajetria (R) ser:

m v q B

(I)

(II)

PERODO DO MCU

B v q Fmag 0 Fmag

Um corpo que descreve um movimento circular e uniforme tem seu perodo de movimento dado pela expresso T 2R . Para o caso de a partcula eletrizada descrever v

um MCU no interior de um campo B, podemos substituir o valor de R pela expresso dada no item anterior. Assim: 2 T m v q B v

v q 0 (III) (IV)

Na situao (I), foi aplicada a regra da mo direita e determinado o sentido da fora magntica. Considerando que a fora magntica atuante na carga seja nica e uma vez que ela perpendicular ao vetor velocidade, a carga passa a se movimentar no interior do campo segundo um movimento circular uniforme, de raio r, como mostra a sequncia de desenhos (II), (III) e (IV). Quando a carga tem velocidade perpendicular ao campo magntico, ela realiza movimento circular uniforme.

Dessa forma, perodo (T) da partcula de massa m e carga eltrica q, quando descreve um movimento circular e uniforme, no interior de um campo de induo magntica (B), dado por: 2 m q B

Repare que o perodo do movimento independe da intensidade da velocidade (v) com que a partcula descreve a trajetria.

SISTEMA ANGLO DE ENSINO

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FSICA

Fora eltrica sobre cargas


1

CAPTULO 24

FORA ELTRICA

A DIREO DA FORA

Foi visto que cargas eltricas em movimento no interior de um campo B podem estar sujeitas ao de fora magntica. Mas tambm vimos que o campo de induo magntica (B) pode ser gerado por cargas eltricas em movimento (corrente eltrica). Assim, podemos concluir que cargas eltricas em movimento relativo entre elas podem trocar foras de natureza magntica. Experincias conrmam que corpos eletrizados, mesmo em repouso entre eles, tambm trocam foras, porm com caractersticas bem diferentes das foras magnticas. Essas foras so chamadas de foras eltricas. A direo e a intensidade dessa fora dependem da geometria do corpo e da forma como a carga est distribuda nele.

Vamos analisar agora a fora eltrica trocada entre corpos de dimenses desprezveis em relao distncia que os separa. Corpos que atendem a essa condio so denominados corpos puntiformes ou corpos pontuais. Quando os dois corpos eletrizados so puntiformes, a direo da fora eltrica trocada entre eles dada pela direo da reta que une os dois pontos. No caso especial de os dois corpos apresentarem dimenses que no podem ser desprezadas e com formas esfricas, a direo da fora eltrica trocada entre eles dada pela direo da reta que une os dois centros das esferas. Na gura a seguir vemos a direo e o sentido da fora eltrica em alguns casos.
F

O SENTIDO DA FORA
.

As foras eltricas trocadas por dois corpos eletrizados atendem lei de ao e reao, portanto, tm mesma direo, mesma intensidade e sentidos opostos. O sentido da fora depende dos sinais das cargas dos dois corpos aproximados. de atrao quando as cargas dos corpos eletrizados tiverem sinais opostos ou quando um deles for neutro e o outro for eletrizado. O sentido da fora de repulso quando as cargas dos dois corpos eletrizados tiverem sinais iguais.

F Esferas de raios pequenos em relao a distncia entre os centros F F

Corpos puntiformes A B

F F Os corpos A e B esto se atraindo, portanto, ou tm cargas de sinais iguais ou um est eletrizado e o outro est neutro. Esferas de raios pequenos em relao a distncia entre os centros

A INTENSIDADE DA FORA

Os corpos A e B esto se repelindo, portanto, tm cargas de sinais iguais.


SISTEMA ANGLO DE ENSINO

Charles Augustin de Coulomb, no ano de 1780, criou um aparelho chamado balana de toro, com a nalidade de vericar as grandezas fsicas que interferem na intensidade da fora eltrica trocada entre dois corpos. Esse aparelho constitudo por um o de ao que sustenta uma haste com duas esferas condutoras em suas extremidades. O sistema protegido por um invlucro de vidro que con-

66

FSICA

tm uma abertura que permite a introduo de outra haste com uma esfera condutora na ponta, conforme mostra a ilustrao.

A intensidade da fora eltrica trocada entre dois corpos pontuais eletrizados diretamente proporcional ao produto das quantidades de carga e inversamente proporcional ao quadrado da distncia que os separa. Em smbolos, escreve-se: K q1 r2 q2

Hulton Archive/Getty

Nessa expresso, q1 e q2 so as quantidades de carga de cada corpo eletrizado e r a distncia entre elas. Observe que as quantidades de carga devem ser tomadas em mdulo, pois se est calculando o mdulo da fora eltrica. A constante de proporcionalidade K depende do meio que envolve as cargas e do sistema de unidades empregado. O valor de K para o vcuo e com unidades do SI K0 9 109 N m2/C2. Quando o meio que envolve as cargas o ar, usa-se o mesmo valor K0. Resumindo:
Balana de toro.

Uma esfera eletrizada introduzida no recipiente pela abertura na parte superior. Essa esfera toca uma das esferas da haste que est no interior do invlucro, eletrizando-a. Aps o contato, ambas tero cargas de sinais iguais, o que ocasionar uma fora de repulso que ser responsvel pela toro no o. A maior ou menor toro no o indica uma fora mais ou menos intensa. Fazendo variar o raio das esferas e as distncias entre elas, Coulomb, depois de vrios experimentos, concluiu que:

direo:

da reta que une os dois corpos puntiformes atrao se as cargas tiverem sinais opostos

Feltrica

sentido: repulso se as cargas tiverem sinais iguais intensidade: F K q1 r2 q2

SISTEMA ANGLO DE ENSINO

67

FSICA

Fundamentos da ptica
1

CAPTULO 25

INTRODUO

Na histria da humanidade, houve fatos que determinaram expressivos avanos na maneira de viver do ser humano. Um exemplo a etapa de nossa histria em que passamos a dominar o fogo e os metais. A partir desse perodo, foi possvel forjar os instrumentos e ferramentas. Entre outras consequncias, aumentamos nossa capacidade de cultivar alimentos e passamos a caar com mais ecincia. O domnio do metal propiciou a confeco de armas e o consequente domnio de uma comunidade sobre a outra. Atualmente, a comunidade cientca diversica seus esforos em muitas reas do conhecimento e da tecnologia. Uma delas se calca no domnio da luz. A luz solar pode ser nossa grande fonte de energia limpa em um futuro prximo. Aumentar a ecincia das clulas fotovoltaicas (dispositivos que transformam energia luminosa em energia eltrica) e baratear seu custo surgem como um grande desao para as prximas dcadas. Transformar a energia luminosa em trmica j realidade em vrios ramos da atividade humana, inclusive como alternativa nas usinas termoeltricas. Alm de fonte de energia, a conexo entre pases, cidades, empresas e indivduos e a constante troca de informaes so mediados por cabos pticos, onde luz e outras ondas eletromagnticas viajam a grandes distncias. Sejam por aparelhos pticos ou por nosso globo ocular, compartilhamos sensaes e informaes por meio de imagens, que s so formadas devido interao entre a luz e esses aparelhos. A ptica geomtrica um ramo da fsica que se ocupa em analisar o comportamento da luz quando esta interage com certos dispositivos pticos. Por meio de leis que governam o comportamento da luz em determinados fenmenos, somos capazes de predizer resultados e construir aparelhos pticos cada vez mais sosticados, que permitem o homem obter informaes tanto de estruturas microscpicas quanto de corpos celestes que esto nos conns do universo. Se hoje a cincia tem um conhecimento bastante avanado dos rgos no interior do corpo humano ou das estruturas que compem uma clula ou at no nascimento e morte de estrelas, isso se deve ao aperfeioamento de aparelhos pticos, alcanado pelo estudo e pela dedicao de cientistas a este ramo da cincia.

luz em dada regio, utilizamos uma linha, qual associada uma ponte de seta segundo o sentido de propagao. Essa representao grca denominada raio de luz, e um conjunto de raios de luz que se originam em um ponto de uma fonte de luz conhecido como feixe de raios de luz ou simplesmente feixe de luz (por vezes, encontra-se a terminologia pincel de luz). Os feixes de luz so classicados segundo suas formas geomtricas. Para nosso estudo, so trs os feixes de luz que merecem destaque: feixe divergente, feixe convergente e feixe paralelo (tambm denominado feixe cilndrico). Observe a gura a seguir, que representa uma parcela da luz solar que atinge e atravessa uma lupa. Nesse caso, podemos associar os trs feixes de luz a esse evento.
Luz solar Feixe cilndrico ou feixe paralelo

Feixe convergente Vrtice dos feixes

Feixe divergente

Todos os corpos que nos rodeiam que podem ser fotografados ou visualizados constituem fontes de luz. A cada ponto desses corpos, podemos associar um feixe divergente de luz. O encontro dos raios de luz denominado vrtice do feixe.
Raio de luz Vrtice do feixe Os corpos que produzem a prpria luz que emitem so denominados fontes primrias de luz ou corpos luminosos.

Feixe divergente

A REPRESENTAO GRFICA DA TRAJETRIA DA LUZ

Os fenmenos pticos e a formao de imagens por meio de instrumentos sero estudados por meio de representaes grcas. Quando queremos representar a trajetria descrita pela
SISTEMA ANGLO DE ENSINO

Os corpos que reemitem uma parcela da luz que recebem de outra fonte so denominados fontes secundrias de luz ou corpos iluminados.

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FSICA

Observao Quando a fonte de luz estiver muito distante do sistema ptico a ser analisado, representa-se a luz, nas proximidades do sistema, segundo feixes paralelos da luz. Por exemplo, cada ponto da superfcie do Sol um vrtice de um feixe divergente de luz. Entretanto, nas imediaes de nosso planeta, essa divergncia imperceptvel, de modo que a luz solar representada como uma reunio de feixes paralelos.
P1 P2
Sol

fcie terrestre, a formao de regies de sombra (s) e de penumbra (p). A formao dessas regies s pode ser explicada se admitirmos uma propagao retilnea para a luz.
Terra P Sol Lua S P Representao sem escala No eclipse solar, a Lua se localiza entre o Sol e a Terra. A formao das regies de sombra e penumbra uma evidncia da propagao retilnea da luz.

P3
Terra

Luz solar: feixe cilndrico

No caso do eclipse lunar, a Lua, em sua rbita ao redor da Terra, intercepta ora a regio de sombra, ora a regio de penumbra da Terra

SOMBRA, PENUMBRA: EVIDNCIAS DA PROPAGAO RETILNEA DA LUZ


Sol

Terra Lua

Dependendo da posio espacial entre o Sol, a Lua e a Terra, possvel observar a formao de fenmenos denominados eclipses. Por exemplo, no eclipse solar, a Lua se interpe entre a Terra e o Sol, fazendo com que, durante certo intervalo de tempo, o Sol no seja visualizado de certos pontos da Terra. Nessa ocasio, observa-se, na super-

Representao sem escala No eclipse lunar, a Lua intercepta o cone de sombra da Terra.

SISTEMA ANGLO DE ENSINO

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FSICA

O fenmeno da reflexo e o espelho plano


1

CAPTULO 26

LEIS DA REFLEXO

Suponha que a luz proveniente de uma fonte seja reetida em uma superfcie metlica e polida (um espelho). A ilustrao a seguir mostra o caminho de um raio de luz ao ser reetido por um espelho de formato qualquer.

A observao de experincias sobre reexo nos leva a obter duas leis que regem o fenmeno, cujos enunciados so: 1 Lei: O raio de luz reetido est contido no plano de incidncia.
Plano de incidncia

N a r

Espelho

O raio incidente, o raio reetido e a reta normal esto contidos no mesmo plano.

2 Lei: A medida do ngulo de reexo igual medida do ngulo de incidncia.


E N

Esquema simplificado

Na gura, temos: superfcie do espelho; raio de luz incidente; raio de luz reetido; ponto de incidncia; plano tangente superfcie do espelho, no ponto de incidncia; N: reta normal (perpendicular) ao plano , no ponto de incidncia; : ngulo de incidncia (ngulo formado entre a reta N e o raio de luz incidente); r: ngulo de reexo (ngulo formado entre a reta N e o raio de luz reetido). Observe que os ngulos de incidncia () e de reexo (r) so tomados entre os raios de luz e a reta normal (N). Esses ngulos esto compreendidos entre 0 e 90. Denomina-se plano de incidncia o plano determinado pelo raio de luz incidente (a) e a reta normal (N).
SISTEMA ANGLO DE ENSINO

E: a: b: P: :

E r

Observao As leis da reexo independem da cor da luz empregada e da forma do espelho.

ESTUDO DAS IMAGENS FORMADAS PELO ESPELHO PLANO

A formao da imagem de um objeto real


Vamos analisar as caractersticas das imagens formadas pelo espelho plano. Considere o seguinte exemplo:

70

FSICA

uma vela acesa colocada diante de um espelho plano, conforme mostra a ilustrao:
d E

dade da simetria para cada um dos pontos que constituem o objeto.


E

A B C Quando um objeto est diante de um espelho, ele denominado objeto real. D C

A B

Do ponto P, originam-se innitos raios de luz que se dirigem ao espelho. Observe que P o vrtice de um feixe divergente de luz que atinge o sistema ptico (espelho). Dizemos que P um objeto real para o espelho E. Para determinar a posio (localizao) da imagem, basta escolher dois raios de luz quaisquer e aplicar as leis da reexo. A previso das caractersticas da imagem no depende dos raios de luz escolhidos.
d P E d B P

A B C C D

Repare que o lado direito do objeto corresponde ao lado esquerdo da imagem. Dizemos que a imagem revertida. por esse motivo que, em alguns veculos, h inscries de palavras revertidas. Desse modo, quando outro motorista olhar pelo retrovisor, poder visualizar a palavra na forma correta.

O ponto P a imagem que o espelho plano forma a partir do objeto P. A imagem que formada na regio imaginria localizada atrs do espelho denominada imagem virtual. Dessa maneira, dene-se ponto imagem virtual para um sistema ptico ao vrtice do feixe divergente de luz que abandona o sistema ptico. Para o observador (O), olhando para o espelho, tudo se passa como se P fosse a origem dos raios de luz que atingem seu globo ocular. Note ainda que o ponto objeto P e sua respectiva imagem P esto contidos na mesma perpendicular em relao ao plano do espelho, um de cada lado do espelho e mesma distncia em relao a ele. Ou seja: No espelho plano, o ponto objeto e seu respectivo ponto imagem so simtricos em relao ao plano do espelho. A propriedade da reverso: a imagem de objetos extensos Para determinar a imagem que um espelho plano forma a partir de um objeto extenso, basta utilizar a proprieSISTEMA ANGLO DE ENSINO

A imagem revertida.

O TAMANHO REAL DA IMAGEM

Quando voc v a imagem de um objeto extenso em um espelho, qual o tamanho real da imagem? Esse tamanho depende, ou no, da distncia entre o objeto e o espelho? Para responder a essas perguntas, h necessidade de distinguir tamanho real de tamanho aparente, que so conceitos diferentes. Por exemplo: suponha uma pessoa de altura real 1,80 m. Se ela estiver distante, voc ter a sensao visual de que ela pequena. Esse o tamanho aparente.

71

FSICA

Smith/Acervo Anglo

1,80 m G E

No caso do espelho plano, independentemente da distncia entre o objeto e o plano do espelho, o tamanho real da imagem sempre igual ao tamanho do objeto. Esse fato uma decorrncia da propriedade da simetria, pois, para cada ponto objeto, o espelho plano forma um ponto imagem simtrico em relao ao plano do espelho.
E A A Em relao ao espelho E, AB simtrico de AB

Como determinar o raio de luz que parte de P, incide no espelho, reetido e atinge o globo ocular G? Sabemos que a imagem de P simtrica em relao ao plano do espelho. Assim, determinamos P.
P P

G B x1 x1 B E

O observador, olhando para o espelho, recebe o raio de luz, cujo prolongamento passa por P (gura 1, construo I). Finalmente, o raio incidente parte de P e atinge o espelho no ponto de incidncia (gura 2, construo II).
h h P P

x2 A

x2 A

Figura 1

G E

B x3 x3

(I)

Em um espelho plano, objeto e imagem tm a mesma dimenso.

(II )

CAMPO VISUAL DE UM ESPELHO PLANO


Figura 2 G E

Suponha um objeto puntiforme P diante de um espelho plano E e um observador, cujo globo ocular representado pelo ponto G, conforme mostra o esquema.
SISTEMA ANGLO DE ENSINO

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FSICA

Se, ao invs de tomarmos o simtrico de P, tomssemos o simtrico de G em relao ao plano do espelho, a construo nal seria equivalente.
P

Ampliando esse raciocnio, a m de se determinar, para um observador G, a regio diante de um espelho plano, onde objetos contidos nessa regio tenham suas imagens visualizadas por G, basta tomarmos o simtrico de G em relao ao plano do espelho, o ponto G, e uni-lo s bordas do espelho. A regio diante do espelho compreendida entre as retas de unio denominada campo visual do observador G para o espelho E.

(I)

(II )
G E A Considere agora vrios objetos (A, B, C, D e F) diante do espelho e B um observador, cujo globo ocular C est representado por G. D Ser que, olhando para o espeF lho, o observador visualizar todas as imagens formadas pelo espelho G plano E? Para responder a essa questo, podemos proceder analogamente ao que foi descrito anteriormente. Se as retas que unem o simtrico ao globo ocular (G) e os objetos interceptarem o espelho E, isso signica que existe um raio de luz que, partindo do objeto, reetido pelo espelho e atinge o globo ocular. o caso dos objetos A, B e C. Mas note que as retas que unem G aos objetos D e F no interceptam o plano do espelho. Logo, no existem raios de luz que, partindo desses objetos, seriam reetidos pelo espelho e atinjam o globo ocular G. Portanto, o observador no consegue visualizar as imagens dos objetos D e F, embora elas existam. A B C D F G G O observador G conseguir visualizar somente as imagens dos objetos A, B e C. E E

Campo Campo visual visual

Mais um exemplo.
O

O E Campo visual Plano do espelho

O campo visual depende da posio do observador em relao ao espelho, do tamanho e do formato do espelho.

SISTEMA ANGLO DE ENSINO

73

FSICA

Os espelhos esfricos
1

CAPTULO 27

INTRODUO

Face espelhada

Existe outra categoria de espelhos, alm dos planos, denominada, genericamente, espelhos curvos. Entre eles, podemos citar os espelhos esfricos. Em nosso dia a dia, encontramos diversas situaes nas quais os espelhos esfricos esto presentes. Por exemplo, para observar dentes de difcil visualizao direta, os dentistas utilizam um espelho esfrico. possvel que voc j tenha observado uma mulher se maquiando ou um homem se barbeando diante de espelhos esfricos, nos quais se obtm uma imagem aumentada em relao ao objeto. Quando se deseja aumentar o campo visual de um observador, emprega-se tambm um espelho esfrico. o caso, por exemplo, de certos retrovisores de automvel ou motocicleta, ou de espelhos dispostos nas entradas de garagens, em supermercados ou em agncias bancrias.
Acervo Anglo

Espelho esfrico cncavo


C R

Calota esfrica

Face espelhada

Espelho esfrico convexo

No caso de um feixe paralelo atingir essas superfcies espelhadas, verica-se que o espelho cncavo opera como um sistema convergente de luz, enquanto o espelho convexo opera como um sistema divergente de luz.

Espelho Espelho cncavo

Espelho convexo

Diversos usos de espelhos esfricos em nosso dia a dia.

Considerando que o raio incidente, a reta normal (no ponto de incidncia) e o raio reetido esto num mesmo plano, pode-se simplicar a descrio dos fenmenos pticos relacionados com espelhos esfricos utilizando uma seo do espelho com o referido plano, conforme os esquemas a seguir.

Acervo Anglo

Espelho esfrico cncavo convexo

espelho esfrico

Considere uma calota obtida a partir da seco de uma superfcie esfrica de centro de curvatura C e raio de curvatura R, conforme indica a prxima gura. Se espelharmos a parte interna dessa calota, obtemos o chamado espelho esfrico cncavo. No caso de espelharmos a face externa, temos um espelho esfrico convexo.
SISTEMA ANGLO DE ENSINO

Espelho cncavo

Espelho convexo
FSICA

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NOMENCLATURA ASSOCIADA AOS ESPELHOS ESFRICOS

A gura a seguir esquematiza os dois espelhos esfricos e alguns elementos geomtricos que so teis ao nosso estudo.
ES ES ES EP C V ES EP V C

Verica-se que os espelhos esfricos passam a produzir imagens com nitidez quando seu ngulo de abertura () inferior a 10. Alm disso, os raios de luz incidentes devem ser prximos ao eixo principal do espelho e com pequena inclinao em relao a ele. Os espelhos esfricos que atendem a essas caractersticas so denominados espelhos gaussianos. Todos os casos que sero analisados a seguir so vlidos para esses espelhos. Para facilitar nossos esquemas grcos, os espelhos gaussianos podem ser representados como indica o esquema a seguir.
Luz Luz

ES

ES EP EP V C Espelho esfrico convexo C Espelho esfrico cncavo V

ES

ES

A nomenclatura associada a esses elementos : C: centro de curvatura da superfcie esfrica; V: vrtice do espelho; CV: raio de curvatura; EP: eixo principal do espelho; ES: eixo secundrio do espelho; : ngulo de abertura do espelho. Repare que todo eixo (principal ou secundrio), por passar pelo centro de curvatura, possui direo radial. Portanto, os eixos so retas perpendiculares aos espelhos. Em outras palavras, os eixos so retas normais (N) s superfcies dos espelhos esfricos. Devido a essa propriedade, pode-se concluir que: Todo raio de luz que atinge o espelho esfrico, passando por seu centro de curvatura, reetido sobre si mesmo.

FOCO PRINCIPAL DOS ESPELHOS ESFRICOS

Considere um espelho cncavo com seu eixo principal apontado para o Sol. O feixe incidente do tipo paralelo, e os raios reetidos se concentram em um ponto pertencente ao eixo principal, conhecido como foco principal (F) do espelho esfrico. A distncia do ponto focal (F) ao vrtice do espelho (V) chamada de distncia focal. possvel demonstrar que a distncia focal corresponde metade do raio de curvatura do espelho. O plano perpendicular ao eixo principal e que contm o foco do espelho denominado plano focal.
Plano focal C F

Luz solar

FV
V EP

CV 2

Espelho cncavo

Espelho convexo

Cncavo

ESPELHOS GAUSSIANOS

O nico sistema ptico que forma imagens perfeitamente ntidas o espelho plano. Por outro lado, as imagens conjugadas pelos espelhos esfricos, em geral, no apresentam nitidez satisfatria. Entretanto, quanto mais o perl do espelho esfrico se aproximar do espelho plano, maior ser a nitidez das imagens produzidas. Esse raciocnio foi observado por Carl Friedrich Gauss (1777-1855).
SISTEMA ANGLO DE ENSINO

Se um pequeno anteparo for disposto no plano focal do espelho, possvel visualizar a imagem do Sol projetada sobre o anteparo. Uma vez que a imagem formada na regio diante do espelho, ela caracterizada como uma imagem de natureza real, em oposio s imagens virtuais que se localizam no espao atrs do espelho. Dessa maneira, dene-se ponto imagem real para um sistema ptico ao vrtice do feixe convergente de luz que abandona o sistema ptico. Somente as imagens reais podem ser projetadas em um anteparo.

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FSICA

Ao realizar essa mesma experincia com um espelho convexo, notamos que o feixe de luz reetido divergente. Seu vrtice, por analogia ao caso anterior, tambm chamado de foco principal. um ponto imaginrio localizado na regio atrs do espelho. Repare que o foco principal do espelho convexo apresenta natureza virtual.

A m de simplicar essa tarefa, vamos utilizar raios de luz incidentes nos espelhos, cujos respectivos raios reetidos so previamente conhecidos. A seguir, resumimos os principais raios incidentes que sero usados na determinao grca da imagem. I) Todo raio de luz incidente no espelho esfrico, passando pelo centro de curvatura (C), reetido sobre si mesmo.
Espelho cncavo N Espelho convexo N

Luz solar

Plano focal V

FV

CV 2
Convexo

F C 0; r 0 0; r 0

O PRINCPIO DA REVERSIBILIDADE DO CAMINHO DA LUZ

II) Todo raio de luz incidente no vrtice do espelho reetido de maneira simtrica em relao ao eixo principal.
Espelho cncavo Espelho convexo

Vamos imaginar que uma pequena lmpada seja colocada no foco principal de um espelho esfrico cncavo. Nessa circunstncia, os raios de luz que atingem o espelho passam por seu foco principal e emergem paralelamente ao eixo principal, conforme indica a prxima gura.

Quando colocamos um objeto muito pequeno no foco do espelho, os raios emergentes so paralelos ao eixo principal. Dizemos que a imagem se forma no innito.

III) Todo raio de luz que incide paralelamente ao eixo principal de um espelho esfrico reetido passando pelo foco do espelho.
Espelho cncavo Espelho convexo

Nesse caso, a lmpada , para o espelho, um objeto real, e sua imagem est localizada no innito. A partir das situaes at aqui analisadas, podemos concluir que: todo raio de luz que atinge o espelho esfrico, paralelamente ao seu eixo principal, reetido e passa pelo foco do espelho; todo raio de luz que passa pelo foco e atinge o espelho reetido paralelamente ao seu eixo principal. Assim, vericamos que o caminho percorrido pela luz no depende do sentido da propagao. Esse fato conhecido, na ptica geomtrica, como princpio da reversibilidade do caminho da luz.
6

IV) Todo raio de luz que incide no espelho esfrico, passando por seu foco, reetido paralelamente ao eixo principal do espelho.
Espelho cncavo Espelho convexo

UM RESUMO
C F V V F C

At aqui, foram apresentadas as caractersticas gerais dos espelhos esfricos e as propriedades dos pontos focais. A seguir, vamos determinar gracamente as imagens formadas pelos espelhos esfricos gaussianos e analisar as principais caractersticas dessas imagens.
SISTEMA ANGLO DE ENSINO

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FSICA

AS IMAGENS FORMADAS PELOS ESPELHOS ESFRICOS

Espelho cncavo
Considere um objeto real (AB), por exemplo, uma vela, disposta antes do centro de curvatura de um espelho esfrico cncavo e perpendicular ao seu eixo principal.
A

A imagem AB apresenta natureza real (portanto, pode ser projetada), menor que o objeto, localizada entre C e F e invertida em relao ao objeto. No cotidiano, o espelho cncavo largamente utilizado como um espelho de aumento, como no caso dos espelhos de maquiagem ou de barbear. Para que o espelho cncavo fornea imagens ampliadas e direitas, o objeto deve ser posicionado em qualquer ponto entre o foco principal e o vrtice do espelho. Observe o esquema a seguir.
A A

C Cncavo

Para determinar a respectiva imagem AB, vamos escolher dois raios de luz quaisquer que, partindo de A, atinjam o espelho. Lembre que a determinao da imagem independe dos raios de luz escolhidos. Nesse caso, os escolhidos so: 1 construo: De A parte um raio de luz paralelo ao eixo principal do espelho. Ele reetido, passando pelo foco do espelho. 2 construo: De A parte um raio de luz que incide no espelho, passando por seu foco principal. O raio de luz reetido paralelamente ao eixo principal do espelho. A imagem A est localizada no encontro dos raios reetidos pelo espelho.
Primeira construo A Feixe incidente

A imagem AB apresenta natureza virtual (logo, no pode ser projetada), direita em relao ao objeto e apresenta dimenses maiores que as do objeto.

Espelho convexo
Quando operamos com espelho convexo, podemos vericar que, ao contrrio do espelho cncavo, as caractersticas das imagens conjugadas no dependem da localizao do objeto em relao ao espelho, conforme indicam os esquemas a seguir. 1 caso: Objeto AB um pouco distante do espelho convexo. -

B C Segunda construo A Feixe refletido F V

A A B V B F C

Como A est diante do espelho, trata-se de uma imagem de natureza real. A experincia nos mostra que, quando o objeto linear e perpendicular ao eixo do espelho gaussiano, a imagem tambm linear e perpendicular ao eixo. Logo, a imagem de B, o ponto B, tambm pertence ao eixo principal. Assim, sua determinao dispensa o uso de raios de luz.

2 caso: Objeto AB mais prximo do espelho convexo. -

A A B

B C

B F A V

Repare que, em ambos os casos, a imagem apresenta natureza virtual, est localizada entre V e F, apresenta dimenses menores que as do objeto e direita em relao a ele.

SISTEMA ANGLO DE ENSINO

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FSICA

ALGUMAS CONCLUSES
A anlise dos casos aqui tratados e outros que poderamos imaginar permite obter algumas concluses. Operando com objetos reais, temos: a) Se a imagem for real, ela ser invertida em relao ao objeto. b) Se a imagem for virtual, ela ser direita em relao ao objeto. c) Somente as imagens reais podem ser projetadas. d) Os espelhos convexos apresentam imagens com as mesmas caractersticas: virtual, localizada entre V e F do espelho, menor que o objeto e direita em relao ao objeto. e) Entre o objeto e sua respectiva imagem, o elemento mais afastado do espelho apresenta maiores dimenses.

SISTEMA ANGLO DE ENSINO

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FSICA

O fenmeno da refrao e suas leis


1

CAPTULO 28

CONCEITO E ALGUNS FATOS

Chamamos refrao ao fenmeno da passagem da luz de um meio a outro com caractersticas diferentes. o caso, por exemplo, da passagem da luz do ar para a gua de uma piscina. Suponha que luzes com cores diferentes sejam refratadas do ar para a gua de um aqurio. Na gura a seguir esto representados dois casos: um, com incidncia oblqua, e outro, com incidncia perpendicular superfcie (incidncia normal). Foi escolhido um nico raio de luz de cada feixe luminoso.

essas ondas atingem simultaneamente a retina de nosso globo ocular, o crebro registra a sensao de branco. O arco-ris, por exemplo, uma evidncia da composio da luz branca. Ele resulta da disperso da luz solar em seus componentes, que ocorre na cortina de gua que se forma com as gotas de chuva, ocasionada pelas refraes da luz do ar para a gua e da gua para o ar, combinada com uma reexo parcial da luz em uma das faces da gota dgua. Observe o esquema simplicado.

Ar gua

A observao dos resultados dessa experincia permite obter algumas concluses. 1) Refrao no implica, necessariamente, desvio. Existe desvio somente quando a luz incide obliquamente. 2) Quando ocorre desvio, ele depende da cor da luz empregada. Cores diferentes implicam desvios diferentes. 3) No se observa mudana da cor da luz quando ela sofre mudana de meio.
2

REFRINGNCIA DE UM MEIO

A maneira de decompor a luz branca (policromtica) faz-la refratar sucessivas vezes. Como a luz branca composta por diversas cores, ao ser refratada, ser decomposta em suas diversas radiaes. Para tanto, podemos utilizar um prisma de vidro de seo triangular. Ao expor uma das faces desse prisma luz branca, ela refratada do ar para o vidro e, em seguida, do vidro para o ar.

Por ser uma onda eletromagntica, a luz est sujeita s inuncias dos campos eltricos e campos magnticos originados pelas partculas que compem os meios materiais. Essa inuncia resulta na alterao da velocidade de propagao da luz. A interferncia que o meio exerce ao avano da onda denominada refringncia do meio. Assim, quando se diz que um meio A mais refringente que outro meio B, isso signica que a velocidade de propagao da luz no interior do meio A menor que no meio B. Maior refringncia Menor velocidade da luz
Acervo Anglo

LUZ MONOCROMTICA
Na disperso da luz branca so citadas apenas sete cores: vermelho, alaranjado, amarelo, verde, azul, anil e violeta. Na verdade, podemos identicar um grande nmero

Em sua composio, a luz branca no apresenta apenas uma nica cor. Na verdade, ela uma reunio de diversas radiaes (ondas eletromagnticas). Quando todas
SISTEMA ANGLO DE ENSINO

79

FSICA

de tonalidades intermedirias. Cada uma dessas sete cores chamada monocromtica, uma vez que no possvel decomp-la. Se tomarmos uma dessas radiaes e a zermos atravessar outro prisma, vericaremos que, aps as refraes, a cor da radiao continuar a mesma.
Anteparo Luz branca

que tem por nalidade comparar as refringncias dos meios, com base nas respectivas velocidades da luz. O ndice de refrao absoluto (ou, simplesmente, ndice de refrao) de um meio A, homogneo e transparente, a razo entre a velocidade da luz no vcuo (c) e no meio A (vA). Em smbolos: nA c vA

Prisma de vidro

Cada uma das radiaes que compem a luz branca monocromtica. 4

VELOCIDADE DA LUZ

Comentrios Tendo c e v as mesmas unidades, conclui-se que n expresso apenas por um nmero, sem unidade. Nesse caso, dizemos que n adimensional. O ndice de refrao do vcuo igual a 1. No caso do ar, todas as cores tm a velocidade muito prxima de 300.000 km/s. Assim, o ndice de refrao absoluto do ar , aproximadamente, 1. nvcuo nar 1 1

O vcuo considerado um espao sem matria. Por isso, a luz pode atravess-lo sem nenhuma interferncia. no vcuo que a luz atinge a maior velocidade possvel, aproximadamente 300.000 km/s. Assim, para todas as radiaes eletromagnticas, a velocidade de propagao no vcuo (representada pelo letra c) : c 300.000 km/s 3 105 km/s 3 108 m/s

1; para clculos; nar

Como 300.000 km/s a maior velocidade possvel da luz, para os demais meios, temos: n 1

Exceo feita ao vcuo, a experincia nos mostra que, nos diversos meios materiais, a velocidade de propagao da luz aumenta no sentido do violeta ao vermelho.
vermelho alaranjado amarelo verde azul anil violeta

Como a velocidade de propagao da luz depende da cor, o ndice de refrao de uma substncia tambm depender. Por exemplo: ndice de refrao de um tipo de vidro chamado int

velocidade da luz aumenta

Cor da luz Vermelho Alaranjado Amarelo Verde Azul Violeta

ndice de refrao 1,569 1,571 1,575 1,581 1,594 1,607

Sem perda de preciso, possvel vericar que todas as cores viajam no ar com velocidade muito prxima da velocidade da luz no vcuo. Dessa forma, admitimos que, para todas as cores, var 300.000 km/s.
5

NDICE DE REFRAO ABSOLUTO DE UM MEIO

Meios diferentes exercem interferncias diferentes passagem da luz. Dizemos que apresentam refringncias diferentes. Para o estudo da refrao importante saber, entre os meios estudados, qual o mais refringente e qual o menos refringente. Mas como possvel distinguir as refringncias dos meios? Como a velocidade da luz uma grandeza fsica que assume valores diferentes para meios diferentes, convencionou-se compar-la nos diversos meios com a de sua propagao no meio adotado como padro: o vcuo. Dessa forma, estabeleceu-se um ndice, chamado ndice de refrao absoluto do meio (representado por n),
SISTEMA ANGLO DE ENSINO

Os valores n e v so inversamente proporcionais. Por isso, o meio com maior valor de n ter a menor velocidade de propagao da luz. Portanto, se um meio A mais refringente que o meio B, temos nA nB e vA vB.
6

NDICE DE REFRAO RELATIVO

Podemos comparar a refringncia de duas substncias quaisquer, pela razo entre seus ndices de refrao. Dessa maneira, o ndice de refrao relativo de um meio, A, em relao ao de outro, B, simbolizado por: nA, B nA nB
FSICA

80

Como nA

c e nB vA c vA c vB

c , temos: vB

Em smbolos: k vprovm vpassa

vprovm vpassa npassa nprovm , a Lei de Snell-Descartes re-

nA, B

nA, B

nA nB

vB vA

Como

presentada por: sen npassa nprovm vprovm vpassa

LEIS DA REFRAO

sen r

Considere o dioptro formado pelos meios A e B, cujos ndices de refrao so, respectivamente, nA e nB.
N a b

O grco que relaciona os senos dos ngulos resulta em uma reta que passa pela origem.
sen r sen r4 sen r3

A B P r

sen r2 sen r1

c
1 3 2

se

se

se

Na gura temos: superfcie de separao no dioptro entre A e B; raio de luz incidente; raio de luz reetido; raio de luz refratado; ngulo de incidncia, compreendido entre 0 e 90; ngulo de refrao, compreendido entre 0 e 90; reta normal superfcie de separao entre os meios, no ponto de incidncia P. A observao dos fenmenos de refrao revela que o raio de luz refratado est contido no plano de incidncia (plano determinado pelo raio incidente e a reta normal superfcie de separao entre os meios, no ponto de incidncia). Mas o que podemos concluir com relao aos valores dos ngulos de incidncia e de refrao? Resultados experimentais indicam que o valor do sen r diretamente proporcional ao valor do sen i. Essa lei conhecida como Lei de Snell (ou de SnellDescartes) foi deduzida, de modo independente, pelo holands Snell e pelo francs Descartes, no incio do sculo XVII. S: a: b: c: : r: N: Em smbolos: sen sen r k (constante 0)

sen 1 sen r1

sen 2 sen r2

sen 3 sen r3

se

sen 4 sen r4

sen

...

CASOS DE REFRAO

Vamos analisar casos tpicos de refrao e, com base neles, chegar a algumas concluses. Considere um raio de luz monocromtica sendo refratado do meio A para o meio B.

1 caso: incidncia normal


Nesse caso, 0 e, como j vimos, r
0

0.

A B r 0

Experimentalmente, vericou-se que, para 0, o correspondente valor do ngulo de refrao tambm ser zero. possvel demonstrar que a constante de proporcionalidade k corresponde ao quociente entre a velocidade da luz no meio de onde ela provm e a velocidade da luz no meio por onde ela passa.
SISTEMA ANGLO DE ENSINO

Concluso Para dois meios quaisquer, A e B, se a luz incidir normalmente na face de separao entre eles ( 0), o correspondente ngulo de refrao ser 0.

81

FSICA

2 caso: refrao da luz de um meio menos refringente para um mais refringente


Quando aplicamos a lei de Snell para o caso em que 0 e para a luz sendo refratada para um meio mais refringente, vericamos que r . A ilustrao a seguir mostra esse caso.
N

3 caso: refrao da luz de um meio mais refringente para um menos refringente


No caso de a luz ser refratada para um meio menos refringente, na condio em que 0, a lei de Snell impe que r . A ilustrao mostra a refrao considerada:
Raio refletido Raio incidente N

Raio incidente A B Menos refringente Mais refringente r

Raio refletido

A B Desvio por refrao Raio refratado Mais refringente Menos refringente

Raio refratado Desvio por refrao

Note que, em relao ao raio incidente, o correspondente refratado desviou-se no sentido de se aproximar da reta normal (N). Generalizando

Note que, em relao ao raio incidente, o correspondente refratado desviou-se no sentido de se afastar da reta normal (N). Generalizando

Para ngulos 0, se um raio de luz monocromtica refrata de um meio menos refringente a outro mais refringente, o raio refratado, em relao ao incidente, desviado no sentido de se aproximar da reta normal (N).

Para ngulos 0, se um raio de luz monocromtica refratado de um meio mais refringente a outro menos refringente, o raio refratado, em relao ao incidente, desviado no sentido de se afastar da reta normal (N).

SISTEMA ANGLO DE ENSINO

82

FSICA

O fenmeno da reflexo total


O NGULO LIMITE E O FENMENO DA REFLEXO TOTAL
No captulo anterior, obtivemos as seguintes concluses: sob ngulo 0, quando a luz refratada, passando de um meio menos refringente para um mais refringente, o raio refratado, em relao ao incidente, aproxima-se da reta normal; sob ngulo 0, quando a luz refratada, passando de um meio mais refringente para um menos refringente, o raio refratado, em relao ao incidente, afasta-se da reta normal. Passemos agora a analisar mais detalhadamente esses casos. Considere dois meios homogneos e transparentes A e B, tal que B seja mais refringente que A. A gura a seguir mostra as possveis refraes de um raio de luz sendo refratado de A para B.

CAPTULO 29

De forma mais geral: nmenor nmaior

sen L

Agora, suponha a luz se dirigindo do meio B (mais refringente) ao meio A (menos refringente). A gura a seguir ilustra o que ocorre nesse caso.

A B

rmx. 90

A B

mx 90

rmx

Enquanto o ngulo de incidncia varia de 0 at certo ngulo limite L, o correspondente ngulo de refrao varia de 0 at aproximadamente 90. E se o ngulo de incidncia for superior a L? Nesse caso, a experincia nos mostra que, como o ngulo de refrao j havia atingido seu valor mximo, no ocorre refrao. A superfcie de separao entre os meios passa a funcionar como se fosse um espelho, fazendo o raio de luz retornar ao meio original (B). Esse fenmeno conhecido como reexo total. E L denominado ngulo limite de incidncia.

Enquanto o valor de varia de 0 a 90, o correspondente r varia de 0 at um valor mximo, chamado ngulo limite de refrao (L). Repare que qualquer raio de luz proveniente do meio menos refringente refratado. O valor do ngulo limite de refrao pode ser determinado pela Lei de Snell-Descartes para o raio incidente correspondente (mx. Ou seja: sen 90 sen L Portanto: sen L nA nB . nB nA . 90 rmx. L).

A B r Reflexo total

SISTEMA ANGLO DE ENSINO

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FSICA

De maneira genrica: sen L

nmenor nmaior

O nome reexo total advm do fato de que os demais raios de luz que se refratam tambm tm uma parcela que reete. Mas essas reexes so parciais. Os raios com ngulos de incidncia superiores a L reetem integralmente.
Acervo Anglo

Resumindo 1. Quando a luz se propaga no meio menos refringente e atinge a fronteira que o separa de um meio mais refringente, sempre ocorre refrao, qualquer que seja o valor do ngulo de incidncia. 2. Quando a luz se propaga do meio mais refringente para o meio menos refringente, temos: a) para b) para L, ocorre refrao e reexo parcial; L, ocorre reexo total;

Luz monocromtica passando da gua (mais refringente) para o ar (menos refringente). Observe que uma parcela da luz submetida ao fenmeno da reexo total.

O valor do ngulo limite de incidncia L pode ser determinado pela Lei de Snell-Descartes ( sen L Assim: sen 90 L r mx. = 90). nA (menor) nB (maior)

c) o ngulo limite de incidncia pode ser determinanmenor . do por: sen L nmaior

SISTEMA ANGLO DE ENSINO

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FSICA

Lentes esfricas: estudo grco


1

CAPTULO 30

INTRODUO

O que h em comum entre o globo ocular, a mquina fotogrca, o binculo, a luneta e um projetor de slides? Todos esses dispositivos pticos so refratores e empregam as lentes para a obteno de imagens. Neste captulo estudaremos a formao das imagens pelas lentes do tipo esfrica, quando estas se encontram imersas em um nico meio. Na lente esfrica, pelo menos uma das faces que a separam do meio exterior deve ter superfcie com forma esfrica. A outra face pode ser plana. Analogamente ao estudo dos espelhos esfricos, vamos representar as lentes apenas de perl (veja ilustrao ao lado). A seguir representamos alguns pers das lentes esfricas.

gum tipo de plstico transparente. Quando o meio exterior no mencionado, subentendemos que seja o ar.
2

COMPORTAMENTO PTICO DAS LENTES ESFRICAS

A experincia indica que, quando apontamos uma lente para o Sol, o feixe de luz, aps atravess-la, apresenta comportamento convergente ou divergente.

EP

Lente

R2
EP EP

EP

C1

R1

C2

C R Lente

Biconvexa Lentes de bordas nas.

Plano-convexa

Quando as lentes esto imersas num meio menos refringente que o material que as constitui, verica-se que as lentes de bordas nas apresentam comportamento ptico convergente, enquanto as lentes de bordas espessas apresentam comportamento ptico divergente.

R2
EP EP

EP C

C1 R1

C2

Bicncava Lentes de bordas espessas.

Plano-cncava

EP

Nessas representaes, R corresponde ao raio de curvatura das superfcies esfricas. O eixo principal (EP) da lente esfrica denido pela reta que passa pelos centros de curvatura C1 e C2 das faces esfricas. Se uma das faces for plana, o eixo principal ser denido pela reta que passa pelo centro de curvatura da face esfrica e perpendicular face plana. Geralmente, as lentes so constitudas de vidro ou alSISTEMA ANGLO DE ENSINO

Entretanto, no caso de as lentes estarem imersas num meio mais refringente que o material que as constitui, elas apresentam comportamentos pticos invertidos: as lentes de bordas nas comportam-se como sistema divergente, e as lentes de bordas espessas, como sistema convergente.

85

FSICA

EP

O ponto em que o eixo principal intercepta a lente denominado centro ptico (representado por O). Nas lentes gaussianas, o centro ptico o nico ponto da lente no qual um raio de luz incidente emerge sem que ocorra desvio.

O EP

Todo raio de luz incidente no centro ptico da lente refratado sem desvio.

Neste Livro, vamos analisar apenas as situaes em que as lentes estejam imersas no ar. Para esses casos: Lentes de bordas nas: comportamento ptico convergente. Lentes de bordas grossas: comportamento ptico divergente.

FOCO PRINCIPAL

CONDIES DE NITIDEZ

Quando operamos com diversas lentes esfricas, percebemos que as lentes delgadas produzem imagens de maior nitidez. So delgadas as lentes cuja espessura desprezvel em relao aos raios de curvatura de suas faces. Elas podem ser delgadas de bordas nas ou delgadas de bordas grossas. Alm disso, na regio central das lentes que as imagens produzidas so mais ntidas. Essa armao pode ser expressa de outra forma: os raios de luz incidentes devem ser prximos ao eixo principal da lente e com pequena inclinao em relao a este raios incidentes para-axiais. Essas condies de nitidez foram estabelecidas por Gauss. Estudaremos apenas as lentes esfricas que satisfaam essas caractersticas: as chamadas lentes gaussianas. Condies de nitidez das lentes esfricas: lentes delgadas (nas); raios incidentes para-axiais.

Imagine duas lentes, uma convergente e outra divergente, voltadas para o Sol e recebendo um feixe luminoso, cujos raios de luz so paralelos ao eixo principal das lentes. O ponto no eixo principal onde formada a imagem do Sol denominado foco principal imagem (Fi). Nas lentes convergentes, Fi um ponto de natureza real, enquanto nas lentes divergentes Fi tem natureza virtual. Assim, qualquer raio de luz que incida em uma lente paralelamente ao seu eixo principal refratado e passa pelo foco principal imagem da lente Fi.

Ponto real

Fi

Nas lentes convergentes, Fi est na regio da luz emergente: um ponto real. O raio emergente efetivamente passa por Fi.

Ponto virtual
Fi O

REPRESENTAO DAS LENTES GAUSSIANAS

Nas lentes divergentes, Fi est na regio da luz incidente: um ponto virtual. O prolongamento do raio emergente que passa por Fi.

Quando as lentes se encontram imersas no ar, as de bordas nas apresentam comportamento ptico convergente, e as de bordas grossas, divergente. Sendo gaussianas, elas sero representadas como na gura a seguir:
Lente de bordas nas Lente de bordas grossas

O ponto simtrico a Fi, em relao lente, denominado foco principal do objeto (Fo). Qualquer raio de luz que incide em uma lente, passando por Fo, emerge paralelamente ao eixo principal da lente.

Ponto real EP O O EP
Fo O Fi

Lente convergente

Lente divergente

Representao esquemtica das lentes gaussianas.


SISTEMA ANGLO DE ENSINO

Nas lentes convergentes, Fo est na regio da luz incidente: um ponto real. O raio incidente efetivamente passa por Fo.
FSICA

86

7 Ponto virtual
O

IMAGENS FORMADAS PELAS LENTES ESFRICAS

Fi

Fo

Nas lentes divergentes, Fo est na regio da luz emergente: um ponto virtual. O prolongamento do raio incidente que passa por Fo.

Imagine uma na vela (AB) disposta perpendicularmente ao eixo principal de uma lente convergente, em um ponto localizado antes do antiprincipal objeto da lente, como mostra o esquema. Para a lente, a vela um objeto real.

A distncia do centro ptico a qualquer um dos focos da lente denominada distncia focal. distncia focal OFi OFo

A B Ao Fo O Fi Ai

PONTO ANTIPRINCIPAL
Nosso objetivo obter as caractersticas da imagem formada pela lente. Inicialmente, vamos determinar a imagem do ponto A. De A partem innitos raios de luz que incidem na lente. Como a determinao da imagem no depende dos raios de luz escolhidos, podemos selecionar dois raios de luz quaisquer. Acompanhe o quadro a seguir, que mostra a obteno da imagem do objeto AB.

Ao realizarmos experincias com lentes esfricas, vericamos que na regio em que se localiza Fo existe um ponto, situado no eixo principal da lente, denominado antiprincipal objeto (Ao), que apresenta a seguinte propriedade: o raio de luz que incide na lente, passando pelo ponto Ao, emerge passando pelo ponto simtrico de Ao em relao lente. Esse ponto simtrico denominado antiprincipal imagem (Ai). Portanto, em uma lente convergente, se colocamos um pequeno objeto luminoso em Ao, sua correspondente imagem se forma em Ai. No caso das lentes esfricas possvel vericar que: AoFo FoO FiO FiAi

Ponto real

Ponto real

Ao

Fo

Fi

Ai

Nas lentes convergentes, Ao encontra-se na regio da luz incidente, e Ai, na regio da luz emergente. So pontos reais. Os raios incidente e emergente efetivamente passam por Ao e Ai, respectivamente.

A partir do ponto A, representamos dois raios de luz incidentes: um que incide paralelamente ao eixo principal da lente e outro que atinge o centro ptico da lente, A seguir representamos os correspondentes raios de luz emergentes. O encontro dos raios de luz emergentes determina o respectivo ponto imagem (A) do objeto A. Analogamente ao que foi mostrado nos espelhos esfricos, como o ponto B pertence ao eixo principal, sua correspondente imagem B tambm estar no eixo principal. Alm disso, para lentes gaussianas, objeto perpendicular ao eixo principal tem imagem tambm perpendicular ao eixo principal. Assim, a imagem do objeto real AB AB, como mostra a gura abaixo.

A B Ponto virtual Ponto virtual Ao Fo O Fi A


Ai Fi O Fo Ao

B Ai

A imagem apresenta natureza real, dimenses menores que as do objeto e invertida em relao ao objeto.
Nas lentes divergentes, Ao encontra-se na regio da luz emergente, e Ai, na regio da luz incidente. So pontos virtuais. Os prolongamentos dos raios incidente e emergente passam por Ao e Ai, respectivamente.
SISTEMA ANGLO DE ENSINO

Se posicionarmos um anteparo no local onde se forma a imagem AB, poderemos visualizar a imagem projetada.

87

FSICA

Lembre-se: somente as imagens reais podem ser projetadas em um anteparo.


A B Ao Fo O Fi A
Antep aro Olho do observador

Caso C:
A A

B Ai Ao

B Fo

B O Fi Ai

As imagens reais podem ser projetadas em um anteparo.

As guras a seguir representam a formao de imagens pelas lentes convergentes, a partir de objetos reais. Caso A:

A B Ao Fo O Fi Ai B

A imagem virtual, direita e ampliada em relao ao objeto. Esse o caso de uma lente convergente sendo utilizada como lupa. Por exemplo, um latelista que deseja observar detalhes de um selo de sua coleo deve posicion-lo entre o foco e a lente. Assim, poder observar uma imagem direita e ampliada do selo. Da mesma maneira como ocorre nos espelhos convexos, para as lentes divergentes, as caractersticas das imagens conjugadas independem da posio do objeto diante da lente. Observe os casos em que um objeto real AB disposto em duas posies diferentes em relao lente divergente.

A A A B Ai Fi B O Fo Ao

A imagem apresenta natureza real (portanto, pode ser projetada), maior e invertida em relao ao objeto. Esse esquema representa o funcionamento dos projetores de lmes. Nesses casos, AB representa a pelcula do lme (que deve estar posicionado entre Ao e Fo da lente do projetor). A tela de projeo deve ser colocada no local onde a imagem AB se forma. Caso B:
Ai A B Ao Fo O Fi Ai

A A B Fi B O Fo Ao

Nesse caso, como o feixe de luz emergente constitudo por raios de luz paralelos entre si, dizemos que a imagem formada em uma regio muito afastada da lente. As demais caractersticas no so denidas. Os holofotes que emitem feixe paralelo constituem exemplos dessa situao. Neles, uma pequena lmpada posicionada no foco da lente convergente.
SISTEMA ANGLO DE ENSINO

Note que, em ambos os casos, as imagens apresentam natureza virtual, dimenses menores que as do objeto, direitas em relao ao objeto e localizadas entre Fi e O. As pessoas que tm miopia usam lentes divergentes, seja de contato, seja nos culos. A miopia se refere diculdade de focalizao das imagens de objetos distantes do globo ocular. Ao colocar uma lente divergente diante de seu olho, a pessoa mope deixa de ver o objeto AB e passa a enxergar a imagem AB. Como essa imagem formada mais prxima do globo ocular, a pessoa que tem miopia consegue visualiz-la com nitidez.

88

FSICA

Lentes esfricas: estudo analtico


1

CAPTULO 31

INTRODUO

No captulo anterior, a anlise grca das lentes esfricas permitiu avaliar qualitativamente as caractersticas da imagem. Passaremos agora a quanticar essas caractersticas. Para isso, faremos um estudo das lentes esfricas por meio das equaes. O bom uso das equaes pressupe um perfeito entendimento da simbologia empregada, bem como a interpretao correta dos sinais associados aos smbolos.
2

SIMBOLOGIA

Observe as guras a seguir, nas quais esto representadas algumas situaes de imagens formadas pelas lentes. Nessas guras esto indicados os smbolos utilizados nas equaes das lentes delgadas esfricas.
p p y y F f O F y f p y F O F p

O quadro a seguir indica a interpretao de cada smbolo. Smbolo p p f y y Nomenclatura Abscissa do objeto Abscissa da imagem Abscissa do foco Ordenada do objeto Ordenada da imagem Informao Indica a posio do objeto em relao lente e a natureza do objeto. Indica a posio da imagem em relao lente e a natureza da imagem. Indica as posies dos focos em relao lente e a natureza desses focos. Indica a altura do objeto e sua orientao. Indica a altura da imagem e sua orientao.
Eixo das ordenadas

O eixo das abscissas coincide com o eixo principal da lente. O eixo das ordenadas perpendicular ao eixo principal. Tanto o eixo das abscissas quanto o das ordenadas tm como origem o centro ptico da lente.
Eixo das abscissas
O

origem EP

Lente convergente ou divergente


SISTEMA ANGLO DE ENSINO

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FSICA

CONVENO DE SINAIS

Dizer que a imagem se encontra a 25 cm do centro ptico da lente uma informao incompleta. Em qual regio da lente a imagem se localiza? No campo da luz incidente ou no campo da luz emergente? Para contornar essa indenio, adota-se uma conveno de sinais para as abscissas e para as ordenadas.

y y

Para as abscissas (p, p e f) Elemento real Elemento virtual Abscissa positiva Abscissa negativa

Como y e y so acompanhados de sinais, o aumento linear, A, tambm seguido de um sinal. Vamos analisar os casos possveis. Se y e y tm o mesmo sinal, ento, a razo A entre os dois um nmero positivo. E se y e y tm o mesmo sinal, objeto e imagem esto, ambos, orientados para cima ou para baixo do eixo principal. Tanto em um caso como no outro, a imagem direita em relao ao objeto. Se y e y tm sinais opostos, o aumento linear, A, resulta em um valor negativo. E se y e y tm sinais contrrios, um elemento est orientado para cima do eixo principal, e o outro, para baixo. Nesse caso, a imagem invertida em relao ao objeto. Resumindo

Para as ordenadas (y e y) Elemento acima do eixo principal Elemento abaixo do eixo principal Ordenada positiva Ordenada negativa A A 0: A imagem direita em relao ao objeto. 0: A imagem invertida em relao ao objeto.

Tambm possvel demonstrar que o aumento linear transversal pode ser obtido por outras equaes. So elas: y y p p f f p

Os focos da lente convergente so pontos reais. Logo, a abscissa focal da lente convergente positiva. No caso das lentes divergentes, como seus focos so pontos virtuais, a abscissa focal negativa.
Luz Luz 6

EQUAO DA VERGNCIA OU DA CONVERGNCIA (C) DE UMA LENTE

f Fo O

f Fi Fi

f O

f Fo

Em diversos empregos de lentes esfricas (por exemplo, em culos), usual trabalharmos com o inverso da abscissa focal. Essa relao, conhecida como vergncia ou convergncia de uma lente, representada por C. 1 f

Lente convergente

Lente divergente

Assim: C

EQUAO DOS PONTOS CONJUGADOS

Por meio de semelhana de tringulos aplicada s guras previamente escolhidas, possvel demonstrar uma expresso algbrica que relaciona as abscissas p, p e f. Essa equao, denominada equao dos pontos conjugados ou equao de Gauss, : 1 f 1 p 1 p

A unidade da vergncia de uma lente o inverso da unidade de comprimento utilizada na abscissa focal. No SI, a abscissa focal medida em metros. Portanto, no SI, temos: [C] 1 m m 1 di (dioptria)

EQUAO DO AUMENTO LINEAR TRANSVERSAL (A)

No cotidiano, a unidade dioptria chamada grau da lente. Associamos o mdulo da grandeza vergncia (C) de uma lente ao seu poder de desviar mais ou menos a luz. Por exemplo: uma lente de mdulo de vergncia 5 di mais forte que uma lente de mdulo de vergncia 2 di. Isso signica que a lente de 5 di capaz de desviar a luz mais acentuadamente que a lente de 2 di. Observao Todo o estudo analtico aplicado s lentes esfricas tambm pode ser empregado para os espelhos esfricos.

A razo entre as ordenadas da imagem e do objeto, representada por A, denida como sendo o aumento linear transversal estabelecido pela lente em uma dada situao.
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FSICA

Trocas de calor provocando alterao de temperatura


1

CAPTULO 32

INTRODUO

A Termofsica tem como principal objeto de estudo as trocas de energia trmica entre corpos. Alm disso, analisa mecanismos de obteno, transferncia e transformao da energia trmica em outras modalidades de energia, bem como a transformao de outras formas de energia em energia trmica. Esse ramo da Fsica ainda se ocupa em compreender os efeitos provocados pelas trocas de energia trmica sobre os sistemas.

a energia cintica das partculas que compem o corpo A maior que a de B. De maneira geral, podemos armar: Quanto maior a agitao das partculas que constituem um corpo, maior a temperatura desse corpo. Quanto menor a agitao das partculas que constituem um corpo, menor a temperatura desse corpo.

3 2

CALOR

TEMPERATURA

Independentemente do estado fsico de um corpo slido, lquido ou gasoso , suas partculas constituintes esto em permanente estado de agitao. Essa agitao, dependendo do estado da matria, pode ser uma combinao dos movimentos de rotao, de vibrao e de translao. A soma de todas as energias cinticas de todas as partculas que constituem um corpo conhecida como energia trmica do corpo. Na prtica, salvo algumas excees, impossvel determinar a quantidade de energia trmica de um corpo. Todavia, podemos comparar os estados trmicos dos corpos, ou seja, podemos estabelecer critrios para se avaliar o grau mdio de agitao das partculas de um corpo. Por exemplo, considere dois corpos A e B. Como podemos avaliar em qual desses corpos a energia cintica mdia por partcula maior? Uma forma encostar a mo nesses corpos. Aquele que nos parecer mais quente o que tem a energia cintica mdia por partcula maior. Porm, em algumas situaes, as sensaes trmicas conadas ao nosso tato no so satisfatrias ou exatas. Por exemplo: suponha que dois objetos, um de madeira e outro de metal, estejam no interior de uma sala, por um intervalo de tempo suciente para garantir que seus estados trmicos sejam idnticos. Ao toc-los, temos sensaes trmicas diferentes: o objeto de metal pode parecer mais frio que o de madeira. Para avaliar, com preciso, o estado trmico de um corpo, medimos sua temperatura. Por ora, vamos entender a temperatura como sendo a grandeza fsica escalar que nos indica se um corpo est mais quente ou mais frio que outro. Temperatura serve apenas para comparar estados trmicos dos corpos. Dizer que um corpo A est a 50C no um dado que, isoladamente, permite elaborar grandes concluses. Entretanto, quando se diz que um corpo A est a 50C e outro corpo B est a 20C, pode-se armar que, na mdia,
SISTEMA ANGLO DE ENSINO

Em diversas situaes, observamos que um corpo, ao ser colocado em contato com outro, pode esquentar, esfriar ou mesmo mudar de estado fsico. Por exemplo: se misturamos leite quente com caf frio, a mistura resultante nos d uma sensao de morno, revelando que o leite esfriou e o caf esquentou; ao perceber que o leite da mamadeira de seu beb est muito quente, a me a coloca dentro de uma vasilha com gua da torneira. Aps um determinado intervalo de tempo, o contedo da mamadeira estar mais frio, e a gua da vasilha, mais quente; ao colocarmos gelo no refrigerante contido em um copo, percebemos que o refrigerante esfria e o gelo derrete; o contato do vapor que se desprende da gua em ebulio, contida em uma panela, com a tampa dessa panela faz o vapor tornar-se lquido e a tampa se aquecer. Analisando esses fatos e outros, podemos concluir: ao colocarmos em contato dois corpos com temperaturas diferentes, o corpo mais frio se aquece ou muda de estado fsico, e o corpo mais quente esfria ou muda de estado fsico. Essa situao se desenvolve at que seja estabelecido o equilbrio trmico, ou seja, at que os dois corpos atinjam a mesma temperatura. Esse fenmeno ocorre porque h transferncia de uma parte da energia relativa movimentao das partculas, do corpo mais quente para o corpo mais frio. Em outras palavras, uma parcela da energia trmica do corpo mais quente foi transferida ao corpo mais frio. A energia transferida espontaneamente do corpo de temperatura maior (mais quente) para o corpo de temperatura menor (mais frio) denominado calor. O termo calor usado, exclusivamente, para a energia trmica transferida de um corpo para outro. Portanto, incorreto dizer que um determinado corpo possui calor. Na verdade, o corpo possui uma quantidade de energia trmica associada movimentao de suas partculas que pode ser alterada se esse corpo ganhar ou perder calor.

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FSICA

Resumindo Calor a energia trocada entre corpos, devido, exclusivamente, diferena de temperatura entre eles.

TROCAS DE CALOR PROVOCANDO AQUECIMENTO OU RESFRIAMENTO

A quantidade de calor que um corpo troca recebe ou perde representada pela letra Q, e sua unidade, no Sistema Internacional, o joule (J). Suponha agora dois corpos quaisquer por exemplo, um bquer com leo e outro com gua inicialmente mesma temperatura 0. Vamos imaginar que desejamos elevar suas temperaturas at um valor . Para isso, colocamos, sucessivamente, esses dois corpos sobre uma mesma fonte de calor de potncia constante. Vamos admitir que, durante o processo de aquecimento, no ocorra nenhuma mudana de estado fsico. A cada instante, anotamos as temperaturas atingidas pelos corpos. Como a fonte trmica tem potncia constante, a quantidade de calor (Q) fornecida diretamente proporcional ao intervalo de tempo. Assim, podemos elaborar o grco da temperatura dos corpos em funo da quantidade de calor recebida por eles.
Temperatura ( )

No SI, a unidade de capacidade trmica do corpo : J/K. A capacidade trmica de um corpo expressa a quantidade de calor absorvida ou cedida pelo corpo quando se observa uma variao unitria em sua temperatura. O exemplo citado (gua e leo) mostra que, para a mesma quantidade de calor fornecida a ambos, as variaes de temperatura dos corpos so diferentes. Logo, esses corpos possuem capacidades trmicas diferentes. Portanto, podemos concluir: capacidade trmica uma caracterstica do corpo. Para determinar a quantidade de calor trocada por um corpo, usamos a equao: [C] Q C

Nessa equao, a grandeza Q pode resultar em um nmero positivo ou negativo, dependendo do sinal de . Desse modo: se o corpo se aquece: se o corpo se esfria: Portanto: Q Q 0 o corpo recebe calor do meio externo. 0 o corpo cede calor ao meio externo. 0Q 0Q 0; 0.

A unidade caloria (cal)


A

bastante comum o uso de unidades diferentes daquelas utilizadas no Sistema Internacional. Por exemplo: em nosso cotidiano so mais usuais a unidade caloria (cal), para a quantidade de calor, e grau Celsius (C), para a unidade de variao de temperatura. A unidade caloria assim denida: Uma caloria a quantidade de calor necessria para elevar em 1C a temperatura de 1 g de gua pura, sob presso normal. Nesse sistema usual, a unidade de capacidade trmica : [C] cal/C Experincias mostram que a relao entre caloria e joule : 1 cal 4,19 J Como a variao de temperatura de 1 kelvin corresponde variao de 1 grau Celsius, ento C = 1 cal/C 4,19 J/K.

Quantidade de calor recebida (Q) Q

Variao da temperatura dos corpos A (leo) e B (gua) em funo da quantidade de calor recebida por eles.

Analisando esse grco, podemos concluir que: para um dado corpo, o aumento de temperatura diretamente proporcional quantidade de calor recebida por ele. Por isso, quanto maior a quantidade de calor recebida, maior a variao de temperatura; corpos diferentes, ainda que recebam as mesmas quantidades de calor, apresentam variaes de temperaturas diferentes. A razo entre a quantidade de calor trocada (recebida ou cedida) por um corpo e sua correspondente variao de temperatura denominada capacidade trmica desse corpo. Em smbolos, C Q

CALOR ESPECFICO DE UMA SUBSTNCIA

Vamos aquecer duas amostras de gua, A e B, inicialmente mesma temperatura, com massas respectivamente iguais a m e 2 m, utilizando a mesma chama de um fogo e fazendo suas temperaturas sofrerem a mesma variao, .

SISTEMA ANGLO DE ENSINO

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FSICA

gua A

gua B

Podemos expressar a armao anterior por meio de smbolos. C c m A constante de proporcionalidade c denominada calor especco da substncia. Seu valor depende da substncia que compe o corpo e do estado fsico do corpo (slido, lquido ou gasoso). As unidades utilizadas para expressar o calor especco da substncia so: SI J kg K Sistema usual cal g C

2m

Temperatura inicial: 0A

Temperatura inicial: 0B 0A

Uma vez que a massa de B o dobro da massa de A, para produzir a mesma variao de temperatura ( ) em ambos, a quantidade de calor fornecida a B o dobro da quantidade de calor fornecida a A. Em smbolos: QB 2 QA Substituindo Q CB C na igualdade acima: CB 2 CA 2 CA

Portanto, quando se deseja determinar a quantidade de calor que um corpo absorve ou cede, durante seu processo de aquecimento ou resfriamento, sem a ocorrncia de mudana de estado, pode-se empregar as equaes: Q C ou Q m c

Lembrando que: Q Q 0 o corpo recebe calor 0 o corpo cede calor

Pode-se concluir que, para corpos constitudos pela mesma substncia, a capacidade trmica diretamente proporcional massa do corpo.

SISTEMA ANGLO DE ENSINO

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FSICA

Trocas de calor provocando mudanas de estado


1

CAPTULO 33

OS ESTADOS DA MATRIA

Basicamente, a matria pode se apresentar nos seguintes estados de agregao: slido, lquido e gasoso. No estado slido, tambm chamado de fase slida, as partculas que compem o corpo exibem fortes ligaes entre si, que impedem as partculas de apresentar movimentos de rotao e de translao. Nessa fase, as partculas apenas vibram em torno de uma posio de equilbrio. Em sua maioria, as substncias que se encontram no estado slido mostram regularidade na disposio de seus tomos, o que lhes confere uma estrutura interna cristalina. Em consequncia, o slido possui forma e volume denidos. Quando uma substncia passa para a fase lquida, as foras entre as partculas so menos intensas, se comparadas s da fase slida. Na fase lquida, ocorre movimento das partculas no interior da matria. Os tomos de um lquido no apresentam ordenao em cristais. Na fase lquida, a substncia tem volume denido, mas a forma depende do recipiente que a contm. No estado gasoso, as partculas praticamente no trocam foras entre si, a no ser quando se chocam. Nesse estado, o corpo ter o volume e a forma do recipiente que o contm. A fase gasosa pode ser dividida em gs e vapor. Na calorimetria, porm, a diferena entre vapor e gs irrelevante. Por isso, usaremos exclusivamente o termo vapor para as substncias no estado gasoso. Para que uma substncia pura, submetida a presso constante, passe de um estado fsico a outro, necessrio que ela absorva ou ceda energia na forma de calor. As transies de estado podem ser assim esquematizadas:
Recebe calor Fuso a b Vaporizao c

Na fuso do slido e na vaporizao do lquido, a substncia recebe calor do meio externo. Na condensao do vapor e na solidicao do lquido, a substncia perde calor para o meio externo. A experincia nos mostra que, sob presso constante, as mudanas de estado de agregao de uma substncia pura ocorrem em temperatura constante e bem determinada durante a transio. Para a transio inversa, a temperatura a mesma. Por exemplo, para a gua, a 1 atm, temos: temperatura de transio de gelo para gua lquida: 0C; temperatura de transio da gua lquida para gelo: 0C.
2

TEMPERATURA DE MUDANA DE FASE

A temperatura de mudana de estado de uma substncia no a mesma para qualquer valor de presso externa. Vamos considerar o processo de vaporizao da gua. Para que as molculas passem do estado lquido para vapor, elas precisam de energia suciente para se movimentar no interior da matria, atingir a interface de separao entre o lquido e o meio exterior, romper a tenso supercial e superar a oposio da presso atmosfrica. Assim, quanto maior for a presso externa, maior ser a temperatura que o lquido precisa atingir para entrar em ebulio. Observe a tabela a seguir, que relaciona as temperaturas de ebulio da gua para diversos valores de presso atmosfrica. Temperatura de ebulio da gua para diversas presses externas (C) 70 92 93 95 97 98 p (mmHg) 240 560 600 640 670 720 760

Acervo Anglo

slido

lquido

vapor

100

Solidificao

Liquefao ou condensao Sublimao Libera calor

O CALOR LATENTE (L) DE MUDANA DE ESTADO

Considere uma pedra de gelo, feita de gua pura, temperatura de 0C em um local onde a presso atmosfrica seja 1 atm.

SISTEMA ANGLO DE ENSINO

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FSICA

Suponha que a massa dessa pedra de gelo seja m. Para que essa massa de gelo a 0C seja transformada em gua, a 0C, necessrio que se fornea certa quantidade de calor Q.
Gelo (0C) gua (0C)

Assim, para que certa massa m de uma substncia mude de estado fsico, presso e temperatura constantes, necessrio fornecer ou retirar uma quantidade de calor Q, dada por: Q m L

Unidades do calor latente de transio (L)


m m

Sistema Internacional (SI) Sistema usual

[L] [L]

J/kg cal/g

Para o caso da fuso, podemos escrever: Q m Lfuso A quantidade de calor (Q) utilizada na mudana de estado obedece regra de sinais j estabelecida.

Se, ao invs de uma pedra de gelo, tivssemos duas pedras de gelo a 0C, cada uma com massa m, seria necessrio uma quantidade de calor igual a 2 Q para que esse gelo fosse convertido em gua a 0C.
Gelo (0C) m m 2m gua (0C)

Se o corpo ganha calor Se o corpo perde calor

Q Q

0 0

L L

0 0

Os valores de L para a gua


Experimentalmente, possvel determinar o valor do calor latente para qualquer substncia. No sistema usual, para o caso da gua, sob presso de 1 atm, tem-se: Lfuso
2Q

80 cal/g 540 cal/g.

Lvaporizao

Por esse exemplo, ca evidente que a quantidade de calor fornecida a certo corpo para que mude seu estado fsico diretamente proporcional sua massa. Q constante m A constante de proporcionalidade denominada calor latente de mudana de estado e simbolizada pela letra L. Em smbolos,

Ou seja, cada grama de gelo a 0C absorve 80 cal para se transformar em gua a 0C. No caso da vaporizao, cada grama de gua a 100C absorve 540 cal para se transformar em vapor a 100C. Para que as transies inversas ocorram, ou seja, solidicar a gua ou liquefazer o vapor, basta retirar a mesma quantidade de calor que foi fornecida em cada mudana de estado. Portanto, para a gua a 1 atm: Lsolidicao Lliquefao 80 cal/g 540 cal/g.

SISTEMA ANGLO DE ENSINO

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FSICA

Sistema termicamente isolado


1

CAPTULO 34

INTRODUO

Em algumas situaes possvel isolar corpos do meio ambiente, de tal modo que as trocas de calor ocorram exclusivamente entre eles. o que acontece, por exemplo, quando colocamos garrafas de refrigerante em contato com gelo no interior de um recipiente feito de isopor ou qualquer outro material isolante. Sob certos limites, podemos considerar que as trocas de calor somente ocorrem entre o gelo, o refrigerante e as paredes internas do recipiente. Quando operamos com corpos que trocam calor exclusivamente entre si, sem que o meio ambiente participe dessas trocas, chamamos esse conjunto de corpos de sistema termicamente isolado.

A quantidade de calor trocada pelo calormetro expressa por: Qcal. Ccal. . O calormetro dito ideal quando sua capacidade trmica pode ser desprezada. Nesse caso, a quantidade de calor trocada para provocar variao de temperatura desprezvel. Logo, nos calormetros ideais: Qcal. 0.
3

BALANO TRMICO

CALORMETRO

Calormetros so recipientes cujas paredes so revestidas com isolantes trmicos (paredes adiabticas). no interior desses recipientes que colocamos corpos para que troquem calor entre si. Experimentos realizados com esse dispositivo revelam que as trocas de calor ocorrem entre os corpos e as paredes do calormetro. Assim sendo, o calormetro pode ser considerado um corpo que, apesar de no permitir as trocas de calor com o meio externo, troca calor com os corpos em seu interior.

Considere um conjunto de corpos (A, B, C, ...), cujas temperaturas iniciais sejam, respectivamente, 0 , 0 , A B 0 , ..., dispostos no interior de um calormetro de capaciC dade trmica Ccal. e temperatura inicial 0 . cal. Uma vez que estamos admitindo que as trocas de calor ocorram somente entre os corpos e as paredes internas do calormetro, podemos armar que uma parcela do conjunto desses corpos ir absorver calor. Para esse subconjunto, Q 0. Por outro lado, os demais corpos iro ceder calor. Para esses outros corpos, Q 0. Fundamentando-se no princpio geral da conservao de energia, a quantidade de calor absorvido por um conjunto de corpos , em mdulo, igual quantidade de calor cedida pelo outro conjunto. Dessa maneira: Q 0 QA QB QC ... Qcal. 0

SISTEMA ANGLO DE ENSINO

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FSICA

Termodinmica

CAPTULO 35

INTRODUO

Suponha certo gs contido em um recipiente dotado de um mbolo mvel, conforme mostra o esquema.

Entretanto, as grandezas presso do gs (p), seu volume (V) e sua temperatura (T) podem variar, caso ocorram trocas de energia entre o gs e o meio. As grandezas p, V e T so denominadas variveis de estado. Em qualquer situao em que o gs troque energia com o meio (mecnica ou trmica), dizemos que ele foi submetido a uma transformao. Nesta circunstncia, pelo menos duas das variveis de estado so modicadas.
Troca de energia entre o gs e o meio exterior Transformao gasosa Alterao nas variveis de estado (p, V, T)

Colocando em contato esse sistema com uma fonte trmica, certa quantidade de calor lhe ser fornecida. Um possvel resultado desse experimento a expanso do gs, acompanhada de um aumento em sua temperatura.

No SI as unidades empregadas nas variveis de estado so: [p] N m2 Pa (pascal); [V] m3; [ T] K (kelvin).

3 h V T V T
Presso

GS PERFEITO

V T

Calor

No estado gasoso, as partculas cam muito distantes umas das outras. Em consequncia, a fora de ligao entre as partculas de um gs muito pequena. O gs chamado perfeito quando as foras de ligao entre as partculas que o constituem podem ser desprezadas. Quanto mais rarefeito o gs, maior a distncia entre suas partculas, menor a fora de atrao entre elas, e mais prximo ele est do gs perfeito. Um gs tambm se aproxima de um gs perfeito medida que sua temperatura aumenta. Quando isso acontece, aumentam a velocidade e a energia cintica das partculas do gs, tornando desprezvel a energia de ligao entre elas.
4

Para essa situao podemos concluir que uma parcela da energia trmica fornecida ao sistema (calor) foi utilizada no aumento da agitao das partculas do gs (aumento de temperatura). Mas uma outra parcela do calor fornecido foi convertida em energia mecnica, provocando a movimentao do mbolo e um aumento em sua energia potencial gravitacional. Resumidamente, uma parte da energia trmica fornecida ao sistema gasoso (Q) foi armazenada no interior do gs e outra parte foi convertida em energia mecnica.

LEIS DOS GASES PERFEITOS

Relao entre as variveis de estado


Para descobrir experimentalmente a inuncia de uma varivel de estado sobre outra, devemos realizar medidas e tentar estabelecer uma equao que seja coerente com essas medidas. Para isso, colocamos um determinado gs em um recipiente fechado com mbolo. Realizamos medidas da presso, do volume e da temperatura do gs. Se esses valores permanecem constantes em um dado intervalo de tempo, dizemos que o gs est em estado de equilbrio. Produzimos, ento, uma alterao em uma varivel de estado. Por exemplo, aumentamos a temperatura. Isso faz com que a presso e/ou o volume se alterem, at atingir nova condio de equilbrio. Medimos essas trs grandezas na nova situao de equilbrio.

AS VARIVEIS DE ESTADO

Considere certa massa de gs contida em um recipiente hermeticamente fechado por um mbolo mvel. Uma vez que o recipiente fechado, o nmero de partculas, a massa e o nmero de mols do gs so constantes.
SISTEMA ANGLO DE ENSINO

97

FSICA

De posse de um grande nmero de dados experimentais das trs variveis de estado, o passo seguinte procurar uma relao entre elas. possvel vericar que, para uma amostra de gs perfeito contido num recipiente, vlida a seguinte igualdade: p V T

No caso de ocorrer entrada ou sada de gs durante a transformao, a igualdade passaria a ser: pA VA nA TA pB VB nB TB

constante

(T em kelvin)
6

ENERGIA INTERNA

Por meio de experimentos, possvel determinar que a constante de proporcionalidade depende do nmero de mols (n) do gs e do sistema de unidades empregado nas grandezas p, V e T. Essa relao entre as unidades acertada pela introduo de uma constante (R), denominada constante universal dos gases. Assim, a equao anterior pode ser escrita na forma: p V T Resumindo Para um gs perfeito, vale a relao conhecida como equao geral dos gases perfeitos: p V n R T O valor de R depende das unidades escolhidas. Por exemplo: R R 0,082 8,31 atm L K mol n R

Considere o seguinte arranjo experimental: certa massa de gs est contida em um recipiente, contendo um mbolo que pode deslizar sem atrito. Inicialmente, o gs est em equilbrio.

Estado (I)

Massa do mbolo: M rea da seo transversal: A

Nesta situao, estado I, a presso do gs tem a mesma intensidade da presso externa, que a soma entre a presso atmosfrica e a presso devido ao peso do mbolo. Em smbolos: pgs patm pmbolo

J K mol

Em que a presso devida ao mbolo dada por: pmbolo M g A

UMA TRANSFORMAO GASOSA GENRICA

Considere que certa massa de gs perfeito troque energia (trmica ou mecnica) com o meio exterior, progredindo de uma situao A a outra B, denominadas estados termodinmicos

Um sistema de presilhas , ento, acoplado ao mbolo, impossibilitando sua movimentao. A seguir, certa quantidade de energia trmica fornecida ao gs, atingindo um novo estado termodinmico (II).

Transformao
Presso

Estado (II)

(trocas de energia)

Calor Estado A Estado B

Uma vez que o nmero de mols do gs permanece inalterado, correto armar que: pA VA TA
SISTEMA ANGLO DE ENSINO

Presilhas impedem a movimentao do mbolo, enquanto o gs recebe energia trmica (calor) de uma fonte.

pB VB TB

Como resultado desse recebimento de energia, o gs aquece.

98

FSICA

A seguir, retiram-se as presilhas, deixando o gs se expandir. Nessa circunstncia, a fora que o gs aplica no mbolo realiza um trabalho motor. O gs, na situao nal, ocupa um novo estado de equilbrio (estado III).

Como ser visto adiante, no estudo dos gases perfeitos, desejvel conhecer a variao da energia interna ( U) do gs, quando este submetido a certa transformao. Se no houver entrada ou sada de gs durante a transformao: U 3 nR T 2 5 nR T 2 (gs monoatmico) (gs diatmico)

Presso F

Estado (II) (com presilhas)

Estado (III) (sem presilhas)

Observao Para gases triatmicos ou poliatmicos, j no possvel aplicar o modelo de gs perfeito, salvo sob especcas condies. Portanto, ao nosso estudo, esses gases deixam de ser analisados.
7

Uma vez que, ao retirar as presilhas, o gs consegue produzir movimento de um outro corpo (mbolo), podemos inferir que o gs possui certa quantidade de energia, denominada energia interna (U). Repare que, quanto mais aquecido o gs estiver, maior sua capacidade de produzir movimento, ou seja, maior sua quantidade de energia interna. Do ponto de vista microscpico, a energia interna (U) de um corpo a soma de todas as energias, tanto cintica quanto potencial, das partculas que o constituem. Num gs perfeito, as partculas s interagem isto , s trocam foras durante os choques. Isso se deve ao fato de a distncia mdia entre elas ser muito grande, tornando desprezveis as foras de interligao. Uma energia potencial est sempre associada a uma fora de natureza conservativa. No havendo foras de interligao, no h energia potencial. Logo: A energia interna de um gs perfeito a soma das energias cinticas das partculas que o constituem. Sabemos que a temperatura de um gs est relacionada com sua agitao, ou seja, com a energia cintica mdia de suas partculas. Portanto, deve haver uma relao entre a energia interna e a temperatura. possvel estabelecer que h uma relao de proporcionalidade entre a energia interna e a temperatura do gs em kelvins: a energia interna do gs perfeito proporcional temperatura absoluta do gs. Em smbolos: U (constante) T

TRABALHO DA FORA DE PRESSO DO GS

Nos exemplos analisados at aqui, percebemos que o gs pode trocar energia trmica e/ou energia mecnica com o meio externo a ele. Quando nosso objetivo determinar a quantidade de energia trmica trocada pelo gs, calculamos a quantidade de calor (Q). Quando nosso objetivo determinar a quantidade de energia mecnica trocada pelo gs, devemos calcular o trabalho da fora de presso do gs nas paredes do recipiente (). Neste item, vamos estabelecer formas para se determinar o trabalho da fora de presso do gs. Para isso, vamos dividir a tarefa em duas situaes: transformao presso constante e transformao presso varivel.

I) Trabalho da fora de presso do gs em uma transformao isobrica


Considere certa massa de gs contida em um recipiente, submetida a uma expanso (presso constante) segundo o esquema a seguir.

Fgs

Fgs

Clculos e consideraes com certo grau de complexidade, que fogem ao propsito de nosso curso, mostram que: 1) Gs perfeito monoatmico U 3 nRT 2
Estado (A)

d
Presso

Estado (B)

2) Gs perfeito diatmico U 5 nRT 2

A presso que o gs exerce na parede do mbolo dada por: p do mbolo. Fgs A , em que A a rea de seo transversal

SISTEMA ANGLO DE ENSINO

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FSICA

Aplicando a denio de trabalho de fora constante situao apresentada:


F Ags B

F d cos

0)

Multiplicando e dividindo pela rea da seo transversal do mbolo: (1) F F d A cos Ags B A Como F A p e o produto d A a variao de volume

o gs transfere energia mecnica s paredes do recipiente. Em qualquer compresso gasosa, a fora que o gs aplica tem sentido contrrio ao deslocamento das paredes do recipiente. Logo, trata-se de um trabalho resistente 0). Nessa circunstncia, o gs recebe energia me( cnica do meio. Nas transformaes em que no ocorrem variao de volume do gs (transformao isocrica), o trabalho da fora de presso do gs nulo. Nesse caso, o gs no troca energia mecnica com o meio. Resumindo Expanso: Fgs ca ao meio. 0 o gs transfere energia mecni0 o gs recebe energia mec0.

do gs ( V), temos:
F Ags B

p (VB

VA)

(vlida para transformao isobrica) A representao dessa transformao no diagrama pV :


p 8 p A B

Compresso: Fgs nica do meio.

Transformao a volume constante: Fgs

PRIMEIRO PRINCPIO DA TERMODINMICA

VA VB V

Note que a rea sob a curva (p do valor do trabalho.

V) fornece o mdulo

II) Trabalho da fora de presso do gs em uma transformao qualquer


Para se determinar o trabalho da fora de presso do gs em uma transformao qualquer, basta generalizar a ideia desenvolvida no item anterior e calcular a rea sob a curva no diagrama pV. Assim, em uma transformao qualquer:
p p p B A

Com base no que foi exposto at aqui, possvel concluir que trabalho e calor so dois processos distintos: trabalho um processo mecnico que envolve aplicao de fora e movimentao de um corpo (por exemplo, um mbolo); calor um processo trmico, que consiste em colocar o sistema, com ou sem contato, na presena de outro corpo mais quente ou mais frio. Entretanto, apesar de serem processos distintos, ambos podem resultar no mesmo efeito: fazer variar a energia interna do sistema. Um balano das energias cedidas, recebidas e armazenadas pelo sistema pode levar a uma relao entre calor, trabalho e variao de energia interna. Suponha que um sistema gasoso, que est em contato com uma fonte quente, sofra a transformao de a para b, indicada no grco a seguir.
Estado a Estado b

Presso

500J

VA VB V

p p

b a

rea

O sinal do trabalho da fora de presso do gs Em qualquer expanso gasosa, a fora que o gs aplica tem o mesmo sentido do deslocamento das paredes do recipiente. Logo, um trabalho motor ( 0). Nesse caso,
SISTEMA ANGLO DE ENSINO

300J

VA

VB

V
FSICA

100

S como exemplo, vamos supor que esse sistema receba 500 J de calor da fonte quente. O grco mostra que o gs sofre uma expanso. Portanto, h a realizao de um trabalho positivo, indicando que o gs cedeu energia mecnica ao meio. Digamos que essa energia mecnica cedida pelo gs ao meio seja 300 J. Se o sistema gasoso recebe 500 J de energia na forma de calor e cede ao meio 300 J na forma de energia mecnica, ele deve ter armazenado 200 J, ou seja, sua energia interna deve ter aumentado 200 J. O balano energtico dessa transformao U Q . Dois comentrios I) apesar de analisarmos um caso particular, a expresso U Q vlida para qualquer tipo de transformao a que o gs possa ser submetido. II) embora, em todo nosso estudo, nosso objeto de anlise tenha sido uma massa de gs, a expresso U Q , uma vez que se apoia no princpio geral da conservao de energia, vlida para qualquer corpo, independentemente de seu estado de agregao. Entretanto, sua principal aplicao ocorre nos sistemas gasosos. Portanto, para qualquer sistema (slido, lquido ou gasoso): A variao de energia interna de um sistema ( U) a diferena entre o calor trocado com o meio e o trabalho realizado pela fora que o sistema exerce na vizinhana. Em smbolos, o primeiro princpio da termodinmica pode ser assim enunciado: U Q

INTERPRETANDO SINAIS
U a variao de energia interna do sistema. Como U U U (constante) T;

0 a temperatura do sistema aumenta. 0 a temperatura do sistema diminui.

Q a quantidade de energia trmica trocada pelo sistema. Q Q 0 calor recebido pelo sistema (o sistema est na presena de uma fonte quente). 0 calor cedido pelo sistema (o sistema est na presena de uma fonte fria).

o trabalho da fora que o sistema exerce na vizinhana. Se o sistema gasoso:


0 numa transformao isomtrica. 0 numa expanso; calculado pela rea sob o grco pV. O sistema cede energia mecnica ao meio. 0 numa compresso; calculado pela rea sob o grco pV. O sistema recebe energia mecnica do meio.

SISTEMA ANGLO DE ENSINO

101

FSICA

Descrio e classificao de ondas


1

CAPTULO 36

DESCREVENDO UMA ONDA

Considere um cordo elstico, sucientemente longo, disposto horizontalmente, ao qual uma pequena argola se ajusta em ponto qualquer desse cordo, conforme a gura.
A

Se, em vez de um nico pulso, fosse produzida uma sequncia regular e peridica de pulsos, seria, ento, gerada uma onda peridica. Desse modo, todos os pontos do cordo, inclusive a argola, oscilariam continuamente, reproduzindo o movimento de sua mo que, nesse caso, a fonte de abalos.
Sentido de propagao das ondas

Argola

Movimento da fonte

A partir da situao de repouso, suponha que voc segure uma das extremidades do cordo e produza um abalo, oscilando, por exemplo, uma vez para cima e outra para baixo. Nesse caso, dizemos que foi produzido um pulso no cordo.
Avano Oscilao A 2

Onda transfere energia sem que ocorra o transporte de matria.

CLASSIFICAO

Quanto forma
Dene-se pulso como sendo uma perturbao causada em certo ponto de um meio elstico, que reproduzida nos demais pontos do meio. Observando a propagao desse pulso, notamos que, ao atingir a argola, esta colocada em movimento, reproduzindo o movimento de sua mo. Isto , ao ser atingida pelo pulso, a argola realiza uma oscilao, uma vez para cima e outra para baixo. Repare que a argola, ao oscilar, adquire energia cintica. Mas, aps a passagem do pulso, ela retorna situao de repouso.
A

Ondas transversais No exemplo descrito anteriormente, a onda se propaga na direo do o (horizontal), enquanto a oscilao dos pontos do meio ocorre em direo perpendicular. Ondas que apresentam esse comportamento so classicadas como ondas transversais. Ondas em cordas e ondas luminosas constituem exemplos de ondas transversais. No caso da onda luminosa, campos eltricos (E) e campos magnticos (B) oscilam perpendicularmente entre si e ambos so perpendiculares direo de propagao da luz.
E Avano da onda B Onda eletromagntica

Ondas longitudinais
A

Esse e outros exemplos nos permitem armar, durante o avano de um pulso, h transferncia de energia de um ponto do meio ao seu vizinho, de uma regio a outra, sem que ocorra o transporte de matria.
SISTEMA ANGLO DE ENSINO

Vamos analisar outro exemplo. Suponha uma mola helicoidal, leve, disposta sobre um plano horizontal, inicialmente em repouso, sem perturbao. Segurando em uma de suas extremidades, podemos produzir abalos para frente e para trs, ora comprimindo, ora esticando a mola. Nesse caso, a direo de propagao dos pulsos e direo de oscilao dos pontos do meio so as mesmas.
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Propagao da onda

Oscilao dos pontos do meio

Esse tipo de onda classicado como onda longitudinal. O som um exemplo de ondas do tipo longitudinal. Por exemplo, quando um som emitido por um altofalante, em cada direo escolhida, o movimento de oscilao das partculas do meio (no caso, o ar) ocorre na mesma direo.

No vcuo, todas as radiaes eletromagnticas viajam com a mesma velocidade c 3 108 m/s. Nos demais meios materiais, a velocidade da onda eletromagntica depende da refringncia do meio e da frequncia. Por exemplo, para a luz, a gua mais refringente que o ar. Logo, ela viaja no interior da gua com menor velocidade, comparativamente sua velocidade de propagao no ar. Por outro lado, no interior da gua, a luz vermelha tem velocidade um pouco maior que a da azul. A propagao de ondas eletromagnticas no est relacionada existncia ou no de meio natural. No vcuo, todas as ondas eletromagnticas tm a maior velocidade possvel, 3 10 8 m/s. Ondas mecnicas No caso do som ou de ondas provocadas em lquidos ou de ondas em cordas, sua propagao est relacionada com a oscilao das partculas do meio. Logo, para esse tipo de onda, sua existncia depende da presena de meio material. So classicadas como ondas mecnicas.

a Ond

son

ora

Direo de oscilao

Direo de propagao

EQUAO FUNDAMENTAL DA ONDULATRIA

Uma experincia
Suponha uma pessoa segurando a extremidade de uma corda leve e esticada, perfeitamente elstica, de comprimento muito grande. A partir de certo instante, a pessoa produz abalos corda de maneira contnua e constante, realizando movimentos de vaivm com perodo constante T e amplitude A. Aps um intervalo de tempo t, a corda apresenta a congurao de acordo com a ilustrao a seguir.
Cristas Oscilao A A Sentido da energia

Quanto natureza
Onda eletromagntica Quando uma onda est relacionada oscilao de campos eltricos e magnticos, ela classicada como onda eletromagntica. Associam-se diferentes nomes s ondas eletromagnticas de acordo com suas frequncias. Veja esquema a seguir.
Raios X Raios
f(Hz)

Vales

Celular e micro-ondas

Infravermelho

Ultravioleta

Ondas de rdio e TV

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Lu z

108

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1016

1018

1020

1022

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Violeta Anil Azul Verde Amarelo Alaranjado Vermelho

A energia que a mo da pessoa transfere extremidade da corda transmitida aos demais pontos da corda por meio de uma onda transversal, de aspecto senoidal, representada por uma sucesso de cristas e vales. Qualquer ponto da corda executa oscilaes com a mesma direo, o mesmo perodo e a mesma frequncia da fonte (a mo da pessoa).

Determinando a velocidade de propagao da onda


Considere o perl da corda aps a fonte realizar uma nica oscilao completa. O intervalo de tempo necessrio para a realizao dessa oscilao completa o perodo T. Supondo que o meio de propagao da onda seja homogneo, a onda se propaga com velocidade constante V, percorrendo uma distncia FA, conforme indica a ilustrao a seguir.
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Para uma radiao eletromagntica, quanto maior sua frequncia, maior a quantidade de energia associada a essa onda.

Experincias comprovam que a oscilao de campos eltricos e magnticos no depende da existncia ou no de meio material. Por exemplo, a luz pode existir em diversos meios, inclusive o vcuo.
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s F

A t T Frequncia: f1
2

A distncia percorrida pela onda aps um perodo T denida como sendo o comprimento de onda e representada pela letra grega (lambda). Sendo a velocidade de propagao da onda constante, seu valor pode ser obtido da seguinte maneira: V S t
4

Frequncia: f2

f1

Como no intervalo de tempo t igual a T, o correspondente deslocamento S igual ao comprimento de onda , a velocidade de avano da onda : V T

OUTRA DEFINIO PARA O COMPRIMENTO DE ONDA

Uma vez que a frequncia de oscilao dos pontos do meio igual ao inverso do perodo f 1 , a equao aciT

Observe a representao a seguir, que mostra uma onda transversal propagando-se em um meio elstico, horizontalmente e para a direita. A gura ilustra um instante qualquer (t) superior ao perodo da onda T. Observe que a onda representada por uma sucesso de cristas e vales que se propagam ao longo do meio. Note ainda que a distncia entre dois pontos localizados em cristas sucessivas ou em vales sucessivos igual ao comprimento de onda .
B C

ma tambm pode ser representada como: V Observaes 1) Apesar de analisarmos um exemplo de onda transversal e mecnica, a equao que determina a velocidade de propagao da onda vlida para qualquer tipo de onda. 2) Para as ondas mecnicas, a velocidade de propagao depende do tipo da onda (transversal ou longitudinal) e do meio. Assim, no exemplo anterior, se a fonte alterar a frequncia de oscilao da corda, o comprimento de onda tambm alterado, mas a velocidade de propagao permanece constante. Quando a velocidade da onda constante, o comprimento de onda apresenta valores inversamente proporcionais aos da frequncia. Portanto, para uma onda mecnica viajando em um nico meio: quanto maior a frequncia f de oscilao, menor ser o comprimento de onda ; quanto menor a frequncia f de oscilao, maior ser o comprimento de onda .
F M N O

Os pontos que esto localizados nas cristas (A, B e C) dessa onda oscilam juntos, ou seja, sobem e descem juntos. Dizemos que eles oscilam em fase. A situao anloga para os pontos que esto nos vales (M, N e O). Quando comparamos um ponto pertencente a uma crista com outro localizado em um vale, dizemos que eles oscilam em oposio de fase, por exemplo, os pontos B e N. Dessa maneira, podemos estabelecer outra denio para o comprimento de onda (). Comprimento de onda () a distncia entre dois pontos consecutivos que oscilam em fase.

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