Economia
Economia
Economia
Conceito: É uma ciência social que estuda como o indivíduo e a sociedade decidem empregar
recursos produtivos escassos na produção de bens e serviços, de modo a distribuí-los entre as
pessoas e grupos da sociedade, a fim de satisfazer as necessidades humanas.
Em qualquer sociedade, os recursos ou fatores de produção são escassos; contudo as
necessidades humanas são ilimitadas, e sempre se renovam. Isso obriga a sociedade a escolher
entre alternativas de produção e de distribuição dos resultados da atividade produtiva aos vários
grupos da sociedade.
Sistemas Econômicos
Pode ser definido como sendo a forma política, social e econômica pela qual está organizada uma
sociedade.
É um conceito teórico com o qual se ilustra, como a questão da escassez impõe um limite à
capacidade produtiva de uma sociedade, que terá que fazer escolhas entre alternativas de
produção.
Devido à escassez de recursos, a produção total de um país tem um limite máximo, onde todos
os recursos disponíveis estão empregados.
Suponhamos uma economia que só produza máquinas (Bens de Capital) e alimentos (Bens de
Consumo) e que as alternativas de produção de ambos seja as seguintes:
Mostrar em gráfico.
Alternativas de Produção Máquinas (milhares) Alimentos (toneladas)
A 25 0
B 20 30
C 15 45
D 10 60
E 0 70
Continuação ( A )
Demanda Oferta
Famílias Empresas
Oferta Demanda
No entanto, o fluxo real da economia só se torna possível com a presença da moeda, que é
utilizada para remunerar os fatores de produção e para o pagamento dos bens e serviços.
Desse modo, paralelamente ao fluxo real temos um fluxo monetário da economia.
Fluxo Monetário da Economia
Famílias Empresas
Bens de Capital: são aqueles utilizados na fabricação de outros bens, mas que não se desgastam
totalmente no processo produtivo. Exemplo: Máquinas, Equipamentos e Instalações.
Bens de Consumo: destinam-se diretamente ao atendimento das necessidades humanas. De
acordo com sua durabilidade, podem ser classificados como duráveis.
(geladeiras, fogões, automóveis) ou como não – duráveis (alimentos, produtos de limpeza).
Bens Intermediários: são aqueles que são transformados ou agregados na produção de outros bens
e que são consumidos totalmente no processo de produtivo (insumos, matérias-primas e
componentes).
Fatores de Produção: São constituídas pelos recursos humanos (trabalho e capacidade
empresarial), terra, capital e tecnologia.
Continuação (A)
Trabalho Salário
Capital Juro
Terra Aluguel
Tecnologia Royalty
Capacidade empresarial Lucro
A Economia é uma ciência social e utiliza fundamentalmente uma análise positiva, que deverá
explicar os fatos da realidade. Os argumentos positivos estão contidos na análise que não envolve
juízo de valor, estando esta estritamente limitada a argumentos descritivos, ou noções científicas.
Por exemplo, se o preço da gasolina aumentar em relação a todos os outros preços, então a
quantidade que as pessoas irão comprar de gasolina cairá. É uma análise do que é.
Definimos também argumentos normativos, que é uma análise que contém, explicita ou
implicitamente, um juízo de valor sobre alguma medida econômica.
Por exemplo, na afirmação “o preço da gasolina não deve subir” expressamos uma opinião ou
juízo de valor, ou seja, se é uma coisa boa ou má. É uma análise do que deveria ser.
Suponha, por exemplo, que desejemos uma melhoria na distribuição de renda do país. É um
julgamento de valor em que acreditamos. O administrador de política econômico dispõe de algumas
opções para alcançar esse objetivo (aumentar salários, combater a inflação, criar empregos etc.). A
Economia Positiva ajudará a escolher os instrumentos de política econômica mais adequado. Esse
é um argumento positivo, indicando que aumentos salariais, nessas circunstâncias, não constituem
a política mais adequada.
Dessa forma, a Economia positiva pode ser utilizada como base para escolha da política mais
apropriada, de forma a atender os objetivos individuais ou da nação.
Continuação ( A )
Economia : Apesar de ser uma ciência social, a Economia é limitado pelo meio físico, dado que
os recursos são escassos, e se ocupa de quantidades físicas e das relações entre as quantidades,
como a que se estabelece entre a produção de bens e serviços e os fatores de produção utilizados
no processo produtivos.
A Economia apresenta muitas regularidades, sendo que algumas relações são invioláveis. Por
Exemplo: O consumo nacional depende diretamente da renda nacional. A quantidade demandada
de um bem tem uma relação inversamente proporcional com o seu preço. As exportações e as
importações dependem da taxa de
câmbio.
A área que está voltada para quantificação dos modelos é a Econometria, que combina Teoria
Econômica, Matemática e Estatística.
* Economia e Política: São áreas muito interligadas, tornando-se difícil estabelecer uma relação
de casualidade entre elas. A estrutura política se encontra muitas vezes subordinadas ao poder
econômico. Citemos alguns exemplos:
Poder Econômico dos latifundiários, poder dos oligopólios e monopólios, poder das corporações
estatais.
Introdução à Microeconomia ( B )
Conceito: Microeconomia, ou Teoria Geral dos Preços, analisa a formação de preços no mercado,
ou seja, como a empresa e o consumidor interagem e decidem qual o preço e a quantidade de um
determinado bem ou serviço em mercados específicos. A microeconomia estuda o funcionamento
da oferta e da procura na formação do preço no mercado, isto é, o preço sendo obtido pela
interação do conjunto dos consumidores com o conjunto de empresas que fabricam um dado bem
ou serviço.
Do ponto de vista da economia de empresas, onde se estuda uma empresa específica,
prevalece a visão contábil financeira na formação do preço de venda de seu produto, baseada
principalmente nos custos de produção, enquanto na Microeconomia prevalece a visão do mercado.
O conceito de empresa possui 2 visões: a econômica e a jurídica. Do ponto de vista econômico,
empresas ou estabelecimento comercial é a combinação pelo empresário, dos fatores de produção:
capital, trabalho, terra e tecnologia, de modo organizados para se obter o maior volume possível de
produção ou de serviços ao menor custo.
Na doutrina jurídica reconhece-se o estabelecimento como uma universalidade de direito, incluindo-
se na atividade econômica um complexo de relações jurídicas entre o empresário e a empresa.
A hipótese coeteris paribus ( tudo o mais permanece constante ): o foco de estudo é dirigido
apenas àquele mercado, analisando o papel que a oferta e a demanda nele exercem, supondo que
outras variáveis interfiram muito pouco, ou que não interfiram de maneira absoluta.
Na análise microeconômica, são mais relevantes os preços relativos, isto é, os preços dos bens
em relação aos demais, do que os preços absolutos ( isolados) das mercadorias. Exemplo: se o
preço do guaraná cair 10%, mas também o preço da soda cair em 10%, nada deve acontecer na
demanda dos dois bens, mas se cair apenas o preço do guaraná, permanecendo inalterado o preço
da soda, deve-se esperar um aumento na quantidade procurada de guaraná e uma queda na soda.
Embora não tenha havido alteração no preço absoluto da soda, seu preço relativo aumentou,
quando comparado com o guaraná.
Princípio da Racionalidade
Por esse princípio, os empresários tentam sempre maximizar lucros condicionados pelos custos
de produção, os consumidores procuram maximizar sua satisfação no consumo de bens e serviços
( limitados por sua renda e pelos preços das mercadorias).
Continuação ( B )
• Teoria do equilíbrio geral: A análise do equilíbrio geral leva em conta as inter-relações entre
todos os mercados, procurando analisar se o comportamento independente de cada agente
econômico conduz todos a uma posição de equilíbrio global, embora todos sejam, na
realidade, interdependente.
Demanda de Mercado
Conceito: A demanda ou procura pode ser definida como a quantidade de um determinado bem ou
serviço que os consumidores desejam adquirir em determinado período de tempo.
A procura depende de variáveis que influenciam a escolha do consumidor. São elas: o preço do
bem e serviço, o preço dos outros bens, a renda do consumidor e o gosto ou preferência do
indivíduo. Para estudar-se a influência dessas variáveis utiliza-se a hipótese do coeteris paribus, ou
seja, considera-se cada uma dessas variáveis afetando separadamente as decisões do consumidor.
1,00 12.000
3,00 8.000
6,00 4.000
8,00 3.000
10,00 2.000
A curva da demanda é negativamente inclinada devido ao efeito conjunto de dois fatores: o efeito
substituição e o efeito renda. Se o preço de um bem aumenta, a queda da quantidade demanda
será provocada por esses dois efeitos somados:
a) Efeito substituição: se um bem possui um substituto, ou seja, outro bem similar que satisfaça a
mesma necessidade, quando seu preço aumenta, o consumidor passa adquirir o bem
substituto, reduzindo assim sua demanda. Exemplo: Fósforo.
b) Efeito renda: quando aumenta o preço de um bem, o consumidor perde o poder aquisivo, e a
demanda por esse produto diminui.
Efetivamente, a procura de uma mercadoria não é influenciada apenas por seu preço. Existe
uma série de outras variáveis que também afetam a procura.
Oferta de Mercado
Pode-se conceituar oferta como as várias quantidades que os produtores desejam oferecer ao
mercado em determinado período de tempo. Da mesma maneira que a demanda, a oferta depende
de vários fatores; dentre eles, de seu próprio preço, dos demais preços, dos preços dos fatores de
produção, das preferências do empresário e da tecnologia.
Diferentemente da função demanda, a função de oferta mostra uma correlação direta entre a
quantidade ofertada e nível de preços. É a chamada Lei Geral da Oferta.
Continuação ( C )
Podemos expressar uma escala de oferta de um bem X, ou seja, dada uma série de preços,
quais seriam as quantidades ofertadas a cada preço:
1,00 1.000
3,00 5.000
6,00 9.000
8,00 11.000
10,00 13.000
Equilíbrio de Mercado
Como se observa na tabela, existe equilíbrio entre oferta e demanda do bem X, quando o preço é
igual a 6,00 unidades monetárias.
Impostos Indiretos: impostos incidentes sobre o consumo ou sobre as vendas. Exemplo: Imposto
sobre Circulação de Mercadorias (ICMS), Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
Imposto Específico: Recai sobre a unidade vendida. Exemplo: para cada carro vendido, recolhe-se,
a título de imposto, R$ 5.000 ao governo (esse valor é fixo e independente do valor da mercadoria).
Política de preços mínimos na agricultura: Trata-se de uma política que visa dar garantia de preços
ao produtor agrícola, com propósito de protegê-lo das flutuações dos preços no mercado, ou seja,
ajudá-lo diante de uma possível queda acentuada de preços e conseqüentemente da renda
agrícola. O governo, antes do início do plantio, garante um preço que ele pagará após a colheita do
produto.
Exercícios
1) O que são e como podemos identificar se os bens são substitutos na produção? Exemplifique.
3) O que são e como podemos identificar se os bens são complementares no consumo? Exemplifique.
5) Por que na concorrência monopolística a diferença dos produtos está na cabeça dos consumidores?
5 100 500
4 200 400
3 300 300
2 400 200
1 500 100
Pede-se:
Qd = 30 – 4p Qo = 6 + 2p
Introdução
Conhecidos os preços dos fatores, é sempre possível determinar um custo total de produção
ótimo para cada nível de produção. Assim, define-se custo total de produção como o total das
despesas realizadas pela firma com a utilização da combinação mais econômica dos fatores, por
meio da qual é obtida uma determinada quantidade do produto.
Os custos totais de produção (CT) são divididos em custos variáveis totais (CVT) e custos fixos
totais (CFT):
CT=CVT+CFT
Custos Fixos Totais (CFT) – Correspondem à parcela dos custos totais que independem da
produção. São decorrentes dos gastos com os fatores fixos de produção. Por exemplo: aluguéis,
iluminação etc. Na contabilidade empresarial, são também chamados de custos indiretos.
Custos Variáveis Totais (CVT) – Parcela dos custos totais que depende da produção e por isso
muda com a variação do volume de produção. Por exemplo : folha de pagamentos, gastos com
matérias-primas etc. Na contabilidade empresarial, são chamados de custos diretos.
Na Teoria da Produção, a análise dos custos de produção é também dividido em curto e longo
prazos:
a) Custos totais de curto prazo: São caracterizados pelo fato de serem compostos por parcelas de
custos fixos e de custos variáveis.
b) Custos totais de longo prazo: São formados unicamente por custos variáveis. Ou seja, em longo
prazo não existem fatores fixos.
Continuação (e)
Diferenças entre a visão econômica e a visão contábil – financeira dos custos de produção
Existem muitas diferenças entre a ótica utilizada pelos economistas e a utilizada nas
empresas, por contadores e administradores. Em linhas gerais, pode-se dizer que a visão
econômica é mais genérica, olhando mais para o mercado (ambiente externo da empresa),
enquanto na visão ótica contábil-financeira a preocupação centra-se mais no detalhamento dos
gastos da empresa específica.
As principais diferenças estão nos seguintes conceitos:
• Custos de oportunidade e custos contábeis
• Externalidades
• Custos e despesas
Custos de oportunidade versus custos contábeis
Exercício
a) Monte uma tabela e construa um gráfico com base nos dados acima;
b) Calcule o ponto de equilíbrio em quantidade e valor;
c) Qual o resultado para uma venda de 500 unidades;
d) Qual o resultado para uma venda de R$ 4.000,00.
Estruturas de Mercado ( E )
Introdução
Nas aulas anteriores vimos, quais variáveis afetam a demanda e a oferta de bens e serviços, e
como são determinados os preços, supondo sem interferências, o mercado automaticamente
encontra seu equilíbrio. Implicitamente, estava sendo suposta uma estrutura específica de mercado,
qual seja, a de concorrência perfeita.
As várias formas ou estruturas de mercados dependem fundamentalmente de três
características:
a) número de empresas que compõe esse mercado;
b) tipo do produto ( se as firmas fabricam produtos idênticos ou diferenciados);
c) se existem ou não barreiras ao acesso de novas empresas nesse mercado.
A maior parte dos modelos existentes pressupõe que as empresas maximizam o lucro total,
especificamente para o caso de estruturas oligopolistas de mercado, veremos que existe uma teoria
alternativa, que pressupõe que a empresa maximiza o mark-up, que é margem entre a receita e os
custos diretos ( ou variáveis )de produção.
Monopólio
O mercado monopolista se caracteriza por apresentar condições diametralmente opostas às da
concorrência perfeita. Nele existe, de um lado, um único empresário (empresa) dominando
inteiramente a oferta e, de outro, todos os consumidores. Não há, portanto concorrência, nem
produto substituto ou concorrente. Nesse caso, ou os consumidores se submetem às condições
impostas pelo vendedor, ou simplesmente deixaram de consumir o produto.
Nessa estrutura de mercado, a curva de demanda da empresa é a própria curva de demanda
do mercado como um todo. Ao ser exclusiva no mercado, a empresa não estará sujeita aos preços
vigentes. Mas isso não significa que poderá aumentar os preços indefinidamente.
Para a existência de monopólios, deve haver barreiras que praticamente impeçam a entrada de
novas firmas no mercado. Essas barreiras podem advir das seguintes condições: Monopólio puro,
elevado volume de capital, patente e controle de matérias-primas básicas, existem ainda, os
monopólios institucionais ou estatais em setores considerados estratégicos ou de segurança
nacional (petróleo, *energia, *comunicação).
Continuação (f)
Oligopólio
É um tipo de estrutura normalmente caracterizada por um pequeno número de empresas que
dominam a oferta de mercado. Pode caracterizar-se como um mercado em que há um pequeno
número de empresas, como a indústria automobilística, ou então onde há um grande número de
empresas, mas poucas dominam o mercado, como a indústria de bebidas.
O setor produtivo no Brasil é altamente oligopolizado, sendo possível encontrar inúmeros
exemplos: montadoras de veículos, setor de cosméticos, indústria de papel, indústria farmacêutica
etc.
Nos oligopólios, tanto as quantidades ofertadas quanto os preços são fixados entre as
empresas por meio de cartéis. O cartel é uma organização formal ou informal de produtores dentro
de um setor que determina a política de preços para todas as empresas que a ele pertencem.
Podemos caracterizar também tanto oligopólios com produtos diferenciados (como a indústria
automobilística) como oligopólios com produtos homogêneos (alumínio).
Concorrência monopolista
Continuação (f)
B) Monopsônio
Trata-se de uma forma de mercado na qual há somente um comprador para muitos vendedores
dos serviços dos insumos. É o caso da empresa que se instala em uma determinada cidade do
interior e, por ser a única, torna-se demandante exclusiva da mão de obra local e das cidades
próximas, tendo para si a totalidade da oferta de mão de obra.
C) Oligopsônio
D) Monopólio bilateral
2. Quanto ao produto Homogêneo. Não há Não há substitutos Pode ser homogêneo Diferenciado
diferenças próximos ou diferenciado
3.Quanto ao controle Não há possibilidade As empresas têm Embora dificultado Pouca margem de
das empresas sobre de manobras pelas grande poder para pela interdependência manobra, devido à
os preços empresas manter preços entre as empresas, existência de
relativamente estas tendem a formar substitutos próximo.
elevados cartéis
5.Quanto as condições Não há barreiras Barreiras de acesso Barreiras de acesso Não há barreiras
de ingresso no de novas empresas de novas empresas
mercado
Introdução
A macroeconomia estuda a economia como um todo, analisando a determinação e o
comportamento de grandes agregados, tais como: renda e produto nacionais, nível geral de preços,
emprego e desemprego, estoque de moeda e taxas de juros, balança de pagamentos e taxa de
câmbio.
Ao estudar e procurar relacionar os grandes agregados, a Macroeconomia negligencia o
comportamento das unidades econômicas individuais e de mercados específicos, estas são
preocupações da Microeconomia.
Entretanto, embora exista um aparente contraste, não há um conflito entre a Micro e a
Macroeconomia, uma vez que o conjunto da economia é a soma de seus mercados individuais. A
diferença é primordialmente uma questão de ênfase, de enfoque. Ao estudar a determinação de
preços numa indústria, na Microeconomia consideram-se constantes os preços das outras
indústrias. Na macroeconomia estuda-se a nível geral de preços ignorando-se a mudança de
preços relativa dos bens das diferentes indústrias.
A Teoria Macroeconômica propriamente dita preocupa-se mais com aspectos de curto prazo.
Especificamente, preocupa-se com questões como desemprego, que aparece sempre que a
economia está trabalhando abaixo de seu máximo de produção, e com as implicações sobre os
vários mercados quando se alcança a estabilização do nível geral de preços.
À parte da Teoria Econômica que estuda questões de longo prazo é denominada Teoria do
Crescimento Econômico.
Continuação (G)
Desde a Revolução Industrial, em fins do século XVIII, até o início do século XX, o mundo
econômico parece ter funcionado sobre o pensamento liberal, que acreditava que os mercados,
sem interferência do Estado, conduziam a Economia ao pleno emprego de seus recursos, como se
guiados por uma “mão invisível”, determinariam os preços e a produção de equilíbrio, e, desse
modo, nenhum problema surgiria no mercado de trabalho. Entretanto, a evolução da economia
mundial trouxe em seu bojo novas variáveis, como o surgimento de sindicatos de trabalhadores, os
grupos econômicos e o desenvolvimento de mercado de capitais e do comércio internacional, de
sorte a complicar e trazer incertezas sobre o funcionamento da economia.
A ausência de políticas econômicas levou à quebra da Bolsa de Nova York em 1929, e uma
crise de desemprego atingiu todos os países do mundo ocidental nos anos seguintes.
Com a contribuição de Keynes, fincaram-se as bases da moderna Teoria Econômica, e da
intervenção do Estado na economia de mercado, que nos passa qual o grau de intervenção do
Estado na economia e em que medida ele deve ser produtor de bens e serviços. A corrente dos
economistas liberais (hoje neoliberais), prega a saída do governo da produção de bens e serviços.
Estabilidade de preços
Continuação (G)
Crescimento Econômico
Continuação (G)
Política Fiscal – Refere-se a todos os instrumentos que o governo dispõe para arrecadação de
tributos e o controle de suas despesas. Além da questão do nível de tributação, a política tributária,
por meio da manipulação da estrutura e alíquotas de impostos. É utilizada para estimular (ou inibir)
os gastos de consumo do setor privado.
Se o objetivo da política econômica é reduzir a taxa de inflação, as medidas fiscais
normalmente utilizadas, são a diminuição de gastos públicos e/ou o aumento da carga tributária (o
que inibe o consumo). Ou seja, visam diminuir os gastos da coletividade.
Se o objetivo é um maior crescimento e emprego, os instrumentos fiscais são os mesmos, mas
em sentido inverso, para elevar a demanda agregada.
A política cambial refere-se à atuação do governo sobre a taxa de câmbio. O governo, através do
Banco Central, pode fixar a taxa de câmbio, ou permitir que ela seja flexível e determinada pelo
mercado de divisas.
A política comercial diz respeito aos instrumentos de incentivos às exportações e/ou estímulo ou
desestímulo às importações, ou seja, refere-se aos estímulos fiscais.
(crédito - prêmio do ICMS, IPI etc.) e creditícios (taxas de juros subsidiárias) às exportações e ao
controle de importações (via tarifas e barreiras quantitativas sobre importações).
Política de Rendas
Continuação ( G )
No Mercado de Bens e Serviços, para tentar responder como se tem comportamento o nível de
atividades, efetua-se uma agregação de todos os bens produzidos pela economia durante um certo
período de tempo e define-se o chamado Produto Nacional.
A demanda agregada depende fundamentalmente da evolução da demanda dos quatro grandes
setores ou agentes macroeconômicos: consumidores, empresas, governo e setor externo.
O Mercado de Trabalho também representa uma agregação de todos os tipos de trabalhos
existentes na economia. Neste mercado, determinamos como estabelece a taxa salarial e o nível
de emprego.
O Mercado Monetário, consiste em que todas as transações da economia são efetuadas
através da utilização de moeda. Neste mercado supomos a existência de uma demanda de moeda (
em função da necessidade de transações dos agentes econômicos, ou seja, da necessidade de
liquidez ) e uma oferta de moeda, determinada pelo Banco Central e atuação dos bancos
comerciais. A demanda e a oferta de moeda determinam a taxa de juros.
O Mercado de Títulos, consiste de agentes econômicos superavitários e agentes deficitários.
Agentes superavitários são aqueles que possuem um nível de gastos inferior a seu volume de
renda, assim podem efetuar empréstimos para os agentes econômicos deficitários.
O Mercado de Divisas, como o mercado mantém transações com o resto do mundo, existem
mercados de divisas ou de moeda estrangeira. A oferta de divisas depende das exportações e da
entrada de capitais financeiros, enquanto a demanda de divisas é determinada pelo volume de
importações e saída de capital financeiro.
Inflação ( H )
As fontes de inflação costumam diferir em função das condições de cada país, como por
exemplo:
a) Tipo de estrutura de mercado ( oligopolista, monopolista, etc.).
b) Grau de abertura da economia ao comércio exterior: quanto mais aberta à economia à
competição externa, maior a concorrência interna entre fabricantes, e menores os preços dos
produtos.
c) Estrutura das organizações trabalhistas: quanto maior o poder de barganha dos sindicatos,
maior a capacidade de obter reajustes de salários acima dos índices de produtividade, e maior
pressão sobre os preços.
Inflação de custos: A inflação de custos poder ser associada à inflação tipicamente de oferta. O
nível de demanda permanece o mesmo, mas os custos de certos fatores importantes aumentam.
Com isso, ocorre uma retração da produção, deslocando a curva de oferta para trás, provocando
um aumento de preços no mercado.
As causas mais comuns dos aumentos dos custos de produção são:
Aumentos salariais: Um aumento das taxas de salários que supere os aumentos na
produtividade da mão de obra acarreta um aumento dos custos unitários de produção, que são
normalmente repassados aos preços dos produtos.
Aumentos do custo das matérias primas: Por exemplo, as crises do petróleo da década de 70,
ao elevar sensivelmente os preços dessa matéria primam, provocaram um brutal aumento nos
custos de produção, em particular nos custos de transporte e de energia com base no diesel.
Estruturas de mercado: A inflação de custos também está associada ao fato de algumas
empresas, com elevado poder de monopólio ou oligopólio, terem condições de elevarem de elevar
seus lucros acima da elevação dos custos de produção.
Continuação ( K )
Uma das distorções mais sérias provocadas pela inflação diz respeito à redução relativa do
poder aquisitivo das classes que dependem de rendimentos fixos, com prazos legais de reajustes.
Nesse caso estão os assalariados que, com o passar do tempo, vão ficando com seus orçamentos
cada vez mais reduzidos, até a chegada de um novo reajuste. Os comerciantes, industriais e o
próprio Governo têm condições de repassar os aumentos de custos provocados pela inflação,
garantindo, assim, a participação de sua parcela no produto nacional.
A distorção provocada por altas taxas de inflação, afeta também o balanço de pagamentos. As
elevadas taxas de inflação, em níveis superiores ao aumento de preços internacionais encarecem o
produto nacional relativamente ao produzido externamente. Assim devem provocar um estímulo as
importações e um desestímulo as exportações, diminuindo o saldo da balança comercial,
normalmente lançam mão de desvalorizações cambiais, as quais, tornando a moeda nacional mais
barata relativamente à moeda estrangeira, podem estimular a colocação de nossos produtos no
exterior, ao mesmo tempo em que desestimulam as importações.
Nas finanças públicas, a inflação tende a corroer o valor da arrecadação fiscal do governo, pela
defasagem existente entre o fato gerador e o recolhimento efetivo do imposto. Maior a inflação,
menor a arrecadação real do governo.
A inflação tornou-se crônica na economia brasileira a partir dos anos 50, várias eram as
explicações para o surgimento dos déficits governamentais. De um lado, a necessidade de o
governo fornecer a infra-estrutura de transportes, energia, saneamento etc., para que o setor
privado pudesse produzir o volume de bens e serviços do governo e a conseqüente ineficiência na
aplicação de seus recursos, associadas à impossibilidade do o governo aumentar a carga tributária
(e, portanto a sua receita), dada o baixo nível de renda per capita da população.
O governo não podia aumentar os impostos para financiar o desenvolvimento econômico, fez a
opção pela emissão de dinheiro. Com isso gerou-se uma típica inflação de demanda: quanto mais
dinheiro circulava, maiores eram as compras, relativamente a uma capacidade produtiva que não
tinha condições de crescer no curto prazo.
O período de 1968 a 1973 foi o do milagre econômico, com elevadas taxas de crescimento
obtidas na economia brasileira. Com o crescimento da produção, a taxa de inflação passou de 25,4
%, em 1968, para 15,7%, em 1973.
A partir de 1973, a crise do petróleo trouxe repercussões profundas na economia mundial, e,
desde essa data, a economia brasileira passou apresentar taxas de inflação crescente.
O principal mecanismo de política econômica de combate à inflação para a corrente liberal
estava na redução da demanda agregada, através da redução dos gastos do governo, de uma
política salarial mais restritiva e do controle da oferta monetária ( razão pela qual os economistas
ortodoxos são também chamados monetaristas ).
Continuação ( K )
Alguns teóricos constataram que a partir de março de 1986, foi mudado o diagnóstico sobre a
inflação brasileira, ou seja, todos os negócios, contratos, etc. eram firmados com base num índice
que procurava garantir a correção monetária dos valores envolvidos. Dessa forma, todos aos
aumentos de preços eram captados pelo índice, e automaticamente eram repassados para todos os
demais preços da economia, gerando um processo automático de realimentação da inflação. A esse
fenômeno auto-alimentador denomina-se inflação inercial.
A inflação inercial seria provocada, fundamentalmente, pelos mecanismos de indexação formal
( salários, aluguéis, contratos financeiros ) , e indexação informal ( preços em geral, impostos,
e tarifas públicas).
Foi com esse diagnóstico inercialista, que o Plano Cruzado procurou romper com esse
mecanismo de propagação da inflação, congelando os preços, salários e o câmbio ( a chamada
política heterodoxa ), numa tentativa de eliminar a “memória” inflacionária.
O Plano Cruzado teve vida efêmera. Muitas foram suas falhas, a começar pela manutenção do
congelamento por um período muito longo ( 9 meses ). Quando foi implantado, os preços relativos
encontravam-se fora do equilíbrio, e muitos preços estavam defasados, o que provocou o
aparecimento do ágio e a maquiagem de muitos produtos. Por ocasião do descongelamento, no
início de 1987, com o chamado Plano Cruzado II, houve uma nova aceleração inflacionária.
Outro planos, como o Plano Bresser e o plano Verão, ainda durante o Governo Sarney, e mais
tarde o Plano Collor, também utilizaram o congelamento de preços e salários para tentar conter o
processo inflacionário brasileiro.
O Plano Collor, de março de 1990, foi o mais ousado na prática de inconstitucionalidades , ao
promover um bloqueio total nos ativos mantidos pelos agentes econômicos juntos às instituições
financeiras.
Em 1994, no Governo Itamar Franco, implementou-se o Plano Real, este por sua vez
reconheceu que as causas da inflação brasileira estavam no desequilíbrio do setor público e nos
mecanismos de indexação. Numa primeira etapa procurou-se equilibrar o orçamento público por
meio da criação do IPMF, que incidia sobre as transações bancárias. Numa segunda etapa
processou-se a quase total desindexação da economia, através da mudança da moeda: passagem
do cruzeiro real para URV e desta para uma nova unidade monetária, o real, de forma muita bem
sucedida. A terceira etapa está na consolidação do Plano, que só ocorrerá se forem implementadas
as reformas que visam modernizar a economia, e principalmente o setor público brasileiro.
2) A empresa Mouse apresentou em 1998 um faturamento na ordem de 250 mil, no ano de 1999
aumentou seu faturamento para 285 mil, se a inflação no período de 1999 foi de 25%, qual o
aumento/diminuição real do faturamento desta empresa em comparação como período de 1998?
3) A empresa Teclado apresentou em 2000 um faturamento na ordem de 285 mil e no ano de 2001
reduziu seu faturamento para 250 mil, se a inflação no período de 2001 foi de 25%, qual o
aumento/diminuição real do faturamento desta empresa em comparação como período de 2000?
4) O Sindicato dos Metalúrgicos fez uma avaliação dos salários da classe operária e constataram
que em 2002 o salário líquido de um operário classe 2 era de R$ 2.500,00 e após o dissídio em
2003 o salário foi para R$ 2.635,00, qual foi o aumento/diminuição real dos salários dessa classe
trabalhadora?
O Setor Externo ( I )
O que leva muitos países a comercializarem entre si? Esta é uma questão básica a ser
respondida. Os economistas clássicos fornecem a explicação teórica básica para o comércio
internacional através do chamado Princípio das Vantagens Comparativas.
O Princípio das Vantagens Comparativas sugere que cada país deva se especializar na
produção daquela mercadoria em que é relativamente mais eficiente (ou que tenha um custo
relativamente menor). Esta será, portanto a mercadoria exportada, por outro lado este país deverá
importar aqueles bens cuja produção implicar um custo relativamente maior.
A Teoria das Vantagens Comparativas foi formulada por David Ricardo em 1817. No exemplo
construído por esse autor, existem dois países (Inglaterra e Portugal), dois produtos (tecido e vinho)
e apenas um fator de produção (mão de obra).
Quando dois países mantêm relações econômicas entre si, entram necessariamente em jogo
duas moedas, exigindo que se fixe a relação de troca entre ambas. A taxa de câmbio é a medida de
conversão da moeda nacional em moeda de outros países. Exemplo: dólar pode custar 0,97 de
real, 1 libra pode custar 1,27 real etc.
Continuação ( L )
Até aqui analisamos a paridade cambial sem considerarmos os efeitos da inflação. No entanto, o
aumento do nível de preços internos – ocorrência da inflação – provoca uma redução da taxa real
de câmbio, ou seja, com a inflação gera-se, internamente, uma queda no poder aquisitivo da
moeda. Os efeitos da perda do poder aquisitivo são: um desestímulo às exportações, uma vez que
o preço do produto exportado não sofre correlação equivalente à inflação; e um estímulo às
importações, já que os bens importados, ao não serem corrigidos, ficam mais baratos.
Continuação ( L )
Balanço de Serviços: Registram-se todos os serviços pagos/ recebidos pelo Brasil, tais como fretes,
seguros, lucros, juros, royalties e assistência técnica, viagens internacionais.
Continuação ( L )
Organismos Internacionais
As grandes guerras mundiais, assim como os conturbados anos da Grande Depressão, que
culminaram com a crise dos anos 30, provocaram enormes perturbações na economia de
praticamente todos os países, e por seguinte nas.
(relações econômicas internacionais). Já ao final da Segunda Guerra Mundial evidenciava-se a
necessidade de mudanças no sistema de pagamentos internacionais.
Tais eram as preocupações reinantes nos últimos anos da Segunda Guerra Mundial, quando se
via no comércio mundial um importante instrumento para potencializar o desenvolvimento do mundo
capitalista.
Dentro desse contexto foram criados os três principais organismos econômicos internacionais
do pós-guerra:
B) Banco Mundial;
Também conhecido por BIRD, foi criado com intuito de auxiliar a reconstrução dos países
devastados pela guerra e, posteriormente, para promover o crescimento dos países em vias de
desenvolvimento.
Continuação ( L )
Fretes Pagos 30
Empréstimos Externos Recebidos 40
Importações ( FOB ) 80
Exportações ( FOB ) 110
Donativos Recebidos e Reais 10
Amortizações Pagas 20
Juros 15
Investimento Direto 70
Viagem ( Turismo Estrangeiro ) 30
Pede – se:
A) O Saldo da Balança Comercial ( BC )
B) O Saldo da Balança de Transações Correntes ( BTC )
C) O Saldo da Balanço de Pagamentos ( BP )
Fretes Pagos 20
Empréstimos Externos Recebidos 20
Importações ( FOB ) 80
Exportações ( FOB ) 100
Donativos Recebidos e Reais 5
Amortizações Pagas 10
Pede – se:
Pede – se:
A) O Saldo da Balança Comercial ( BC )
B) O Saldo da Balança de Transações Correntes ( BTC )
C) O Saldo da Balanço de Pagamentos ( BP )
Fretes Recebidos 45
Fretes Pagos 35
Empréstimos Externos Recebidos 10
Importações ( FOB ) 180
Exportações ( FOB ) 100
Donativos Recebidos e Reais 35
Amortizações Pagas 20
Pede – se:
A)O Saldo da Balança Comercial ( BC )
B)O Saldo da Balança de Transações Correntes ( BTC )
C)O Saldo da Balanço de Pagamentos ( BP )
• Importações ( débito )
• Exportações ( crédito )
B. Balanço de Serviço
• Viagens ( turismo )
• Transportes ( fretes )
• Seguros
• Rendas de Capitais ( juros, lucros, dividendos e lucros reinvestidos pelas multinacionais ).
• Serviços diversos ( royalties, assistência técnica )
• Serviços governamentais ( embaixadas )
Apresentação
O crescimento econômico constitui um processo através do qual a renda per capita de uma dada
sociedade se eleva persistentemente. Acompanhando este crescimento, ocorre uma série de
transformações estruturais de ordem quantitativa e qualitativa. Dentre essas destacam - se:
diminuição das taxas brutas de natalidade e mortalidade, que alteram a estrutura etária da
população e da força de trabalho; ampliação do sistema escolar e de saúde; maior acesso aos
meios de transportes, de comunicação e culturais; urbanização das atividades econômicas e da
força de trabalho em detrimento do setor primário e a favor das atividades de serviços; maior
integração com as economias mundiais; e o aumento da produtividade média da economia nos
diferentes setores da atividade econômica, liberado pelo setor industrial.
O desenvolvimento econômico, por sua vez, pressupõe que, paralelamente ao primeiro
processo, a maior parte da população dessa sociedade seja a principal beneficiária desse conjunto
de transformações estruturais. Entende-se que, ao longo do tempo, para a maior parte da
população, devam ocorrer melhorias no padrão de vida material, maior tempo de vida e saúde,
ampliação no exercício da cidadania, e maiores oportunidades de aperfeiçoamento pessoal.
Assim sendo, estudos sobre a evolução da distribuição de renda e de outros indicadores sociais
são importantes para detectar se de fato o crescimento econômico está atingindo estes objetivos.
No caso brasileiro, essas mudanças se fizeram sentir, principalmente após a década de 50, em
que o país, assim como outros países denominados de em desenvolvimento, ingressou num
processo de crescimento econômico acelerado, sob a liderança do setor industrial. No entanto, ao
contrário de outros países do leste asiático, que também cresceram de forma acelerada, a
evolução dos indicadores sociais apresentou resultados pífios.
Continuação ( n )
Muito se tem discutido e escrito sobre o papel reservado ao sistema educacional como
instrumento para a melhora da distribuição de renda e da riqueza no Brasil. Normalmente os
economistas, a partir da constatação de correlação positiva entre educação ( anos de
escolaridade ) e nível de renda, concluí-se que as desigualdades na distribuição de renda são
resultantes do rápido crescimento da demanda de pessoal qualificado, como conseqüência do
crescimento acelerado da economia brasileira nas últimas duas décadas, para a melhora dessa
situação é suficiente a ampliação da oferta de pessoal qualificado, ou seja, basta ampliar a
capacidade do sistema educacional brasileiro.
A lógica por trás desses resultados parece bastante simples. Os países pobres apresentam
escassez relativamente alta de mão de obra qualificada. Sem este tipo de mão de obra, que só
pode ser obtido por meio da educação formal, não seria possível o desenvolvimento da economia.
Conseqüentemente, ao lado de aumento de estoque de capital, dever-se-ia dar prioridade a
investimentos que ampliassem a oferta de capital humano, para que os países pobres pudessem
desenvolver-se. Os mecanismos com os outros quais a ampliação do estoque de capital humano
poderia contribuir para o crescimento econômico seriam os seguintes:
I – melhoria da força de trabalho, dotando-a de conhecimento e especializando-a;
II - criação de uma liderança intelectual apta a preencher os cargos que se abrem nos setores
público e privado; e
III – criação do tipo de treinamento e educação que elimine o analfabetismo e habilite a força de
trabalho, qualificando-as para atividades ditas modernas.
Continuação ( n )
O Caso Brasileiro: a argumentação tradicional
Muitos têm argumentado que uma das explicações para a deterioração da distribuição da renda
no Brasil, principalmente a partir da década de 60, foi a escassez relativa da mão de obra
especializada. Como nesse período a economia cresceu a taxas elevadas, com conseqüência da
expansão da demanda da mão de obra especializada, em mesmo tempo em que a oferta deste tipo
de mão de obra não se expandiu no mesmo ritmo, o resultado constituiu um aumento substancial
da renda dos que possuíam especialização. Como conseqüência, a solução proposta para resolver
o problema distributivo tem sido no sentido de ampliação da oferta de mão de obra especializada.
E, para isso, seriam necessárias políticas que levassem à ampliação de vagas em todos os níveis
do sistema educacional brasileiro, com o que o próprio mercado se encarregaria de reduzir o
diferencial existente entre as rendas de mão de obra especializada e não especializada.
A razão básica para supor que o sistema educacional seja concentrador de renda repousa
exatamente na correlação positiva que se observa entre nível educacional e renda no ciclo de vida
do indivíduo. E rendas mais elevadas constituem de fato uma realidade para aqueles que
conseguem concluir o ciclo secundário e superior. É comum encontrar diferenciais de renda acima
de 1.000% entre os indivíduos com o primário incompleto e aqueles com formação superior. Uma
vez que o nível de renda depende tão claramente do nível de escolaridade, pode-se afirmar que as
desigualdades de rendas são mantidas ou ampliadas, caso os estudantes dos escalões
intermediários e inferiores de renda sejam desproporcionalmente representados no ciclo secundário
e universitário.
Existem duas razões econômicas fundamentais para justificar a proposição de que o sistema
brasileiro é inerentemente não igualitário, no sentido de que estudantes pobres têm menores
chances de completar um dado ciclo educacional que aqueles de famílias ricas. Primeiro, o custo
da educação fundamental, especialmente o custo de oportunidade do trabalho das crianças, para
as famílias pobres, é mais elevado que para as famílias ricas. Segundo, os benefícios esperados da
educação primária são mais baixos para os estudantes pobres que para os estudantes ricos. Os
custos mais elevados e os benefícios esperados menores atuam no sentido de tornar as taxas de
retorno do investimento, na educação dos filhos, menores para as famílias pobres que para aquelas
relativamente ricas. Conseqüentemente, os pobres têm uma probabilidade maior de abandonar a
escola em seus primeiros anos. Seria, portanto, interessante discutir as razões que contribuem para
essas diferenças entre os ricos e os pobres nos custos e benefícios da educação.
Em primeiro lugar, os jovens contribuem com seus trabalhos para a renda da unidade familiar
pobre, o que significa que, mesmo que os primeiros anos da escola sejam gratuitos, eles acarretam
um custo para a família: a renda sacrificada ou o custo de oportunidade do trabalho do jovem. Este
é o ponto mais elevado para a família pobre do que para a rica.
Continuação ( n )
Nas zonas rurais, e mesmo nas zonas urbanas, é comum o trabalho de crianças em idade
escolar. Se uma criança não pode trabalhar porque está na escola, a família sofrerá queda razoável
em sua produção de subsistência ( no caso das zonas rurais ) ou será obrigada a contratar mão de
obra para substituir a mão de obra da criança. Em qualquer das situações existirá um custo para as
famílias pobres, cuja significância diminui à medida que a escala de renda da família é elevada e
que as famílias estão no setor urbano.
A conseqüência destes custos de oportunidade elevados é de que a freqüência às aulas e,
portanto, o próprio desempenho tende a ser muito menor para as crianças de famílias pobres que
para aquelas oriundas de famílias relativamente mais bem situadas economicamente. Então,
apesar de no Brasil existir educação primária gratuita, e de ser obrigatória por lei, as crianças
pobres e, em especial, as das zonas rurais muito dificilmente conseguem ir além do ensino Médio.
Seu mau desempenho escolar não tem nada a ver com a falta de capacidade de aprendizado. Pelo
contrário, reflete meramente circunstâncias econômicas desfavoráveis.
Em outras palavras, para qualquer nível educacional ( talvez com alguma exceção no nível
superior ) o estudante pobre tende a ter uma probabilidade muito menor de ocupar um emprego
que requeira um dado nível de escolaridade que um estudante rico. Mesmo na agricultura, seria
possível argumentar que, apesar de a educação contribuir para o aumento da produtividade, os
benefícios correntes são maiores para aquelas famílias que possuem terra e também os demais
recursos financeiros para modernizar suas técnicas de produção que para aqueles que não são
proprietárias.
O país mantém após os anos 60, período no qual começam a existir estatísticas sistematizadas,
um elevado grau de desigualdade na distribuição de renda pessoal que se agrava ao longo das
décadas seguintes ( Tabela 19.3 ). Este perfil deve ser remetido em primeiro lugar aos
determinantes estruturais desse fenômeno e em seguida à inexistência de políticas distributivas
contínuas e consistentes conduzidas pelo Estado após os anos 50, quando se inicia um processo
persistente de industrialização.
Tabela 19.3
Distribuição de Rendimento da População Economicamente Ativa. Brasil 1960-1993.
Continuação ( n )
Os anos 60
Entre os anos 60 e 70, todos os percentuais de renda perderam participação, exceto os 10%
mais ricos. Isto deflagrou um intenso debate nos anos 70 sobre as principais causas que motivaram
tal fato. Entre as interpretações divergentes e complementares é interessante reportar pelo menos
duas. A primeira liderada por Langoni ( 1973 ), postulou o efeito de 2 mecanismos transitórios e
auto-corrigíveis ao longo do rápido processo de crescimento econômico no período, para explicar o
grau de desigualdade, referia-se às mudanças na composição da força de trabalho, por região,
setor econômico, sexo e, especialmente na distribuição da escolaridade. O segundo dizia respeito
ao crescimento da demanda por mão de obra qualificada como conseqüência da
complementaridade entre capital e mão de obra mais qualificada ao longo do processo de
crescimento econômico.
Os anos 70
No anos 70, a tendência concentradora continuou, embora de uma maneira menos exacerbada
do que na década anterior. A manutenção das altas taxas de crescimento econômico e a expansão
do emprego urbano permite ganhos reais para todos os estratos de renda, embora os grupos mais
elevados, especialmente os 10% mais ricos, tenham apresentado novamente taxas de crescimento
da renda superiores aos demais.
Estudo realizado por Hoffmann para os anos 70 mostra que a renda familiar para o Brasil
permaneceu praticamente inalterada nesta década. Este fato deveu-se, segundo este autor, a dois
motivos: maior número de membros por família que trabalham, menor tamanho médio das famílias
e menor grau de desigualdade na região Sudeste. Por sua vez, os indicadores calculados de
acordo com o conceito de rendimento familiar per capita revelaram que ocorreu uma redução
sensível no índice de desigualdade. Este fato também é explicado pelo aumento do número de
membros ativos por família e pela diminuição do número médio das famílias, que declinou de 4,8
para 4,4 membros.
Planos de estabilização
Plano Cruzado
O Plano Cruzado foi um conjunto de medidas econômico-institucionais descrito pelo
Decreto-lei no 2.283, cujas principais medidas foram:
- substituição do cruzeiro pelo cruzado como nova moeda do sistema monetário brasileiro, 1
cruzado equivalendo a 1.000 cruzeiros;
- conversão geral, por prazo indefinido, dos preços finais dos produtos, ao nível vigente em
27 de fevereiro (exceto as tarifas industriais de energia elétrica);
- conversão dos salários com base na média do seu poder de compra nos seis meses
anteriores, e mais um acréscimo de 8% para os salários em geral e de 16% para o mínimo;
- aluguéis e hipotecas seriam convertidos seguindo-se a mesma fórmula aplicada aos
salários, mas sem o aumento de 8%;
- introdução da escala móvel de salários (gatilho), a qual garantia um reajuste salarial
automático a cada vez que o aumento acumulado no nível de preços ao consumidor
atingisse 20%;
- proibição da indexação em contratos com prazo inferior a um ano;
- conversão dos contratos previamente estabelecidos em cruzeiros para cruzados, de acordo
com uma tabela em que o cruzeiro era desvalorizado a uma taxa mensal de 14% (taxa de
inflação mensal esperada contida nos contratos) em face da nova moeda.
- O regime cambial foi congelado na paridade de 13,84 cruzados por dólar.
Nos primeiros meses, o plano teve aparente sucesso, com controle da inflação e
crescimento econômico.
- O grande apoio da população deu origem aos “fiscais do Sarney”. O congelamento
transformou-se assim no elemento do Plano Cruzado de maior apelo popular, o que levaria o
governo a sustentá-lo ao máximo, a qualquer custo, sobretudo por se tratar de ano eleitoral.
- Houve uma explosão de consumo, reprimido durante os anos anteriores, provocada pelo
aumento do poder de compra dos salários, além de uma grande “despoupança”.
- Após as eleições estaduais, foi decretada outra ampla reforma econômica: o Cruzado
-
Plano Bresser
- No mês de junho de 87, o novo ministro lançou o Plano de Estabilização Econômica, mais
conhecido como Plano Bresser, um pacote híbrido, com elementos ortodoxos e heterodoxos,
assemelhando-se ao Cruzado em alguns aspectos, mas procurando evitar os erros já
cometidos.
- A meta principal do plano era controlar a inflação e evitar uma hiperinflação. Para tanto o
governo tomou as seguintes medidas:
- o gatilho foi extinto, reduziu-se os gastos do governo e as taxas de juros reais foram
mantidas elevadas;
- preços e salários foram congelados por três meses;
- política cambial de desvalorizações diárias para evitar desequilíbrios externos;
- política fiscal e monetária rigorosas.
- No início, o plano atingiu alguns de seus objetivos, baixando a inflação e o déficit público e
expandindo os saldos comerciais, o que possibilitou o fim da moratória da dívida externa.
- Com o passar do tempo, outros problemas começaram a surgir: o plano perdeu
credibilidade junto à opinião pública, os desequilíbrios dos preços relativos e superávits
comerciais causaram pressões inflacionárias, os juros altos inibiram o investimento e a
reforma tributária que fazia parte do plano foi barrada por restrições de ordem política.
- O plano em si
Fase 1 – o PAI
Fase 2 – a URV
Setor externo
O retorno ao FMI
Trabalho em Grupo
Assunto: Estrutura de Mercados
Conclusão Individual: Cada participante do grupo deverá fazer sua conclusão individual
sobre o assunto pesquisado de forma manuscrita. ( 0 – 5 ).
A montagem do trabalho de ser feita inicialmente pela pesquisa, e depois pelas conclusões
individuais por ordem alfabética.
Estrutura do trabalho
Política de preços.
Participação de mercado.
O dia marcado para a reunião era de intensa chuva. Os escritórios da Carly, empresa real com
nome fictício, localizada em Santa Catarina, ainda estavam tranqüilos enquanto as pessoas
chegavam atrasadas devido ao mau tempo.
Maria Clara, Gerente de Marketing, iniciou a discussão: “ Permitam-me fazer um balanço de
nosso progresso com o Novaton. Nós o lançamos há 18 meses num mercado onde não havia
produtos concorrentes, e sabíamos que ele seria realmente valioso para os nossos consumidores.
Definimos nosso preço inicial em R$ 250,00 por unidade, prevendo vender 5 mil delas no primeiro
ano, outras 20 mil neste ano e 40 mil no ano que vem. Sabíamos que, à medida que os
consumidores passassem a usar o produto, eles comentariam com outras pessoas. A divulgação
boca em boca seria nossa melhor publicidade”.
Fez uma pequena pausa e prosseguiu: “ Sabemos que este produto é realmente bom e que
quem comprou está satisfeito. Apesar disso, até hoje conseguimos vender somente 492 unidades.
E agora ficamos sabendo que a Theru está preste a lançar um produto concorrente chamado T-200.
Alguns de nossos distribuidores já o viram e dizem que é tão bom quanto o nosso. A Theru avisou
os distribuidores que seu preço ficará 15% abaixo do que praticamos. Em outros mercados onde
enfrentamos a Theru, tivemos que ser realmente agressivos em corte de preços para que
pudéssemos manter nossa participação, desta vez, gostaríamos de nos antecipar a eles e usar uma
estratégia preventiva”.
A diretora comercial da Maria, Neusa de Oliveira, concordou e disse: “ O que você sugere? Não
esqueça que nos comprometemos com metas altas de lucro para este ano. Não gostaria de dizer à
divisão que não vamos cumpri-las, especialmente tão cedo no ano”.
“ Bem, o que propomos é o seguinte ”, começou Maria. Uma vez que no passado a Theru
sempre rebaixou os preços, vamos cortar preços antes deles e tornar mais difícil competir conosco.
O corte que propomos e de 30%. Para mantermos a lucratividade vamos cortar gastos com
publicidade. Além de desencorajar a Theru, supomos que o preço mais baixo será tão atraente que
o volume de vendas irá disparar, excedendo o nível de lucro projetado para este ano.”
Neste momento, Robson Fine, gerente de produtos, entrou na discussão e perguntou qual era o
nível de reconhecimento do público em relação ao Novaton. Maria não soube responder, mas sua
secretária chamada Luciana Nego encontrou uma pesquisa de mercado indicando que o
reconhecimento era de 25%.
Neusa hesitou: “Alguém aqui sabe se a Theru construiu instalações para fabricação do produto
deles?”. Moacir, gerente de manufatura, respondeu: “Tenho a informação de um vendedor, de que
eles compraram duas máquinas para um projeto secreto. Pelo tamanho das máquinas, a
capacidade seria de cerca de 40 mil unidades por ano, quase 60% de nossa capacidade”.
Neusa quis saber como eram os custos da Theru, e também se a concorrente seria capaz de
ganhar dinheiro se os preços do Novaton fossem rebaixados em 30%.
Com base em nossos custos, e no fato de que a Theru está investindo 2 anos depois de nós,
acreditamos que a concorrente terá uma margem de 3% sobre as vendas, informou Eduardo que
na equipe desempenhava o papel de especialista em inteligência competitiva e pesquisa de
mercado. “ Porque fomos os primeiros a entrar no mercado e os consumidores nos conhecem
melhor; pensamos que a Theru não conseguirá uma participação suficiente que justifique sua
entrada, acrescentou”.
“ Concordo”, disse finalmente Neusa. “Vamos reduzir os preços. Sabemos que a Theru sempre
faz isso e está claro que não estamos atraindo o consumidor para o nosso produto porque estamos
cobrando caro demais. Mantenham-me a par do andamento das vendas. Precisamos manter
nossos níveis de lucro em crescimento”.
Reunião concluída, Maria se retirou para definir uma nova lista de preços e passá-la à força de
vendas. A caminho de seu escritório, ela deu uma passada na sala do gerente de impressão e
solicitou que ele interrompesse toda a divulgação do Novaton.
Diversas observações pertinentes sobre definição de preços podem ser levantadas em relação
a este caso, classifique-as por ordem de importância e apresente soluções para os proplemas
levantados.