O Que Os Outros Pensam SOBRE NÓS

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O que os outros pensam

Por// Nazar Tocha e Vanda Oliveira

sobre ns
Que imagem projeta de si no trabalho, nos afetos e na relao com a sua prpria sade?

or que razo o que os outros pensam sobre ns tem tanta (ou, em alguns casos, to pouca) importncia? Somos seres sociais, vivemos em grupo, logo natural sentirmos a sua influncia e darmos importncia forma como somos vistos e valorizados. Muitas vezes, atravs dos outros que nos integramos a ns mesmos, responde Catarina de Castro Lopes, psicloga clnica. Na prtica, o impacto da opinio alheia depende da interpretao que damos a essa informao e da nossa autoestima. Podemos chegar concluso de que determinada opinio foi importante para ns, em certo momento, ou perceber que de nada nos serve ou ajuda. Pode decidir rejeit-la, defender-se ou, se fizer sentido para si, receb-la com humildade e aprender alguma coisa, proporcionando crescimento pessoal. A anlise que reunimos de oito especialistas sem querer deix-la ficar refm do potencial juzo dos outros (dependente tambm da personalidade de quem avalia) pretende ajud-la a detetar aspetos que desconhecia e a melhorar a imagem que projeta sobre si e na qual gosta (ou no) de se rever. Porque, no final, como sublinha a psicloga, mais importante do que os outros pensam de ns o que pensamos sobre ns mesmos.

Os nossos especialistas

Dra. Alcina Rosa, psicloga clnica

Dra. Catarina de Castro Lopes, psicloga clnica

Dra. Lisa Ferreira Vicente, mdica especialista em ginecologia/ obstetrcia


(Foto: Jorge Sequeira)

Dr. Lus Gouveia Andrade, mdico oftalmologista

Prof. Dr. Manuel Carrageta, mdico cardiologista e presidente da Fundao Portuguesa de Cardiologia

Prof Dra. Maria do Cu Machado, mdica pediatra

Dr. Quintino Aires, psiclogo clnico

Prof. Vtor Rodrigues, psiclogo e psicoterapeuta

trabalho
A forma como gere a presso no emprego vista por quem trabalha consigo, segundo o psiclogo clnico Vtor Rodrigues.

Ao trabalhar em equipa...
Tento liderar o grupo Fico bloqueada pO que pensa o chefe Ou trato esta pessoa com pezinhos de l ou mais vale despedi-la. No aguenta a presso, logo poder ir-se abaixo quando mais precisar dela. pE os seus colegas? pena, mas esta pessoa no consegue aguentar-se. Se precisarmos dela, poder no estar l, por isso melhor no contarmos com ela. pMelhore a sua atitude sempre bom mostrar capacidade para trabalhar bem, mesmo em condies difceis. Bloqueios deste tipo costumam surgir perante altos nveis de ansiedade e, por isso mesmo, podem desaparecer quando se aprende a geri-la melhor. A ansiedade at pode contribuir para bons resultados, pois s se torna bloqueante quando excessiva. pO que pensa o chefe Tem capacidade de liderana e de afirmao pessoal e, provavelmente, capaz de negociar, de ouvir o outro e de mediar. indicado para funes de responsabilidade, de mediao de conflitos e de negociao comercial, analisa Alcina Rosa. pE os seus colegas? Se forem pessoas bem resolvidas, podem perceber que algum capaz de estabelecer consigo uma relao de cooperao. Se tiverem grande capacidade de afirmao e no gostarem de ver o outro a afirmar-se, podem achar que prepotente. pMelhore a sua atitude Se tem boas ideias, produtiva, ouve os outros e sabe manifestar-se, deve continuar assim, mas evite deslumbrar-se com a sua capacidade. Se isso acontecer passa a centrar-se em si mesma e pode perder esse trunfo. No consigo expor as minhas ideias pO que pensa o chefeSe se viu representada nas decises tomadas, ele pensa: Tenho aqui algum mesmo muito bom para trabalhar numa funo com um nvel de responsabilidade menor: sabe ouvir e consegue trabalhar na dependncia de algum, diz Alcina Rosa. pE os seus colegas? Haver os que olham para si como algum ideal com quem trabalhar porque sabe faz-lo em equipa, sabe ouvir e capaz; mas pode haver quem a veja simplesmente como algum que no se queixa e de quem se pode abusar. pMelhore a sua atitude Pense em que aspetos se pode desenvolver. Valorize-se para ganhar a confiana necessria para ir manifestando a sua posio e sentir que tem um papel ativo a desempenhar. Prefiro trabalhar sozinha DO que pensa o chefe um timo candidato para projetos individuais, diz Alcina Rosa. Noutros casos, pode vir a sugerir-lhe que desenvolva as suas competncias sociais. DE os seus colegas? Estas pessoas normalmente so vistas como muito competente e confiveis mas socialmente inbeis, muito tmidas. So valorizadas e estimadas e vistas como algum com quem se deve contar porque h determinadas informaes que s elas dominam. DMelhore a sua atitude Tem um lugar na organizao mas, se quiser melhorar as suas competncias sociais, tem de fazer um trabalho de desenvolvimento pessoal e possivelmente at psicoteraputico para vencer os seus medos sociais.

Responsabilidade

A minha relao com o stresse


Sou imune, no me afeta pO que pensa o chefe Posso contar com esta pessoa, ajuda-me a aguentar o barco mesmo que as coisas corram mal, descreve Vtor Rodrigues. pE os seus colegas? Gostamos de estar com esta pessoa, ajuda a relativizar os problemas e a encontrar mais calma. pMelhore a sua atitude Uma imagem de calma precisa de corresponder realidade e, alm disso, importa que no aparente indiferena ou superioridade. Mantenha a calma, mas mostre interesse e empatia pelo que os outros sentem. Preciso dele para funcionar pO que pensa o chefe s vezes cansa-me ter de andar atrs de pessoas como esta. Dava-me jeito algum com mais autonomia, responsabilidade, iniciativa, conta o psiclogo. pE os seus colegas? c dos nossos mas parece que no sabe mexer-se sem ter algum a pression-lo. pMelhore a sua atitude bom mostrar iniciativa e capacidades de corredor de fundo. Por vezes, algumas pessoas procuram momentos de presso para mobilizarem as suas capacidades e isso pode funcionar, mas importa no dar a imagem de que s conseguem trabalhar em cima dos prazos ou de que no conseguem fazer por si o que lhes compete.

Os erros devem...
s Ser LOGO assumidos

s Comunicados quando j no h nada a fazer

Passa a imagem de uma pessoa honesta, confivel que sabe assumir responsabilidades mesmo que seja difcil, diz Vtor Rodrigues. Mas ateno: No deixe que uma eventual tendncia para ter sentimentos de culpa a leve a assumir erros com demasiada facilidade. Parece ter boa vontade mas o senso de responsabilidade e lealdade no dos melhores. Dava jeito que soubesse trabalhar em equipa, pode pensar o seu chefe. Se no partilha, como podemos confiar nele?, possvel que aqueles que trabalham consigo se questionem. Mude: Aprenda a partilhar responsabilidades e a pedir ajuda, mostrando esprito de colaborao e humildade: Fiz asneira e estou tentar resolv-la. Alguma sugesto?.
s Tenho dificuldade em assumir erros

Autoestima

Como reage crtica?


A autoestima indissocivel da autocrtica, a capacidade de identificar e tolerar as insatisfaes pessoais e as crticas dos outros, aponta Catarina de Castro Lopes, psicloga clnica.

f Se existir uma autoestima fortalecida, ser mais fcil tolerar as crticas e aprender

Acredito em mim

com os erros: se estiver segura do seu valor, sentir maior serenidade perante as opinies dos outros. Algum detentor de uma autoestima adaptativa ou adequada tolera eficazmente os feedbacks do exterior. Pessoas com nveis mais elevados de autocrtica so mais capazes de naturalizar as crticas dos outros, tolerando-as e aprendendo com os seus prprios erros.

Sou insegura

f Pode sentir uma espcie de dependncia da opinio dos outros para tomar decises. Se a sua autoestima no estiver fortalecida ou se for demasiado exigente consigo mesma pode haver um gnero de filtro mental que absorve todas as crticas negativas ou depreciativas, indo ao encontro da imagem negativa que tem de si prpria.

Tome nota

A forma como nos veem vai depender da personalidade de quem avalia e dos objetivos que tem na empresa, sublinha Alcina Rosa.

No se espante se o seu chefe pensar quem funciona assim no est aberto a aprender. Quando a oportunidade surgir, talvez seja melhor promover outra pessoa. No tenha receio de dizer: ajudem-me a ir mais longe da prxima vez.

Se tenho um prazo para cumprir...


O que seu chefe pode pensar s Aviso logo que no vivel Esta pessoa no tem autoconfiana nem senso de responsabilidade ou empenho. A dispensar. O que os seus colegas podem pensar s No se pode confiar como apoio ou recurso. O que pode mudar s melhor adotar a atitude farei o que puder. importante mostrar capacidade e empenho, mas tambm razoabilidade. Nada. J mostra sentido de autoafirmao e vontade de trabalhar.
Fonte: Vtor Rodrigues, psiclogo clnico

famlia
Interpretaes de dilogos e monlogos da vida conjugal, segundo Quintino Aires, psiclogo clnico.

Mesmo antecipando que no ser exequvel, tento cumpri-lo

Parece ponderada e cuidadosa, com vontade de trabalhar. Posso confiar-lhe responsabilidades.

Uma pessoa com quem se pode trabalhar. sincera e tem boa vontade.

No que toca ao sexo


Sou eu que tomo a iniciativa pO seu companheiro pensa... Gosta tanto de mim que no preciso de me preocupar com a nossa relao, refere Quintino Aires. pMelhore a sua relao Pergunte-lhe o porqu de ele nunca tomar a iniciativa. Explique que, assim, no consegue sentir-se desejada e amada, mesmo que no seja o caso. Nunca, nunca mesmo, espere em silncio que ele se lembre se passar muito tempo, desde a ltima relao sexual. quase sempre ele que toma a iniciativa pO seu companheiro pensa... Ela no tem interesse. Com tantos aspetos positivos que a caracterizam, que pena no ser mais parecida comigo nesta rea. pMelhore a sua relao Faa uma surpresa, tome a iniciativa. Com o tempo, e se est cansada, proponha uma brincadeira sexual mais rpida. Nunca diga que as mulheres so diferentes dos homens, porque existe o risco de ele conhecer outras mulheres e descobrir que no verdade. No temos vida sexual pO seu companheiro pensa... Agora, uma parte importante da nossa vida j acabou. Ou ter sido o nosso casamento que terminou? pMelhore a sua relao Converse sobre o assunto, fora do quarto e a dois. No aceite a desculpa de que, com o passar do tempo, todos os casais diminuem a frequncia do sexo. Se no resultar, consulte um terapeuta.

Cumpro, nem que tenha de trabalhar fora de horas

Esta pessoa d-me imenso jeito. Vamos aproveitar tanto empenho, enquanto no estourar?

Temos de competir mesmo quando tem mais tempo e ns precisamos de cumprir obrigaes com a famlia. Est a pr-nos em causa.

Algum que se sacrifica demais pelo trabalho pode criar, nos outros, hbitos de abuso. Pode ainda criar, junto dos colegas, desconfianas e ressentimentos.

Redes sociais

Quanto tempo passa a trabalhar?


Utilize as redes sociais numa perspetiva profissional e fique apenas aberta a contactos pessoais muito importantes, aconselha Alcina Rosa, psicloga clnica.

80 % 100% 50%
Se tem um chefe para quem o fundamental estar a trabalhar, ele vai olhar para si como algum que v o trabalho como uma prioridade e que poder promover. Alguns colegas podem consider-la uma ameaa: quer colar-se ao chefe para benefcio pessoal e/ou que no tem mais nada para fazer.

Oferecer um livro sobre sexo e prazer no feminino pode ajudar a melhorar a vida sexual

Tome nota

Todos os dias, ou quase, digo ao meu parceiro...


Amo-te pO seu companheiro pensa... Se a palavra for dita isoladamente ele pode pensar que dita sem sentimento. pMelhore a sua relao Integre a palavra numa frase: Amo-te porque tu Tenha o cuidado de construir frases que realmente se apliquem a ele em particular. Esta relao no est a funcionar pO seu companheiro pensa... Outra vez a mesma conversa. Comeo a ficar farto. pMelhore a sua relao Guarde esta frase para quando no est mesmo a funcionar. E no se esquea de explicar porqu e de exigir um tempo para os dois conversarem. Eu que sei pO seu companheiro pensa... igualzinha me dela. Mas o melhor deix-la falar e depois fao como quero. pMelhore a sua relao Comece por perguntar a razo de ele afirmar ou fazer o que disse ou fez. De imediato, apresente-lhe o seu ponto de vista. No fim pergunte-lhe: Ento como vamos fazer?.

do tempo

Se o seu chefe no beneficia dos seus contactos sociais, vai ter a imagem de um trabalhador que valoriza menos e a quem sero atribudos menores graus de responsabilidade, porque no est focado. Alguns colegas pensaro o mesmo: algum que desvaloriza o trabalho, um abusador: o que no faz vai sobrar para os outros.

do tempo

Desinteresse, desrespeito, irresponsabilidade esta a imagem que passa s chefias e aos seus pares. Se tiver necessidade de manter o emprego ser obrigada a mudar.

do tempo

Partilha
em relao educao dos filhos...

Tarefas domsticas

sude

Quem manda sou eu pO que o seu companheiro pensa uma postura agressiva de quem no sabe valorizar nem respeitar o ponto de vista do outro. De onde, seremos tendencialmente vistos como arrogantes, intransigentes, agressivos e fechados ao dilogo, refere Vitor Rodrigues. pO que o seu filho sente Voc o chefe, indica Alcina Rosa, e portanto tudo lhe vai ser dirigido, sendo provvel que pai e filho se juntem para tentarem demov-la. As crianas tendem a imitar o comportamento dos pais, por repetio ou por oposio. Poucas so as que o fazem por construo (melhorar o comportamento dos pais). Neste caso, o filho uma vtima potencial: na infncia, se se quiser impor s outras crianas pode ser posta de parte; na idade adulta, pode ter padres sociais mais agressivos ou passivos. Em ambos os casos os outros afastam-se, no segundo tambm podem tentar aproveitar-se dela.

No me consigo impor pO que o seu companheiro pensa No posso contar muito com ela. Era prefervel que tivesse autoridade, para podermos educar os filhos em conjunto, descreve Vtor Rodrigues. pO que o seu filho sente No manda, no conta ou no se importa, est ausente, no quer saber (est mais envolvida noutro projeto, profissional, por exemplo). Os filhos sabem que pedem e que acaba por ceder. Estas crianas podem ser muito manipuladas, sentem que no tm poder, que no so capazes de se impor porque no so capazes de cortar o vnculo emocional, deixam-se levar, alerta Alcina Rosa.

Raramente estamos de acordo pO que o seu companheiro pensa Esta situao implica, por vezes, uma expectativa negativa face capacidade do outro para dialogar, o que no ajuda, considera Vtor Rodrigues. pO que o seu filho sente A criana pode achar que normal ou ento viver em sofrimento. Pode sentir-se a causa da conflitualidade; viver com medo de uma separao ou num desejo constante de que ela ocorra ou, at, numa ambivalncia de sentimentos, retrata Alcina Rosa. Pode ainda encontrar um benefcio secundrio: se tenho de aguentar este sofrimento, utilizo a situao em meu proveito: se um dos meus pais disser no, peo ao outro.

Ou os seus filhos a veem como uma mulher submissa e crescem a pensar que ao sexo feminino que cabe este tipo de responsabilidade ou como algum exigente, obsessivo, que no deixa ningum participar porque acha que os outros no fazem as coisas to bem, descreve Alcina Rosa. pMude a sua forma de pensar Pergunte-se porque faz as tarefas sozinha: se por ser muito exigente, cabe-lhe mudar de atitude. Mesmo que os outros no as faam to bem, voc pode ensinar os seus mtodos de modo construtivo e, at, melhorar o desempenho dos outros; se o faz por ser submissa, se no tem fora na sua relao para que o outro partilhe as tarefas consigo pode, pelo menos, mudar a sua postura em relao aos filhos, ensinando-os a serem solidrios, aconselha.

Fao tudo sozinha

O que diz (e o que no diz) ao seu mdico interfere na qualidade do servio prestado. Leia como algumas opes que faz, dentro e fora do consultrio, so interpretadas por quem cuida de si.

Quando vai a uma consulta


Chego com um diagnstico feito pela Internet pO que pensa o mdico movida por grande ansiedade ou por esprito de independncia, exemplifica Manuel Carrageta, cardiologista. interessada e tem alguma literacia em sade, considera Maria do Cu Machado, pediatra. H uma menor assimetria entre o profissional de sade e o doente, o que permite, por vezes, um dilogo sobre a doena e a interveno mais adequado e compreensvel pelo doente, analisa a mdica. Muitos sites no so credveis, nem sempre tm base cientfica e fazer esta pesquisa acaba por dificultar o dilogo: o doente acredita mais no site do que no mdico, refere Maria do Cu Machado. O doente pode chegar a diagnsticos alarmantes que causam sofrimento desnecessrio. A interpretao dos sintomas perturbada pela reao emocional e pela falta de conhecimentos, acrescenta Manuel Carrageta.

DA alternativa A comunicao assertiva, que respeita o outro e sabe fazer-se respeitar, resulta muito melhor. Diga antes sinto isto e estou muito interessada na tua perspectiva; vamos decidir em conjunto, tendo em conta o interesse dos nossos filhos; no importa ter razo, mais relevante educar bem, sugere Vtor Rodrigues.
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DA alternativa At um pouco antes da adolescncia, as crianas do-se bem com uma ditadura benevolente ou uma democracia musculada, em que sejam respeitadas mas sintam que existe uma estrutura clara, indicando-lhes, com afeto, com o que contam, o que podem e no podem fazer, o que esperado delas. Esta abordagem pode exigir algum trabalho pessoal. Em alguns casos, para uma economia de esforo, pode ser prefervel reencaminhar os pedidos dos filhos para o marido, refere Alcina Rosa.

DA alternativa Interesse-se pelo ponto de vista do outro. Mais do que procurar ter razo ou vencer uma discusso, importa considerar que o objetivo comum o bem dos filhos. Por causa dos filhos, escolho pensar e agir contigo, aconselha Vtor Rodrigues. Se a criana revela agressividade, passividade, choro, alteraes do apetite ou do sono, deve tentar mudar a relao com a ajuda de terapia familiar, aconselha Alcina Rosa.

Ele d-me uma ajuda

Tome nota

As crianas tendem a imitar o comportamento dos pais, por repetio ou por oposio

Vive uma situao de falsa partilha e passa a imagem aos filhos de que a responsabilidade sua e que, portanto, quando os outros fazem alguma coisa por simpatia e voc ainda tem de agradecer, refere Alcina Rosa. pMude a linguagem. Em vez de pe-me a mesa, apanha-me a roupa, diga pe a mesa para todos, apanha a roupa e eu dobro-a. Se o objetivo for modelar a partilha, tem de passar a ideia de que as tarefas so uma responsabilidade coletiva, acrescenta.

Considero positivo os doentes enviarem questes por email antes da consulta, diz Manuel Carrageta

Sabia que...

Aquilo que no faz


antes de terminar A consulta...
Esclareo todas as dvidas e mais algumas pO que pensa o mdico compreensvel, uma vez que o paciente deseja otimizar o seu tempo e o seu dinheiro mas, no final, se forem demasiadas perguntas, a utilidade poder ficar muito diluda, refere Lus Gouveia Andrade, mdico oftalmologista. Procurar numa mesma consulta percorrer diversas questes no s impossvel como no permite abordar em detalhe os problemas mais recentes, sublinha o especialista. Isto sem esquecer que o mdico confrontado com a presso administrativa para ver muitos doentes com tempo limitado, acrescenta Maria do Cu Machado. positivo o dilogo entre o mdico e o paciente e o facto de que quem fica esclarecido tende a procurar menos os cuidados de sade e aceita que no se justificam exames desnecessrios, afirma Lus Gouveia Andrade. Antes de uma consulta, o paciente deve identificar o que mais o preocupa, as suas maiores dvidas. s No diz lhe diz a verdade

O que pensa o mdico quando...

Muitas vezes, percebe--se que o doente est a mentir ou a omitir dados. Quer parecer bem comportado. frequente e parece-me muito humano. Contudo, h situaes em que ocultar questes ou hbitos que tm grandes implicaes na vigilncia mdica pode impedir que se faam bons diagnsticos, alerta Lisa Vicente, ginecologista e obstetra.
s No cumpre o tratamento

Peo para prescrever medicamentos que no so da especialidade do mdico pO que pensa o mdico Compreendo plenamente esta atitude. Resulta da dificuldade que os pacientes tm em marcar consulta com o mdico de famlia. Por outro lado, muitas vezes, tm de marcar (e pagar) uma consulta apenas para que possam ter acesso s receitas dos medicamentos de que necessitam: no s no justo como implica uma menor eficincia de todo o sistema de sade, considera Lus Gouveia Andrade. Como agir Pode aproveitar para pedir receita de alguns medicamentos essenciais e cuja continuidade esteja em risco, mas no deve abusar ou desvirtuar o objetivo da consulta, convertendo-a numa simples ao de transcrio de receiturio, refere o especialista. p

O mdico vai querer perceber as razes que a levam a no cumprir os tratamentos e explicar as vantagens e inconvenientes da teraputica. Nestes casos, conta Manuel Carrageta, cardiologista, da maior importncia o mdico dizer ao paciente que est disponvel. Assim, mais provvel que o contacte antes de interromper uma teraputica.
s No consegue perguntar nada

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A grande desvantagem que sai da consulta sem colocar as suas prprias dvidas e, com isso, acaba por no ter uma fonte segura e rigorosa de informao que o seu prprio mdico, aponta Lisa Vicente.

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