União Cristã Brasileira de Comunicação Social - Joana - Puntel PDF

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ECLESIOCOM

Conferncia Brasileira sobre Comunicao Eclesial


Ctedra UNESCO de Comunicao da Metodista
TEMA/2012:
Comunicar: derrubar muros e construir pontes. Comunicao e Ecumenismo



UNIO CRIST BRASILEIRA DE COMUNICAO SOCIAL
Uma memria que no se extingue


Agradeo a Comisso Organizadora do Eclesiocom, pela pertinncia do
tema Comunicar: derrubar muros e construir pontes. Comunicao e
Eumenismo. Agradeo pelo convite para contribuir, nesta 7 edio do
Eclesiocom, sim, contribuir, fazer memria de uma instituio, a Unio Crist
Brasileira de Comunicao Social, que atravessou dcadas, que nasceu em
meio a conflitos, que perseguiu um ideal de vida, de cidadania, de valores
cristos e os quis brindar sociedade com discusses mais aprofundadas,
que trouxessem sociedade um olhar comunicacional entrelaado com os
valores humano-cristos scio-culturais e com as mudanas transformadoras
que se sucediam na sociedade, e que se encontram inteiramente
representados no tema deste Eclesiocom, isto , ... derrubar muros e construir
pontes. Comunicao e Ecumenismo.

Recuperar a memria de algo, pode conter duas vertentes:
simplesmente a descrio histrica de uma instituio, para os que
contemplam o objeto distncia e, portanto, desenvolvem uma pesquisa; a
outra vertente, o fazer memria, sem distanciar-se da histria, mas a
memria de algo vivido, sofrido, amado, conquistado, acreditando na meta e,
por isso, lutando, atualizando e aprofundando os conhecimentos, entregando-
os sociedade e, portanto, continuamente construindo pontes. Uma dessas
pessoas que, juntamente com seus companheiros, iniciou a UCBC e viveu o
que eu acabo de descrever o nosso querido Mestre, prof. Dr. Jos Marques
de Melo. Outra meno de grande importncia, na fundao da UCBC, foi Frei
Romeu Dale, de saudosa memria. Dale foi um grande amante e incentivador
para que a UCBC tivesse um carter ecumnico e no somente catlico,
justamente nos passos do Conclio Vaticano II, que abriu as portas para o
dilogo.

Ao fazer memria da UCBC, certamente, serei omissa em tantos ricos
detalhes que o prof. Marques saberia completar... pois cada vez que lemos ou
ouvimos a histria vivida da UCBC, nos emocionamos; tudo tem sentido, tudo
tem valor, porque queramos construir pontes, derrubar muros, plantar o novo,
sem a mesquinhs vazia do poder, do vencer, do ser o dominador. Portanto,
professor Marques, perdo pelas omisses que cometerei, pela riqueza dos
detalhes que a premncia do tempo me obrigam a omitir.

2


O contexto de um nascimento UCBC

A Unio Crist Brasileira de Comunicao Social (UCBC) foi fundada em
So Paulo. O 18 de julho de 1969 marcou o seu incio. Foi um ato corajoso dos
brasileiros que participaram do IV Congresso da Unio Catlica Latino-
americana de Imprensa, denominada UCLAP. Nesse Congresso (UCLAP), que
se realizava em So Paulo, os participantes, 114, provinham de 14 pases da
Amrica, mais Cidade do Vaticano e Frana.
1

preciso notar que a realizao de tal Congresso, tanto na sua
preparao, quanto na sua execuo, no foi pacfica, pois vivia-se momentos
dramticos da vida nacional, onde a deciso do AI-5 (1968) fazia-se pesar
fortemente, sobretudo, na imprensa. Segundo Jos Marques de Melo, este fato
influiu para que se realizasse em S. Paulo o Congresso Latino-americano.
2
O
momento era de grande represso e a Igreja j estava sendo visada pelo
regime militar, pois crescia a sua posio de instituio que abrigava as vozes
discordantes do regime militar.
Entretanto, j na organizao daquele Congresso, as dificuldades se
fizeram sentir: um grupo da comisso se posicionava por um tipo de Congresso
que pudesse ser um veculo para denunciar as arbitrariedades cometidas pelo
regime militar em relao imprensa. Mas um dos membros da comisso
advogava um tipo de congresso que tivesse um marco oficialista, chegando,
inclusive a fazer viagens a Braslia para contatos com o Palcio do Planalto,
envolvendo at a indicao do Marechal Costa e Silva, como uma espcie de
Presidente de Honra do Congresso. Entretanto, houve uma reao muito
grande, principalmente de trs pessoas: Maria Lcia Sampaio Pinto, Hlio
Damante e Jos Marques de Melo. Estes estavam unssonos em relao
tendncia do Episcopado Brasileiro que, como mencionado, a Igreja progredia
em posicionar-se contra o regime militar. O membro da comisso organizadora
do congresso e que contatou o Palcio do Planalto foi Erasmo de Freitas Nuzzi,
que obteve apoio para passagens, impresso de cartazes, hospedagem, etc.

Outro ponto de conflito residiu na escolha dos conferencistas, sobretudo
pelo palestrante principal. O objetivo era criar no congresso um espao para a
denncia da censura liberdade de imprensa no Pas. A opo foi por Alceu
Amoroso Lima, persona no grata ao regime militar, mas a mais importante
personalidade brasileira capaz de dar o recado sobre o sofrimento dos
jornalistas... enfim da censura liberdade de imprensa,
3
e era, tambm, o
mais eminente pensador catlico no momento. Havia tambm o conservador
Gustavo Coro, citado por Nuzzi; o que demonstra a insistncia na linha
conservadora por parte de alguns.

1
O presente trabalho tem como fonte de pesquisa a tese doutoral de Pedro Gilberto Gomes, publicada em
livro pela Editora Unisinos (1995): A Comunicao Crist em tempo de represso.
2
Depoimento pessoal de Jos Marques de Melo a Pedro Gilberto Gomes, op.cit. p. 35.
3
Depoimento pessoal de Jos Marques de Melo a Pedro Gilberto Gomes, op.cit. p. 37.

3
Segundo Jos Marques de Melo,
4
a linha predominante na UCLAP era
uma linha conservadora, pouco sintonizada com os avanos que o Episcopado
Brasileiro j comeava a demonstrar. Tambm nas conferncias principais
apareceu a diferena de enfoques: uma viso mais funcionalista e uma viso
mais dialtica do problema.


UCBC conflito e esperana

Foi neste contexto de tenses, mencionadas brevemente, que vai surgir
a UCBC. Quem esteve ligado desde o incio da nova entidade, vincula sua
fundao ao Congresso da UCLAP. Frei Romeu Dale, durante muito tempo
secretrio Executivo da UCBC, afirma: encontravam-se uns 40 brasileiros
comunicadores sociais, que pensaram em valer-se da oportunidade para criar
no Brasil um organismo que os congregasse, favorecendo o enriquecimento
mtuo e uma presena significativa da Igreja no campo da Comunicao
Social.
5
Durante o prprio Congresso da UCLAP, um grupo brasileiro (15)
reuniu-se em uma das salas da PUC-SP, e coordenado por Marques de Melo
manifestaram o desejo de uma entidade que congregasse comunicadores
catlicos sem muita vinculao com a hierarquia. E assim, conforme
depoimento de Frei Romeu Dale, referindo-se fundao, diz que os
brasileiros participantes do IV Congresso da UCLAP sentiram a necessidade
de reunir-se e lanar as bases de uma entidade que recebeu, provisoriamente,
a designao de Unio Catlica Brasileira de Jornalismo.
Entre os objetivos da nascente entidade, situam-se, segundo Romeu
Dale: congregar profissionais, escolas, empresas, professores e pesquisadores
do Jornalismo, em vista de uma presena evanglica sempre mais efetiva da
Igreja Catlica em todos os meios de comunicao social.
6

No incio de sua trajetria, uma das tarefas da Comisso Provisria era
preparar o Primeiro Congresso da entidade, que aconteceu no Rio de Janeiro
em agosto de 1970, com o tema Jornalismo e Cultura e Jornalismo e
Educao. Nesse primeiro Congresso decidiu-se alargar a participao de
comunicadores sociais, professores e pesquisadores no campo da imprensa,
do cinema, do rdio e da televiso, no apenas catlicos, mas tambm outros
cristos.
Outro dado importante que, de entidade catlica passou para
entidade ecumnica. Destaca-se aqui a pessoa de Romeu Dale, um grande
militante do ecumenismo. Era necessrio ir alm das fronteiras estreitas do
catolicismo. De modo que, em vez de falar uma presena sempre mais efetiva
da Igreja Catlica em todos os meios de Comunicao Social, agora falar-se-ia
em presena crist sempre mais efetiva nos Meios de Comunicao Social.
Isto , uma coerncia com a abertura ecumnica.
Assim sendo, como afirma Marques de Melo, a UCBC nascia
comprometida com trs princpios: 1. opor-se ao autoritarismo e defender a
liberdade de expresso; 2.rejeitar a atomizao da atividade da comunicao,

4
Depoimento pessoal de Jos Marques de Melo a Pedro Gilberto Gomes, op.cit. p. 38.

5
Citado em A Comunicao Crist em tempo de represso, p. 42
6
Idem, p. 46.
4
reunindo pessoas de todos os setores e veculos, das empresas, e das
escolas; 3. condenar a intolerncia, agregando participantes de todas as
confisses religiosas e de todas as correntes de pensamento, engajados na
prtica de um autntico cristianismo.
7


A REALIZAO DE UM SONHO

A realizao do sonho/ideal, aspirao profunda dos que tiveram a
coragem de iniciar a UCBC, logo comeou a concretizar-se: dialogar com a
sociedade. Era um organismo dessa sociedade, vivia os problemas peculiares
de seu tempo. A UCBC precisava, ento, estabelecer a forma de se relacionar
com a sociedade civil. E o fez com a realizao de Congressos, como espao
para a discusso, a criao de uma conscincia cidad empenhada, mas
articulada com a cultura.
Se observarmos a temtica dos Congressos, conclui-se a grande
importncia da entidade para uma sociedade, ento reprimida. A UCBC foi o
refgio e, sobretudo, o espao para muitos intelectuais apresentarem suas
correntes de pensamento, enfim, ela foi o espao de pessoas que olhavam
para alm de seus interesses pessoais e promocionais. O importante era dar
sociedade, aos estudantes, aos professores, aos profissionais (e receber) uma
nova viso transformadora que a comunicao proporcionava. Entretanto,
nessa viso, era preciso levar em conta os valores humanos e cristos.

(Limitar-me-ei aqui em citar os Congressos com a sua temtica desenvolvida)

CONGRESSOS
- 1970 Rio de Janeiro Tema: Comunicao Social e Educao
44 participantes das diversas regies do Brasil
- 1972 Guaratinguet Tema: Comunicao regional e Cultura Popular no
Brasil
As pessoas escolhidas para dar sua contribuio nesse Congresso possuam
experincia, seja no campo acadmico, seja no campo profissional e religioso.
- 1974 Belo Horizonte Tema: Comunicao Popular e regional no Brasil. Uma
das conferncias foi proferida por Luiz Beltro, scio fundador da UCBC e
professor da Universidade de Braslia.
- 1975 Campinas (SP) Tema: A Incomunicao social.
Este Congresso contou com a conferncia de abertura de D. Paulo Evaristo
Arns, arcebispo de S. Paulo. Registra-se, tambm, a presena de Marcelo
Carvalho de Azevedo que analisou o problema da incomunicao a partir do
binmio sagrado-profano. O divrcio entre a Igreja e o mundo.
- 1976 Rio de Janeiro Tema: Comunicao de Massa e Descaracterizao da
Cultura Brasileira
- 1977 So Leopoldo (RS) Tema: Comunicao e Participao na Sociedade
(210 inscritos). Deste Congresso em diante, h uma relevncia a ser
considerada: aumenta sempre mais o nmero de estudantes e as temticas se
direcionam a uma preocupao com movimentos populares. Ao mesmo tempo,
cria-se conflitos no interior da instituio que resulta na sada de alguns scios.
- 1978 Bragana Paulista Tema: Comunicao e Conscincia Crtica

7
Jos Marques de Marques de Melo em Sobre os objetivos da UCBC, estabelecidos em sua fundao.
Citado em Pedro Gilberto Gomes, op. Cit. Pp 50/51.
5
- 1979 Natal (RN) A temtica versou sobre Ideologia 10 anos da Fundao
da UCBC.
- 1980 So Bernardo do Campo (SP) Tema: Comunicao e Educao Popular
- 1981 Florianpolis Tema: Comunicao, Juventude, Participao
-1982 So Paulo (SP) Tema: Comunicao e Direitos Humanos
250 expositores. Mais de 2000 participantes do Brasil e de 10 pases da
Amrica Latina e Europa.
8

- 1983- Recife (PE) XII Congresso. Tema: Comunicao, Segurana e
Sociedade.
- 1984 Tema: Comunicao. Igreja e Estado Na Amrica Latina.

Resumindo o desenvolvimento da UCBC, atravs dos Congressos
apenas citados, a UCBC, durante os anos 70, passou a ser uma forma de
organizao que trabalhava para denunciar violaes de direitos humanos,
principalmente com relao imprensa. Assim, comeou a ser veiculado um
pequeno boletim chamado UCBC Informa, que tentava articular os
comunicadores cristos em torno da discusso daqueles temas. Nota-se que,
em 1976, a grande problemtica discutida pela UCBC, nos seus congressos,
que reuniam, a princpio, 100 a 150 pessoas (mas que chegou a mais de 1000
participantes em alguns Congressos), era a questo da massificao da cultura,
da comunicao e da destruio da cultura regional. Isso rendeu uma
publicao em livro chamado Comunicao e Incomunicao no Brasil
organizada pelo Prof. Dr. Jos Marques de Melo.
De 1976 at 1980, a UCBC preocupou-se principalmente com o
problema da Comunicao em grupo, da microcomunicao, e alm disso, das
relaes da pequena Comunicao com o universo ideolgico da Comunicao
de Massa. Vrios foram os Congressos que, na poca, se realizaram com
vistas ao problema da Comunicao nos pequenos grupos.
9

A temtica dos anos 1980 a 1984 concentrou-se na Comunicao e a
Defesa dos Direitos Humanos, nos vrios setores de atividade. Assim os
Congressos, como principal atividade da UCBC para reflexo, na poca,
tornavam-se espao para discusso sobre Comunicao e Cultura popular
(1980, em S. Bernardo); Comunicao, Juventude e Participao (1981,
Florianpolis); Comunicao e Direitos Humanos (1982, PUC/S.Paulo);
Comunicao e Segurana Nacional (1983, Recife).

Encontro Nacional de Scios

Com o crescimento dos Congressos Nacionais de comunicao social,
os scios da UCBC comearam a sentir que o seu espao de participao,
encontro e debate estava reduzido. J em Florianpolis (1981) objetou-se que
a UCBC estava perdendo a sua identidade e seus congressos deixavam de ser
um lugar de encontro para os scios. Este conflito, afirma Pedro Gilberto,
agudizou-se em S. Paulo (1982). Em vista disso, a diretoria resolveu criar um
outro espao, especialmente reservado aos scios, para o encontro e o debate
de assuntos pertinentes vida da UCBC e seus associados. E o primeiro
encontro foi programado e aconteceu em Campos do Jordo (SP), em 1983.

8
Pedro Gilberto Gomes, op. Cit. P 165.
9
Congressos em Bragana Paulista, em Natal, em Porto Alegre, em S. Leopoldo.
6
Neste encontro, os participantes discutiram os rumos que a entidade deveria
tomar nos prximos anos. Com base em uma sntese histrica da UCBC foi
tambm realizada uma anlise da conjuntura nacional. Os scios, ento, se
propuseram analisar o momento histrico ps-eleitoral: 1. em que vivem as
Igrejas; 2. em que se desenvolve a comunicao; 3. em que se desenvolvem a
cultura e a educao.
10
Iniciavam-se, assim, os Encontros Nacionais de Scios.

Documentos, livros e posicionamentos da UCBC

Uma srie de atividades que explicitam a preocupao da UCBC com a
comunicao e valores cristos podem ser elencadas como cursos de
comunicao para bispos e religiosos, participao encontros de liturgia de
rdio e televiso, promovidos pela Conferncia Nacional dos Bispos do Brasil
(CNBB), documentos aprovados em alguns dos Congressos e declaraes,
que configuraram a tomada de posio da entidade sobre assuntos e
situaes que preocupavam os comunicadores e as Igrejas em dados
momentos, bem como, documentos contendo denncias contra, por exemplo,
invases em redaes de diversos jornais alternativos, presses sobre
jornalistas, bem como, petio CNBB sobre uma redefinio das Escolas de
Comunicao dentro das Universidades Catlicas.
A respeito de livros publicados, importante fazer meno do primeiro
livro publicado de 1970 a 1976, Comunicao/Incomunicao, por Jos
Marques de Melo. O livro marca o incio da recuperao da memria do
Congressos realizados pela UCBC at aquele momento. Afirma o autor,
Marques de Melo: Ao decidir a publicao de um volume contendo os principais
documentos que serviram de base para discusses dos seus encontros
nacionais, quis a UCBC proporcionar comunidade brasileira, aos
interessados nos processos de comunicao, em particular, um testemunho
das suas preocupaes, o que pode significar uma plataforma vlida para o
dimensionamento de muitas questes que precisam ser aprofundadas, no
sentido de converter os massa media em instrumento a servio dos
interesses populares da nao. Tratava-se de um perodo rico em realizaes:
congressos, seminrios, debates, mesas-redondas, entrevistas, reportagens,
depoimentos. Tudo em torno da problemtica da comunicao ento em
voga.
11

Importante registrar que, a cada Congresso que se realizava, o seu
contedo era, posteriormente, publicado em livros, com as principais
conferncias, pois, importante que se diga que, apesar de muitos eventos
realizados pela UCBC, os congressos brasileiros de comunicao sempre se
constituram momentos privilegiados de sntese e reflexo.

A UCBC somando esforos com a NOMIC

Era a dcada de 1980, discutia-se muito a possibilidade de Uma Nova
Ordem Mundial de Informao e Comunicao (NOMIC). A UCBC esteve
diretamente ligada realizao, em S. Paulo, de um Seminrio sobre Igreja e

10
O Boletim da UCBC Informa, n. 113 (maro/83), p. 6-12 publica a ntegra deste resumo histrico, j
enriquecido com a contribuio dos scios.
11
Pedro Gilberto Gomes, op. Cit. P 79.

7
Uma Nova Ordem Mundial de Informao e Comunicao, convocado pelas
Organizaes Catlicas de Comunicao (Sal-Ocic/UNDA-Al/UCLAP/UCBC) e
era de carter ecumnico. Os participantes eram comunicadores cristos,
profissionais, religiosos, sacerdotes, bispos, pesquisadores de comunicao e
cientistas sociais do Brasil e da Amrica Latina. O documento resultante de tal
Seminrio incentivava para o planejamento de estratgias adequadas para que
a construo da NOMIC fosse um resultado da prxis democrtica do povo
latino-americano.
12

Em sntese, pode-se dizer que, para a UCBC, a realizao desse
encontro significou um maior estreitamento no mbito latino-americano e o
reconhecimento da academia quanto seriedade de sua reflexo. Ao mesmo
tempo, a entidade foi ajudada na fundamentao terica de seus projetos.


PROJETO DE LEITURA CRTICA (LCC): A GRANDE UTOPIA DA UCBC

Encontrando as razes

O Projeto Leitura Crtica da Comunicao (denominado a seguir,
somente por LCC) encontra suas razes na preocupao dos primeiros
membros da UCBC em discutir a problemtica da conscincia crtica, do senso
crtico frente aos meios de comunicao social. Havia um objetivo claro: ajudar
os comunicadores a terem uma ao prtica a nvel de desmistificao da
Comunicao Social, da Comunicao de Massa. Uma grande utopia, nascida
de pessoas batalhadoras, habituadas a perceber as mudanas scio-poltico-
culturais da histria. Utopia que se tornou realidade, atravs de um processo
perseverante e persistente.
O LCC surge em 1979,
13
dentro da UCBC, e situa-se no mbito
educacional e apresenta-se como sugesto de trabalho para os comunicadores,
para os lderes de movimentos populares, bem como para os agentes de
pastoral das Igrejas crists. Com a participao de Jos Marques de Melo,
Romeu Dale e Ismar de Oliveira Soares, organizou-se o primeiro curso da srie
LCC, cuja sigla foi descoberta pelo prprio presidente da entidade Jos
Marques de Melo e pelo scio Attlio I. Hartmann. Primeiramente, o seminrio
LCC dirigiu-se a grupos religiosos, seguiram-se, ento, outras associaes
como a Associao de Educao Catlica (AEC), sob a coordenao do scio
prof. Jos Manuel Morn.

No princpio, o Projeto fundamentou-se em outro projeto congnere
americano chamado TAT (Television Analisys Training), que tinha como
objetivo conscientizar as famlias quanto aos erros da televiso, principalmente

12
Cfr. Documento de S. Paulo (Embu). O Seminrio contou com o apoio de muitas organizaes, como
Miserior, Comit Catlico Francs para o Desenvolvimento; UNESCO, DECOS-CELAM, CNBB.
13
Como se trata de uma preocupao constante da UCBC em influir nas polticas de comunicao, num
verdadeiro exerccio de cidadania, justo mencionar que o surgimento do LCC, segundo o estudo
Histria de um Processo, de Pedro Gilberto Gomes, se identifica nas experincias realizadas pela UCBC,
j no incio da dcada de 70, quando o primeiro presidente da UCBC, Marcelo Azevedo, organizou vrios
cursos em Porto Alegre. Assim Ismar de Oliveira Soares percorreu vrios Estados promovendo cursos.
Em meados de 70, a Conferncia dos Religiosos do Brasil (CRB) e a Conferncia Nacional dos Bispos do
Brasil (CNBB) solicitaram tambm cursos ministrados pelo presidente da UCBC Jos Marques de Melo e
pelo secretrio geral Fr. Romeu Dale, entre outros.
8
em relao aos esteretipos difundidos, interpretao que a televiso dava
ao relacionamento sexual, e questo da violncia. O projeto possua uma
concepo identificada como eminentemente moralista, pois preocupava-se em
combater os excessos da TV, j mencionados. A influncia de Reinaldo Brose,
pastor metodista, na UCBC, foi em princpio no sentido de implementar um
projeto daquela natureza. Na poca, os scios da UCBC eram professores de
faculdades, principalmente do Instituto Metodista de Ensino Superior de So
Bernardo do Campo. Os cursos, com carter acadmico, organizavam-se em
feriados, fins de semana, e nas mais variadas cidades.
Entretanto, nesse mesmo perodo, a UCBC comearia a fazer uma auto-
critica do seu trabalho. Inicialmente dois tpicos foram questionados: o primeiro
no sentido de que a entidade estaria reproduzindo o sistema americano e,
portanto, tendo um comportamento moralista, o que no correspondia aos fins
da UCBC. A opo foi, ento, voltar-se para o ideolgico, para a
desmistificao dos compromissos econmicos dos meios de comunicao, e
no mais especificamente para a questo da moralidade.
14
Os cursos de LCC
passaram a ter um perfil de conferncias, com debates posteriores, sobre o
sistema de comunicao, a industria cultural, os excessos cometidos pelos
meios de comunicao, enquanto formadores da opinio publica, etc. A estes
temas acrescentava-se o estudo da comunicao crist. O objetivo era
denunciar a manipulao exercida pelos MCS e alertar os responsveis pelo
controle e desvio da informao, consequncia do sistema scio-poltico-
econmico-cultural vivido no Brasil e, em geral, no mundo.
O segundo tpico repensado pela UCBC, como auto-crtica dizia
respeito aos monitores em relao aos grupos. Devido ao momento que o
Brasil enfrentava (ditadura militar) com profundas marcas de autoritarismo,
provocando medo e censura, produzia-se o mesmo sistema autoritrio
(monitor-grupo) que se combatia, o que levou a um redimensionamento do
prprio projeto. Uma vez superada tal postura, o LCC tomava, gradualmente,
conscincia e clareza de seus limites e alcances, passando a privilegiar a
comunicao libertadora, na aplicao de suas tcnicas, norteando o seu
paradigma para a importncia do saber construdo a partir da realidade
observada de uma forma crtica e das contradies presentes no processo de
anlise grupal. O enfoque passa a ser a recepo, enquanto um universo entre
o aparelho de TV e o telespectador, a partir do que as pessoas sentiam nessa
relao que j se supunha no-passiva. Abandonava-se, assim, uma postura
denuncista inicial, optando por trabalhar a partir de dinmicas que favoreciam
a manifestao das ideias, sentimentos e posies dos participantes,
assumindo uma postura indutiva-dialtico-popular, o que significa que a
perspectiva de anlise passa a ser o lugar social, poltico, cultural, econmico
dos empobrecidos. Decidiu-se, ento, privilegiar o trabalho com grupos do
movimento popular e aos professores que trabalham na rede pblica de
ensino.
15


14
De acordo com Historia de um Processo foi a partir de crticas levantadas pelos scios que o LCC se
aproximou da area acadmica, buscando contribuies fornecidas pelas Universidades e principalmente
pela INTERCOM (Sociedade Brasileira para o Estudo Interdisciplinar da Comunicao), que levasse a
superar a concepo moralista frente aos fenmenos da comunicao de massa..
15
Neste sentido, e segundo Ismar de O. Soares, popular no a comunicao feita para o povo, mas
aquela que o prprio povo pode produzir.
9
Uma educao para a comunicao, entretanto, que segue a vertente
dialtica-popular, deve seguir, simultaneamente, dois caminhos que
possibilitem a formao de parmetros prprios de leitura e produo:
- ajudar os grupos a ler criticamente
- contribuir para que as pessoas, mesmo sendo crianas da escola
elementar, se expressem livremente e de forma democrtica.
Tal postura pedaggica se produz com a ajuda de uma metodologia
indutiva (fazer e refletir sobre a prtica), uma vez que a viso dialtica
considera que o saber construdo permanentemente pelos dois plos
envolvidos no processo. Seguir a vertente mencionada, entretanto, exige do
animador (monitor) do grupo a deciso de enfrentar a inovao com a
naturalidade de quem possui a clareza necessria sobre os objetivos e
mtodos de uma pedagogia centrada nas necessidades reais dos participantes.
O desafio grande no sentido que a viso dialtico indutiva-popular de
educao exige predisposio criatividade, respeito ao universo cultural dos
participantes, alm do estimular o exerccio da prtica da comunicao
(impressa e audiovisual), como parte essencial do processo. Assim chega-se a
trabalhar conceitos abstratos, porm plenos de realidade como verdade,
manipulao, justia, solidariedade, etc.

No desenvolvimento da auto-crtica que a UCBC faz do LCC, e atendo-se aos
princpios que constituem a sua identidade, o Projeto LCC explicita trs
objetivos especficos:
1. Oportunizar a criao da conscincia de grupo, a fim de que todos os
participantes do projeto se sintam sujeitos do processo a ser
desenvolvido.
2. Analisar com o grupo a MENSAGEM veiculada atravs dos Meios de
Comunicao.
3. Reforar a conscincia do grupo, objetivando um compromisso de
mudana de comunicao atravs de sinais profticos; insere-se neste
conceito a criao de canais alternativos de comunicao, como jornais
comunitrios, boletins, teatro popular, video-militante, murais, volantes,
etc.

LCC- reflexes sobre seus princpios tericos-metodolgicos
16


A mudana de enfoque pela qual passou o Projeto LCC (descrita at o
momento) criou problemas de metodologia. Superou-se o moralismo, o
maniquesmo e, principalmente o academicismo, e passou-se a enfrentar
outros desafios, inclusive de natureza estrutural.
O LCC, como projeto confessional, juntamente com outros projetos
tambm no acadmicos, realiza experincias com recepo critica de
comunicao no pas. Para alm da variedade de metodologias envolvidas e
das clientelas a que se destinam, esses projetos tm em comum a tentativa de
desenvolvimento de uma prxis comunicacional transformadora com

16
Para as reflexes terico-metodolgico que seguem, servimo-nos, inteiramente, do trabalho
desenvolvido pela professora Dra. Maria Immacolata V. Lopes (ECA/USP), Leitura critica da
comunicao (LCC) uma discusso de seus princpios terico-metodolgicos, partes LCC: Reflexes
sobre seus princpios terico-metodolgicos; Sobre as teorias e os conceitos que integram o projeto LCC;
Sobre a metodologia e dificuldades metodolgicas do LCC.
10
implicaes pedaggicas e polticas. Analisar, portanto, no LCC o instrumental
terico e metodolgico que est engendrado a partir de sua prtica trabalhar
para a superao das teorias tradicionais da comunicao que atribuem ao
receptor um papel passivo e para a fundamentao de metodologias no
convencionais de pesquisa que propem a participao do receptor e a
interveno nas condies de recepo da comunicao.

Observa-se, inicialmente, que o LCC concebido no contexto de um
projeto educacional ligado prtica poltica das classes populares. Apesar de
comportar vrias unidades, o LCC acabou por assumir a perspectiva de anlise
da comunicao popular, minimizando sua preocupao com a classe mdia,
para dedicar-se prioritariamente ao trabalho junto s classes subalternas, de
acordo com seus interesses e objetivos.
Tal definio poltica de objetivos vai determinar a adoo de uma
metodologia participativa, com aspectos de conscientizao, de ao e de
mudana social. A anlise crtica dos MCM feita a partir da percepo que os
grupos elaboram de acordo com a sua insero no sistema produtivo e de sua
posio de classe dentro de uma Sociedade de capitalismo dependente e
associado.
Desta postura inicial decorrem varias implicaes significativas, como a
contribuio para o avano dos movimentos populares atravs de um processo
de conscincia crtica. Explicitamente, o Projeto LCC insere-se dentro de uma
linha de reflexo sobre Teologia e Comunicao proposta pela Teologia da
Libertao. A problemtica da comunicao integrada a essa reflexo atravs
da elaborao do conceito de Comunicao Libertadora. A comunicao
primeiramente analisada ao nvel do sistema scio-poltico com funes de
dominao ideolgica.
Para a consecuo dos objetivos citados precedentemente (oportunizar a
criao da conscincia de grupo; analisar com o grupo a mensagem veiculada
atravs dos MC; reforar a conscincia do grupo, para um compromisso de
mudana de comunicao, atravs de canais alternativos) indicada a
orientao metodolgica para o crescimento da conscincia, atravs de trs
passos:
1. Explicitao de valores

1.a. do grupo
(1) apresentao de um produto cultural (um programa de rdio, um
audiovisual, um vdeo, um jornal, etc).
(2) anlise deste produto, a partir das perguntas:
- o que gostou?
- o que no gostou?
- o que faltou? Ou o que mudaria?
- como refaria?

1.b. dos meios
(1) apresentao de um produto cultural visivo
(2) anlise deste produto a partir das perguntas:
- de que cenas mais gostou? (percepo sensorial)
- que questes estas cenas levantam (anlise sociolgica)
11
- que valores so passados atravs destas questes? (anlise
ideolgica)
- que valores o grupo afirma? (anlise ideolgica)

1.c. a partir dos problemas
Faz-se a apresentao de um produto cultural qualquer para analisar-se
o tratamento dado pelo veculo aos problemas inerentes ao grupo participante
(operrios, estudantes, religiosos, mulheres, etc.).

2. Anlise do Processo de Comunicao

2.a. Anlise da produo
(1) anlise da estrutura: organizao do programa
(2) anlise da linguagem: tcnica utilizada no programa
(3) anlise do contedo: evidente e implcito.
2.b. Anlise do sistema de comunicao
(1) apresentao de textos sobre comunicao e indstria cultural
(2) discusso das concluses

3. Compromisso do grupo

Ao fim de cada curso de LCC, os participantes devem assumir um
compromisso concreto com a comunidade, tornando-se sujeitos de mudana
na estrutura do processo de comunicao.
A metodologia de leitura crtica apresenta um carter no-convencional,
uma vez que, atravs da anlise de um produto cultural, pretende-se promover
mudana de conscincia e consequentemente intervir nas condies de
comunicao. O elemento pedaggico est presente nos dois primeiros passos
(Explicitao de valores e Anlise do processo de comunicao) que se
realizam atravs de uma mesma tcnica. Os cursos de LCC so realizados em
pequenos grupos (no mximo, 20 pessoas) com durao de 20 horas. O grupo
sempre subdividido em ncleos homogneos que discutem as perguntas
introduzidas pelo coordenador. E o critrio de diviso geralmente baseia-se em
variveis como idade, sexo ou estado civil.
A tcnica de discusso se apia no elenco de perguntas j citadas.
Estas so discutidas primeiramente pelos ncleos que em seguida apresentam
suas concluses para o debate do grupo todo. No caso de textos sobre
indstria cultural o esquema o mesmo. Ao final, o grupo como um todo retira
do estudo um compromisso de buscar formas alternativas de comunicao.
Nota-se que tanto as tcnicas como a dinmica grupal baseiam-se nas
experincias de leitura com adultos de Paulo Freire. Por se tratar de uma
metodologia da recepo, parte-se de um dispositivo de questionamento que
espera revelar as representaes e disposies ideolgicas do grupo
participante. Percebe-se na metodologia do LCC a necessidade de superao
da observao unilateral do investigador (coordenador) pelo questionamento
coletivo, pela relao dialgica tendendo descrio real das condies de
recepo, de reinterpretao e reelaboraro dos produtos culturais (programa,
jornal, etc.) pelo grupo envolvido.
No resta dvida de que h produo de conhecimento atravs dessa
metodologia. Pode-se dizer que ao fim do processo praticou-se uma
12
interveno de que resultou uma mudana nas condies de recepo. Como
j dissemos, essa interveno resulta tanto do desenvolvimento da conscincia
crtica como da mudana da disposio do plo intelectual e do plo
receptor. O grupo deve tornar-se sujeito do processo atravs de uma
influncia recproca com o coordenador. Mais do que informantes so
investigadores de uma situao vivida
17
.


O Projeto LCC, seguindo o novo momento social e comunicacional atual,
continuou trilhando os caminhos da utopia, acreditando que o tempo futuro
sinnimo de esperana, de construo da histria que nos pertence. Por isso, a
partir de 2003, o Projeto, depois de passar de atividades centradas em uma
anlise dos meios de comunicao, suas mensagens e intenes; depois de
um segundo momento em que considerou o receptor como elemento
fundamental para a discusso, o LCC viveu um novo momento, em que o
Projeto pretendeu dar lugar ao entendimento do processo da leitura,
interpretada como resultado de uma negociao entre as configuraes
narrativas e a liberdade individual do ato de ler que, segundo Ricoeur uma
apropriao do texto, tanto para concretizar o potencial semntico do mesmo
quanto por criar uma mediao pra o conhecimento do eu atravs da
compreenso do texto.
18
Portanto, o Projeto viveu uma nova fase, que respeita
os passos consolidados na histria do programa, mas se props a avanar.
Trata-se de um novo momento em que so mantidos os mesmos princpios que
motivaram o surgimento do Projeto. Sao mantidos tambm os mdulos de
leitura em trs etapas distintas, em que se buscam explicitar os valores do
grupo que participa do LCC, os valores dos MCS em questo e o processo de
comunicao. Mantm tambm a metodologia de partir sempre da anlise de
um produto ou elemento de comunicao para, depois, evidenciar, se
necessrio, reflexes tericas que fundamentem a anlise.
Esta nova etapa, no entanto acrescentou ao Programa LCC uma
preocupao mais enftica com os valores cristos, com a tica e com a
cidadania, buscando evidenciar como eles so explicitados por meio de
produtos culturais e elementos de comunicao em anlise. Tambm foi
preocupao dessa segunda fase estabelecer, em cada leitura, um
compromisso do grupo em relao especfica ao tema tratado naquela leitura,
evitando generalizaes.
Assim, o LCC quis possibilitar s pessoas, especialmente lideranas
comunitrias, religiosas e sociais, uma mudana de comportamento na sua
relao com os meios e com as diferentes formas de comunicao presentes
em seu cotidiano, por meio de um instrumento acessvel e de fcil manuseio,
que facilitasse a leitura do fenmeno da comunicao e que lhes permitisse
serem sujeitos de seu prprio aprendizado.





17
Para maiores detalhes e aprofundamento sobre a metodologia e dificuldades metodolgicas do LCC,
ver Maria Immacolata V. Lopes (ECA/USP), Leitura critica da comunicao (LCC) uma discusso de
seus princpios terico-metodolgicos, op.cit.
18
Citado em Roger Chartier. Textos, impresso, leituras, 1999.
13
Concluso

Concluindo, esta exposio, sinto, por um lado, a satisfao, por vezes,
a emoo de recordar uma trajetria que traz em seu bojo uma riqueza
inesgotvel de empreendedorismo, luta, garra, metas definidas, construo de
conhecimento em favor da sociedade, de construo de plataformas de valores
humano-cristos. Por outro lado, sinto, tambm, o pesar de no poder alcanar
tantos detalhes vividos, sofridos, alegres da entidade, ao longo de sua histria
de 43 anos para derrubar muros e construir pontes.
Para ser breve, sinto tambm o pesar de ver, nesse momento, essa
entidade fechada. Talvez, ela precise reviver? Necessite de um sopro de vida,
de capacidade, de querer realmente colocar em prtica seus objetivos? No
preciso inventar a roda ela j existe e precisa de reinveno, de coragem e de
muito amor; precisa de paixo por uma causa, como souberam viver e nos
ensinar os grandes mestres do passado. Um caso de amor. E de utopia!

Muito obrigada!

Joana T. Puntel - PhD em Comunicao
Eclesiocom Metodista
S. Bernardo do Campo (SP)
23 /08/2012.


Mini curriculum

Joana T. Puntel possui graduao em Jornalismo (Faculdade Casper Lbero), mestrado
em Comunicao pela Universidade Metodista de S. Paulo Umesp, doutorado em
Comunicao pela Simon Fraser University (Vancouver, Canad) e pela Universidade
de S. Paulo (USP), ps-doutorado pela The London School of Economics and Political
Science (Londres, Inglaterra). orientadora pedaggica do Servio Pastoral da
Comunicao Sepac, onde atua tambm como docente de ps-graduao; docente na
Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicao Fapcom; membro da Equipe de
Reflexo sobre Comunicao da CNBB; docente no ITESP (Instituto Teologia de S.
Paulo). Membro da Associao de Pesquisadores em Comunicao (INTERCOM).
pesquisadora, conferencista e dirige seminrios sobre Igreja/Comunicao e Cultura da
Comunicao no Brasil e no exterior e tem vrias publicaes: artigos em revistas e
livros lanados pela Paulinas Editora, entre os quais,
Cultura Miditica e Igreja; Pastoral da Comunicao dilogo entre f e cultura,
Comunicao: dilogo dos saberes na cultura miditica, A Comunicao nos Passos de
Joo Paulo II, Inter Mirifca-texto e comentrios.


Prof Dr Joana T. Puntel
Lattes.cnpq.br/5817325330173086
Rua D. Incia Uchoa, 62
04110-020 - So Paulo - SP
Tel.: (11) 21253548


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