O documento descreve a fundação da União Cristã Brasileira de Comunicação Social (UCBC) em 1969. A UCBC nasceu durante um congresso sobre comunicação em São Paulo em um contexto de repressão do regime militar. Seu objetivo era promover a liberdade de expressão, o ecumenismo e a união de comunicadores de diferentes confissões e pensamentos. A UCBC cresceu para defender valores democráticos contra o autoritarismo durante a ditadura no Brasil.
O documento descreve a fundação da União Cristã Brasileira de Comunicação Social (UCBC) em 1969. A UCBC nasceu durante um congresso sobre comunicação em São Paulo em um contexto de repressão do regime militar. Seu objetivo era promover a liberdade de expressão, o ecumenismo e a união de comunicadores de diferentes confissões e pensamentos. A UCBC cresceu para defender valores democráticos contra o autoritarismo durante a ditadura no Brasil.
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O documento descreve a fundação da União Cristã Brasileira de Comunicação Social (UCBC) em 1969. A UCBC nasceu durante um congresso sobre comunicação em São Paulo em um contexto de repressão do regime militar. Seu objetivo era promover a liberdade de expressão, o ecumenismo e a união de comunicadores de diferentes confissões e pensamentos. A UCBC cresceu para defender valores democráticos contra o autoritarismo durante a ditadura no Brasil.
O documento descreve a fundação da União Cristã Brasileira de Comunicação Social (UCBC) em 1969. A UCBC nasceu durante um congresso sobre comunicação em São Paulo em um contexto de repressão do regime militar. Seu objetivo era promover a liberdade de expressão, o ecumenismo e a união de comunicadores de diferentes confissões e pensamentos. A UCBC cresceu para defender valores democráticos contra o autoritarismo durante a ditadura no Brasil.
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ECLESIOCOM
Conferncia Brasileira sobre Comunicao Eclesial
Ctedra UNESCO de Comunicao da Metodista TEMA/2012: Comunicar: derrubar muros e construir pontes. Comunicao e Ecumenismo
UNIO CRIST BRASILEIRA DE COMUNICAO SOCIAL Uma memria que no se extingue
Agradeo a Comisso Organizadora do Eclesiocom, pela pertinncia do tema Comunicar: derrubar muros e construir pontes. Comunicao e Eumenismo. Agradeo pelo convite para contribuir, nesta 7 edio do Eclesiocom, sim, contribuir, fazer memria de uma instituio, a Unio Crist Brasileira de Comunicao Social, que atravessou dcadas, que nasceu em meio a conflitos, que perseguiu um ideal de vida, de cidadania, de valores cristos e os quis brindar sociedade com discusses mais aprofundadas, que trouxessem sociedade um olhar comunicacional entrelaado com os valores humano-cristos scio-culturais e com as mudanas transformadoras que se sucediam na sociedade, e que se encontram inteiramente representados no tema deste Eclesiocom, isto , ... derrubar muros e construir pontes. Comunicao e Ecumenismo.
Recuperar a memria de algo, pode conter duas vertentes: simplesmente a descrio histrica de uma instituio, para os que contemplam o objeto distncia e, portanto, desenvolvem uma pesquisa; a outra vertente, o fazer memria, sem distanciar-se da histria, mas a memria de algo vivido, sofrido, amado, conquistado, acreditando na meta e, por isso, lutando, atualizando e aprofundando os conhecimentos, entregando- os sociedade e, portanto, continuamente construindo pontes. Uma dessas pessoas que, juntamente com seus companheiros, iniciou a UCBC e viveu o que eu acabo de descrever o nosso querido Mestre, prof. Dr. Jos Marques de Melo. Outra meno de grande importncia, na fundao da UCBC, foi Frei Romeu Dale, de saudosa memria. Dale foi um grande amante e incentivador para que a UCBC tivesse um carter ecumnico e no somente catlico, justamente nos passos do Conclio Vaticano II, que abriu as portas para o dilogo.
Ao fazer memria da UCBC, certamente, serei omissa em tantos ricos detalhes que o prof. Marques saberia completar... pois cada vez que lemos ou ouvimos a histria vivida da UCBC, nos emocionamos; tudo tem sentido, tudo tem valor, porque queramos construir pontes, derrubar muros, plantar o novo, sem a mesquinhs vazia do poder, do vencer, do ser o dominador. Portanto, professor Marques, perdo pelas omisses que cometerei, pela riqueza dos detalhes que a premncia do tempo me obrigam a omitir.
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O contexto de um nascimento UCBC
A Unio Crist Brasileira de Comunicao Social (UCBC) foi fundada em So Paulo. O 18 de julho de 1969 marcou o seu incio. Foi um ato corajoso dos brasileiros que participaram do IV Congresso da Unio Catlica Latino- americana de Imprensa, denominada UCLAP. Nesse Congresso (UCLAP), que se realizava em So Paulo, os participantes, 114, provinham de 14 pases da Amrica, mais Cidade do Vaticano e Frana. 1
preciso notar que a realizao de tal Congresso, tanto na sua preparao, quanto na sua execuo, no foi pacfica, pois vivia-se momentos dramticos da vida nacional, onde a deciso do AI-5 (1968) fazia-se pesar fortemente, sobretudo, na imprensa. Segundo Jos Marques de Melo, este fato influiu para que se realizasse em S. Paulo o Congresso Latino-americano. 2 O momento era de grande represso e a Igreja j estava sendo visada pelo regime militar, pois crescia a sua posio de instituio que abrigava as vozes discordantes do regime militar. Entretanto, j na organizao daquele Congresso, as dificuldades se fizeram sentir: um grupo da comisso se posicionava por um tipo de Congresso que pudesse ser um veculo para denunciar as arbitrariedades cometidas pelo regime militar em relao imprensa. Mas um dos membros da comisso advogava um tipo de congresso que tivesse um marco oficialista, chegando, inclusive a fazer viagens a Braslia para contatos com o Palcio do Planalto, envolvendo at a indicao do Marechal Costa e Silva, como uma espcie de Presidente de Honra do Congresso. Entretanto, houve uma reao muito grande, principalmente de trs pessoas: Maria Lcia Sampaio Pinto, Hlio Damante e Jos Marques de Melo. Estes estavam unssonos em relao tendncia do Episcopado Brasileiro que, como mencionado, a Igreja progredia em posicionar-se contra o regime militar. O membro da comisso organizadora do congresso e que contatou o Palcio do Planalto foi Erasmo de Freitas Nuzzi, que obteve apoio para passagens, impresso de cartazes, hospedagem, etc.
Outro ponto de conflito residiu na escolha dos conferencistas, sobretudo pelo palestrante principal. O objetivo era criar no congresso um espao para a denncia da censura liberdade de imprensa no Pas. A opo foi por Alceu Amoroso Lima, persona no grata ao regime militar, mas a mais importante personalidade brasileira capaz de dar o recado sobre o sofrimento dos jornalistas... enfim da censura liberdade de imprensa, 3 e era, tambm, o mais eminente pensador catlico no momento. Havia tambm o conservador Gustavo Coro, citado por Nuzzi; o que demonstra a insistncia na linha conservadora por parte de alguns.
1 O presente trabalho tem como fonte de pesquisa a tese doutoral de Pedro Gilberto Gomes, publicada em livro pela Editora Unisinos (1995): A Comunicao Crist em tempo de represso. 2 Depoimento pessoal de Jos Marques de Melo a Pedro Gilberto Gomes, op.cit. p. 35. 3 Depoimento pessoal de Jos Marques de Melo a Pedro Gilberto Gomes, op.cit. p. 37.
3 Segundo Jos Marques de Melo, 4 a linha predominante na UCLAP era uma linha conservadora, pouco sintonizada com os avanos que o Episcopado Brasileiro j comeava a demonstrar. Tambm nas conferncias principais apareceu a diferena de enfoques: uma viso mais funcionalista e uma viso mais dialtica do problema.
UCBC conflito e esperana
Foi neste contexto de tenses, mencionadas brevemente, que vai surgir a UCBC. Quem esteve ligado desde o incio da nova entidade, vincula sua fundao ao Congresso da UCLAP. Frei Romeu Dale, durante muito tempo secretrio Executivo da UCBC, afirma: encontravam-se uns 40 brasileiros comunicadores sociais, que pensaram em valer-se da oportunidade para criar no Brasil um organismo que os congregasse, favorecendo o enriquecimento mtuo e uma presena significativa da Igreja no campo da Comunicao Social. 5 Durante o prprio Congresso da UCLAP, um grupo brasileiro (15) reuniu-se em uma das salas da PUC-SP, e coordenado por Marques de Melo manifestaram o desejo de uma entidade que congregasse comunicadores catlicos sem muita vinculao com a hierarquia. E assim, conforme depoimento de Frei Romeu Dale, referindo-se fundao, diz que os brasileiros participantes do IV Congresso da UCLAP sentiram a necessidade de reunir-se e lanar as bases de uma entidade que recebeu, provisoriamente, a designao de Unio Catlica Brasileira de Jornalismo. Entre os objetivos da nascente entidade, situam-se, segundo Romeu Dale: congregar profissionais, escolas, empresas, professores e pesquisadores do Jornalismo, em vista de uma presena evanglica sempre mais efetiva da Igreja Catlica em todos os meios de comunicao social. 6
No incio de sua trajetria, uma das tarefas da Comisso Provisria era preparar o Primeiro Congresso da entidade, que aconteceu no Rio de Janeiro em agosto de 1970, com o tema Jornalismo e Cultura e Jornalismo e Educao. Nesse primeiro Congresso decidiu-se alargar a participao de comunicadores sociais, professores e pesquisadores no campo da imprensa, do cinema, do rdio e da televiso, no apenas catlicos, mas tambm outros cristos. Outro dado importante que, de entidade catlica passou para entidade ecumnica. Destaca-se aqui a pessoa de Romeu Dale, um grande militante do ecumenismo. Era necessrio ir alm das fronteiras estreitas do catolicismo. De modo que, em vez de falar uma presena sempre mais efetiva da Igreja Catlica em todos os meios de Comunicao Social, agora falar-se-ia em presena crist sempre mais efetiva nos Meios de Comunicao Social. Isto , uma coerncia com a abertura ecumnica. Assim sendo, como afirma Marques de Melo, a UCBC nascia comprometida com trs princpios: 1. opor-se ao autoritarismo e defender a liberdade de expresso; 2.rejeitar a atomizao da atividade da comunicao,
4 Depoimento pessoal de Jos Marques de Melo a Pedro Gilberto Gomes, op.cit. p. 38.
5 Citado em A Comunicao Crist em tempo de represso, p. 42 6 Idem, p. 46. 4 reunindo pessoas de todos os setores e veculos, das empresas, e das escolas; 3. condenar a intolerncia, agregando participantes de todas as confisses religiosas e de todas as correntes de pensamento, engajados na prtica de um autntico cristianismo. 7
A REALIZAO DE UM SONHO
A realizao do sonho/ideal, aspirao profunda dos que tiveram a coragem de iniciar a UCBC, logo comeou a concretizar-se: dialogar com a sociedade. Era um organismo dessa sociedade, vivia os problemas peculiares de seu tempo. A UCBC precisava, ento, estabelecer a forma de se relacionar com a sociedade civil. E o fez com a realizao de Congressos, como espao para a discusso, a criao de uma conscincia cidad empenhada, mas articulada com a cultura. Se observarmos a temtica dos Congressos, conclui-se a grande importncia da entidade para uma sociedade, ento reprimida. A UCBC foi o refgio e, sobretudo, o espao para muitos intelectuais apresentarem suas correntes de pensamento, enfim, ela foi o espao de pessoas que olhavam para alm de seus interesses pessoais e promocionais. O importante era dar sociedade, aos estudantes, aos professores, aos profissionais (e receber) uma nova viso transformadora que a comunicao proporcionava. Entretanto, nessa viso, era preciso levar em conta os valores humanos e cristos.
(Limitar-me-ei aqui em citar os Congressos com a sua temtica desenvolvida)
CONGRESSOS - 1970 Rio de Janeiro Tema: Comunicao Social e Educao 44 participantes das diversas regies do Brasil - 1972 Guaratinguet Tema: Comunicao regional e Cultura Popular no Brasil As pessoas escolhidas para dar sua contribuio nesse Congresso possuam experincia, seja no campo acadmico, seja no campo profissional e religioso. - 1974 Belo Horizonte Tema: Comunicao Popular e regional no Brasil. Uma das conferncias foi proferida por Luiz Beltro, scio fundador da UCBC e professor da Universidade de Braslia. - 1975 Campinas (SP) Tema: A Incomunicao social. Este Congresso contou com a conferncia de abertura de D. Paulo Evaristo Arns, arcebispo de S. Paulo. Registra-se, tambm, a presena de Marcelo Carvalho de Azevedo que analisou o problema da incomunicao a partir do binmio sagrado-profano. O divrcio entre a Igreja e o mundo. - 1976 Rio de Janeiro Tema: Comunicao de Massa e Descaracterizao da Cultura Brasileira - 1977 So Leopoldo (RS) Tema: Comunicao e Participao na Sociedade (210 inscritos). Deste Congresso em diante, h uma relevncia a ser considerada: aumenta sempre mais o nmero de estudantes e as temticas se direcionam a uma preocupao com movimentos populares. Ao mesmo tempo, cria-se conflitos no interior da instituio que resulta na sada de alguns scios. - 1978 Bragana Paulista Tema: Comunicao e Conscincia Crtica
7 Jos Marques de Marques de Melo em Sobre os objetivos da UCBC, estabelecidos em sua fundao. Citado em Pedro Gilberto Gomes, op. Cit. Pp 50/51. 5 - 1979 Natal (RN) A temtica versou sobre Ideologia 10 anos da Fundao da UCBC. - 1980 So Bernardo do Campo (SP) Tema: Comunicao e Educao Popular - 1981 Florianpolis Tema: Comunicao, Juventude, Participao -1982 So Paulo (SP) Tema: Comunicao e Direitos Humanos 250 expositores. Mais de 2000 participantes do Brasil e de 10 pases da Amrica Latina e Europa. 8
- 1983- Recife (PE) XII Congresso. Tema: Comunicao, Segurana e Sociedade. - 1984 Tema: Comunicao. Igreja e Estado Na Amrica Latina.
Resumindo o desenvolvimento da UCBC, atravs dos Congressos apenas citados, a UCBC, durante os anos 70, passou a ser uma forma de organizao que trabalhava para denunciar violaes de direitos humanos, principalmente com relao imprensa. Assim, comeou a ser veiculado um pequeno boletim chamado UCBC Informa, que tentava articular os comunicadores cristos em torno da discusso daqueles temas. Nota-se que, em 1976, a grande problemtica discutida pela UCBC, nos seus congressos, que reuniam, a princpio, 100 a 150 pessoas (mas que chegou a mais de 1000 participantes em alguns Congressos), era a questo da massificao da cultura, da comunicao e da destruio da cultura regional. Isso rendeu uma publicao em livro chamado Comunicao e Incomunicao no Brasil organizada pelo Prof. Dr. Jos Marques de Melo. De 1976 at 1980, a UCBC preocupou-se principalmente com o problema da Comunicao em grupo, da microcomunicao, e alm disso, das relaes da pequena Comunicao com o universo ideolgico da Comunicao de Massa. Vrios foram os Congressos que, na poca, se realizaram com vistas ao problema da Comunicao nos pequenos grupos. 9
A temtica dos anos 1980 a 1984 concentrou-se na Comunicao e a Defesa dos Direitos Humanos, nos vrios setores de atividade. Assim os Congressos, como principal atividade da UCBC para reflexo, na poca, tornavam-se espao para discusso sobre Comunicao e Cultura popular (1980, em S. Bernardo); Comunicao, Juventude e Participao (1981, Florianpolis); Comunicao e Direitos Humanos (1982, PUC/S.Paulo); Comunicao e Segurana Nacional (1983, Recife).
Encontro Nacional de Scios
Com o crescimento dos Congressos Nacionais de comunicao social, os scios da UCBC comearam a sentir que o seu espao de participao, encontro e debate estava reduzido. J em Florianpolis (1981) objetou-se que a UCBC estava perdendo a sua identidade e seus congressos deixavam de ser um lugar de encontro para os scios. Este conflito, afirma Pedro Gilberto, agudizou-se em S. Paulo (1982). Em vista disso, a diretoria resolveu criar um outro espao, especialmente reservado aos scios, para o encontro e o debate de assuntos pertinentes vida da UCBC e seus associados. E o primeiro encontro foi programado e aconteceu em Campos do Jordo (SP), em 1983.
8 Pedro Gilberto Gomes, op. Cit. P 165. 9 Congressos em Bragana Paulista, em Natal, em Porto Alegre, em S. Leopoldo. 6 Neste encontro, os participantes discutiram os rumos que a entidade deveria tomar nos prximos anos. Com base em uma sntese histrica da UCBC foi tambm realizada uma anlise da conjuntura nacional. Os scios, ento, se propuseram analisar o momento histrico ps-eleitoral: 1. em que vivem as Igrejas; 2. em que se desenvolve a comunicao; 3. em que se desenvolvem a cultura e a educao. 10 Iniciavam-se, assim, os Encontros Nacionais de Scios.
Documentos, livros e posicionamentos da UCBC
Uma srie de atividades que explicitam a preocupao da UCBC com a comunicao e valores cristos podem ser elencadas como cursos de comunicao para bispos e religiosos, participao encontros de liturgia de rdio e televiso, promovidos pela Conferncia Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), documentos aprovados em alguns dos Congressos e declaraes, que configuraram a tomada de posio da entidade sobre assuntos e situaes que preocupavam os comunicadores e as Igrejas em dados momentos, bem como, documentos contendo denncias contra, por exemplo, invases em redaes de diversos jornais alternativos, presses sobre jornalistas, bem como, petio CNBB sobre uma redefinio das Escolas de Comunicao dentro das Universidades Catlicas. A respeito de livros publicados, importante fazer meno do primeiro livro publicado de 1970 a 1976, Comunicao/Incomunicao, por Jos Marques de Melo. O livro marca o incio da recuperao da memria do Congressos realizados pela UCBC at aquele momento. Afirma o autor, Marques de Melo: Ao decidir a publicao de um volume contendo os principais documentos que serviram de base para discusses dos seus encontros nacionais, quis a UCBC proporcionar comunidade brasileira, aos interessados nos processos de comunicao, em particular, um testemunho das suas preocupaes, o que pode significar uma plataforma vlida para o dimensionamento de muitas questes que precisam ser aprofundadas, no sentido de converter os massa media em instrumento a servio dos interesses populares da nao. Tratava-se de um perodo rico em realizaes: congressos, seminrios, debates, mesas-redondas, entrevistas, reportagens, depoimentos. Tudo em torno da problemtica da comunicao ento em voga. 11
Importante registrar que, a cada Congresso que se realizava, o seu contedo era, posteriormente, publicado em livros, com as principais conferncias, pois, importante que se diga que, apesar de muitos eventos realizados pela UCBC, os congressos brasileiros de comunicao sempre se constituram momentos privilegiados de sntese e reflexo.
A UCBC somando esforos com a NOMIC
Era a dcada de 1980, discutia-se muito a possibilidade de Uma Nova Ordem Mundial de Informao e Comunicao (NOMIC). A UCBC esteve diretamente ligada realizao, em S. Paulo, de um Seminrio sobre Igreja e
10 O Boletim da UCBC Informa, n. 113 (maro/83), p. 6-12 publica a ntegra deste resumo histrico, j enriquecido com a contribuio dos scios. 11 Pedro Gilberto Gomes, op. Cit. P 79.
7 Uma Nova Ordem Mundial de Informao e Comunicao, convocado pelas Organizaes Catlicas de Comunicao (Sal-Ocic/UNDA-Al/UCLAP/UCBC) e era de carter ecumnico. Os participantes eram comunicadores cristos, profissionais, religiosos, sacerdotes, bispos, pesquisadores de comunicao e cientistas sociais do Brasil e da Amrica Latina. O documento resultante de tal Seminrio incentivava para o planejamento de estratgias adequadas para que a construo da NOMIC fosse um resultado da prxis democrtica do povo latino-americano. 12
Em sntese, pode-se dizer que, para a UCBC, a realizao desse encontro significou um maior estreitamento no mbito latino-americano e o reconhecimento da academia quanto seriedade de sua reflexo. Ao mesmo tempo, a entidade foi ajudada na fundamentao terica de seus projetos.
PROJETO DE LEITURA CRTICA (LCC): A GRANDE UTOPIA DA UCBC
Encontrando as razes
O Projeto Leitura Crtica da Comunicao (denominado a seguir, somente por LCC) encontra suas razes na preocupao dos primeiros membros da UCBC em discutir a problemtica da conscincia crtica, do senso crtico frente aos meios de comunicao social. Havia um objetivo claro: ajudar os comunicadores a terem uma ao prtica a nvel de desmistificao da Comunicao Social, da Comunicao de Massa. Uma grande utopia, nascida de pessoas batalhadoras, habituadas a perceber as mudanas scio-poltico- culturais da histria. Utopia que se tornou realidade, atravs de um processo perseverante e persistente. O LCC surge em 1979, 13 dentro da UCBC, e situa-se no mbito educacional e apresenta-se como sugesto de trabalho para os comunicadores, para os lderes de movimentos populares, bem como para os agentes de pastoral das Igrejas crists. Com a participao de Jos Marques de Melo, Romeu Dale e Ismar de Oliveira Soares, organizou-se o primeiro curso da srie LCC, cuja sigla foi descoberta pelo prprio presidente da entidade Jos Marques de Melo e pelo scio Attlio I. Hartmann. Primeiramente, o seminrio LCC dirigiu-se a grupos religiosos, seguiram-se, ento, outras associaes como a Associao de Educao Catlica (AEC), sob a coordenao do scio prof. Jos Manuel Morn.
No princpio, o Projeto fundamentou-se em outro projeto congnere americano chamado TAT (Television Analisys Training), que tinha como objetivo conscientizar as famlias quanto aos erros da televiso, principalmente
12 Cfr. Documento de S. Paulo (Embu). O Seminrio contou com o apoio de muitas organizaes, como Miserior, Comit Catlico Francs para o Desenvolvimento; UNESCO, DECOS-CELAM, CNBB. 13 Como se trata de uma preocupao constante da UCBC em influir nas polticas de comunicao, num verdadeiro exerccio de cidadania, justo mencionar que o surgimento do LCC, segundo o estudo Histria de um Processo, de Pedro Gilberto Gomes, se identifica nas experincias realizadas pela UCBC, j no incio da dcada de 70, quando o primeiro presidente da UCBC, Marcelo Azevedo, organizou vrios cursos em Porto Alegre. Assim Ismar de Oliveira Soares percorreu vrios Estados promovendo cursos. Em meados de 70, a Conferncia dos Religiosos do Brasil (CRB) e a Conferncia Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) solicitaram tambm cursos ministrados pelo presidente da UCBC Jos Marques de Melo e pelo secretrio geral Fr. Romeu Dale, entre outros. 8 em relao aos esteretipos difundidos, interpretao que a televiso dava ao relacionamento sexual, e questo da violncia. O projeto possua uma concepo identificada como eminentemente moralista, pois preocupava-se em combater os excessos da TV, j mencionados. A influncia de Reinaldo Brose, pastor metodista, na UCBC, foi em princpio no sentido de implementar um projeto daquela natureza. Na poca, os scios da UCBC eram professores de faculdades, principalmente do Instituto Metodista de Ensino Superior de So Bernardo do Campo. Os cursos, com carter acadmico, organizavam-se em feriados, fins de semana, e nas mais variadas cidades. Entretanto, nesse mesmo perodo, a UCBC comearia a fazer uma auto- critica do seu trabalho. Inicialmente dois tpicos foram questionados: o primeiro no sentido de que a entidade estaria reproduzindo o sistema americano e, portanto, tendo um comportamento moralista, o que no correspondia aos fins da UCBC. A opo foi, ento, voltar-se para o ideolgico, para a desmistificao dos compromissos econmicos dos meios de comunicao, e no mais especificamente para a questo da moralidade. 14 Os cursos de LCC passaram a ter um perfil de conferncias, com debates posteriores, sobre o sistema de comunicao, a industria cultural, os excessos cometidos pelos meios de comunicao, enquanto formadores da opinio publica, etc. A estes temas acrescentava-se o estudo da comunicao crist. O objetivo era denunciar a manipulao exercida pelos MCS e alertar os responsveis pelo controle e desvio da informao, consequncia do sistema scio-poltico- econmico-cultural vivido no Brasil e, em geral, no mundo. O segundo tpico repensado pela UCBC, como auto-crtica dizia respeito aos monitores em relao aos grupos. Devido ao momento que o Brasil enfrentava (ditadura militar) com profundas marcas de autoritarismo, provocando medo e censura, produzia-se o mesmo sistema autoritrio (monitor-grupo) que se combatia, o que levou a um redimensionamento do prprio projeto. Uma vez superada tal postura, o LCC tomava, gradualmente, conscincia e clareza de seus limites e alcances, passando a privilegiar a comunicao libertadora, na aplicao de suas tcnicas, norteando o seu paradigma para a importncia do saber construdo a partir da realidade observada de uma forma crtica e das contradies presentes no processo de anlise grupal. O enfoque passa a ser a recepo, enquanto um universo entre o aparelho de TV e o telespectador, a partir do que as pessoas sentiam nessa relao que j se supunha no-passiva. Abandonava-se, assim, uma postura denuncista inicial, optando por trabalhar a partir de dinmicas que favoreciam a manifestao das ideias, sentimentos e posies dos participantes, assumindo uma postura indutiva-dialtico-popular, o que significa que a perspectiva de anlise passa a ser o lugar social, poltico, cultural, econmico dos empobrecidos. Decidiu-se, ento, privilegiar o trabalho com grupos do movimento popular e aos professores que trabalham na rede pblica de ensino. 15
14 De acordo com Historia de um Processo foi a partir de crticas levantadas pelos scios que o LCC se aproximou da area acadmica, buscando contribuies fornecidas pelas Universidades e principalmente pela INTERCOM (Sociedade Brasileira para o Estudo Interdisciplinar da Comunicao), que levasse a superar a concepo moralista frente aos fenmenos da comunicao de massa.. 15 Neste sentido, e segundo Ismar de O. Soares, popular no a comunicao feita para o povo, mas aquela que o prprio povo pode produzir. 9 Uma educao para a comunicao, entretanto, que segue a vertente dialtica-popular, deve seguir, simultaneamente, dois caminhos que possibilitem a formao de parmetros prprios de leitura e produo: - ajudar os grupos a ler criticamente - contribuir para que as pessoas, mesmo sendo crianas da escola elementar, se expressem livremente e de forma democrtica. Tal postura pedaggica se produz com a ajuda de uma metodologia indutiva (fazer e refletir sobre a prtica), uma vez que a viso dialtica considera que o saber construdo permanentemente pelos dois plos envolvidos no processo. Seguir a vertente mencionada, entretanto, exige do animador (monitor) do grupo a deciso de enfrentar a inovao com a naturalidade de quem possui a clareza necessria sobre os objetivos e mtodos de uma pedagogia centrada nas necessidades reais dos participantes. O desafio grande no sentido que a viso dialtico indutiva-popular de educao exige predisposio criatividade, respeito ao universo cultural dos participantes, alm do estimular o exerccio da prtica da comunicao (impressa e audiovisual), como parte essencial do processo. Assim chega-se a trabalhar conceitos abstratos, porm plenos de realidade como verdade, manipulao, justia, solidariedade, etc.
No desenvolvimento da auto-crtica que a UCBC faz do LCC, e atendo-se aos princpios que constituem a sua identidade, o Projeto LCC explicita trs objetivos especficos: 1. Oportunizar a criao da conscincia de grupo, a fim de que todos os participantes do projeto se sintam sujeitos do processo a ser desenvolvido. 2. Analisar com o grupo a MENSAGEM veiculada atravs dos Meios de Comunicao. 3. Reforar a conscincia do grupo, objetivando um compromisso de mudana de comunicao atravs de sinais profticos; insere-se neste conceito a criao de canais alternativos de comunicao, como jornais comunitrios, boletins, teatro popular, video-militante, murais, volantes, etc.
LCC- reflexes sobre seus princpios tericos-metodolgicos 16
A mudana de enfoque pela qual passou o Projeto LCC (descrita at o momento) criou problemas de metodologia. Superou-se o moralismo, o maniquesmo e, principalmente o academicismo, e passou-se a enfrentar outros desafios, inclusive de natureza estrutural. O LCC, como projeto confessional, juntamente com outros projetos tambm no acadmicos, realiza experincias com recepo critica de comunicao no pas. Para alm da variedade de metodologias envolvidas e das clientelas a que se destinam, esses projetos tm em comum a tentativa de desenvolvimento de uma prxis comunicacional transformadora com
16 Para as reflexes terico-metodolgico que seguem, servimo-nos, inteiramente, do trabalho desenvolvido pela professora Dra. Maria Immacolata V. Lopes (ECA/USP), Leitura critica da comunicao (LCC) uma discusso de seus princpios terico-metodolgicos, partes LCC: Reflexes sobre seus princpios terico-metodolgicos; Sobre as teorias e os conceitos que integram o projeto LCC; Sobre a metodologia e dificuldades metodolgicas do LCC. 10 implicaes pedaggicas e polticas. Analisar, portanto, no LCC o instrumental terico e metodolgico que est engendrado a partir de sua prtica trabalhar para a superao das teorias tradicionais da comunicao que atribuem ao receptor um papel passivo e para a fundamentao de metodologias no convencionais de pesquisa que propem a participao do receptor e a interveno nas condies de recepo da comunicao.
Observa-se, inicialmente, que o LCC concebido no contexto de um projeto educacional ligado prtica poltica das classes populares. Apesar de comportar vrias unidades, o LCC acabou por assumir a perspectiva de anlise da comunicao popular, minimizando sua preocupao com a classe mdia, para dedicar-se prioritariamente ao trabalho junto s classes subalternas, de acordo com seus interesses e objetivos. Tal definio poltica de objetivos vai determinar a adoo de uma metodologia participativa, com aspectos de conscientizao, de ao e de mudana social. A anlise crtica dos MCM feita a partir da percepo que os grupos elaboram de acordo com a sua insero no sistema produtivo e de sua posio de classe dentro de uma Sociedade de capitalismo dependente e associado. Desta postura inicial decorrem varias implicaes significativas, como a contribuio para o avano dos movimentos populares atravs de um processo de conscincia crtica. Explicitamente, o Projeto LCC insere-se dentro de uma linha de reflexo sobre Teologia e Comunicao proposta pela Teologia da Libertao. A problemtica da comunicao integrada a essa reflexo atravs da elaborao do conceito de Comunicao Libertadora. A comunicao primeiramente analisada ao nvel do sistema scio-poltico com funes de dominao ideolgica. Para a consecuo dos objetivos citados precedentemente (oportunizar a criao da conscincia de grupo; analisar com o grupo a mensagem veiculada atravs dos MC; reforar a conscincia do grupo, para um compromisso de mudana de comunicao, atravs de canais alternativos) indicada a orientao metodolgica para o crescimento da conscincia, atravs de trs passos: 1. Explicitao de valores
1.a. do grupo (1) apresentao de um produto cultural (um programa de rdio, um audiovisual, um vdeo, um jornal, etc). (2) anlise deste produto, a partir das perguntas: - o que gostou? - o que no gostou? - o que faltou? Ou o que mudaria? - como refaria?
1.b. dos meios (1) apresentao de um produto cultural visivo (2) anlise deste produto a partir das perguntas: - de que cenas mais gostou? (percepo sensorial) - que questes estas cenas levantam (anlise sociolgica) 11 - que valores so passados atravs destas questes? (anlise ideolgica) - que valores o grupo afirma? (anlise ideolgica)
1.c. a partir dos problemas Faz-se a apresentao de um produto cultural qualquer para analisar-se o tratamento dado pelo veculo aos problemas inerentes ao grupo participante (operrios, estudantes, religiosos, mulheres, etc.).
2. Anlise do Processo de Comunicao
2.a. Anlise da produo (1) anlise da estrutura: organizao do programa (2) anlise da linguagem: tcnica utilizada no programa (3) anlise do contedo: evidente e implcito. 2.b. Anlise do sistema de comunicao (1) apresentao de textos sobre comunicao e indstria cultural (2) discusso das concluses
3. Compromisso do grupo
Ao fim de cada curso de LCC, os participantes devem assumir um compromisso concreto com a comunidade, tornando-se sujeitos de mudana na estrutura do processo de comunicao. A metodologia de leitura crtica apresenta um carter no-convencional, uma vez que, atravs da anlise de um produto cultural, pretende-se promover mudana de conscincia e consequentemente intervir nas condies de comunicao. O elemento pedaggico est presente nos dois primeiros passos (Explicitao de valores e Anlise do processo de comunicao) que se realizam atravs de uma mesma tcnica. Os cursos de LCC so realizados em pequenos grupos (no mximo, 20 pessoas) com durao de 20 horas. O grupo sempre subdividido em ncleos homogneos que discutem as perguntas introduzidas pelo coordenador. E o critrio de diviso geralmente baseia-se em variveis como idade, sexo ou estado civil. A tcnica de discusso se apia no elenco de perguntas j citadas. Estas so discutidas primeiramente pelos ncleos que em seguida apresentam suas concluses para o debate do grupo todo. No caso de textos sobre indstria cultural o esquema o mesmo. Ao final, o grupo como um todo retira do estudo um compromisso de buscar formas alternativas de comunicao. Nota-se que tanto as tcnicas como a dinmica grupal baseiam-se nas experincias de leitura com adultos de Paulo Freire. Por se tratar de uma metodologia da recepo, parte-se de um dispositivo de questionamento que espera revelar as representaes e disposies ideolgicas do grupo participante. Percebe-se na metodologia do LCC a necessidade de superao da observao unilateral do investigador (coordenador) pelo questionamento coletivo, pela relao dialgica tendendo descrio real das condies de recepo, de reinterpretao e reelaboraro dos produtos culturais (programa, jornal, etc.) pelo grupo envolvido. No resta dvida de que h produo de conhecimento atravs dessa metodologia. Pode-se dizer que ao fim do processo praticou-se uma 12 interveno de que resultou uma mudana nas condies de recepo. Como j dissemos, essa interveno resulta tanto do desenvolvimento da conscincia crtica como da mudana da disposio do plo intelectual e do plo receptor. O grupo deve tornar-se sujeito do processo atravs de uma influncia recproca com o coordenador. Mais do que informantes so investigadores de uma situao vivida 17 .
O Projeto LCC, seguindo o novo momento social e comunicacional atual, continuou trilhando os caminhos da utopia, acreditando que o tempo futuro sinnimo de esperana, de construo da histria que nos pertence. Por isso, a partir de 2003, o Projeto, depois de passar de atividades centradas em uma anlise dos meios de comunicao, suas mensagens e intenes; depois de um segundo momento em que considerou o receptor como elemento fundamental para a discusso, o LCC viveu um novo momento, em que o Projeto pretendeu dar lugar ao entendimento do processo da leitura, interpretada como resultado de uma negociao entre as configuraes narrativas e a liberdade individual do ato de ler que, segundo Ricoeur uma apropriao do texto, tanto para concretizar o potencial semntico do mesmo quanto por criar uma mediao pra o conhecimento do eu atravs da compreenso do texto. 18 Portanto, o Projeto viveu uma nova fase, que respeita os passos consolidados na histria do programa, mas se props a avanar. Trata-se de um novo momento em que so mantidos os mesmos princpios que motivaram o surgimento do Projeto. Sao mantidos tambm os mdulos de leitura em trs etapas distintas, em que se buscam explicitar os valores do grupo que participa do LCC, os valores dos MCS em questo e o processo de comunicao. Mantm tambm a metodologia de partir sempre da anlise de um produto ou elemento de comunicao para, depois, evidenciar, se necessrio, reflexes tericas que fundamentem a anlise. Esta nova etapa, no entanto acrescentou ao Programa LCC uma preocupao mais enftica com os valores cristos, com a tica e com a cidadania, buscando evidenciar como eles so explicitados por meio de produtos culturais e elementos de comunicao em anlise. Tambm foi preocupao dessa segunda fase estabelecer, em cada leitura, um compromisso do grupo em relao especfica ao tema tratado naquela leitura, evitando generalizaes. Assim, o LCC quis possibilitar s pessoas, especialmente lideranas comunitrias, religiosas e sociais, uma mudana de comportamento na sua relao com os meios e com as diferentes formas de comunicao presentes em seu cotidiano, por meio de um instrumento acessvel e de fcil manuseio, que facilitasse a leitura do fenmeno da comunicao e que lhes permitisse serem sujeitos de seu prprio aprendizado.
17 Para maiores detalhes e aprofundamento sobre a metodologia e dificuldades metodolgicas do LCC, ver Maria Immacolata V. Lopes (ECA/USP), Leitura critica da comunicao (LCC) uma discusso de seus princpios terico-metodolgicos, op.cit. 18 Citado em Roger Chartier. Textos, impresso, leituras, 1999. 13 Concluso
Concluindo, esta exposio, sinto, por um lado, a satisfao, por vezes, a emoo de recordar uma trajetria que traz em seu bojo uma riqueza inesgotvel de empreendedorismo, luta, garra, metas definidas, construo de conhecimento em favor da sociedade, de construo de plataformas de valores humano-cristos. Por outro lado, sinto, tambm, o pesar de no poder alcanar tantos detalhes vividos, sofridos, alegres da entidade, ao longo de sua histria de 43 anos para derrubar muros e construir pontes. Para ser breve, sinto tambm o pesar de ver, nesse momento, essa entidade fechada. Talvez, ela precise reviver? Necessite de um sopro de vida, de capacidade, de querer realmente colocar em prtica seus objetivos? No preciso inventar a roda ela j existe e precisa de reinveno, de coragem e de muito amor; precisa de paixo por uma causa, como souberam viver e nos ensinar os grandes mestres do passado. Um caso de amor. E de utopia!
Muito obrigada!
Joana T. Puntel - PhD em Comunicao Eclesiocom Metodista S. Bernardo do Campo (SP) 23 /08/2012.
Mini curriculum
Joana T. Puntel possui graduao em Jornalismo (Faculdade Casper Lbero), mestrado em Comunicao pela Universidade Metodista de S. Paulo Umesp, doutorado em Comunicao pela Simon Fraser University (Vancouver, Canad) e pela Universidade de S. Paulo (USP), ps-doutorado pela The London School of Economics and Political Science (Londres, Inglaterra). orientadora pedaggica do Servio Pastoral da Comunicao Sepac, onde atua tambm como docente de ps-graduao; docente na Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicao Fapcom; membro da Equipe de Reflexo sobre Comunicao da CNBB; docente no ITESP (Instituto Teologia de S. Paulo). Membro da Associao de Pesquisadores em Comunicao (INTERCOM). pesquisadora, conferencista e dirige seminrios sobre Igreja/Comunicao e Cultura da Comunicao no Brasil e no exterior e tem vrias publicaes: artigos em revistas e livros lanados pela Paulinas Editora, entre os quais, Cultura Miditica e Igreja; Pastoral da Comunicao dilogo entre f e cultura, Comunicao: dilogo dos saberes na cultura miditica, A Comunicao nos Passos de Joo Paulo II, Inter Mirifca-texto e comentrios.
Prof Dr Joana T. Puntel Lattes.cnpq.br/5817325330173086 Rua D. Incia Uchoa, 62 04110-020 - So Paulo - SP Tel.: (11) 21253548