Introdução À M. Klein - Resumo de Aulas.
Introdução À M. Klein - Resumo de Aulas.
Introdução À M. Klein - Resumo de Aulas.
Dimenses histricas
Klein partiu da psicanalise que lhe era contempornea: Freud e Ferenczi.
ela se expressa, tornando-se uma narrao pela qual a transferncia dessas fantasias para
o brincar torna-se o objeto da interpretao do analista, seja a transferncia negativa ou
no.
Klein buscou as fontes de angstia nas crianas, e evidencia a presena de
um dipo ainda no beb e da formao precoce de uma estrutura de Superego, lidou
com a angstia e com os desmembramentos. Por essa anlise pode trabalhar sobre o
Superego muito rgido no tratamento das psicoses, o Superego inicial torna-se
excessivamente rgido, Klein trabalha na transferncia para tratar as psicoses.
Na hiptese kleniana a angustia existe desde o comeo da vida, o motor
essencial ao desenvolvimento psquico e a origem de toda a patologia mental. Melanie
Klein desenvolveu uma nova forma de representao psquica, demonstra que o analista
deve acompanhar a fantasia inconsciente do paciente, a cura est na fala do analista que
possibilita a significao de um aglomerado de registros que encontram-se em pr ou
sem representao no sujeito.
Descreve que existe um espao mental povoado por objetos que interagem
entre si formando significados e motivaes, as fantasias inconscientes seriam
elementos bsicos desse mundo ou realidade psquica. A ideia de conflito mental se
modifica na clnica kleniana, no uma luta entre pulso sexual e mecanismo de defesa,
ou com um impedimento da descarga emocional, mas entre sentimentos de amor e dio
com um objeto.
a) O incio do trabalho com as crianas
Melanie Klein utiliza da Tcnica do Brincar para sua anlise, mas
importante salientar que no se trata de ludoterapia, seu interesse no produzir a abreao no paciente, tambm no se trata de uma forma de observao analtica. O
brincar e a terapia convencionar buscavam diminuir as resistncias, possibilitar
interpretaes, transferncias de situaes antigas, usada por causa da falta de
associao verbal na criana e pela resistncia s associaes causadas pela angustia,
elas falam sobre o contedo da angstia, porm de forma metafrica.
no brincar que a criana explora suas fantasias inconscientes, desejos e
experincias anteriores. A angustia diminui na medida em que a interpretao gera
novas simbolizaes das brincadeiras, ao brincar a criana exterioriza suas fantasias e
representao de uma dimenso corporal para receber (introjetar) o objeto. Para alm,
necessrio que exista uma expectativa de satisfao que pode ou no ocorrer, gerando,
se o ocorre, gratificao ou, se no ocorre, frustrao.
Assim, a fantasia no uma simples forma de fugir da realidade, mas um
acompanhamento inevitvel e constante das experincias reais com as quais se est em
constante interao. A inter-relao entre fantasia inconsciente e realidade externa
muito importante quando se tenta avaliar a importncia do ambiente no
desenvolvimento da criana. Ora, se a realidade difere frustrantemente da fantasia
inconsciente, ento pode ocorrer uma paralisao do desenvolvimento infantil, gerando
uma patologia. Por outro lado, a gratificao em demasia pode inibir as atividades dos
mecanismos de defesas e, no momento em que ocorrer uma frustrao, o ego mostrarse- incapaz de lidar com ela. O ambiente tem, naturalmente, efeitos na tenra infncia e
na infncia posterior, mas da no se conclui que sem um ambiente mau, no existiriam
fantasias e ansiedades agressivas e persecutrias. A importncia do fator ambiental s
pode ser corretamente avaliada em relao ao que ele significa nos termos dos prprios
instintos e fantasias da criana.
Visto que os objetivos da fantasia consistem em satisfazer os impulsos
instintuais, prescindindo da realidade externa, a gratificao derivada da fantasia pode
ser encarada como uma defesa contra a realidade externa da privao. Alm do mais
poderamos falar de uma defesa contra a realidade interna, j que sua fantasia de
satisfao poderia estar defendendo a si mesmo contra sua raiva e sua fragilidade a
partir do contato com a privao.
Poderamos ainda falar de uma fantasia usada como defesa contra uma
fantasia. O exemplo tpico so as defesas manacas, cuja principal finalidade repelir
fantasias depressivas subjacentes. Uma fantasia manaca tpica a do eu que contm um
objeto ideal devorado cuja radincia (poder) cai sobre o ego; trata-se de uma defesa
contra a fantasia subjacente de conter um objeto que irreparavelmente destrudo e
vingativo e cuja sombra cai sobre o ego.
c) Teoria das Posies
M. Klein descreve duas posies durante o desenvolvimento da criana:
Posio Esquizoparanoide e Posio Depressiva. M. Klein aponta sua teoria do
i.
Introjeo
Projeo
Identificao Projetiva
A Inveja
A inveja primitiva descrita por M. Klein como sendo um fator interno que
influi substancialmente sobre o desenvolvimento do beb. M. Klein estabelece um
distino entre inveja, cime e voracidade.
Inveja: a emoo mais primitiva de todas as trs, baseada numa relao
dual, isto , sem um terceiro, no qual se busca em um outro alguma qualidade ou posse
que este tenha. Experimenta em termos de objetos parciais, ele no capaz de
reconhecer o outro como um objeto total. O beb tem inveja de sua me por conta dele
possuir o seio, sua me no vista como um objeto total que , mas sim como um
objeto parcial: o seio. A inveja est muito presente na Posio Esquizoparanoide. A
inveja visa que se seja to bom como o objeto, mas, quando isso no possvel, visa
danificar o objeto, para remover a fonte de sentimentos invejosos. A inveja, embora
surgindo do amor primitivo, tem um componente libidinal menos forte do que a
voracidade, e impregnada do instinto de morte.
Cime: este, por outro lado, baseia-se no amor e visa a posse do objeto
amada e a remoo total do rival. Pertence a uma relao triangular e, portanto, a um
perodo de vida em que os objetos so claramente reconhecidos uns dos outros.
Voracidade: visa a posse de toda a bondade que possa ser extrada do
objeto, sem qualquer considerao das consequncias, isso pode resultar na destruio
do objeto e na danificao de sua bondade, mas a destruio incidental aquisio
desapiedada.
A inveja pode fundir-se com a voracidade, conduzindo a um desejo de
esgotar inteiramente o objeto, no apenas a fim de possuir sua bondade, mas tambm
para esvaziar intencionalmente o objeto, de modo que no contenha nada de invejvel.
Fortes sentimentos de inveja conduzem ao desespero. Um objeto ideal no
pode ser encontrado e, portanto, no h esperana de amor ou qualquer ajuda. Em um
desenvolvimento mais normal, a inveja se torna mais integrada. A gratificao
experimentada no seio estimula admirao, amor e gratido, ao mesmo tempo que a
inveja. Esses sentimentos entram em conflito to logo o ego comea a se integrar e, se a
inveja no for to avassaladora, a gratido a supera e modifica.
Sentimentos de inveja com relao ao objeto primrio, embora
enfraquecidos, sempre permanecem. Alguns desses sentimentos deslocam-se do objeto
primrio para o rival, tornando-se fundido com o sentimento de cime em relao ao
rival.
vi.
Desenvolvimento
da
Posio
Esquizoparanoide
Na posio Esquizoparanoide, um manejo bem-sucedido das ansiedades
leva o beb a uma organizao gradual de seu universo. medida que os processos de
diviso, projeo e introjeo ajudam a ordenar suas percepes e emoes, e a separar
as boas das ms, o beb se sente confrontado com um objeto ideal que ele ama, tenta
adquirir e conservar, e com o qual tenta identificar-se e com um objeto mau, no qual
projetou seus impulsos agressivos e que sentido como uma ameaa ao prprio beb e a
seu objeto ideal.
Se as condies de desenvolvimento so favorveis, o beb sentir cada vez
mais que seu objeto ideal e que seus impulsos libidinais so mais fortes do que o objeto
mau e seus impulsos maus. Quando o beb sentir que seu ego est forte e na posse
segura de um objeto ideal forte, ele se sentir menos temeroso de seus prprios
impulsos maus e, portanto, menos impulsionado a projet-los para fora. Aumenta a
tolerncia do beb em relao ao instinto de morte dentro de si mesmo e diminuem seus
medos paranoides; a diviso e a projeo diminuem, e o impulso para a integrao do
ego e do objeto pode tornar-se gradualmente preponderante.
e) Posio Depressiva
A posio depressiva foi definida por M. Klein como a fase de
desenvolvimento na qual o beb reconhece um objeto total e se relaciona com esse
objeto.
O reconhecimento de sua me como uma pessoa total tem implicaes
muito vastas e abre um mundo de novas experincias, pois significa reconhece-la como
um indivduo que leva a vida prpria e que tem relaes com outras pessoas. O beb
descobre seu desamparo, sua completa dependncia dela e seu cime de outras
pessoas.
A diminuio de processos projetivos e a maior integrao do ego
significam que a percepo d objetos menos deformada, de modo que os objetos maus
e ideias se aproximam.
Na posio depressiva, as necessidades brotam da ambivalncia, e a
principal ansiedade da criana a de que seus prprios impulsos destrutivos tenham
destrudo ou destruam o objeto que ela ama e do qual depende totalmente. Surgem
novos sentimentos: o luto e o anseio pelo objeto bom, bem como a culpa, uma
experincia caracterstica que surge do sentimento de ter perdido o objeto bom atravs
da prpria destrutividade.
A experincia de depresso mobiliza no beb o desejo de reparar o seu
objeto destrudo. Anseia por compensar o dano que infligiu a ele em sua fantasia
onipotente, por restaurar e recuperar seus objetos amados perdidos e por lhes dar de
volta vida e integridade. O fracasso na reparao leva ao desespero, seu sucesso,
esperana renovada.