Utilização de Bactérias Produtoras de Biossurfactantes em Técnicas de Biorremediação de Petróleo
Utilização de Bactérias Produtoras de Biossurfactantes em Técnicas de Biorremediação de Petróleo
Utilização de Bactérias Produtoras de Biossurfactantes em Técnicas de Biorremediação de Petróleo
Lorena
2015
Lorena
2015
AUTORIZO A REPRODUO E DIVULGAO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIO
CONVENCIONAL OU ELETRNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE
AGRADECIMENTOS
RESUMO
LISTA DE FIGURAS
SUMRIO
1.
INTRODUO ................................................................................................. 12
2.1.2.
2.1.3.
2.1.4.
2.1.5.
2.1.6.
2.1.7.
2.1.8.
2.1.9.
Classificao................................................................................................ 33
2.2.2.
Tcnicas empregadas................................................................................... 33
2.2.3.
2.2.4.
2.2.5.
2.3.3.
2.3.4.
Atividade emulsificante............................................................................... 57
3.
METODOLOGIA ............................................................................................. 59
4.
12
1. INTRODUO
12
Um litro de leo capaz de esgotar o oxignio de um milho de litros de gua e, em
poucos dias, formar uma fina camada sobre a superfcie de 1000m de solo, bloqueando a
passagem de luz e inibindo o crescimento de microrganismos e plantas (YEUNG et al. 2011
apud SOUZA, 2013, p. 10). Os prejuzos ambientais e financeiros inerentes contaminao do
mar ou solo com petrleo e derivados alavancam pesquisas acerca de mtodos eficientes para
remoo ou reduo destes compostos no meio ambiente.
A remediao de stios contaminados pode ser realizada por mtodos fsico-qumicos
ou biolgicos. Mtodos fsico convencionais consistem na utilizao de equipamentos caros e
pouco eficientes, como barreiras de conteno, barcaas recolhedoras, cordas oleoflicas,
caminhes vcuo, absorventes granulados, entre outros, que realizam a remoo mecnica dos
hidrocarbonetos do ambiente (MANDRI; LIN, 2007 apud MONTAGNOLLI, 2011 p. 22-23).
A combusto in situ, uma tcnica de recuperao trmica de leo, consiste na ignio de uma
pequena poro do leo do reservatrio, a qual sustentada pela injeo contnua de ar e gera
resduos densos extremamente viscosos e de difcil recuperao no mar e na costa.
Alguns produtos qumicos como os dispersantes, constitudos por surfactantes e
solventes, podem ser pulverizados nas manchas de petrleo com o objetivo de acelerar o
processo de disperso natural para remover o leo flutuante e minimizar o impacto em zonas
costeiras sensveis e aves. No entanto, possuem eficincia limitada quando aplicados sobre
leos com ponto de fluidez prximo ou superior temperatura ambiente e podem at gerar
subprodutos txicos. (CRAIG et al., 2012). Mecanismos naturais e biolgicos de limpeza e
remoo do leo so priorizados em muitos casos, j que no causam danos adicionais
comunidade martima e costeira. A utilizao de microrganismos capazes de obter energia de
fontes de carbono, a partir da decomposio biolgica dos hidrocarbonetos presentes no
petrleo em dixido de carbono, gua, sais minerais e gases, se apresenta como um mtodo
ambientalmente amigvel para a remediao (SOUZA, 2013).
Entretanto, a baixa solubilidade e a hidrofobicidade elevada de muitos hidrocarbonetos
os tornam altamente indisponveis aos microrganismos, dificultando o deslocamento de
substratos insolveis pela membrana celular. Microrganismos aerbicos so capazes de resolver
esse problema a partir da produo de biossurfactantes, compostos formados por molculas
anfipticas que agem pela reduo da tenso entre o meio e a bactria, assim como entre a
parede celular bacteriana e as molculas de hidrocarbonetos. A interao do biossurfactante
com a superfcie celular promove modificaes na membrana, aumentando sua hidrofobicidade
e facilitando a aderncia do hidrocarboneto, o que reduz o ndice de lipopolissacardeos da
12
parede celular sem danificar a membrana. Outros mecanismos de ao desses compostos
consistem no aumento da rea de contato dos microrganismos com os hidrocarbonetos, na
melhora da mobilidade e acesso ao substrato, resultando no aumento da biodegradao desses
compostos (SILVA et al., 2014).
Dentre as vantagens que biossurfactantes oferecem, comparando-se com surfactantes
qumicos, pode-se mencionar a biodegradabilidade, compatibilidade ambiental e baixa
toxidade, o que torna esses compostos eficazes na biorremediao de vazamentos de petrleo.
Apesar de ser aplicado em diferentes processos industriais, como nas indstrias farmacutica,
de cosmticos e de alimentos, o maior mercado na indstria de petrleo, na qual tais
componentes podem ser utilizados na limpeza e biorremediao de mares e solos contaminados
com petrleo, na remoo de resduos de leo em tanques de armazenamento e na recuperao
do produto.
Este trabalho visou o estudo de diversas tcnicas desenvolvidas na biodegradao e
biorremediao de petrleo, empregando bactrias produtoras de biossurfactantes,
possibilitando, assim, uma anlise dos mtodos mais eficazes e promissores na resoluo de um
problema histrico que causa grandes prejuzos indstria petrolfera e ao meio ambiente.
12
1.1. JUSTIFICATIVA
12
1.2. OBJETIVOS
Especficos:
12
2. REVISO BIBLIOGRFICA
2.1. O PETRLEO
12
(NAGAYASSU, 2006). Este resduo consiste em uma espcie de lama putrefata, resultado da
converso de organismos marinhos, como animais e plantas, em matria orgnica.
Ao longo de um milho de anos cerca de 10% desta lama se transforma em betume,
denominao dada aos produtos orgnicos secundrios solveis em solventes orgnicos
comuns. Os restantes 90% se transformam em um composto do tipo polimrico de alto peso
molecular, intimamente associado s rochas que o contm, denominado querognio. Este
corresponde fraco da matria orgnica sedimentar derivada de reas continentais e dos
ambientes marinhos, insolvel nos solventes orgnicos comuns e presente nas rochas,
sedimentos modernos e solos (FERNANDES, 2004). Sob condies especificas de presso e
temperatura, aliadas catlise realizada pelo material constituinte das rochas, o querognio
transformado, ao longo de milhes de anos, em petrleo (CORREA, 1989).
A teoria inorgnica atribui a formao do petrleo s reaes entre a gua, gs
carbnico, carbonatos e carbonetos metlicos, sob condies de temperatura e presso elevadas.
Ela desconsidera a origem baseada em organismos vivos e no explica a existncia no petrleo
de porfirinas, compostos organometlicos de estrutura complexa, os quais so sintetizados por
seres vivos vegetais ou animais (KUTCHEROV et al., 2010).
Pela teoria da radioatividade, a radiao, proveniente de elementos radioativos
existentes na crosta terrestre, teria agido sobre o metano, proveniente da atmosfera primitiva do
planeta, gerando hidrocarbonetos de cadeias mais longas presentes no petrleo. No entanto, a
radiao intensa teria destrudo os compostos oticamente ativos que so encontrados no
petrleo, e resultaria em altos teores de hidrognio e hlio nos gases de petrleo, o que no
ocorre de fato (PASCHOA, 1997). Assim como a teoria inorgnica, a teoria da radioatividade
tambm no explica a existncia de porfirinas, um dos motivos pelos quais a teoria orgnica
melhor aceita na comunidade cientfica (PASCHOA, 1997).
12
queimados, liberam grande quantidade de calor, o que os caracteriza como excelentes
combustveis (CORREA, 1989).
A srie dos cicloalcanos, representada por hidrocarbonetos naftnicos, composta por
cadeias fechadas em forma de anis contendo trs ou mais tomos de carbono, sendo que as
sries com cinco ou seis tomos so mais comumente encontradas nos petrleos (MACIEL,
2003). As ligaes saturadas das cadeias conferem estabilidade aos compostos, cujas
propriedades se assemelham s dos alcanos lineares. Esses componentes so removidos mais
rapidamente pela degradao microbiolgica no ambiente marinho (POFFO, 2000).
Por fim, os hidrocarbonetos compostos por anis benznicos, dotados de seis tomos
de carbono ligados entre si por valncias simples e duplas alternadas, representam a srie dos
aromticos. Eles so compostos relativamente solveis em gua e altamente txicos para
plncton marinho (CETESB, 2008).
Na Figura 1 so apresentados alguns hidrocarbonetos que compem o petrleo:
tetradecano (um n-alcano), pristano (um alcano ramificado), metilciclopentano, ciclohexano e
hopano esto presentes na frao saturada do leo cru, enquanto que os outros compostos fazem
parte da frao aromtica.
Figura 1: Hidrocarbonetos representativos na composio do petrleo
12
Algumas propriedades fsicas e qumicas dependem do nmero e forma pela qual
outros elementos como nitrognio, oxignio, enxofre, vandio, sdio, nquel e ferro, se ligam
aos hidrocarbonetos. Sua viscosidade, por exemplo, depende do teor de fraes leves
(componentes aromticos) e outros elementos, alm da temperatura ambiente. medida que a
temperatura aumenta, a viscosidade do fluido diminui, e vice-versa (CRAIG et al., 2012).
A maioria dos leos mais leve do que a gua, normalmente apresentando densidade
relativa menor que 1,0 devido baixa porcentagem de compostos parafnicos em sua
composio (MACHADO, 2012). A classificao do petrleo baseada na densidade foi
instituda pelas normas do American Petroleum Institute, e ganhou a denominao de grau API,
pela qual, quanto maior for a densidade do petrleo, menor ser o grau API e mais pesado ser
o leo. Logo, quando a densidade menor do que 0,85g/L, eles podem ser classificados como
leos leves (NEIVA, 1986) (Figura 2). Quando a densidade relativa baixa, um decrscimo da
tenso superficial (fora de atrao entre as molculas na superfcie de um lquido) ocasiona
elevao da temperatura e resulta em alta taxa de espalhamento na superfcie da gua ou do
solo (POFFO, 2000).
12
O petrleo apresenta uma solubilidade em gua extremamente baixa, geralmente
menor do que 5 ppm (CAMPOS; LEONTSINIS, 1990). Logo, apenas uma pequena parte dos
hidrocarbonetos solveis e dos vrios sais minerais presentes no leo so dissolvidos no meio
aqutico, o que influencia no nvel de toxicidade que esses compostos apresentam para
organismos aquticos, uma vez que cerca de 10 a 40% dos componentes do petrleo so
recalcitrantes, ou seja, persistentes no ambiente (CARVALHO, 2006).
Quando emulsionado, ou seja, misturado com gua, o leo pode permanecer na
superfcie do mar por horas ou at sete dias aps o vazamento, de acordo com a viscosidade, a
fluidez, o volume vazado e as condies climticas e oceanogrficas (ITOPF, 1986).
12
Figura 3: Derivados de Petrleo e suas aplicaes
12
2.1.4. Etapas da explorao e refino do petrleo
12
Os produtos finais das estaes e refinarias so comercializados com as distribuidoras
(CARDOSO, 2005).
12
Tabela 1: Os 10 maiores acidentes petrolferos no mundo
Local
Poo da BP (Guerra do
Golfo, Kuwait, Golfo
Prsico)
Volume
1 milho e 360 mil
toneladas
(753
piscinas olmpicas)
Poo Fergana
(Uzbequisto)
Valley
Nowruz
Prsico)
M T Haven (Itlia)
10
Odyssey (Canad)
(Ir,
Golfo
Contexto
O pior vazamento de petrleo da histria foi
provavelmente deliberado, causado pela abertura
das vlvulas dos poos e oleodutos por foras
iraquianas aps se retirarem do Kuwait, em
janeiro de 1991. Causou enormes danos vida
selvagem no Golfo Prsico.
A plataforma mexicana Ixtoc 1 se rompeu na
Baa de Campeche, em junho de 1979. A enorme
mar negra afetou, por mais de um ano, as costas
de uma rea de mais de 1600km.
Um dos maiores acidentes terrestres j
registrados, em maro de 1992. A exploso de
um poo no Vale da Fergana afetou uma das
reas mais densamente povoadas e agrcolas da
sia Central.
Durante uma tempestade tropical, em julho de
1979, dois superpetroleiros gigantescos
colidiram entre si prximos ilha caribenha de
Tobago. O acidente matou 26 membros da
tripulao e despejou milhes de litros de
petrleo bruto no mar.
Durante a Primeira Guerra do Golfo, em
fevereiro de 1983, um tanque colidiu com a
plataforma de Nowruz, causando o vazamento
dirio de 1500 barris de petrleo.
O superpetroleiro Libria ABT Summer
explodiu na costa angolana em 28 de maio de
1991 e matou cinco membros da tripulao.
Milhes de litros de petrleo vazaram no Oceano
Atlntico, afetando a vida marinha.
Depois de um incndio a bordo, seguido de
exploso, o navio espanhol rachou-se ao meio,
liberando cerca de 200 milhes de litros do leo
na costa de Cape Town, na frica do Sul (agosto
de 1983). Por sorte, o vento forte evitou que a
mancha alcanasse o litoral, minimizando os
efeitos ambientais do desastre.
Em maro de 1978, o supertanque Amoco Cadiz
rompeu-se ao meio perto da costa noroeste da
Frana. O vazamento matou milhares de
moluscos e ourios do mar.
O navio gmeo do Amoco Cadiz, um
superpetroleiro, explodiu e naufragou prximo
costa de Gnova, em abril de 1991, matando seus
tripulantes. A poluio na costa mediterrnea da
Itlia e da Frana se estendeu pelos 12 anos
seguintes.
O poo petrolfero, localizado na provncia
canadense de Newfounland, explodiu durante
uma operao de perfurao da plataforma
americana Odyssey. Uma pessoa morreu e outras
66 foram resgatadas sem ferimentos.
Fonte: Elaborada pelo autor com base nos dados de BARBOSA (2010)
12
Muitos outros acidentes envolvendo vazamentos de petrleo em menor porte foram
registrados (EXAME, 2010). Um dos mais marcantes ocorreu em abril de 2010, aps a exploso
da plataforma Deepwater Horizon no poo Macondo, no Golfo do Mxico (EXAME, 2010).
Onze mil funcionrios perderam a vida e aproximadamente 4 milhes e 900 mil barris (780
milhes de litros) de petrleo vazaram ao longo de 87 dias, afetando inmeras praias e
ecossistemas sensveis ao longo de 1200km da costa norte-americana (VIEGAS, 2010).
De acordo com dados do ITOPF, estima-se que entre 1970 e 2014 cerca de
5,74 milhes de toneladas de leo foram perdidas como resultado de incidentes petrolferos.
Entretanto, houve uma reduo significativa no nmero de incidentes entre a dcada de 1970 e
2010, de uma mdia de 24,5 incidentes por ano para 1,8 incidentes por ano, respectivamente.
O volume de leo derramado tambm sofreu uma reduo drstica, de 287 mil toneladas no
acidente de 1980 da Atlantic Empress, para 11 mil toneladas no acidente de 2008 da Hebo Spirit
(ITOPF, 2014).
A melhoria nas operaes que envolvem a explorao, transporte e armazenamento de
petrleo refletem claramente no nmero de acidentes, os quais vem ocorrendo em menor
nmero e gravidade nos ltimos anos. No entanto, o risco de acidentes ainda permeia as
operaes petrolferas, e a contaminao de ecossistemas marinhos e costeiros inevitvel
(CRAIG et al., 2012). A implementao de leis que exijam planos de ao para controle de
acidentes e o desenvolvimento de tecnologias capazes de melhorar os instrumentos de resposta
a vazamentos de leo so de extrema importncia para reduzir o impacto ambiental e social
desses acidentes (PEREIRA; FREITAS, 2012).
12
e estima-se que, em cada um destes episdios, vazaram 6000 toneladas de petrleo (POFFO,
2000).
Um dos casos que causou maior repercusso, devido ao impacto ambiental causado,
foi o rompimento do oleoduto na Baia de Guanabara em janeiro de 2000, entre a Refinaria
Duque de Caxias e o Terminal da Ilha dgua. O vazamento de 1,300 milhes de litros de leo
resultou em uma mancha que se espalhou por 40 quilmetros quadrados, levando
contaminao de praias, costes, manguezais, unidades de conservao e patrimnio histrico,
alm de afetar a fauna local, representada por aves aquticas e crustceos, e a economia, baseada
em atividades de pesca, extrativismo e turismo. A Petrobras pagou uma multa de R$ 35 milhes
ao Ibama e investiu R$ 15 milhes na revitalizao da baa (ANDRADE, 2014).
Em julho de 2000, a ruptura da junta de expanso de uma tubulao que ligava a
Refinaria Presidente Getlio Vargas Refinaria Araucria, da Petrobras, resultou no vazamento
de 4 milhes de litros de leo cru, o qual se espalhou pelos rios Barigui e Iguau e atingiu a
cidade de Balsa, no Paran (NAGAYASSU, 2006).
Em maro de 2001, na Bacia de Campos em Maca, Rio de Janeiro, duas exploses
em um tanque de leo e gs da plataforma P-36 na poca, a maior em termos de produo de
petrleo em alto mar resultaram no alagamento das instalaes. A plataforma atingiu uma
inclinao de 16 graus e, apesar das tentativas de salvamento, naufragou levando cerca de 1,2
milho de litros de leo diesel e 350 mil litros de petrleo para o oceano, alm de ocasionar a
morte de onze brigadistas. De acordo com a Comisso de Investigao da ANP da Diretoria de
Postos e Costas (DPC), a no conformidade quanto a procedimentos operacionais, de
manuteno e de projeto, foi responsvel pelo vazamento, que se espalhou rapidamente por
uma distncia de, aproximadamente, 150 quilmetros da costa (DPC/ANP, 2001).
Dados do Ibama mostram que, de 2010 a junho de 2014, ocorreram 285 acidentes
ambientais em plataformas, embarcaes e refinarias da Petrobras. O volume de ocorrncias
registradas subiu de 41, em 2010, para 74 no ano seguinte. Apesar de sofrer uma queda para 60
acidentes, em 2012, as ocorrncias voltaram a crescer em 2013, chegando a 72 acidentes
(BRESCIANI; SASSINE, 2014).
Dentre esses acidentes, pode-se destacar o caso ocorrido em novembro de 2011, na
Bacia de Campos em Maca (Rio de Janeiro), onde um poo de petrleo da empresa americana
Chevron foi responsvel pelo vazamento de 588 mil litros de leo no mar. As causas relatadas
pela ANP indicaram sete fissuras no poo e apontaram 25 falhas da Chevron, inclusive
12
descumprimento das regulamentaes. O vazamento durou 10 dias e ocorreu a 120 quilmetros
da costa do Rio de Janeiro, em guas ultra profundas, sem qualquer ferimento aos operrios da
sonda e resultou em uma mancha de leo com 18 quilmetros de extenso (CABRAL;
TEIXEIRA, 2012).
2.1.7.
Legislao no Brasil
12
acompanhamento do acidente e, se necessrio, propor o acionamento do PNC; e, por fim, um
Comit de Suporte, que dar apoio aos demais quando demandado, composto por representantes
de diversos rgos e instituies federais (POFFO, 2000).
A principal figura executiva o coordenador operacional, responsvel pelo comando
das aes imediatas ao acidente. No caso de incidentes de poluio por leo em guas abertas
ou interiores, compreendidas entre a costa e a linha de base reta (a partir da qual se mede o mar
territorial), a Marinha assume o papel de coordenador operacional. Em incidentes ocorridos em
guas interiores, excetuando-se as guas compreendidas entre a costa e a linha de base reta, o
Ibama assume a coordenao. E, enfim, nos casos de incidentes ocasionados a partir de
estruturas submarinas de perfurao e produo de petrleo, a ANP responsvel pela
coordenao (AMORIM, 2012)
Desde a publicao da lei 9.966, em abril de 2000, apenas o acidente ocorrido no
Paran, em julho daquele mesmo ano, a partir do qual 4 milhes de litros de leo vazaram e
atingiram os rios Barigui e Iguau, apresentou caractersticas que justificariam o acionamento
do PNC. Os outros acidentes ocorridos no pas, desde ento, no apresentaram significncia
para o acionamento do PNC, inclusive os recentes acidentes ocorridos no Campo de Frade
(operado pela Chevron) e na rea do prospecto Carioca Nordeste (operado pela Petrobras), nas
bacias de Campos e Santos, respectivamente. O impacto causado no acidente do Campo de
Frade, em novembro de 2011, reativou a discusso do Plano, de forma a reavaliar seu texto e
incorporar procedimentos at ento no previstos (CALIXTO, 2011).
2.1.8.
12
a 80% de gua em 24 horas. As emulses resultam em alterao do aspecto e cor originais dos
produtos petrolferos, retardando os processos que dissipam o leo e tornando-o mais
persistente (IIDA et al., 2007).
As manchas de leo podem se fragmentar em fraes menores pelo processo de
disperso, o qual varia de acordo com a viscosidade do produto envolvido e a tenso interfacial
leo-gua, estando sujeito ventos, ondas e correntes martimas. Dessa forma, leos mais
fluidos, expostos s condies de mar agitado, podem se dispersar naturalmente em um a dois
dias, enquanto que produtos mais viscosos, que formam emulses relativamente estveis na
superfcie da gua, tendem a se dispersar menos e podem permanecer no mar por quatro a sete
dias (MORAIS, 2012).
O leo, exposto luz solar e em contato com o oxignio, est sujeito ao processo de
oxidao, que ocorre mais facilmente em manchas pouco espessas. A reao dos
hidrocarbonetos com o oxignio pode resultar em produtos solveis ou, pelo contrrio, outros
mais persistentes (CRUZ, 2012).
De acordo com a porcentagem de componentes volteis presentes no produto e outras
propriedades, como o espalhamento na superfcie do mar, aliados temperatura do ar e da gua,
umidade relativa do ar, velocidade dos ventos e correntes marinhas, a evaporao pode ocorrer
em menor ou maior extenso. Produtos leves, como gasolina e querosene, podem evaporar
rapidamente em poucas horas e, no entanto, apresentam alta toxicidade e oferecem riscos de
incndios e exploses. Pelo contrrio, produtos mais pesados devido ao alto teor de graxas
apresentam baixas taxas de evaporao e oferecem menores riscos segurana operacional
(SZEWZYK, 2006).
A solubilidade do leo na gua depende tanto da composio qumica quanto de
fatores como espalhamento, velocidade de disperso das manchas, turbulncia do mar e
temperatura ambiente. Os hidrocarbonetos aromticos se dissolvem mais facilmente em gua,
no entanto, so volteis e evaporam rapidamente. J os componentes pesados do leo so,
geralmente, insolveis em gua, resultando em baixa dissoluo (CRAIG et al., 2012).
A adeso de partculas de sedimento ou da matria orgnica ao leo e produtos muito
densos, que sofrem grande influncia climatolgica e outros processos de interao, pode levar
formao de pelotas ou placas de piches pesadas que afundam na coluna de gua e depositam-
12
se no fundo do mar. Aps turbulncia do mar, ocasionada por chuvas e ventos fortes, essas
placas podem ressurgir em costas distantes da origem do vazamento (CETESB, 2008).
As fraes menores formadas na disperso do leo podem ser mais facilmente
degradadas por microrganismos marinhos presentes na gua do mar. J no caso de sedimentos
aquticos, a degradao mais lenta devido ausncia de luz e oxignio, principalmente no
interior de esturios, baas e enseadas abrigadas. Esse processo, denominado biodegradao,
pode ser afetado pela temperatura e disponibilidade de oxignio e nutrientes (compostos de
nitrognio e fsforo), e depende do nmero de microrganismos existentes no meio e sua
capacidade de utilizar os hidrocarbonetos presentes no petrleo como fonte de carbono e
energia para suas reaes metablicas (CALIXTO, 2011).
Dentre os processos mencionados para descrio do comportamento do petrleo no
mar, os mais importantes aps a sua liberao so: espalhamento, evaporao, disperso,
emulsificao e dissoluo, que podem ocorrer em um a sete dias aps o contato com a gua.
Os processos de foto-oxidao e sedimentao podem ocorrer em at um ms aps o contato
do produto com a gua, enquanto que a biodegradao pode levar uma semana a um ano para
ocorrer. Eles so processos que, a longo prazo, determinam o destino final do leo (POFFO,
2000).
2.1.9.
12
larvas e recrutas, por exemplo, so 100 vezes mais sensveis ao leo do que adultos
(FLOODGATE, 1984).
Dentre seus efeitos, pode-se mencionar a reduo da quantidade de ovos com sucesso
de fertilizao, ocasionando efeitos a mdio prazo na reposio de indivduos das populaes e
desencadeando uma perturbao nos recursos alimentares de grupos trficos superiores. A
reduo na variedade de espcies e alterao na composio das espcies resistentes e
oportunistas, com aumento nas densidades populacionais, so, portanto, efeitos esperados nas
comunidades costeiras. Muitos desses compostos, como o benzopireno e benzantreno,
apresentam tambm comprovado efeito carcinognico, o que os torna capazes de causar
tumores em diversos organismos (CALIXTO, 2011). Alm disso, a absoro de compostos
txicos pelas mucosas e membranas biolgicas, ou at a ingesto de gua do mar contaminada,
pode levar bioacumulao em altas concentraes nos organismos (CRUZ, 2012).
Muitos efeitos indiretos e sub-letais, como dificuldade na localizao de presas,
problemas na percepo qumica e motora, inibio da desova, aborto, deformao de rgos
reprodutores, perda de membros, alteraes respiratrias, alteraes na taxa de fotossntese,
desenvolvimento de carcinomas, dentre outros, podem ocorrer a mdio ou longo prazo, em
diferentes intensidades, ocasionando a reduo das populaes das espcies atingidas
(SZEWZYK, 2006).
2.2. BIORREMEDIAO
12
amigvel e bastante promissora na limpeza e remoo de leo. Diferentemente dos mtodos
fsico-qumicos comumente empregados, no causa danos adicionais comunidade martima e
costeira (SOUZA, 2013).
2.2.1.
Classificao
2.2.2.
Tcnicas empregadas
12
dos microrganismos indgenas que, no entanto, esto presentes em menos de 3% da composio
de hidrocarbonetos de petrleo (CAMEOTRA; SINGH, 2008).
A bioventilao caracterizada pela adio de gases como oxignio e metano ao meio
atravs de plantas, que servem como substrato para os microrganismos, aumentando a eficincia
de degradao aerbica na subsuperfcie (TONINI; DE REZENDE; GRATIVOL, 2010).
Os microrganismos produzem enzimas especficas que podem atuar nas reaes de
degradao de contaminantes, contribuindo para a detoxificao de reas poludas. Logo, a
aplicao dessas enzimas imobilizadas ao meio contaminado permite que microrganismos
incapazes de sintetiz-las possam efetuar essas reaes metablicas, aumentando assim a
eficincia no processo de converso dos hidrocarbonetos (HOMMEL, 1990).
Outra forma de aumentar a taxa de degradao de compostos do petrleo pela
aplicao direta de biossurfactantes ao meio, de forma a modificar caractersticas dos
hidrocarbonetos como baixa solubilidade e elevada hidrofobicidade, aumentando a
disponibilidade de substratos insolveis e facilitando seu deslocamento pela membrana celular
dos microrganismos (SILVA et al., 2014).
O mtodo de bioamplificao uma das tecnologias mais bem sucedidas, que ocorre
pela inoculao de stios contaminados com culturas de microrganismos hidrocarbonoclsticos
especficos, os quais so semeados pela rea contaminada em grande quantidade, a fim de
acelerar a eficincia do processo de biodegradao (CRAIG et al., 2012). Entretanto, a biomassa
microbiana produzida em biorreatores sob condies timas, completamente diferentes dos
fatores biticos e abiticos do local contaminado. Para que esse mtodo seja eficaz, necessrio
utilizar microrganismos que sejam funcionalmente ativos sob condies adversas e possam se
adaptar a ambientes inspitos (SZEWZYK, 2006).
Dentre as abordagens utilizadas no mtodo de bioamplificao pode-se citar o uso de
microrganismos engenheirados, bioamplificao de genes e microrganismos indgenas, alm
da imobilizao de clulas em suportes polimricos (ANGELIM et al., 2013).
2.2.3.
12
Grande parte dos poluentes orgnicos degradada mais rapidamente e completa sob
condies aerbicas, quando o oxignio o aceptor final de eltrons. A Figura 4 apresenta as
etapas do processo degradativo.
12
Em seguida, reaes de degradao perifricas convertem o material orgnico, passo
a passo, em intermedirios de vias metablicas centrais, como o ciclo do cido tricarboxlico.
A biossntese de biomassa celular ocorre a partir de metablitos precursores, como acetil-coA,
sucinato e piruvato, a partir de acares sintetizados por glucognese (FIELD et al., 1995).
A funo de aceptor final de eltrons pode ser desempenhada por outros substratos
inorgnicos, como ocorre na respirao anaerbia. Neste caso, o CO2 reduzido a metano,
sulfato reduzido a sulfeto e nitrato a nitrognio molecular ou on amnio. Quando substratos
fosforilados tem a funo de aceptores finais de eltrons, a degradao ocorre por via
fermentativa e resulta em compostos como CO2, acetato, etanol, propionato e butirato
(ENGLERT; KENZIE; DRAGUN, 1993).
A adeso de clulas microbianas ao substrato e a produo de biossurfactantes so
alguns dos mecanismos envolvidos no processo de degradao. Apesar de no se conhecer o
mecanismo associado adeso das clulas a gotculas de leo, a produo de biossurfactantes
amplamente estudada (HOMMEL, 1990).
Biossurfactantes pertencem ao grupo de substncias tensoativas produzidas por
microrganismos, capazes de reduzir a tenso superficial de misturas aquosas de
hidrocarbonetos, aumentando o acesso de microrganismos ao substrato e facilitando a
ocorrncia de reaes de degradao (OLIVEIRA, 2010).
A formao de estruturas globulares a partir de agregados de molculas anfipticas
(que apresentam simultaneamente caractersticas polares e apolares), denominadas micelas,
permite que os hidrocarbonetos se solubilizem em gua. Elas atuam no remanejamento
molecular, atravs do acmulo na superfcie de compostos insolveis, modificando as ligaes
de hidrognio, assim como outras interaes hidroflicas e hidrofbicas, o que leva a um
aumento
da
biodisponibilidade
de
substrato
e,
consequentemente,
aumento
da
12
Figura 5: Estrutura dos biossurfactantes e formao de micelas
12
Tabela 2: Biossurfactantes produzidos por microrganismos
A demanda mundial de surfactantes aumenta a uma taxa de 35% ao ano (KIM et al.,
2000). Atualmente, a grande maioria dos surfactantes quimicamente sintetizados so derivados
do petrleo, o que, diante do aumento na conscincia ambiental, torna crescente o interesse por
surfactantes biodegradveis e produzidos por microrganismos. No entanto, o maior obstculo
na produo e aplicao de biossurfactantes o alto custo de produo, que faz com que essas
substncias no sejam capazes de competir economicamente com os surfactantes qumicos do
mercado (NITSCHKE; PASTORE, 2002).
12
a fatores biticos e abiticos que limitam a viabilidade celular, tais como: variaes de
temperatura (ou temperaturas extremas), pH, disponibilidade de oxignio dissolvido, salinidade
(condio osmtica), necessidades nutricionais, toxicidade e concentrao do poluente,
competio (intra e interespcie), predao (por protozorios) ou parasitismo entre espcies
nativas e introduzidas, presena de substncias que inibam o crescimento celular, dentre outras
(GOLDSTEIN; MALLORY; ALEXANDER, 1985).
Comparando-se com culturas puras, as culturas mistas apresentam eficincia superior
e maior versatilidade metablica, devido capacidade de degradar uma variedade maior de
hidrocarbonetos e compostos presentes no petrleo, alm de satisfazer as relaes de
cooperao ou sintrofismo de alguns microrganismos (ANGELIM et al., 2013)
Alguns gneros microbianos frequentemente encontrados em ambientes contaminados
por petrleo, que apresentam um bom desempenho na decomposio de substratos complexos,
so
Acinetobacter,
Actinobacter,
Alcaligenes,
Arthrobacter,
Bacillus,
Berjerickia,
Phanerochaete,
Pseudomonas,
Rhizoctonia,
Rhodococcus,
Serratia,
12
bilhes de anos e se adaptem facilmente a mudanas ambientais extremas (DAZ, 2004). A
vasta diversidade gentica contribuiu para uma tima versatilidade metablica, o que permitiu
que as bactrias desenvolvessem diversas estratgias para a obteno de energia a partir de,
praticamente, todo tipo de composto (LOVLEY, 2003).
Apesar da grande variedade de microrganismos capazes de degradar contaminantes
aerobiamente, muitos ambientes contaminados no possuem oxignio suficiente para que essas
reaes ocorram, tais como aquferos, rios, mares, solos submersos, dentre outros. Nesses
ambientes, a biodegradao conduzida por microrganismos anaerbios restritos ou
facultativos, a partir de aceptores de eltrons alternativos, como nitrato (organismos
desnitrificantes), sulfatos (redutores de sulfato), Fe3+ (redutores ferro-inicos), CO2
(metanognicos), ou outros (clorato, Mn, Cr, U, etc.). A utilizao de aceptores de eltrons
diferentes do oxignio depende da disponibilidade dos aceptores de eltrons alternativos e da
competitividade entre microrganismos com diferentes capacidades respiratrias por doadores
de eltrons (TONINI; DE REZENDE; GRATIVOL, 2010). A Figura 6 apresenta as diferentes
formas de aproveitamento de compostos aromticos para o metabolismo de diferentes
microrganismos:
Figura 6: Degradao microbiana de compostos aromticos por reaes com diferentes
aceptores de eltrons.
12
12
(1985), que utilizaram microalgas imobilizadas em carragenana2 para o tratamento de guas
residuais.
Desde ento foi estudado o encapsulamento ou aprisionamento de diversas espcies
microbianas com diferentes aplicaes, tais como linhagens de fungo encapsulados para
biocontrole e biodegradao, microalgas encapsuladas para o sequestro de metais e remoo de
nutrientes de resduos em ambientes aquosos, ou at bactrias aprisionadas para a captura e
degradao de compostos txicos. Dentre as principais vantagens de se utilizar microrganismos
ou enzimas imobilizados na biorremediao (CARVALHO, 2006), cita-se:
a. Segurana na introduo de um fator novo ao meio ambiente, limitando sua reao
somente ao stio-alvo a ser atingido, e impedindo sua proliferao descontrolada no
meio.
b. Reduo de custo, pois no ocorrem perdas ocasionadas pela diluio em ambientes
aquticos abertos e as clulas ou enzimas permanecem restritas interface
leo/gua;
c. Reduo da possibilidade de contaminao do inculo durante estocagem,
transporte e aplicao;
d. Possibilidade de produzir clulas em grandes quantidades e estocar por longos
perodos, devido ao estado liofilizado;
e. Grnulos (ou beads) produzidos com materiais polimricos naturais so
biodegradveis, ambientalmente amigveis e no so txicos;
f. O suporte de imobilizao fornece proteo aos fatores ambientais biticos e
abiticos, aumentando a taxa de sobrevivncia das clulas ou enzimas imobilizadas;
g. Aumento da atividade metablica ou enzimtica das clulas ou enzimas
encapsuladas;
h. Liberao lenta de clulas com reduzido movimento pelo solo, a partir do transporte
induzido pelo fluxo de gua;
i. Aumento da estabilidade celular.
12
marinho e costeiro no se alastrem mais ainda. As cpsulas podem restringir a solubilidade de
gases e solutos, diminuindo o coeficiente de transferncia volumtrico de oxignio dissolvido
(kLa), o que pode afetar as vias metablicas principais responsveis pela degradao de
hidrocarbonetos. A reduo nas velocidades de consumo de oxignio pode causar alteraes
metablicas cujo efeito, quando negativo, limita a atividade celular no meio aquoso. Outro fator
a necessidade de aplicaes repetidas dos grnulos com clulas imobilizadas, uma vez que
no ocorre a formao de colnias estveis fora deles (CARVALHO, 2006).
Em estudos conduzidos por Wilson e Bradley (1996), Pseudomonas sp. foram
utilizadas livres em suspenso e imobilizadas para degradar petrleo em soluo aquosa. Os
resultados indicaram que a imobilizao provocou um aumento da rea de contato entre clulas
e os hidrocarbonetos, alm de aumentar a produo de ramnolipdeos, que causaram uma maior
disperso de n-alcanos insolveis na fase aquosa pela reduo da tenso superficial. A maior
interao entre clulas com pequenas gotculas de hidrocarboneto solubilizadas permitiu uma
assimilao mais rpida, aumentando a taxa de degradao.
12
Figura 7: Principais Mtodos de imobilizao celular
ou enzimtica
12
possuem uma baixa capacidade de adeso, entre 10 a 50 mg/g para clulas microbianas
(WOODWARD, 1988).
O mtodo de aprisionamento baseia-se na imobilizao de clulas microbianas nos
interstcios de polmeros em gel de ocorrncia natural, como alginato, carragenana, quitina e
quitosana, o que torna este mtodo simples e seguro. Ele pode ser realizado pela solubilizao
do polmero em um cido orgnico diludo, como cido actico ou cido frmico, para formao
de uma soluo em gel que pode ser adicionada biomassa microbiana antes da etapa de
coagulao em lcali ou solues ionotrpicas. Esse procedimento permite a produo de
biomateriais em diferentes configuraes geomtricas, tais como grnulos, filmes ou
membranas (ANGELIM et al., 2013).
Outra tcnica para imobilizao por aprisionamento consiste em adicionar o gel, gota
a gota, a um agente endurecedor, resultando na formao de grnulos de 2 a 5 mm de dimetro.
Scott (1987) descreve um aparato (Figura 8) composto por um reservatrio pressurizado e
agitado que, atravs de um tubo flexvel, transfere a soluo de gel (incluindo microrganismos
e outros aditivos) a um pequeno bocal (como uma agulha de seringa), que vibra a uma
determinada frequncia para produzir um fluxo de gotculas de gel monodispersas.
12
A frequncia de vibrao ajustada de acordo com o dimetro (que varia em at 10%)
e as propriedades da soluo de gel, logo, para fluxo de 0,10 mL/s de 4% k-carragenana e
vibrao de 190 Hz obteve-se grnulos de 1,96 mm de dimetro, enquanto que, a um fluxo de
0,37 mL/s e vibrao de 250 Hz, o dimetro mdio foi de 2,33 mm (SCOTT, 1987).
Aos mtodos de aprisionamento e microencapsulao esto associados problemas de
difuso. Outras tcnicas, como ligao covalente e ligao cruzada, so efetivas e durveis, mas
podem ter custo elevado e afetar o desempenho das enzimas. Portanto, as condies ideais de
imobilizao para uma determinada clula e aplicao so determinadas empiricamente, de
modo a garantir a maior reteno possvel, alta atividades enzimticas e crescimento celular,
estabilidade operacional e durabilidade (WOODWARD, 1988).
12
formados, ter uma grande rea superficial, ser biodegradvel e de baixo custo (KRAJEWSKA,
2004).
A quitosana um polmero natural muito promissor para imobilizao de clulas, o
que ocorre por ser um material biodegradvel, inerte, atxico, e amplamente disponvel na
natureza. No entanto, poucos estudos envolvendo aprisionamento de clulas em matriz de
quitosana foram registrados, provavelmente pela ao antimicrobiana do material e pela
capacidade de alguns microrganismos para produzir enzimas degradadoras de quitosana
(BORGOGNONI; POLAKIEWICZ; PITOMBO, 2006)
12
Figura 9: Estrutura qumica da quitina
12
Cosmtica
Farmacutica
Indstria de Alimentos
Indstria Fotogrfica
Indstria Txtil e de Papel
Tratamento de Efluentes
Aplicao
Fertilizantes
Liberao controlada de agroqumicos
Defensivos agrcolas
Biomembranas artificiais
Lentes de contato
Sutura cirrgica
Agente antimicrobiano
Biossensores
Cromatografia (purificao)
Imobilizao de enzimas e de clulas
Separao de protenas
Bactericida
Fungicida
Umectante
Agente cicatrizante
Aditivo de medicamentos
Controle de colesterol
Liberao controlada de drogas
Aditivos alimentares
Espessante
Embalagem
biodegradvel
para
alimentos
Preservante
Nutrio animal
Filmes
Tratamento de superfcie
Floculante e coagulante
Remoo de ons metlicos
Remoo de corantes
Apesar de ambos os polmeros possurem diversas aplicaes, nas mais diversas reas,
a quitosana desperta um maior interesse devido alta solubilidade, o que amplia as
possibilidades de sua utilizao. Por ser biocompatvel, biodegradvel, pouco txica aos
mamferos e abundantes na natureza, a quitosana tem sido foco de muitos estudos (KUMAR,
2000).
12
2.3.1.2.Mtodos de obteno de quitina e quitosana
12
Fonte: http://sigmaaldrich.com
12
Figura 12: Fluxograma do processo para aproveitamento de resduos
de camaro
12
J o mtodo de neutralizao explorado para a produo de precipitados de quitosana,
membranas, fibras e, mais especificamente, grnulos esfricos de diferentes tamanhos e
porosidades. O princpio deste mtodo consiste na adio gota a gota de uma soluo cida de
quitosana a uma soluo de NaOH, comumente preparada em misturas gua-etanol nas quais o
etanol, um no solvente para a quitosana, facilita a solidificao dos grnulos de quitosana. Em
seguida, os grnulos so normalmente submetidos ao mtodo de ligaes cruzadas (DIAS et
al., 2008).
Pelo mtodo de ligaes cruzadas, uma soluo cida de quitosana submetida
diretamente a ligaes cruzadas, atravs de uma mistura com agente de reticulao que
proporciona a gelificao. Os gis obtidos so quebrados em partculas, de acordo com o
tamanho desejado, e a imobilizao no exige ativao qumica, uma vez que os agentes
costumam atender duas funes: reticulao e ativao. O principal agente empregado o
glutaraldedo, devido facilidade de uso, confiabilidade e alta disponibilidade de grupos amino
(BARRETO et al., 2010).
Por fim, pelo mtodo de gelatinizao ionotrpica, a mistura de quitosana, um
polieletrlito catinico, com polieletrlitos aninicos como alginato, carragenana, xantana,
polifosfatos e sulfatos orgnicos ou enzimas, forma espontaneamente complexos insolveis em
gua. Esse mtodo empregado principalmente na produo de grnulos de gel, pela adio
gota a gota de soluo aninica de polieletrlito, a uma soluo cida de quitosana. A
imobilizao ocorre pelo preparo de uma soluo polieletrlito aninica contendo enzima,
anteriormente gelificao (KRAJEWSKA, 2004)
A principal estratgia para incrementar a capacidade de adsoro da quitosana o
preparo de beads (ou grnulos) para imobilizao, uma vez que os beads possuem uma rea
superficial at 100 vezes maior que a rea da quitosana em flocos e cinticas de adsoro mais
rpidas (CARVALHO, 2006).
O tipo de quitosana utilizada no processo e caractersticas distintas, tais como peso
molecular e grau de desacetilao, podem influenciar no tamanho e na morfologia dos beads
formados. No entanto, algumas metodologias podem ser empregadas para a obteno de beads
de quitosana com dimenses controladas por:
a. Coagulao a quitosana dissolvida em meio cido e gotejada em soluo
alcalina e o entrecruzamento executado aps a obteno e neutralizao dos
beads. Esta tcnica a mais simples.
12
b. Inverso de fases os beads so obtidos in situ pela dissoluo da quitosana em
meio cido, contendo o agente de entrecruzamento, e ocorre disperso da fase
aquosa em uma fase oleosa para obteno de materiais insolveis;
c. Spray-drying a quitosana purificada dissolvida em meio cido e recebe
adio de agente reticulante. A soluo resultante bombeada e, a partir da ao
do ar comprimido, que interrompe o fluxo no bico aspersor, os beads so
formados. Esta tcnica a mais rpida e precisa (HE; TEBO, 1998).
Nos estudos realizados por Carvalho (2006), as esferas foram preparadas a partir de
20g de quitosana dissolvidos em 500mL de cido actico 1%, a qual foi gotejada sobre uma
soluo de hidrxido de sdio 8% (p/v) a partir de um sistema eltrico com agulhas calibradas
para liberar gotas padronizadas de 0,1mm. As microesferas permaneceram na soluo de
hidrxido de sdio sob agitao mecnica, por 24 h. Por fim, elas foram lavadas com gua
destilada (para obter pH neutro) e secas a 30C.
Percebeu-se que, quando as solues de quitosana em meio cido e de hidrxido de
sdio apresentam densidades aproximadamente iguais, as gotas de soluo de quitosana no
encontram resistncia suficiente para se deformarem e coagulam rapidamente, mantendo a
forma esfrica. Outros fatores, como velocidade de agitao, volume de soluo coagulante e
altura entre o gotejador e o coagulante, contribuem para que as gotas de quitosana coagulem
isoladamente (CARVALHO, 2006).
12
Concentrao
(g/L)
K2PO4
13,99
KH2PO4
6,0
MgSO4.7H2O
0,2
(NH4)2SO4
4,0
Concentrao (g/L)
EDTA
2,5
ZnSO4.7H2O
10,95
FeSO4.7H2O
5,0
MnSO4.H2O
1,54
CuSO4.5H2O
0,392
Co(NO3)2.6H2O
0,25
Na2B4O7.10H2O
0,177
12
2.3.3. Mtodos de imobilizao de clulas e enzimas em quitosana
12
Figura 13: Esferas de quitosana (A) e esferas de quitosana contendo clulas
imobilizadas na proporo 1:1 (quitosana : biomassa)
12
quitosana sem agitao (A), esferas de quitosana com agitao (B), suspenso com clulas de
Staphylococcus saprophyticus livres (C), esferas de quitosana e bactria imobilizada na
proporo 2:1 (D) e esferas de quitosana e bactria imobilizada na proporo 1:1 (E) (MACIEL,
2003).
12
3.
METODOLOGIA
12
4.
CONSIDERAES FINAIS
12
danos ao homem e ao meio ambiente, mostrou-se um mtodo extremamente eficaz na
degradao de hidrocarbonetos de petrleo devido a uma srie de vantagens, como o aumento
da atividade metablica, a liberao lenta de clulas, o aumento da estabilidade plasmidial e da
taxa de sobrevivncia das clulas, permitindo a introduo de clulas no meio ambiente
(bioamplificao) e servindo de fonte de carbono e nitrognio (bioestimulao), o que pode
beneficiar toda a comunidade bacteriana. A combinao das estratgias mencionadas permite
que as limitaes associadas a cada tcnica, individualmente, sejam superadas e a eficincia do
processo de biodegradao aumente. No entanto, a complexidade de fatores do meio ambiente
torna difcil prever o comportamento, atividade metablica, adaptao celular e competncia
dos microrganismos quando aplicados in situ. Apesar desta tcnica no ser empregada ainda no
Brasil, o baixo custo associado ao reaproveitamento de subprodutos da carcinicultura, para
obteno de quitosana, e a tcnicas simples de imobilizao celular, aliados ao alto grau de
inovao, so fatores que indicam o grande potencial para aplicao em atividades de
biorremediao.
12
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
12
CAMEOTRA, S. S.; SINGH, P. Bioremediation of oil sludge using crude biosurfactants.
International Biodeterioration and Biodegradation, v. 62, n. 3, p. 274280, 2008.
CAMPOS, A. C.; LEONTSINIS, E. Petrleo e derivados: obteno, especificaes,
requisitos de desempenho. Rio de Janeiro: JR Editora Tcnica Ltda, 1990.
CARDOSO, L. C. Petrleo do poo ao posto. [s.l.] Qualitymark Editora Ltda, 2005.
CARVALHO, T. V. Biomateriais base de quitosana de camaro e bactrias para remoo de
metais traos e petrleo. 2006.
CETESB.
Efeitos
do
leo
nos
organismos.
Disponvel
<http://emergenciasquimicas.cetesb.sp.gov.br/tipos-de-acidentes/vazamentos-deoleo/impactos-ambientais/efeitos-do-oleo-nos-organismos/>. Acesso em: 14 set. 2015.
em:
12
FERNANDES, P. Evoluo da matria orgnica: da original aos carves e petrleo5o
Encontro de Professores de Geocincias do Algarve. Vila Real de Santo Antonio: [s.n.].
FETZNER, S. Bacterial dehalogenation. Applied Microbiology and Biotechnology, v. 50, n.
6, p. 633657, 1998.
FIELD, J. A. et al. Enhanced biodegradation of aromatic pollutants in cocultures of anaerobic
and aerobic bacterial consortia. Antonie van Leeuwenhoek, v. 67, n. 1, p. 4777, 1995a.
FIELD, J. A. et al. Enhanced biodegradation of aromatic pollutants in cocultures of anaerobic
and aerobic bacterial consortia. Antonie van Leeuwenhoek, v. 67, n. 1, p. 4777, 1995b.
FLOODGATE, G. The fate of petroleum in marine ecossystems. R. M. Atla ed.New York:
Macmillan Publishing Co., 1984.
GILDBERG, A.; STENBERG, E. A new process for advanced utilisation of shrimp waste.
Process Biochemistry, v. 36, p. 809812, 2001.
GOLDSTEIN, R. M.; MALLORY, L. M.; ALEXANDER, M. Reasons for possible failure of
inoculation to enhance biodegradation. Applied and environmental microbiology, v. 50, n. 4,
p. 977983, 1985.
HE, L. M.; TEBO, B. M. Surface Charge Properties of and Cu(II) Adsorption by Spores of the
Marine Bacillus sp. Strain SG-1. Applied and environmental microbiology, v. 64, n. 3, p.
11239, 1998.
HOMMEL, R. K. Formation and physiological role of biosurfactants produced by hydrocarbonutilizing microorganisms - Biosurfactants in hydrocarbon utilization. Biodegradation, v. 1, n.
2-3, p. 107119, 1990.
IIDA, P. H. et al. Estudo do efeito da gua em emulses de petrleo4o Congresso Brasileiro
de P&D em Petrleo e Gs. Anais...Campinas, SP: 2007
IQBAL, S.; KHALI, Z. M.; MALIK, K. A. Enhanced biodegradation and emulsification of
crude oil and hyperproduction of biosurfactant by gamma ray - induced mutant of Pseudomanas
aerugiona. Applied Microbiology and Biotechnology, n. 21, p. 176179, 1995.
ITOPF. Response marine oil spill. Londres, Reino Unido: Whitherby & ITOPF, 1986.
ITOPF. Oil tanker spill statistics 2014. The International Tanker Owners Pollution
Federation Limited, n. January, p. 12p, 2014.
KHONDEE, N. et al. Lipopeptide biosurfactant production by chitosan-immobilized Bacillus
sp. GY19 and their recovery by foam fractionation. Biochemical Engineering Journal, v. 93,
p. 4754, 2015.
KIM, S. H. et al. Purification and characterization of biosurfactants from Nocardia sp. L-417.
Biotechnology and Applied Biochemistry, v. 31, p. 249253, 2000.
12
KIMURA, R. M. Indstria Brasileira De Petrleo: Uma Anlise Da Cadeia De Valor
Agregado. [s.l.] Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2005.
KRAJEWSKA, B. Application of chitin- and chitosan-based materials for enzyme
immobilizations: A review. Enzyme and Microbial Technology, v. 35, n. 2-3, p. 126139,
2004.
KUMAR, M. N. V. R. A review of chitin and chitosan applications. Reactive and Functional
Polymers, v. 46, n. 1, p. 127, 2000.
KUTCHEROV, V. et al. Synthesis of hydrocarbons under upper mantle conditions: Evidence
for the theory of abiotic deep petroleum origin. Journal of Physics: Conference Series, v. 215,
p. 012103, 2010.
LOPES, C. F. Derrames de petrleo e os ecossistemas costeiros: A experincia da CETESB.
IV Simpsio de Ecossistemas Brasileiros, v. 3, n. 104, p. 342351, 1998.
LOVLEY, D. R. Cleaning up with genomics: applying molecular biology to bioremediation.
Nature Reviews Microbiology, v. 1, n. 1, p. 3544, 2003.
MACHADO, E. L. Economia de Baixo Carbono: Avaliao de Impactos de Restries e
Perspectivas Tecnolgicas. So Paulo: [s.n.].
MACIEL, I. M. C. T. Avaliao do potencial de bactrias para degradar derivados do
petrleo e produzir biossurfactantes. [s.l.] Universidade Federal do Cear, 2003.
MATEO, C. et al. Improvement of enzyme activity, stability and selectivity via immobilization
techniques. Enzyme and Microbial Technology, v. 40, n. 6, p. 14511463, 2007.
MONTAGNOLLI, R. N. Biodegradao de Derivados do Petrleo com a Aplicao de
Biossurfactante produzido por Bacillus subtilis. [s.l.] Universidade Estadual Paulista
(UNESP), 2011.
MORAIS, N. L. Estudo da Contaminao e Remediao de Petrleo em guas Marinhas.
[s.l.] Universidade Federal de Uberlndia, 2012.
NAGAYASSU, V. Y. (ESCOLA P. DA U. DE S. P. Anlise crtica do ensaio NACE TM0172 para verificao da agressividade de derivados de petrleo. [s.l.] Universidade de So
Paulo, 2006.
NEIVA, J. Conhea o petrleo. 5. ed. Rio de Janeiro: Editora ao Livro Tcnico, 1986.
NITSCHKE, M.; PASTORE, G. M. Biossurfactantes: Propriedades e aplicaes. Quimica
Nova, v. 25, n. 5, p. 772776, 2002.
OKOH, A. I.; TREJO-HERNANDEZ, M. R. Remediation of petroleum hydrocarbon polluted
systems: Exploiting the bioremediation strategies. Journal of Biotechnology, v. 5, n. 25, p.
25202525, 2006.
12
OLIVEIRA, J. G. DE. PRODUO DE BIOSSURFACTANTE POR Bacillus pumilus E
AVALIAO DA BIORREMEDIAO DE SOLO E GUA CONTAMINADOS COM
LEO. [s.l.] UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JLIO, 2010.
ORMOND, J. G. P. et al. A carcinicultura brasileira. BNDES Setorial, p. 91118, mar. 2004.
PASCHOA, A. S. Naturally occurring radioactive materials (NORM) and petroleum origin.
Applied Radiation and Isotopes, v. 48, n. 10-12, p. 13911396, out. 1997.
PEREIRA, A.; FREITAS, D. DE. Uso de micro-organismos para a biorremediao de
ambientes impactados. Revista Eletrnica em Gesto, Educao e Tecnologia Ambiental,
v. 6, n. 6, p. 9951006, 2012.
PEREIRA, R. M. Tcnicas de imobilizao e estabilizao de lipases obtidas a partir de
diferentes fontes microbianas. [s.l.] Universidade Federal de Alfenas, 2014.
PETER, M. Applications and environmental aspects of chitin and chitosan. J Macromol Sci
Pure Applied Chemistry, v. 32, p. 629640, 1995.
PETROBRAS. O petrleo e a Petrobras. [s.l: s.n.].
POFFO, . R. F. Vazamentos de leo no litoral Norte do Estado de So Paulo: Anlise
Histrica (1974-1999). [s.l.] Universidade de So Paulo, 2000.
SCHOFFER, J. N. Imobilizao de Ciclodextrina Glicosil Transferase para Produo de
Ciclodextrinas: Catlise em Batelada e Catlise contnua em Reator de Leito Fixo. [s.l.]
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2013.
SCOTT, C. D. Techniques for Producing Monodispersed Biocatalyst Beads for Use in
Columnar Bioreactors. Annals of the New York Academy of Sciences, v. 501, n. Enzyme
Enginering 8, p. 487493, jun. 1987.
SILVA, R. D. C. F. S. et al. Applications of biosurfactants in the petroleum industry and the
remediation of oil spills. International Journal of Molecular Sciences, v. 15, n. 7, p. 12523
12542, 2014.
SOUZA, E. C. Produo e ao de biossurfactante produzido por bactrias em meios
salinos contaminados por hidrocarbonetos aromticos. [s.l: s.n.].
SZEWZYK, S. B. O. Processos envolvidos em um derramamento de leo no marII
Seminrio e Workshop em Engenharia Ocenica. Anais...Rio Grande (RS): 2006
Terminais e Oleodutos. . [s.l: s.n.]. Disponvel em: <http://www.petrobras.com.br/pt/nossasatividades/principais-operacoes/terminais-e-oleodutos/>. Acesso em: 8 set. 2015.
TONINI, R. M. C. W.; DE REZENDE, C. E.; GRATIVOL, A. D. Degradao e biorremediao
de compostos do petrleo por bactrias: Reviso. Oecologia Australis, v. 14, n. 4, p. 1025
1035, 2010.
12
TOSCAN, K. H. et al. Laudo Tcnico Ambiental N 01/2012/Mb-Ibama-FepamPorto
Alegre (RS)IBAMA-FEPAM, , 2012.
VIDALI, M. Bioremediation - An overview. Journal of Industrial Pollution Control, v. 27,
n. 2, p. 161168, 2011.
VIEGAS, T. O balano do vazamento de petrleo no Golfo do Mxico. Disponvel em:
<https://infopetro.wordpress.com/2010/08/23/a-bp-e-as-alternativas-do-desastre-aesperanca/>. Acesso em: 8 set. 2015.
WANG, J. et al. Optimization of the methods for extraction of chitin in crab shell and
preparation of chitosan. J. Harbin Inst. Technology, v. 8, n. 2, p. 199202, 2001.
WIDDEL, F.; RABUS, R. Anaerobic biodegradation of saturated and aromatic hydrocarbons.
Current Opinion in Biotechnology, v. 12, n. 3, p. 259276, 2001.
WILSON, N. G.; BRADLEY, G. The effect of immobilization on rhamnolipid production by
Pseudomonas fluorescens. Journal of Applied Bacteriology, v. 81, n. 5, p. 525530, 1996.
WOODWARD, J. Methods of immobilization of microbial cells. Journal of Microbiological
Methods, v. 8, n. 1-2, p. 91102, 1988.
YEUNG, C. W. et al. Analysis of bacterial diversity and metals in produced water, seawater
and sediments from an offshore oil and gas production platform. Marine Pollution Bulletin,
v. 62, p. 20952105, 2011.