Introdução As Ciências Da Linguagem
Introdução As Ciências Da Linguagem
Introdução As Ciências Da Linguagem
Leitura Obrigatria:
Reflexo
1.1. Conceitos
Ferdinand
de
Saussure
(1916)
Mikhail
Bakhtin
(1929)
Edward
Sapir
(1929)
Noam
Chomsky
(1957)
Carlos
Franchi
(1977)
Noam
Chomsky
(2000)
A linguagem um componente da
mente/crebro humanos
especificamente dedicada ao
conhecimento e uso da lngua. A
faculdade da linguagem o rgo da
linguagem. A lngua ento um
estado dessa faculdade.
Concepes de Linguagem
Linguagem como representao do pensamento e do
conhecimento
Linguagem como um cdigo para a comunicao
Linguagem como uma forma de ao interativa
como bom objeto para a nova cincia porque era multiforme e heterclita, isto , o
conhecimento da linguagem envolveria a investigao de sua natureza mental, abstrata,
psicofisiolgica, o que extrapolaria os limites da lingstica. Por outro lado, a fala, como
fenmeno individualizado no se prestaria elaborao de uma teoria capaz de explicar
todas as lnguas. Surge, ento, o conceito de lngua, como um recorte feito pelo autor,
para explicar o carter concreto, homogneo e objetivo do fenmeno lingstico. A
noo adotada por Saussure aponta para lngua como um sistema, ou seja, uma
estrutura formal passvel de classificao em elementos mnimos que compem um
todo. Esses elementos se organizam por princpios de distribuio e associao,
verificveis em todas as lnguas naturais.
Mikhail Bakhtin, filsofo e lingista russo, concebe o fenmeno lingstico de
modo bastante diferente de Saussure. Para este autor, a discusso sobre o carter
abstrato ou individualista da linguagem simplesmente inadequada. O que constitui a
lngua sua natureza scio-ideolgica, isto , o complexo de relaes existentes entre
lngua e sociedade. Essas relaes se materializam no discurso, perceptvel nos
enunciados proferidos pelos falantes, em situaes comunicativas concretas. Bakhtin
destaca o papel das relaes intersubjetivas entre o falante e o outro como instaurador
de uma concepo adequada de linguagem, privilegiando a ao dialgica no curso da
histria, em uma sociedade.
Para o antroplogo-lingista estadunidense, de origem alem, Edward Sapir, o
conceito de linguagem perpassa a representao que uma determinada comunidade faz
de sua cultura, atravs dos smbolos que utiliza. A lngua , portanto, uma categorizao
simblica organizada. Juntamente com seu associado, Benjamin Whorf, Sapir defende
a hiptese de que ns recortamos a natureza, a organizamos em conceitos e atribumolhes significaes porque convencionamos culturalmente organiz-la dessa forma. Essa
conveno faz parte de um contrato que se mantm atravs de nossa comunidade
lingstica e est codificado nos padres de nossa lngua. Sapir e Whorf defendem que
nosso universo mental determinado pelas estruturas da lngua que falamos, e estas
estruturas so um recorte arbitrrio da realidade.
A lgica natural diz-nos que a fala apenas uma manifestao acessria, que diz
estritamente respeito comunicao e no formulao das idias. Supe-se que a
fala, ou o emprego da lngua exprime apenas o que, em princpio, j est formulado
no verbalmente. A formulao um processo independente, denominado pensamento
e considerado muito escassamente tributrio do carter particular das diferentes
lnguas. O relativismo lingstico modifica o veredicto do Senhor Senso Comum. Em
vez de dizer as frases so diferentes porque evocam fatos diferentes, passa a dizer os
fatos so diferentes para os locutores cujo pano de fundo lingstico atribui a esses
fatos uma formulao diferente (WHORF, 1956, p. 117; 160).
Para o lingista Avram Noam Chomsky, a linguagem humana baseia-se em uma
propriedade elementar biologicamente isolada na espcie humana: a infinitude discreta.
Esta propriedade comparvel quela dos nmeros naturais, ou seja, elementos
discretos (smbolos oponveis entre si) combinam-se produzindo todas as possibilidades
de nmeros existentes. No que se refere teoria lingstica, o autor reproduz o
pensamento de Humboldt (sc. XVII) de que a lngua possui meios finitos para produzir
uma seqncia infinita de enunciados. Esse conhecimento , portanto, parte de um
fenmeno natural, biolgico, que nos alcanou atravs da evoluo da espcie.
Reflexo
Aps a leitura dos conceitos apresentados pelos diversos autores,
procure associar cada conceito a uma das trs Concepes de
Linguagem, que orientam o posicionamento terico sobre
linguagem.
Ao final desse perodo, o interesse pela linguagem como dom divino cedeu lugar
aos estudos sobre a lgica e a razo. O movimento chamado de iluminista e,
posteriormente, o renascimento deslocaram o interesse dos estudos cientfico-filosficos
da divindade para o homem. Nos estudos lingsticos, um cone desse movimento a
Gramtica de Port-Royal, que concebe a linguagem como fundada na razo e no
pensamento do homem, sendo, portanto, universal e modelo para as gramticas de
outras lnguas.
O sculo XIX incorpora as diretrizes racionalistas da Gramtica de Port-Royal e
inaugura um interesse pelo estudo das lnguas vivas na comparao com outras lnguas.
Este movimento, denominado histrico-comparativo, d origem ao mtodo histrico das
gramticas comparadas e lingstica histrica. O que desencadeia esse programa de
investigaes a descoberta do Snscrito (entre 1786 e 1816), que demonstra as
evidncias de parentesco entre latim, grego, lnguas germnicas, eslavas e clticas com
o snscrito. Essas descobertas indicam que linguagem pode-se aplicar um modelo
biolgico de evoluo: as lnguas so organismos vivos que nascem, crescem e morrem,
encontrando um tempo breve de perfeio.
A lingstica histrica surge da possibilidade de desenvolvimentos de mtodos e
princpios da gramtica comparada. A comparao entre as lnguas facilitava a
demonstrao do parentesco e da evoluo histrica de uma lngua. O estudo da
passagem da lngua de um estado para o seguinte se dada mediante a anlise das leis
que determinavam essa evoluo, encontradas particularmente nos textos escritos.
Assim, a gramtica comparada era, efetivamente, o estudo da evoluo continua das
lnguas, o que a confundia com a prpria lingstica histrica. Nesse movimento, a
escola neogramtica acreditava que a quase totalidade das transformaes lingsticas
poderia ser explicada no domnio da fontica.
Reflexo
Vemos a influncia da fontica nas transformaes lingsticas nos
exemplos da passagem do latim para o portugus em auru, paucu,
lauru que resultam modernamente em ouro, pouco e louro. A
semivogal /w/ do ditongo latino, por ser mais fechada do que a vogal
/a/, a aproxima do seu ponto de articulao, transformando-a em /o/.
sua lenda.
Que importncia tem a linguagem no se dia-a-dia? Faa
uma lista das atividades em que voc precisa da
linguagem.
Escolha uma passagem do texto e disserte sobre ela.
Lembre-se: na dissertao voc deve dar sua opinio e
usar argumentos que sustentem seu ponto de vista.