Estudo de Caso PPPN
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ESTUDO DE CASO
INSUFICINCIA CARDACA CONGESTIVA
CAXIAS MA
2011
ESTUDO DE CASO
INSUFICINCIA CARDACA CONGESTIVA
CAXIAS MA
2011
SUMRIO
1 INTRODUO .....................................................................................................................
2 ANAMNESE..........................................................................................................................
3 EXAME FSICO...................................................................................................................
4 INFORMAES COMPLEMENTARES..........................................................................
5 PLANO ASSISTENCIAL....................................................................................................
6 PLANO DE ALTA................................................................................................................
CONSIDERAES FINAIS.................................................................................................
REFERNCIAS .....................................................................................................................
ANEXOS .................................................................................................................................
1 INTRODUO
BRUNNER E SUDDARTH (2009), define Insuficincia Cardaca (IC) como
sendo a incapacidade do corao em bombear sangue suficiente para satisfazer s
necessidades de oxignio e nutrientes dos tecidos. A insuficincia cardaca (IC) a via final
comum da maioria das doenas que acometem o corao, sendo um dos mais importantes
desafios clnicos atuais na rea da sade. Trata-se de um problema em progresso com
prevalncia mundial entre 1 a 2 %. No Brasil no existem estudos epidemiolgicos
envolvendo a incidncia de IC, porm, de acordo com outros pases pode-se estimar que at
6,4 milhes de brasileiros sofram de IC (ASSIS, BARROS E GANZAROLLI, 2007). No ano
de 2007, as doenas cardiovasculares representaram a terceira causa de internaes no SUS,
com 1.156.136 hospitalizaes. A IC a causa mais frequente de internao por doena
cardiovascular segundo BOCCHI et al. (2009).
A IC pode ser classificada em dois tipos: insuficincia cardaca esquerda, o
problema reside numa falha do ventrculo esquerdo que o torna incapaz de bombear todo o
seu contedo para a rede arterial perifrica fazendo com que os tecidos do organismo no so
bem irrigados, por outro lado, como o ventrculo no se pode esvaziar devidamente, a presso
na aurcula esquerda aumenta, diminuindo a circulao pulmonar, por isso, uma insuficincia
deste tipo caracteriza-se pelo aparecimento de problemas respiratrios. Na insuficincia
cardaca direita, a falha reside no ventrculo direito, que no consegue bombear todo o seu
contedo at circulao pulmonar. Como resultado, o sangue acumula-se na aurcula direita,
acumulando-se na rede venosa que desagua nesta atravs das veias cavas, com a consequente
aglomerao dos diversos rgos e tecidos.
A insuficincia cardaca tem muitas causas, incluindo vrias doenas. Ela muito
mais comum entre os idosos, pelo fato deles apresentarem maior probabilidade de apresentar
alguma doena que a desencadeie. Apesar de o quadro apresentar um agravamento no
decorrer do tempo, os indivduos com insuficincia cardaca podem viver muitos anos.
Para BOCCHI et al. (2009), a insuficincia cardaca pode ser provocada por
doena isqumica, hipertenso arterial, doena de chagas, cardiomiopatia, drogas, toxinas,
diabetes, insuficincia adrenal, obesidade, doena renal crnica, cardiopatias congnitas, entre
outras.
A fisiopatologia do ICC pode ser entendida de acordo com TRALDI (2009),
como:
2 ANAMNESE
D.M.C, 75 anos, brasileira, negra, solteira, catlica, natural de Caxias MA,
aposentada, possui seis filhos (trs homens e trs mulheres), com diagnstico mdico de ICC
descompensada, em tratamento medicamentoso controlado. Refere duas internaes prvias
pelo mesmo motivo. Admitido no servio em 08/11/2011, proveniente do servio de pronto
atendimento onde realizou aferio de P.A. de 140x100 mmHg com glicemia capilar de 245
mg/dl. Refere que h dois dias antes da internao estava apresentando astenia. Refere fazer
uso domiciliar regular de Digoxina, Aldactone, Lozeprel, Furosemida, Hidrxido de Alumnio
e Hemifumarato de Bisoprolol para tratamento da Insuficincia Cardaca, e dipirona em casos
de febre. Possui diabetes mellitus. Desconhece alergias medicamentosas. Apresenta
antecedente familiar de cardiopatias e doena vascular cerebral. Ingere cerca de um litros de
gua por dia, alimentao variada e hipolipdica, hipossdica e hipoglicmica. Apresenta
evacuaes de dois em dois dias, e frequncia urinaria de 4 5 vezes ao dia. Relata sono
interrompido. Reside com um filho e uma sobrinha. Refere no praticar atividades fsicas,
segundo o mesmo, tem um bom relacionamento com a famlia e vizinho. Tem um baixo nvel
de conhecimento sobre a doena, porm demonstrou interesse em conhecer mais sobre a
mesma. Queixa-se de dores na coluna.
3 EXAME FSICO
Paciente normocorada, hidratada, anictrica, febril. Consciente, auto e
alopsiquicamente, pupilas isocricas e fotorreagentes. Couro cabeludo sem anormalidades;
face simtrica; nariz simtrico; olhos, boca e ouvidos sem alteraes.
Fora motora e
4 INFORMAES COMPLEMENTARES
4.1 Exames Laboratoriais
Hemograma Completo realizado no dia 09/11/2011
ERITROGRAMA
Valor Obtido
Valores Normais
Hematcrito
34,70%
37,00 a 47,00
Hemoglobina
11,40%
11,50 a 16,40
Hemcias
3,90 milhes/mm3
4,00 a 5,60
Leuccito
3,900/mm3
4.000 a 10.000
HEMATOSCOPIA
CREATININA
0,94 mg/dl
0,40 a 1,40
CLORETOS
119,0 mEq/L
96,00 a 105,00
LEUCOGRAMA
MEDICAMENTO
DOSE
VIA
HORA
Dieta Hipossdica
-----------------------------------------------------
-----------
-------------
Scalp Salinizado
-----------------------------------------------------
-----------
-------------
Ranitidina
50mg + AD
EV
12/12h
Lasix
20mg + AD
EV
12/12h
Digoxina
0,25 mg 01 cp
VO
12/12h
Aldactone
25mg 01 cp
VO
s 16h
Captopril
25mg 1/2 cp
VO
12/12h
Heparina
5000 ui
SC
8/8h
--------------------------
-----------
6/6h
Glicemia Capilar
Insulina Regular:
SC
-------------
Plasil
2ml + AD
EV
S/N
Dipirona
2ml + AD
EV
S/N
40 ml
EV
se glicemia
Glicose 50%
70
Cabeceira Elevada
O2 mido sob cateter
-----------------------------------------------------
-----------
4L/ min
-----------
S/N
-----------------------------------------------------
-----------
6/6h
nasal
SSVV
DIGOXINA
Indicaes: Insuficincia cardaca congestiva, alteraes do ritmo cardaco com
fibrilao atrial, flutter atrial e taquicardia artrial paroxstica.
Contraindicaes:
Intoxicao
digitlica,
hipercalcemia,
hipopotassemia,
hiperaldosteronismo
primrio
tratamento
pr-operatrio
de
pacientes
com
hiperaldosteronismo primrio.
Contraindicaes: contra-indicado a pacientes com insuficincia renal aguda,
diminuio significativa da funo renal, anria e hiperpotassemia, doena de Addison ou
hipersensibilidade espironolactona ou de qualquer outro componente da frmula.
Reaes adversas: distrbios gastrintestinais, nusea, sonolncia, tontura, funo
heptica anormal, insuficincia renal aguda, trombocitopenia, leucopenia (incluindo
agranulocitose), cansao, dor de cabea, erupo cutnea, alopcia, hipertricose (crescimento
de cabelo anormal), dor e neoplasma nos seios, mal estar, hiperpotassemia, distrbios
captopril
contraindicado
em
pacientes
com
5 PLANO ASSISTENCIAL
5.1 Diagnsticos e Prescries de Enfermagem
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JUSTIFICATIVA
A pele est em risco devido circulao
perifrica comprometida, imobilidade
fsica e s alteraes na condio
nutricional.
Reduz a presso sobre os tecidos,
melhorando a circulao diminuindo o
tempo sobre qualquer rea que esteve
privado de fluxo de sanguneo pleno.
Uma perna apoiada em outra pode
propiciar leses e diminuio do fluxo
sanguneo.
11
JUSTIFICATIVA
Na IC inicial, moderada ou crnica, a P.A.
pode estar elevada devido a RVS
aumentada.
12
4. Encorajar
deambulao.
aumentando
3. Pesar diariamente.
4. Avaliar quanto distenso das veias
do pescoo. Inspecionar as reas
corporais pendentes quanto a edema
generalizado (anasarca).
JUSTIFICATIVA
Reduz a gua corporal previne a
reacumulao de lquidos.
A recumbncia aumenta a filtrao
glomerular e diminui a produo ADH,
promovendo assim a diurese.
Documentar as mudanas/resoluo do
edema em resposta terapia.
Excessiva reteno de liquido pode ser
manifestada pelo ingurgitamento venoso e
pela formao de edema. O edema
perifrico inicia nos p/tornozelos (ou eras
pendentes) e ascende conforme a
insuficincia se agrava.
A formao de edema, a circulao lenta, a
ingesto nutricional alterada e a
imobilidade/repouso prolongado no leito
so estressores cumulativos que afetam a
integridade da pele e exigem superviso
frequente.
O excesso de volume de lquido geralmente
leva a congesto pulmonar. Os sintomas de
edema pulmonar podem refletir IC
esquerda aguda. Os sintomas respiratrios
da IC descompensada (dispneia, tosse,
ortopnia) podem ter um inicio mais lento,
porm so mais difceis de reverter.
13
7. Monitorar a P.A.
1.
2.
3.
4.
5.
6.
PRESCRIES
Lavar
as
mos
com
sabo
antibacteriano antes e depois de cada
atividade de atendimento, mesmo que
sejam usadas luvas.
Inspecionar
feridas/pontos
dos
dispositivos invasivos diariamente,
prestando ateno para sinais de
inflamao.
Manter tcnicas asspticas em
qualquer procedimento invasivo.
Enfatizar as tcnicas apropriadas de
limpeza das mos dos cuidadores.
Orientar para que a acompanhante
mantenha sua higiene.
Encorajar e manter a ingesta calrica
e proteica na dieta.
JUSTIFICATIVA
Reduz o risco de contaminao cruzada
porque as luvas podem ter defeitos
imperceptveis, romper-se ou danificar-se
durante o uso.
Pode fornecer evidncias da porta de
entrada de microorganismos.
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JUSTIFICATIVA
Ocasionada pela pouca oferta de oxignio e
aparecimento da dispneia.
Reduz a fadiga e o agravamento da
fraqueza muscular.
JUSTIFICATIVA
Hipotenso ortosttica pode acontecer com
a atividade devido ao efeito do
medicamento (vasodilatao), desvio de
lquido (diurese) ou comprometimento da
funo do corao.
O corao comprometido no consegue
aumentar o volume de sangue exigido pela
atividade, podendo provocar um aumento
na frequncia cardaca e nas demandas de
15
16
JUSTIFICATIVA
17
sanitrio ou no leito.
5. Orientar para no ignorar quando
sentir vontade de evacuar.
6. Monitorar evacuaes incluindo a
frequncia,
consistncia,
forma,
volume e cor, como apropriado;
7. Realizar relatrio de sons intestinais Pois sons intestinais diminudos podem
diminudos.
indicar que o padro de evacuaes est
alterado.
(DOENGES, MOORHOUSE E GEISSLER, 2003).
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3 DIA 11/11/11
s 10:21hs, paciente em 4 DIH, motivada por ICC descompensada. Queixa-se de
lombalgias, fadiga, epigastralgia. Segue consciente e orientada; apresenta taquipnia,
bardisfigmo. Deambulando sem auxilio. Ao exame fsico: pele e mucosas normocoradas,
pupilas isocricas, apresenta edema em MMII. Ausculta pulmonar com murmrios
vesiculares presentes sem presena de rudos adventcios; ausculta cardaca normoaudveis e
regulares; ausculta abdominal com sons timpnicos. Padro de sono e repouso satisfatrio.
Em uso de acesso perifrico em MSD e uso de cateter nasal. Diurese presente, refere
eliminaes. Tem boa aceitao da dieta ofertada. SSVV: P: 57 bpm; P.A: 140x80 mmHg; FR:
30 rpm; T: 36,2C.
6 PLANO DE ALTA
As prescries a seguir so indicaes orientadas ao paciente para que o mesmo
desenvolva em seu domicilio com a finalidade de prevenir possveis intercorrncias
relacionadas ao IC.
Identificar a IC como uma doena que pode ser tratada com medicamentos;
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Evitar atividades que exijam esforos fsicos como varrer a casa ou lavar
roupas;
CONSIDERAES FINAIS
O presente trabalho foi realizado entre os dias 07 a 11 de novembro de 2011,
supervisionado pelo preceptor Ricardo Reis como prtica da disciplina Sade do Adulto,
ministrada pela professora Maria Edileuza Soares Moura e a professora Francidalma Soares S.
C. Filha. Com este estudo foi possvel observar e compreender a complexidade e a relao dos
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REFERNCIAS
ALVES, Albertisa Rodrigues et al. Aplicao do Processo de Enfermagem: estudo de caso
com uma purpera. Rev. Bras. Enferm. Braslia, v.60, n.3, p.344-347, maio/jun. 2007.
ASSIS, Cinthia Calsinski; BARROS, A. L. B. L.; GANZAROLLI, M. Z. Evaluation of
expected outcomes of nursing interventions to address the nursing diagnosis of fatigue among
patients with congestive heart failure. Acta paul. enferm. So Paulo, v.20, n.3, p.357-361,
jul./set. 2007,
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ANEXOS