Reorganização Do Espaço Na Colónia - Moçambique

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Reorganizao do espao na Colnia de Moambique.

Estudo do fenmeno:

299

Reorganizao do espao na Colnia


de Moambique.
Estudo do fenmeno urbano
Olga Iglsias1
pp 299-333

Introduo
Projecto: Estruturas Urbanas da Expanso Portuguesa

O Projecto: Estruturas Urbanas da Expanso Portuguesa Elaborao de Uma Base de Dados, foi chefiado pelo Arquitecto, Professor Doutor
Jos Manuel Fernandes2 e desenvolvido entre 1993 e 2004, tempo que
permitiu pesquisar as cidades do ultramar portugus e identificar locais
de povoamento criados pelos portugueses ao longo da colonizao.
Neste grupo de investigao trabalharam arquitectos, gegrafos e
historiadores, num ambiente multidisciplinar, do que resultou uma base
de dados, com a sistematizao de informao relevante, tendo cada um
sido responsvel por uma rea especfica, cabendo-me a rea afrooriental,
onde se localiza a Colnia de Moambique, pelo que irei apresentar neste
Colquio Internacional alguns dados da nossa pesquisa.
O estudo de ncleos urbanos partiu do conceito abrangente de uma
estrutura onde se identifica a presena de duas ou de trs funes urbanas significativas, isto : Fortificao, Igreja e Cmara. Em cada ncleo
urbano, registaram-se trs grupos de indicadores classificativos, sendo o

Professora Auxiliar Convidada da Universidade Lusfona de Humanidades e Tecnologias (ULHT).


2
Tendo sido entregues os resultados Faculdade de Arquitectura da Universidade
Tcnica de Lisboa em Julho de 2004, uma vez que a investigao foi apoiada por esta
instituio, de 2002 a 2004.
1

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primeiro a estrutura global, o segundo a histria urbana e o terceiro, os


elementos internos. Igualmente foi registada a bibliografia disponvel e
consultada, a cartografia e a iconografia relativa a cada ncleo. Por oposio ao ncleo urbano, fez-se o levantamento e estudo de vrios lugares
de povoamento de colonizao portuguesa.

Uma base de dados

O resultado do Projecto foi, ento, a elaborao de uma base de


dados, o mais completa possvel, que segundo o coordenador devia
estar disponvel na plataforma da internet, finalidade no conseguida
por dificuldades da instituio que o acolheu mas que tem estado a
dar os seus frutos com a edio de livros temticos sobre as cidades,
de que Angola no sculo XIX. Cidades, Territrio e Arquitecturas, por
Aida Freudenthal, Jos Manuel Fernandes e Maria de Lurdes Janeiro,
ilustrada com postais da coleco de Joo Loureiro um belssimo
exemplar. Outros mais esto na forja...
A base de dados foi sendo construda por texto, cartografia e iconografia, preparada para estar disponvel atravs das novas tecnologias
de informao, como atrs mencionmos, de forma a ser consultada
de uma forma acessvel por investigadores interessados no estudo das
caractersticas geogrficas, histricas, urbansticas e arquitectnicas
dos ncleos urbanos da Expanso Portuguesa, desde a sua origem ao
fim do imprio.
O incio dos trabalhos aconteceu ainda no ano de 1993, com a
aprovao do Projecto, do ponto de vista cientfico pela Comisso dos
Descobrimentos Portugueses e foi parcialmente financiado pela Fundao Calouste Gulbenkian, a Fundao Oriente, a Junta Nacional de
Investigao Cientfica e a Comisso dos Descobrimentos, tendo contado
com o apoio logstico da Faculdade de Arquitectura de Lisboa, onde
esto arquivados os resultados de uma longa pesquisa.
de destacar a construo da base em si, a definio dos dados
a registar, desde a geografia do lugar evoluo histrica do mesmo,
assinalando-se a instalao do primeiro povoamento, a passagem a vila
e a cidade, o processo urbanstico e a arquitectura construda. Consultando os Relatrios do progresso da investigao, pode-se constatar a

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importncia do trabalho de campo, sobretudo em Arquivos, Cartotecas


e Fototecas nacionais, a recolha e captao de imagens em cidades
e povoamentos previamente definidos e a realizao de entrevistas a
personalidades locais, o que permitiu seleccionar dados relevantes que,
posteriormente foram analisados e digitalizados, de forma a organizar
o processo de cada ncleo de povoamento e urbano, como se pode
observar nas Fichas das cidades em anexo3.

Fontes

Definidos os lugares a investigar, quer os ncleos de povoamento


quer os urbanos, passou-se pesquisa bibliogrfica, cartogrfica e
iconogrfica, iniciada na Biblioteca Nacional, no Arquivo Histrico
Ultramarino e na Sociedade de Geografia de Lisboa, com o apoio dos
Dicionrios Corogrficos, dos Boletins Oficiais e Anurios da Colnia
e, posteriormente Provncia de Moambique4.
Decisivo foi o estudo da documentao do Fundo da Direco dos Servios Geogrficos e Cadastrais no Arquivo Histrico de Moambique, onde
se encontrou uma obra em parte indita intitulada: Apontamentos para o
Roteiro dos Monumentos Militares Portugueses, de autoria de Mrio Jos
Ferreira Mendes5. Neste importante Arquivo Nacional foi possvel seleccionar
mapas e cartas da Colnia de Moambique, bem como plantas dos ncleos
urbanos, onde eram visveis os diversos momentos da sua evoluo.
Na Fototeca esto depositados lbuns fotogrficos preciosos, como
os de Lazarus, os de Rufino e fotografias de coleces particulares que
tm vindo a ser integradas no Arquivo. A Escola de Fotografia de Ricardo
Rangel em Maputo, contm igualmente um acervo notvel de imagem,
que foi-nos posto disposio, permitindo colmatar muitas lacunas,
sobretudo no tratamento da vida quotidiana.
Ver as Fichas, bem como gravuras relativas a Loureno Marques/Maputo, Joo Belo/
Xai-Xai, Inhambane, Beira, Quelimane, Tete, Ilha de Moambique, Porto Amlia/Pemba
e Ibo.
4
Ver Bibliografia.
5
Esta obra dactilografada tem a data de 1947. Dizemos que tem uma parte indita, pois
das 230 pp., foi publicada apenas uma parte at p. 126, na Revista Monumenta. Contm
informao relevante sobre fortes em Manica, Mossuril, Ilha do Ibo, Inhambane, Loureno
Marques, Massangano, Milange, Tambara, Zumbo, Muchelia e Ferno Veloso.
3

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A este nvel, de destacar em Lisboa, a coleco particular de Joo


Loureiro, de milhares de fotografias e de postais ilustrados sobre lugares
cidades, vilas e aldeias a atestar o patrimnio portugus construdo, a
aco de misses religiosas, de administradores, etc., que gentilmente
nos disponibilizou a sua consulta, revelando-se preciosa e frutfera.
Os detalhes da vida quotidiana foram sendo esclarecidos, atravs da
memria de mais velhos que acederam a ser entrevistados, recordando
espaos e tempos de outrora...

O espao
Rural

No Mapa de Moambique6, encontramos a localizao de diferentes


Povos, diferentes formaes scio lingusticas ou etnias7, existentes no
territrio, sendo as mais importantes, de Norte para Sul: Makonde (Cabo
Delgado), Makwa-Lomwe, (Nampula Zambzia), Yao (Niassa), Nguni
(Niassa e Tete), Maravi (Tete), Swahili ou Povos islamizados do litoral (Cabo
Delgado e Nampula), Povos do Baixo Zambeze (Zambzia), Xona-Karanga
(Sofala, Manica e Tete), Tsonga (Inhambane e Gaza), Khoka (Bi)Tonga
(Inhambane) e Chopi (Inhambane). Se quisermos exemplificar como se
subdividem, no caso dos Tsonga, um Povo do Sul, temos os Lhengwe e Tswa
(Inhambane), Changana (Gaza) e Ronga (Maputo). Os sub grupos eram
constitudos por famlias extensas ou alargadas, organizadas em cls8.
Ver Anexo. Cf. IGLSIAS, Olga Moambique, in SERRO, Joel e MARQUES, A. H.
de Oliveira, Nova Histria da Expanso Portuguesa, vol. XI O Imprio Africano, 18901930, Lisboa, Ed. Estampa, 2001, p. 485. Na documentao estudada da Direco
dos Negcios Indgenas, no AHM, apercebemo-nos de um movimento fronteirio mais
intenso, de povos com famlias de um lado e do outro da fronteira, quando as autoridades cobravam impostos ou redobravam a represso.
7
De todos os conceitos utilizados pela Antropologia, Sociologia, Histria e Lingustica,
parece-nos ser o mais correcto o conceito de formao scio lingustica, pois trata-se
de uma formao social, com uma lngua prpria. Sobre a explorao do factor tnico,
ver PLISSIER, Ren, op. cit., pp. 247-257. Cf. AMIN, Samir, tat, Nation, Ethnie et
Minorits dans la Crise. Quelques Aspects de la Critique de l Ideologie de la Nation
et de l Ethnie, in Colquio Internacional: A Formao da Nao nos Cinco: Angola,
Cabo Verde, Guin Bissau, e S. Tom e Prncipe, Bissau, Ed. Instituto Nacional de
Estudos e Pesquisas, 1986, pp. 36-47.
8
Sobre o conceito de cl, ver SERRA, Carlos (dir.), Histria de Moambique, vol. I, Ma6

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Moambique Grupos tnicos

Era assim, a Colnia de Moambique constituda como j atrs


mencionmos, por diversos povos e culturas, o que no nos permite uma
abordagem generalista da chamada frica das aldeias. Essa percepo

puto, Tempo/UEM, 1988, p. 144: Grupo formado por uma ou por vrias linhagens.
Pode ser ou no localizado, exgamo ou no. Os membros de um cl so geralmente
incapazes de estabelecer a sua ligao genealgica com o antepassado epnimo (i.e,
aquele que deu o nome ao cl), o que distingue o cl de uma linhagem, a qual um
conjunto de parentes entre os quais se podem sempre traar laos genealgicos.

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tiveram-na missionrios como A. Henri Junod9, administradores como


A. Rita Ferreira10 e antroplogos como Jorge e Margot Dias11, pois nos
seus trabalhos trataram povos e culturas especficas, com um detalhe
impressionante e rigoroso. Nesta linha se inscreve a pesquisa de Jos
Fialho12, em relao ao povo Tsonga e a de Paulo Granjo13sobre um dos
seus sub grupos, os Ronga.
A sociedade tradicional, representada na memria dos mais velhos,
situa-se no espao rural, de uma vivncia comunitria pautada por rituais prprios, desde o nascimento morte, preparando colectivamente
os seus membros para as diferentes fases da vida. Historicamente, a
sociedade tradicional sofreu o impacto de vrias expanses, desde a
idade do Ferro, a Bantu; no sculo XII, a rabe e no sculo XV, a Portuguesa, o que levou a vrias rupturas importantes, no modo de produo,
do habitat14, do pensamento e das crenas religiosas, sobretudo sob a
influncia do islamismo e do cristianismo.
A Expanso Portuguesa nas terras do ndico, iniciou-se com a viagem
de Vasco da Gama ndia em 1498, quando a armada lusa encontrou
terra de boa gente, em Inhambane. A rota da ndia necessitou de pontos
de paragem na costa para o abastecimento de vveres e de gua, pelo que
se deu a penetrao portuguesa, primeiro no litoral e apenas no interior,
seguindo o rio Zambeze, em busca do ouro do Monomotapa.

JUNOD, Henri Alexandre, Uso e Costumes dos Bantos A vida duma tribo do Sul de
frica, Lisboa, Sociedade de Geografia de Lisboa, 1917. (Verso do Ingls por Carlos
Bivar.)
10
RITA-FERREIRA, Antnio, Povos de Moambique. Histria e Cultura, Porto Afrontamento,1975.
11
DIAS, Jorge, e DIAS, Margot, Os Macondes de Moambique III vida social e ritual,
Lisboa, Junta de Investigaes do Ultramar, 1970.
12
FELICIANO, Jos Fialho, Antropologia Econmica dos Thonga do Sul de Moambique,
Maputo, Arquivo Histrico de Moambique, 1998.
13
GRANJO, Paulo, Lobolo em Maputo. Um Velho Idioma para Novas Vivncias Conjugais,
Porto, Campo das Letras, 2005.
14
BRUSCHI, Sandro, Campo e Cidades da frica Antiga, Maputo, FAPF, CEDH, UEM,
2001, pp.147-148 e p. 150.
9

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Urbano

Colnia portuguesa, desde o sculo XVI, s na ltima dcada do


sculo XIX, mais precisamente no ano de 1891, que se delimita tal
como hoje, na sequncia de um tratado assinado entre Portugal e
a Gr Bretanha15. Como, alis, sucedeu a todos os outros Estados
africanos, as suas fronteiras resultaram da partilha definida pelas potncias europeias coloniais e da capacidade ou no da administrao
portuguesa ocupar de facto e, explorar o territrio16.
Citando Lobato: (...) anteriormente ao liberalismo, no existia a
unidade poltica administrativa que se chama hoje Moambique17.
A Constituio de 1822, bem como a Carta Constitucional de 1826,
referem como parte integrante da nao portuguesa, na costa oriental
de frica, Moambique, Rio Sena, Sofala, Inhambane, Quelimane e
as ilhas de Cabo Delgado, mencionando a Constituio de 1838, para
alm destas regies, a Baa de Loureno Marques 18. Recorda-se que
o termo Moambique referido, significava apenas a Ilha, no distrito
do mesmo nome, a primeira capital da Colnia at 1898, data em que
foi substituda por Loureno Marques, no sul do territrio.
Fruto do impacto da colonizao europeia, o fenmeno urbano que
se consolidou ao longo do sculo XX , segundo a tese de Fernandes e

As modernas fronteiras de Moambique foram determinadas pelo Tratado com a GrBretanha, celebrado a 11 de Junho 1891. Ver MARQUES, A. H. de Oliveira, Histria de
Portugal, vol. III, Lisboa, Ed. Presena, 1998, p. 224-225; cfr. ALEXANDRE, Valentim
(coord.), O Imprio Africano.Sculos XIX e XX, Lisboa, Ed. Colibri, 2000, pp. 19-20.
16
Referncia Conferncia de Berlim (1884-1885). Ver ALEXANDRE, Valentim, O Imprio
Africano:1825-1890, vol. X, coord. Valentim Alexandre e Jill Dias, Nova Histria da
Expanso Portuguesa, dir. de Joel Serro e A. H. de Oliveira Marques, Lisboa, Ed.
Estampa, 1998, pp. 119-120; cfr. CLARENCE-SMITH, Gervase, O Terceiro Imprio
Portugus (1825-1975), Lisboa, Teorema, 1990, pp. 85-87.
17
Sobre o que era a Colnia de Moambique no incio do sculo XIX ver LOBATO, Alexandre, Economia, Engenharia e Histria em Moambique, p. 14.
18
Cfr. MIRANDA, Jorge, As Constituies Portuguesas, pp. 24, 94 e 154.
15

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Janeiro19, uma prova da continuidade e prtica do modelo urbano20,


encetado no ltimo quartel do sculo XIX.
Na anlise dos dados registados nos ncleos urbanos, verificou-se
a permanncia de duas ou de trs funes urbanas significativas, como
atrs mencionmos: o Forte, a Igreja e a Cmara. Para cada ncleo urbano havia um plano urbanstico, com uma Rua Direita, semelhana
dos burgos portugueses, que ligava os poderes em presena. Vejamos
ento, em sntese uma breve caracterizao da evoluo da histria
urbana, destacando os seus principais momentos:
1. Loureno Marques/Maputo

Actualmente, a capital da Repblica de Moambique e da Provncia
de Maputo, designada de Maputo no ps- independncia, tendo
sido chamada de 1544 a 1976 de Loureno Marques. Localiza-se
na costa Sul do territrio a 100 km da fronteira com a frica do
Sul. Conhecida a regio pelos navegadores e comerciantes portugueses desde 1502, na demanda da ndia.

Nas suas fases de desenvolvimento, podemos destacar as seguintes pocas: 1781 iniciou-se a construo da Fortaleza de
Nossa Senhora da Conceio para defender aposio portuguesa
face aos interesses de Ingleses e Holandeses. 1782: instalao do
povoado, fundao de uma minscula feitoria. Joaquim de Arajo fundou o presdio, edificou a povoao para o destacamento
de 130 homens em terras cedidas pelo rgulo da Matola. 1876
(09.12) Passagem a vila21. A 1 planta conhecida desta data.

FERNANDES, Jos Manuel e JANEIRO, Maria de Lurdes, Estruturas urbanas da


Expanso Portuguesa em frica, at ao Sculo XIX, uma sntese, in UR-Cadernos da
Faculdade de Arquitectura da Universidade Tcnica de Lisboa, n. 5, pp. 26-39. So
igualmente importantes os estudos que analisaram o fenmeno urbano num tempo
pr-colonial, tais como os coordenados por Catherine Coquery-Vidrovitch,Processus
dUrbanisation en Afrique Noire, Paris, LHarmattan, 1988 e Histoire des Villes dAfrique
Noire, Paris, Albin Michel, 1993 e os organizados por Michel Cahen, Bourgs et Villes en
Afrique Lusophone, Paris, LHarmattan, 1989. Mais abrangente o estudo do Professor
italiano Sandro Bruschi, Campo e Cidades da frica Antiga, Maputo, CEDH-UEM,
2001.
20
Idem, p. 26.
21
Ver Decreto de 09.12.1876. In Mapa das povoaes criadas at 31.12.1959 e sua
situao legal, Loureno Marques, Direco dos Servios de Agrimensura, Imprensa
Nacional de Moambique, 1960.
19

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O pequeno aglomerado estava organizado em torno da Praa da


Picota (Praa 7 de Maro, actualmente 25 de Junho) Tinha um
total de 1 417 pessoas. 1887 (10.11) Passagem a Cidade22. O 1
plano de urbanizao da cidade de autoria do Engenheiro militar
Joaquim Jos Machado. A cidade tinha como base econmica o
porto e os caminhos de ferro. 1907 (23.05) Passagem categoria
de capital23 da Colnia, substituindo a Ilha de Moambique.
Edificada a partir do Presdio litoral (1867-68), com um plano
reticulado de Joaquim Jos Machado (1887), de grande rigor
e arejada escala, a cidade desenvolveu- se para o Alto-Ma at
1895 e depois para Maxaquene e Polana at 1925. Durante
este perodo e at dcadas depois, a cidade manteve-se fiel ao
traado inicial, ganhando nos anos 60 um novo bairro a nordeste, Sommerchield e uma via circular a norte. A cidade baixa,
desenvolvida a partir da Praa 7 de Maro/25 de Junho, onde
se encontra o forte, rasgou os muros do Presdio, ligando-se
atravs da Av. da Repblica/25 de Setembro com as novas vias
do plano de 1887. Neste, os eixos principais constituem as Av. 24
de Julho e Pinheiro Chagas/Eduardo Mondlane (ligando de Este
a Oeste, os bairros de Alto Ma, Maxaquene e Polana) enquanto
no sentido Sul-Norte, as vias principais so as Av. Manuel de
Arriaga/Karl Marx e Augusto Castilho/Lenine, para alm da via
mais cosmopolita, a Av. Aguiar/D.Lus/Samora Machel, ligando
a baixa alta. Na frente para o Oceano ndico, a Av. Antnio
Enes/Jlio Nyere prolonga-se para os novos bairros24.

Idem.Ver Decreto de 10.11.1887.


O aparelho administrativo militar, montado nesta cidade, destinado a controlar a
pacificao do Sul, ter tido peso na deciso do Governador- Geral, expressa na circular de 22 de Novembro de 1898 de transferir a sede do Governo e Secretaria Geral
para Loureno Marques, a partir de 1 de Dezembro desse ano. Todavia, a mudana da
capital s se efectiva em 1907, atravs da Reorganizao Administrativa da Provncia
de Moambique, reforma decretada a 23 de Maio de 1907.
24
Ver auto de demarcao definitiva do concelho de Loureno Marques , in Boletim Oficial,
n. 36, 3 srie, de 04.09.1940. In Mapa das povoaes criadas at 31.12.1959 e sua
situao legal, Loureno Marques, Direco dos Servios de Agrimensura, Imprensa
Nacional de Moambique, 1960. Consultar LOBATO, Alexandre, Xilungune, Lisboa,
Agncia Geral do Ultramar, 1970. Ver MENDES, Maria Clara, Maputo Antes da Independncia. Geografia de uma Cidade Colonial, Lisboa, Centro de Estudos Geogrficos
da Universidade de Lisboa, 1979.
22
23

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2. Joo Belo/Xai-Xai

Localiza-se na margem esquerda do rio Limpopo, a 50 km de
Inhambane. A instalao do povoado de 11.12.1897. Desenvolveu-se com a ligao em via frrea reduzida com a Rodsia
em 1909-1912. Elevada a vila a 27.10.1911. Foi Capital do
Distrito de Gaza. Em 1922 passou a denominar-se Vila Nova
de Gaza. Em 1928 foi designada Vila de Joo Belo. Em 1950
tinha 49.000 habitantes. Elevada a cidade a 07.10.1961.
3. Inhambane

Situao actual: Capital da Provncia de Inhambane. Localizao: Porto situado na extremidade de uma pennsula, no local
onde floresceu uma antiga colnia rabe, cerca de 450 km a
nordeste da fronteira com a frica do Sul. Instalao do povoado: 1727-30

Elevao a vila: 1761-6425. A cidade foi reconhecida como portuguesa em 1763. A populao crist no final do sculo XVIII
era de 200 pessoas. Em 1858 teria 4.000 habitantes, 75% dos
quais eram escravos. Em 1928 era j o 3 centro urbano de
Moambique26. A descrio mais antiga da povoao portuguesa
data de 1781, e nota a existncia de uma paliada dentro da
qual sobressaiam a igreja, as moradias do capito e do padre e
uma pequena horta27. Pertence ao perodo pombalino a instalao do Forte de S. Joo Baptista e ao perodo mariano/liberal
o desenvolvimento da Praa de Nossa Senhora da Conceio.
4. Beira
Situao actual: Capital da Provncia de Sofala. Localizao:
Porto de guas profundas a cerca de 190 km a sudoeste da
foz do rio Zambeze. Fundado em 1891 no local de uma antiga
colnia rabe, desenvolveu-se como ponto de escoamento dos
pases do interior sem acesso ao mar, com ligao ferroviria ao
Zimbabu e ao Malawi. O centro urbano foi implantado em 1887,

Ver Carta Rgia de 09.05.1761. In Mapa das povoaes criadas at 31.12.1959 e sua
situao legal, Loureno Marques, Direco dos Servios de Agrimensura, Imprensa
Nacional de Moambique, 1960.
26
Ver BRIGSS, Philip, Guide to Mozambique, London, 1997.
27
Ver TEIXEIRA, Cndido, A Fundao de Inhambane e a sua Estrutura Administrativa e
Governamental nos meados do Sculo XVIII, in Arquivo, n. 8, Maputo, 1990, p. 18.
25

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para escoamento da produo da Rodsia por via ferroviria e


martima. A concluso da ligao por caminho de ferro com a
Rodsia foi em 1898, tendo a construo do porto sido iniciada
em 1891.28 Em 1907 recebeu a sua designao em homenagem
ao Prncipe da Beira, herdeiro da Coroa Portuguesa.29Nos anos
de 1900, a Beira era uma cidade com arquitectura de pavilhes
de ferro pr-fabricados e sede da poderosa Companhia de
Moambique. A cidade rapidamente se tornou na segunda de
Moambique, com 20.000 habitantes em 1928, 45.000 em 1960
e 89.000 em 1970. A cidade constituda por um conjunto de
malhas reticuladas, sendo a inicial a do extremo sudoeste e as
mais recentes a norte (rea da estao dos caminhos de ferro)
e a nascente. Em 1929 houve um plano pelo Arq. Rebelo de
Andrade, no realizado, e cerca de 1950, outro plano pelo Arq.
Jos Porto que foi seguido. Nos anos de 1940-50, transformou-se
numa cidade de arquitectura moderna de beto armado, com
importantes obras de autor.
5. Ilha de Moambique

Localizao: Antigo porto rabe a cerca de 580 km a sul da
fronteira com a Tanzania, situado numa pequena ilha de coral.
Ali aportou Vasco da Gama em 1498. Em 1502, os Portugueses
instalaram-se e Afonso de Albuquerque mandou construir a
primeira fortaleza. A esta sucedeu a de S. Sebastio, levantada
por ordem de D. Joo de Castro em 1542. Elevada a vila em
1761.30Elevada a cidade em 1818.31 Foi a capital da Colnia at
1907. A Povoao Ilha segue o modelo aplicado em todo o ndico de criao de ncleos urbanos fortificados em ilhas costeiras
ou baas continentais. A estrutura urbana desenvolve-se desde
o forte de S. Sebastio a nordeste, pela rua direita at praa
cais com a Alfndega, as Igrejas e o Palcio do Governo. Prosseguindo pela rua direita para sudoeste, encontram-se outras

Ver BRIGSS, Philip, Guide to Mozambique, London, 1997.


Decreto de 29.06.1907.
30
Ver Carta Rgia de 09.05.1761, in Mapa das povoaes criadas at 31.12.1959 e sua
situao legal, Loureno Marques, Direco dos Servios de Agrimensura, Imprensa
Nacional de Moambique, 1960.
31
Idem.Ver Carta Rgia de 17.09.1818.
28
29

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igrejas e o largo da Cmara Municipal, ao mesmo tempo que, o


tecido urbano d lugar cidade indiana e depois, no extremo
sudoeste, povoao indgena.
6. Quelimane

Situao actual: Capital da Provncia da Zambzia. Localizao:
Porto martimo junto da foz do rio Quelimane, a cerca de 300
km a nordeste da Beira. Conhecido como porto de escravos nos
sculos XVIII e XIX. Com origem seiscentista (1544), Quelimane desenvolveu-se na fase Pombalina. Elevada a vila em 1763.
David Livingstone foi seu cnsul britnico honorrio, em 1858.
Com foral aprovado por decreto de 21.12.1908. Era a segunda
cidade do territrio em 1950, com 64.000 habitantes.
7. Tete

Situao actual: Capital da Provncia de Tete. Localizao:
situada nas margens do rio Zambeze. Instalado o povoado no
ano de 1532. A 1. instalao correspondeu ao forte de S. Tiago
Maior. Ponto fulcral na penetrao portuguesa para o vale do
Zambeze. Constitui-se como centro administrativo e defensivo,
confirmado por Carta Rgia pombalina. assim, elevada a vila
a 09.05.1761. Um novo forte de S. Pedro de Alcntara ou do
Carrazedo foi executado no sculo XIX.
8. Porto Amlia/Pemba

Localizada na Baa de Pemba. capital hoje da Provncia de
Cabo Delgado.

Conquistada em 1857, na tentativa de ocupao para defesa, no
quadro da Colnia 8 de Dezembro de Cabo Delgado. O reduto
foi edificado em 1863 e abandonado em 1865.

Elevada a vila por decreto de 30.12.1899. A instalao do povoado do ano de 1904, devido sua refundao pela Companhia
do Niassa. Foi sede da Companhia de 1904 a 1929. Elevada a
cidade a 11.01.1930, quando o governo central decidiu retomar
a administrao directa da regio, efectivada em 1934.
9. Ibo

Localizao: Situada a cerca de 5 milhas do continente, sendo
a mais importante das ilhas do arquiplago das Quirimbas. Foi
elevada categoria de vila em 1763, tendo importantes edifcios
pblicos, como a fortaleza de S. Joo Baptista, a alfndega,

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um forte e uma igreja em honra de Sto. Antnio, escolas e municpio. Foi sede da Companhia de Niassa em 1897 at sua
transferncia para Porto Amlia em 1902.

Concluses
Defendemos a tese de que a colnia de Moambique, desde o sculo
XIX e ao longo do sculo XX, se caracterizou por ter uma sociedade
complexa, com vrios povos e culturas em presena. Sistematizando-a,
Ribeiro observou que so vrias as realidades que compem a sociedade
moambicana (regionais, tnicas, religiosas, entre rurais e urbanos,
de classe ou outras)32.
Por outro lado, uma das caractersticas que desde muito cedo se
evidenciou foi o cosmopolitismo da capital, Loureno Marques e das
cidades costeiras, Inhambane, Beira, Quelimane, Ilha de Moambique,
Pemba e Ibo pela presena de estrangeiros, trao que persiste at aos
nossos dias. Minorias em terras estranhas, unidas pela aventura, o
comrcio, a navegao e o lucro.
Como trao de raiz, foi surgindo um fosso entre as elites e a maioria
da populao, que teimou em crescer desmesuradamente, vincando a
hierarquizao e a branquizao do modo colonial. Para um segundo
plano, nas primeira dcadas do sculo XX, passaram os filhos-da-terra,
intermedirios entre os dois mundos o europeu e o africano, no dizer de Jos Craveirinha, grande poeta moambicano que viveu essa
realidade e a imortalizou numa escrita de revolta, nacionalista e identitria de moambicanidade.
Nas dinmicas sociais, dialecticamente identificmos como factores
e fenmenos de unio e de fragmentao:

a lngua portuguesa, idioma do discurso oficial, da administrao e das relaes sociais a nvel da elite, minoritariamente
falada num territrio com vrias formaes scio lingusticas
em presena;

Ver RIBEIRO, 2000, p.165.

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a religio catlica, entre muitos credos, desde o animismo ao


sincretismo religioso, o islamismo e o protestantismo, a crena
oficial, praticada por uma minoria branca e mulata;
e o Estado colonial, com o seu regime autoritrio, violento e
repressivo, impondo a lei e a ordem a um conjunto populacional, em que a maioria no era considerada como cidad.

Importa destacar as semelhanas da sociedade colonial com as de


uma sociedade de Antigo Regime. E porqu? Por ser uma sociedade
estamental, em que a posio do indivduo se definia pela sua situao
jurdica e pela posse de determinados privilgios33. Veja-se a condio
de colonos, assimilados e indgenas, os trs estados, as trs ordens ou
braos. Mas esta sociedade estamental justaposta com uma sociedade
burguesa, por um lado, uma sociedade de classes e, por outro cruza-se
com uma sociedade tradicional africana, comunitria e antiga.
Alm das manifestaes de ordem mgico religiosa, destaca-se
o fenmeno de resistncia cultural que se verificou no tempo colonial,
quer a nvel rural como urbano, atravs da manuteno da tradio
viva, da tradio oral, passando de gerao para gerao, a histria de
antepassados comuns, de acontecimentos relevantes para a vida da
comunidade.34
Nos subrbios das grandes cidades, sobretudo em Loureno Marques e Beira, ainda hoje podemos observar como se fixaram as famlias, segundo as suas formaes scio lingusticas, mantendo viva
a tradio e perpetuando-a, em representaes simblicas. Por outro
lado, no estudo que desenvolvemos sobre a elite urbana, intelectual e
desenraizada, podemos constatar no movimento proto nacionalista,
como os filhos da terra partiram em busca de origens longnquas,
revisitando a tradio, no teatro e na pintura, na poesia e na imprensa polmica e nativista, denunciadora da aculturao forada que a
assimilao tentou impor.

In Gran enciclopedia Larousse, vol. 4, Barcelona, Ed. Planeta, 1974, p. 542.


Ver a Seco de Histria Oral no Arquivo Histrico de Moambique, onde esto preservados importantes testemunhos, recolhidos por investigadores moambicanos.

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