Exposição "Na Natureza Não Existem Vilões"
Exposição "Na Natureza Não Existem Vilões"
Exposição "Na Natureza Não Existem Vilões"
Comisso Julgadora
3
Resumo
Abstract
This paper evaluates the exhibit There are no villains in Nature of the
Butantan Institute Museum. A historical research and an audience poll were
carried out in order to find out the visitors opinion of the exhibit and what they
learned during their visit. A proposal of changes in the exhibit, to make its
message more effective is presented at the end of the discussion.
4
Agradecimentos
Agradecemos:
equipe do MIB, que sempre nos tratou com carinho e respeito,
facilitando nosso trabalho. De incio Bete, depois a Nayte, Pedro, Silvana, Ruth,
Gilberto, Rubens, Cibele, Maria de Lourdes, Neide, Sandra, Tnia, Rose,
Margarida, Maria da Glria, Marisa, Fernando, Regina, Meire e Noelia. Aos
funcionrios da Diviso de Desenvolvimento Cultural, especialmente o
professor Canter.
s amigas e colegas que nos ensinaram muito, Cristina Bruno, Denise
Grinspum, Amanda, Chris Rizzi e, especialmente, Marlia com quem trocamos
muitas idias sobre o trabalho. Aos colegas do Servio Educativo do MAE,
Camilo, Cristina, Judith e Denise que permitiram nossa licena para redao da
dissertao.
A Marisa e Gilson pelos desenhos das plantas baixas do museu.
Aos familiares pelas ajudas, apoio e respeito ao trabalho: Mauro, Luca e
Laura pelas dicas e equipamentos de informtica; Bruno e Fabio pelas belas
cpias coloridas e Alberto e Claudio pelas revises.
A Margaret Lopes pelas dicas, bibliografias e sugestes e Teixeira pelas
sugestes dadas no exame de qualificao.
A Maria Helena, que orientou com dedicao e carinho.
equipe do CEA, professores e alunos do IME/USP, especialmente
Marcelo que analisou nossos dados.
Aos professores, alunos e visitantes que dispuseram-se a responder aos
nossos questionrios.
FAPESP pela bolsa concedida durante a redao da dissertao.
6
ndice
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Introduo.............................................................................................. 9
Captulo 1
Um museu de cincias biolgicas:
o Museu do Instituto Butantan......................................................... 10
1. Museus de Histria Natural................................................................. 10
2. O Instituto Butantan............................................................................. 13
3. O Museu do Instituto Butantan............................................................ 15
3.1. A coleo zoolgica......................................................................... 16
3.2. As exposies.................................................................................. 19
3.2.1. O mostrurio de botnica.............................................................. 19
3.2.2. As exposies de animais peonhentos....................................... 20
A exposio no Prdio de Medicina Experimental........................ 22
Exposio no Prdio Novo............................................................ 23
O museu provisrio na residncia do Diretor............................... 24
O museu instalado no prdio da antiga cocheira......................... 25
Na natureza no Existem Viles................................................... 28
3.2.3. O Museu Histrico......................................................................... 29
3.3. A ao educativa no Instituto Butantan............................................ 29
3.3.1. Cursos para educao sanitria do povo...................................... 30
3.3.2. Atividades educativas do Museu................................................... 32
3.4. O pblico visitante............................................................................ 34
3.5. Projetos e programas no executados............................................. 38
4. Consideraes Finais.......................................................................... 42
Captulo 2
Estudos de pblico:
a avaliao de exposio como instrumento para compreender
um processo de comunicao............................................................. 44
1. Histrico.............................................................................................. 44
2. A especificidade das relaes do pblico com as exposies
museolgicas: Tipos de pblico.......................................................... 48
3. Tipos de avaliao.............................................................................. 54
4. Mtodos de pesquisa.......................................................................... 56
Captulo 3
Avaliao da exposio "Na Natureza no Existem Viles"............. 59
1. O Universo de visitantes..................................................................... 59
1.1. Visitantes em geral........................................................................... 60
1.2. Instituies/Escolas.......................................................................... 61
2. Desenvolvimento da pesquisa............................................................ 62
2.1. O questionrio teste......................................................................... 62
2.2. Os questionrios.............................................................................. 66
2.2.1. Visitantes livres............................................................................. 66
2.2.2. Escolas.......................................................................................... 70
2.2.3. Opinies espontneas................................................................... 74
2.3. Amostragem..................................................................................... 74
2.3.1. Entrevistas com visitantes livres................................................... 74
2.3.2. Escolas.......................................................................................... 75
7
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3. Sugestes........................................................................................... 140
3.1. A rea externa ao MIB...................................................................... 140
Turismo............................................................................................. 141
3.2. Espao/circulao............................................................................ 142
3.3. Iluminao........................................................................................ 143
3.4. Contedo.......................................................................................... 144
Reproduo...................................................................................... 144
Semelhanas e diferenas com outros animais................................ 145
Peonhentos e no peonhentos...................................................... 146
Alimentao...................................................................................... 146
Osteologia......................................................................................... 147
Serpentes.......................................................................................... 147
Estudos e produo de soros........................................................... 148
3.5. Museografia...................................................................................... 149
3.5.1. Terrrios........................................................................................ 149
3.5.2. Linguagem de apoio...................................................................... 150
3.5.2.1. Ttulos......................................................................................... 150
3.5.2.2. Etiquetas/textos.......................................................................... 151
3.5.2.3. Iconografia.................................................................................. 152
Mapas......................................................................................... 152
Alimentao................................................................................ 153
Desenhos.................................................................................... 153
Fotos........................................................................................... 153
Vitrais.......................................................................................... 153
3.6. Natureza Morta................................................................................. 154
3.7. Aranhas e Escorpies...................................................................... 154
3.8. Terminal Multimdia.......................................................................... 155
3.9. Outros elementos............................................................................. 157
3.10. A relao escola-MIB..................................................................... 158
3.10.1. Cursos e materiais para orientao............................................ 159
3.10.1.1. Interveno na formao de professores................................. 160
3.10.1.2. Material didtico e gaveteiro.................................................... 161
Proposta de nova Planta Baixa............................................................ 164
Bibliografia............................................................................................. 165
Anexo..................................................................................................... 172
.
9
Introduo
(1)
Todas as fotos apresentadas foram tiradas por Adriana Mortara Almeida.
(2)
Vide FEDERSONI JUNIOR et al. "Animais peonhentos ensinam educao ambiental no
Museu do Instituto Butantan. Loucura? No!!!" in Cincias em Museus, CNPq/Museu Goeldi,
1(2):143-157, 1989; e ZOLCSAK et al. "Anlise do aprendizado do visitante do Museu do
Instituto Butantan" in Cincia e Cultura, SBPC, 40(2):190-193, 1988.
(3)
Todas as tradues de textos estrangeiros apresentadas nas citaes so de
responsabilidade de Adriana Mortara Almeida.
(4)
A anlise estatstica foi feita pelo estudante do IME/USP Marcelo Leme de Arruda, sob
orientao da Profa. Lcia Pereira Barreto.
10
Captulo 1
Um museu de cincias biolgicas: o MUSEU DO INSTITUTO
BUTANTAN
(1)
ESTATUTOS DO COMIT BRASILEIRO DO ICOM, art.6, s.d.
(2)
LOPES, M.M. As Cincias Naturais e os Museus no Brasil no sculo XIX, tese de doutorado,
FFLCH/USP, 1993, p.3.
(3)
Tal processo iniciou-se em 1683 com a abertura das colees de Elias Ashmole (doadas
Universidade de Oxford, Inglaterra) para estudantes. LOPES, M. op.cit.; p.4.
11
No sculo XIX, a Histria Natural era chamada por alguns como cincias
dos museus, pois os museus eram o centro de desenvolvimento das cincias
na Europa. Os museus francs e britnico de Histria Natural so exemplos
dessa atividade cientfica.
Nos Estados Unidos, no final do sculo XVIII, so inaugurados vrios
museus de Histria Natural, entre eles o Museu Peale (1786), na Filadlfia,
onde se apresentavam dioramas representando os habitats naturais com os
animais taxidermizados.(4)
Os primeiros museus brasileiros datam do perodo colonial, mais
propriamente do incio do sculo XIX, estando sua criao diretamente
relacionada com a vinda da corte portuguesa para o Brasil. Tanto as colees
reais e particulares vindas da Europa como aquelas coletadas pelos viajantes
foram ncleos formadores do Museu Nacional (1818, ento denominado Museu
Real), do Museu Nacional de Belas Artes (1815, denominado Museu Real de
Belas Artes) localizados no Rio de Janeiro , do Museu Paraense Emlio Goeldi
(Estudos da Amaznia - 1871), Museu Paranaense (1883), do Museu Paulista
(1892) e do Museu do Instituto Histrico e Geogrfico da Bahia (1894). O perfil
das colees e das formas de pesquisa e divulgao desses museus eram
inspirados pela tradio europia: colees eclticas, organizadas a partir de
classificaes cientficas e expostas para um pblico de especialistas e
interessados nas reas representadas.
No sculo XX, muitas destas colees so subdivididas por reas
cientficas acompanhando o movimento de especilizao acadmica de
conhecimento. Em So Paulo, o Museu Paulista teria sua coleo de botnica
levada para fazer parte do Instituto Biolgico (1927) e na dcada de 30 suas
colees zoolgicas formaram o Museu de Zoologia que hoje da
Universidade de So Paulo. Tambm temos a fundao do Museu do Instituto
Florestal (1931), do Museu do Instituto Oscar Freire (Medicina, 1931), do
Museu da Caa e Pesca (1934) da rea de Cincias Naturais.
O incio do sculo XX marca o declnio dos museus, enquanto espao de
pesquisa cientfica, sobretudo com a valorizao das cincias experimentais e
aplicadas:
"vivamos o momento do sucesso da cincia aplicada - como
o que se fazia, por exemplo, em institutos como o
Agronmico de Campinas e o de Manguinhos. Ou seja, nesse
perodo buscava-se de maneira mais direta uma educao
(4)
SUANO, Marlene O que museu, Ed. Brasiliense, 1986; p.31.
12
(5)
SCHWARCZ, Lilia K.M. "O Nascimento dos Museus Brasileiros" in MICELI,S.(org) Histria
das Cincias Sociais no Brasil, So Paulo, FINEP, IDESP, Vrtice, 1989, vol.1, p.69.
(6)
Museus e Centros de Cincias - conceituao e proposta de um referencial terico, tese de
dout., FEUSP, 1993.
(7)
Ibid; p.18.
13
2. O Instituto Butantan
O IB foi criado no contexto de valorizao das cincias experimentais e
aplicadas sade pblica. Deixemos claro que no nos aprofundaremos nessa
histria mais geral, buscando apenas destacar o quanto a definio do seu
perfil est relacionada ao desenvolvimento de outras instituies afins.
O Instituto Oswaldo Cruz (Rio de Janeiro) e o Instituto Butantan (IB), em
So Paulo, tm origem comum. A partir da constatao de diversos casos de
peste bubnica no porto de Santos, em 1899, foram criadas enquanto
"instituies produtoras e veiculadoras de conhecimentos,
de aes profilticas e de produtos biolgicos destinados a
curar ou prevenir doenas humanas, animais e vegetais".(9)
No Rio de Janeiro organizou-se o Instituto Soroterpico do Rio de
Janeiro, em Manguinhos, tendo Oswaldo Cruz como chefe dos servios
tcnicos. Em So Paulo, Adolfo Lutz, como diretor do Instituto Bacteriolgico de
So Paulo, incumbiu seu assistente Vital Brazil de coordenar os trabalhos de
produo de soro e vacina antipestosos nas instalaes da Fazenda Butantan
(adquirida pelo Estado para esse fim).
Os dois institutos foram instalados em locais distantes dos centros das
cidades para que no houvesse qualquer receio da populao de se
contaminar. Pelas constantes reclamaes dos diretores do Butantan em
relao ao transporte de funcionrios para o local, verificamos que havia
dificuldade de acesso ao IB, no tendo uma localizao ideal para visitao
pblica.
Em 1901 o Butantan passou a ser uma instituio autnoma
denominada "Instituto Serumtherapico do Estado de So Paulo" dirigida por
Vital Brazil.
A partir de ento o Instituto passou a produzir soros antipestosos e
antiofdicos (que foram distribudos a partir de junho e agosto de 1901,
respectivamente), e desenvolver pesquisas sobre o tifo, a raiva e outras
doenas. Vital Brazil, que j vinha pesquisando o ofidismo, mantm esta
orientao na Instituio.
"A preveno e a teraputica dos acidentes com cobras, a
taxonomia das serpentes brasileiras, as formas de realizar
(8)
LOPES, M.M. op.cit.
(9)
BENCHIMOL, J.L. & TEIXEIRA, L. A. Cobras, lagartos & outros bichos: Uma histria
comparada dos institutos Oswaldo Cruz e Butantan. Editora UFRJ, 1993, p.7.
14
(10)
Ibid; p.77.
(11)
BENCHIMOL, J.L. & TEIXEIRA, L. A. op.cit, p.84-86.
(12)
BRAZIL, Vital Memria Histrica do Instituto Butantan. Elvino Pocai, So Paulo, 1918; p.93.
(13)
VAZ, Eduardo Fundamentos da Histria do Instituto Butantan, So Paulo, 1949, p.45.
15
(14)
Ibid; p.46. (grifo nosso)
(15)
Em quase toda a bibliografia consultada sobre o Instituto Butantan as referncias ao Museu
so espordicas quando no totalmente ausentes. Alm dos relatrios gerais apresentados ao
diretor do Instituto e/ou Secretrio da Sade, o documento mais detalhado sobre o museu do
Instituto Butantan que encontramos datado de maro de 1949 com um adendo de setembro
de 1954. Trata-se de um relatrio realizado pelo Dr. Wolfgang Buecherl, encarregado do
museu desde o incio da dcada de 40, e que organizou o que ele chamou de "museu
provisrio" (1947/48) e projetou o "museu definitivo" que seria instalado na antiga cocheira (o
que veio ocorrer somente na dcada de 60). O Dr. Buecherl detalha a descrio do "antigo
museu ou mostrurio", do "museu provisrio" e do que ele planejava para o "museu definitivo".
(16)
LOPES, M.M. op.cit.;pp.49-50.
16
(17)
Relatrio do Instituto Butantan, 1926. (Relatrio do diretor Vital Brazil). O Instituto Butantan
mudou de nome em 1926: passou de Instituto Serumtherapico de So Paulo para Instituto
Butantan. Para facilitar a leitura das notas, estarei grafando sempre "Relatrio do Instituto",
seja de 1901 a 1925 como Serumtherapico ou aps 1926 como Butantan.
(18)
Relatrio do Instituto, 1912, p.III. (Escrito por Vital Brazil).
17
(24)
Relatrio do Instituto, 1928, p.4.
(25)
OLIVEIRA, Jandira Lopes de. "Cronologia do Instituto Butantan (1888-1981); 1 Parte: 1888-
1945" in Memrias do Instituto Butantan, 44/45:1980/81, p.45.
(26)
Ibid; p.46.
(27)
AMARAL, Afrnio do Serpentes em crise: luz de uma legtima defesa no "caso do
Butantan", So Paulo, 1941, p.113.
(28)
Relatrio do Instituto, 1937 (Relatrio de Afrnio do Amaral).
19
3.2. As exposies
Nesta parte apresentaremos as descries das exposies do IB, a
partir dos relatrios e observaes que explicitam a inteno de organizao do
acervo para o pblico.
(33)
Relatrio do Instituto, 1920, p.7 (Relatrio de F.Hoehne).
(34)
Hoehne tem um interessante texto sobre a importncia dos museus de cincias naturais,
especialmente de botnica. Neste trabalho ele defende os museus especializados em
detrimento dos enciclopdicos e a necessidade de interessar o pblico para as questes da
natureza, para que esta possa ser preservada. Vide: HOEHNE, F.C. Album da Seco de
Botanica do Museu Paulista e suas dependncias, etc, So Paulo, Imprensa Methodista, 1925.
21
(35)
Relatrio do Instituto, 1925, p.8-9. (Relatrio de J.Vellard). Vellard tambm relata que faz
permutas com museus norte americanos e que realiza preparaes de colees de serpentes
e aracndeos para colgios e escolas.
(36)
Relatrio do Instituto, 1946, p.13; e p.2-3 (Relatrio da Seo de Zoologia Mdica).
22
(41)
BUECHERL, Wolfgang op.cit. p.8.
(42)
Relatrio do Instituto, 1948, p.3 (Relatrio da Seo Museu).
(43)
Relatrio do Instituto, 1953, p.5.
24
(44)
"Noticirio" in Memrias do Instituto Butantan, tomo XXVI, 1954, p.VII-X.
(45)
Relatrio do Instituto, 1956, p.4. (Relatrio do Laboratrio de Zoologia Mdica e Museu).
(46)
Relatrio do Instituto, 1957, p.5-7 e anexos (Relatrio Laboratrio de Zoologia Mdica e
Museu). Neste relatrio foi feito um esboo da planta baixa da exposio e a descrio
bastante detalhada, acompanhada de 20 fotografias.
25
(49)
Relatrio do Instituto, 1968; p.119. (Relatrio do Museu).
(50)
Relatrio do Instituto, 1969, p.278-281. (Relatrio da Seo Museu).
(51)
Relatrio do Instituto, 1971, p.8.
27
(52)
Relatrio Quadrienal 1971-1974, p.3. (Relatrio da Seo Museu). A exposio volante
contava com animais vivos e quando possvel um funcionrio do IB realizava demonstraes
de extrao de veneno. Alm disso, costumava-se distribuir folhetos e caixas e laos para
captura de serpentes vivas.
(53)
Relatrio do Instituto, 1986, p.741. (Relatrio do Museu).
28
(54)
FEDERSONI JUNIOR, P. ET AL. "Animais peonhentos ensinam educao ambiental no
Museu do Instituto Butantan. Loucura? No!!!" in Cincias em Museus, CNPq, 1(2), p.143.
29
3.3. A ao educativa no IB
Desde a sua fundao, os pesquisadores do IB preocuparam-se em
divulgar suas pesquisas, no sentido de fazer a "educao sanitria do povo". O
(55)
"Editorial" in Memrias do Instituto Butantan, tomo 44/45, 1980/81, p.6.
30
museu foi sempre encarado como espao educativo. Lembramos que, alm de
atividades para o grande pblico, o IB sempre ministrou cursos especializados
para graduandos, ps-graduandos e pesquisadores.
Nesta parte apresentaremos a ao educativa do IB dividida entre
cursos e palestras e aquelas ligadas ao museu, como o emprstimo de material
didtico.
(56)
BRAZIL, Vital "Recordando" in Memrias do Instituto Butantan Tomo XIV, 1940, p.XII.
(57)
Relatrio do Instituto, 1915, p.9.
31
(58)
A idia de "museu escolar" veio dos Estados Unidos e ganhou fora no Brasil
principalmente na dcada de 30. No livro Organizao de Museus Escolares, de Leontina Silva
Busch (Empreza Ed.Brasileira, 1937), encontramos citaes de legislaes (de 1924 a 1935)
de So Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia, Sergipe, Piau, Pernambuco, Maranho
que prevem a execuo de Museus escolares/ didticos/ pedaggicos. Propunha-se a
formao de colees de objetos, seres naturais, mapas, grficos que auxiliariam no ensino.
Os alunos coletariam os materias, com orientao dos professores, e colaborao de outros
rgos pblicos.
(59)
Relatrio do Instituto, 1918, p.25.
(60)
BRAZIL, Vital Memria Histrica do Instituto de Butantan. Elvino Pocai, So Paulo, 1941,
p.68-69.
(61)
Relatrio do Instituto, 1919, p.10.
(62)
APUD PIMONT, Rosa Pavone "A rea de educao do Instituto Butantan" in Memrias do
Instituto Butantan, 37:43-82, 1973, p.48.
(63)
Memrias do Instituto Butantan Tomo VI, 1931, p.1 "Noticirio".
32
(64)
Ibid; p.55. Note-se que o museu no includo entre os meios de divulgao.
(65)
Relatrio do Instituto, 1958, p.40-41 e 59-60.
(66)
O nmero inacreditvel! Talvez estejam contabilizados todo e qualquer contato verbal com
os visitantes e as demonstraes de extrao de venenos. Mesmo assim o nmero incrvel.
33
(67)
PIMONT, Rosa. Op.cit., p.60-61.
(68)
Ibid; p.67. PIMONT no continuou seus projetos por causa de um acidente que lhe tirou a
vida.
(69)
Apesar de atrair um grande pblico, a extrao de veneno uma atividade que colocava em
risco a segurana do funcionrio, dos visitantes e tambm dos animais. Em 1986 passam a ser
exibidos vdeos sobre o IB que suprimiram as demontraes. A extrao de veneno, hoje,
ocorre somente dentro dos laboratrios para fins de pesquisa e produo de soros.
34
(70)
Relatrio do Instituto, 1938, p.IV. Na pgina 174 h um desenho deste pavilho, que teria
12x32 metros, sendo que o museu e a sala da coleo ofdica ocupariam cerca de 1/4 da rea
total. Pelo esquema, o prdio estaria ao lado do laboratrio central e do serpentrio, local
prximo de onde hoje se encontra o restaurante do IB.
35
(71)
Ibid; p.175-176.
(72)
Relatrio do Instituto, 1940, p.7.
(73)
Relatrio do Instituto, 1941, p.6-7.
(74)
Relatrio do Instituto, 1942, p.32-33. O diretor relata que a estatstica foi feita a partir de
junho. Destacamos aqui que o nmero de turistas que visitam o Instituto Butantan enorme,
porm no vemos a citao de estudantes/escolares como outra grande faixa de pblico.
Resta a questo: Os estudantes no visitavam o Instituto ou eles foram englobados dentro dos
"turistas"?
(75)
Ibid; p.45.
36
(76)
Relatorio do Instituto, 1943, p.28.
(77)
VAZ, Eduardo. op.cit; p.56.
(78)
BUECHERL, W. op.cit.; p.10 e 11.
(79)
Relatrio do Instituto, 1955, p.4 (Relatrio do Laboratrio de Zoologia Mdica e Museu). O
Instituto ficava aberto aos domingos e feriados, tendo o parque e o serpentrio com atraes.
O museu ficava aberto de 2 at sbado.
37
(80)
Relatrio do Instituto, 1964, p.122. (Relatrio Setor Museu e Taxidermia).
(81)
A venda de peles curtidas e material taxidermizado no Museu ocorre at 1986.
38
(*)
As "caravanas" eram grupos organizados de escolas e instituies pblicas que marcavam
previamente a visita (realizada geralmente s 4s feiras) e recebiam iseno de pagamento. O
nmero de pessoas em cada grupo variava muito. "Material didtico" corresponde ao nmero
de "kits" biolgicos distribudos a grupos de estudantes.
(82)
Relatrio de Atividades 1979-1982 pelo Diretor Bruno Soerensen Cardozo.
(83)
Relatrio do Instituto, 1987, p.668. (Relatrio do Museu).
39
(92)
BUECHERL, Wolfgang. op.cit. p.3.
(93)
Relatrio do Instituto, 1968, p.19.
(94)
Relatrio do Instituto, 1970, p.18.
42
No incio dos anos 60, a arquiteta Lina Bo Bardi foi convidada a realizar
projeto arquitetnico e museogrfico para o museu do IB no prdio da antiga
cocheira. Para tanto ela recebeu documentao escrita e plantas do IB.
"Alguns cientistas do Instituto Butant queriam fazer um
museu popular para apresentar o trabalho da instituio,
especialmente aqueles ligados s aranhas, aos insetos
pequenos e tambm s cobras. A me chamaram e eu
comecei a fazer o estudo. Mas no havia dinheiro, como de
costume....A o museu foi esquecido. Depois eles fizeram
uma coisa decente, mas no era do porte de nossas
iluses."(95)
No arquivo do Instituto Lina Bo e P.M.Bardi encontram-se duas plantas
do cocheira/museu fornecidas pelo IB. Na primeira, de 13/06/1953, da "Seo
de Viao Pblica e Secretaria de Obras", aparece a idia de se fazer no
centro do prdio um tanque com animais cercado por um zoolgico. Nas reas
mais externas haveria vitrinas de 2x2m, com um corredor de servio por trs.
Indica-se exposio de aranhas, serpentrio, sucuris, jibias, escorpies vivos
e museu.
A outra planta, datada de 16/02/1954, prope a construo de um
segundo pavimento. O prdio abrigaria o museu e a biblioteca, teria um
auditrio na parte central e sanitrios nos corredores laterais. possvel que
estas sejam as plantas citadas por Buecherl(96) e realizadas nas gestes de
Flavio da Fonseca e Afrnio do Amaral respectivamente.
Lina Bo Bardi fez um projeto (1964-1965) no qual pretendia respeitar ao
mximo a arquitetura e esttica "art noveau" do prdio da antiga cocheira,
sendo que a parte museogrfica seria flexvel. No ptio interno seria criada uma
piscina para jacars e sucuris. Na parte mais externa seriam feitos dioramas
com plantas, rvores secas e animais taxidermizados, por onde passearia o
visitante. Nestes ambientes haveria rumores do serto e outros habitats. O
auditrio seria onde hoje o escritrio do MIB. Como os anteriores, o projeto
de Lina Bo Bardi no foi executado.
4. Consideraes Finais
Neste captulo, vimos as vrias formas que o Museu assumiu no Instituto
Butantan, sempre tendo como "clula-mater" os animais peonhentos -
serpentes, aranhas e escorpies. Inicialmente expondo colees de serpentes
conservadas e quadros "para a educao sanitria do povo", o museu foi
(95)
BARDI, Lina Bo "Museu do Instituto Butant" in FERRAZ, Marcelo C.(org.) Lina Bo Bardi,
Inst.Lina Bo e P.M.Bardi, So Paulo, 1993, p.174.
(96)
BUECHERL, Wolfgang Op.cit., p.17.
43
Captulo 2
Estudos de pblico: a avaliao de exposio como
instrumento para compreender um processo de comunicao
1. Histrico
Nos ltimos 25 anos, na Europa e Amrica do Norte, houve um grande
aumento do nmero de pesquisas de pblico de museus, passando de
enqutes demogrficas para estudos de comportamento, personalidade,
referncias, reaes e assimilao dos visitantes.
A preocupao com a fruio da exposio pelo pblico no nova. Em
publicaes, ela aparece no incio deste sculo (EUA/1916), num artigo de
(1)
"...um entendimento claro das experincias dos visitantes no ser obtido atravs das
anlises do nmero de visitantes. Avaliaes do museu, se pretendem refletir a misso
educacional do museu, deveriam considerar se os programas do museu comunicam suas
mensagens com eficcia." afirma MUNLEY, M. E. "Intentions and Accomplishments: Principles
of Museum Evaluation Research" in Past Meets Present:Essays about Historic Interpretation
and Public Audiences Jo Blatti (ed.), Smithsonian Ins. Press, 1987, p.117.
45
Benjamin Gillman sobre a fadiga nos museus, causada segundo ele, pelas
vitrinas mal estruturadas (que as pessoas tm que se curvar para enxergar),
alm do fato do museu ser um lugar tenebroso, chato, um depsito de bric--
brac. Nos anos 20, em Viena, Otto Neurath desenvolve avaliao da exposio
do Museu Econmico e Social. O eixo o visitante: busca-se saber suas
necessidades e desejos para decidir quais informaes sero comunicadas e
de que maneira ser sua apresentao. Entre 1928 e 1931, Edward Robinson e
Arthur Melton (EUA) realizam estudos empricos de observao do pblico:
percurso nas salas, partes que mais atraem, como o pblico utiliza diferentes
recursos, entre outras questes. Nos anos 40 foram realizados diversos
estudos para compreender de que maneira cada tipo de apresentao
influenciava os visitantes. Havia interesse em estudos psicolgicos que seriam
desenvolvidos em maior escala nos anos 70. Harris Shettel foi pioneiro na
utilizao sistemtica de maquetes para antecipar reaes do pblico, corrigir
textos e ilustraes antes da montagem da exposio.(2)
Entre 1959 e 1961, D.F.Cameron e P.S. Abbey (Canad) realizaram as
primeiras enqutes sistemticas em museu relacionando composio
demogrfica e comportamento. Verificaram que a populao tinha dificuldades
de decifrar as exposies e entender as mensagens propostas, assim
determinaram a necessidade de metodologias para definir aquilo que o visitante
precisa e a eficincia da comunicao das idias apresentadas. Nesse sentido,
as exposies dos museus criados na dcada de 70 (Centro Cientfico de
Ontario, Museu Real da Columbia Britnica entre outros) tentaram responder
s necessidades dos visitantes, atravs de uma esttica industrial que leva em
conta a satisfao do consumidor.(3)
Nos anos 80, a importncia dos estudos de pblico no mais
questionada e vrias revistas publicam artigos sobre o assunto: Science
Education, Journal of Research in Science Teaching, Curator, Museum News.
Alm disso so criadas publicaes exclusivamente sobre este assunto, como
as revistas Visitor Studies Conference Proceedings e ILVS Review: A journal of
visitor behavior (1988), ambas norte americanas e a francesa Publics &
Muses, com o primeiro nmero de 1991.
Concordamos com a afirmao de SHETTEL e MUNLEY, sobre o
espao definitivo ocupado pela avaliao no museu:
(2)
SCREVEN, C.G. "tats-Unis d'Amrique:une science en formation" in Museum, 178, n2,
1993; pp.6-12.
(3)
WILLIAMS,R. & RUBENSTEIN,R. "Canada:une volution irrversible" in Museum, 178, n2,
1993; pp.20-25.(grifo nosso)
46
(4)
SHETTEL, H. & MUNLEY, M.E. "Do museum studies programs meet evaluation training
needs?" in Museum News, 64(3), 1986, p.63. Como os autores verificam, apesar da
importncia reconhecida da avaliao, ela no era executada sistematicamente pelos museus
norte-americanos naquela poca, nem fazia parte do currculo dos cursos de formao de
profissionais de museus.
(5)
McMANUS,P. & MILES,R. "Royame-Uni: la loi du march" in Museum, 178, n2, 1993; pp.26-
32. E McDONALD, S. "Un nouveau 'corps de visiteurs':muses et changement culturels" in
Publics & Muses, Lyon, n3, 1993; pp.12-27.
(6)
LE MAREC, Jelle "L'interactivit, rencontre entre visiteurs et concepteurs" in Publics &
Muses, Lyon, n3, 1993, pp.91-109.
47
(7)
MUSEU DE ARTE DE SO PAULO, O pblico do MASP: pesquisa realizada no MASP
durante a exposio GSP/76, dat.,18p.
(8)
CHAGAS, M. Museu: Coisa Velha, Coisa Antiga, UNI-RIO, 1987, 19p.
(9)
SCREVEN, C.G. "Uses of Evaluation before, during and after Exhibit Design" in ILVS Review,
1(2), 1990; p.36.
(10)
Exitem vrias dissertaes que enfocaram a educao em museus. Os profissionais dos
setores educativos dos museus sempre realizaram avaliaes sistemticas visando alimentar
novas programaes. Vide: ALENCAR, V.(1987); CAZELLI, S. (1992); CINTRA, M.C. (1990);
FREIRE, B.M. (1992); GASPAR, A. (1993); GRINSPUM, D. (1991); GROSSMANN, M.(1988);
LOPES, M.(1988).
(11)
BRUNO, M.C.O. O Museu do I.P.H.: um museu a servio da Pesquisa Cientfica, dissertao
de mestrado, FFLCH/USP, 1984.
(12)
No seu trabalho (Pesquisa de pblico em Museus e Instituies abertas visitao, dissert.
de mestrado, Esc. de Comunicaes, UFRJ, 1989), Cristina SILVA cita trs levantamentos de
pblico que conseguiu junto s respectivas instituies: Museu Lasar Segall (Relatrio final da
1 etapa de pesquisa Comportamentos, Atitudes e Motivaes do Pblico, 1981); Museu
Imperial (O perfil do visitante do Museu Imperial,1984) e Fundao Nacional Pr-Memria
(Perfil do visitante de museus - 1 relatrio parcial, 1988), estudos que no conhecemos.
48
(13)
Os museus pblicos ingleses eram gratutos para qualquer visitante, at 1987 quando
comearam a cobrar ingressos.
49
(14)
MCDONALD, Sharon "Un noveau 'corps de visiteurs': muses et changements culturels" in
Publics & Muses, Lyon, n3, 1993; pp.12-27.
(15)
LINTON, JON et al. "A survey of visitors at an Art Gallery, Cultural History Museum, Science
Center, and Zoo" in ILVS Review, 2(2), 1992; pp.239-259.
(16)
MUNLEY, M.E. "Intentions and Accomplishments: Principles of Museum Evaluation
Research" in Past Meets Present:Essays about Historic Interpretation and Public Audiences Jo
Blatti (ed.), Smithsonian Ins. Press, 1987.
50
(17)
Ibid; p.116
(18)
MUNLEY cita uma srie de tipos de pesquisas de avaliao, sobre "o uso de etiquetas;
estmulo de curiosidade do pblico adulto; eficcia de exposies interativas; a extenso da
aprendizagem factual; o poder de atrao de diferentes exibies; a efetividade da sequncia
de informaes e os efeitos da interpretao ao vivo no tradicional ambiente de museu". Ibid;
p.118.
(19)
WHITNEY, Patrick "The Eletronic Muse: Matching Information and Media to Audiences" in
ILVS Review, 1(2), 1990; p.70.
(20)
SCREVEN, C.G. "Educational Exhibitions for Unguided Visitors" in ICOM/CECA 12:13,
1991, p.10-20.
51
(21)
Sobre esta questo da sequncia de elementos/mdulos da exposio, h o artigo de
FALK, John ("Assessing the impact of exhibit arrangement on visitor behavior and learning" in
Curator vol.36,n2, 1993 p.133-146) em que ele experimenta organizar de maneira linear e
no-linear os mesmos mdulos expositivos e avalia o comportamento e compreenso do
pblico. Neste estudo ele conclui que o visitante frui melhor a exposio no-linear, tendo sua
curiosidade atiada no incio e desenvolvendo seu prprio roteiro de visitao. Falk sugere que
a exposio seja composta por elementos individualmente coerentes, que tenham sentido em
si mesmo, no necessitando de leitura de forma linear e hierarquizada.
52
(22)
SCREVEN, C.G. "Educational Exhibitions for Unguided Visitors" in ICOM/CECA 12:13,
1991, p.14.
(23)
Esta opinio vai ao encontro da proposta de MUNLEY quando ela afirma que quem avalia
deve utilizar "instrumentos de pesquisa capazes de revelar a qualidade multidimensional da
visita ao museu tanto quanto a aprendizagem cognitiva e afetiva que frequentemente ocorre.
Pode-se determinar, por exemplo, se os visitantes esto aptos a identificar os cinco tipos de
pontas de flecha apresentados e etiquetados na exposio, mas este dado perifrico se o
profissionais montaram a exposio no s para aumentar o conhecimento dos visitantes
sobre pontas de flecha, mas para contribuir no seu entendimento dos Cherokee enquanto um
povo." (op.cit;p.121).
53
(24)
MENGIN, Aymard de "La recherche d'une typologie des publics la Cit des Sciences et de
l'Industrie" in Publics & Muses, Lyon, n3, 1993; pp.47-65.
(25)
MILES, R. "Exhibiting Learning" in Museum Journal, May 1993, p.27-28.
54
MILES conclui:
"quanto mais entendermos o que acontece durante uma
visita, tanto mais seremos capazes de planejar exposies
que atendam s necessidades de nossos visitantes; e
estaremos mais capacitados para fornecer um ambiente onde
possa ocorrer aprendizagem."(26)
3. Tipos de avaliao
A realizao de experincias de pesquisa e estudos de pblicos foram
determinando algumas categorias que so aceitas e referidas em novos
estudos. Podemos definir os tipos de avaliao por seus objetivos, mtodos,
abordagens e procedimentos.
MUNLEY considera que os estudos de pblico (audience studies) - todo
esforo sistemtico para obter informaes sobre pblico de museus - podem
ser divididos em 5 tipos, segundo o objetivo que se pretende alcanar:
Justificativa do valor da instituio e/ou de programa; Auxlio no
planejamento a longo prazo para museu ou parte dele; Auxlio na
formulao de novos programas; Saber a eficincia de programas existentes
e, aumento compreenso de como as pessoas utilizam museus atravs de
processo de pesquisa e elaborao terica.
Os dois primeiros objetivos so alcanados atravs de pesquisas de
marketing, levantamentos demogrficos e estimativas das necessidades. O
ltimo demanda uma pesquisa cientfica. O 3 e 4 requerem avaliaes de
programas existentes e novos.(27)
Em 1987, Hana GOTTESDIENER publica uma bibliografia comentada
de estudos de avaliao(28) em que distingue quatro tipos de avaliao:
avaliao prvia que ocorre durante o planejamento da exposio; formativa,
realizada atravs de simulaes e montagens prvias de partes da exposio;
somativa, que permite estudar a recepo da exposio pronta pelo pblico e,
avaliao da avaliao, que traz elementos para novos estudos e destaca o
fato da avaliao ser parte do processo de produo.
(26)
Ibid; p.28.
(27)
MUNLEY, M. E. "Asking the right questions: evaluation and the museum mission" in
Museum News, 64(3), 1986; pp.18-23.
(28)
GOTTESDIENER, Hana Evaluer l'exposition: dfinitions, mthodes et bibliographie slective
commente d'tudes d'valuation, La Documentation Franaise, 1987.
55
(29)
Ibid; p.9, 10 e 11.
(30)
MUNLEY, M.E. "Intentions and Accomplishments: Principles of Museum Evaluation
Research" in Past Meets Present:Essays about Historic Interpretation and Public Audiences Jo
Blatti (ed.), Smithsonian Ins. Press, 1987.
56
4. Mtodos de pesquisa
Em BOURDIEU & DARBEL(32) temos um profundo estudo do pblico de
museus de arte na Europa (Frana, Holanda, Polnia, Grcia e Espanha) a
partir de questionrios. Bourdieu detalha a metodologia da pesquisa na qual
procurou fazer verificaes que confrontassem um sistema de proposies
tericas com um sistema coerente de fatos produzidos. Atravs de
questionrios prvios, de entrevistas de controle, de observaes e
questionrios o autor traa um perfil da preferncia de artistas e hbitos do
pblico em museu de arte de diferentes condies sociais e nveis de
escolaridade.
GOTTESDIENER apresenta alguns mtodos de pesquisa relacionados
com os contedos que se deseja avaliar. Um dos casos o da avaliao de
modificao de comportamento, que torna necessrio questionar o pblico
antes e depois da visita. Neste caso pode-se incorrer em problemas, pois as
questes direcionaro previamente a ateno do visitante para elementos
perguntados. Como opo pode-se comparar grupos que visitaram com grupos
que no visitaram a exposio. As questes devem ser elaboradas claramente
sem ambiguidades. E claro que ao avaliar aprendizagem deve-se levar em
conta os objetivos do pblico, isto , "e se os visitantes no vm para aprender,
o que significa avaliar a aprendizagem?" (33)
SCREVEN considera que o desafio de projetar uma exposio educativa
passa por duas necessidades: maximizar habilidade de passar mensagens
principais com o mnimo de tempo e esforo e, gerar motivao suficiente para
encorajar esse tempo e esforo e de fazer visitante ir da visitao 'passiva' para
a 'ativa'. No processo para atingir tais objetivos, SCREVEN distingue duas
maneiras de observar/testar os visitantes, que podem ser utilizadas nos
diferentes tipos de avaliao: Cued test no qual o visitante sabe que est sendo
observado e testado. Nesse caso, assume-se que a
(31)
SCREVEN, C.G. "Uses of Evaluation Before, During and After Exhibit Design" in ILVS
Review, 1(2), 1990; pp.36-66.
(32)
BOURDIEU, P. & DARBEL, Alain L'amour de l'art: les muses d'art europens et leur public,
Paris, 1985.
(33)
GOTTESDIENER. Op. cit; p.20.
57
(36)
Ibid; p.126, 127.
59
Captulo 3
Avaliao da exposio Na natureza no existem viles
1. O Universo de visitantes
Em sua pesquisa sobre visitao a museus brasileiros, Cristina SILVA(1)
define nveis de visitao (anual) a partir dos dados obtidos pelo MEC/SEEC,
entre 1983 e 1986:
(1)
SILVA, Cristina M. de Sousa e. Pesquisa de Pblico em Museus e Instituies abertas
visitao - fundamentos e metodologias, dissert. de mestrado, Esc. de Comunicao/ UFRJ,
1989; pp.54-57.
(2)
Ibid; p.69.
60
(3)
A escola/instituio pblica que traz mais de 50 alunos s precisa pagar uma TAXA
correspondente a 50 alunos (R$15,00). O restante dos alunos entra gratuitamente, sendo
contado como excedente. Assim, se num dia h 100 excedentes e 1 taxa escolar, sabemos
que alguma escola trouxe 150 alunos.
(4)
Estas folhas foram consultadas na Seo RECEITA do Instituto Butantan, com autorizao
do chefe da Seo, o Sr. Osvaldo Baldi.
61
1.2. Instituies/Escolas
Quando as escolas e demais instituies telefonam para agendar sua
visita, um funcionrio do MIB solicita que tragam no dia da visita um ofcio com
o nome dos responsveis caso ocorra algum problema.
Muitas das instituies visitantes trazem o ofcio solicitado, com os mais
variados textos, contendo mais ou menos informaes, como: nmero de
alunos/visitantes e professores/responsveis, grau e srie dos alunos, objetivo
da visita, endereo da instituio.
Alm destes ofcio h fichas preenchidas pelos funcionrios do MIB
referentes s instituies que tm direito iseno do pagamento da entrada.
Estas instituies recebem iseno enviando ofcio com justificativa com
antecedncia.
A partir de setembro (1994) contamos com outro registro, a agenda que
diariamente copiada pelos responsveis pelo Caixa, na qual esto indicadas
as instituies(6) que realmente compareceram ao MIB, as que no foram e as
que vieram sem marcar antecipadamente. Atravs dessas anotaes
percebemos que muitas instituies agendam(7) sua visita previamente e
comparecem com ou sem ofcio; outras no agendam e chegam sem avisar e
muitas telefonam, marcam e no aparecem. Estes fatos criam muita dificuldade
para controle e equilbrio do nmero de visitantes dentro do museu, fazendo
com que, em alguns horrios, o museu fique cheio demais e em outros esteja
quase vazio.
A partir destas fontes, contamos para o ano de 1994:
(5)
Nenhum dos nmeros que obtivemos a partir das anotaes dirias corresponde queles
das estatsticas oficiais do Instituto Butantan.
(6)
Na agenda do MIB encontramos alm de escolas, agncias de turismo, grupos de turismo
ecolgico, rgos pblicos como a "Secretaria da Criana" que dificultam nossa pesquisa no
sentido de saber quem/que tipo de pessoa visitou o MIB com estas organizaes? Nesse
sentido, elaboramos uma ficha cadastral (como sugesto) para ser preenchida pelos
responsveis por grupos organizados quando da visita ao MIB, inspirada na ficha de cadastro
que utilizamos no Setor Educativo do MAE/USP h vrios anos.
(7)
O agendamento para visitas feito por telefone, para visitas de 3 a 6 feiras. Para os fins de
semana no h controle de grupos, exceto aqueles que solicitam iseno previamente, como
escoteiros e outras instituies no escolares.
62
30 so "pr-escola" ( 7.52%)
337 so de "1 grau" (84.46%)
29 so de "2 grau" ( 7.27%)
3 so "3 grau" ( 0.75%)
Conhecer o universo de visitantes fundamental para uma pesquisa que
parte do pblico. Entretanto, verificamos que conseguimos ter uma viso
incompleta de quem visita o MIB. Por exemplo, quantos so os estrangeiros? E
os turistas de outros estados brasileiros?
2. Desenvolvimento da pesquisa
A avaliao de exposio que realizamos pode ser classificada como
somativa pois partimos de uma exposio j montada. A partir da avaliao
pretendemos fazer uma srie de sugestes de modificaes da exposio para
os responsveis do MIB.
Mostraremos os questionrios utilizados, a operacionalizao da
pesquisa, amostragem, critrios e formas de sistematizao dos dados obtidos.
(8)
Percentuais referentes ao nmero de instituies que informaram este dado.
63
(9)
ZOLCSAK, E. et al. "Anlise do aprendizado do visitante do Museu do Instituto Butantan" in
Cincia e Cultura, SBPC, fev.1988, 40(2); p.190.
65
2.2. Os questionrios
2.2.1. Visitantes livres (espontneos)
67
08. Voc acha que esses terrrios so locais apropriados para expor
animais?
09. Qual a vitrina que chamou mais sua ateno? Por qu?
21. Por que voc acha que o MIB apresenta aranhas e escorpies, alm
das cobras?
22. Quais as idias principais que essa exposio est querendo passar
para o visitante?
25. Idade
26. Escolaridade
(a) 1 grau incompleto
(b) 1 grau completo
(c) 2 grau incompleto
(d) 2 grau completo
(e) superior incompleto curso de:
(f) superior completo curso de:
(g) outros. Especifique:
27. Profisso
DATA:.............. HORRIO:............
PESQUISADOR
OBSERVAES
2.2.2. Escolas
Alm de entrevistar visitantes livres, tambm aplicamos este
questionrio (adaptado) ao pblico escolar. A partir da "agenda" do MIB, onde
so anotados o nome da escola/instituio, nome e telefone de responsvel,
entramos em contato com algumas escolas (da grande So Paulo). Nos
primeiros contatos percebemos que a maior parte das escolas visitantes
pblica, traz alunos em grande quantidade (pois acima de 50 alunos no se
paga mais), e geralmente so de 1 grau. A matria de "rpteis" corresponde,
no currculo escolar, 6 srie, sendo esta a mais frequente srie a visitar o
MIB.
A partir do contato com algumas escolas, conseguimos aplicar
questionrios antes e depois da visita, apresentados abaixo. As perguntas so
semelhantes s das entrevistas de visitantes livres, apenas com uma pergunta
a menos ("Voc acha que os terrrios so locais apropriados para expor
animais?") pois j havia muitas perguntas e aquela sobre a aparncia dos
terrrios j trazia a impresso do visitante sobre esta maneira de exibir animais.
Com algumas escolas foi possvel aplicar o questionrio anterior na
escola e o posterior no prprio MIB, logo aps a visita. Com outras tivemos que
retornar dias aps a visita para aplicar o posterior. Uma escola aceitou fazer o
71
anterior e posterior no MIB, mas achamos que ficou muito repetitivo fazer tudo
no mesmo dia.
Abaixo apresentamos o questionrio aplicado antes da visita e aquele
respondido depois da visita ao MIB:
NOME:.......................................................ESCOLA:...........................................
Srie:........... DATA: / /94
03. Qual das atividades abaixo relacionadas que voc mais frequenta/faz?
(Assinale apenas uma alternativa.)
( ) ir ao cinema
( ) ir ao teatro
( ) assistir espetculo musical e/ou dana
( ) visitar exposies e/ou museus
( ) assistir TV e vdeo
( ) outro; especifique:.................................
09. Como voc descreveria uma cobra, para algum que nunca viu uma?
72
10. Por que voc acha que o Museu do Instituto Butantan apresenta
aranhas e escorpies, alm das cobras?
12. Idade:.......
NOME:.......................................................ESCOLA:..................................
Srie:............
02. O que voc acha da aparncia dos terrrios (vitrinas onde esto os
animais vivos)?
03. Qual a vitrina que chamou mais sua ateno? Por qu?
14. Como voc descreveria uma cobra, para algum que nunca viu uma?
15. Por que voc acha que o Museu do Instituto Butantan apresenta
aranhas e escorpies, alm das cobras?
01. NOME:...................................................
02. ESCOLA:.................................................
08. Voc fez algum tipo de preparao especfica para a visita ao Museu?
( )No ( )Sim. De que maneira?
10. Voc utiliza outros materiais para desenvolver suas aulas, como
vdeos, slides, aulas prticas, estudos de meio?
Quais?
2.3. Amostragem
Definimos as amostras dos trs instrumentos de pesquisa que utilizamos
das seguintes maneiras:
2.3.1. Entrevistas com visitantes livres
Selecionamos para entrevistar sada do MIB visitantes brasileiros e/ou
com domnio do portugus(10), que tivessem ficado pelo menos 20 minutos na
exposio, tendo no mnimo 10 anos de idade (com possibilidade de
(10)
Isso se deve ao fato de que muitas etiquetas do MIB no esto traduzidas, principalmente
aquelas escritas com letras de histria em quadrinhos em linguagem coloquial que
consideramos fundamentais para a fruio da exposio.
75
(11)
O Centro de Estatstica Aplicada (CEA) do IME/USP oferece um servio aos pesquisadores
de consulta e eventual anlise de dados. Nossa pesquisa foi orientada em consulta e
posteriormente analisada estatisticamente dentro do programa de atendimento do CEA.
76
N A L U N O S
Escola Srie antes/depois Ambos
EEPG.Cassiano Faria 6 37 / 28 28
EEPG.P.Etelvina G.Marcucci 4 33 / 25 25
EMPG.J.Alcntara Machado 6 48 / 19 18
EEPSG.Pres.Kennedy 6 38 / 31 31
EEPSG.Maria Jos 6 42 / 24 22
EEPG.Dep.G.Bezerra 6 37 / 35 26
EEPG. Luiz Martins 6 59 / 52 50
Colgio Pr-Mdico 1(2) 40 / 38 36
Colgio Pr-Mdico 3(2) 35 / 38 33
SESI-416 4 34 / 37 33
Colgio Gomes Cardin 6 24 / 24 24
7) EEPG. Luiz Martins: Esta escola fica no bairro Jardim Bom Pastor no
municpio de Santo Andr. A professora de cincias (Leila Aparecida Porto
Devechio) costuma levar alunos ao Instituto e est trabalhando a temtica dos
seres vivos. Apenas introduziu os rpteis. Para preparar os alunos explicou a
importncia do Instituto para a fabricao de soros, mostrou algumas cobras
que a escola tem, destacando caractersticas de peonhentas e no
peonhentas. Adota o livro Cincias - Crtica e Ao, trabalha com vdeos,
80
aulas prticas e solicita pesquisas aos alunos alm das aulas expositivas. A
professora ressaltou que utiliza o livro apenas como apoio, completando com
textos, desenhos ilustrativos e outros livros; neste livro no h a parte dos
seres vivos que est sendo estudada em apostilas baseadas em outros livros.
Os alunos levaram de 10 at 40 minutos para visitar o museu.
Particulares
8) Colgio Pr-Mdico: Colgio localizado no bairro da Lapa, zona oeste
da Capital, atende a uma clientela de classe mdia/alta. A professora (Patrcia)
do 1 colegial formada em Biologia, costuma levar seus alunos ao Butantan e
estava trabalhando os contedos de zoologia, ecologia e fisiologia relacionados
ao MIB. Ela solicitou aos alunos que fizessem um relatrio da visita. Adota o
livro de Cesar & Sezar, utiliza vdeos e slides para desenvolver suas aulas. A
professora sugere a atuao de monitores junto aos estudantes para que
forneam detalhes sobre os animais expostos. Os alunos, em geral, foram
displicentes na hora de responder aos questionrios. Os alunos levaram de 5
at 40 minutos para visitar o museu.
9) Colgio Pr-Mdico: O professor (Valdemir) do 3 ano tambm
formado em Biologia; no costuma levar seus alunos ao Butantan; estava
tratando de "acidentes com animais peonhentos", no fazendo nenhuma
preparao especfica para a visita. Adota tambm o livro Cezar e Sezar -
Biologia 3 volume. Ele solicita emprstimo de material do Butantan para aula
prtica. Os alunos levaram de 10 at 40 minutos para visitar o museu.
As duas classes visitaram o Museu do Instituto Oceanogrfico antes de
ir ao Butantan, sendo este apenas um "complemento" da excurso.
11) Colgio Gomes Cardim: Esta escola fica no Tatuap, zona leste da
Capital, tendo como clientela filhos de comerciantes e pequenos empresrios
do bairro. A professora (Clia Ferreira Chagas Coperuto) formada em
Cincias e Biologia, costuma levar seus alunos ao Butantan. Como no ano
anterior (1993) levou os alunos aps dar a matria de anfbios e rpteis e
verificou pouco interesse dos alunos, preferiu este ano lev-los antes de
desenvolver o tema. Utiliza vrios livros didticos, passa vdeos, d aulas
prticas e estudos do meio alm de aulas expositivas para desenvolver sua
disciplina. Os alunos responderam os dois questionrios no dia da visita, no
auditrio do Instituto (dentro do Museu), apresentando muita disperso e pouco
interesse, alm de cansao por ter que responder s mesmas perguntas duas
vezes em curto espao de tempo. Os alunos levaram de 15 a 30 minutos para
visitar a exposio.
Mandbula dilata.
4 = Dilata boca, engole pela cabea.
Mandbula adaptada com osso quadrado.
5 = Ossos da cabea no tm articulao fixa.
04. Por que voc veio ao Museu? (MOTIVO): Cada alternativa corresponde
a um nmero,
1=a)para passear/turismo
2=b)para fazer pesquisa escolar
3=c)acompanhando outras pessoas/familiares
4=d)porque o professor nos trouxe
5=e)porque o assunto me interessa
6=f)sempre visito museus
7=g)estava no parque ou na USP e resolvi entrar
8=h)outros
08. Voc acha que esses terrrios so locais apropriados para expor
animais? (TERRRIO):
Sim=0 No=1 No sabe=2.
09. Qual a vitrina que chamou mais sua ateno? Por qu? (VITRINA): A
primeira parte da questo ser codificada da seguinte maneira:
0=No sabe/no respondeu;
1= Vitrina introdutria /Primeira vitrina /Grandes serpentes/jibia, sucuri,
serpentes da 1 vitrina;
2=Lagartos;
3=Osteologia;
4=Citao de uma ou mais serpentes (exceto s da 1 vitrina), como Naja,
cobras verdes, Coral, Cascavel, cobra do deserto;
5=Aranhas e/ou escorpies;
6=Terminal Itautec;
7=Tudo/das cobras, sem citar nenhuma especificamente;
8=outros elementos da exposio;
9=outros elementos no pertencentes exposio, mas parte do Instituto
Butantan (como o serpentrio); Nenhuma vitrina.
10=referncia a elementos e/ou animais que no se encontram na
exposio e nem no Instituto Butantan.
A segunda parte das respostas (Por qu?) sero arroladas em
separado e utilizadas eventualmente para nossa anlise.
21. Por que voc acha que o MIB apresenta aranhas e escorpies, alm de
cobras? (ARANHAS) Aqui cada nmero corresponder a uma nota de
aproveitamento:
Igual aos itens 15 ao 19.
22. Quais as idias principais que esta exposio est querendo passar
para o visitante? (MENSAGEM) Aqui cada nmero corresponder a uma
nota de aproveitamento:
Igual ao item anterior.
90
23. Sexo
0=Feminino 1=Masculino
25. Idade
Data da entrevista.
(13)
Marilyn G. HOOD, no artigo "Staying away: Why people choose not to visit museums" in
Museum News, vol.61, n4, 1983; pp.50-57, define trs tipos de (no) visitantes: "frequentador"
que vai pelo menos 3 vezes ao ano a museus; "visitante ocasional" que vai uma ou duas vezes
ao ano e "no-visitante" que no visita. Cada grupo prioriza diferentes critrios para escolher
suas atividades de lazer.
(14)
Vide KASS (1980) ou HO (1987), por exemplo.
94
Variveis de Opinio
As Tabelas 2.1 a 2.9 mostram as distribuies de frequncias das
variveis de opinio. Essas variveis, definidas anteriormente, foram, com
exceo de TERRRIO, obtidas para os alunos e para os visitantes
espontneos. A varivel TERRRIO foi obtida apenas para os visitantes
espontneos.
Tabela 2.1 - Distribuio de Frequncias da Varivel DESPERTOU
Visitantes
Resposta Estudantes Espontneos TOTAL
Sim 246 (78%) 85 (68%) 331 (75%)
No 69 (22%) 18 (14%) 87 (20%)
Indiferente 1 (0%) 22 (18%) 23 (5%)
Total 316 (100%) 125 (100%) 441 (100%)
96
Visitantes
Resposta Espontneos
Sim 94 (75%)
No 22 (18%)
No Sabe 9 (7%)
Total 125 (100%)
Visitantes
Resposta Estudantes Espontneos TOTAL
Respostas Positivas Genricas 211 (67%) 92 (74%) 303 (69%)
Representa o Ambiente do Animal 44 (14%) 6 (5%) 50 (11%)
Respostas Negativas Genricas 30 (9%) 19 (15%) 49 (11%)
Boa para o Pblico e Ruim para os Animais 8 (3%) 6 (5%) 14 (3%)
No Respondeu 23 (7%) 2 (1%) 25 (6%)
Total 316 (100%) 125 (100%) 441 (100%)
97
Visitantes
Resposta Estudante Espontneos TOTAL
Primeira Vitrina/Grandes Serpentes 68 (22%) 56 (45%) 124 (28%)
Citaes de Serpentes, exceto a 1 Vitrina 72 (23%) 19 (15%) 91 (21%)
Tudo/Cobras, sem especificar 42 (13%) 12 (9%) 54 (12%)
Outros Elementos da Exposio 40 (13%) 13 (10%) 53 (12%)
Osteologia 25 (8%) 6 (5%) 31 (7%)
Lagartos 19 (6%) 9 (7%) 28 (6%)
Aranhas/Escorpies 21 (6%) 7 (6%) 28 (6%)
Elementos do Butantan que pertencem Exposio 11 (3%) 1 (1%) 12 (3%)
Elementos/Animais que no se encontram no Butantan 3 (1%) 0 (0%) 3 (1%)
Terminal Itautec 0 (0%) 1 (1%) 1 (0%)
No Sabe/No Respondeu 15 (5%) 1 (1%) 16 (4%)
Total 316 (100%) 125 (100%) 441 (100%)
98
Visitantes
Resposta Estudantes Espontneos TOTAL
Tudo/Cobras, sem Especificar 151 (48%) 60 (48%) 211 (48%)
Elems. do Butantan que pertencem Exp. 31 (10%) 4 (3%) 35 (8%)
Primeira Vitrina/Grandes Serpentes 14 (5%) 19 (15%) 33 (7%)
Citaes de Serpentes, exceto a 1 Vitrina 27 (8%) 6 (5%) 33 (7%)
Aranhas/Escorpies 27 (8%) 4 (3%) 31 (7%)
Outros Elementos da Exposio 22 (7%) 8 (6%) 30 (7%)
Osteologia 12 (4%) 9 (7%) 21 (5%)
Terminal Itautec 13 (4%) 7 (6%) 20 (5%)
Elems./Animais que se enc. no Butantan 7 (2%) 1 (1%) 8 (2%)
Lagartos 6 (2%) 0 (0%) 6 (1%)
No Sabe/No Respondeu 6 (2%) 7 (6%) 13 (3%)
Total 316 (100%) 125 (100%) 441 (100%)
Visitantes
Resposta Estudantes Espontneos TOTAL
Nenhuma 145 (46%) 45 (36%) 190 (43%)
Ampliao de espao/animais/informaes 44 (14%) 18 (14%) 62 (14%)
Melhorar Museografia 18 (6%) 23 (18%) 41 (9%)
Demonstrao, Alimentao,
Movimentao, Contato com os Animais 16 (5%) 4 (3%) 20 (5%)
Monitores, Livros e Folhetos sobre
a Exposio, o Museu e o Instituto 12 (4%) 7 (6%) 19 (4%)
Outros 12 (4%) 0 (0%) 12 (3%)
Mais Terminais Itautec; Vdeo 4 (1%) 1 (1%) 5 (1%)
Completar o que est em Conserto 2 (0%) 2 (2%) 4 (1%)
No Sabe/No Respondeu 63 (20%) 25 (20%) 88 (20%)
Total 316 (100%) 125 (100%) 441 (100%)
99
Visitantes
Resposta Estudantes Espontneos TOTAL
Nada 95 (30%) 44 (35%) 139 (31%)
Animais que se encontram em exposio 91 (29%) 19 (15%) 110 (25%)
Ampliao de espao/animais/informaes 30 (10%) 17 (14%) 47 (11%)
Outros 36 (11%) 6 (5%) 42 (9%)
Monitores, Livros e Folhetos sobre
a Exposio, o Museu e o Instituto 20 (6%) 14 (11%) 34 (8%)
Demonstrao, Alimentao,
Movimentao, Contato com os Animais 12 (4%) 4 (3%) 16 (4%)
Mais Terminais Itautec; Vdeo 4 (1%) 5 (4%) 9 (2%)
Completar o que est em Conserto 0 (0%) 7 (6%) 7 (2%)
No Sabe/No Respondeu 28 (9%) 9 (7%) 37 (8%)
Total 316 (100%) 125 (100%) 441 (100%)
Visitantes
Resposta Estudantes Espontneos TOTAL
Leu e Ficou Satisfeito 151 (48%) 103 (82%) 254 (58%)
No Leu 122 (39%) 17 (14%) 139 (31%)
Leu e Ficou Insatisfeito 42 (13%) 5 (4%) 47 (11%)
Total 316 (100%) 125 (100%) 441 (100%)
(15)
Outros incluem, por exemplo, animais como tigre , Leo, coelho e bolacha do mar, e
referncias fazenda da minha av, mulher, tempo e minha me.
(16)
As sugestes incluem, por exemplo, mudar vitrinas altas para crianas, nome visvel nas
cobras grandes, iluminao natural, animais mais visveis e explicaes nos terrrios
maiores.
101
Visitantes
Resposta Estudantes Espontneos TOTAL
Noo Correta, porm Incompleta 70 (22%) 48 (38%) 118 (27%)
Noo Correta Insuf. ou Parcial/e Correta 64 (20%) 13 (10%) 77 (17%)
Noo Correta e Mais que Suficiente 26 (8%) 41 (33%) 67 (15%)
Noo Correta e Suficiente 23 (7%) 16 (13%) 39 (9%)
Noo Incorreta/Errada 20 (7%) 2 (2%) 22 (5%)
No Sabe/No Respondeu 113 (36%) 5 (4%) 118 (27%)
Total 316 (100%) 125 (100%) 441 (100%)
Leitura
Resposta Leu No Leu TOTAL
Tudo/Cobras, sem Especificar 151 (50%) 59 (42%) 210 (48%)
Elementos do Butantan que no pertencem Exposio 19 (6%) 16 (12%) 35 (8%)
Primeira Vitrina/Grandes Serpentes 23 (7,5%) 10 (7%) 33 (7%)
Citaes de Serpentes, exceto a 1 Vitrina 23 (7,5%) 10 (7%) 33 (7%)
Aranhas/Escorpies 18 (6%) 13 (9%) 31 (7%)
Outros Elementos da Exposio 21 (7%) 9 (6,5%) 30 (7%)
Osteologia 16 (5%) 5 (4%) 21 (5%)
Terminal Itautec 11 (4%) 9 (6,5%) 20 (5%)
Elementos/Animais que no se encontram no Butantan 5 (2%) 3 (2%) 8 (2%)
Lagartos 5 (2%) 1 (1%) 6 (1%)
No Sabe/No Respondeu 9 (3%) 4 (3%) 13 (3%)
Total 301 (100%) 139 (100%) 440 (100%)
Leitura
Resposta Leu No Leu TOTAL
Nada 94 (31%) 45 (32%) 139 (31%)
Animais que se encontram em exposio 63 (21%) 46 (33%) 109 (25%)
Ampliao de espao/animais/informaes 38 (13%) 9 (7%) 47 (11%)
Outros 25 (8%) 17 (12%) 42 (9%)
Monitores, Livros e Folhetos sobre
a Exposio, o Museu e o Instituto 28 (9%) 6 (4%) 34 (8%)
Demonstrao, Alimentao, Movimentao,
Contato com os Animais 15 (5%) 1 (1%) 16 (4%)
Mais Terminais Itautec; Vdeo 7 (2,5%) 2 (2%) 9 (2%)
Completar o que est em Conserto 7 (2,5%) 0 (0%) 7 (2%)
No Sabe/No Respondeu 24 (8%) 13 (9%) 37 (8%)
Total 301 (100%) 139 (100%) 440 (100%)
103
Leitura
Resposta Leu No Leu TOTAL
Noo Correta, porm Incompleta 95 (32%) 23 (17%) 118 (27%)
Noo Correta, mas Insuf. ou Parcial/e Correta 50 (16%) 27 (19%) 77 (17%)
Noo Correta e Mais que Suficiente 60 (20%) 7 (5%) 67 (15%)
Noo Correta e Suficiente 33 (11%) 6 (4%) 39 (9%)
Noo Incorreta/Errada 12 (4%) 10 (7%) 22 (5%)
No Sabe/No Respondeu 51 (17%) 66 (48%) 117 (27%)
Total 301 (100%) 139 (100%) 440 (100%)
70%
60%
50%
Respostas (%)
40%
30%
20%
10%
0%
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5
Aprendizado
A mdia obtida pelos alunos foi baixa, tanto antes como depois da visita,
porm notamos uma melhora de aproveitamento (exceto escola n4) com a
visita. Devemos lembrar que uma parte grande da exposio dedicada
reproduo, apresentada de forma comparativa entre as diversas classes de
animais. Na exposio, no "Berrio" so apresentados os ovos de algumas
espcies e em cada terrrio de serpente brasileira indicado se a espcie
105
60%
50%
40%
Respostas (%)
30%
20%
10%
0%
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5
Aprendizado
Nesta questo temos uma mdia um pouco mais alta do que na anterior
e uma diferena maior entre o aproveitamento antes e depois da visita ao MIB.
Na exposio aparecem em vrios locais as diferenas entre um animal
106
70%
60%
50%
Respostas (%)
40%
30%
20%
10%
0%
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5
Aprendizado
60%
50%
40%
Respostas (%)
30%
20%
10%
0%
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5
Aprendizado
108
60%
50%
40%
Respostas (%)
30%
20%
10%
0%
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5
Aprendizado
109
80%
70%
60%
50%
Respostas (%)
40%
30%
20%
10%
0%
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5
Aprendizado
110
Esta foi a questo mais difcil de tabular pois as respostas eram muito
variadas. A maioria tratava da aparncia externa da serpente, descrevendo-a
"como uma mangueira", "comprida", "colorida", "sem membros". Alguns
destacaram o fato delas rastejarem, outros de serem perigosas, nojentas,
rpidas. Acreditamos que esta pergunta que parece ser simples gerou
dificuldades para os alunos responderem: alguns acharam bvia demais e nem
se deram ao trabalho de responder; outros consideram-se incapazes de
responder; outros pareceram muito econmicos nas respostas (para no dizer
preguiosos). Espervamos que depois de visitar o MIB os alunos pudessem
fazer uma rica descrio, incluido formas de reproduo, constituio ssea,
diversidade, formas de alimentao, tipos de habitats, porm isto no ocorreu.
Obtivemos uma diferena negativa entre o depois e antes da visita, talvez
gerada por esta "economia" de palavras.
111
60%
50%
40%
Respostas (%)
30%
20%
10%
0%
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5
Aprendizado
Aprendizado Subgrupos
Reproduo 1 - No Leram as Etiquetas
2 - Leram as Etiquetas / Escolas Pblicas
3 - Leram as Etiquetas / Escolas Particulares
Peonha 1 - Permaneceram de 5 a 15 minutos na Exposio
2 - Permaneceram 20 minutos na Exposio
3 - Permaneceram de 30 a 60 minutos na Exposio
Ambiente nenhum
Alimentao 1 - Escolas Particulares / Cursam o 1 Grau
2 - Escolas Particulares / Cursam o 2 Grau
3 - Escolas Pblicas
Localizao nenhum
Descrio 1 - Permaneceram de 5 a 30 minutos na Exposio
2 - Permaneceram de 40 a 60 minutos na Exposio
Aranhas nenhum
Tabela 2.14 - Subgrupos obtidos pela tcnica CHAID para as respostas posteriores s
variveis de Contedo
Varivel Subgrupos
Reproduo 1 - 1 Grau Incompleto / No Leram as Etiquetas
2 - 1 Grau Incompleto / Leram as Etiquetas
3 - 1 Grau Completo e 2 Grau
4 - Superior
Peonha 1 - Permaneceram de 5 a 10 min. na Exposio / Sexo Feminino
2 - Permaneceram de 5 a 10 min.na Exposio / Sexo Masculino
3 - Permaneceram de 15 a 25 minutos na Exposio
4 - Permaneceram de 30 a 40 minutos na Exposio
5 - Permaneceram 45 ou mais minutos na Exposio
Ambiente 1 - Alunos / Sexo Masculino
2 - Alunos / Sexo Feminino
3 - Visitantes Espontneos
Alimentao 1 - 1 Grau Incompleto
2 - 1 Grau Completo e 2 Grau
3 - Superior
Localizao 1 - 1 Grau / Permaneceram de 5 a 35 minutos na Exposio
2 - 1 Grau / Permaneceram 40 ou mais minutos na Exposio
3 - 2 Grau Incompleto
4 - 2 Grau Completo e Superior
Descrio 1 - 1 e 2 Grau / Sexo Masculino
2 - 1 e 2 Grau / Sexo Feminino
3 - Superior
Aranhas 1 - 1 Grau Incompleto
2 - 1 Grau Completo, 2 Grau e Superior
Mensagem 1 - 1 Grau Incompleto / No Leram as Etiquetas
2 - 1 Grau Incompleto / Leram as Etiquetas
3 - 1 Grau Completo e 2 Grau Incompleto
4 - 2 Grau Completo e Superior
114
Reproduo 1.728
Peonhento 0.232
Ambiente 2.760
Alimentao 1.728
Localizao 1.848
Descrio 1.864
Aranhas 3.528
Mensagem 3.528
TOTAL 2.152
Tabela 2.15- Subgrupos obtidos pela tcnica CHAID para as respostas posteriores dos
visitantes espontneos, s variveis de Contedo
Varivel Subgrupos
Reproduo 1 - 1 e 2 Grau
2 - Superior
Peonha 1 - Sexo Feminino
2 - Sexo Masculino
Ambiente nenhum
Alimentao 1 - a 1 Vez que Foram Exposio
2 - No a 1 Vez que Foram Exposio
Localizao 1 - a 1 Vez que Foram Exposio
2 - No a 1 Vez que Foram Exposio
Descrio 1 - 1 e 2 Grau
2 - Superior
Aranhas nenhum
Mensagem 1 - 1 e 2 Grau
2 - Superior
(17)
Vide PERES e SALDIVA (1982), por exemplo.
116
2.5.1.5. - Concluso
A anlise dos dados mostrou a existncia de relao entre o fato de o
visitante ter ou no lido as etiquetas explicativas e o aproveitamento e
assimilao do contedo e das idias transmitidos pela exposio. Com relao
ao tipo de visitante, a proporo de pessoas que leram as etiquetas
sensivelmente maior entre os visitantes espontneos do que entre os alunos.
Tanto entre alunos, quanto entre visitantes espontneos, h uma maior taxa de
respostas atribuveis desateno ou desinformao ("Gostou de elementos
do Butantan que no pertencem exposio" ou "Sentiu falta de animais que j
se encontram em exposio") entre os que no leram as etiquetas do que entre
aqueles que as leram. Tambm na pergunta sobre Mensagem, a proporo de
respostas incorretas, incompletas ou insuficientes visivelmente maior entre os
visitantes que no leram as etiquetas.
Verificou-se tambm, que em todas as categorias de visitantes, h uma
predileo pelas vitrinas de cobras ("Primeira Vitrina/Grandes Serpentes",
"Citaes de Serpentes, exceto a Primeira Vitrina" e "Tudo/Cobras sem
Especificar"), revelando que h uma identificao entre o Instituto Butantan e
as cobras.
A Tabela 2.16 resume os resultados da anlise das variveis de
aprendizado. A partir dessa anlise, conclui-se que o aproveitamento do
contedo exposto est ligado ao tempo de permanncia na exposio, ao tipo
de escola e escolaridade dos alunos. Nas perguntas sobre Reproduo,
Peonha, Alimentao e Localizao, houve aprendizado por parte dos alunos.
117
Tabela 2.18.- Subgrupos finais para as respostas posteriores de Contedo, dos Visitantes
Espontneos
2.5.2. Opinies
Dos 1773 papis em que os visitantes manifestaram suas opinies,
pudemos classific-las dentro das categorias apresentadas anteriormente,
obtendo os seguintes resultados (com respostas mltiplas):
120
Positivas
1 10 6 7 23
2 - 1 2 3
3 1 - 1 2
4 14 6 13 33
5 2 3 6 11
6 1 5 6 12
7 146 332 286 746
8 2 6 13 21
9 - 12 - 12
10 3 1 3 7
Total Positivas 179 372 338 889
Sugestes
1 12 27 26 65
2 30 64 43 137
3 13 18 17 48
4 2 19 13 34
5 9 52 25 86
6 2 8 3 13
7 11 31 24 66
8 10 44 28 82
9 12 27 6 45
10 1 14 6 21
11 9 9 5 23
12 10 38 34 82
Total Sugestes 121 351 225 697
(18)
O terminal ITAUTEC com informaes visuais e sonoras sobre serpentes esteve quebrado
de julho at o dia 23 de setembro quando voltou a funcionar.
122
3. Observaes finais
A mdia de aproveitamento nas questes de contedo baixa para a
expectativa daqueles que conceberam a exposio. Consideramos que no
somente os problemas de comunicao da exposio so responsveis pelo
pequeno aproveitamento, mas tambm a interao (acmulo de pessoas em
partes da exposio, distrao ao ouvir lnguas estrangeiras etc) com outros
visitantes, a (no)preparao do professor e de seus alunos para o que ser
visto e os motivos que levam a pessoa a visitar o MIB que no so
compatveis com o nvel de aprendizagem esperado. Outros fatores influenciam
a fruio de uma visita ao museu, incluindo o clima (calor ou frio), desconforto,
cansao, pressa, companhia, curiosidade, entre eles.
Alguns visitantes manifestam sugestes para melhoria da exposio
tanto em termos de contedo como de museografia. Consideramos poucas as
sugestes e em geral bastante vagas ("aumentar exposio", "colocar mais
animais"), porm elas refletem aquilo que os visitantes esperavam encontrar e
no viram. Muitos visitantes solicitam o aumento ou a colocao de animais
que j se encontram em exposio (principalmente aranhas e escorpies).
Estas solicitaes mostram o descontentamento com a forma de apresentao
dos animais na exposio e tambm a falta de ateno (h visitantes que
querem ver a jibia, a naja, que so animais que so apresentados).
Consideramos satisfatrios os resultados obtidos a partir dos
instrumentos de pesquisa, porm verificamos que o enunciado de algumas
123
Captulo 4
Anlise da exposio e propostas de modificaes
1. Anlise da exposio
1.1. A proposta conceitual
A exposio Na natureza no existem viles apresentada de forma
descritiva no anexo de nossa dissertao. Na descrio, procuramos mostrar
com detalhes o objeto que pretendemos avaliar. Na medida do possvel,
tentamos nos isentar de juzos de valor e opinies ao relatar como a
exposio.
Nos dois artigos publicados pela equipe do MIB(1) a exposio Na
Natureza no existem Viles descrita e avaliada segundo objetivos
instrucionais (reconhecimento de semelhanas e diferenas de serpentes com
outros animais, etc) estando direcionada Educao Ambiental. No aparecem
explicitamente as propostas conceituais da exposio, isto , de que maneira o
MIB pretende
"levar os animais peonhentos (cobras, aranhas e
escorpies) ao conhecimento do pblico, como seres vivos
integrantes da natureza, com seus mecanismos prprios de
sobrevivncia, objetivando tanto a preservao destes
animais como a preveno de acidentes que possam causar.
Serve, tambm, como agente divulgador das atividades do
Instituto Butantan, instituio de pesquisa cientfica e de
produo de medicamentos, e de tpicos de sade pblica."(2)
Acreditamos que a organizao da exposio reflete parcialmente essa
proposta: de incio so apresentados aspectos da constituio das serpentes -
forma de reproduo (comparada a de outros grupos animais), diferenas dos
anfbios e outros rpteis, constituio ssea, aspectos dos ovos e filhotes,
diferenas entre as serpentes (peonhenta e no peonhenta) - para depois
exibirem-se os animais em bio-dioramas. A parte referente alimentao
encontra-se no final da exposio, julgamos que por ser uma exposio
(1)
FEDERSONI JUNIOR, P. et al. e ZOLCSAK, E. et al.; op. cit.
(2)
ZOLCSAK, E. et al.; op. cit.; p.190. Os objetivos de divulgao de formas de preveno e de
outras atividades do IB no aparecem no MIB, exceto por dois cartazes com pouco destaque.
No momento no tocaremos nessas questes, que pretendemos sugerir serem apresentadas
no Museu Histrico e em outros espaos.
125
1.2. Espao/Circulao
A exposio tem alguns problemas de diviso espacial para circulao
de pblico. Ela praticamente estruturada em corredores que em alguns
pontos so largos e em outros bastante estreitos.
O primeiro problema se apresenta no hall de entrada/sada que se enche
completamente quando dois grupos esto entrando e/ou saindo. Para entrar no
MIB preciso passar por uma roleta, obrigando os grupos maiores a fazerem
filas indianas que se estendem at a parte externa do museu. Nos dias
chuvosos muitos visitantes podem acabar se molhando nessa espera (pois
preciso pagar antes de entrar). Alguns grupos se acumulam prximos sada
da exposio dificultando a circulao de outros visitantes.
126
Textos/etiquetas cientficos
Em cada parte da exposio o visitante dispe de informaes
cientficas (em portugus e ingls) sobre os animais e temas tratados. A
129
(5)
Exemplos de termos utilizados no mdulo de "reproduo": "cromossomos", "DNA", "clula",
"esperma", "embries" entre outros.
(6)
Vide FEDERSONI JUNIOR et al.; op.cit.
(7)
O mdulo "reproduo" continua com a apresentao da reproduo de aves e mamferos.
(8)
Vide FEDERSONI JUNIOR et al.; op.cit. No "Berrio" esto a 1 metro de altura e na parte
dos "anfbios" a 1,60m.
130
(9)
Esta planta foi ali colocada com outros informes, quando inaugurada a exposio temporria
sobre "alimentao", que fica no final do percurso. Ela serviria para orientar os visitantes no
sentido de prever aonde encontram informaes sobre o assunto em outros pontos da
exposio. A planta pequena e pode ser vista no momento em que se passa pela roleta.
131
1.3.3. Bio-diorama
Os terrrios onde esto os animais vivos do MIB procuram mostrar ao
visitante o ambiente no qual o animal vive por meio de desenhos, plantas vivas,
troncos, areia, pedras e gua. Assim, o bio-diorama alm de ser uma vitrina a
representao do ambiente natural do animal. Consideramos fundamental para
a exposio essa ambientao como forma de comunicao visual, que
mereceria ser mais aproveitado atravs de destaques nos textos.
1.5. Iluminao
Destacaremos os problemas da iluminao por considerarmos graves no
MIB e fundamentais para a fruio de uma exposio. O MIB conta com
iluminao natural proveniente de suas janelas, iluminao artificial gerada por
lmpadas em seus corredores, iluminao artificial nas vitrinas(10) e iluminao
artificial atrs de painis (back light).
As janelas so altas e permitem a entrada de bastante luz, porm
produzem efeitos de reflexo em diversas vitrinas como se pode ver nas fotos
(FOTOS 7 e 12 do Anexo). A iluminao artificial depende da reposio de
lmpadas queimadas, o que normalmente leva muito tempo ou no feito.
Assim h diversas vitrinas visveis mas "escuras" em que a iluminao
incompleta. A iluminao geral e de vitrinas tambm produz reflexos nas
vitrinas dificultando a viso do seu interior.
(10)
Algumas lmpadas especiais para os animais produzem efeitos de cores nas fotos, como se
v no caso dos terrrios de escorpies.(FOTOS 22 e 23 do Anexo)
133
(11)
MUNLEY, M.E. "Intentions and accomplishments: Principles of Museum Evaluation
Research" in Past Meets Present: Essays about Historic Interpretation and Public Audiences;
Jo Blatti (ed.), Smithsonian Ins. Press, 1987.
(12)
SCREVEN, C.G. "Educacional Exhibitions for Unguided Visitors" in ICOM/CECA 12:13,
1991.
134
(13)
BORUN, M. et alii Planets and Pulleys: Studies of class visits to science museums, Franklin
Institute, Philadelphia, 1983; p.92.
(14)
Um exemplo foi o II Seminrio Latino-Americano e do Caribe: Museus e Educao
promovido pelo CECA/ICOM Regional, realizado de 25 a 30 de abril de 1993 no Rio de Janeiro,
no qual foram apresentadas dezenas de comunicaes de profissionais brasileiros sobre suas
experincias educativas.
(15)
Entre esses estudos encontram-seas teses: ALENCAR, V. (1987); BRUNO, M.C.O. (1984);
CAZELLI, S. (1992); CINTRA, M.C.S.L.R. (1990); FREIRE, B.M. (1992); GASPAR, A. (1993);
GRINSPUM, D. (1991); GROSSMANN, M. (1988); LOPES, M. (1988); alm de diversos artigos
como BRUNO, M.C.O. & VASCONCELLOS, C.M. (1989); HIRATA et al. (1989) e os livros de
SANTOS, M.C.M. (1987 e 1990).
135
(16)
Somente no caso de visita de grupos especiais, como de deficientes, a equipe do MIB
interfere na ao educativa.
(17)
Denise GRINSPUM coloca de maneira clara a diferena entre o ensino da arte na escola e
no museu: "Enquanto o ensino da arte escolar centrado fundamentalmente na construo do
objeto, o ensino no museu centrado no objeto construdo. O fazer pode, e deve, ser praticado
no museu, mas de forma diferente da praticada na escola. Na escola, o professor desenvolve
um trabalho contnuo, que requer tempo, repetio, explorao e prtica. No museu, o
educador deve entender o fazer como uma experincia de desvelamento do pensamento visual
da obra observada; em outras palavras deve servir como instrumento para o ver, que tarefa
primeira do museu." Discusso para uma proposta de poltica educacional da Diviso de Ao
Educativo-Cultural do Museu Lasar Segall, dissert. de mestrado, ECA/USP, 1991; p.41.
136
(18)
GASPAR, A. Museus e Centros de Cincias - Conceituao e Proposta de um referencial
terico, tese de doutoramento, FEUSP, 1993; p.43.
(19)
CAZELLI, S. Alfabetizao Cientfica e os Museus Interativos de Cincia, dissert. de
mestrado, Depto Educao, PUC/RJ, 1992; p.3.
(20)
GASPAR, A.; op.cit.; p.45.
(21)
GASPAR utiliza o termo educao "informal" como aquela que no contempla
necessariamente estruturas de currculos tradicionais, no oferece graus ou diploma, no
obrigatria e destina-se para pblico em geral. J a educao "no-formal" tem currculos e
metodologias flexveis, com ensino centrado no estudante, individualizado, auto-instrutivo, por
correspondncia, etc. Op.cit.; p.41.
(22)
Ibidem; p.141.
137
(23)
Inaugurado com nove brinquedos prottipos em 1985 e desativado em 1989. Em 1992
aguardava verba da Fundao Vitae para reimplantao do projeto.
138
MFEC passou a fazer a visita guiada para o professor como preparao prvia.
Segundo a responsvel pelo setor, em 1991,
"...a prtica (visita guiada) mostrou-se inadequada, pois
multiplicava-se a demanda de professores que queriam 'ser
guiado' (sic), sem que se realizasse o objetivo maior da
orientao: o de preparar o professor para uma atuao ativa,
junto a seus alunos, na ocasio da visita. (...)parecia...que os
professores simplesmente imitavam a visita guiada,
reproduzindo-a com seus alunos, at com as mesmas
caractersticas de linguagem do tcnico que o havia
orientado. No havia multiplicao de informaes na
qualidade que os tcnicos consideravam desejvel e
possvel." (24)
Diante desses resultados a equipe do MFEC passou a orientar os
professores (antes da visita) atravs de material escrito (guia do museu,
bibliografia e folder para crianas) e disponibilidade para preparar em conjunto
a visita. O professor, convidado a visitar sozinho a exposio e depois discutir
dvidas com os educadores do MFEC, deveria preparar a visita de seus
alunos. FREIRE observou (de maio a agosto de 1991) que nenhum dos
professores participantes da orientao prvia consultou a bibliografia sugerida
na Biblioteca do museu, que muitos nem chegaram a levar seus alunos e que
apenas um preparou um roteiro para seus alunos.
A preparao dos alunos dada pelos professores era genrica e
disciplinadora (como se comportar no museu). Apesar dos professores
afirmarem utilizar o MFEC como complementao e enriquecimento dos temas
trabalhados em sala de aula,
"Em nenhuma das visitas observadas houve meno aos
contedos estudados na escola, embora nas entrevistas os
professores ressaltaram essa ligao." (25)
Para FREIRE os educadores de museus ainda no dialogam com os
professores. Para tanto seria preciso que o museu mostrasse claramente sua
proposta de ao educativa; o que o museu, como se forma o acervo; que
tipo de parceria prope escola, entre outras coisas. (26)
Para os professores das escolas participantes da nossa pesquisa, a
visita ao MIB seria uma complementao do que foi visto em sala de aula ou
um incentivo ao que seria trabalhado, ou apenas oportunidade de
"enriquecimento cultural" e preenchimento de tempo e conduo disponvel. Na
prtica, os professores tiveram atitude passiva durante a visita, deixando os
(24)
FREIRE, Beatriz M. O Encontro museu/escola: o que se diz e o que se faz, dissertao de
mestrado, Depto. de Educao, PUC/RJ, 1992; pp.50-51.
(25)
FREIRE, B.M.; op. cit.; p.109.
(26)
Ibidem; p.121.
139
folhetos e fontes de fora do MIB (livro didtico, professor, vdeos, TV, etc). O
importante ter claro que o suporte bsico de informao no museu o objeto
- no caso do MIB so os animais - e a partir dele e da pesquisa construda a
exposio.
3. Sugestes
(30)
Entre os escolares respondentes (aps visita), na pergunta sobre o que mais gostaram na
exposio, 10 respoderam "macacos", 16 "serpentrio" e 1 "museu histrico".
141
3.2. Espao/Circulao
Qualquer organizao de espao e circulao que tenham o Instituto e o
MIB deveriam ser apresentadas aos visitantes. Assim, nas entradas do Instituto
um mapa apresentaria as reas de visitao pblica e as de servios (Hospital,
local de entrega de animais) do IB. Na entrada do MIB, talvez at na parte
externa, uma planta da exposio com cores e ttulos em letras grandes
apresentaria o que oferecido ao visitante na parte interna. Outra possibilidade
seria colocar um terminal multimdia (semelhante queles que as pessoas
encontram em shoppings centers) na entrada, pelo qual o visitante seria
informado da localizao daquilo que deseja ver.
Para dar mais espao de circulao no hall de entrada, a bilheteria
poderia ser construda fora do prdio, sob cobertura que protegeria da chuva o
pblico. Os cadastros para escolas e instituies visitantes tambm seriam
distribudos nessa bilheteria. Dependendo do espao disponvel, seria
interessante ter um guarda-volumes para conforto dos visitantes e segurana
da exposio. Uma forma de evitar a roleta, seria a distribuio de bilhetes a
todos os visitantes, inclusive os no-pagantes, que tenham canhotos para
serem contados ou que sejam depositados obrigatoriamente em urna
lacrada.(31) Assim j seria melhorada a circulao de entrada e sada, sem a
bilheteria e sem a roleta.
A rea onde hoje trabalham os funcionrios do MIB tambm poderia ser
incorporada exposio, se fosse construdo um local de trabalho em anexo,
talvez prximo porta dos "fundos" (32) onde funciona o estacionamento.
(31)
Alguns visitantes, atualmente, gostam de guardar o bilhete como lembrana do MIB. Porm,
se verdadeiros souvenirs forem colocados disposio dos visitantes no haver problemas
de reteno dos bilhetes.
(32)
Na extremidade oposta atual porta de entrada h outra porta que permanece fechada.
Talvez ela pudesse ser utilizada pelos funcionrios do MIB ou, eventualmente, inverteria-se a
143
3.3. Iluminao
Os problemas de iluminao e reflexos poderiam ser diminudos com a
reduo de superfcies brilhantes, angulao de vidros e modificao do tipo de
luminria.
Como aparece nas FOTOS 7 e 12 (Anexo), uma das fontes de reflexo
(interferncia na viso das vitrinas) so as janelas. Como j existe iluminao
artificial, as janelas poderiam ter vidros jateados que acabariam com esses
reflexos. Os painis com back light (FOTOS 1, 2, 5, 8 e 18 do Anexo), quase
todos muito altos, deveriam ser eliminados e, quando necessrios, substitudos
por fotos montadas sobre madeira com papel fosco.
O revestimento de madeira envernizada da exposio outra fonte de
reflexos, que poderia ser eliminada com a utilizao de tinta fosca. O ideal,
para diminuir a interferncia na leitura da exposio, seria uma superfcie lisa
(de madeira ou outro material) pintada com tinta fosca de cor neutra.
Muitas etiquetas na exposio so apresentadas com suportes com
vidros (FOTOS 15 e 23 do Anexo), que tambm refletem. Os textos,
iconografias poderiam ser apresentados sem os vidros, em papel no brilhante.
As etiquetas mais altas poderiam ser colocadas com pequena angulao, de
forma a sobressair a parte superior, para diminuir os reflexos diretos e facilitar a
leitura.
Nas vitrinas, uma pequena angulao dos vidros poderia auxiliar na
reduo de reflexos. Isso precisaria ser estudado por um especialista,
considerando-se a possvel perda de rea interna na base da vitrina. Tambm
poderiam ser repensadas as luminrias dos corredores (que produzem reflexos
como se v na FOTO 17 do Anexo) no sentido de reduzir ao mximo esse
efeito e iluminar com eficincia o espao.
3.4. Contedo
Como vimos anteriormente, a exposio Na Natureza no existem Viles
pretende informar sobre aspectos referentes ao modo de vida de animais
peonhentos (serpentes e artrpodes) para que o visitante, em ltima instncia,
respeite esses animais compreendendo seu papel na cadeia alimentar da
natureza. Dentro da proposta da Educao Ambiental o visitante conheceria os
tipos de serpentes, como so, como vivem, do que se alimentam, como se
reproduzem, quais so seus "parentes" prximos; e tambm conheceria as
aranhas e escorpies de "interesse mdico".(34)
Ao observarmos a planta baixa da exposio (No Anexo) podemos
verificar como esto divididas essas temticas no espao expositivo. Sabemos
que um tema no est restrito ao seu mdulo, ou seja, que s se apresente
aspectos da reproduo na rea "Reproduo". Porm, a observao da
organizao do espao expositivo pode nos auxiliar na tentativa de "equilibrar"
a apresentao dos contedos.
Retomando os resultados obtidos nas perguntas de contedo, tanto para
escolares como para visitantes espontneos, o aproveitamento baixo geral
poderia ser melhorado com uma comunicao mais direta e eficiente da
exposio. Como j discutimos, uma visita ao museu tem resultados, acima de
tudo, afetivos, mas no podemos descartar os objetivos pedaggicos que
incluem a transmisso de informaes.
Reproduo
Apesar da reproduo das serpentes ocupar um grande mdulo
(comparao com reproduo de outros animais) alm de aparecer no berrio,
em textos e representaes iconogrficas das serpentes brasileiras e no
terminal multimdia, a aprendizagem dos alunos e as respostas dos visitantes
espontneos mostram que o aproveitamento foi pequeno. Nesse sentido
propomos que a reproduo dos rpteis seja apresentada de forma mais direta
e que a comparao com outros grupos de animais seja apenas uma referncia
e no parte do contedo apresentado. Apesar da qualidade museogrfica da
(33)
Esse tipo de iluminao gerou efeitos de cores em algumas fotos, como as das aranhas e
escorpies (22 e 23 do anexo).
(34)
Neste caso, um animal considerado de "interesse mdico" quando pode causar algum mal
ao homem (doenas, ferimentos e morte).
145
semelhanas entre esses rpteis (35) talvez facilitassem para o visitante entender
porque aqueles animais esto ali. Um texto como o que aparece ao lado da
vitrina dos lagartos ("Rpteis", na p.III do Anexo) seria apresentado ao final
para esclarecer dvidas dos visitantes.
No caso dos anfbios (sapos), tambm poderiam ser propostas
perguntas de observao e apresentado um texto (como o segundo referente
ao Sapo Untanha, p. V do Anexo) geral sobre anfbios.
Junto aos sapos so apresentados atualmente textos que explicam as
diferenas entre animais peonhentos e no peonhentos. Essa informaes
deveriam ser deslocadas.
Peonhentos e no peonhentos
Um texto escondido junto aos sapos, elementos da vitrina de osteologia,
painis com back light, iconografia na parte de serpentes brasileiras e
informaes no terminal multimdia tratam da diferena entre animais
peonhentos e no peonhentos. Partindo do princpio de que esta uma
informao fundamental (uma vez que explica a forma de captura de alimento e
porque algumas serpentes so perigosas e outras no), acreditamos que uma
vitrina, associando texto aos desenhos esquemticos e aos crnios, poderia ser
mais comunicativa do que as atuais. Os painis com desenhos esquemticos
(com back light) esto altos e muitas pessoas no os enxergam. Talvez seja
mais importante fixar a diferena entre serpente peonhenta e no peonhenta
do que expor os diferentes tipos de dentio (glifas, solenglifas...).
Noes comuns e erradas (para as espcies brasileiras) sobre o fato de
serpentes de cabea triangular e olho com pupila em fenda serem peonhentas
podem ser destacadas com exemplos (como a Salamanta - Epicrates cenchria)
que tem essas caractersticas e no peonhenta.
A definio de veneno, exemplos de outros animais que so venenosos
(como painel apresentado ao final da exposio) podem completar este
mdulo.
A produo de veneno e utilizao deste pela serpente deve ser
associada alimentao e necessidade de defesa do animal.
Alimentao
Como j colocamos no incio deste captulo, o conhecimento da
alimentao das serpentes um caminho de entendimento de seu papel na
natureza. Esse tema deveria vir em destaque no incio da exposio, com a
apresentao de cadeias alimentares que incluam serpentes de diferentes
(35)
Perguntas como as seguintes:"Os lagartos e as cobras so rpteis. O que eles tm de
parecido?"; "As tartarugas so muito diferentes das cobras? Voc sabia que tartarugas e
cobras so do mesmo grupo de animais (rpteis)?"
147
(36)
Ao responder sobre o que mais gostaram na exposio, alunos da EEPSG R. Kennedy
referem-se aos fetos apresentados na vitrina de reproduo de mamferos como "beb
abortado", "aborto", "feto abortado" e "criana abortada".
148
3.5. Museografia
Seguindo as sugestes dadas acima em termos de contedos, a
museografia da exposio precisaria ser revista. No geral a exposio tem
muita informao visual, muitas cores, muito brilho. Seria bom reduzir ao
mximo elementos que no colaboram para transmisso das principais
mensagens e interferem na fruio da exposio.
3.5.1. Terrrios
Os terrrios, bio-dioramas, so os elementos de maior atrao da
exposio pois contm os animais vivos. Assim, o cenrio construdo com
plantas, pedras, terra, folhas, areia e pinturas do informaes aos visitantes
sobre o meio em que vivem os animais. Alguns terrrios poderiam ter um pouco
menos de cores e desenhos pintados (como vemos nas FOTOS 15 e 17 do
Anexo) pois j tm as plantas naturais e os animais. Para melhor visualizao
do pblico infantil, os vidros dos terrrios poderiam ser aumentados na vertical,
fazendo que a base da vitrina fique numa altura mais baixa (passando de 1m
para 0,5m). Isso j foi feito para a Jibia na exposio da Estao Cincia. Os
adultos continuariam a ver facilmente (de cima para baixo) e as crianas
menores poderiam enxergar sem a necessidade de um adulto levant-las.
(37)
CAZELLI, S. op. cit.; p.104.
(38)
A entrada para o Museu Histrico gratuita e no h controle de frequncia. Existe um livro
de assinaturas que nem sempre utilizado. Mesmo assim, percebe-se que sua visitao
menor do que do MIB.
150
(39)
SCREVEN, C.G. "Uses of Evaluation Before, During and After Exhibit Design" in ILVS
Review, 1(2), 1990.
(40)
CHAMBERS, M. "After legibility, what?" in Curator 36/3, 1993.
152
(41)
SCREVEN, C.G. & HIRSCHI, K.D. "Effects of questions on visitor reading behavior" in ILVS
Review 1(1) 1988, p.50-61.
(42)
Larry KLEIN em seu livro Exhibits: Planning and Design, (Madison Square Press, N.Y.,
1986) sugere que etiquetas em exposies para crianas deveriam ficar na altura entre 3'11''
(0,99m) e 5'5''(1,40m) baseado na mdia do nvel do olhar de uma criana de 8 anos e um
adulto do sexo masculino. A mdia de altura de viso de uma criana de 6 anos de 3'6''
(0,92m).
153
(45)
SCREVEN, C.G. "Exhibitions and Information Centers: Some Principles and Approaches" in
Curator, 29(2), 1986; pp.109-136.
157
(48)
Pelos resultados obtidos, 26% dos respondentes (estudantes e visitantes espontneos)
afirmam ter hbito de visitar museus e 31% j tinham visitado pelo menos uma vez o MIB.
Acreditamos que essa diferena de 5% nas respostas ocorra pelo fato das pessoas no
considerarem o MIB como um "museu" pelo fato de exibir animais vivos.
160
Consideramos, porm, este tipo de trabalho vlido e que pode ter resultados
em prazos longos.
O atendimento direto aos alunos por monitores no MIB, solicitado por
professores, alunos e outros visitantes, seria outra maneira de aperfeioar a
visita. O grande nmero de visitantes, inclusive de grupos escolares, torna esta
atividade quase impossvel de ser realizada (exceto em horrios reservados
para tal(49) ).
3.10.1. Cursos e materiais para orientao
Uma vez que o atendimento direto aos alunos atingiria um nmero
pequeno, torna-se fundamental trabalhar com os "agentes multiplicadores":
professores e guias de empresas de turismo entre outros. O primeiro passo
trazer o professor para conhecer a exposio antes da visita para poder
preparar-se e aos seus alunos.
Palestras, cursos, treinamentos e orientao dados pelos profissionais
do MIB para professores e responsveis pelas visitas teriam que tratar tanto
das questes de contedo (principalmente os mal-entendidos e preconceitos)
como de forma, isto , como atuar numa exposio museolgica.
A orientao para criao de atividades e exerccios a serem realizados
durante e/ou aps a visita exposio tambm poderia auxiliar os professores.
Muitos deles(50) produzem enormes formulrios que devem ser respondidos
pelos alunos, que passam a visita procurando as respostas e no observando a
exposio. Torna-se uma "tarefa" escolar como muitas outras.
Outros materiais impressos de orientao, como mapas do Instituto com
suas reas pblicas, plantas da exposio com temas trabalhados e sugestes
de bibliografias tambm podem auxiliar os professores.
O importante ter claro que o museu no substitui a escola e vice-versa.
Geralmente o aluno no "escolhe" visitar o museu, apenas participa das
atividades escolares planejadas pelos professores. Se o estudante conseguir
estabelecer relaes com o que j aprendeu e/ou ser estimulado a questionar
sobre determinados temas durante sua visita ao MIB j haver ganhos. Melhor
seria se discutisse com seus colegas aquilo que est vendo e formulasse
perguntas e respostas. A colocao de perguntas/provocaes ao longo da
exposio favoreceria essa interao social.(51)
(49)
Esses horrios poderiam ser determinados a partir de estudos para conhecer quando o MIB
costuma ficar mais vazio e/ou definidos entre horrios que o museu fica fechado. Mesmo assim
somente um pequeno nmero de alunos seria atingido.
(50)
Um professor que prepara um roteiro de exerccios foi pelo menos uma vez exposio.
Problemas podem ocorrer quando o professor no atualiza seu roteiro de acordo com as
modificaes da exposio.
(51)
GASPAR ressalta a importncia da interao social para a aprendizagem. Para tanto as
exposies devem ser pensadas de maneira a possibilitar que um grupo possa discutir sobre
161
(55)
Outra forma de intervir na formao de professores oferecer estgios nos setores
educativos dos museus aos alunos de Licenciatura. Por exemplo, o Servio Educativo do
MAE/USP oferece estgios para alunos da disciplina de Prtica de Ensino em Histria da
FEUSP.
(56)
Atualmente os alunos e professores que emprestam material recebem folhetos e textos
produzidos pela Diviso de Desenvolvimento Cultural, que so de divulgao. No foram
produzidos especialmente para acompanhar o kit mas para divulgao mais geral.
163
Bibliografia
Livros
BENCHIMOL, J.L. & TEIXEIRA, L.A. Cobras, lagartos & outros bichos: Uma
histria comparada dos institutos Oswaldo Cruz e Butantan. Rio de
Janeiro, Editora UFRJ, 1993.
BORUN, M., FLEXER, B.K., CASEY, A. & BAUM, L.R. Planets and Pulleys:
studies of class visits to science museums, Franklin Institute, 1983.
BOURDIEU, Pierre & DARBEL, Alain. L'amour de l'art les muses d'art
europens et leur public, 2, Paris, Les ditions de Minuit, 1985.
FINN, David. How to visit a museum, New York, Harry N. Abrams Publishers,
1985.
KLEIN, Larry. Exhibits: Planning and Design, New York, Madison Square Press,
1986.
LON, Aurora. El museo: teoria, praxis y utopia, Madrid, Ed. Catedra, 1978.
LIMA, Luiz C. (org), Teoria da Cultura de Massa. Rio de Janeiro, Ed. Saga,
1969.
QUIROGA, A., Proceso de Constituicin del Mundo Interno, Ed. Cinco, 1980.
VENNCIO FILHO, F., Funo Educativa dos museus. Estudos Brasileiros. Rio
de Janeiro, Tip. Mendes de Almeida, 1938.
Dissertaes e teses
Artigos
HILKE, D.; HENNINGS, E.C. & SPRINGUEL, M., "The impact of interative
software on visitor's experiences: a case study". ILVS Review,
Milwaukee, 1 (1), 1988.
LINTON, J., YOUNG, G., ERNST & YOUNG and THE AUDIENCE RESEARCH
CONSORTIUM "A Survey of Visitors at an Art Gallery, Cultural History
Museum, Science Center and Zoo" in ILVS Review, 2(2):239-259, 1992.
MENGIN, A. "La recherche d'une typologie des publics la Cit des Sciences
et de l'Industrie" in Publics & Muses, Lyon, 3:47-65, 1993.
MILES, R.S., "Exhibit Evaluation in the British Museum (Natural History)". ILVS
Review, Milwaukee, 1 (1), 1988.
MUNLEY, M.E. "Asking the right questions: evaluation and the museum
mission" in Museum News, 64(3):18-23, 1986.
SCREVEN, C.G. "Uses of Evaluation Before, During and After Exhibit Design"
in ILVS Review, 1(2):36-66, 1990.
SHETTEL, H. & MUNLEY, M.E. "Do museum studies programs meet evaluation
training needs?" in Museum News, 64(3):63-69, 1986.
Outros
Anais del Seminrio Latino Americano y del Caribe, CECA/ICOM, Cuenca, abril
de 1991.
ANEXO
I
"REINO ANIMAL"
"SURUCUCU-DO-PANTANAL"
"CANINANA"
"PAPA-PINTO"
(1)
Frase destacada em letras vermelhas.
(2)
Todos os textos aqui apresentados foram copiados das etiquetas, painis,
cartazes da exposio. Este texto introdutrio do tema da exposio est
acompanhado por sua traduo em ingls. A maioria dos textos das etiquetas est
traduzida no museu, exceto os textos em linguagem coloquial, em que os animais
"falam" para os visitantes.
II
FOTO 1: ENTRADA
"LAGARTOS"
"RPTEIS
Os rpteis so uma Classe dos Vertebrados.
Possuem a pele coberta por escamas, s vezes tambm placas (crocodilos) ou carapaa (tartarugas). Tm a
respirao pulmonar. So animais pecilotrmicos: sua temperatura corporal depende de recursos externos de calor.
So Rpteis as tartarugas, os jacars e crocodilos, a tuatara, os lagartos e serpentes."
----CHELONIA
----CROCODILIA
"REPTILIA------------RHYNCHOCEPHALIA LACERTILIA
----SQUAMATA--------------------SERPENTES*"
"Os anfbios so vertebrados cobertos por pele glandular sem escamas. Sua temperatura corporal depende da
temperatura do ambiente. So animais ectotrmicos. Alguns tm quatro patas (pererecas, rs, sapos e salamandras).
Outros, so podes, no tm patas (ceclias). Os ANURA (rs, pererecas e sapos) perdem a cauda quando adultos.
Veja a vitrine sobre Reproduo de Anfbios."
(3)
No ms de setembro/93 no havia qualquer animal aqui, j em novembro/93 havia
dois jacars. Em maro de 94 havia sete.
(4)
Uma placa indica que est em conserto e no h animal neste terrrio.
IV
FOTO 3: LAGARTOS
FOTO 4: ANFBIOS
V
"SAPO UNTANHA
NS, DESTE TIPO DE ANFBIOS GOSTAMOS DE VIVER ENTERRADOS. VEJA, TAMBM, COMO SOU VERDE.
POR ESTE MOTIVO SOU CONFUNDIDO COM A VEGETAO. ISTO SE CHAMA CAMUFLAGEM OU
MIMETISMO. VOC PODE ME ENCONTRAR EM VRIOS LUGARES DO BRASIL; E, EM CADA UM DELES
POSSO RECEBER UM NOME POPULAR DIFERENTE. AT ME CHAMAM DE SAPO-BOI, UNTANHA, INTANHA
ETC. MAS, NA REALIDADE, SOU UMA GRANDE R. SEMPRE INTERESSANTE CONHECER O NOME
CIENTFICO DOS SERES VIVOS. ELES SO ESCRITOS EM GREGO OU LATIM E NUNCA MUDAM. O MEU
NOME CIENTFICO : Ceratophrys varia. O NOME DE VOCS, HUMANOS, : Homo sapiens."
"SAPO UNTANHA
A TURMA DAQUI DO MUSEU ME CHAMA DE CORNELIUS. PORQUE TENHO ESTES DOIS CHIFRINHOS
NAS PLPEBRAS. NS, RS, PERERECAS, SAPOS, SALAMANDRAS E ALGUMAS COBRAS-CEGAS (AS
CECLIAS), SOMOS ANFBIOS. CHAMAMOS ANFBIOS PORQUE NASCEMOS NA GUA E VIVEMOS NA
TERRA (ANFI=DUPLA; BIO=VIDA). DEPENDEMOS DA GUA DURANTE TODA A VIDA, PORISSO VIVEMOS EM
REGIES MIDAS, DE MATAS, DE BREJOS, BEIRAS DE RIO E LAGOAS. NOSSA PELE PRECISA ESTAR
SEMPRE MIDA, PORQUE RESPIRAMOS, TAMBM, POR ELA, ALM DE PELOS PULMES. SABE, NS,
TAMBM, ESTAMOS AMEAADOS PELA POLUIO DO AR E DA GUA. VOC PODE NOS AJUDAR,
FALANDO SOBRE ISTO AOS SEUS AMIGOS, PROMOVENDO CAMPANHAS NA SUA ESCOLA; ENSINANDO
COISAS BOAS AOS ADULTOS..."
"SAPO
ABRA-KADABRA!!!
EU ERA UM PRNCIPE MAC SAP, MAS UMA BRUXA ME ENCANTOU...COACH! COACH! COACH! AT QUE EU
SOU BONITINHO, N? ADORO A VIDA NOTURNA. NOITE FICO CANTANDO (COAXANDO) NOS BREJOS E
LUGARES MIDOS; E, COMENDO, PRINCIPALMENTE, INSETOS. SOU MUITO TIL EM HORTAS E
PLANTAES. ONDE H SAPOS NO H INSETOS. COACHO PARA CHAMAR UMA FMEA PARA
"NAMORAR", OU PARA MOSTRAR QUE AQUELE LUGAR MEU (PARA MARCAR MEU TERRITRIO). NUM
BREJO, SEI QUANTOS SAPOS DA MINHA ESPCIE ESTO POR PERTO, PORQUE CADA ESPCIE TEM UM
CANTO PRPRIO, CADA UM DE NS COACHA DIFERENTE."
"SAPO
NS, OS SAPOS, TEMOS UMA GLNDULA DE VENENO NA PELE, ATRS DE CADA OLHO. ISTO NOS
PROTEGE. PORQUE SE NOSSOS INIMIGOS QUISEREM NOS COMER, TERO GRAVES PROBLEMAS DE
ENVENENAMENTO. SOMOS VENENOSOS, MAS DIFERENTES DAS ABELHAS, ARANHAS E ALGUMAS
SERPENTES, QUE PODEM INJETAR SEU VENENO. TODOS ESSES ANIMAIS SO PEONHENTOS, NS
NO S CAUSAMOS ENVENENAMENTO QUANDO NOSSAS GLNDULAS SO APERTADAS E SOLTAM O
VENENO QUE ENTRA NA BOCA OU OLHO DE ALGUM ANIMAL. AH! DIZEM QUE NOSSO XIXI VENENOSO.
NO ACREDITE NISTO. FAZEMOS XIXI QUANDO ESTAMOS ASSUSTADOS, ORA!..."
"Os sapos so venenosos mas s conseguem causar envenenamento quando suas glndulas de veneno so
pressionadas por outro animal, ocorrendo assim a liberao da substncia txica.
Algumas pererecas, gnero Dendrobates, possuem na pele um muco com uma substncia muito txica que causa
envenenamento somente quando tocada por outro animal."
O segundo texto:
"Certos organismos so capazes de produzir (sintetizar) substncias txicas (veneno) a outros organismos. Esse
"veneno" pode ser fatal para alguns animais e inofensivo para outros. Quando um animal que produz veneno
consegue fazer com que essa substncia txica seja injetada em outro animal, dizemos que trata-se de um animal
PEONHENTO (ex.: abelha, algumas serpentes, etc.). Outros, apesar de possurem veneno, no conseguem
"envenenar" suas vtimas, pois no possuem mecanismos para a inoculao. A estes animais chamamos de NO
PEONHENTOS (ex.: sapos, grande maioria das serpentes, etc.).
Assim, o fato de um animal ser venenoso no indica que ele seja peonhento."
"Todos os animais tm um tipo de comportamento que une machos e fmeas para a reproduo.
VII
A maioria dos peixes pe seus ovos na gua. Os machos depositam esperma sobre os vulos das fmeas
(fertilizao externa). Os embries se desenvolvem na gua, obtendo seu alimento da gema do ovo."
"Algumas espcies de peixes sobem rios para a postura de seus ovos. o fenmeno da piracema."
"O comportamento sexual dos anfbios inclui o canto (coaxar) dos machos atraindo fmeas."
"Nos anfbios no existe uma cpula, porque a fecundao externa, como nos peixes. Porm, executam um
amplexo (abrao)."
"Os ovos se desenvolvem na gua, nascendo uma larva chamada girino. Os girinos sofrem metamorfose, resultando
no adulto. O tempo de metamorfose varia conforme a espcie e a temperatura da gua, sendo em mdia de 90 dias."
Animais terrestres precisam de um esqueleto (como os vertebrados), ou de uma carapaa (como as aranhas e
insetos), ou de uma concha (como os caracis) para sustentar o corpo fora da gua.
E precisam evitar o ressecamento (perda de gua), tendo:
- uma pele coberta;
- fertilizao interna, onde o macho coloca os espermatozides dentro da fmea;
- um ovo com casca que protege o embrio e previne a perda de gua."
"A maioria dos rpteis, todas as aves e duas espcies de mamferos (ornitorrinco e pangolim) pem ovos. So
ovparos.
Fertilizao interna ocorre antes da postura."
"Os rpteis machos tm comportamentos que atraem fmeas, como a exibio de cores dos lagartos. Ou seguem
trilhas de odor deixadas por fmeas, como ocorre entre as serpentes."
"Em algumas espcies de rpteis e peixes, os embries se desenvolvem dentro do corpo da me. O ovo no tem
casca. Estas espcies so chamadas ovovivparas. Desenvolvimento interno uma adaptao que protege o embrio
do ambiente externo. A ecloso (nascimento) logo aps a postura."
VIII
O cuidado prole (aos filhotes) outro tipo de adaptao que ajuda a sobrevivncia dos jovens. Esta adaptao
comum em aves e mamferos.
Os embries da maioria dos mamferos se desenvolvem dentro do corpo da me que lhes fornece alimento atravs da
placenta."
"O ovo de animais terrestres tem uma casca que protege o embrio de perda de gua, batidas, bactrias, sujeira, e
permite a entrada e sada de ar. Dentro da casca, quatro membranas cobrem o embrio que flutua num fluido (lquido
amnitico). A gema o suprimento de alimento."
"Em muitas espcies de aves, os machos tm a plumagem mais colorida. um sinal sexual para as fmeas das
mesmas espcies e um sinal para que outros machos fiquem fora de seus territrios."
"O cuidado prole parece estar relacionado ao nmero de filhotes. Animais que produzem pequeno nmero de
filhotes tm grande cuidado parental. Aves preparam ninhos e fornecem alimentos aos filhotes."
"Nos mamferos, as mes amamentam os filhotes. Possuem glndulas mamrias que fornecem leite. Muitas fmeas
tambm limpam seus filhotes e os ensinam."
"O embrio de um mamfero flutua num fluido (lquido amnitico). Parece ser ainda aqutico. O cordo umbilical liga o
embrio placenta por onde passa o alimento e o oxignio da me ao filho. Este cordo cortado no parto."
IX
FOTO 5: REPRODUO
FOTO 6: REPRODUO
X
"A gestao mais curta ocorre nos mamferos marsupiais (com bolsa). Os filhotes nascem pouco desenvolvidos,
passando um perodo na bolsa da me."
"Os embries de muitos grupos de animais so parecidos. Todos os embries de vertebrados tm uma cauda e um
corao com duas cmaras em algum momento do desenvolvimento. Isto sugere que os vertebrados tiveram um
ancestral comum."
"Prezado visitante
Os mamferos so considerados os mais evoludos dos animais. Ns, humanos, nos dizemos o "supra-sumo" deste
grupo. Apesar de nossas habilidades e inteligncia, ns, humanos do Museu, no conseguimos terminar esta exibio
de reproduo de mamferos a tempo de inaugur-la a contento. Desculpe-nos!
Estamos trabalhando arduamente para isto.
ASS. Mamferos do Museu.
"OVOS
ALGUMAS DE NS, COBRINHAS, NASCEMOS DE OVOS. SOMOS OVPARAS. NASCEMOS DEPOIS DE 3 A 3,5
MESES QUE NOSSAS MES BOTAM OS OVOS FECUNDADOS. NOSSOS OVOS SO DIFERENTES DOS QUE
VOC CONHECE (DE GALINHA, DE CODORNA, DE AVES ENFIM). A CASCA DOS NOSSOS MOLE, COMO
UMA CAPA DE PLSTICO. QUANDO A MAME NOS BOTA, S VEZES, FORMAMOS UM CACHO DE OVOS,
TODOS GRUDADOS UNS NOS OUTROS. QUANDO VAMOS NASCER NO QUEBRAMOS OS OVOS, MAS
RASGAMOS SUAS CASCAS COM UM DENTINHO ESPECIAL CHAMADO "DENTE-DE-OVO" QUE CAI LOGO
QUE RASGAMOS AS CASCAS. COMPLICADO, N? MAS, ESTA A NICA MANEIRA QUE SABEMOS
NASCER!...
AH! UMA CURIOSIDADE: NOSSOS OVOS QUASE QUE S TM GEMA, QUE A PARTE MAIS RICA EM
NUTRIENTES PARA O FETO."
"Filhotes
Estas pequenas serpentes so filhotes de espcies brasileiras e de outros pases ou regies. So exemplos da
criao que ocorre neste Museu, para que voc possa conhecer estes animais, preservando-os na Natureza. As
serpentes so animais muito sensveis, exigindo muitos cuidados especiais e sendo de difcil manuteno em
cativeiro. Os filhotes nascem capazes de sobreviver sem os cuidados da me."
"INCUBAO
NOSSA INCUBAO DEPENDE DA TEMPERATURA E UMIDADE DO MEIO AMBIENTE. NOSSA ME NO
CHOCA OS OVOS. ELA NO TEM TEMPERATURA CORPORAL CONSTANTE COMO AS AVES. AS COBRAS
SO PECILOTRMICAS (NOSSA TEMPERATURA DEPENDE DO MEIO AMBIENTE) POR ISSO UMA BOA
PARTE DE NS, MORRE MESMO ANTES DE NASCER. AQUI NO MUSEU, OS CIENTISTAS COLOCAM
AQUECEDORES, UMIDADE E LUZES QUE IMITAM A LUZ SOLAR PARA QUE POSSAMOS NASCER
DIREITINHO. QUALQUER MODIFICAO NO MEIO AMBIENTE PODE PROVOCAR DEFORMAES NO FETO.
ESSE PROCESSO SE CHAMA TERATOGNESE. O QUE VOC V AQUI NESTES "TERRRIOS-
INCUBADORES" PARTE DA GRANDE QUANTIDADE DOS OVOS QUE O MUSEU CHOCA. LEGAL, N?"
"ALIMENTAO
VOC MAMAVA QUANDO ERA NENENZINHO. NS, COBRINHAS, NO MAMAMOS E TEMOS DE NOS VIRAR
SOZINHAS PARA NOS ALIMENTAR. DESDE QUE NASCEMOS, NOSSAS MES NO CUIDAM DE NS. UM
PROBLEMA PARA OS CIENTISTAS DAQUI DO MUSEU DESCOBRIR QUAL O TIPO DE ALIMENTO QUE UMA
COBRINHA COME QUANDO NASCE NA NATUREZA. MUITAS DE NS NOS ALIMENTAMOS DE LARVAS DE
INSETOS; OUTRAS COMEM INSETOS ADULTOS; GIRINOS (FILHOTES DE ANFBIOS); PERERECAS;
SAPINHOS; LAGARTIXAS; RATINHOS RECM-NASCIDOS OU PASSARINHOS, AINDA SEM PENAS. MAS, UMA
COISA CERTA: S COMEMOS PROTENAS ANIMAIS. NO EXISTE NO MUNDO UMA COBRA QUE SEJA
VEGETARIANA.
SABE, AQUI NO MUSEU, AT QUE A "GENTE" TEM UMA VIDINHA BEM LEGAL! OS HUMANOS NOS TRATAM
MUITO BEM: COMEMOS A CADA 15 DIAS, QUE O TEMPO DA NOSSA DIGESTO."
"ALIMENTAO FORADA
QUANDO NS, FILHOTES, EMBIRRAMOS E NO COMEMOS POR NS MESMOS, OS CIENTISTAS DAQUI DO
MUSEU FICAM MUITO PREOCUPADOS E TENTAM DE TUDO PARA MANTER-NOS GORDINHOS, SADIOS E
BEM TRATADOS. S VEZES, ELES COMPRAM MOELA DE GALINHA, PEIXE E CARNE DE BOI NO MERCADO
E FAZEM DELES LONGAS FATIAS, QUE SO ENFIADAS EM NOSSA BOCA, JUNTO COM REMDIOS PARA
"ABRIR APETITE" E NOS DO VITAMINAS NECESSRIAS AO NOSSO CRESCIMENTO. NS NO
GOSTAMOS, FAZEMOS DENGO, CARA FEIA, JOGAMOS TUDO FORA, MAS ENGOLIMOS ASSIM MESMO;
AT QUE COMEAMOS A TOMAR GOSTO POR ESSE HBITO TO BOM, QUE O HBITO DE COMER.
VOC QUE QUER CRESCER COMO NS E FICAR ASSIM COM SADE E BEM GRANDO, COMA O QUE
SEUS PAIS OFERECEM. VOCS TM MUITA SORTE EM PODER COMPRAR TUDO O QUE PRECISAM EM
SUPERMERCADOS."
XII
FOTO 7: BERRIO
"BIOMETRIA
TODOS NS, OVOS E FILHOTES, BOTADOS E NASCIDOS NO BIOTRIO DO MUSEU (BIOTRIO=LUGAR
ONDE SE GUARDA A VIDA, ANIMAIS VIVOS), PASSAMOS A CADA 15 DIAS PELO QUE OS CIENTISTAS
CHAMAM DE BIOMETRIA (BIO=VIDA; METRO=MEDIDA). ISTO QUER DIZER QUE ELES NOS PESAM; MEDEM
O NOSSO CORPO DA CABEA PONTA DA CAUDA; DEPOIS MEDEM S A CABEA, A PESAM A COMIDA.
QUANDO TUDO ISTO EST FEITO, ELES FAZEM UNS GRFICOS E COMPARAM NOSSO CRESCIMENTO
COM OS DE NOSSOS IRMOS. QUALQUER MODIFICAO UM SINAL DE ALERTA PARA OS CIENTISTAS
DO MUSEU. PODE SER DOENA, STRESS, MODIFICAO DO CLIMA, COMIDA ERRADA ETC. VIU QUE
BONITINHOS?"
"VENENO
GOZADO! TODOS OS HUMANOS ACHAM QUE FILHOTES DE SERPENTES SO INOFENSIVOS, QUE
PODEM FAZER-NOS DE "GATO E SAPATO"; QUE PODEM DEITAR E ROLAR; USAR E ABUSAR DE NS...S
QUE VOCS NO SABEM QUE QUANDO NASCEMOS J TEMOS VENENO E, S VEZES, AT MUITO MAIS
TXICO QUE O DOS NOSSOS PAIS QUE SO ADULTOS. POR ACASO VOC NO TINHA SALIVA QUANDO
NASCEU? SABE, QUANDO SOMOS PEQUENOS COMEMOS ALGUNS ANIMAIS QUE PRECISAM DE VENENO
MAIS POTENTE PARA SEREM CAADOS; POR ISSO UM ACIDENTE PROVOCADO POR FILHOTE, S VEZES
MAIS GRAVE QUE O PROVOCADO POR UM ADULTO DA MESMA ESPCIE. PORTANTO, MEU AMIGO
HUMANO, CUIDE-SE! SOMOS PEQUENINOS MAS TEMOS VENENO MUITO FORTE, T! MAS, NEM POR ISTO
SOMOS VILES DA NATUREZA, N?"
"OPISTGLIFA"
"PROTERGLIFA"
"SOLENGLIFA"
"CRNIO HUMANO"
"MUITAS ESPCIES DE SERPENTES POSSUEM DENTES MAXILARES ESPECIAIS PARA INJETAR SEU
VENENO"
COLUNA 33 311
COSTELAS 24 482
MEMBROS 23 0
TOTAL 108 838
O nmero de ossos nas serpentes varia com a espcie e com os indivduos".
"A MARCA(5) INDICA O MAXILAR QUE ALOJA, ALM DA PRESA DE VENENO, A FOSSETA LOREAL,
CARACTERSTICA DAS SERPENTES SOLENGLIFAS DAS AMRICAS."
"NOS VERTEBRADOS, CADA OSSO TEM UM LUGAR, UMA FORMA E FUNO, COMO CADA COMPONENTE
DE UM RELGIO."
(5)
Uma seta vermelha na etiqueta e no esqueleto indicam a regio citada.
XVI
"REPARE QUE A CAIXA CRANIANA - PARTE DO CRNIO QUE ENVOLVE O CREBRO - MAIS ROBUSTA
NOS MAMFEROS DO QUE NAS SERPENTES."
"UMA VRTEBRA SE UNE OUTRA POR 5 PONTOS BSICOS DE CONTATO. AQUI PODEMOS VER A
REGIO ANTERIOR DE UMA VRTEBRA (1) E A REGIO POSTERIOR DA VRTEBRA SEGUINTE (2), ONDE
CORES IGUAIS CORRESPONDEM AOS PONTOS DE CONTATO ENTRE ELAS"
"UM FRAGMENTO DE COLUNA, CORTADO AO MEIO, MOSTRANDO O CANAL QUE ABRIGA A MEDULA (EM
AZUL). PERCEBE-SE NITIDAMENTE O PERFEITO ENCAIXE ENTRE AS VRTEBRAS. (DUAS VRTEBRAS
FORAM TINGIDAS DE AMARELO)."
"CADA DUAS COSTELAS CORRESPONDEM A UMA ESCAMA VENTRAL. AS COSTELAS FAZEM PARTE DO
MECANISMO DE LOCOMOO DAS SERPENTES. MSCULOS E COSTELAS EM MOVIMENTO FAZEM A
SERPENTE SE LOCOMOVER."
"A LTIMA VRTEBRA DAS CASCAVIS TEM UM BOTO SSEO QUE RETM PARTE DA PELE QUE SE
SOLTA EM CADA MUDA. ESTA FRAO DE PELE ENRIJECE, FORMANDO, A CADA MUDA, UM ANEL DO
CHOCALHO. UMA CASCAVEL MUDA DE PELE 3 A 4 VEZES POR ANO. MAS, MUITOS ANIS COSTUMAM SE
PERDER."
"ANIS TINGIDOS".
"A ESTRUTURA BSICA DO ESQUELETO DOS VERTEBRADOS MOSTRA CINTURAS, PEITORAL E PLVICA,
QUE LIGAM OS MEMBROS COLUNA. AS SERPENTES NO APRESENTAM MEMBROS, NEM CINTURAS.
PORM, ALGUMAS, COMO AS JIBIAS, SUCURIS, PTONS, POSSUEM MEMBROS POSTERIORES E
CINTURA PLVICA VESTIGIAIS.'
"AS SERPENTES, ALM DE DENTES FIXOS AOS OSSOS MAXILARES, POSSUEM DENTES DE REPOSIO
(EM VERMELHO) AINDA NO SOLDADOS AO OSSO. PODEM REPOR DENTES AO LONGO DA VIDA."
"A POSIO DAS PRESAS INOCULADORAS NA BOCA DAS SERPENTES NOS DIZ SE ELAS PODEM OU NO
INJETAR O VENENO, FACILMENTE. AS COM PRESAS POSTERIORES TM DIFICULDADES; AS COM
PRESAS ANTERIORES PODEM INJETAR FACILMENTE A PEONHA."
"SERPENTES PEONHENTAS
POSSUEM DENTES OCOS ESPECIALIZADOS PARA INOCULAR VENENO".
"CONSIDERADAS NO PEONHENTAS
APESAR DE POSSUIREM DENTE INOCULADOR, DIFICILMENTE INJETAM VENENO DEVIDO AO
POSICIONAMENTO POSTERIOR DO DENTE."
"NO PEONHENTAS
NO POSSUEM DENTES INOCULADORES DE VENENO, PODENDO APRESENTAR OUTROS DENTES
MAIORES, PORM MACIOS".
Esta uma grande vitrina retangular que pode ser observada pelos
quatro lados e que contm muitas informaes para que o visitante
perceba as estruturas sseas em relao aos sistemas de
inoculao de veneno, alimentao, reproduo e locomoo dos
animais em questo.
"Surucucu"
"Cascavel"
"Caissaca"
"Coral"
"Periquitambia"
"Uma pequena quantidade de veneno injetada no cavalo, cujo organismo reage formando anticorpos que combatem
a substncia estranha (veneno)" (Inoculao veneno em cavalo)
"So retirados alguns litros de sangue de cada cavalo inoculado. Separando-se os glbulos sanguneos, o que resta
o plasma com anticorpos" (Separao do plasma do sangue)
"O plasma sanguneo tratado e testado qumica e biologicamente, resultando no soro especfico" (Fermentao)
"Existem soros que combatem venenos de animais, como cobras, aranhas e escorpies, e outros que atuam contra
toxinas produzidas por bactrias, como a causa do ttano." (Ampolamento)
Os conceitos de cabea triangular e olho com pupila em fenda vertical (olho-de-gato), para a identificao de
serpentes peonhentas, no so vlidas para o Brasil (s para a Europa). Confira isto nesta SALAMANTA, que no
peonhenta. Na luz solar, as escamas da Salamanta apresentam um fenmeno chamado iridescncia (furta-cor), da
seu nome popular de Boa arco-ris. Repare que as cobras tm um buraco na ponta do focinho: uma fenda na linha dos
lbios."
"SALAMANTA
POR CAUSA DESTES DESENHOS NO MEU CORPO, O PESSOAL DO MUSEU ME CHAMA DE BOLINHA. SOU
DA FAMLIA DA JIBIA. CAO APERTANDO O ANIMAL (ISTO CHAMA-SE CONSTRICO); MAS NO SOU M.
POR SER ASSIM TO BONITA, SOU UM ANIMAL EM EXTINO, COMO O JACAR. SOMOS CAADOS PARA
FAZEREM SAPATOS E BOLSAS DE NOSSA PELE. VOC ACHA ISSO JUSTO? VOC QUE EST VISITANDO O
MIB MUSEU DO INSTITUTO BUTANTAN, PODE FAZER MUITO POR MIM E POR MINHAS COLEGAS NA
NATUREZA. PODE CONTAR A SEUS AMIGOS QUE COBRA NO VILO! NS TEMOS UM PAPEL NA
NATUREZA. POR EXEMPLO: NS COMEMOS OS RATOS. RATOS TRANSMITEM DOENAS MORTAIS AOS
HUMANOS. PENSE NISTO!..."
Toda serpente produz na boca uma substncia txica (veneno). Porm, poucas tm capacidade de injet-la, porque
no possuem dentes especializados para isso. O veneno desta serpente, misturado saliva, s serve na digesto do
alimento e no para caar. CANINANAS so inofensivas e costumam inflar o "papo" quando irritadas. Toda serpente
explora o ambiente onde vive, colocando vrias vezes a lngua para fora. Elas no precisam abrir a boca, pois a lngua
sai pelo buraquinho na ponta do focinho (FENDA SINFISIAL)."
"CANINANA
SOU NINA. GOSTO MUITO DE VIVER EM RVORES, PORISSO, RECEBO O NOME DE ARBORCOLA OU
DENDRCOLA. ALIMENTO-ME, PRINCIPALMENTE, EM CIMA DE RVORES, DE PSSAROS; MAS GOSTO DE
RATOS, TAMBM. TODAS NS, AS COBRAS, SOMOS CARNVORAS. NO IMPORTA SE COMEMOS
VERTEBRADOS OU INVERTEBRADOS, S COMEMOS PROTENA ANIMAL. POR EXEMPLO: MINHAS
COLEGAS DAS GAIOLAS PEQUENAS, DA AO LADO, SO INTERESSANTES! A DORMIDEIRA S COME
LESMAS E CARAMUJOS. A COBRA D'GUA COME PEIXES. SABE QUE COM O ODOR DAS NOSSAS FEZES
(COC) NS DEMARCAMOS O NOSSO TERRITRIO?!..."
A BOIUBU ou COBRA VERDE no considerada peonhenta porque seus dentes inoculadores esto localizados na
parte posterior do maxilar (no fundo da boca), dificultando o envenenamento. Por, seu veneno, se injetado, txico
ao homem. No cu da boca das serpentes existe um rgo com dois orifcios nos quais se encaixam as duas pontas
da lngua. Esta estrutura - rgo de Jacobson - recebe as partculas de odor fornecendo informaes ao crebro para
anlise das mesmas."
"BOIUBU
EU SOU A FIL. SOU VERDE PORQUE NO AMADURECI. (FOI S UMA PIADINHA. HI! HI! HI!) OLHE BEM
PARA MIM! VOC TEM OLHOS? EU, TAMBM! VOC TEM BOCA E NARIZ? EU, TAMBM! PUXA, SOMOS
PARECIDOS!!! E, OUVIDOS, VOC TEM? POIS, EU NO TENHO! COMO TODA COBRA, EU SOU SURDA. EU
NO OUO NADA, MAS SINTO QUANDO VOC CHEGA PERTO DE MIM, PORQUE O CHO TREME. EU
SINTO ESSE TREMOR PELO MEU ESQUELETO EM CONTATO COM O CHO. MINHA LNGUA BFIDA
(DIVIDIDA NA PONTA) E, COM ELA, CONSIGO SENTIR CHEIROS, QUE O SEU NARIZ HUMANO NO
XXIV
CONSEGUE. AH! S UM POUCO DE AULA DE ANATOMIA: NS, COBRAS TEMOS CREBRO, CORAO,
PULMO, RINS, FGADO, PNCREAS, INTESTINOS; MAS TUDO ISSO COMPRIDO PARA CABER NO
NOSSO CORPO CILNDRICO, T?!"
"PARELHEIRA
EU SOU GONI. VOC DEU DOIS PASSOS, DA GAIOLA A DO LADO, AT AQUI NA MINHA. VOC TEM
PERNAS PARA ISSO! EU SOU UMA SERPENTE, NO TENHO PERNAS, NEM BRAOS; AS SERPENTES SO
ANIMAIS PODOS (A=AUSENTE; PODO=P). mAS, EU ANDO!!! OU, MELHOR: ME LOCOMOVO...USO MINHAS
COSTELAS E MEUS MSCULOS PARA REPTAR (O VERBO REPTAR SIGNIFICA RASTEJAR OU ANDAR COM
A BARRIGA PERTO DO CHO). DA O NOME DA MINHA "TURMA": SOMOS TODOS RPTEIS. APESAR DE
SEREM PODAS, AS COBRAS DOMINAM TODOS OS AMBIENTES: SUBTERRNEO, AQUTICO, MARINHO,
TERRESTRE E AREO (ARBORCOLA). AGORA, IMAGINE-AS LIVRES NA NATUREZA. BELEZA, N?
As FALSAS CORAIS so semelhantes s corais verdadeiras, sendo muitas vezes diferenciadas apenas pela dentio
(repare as figuras). Ambas encontram-se debaixo das folhas, pedras e troncos cados, ou mesmo enterradas em solos
midos. Repare na cabea das serpentes. Voc observar que elas no apresentam ouvidos externos. Elas no so
capazes de captar ondas sonoras como a fala e a msica. Percebem vibraes (tremores) no solo como as
provocadas por passos.
"FALSA CORAL
NS TODAS, DESTE ESPAO, SOMOS AS CORALETES. TEMOS UMA COISA EM COMUM. TODAS TEMOS
ANIS VERMELHOS NO CORPO. SABE QUANTAS NS SOMOS? MAIS DE DUZENTAS ESPCIES ENTRE AS
CORAIS VERDADEIRAS E FALSAS. SABE POR QUE NOS CHAMAM DE FALSAS E VERDADEIRAS? VOU
EXPLICAR: TODAS NS TEMOS VENENO; ALGUMAS DE NS TM VENENO MAIS FORTE; OUTRAS, MAIS
FRACO. ALM DISSO, ALGUMAS DE NS TM DENTES COM CANAIS QUE PERMITEM A PASSAGEM DO
VENENO. ESSES DENTES ESTO NA FRENTE DA PARTE SUPERIOR DA BOCA (SO VERDADEIRAS).
OUTRAS NO TM DENTES COM CANAIS; OU, OS TM NO FUNDO DA BOCA, COMO NS (ESSAS, POR
ESSE MOTIVO, SO CHAMADAS FALSAS). ENTENDEU?"
XXV
Na Natureza, podemos encontrar espcies muito parecidas. Elas se imitam na forma, cor, cheiro ou gosto. Esta
imitao se chama MIMICRIA. Pode haver, tambm, mimicria comportamental: algumas Falsas Corais, quando
irritadas, levantam a cauda e a enrolam, como as Corais verdadeiras. As serpentes captam vibraes (tremores) pelas
mandbulas que ficam apoiadas no solo. Estas tambm vibram e, atravs de um pequeno osso, estes estmulos
chegam ao crebro."
"FALSA CORAL
TAMBM SOU CORALETE. SE VOC EST NOS VENDO FORA DA TERRA, TEM MUITA SORTE. GOSTAMOS
DE VIVER ENTERRADAS EM FOLHAS SECAS, OU EMBAIXO DA TERRA. SABE POR QUE? QUE NOSSA
COR VERMELHA CHAMA MUITO A ATENO DE NOSSOS PREDADORES (OS ANIMAIS QUE NOS ATACAM).
APESAR DE NO SERMOS PEONHENTAS COMO NOSSAS "PRIMAS", A AO LADO, TEMOS HBITOS E
COLORIDOS MUITO PARECIDOS. ISTO SE CHAMA MIMICRIA. ESTE O JEITO DO "PARECE QUE , MAS
NO ". SOMOS VENENOSAS, MAS NOSSO VENENO FRACO E NO PODE SER INJETADO, COM
FACILIDADE, COMO NAS CORAIS VERDADEIRAS. HUM! VOU CONTAR UM SEGREDINHO: ALGUMAS DAS
CHAMADAS FALSAS TM VENENO MUITO POTENTE. PORTANTO, NUNCA BRINQUE CONOSCO!!!"
As CORAIS so serpentes de pouca agressividade, oferecendo perigo somente quando molestadas. Como as suas
presas de veneno so fixas, imveis, na parte anterior da boca, elas mordem ao invs de picar. Nunca tente capturar
uma Coral com as mos. O envenenamento sempre grave e pode causar a morte em pouco tempo. Alm do olfato
e da "audio", as serpentes contam com a viso para orientar-se. Muitas cobras noturnas utilizam formas auxiliares
de percepo de imagens."
"CORAL VERDADEIRA
EU SOU A SERPENTE MAIS PERIGOSA DO BRASIL. SOU VENENOSA (PRODUZO VENENO MUITO ATIVO) E
POSSO INJET-LO COM FACILIDADE, PORISSO SOU PEONHENTA. TENHO DENTES CANALICULADOS NA
FRENTE DA BOCA. MEU VENENO AGE NO SISTEMA NERVOSO DO HOMEM, PODENDO LEV-LO MORTE
EM POUCO TEMPO. MAS, NO SE ASSUSTE! VIVO ENTERRADA, SOU PACATA E S MORDO OS
"TROUXAS", QUE ME PEGAM NA MO, DIZENDO QUE SO ENTENDIDOS E QUE NO SOU PEONHENTA.
PORTANTO, CONSELHO DE QUEM SABE: NUNCA PEGUE UMA COBRA NA MO, PRINCIPALMENTE SE ELA
TIVER VERMELHO NO CORPO! E, CUIDADO: NA AMAZNIA EXISTEM CORAIS VERDADEIRAS QUE NO
TM A COR VERMELHA NO CORPO; SO PRETAS COM ALGUNS PONTOS BRANCOS!"
Seu nome original era Crotalus mutus (chocalho mudo) porque, apesar de agitar a cauda, no tem guizo. Sua cauda
apresenta escamas eriadas (como a coroa de abacaxi). Suas escamas lembram os picos da fruta jaca, da seu nome
popular. a maior serpente peonhenta das Amricas. Um exemplar de grande porte pode dar um bote na altura do
peito de um homem adulto. A SURUCUCU e a CORAL so as nicas serpentes peonhentas ovparas das
Amricas."
XXVII
"SURUCUCU-PICO-DE-JACA
SOU A JAQUINHA. SOU A MAIOR SERPENTE PEONHENTA DAS AMRICAS. POSSO CHEGAR A 4,5M DE
COMPRIMENTO E, QUANDO DOU BOTES, SALTO, PROPORCIONALMENTE, MAIS ALTO QUE AS MINHAS
OUTRAS PRIMAS; PORQUE O NGULO DO MEU BOTE PODE CHEGAR A MAIS DE 45. ASSIM, COM 4,5M,
POSSO DAR UM BOTE NO PEITO DE UMA PESSOA DE ALTURA NORMAL. J, O MEU VENENO NO TO
POTENTE. POSSO INJETAR AT 7cm3 DE VENENO POR VEZ. J IMAGINOU? VOC PODE CONHECER UM
POUCO MAIS SOBRE MIM NA VITRINE DE OSSOS E NA DE REPRODUO.
AH! POR FAVOR, NO BATA NO VIDRO DAS GAIOLAS, T?!"
"SURUCUCU-PICO-DE-JACA
OS SERINGAIS SO LUGARES ONDE EXISTEM MUITOS MOSQUITOS. OS SERINGUEIROS DA AMAZNIA
QUEIMAM ESTERCO DE CAVALO OU DE VACA, EM BALDES METLICOS, QUE LEVAM NAS MOS, PARA
ESPANTAR OS MOSQUITOS, COM FUMAA FEDORENTA. COM OS DOIS BURAQUINHOS QUE EU TENHO
ENTRE OS OLHOS E AS NARINAS, EU PERCEBO O CALOR DO BALDE E DOU BOTES CERTEIROS ONDE
EST O FOGO. PORISSSO, NA AMAZNIA, ME CHAMAM SURUCUCU-DE-FOGO. AQUI, NO MUSEU, O
PESSOAL TRATA MUITO BEM DE MIM E DA MINHA TURMA. ELES DEMONSTRAM O SEU AMOR POR NS,
DANDO-NOS LUGARES IGUAIS AOS DE ONDE VIEMOS: COM PLANTAS, TERRA, AQUECEDORES E LUZ
PARECIDA COM A DO SOL. TURMA LEGAL, N? ENCONTRANDO ALGUM DELES, AGRADEA-OS POR
NS, T?!"
Crotalus, em latim; cascavel, em espanhol, significam CHACALHO. A maioria das serpentes, quando irritada, agita a
cauda. Como as cascavis apresentam um chocalho, produzem um som caracterstico. Devido presena de um
BURACO entre o olho e a narina, em cada lado da cabea, a CASCAVEL chamada de "cobra-das-quatro-ventas".
Repare nestes detalhes no exemplar do terrrio."
"CASCAVEL
EU SOU CASCA. SOU A MUSICISTA DA TURMA DAQUI DO MUSEU. A ME NATUREZA COLOCOU UM
CHOCALHO NA PONTA DO MEU RABO E COM ELE EU FAO UM BARULHO S MEU. O MEU NOME
INDGENA MARACAMBIA (MARAC=CHOCALHO; ~M BOI=COBRA). MEU VENENO MUITO FORTE E
AGE NO SISTEMA NERVOSO, NO SANGUE E NOS RINS DO HOMEM. PESSOA PICADA POR MIM FICA COM
CARA DE EMBRIAGADO E FAZ XIXI COR DE CAF, BEM ESCURO. PARA SABER MAIS SOBRE MIM, VEJA A
VITRINE DE OSSOS; L TEM UMA PARTE S SOBRE COMO FORMO O MEU CHOCALHO (OU Crotalus,
COMO SE DIZ EM LATIM). SABE QUE EU AJUDO MUITO OS HUMANOS? EU COMO RATOS QUE INFESTAM
AS ...AES DOS HOMENS! NA NATUREZA, TUDO TEM UTILIDADE! AT NS!!!"
"Bothrops jararaca
JARARACA
Famlia VIPERIDAE
Subfamlia CROTALINAE
Hbito noturno
Comprimento mximo - 1,2 m
Bothrops, em latim, significa BURACO. Repare que estas cobras tambm tm "4 ventas", como as cascavis. Todas
as serpentes com esses buracos pertencem subfamlia CROTALINAE. Esse buraco se chama FOSSETA LOREAL
(fosseta = pequena fossa; loreal = regio da cabea, frente dos olhos).
Os indivduos de uma mesma ninhada de JARARACA podem apresentar desenho e colorido variado. Nos Estados do
Sul do Brasil, esta a serpente que mais causa acidentes."
XXVIII
"JARARACA
AQUI, SOU CONHECIDA COMO PRIMA, PORQUE SOU TO COMUM E ME ENCONTRAM EM TANTOS
LUGARES, QUE AT BRINCAM COM AS PESSOAS DIZENDO QUE SO UMAS 'JARARACAS'. SABE POR
QUE? QUE EU CAUSO 85% DOS ACIDENTES POR COBRA (ACIDENTES OFDICOS) NA REGIO SUL DO
BRASIL. SOU PRIMA DA URUTU, DA CAIACA, DA JARARACUSSU, DA COBRA-PAPAGAIO. TODAS NS
PERTENCEMOS AO GNERO Bothrops. NOSSO VENENO AGE NO LOCAL DA PICADA E NO SANGUE. MATA
AS CLULAS E CAUSA HEMORRAGIAS.
GOSTAMOS MUITO DE VIVER EM BURACOS, EM SOMBRAS E LUGARES MIDOS. PORTANTO, NESSES
LUGARES, CUIDADO REDOBRADO!!!"
Esta espcie pode inocular muito mais veneno que os outros Bothrops do Sul do Brasil. Vive beira de lagoas, brejos
e rios. Esta e muitas outras cobras nadam muito bem. Todas as cobras brasileiras que apresentam FOSSETA
LOREAL so PEONHENTAS.
CUIDADO: as CORAIS verdadeiras so PEONHENTAS mas NO apresentam fosseta loreal. Veja terrrio de
coral."
"JARARACUSSU
SOU JUSSU, UMA DAS MAIORES PRIMAS DAS JARARACAS. QUANDO DOU BOTE EM ALGUM BICHO,
ACERTO SEMPRE. SABE POR QUE? POR CAUSA DESTE BURACO QUE NS TEMOS ENTRE OS OLHOS E
AS NARINAS. OS CIENTISTAS CHAMAM ESTES BURACOS COM O NOME QUE VOC PRECISA CONHECER:
FOSSETA LOREAL. COM AS FOSSETAS LOREAIS EU SINTO A TEMPERATURA DOS ANIMAIS QUE CHEGAM
PERTO DE MIM E OS ATACO. E, COMO J DISSE, MEU BOTE CERTEIRO, MESMO NOITE QUANDO SAIO
PARA CAAR. ASSIM COMO EU, TODAS AS COBRAS QUE TM FOSSETA LOREAL SO PEONHENTAS.
VEJA SE VOC CONSEGUE IDENTIFICAR, AQUI NO MUSEU, QUEM QUE TEM AS FOSSETAS LOREAIS,
ALM DE MIM. CUIDADO: AS CORAIS VERDADEIRAS NO AS TM!!!"
Entre os Bothrops uma das mais agressivas. Ao contrrio das outras, seu bote alcana mais do que um tero do
comprimento do seu corpo, num ngulo de 45. A FOSSETA LOREAL dos CROTALINAE um APARELHO TERMO-
RECEPTOR (recebe estmulos externos de calor) que forma uma "imagem" no crebro do animal. Pode perceber
variaes de temperatura de at 0,003 C."
"CAIACA
SOU CORISCO, PORQUE QUANDO DOU BOTES, PAREO UM RAIO. SOU AGRESSIVO, MUITO GIL. DOU
VRIOS BOTES SEGUIDOS, PORISSO ALCANO DISTNCIAS MAIORES QUE AS MINHAS PRIMAS, QUE S
DO BOTES DE UM TERO DE SEU COMPRIMENTO. SOU TUDO ISSO, MAS NO SOU VILO!!! S ATACO
QUANDO ME ATACAM, OU QUANDO ME TIRAM DO SRIO. MODSTIA PARTE, SOU MUITO BONITO COM
MEUS TONS ROSADOS E ASPECTO DE VELUDO, N? MINHAS PRIMAS DA FLORESTA AMAZNICA, EM
PASES DE LNGUA ESPANHOLA, RECEBEM O NOME VULGAR CARINHOSO DE TERCIOPELO (=VELUDO).
COMO TODAS AS COBRAS DE HBITOS NOTURNOS, TENHO OLHOS COMO OS DE UM GATO, COM PUPILA
EM FENDA VERTICAL. ESSE TIPO DE OLHO CONSEGUE VER MELHOR NO ESCURO, POIS A PUPILA SE
ABRE MAIS."
Famlia VIPERIDAE
Subfamlia CROTALINAE
Hbito noturno
Comprimento mximo - 0,80 m
Com ampla distribuio geogrfica, apresenta diversas subespcies, com grande variao de padronagem e
colorao. A fosseta loreal, por ser rgo bilateral, forma uma "imagem estereoscpica" no crebro da serpente, que
lhe permite uma focalizao da presa sua frente. Porisso, mesmo na muda de pele, quando a serpente est
praticamente cega por um lquido leitoso entre as duas peles (a velha e a nova), seu bote sempre certeiro."
"JARARACA PINTADA
SOU CHAMADA PINTADA PORQUE TENHO ESTES PONTOS AO LADO DO CORPO. MINHA TURMA EST
DISTRIBUIDA, PROPRIAMENTE, NO BRASIL TODO E EM ALGUNS PASES QUE FAZEM FRONTEIRA COM
ELE. PODEMOS SER UM POUCO DIFERENTES UMAS DAS OUTRAS, QUANDO SOMOS DE REGIES
DIVERSAS. ESSAS DIFERENAS NOS DIVIDEM EM RAAS (SUBSPCIES).
USE O SEU PODER DE OBSERVAO E BANQUE O CIENTISTA AQUI NO MUSEU: VEJA EM TODAS AS
GAIOLAS, QUAIS SO AS COBRAS QUE MAIS PARECEM ENTRE SI. QUAIS SO AS QUE NO SE PARECEM
EM NADA? ISTO FAR VOC COMPREENDER A DIVERSIDADE DAS ESPCIES. ISTO MOSTRAR UM
POUCO DE COMO FUNCIONA A EVOLUO."
Alguns exemplares apresentam, na cabea, um desenho branco em forma de cruz. Mas, o desenho da pele de uma
serpente no significa veneno mais potente. Seu veneno como dos outros Bothrops. Como os CROTALINAE so
animais de hbitos noturnos, usam a viso em conjunto com a fosseta loreal para localizar seu alimento, constitudo de
ANIMAIS HOMEOTRMICOS (de sangue quente)."
"URUTU
SOU TELECA. SOU MUITO FAMOSA, PORQUE DE VEZ EM QUANDO, TENHO O DESENHO DE UMA CRUZ NA
CABEA. ENTO, RECEBO O NOME DE URUTU CRUZEIRO. S POR ISTO DIZEM QUE SOU A MAIS
PERIGOSA; NO ACREDITE!!! MEU VENENO IGUAL AO DAS MINHAS PRIMAS A DO LADO. A TURMA QUE
CUIDA DE MIM AQUI NO MUSEU MAIS ORIGINAL E MUITO MAIS LEGAL... CHAMAM-ME TELECA PORQUE
OS DESENHOS QUE TENHO AO LONGO DO CORPO PARECEM COM TELEFONINHOS DA "TELESP". POR
FALAR EM TURMA LEGAL: VEJA, LOGO ALI, NA MINHA FRENTE; CADA FOTOGRAFIA IMPRESSIONANTE DE
QUEIMADAS NA MATA. ! E, AINDA DIZEM QUE NS SOMOS VILES! HUM!..."
"Bothrops insularis
JARARACA-ILHOA
ILHA DA QUEIMADA GRANDE
A Ilha da Queimada Grande um rochedo de granito a 52 km da costa do Estado de So Paulo, em frente cidade
de Itanham. Tem 430.000 m2, com um tero desta rea coberto por vegetao. H duas estaes distintas: uma
seca e outra muito mida. No h fontes naturais de gua doce. Os animais bebem a gua de chuvas, em poas ou
em folhas. No h mamferos na Ilha que habitada por caracis, aranhas, lacraias, insetos, pererecas, rs, lagartos,
aves e duas espcies de serpentes: Dipsas albifrons - uma serpente no peonhenta que se alimenta de caracis, e
Bothrops insularis - uma serpente peonhenta, que vive exclusivamente nesta Ilha, com uma populao estimada em
12.000 indivduos. Esta Ilha pode ser considerada o maior serpentrio natural do mundo.
Bothrops insularis (JARARACA ILHOA) vive em rvores ou no solo, alimentando-se de lacraias, pererecas, aves e
outras serpentes. Seu veneno mais potente que o dos outros Bothrops do continente (Jararaca, Caissaca, Urutu).
Muitas fmeas apresentam hemipnis (rgo copulador de machos), cuja funo nelas desconhecida.
"JARARACA-ILHOA
SOU CRUSO. VIM DA ILHA DA QUEIMADA GRANDE PARA MOSTRAR A VOC UMA COISA MUITO SRIA:
VIVEMOS NUM "PARASO", ONDE O HOMEM, NO FOI NOS IMPORTUNAR (S OS CIENTISTAS DO
BUTANTAN, PARA NOS ESTUDAR E A MARINHA, PARA EQUIPAR O FAROL DA ILHA). PORISSO NO TEMOS
HBITOS AGRESSIVOS. MAS, VEJA A DO LADO, PELA JANELINHA DA MINHA GAIOLA, OS CRIMES QUE O
BICHO-HOMEM COMETE. VEJA SE NO REVOLTA!
CONVERSE COM SEUS AMIGOS SOBRE COBRAS, ARANHAS, MEIO AMBIENTE. NS S PODEMOS PEDIR
SOCORRO AOS JOVENS, COMO VOC! POR FAVOR, AJUDE A NATUREZA A SOBREVIVER!!!"
"NAJA CUSPIDEIRA
Serpentes da famlia dos elapdeos - corais e najas - possuem dentes inoculadores de veneno na parte anterior do
maxilar que imvel. As najas distinguem-se pela capacidade de distenderem as costelas da regio do pescoo,
formando uma crista ou capuz. S fazem esta exibio quando assustadas ou irritadas. Muitas najas, quando
molestadas, fingem-se de mortas e outra atitude de defesa pode ser o uso de veneno. Trs espcies de najas
africanas podem espirrar o veneno atravs dos dentes por presso muscular sobre as glndulas de veneno. O lquido
alcana aproximadamente 2m de distncia. O veneno espirrado pode chegar corrente sangunea sendo absorvido
pela pele, mucosas e olhos. Atingindo os olhos, provoca irritao, dor e at cegueira. Assim, na manuteno destas
cobras, h necessidade do uso de culos e mscaras especiais."
"Distribuio de serpentes
Serpentes existem em quase todos os lugares da terra. Cada espcie ocupa uma regio, estando adaptada ao solo.
vegetao, aos outros animais do local e ao clima. Mudanas dessas condies geogrficas impedem a migrao,
assim como as barreiras naturais."
"Elaphe dione
Famlia COLUBRIDAE DIURNA
COLUBRINAE COMPRIMENTO MXIMO - 1,5 m
So encontradas em regies de estepes. Hibernam no inverno em fendas de rochas ou em tocas abandonadas de
outros animais. Quando perturbadas, fogem rapidamente, dando botes se encurraladas."
"ESTE MATERIAL FOI APREENDIDO PELO IBDF (INSTITUTO BRASILEIRO PARA O DESENVOLVIMENTO
FLORESTAL) E EST AQUI EXPOSTO PARA VOC PERCEBER O RIDCULO E O CRIME QUE MATAR PARA
ENFEITAR...NOSSOS AGRADECIMENTOS S PESSOAS DE BOM-SENSO, BOA NDOLE, BONS PRINCPIOS,
BONS COSTUMES E QUE PRESERVAM A NATUREZA.
ASSINADO: AQUELES QUE AINDA CREM QUE: "NA NATUREZA NO EXISTEM VILES"
SE VOC, TAMBM, ACREDITA NISTO, DENUNCIE VENDEDORES DE ANIMAIS VIVOS, COUROS OU
ARTIGOS MANUFATURADOS COM ANIMAIS SILVESTRES.
POLCIA FEDERAL: (O11) 222-4077/221-8690/221-8699
IBDF: (011) 883-1300"
"ISTO UMA ARMADILHA MUITO PERIGOSA, CHAMADA "CANHOZINHO". ELA MONTADA PERTO DE
UMA PORO DE COMIDA. QUANDO O ANIMAL VAI COMER, LEVA UM TIRO DE CARTUCHO. MAS, S
VEZES, O CAADOR LEVA O SEU, TAMBM. UM DIA DA CAA, OUTRO DO CAADOR..."
"VOC J IMAGINOU SE EU, UM PEDAO DE COURO DE JIBIA FOSSE UM PEDAO DE PELE DE 'BICHO-
HOMEM'?"
XXXV
"POIS, ! EU QUERIA VER SE AS MADAMES USARIAM PELES DOS PRPRIOS FILHOS, SOBRINHOS,
NETINHOS PARA DESFILAR SEUS SAPATOS?..."
"QUANDO EU ERA VIVO, GOSTAVA DE CAVAR TOCAS E FICAR SOZINHO: SEM ATRAPALHAR NINGUM.
MATARAM-ME S PORQUE ESTAVA VIVO!!! T CERTO ISTO?"
"VOCS VIRAM MEUS PRIMOS NUMA GAIOLA DAQUI DO MUSEU? ISSO QUE VIDA!!! EU FUI MORTO
POR CAADORES PARA FAZEREM ENFEITE DE MIM...'T CERTO ISTO?"
Tartaruga:
"ARANHAS
Aranhas so animais invertebrados (sem esqueleto interno) e pertencem ao Filo Arthropoda (animais com patas
articuladas e esqueleto externo rgido). So da Classe Arachnida (animais com quatro pares de patas, sem antena ou
asas, e com duas regies corporais - cefalotrax e abdomem). H um par de mandbulas, ou quelceras, perto da
boca, e pedipalpos entre as mandbulas e as primeiras patas. No cefalotrax (cabea + trax) esto o crebro,
glndulas de veneno e estmago. No abdomen esto o corao, intestino, rgos de respirao e reproduo, e
glndulas de seda. Geralmente, possuem oito olhos e algumas tm boa viso. Algumas aranhas tm nas patas pelos
longos, sensveis a vibraes, som e movimento do ar. Existem umas 40.000 espcies de aranhas no mundo, vivendo
numa grande variedade de habitats."
"TEIA
Todas as aranhas produzem seda que sai por um orifcio no final do abdomen. A seda uma protena fibrosa que sai
em forma lquida e endurece imediatamente em fios. A seda de Nephila (um gnero de aranha de teia) a mais forte
fibra natural conhecida. As aranhas usam seus fios de seda em teias ou aramadilhas para a captura de seus
alimentos, ou para guardar seus ovos. Muitas se refugiam em funis de seda ou forram com ela suas tocas. Aranhas
XXXVII
jovens de muitas espcies podem "viajar" construindo um "balo" com fios de seda e sendo levadas pelo vento. Os
padres de teia so caractersticos de vrios grupos e podem ser regulares ou irregulares na construo."
"REPRODUO
Machos e fmeas de aranhas podem ser reconhecidas por seus pedipalpos (entre as mandbulas e as primeiras
patas). Nas fmeas, os pedipalpos so parecidos com patas; nos machos, a ponta dos pedipalpos maior, em forma
de colher. O macho deposita esperma no seu palpo e procura uma fmea introduzindo este palpo numa abertura do
abdomen dela. Os machos geralmente morrem aps o acasalamento, mas no so devorados pelas fmeas. A
maioria das aranhas bota seus ovos numa bolsa de ovos (ooteca). As ootecas so guardadas debaixo dos troncos,
pedras, ou em buracos, ou so carregados pela fmea. Algumas aranhas botam poucos ovos, outras, vrias
centenas. Em pouca semanas, as jovens aranhas nascem. Parecem-se com os adultos e, em algumas espcies,
podem ficar sobre a me por um tempo."
"MUDA
Aranhas trocam seu duro exoesqueleto para crescer. Mudam de 4 a 12 vezes antes de serem adultas. Na muda, uma
nova carapaa se forma sob a velha que se parte e cai. A aranha fica imvel at que o novo exoesqueleto endurea. A
maioria das espcies de aranhas vive de meses a um ano. Algumas vivem 5 ou 10 anos e aranhas Orthognatha
(caranguejeiras) podem viver mais de 20 anos. Fmeas de caranguejeiras trocam de carapaa 1 ou 2 vezes por ano
quando adultas."
XXXVIII
"VENENO
As mandbulas, ou quelceras, esto na frente da cabea nas aranhas Orthognatha e debaixo da cabea nas aranhas
Labidognatha. Nas Orthognatha, que incluem as maiores aranhas (caranguejeiras), as mandbulas se movem
verticalmente (para cima e para baixo). Nas Labidognatha, as mandbulas se movem horizontalmente (para os lados).
Todas as aranhas produzem veneno que injetam atravs de ferres da ponta das mandbulas. O veneno usado na
captura de alimento e na defesa. As aranhas se alimentam normalmente de insetos. No ingerem alimento slido.
Assim, aps o veneno, injetam um fluido digestivo na caa e sugam a massa lquida que se forma. Quando o alimento
escasso, as aranhas podem jejuar por bastante tempo, dispondo, porm, de gua."
"As nicas aranhas do Brasil cujos venenos podem causar problemas ao homem so:
As aranhas-marrons (Gnero Loxosceles)
As armadeiras (Gnero Phoneutria)
As aranhas-de-jardim (Gnero Lycosa)"
"ESCORPIES - como so
Os escorpies pertencem Classe ARACHNIDA, que inclui as aranhas. Existem umas 1.000 espcies, vivendo
principalmente em climas quentes. O corpo dos escorpies mostra segmentao distinta. Esta uma caracterstica
primitiva: os escorpies so os artrpodes terrestres mais antigos, tendo surgido h mais de 400 milhes de anos
atrs. Os pedipalpos terminam em pinas que so mais largas nos machos. Possuem dois olhos no centro da cabea
e geralmente alguns olhos laterais. A viso no muito boa. Os escorpies dependem do tato usando os pelos longos
e sensitivos de suas pinas e uma estrutura chamada pente, localizada no ventre atrs das ltimas patas."
"Tityus serrulatus
S existem escorpies-amarelos fmeas. Elas se reproduzem por partenognese, um processo onde os vulos
comeam a se dividir sem a unio com espermatozides. Os embries se desenvolvem dentro do corpo da me.
Quando nascem, os filhotes de escorpio passam uma ou duas semanas nas costas da me. Depois, vo cuidar da
prpria vida, se escondendo de dia e caando noite. A maioria dos escorpies vive por mais ou menos 10 anos.
Seus predadores so algumas aves e sapos, mas o homem seu maior inimigo. Se voc fosse um escorpio-
amarelo, se esconderia num lugar de cor clara ou escura? Num lugar de cor clara, eles aparecem menos pois se
confundem com o ambiente num fenmeno chamado de MIMETISMO."
Aqui aparece o terrrio sem animal dentro, com uma pequena placa
"Em conserto" e o texto a seguir:
"Os escorpies brasileiros so pequenos, os mais comuns atingindo cerca de 7 cm. Os maiores escorpies (Pandinus
sp.) vivem na frica e chegam a 17 cm de comprimento. O veneno dos escorpies brasileiros mais comuns (Tityus
serrulatus - escorpio-amarelo e Tityus bahiensis - escorpio-preto) causa muita dor no local da picada. Casos mais
graves podem ocorrer com crianas, idosos e pessoas sensveis, podendo haver a necessidade do soro anti-
escorpinico. Alm dos escorpies brasileiros do gnero Tityus, encontram-se escorpies com veneno txico ao
homem na Amrica Central e no Norte da frica. Os escorpies no so agressivos, picando ao serem tocados, para
se defenderem. Podem viver em casas e quintais quando encontram entulhos que lhes servem de esconderijos."
"Venenos so protenas secretadas por clulas especiais. So utilizados pelos animais na captura de seus alimentos
ou na defesa. Muitos INVERTEBRADOS, como os CNIDRIOS (CELENTERADOS), um grupo de MOLUSCOS, os
ARTRPODES ARACNDEOS e INSETOS HIMENPTEROS so venenosos. VERTEBRADOS venenosos so
encontrados entre os PEIXES, ANFBIOS, RPTEIS e MAMFEROS. No existem aves com veneno."
"Realizao
Museu do Instituto Butantan
Pedro Federsoni Junior
Elizabeth Zolcsak
Nayte Vitiello
Silvana Campos Calixto
Seleo de objetos e fotos
Nayte Vitiello
Textos
Elizabeth Zolcsak
Modelos
Pedro Federsoni Junior e Silvana Calixto
Fotos
(Vrios)"
Seo do Museu
- Pedro Antonio Federsoni Junior - Chefe - Muselogo responsvel, Pesquisador Cientfico
- Marcus Augusto Buononato - Biologista - Preparador Biolgico
- Elizabeth Zolcsak - Biologista - Museloga
- Nayte Vitiello - Biologista - Museloga
- Silvana Campos da Rocha Calixto - Biologista - Museloga
XLIII
Pessoal de Apoio
- Cibele de Barros
- Maria Cristina Carrela da Silva
- Neide de Oliveira
- Maria de Lourdes Campos
- Odria Pereira
- Regina Clia de Almeida
- Sandra Regina Conceio"