O Oriente Eterno

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O Oriente Eterno

hora de partir, meus irmos.


Eu j devolvi as chaves da minha porta
e desisto de qualquer direito minha casa.
Fomos vizinhos durante muito tempo
e recebi mais do que pude dar.
Agora vai raiando o dia
e a lmpada que iluminava o meu canto escuro
apagou-se.
Veio a intimao e estou pronto para a minha jornada.
No indaguem sobre o que levo comigo.
Sigo de mos vazias e o corao confiante.

A palavra finado um adjetivo que qualifica algo ou algum que chegou ao fim,
que est morto, sendo a data de 02 de novembro criada para lembrar e honrar
as pessoas que j faleceram.
Podemos considerar a morte como o fim, o vazio, o sono eterno. Esta a viso
do homem material.
E podemos encarar a morte como a transcendncia para o plano espiritual,
quando a alma passa para um nvel diferente e desconhecido. a viso do
homem espiritualista.
A morte associada crena na vida espiritual traz alento ao sofrimento daquele
que fica, traz paz e sentido sua inevitabilidade.
A maonaria procura desenvolver o ser espiritual que existe em ns, tornando
mais aceitvel o final inevitvel.
A cada iniciao, elevao, exaltao, o maom morre simbolicamente para a
situao anterior, passando ento a viver uma nova vida num nvel mais
elevado.
um treinamento para aceitar a morte como algo natural, ressaltando a
importncia de aprender a morrer bem para renascer e viver sempre melhor.
A perda do medo da morte nos d a sabedoria para apreciar a vida, vivendo-a
sem constrangimentos, medos e dvidas sobre a durao do bem que
desfrutamos.
a perda do medo da morte que nos ilumina o essencial no significado da
vida: um dia morreremos, mas todos os outros dias estaremos vivos.
Por outro lado, so condies imprescindveis para ser maom regular, para
alm da condio de homem livre e de bons costumes e do efetivo propsito de
aperfeioamento, a crena no Criador e na vida depois da morte.
O Grande Arquiteto do Universo Eterno. A LUZ que dele provm compartilha
dessa caraterstica.
O Oriente Eterno , assim, para os maons o simblico lugar de onde provm a
LUZ, onde est o Grande Arquiteto do Universo, onde o que resta de ns
depois de tudo o que de ns fsico se extinguir tem lugar, se reintegra.
No existe uma concepo, uma figurao, uma imaginao, comum aos
maons de como o Oriente Eterno. Tal como deixada a cada um a pessoal
concepo do Criador, exigindo-se apenas a efetiva crena na sua existncia,
tambm as condies e formas de vida aps a vida so assunto do foro ntimo
e pessoal de cada um. Em funo da crena individual, o Oriente Eterno pode
ser associado ao Paraso cristo, ao Reino de Jeov, ao Paraso islmico, ao
Nirvana, ou quilo em que cada um crer.
A nica certeza compartilhada pelos maons regulares que a morte fsica
apenas uma passagem do que de ns verdadeiramente essencial para outro
estgio, outro plano. E, portanto, que incumbe a cada um de ns o dever de se
aperfeioar, de se polir, de melhorar, de se capacitar em todos os aspetos, para
que, chegada a hora, esteja preparado e em condies de se integrar no seu
lugar nesse novo plano da existncia.
O que ser, afinal, o Oriente Eterno, nenhum maom o poder, de cincia certa
e segura, afirmar. Apenas que cr na sua existncia e que dedica a sua vida a
preparar-se para o papel que ali desempenhar. Afinal, a Luz s plenamente
visvel depois de ultrapassada a cortina da morte fsica e superadas as
limitaes do nosso corpo fsico...
Toda a morte simblica e inicitica, permitindo-nos ingressar numa nova vida,
renascendo interiormente e transmutando o nosso ntimo, o nosso verdadeiro
ser.
No apenas uma inevitabilidade, mas pode ser tambm o caminho para uma
nova oportunidade, um recomeo.
A morte tambm representa o desconhecido. Por isso, fonte natural de
receios e angstias.
Quando compreendermos a morte, tambm compreenderemos a vida.
A forma como enfrentamos a morte influencia decisivamente a forma como
vivemos.
No momento de passar ao Oriente Eterno, deixamos, ento, o nosso corpo,
iniciando a viagem em direo luz, penetrando o tnel inundado de luz e
escutando a msica das esferas no regresso a casa.
At renascermos e voltarmos a ver-nos numa cadeia de unio.
Mas a tristeza parceira da morte porque retira de nosso convvio pessoas que
amamos e admiramos, e que estaro para sempre em nossa lembrana.
Devemos lembrar sempre que os Irmos que passaram ao Oriente Eterno nos
deixaram, alm da saudade, exemplos de conduta como uma luz a iluminar
nossos caminhos.
Nos deixaram lies de vida, porque foram admirveis, tolerantes,
benevolentes, exemplares, e praticaram a vida manica na ntegra, sempre
trabalhando para fazer feliz a humanidade.
Esta vida uma estranha hospedaria,
De onde se parte quase sempre s tontas,
Pois nunca as nossas malas esto prontas,
E a nossa conta nunca est em dia...

Ir Pedro Lemos
MM cadastro 3311

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