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Embrapa
Braslia, DF
2015
Exemplares desta publicao podem ser adquiridos na:
Embrapa Cerrados Embrapa Informao Tecnolgica
Rodovia BR-020, Km 18 Parque Estao Biolgica (PqEB),
Caixa Postal 08223 Av. W3 Norte (final)
CEP 73310-970 Planaltina, DF CEP 70770-901 Braslia, DF
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Capa
Carlos Eduardo Felice Barbeiro
Ilustraes do texto
Silvio Roberto Ferigato
Foto da capa
Lourival Vilela
Alceu Richetti
Administrador, mestre em Administrao Rural, analista da Embrapa Agropecuria
Oeste, Dourados, MS
Alexandre Berndt
Bilogo e Engenheiro-agrnomo, doutor em Ecologia de Agroecossistemas, pesquisador
da Embrapa Pecuria Sudeste, So Carlos, SP
Danilton Flumignam
Engenheiro-agrnomo, doutor em Irrigao e Drenagem, pesquisador da Embrapa
Agropecuria Oeste, Dourados, MS
Emerson Borghi
Engenheiro-agrnomo, doutor em Agronomia, pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo,
Sete lagoas, MG
Germani Conceno
Engenheiro-agrnomo, doutor em Fitotecnia, pesquisador da Embrapa Agropecuria
Oeste, Dourados, MS
Gess Ceccon
Engenheiro-agrnomo, doutor em Conservao do Solo e gua, analista da Embrapa
Agropecuria Oeste, Dourados, MS
Helio Tonini
Engenheiro florestal, doutor em Engenharia Florestal, pesquisador da Embrapa
Agrossilvipastoril, Sinop, MT
Henrique Debiasi
Engenheiro-agrnomo, doutor em Cincia do Solo, pesquisador da Embrapa Soja,
Londrina, PR
Joo Kluthcouski
Engenheiro-agrnomo, Doutor em Solos e Nutrio de Plantas, pesquisador da
Embrapa Arroz, Santo Antonio de Gois, GO
Joo Luiz Palma Meneguci
Engenheiro-agrnomo, doutor em Agronomia, pesquisador da Embrapa Produtos e
Mercado, Sinop, MT
Jorge Ribaski
Engenheiro florestal, doutor em Engenharia Florestal, pesquisador da Embrapa Florestas,
Colombo, PR
Karina Pulrolnik
Engenheira florestal, doutora em Solos e Nutrio de Plantas, pesquisadora da Embrapa
Cerrados, Planaltina, DF
Leandro Bortolon
Engenheiro-agrnomo, doutor em Cincia do Solo, pesquisador da Embrapa Pesca e
Aquicultura, Palmas, TO
Maurel Behling
Engenheiro-agrnomo, Doutor em Agronomia (Solos e Nutrio de Plantas),
pesquisador da Embrapa Agrossilvipastoril, Sinop, MT
Michely Tomazi
Engenheira-agrnoma, doutora em Cincia do Solo, pesquisadora da Embrapa
Agropecuria Oeste, Dourados, MS
Osmar Conte
Engenheiro-agrnomo, doutor em Cincia do Solo, pesquisador da Embrapa Soja,
Londrina, PR
Priscila de Oliveira
Engenheira-agrnoma, doutora em Cincias (Fitotecnia), pesquisadora da Embrapa
Cerrados, Planaltina, DF
Vanderley Porfrio-da-Silva
Engenheiro-agrnomo, doutor em Agronomia, pesquisador da Embrapa Florestas,
Colombo, PR
Introduo.................................................................... 19
3 Implantao de Sistemas de
Integrao Lavoura-Pecuria......................................... 53
13
Experincias com Pecuria de Corte em Sistema
de Integrao Lavoura-Pecuria e de Integrao
Lavoura-Pecuria-Floresta............................................. 259
19
e devem ser adequadamente planejados, levando-se em conta os
diferentes aspectos socioeconmicos e ambientais das unidades de
produo. Portanto, o melhor sistema de integrao aquele que
se adequada realidade de cada propriedade rural no intuito de
proporcionar a ela mais viabilidade e sustentabilidade.
Entretanto, o sistema mais adotado atualmente a ILP, em que
o consrcio de culturas anuais com forrageiras figuram como uma
das principais prticas em uso nas propriedades rurais do Brasil.
Mas verifica-se aumento na adoo dos sistemas de integrao com
componente florestal (IPF, ILF e ILPF), o que tende a crescer nos
prximos anos.
Para que todos os sistemas de ILPF sejam adotados com
xito, o produtor rural e o tcnico de Cincias Agrrias devem estar
capacitados e buscar continuadamente conhecimentos sobre a
complexidade e as exigncias desses sistemas.
20
Conceitos e Modalidades
1 da Estratgia de
Integrao Lavoura-
-Pecuria-Floresta
Joo Kluthcouski
Luiz Adriano Maia Cordeiro
Lourival Vilela
Roblio Leandro Marcho
Jlio Cesar Salton
Manuel Cludio Motta Macedo
Ademir Hugo Zimmer
Luiz Carlos Balbino
Vanderley Porfrio-da-Silva
Marcelo Dias Mller
1 O que integrao lavoura-pecuria-floresta (ILPF)?
um sistema de produo
sustentvel que integra atividades
agrcolas, pecurias e florestais, re-
alizadas na mesma rea, em cultivo
consorciado, em sucesso ou em
rotao, e busca efeitos sinrgicos
entre os componentes do agroecos-
sistema, contemplando a adequao
ambiental, a valorizao do homem
e a viabilidade econmica da ativida-
de agropecuria.
22
O que integrao lavoura-pecuria (ILP) ou sistema
3
agropastoril?
o sistema de produo
que integra os componentes
agrcola e pecurio, em rota-
o, consrcio ou sucesso, na
mesma rea e no mesmo ano
agrcola ou por mltiplos anos.
23
Qual o significado dos termos consrcio, sucesso e
7
rotao de culturas?
24
sistema ser silviagrcola (ou ILF). Aps a colheita da cultura anual e
o incio do pastejo, o sistema ser silvipastoril (ou IPF).
A partir dessa dinmica, no mesmo ano agrcola ou na
dimenso temporal predeterminada, configura-se o agrossilvipastoril
(ou ILPF). As rvores no estaro em sucesso nem em rotao com
as lavouras e/ou pastagens, mas sim em consrcio com elas.
25
Qual a diferena entre o sistema agropastoril (ou ILP) e o
11
sistema agrossilvipastoril (ou ILPF)?
Os princpios so os seguintes:
Diversificao das atividades de produo rural.
Ocorrncia e proveito de efeitos sinrgicos decorrentes das
atividades de produo rural desenvolvidas na mesma rea
ao longo do tempo.
Aumento da viabilidade econmica e da sustentabilidade
ambiental de propriedades rurais.
26
Porm, o uso equivocado da terminologia SAF tem sido
encontrado na literatura como resultado tanto de falhas relacionadas
traduo, especialmente da lngua inglesa para a portuguesa,
quanto da inobservncia da etimologia dos elementos formadores
dos termos e, ainda, de erros gramaticais.
Alguns autores analisam a possibilidade de padronizar a
terminologia empregada em SAF no Brasil, sugerindo que o termo
agroflorestais (originado do termo em ingls agroforestry) seja o
ideal para abranger todos os sistemas de uso da terra agrossilvicultural,
silvipastoril e agrossilvipastoril, pois envolve as relaes entre cultivos
agrcolas e/ou criao de animais e atividades florestais.
comum encontrar a denominao de SAF para utilizao
de diversas espcies em conjunto em reas sob sistema ecolgico
ou orgnico de produo. Os sistemas de integrao, ou
ILPF, enquanto estratgia de produo sustentvel, apresentam
classificao mais abrangente, incluindo, alm desses sistemas, o
sistema agropastoril, ou seja, ILP, podendo ainda ser utilizado em
propriedades de qualquer tamanho ou tipo de produo (familiar
ou empresarial).
14 O que agrossilvicultura?
27
Para adotar a estratgia de ILPF, preciso realizar, ao
15 mesmo tempo, as trs atividades de produo rural
(lavoura, pecuria e floresta)?
28
Tabela 1. Usos do sistema de integrao lavoura-pecuria (ILP).
29
20 Como o sistema de ILP iniciou no Brasil?
30
naturais. Aintensificao do uso da terra em reas agrcolas e
pastoris e o aumento da eficincia dos sistemas de produo podem
contribuir para harmonizar esses interesses.
A integrao uma forma de produzir a mesma quantidade
de produto, ou at aumentar a produo, sem a necessidade de
incorporar novas reas ao processo produtivo, caracterstica que
tem sido denominada de efeito poupa-terra.
31
aumentam e distribuem melhor a renda, aumentam a
competitividade do agronegcio brasileiro e contribuem
para a segurana alimentar e de abastecimento do Pas.
Ambientalmente responsveis: priorizam a utilizao de
prticas conservacionistas e de uso mais eficiente da terra.
32
produtividade, ocorrncia de pragas e doenas, alm de degra
dao do solo e dos recursos naturais, ou seja, apresentam sinais
de fragilidade, em virtude da elevada demanda por energia e por
recursos naturais.
Alm disso, os sistemas com base na monocultura tm alto risco
econmico, pois no so diversificados. J os sistemas de integrao
promovem a diversificao de atividades, com maior estabilidade de
renda, aumento da biodiversidade e interaes biofsicas sinrgicas
entre os componentes, com benefcios produtividade agropecuria
e sustentabilidade das propriedades rurais.
33
2
Benefcios da Adoo da
Estratgia de Integrao
Lavoura-Pecuria-Floresta
Os sistemas de integrao
so sistemas mistos e mais com-
plexos, pois contemplam diferen-
tes atividades (lavoura, pecuria e
floresta; no necessariamente as
trs, porm no mnimo duas delas).
Por sua vez, os sistemas simples de
produo agropecuria contm
apenas uma dessas atividades.
Quando comparados, os
sistemas de integrao so mais
lucrativos por causa da diversifica-
o das atividades econmicas, da
reduo de custos e dos aumentos
de produtividade. Quando se trata
de integrao lavoura-pecuria (ILP), especialmente no sistema de
rotao lavoura-pasto, h aumento de produtividade de gros cul-
tivados aps a pastagem, que tambm produz mais aps o solo ter
sido utilizado para cultivo de gros. E essa pastagem mais produtiva
resultar em maior ganho de peso de bovinos ou produo leiteira.
Em sistemas de integrao que contm o componente florestal, po-
de-se adicionar ainda a receita proveniente da comercializao de
produtos madeireiros e no madeireiros obtidos no mesmo espao,
alm de outros benefcios.
36
maior que a soma dos efeitos de cada um dos componentes
utilizados isoladamente o todo supera a soma das partes.
Como exemplo desses efeitos, podemos citar:
Maior qualidade de diferentes gramneas forrageiras em
sistemas com rvores.
Maior tolerncia das lavouras aos veranicos.
Maior eficincia de adubos.
Melhoria no desempenho de bovinos criados em pasto,
entre outros.
37
para cerca, cacos para celulose, etc., plantio de erva-mate (Ilex
paraguariensis), citros/pessegueiros (Prunus persica), entre outros.
A produo animal pode ser melhorada por causa da melhor
ambincia dos animais nesses sistemas. Com a floresta, o produtor
deve considerar que possui uma poupana de mdio e de longo
prazo, alm de, em alguns casos, poder utilizar a madeira na prpria
propriedade com significativa reduo de custos, por eliminar a
dependncia de insumos externos propriedade rural.
38
O fato de no haver pousio nesses sistemas garantia de solo
vegetado o ano todo. E isso significa:
Produo de alimentos simultnea conservao do solo
e da gua.
Aumento da oferta de alimentos de qualidade superior e de
baixo custo no mercado.
Reduo da sazonalidade de oferta de alimentos.
Preos de mercado ao consumidor mais estveis.
Uma vez que os sistemas integrados tm, no seu conjunto de
premissas, a conformidade com a legislao pertinente ao meio
rural, a sociedade tambm beneficiada pela adequao do uso da
terra, pela proteo de nascentes e pela produo de gros, carne,
leite e madeira, de modo que o ambiente seja preservado.
Alm disso, a maior utilizao de conhecimentos e tecnologias
implica maior qualificao de toda a mo de obra envolvida nos
sistemas produtivos, com reflexos na formao profissional e na
economia regional.
Por fim, a produo diversificada requer estrutura adequada
no apenas para a produo, mas tambm para o escoamento, a
comercializao e a industrializao desses produtos, estimulando
o desenvolvimento econmico regional.
39
com elevado acmulo de biomassa residual (palhada e razes mortas)
e de matria orgnica, favorecem o aumento da populao e da
diversidade de microrganismos, em razo da maior disponibilidade
de alimentos e do microclima favorvel, quando comparado aos
sistemas simples.
40
gua no solo tambm benfica
para a utilizao dos adubos e
corretivos. Alm disso, o constante
desenvolvimento de plantas sobre
o solo garante melhor sincronismo
entre a liberao dos nutrientes e
a absoro pelas plantas, evitando
perdas por lixiviao ou volatilizao. Deve-se destacar ainda o papel
das espcies forrageiras, sobretudo das gramneas tropicais, que so
plantas que apresentam alta eficincia na absoro e no uso dos
nutrientes e tm como caracterstica um sistema radicular vigoroso
e agressivo que favorece a ciclagem de nutrientes no perfil do solo.
41
correto funcionamento do SPD, especialmente quanto cobertura
permanente do solo, que obtida quando a pastagem implantada,
pastejada e, posteriormente, dessecada para a semeadura da cultura
subsequente. Nesse caso, o solo totalmente coberto pela palhada
estar protegido do impacto das gotas de chuva prevenindo a
ocorrncia de eroso.
No entanto, apenas a cobertura do solo no suficiente para
o total controle da eroso. necessrio o uso de prticas com
plementares tradicionais como a implantao e/ou manuteno de
um sistema de terraceamento.
Deve-se destacar tambm o papel do componente florestal
no sistema, que tem efeitos benficos na captao da chuva e
controle do escoamento superficial quando em plantios em linhas
ou renques em nvel.
42
A utilizao de sistemas de integrao beneficia a estrutura
39
do solo?
43
Alm disso, a maior diversidade biolgica em solos sob
sistemas integrados e diversificados de produo, com maiores
teores de matria orgnica, contribui para o controle natural dos
nematoides fitoparasitas.
44
solo, proporcionam melhor desenvolvimento das plantas e,
consequentemente, maior resistncia ao ataque de doenas.
No caso das doenas do solo, o aumento na diversidade dos
microrganismos ir beneficiar o controle. Qualquer alterao no
ambiente de produo pode mudar a dinmica de ocorrncia de
doenas e causar a reduo ou o desaparecimento de determinadas
doenas que eram problema, bem como beneficiar o aparecimento
de outras que no ocorriam de forma severa. No caso da presena de
rvores nos sistemas de IPF, ILF e ILPF, deve-se atentar tambm para
o espaamento entre as linhas de rvores, que, por alterar a entrada
de luz solar e ventilao adequada, pode implicar a ocorrncia de
umidade em excesso e o favorecimento do desenvolvimento das
doenas.
45
dos defensivos nesses sistemas, e isso diminui sua persistncia no
ambiente.
Estudos demonstram que ocorre diminuio de at 50%
do tempo de permanncia de alguns inseticidas no solo quando
aplicados nos sistemas de integrao, em especial no sistema de ILP
em comparao ao sistema convencional.
46
Os sistemas de integrao podem contribuir para amenizar
46 os problemas com adversidades climticas, que so cada
vez mais frequentes?
47
A produtividade das lavouras e da pecuria aumenta com
47 a adoo de sistemas de ILP? Quem se beneficia mais com
a adoo do sistema: o agricultor ou o pecuarista?
48
ao cultivo das lavouras. Nessas condies, verifica-se maior oferta
de forragem ao longo do ano e manuteno da sua qualidade, visto
que a pastagem renovada a cada rotao com a lavoura.
Ao retornar com a pecuria em uma mesma gleba, tambm
possvel introduzir uma nova espcie de forrageira, mais exigente
em fertilidade e mais produtiva, o que pode resultar em maior
produtividade de carne ou leite. possvel obter incrementos mdios
na produtividade animal na recria-engorda de cerca de quatro vezes
(600 kg de peso vivo/ha/ano) em comparao recria-engorda na
pecuria tradicional (120kg a 150kg de peso vivo/ha/ano).
Na atividade de cria, h casos em que foram obtidos incre
mentos mdios de produtividade de cerca de trs vezes (300kg
de bezerro desmamado/ha/ano) em relao cria na pecuria
tradicional (85kg a 110kg de bezerro desmamado/ha/ano). Aalter
nncia entre lavouras e pastagens tambm importante no somente
para reduzir as ocorrncias de problemas sanitrios no rebanho,
mas tambm para reduzir o consumo de sal mineral.
49
Para uma propriedade rural em que o sistema de ILP j
50 esteja sendo adotado, quais so as principais vantagens de
introduzir rvores no sistema de integrao?
50
Certamente so muitos os entraves para ampla adoo, entre
os quais se destacam:
Receio de envolvimento com a produo de algo novo.
Por exemplo, seria bastante complexo, em vrios aspectos
(tcnico, infraestrutura, comercializao, acesso ao crdito,
entre outros), para um pecuarista iniciar a produo de soja,
principalmente no que se refere ao gerenciamento do novo
modelo de negcio.
Superado o receio, ao decidir pela adoo dos sistemas de
ILP ou IPF, ILF e ILPF, pode haver algumas dificuldades locais,
como falta de mo de obra qualificada, disponibilidade
de insumos antes no utilizados, mas principalmente a
necessidade de adaptao de todos os envolvidos, desde
proprietrio e funcionrios at o concessor de crdito.
Como uma forma de solucionar essas dificuldades, pode-se
indicar, pelo menos na fase de aprendizado, a associao
entre os produtores, ou seja, o pecuarista e o agricultor, por
meio de arrendamentos ou parcerias.
51
3
Implantao de
Sistemas de Integrao
Lavoura-Pecuria
54
Rotao de culturas
anuais com pastagens
perenes: sistema mais
intensivo de explora-
o, em que as reas
de culturas anuais e
de pastagem perene
se alternam a cada 2
ou 3 anos. Odiagns-
tico, o planejamento e
a avaliao prvia de
todas as etapas, desde
mo de obra, at equi-
pamentos e capital disponveis, so decisivos para o sucesso
desse sistema. Nele, assim como no anterior, busca-se obter
os benefcios proporcionados tanto pelas lavouras quanto
pelas pastagens.
Recuperao ou reforma de pastagem com culturas
anuais: sistema utilizado em propriedades onde a pecuria
a principal explorao e onde h pastagens manejadas
inadequadamente, sem programa de adubao de manu
teno. Nesse sistema, as lavouras so utilizadas a fim de
que a produo de gros pague, pelo menos em parte, os
custos da recuperao ou da reforma das pastagens. Em rea
de pastagem degradada, recupera-se o solo e cultivam-se
gros por alguns anos. Depois, volta-se com a pastagem,
que vai aproveitar os nutrientes residuais das lavouras na
produo de forragem. Para evitar outro ciclo de degradao,
necessrio elaborar um cronograma de adubao e de
controle da lotao animal da pastagem recm-implantada.
importante salientar que, para a maioria dos solos, caso
esse cronograma no seja conduzido adequadamente, esse
mtodo dar resultado apenas nos primeiros anos. Aps
esse perodo, a pastagem sofre novo ciclo de degradao,
por causa do esgotamento dos nutrientes que entraram
55
no sistema via adubao das lavouras, alm da perda do
potencial de rebrota da pastagem pela lotao excessiva.
56
muitos negcios na modalidade de parceria, em que as pastagens
so alugadas ao pecuarista na entressafra. Nesse caso, o produtor
no ter envolvimento com a pecuria e no ter de dispor de
recursos para aquisio dos animais.
Quando o interesse pela pecuria aumenta, o sistema de
rotao de culturas com pastagens perenes passa a ser interessante.
Oagropecuarista dever estar bem assessorado para decidir sobre as
estratgias de conduo, tanto da parte agrcola quanto da pecuria,
em especial na definio do modelo de rotao pastagem-lavoura,
que mais se adequa ao seu negcio. Muitos agricultores no aderem
pecuria em virtude das adaptaes que devem ser feitas nas
reas para os animais, como a instalao de cochos, bebedouros e
cercas nas reas que, alm do custo, trazem problemas operacionais
no cultivo agrcola nos anos seguintes. Alm disso, a escolha dos
animais, a mo de obra no manejo e a necessidade maior de
recursos humanos para o trabalho trazem custos adicionais ao
negcio. Porm, ao longo dos anos, a verticalizao do negcio ir
suprimir esses custos e aumentar as receitas de forma significativa.
57
Melhorar as condies fsicas e biolgicas do solo com
a pastagem na rea de lavoura: as pastagens deixam
quantidades considerveis de palha sobre o solo. Alm
disso, as espcies exploram grandes volumes de solo
com suas razes, que, com a dessecao da parte area,
aumentam a infiltrao de gua. Isso tende a aumentar
a matria orgnica, que fundamental na melhoria da
estrutura fsica, alm de ser responsvel pela reciclagem
de alguns nutrientes essenciais s plantas, como o potssio,
por exemplo. Amatria orgnica tambm aumenta a
quantidade de meso-organismos (minhocas e insetos) e
microrganismos, por ser fonte de alimento e tambm de
carbono para esses seres vivos. Adecomposio das razes
cria uma rede de canalculos no solo de grande importncia
nas trocas gasosas e na movimentao descendente de ons
e de gua. Esse novo ambiente criado no solo pelo sistema
de ILP fundamental para impactar positivamente tanto
a sua sustentabilidade quanto a produtividade do sistema
agropecurio.
Recuperar a fertilidade do solo com a lavoura na rea
de pastagens degradadas: a correo qumica do solo e a
adubao para cultivo de lavouras recuperam a fertilidade
do solo, aumentando a oferta de nutrientes residuais para
o pasto que aumenta o seu potencial de produo. Vale
insistir no fato de que esse condicionamento temporrio,
pois a explorao intensiva sem a reposio de nutrientes
no pasto e com altas lotaes animais nociva e de pouca
rentabilidade.
Produzir pasto, forragem conservada e gros para ali
mentao animal na estao seca: alm da produo
de silagem e de gros, o sistema de ILP possibilita que a
pastagem produzida no consrcio ou em sucesso seja
utilizada durante a estao seca. Acorreo do perfil do
solo proporciona melhor desenvolvimento do sistema
radicular da forrageira, que, assim, aprofunda-se no perfil
e absorve gua em maiores profundidades, conferindo ao
58
pasto maior persistncia durante a estao seca. Alm disso,
h possibilidade de que os resduos ps-colheita de gros
possam ser utilizados para alimentao dos animais, outro
grande benefcio indireto que as culturas produtoras de
gros podem fornecer para a pecuria, alm da produo
de silagem e de feno.
Diminuir a dependncia de insumos externos: a pastagem
recuperada ou reformada passa a contribuir em maior
proporo na dieta dos animais, e os gros produzidos
na fazenda so usados na produo da prpria rao,
diminuindo a necessidade de aquisio no mercado.
Reduzir os custos tanto da atividade agrcola quanto
da pecuria: como h ganhos em produtividade tanto
das lavouras quanto das pastagens, menor demanda por
defensivos agrcolas e melhor aproveitamento da mo
de obra, entre outros fatores, os custos de produo so
reduzidos ao longo dos anos de adoo do sistema de ILP.
Aumentar a estabilidade de renda do produtor: o sistema
de ILP possibilita a diversificao de culturas e de atividades
econmicas na propriedade, conferindo maior estabilidade
de renda, pois os riscos inerentes ao cultivo de uma nica
cultura diminuem. Mesmo em anos de estiagem, durante
os quais pode haver perda de produtividade na agricultura,
a pecuria pode diminuir os prejuzos. Em outras palavras,
tendo somente uma atividade econmica na propriedade, o
agropecuarista fica sujeito a prejuzos que, caso aconteam,
podem ser de difcil recuperao em curto tempo.
59
aos efeitos do clima e do mercado. Essa nova realidade do
produtor permite a ele decidir se aumenta o seu rebanho ou
a produo agrcola em um novo patamar tecnolgico. Isso
decisivo para a insero desse produtor no agronegcio.
Alm disso, a propriedade valorizada. Uma considerao
a ser feita a de que a pecuria uma atividade de menor
risco em comparao agricultura. Opecuarista que adota
o sistema de ILP aumenta o risco do seu negcio, ao passo
que o agricultor tem seus riscos diminudos.
Para o pecuarista: embora o risco com agricultura seja
grande, ele pode ser compensado com a possibilidade de
recuperao da pastagem. Adepender da escolha da cultura
produtora de gros no mercado da regio onde se localiza
a propriedade, a agricultura paga os custos de implantao
da nova pastagem e ainda pode trazer lucro adicional se
a venda dos gros for feita no momento oportuno. Alm
disso, aps uma cultura produtora de gros, a pastagem tem
maior produtividade, proporcionando maior ganho de peso
por animal e menor custo com suplementao.
Para a pastagem: como o potencial produtivo do solo
melhorado mediante as correes qumicas e adubaes
realizadas para cultivos de lavouras, a produtividade e a
longevidade da pastagem so aumentadas. Adequando o
manejo da pastagem por meio do controle de lotao animal
e da reposio de nutrientes aps cada ciclo de pastejo, essa
pastagem permanecer por muito tempo sendo explorada
sem a necessidade de uma nova recuperao da rea.
Para a lavoura: a correo do solo por meio da adio de
nutrientes e diminuio do alumnio txico proporciona
melhoria do ambiente produtivo. Alm disso, a pastagem
produz muita massa tanto de razes quanto de parte
area, aumentando a matria orgnica, a quantidade de
microrganismos benficos e a porosidade do solo. Esse
novo ambiente produtivo diminui a incidncia de pragas
e doenas com origem no solo. Apresena de cobertura
permanente no solo traz benefcios no controle da eroso,
60
por causa da proteo mecnica que os resduos vegetais
proporcionam, alm de controlar a temperatura do solo e
o aumento da infiltrao e reduzir a evaporao de gua,
diminuindo os riscos de perdas de produtividade em casos
de regies com problemas de veranicos.
61
O condicionamento inicial do solo decisivo para comear
bem o sistema, sem necessidades de aes corretivas no decorrer
do tempo, que podem atrasar e encarecer o projeto.
Para sua implantao, o primeiro passo do planejamento
fazer a anlise do solo das glebas de pastagem, pelo menos nas
camadas de 0 a 20cm e de 20cm a 40cm de profundidade. Alm
disso, importante procurar evidncias de compactao do solo
nessas profundidades, pois isso pode definir quais implementos
sero utilizados e a regulagem de profundidade de trabalhos para
corrigir esses problemas. Com base nos resultados, devem-se fazer
as correes qumicas necessrias visando s exigncias da lavoura
e eliminao de camadas de impedimento no perfil do solo.
importante que a aplicao do calcrio seja feita pelo menos
60 dias antes do plantio e que ainda haja umidade suficiente no
solo, para que o processo de reao do calcrio possa acontecer.
Opreparo profundo do solo com subsolagem ou arado escarificador
deve ser realizado preferencialmente em solo seco, para que haja
rompimento da compactao em profundidade sem formao de
novas camadas compactadas. Os cuidados com a conservao
do solo, realocao de cercas e estradas tambm devem estar
planejados nessa etapa. Alm disso, deve ser feita a eliminao de
tocos, razes, cupinzeiros, sulcos causados pelo caminhamento dos
animais e plantas invasoras, especialmente as perenes. Feito todo
o processo de incorporao de corretivos e fertilizantes no perfil
do solo, alm de descompactar o solo, nos anos subsequentes a
lavoura pode ser semeada em plantio direto. Porm, a anlise de
solo aps cada ciclo de explorao deve ser sempre realizada com
objetivo de encontrar provveis deficincias e planejar a forma mais
econmica de solucion-las caso ocorram.
62
quanto gesto pecuria por parte de agricultores. De qualquer
maneira, observa-se que esses absorvem com maior facilidade
as necessidades gerenciais da pecuria quando comparados aos
pecuaristas, que demonstram maior dificuldade em assimilar as
exigncias no manejo das lavouras. Igualmente ao que foi comentado
na questo anterior, o planejamento tem de ser global.
Para integrar a pecuria nessas condies, necessrio que
o investimento, que pode ser elevado, considere a necessidade de
construo de estruturas fsicas para os animais (cercas, cochos,
bebedouros, curral, etc.). Muitas vezes o agropecuarista j desenvolve
essas duas atividades em sua fazenda de maneira complementar,
entretanto sem integrao entre elas. Nesse caso, o sistema de ILP
torna-se bem mais simples, pois parte da estrutura da pecuria e
de correo do solo j est pronta. H necessidade tambm de
avaliar com que animais a propriedade ir trabalhar, alm de definir
o mtodo de explorao da atividade pecuria (cria, recria, engorda
ou produo de leite).
Observando-se esses aspectos, pode-se optar pela espcie
forrageira que melhor se adeque s necessidades do agropecuarista,
bem como definir o tempo de explorao de cada uma das atividades
e as produtividades que podero ser trabalhadas.
63
entrada de nutrientes no sistema via fertilizantes residuais usados
nas lavouras.
Geralmente, nos dois primeiros anos com pastagens depois de
lavouras obtm-se boas produtividades e, da em diante, observa-se
queda mais acentuada. Nessa ocasio, o pecuarista deve tomar a
deciso: ou aduba a pastagem ou faz novo ciclo com lavoura. Isso
vai depender tambm de como est o nmero de plantas forrageiras
na rea, pois o solo exposto sem pastagem tem maior presena
de plantas invasoras. Quando a rea de pastagem impossibilita a
implantao de uma cultura produtora de gros, a recomendao
que se faa um plano de adubao e de ocupao dessas pastagens,
visando aumentar o tempo de explorao por longos perodos sem
degrad-la.
Por sua vez, quando no h limitao operacional para o
cultivo de gros, a recomendao intensificar o ciclo de rotao
lavoura-pastagem at um ponto de equilbrio com os interesses do
pecuarista ou do agricultor. Cada situao depende de uma srie de
fatores econmicos e ambientais, mas que so possveis de ajustes
desde que bem planejados, com auxlio tcnico. Oplanejamento
fator crucial, pois, ao definir estratgias de acordo com a atividade
principal da propriedade, podem ser estabelecidas metas de
recuperao da pastagem ou produtividades de gros que devem
ser buscadas a fim de que os custos sejam pagos e o lucro seja
atingido no menor espao de tempo possvel.
64
Melhoria das caractersticas fsico-qumico-biolgicas do
solo, por meio do aporte de matria orgnica, decorrente da
morte da parte area e do sistema radicular das forrageiras,
aps sua dessecao.
Melhoria da manuteno de umidade no solo, por causa do
melhor recobrimento de sua superfcie pela palhada.
Melhoria da ciclagem de nutrientes, em razo do extenso
sistema radicular da forrageira; maior supresso de plantas
daninhas, que pode reduzir o nmero de aplicaes de
herbicidas, alm de inibir a emergncia e o desenvolvimento
de algumas plantas infestantes de difcil controle como a
buva (Conyza spp.).
Maior possibilidade de diversificao de renda da proprie
dade, por causa do cultivo de gros e da possibilidade de
implantao de pecuria.
Entre as desvantagens, destacam-se:
Maior custo de implantao em virtude dos gastos com a
compra de sementes da espcie forrageira.
Necessidade de melhor planejamento para no prejudicar a
semeadura da cultura subsequente, principalmente quando
o consrcio com o milho realizado no perodo de safrinha.
Requer bom nvel tcnico, para que o produtor e/ou tcnico
possa usufruir de todos os benefcios da tecnologia, devendo
ficar atento escolha adequada da forrageira, da densidade
e poca de semeadura, alm do mtodo e da modalidade
de implantao.
65
H vrios trabalhos tcnicos publicados que demonstram que,
dependendo da taxa de semeadura da forrageira, pode no haver
perdas de rendimento de gros no milho e, ainda assim, produzir
boa quantidade de palha para a cultura subsequente.
Em alta densidade de plantas forrageiras, o produtor pode optar
pela utilizao de subdoses de determinados herbicidas de ao
graminicida, seletivo cultura do milho, a fim de evitar ou reduzir
as perdas de rendimento de gros da cultura. Aefetividade desses
produtos sobre a braquiria depender do herbicida, da dose, do
estdio de desenvolvimento do capim no momento da aplicao,
da espcie forrageira e da cultivar da cultura anual. Doses abaixo do
recomendado podem no surtir o efeito esperado; j as doses acima
da indicada podem acarretar a morte da forrageira.
A semeadura do capim na entrelinha da cultura outra estratgia
possvel de ser adotada para evitar perdas de rendimento de gros
no milho. Nessa situao, o produtor deve alternar as sementes nas
caixas, na mesma semeadora, sendo uma com milho e outra com
capim, sempre respeitando a recomendao do equipamento para
discos e demais componentes. Essa opo gera um distanciamento
entre linhas da cultura de milho que deve ser observado de acordo
com a expectativa de estande final de plantas e colheita. Em virtude
da distncia entre as plantas, o efeito da competio entre as espcies
minimizado. Porm, necessrio que o produtor fique atento com
relao escolha da espcie forrageira, pois forrageiras com hbito
de crescimento cespitoso (como as cultivares BRS Piat, Mombaa,
Marand e Xaras) no promovem boa cobertura da rea, no mesmo
intervalo de tempo, quando comparadas a espcies de crescimento
mais decumbentes (Urochloa ruziziensis syn. Brachiaria ruziziensis)
semeadas em espaamentos mais amplos.
A semeadura defasada da forrageira, tambm, pode ser
adotada como estratgia para minimizar a competio entre
as duas espcies. Nessa modalidade de implantao, o capim
semeado aps o estabelecimento da cultura. Esse mtodo apresenta
as seguintes desvantagens: necessidade da realizao de duas
operaes de semeadura; uso de maior quantidade de sementes,
66
quando a semeadura da forrageira realizada a lano; alm de
maior probabilidade de m formao de estande, principalmente
quando realizada no perodo de safrinha, em virtude da restrio
hdrica e de temperaturas menos favorveis ao seu desenvolvimento.
Cabe ao produtor escolher a estratgia que melhor se adque sua
realidade e ao seu objetivo final.
67
diferentes modalidades de cultivo de gros e pastagens. J existem no
mercado equipamentos de plantio de cereais e de capim nas linhas
e entrelinhas, simultaneamente. Se esse equipamento for utilizado,
basta fazer as regulagens para fertilizantes, sementes do cereal e
do capim, alm dos ajustes para profundidade de deposio de
fertilizante e sementes, de execuo relativamente simples. Porm,
no h necessidade de adquirir um novo equipamento s porque
o produtor ir semear a forrageira simultaneamente com a cultura
produtora de gros. Mesmo em mquinas sem a caixa de sementes
midas, algumas regulagens podem ser realizadas de forma que
as espcies sejam implantadas em consrcio sem a competio
interespecfica.
68
plantio do cereal com as sementes misturadas ao adubo.
Depois disso, a semeadura da lavoura deve ocorrer
imediatamente. Se o plantio de sementes a lano anteceder
o semeio da cultura principal, as sementes das forrageiras
no sero incorporadas ao solo, ou seja, no ser feita uma
operao especfica para isso. Essa incorporao poder
ocorrer no momento da passagem da semeadora na rea
para plantar a cultura principal. Nesse caso, a quantidade
de sementes da forrageira dever ser duplicada, visando
garantir bom estande de plantas de capim. Atrasos no
plantio da lavoura podem aumentar a competio por parte
da forrageira sobre a cultura de gros. Nesse caso, herbicidas
devero ser utilizados para diminuir essa competio.
Plantio da lavoura e, na sequncia, distribuio das semen
tes do capim: em relao ao mtodo anterior, as operaes
de semeadura so invertidas, ou seja, primeiro vem a
lavoura e depois o capim. Asemeadura do capim em sulcos
nas entrelinhas da lavoura exige percia do operador para
no afetar as linhas com as sementes da lavoura. Atraso na
semeadura do capim tambm pode resultar em pastos mal
formados em plantios de vero, por causa do abafamento
que a forrageira pode sofrer causado pela cultura principal.
Alm disso, o tempo para utilizao dessa pastagem aps a
colheita de gros maior quando comparado ao consrcio
efetuado junto com a cultura principal.
Plantio defasado do capim na lavoura: normalmente,
lana-se mo do plantio defasado do capim para contornar
alguma limitao edafoclimtica regional (deficit hdrico,
alteraes de temperatura, etc.), ou para suplantar alguma
caracterstica dos materiais consorciados (porte mais baixo
ou crescimento inicial lento da lavoura). Nesse caso,
primeiramente deve-se semear a lavoura e aguardar um
perodo de tempo (10 a 40 dias) para, s depois, semear
o capim. Arazo clara para isso favorecer a lavoura em
detrimento do capim. Em alguns casos, o capim semeado
69
junto ao adubo de cobertura da lavoura. Osemeio das
forrageiras tambm pode ser feito com equipamentos
especiais caso implementos no possam mais adentrar na
lavoura. Nesses casos, a sobressemeadura pode ser feita
com avies, equipamentos acoplados em motocicletas, ou
manualmente, e a quantidade de sementes das forrageiras
tambm dever ser aumentada em pelo menos duas vezes
em relao ao cultivo tradicional.
desejvel adotar o
sistema de plantio direto
(SPD) desde o incio da im-
plantao de sistemas de
ILP. Entretanto, nem sem-
pre isso possvel por cau-
sa das condies de solo
e de degradao em que
a rea a ser reformada se
encontra. Os solos degradados necessitam correes qumicas e fsi-
cas em profundidade para eliminar impedimentos na subsuperfcie.
Compactao, deficincia de nutrientes e alumnio so as principais
limitaes nesses casos. Especialmente na regio do Cerrado, com
clima mais seco e solo pobre em fertilidade, e nos locais onde ocor-
rem veranicos, desejvel a incorporao profunda de corretivos e
fertilizantes, como estratgia para promover maior crescimento das
razes das lavouras e capins, que assim podem tolerar maior perodo
de escassez de chuvas. Nessa situao, o preparo convencional com
arao e gradagens o mtodo mais indicado. Dessa forma, a forra-
geira tambm ter maior chance de crescer e de manter-se produtiva
por um perodo maior quando iniciar o perodo seco do ano. Por sua
vez, caso no existam esses impedimentos no solo ou a deficincia
de nutrientes no for muito acentuada e o clima for mais chuvoso,
70
possvel iniciar o sistema de ILP com o SPD e a aplicao de gesso,
calcrio ou algum nutriente em superfcie.
71
diagnstico da rea, escolha da lavoura e da forrageira, entre outros.
Primeiramente preciso fazer as anlises de solo e, com base nela,
fazer a correo qumica e o preparo do solo, conforme descrio
apresentada na resposta da pergunta 58.
72
do gnero Urochloa e Panicum, tanto no SPD quanto no preparo
convencional, em reas de lavoura com solo parcial ou devidamente
corrigido.
Os principais objetivos desse sistema so:
Produzir forrageira para a entressafra e palhada em quan
tidade e qualidade para o SPD.
Aumentar a produtividade da cultura de milho e das
pastagens e, com isso, baixar os custos de produo, tor
nando a propriedade agrcola mais competitiva e sustentvel.
Viabilizar o plantio direto em vrias regies com a gerao
de palhada em quantidade adequada.
Os principais benefcios so:
Bom desenvolvimento inicial da cultura do milho, exercendo
com isso alta competio sobre as forrageiras, a fim de
evitar reduo significativa nas suas capacidades produtivas
de gros.
Apresenta a vantagem de no alterar o cronograma de
atividades do produtor e no exigir equipamentos especiais
para sua implantao.
Efeito supressor da palhada de braquiria em plantas
daninhas e em fungos de solo.
73
situao e, para isso, as recomendaes de um tcnico devem
sempre ser consideradas.
Sim. O consrcio de milho com capim pode ser feito tanto para
produo de gros quanto para produo de silagem. Adiferena
que, no caso de silagem, como a colheita ou o corte ocorrem
mais cedo na cultura, a forragem encontra-se menos desenvolvida
do que quando se colhe o milho seco, por isso necessrio maior
tempo de vedao da rea para o adequado estabelecimento da
pastagem.
Atualmente, entende-se que a introduo de braquiria em
reas de silagem de extrema importncia, pois nessas reas
74
a exportao de nutrientes do solo, ou do campo, mxima
e o retorno via decomposio de palhada da cultura de gros
mnimo, pois a maioria da parte area da planta retirada da rea.
Assim, necessrio que seja tomada uma medida de reposio
de nutrientes, principalmente de matria orgnica do solo. Nesse
sentido, a braquiria supre essas necessidades, pois produz grande
quantidade de razes, melhorando o solo (ver Captulo 18), e grande
quantidade de parte area, podendo ser utilizada para pastejo ou
cobertura do solo no SPD.
75
Melhoria na qualidade das pastagens, quando, no consrcio,
tambm se cultivam braquirias.
Diversificao das palhadas para o SPD.
76
de 2cm a 3cm. Aadubao do milho deve ser feita de acordo
com as recomendaes convencionais, especialmente a aplicao
do nitrognio em cobertura.
Consrcio
O consrcio pode ser estabelecido via semeadura simultnea
ou defasada, ou seja, as leguminosas podem ser semeadas em
operao distinta, cerca de 10 a 15 dias aps a emergncia das
plantas de milho.
A escolha entre o consrcio simultneo ou defasado deve
considerar:
O espaamento entre linhas de milho, pois, medida que
se diminui o espaamento, o fechamento da cultura ocorre
mais rapidamente. Nesse caso, a semeadura do guandu-
-ano pode ser realizada no mesmo dia que o milho, uma
vez que a capacidade de competio pela leguminosa,
que j baixa, ainda mais suprimida pelo sombreamento
proporcionado pelo milho em espaamento reduzido.
A infestao da rea por plantas daninhas de folhas largas.
Nesse caso, recomenda-se que seja adotada alguma
prtica de controle precoce das plantas daninhas antes da
implantao do consrcio, para garantir que a emergncia
das plantas de guandu-ano ocorra aps a aplicao
dos herbicidas. Em reas muito infestadas por plantas
daninhas, folhas estreitas e largas, no recomendvel
fazer o consrcio simultneo do milho com a leguminosa.
Nesse caso, recomenda-se fazer um manejo precoce das
plantas daninhas, com herbicida ps-emergente, e imediata
semeadura das leguminosas em ps-emergncia do milho.
Acolheita do milho no deve ser tardia, pois podem ocorrer
dificuldades operacionais em razo do volume de massa
verde, tanto de guandu quanto de braquiria, que tendem
a crescer vigorosamente aps a senescncia do milho, por
causa da entrada de radiao solar nas entrelinhas da cultura.
Essa medida deve evitar embuchamentos na colhedora pela
forrageira.
77
76 No que se baseia o sistema So Mateus?
78
forrageira. Nesse perodo, pode-se obter elevada produo
de carne, entre 10 arrobas/ha a 13 arrobas/ha de equivalente-
-carcaa, na recria e engorda de animais, resultando numa
pecuria mais precoce e rentvel. Aprodutividade de carne
obtida nesse perodo poder amortizar parcial ou totalmente
os custos da adequao qumica adequada.
Produo de palhada para o plantio direto da soja: logo
aps o incio das chuvas (outubro), deve-se proceder
dessecao da pastagem com herbicida e, cerca de 20 dias
depois, efetuar a semeadura, no SPD, da soja sobre a palhada
da pastagem dessecada (4t/ha a 6t/ha de massa de matria
seca). Para o sucesso dessa operao, o produtor deve
contar com acompanhamento tcnico e dedicar ateno
especial aos procedimentos de dessecao, escolha de
cultivares de soja, semeadura, adubao e inoculao com
bactrias fixadoras de nitrognio (rizbios). Ainoculao
do rizbio indispensvel em reas de primeiro cultivo de
soja, visando ao adequado suprimento de nitrognio para
as plantas, que pode ser efetuado por meio do aumento da
dose de inoculante, da pulverizao na faixa de semeadura
ou da inoculao prvia da rea com a semeadura con
sorciada da pastagem com gros de soja. Recomenda-se,
tambm, a inoculao de rizbio mesmo em reas de
cultivos tradicionais de soja, por proporcionar ganhos de
rendimento de gros de soja.
Aps a colheita da soja, deve-se semear imediatamente
a pastagem que ser utilizada na pecuria nos prximos
2 anos, retornando soja no terceiro ano. Adefinio do
perodo de tempo dos ciclos de lavoura e com pecuria
em cada talho da propriedade varivel e depende dos
objetivos e da estrutura disponvel em cada local. De modo
geral, para obteno dos melhores resultados, no se deve
exceder o perodo de 3 anos seguidos com soja ou com
pastagem.
79
Implantao e Manejo do
4 Componente Florestal em
Sistemas de Integrao
Lavoura-Pecuria-Floresta
Vanderley Porfrio-da-Silva
Maurel Behling
Karina Pulrolnik
Lourival Vilela
Marcelo Dias Mller
Tadrio Kamel de Oliveira
Jorge Ribaski
Maria Izabel Radomski
Helio Tonini
Ablio Rodrigues Pacheco
Como se definem as modalidades de sistemas de integrao
78
que contm o componente florestal?
Os sistemas de integrao
que contm o componente flo-
restal podem ser classificados da
seguinte forma:
Sistema silvipastoril ou integra-
o pecuria-floresta (IPF): siste-
ma de produo que integra, por
meio de consrcio, os compo-
nentes pecurio (pastagem e ani-
mal) e florestal (rvores e/ou arbustos).
Sistema silviagrcola ou integrao lavoura-floresta (ILF):
sistema de produo que integra os componentes florestal
e agrcola pela consorciao de espcie(s) arbrea(s) e/ou
arbustiva(s) com cultivo(s) agrcola(s), anuais ou perenes.
Sistema agrossilvipastoril ou integrao lavoura-pecuria-
-floresta (ILPF): sistema em que feito, na mesma rea, o
silvipastoril seguido do silviagrcola, ou vice-versa. Por
exemplo, em um consrcio de soja com rvores, pratica-se
o sistema silviagrcola. Se, depois da soja (ou outra lavoura),
for plantada uma forrageira entre as linhas de rvore e for
colocado o gado para pastejo, o sistema o silvipastoril.
Ento, na mesma rea ocorre, num momento, o sistema
silviagrcola e, no outro, o silvipastoril.
82
Econmicos
Analisar a adequabilidade da espcie arbrea na regio e
fazer estudo do mercado, com a finalidade de identificar as
espcies com produtos economicamente promissores para
a regio.
Estudar o mercado regional para assegurar a aquisio de
insumos e a viabilidade de comercializao dos produtos
do sistema (principalmente para produtos madeireiros e no
madeireiros).
Estabelecer planejamento plurianual em mdio e longo
prazo com base nos princpios da rotao e diversificao
de culturas.
Analisar a capacidade de investimento e/ou buscar fontes
de financiamento acessveis para a aquisio de animais,
mquinas, mudas florestais, etc.
Implantar o sistema mais vivel e adequado realidade da
regio e do tipo de propriedade rural.
Tcnicos
Capacitar pessoas para a compreenso de dois aspectos
essenciais: motivos para combinar rvores com lavouras e/
ou com pastagens e forma de combinar lavouras (cultivos
anuais e/ou forrageiras), pecuria (gado) e rvores (para
produtos e/ou servios).
Procurar profissionais experientes para assistncia tcnica e/
ou consultoria.
Diagnosticar as reas com maior potencial de resposta,
setorizar a propriedade e iniciar o sistema aos poucos (20%
a 30% da propriedade).
Fazer o preparo do solo, analisar o tipo de solo, realizar a
correo e adubao do solo e os tratos culturais (dessecao
das pastagens, etc.).
Definir o nmero de linhas por faixa ou renque de rvore.
Definir a distncia entre as faixas ou renques (largura das
aleias ou ruas), por exemplo, pela dimenso de equipamentos
83
disponveis (com razes dessas dimenses, uma vez, duas
vezes, etc.).
Demarcar as linhas de plantio das rvores antes do plantio
da lavoura.
Plantar as rvores em nvel e a jusante de terraos (se
houver).
Plantar as lavouras com afastamento das linhas de rvore
em, pelo menos, 1m de cada lado.
Planejar a entrada de animais preferencialmente aps o
estabelecimento das rvores.
84
Quais so os principais critrios para definir o espaamento
81
em sistemas de ILPF?
85
Quais so os principais requisitos para a implantao do
83
componente florestal em sistemas de ILPF?
86
madeira grossa para serraria, laminao, faqueados). Para
isso, fundamental planejar o sistema que ser adotado, ou
seja, o espaamento entre renques, o espaamento entre
rvores no renque e a quantidade de linhas de rvores em
cada renque.
Selecionar corretamente as espcies de rvores que sero
plantadas na rea, que devem ser adaptadas ao clima e ao
solo do local onde sero plantadas.
Contratar a produo de mudas para que estejam prontas
na poca correta para o plantio na regio onde sero
plantadas.
Aprender como e quando realizar o plantio e os tratos cul
turais necessrios para o bom desenvolvimento das rvores.
87
mudas das rvores deve ser feito com cuidado para evitar a deriva
de herbicidas sobre as rvores. Alm disso, deve-se estabelecer o
controle de formigas cortadeiras, que afetam as mudas de rvores.
88
hectare e elas sero mais finas. Apreviso de desbaste poder ser
desnecessria, j que todas as rvores sero colhidas (corte raso)
quando atingirem o ponto de colheita.
Na produo de madeira grossa, o objetivo obter o maior
volume de madeira por rvore e por unidade de rea, e isso pode
levar mais ou menos tempo de acordo com a espcie plantada e a
fertilidade da rea. Aquantidade de rvores plantadas poder variar
da seguinte maneira:
De 600 a 1.000 rvores por hectare, com desbastes obri
gatrios no momento em que as rvores apresentarem
competio entre si.
De 200 a 600 rvores por hectare, com desbastes obri
gatrios no momento em que as rvores apresentarem
competio entre si.
No primeiro caso, os desbastes acontecero mais cedo (rvores
mais jovens) do que no segundo caso, quando as rvores podero
ser desbastadas em idade mais avanada (rvores mais velhas).
Os primeiros desbastes produziro madeira fina.
Os desbastes cumprem duas funes: favorecer o crescimento
das melhores rvores para a produo de toras e regular a sombra
(evitando que o sistema fique com excesso de sombreamento, o
que prejudicial para o crescimento da lavoura e da pastagem).
Tambm podem escalonar a produo de madeira e de gros.
Por exemplo, nos primeiros dois a trs anos do sistema, possvel
cultivar gros. Depois do segundo ou terceiro ano, a sombra das
rvores desfavorece o cultivo de gros, ento possvel ter pastagens
e gado em pastejo. No momento de desbaste, possvel retornar
ao cultivo de gros por mais uma safra e depois novamente com a
pastagem at o prximo desbaste.
89
espcie forrageira e estratgia de implantao e de manejo do sistema
(pastejo rotativo, realizao de desbastes, etc.). Oespaamento ideal
aquele que no impede o acmulo de forragem em quantidade
e qualidade, ao longo do ciclo do sistema com pecuria, e que
proporcione a produo do componente florestal selecionado.
Amanuteno de um espaamento ideal depende de desbastes e
da relao desses com a cobertura de copa das rvores no terreno.
De modo geral, ser necessrio realizar desbastes (retirar rvores
inteiras) quando a cobertura de copa das rvores tiver entre 30%
e 35%, e assim manter um ambiente luminoso que permita a
produo de forragem suficiente para um bom desempenho animal
no sistema. Ver resposta da pergunta 96.
90
rpido crescimento, oferta de clones adaptados a diferentes regies,
arquitetura de copa rala e elevado rendimento econmico, que
proporciona usos mltiplos com a produo de multiprodutos
madeireiros e no madeireiros. Outras espcies esto sendo
utilizadas, tais como: accia (Acacia mangium), paric ou pinho-
-cuiabano (Schizolobium amazonicum), mogno-africano (Khaya
ivorensis), cedro-australiano (Toona ciliata), canafstula (Peltophorum
dubium), grevlea (Grevillea robusta), pnus (Pinus spp.) e bracatinga
(Mimosa scabrella). H pesquisas com mogno-brasileiro (Swietenia
macrophylla), teca (Tectona grandis), nim-indiano (Azadirachta
indica), mulateiro (Calycophyllum spruceanum), amarelo
(Aspidosperma vargassii), sumama (Ceiba pentandra), taxi-branco
(Sclerolobium paniculatum), pau-de-balsa (Ochroma pyramidale),
gliricdia (Gliricidia sepium), entre outras. Tambm tm sido utilizadas
espcies de palmceas como macaba (Acrocomia aculeata), dend
(Elaeis guineensis), guariroba (Syagrus oleracea), coqueiro (Coco
nucifera) e espcies frutferas.
91
Na escolha da espcie arbrea em sistemas de ILPF, o que se
93 deve priorizar: a destinao da madeira, a disponibilidade
de mudas ou o mercado mais atrativo?
92
Se o plantio for realizado com objetivo de produzir tora para
serraria, com poucas rvores por hectare, e se deseja mudar para
lenha, carvo, celulose, palanque de cerca, etc., tambm possvel
alterar a destinao, no entanto o rendimento poder ser muito
menor em razo do menor volume de madeira por hectare e do
menor preo pago para a madeira de lenha, carvo e palanque de
cerca. Na Tabela 1, pode-se observar um exemplo de mudana de
destinao da madeira. necessrio realizar desbastes, que devem
ser feitos no momento adequado para no comprometer a qualidade
da madeira de toras no futuro, ou seja, recomendado no atrasar o
momento do desbaste para ter boa qualidade de madeira de serraria.
N de linhas no renque 5 3 3 2
madeira fina da copada das rvores. (3) No segundo e terceiro desbastes, destinao para serraria
e laminao e madeira fina do restante da copada das rvores.
93
didas das rvores que com-
pem a amostra. Sero me-
didos o dimetro do tronco
na altura de 1,30m do solo
(dimetro a altura do pei-
to DAP), a altura total (Ht)
das rvores e o dimetro
de copa de cada rvore da
amostra. necessrio me-
dir 1 a cada 10 rvores para
os plantios que tenham at 1.000 rvores; 1 a cada 12 rvores para
os plantios de 2.000 at 4.000 rvores; e 1 a cada 19 rvores para
os plantios que tenham entre 5.000 e 10.000 rvores. Somente as-
sim ser possvel tomar a deciso de fazer desramas e desbastes no
momento certo. Tanto o produtor quanto o profissional de assistn-
cia tcnica devem ter conhecimento de como se realiza o monito-
ramento do crescimento das rvores. Ser necessrio que saibam
medir a altura e o dimetro (grossura) do tronco das rvores, estimar
o tamanho da copa e da cobertura de copa das rvores sobre o ter-
reno para determinar o momento de manejar corretamente as copas
e evitar o sombreamento excessivo.
A cobertura de copa (quanto do terreno fica exatamente
embaixo das copas das rvores) pode ser calculada em parcelas
distribudas dentro da rea do sistema, o que deve ser realizado
pelo menos uma vez ao ano. Para calcular a cobertura de copa,
necessrio medir a largura das copas das rvores no sentido da
linha de plantio e no sentido do espaamento entre os renques
das rvores. Com o produto dessas duas medidas dividido pela
medida da distncia entre os renques, encontra-se a frao ou
porcentagem de rea coberta pelas copas das rvores. De modo
geral, ser necessrio realizar desramas (ver resposta da pergunta
98) e desbastes (retirar rvores inteiras) quando a cobertura de copa
das rvores tiver em torno de 30%.
94
Como se deve manejar o componente florestal em sistemas
97
de ILPF?
Idade do plantio
O que pode ser feito?
das rvores
Coroamento
Controle qumico na faixa de plantio com
produtos no seletivos (usando proteo para
as mudas)
Capina manual
Cultivos anuais (lavouras) na entrelinha quando 0 a 3 meses
for renque com mais de uma linha de rvores
ou tambm entre os renques
Gradagem na entrelinha quando for renque com
mais de uma linha de rvore ou dos lados da linha
de plantio da rvore quando for somente uma linha
Roada nas entrelinhas ou entre plantas na linha
3 a 24 meses
Cultivos anuais intercalares
A primeira desrama deve ser feita quando a
grossura das rvores na altura de 1,30 m do Depende do cresci-
solo (o chamado dimetro a altura do peito DAP) mento das rvores
atingir 6 cm
O desbaste deve ser feito sempre que a cobertura Depende do cresci-
de copa atingir 30% mento das rvores e do
espaamento utilizado
Fonte: adaptado de Porfrio-da-Silva et al. (2009).
95
recomendvel que se faa a desrama antes de atingir tal dimetro,
pois isso pode atrasar o crescimento da rvore. Amedida do DAP
das rvores obtida a 1,30m da base do tronco, e a desrama deve
ser feita desse ponto para baixo. Certamente as rvores no crescem
iguais, por isso, quando 60% das rvores tiverem atingido 6cm de
DAP, algumas delas j tero ultrapassado essa medida, ento deve
ser desramada da altura que apresentar os 6cm de dimetro.
Outras desramas sero necessrias no futuro, e devem ser
feitas retirando os galhos at a metade da altura total das rvores.
Para cortar os galhos, necessrio utilizar ferramentas adequadas
para a poda florestal, como o serrote curvo, o podo ou a tesoura,
os quais devem estar bem afiados.
96
possvel pastejar reas recm-implantadas com sistema
100
silvipastoril ou de IPF?
97
Qual a melhor estratgia para proteger as rvores e evitar
101 a predao pelo gado durante a implantao das rvores
em sistemas de ILPF?
98
Em sistemas de ILPF, como se deve definir um regime de
103
adubao para as rvores?
99
adubao para as rvores no sistema de ILPF deve ser fundamentada
em anlise de solo e em anlise foliar das rvores. Somente desse
modo ser possvel estabelecer o melhor momento e a quantidade
de nutrientes que dever ser colocada no sistema. Recomendaes
a respeito da adubao podem ser obtidas nas publicaes de
Neves et al. (2008) e Maeda (2014).
100
equipamentos utilizar o mtodo do basto, ou mtodo auxiliar,
que pode ser obtido no documento de Porfrio-da-Silva et al. (2009).
Referncias
BRASIL. Lei n 12.651, de 25 de maio de 2012. Dispe sobre a proteo da
vegetao nativa; altera as Leis ns 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de
19 de dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro de 2006; revoga as
Leis ns 4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de 1989, e
a Medida Provisria n 2.166- 67, de 24 de agosto de 2001; e d outras
providncias. Dirio Oficial [da] Repblica Federativa do Brasil, Braslia, DF,
28 maio 2012. Seo 1, p. 1.
101
Prticas e Manejo
de Sistemas de Integrao
5 Lavoura-Pecuria
na Safra e Safrinha para
as Regies Centro-Oeste
e Sudeste
Lourival Vilela
Roblio Leandro Marcho
Flvio Jesus Wruck
Priscila de Oliveira
Bruno Carneiro e Pedreira
Luiz Adriano Maia Cordeiro
Quais so as formas ou modalidades de sistema de inte
105 grao lavoura-pecuria (ILP) mais adotadas nas regies
Centro-Oeste e Sudeste?
104
Quais so as opes de consrcio de culturas existentes
107 para o sistema de ILP com situao prvia de agricultura,
nas regies Centro-Oeste e Sudeste?
105
Quais so as opes de consrcio de culturas existentes
108 para o sistema de ILP com situao prvia de pecuria, nas
regies Centro-Oeste e Sudeste?
106
Os nascimentos ocorrem em abril; e, em maio/junho, as vacas pri-
mparas pastejam nos pastos de safrinha recm-estabelecidos. Em-
bora sem indicar um valor, os produtores que tm adotado essa
prtica relatam que o efeito na taxa de reconcepo dessas vacas
tem aumentado.
107
Qual a maior contribuio de sistemas de ILP para a reali
111
dade edafoclimtica das regies Centro-Oeste e Sudeste?
108
Ciclagem de nutrientes (a ciclagem de nitrognio, fsforo
e potssio estimada em fazendas do oeste baiano, em
equivalente-fertilizante, foi de 60kg/ha/ano de ureia,
95kg/ha/ano de superfosfato simples e 85kg/ha/ano de
cloreto de potssio, respectivamente).
109
ser de 5kg/ha a 8kg/ha de sementes puras viveis. Esses valores
podem variar ainda de acordo com o tipo de semente (comum x
peletizada), a forma de aplicao, a cobertura do solo, o tipo de
preparo, a presso bitica (insetos cortadores, fungos de solo), etc.,
visando a uma populao de plantas estabelecida de 15plantas/m2
a 20plantas/m2.
110
e Abastecimento (Mapa) e de boa reputao, mesmo que
seu preo no seja o menor do mercado local.
Amostrar cada lote de sementes recebido e enviar a um
laboratrio de confiana para realizao dos testes de
pureza, germinao, vigor e presena de fitopatgenos
(agentes causadores de doenas em plantas, em especial
nematoides).
Efetuar a semeadura da forrageira de acordo com a poca
de plantio para cada regio; observar sempre as condies
de umidade do solo e a previso de chuva para aquela
localidade na semana posterior semeadura.
Utilizar taxa e profundidade de semeadura de forma
adequada, respeitando as recomendaes tcnicas de cada
material, e ajustar seus valores de acordo com os resultados
das anlises de sementes efetuadas.
Para sementes de forrageiras no tratadas, efetuar seu
tratamento com inseticida (com residual) e fungicida
antes da semeadura, seguindo as recomendaes de um
responsvel tcnico. importante que esse inseticida, na
dose recomendada, no seja letal para insetos benficos
para o sistema de ILP, como, por exemplo, os colepteros,
que so popularmente conhecidos como rola-bosta.
Monitorar, criteriosamente, a primeira semana depois da
emergncia da forrageira. Se, por algum motivo, o tratamento
de sementes no apresentar efeito satisfatrio sobre as pragas
(principalmente lagartas), deve-se entrar imediatamente com
controle qumico ou mesmo realizar replantio. Amesma
recomendao deve ser observada para o inseticida.
Quando o capim for semeado em sobressemeadura na soja,
procurar trabalhar com a plataforma de corte para colheita
de gros o mais prximo possvel da altura de insero da
primeira vagem. Essa operao visa deixar alguns perfilhos
e folhas do capim, para que a planta forrageira possa
continuar seu desenvolvimento e estabelecer o pasto o mais
rpido possvel.
111
Quando o capim for semeado com o milho, pode-se realizar
a colheita de gros utilizando a plataforma da colhedora no
mnimo a 30cm de altura do solo. Caso a rea de milho seja
destinada silagem, recomenda-se que a altura de corte
seja a 20cm do solo. Com isso, mesmo com a colheita
do milho, as folhas e os perfilhos que permanecerem sero
responsveis pela formao da pastagem que ser utilizada
na sequncia.
Sim. O estabelecimento
da pastagem na fase de ps-
-colheita da soja possvel des-
de que as condies climticas
sejam favorveis. Aevoluo do
melhoramento da soja visando
obter cultivares de ciclo cada
vez mais precoce tem favoreci-
do essa modalidade de ILP. Asemeadura da forrageira pode ser feita
a lano ou utilizando semeadoras prprias para o enterrio das semen-
tes. No caso da semeadura a lano, dependendo da cobertura do
solo o uso de sementes peletizadas e tratadas fundamental para a
germinao. Nessa modalidade de sucesso, a utilizao do consr-
cio da forrageira com culturas como o milheto ou o sorgo forrageiro
(Sorghum bicolor) pode antecipar o uso da rea e enriquecer a qua-
lidade do pasto.
112
foi semeada em relao ao final do perodo chuvoso do ano
agrcola. No melhor cenrio, em que, depois de semeada a forrageira
(normalmente a braquiria U. ruziziensis) ainda ter, pelo menos,
60 dias dentro do perodo chuvoso da regio, recomenda-se a
entrada de animais leves (at cerca de 220kg desmama) entre 35
e 45 dias (de modo que a altura mdia do dossel da braquiria no
ultrapasse 35cm, fato que depender das condies de solo e das
chuvas) depois da semeadura, numa taxa de lotao dos animais
que ainda permita o acmulo de biomassa da forrageira durante
o restante do perodo chuvoso. Ao final do perodo chuvoso,
avalia-se a biomassa de forragem acumulada e ajusta-se a taxa de
lotao dos animais de modo que a demanda de matria seca seja
atendida pela oferta de forragem acumulada. No caso de pastos de
safrinha de dupla aptido (forragem e palhada), importante manter
aproximadamente 4t/ha de palhada seca para o SPD da soja no ano
agrcola seguinte. Parte dessa palhada ser proveniente da rebrota
da forrageira depois da retirada dos animais no comeo do perodo
chuvoso (normalmente no incio de outubro).
No pior cenrio, em que, depois de semeada, a forrageira
ter menos de 60 dias dentro do perodo chuvoso da regio, so
necessrios, pelo menos, de 100mm a 120mm de chuva para que
haja acmulo de biomassa significativo na pastagem. Recomenda-
-se aguardar o mximo acmulo de biomassa da forrageira (final
do perodo chuvoso) para somente depois entrar com os animais.
Oclculo da taxa de lotao dos animais segue os mesmos critrios
discutidos anteriormente.
113
nos pastos de safrinha. Aprincipal estratgia para superar essa
limitao dimensionar, com auxlio de um especialista, um sistema
de bebedouros para cada pasto de safrinha com base no tamanho,
na categoria animal e na raa do rebanho, nas condies do
microclima, no manejo do pasto e na estratgia de suplementao.
Outro fator limitante se refere ao pastejo. importante que
o produtor, principalmente os iniciantes na atividade pecuria,
adequem a lotao animal de acordo com a produo de pasto,
pois o excesso de animais na rea pode acarretar problemas
de oferta de pasto, culminando com sua rpida degradao e
eventual compactao do solo. Para cada espcie de capim, existe
uma condio tima de entrada e de sada dos animais da rea.
Obedecendo a esse critrio, possvel ter pasto em quantidade e
qualidade durante todo o perodo de outono-primavera.
114
gua e sal mineral, sem negligenciar as adequaes relativas ao
plantio da lavoura e ao trfego de mquinas, bem como s reas de
manejo dos animais (corredores, currais, balanas, etc.). Portanto,
recomendam-se talhes cercados com cerca convencional entre
120ha e 200ha, que tenham possibilidade de ser subdivididos com
cerca eltrica de acordo com a disponibilidade de gua, diviso
de lotes e estratgia a ser utilizada na nutrio animal. Entre as
estratgias, caso seja utilizado o confinamento ou semiconfinamento
em pasto, os lotes devem ser divididos de modo que comporte entre
50 e 100 animais, o que facilita o controle e manejo.
115
O pastejo da braquiria no compromete a cobertura de
123
solo para realizar um SPD de qualidade?
116
da cultura do milho solteiro, em semeadura simultnea de milho
com capim no recomendada, pois pode afetar a germinao
e o estabelecimento da espcie forrageira (capim). Adose desses
herbicidas a ser utilizada depende, principalmente, da espcie ou
cultivar de forrageira e do estdio de desenvolvimento (nmero de
folhas e perfilhos). Assim, recomenda-se consultar um engenheiro-
-agrnomo com conhecimento na rea.
117
de pneus ou ferro para promover melhor contato das sementes das
forrageiras com o solo, favorecendo a germinao. Para pequenas
e mdias propriedades, recentemente tem estado disponvel no
mercado um equipamento para semeadura embarcada (moto-
-semeadura) em veculos leves, do tipo motocicletas e quadriciclos,
que apresenta bom rendimento e baixo custo operacional. Indepen
dentemente do modo de semeadura, sempre importante observar
as recomendaes da resposta da pergunta 116.
118
sobretudo, aumenta a eficincia operacional de mquinas e imple
mentos por causa da reduo de manobras e da possibilidade de
passadas mais longas.
Referncias
CRUZ, I.; FIGUEIREDO, M. de L. C.; GONTIJO NETO, M. M.; SILVA, R. B. da
Danos da cigarrinha-das-pastagens, Deois flavopicta Stal (Homoptera:
Cercopidae) em milho consorciado com braquirias. Sete Lagoas: Embrapa
Milho e Sorgo, 2010. 10 p. (Embrapa Milho e Sorgo. Circular tcnica, 144).
119
Prticas e Manejo de
6
Sistemas de Integrao
Lavoura-Pecuria-
-Floresta com Componente
Florestal para as Regies
Centro-Oeste e Sudeste
122
Que fatores devem ser considerados no planejamento de
131 um sistema de ILPF com componente florestal nas regies
Centro-Oeste e Sudeste?
123
Quais so os principais arranjos para distribuio espacial
133 do componente florestal em sistemas de ILPF nas regies
Centro-Oeste e Sudeste?
124
mnimo), poca de plantio (incio das chuvas), correo de solo e
adubaes conforme anlise de solo e necessidade da(s) espcie(s)/
clone(s), replantios feitos at 30 dias aps a implantao, preveno
de problemas causados pela deriva de herbicidas utilizados
principalmente na cultura agrcola nos primeiros anos do sistema,
controle de plantas indesejveis e monitoramento de formigas e de
cupins aps a implantao.
125
mentar a insolao para a cultura intercalar (gros e ou pas-
tagem), reduzir a conicidade e o fendilhamento das toras
das rvores e a quantidade de ns da madeira, produzindo,
assim, madeira de qualidade para utilizao na serraria.
Desbaste de rvores, que consiste na retirada de rvores
finas e/ou defeituosas, com o objetivo principal de favorecer
o crescimento das outras rvores que sero utilizadas para a
produo de toras para serraria, laminao e postes.
126
sua remoo mais cedo, se o objetivo for reduzir o ncleo nodoso e
produzir maior proporo de madeira livre de ns de alta qualidade
e de maior valor agregado. rvores conduzidas para a produo
de energia devem ser desramadas observando se essa prtica trar
benefcios efetivos ao sistema, como aumento da disponibilidade de
luz e maior facilidade de acesso e movimentao dos animais.
Quando o objetivo for a madeira serrada, a desrama prtica
obrigatria. Omomento da aplicao da desrama ir depender do
objetivo de produo (dimetro do ncleo enodado preestabelecido),
do dimetro dos galhos na base do tronco e da qualidade do stio,
pois, quanto maior a velocidade de crescimento, mais cedo se inicia
o entrelaamento das copas e o consequente fechamento do dossel
e a mortalidade dos galhos nas posies mais baixas da copa. Deve-
-se procurar remover os galhos at a altura aproximada de 6m, que
compreende a maior parte da poro comercializvel de alto valor
de mercado de uma rvore. Deve-se procurar atingir essa altura
de desrama no menor nmero de operaes para reduzir custos.
No entanto, devem-se evitar remoes drsticas principalmente na
poro mediana da copa, onde se encontram as folhas mais ativas
na fixao de carbono.
127
Reduzir a competio entre rvores, evitando o estresse,
que pode facilitar a incidncia de pragas e doenas.
Remover rvores com m formao do tronco, de forma
que o crescimento seja concentrado somente nas melhores
rvores.
Favorecer as rvores mais vigorosas e com boa forma, que
devero permanecer at o corte final.
Propiciar retorno financeiro intermedirio pela venda da
madeira oriunda dos desbastes.
Aumentar a disponibilidade de luz no sistema de integra
o e reduzir a competio entre as rvores e os cultivos
agrcolas.
128
taxa seja definida, devem-se buscar informaes de crescimento na
regio, lembrando que ela varia de acordo com os seguintes fatores:
espcie, material gentico, caractersticas do local de crescimento
(clima e solo), espaamento e arranjo do consrcio.
129
galhos (desramas) e desbastes (abate seletivo de rvores), visando
manuteno da pastagem dentro do sistema.
130
de plantas arbreas de rpido crescimento contribui tanto para a
decomposio mais rpida dos resduos depositados quanto para
o aumento da matria orgnica do solo (MOS), um importante
armazenador de carbono, alm do carbono estocado na madeira.
Estudos realizados em rea de Cerrado constataram um aumento no
estoque de carbono de mais de 1t de carbono/ha/ano na camada
de 0a 5cm de profundidade do solo, aps a adoo do sistema de
ILPF em rea anteriormente ocupada por pastagem degradada.
131
A maioria dos sistemas de IPF com teca em Mato Grosso
implantada em reas com pastagens degradadas ou com
146 algum grau de degradao. Quais so as prticas utilizadas
no preparo do solo para a implantao do componente
florestal?
132
no danificar a casca, tornando a madeira livre de ns e outras
deformaes (madeira livre de ns).
A desrama deve ser realizada com os galhos ainda pequenos
(2,5cm a 3cm) para reduzir custos, independentemente da poca
do ano. No caso de galhos com dimetro superior a 3cm, a desrama
deve ser realizada na poca de menor crescimento das rvores
(poca seca).
Logo aps o plantio, algumas mudas de teca podero emitir
mais de um broto, que tomar a direo vertical e competir com
o caule principal. preciso pod-lo antes que engrosse muito e
comprometa o alinhamento e a resistncia da planta. Eventualmente
ser necessrio um repasse, decorridos 90 dias.
Aps a fase de mudas, a primeira desrama recomendada
quando as rvores atingirem de 3m a 4m de altura com remoo
do tero inferior da copa. As demais desramas so recomendadas
sempre que os galhos atingirem de 2,5cm a 3cm de dimetro na
base at a obteno de um fuste livre de 10m a 12m (4 a 5 torras
de 2,3m de comprimento), pelo menos para as melhores rvores.
A desrama em alturas que sejam superiores a 2/3 da altura total
da rvore deve ser evitada, pois a experincia tem demonstrado a
ocorrncia de queda da produtividade quando se realizam podas
mais intensas, por causa da reduo da rea foliar.
A ferramenta mais adequada um serrote de poda. Outras
ferramentas podem causar danos permanentes ao fuste e, conse
quentemente, reduzir o valor econmico da rvore. At a altura
de 2,5m, utiliza-se serrote de mo e acima dessa altura utiliza-se
serrote acoplado com haste de alumnio telescpica.
133
um rebaixamento do pasto por meio de uma maior presso de
pastejo (maior lotao de animal). Aps o plantio das rvores de
teca, a pastagem vedada por 6 meses a 1 ano, dependendo do
crescimento das rvores e da disponibilidade de forrageira. possvel
entrar com animais jovens j aos 6 meses aps o plantio das rvores.
Aentrada de animais adultos s deve ocorrer aps 1 ano do plantio
das rvores.
134
e indicado para reas de solos com textura arenosa e com baixa
pluviosidade, por causa da sua maior rusticidade.
135
No Estado de Mato Grosso, como est ocorrendo a inte
153
grao da seringueira (Hevea brasiliensis L.) com a lavoura?
136
em solos turfosos, cidos e pouco profundos ou em solos altamente
compactados. Alm disso, a seringueira nem sempre aceita solos
com pH acima de 6,5 ou sujeito a encharcamento. J a carncia
de nutrientes no representa a maior limitao ao plantio, uma vez
que pode ser corrigida pela aplicao de fertilizantes. As mesmas
limitaes aplicam-se maioria das culturas agrcolas utilizadas
nessa integrao.
137
Quais so os principais tratos culturais e cuidados a serem
155
tomados com a seringueira no sistema de ILF?
138
Fazer um monitoramento de pragas e doenas, integrando
e aproveitando as aplicaes de inseticidas e fungicidas
da lavoura para o componente florestal, principalmente
nos trs primeiros anos do sistema. Apartir da, caso seja
necessrio, devero ser realizadas aplicaes especficas
para a seringueira por causa do seu porte.
139
Prticas e Manejo de
Sistemas de Integrao
7 Lavoura-Pecuria e de
Integrao Lavoura-
-Pecuria-Floresta para
a Regio Sul
142
maior rentabilidade por rea e por tempo. Na regio Sul, comum
o uso de sistemas de integrao tanto em propriedades pequenas
(menos de 20ha cultivados), as quais geralmente possuem no sistema
a criao de bovinos para produo de leite, quanto em propriedades
com reas extensas (mais de 500ha), que geralmente utilizam
bovinos para corte e culturas altamente mecanizadas, sobretudo
soja e milho. necessrio enfatizar que os sistemas de integrao
so mais complexos do que os sistemas no integrados, por isso
exigem maior conhecimento, planejamento e monitoramento das
atividades na propriedade rural.
143
que demonstra a grande possibilidade de expanso em diferentes
ambientes. Os sistemas de ILPF com componente florestal tambm
tm espao para crescer significativamente, mesmo com restries
maiores de aplicao, sobretudo ligadas restrio do mercado da
madeira em algumas regies. No contexto subtropical, o sistema
de ILPF pode avanar muito em rea, principalmente em sistemas
integrados com a produo de leite, em que os benefcios de
conforto trmico so altamente desejveis. Nas regies onde mais
se cultivam espcies florestais, como na metade sul do Rio Grande
do Sul, no planalto de Santa Catarina e regio central do Paran, o
potencial de adoo maior.
144
proporo de 75% e 25%, respectivamente. Ou seja, o milho seria
cultivado uma vez a cada 4 anos. Por sua vez, o cultivo de milho de
vero consorciado com forrageiras tropicais, como as braquirias,
melhora a qualidade do solo pela maior produo de palha e razes
da forrageira. Nesse caso, aps a colheita do milho, as forrageiras
podem ser utilizadas para pastejo em uma poca de escassez. Alm
disso, durante o inverno, o cultivo de aveia-azevm para pastagem
pode ser alternado com culturas para produo de gros, como
trigo, cevada e canola (Brassica napus), ou para cobertura do solo,
como o nabo forrageiro (Raphanus sativus) e as ervilhacas (Vicia
sativa e Vicia villosa), em pelo menos 25% da rea de cultivo.
145
Em regies do Sul do Brasil onde as condies climticas
permitem o cultivo da segunda safra de milho (principalmente
no norte e no oeste do Paran), o consrcio dessa espcie com
forrageiras tropicais, como as braquirias, permite a produo de
gros, palha, razes e forragem em uma mesma rea e safra. Aps
a colheita do milho, a forrageira tropical pode ser pastejada e
dessecada para o cultivo subsequente de soja, ou ento pode ser
mantida na rea, constituindo pastagem perenizada. Oconsrcio de
milho ou sorgo (Sorghum spp.), para produo de gros ou silagem,
com espcies forrageiras tropicais tambm pode ser realizado no
vero. Aps a colheita das espcies granferas (gros ou silagem),
as forrageiras tropicais podem ser utilizadas para pastejo direto
em um perodo de baixa disponibilidade de forragem (maro a
maio). Entre as melhores opes de forrageiras para consrcio
com milho ou sorgo, tanto no vero quanto no inverno, destacam-
-se as espcies Urochloa ruziziensis (syn. Brachiaria ruziziensis) e
Urochloa brizantha, cultivares Piat ou Xaras. Cabe ressaltar que,
se o objetivo for a formao de pastagem perenizada, U. brizantha e
Panicum maximum devem ser preferidas em relao a U. ruziziensis.
146
com cultivos de inverno, como o trigo, que tem grande expresso
na regio Sul do Brasil.
Ainda aparecem como opes de outono-inverno o nabo
forrageiro, a canola e o girassol (Helianthus annuus), sendo os dois
primeiros preferencialmente utilizados antecedendo o milho. Para
a regio Sul do Rio Grande do Sul, onde o arroz a cultura mais
expressiva, o seu cultivo do mesmo alternado entre 1 ou 2 anos
de pastagens. Nessas reas, normalmente tem-se como opo o
azevm, os trevos e o cornicho (Lotus corniculatus), como forrageiras
cultivadas. Nos ltimos anos, as reas de soja em terras baixas tm
se expandido, possibilitando uma nova opo de rotao para o
arroz, integrando com as forrageiras. Na parte norte do Paran, onde
o clima tropical, o sistema de ILP pouco expressivo, visto que
h predominncia da sucesso soja-milho safrinha. Em parte dessas
reas, h introduo de braquirias juntamente com milho safrinha,
as quais podem ser pastejadas aps a colheita do milho e antes da
semeadura da soja. Contudo, na maior parte das reas no ocorre
a integrao com animais sobre a braquiria, que serve somente
para formao de palhada e cobertura de solo. No noroeste do
Paran, por se tratar de um ambiente mais frgil, por causa dos solos
arenosos, a soja cultivada alternada com pastagens, no sendo
cultivada anualmente, mas retornando ao sistema a cada um ou
dois ciclos, proporcionando assim maior formao de palhada com
as braquirias cultivadas em sucesso.
147
a insetos-praga e doenas, as temperaturas favorveis do outono,
antes da chegada do inverno, aceleram o estabelecimento do pasto.
Ao fazer o planejamento da rotao de culturas, prtica
indispensvel para a boa conduo dos sistemas de ILPF,
interessante utilizar culturas que permitam maior penetrao de luz
no solo ao final do ciclo, como o caso do milho. Isso antecipa o
estabelecimento do pasto de inverno e a ocupao da pastagem,
sobretudo quando se maneja para a ressemeadura natural das
plantas forrageiras de inverno. relevante avaliar, entre as variedades
recomendadas para a sua regio, aquelas que aliam precocidade,
produtividade e estabilidade de produo.
148
as melhores caractersticas produtivas e de valor nutritivo. Osorgo,
embora possa ter maior produtividade, em geral resulta em forragem
de menor valor nutritivo. As espcies de vero so mais produtivas
e podem render mais que o dobro, no que se refere matria seca
acumulada, em relao s de inverno. As espcies de inverno, de
maneira geral, resultam em silagens com maior concentrao de
protena bruta (8% a 12% PB), enquanto as de milho situam-se entre
7% e 9% PB. Em relao aos nutrientes digestveis totais (NDT), as
espcies de inverno situam-se em 60%, enquanto a silagem de milho
aproxima-se de 70%. Ouso de gramneas perenes tropicais geralmente
resulta em silagem de baixa qualidade, pela menor concentrao de
energia e colheita da forragem com excesso de umidade.
Quanto fenao, so empregados principalmente a aveia-
-preta e o azevm, geralmente colhidos tardiamente, o que resulta
em feno de baixo valor nutritivo.
149
de 7cm a 10cm. Nesse caso, a carga animal instantnea deve ser
alta o suficiente para que a forragem seja consumida em perodos
curtos (1 a 3 dias). So necessrios de 10 a 30 piquetes, para ciclos
de pastejo de 30 dias aproximadamente. Acapacidade de suporte
de 1,0UA/ha a 2,0UA/ha com ganho de peso por rea de 200kg/ha
a 400kg/ha. Acultura semeada em sucesso pastagem anual
normalmente a soja no sistema de plantio direto, e indispensvel
deixar na sada dos animais resduo de forragem superior a 3,0t/ha
de matria seca para proteo do solo e controle de plantas daninhas.
Para espcies anuais de vero, como milheto e capim-sudo,
no mtodo de lotao contnua com taxa varivel, deve ser mantida
altura do pasto de 30cm a 40cm. No mtodo de lotao intermitente,
os pastejos devem ser realizados sempre que as plantas atingirem
de 50cm a 60cm, retirando os animais da rea com resduo de
10cm a 20cm. Oprimeiro pastejo deve ser intenso, deixando-se
um resduo baixo, de 5cm a 10cm, para estimular o perfilhamento
das plantas. Acapacidade de suporte mdia de 3,0UA/ha a
5,0UA/ha, com ganho por rea de 400kg/ha a 500kg/ha. Para
espcies de Panicum de porte alto, como o Mombaa, os animais
devem entrar na pastagem com altura do pasto prxima a 80cm e
devem ser retirados com 30cm a 50cm. Entretanto, para espcies
de Panicum de porte baixo, como a cultivar Aruana, indica-se a
entrada dos animais com 40cm a 60cm e resduo de 10cm a
20cm. Acapacidade de suporte pode ser superior a 6,0UA/ha,
com ganhos de peso anuais superiores a 1.000kg/ha; enquanto
as braquirias, como a cultivar Marand, geralmente utilizadas em
pastejo contnuo, suportam de 1,0UA/ha a 3,0UA/ha com ganhos
de peso anual de 300kg/ha a 600kg/ha.
150
nos perodos de baixa disponibilidade de forragem ou mesmo de
irrigao do pasto.
De maneira geral, os sistemas de ILPF so incorporados
gradualmente, permitindo ao produtor realizar os ajustes necessrios.
No entanto, a rea reservada ao pasto deve ser corrigida e fertilizada
de modo que permita maior concentrao de animais durante o
ciclo das culturas de vero e no estabelecimento da pastagem de
inverno. Aocupao de 25% da rea cultivada da propriedade com
uma pastagem produtiva pode ser considerada como um referencial.
Salienta-se que a forragem produzida nos perodos de abundncia
de forragem, que normalmente ocorrem na primavera, antes da
semeadura do cultivo de vero, pode ser conservada na forma de
silagem ou feno, permitindo uma suplementao com volumoso
nos perodos de escassez do pasto, normalmente no outono.
151
vrias espcies cultivadas ao mesmo tempo ou em sucesso podem
auxiliar na conservao da biodiversidade, contribuindo assim para
um agroecossistema mais sustentvel ao longo do tempo. No
entanto, sempre necessrio enfatizar que a diversificao de
espcies cultivadas na propriedade interessante, mas o produtor
deve ser eficiente no manejo e na gesto de todas as atividades
desenvolvidas, a fim de obter os ganhos econmicos e ambientais
que os sistemas de integrao podem conferir.
152
anteriormente. muito comum o produtor manejar a pastagem em
alturas inferiores s adequadas, ou seja, com uma baixa oferta de
forragem. Nesse caso, alm da maior intensidade de pisoteio pela
maior carga animal por rea, a menor disponibilidade de forragem
obriga os animais a se movimentarem mais na rea, levando a uma
maior compactao do solo. Alturas de manejo do pasto inferiores
s adequadas aumentam a compactao do solo pelos animais
tambm por reduzirem de forma acentuada o efeito de dissipao
da presso aplicada pelas patas dos animais, por causa da baixa
cobertura do solo pelas plantas. Alm disso, o pastejo intenso
reduz a rea foliar das plantas e, consequentemente, o crescimento
das razes, o que tambm facilita o processo de compactao do
solo pelo pisoteio. Alm do manejo adequado da pastagem, a
compactao do solo em sistemas de ILP pode ser minimizada pela:
Retirada dos animais da rea pelo menos 15 dias antes da
semeadura da cultura subsequente. Esse intervalo permite
que o solo recupere em parte sua estrutura fsica original
em razo dos ciclos de umedecimento e secamento e do
crescimento das razes das forrageiras.
Adoo de sistemas de rotao de culturas.
Distribuio adequada dos cochos e bebedouros, reduzindo
reas de concentrao animal.
153
pelo menos uma semana antes da dessecao da pastagem,
proporcionando assim tempo para que as forrageiras, especialmente
o azevm, acumulem massa seca. Aobservao desses cuidados
possibilita que, por ocasio da semeadura das culturas de vero,
a quantidade de palha de aveia e azevm na superfcie do solo
seja equivalente a cerca de 3t/ha a 4t/ha, suficiente para uma
adequada cobertura do solo at que a cultura subsequente feche as
entrelinhas.
154
espcies forrageiras, h poucos dados sobre pocas de dessecao
que propiciem alto aproveitamento da forragem e adequada
condio para cultivo das espcies granferas em sucesso.
155
investimento e conhecimentos sobre o manejo de espcies para
produo de gros ou madeira. Uma alternativa o arrendamento
de reas para agricultores algo muito comum nos trs estados do
Sul do Brasil. Nesse caso, o pecuarista continua focado na pecuria,
mas alcana os benefcios dos sistemas de integrao por meio da
parceria com agricultores.
156
vez, o pecuarista quer usar o mximo da pastagem, o que, s vezes,
torna a parceria pouco profcua para o adequado manejo do sistema
de ILP. importante enfatizar que, antes de serem implementadas,
as parcerias devem ser exaustivamente negociadas e registradas
em um contrato que deve explicitar todas as obrigaes de cada
parte, a fim de que o sistema de ILP seja implementado e manejado
adequadamente e traga benefcios para ambas as partes.
157
existe oportunidade para a expanso dos sistemas de integrao com
rvores. Por causa disso, provvel que a regio Sul do Brasil tenha
uma diminuio no fornecimento de matria-prima de produtos
florestais, especialmente para atender s demandas da indstria
de mveis, madeira serrada, painis de mdia densidade (MDF) e
aglomerado, marcenaria e carpintaria, indstria de papel e celulose,
taninos, resinas e produtos qumicos, postes e madeira tratada para
a construo e madeira para energia e carvo.
H vrias espcies
adaptadas s condies de
solo e clima do Sul do Bra-
sil, com crescimento rela-
tivamente rpido (cerca de
2m de altura por ano) e que
apresentam produtos comer-
ciais. Aadaptao s geadas
um dos fatores mais im-
portantes (Tabela 1). Como
as geadas podem variar a cada ano, o momento de ocorrncia
relevante para o desenvolvimento das rvores. As mais prejudiciais
so as geadas precoces (outonais), que atingem as plantas que ain-
da no esto aclimatadas ao frio; e as geadas tardias (primaveris)
que atingem as plantas com brotaes novas e suscetveis ao frio.
Quando as geadas ocorrem no inverno, as plantas tm tempo para
aclimatar-se, a fim de que no sofram grandes danos. Dependendo
da topografia e da exposio do terreno, os danos causados por
geadas em um mesmo talho podem ser distintos. Plantios florestais
localizadas em reas de baixadas ou encostas expostas aos ventos
provenientes do sul podem ser mais danificados pelas geadas.
Outro fator climtico muito importante no Sul do Brasil,
embora de menor frequncia, so as estiagens prolongadas.
158
Tabela 1. Espcies arbreas para o sistema de ILPF na regio Sul do Brasil, de
acordo com a ocorrncia de geadas.
Eventos de
Espcie arbrea ou hbrido em Espcie arbrea em
geadas por
plantios comerciais nas fazendas experimentao (e.g.)
ano (n)
159
do rebanho e a colheita da madeira. importante lembrar que a
distncia entre os renques deve ser calculada para permitir que os
implementos transitem sem dificuldades. Por exemplo, deve-se levar
em considerao a largura da barra do pulverizador, da plantadeira
e da plataforma da colheitadeira. Oespaamento entre os renques
de rvores (linhas simples ou linhas mltiplas) devem ser maiores
do que os utilizados nos monocultivos de rvores. Adistncia entre
as rvores, o nmero de linhas de rvores que formam o renque
e a distncia entre os renques podem ser ajustados previamente,
de acordo com o interesse estabelecido por produtos oriundos do
componente florestal.
160
que todas as rvores sero colhidas (corte raso) quando atingirem
o ponto de colheita. As rvores podero ser desbastadas em idade
mais avanada (rvores mais velhas), quando os plantios forem feitos
com baixa densidade de rvores (menos de 600 rvores/ha). Ver
tambm resposta da pergunta 88.
161
Nas condies de solos hidromrficos, nos quais o cultivo
do arroz irrigado predominante, que cuidados de manejo
180
de solo devem ser priorizados na adoo de sistemas de
ILP?
162
Prticas e Manejo de
Sistemas de Integrao
8 Lavoura-Pecuria e de
Integrao Lavoura-
-Pecuria-Floresta para
a Regio Nordeste
164
bovinocultura e ovinocultura, por meio do consrcio de
milho ou arroz (Oryza sativa) com forrageiras na mesma
rea.
Sistema agrossilvipastoril ou ILPF: nesse caso, o componente
florestal pode incluir espcies nativas ou exticas (para
produtos madeireiros e no madeireiros) e feito por meio
do cultivo intercalado de espcie florestal com lavouras e
pasto na mesma rea.
Sistema silvipastoril ou IPF: o mais indicado em locais
onde a pecuria feita em pastagem cultivada, em reas que
no se prestam ao cultivo de gros, em que os componentes
pecurio e florestal (nativa ou extica) so feitos na mesma
rea, por meio da intercalao em faixas ou no (baixa
densidade) de espcie arbrea na rea de pastagem, que,
alm de produzir carne e leite, passa a produzir produtos
madeireiros e ainda promove o bem-estar animal pela
sombra que a espcie arbrea proporciona.
Os modelos descritos na
resposta da pergunta anterior
tambm so os mais indicados
para a Caatinga, o Agreste e a
Zona da Mata. Para as fazendas
de pecuria de corte ou leite si-
tuadas nessas sub-regies, um
dos sistemas mais recomenda-
dos o agrossilvipastoril, ou
ILPF, no qual se consorcia a gli-
ricdia (Gliricidia sepium) com milho e capim-braquiaro (Urochloa
brizantha syn. Brachiaria brizantha). Esse sistema pode ser utilizado
na recuperao de pastagens degradadas ou na formao de novas
165
pastagens. Osistema tem incio com o plantio do milho em toda a
rea, em consrcio com o capim-braquiaro. Logo aps a emergn-
cia do milho e do capim, a gliricdia plantada em linhas afastadas
de 6m, espaadas em 1,5m dentro da linha, por meio de mudas.
Aps a colheita do milho, o sistema passa a ser pastejado pelos ani-
mais em lotao rotacionada. Recomenda-se um esquema de 7 dias
de uso e 35 dias de descanso na estao chuvosa e de 7 dias de uso
e 49 dias de descanso na estao seca. Para isso, sero necessrios
seis piquetes para a estao chuvosa e oito na estao seca.
A recuperao de pastagens tambm pode ser feita em um
sistema agropastoril o de milho com algumas espcies do gnero
Urochloa para reas de precipitaes acima de 800mm anuais, ou
a espcie Urochloa mosambisensis para reas com precipitaes
abaixo desse limite.
O milho plantado juntamente com o capim nos sistemas
Santa F ou Barreiro. Aps a colheita do milho, tem-se o pasto
recuperado. Esses sistemas tm sido recomendados para reas
lavoureiras do Agreste nordestino com predominncia da cultura do
milho, como o caso do norte da Bahia e sul de Sergipe. Nessas
condies, a gramnea utilizada aps a colheita do milho, para
pastejo de animais at o incio da prxima estao chuvosa. Nesse
ponto, o pastejo suspenso e a rebrota do capim dessecada para
servir de palhada para um novo ciclo de cultivo milho-capim em
plantio direto.
Outro sistema de integrao recomendado o silvipastoril,
que indicado para propriedades produtoras de coco situadas
na baixada litornea, de solos arenosos, por meio do consrcio
do coqueiro com a gliricdia, que cultivada entre as linhas dos
coqueiros, em fileiras espaadas em 2m entre fileiras e 0,5m
dentro da fileira. Nesse sistema, os animais (bovinos ou ovinos) so
colocados para pastejo direto da gliricdia e das gramneas nativas
(geralmente o capim-gengibre Cymbopogon martinii var. sofia
Bruno) existentes na rea. Em coqueirais espaados em 7m entre
plantas de coco, caberiam trs filas de gliricdia em cada entrelinha.
As filas (ou renques) de gliricdia devem ser cultivadas em apenas
166
um sentido e no cruzadas para permitir a colheita dos cocos. Esse
sistema acarreta um maior trabalho para a colheita dos cocos, mas
aumenta o rendimento do coqueiral com adio de renda pela
venda dos animais.
167
principal desses locais, os modelos adotados esto relacionados
com atividades de sistemas de produo animal. Dessa forma, as
propriedades dedicadas predominantemente pecuria bovina de
corte e leite e ovinocultura tm maior potencial de uso do sistema
ILPF, enquanto as propriedades lavoureiras de milho possuem maior
potencial para adoo do sistema de ILP.
168
Por sua vez, existe uma expressiva rea de pastagens degradadas
nas sub-regies da Zona da Mata e do Agreste nordestino, as
quais apresentam grande potencial para adoo dessas estratgias.
Osistema de ILP vem sendo adotado no meio-norte e na Zona
da Mata pelo fato de essas sub-regies apresentarem aspectos
climticos um pouco mais favorveis a esse modelo. Enquanto no
Serto e no Agreste, o sistema de ILPF tem sido mais adotado com
potencial para sistemas agroflorestais e/ou agrossilvipastoris.
As opes so:
Nas condies da re-
gio produtora de gros
do Cerrado nordestino,
os consrcios de cultu-
ras no sistema de ILP
mais indicados no per-
odo das chuvas so os plantios de milho com forrageiras e,
na safrinha, o consrcio de milho precoce, sorgo forrageiro
(Sorghum bicolor) e milheto (Pennisetum americanum) com
gramneas forrageiras.
Nas condies da pr-Amaznia maranhense, por ser
uma regio onde a pecuria predomina, as opes mais
indicadas so o consrcio de milho com forrageiras em
terras altas e arroz com forrageiras em terras de baixadas no
perodo das chuvas.
Nas sub-regies da Caatinga e do Agreste, os componentes
mais utilizados em cultivos simultneos so: feijo-comum
(Phaseolus vulgaris L.), feijo-caupi, milho e mandioca
(Manihot esculenta), e forrageiras como gramneas e compo
nentes arbustivos. Portanto, os consrcios de cultura em ILP
so os mais praticados nesta sub-regio.
169
Nas sub-regies do Agreste e da Zona da Mata, a opo
mais adequada o consrcio do milho com Urochloa
decumbens ou Urochloa ruziziensis.
170
que foi cultivada com soja, e assim sucessivamente. No Nordeste,
em regies onde h predomnio da pecuria, a sucesso feita com
o consrcio de culturas de gros com forrageiras com a finalidade
de recuperar, renovar e/ou formar pasto para utilizao por muitos
anos, at que seja novamente preciso repetir o sistema de renovao
do pasto.
171
as do gnero Urochloa (espcies U. ruziziensis e U. brizantha cv.
Marand) e as do gnero Panincum (cultivares Tanznia, Mombaa
e Massai). Quando o objetivo a formao de pasto para ovinos, as
forrageiras mais indicadas so os capins Massai e Aruana.
Para a Caatinga, os mais indicados so o capim-buffel
(Cenchrus ciliaris) e a braquiria U. brizantha cv. Marand para
solos de melhor fertilidade, e o capim-Andropogon (Andropogon
gayanus) para solos de baixa fertilidade natural.
Na Zona da Mata e no Agreste mido, so recomendadas as
gramneas U. decumbens e U. ruziziensis. Quando o sistema de ILP
usado para recuperao de pastagens degradadas, uma leguminosa
herbcea pode ser plantada junto com a gramnea. Nesse caso, o
estilosantes Campo Grande o mais recomendado.
Para o Agreste mais seco, recomenda-se a U. mosambisensis.
172
Esse mtodo evita que a rea de cultivo de gros seja infestada com
outras ervas oriundas das fezes dos animais.
O pasto deve ser dividido para que no ocorra o super ou
subpastejo. Para isso, a rea deve ser subdividida em piquetes con
forme a taxa de lotao do pasto. Amudana de piquetes dever
ocorrer quando 60% da disponibilidade total da forragem tiver sido
consumida para no provocar perda de desempenho dos animais.
Nas condies do Cerrado nordestino, o perodo da entressafra
ocorre no perodo seco do ano. No perodo de falta de umidade no
solo, quando o pasto comea a secar e seu valor nutritivo diminui,
necessrio o fornecimento de suplemento alimentar. Nesse caso,
recomenda-se o uso de misturas mltiplas, cujos ingredientes sejam
resduos da agroindstria ou coprodutos da prpria regio. Amistura
mltipla deve possuir todos os componentes necessrios para suprir
os requerimentos nutricionais dos animais e favorecer o consumo
da pastagem seca. Para tanto, indicado o uso de equipamentos
para processamento dos resduos e das quirelas, como torrefador,
triturador e misturador, a fim de produzir rao na prpria fazenda.
173
forrageiras do gnero Urochloa nas fases R5 ou R6 da soja, em
que a colheita s ocorre a partir de maro. Nessa modalidade, a
semeadura pode ser a lano e pode-se utilizar avio agrcola ou
implementos de distribuio a lano. Vale lembrar, que, em anos
atpicos na questo climtica, com ocorrncia de veranicos no
incio do perodo chuvoso, pode no haver condies de plantio
da soja na primeira janela de plantio da regio. Ainda que haja
condies, podem ocorrer perdas sendo necessrio o replantio. Em
anos assim, h maior probabilidade de no se fazer safrinha com o
consrcio de milho precoce com forrageiras que permita produzir
milho e formar pastagem. Nesses anos atpicos, o mais indicado
a sobressemeadura de sementes de milheto ou forrageiras nas fases
R5 ou R6 da soja, para cobertura do solo na entressafra, e palhada
para o plantio direto na safra seguinte.
174
Para a realidade edafoclimtica da Caatinga, do Agreste
195 e da Zona da Mata da regio Nordeste, qual a maior
contribuio dos sistemas de ILP e de ILPF?
175
Quais so as principais opes de espcies florestais exticas
196
existentes para sistemas de ILPF na regio Nordeste?
176
espcies com potencial, mas que ainda carecem de pesquisa, so as
seguintes: jatob (Hymenaea courbaril), pequi (Caryocar brasiliense),
ip ou pau-darco (Handroanthus impetiginosus), faveira-de-bolota
(Parkia platycephala) e babau (Orbignya phalerata).
177
ou aleias, onde se cultivam lavouras por cerca de 3 anos. Da at
ao final do ciclo da espcie arbrea, a pastagem que ser formada
no terceiro ano pelo consrcio com milho ser utilizada para a
pecuria de corte ou leite. Nesse arranjo, o manejo inicia-se com os
cuidados na aquisio e no manejo das mudas do viveiro ao plantio,
que devem apresentar bom estado sanitrio e vigor.
Na rea onde sero plantadas as mudas da espcie arbrea,
devem ser identificados os formigueiros e cupinzeiros e deve ser
aplicado o defensivo de combate. Ao longo do primeiro ano,
devem-se fazer vistorias peridicas na rea, a fim de verificar a
presena ou no de pragas. importante que, no primeiro ano, a
rea seja mantida livre de espcies invasoras para que as mudas
alcancem o crescimento esperado. Nesse mesmo ano, devem-se
realizar as adubaes de cobertura. Nos anos seguintes, apenas a
realizao de roo manual ou mecnico suficiente para manter o
desenvolvimento da espcie arbrea. Caso a finalidade seja tambm
produzir plantas para postes e/ou madeira para serraria, deve-se
fazer a desrama no segundo ano at a altura do peito. Esse manejo
facilita o melhor desenvolvimento das lavouras e da pastagem por
receberem mais irradiao solar. At o stimo ano, pode ser feita a
retirada total das rvores, se a finalidade for produzir para o mercado
de celulose, lenha e/ou carvo vegetal. Se o objetivo for tambm a
produo para o mercado de postes e/ou madeira, at o stimo ano
devem ser retiradas apenas as rvores que no servem para essa
finalidade, mantendo apenas aquelas que serviro para o mercado
de celulose, lenha e/ou carvo vegetal.
178
Maranho (URT Fazenda Santa Luzia, em So Raimundo
das Mangabeiras).
URT de sistemas de ILP: Maranho (URT Fazenda Barbosa,
em Brejo, URT Fazenda Baixa das Coivaras, em Fortuna,
URT Fazenda Agropecuria Gaspar, em Peritor, URT
Fazenda Alto Bonito, em So Domingos do Maranho) e
oeste da Bahia (URT Fazenda Triunfo, em Formosa do Rio
Preto).
Nas condies do Semirido nordestino, as principais URTs
ou fazendas de referncia de ILP e ILPF so as seguintes:
Caatinga ou Serto: a URT em pleno Serto do Semirido
apresenta o sistema denominado CBL (Caatinga, buffel e
leguminosas). Tal sistema contempla o modelo silvipastoril
de criao de caprinos de corte e componentes arbreos
arbustivos para incremento forrageiro e aumento da susten
tabilidade da atividade.
Zona da Mata e Agreste: Baixada Litornea (URT Ovino
cultura Pina, na Praia do Saco em Estncia, SE), Tabuleiros
Costeiros (URT Campo Experimental Jorge do Prado Sobral,
em Nossa Senhora das Dores, SE) e Agreste (URT Fazenda
Umbuzeiro Doce, em Tobias Barreto, SE).
179
articulao e organizao dos potenciais usurios do sistema de ILPF;
pouca articulao e envolvimento dos agentes financeiros oficiais
para garantir o financiamento do sistema de ILPF para os produtores,
como uma estratgia de produo e no como propostas e projetos
nos moldes tradicionais da lavoura, da pecuria e da floresta de
forma distintas, no levando em conta que o sistema de ILPF uma
estratgia de produo que integra atividades agrcolas, pecurias
e florestais, realizadas na mesma rea, em cultivo consorciado, em
sucesso ou rotacionado no tempo e no espao da fazenda; falta de
integrao dos produtores de gros com as cadeias produtivas da
pecuria bovina e ovina, de modo que uma se beneficie da outra e
juntas possam, por exemplo, planejar a produo de animais jovens
para ILPF, a fim de superar a pouca disponibilidade para aquisio
de animais de boa gentica; falta de integrao com o mercado
nordestino e nacional de gros, de carnes e de produtos florestais;
e deficincia na logstica para a pecuria, o que envolve caminhes
de bois e frigorficos instalados na regio produtora em ILP e ILPF.
180
Qual o plano de explorao dos sistemas de integrao
203 desenvolvidos na regio produtora de gros do Cerrado
nordestino?
181
torrefador, triturador e misturador de rao. Nessas reas, o
componente florestal o eucalipto, que plantado em glebas com
o cultivo intercalado em renques de at trs fileiras espaadas em
faixas de 14m e 28m, onde se realiza o cultivo de lavoura nos trs
primeiros anos e pastagem e pecuria at o stimo ano, quando
deve ser cortado o eucalipto para o mercado de carvo vegetal e
lenha. Parte do eucalipto pode ser mantida, para que continue se
desenvolvendo e seja utilizada na produo de postes e/ou madeira
para serraria, que no caso ocorrer aos 12 ou 14 anos.
Ao longo de 10 anos, destaca-se o aumento da produtividade
da soja em semeadura direta na palhada oriunda do consrcio em
7sacos/ha a mais que a mdia da fazenda em cultivo convencional.
Com a rotao, o milho alcanou alta produtividade mdia em torno
de 153sacos/ha. No componente pecurio, o ganho de peso com
bois em terminao em pasto na entressafra foi de 4,5arrobas/boi
e 9,5arrobas/ha. Aproduo de gros de soja e de milho resultou
em uma produtividade 55% maior por hectare do que em uma
rea que cultiva apenas a soja. Em termos econmicos, quando se
soma a receita dos gros e dos bois, cada hectare corresponde ao
dobro da receita da rea cultivada apenas com soja. Portanto, com
base nos dados do sistema de ILPF adotado em reas no Cerrado
maranhense, pode-se at dobrar a produo e a receita da fazenda
cultivando a mesma rea que antes era apenas soja.
182
reserva legal e conservao de reas de Proteo Permanente (APP).
Alm disso, torna-se considervel poupana, ao longo dos anos,
como no caso do plantio de eucaliptos, que permite o primeiro
corte aos 7 anos e o segundo aos 14 anos. Alm disso, quando
a pecuria passa a contar no processo, as rvores fornecem bem-
-estar e conforto animal, aspectos que, para a produo de carne,
atendem aos requisitos das Boas Prticas Agropecurias (BPA), e
trazem como resultado maior produo, produtividade, acesso a
mercados diferenciados e agregao de valor aos produtos.
183
Prticas e Manejo de
Sistemas de Integrao
9 Lavoura-Pecuria e de
Integrao Lavoura-
-Pecuria-Floresta para
a Regio Norte
186
com uma taxa de lotao reduzida, sendo que a gramnea tambm
servir de palhada para o plantio direto de gros na prxima safra.
E, em outros casos, em que a distribuio de chuvas permite, tem-
-se a safra principal e safrinha com gros e uma terceira safra com a
engorda de bovinos.
187
O componente florestal dos sistemas ILPF e IPF, em sua
maioria, adotado por pequenos e mdios produtores, visando ao
bem-estar animal e, em alguns casos, grandes produtores objetivam
sua explorao comercial.
188
Quais so as opes de consrcio de culturas para o sistema
210
de ILP com situao prvia de agricultura na regio Norte?
189
-forrageira. As forrageiras predominantemente utilizadas na regio
so as braquirias.
As espcies forrageiras
tradicionalmente utilizadas e
recomendadas so milho e
sorgo para silagem; e, para
o uso como pastagem, as
espcies de braquirias (U.
ruzizienses, U. brizantha cv.
Marand, cv. Xaraes, cv. Piat, U. humidicola) so predominantes
nos sistemas; no entanto, outras opes tm sido apontadas e
pesquisadas na regio, como: Paspalum atratum cv. Pojuca e Panicun
maximum cv. Mombaa. O plantio de milho e sorgo para silagem
garante a alimentao suplementar do gado no perodo seco, e,
aps a colheita da forragem, a pastagem que foi consorciada com
a cultura estar implantada. Assim o produtor ter disponveis duas
alternativas (silagem e pastagem) para a alimentao do gado no
perodo seco.
190
Como deve ser o manejo animal em reas recm-implan
215
tadas de sistema de ILP na regio Norte?
191
calcrio; semear as culturas de gros e forrageiras; aps a colheita
dos gros, aguardar perodo de pousio na rea para iniciar o pastejo;
introduzir os animais para pastejo no perodo seco; isolar a rea
pelo menos 30 dias antes da dessecao; proceder a dessecao
e sequncia de aes para implantao do SPD. Essa prtica est
concentrada na sobressemeadura da forrageira no cultivo da soja e
o consrcio de milho com braquiria.
192
sucesso da atividade, sendo eles principalmente: finalidade do com-
ponente florestal comercial ou no; mercado consumidor; dispo-
nibilidade de mudas de qualidade embora a regio seja conhecida
pela sua diversidade florestal, ainda so poucos os viveiros legaliza-
dos que produzem mudas em quantidade e qualidade; condies
edafoclimticas locais; conhecimentos silviculturais sobre a espcie
selecionada.
193
rvores aleatrias: normalmente advindas do aproveita
mento de rvores j existentes na rea de pasto.
194
nos municpios de Pedro Afonso e Gurupi, envolvendo atividades
de pesquisa e transferncia de tecnologias.
195
30 milhes de hectares). Isso reflete nas baixas produtividades da
atividade na regio. Nesse sentido, o uso de sistemas de ILPF uma
excelente alternativa para recuperao dessas reas degradadas.
Alm disso, outros fatores podero catalisar para o aumento da
adoo dos sistemas de ILPF: expanso da produo de gros,
rea crescente de florestas plantadas, recursos disponveis na
rede bancria e/ou em programas governamentais, promoo
do desenvolvimento sustentvel, bem como diversificao
dos sistemas e recomposio do passivo florestal resultante do
desmatamento em reas de proteo permanente da propriedade
ou quando os sistemas so realizados em tamanho superior ao
permitido por lei.
196
Quais so os principais benefcios dos sistemas de inte
226
grao para a regio Norte?
197
com culturas agrcolas (soja, milho, sorgo, etc.) por meio de em
presas e produtores vindos de regies tradicionais. Nesse novo
cenrio, houve aumento da competitividade, presso ambiental
e profissionalizao/tecnificao das atividades de preparo do
solo, plantio, colheita e, em certos casos, ps-colheita. Para fazer
frente a essas mudanas, a utilizao de sistemas de integrao de
produo agropecuria e florestal, pela intensificao de reas j
antropizadas, vem contribuindo sobremaneira para a reduo da
presso sobre a floresta.
198
dimetro do tronco/fuste quanto resistncia ao contato do animal
com a rvore. Em alguns casos, dependendo da espcie, as reas das
rvores so cercadas para que os animais no prejudiquem o tronco
ainda imaturo. Outra questo a idade dos animais; os bezerros
recentemente desmamados podem entrar mais rapidamente no
sistema. No caso de novilhos e garrotes, o tempo para entrada deve
ser maior. H tambm que se considerar que, no caso de bubalinos,
ao contrrio das demais espcies, deve-se impedir o contato direto
com as rvores, pois tendem a roar frequentemente no tronco das
rvores, prejudicando seu desenvolvimento.
199
Desempenho das
Forrageiras Tropicais em
10 Sistema de Integrao
Lavoura-Pecuria e de
Integrao Lavoura-
-Pecuria-Floresta
hiaria icum
Brac Pan
202
quando os efeitos da competio ou do sombreamento exercidos
pelas rvores so menores. Para pastagens com perodos de utilizao
mais prolongados em sistemas com rvores, desejvel que sejam
cultivadas forrageiras com maior tolerncia ao sombreamento ou
competio, especialmente, em espaamentos reduzidos (menos
de 20m) entre as fileiras (linhas simples) ou renques (linhas duplas
ou mais) com rvores. Em geral, em condio de sombreamento
superior a 50%, ocorre diminuio na produtividade das forrageiras
tropicais, sendo esse efeito mais marcante sobre as leguminosas.
Em pastagens com fileiras ou renques de rvores mais espaados
(maior que 20m), que apresentam menor sombreamento, as
espcies mais adaptadas ao regime de pleno sol sero as mais
indicadas. Para sistemas de maior nvel de intensificao tcnica e
reas com maior potencial de produo, recomendam-se cultivares
de Urochloa brizantha (Marand, BRS Piat e BRS Paiagus) e de
Panicum maximum (Massai), e, para reas com menor potencial de
produo, especialmente as mais declivosas com solos mais pobres,
recomenda-se Urochloa decumbens.
203
monitoramento do grau de competio da forrageira sobre a cultura
anual, o que vai orientar a necessidade de aplicao de herbicidas
para controle da competio da forrageira sobre a cultura anual.
Aps a colheita dos gros, a planta forrageira dever ter assegurada a
capacidade de se consolidar na rea at que possa ocorrer o primeiro
pastejo/corte. Na fase de utilizao da pastagem, de curta ou de
longa durao, os cuidados acerca do manejo (altura de entrada
e de sada, perodos de descanso, adubaes) so muito similares
aos de outras pastagens, porm deve-se, com o manejo, aumentar
a eficincia de colheita da forragem (quantidade e qualidade), evitar
o acamamento, o florescimento excessivo, o superpastejo ou a
desuniformidade do pastejo.
204
para o pasto durante os anos de cultivo. Para maiores densidades,
devem-se planejar desbastes de parte das rvores entre o quarto e
o sexto anos de plantio. Reposio de nutrientes ao solo, por meio
de adubaes, deve ser priorizada, com base em anlise de solo.
Quanto altura de pastejo, ver resposta da pergunta241.
205
de renques ou de fileiras de rvores ou ainda do nmero
de rvores dentro da fileira para favorecer a entrada de luz
e a produtividade da pastagem; isso tambm possibilitar
antecipar o fluxo de caixa do sistema de produo, com
a venda do componente florestal, e melhorar a qualidade
madeireira das rvores remanescentes, que sero vendidas
por maior valor no futuro.
Realizar ajustes na taxa de lotao, conforme a produtividade
da pastagem e sua capacidade de suporte.
Realizar adubaes de manuteno da pastagem.
Comumente so adotadas
taxas de semeadura mais eleva-
das, em relao s semeaduras
convencionais, para as forragei-
ras a serem estabelecidas em
consrcio com cultivos anuais
ou sob a influncia do sombre-
amento. Ataxa de semeadura
tambm depender da poca e
das condies favorveis se-
Sementes de meadura (preparo do solo, con-
qualidade trole de invasoras, mtodo de
semeadura). Uma maior taxa
de semeadura garantir uma
densidade de plantas adequada que compensar os efeitos da com-
petio por luz ou da menor emergncia e sobrevivncia de plantas
da forrageira quando as condies so subtimas, a exemplo da
deposio das sementes na superfcie do solo, sem incorporao.
Ataxa de semeadura adequada no deve ser negligenciada, dado
que, em sistemas integrados, h maior desembolso de recursos e a
206
necessidade de diminuir os riscos, assegurando um rpido estabele-
cimento e o uso mais precoce da pastagem. Ateno deve ser dada
qualidade das sementes das forrageiras, por se tratar de sistemas
que envolvem cultivos associados, pois podero ser introduzidas
pragas, doenas e plantas daninhas na rea, veiculadas por semen-
tes de baixa qualidade. Quando as forrageiras forem destinadas ao
pastejo e permanecerem na rea por 1ano ou mais, em condi-
es favorveis, so utilizados 3,5kg/ha e 4,5kg/ha de sementes
puras viveis (SPV) para o estabelecimento de capins dos gneros
Panicum e Urochloa, respectivamente; em condies desfavorveis
semeadura, a taxa de semeadura dever ser aumentada (50% a
100% a mais), de modo a permitir o estabelecimento de, no mni-
mo, 20plantas/m2.
207
ou at mesmo dispensada, para a implantao da pastagem. J para
a fase de manuteno da produtividade de pastagens, a tendncia
tambm de se trabalhar com maiores adubaes de manuteno
da forrageira, porque so sistemas que operam, desde o incio, com
maiores taxas de lotao do que aqueles convencionais. Para tanto, o
monitoramento da fertilidade do solo e a definio da produtividade
animal almejada so imprescindveis para recomendaes mais
precisas acerca das adubaes de manuteno. Em sistema de ILPF,
quando o componente arbreo reduz a incidncia de luz para
o pasto, no possvel obter elevado grau de intensificao do
manejo do pasto, porque o sombreamento e a competio por gua
e nutrientes podem ser fatores limitantes para obteno de elevadas
produtividades de forragem. Nesse caso, a adubao da pastagem
deve ser ajustada produo animal obtida, o que ainda objeto
de estudos, tendo em vista a pouca experincia com sistemas
complexos como o sistema de ILPF. Oajuste das doses de adubo
para o pasto pode diminuir os riscos de desperdcio. Em condies
de sombreamento por rvores, a eficincia da adubao ser
dependente de sombreamento moderado (normalmente at 200 a
250 rvores por hectare) e doses de adubo tambm moderadas e
ajustadas produo animal desejada.
208
acentuado na produtividade do que em sistema de ILP, por causa
do efeito do sombreamento em reas com maiores densidades de
rvores e/ou com menores espaamentos entre fileiras ou renques
de rvores. Areduo da produtividade da forrageira depender
tambm da forma como ser o seu manejo (pastejo e adubao).
Ademais, o tempo em que a pastagem ter desempenho satisfatrio
ser funo do patamar de produtividade animal planejado, das
intervenes na pastagem e da utilizao de outras alternativas
de uso da terra, como a lavoura e/ou a floresta. Em geral, pastos
com at 3anos de idade so os mais frequentes em sistema de
ILP em rotao com lavouras. Caso no recebam adubaes de
manuteno a partir do segundo ano, pastos formados em consrcio
ou em sucesso ao cultivo de gros apresentaro produtividades
satisfatrias e elevadas somente no primeiro ano. Com adubaes de
manuteno e sem a influncia do sombreamento, a produtividade
no variar de forma acentuada at que seja completado o ciclo
de rotao no sistema planejado. Em sistema de ILPF, estratgias
de manejo do componente florestal podem ser utilizadas para
minimizar o efeito do sombreamento sobre a produtividade da
forrageira (ver resposta da pergunta235). No caso de sistema de
ILP baseado no consrcio com culturas anuais, em que o uso da
pastagem ocorre somente na entressafra das lavouras, o perodo
de pastejo pode ser ampliado em at 2meses. J em sistemas com
a semeadura das forrageiras aps a colheita da cultura de gros, a
utilizao de forrageiras anuais e de rpido estabelecimento, como
o milheto e o sorgo pastejo, em monocultivo ou em consrcio
com forrageiras perenes, principalmente com braquirias, pode-se
ampliar o perodo de pastejo em at 45dias. Operodo de pastejo
tambm pode ser estendido com a utilizao de forrageiras que
necessitam de menos tempo entre a aplicao do herbicida e a
condio ideal de semeadura para a cultura subsequente, como
U. ruziziensis, U. brizantha cv. BRS Paiagus, alm de Panicum
maximum cv. Aruana IZ-5 (regies mais frias) e cv. Massai (regies
mais quentes).
209
Qual o potencial de produtividade das principais forra
239
geiras tropicais em sistema de ILP e ILPF?
210
contnuo pode ser vantajoso em pastagens de curta durao, em que
a construo de cercas torna-se onerosa; alm disso, esse mtodo
permite maior desempenho individual, sendo adequado quando se
deseja maior ganho por cabea, como na fase de engorda.
211
dos animais); em sistemas menos intensivos, geralmente, adota-se o
pastejo contnuo e o alternado (com referenciais de altura mxima
e mnima de entrada e sada), com preferncia pelas forrageiras
do gnero Urochloa. Nesses sistemas, so sugeridas as mesmas
recomendaes de manejo da altura do pasto que em sistemas
convencionais, conforme tabela a seguir.
212
Por que a qualidade ou o valor nutricional das forrageiras
242 tropicais em sistemas de integrao maior em comparao
a sistemas no integrados?
213
e utiliza gramneas bastante produtivas, com crescimento agressivo.
Entretanto, a opo de uso de uma leguminosa arbustiva na fase de
lavoura tem se mostrado interessante. Oconsrcio simultneo, na
mesma linha, de milho com braquiria e a semeadura defasada de
guandu, na entrelinha, tem proporcionado forragem de excelente
qualidade nutricional aps a colheita de gros, quando a braquiria
e o guandu podem ser pastejados ou colhidos para produo de
silagem ou de feno.
Em sistema de ILP menos intensivos, em que a lavoura
utilizada somente na fase inicial do sistema, visando recuperao
da pastagem, aps a colheita de gros, o capim pode ser estabelecido
em consrcio com leguminosas herbceas, como o estilosantes,
proporcionando forragem de melhor qualidade. Nesses sistemas,
em que a pastagem ser utilizada por perodo mais longo e com
manejo adequado, o aporte de nitrognio, via leguminosa, favorece
a produtividade da pastagem e sua longevidade, desde que a
proporo da leguminosa na pastagem seja de 30% a 40%.
Em sistema de ILPF com componente florestal, com menor
intensificao e que demandam mais tempo para o incio da fase
pecuria, em decorrncia do lento estabelecimento das rvores, o
guandu pode ser utilizado aps a cultura de gros, em monocultivo
ou em consrcio com braquiria, para produo de forragem para
corte, sendo que, nessa fase inicial do sistema, o sombreamento ainda
pequeno e interfere pouco no desempenho das forrageiras. Aps
o ciclo do guandu, quando j possvel a entrada dos animais no
sistema, o capim remanescente do consrcio pode ser utilizado em
monocultivo sob pastejo ou ser reintroduzido para posterior pastejo.
Em sistemas sombreados, o desempenho produtivo da maioria
das leguminosas forrageiras limitado. Assim, em sistema de ILPF
com espaamentos mais amplos entre renques/fileiras de rvores
e com menor sombreamento, pode-se introduzir leguminosas em
consrcio com gramneas para melhorar a qualidade da forragem e
proporcionar aporte de nitrognio ao sistema. Para reas de Cerrado
com solos de textura mdia a arenosa, a cultivar estilosantes-
-campo-grande (Stylosanthes spp. cv. Campo Grande) uma opo.
No bioma Amaznia, o amendoim forrageiro (Arachis pintoi) tem se
214
mostrado bastante promissor. Propagado tanto por sementes como
por mudas, o amendoim forrageiro seria particularmente vantajoso
nas reas mais sombreadas, ao longo das linhas de plantio das rvores.
Por ter crescimento rasteiro, o amendoim forrageiro pouco interfere
no desenvolvimento do capim nas reas com pouca sombra e tende
a cobrir as reas de solo exposto pelo menor desenvolvimento do
capim em condies de maior sombreamento.
215
forrageiras se apresentam com poucos tecidos verdes ou como
feno em p, ao final da estao seca, uma estratgia de manejo
a realizao de um rebaixamento da pastagem, seja utilizando um
pastejo intenso ou o corte mecanizado (roada). Depois, aguarda-se
a rebrotao da forrageira com as primeiras chuvas para, s ento,
realizar a aplicao de herbicida para a dessecao da pastagem.
Aps a aplicao, deve-se respeitar um intervalo de duas a quatro
semanas para realizao da semeadura da lavoura. Outra alternativa
a aplicao sequencial de herbicida, ou seja, faz-se a primeira
aplicao, conforme descrito anteriormente, seguida de uma
segunda aplicao, logo aps a semeadura da lavoura. Adosagem
de herbicida e o tempo necessrio entre a aplicao e a morte das
plantas so variveis entre as forrageiras. Com relao sensibilidade
ao herbicida glifosato, as forrageiras podem ser classificadas em:
Sensibilidade muito alta: milheto, U. ruziziensis, Aruana
IZ-5 e BRS Paiagus.
Sensibilidade alta: sorgo, Decumbens; Andropgon e
Tanznia-1.
Sensibilidade mdia: Marand, Xaras e BRS Piat.
Sensibilidade baixa: Mombaa.
Os capins com sensibilidade alta a muito alta demandam de
2L/ha a 3L/ha para sua dessecao, e os capins com mdia e
baixa sensibilidade, de 4L/ha a 5L/ha. Acondio adequada para
semeadura da lavoura em sequncia, em que mais de 70% da massa
da pastagem encontra-se morta, atingida, pelo primeiro grupo, em
um perodo de 12 a 15dias aps a aplicao do herbicida e, para o
segundo grupo, em 25 a 30dias.
216
implementos que permitem a prtica do consrcio em qualquer
situao. Como exemplo, a terceira caixa acoplada s semeadoras-
-adubadoras permite o consrcio simultneo de culturas produtoras
de gros e capins na mesma operao, diminuindo os custos de
implantao. Para os casos em que o consrcio ser feito aps o
estabelecimento da cultura principal, o adubador de discos uma boa
opo, pois realiza a adubao de cobertura e permite a semeadura
do capim nas entrelinhas. Quando no se dispe do conjunto trator-
-semeadora (ou trator-distribuidora) ou quando os consrcios a serem
estabelecidos j no permitem a entrada de maquinrio tratorizado,
a indstria disponibiliza equipamentos para sobressemeadura de
capins acoplados a tratores ou mesmo a motocicletas que circulam
nas entrelinhas das culturas produtoras de gros com mnimo dano
s plantas. Para a agricultura familiar, existem ainda implementos
de trao animal, e tambm a indstria de sementes disponibiliza
equipamentos manuais costais que permitem a semeadura dos
capins com boa eficincia na distribuio.
217
utilizam essas forrageiras anuais como hospedeiras; nesses casos,
deve-se dar preferncia a capins perenes e a leguminosas forrageiras
tolerantes para quebrar o ciclo dos patgenos. Omilheto e o sorgo
pastejo tambm podem ser utilizados em consrcio com capins
perenes, aps a colheita da lavoura; assim, essas forrageiras anuais
so utilizadas somente na fase inicial da pastagem, permitindo
antecipar o primeiro pastejo, enquanto o capim perene ainda se
estabelece e ser utilizado em fase posterior, possibilitando maior
produo de forragem e de palhada.
218
para produo de silagem. Aproduo de silagem consorciada
segue os mesmos princpios que a produo sem o capim; porm,
na produo de silagem, as adubaes devem ser maiores que para
produo de gros. Com o consrcio com capins, pode-se obter um
incremento de at 30% na produtividade de silagem, com qualidade
ligeiramente inferior quando comparada s silagens de milho e de
sorgo em monocultivo. Alm da produo de silagem, o capim poder
ser aproveitado posteriormente, como pasto e/ou como palhada para
plantio direto. Para isso, recomenda-se que, no processo de colheita da
silagem, o equipamento possa operar com uma altura de corte acima
do primeiro entren do milho ou do sorgo, favorecendo a rebrotao
do capim e adequado estabelecimento da pastagem. Forrageiras com
maior potencial produtivo, como os capins Mombaa, Tanznia-1
e Xaras, exercem maior grau de competio sobre as culturas,
proporcionando silagens com aumento na proporo de capim e
com qualidade ligeiramente inferior quando comparadas s silagens
produzidas com forrageiras de menor potencial produtivo, como os
capins Massai, Marand, BRS Piat, BRS Paiagus e Decumbens.
Leguminosas, como o guandu, podem ser utilizadas em consrcio com
milho ou sorgo, com ou sem capins, para a produo de silagem. No
consrcio de milho com guandu BRS Mandarim, com a leguminosa
semeada na entrelinha da cultura, a produtividade de silagem pode
aumentar em 15% a 20%, com incrementos de 20% a 30% no teor
de protena da silagem; porm, maiores propores da leguminosa
no consrcio podem acarretar em reduo na digestibilidade e
na produtividade total de forragem. No caso de uso de capins em
consrcio, principalmente as braquirias, aps o ciclo da leguminosa,
estes capins podem ser utilizados para pastejo.
219
outros sistemas (sistema Santa F, etc.). Autilizao da pastagem
de boa qualidade por 6 a 9meses antes da implantao da lavoura
de gros poder produzir entre 10arrobas/ha e 13arrobas/ha de
equivalente carcaa, amortizando parcial ou totalmente os custos
com a recuperao. Apastagem recuperada tambm proporciona a
adequao qumica e fsica do solo, alm da manuteno de palhada
suficiente para o plantio direto subsequente. Com as condies
adequadas para a lavoura, os riscos climticos diminuem, podendo-
-se aumentar a produtividade da soja em 5sacas/ha a 15sacas/ha
em relao ao sistema convencional.
220
outubro, ou seja, no incio da estao chuvosa. Como necessria
a retirada dos animais de 25 a 40dias antes da semeadura da soja,
para que ocorra rebrota e morte do capim, aps a dessecao, as
pastagens passaram a ser vedadas mais cedo, no incio do ms
de setembro, poca em que ainda h baixa disponibilidade de
forragem. Portanto, necessrio fazer adequaes para esse perodo,
antecipando a venda de animais, ou prevendo o fornecimento de
forragem conservada e/ou rao concentrada. Por outro lado, com
a antecipao da semeadura e com o uso de cultivares de soja
superprecoces, as reas de lavoura so liberadas mais cedo para
formao da pastagem, e o primeiro pastejo pode ser realizado no
final de maro a incio de abril, no sistema de boi safrinha.
221
na produtividade da lavoura em sequncia, mostrando os efeitos
sinrgicos entre lavoura e pastagem, e o grande potencial de sistema
de ILP para ampliar a eficincia da agropecuria.
222
baixa intensidade de luz no dossel acarreta em dificuldade para a
formao de touceiras e cobertura do solo pela forrageira. Desse
modo, havendo a necessidade de implantao de capins nessas
circunstncias, devem-se buscar alternativas para reduo do
sombreamento da rea a ser formada, seja pelo desbaste de rvores
da rea ou pela realizao de uma desrama drstica no momento
da implantao do capim, bem como com o aumento na taxa de
semeadura do capim.
223
Desempenho das
Forrageiras Subtropicais
11 em Sistema de Integrao
Lavoura-Pecuria e de
Integrao Pecuria-
-Floresta
226
seca. Pode-se iniciar o pastejo que, no mtodo de lotao contnua,
deve manter o pasto nessa faixa de 20cm a 30cm, ajustando-se a
carga animal ao longo da estao de crescimento. Aadubao deve
seguir a indicada baseada em anlise de solo e, tampouco, deve ser
descuidada a cobertura nitrogenada. Assim, possvel manter carga
animal mdia de 600kg/ha a 900kg/ha de peso vivo (2novilhos/ha
a 4novilhos/ha), com ganho mdio dirio de 1kg/animal e 200kg/ha
a 400kg/ha de ganho de peso.
227
crescimento, comea a sobrar pasto, permitindo a retirada dos
animais dos cereais de duplo propsito, como o trigo BRS Tarum,
pois a pastagem de aveia-azevm supre a demanda desses animais.
Oscereais passam a ser manejados para a colheita de gros ou para
serem colhidos e conservados na forma de silagem ou feno.
228
um potencial de crescimento sombra semelhante ao observado
a pleno sol. Isso no significa dizer qualquer nvel de sombra.
Quando se menciona forrageiras tolerantes sombra, significa
incluir aquelas espcies que crescem satisfatoriamente em nveis de
sombreamento intermedirio ou moderado (sombreamento igual ou
inferior a 50% daquele observado em sol pleno). Abaixo desse nvel
de luminosidade, o crescimento das forrageiras no suficiente para
um bom desempenho animal. Portanto, no existem forrageiras
totalmente tolerantes a sombreamento intenso, e, por isso, o sistema
de IPF necessita de espaamentos entre as linhas das rvores bem
superiores queles usados em florestas comerciais.
229
em sombreamento intermedirio apresentam aumentos relativos
nos teores de protena bruta (PB) na forragem. Entretanto, com
leguminosas forrageiras, o efeito do aumento do sombreamento
sobre os teores de PB exatamente o inverso. H indcios de
que o sombreamento afete a fixao do nitrognio atmosfrico,
bem como a nodulao, reduzindo a concentrao de PB da
forragem nas leguminosas. Todavia, para concentraes de fibra e
digestibilidade na forragem, os resultados de pesquisa so variveis
e inconclusivos.
230
Quando possvel realizar o primeiro pastejo com animais
265
em um sistema de IPF?
231
possvel aproveitar a pastagem da
seguinte forma: produo de forragem
conservada (corte para produo de feno
e silagem de pastagem) e produo de
sementes forrageiras. Uma alternativa
tambm proteger as mudas com cerca
eltrica instalada dos dois lados da linha
de plantio, e adotando um pastejo em
faixas e rotacionado no sistema (ver
tambm Captulo 4).
232
de IPF, situao comumente observada em propriedades rurais, e
que podem facilmente comprometer o rebrote, o crescimento e
a persistncia de plantas forrageiras que crescem sob condies
restritivas de luminosidade.
233
tm se mostrado insuficientes para uma persistncia da pastagem em
longo prazo. possvel adotar plantio de rvores em linhas simples
ou em renques de linhas duplas, triplas ou qudruplas, dependendo
do objetivo da espcie arbrea e do aproveitamento da madeira.
Para conhecer os diversos exemplos de espaamentos e arranjos
arbreos j estudados, sugere-se acessar a bibliografia disponvel
nos websites da Embrapa Pecuria Sul1 e da Embrapa Florestas2.
https://www.embrapa.br/florestas/publicacoes
2
234
maior luminosidade nas entrelinhas, j que a sombra das rvores
segue o movimento do sol, e esta projetada sobre a prpria linha
das rvores, durante os meses mais quentes do ano no Sul do Brasil.
As principais espcies
forrageiras utilizadas nesse sis-
tema de ILP, durante o perodo
de pousio da lavoura de arroz
irrigado, so as de inverno; e a
mais recomendada o azevm
anual, de preferncia de ciclo
mais longo, visando prolongar
seu uso em pastejo at meados
da primavera. Em consorcia-
o ao azevm, recomenda-se
trevo branco, cornicho, trevo
persa ou trevo vermelho. Durante o perodo de vero, pode ser
usado o campo nativo que vem retornando, assim como as esp-
cies anuais capim sudo, sorgo forrageiro ou milheto. Oprimeiro
aspecto a ser considerado o planejamento de uso das reas e as
oportunidades de renda com a diversificao das atividades. No
planejamento das rotaes, os modelos de sistema de ILP mais sus-
tentveis e rentveis so os que utilizam arroz por 1 a 2anos e
pecuria com rotaes de culturas de sequeiro por perodos de 3
a 6anos. Logo aps a colheita do arroz, recomenda-se a implan-
tao de forrageiras de inverno (azevm anual, trevo branco e cor-
nicho, por exemplo); na fase vero, em sequncia, recomenda-se
o aproveitamento das espcies nativas que retornam, mas deve-se
manejar para que as espcies de inverno mencionadas ressemeiem
naturalmente. No inverno seguinte, a pastagem se restabelece de
235
forma satisfatria. Quando em algumas propriedades no houver
regenerao satisfatria de pastagens de vero, pode-se fazer uso de
espcies forrageiras anuais de vero, visando pecuria, ou utilizar
em rotao culturas de vero como soja, milho ou sorgo granfero.
Antes do retorno ao cultivo do arroz, recomendado o cultivo de
soja, visando sistematizao do terreno e incorporao de nitrog-
nio. Ossistemas que apresentam maior sustentabilidade so os que
utilizam a pecuria, no mnimo, no perodo de inverno.
236
e outras culturas de sequeiro e pastagens devem ser utilizadas
durante 3 a 6 anos, chamado de perodo de pousio da cultura do
arroz. Essa recomendao tcnica em virtude do ambiente sem
oxigenao causado pela irrigao por inundao da cultura do
arroz. Osegundo passo tcnico recomendado a incorporao
da palhada do arroz ao solo logo aps a colheita da cultura e
desmanche das marachas (taipas), utilizadas para facilitar a irrigao.
Isso pode ser feito com auxlio de rolo faca ou gradagens. Oterceiro
passo a drenagem do terreno, considerando que as forrageiras
que viro na sucesso durante o inverno e as culturas de sequeiro
ou forrageiras de vero no toleram solos com encharcamento.
Essa drenagem poder ser realizada, superficialmente, com
valetadeiras apropriadas; e, em camadas mais profundas do solo,
com equipamentos tipo subsolador (torpedo). Oterceiro passo
a anlise do solo quanto necessidade de calagem e fertilizao.
Normalmente, essas reas, aps o cultivo do arroz, apresentam
necessidade de calagem e fertilizao adequadas a altas produes
de forragem, o que aumenta a capacidade de suporte desses pastos.
237
poder chegar entre 280 e 300dias. Durante a fase das pastagens
de inverno, o pastejo ficar entre 120 e 140dias.
238
as pastagens de inverno e de vero atinjam seu mximo crescimento
nesses ambientes. Aps acmulo de forragem, importante ajustar
o nvel de oferta de forragem aos animais, em torno de trs a quatro
vezes o consumo, isso vai determinar maior sobra de pasto, e, como
consequncia, proteger o solo do impacto dos animais e dar uma
boa cobertura de palhada visando ao plantio direto de qualidade
das culturas em sucesso. Ento, o incio do pastejo dever ocorrer
quando os pastos de inverno acumularem em torno de 1.500kg/ha
a 1.600kg/ha de massa seca, e os de vero em torno de 1.600kg/ha
a 2.000kg/ha. Durante o pastejo, o ajuste de carga animal dever
permitir que os animais consumam o acmulo dirio, ou seja, a taxa
de crescimento. Esse manejo vai permitir que a massa de forragem
residual permanea adequada. Considerando altura de manejo do
pastejo, pode-se dizer que em pastagens de azevm a altura mdia
dever ficar em torno de 15cm a 20cm, e, em pastos de vero
como capim sudo, sorgo forrageiro e milheto, a altura dever ficar
em torno de 30cm a 40cm. Quanto ao pastoreio, o ponto mais
importante a massa seca residual, podendo ser pastejo contnuo
ou rotacionado. Um aspecto importante a ser considerado quando
o pastejo for rotacionado, em que a carga instantnea alta, pois os
animais estaro em grupos maiores. Isso poder gerar compactao
excessiva em solos hidromrficos, considerando, tambm, que
esses solos so frgeis do ponto de vista fsico.
239
orgnica ao solo via sistema radicular das forrageiras, principalmente
as de inverno. Ento, durante a fase pastagem, haver maior ciclagem
de nutrientes e menor retirada, o que tem levado a pesquisa a
resultados bastante satisfatrios de adubaes nessa fase e reduo
de adubos colocados no momento da semeadura das culturas em
sucesso. Alm de redues de custos das lavouras, o tempo gasto na
semeadura menor, pois as mquinas podero ter mais autonomia,
considerando diminuies de paradas para abastecimento de adubos.
Entretanto, importante mencionar que essas tecnologias devero ser
implantadas de forma escalonada e contnua. No possvel, num
solo pobre, serem esperados efeitos positivos nos primeiros anos do
sistema de ILP; necessrio que as prticas ou os processos sejam
gradativamente utilizados. Chegar o momento, quando a qualidade
do solo melhorar, em que as fertilizaes passam ser de sistemas e
no de atividades isoladas, ou seja, no por culturas.
240
(Programa ABC): diversificao via sistema de ILP, plantio direto de
qualidade, recuperao das pastagens naturais e fixao biolgica
de nitrognio com o uso de leguminosas forrageiras, bem adaptadas
a esses ambientes.
241
de investimento e planejamento. Em pequenas propriedades, o leite
a atividade mais utilizada e mais recomendada pela rentabilidade
e pelo manejo familiar. No entanto, h modelos em grande escala
com alto nvel de profissionalizao e com alta eficincia produtiva.
Ouso das pastagens em sistema de ILP nessas regies, de forma
geral, mais comum com a bovinocultura de corte e em sistemas
mais especialistas, em que a recria e a terminao de animais so
mais indicadas, considerando o perodo de uso das pastagens de
inverno e de vero em modelos que as utilizem. Nesse contexto, o
planejamento forrageiro de extrema importncia, pois os perodos
de produo do pasto devem ser ajustados aos perodos de pastejo
que permitam que os animais atinjam seus objetivos de ganhos. Se
forem para abate, o tempo de terminao; se forem para outros
sistemas de terminao, o tempo de permanncia nas pastagens
dever estar ajustado aos objetivos de ganhos dos animais e poca
de semeadura das culturas.
242
Estratgia de
Integrao Lavoura-
12
-Pecuria-Floresta
como Alternativa
de Manejo Sustentvel
para a Produo
de Leite
244
isso, ineficincia econmica. Osistema de ILPF misto e complexo
e exige conhecimento tcnico para sua plena execuo. Por outro
lado, um sistema completo que proporciona aos animais uma
pastagem produtiva com sombreamento, amenizando o estresse
pelo calor. Nesse sistema, produzida a lavoura, normalmente,
milho ou sorgo para silagem. Essa silagem fornecida aos animais
no perodo de seca, quando a pastagem est com quantidade e/
ou qualidade j prejudicadas pela falta de gua. Sendo assim, um
sistema de ILPF leite, bem conduzido, oferece forragem de qualidade
o ano todo em ambiente otimizado. Dessa forma, os animais de
raas leiteiras a serem utilizados no sistema precisam responder a
esse potencial produtivo da propriedade rural.
245
Alimentos como silagem de milho ou sorgo devem ser destinados
poca da seca para as vacas e novilhas recm-paridas de maior
produo de leite, e novilhas e vacas em pr-parto. Omesmo ra-
ciocnio vlido para a pastagem no perodo das guas. Vacas e
novilhas recm-paridas, com maior exigncia nutricional, pastejam
em primeiro lote (lote de ponta) seguidas pelas vacas de menor
produo de leite (repasse). Por isso, um bom acompanhamento do
rebanho essencial para o planejamento do manejo alimentar dos
animais.
246
Quais espcies forrageiras podem ser utilizadas no sistema
285
agrossilvipastoril, ou sistema de ILPF, de pecuria leiteira?
Tolerncia ao
Gramnea Nome comum
sombreamento
Alta Axonopus compressus Grama So Carlos
Ottochloa nodosun Grama pnico
Paspalum conjugatum Pensacola
Stenotaphrum secundatum Grama bfalo
Urochloa brizantha Marand, BRS Piat,
Xaras
Urochloa decumbens Capim braquiria
Urochloa humidicola Quicuio da Amaznia
Mdia Imperata cylindrica Capim sap
Panicum maximum Tanznia-1, Mombaa,
Massai, Uruana,
Vencedor
Urochloa mutica Capim Angola
Baixa Digitaria decumbens Pangola
Fonte: Shelton et al. (1987).
247
(Emater) e os proprietrios do stio Valo, em Mar de Espanha, MG,
em rea de sistema de ILPF, apresentaram produtividade acima de
50t/ha de milho ensilado no primeiro ano e ao redor de 35t/ha
no quarto ano de cultivo. Essa reduo na produtividade de milho
explicada pelo sombreamento provocado pelo crescimento do
componente florestal, neste caso o eucalipto. Adesrama de galhos e
o desbaste peridico de rvores podem diminuir esse efeito negativo
da presena das rvores no sistema. Aperiodicidade e intensidade de
desrama e de desbaste ainda merecem pesquisas para ajustamento
de manejos dos diferentes componentes do sistema. Aexperincia,
at o momento, indica que entre 4 e 5anos deve-se realizar o
primeiro desbaste em reas com at 400 rvores por hectare. Em
reas com densidades menores (250 plantas por hectare), o desbaste
pode ser realizado em idades mais avanadas (7 a 8anos).
248
produo de pastagem. Para resolver esse problema, devem ser
realizados desbastes das rvores para aumentar a incidncia de
luz para o pasto. Aexperincia at o momento indica que a cada
4 ou 5anos deve ser realizado um desbaste de 50% das rvores
(em reas com densidades em torno de 400rvores/ha). Em reas
com densidades menores (250rvores/ha), os desbastes podem ser
realizados entre 7 e 8anos na mesma proporo.
249
Na estratgia de ILPF, o que deve ser considerado na aduba
291
o de plantio?
250
Por que no h necessidade de adubao convencional na
292
implantao da pastagem nos sistemas de integrao?
251
utilizada para o pastejo ser semeada no mesmo dia do milho, por
exemplo, a sua necessidade de nutriente ser sanada pela adubao
de plantio e cobertura do milho. Aps a colheita do milho para a
silagem (ser cortado tanto o milho, quanto a forrageira utilizada),
dever ser realizada uma adubao de cobertura na pastagem
aproximadamente 30dias aps o corte para a ensilagem.
A adubao do componente florestal deve ser feita seguindo
a orientao para a adubao da espcie arbrea selecionada
(seguindo o manual de recomendao para a cultura, com base
no resultado de anlise do solo). importante lembrar que o
adubo recomendado dever ser colocado no fundo da cova ou no
fundo do sulco de plantio das rvores, para evitar danos causados
pelo efeito salino nas razes da muda. Aps a retirada do milho
ou do sorgo que foram ensilados ou mesmo colhido para gros,
para serem comercializados ou servirem como matria-prima na
formulao de rao para os animais na prpria fazenda, deve-se
adubar a pastagem que foi estabelecida juntamente com a lavoura
e o componente florestal.
252
relao sua capacidade de suporte. Alm da cultura, a classe do
solo, o relevo e o clima interferem na resposta que se pode esperar
de uma forrageira no fornecimento de alimento para animais em
pastejo.
253
tcnica indicada para auxiliar na recomendao de calagem e
adubao do solo.
254
na opo do herbicida mais indicado, possibilitando o controle
de maior nmero possvel de espcies infestantes. Arotao de
herbicidas e formulaes com mecanismos de ao diferentes
tambm recomendada, pois evita a seleo de plantas daninhas
resistentes e/ou tolerantes a determinados produtos.
255
no solo, ao redor do caule das plantas daninhas. Achuva dissolve o
produto, que absorvido pelo sistema radicular da espcie daninha.
256
Presso de pastejo: a permanncia nas reas de pastejo
de um nmero de animais por hectare maior do que
a capacidade de suporte do pasto leva degradao da
pastagem. Oprocesso de degradao inicia-se nos pontos
mais fracos, sendo ocupados pelas plantas daninhas que,
com o passar do tempo, aumentam a intensidade de
infestao.
Disponibilidade de gua e fertilidade de solo: a disponibi
lidade de gua na superfcie do solo de grande impor
tncia no momento da implantao da espcie forrageira.
Afalta de umidade no solo propicia a reduo no estande
da forrageira, reduzindo a cobertura da rea. Alm disso,
durante o ciclo vegetativo, o regime pluviomtrico influencia
na manuteno da pastagem. Afalta de gua leva ao
aparecimento de espaos vazios que so ocupados por
populaes de plantas daninhas.
Adubao: as adubaes de correo e de implantao da
pastagem, bem como as adubaes de manuteno, so
extremamente importantes, pois possibilitam a espcie
forrageira exercer supresso sobre as populaes de esp
cies daninhas. Aespcie forrageira que ocupa, de forma
rpida, os espaos vazios na superfcie do solo, cobrindo
rapidamente a rea, evita o surgimento de comunidades
infestantes.
Controle inadequado de plantas daninhas: a falta de con
trole de plantas daninhas em pastagens ou o controle
ineficiente dessas espcies uma das principais causas que
leva a baixa produtividade das pastagens no Brasil.
257
brizantha cv. Marand e o componente florestal, via de regra
o eucalipto, ocorre no mesmo dia. Aps a colheita do milho, e
passados 30 a 60dias, a pastagem est em condies de uso pelo
animal. Esse uso poder ser sob condies de pastejo ou ensilado,
para uso na poca seca do ano, como alternativa volumosa. Se a
opo for para o uso sob a forma de silagem, aps o corte, e passados
outros 30 a 60dias, a gramnea poder ser pastejada. Opastejo, no
primeiro ano de implantao do sistema, s poder ser realizado
mediante a proteo das linhas de plantio do eucalipto.
Referncias
SHELTON, H. M.; HUMPHREYS, L. R.; BATELLO, C. Pastures in the plantations
of Asia and the Pacific: performance and prospect. Tropical Grasslands, v. 21,
n. 4, p. 159-168, Dec. 1987.
258
Experincias com
Pecuria de Corte em
13 Sistema de Integrao
Lavoura-Pecuria e de
Integrao Lavoura-
-Pecuria-Floresta
260
Assistncia tcnica agronmica para as culturas e veterinria
para os animais.
Disponibilidade de arrendamento ou parceria com pecua
rista.
Empresas produtoras de celulose, carvo, entre outros.
261
pastagem, haver reduo na capacidade de suporte das pastagens,
e, consequentemente, haver reduo na produtividade da pecuria
de corte.
262
completo, ou animais comerciais de recria-engorda com terminao
em semiconfinamento ou confinamento, em um ciclo mais rpido
de produo.
263
desejvel ou necessrio adotar o semiconfinamento
314 ou confinamento de animais precoces com alto padro
gentico em sistema de integrao?
264
portanto, tem melhor estabilidade
produtiva. Por exemplo, no Mato
Grosso do Sul e no Mato Gros-
so, as produtividades de soja tm
sido de 45sacas/ha a 65sacas/ha
em condies razoveis a boas.
Omilho safra tem resultado em
produtividades de 90sacas/ha a
130sacas/ha em boas condies. Para muitas regies favorveis ao
milho safrinha, as produtividades tm variado de 60 sacas/ha para
condies medianas e 120sacas/ha para condies mais favorveis.
A produo animal em bovinos de corte tem sido da
ordem de 25arrobas/ha/ano a 30arrobas/ha/ano de equivalente
carcaa/ha/ano em pastagens, no primeiro ano, aps as culturas.
J, em pastagens de segundo e terceiro anos, ocorre uma queda
de produo para 15arrobas/ha/ano a 20arrobas/ha/ano. Se
for realizada a adubao de manuteno, esse decrscimo de
produtividade reduzido. importante ressaltar que a adubao de
manuteno da pastagem tem proporcionado benefcios marcantes
produtividade dos cultivos subsequentes. Aspastagens de safrinha
permitem de 5arrobas/ha/ano a 8arrobas/ha/ano, com variaes
influenciadas pelas condies climticas, como chuva ou frio.
Os ndices de produtividade florestal so fortemente
relacionados ao arranjo espacial utilizado para o componente
arbreo e ao manejo silvicultural empregado. Em povoamentos
florestais de eucalipto, com aproximadamente 1.600rvores/ha,
obtm-se produtividade de madeira prxima a 40m3 por ano;
porm, quando se utiliza o eucalipto em sistemas integrados de
produo, o nmero de rvores por hectare ser consideravelmente
menor, reduzindo, portanto, a produtividade de madeira por hectare,
mesmo que a produtividade por rvore seja maior. Em ensaios
experimentais com sistema de ILPF conduzido na Embrapa Gado de
Corte, utilizando-se o clone H13 (hbrido de Eucalyptus urophylla x
Eucalyptus grandis), detectou-se produtividade, mdia de 6anos,
de 29,5m3/ha e 18,3m3/ha para populao de 357rvores/ha e
227rvores/ha, respectivamente.
265
possvel obter aumento de receita lquida em propriedades
317 de pecuria de corte que adotam sistema de ILP e ILPF com
componente florestal?
266
aproximadamente de 80m3 a 100m3 de madeira para serraria, que
possui maior valor.
267
por espcies arbreas que apresentam rpido crescimento inicial,
possibilitando o pastejo o quanto antes. Levando-se em considerao
esse aspecto, tem-se dado nfase ao uso de materiais genticos de
eucalipto. Asespcies nativas tambm podem ser utilizadas no
sistema, o grande impasse o tempo necessrio para atingirem
o tamanho mnimo para suportar os bovinos. Para a escolha da
espcie mais indicada para a propriedade, o agricultor/pecuarista
deve procurar auxlio de um tcnico com conhecimento do sistema.
268
competio por gua, luz e nutrientes, devem-se adotar arranjos
espaciais que favoream os cultivos do sub-bosque, ou seja, adotar
maiores espaamentos entre renques de rvores. Como mencionado
anteriormente, existe reduo na produtividade da forrageira,
podendo ento comprometer o ganho animal. Entretanto, o conforto
trmico gerado pela sombra das rvores e o ganho em qualidade
da forrageira tende a compensar a reduo na disponibilidade de
forrageira, o que pode resultar em manuteno ou at aumentar o
ganho animal, desde que a lotao seja adequada.
269
produo no primeiro ano de cultivo, desestimulando os produtores a
realizarem a recuperao das pastagens com o uso de sistema de ILP.
270
e do alto acmulo de forragem, o que implica em dificuldades
para realizar o controle do pastejo. Nessas condies, o mais
recomendado o pastejo rotacionado, pelo menos com algumas
divises de modo a facilitar o controle do pastoreio, pois o pastejo
contnuo resulta em pastejo desuniforme. Para que se tenha um
controle do pastejo em sistema de ILP ou ILPF, as reas principais
podem ser cercadas com cercas fixas, e as subdivises serem feitas
com cercas eletrificadas. Como ocorre alternncia de pastagens
e cultivos com operaes de mquinas agrcolas, essas divises
devem ser estabelecidas levando-se em considerao o tamanho
dos implementos e maquinrios agrcolas. Para cercas eletrificadas,
devem-se instalar sistemas de fcil remoo e/ou deslocamento.
271
Bem-estar Animal
14 em Sistema de
Integrao Lavoura-
-Pecuria-Floresta
274
4. Liberdade comportamental (possibilidade de expressar
os comportamentos caractersticos da espcie) possvel
em ambientes com espaos e instalaes adequados,
e tambm relacionada ao correto manejo do rebanho e
formao dos lotes, entre outros.
5. Liberdade psicolgica (ausncia de medo e estresse) faci
litada por condies do ambiente e pelo manejo correto,
que evitem sofrimentos.
275
e de 35C para gado zebuno, os mecanismos de compensao
comeam a falhar, acarretando rpido aumento da temperatura
retal e declnio na ingesto de alimentos, na produo de leite e no
peso corporal, podendo levar morte dos animais por hipertermia.
Abaixo de 1C para o gado europeu e de 10C para o gado zebuno,
tambm h a ativao de mecanismos termorreguladores (aumento
do metabolismo, diminuio do consumo de gua e aumento da
ingesto de alimentos, tremor muscular), na tentativa de se aumentar
a temperatura corporal. Eventuais falhas desses mecanismos podem
levar morte pelo frio (hipotermia).
Na zona de termoneutralidade,
o gasto de energia para mantena do
animal permanece constante e em um
nvel mnimo, dessa forma a reteno
da energia da dieta mxima. Desse
modo, a energia do organismo pode
ser dirigida para a produo e repro-
duo, no havendo desvio de energia
para manter o equilbrio fisiolgico.
Dentro dessa zona, o animal mantm
a variao normal de temperatura corporal, o apetite normal e
a produo, tima. Sob estresse por calor, o animal reduz, ou at
paralisa, a ingesto de alimento com o objetivo de diminuir a pro-
duo de calor, logo seu desempenho prejudicado.
276
Aumento da sudorese importante para equinos, asininos,
bovinos, bubalinos, caprinos, ovinos e sunos.
Aumento no nmero de movimentos respiratrios (principal
sintoma em bovinos) o nmero de movimentos respiratrios
pode aumentar 2,5 vezes.
Mudanas comportamentais busca por gua para imerso,
busca por sombra, inibio do apetite, aumento no consumo
de gua, reduo do tempo de pastejo e aumento de tempo
de cio, entre outros.
Ativao de outros mecanismos fisiolgicos o aumento
dos batimentos cardacos e da temperatura corporal.
Quais so as modificaes
que os sistemas de ILPF
334 com componente florestal
promovem no microclima
local?
As principais modificaes
promovidas pela presena de r-
277
vores no microclima local em sistemas de ILPF com componente
florestal ocorrem sobre a velocidade dos ventos, a temperatura do
ar, a presso de saturao de vapor e a radiao solar incidente.
a combinao desses elementos que afeta, por exemplo, o conforto
trmico animal.
278
vegetal. Asrvores tambm atuam como quebra-ventos e regulam a
velocidade dos ventos. Isso tambm influencia no conforto trmico
do animal, pois, em condies de baixa velocidade dos ventos, o
animal no consegue perder calor para o ambiente. o chamado ar
abafado, que no deixa o suor secar. Por outro lado, em condies
de vento muito forte, ocorre excesso de perda de calor pelo corpo
do animal, que pode ocasionar a sensao de frio.
279
poucas informaes a esse respeito esto disponveis na literatura
nacional. Contudo sabe-se que as pastagens dos sistemas de ILPF
possuem maior valor nutricional teores de protena bruta 15% a
40% superiores aos das pastagens em sol pleno e tambm maior
digestibilidade.
280
Qual o tipo de arranjo de distribuio espacial de rvores
em sistemas de ILPF que proporciona melhor bem-estar
340
animal: renques com linhas simples ou renques com linhas
mltiplas?
281
De que forma o vento pode afetar o bem-estar e a produo
342
animal?
282
respectivamente. Acrescente-se que, em um ambiente com pouca
rea de sombra disponvel, pode haver disputa por rea sombreada,
acarretando prejuzo aos animais mais velhos, fracos ou submissos.
283
protege sob essas estruturas produtoras de sombra. Por exemplo, na
sombra natural produzida por rvores, a umidade do ar poder
ser maior do que na sombra artificial proporcionada por uma tela
de sombreamento de polietileno ou polipropileno (tipo sombrite).
Osestudos que existem mostram que a sombra de rvores mais
adequada ao conforto animal do que as sombras artificiais; sem
contar que as rvores podem gerar produtos e servios ambientais
a um custo bem mais baixo do que as construes civis em meio a
uma pastagem.
284
Os sistemas de ILPF oferecem maior risco aos animais quan
347
to queda de raios do que em pastagens convencionais?
285
estressantes e, consequentemente, esto menos propcios dimi
nuio da qualidade do produto final. Em sistemas de ILPF, julga-
-se que, atendidas todas as necessidades bsicas dos animais (como
forragem de boa qualidade, gua em abundncia e estado sanitrio
adequado), o maior conforto trmico proporciona maior bem-estar
animal, em comparao aos sistemas a pastos convencionais.
286
principalmente em relao fotossensibilizao. Asgramneas forra
geiras tropicais mais frequentemente utilizadas na formao de
pastagens para ovinos so espcies e cultivares de Urochloa spp. (syn.
Brachiaria spp.), Cynodon spp., Paspalum spp., Pennisetum spp., Chloris
gayana, Cenchrus ciliaris (buffel), Digitaria decumbens e Panicum
maximum. J foram relatados problemas de fotossensibilizao em
ovinos pastejando Urochloa decumbens e U. ruziziensis. Asclasses
mais afetadas so as ovelhas paridas e animais jovens mantidos
exclusivamente em pastagem de Urochloa spp. Para contornar parcial
mente o problema de fotossensibilizao dos animais em reas de
U. decumbens, foi sugerido o pastejo noturno e maior rebaixamento
das plantas, criando condies desfavorveis ao desenvolvimento da
doena. Assim, a introduo de rvores, com oferta de sombra, nos
sistemas de produo de ovinos, pode contribuir para minimizar o
problema.
287
Potencial de Mitigao
da Emisso de Gases
15
de Efeito Estufa por
Meio da Adoo
da Estratgia de
Integrao Lavoura-
-Pecuria-Floresta
CO2
CO2
CH4
290
O que o aumento nas concentraes de GEE na atmosfera
354 pode causar e por que existe tanta preocupao em torno
desse tema?
291
a fotossntese e o crescimento de plantas); maior consumo de gua
pelas plantas e animais; aumento da temperatura do ar e do solo;
aumento da evapotranspirao (esvaziando o reservatrio do solo);
reduo do ciclo de culturas; aumento das taxas respiratrias de
plantas e animais com aumento do gasto energtico e reduo da
produtividade; estresse trmico; reduo da fertilidade; mudan
a na dinmica de pragas e doenas; atrasos no plantio e perda
de calendrios agrcolas pelas secas prolongadas; falhas na
germinao/emergncia e no estabelecimento de lavouras pela falta
de chuvas; deficit hdrico nas fases vegetativas e reprodutivas com
comprometimento na produtividade vegetal; chuvas mais intensas,
mais frequentes e/ou erosivas e maior ocorrncia de eroso; enchar
camento excessivo do solo; alterao das propriedades dos solos
de forma que se tornem menos produtivos; aumento da infestao
de plantas daninhas; chuvas excessivas na colheita; aumento na
mortandade de aves; abortamento em porcas; reduo da produo
de leite por causa das fortes ondas de calor, entre outros.
292
alimentos nos herbvoros ruminantes (metano), na decomposio de
dejetos de animais (metano e xido nitroso); degradao da matria
orgnica do solo (MOS) ocasionada pelo preparo convencional do
solo (CO2 ou dixido de carbono); decomposio da celulose em
condies anaerbias, como no cultivo de arroz inundado (metano),
durante a liberao de carbono proveniente da queima de resduos
agrcolas (dixido de carbono, metano, xido nitroso, entre outros);
emisso de CO2 e xido nitroso em solos pelo uso de corretivos e
por meio da desnitrificao de fertilizantes nitrogenados; queima
pelo consumo de combustveis fsseis (dixido de carbono) na
produo e no transporte de produtos agrcolas e utilizao de
insumos que para sua produo demandam consumo de energia na
industrializao (fertilizantes, herbicidas, fungicidas). Mudanas no
uso da terra tambm podem ser importantes fontes de emisses de
GEE e esto relacionadas tambm ao setor agropecurio.
293
Como podem ser reduzidas as emisses de GEE pela agro
360
pecuria?
294
em sistemas de integrao com componente florestal integrao
pecuria-floresta (IPF), integrao lavoura-floresta (ILF) ou integrao
lavoura-pecuria-floresta (ILPF), considera-se que h sequestro
de carbono pelas rvores, desde que a madeira produzida seja
destinada produo de papel, construo civil ou mobilirio.
Com a morte das plantas, tem-se a formao dos resduos vegetais
(serrapilheira em reas de floresta, material residual em pastagens ou
palhada de culturas aps a colheita). Com o passar do tempo, esses
resduos sofrem um processo de fragmentao por macrorganismos
e, posteriormente, a decomposio por microrganismos do solo.
Dessa forma, se esse material no for protegido da ao biolgica
dos organismos do solo, ou se essa ao no for lenta, a maior parte
dele retornar em pouco tempo para a atmosfera na forma de CO2.
Amanuteno dos resduos na superfcie diminui seu contato com
o solo e reduz a taxa de decomposio. Alm disso, a ausncia de
revolvimento por implementos agrcolas, associada ao aumento da
atividade biolgica, promove a formao de estruturas denominadas
agregados. Os resduos vegetais recm-adicionados ao solo so
incorporados no interior dos agregados, onde so protegidos da
ao decompositora dos microrganismos do solo. Oresultado final
o aumento da quantidade de compostos orgnicos preservados da
ao biolgica e o aumento da quantidade de carbono orgnico e
de MOS. Ao longo do tempo, e lentamente, esse processo propicia
aumento do chamado estoque de carbono no solo.
295
elevadas, faz-se necessrio associar o SPD e os sistemas integrados com
rotao de culturas e culturas de cobertura, como aveia-preta (Avena
strigosa Schreb.) nas regies subtropicais e o milheto (Pennisetum
americanum L.) e as braquirias (Urochloa decumbens syn. Brachiaria
decumbens, Urochloa brizantha cv. Marand, Urochloa humidicola e
Urochloa ruziziensis) na regio tropical. Autilizao de leguminosas
importante para melhorar o balano de nitrognio no agroecossistema
e incrementar o sequestro de CO2 no solo, pois as dinmicas do
carbono e do nitrognio esto intimamente associadas. Portanto,
incrementar a fixao biolgica de nitrognio (FBN) por meio do uso
de leguminosas uma importante estratgia de manejo.
Aadoo do SPD e dos sistemas de integrao, com a produo
adequada de resduos vegetais sobre a superfcie do solo, alm de
armazenar carbono no solo, melhorando a infiltrao de gua das
chuvas, a permeabilidade do solo e sua capacidade de armazenar
gua disponvel (essencial para explorar o potencial de produo
dos cultivos), ainda reflete radiao solar de ondas curtas (evita que
gerem calor; isso porque a palhada com sua colorao mais clara
possui refletividade maior, albedo maior); mantm uma temperatura
estabilizada do solo, evitando picos de calor que podem reduzir a
eficincia das razes em absorver gua e nutrientes; reduz as perdas
de gua do solo por evaporao e transpirao, o que resulta, por
exemplo, em maior tolerncia a veranicos e menor necessidade de
irrigao, com economia de 30% a 50% na necessidade de gua e
de energia.
296
demonstram que o sistema de ILP tem potencial para reduzir o
impacto ambiental das atividades produtivas, reduzindo as emisses
de GEE. H maior potencial de estoque de carbono, considerando
o papel das forrageiras tropicais nos sistemas de produo, na
seguinte ordem decrescente: 1) pastagem permanente com manejo
adequado; 2) ILP sob SPD; 3) lavoura em SPD; 4) lavoura em cultivo
mnimo; 5) lavoura em preparo convencional do solo.
Alguns levantamentos revelaram que as taxas de acmulo de
carbono no sistema de ILP sob SPD variaram entre 0,43t/ha/ano
e 0,60t/ha/ano. Ataxa de acmulo de carbono na converso do
sistema de lavouras sob SPD para o sistema de ILP sob SPD pode
ser de 0,8t/ha/ano a 2,8t/ha/ano na regio do Cerrado. Em sistemas
mais complexos, como o ILPF, por conter os componentes forrageiro
e florestal, existe grande potencial de aumento na reteno de
carbono no solo e na biomassa, bem como na reduo de emisses
de GEE. Alm disso, em sistemas de ILPF, parte do CO2 removido
poder auxiliar na reduo de emisses em outros setores alm
da agricultura, desde que a madeira produzida seja utilizada para
a produo de mveis ou para a gerao de energia. Aproduo
de energia a partir de rvores plantadas pode substituir o uso de
combustveis fsseis. Essa substituio de uma fonte no renovvel
de energia (petrleo) por uma fonte renovvel (carvo vegetal) pode
ser contabilizada como reduo de emisso de GEE.
297
pastejo e produo animal por um perodo e pode ser transformado
em palhada para o SPD da cultura subsequente. Oconsrcio de
milho para produo de gros com braquiria, por exemplo, tem
potencial para gerar um volume entre 10t/ha e 20t/ha de matria
seca na superfcie do solo logo aps a colheita. Alm disso,
dependendo das condies de fertilidade do solo, pode haver uma
contribuio equivalente em biomassa pelo sistema radicular que
aumenta o potencial de transformao desse material em carbono
do solo. Com esses volumes, possvel manter o equilbrio entre
adio de biomassa e oxidao da MOS, mantendo um balano
positivo e sucessivos incrementos de carbono ao longo do tempo.
298
cipalmente nos primeiros anos aps a implantao. Uma vez que
grande parte da emisso de metano por ruminantes determinada
pela qualidade da dieta, bovinos mantidos nessas pastagens emitiro
menos metano por quilo de produto produzido (carne, leite),
aumentando sua eficincia na converso de pasto em protena de
alta qualidade. Dessa forma, as emisses individuais tendem a ser
menores em sistemas de integrao do que em sistemas extensivos
com baixo nvel tecnolgico. Alm disso, a criao de bovinos
em pastagens produtivas pode impactar positivamente outros
coeficientes tcnicos, como taxa de natalidade, idade ao abate e
mortalidade. Oaumento da taxa de natalidade de 55% para 68%,
a reduo na idade de abate de 36 para 28 meses e a reduo na
mortalidade at 1 ano de 7% para 4,5% permitiriam que, em 2025,
a produo de carne brasileira aumentasse 25,4% e, ao mesmo
tempo, as emisses de metano em relao ao equivalente-carcaa
produzido reduzissem em 18%. Os sistemas de integrao podem
ainda contribuir com a produo de gros para alimentao animal
em que parte da dieta baseada em concentrados, como, por
exemplo, confinamentos e semiconfinamentos, bastante comuns
nas regies subtropicais e temperadas.
299
Pastagens produtivas e manejadas adequadamente, alm de
propiciarem condies favorveis para aumentos significativos no
desempenho animal, tambm podem compensar grande parte
do carbono emitido pela atividade, tornando-se um componente
importante no balano de GEE na pecuria. Como exemplo, a
emisso anual de metano de uma novilha de corte da raa Nelore
pode ser anulada pelo acmulo de carbono no solo em reas de
pastagens onde se adota o uso de prticas de manejo adequadas,
sobretudo de reposio da fertilidade.
300
projetadas at 2020. Para tanto, est implantando diferentes aes
em diversos setores da economia.
No caso especfico da agricultura, os compromissos se referem
expanso da adoo ou do uso de tecnologias que podem ser
adotadas para mitigar emisses de GEE e, em contrapartida,
promover a reteno ou remoo de CO2 na biomassa e no solo.
Aesse conjunto de tecnologias denominou-se agricultura de baixa
emisso de carbono, entre as quais se encontram os sistemas
integrados. Esses compromissos foram ratificados na lei que institui
a Poltica Nacional sobre Mudanas do Clima PNMC (BRASIL,
2009).
Em 2010, foi publicado o Decreto n 7.390, que regulamenta
artigos da Lei n12.187 (BRASIL, 2010). Para efeito dessa
regulamentao, no caso especfico da agricultura ficou estabelecido
que fosse constitudo o Plano Setorial para a Consolidao de uma
Economia de Baixa Emisso de Carbono na Agricultura, tambm
denominado Plano de Agricultura de Baixa Emisso de Carbono
(Plano ABC).
301
371 Qual o objetivo do Plano ABC e como ele funciona?
302
e aumentar a resilincia dos sistemas produtivos, dos produtores e
das comunidades rurais.
303
Programa ABC estejam necessariamente associados a, pelo menos,
um dos programas preconizados pelo Plano ABC. Alm disso,
poder ser financiado custeio associado ao projeto de investimento,
limitado a at 30% do valor financiado. Esse limite pode ser ampliado
para at 35% do valor financiado, quando destinado implantao
e manuteno de florestas comerciais ou recomposio de reas de
preservao permanente ou de reserva legal. Caso o projeto inclua
a aquisio de bovinos, ovinos e caprinos para reproduo, recria e
terminao, e smen dessas espcies, o limite pode chegar a 40%
do valor financiado.
304
Os produtores rurais que adotam sistemas de integrao
376 e contribuem para o meio ambiente podero futuramente
receber algum benefcio?
Referncias
BANCO CENTRAL DO BRASIL. Resoluo n 3.896, de 17 de agosto de 2010.
Institui, no mbito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico e
Social (BNDES), o Programa para Reduo da Emisso de Gases de Efeito
Estufa na Agricultura (Programa ABC). Disponvel em: <http://www.bcb.gov.br/
pre/normativos/busca/normativo.asp?tipo=res&ano=2010&numero=3896>.
Acesso em: 20 abr. 2015.
305
Potencial para Adoo
da Estratgia de
Integrao Lavoura-
16 -Pecuria e de Integrao
Lavoura-Pecuria-
-Floresta para
Recuperao de
Pastagens Degradadas
308
Como se inicia e como se concretiza o processo de degra
380 dao de pastagens? Quais as consequncias do processo
de degradao de pastagens?
309
de sistemas de ILP e ILPF tem para a recuperao de pastagens
degradadas imenso, com a incorporao de grandes extenses
de terra ao processo produtivo, sem a necessidade de abertura ou
desmatamento de novas reas, produzindo alimentos e renda de
forma sustentvel.
310
O que significa recuperao direta e indireta? Em qual
384
situao a ILP se enquadra?
311
fertilidade do solo, interrompa ciclos de pragas, doenas, e de ervas
daninhas, de forma mais econmica, pois amortiza o custo das
melhorias pela venda dos gros. No entanto, a adoo da ILP requer
algumas exigncias como: a necessidade de um capital inicial,
aquisio de mquinas, treinamento de mo de obra, domnio da
tecnologia, proximidade de mercados, infraestrutura de estradas,
armazns, etc. Para mais detalhes da implementao da ILP, ver
Captulo 3.
312
regio e na propriedade, de acordo com os objetivos do proprietrio,
da disponibilidade e qualificao da mo de obra e do nvel
gerencial e operacional da propriedade. Otempo de explorao da
lavoura ou da pecuria depende do sistema de ILP a ser adotado,
podendo-se utilizar a pecuria por um perodo curto de meses ou
at vrios anos e retornar novamente com a lavoura, e assim em
ciclos sucessivos.
313
vezes, no primeiro ano, por causa do elevado grau de degradao
em que se encontrava a pastagem, a produo de gros da cultura
pode no atingir o potencial esperado. Asespcies que vo fazer
parte do consrcio tambm devem estar bem ajustadas quanto ao
modo de semeadura, quantidade de sementes, espaamento, ajuste
na dosagem de herbicidas, etc. Mesmo que a produo da cultura
consorciada no atinja o potencial de produo do plantio solteiro,
esta pode ser suficiente para pagar todos os custos de recuperao
e disponibilizar uma pastagem de excelente qualidade.
314
lotaes equilibradas, sem superpastejo, outra forma de manter
a pastagem recuperada por mais tempo em sistemas de ILP e ILPF.
315
degradao requerem aes mais drsticas, para remover cupins,
tocos, brotao, estabelecer prticas de conservao do solo. Nessa
situao, o SPD precisa ser postergado para as etapas posteriores de
um sistema de rotao.
316
Como iniciar a implantao do sistema de ILP em reas
398
com pastagem degradada?
317
Na recuperao da pastagem com cultivos, quais devem
401
ser os nveis de calagem e adubao a serem adotados?
Os nveis de calagem e
adubao a serem adotados
para a recuperao de pas-
tagens com cultivos devem
seguir as recomen daes
bsicas para a cultura a ser
implantada (por exemplo,
soja, milho, sorgo, etc.). Esse procedimento deve ser levado em
considerao inclusive em sistemas de ILP e ILPF. Asculturas mais
exigentes a serem usadas no sistema devem ser observadas como
referncia para a manuteno do sistema de forma sustentvel.
318
Potencial para Adoo
da Estratgia de
17 Integrao Lavoura-
-Pecuria-Floresta para
o Uso Sustentvel de
Solos Arenosos
Joo Kluthcouski
Luiz Adriano Maia Cordeiro
Roblio Leandro Marcho
402 O que so os chamados solos arenosos?
320
405 Quais so as principais caractersticas de solos arenosos?
321
associados s queimadas, que originam pulverizao das camadas
superficiais e, em alguns casos, compactao subsuperficial. Apresen
tam, naturalmente, severas limitaes fsicas, qumicas e hdricas
para as plantas cultivadas. Entretanto, quando bem manejados,
com prticas conservacionistas adequadas e sustentveis, podem se
tornar produtivos e economicamente viveis.
322
pesada associada utilizao de subsoladores e escarificadores.
comum observar nesses solos, quando manejados inadequadamente
com esses implementos, a formao de crosta ou camada adensada
na superfcie.
323
mecnico ou preparo convencional pode ser de 30% a mais de 70%
do teor original em poucos anos (5 a 10 anos). Por sua vez, com a
adoo de sistemas de produo sustentveis, como o sistema de
plantio direto (SPD) e os sistemas de integrao, possvel observar
aumento dos teores de carbono do solo e da MOS, com melhoria
da qualidade do solo e de sua produtividade.
324
mais difcil corrigir a acidez e construir a fertilidade de
413
solos arenosos?
325
Quais so os elementos qumicos nutricionais que se per
415
dem mais rapidamente por lixiviao em solos arenosos?
326
alta), esses solos apresentam teores muito baixos de carbono e MOS,
alm de baixo estoque de nitrognio, baixa CTC, deficincia de
clcio e presena de alumnio txico nas camadas mais profundas.
Ou seja, so solos que requerem mais cuidados no manejo da
fertilidade do solo, aplicao de corretivos e fertilizantes de maneira
adequada natureza desses solos, monitoramento mais frequente
e adoo de sistemas de produo sustentveis que propiciem
aumentos dos teores da MOS, considerada como elemento-chave
para corrigir as deficincias nutricionais e manter a produtividade
de solos arenosos.
327
o SPD, e com o uso de algumas prticas consagradas, como a
correo com a utilizao de calcrio dolomtico ou calctico em
excesso e de formulaes de fertilizantes no indicadas, tem como
consequncia a rpida degradao fsico-qumica desses solos.
Ressalta-se ainda que, do ponto de vista ambiental, muitas dessas
reas onde predominam solos arenosos com grande potencial para
servios ambientais normalmente correspondem s reas de recarga
de aquferos e de afloramento de aquferos superficiais. Portanto,
caso no se observem precaues no manejo desses solos, pode
ocorrer a contaminao de reservatrios subterrneos de gua.
328
pastagens tem alta qualidade para o SPD de lavouras em rotao ou
sucesso a pastagens, pois tem ampla relao carbono/nitrognio
(C/N) com decomposio mais lenta e maior tempo de proteo do
solo. Com a utilizao de forrageiras em sistemas de produo de
solos arenosos, tambm ocorre aumento da infiltrao e reteno
de gua no perfil do solo, bem como reduo das temperaturas
nas camadas superficiais, favorecendo a germinao de sementes,
a emergncia de plntulas e o desenvolvimento inicial de culturas.
Outro ponto importante que observado por efeito da presena de
espcies forrageiras em sistemas de ILP o aumento da reciclagem
de nutrientes, em especial o potssio lixiviado em camadas mais
profundas, que, nesse processo, realocado e disponibilizado para
camadas superficiais.
329
solos, em virtude de suas caractersticas e sensibilidade aos fatores de
eroso. Oque pode ser feito em alguns casos o redimensionamento
dos terraos, considerando a presena da pastagem em ILP e das
rvores em ILPF, que auxiliam na conteno da enxurrada. Alm
disso, outras tcnicas conservacionistas devem ser adotadas de
maneira sistmica e integrada, com o objetivo de manter e melhorar
a capacidade produtiva desses solos.
330
Na regio do Oeste Paulista, tambm h propriedades que
adotam sistemas de ILP com rotao entre a cultura da soja e
pastagens. Em uma delas, foram registrados 27dias com apenas
10mm de chuva durante a fase de enchimento de gros da soja, e a
produtividade aproximada foi de 50sacos/ha. Produtores rurais que
adotam ILP nessa regio relatam produtividades de soja superiores a
70sacos/ha de soja em produo sob SPD em palhada de pastagens.
Outras fazendas na regio do Oeste da Bahia tm adotado sistemas
de ILP com base no consrcio de milho (Zea mays) com braquiria
(Urochloa spp. syn. Brachiaria spp.) e no sistema de boi safrinha,
em alguns casos utilizando tambm a sobressemeadura do capim
na cultura da soja. Na regio noroeste do Paran, especificamente
no arenito Caiu, existem muitas propriedades rurais que adotam
diferentes modalidades de integrao, tanto de ILP quanto de ILPF,
com resultados de produtividade que viabilizaram a agropecuria
naquela regio.
331
Atributos da Braquiria
como Condicionador
18
de Solos sob
Integrao Lavoura-
-Pecuria e Integrao
Lavoura-Pecuria-
-Floresta
Priscila de Oliveira
Joo Kluthcouski
Emerson Borghi
Gess Ceccon
Gustavo Spadotti Amaral Castro
427 O que um condicionador de solo?
334
temperatura e no toleram geadas. Nos sistemas de integrao
lavoura-pecuria (ILP) e integrao lavoura-pecuria-floresta (ILPF),
vrias espcies so utilizadas com sucesso.
335
fertilidade do solo e a adubao. moderadamente sus
ceptvel cigarrinha-das-pastagens. Atualmente vem sendo
substituda por espcies mais produtivas. No Brasil a cultivar
que predomina a Basilisk.
Urochloa brizantha: essa espcie ganhou destaque por sua
alta produtividade. Diferencia-se das demais braquirias pelo
seu hbito de crescimento, de ereto a semiereto, garantindo
maior interceptao luminosa. Tambm propagada por
sementes, porm produzidas em menor nmero que a
U. decumbens. resistente cigarrinha-das-pastagens e
possui tolerncia ao sombreamento. Sua produo de matria
seca atinge, em mdia, 25t/ha/ano, respondendo bem
adubao. Por se ramificar menos e formar touceiras, possui
alguma restrio para o cultivo de gros em sequncia. Para
minimizar esse problema e reduzir o nmero de touceiras,
recomenda-se o aumento da taxa de semeadura e (ou) o
manejo adequado do pastejo. Asprincipais cultivares dessa
espcie so Marandu, Xaras, BRS Piat e BRS Paiagus.
Urochloa ruziziensis: atualmente, a mais difundida das
braquirias, especialmente para rotao e/ou consorciao
com culturas produtoras de gros e florestas. Isso se
deve a sua facilidade de manejo, especialmente quanto
semeadura, que pode ser realizada a lano ou em sulco;
ausncia de touceiras grandes; e facilidade da dessecao
com herbicidas. sensvel cigarrinha-das-pastagens e no
tolera longos perodos de estiagem. Produz em mdia cerca
de 20t/ha/ano de matria seca, porm com persistncia
de palha inferior se comparada s demais braquirias,
principalmente porque possui menor relao caule/folhas.
336
baixo potencial de entouceiramento, pois essa caracterstica
morfolgica pode trazer problemas de dessecao e embuchamento
da semeadora quando for realizada a semeadura. Existem alguns
tipos de braquiria com grande potencial de produo de massa e
que, quando dessecadas, so facilmente manejadas e proporcionam
boa cobertura sobre o solo, como, por exemplo, a U. ruziziensis,
BRS Piat e BRS Paiagus.
337
recuperam os nutrientes em
profundidade. Isso ocorre
porque elas acumulam boa
quantidade de nutrientes
em sua matria seca, que,
aliado a sua grande produ-
o de fitomassa area e ra-
dicular, que explora grande
volume do perfil do solo,
proporciona a ciclagem des-
ses nutrientes, tornando-os disponveis para os cultivos subsequen-
tes. Esse fato se deve ao posterior processo de decomposio do
material vegetal, em que esses nutrientes sero mineralizados e dis-
ponibilizados para o sistema solo-planta. Alm de ser benfico para
a reciclagem de nutrientes, impede que esses elementos fiquem
vulnerveis aos processos de perdas no solo, como volatilizao
(no caso do nitrognio), lixiviao (no caso do potssio), fixao (no
caso do fsforo) e eroso (desses e de outros nutrientes).
As braquirias tambm possuem a capacidade de absorver
formas de fsforo (P) e potssio (K) que outras culturas no tm
acesso. No entanto, aps sua decomposio, esse nutriente
disponibilizado para o solo em formas que outras culturas podem
absorver. Opotssio, vulnervel lixiviao, liberado da palhada
em perodo diferente da adubao potssica, reduzindo esse prejuzo.
J o fsforo altamente vulnervel ao processo de fixao, cuja
presena da cobertura morta rica em fsforo, com decomposio
gradual dos resduos orgnicos, proporciona a formao de formas
orgnicas de fsforo menos suscetveis s reaes de adsoro,
que, com o processo de mineralizao, vo lentamente abastecer
o fsforo na soluo do solo. Em estudo realizado na Embrapa
Cerrados, uma rea cultivada exclusivamente com culturas anuais
por 22anos, obteve-se, em mdia, 44% de recuperao do fsforo
aplicado (medido na cultura da soja), enquanto, na rea onde se
introduziu a pastagem, a recuperao mdia de fsforo (tambm
medida na cultura da soja) foi de at 85%, ou seja, a recuperao do
338
fsforo na ILP foi 93% maior do que no sistema gro-gro. Portanto,
na ILP e ILPF, o cultivo de braquirias em sistemas de sucesso
ou rotao de culturas pode implicar modificaes na atividade
qumica relacionada ciclagem de nutrientes no solo.
Estudos tm demostrado que as braquirias tambm podem
realizar simbiose com bactrias fixadoras de nitrognio atmosfrico,
destacadamente aquelas do gnero Azospirilum. Essa relao pode
fornecer at 40 kg de nitrognio por hectare por ano. No o
suficiente para disponibilizar nitrognio para culturas subsequentes,
porm auxilia, e muito, a nutrio das plantas de braquiria.
Da palhada das braquirias, podem ser liberados tambm cidos
orgnicos, que funcionam como ligantes orgnicos aninicos,
capazes de movimentar o clcio e o magnsio no perfil, aumentando
a saturao por bases em subsuperfcie. Podem tambm complexar
alumnio txico, ocupar stios de adsoro do fsforo, solubilizar
fosfatos indisponveis, como as apatitas, ou aumentar a eficincia de
fosfatos naturais poucos solveis.
Somado a todos esses efeitos individuais, o aporte de braquiria
pode, ao longo dos anos, aumentar os teores de matria orgnica do
solo nos sistemas ILP e ILPF, proporcionando todos os benefcios j
conhecidos.
339
os agregados so mais pesados que as partculas indivi
dualizadas, dificultando o carregamento pela gua e pelo
vento.
Alm disso, as braquirias e outras espcies forrageiras que
possuem sistema radicular profundo, volumoso, ramificado e
sivo, capazes de penetrar as camadas compactadas, ao
agres
morrerem e se decomporem, deixam canais (bioporos) por
onde as razes das culturas subsequentes podero explorar para
aprofundar o sistema radicular, aumentando a absoro de gua e
nutrientes. Esses canais tambm so importantes para a infiltrao
de gua e para a movimentao de adubos e corretivos aplicados
em superfcie.
340
volume maior de solo. Essa capacidade muito importante no
caso do nutriente fsforo, que tem baixa mobilidade no solo.
Estudos realizados na Embrapa Cerrados demonstram que os
sistemas de ILP so benficos para a comunidade micorrzica,
tanto no aspecto quantitativo (pelo aumento de esporos por grama
de solo no perodo em que h pastagem pura ou consorciada no
campo) quanto no aspecto qualitativo, ou seja, no aumento do
nmero de espcies de fungos micorrzicos arbusculares quando
o solo cultivado por culturas granferas. Outras melhorias na
biologia do solo so decorrentes do aumento da matria orgnica,
as quais se citam:
Maior competitividade entre os microrganismos do solo,
ou seja, o solo torna-se mais supressivo ou saudvel. Isso
significa que os fitopatgenos que habitam o solo sofrem
competio pelos microrganismos benficos, que, por sua
vez, tm suas populaes restabelecidas ou aumentadas,
como, por exemplo, espcies de Trichoderma.
Maior atividade biolgica do solo e melhor quociente
metablico do solo.
Maior quantidade de insetos e invertebrados benficos e
melhor distribuio da fauna no solo.
Reduo de inculos de pragas e doenas, inclusive com
quebra de seus ciclos; entre outros.
Ressalta-se que o aumento de matria orgnica do solo
importante em qualquer solo tropical, mas ainda mais importante
e necessrio em reas de produo de silagem, pois, nesses locais, a
retirada de material do campo, por meio da colheita, muito maior,
e o retorno de matria orgnica ao solo, por meio da parte area
das plantas colhidas para silagem, ou seja, da palhada, mnimo.
Alm disso, o trnsito de mquinas com maior carga nas reas de
silagem pode ocasionar adensamento do solo mais severo que em
reas em que se colhem gros. Esses problemas de exausto do
solo sob cultivos para silagem podem ser corrigidos com a insero
da braquiria em consrcio com o milho ou o sorgo, em uma
modalidade de ILP, como o Sistema Santa F, por exemplo.
341
A braquiria pode eliminar os fungos que habitam o solo e
436
so causadores de doenas nas lavouras em ILP?
342
verdade que no sistema de ILP o plantio direto na palha
438
de braquiria tem menos perda de gua?
343
considerando-se estudos sobre cobertura de solo por palhadas,
as quantidades variam de acordo com a espcie utilizada e,
sobretudo, com o clima da regio. Locais com altas temperaturas
e alta umidade, como no Cerrado, durante o vero, so propcios
para a decomposio acelerada das palhadas, e, por isso, maiores
quantidades so necessrias para obteno de benefcios ao solo.
Tendo isso considerado, estudos relatam que so necessrios de
7t/ha a 10t/ha de matria seca de palhada para que se tenha uma
cobertura plena do solo.
Nesse contexto, diversos estudos explicam que a velocidade
de decomposio dos resduos culturais que vai determinar o
tempo de permanncia da cobertura morta na superfcie do solo.
Quanto mais rpida for a sua decomposio, maior a velocidade
de liberao dos nutrientes, diminuindo, entretanto, a proteo do
solo. Por isso, ressalta-se que os restos culturais produzidos pelas
diversas culturas anuais exploradas no Bioma Cerrado, como a soja,
milho, sorgo, arroz, feijo ou das plantas daninhas, dificilmente
atingem quantidade e longevidade suficientes para assegurar a
proteo plena da superfcie do solo. Associado quantidade de
palhada, deve-se considerar a velocidade de decomposio do
material. Estudos relatam que, em um perodo de 90dias aps
a primeira chuva, as massas das palhadas de milho, arroz e soja
foram reduzidas em 63%, 65% e 86%, respectivamente, de sua
massa inicial e, nessa mesma ordem e perodo, resultaram em
cobertura do solo de 30%, 38% e 7%, na regio do Cerrado.
Tambm nesse bioma, o cultivo do milheto (Pennisetum glaucum)
bastante difundido, e apesar de que, quando semeada de outubro
e novembro, pode atingir at 15 t/ha de matria seca, mas limitar-
-se a cerca de 5 t/ha na safrinha; sua decomposio rpida, tendo
sido observado que 44% da palhada se decomps em 73dias. Por
outro lado, foi verificado, em estudos na Embrapa Arroz e Feijo,
que a palhada de U. brizantha cultivar Marandu, associada aos
restos culturais do milho, ou seja, na ILP, ultrapassaram 17t/ha de
matria seca, mantendo a proteo plena da superfcie do solo por
mais de 107dias.
344
verdade que o cultivo de braquiria diminui a quantidade
440
de plantas daninhas das culturas de gros na ILP?
345
potencial da planta em produzir novos perfilhos e folhas, culminando
com baixa produo de pasto. Nessas condies, a pastagem
degradada pouco pode contribuir nas caractersticas qumicas, fsicas
e biolgicas do solo. Para auxiliar o produtor na tomada de deciso
sobre como est seu pasto de braquiria, ele deve analisar sua rea
para avaliar o estado de degradao dessa pastagem. Caminhando
pela rea, possvel verificar se h presena de plantas daninhas, a
quantidade de plantas por metro quadrado e como est a produo
de folhas e perfilhos. No escritrio, o produtor deve verificar h
quanto tempo essa forrageira no recebe algum trato cultural como
adubao, por exemplo. Alm disso, recomenda-se que seja feita
uma anlise do solo para constatar a fertilidade naquele momento.
Se, em algum dessas avaliaes, o produtor observar que existem
problemas, deve-se eliminar a braquiria degradada e a rea deve
ser trabalhada, eliminando os problemas que por ventura possam
existir. Aalternativa adotar sistemas de ILP ou ILPF, com uso de
consrcios de culturas granferas com espcies forrageiras para a
implantao de uma nova pastagem.
346
e folhas garantem boa cobertura vegetal para o sistema de plantio
direto (SPD). Em ambas as situaes, para que esses benefcios
possam ocorrer de forma satisfatria, importante que o produtor
obedea altura de manejo da pastagem. Utilizando uma rgua
de manejo ou mesmo utilizando outras estratgias de avaliao, o
produtor deve obedecer altura de entrada e de sada da pastagem.
Ao adotar esse manejo, possvel produzir forragem de qualidade
e quantidade e ainda proporcionar cobertura vegetal para o SPD.
Alm disso, esse manejo adequado um dos fatores das boas
prticas agropecurias (BPA), preconizada pela ILP e ILPF.
347
resduos, ficam disponveis para prxima cultura. Isso porque o
nitrognio um dos nutrientes mais requeridos pela braquiria;
assim a fertilizao com nitrognio reflete diretamente na produo
de fitomassa. Asdoses de nitrognio para suprir a demanda variam
de acordo com o ambiente e a rotao de culturas, sendo maiores
quando a rotao realizada com gramneas. Dessa forma, a
aplicao de nitrognio nas doses preconizadas pelos boletins
podem no atender as necessidades das culturas. Contudo, estudos
dessa natureza so incipientes, ficando o manejo de nitrognio
nessas culturas, quando consorciadas com forrageiras perenes, sem
embasamento cientfico suficiente para promover alteraes do que
preconizado pelos boletins para cultivos solteiros. Cabe ao produtor,
conhecendo sua rotao de culturas, seu solo e sua capacidade de
produo, fazer o uso racional do fertilizante nitrogenado, um dos
mais impactantes nos custos de produo das lavouras comerciais.
Quando a braquiria
cultivada durante o vero,
ela produz sementes que
podem permanecer no solo e
se tornar planta infestante nas
culturas em sucesso. Mas a
braquiria pode ser controlada
com herbicidas especficos para culturas anuais, como milho, sorgo,
feijo e soja, sem danificar essas culturas. Adessecao tem mais
eficincia quando realizada sobre folhas novas, e por isso prioriza-
-se dessecar aps o pastejo por animais, pois eles se alimentam das
folhas velhas da braquiria quando ocorre o chamado superpastejo.
Mesmo que eles se alimentem das folhas novas da braquiria, pode-
-se esperar uma rebrota, se necessrio, para ento dessecar. No que
se refere dose de herbicida dessecante, ressalta-se que ela
varivel de acordo com a espcie de braquiria a ser dessecada,
348
a altura da pastagem e a formulao do produto comercial.
De modo geral, a U. ruziziensis dessecada com dose menor que
a U. brizantha, por exemplo. Alm disso, importante respeitar o
intervalo entre a dessecao da braquiria e a semeadura da cultura
de vero seguinte. Esse intervalo varia entre uma a quatro semanas,
de acordo com a quantidade de massa de braquiria presente na
rea e que ser dessecada: quanto mais massa, maior o intervalo.
349
aumenta a competio com os nematoides, que, por sua vez, tm
sua multiplicao reduzida. J existem comprovaes cientficas
sobre algumas espcies de braquiria utilizadas como cobertura do
solo no SPD que reduzem a populao de Rotylenchulus reniformis.
Porm, deve-se ressaltar que muitas vezes os produtores adquirem
sementes de braquiria com grandes quantidades de impurezas,
principalmente solo. justamente nesse solo que vem junto das
sementes onde os nematoides podem estar e, a partir de ento, se
multiplicarem na rea.
Outra considerao a ser feita a respeito do fator de multi
plicao dos nematoides no solo em razo de cultivos. Estudos
mostram que o fator de reproduo de Pratilenchus brachiurus em solo
cultivado com determinado cultivar de milheto mais que o dobro se
comparado a U. ruziziensis (3,4 e 1,5, respectivamente). Dessa forma,
o produtor deve sempre ficar atento a recomendaes importantes.
Adquirir sementes de forrageiras de qualidade e procedncia, com
alto valor cultural e livre de impurezas, a garantia de sucesso e a
forma mais eficiente de evitar a proliferao de nematoides na rea.
350
eliminada com eficincia. Essa haste, quando bem regulada, realiza
a descompactao e ainda posiciona o fertilizante abaixo e ao lado
das sementes, realizando, assim, duas operaes essenciais numa
nica operao mecnica. Muitos produtores rurais questionam
que o uso da haste aumenta o embuchamento causando problemas
no plantio. Porm, quando for utilizar a haste na semeadora,
recomenda-se dessecar a braquiria com no mnimo 30 dias
antes do plantio, e que essa haste seja regulada de acordo com a
profundidade desejada. Seguindo essas recomendaes, a chance
de uma operao de sucesso aumenta consideravelmente.
351
meio desse canal, solicitar mais informaes. Oprodutor tambm
pode utilizar uma rgua graduada em centmetros e posicion-la
prximo de uma planta, determinando a altura entre a superfcie do
solo e a ltima folha expandida na parte superior da planta.
352
afirmam que a maior eficincia no uso dos nutrientes do solo pelas
culturas de gros na ILP, em comparao ao cultivo solteiro, resulta
em economia de fertilizantes e, consequentemente, na reduo
dos custos de produo, mas ressaltam que esses benefcios nem
sempre so facilmente obtidos em curto prazo.
353
Anlise Econmico-
19
-Financeira da
Estratgia de
Integrao Lavoura-
-Pecuria-Floresta
356
grande), ou o tipo (familiar ou empresarial), ou o ramo de atividade
(lavoura ou pecuria ou floresta), a diversificao a melhor forma
de evitar as incertezas e vulnerabilidades de clima, mercado, pragas
e doenas. Aprincipal vantagem da diversificao a reduo dos
riscos e das incertezas associadas a uma atividade agrcola exclusiva.
Com a diversificao, possvel obter ganhos financeiros diretos e
indiretos como:
Reduo dos custos de produo.
Diminuio da necessidade de insumos externos.
Potencial reduo dos impactos ambientais negativos da
agricultura convencional.
Alm disso, ela pode reduzir o impacto econmico negativo
pelo surgimento de crises no setor rural, uma vez que um nmero
maior de culturas e/ou criaes tende a diminuir as variaes da renda
lquida anual do estabelecimento. Dessa forma, a diversificao da
produo tende a aumentar a eficincia dos fatores de produo.
Como desvantagem, pode-se citar a maior complexidade
administrativa, pois quanto mais diversificada a empresa rural,
maiores so os desafios gerenciais.
357
Estudos realizados em diversas localidades da regio Centro-
-Sul do Pas tm demonstrado a viabilidade da utilizao do
consrcio milho-braquiria para a formao de pastagem para o
perodo de seca. Essa estratgia de produo permitiria ao produtor
realizar o boi safrinha ou boi terceira safra, que a utilizao da
pastagem para alimentar os animais no perodo mais crtico. Dessa
forma, o produtor pode auferir renda extra no somente pela oferta
de outro produto, mas tambm pela possibilidade de ofertar um
produto valorizado no mercado em razo da escassez de oferta.
358
gurar bons resultados e reduzir riscos, o produtor deve planejar
minuciosamente a implantao do sistema de integrao, quer seja
por conta prpria quer seja com a ajuda de tcnicos da extenso
rural ou de consultoria especializada.
359
biofsicos, sejam avaliados tendo em conta a dinmica do sistema
de produo. Aanlise financeira representa um marco conceitual
lgico, no qual clima, solo, tecnologia, mercado e outros elementos
interagem e definem a continuidade do processo produtivo. Apartir
da multiplicao da matriz de coeficientes tcnicos pelo vetor de
preos dos fatores de produo, so identificados os custos de
produo do sistema. Asreceitas so obtidas pela produo estimada
de cada cultura, considerando-se as caractersticas e necessidades
biofsicas de cada espcie, as condies edafoclimticas locais,
os respectivos ciclos e o manejo utilizado. Aanlise financeira
examina os custos e benefcios de acordo com os preos de
mercado e determina suas relaes com os diferentes indicadores,
permitindo refletir a possvel viabilidade de um empreendimento ou
projeto. Dessa forma, ao realizar a anlise financeira, o investidor
informado sobre quando e quanto deve investir ou receber de um
projeto sob a forma de receitas, podendo mensurar quando sero
realizadas as atividades produtivas e o fluxo real de custos e receitas
durante o perodo da anlise e, consequentemente, a avaliao da
viabilidade econmico-financeira do investimento.
360
Conhecer as caractersticas edafoclimticas do local onde
ser implantado o sistema (solos, declividade, temperatura,
precipitao, altitude, luminosidade), considerando as neces
sidades ecofisiolgicas das espcies selecionadas (ciclo de
vida, ritmo de crescimento, necessidades nutricionais, gua,
luz, temperatura, alelopatia, caractersticas morfolgicas).
Conhecer a infraestrutura e a logstica da regio, os locais
onde possvel adquirir os insumos que sero utilizados, se
h disponibilidade de mquinas e implementos, os meios de
transporte disponveis e sua qualidade e como a produo
da regio poder ser enviada para outros centros, a fim de
definir adequadamente os custos de produo e de ps-
-colheita.
Saber onde sero comercializados os produtos, uma vez
que a incluso do componente de mercado, algumas vezes
desconsiderada, de importncia reconhecida, refletindo
a prpria segurana e subsequncia do empreendimento.
Alm disso, importante conhecer as condies de comer
cializao e os preos, uma vez que questes como certifi
cao e preos diferenciados podem influenciar fortemente
na viabilidade financeira do projeto.
361
receitas. Logo, o produtor rural deve estar preparado financeiramente
para superar os eventuais momentos de fluxo de caixa negativo,
seja por meio de recursos prprios seja por meio de emprstimos e
financiamentos.
362
adotados por qualquer perfil de produtor rural. No importa o
tamanho da propriedade (pequena, mdia ou grande), ou o tipo
(familiar ou empresarial), ou o ramo de atividade (lavoura ou pecu
ria ou floresta). Contudo, algumas ressalvas so importantes:
necessrio considerar a maior complexidade em relao ao negcio,
a maior exigncia em relao infraestrutura e a necessidade de mo
de obra qualificada. Dessa forma, sistemas de integrao em reas
muito reduzidas podem apresentar custos de produo elevados,
o que pode inviabilizar a atividade. Considerando as necessidades
especficas dos pequenos produtores, existem solues alternativas
para a integrao da produo adequadas a esse perfil e que no
demandam grande escala de produo. Por exemplo, o componente
florestal em sistemas de ILPF pode abranger espcies arbreas/
arbustivas para alimentao animal (ex.: leucena), produo
de flores, chs, frutas e outros produtos de alto valor comercial.
No caso dos animais, o produtor pode optar por trabalhar com
pequenos ruminantes (ex.: ovinos e caprinos) ou bovinocultura de
leite. Entre as lavouras, o milho para consumo animal ou humano,
por exemplo, pode ser uma alternativa, entre outras culturas anuais.
Em sistemas de produo
exclusivos ou simplificados, a
conduo da atividade tende a
ser mais simples e, em muitas
situaes, o produtor rural j
possui experincia, o que fa-
cilita suas tomadas de deciso.
J os sistemas de integrao
ILP, integrao lavoura-floresta
(ILF), integrao pecuria-flo-
resta (IPF) ou ILPF so siste-
363
mas mistos e mais complexos por natureza e, por isso, exigem maior
capacitao dos produtores e gesto mais aprimorada do negcio.
Sendo assim, o produtor rural precisa dar maior ateno no mo-
mento de selecionar e combinar as espcies e/ou raas; planejar os
perodos de plantio e o tempo de permanncia das espcies, uma
vez que h diferentes ciclos produtivos. Adiversidade de produtos
tambm exige do produtor maior ateno na fase de comercializa-
o, momento em que h necessidade de negociar com diferentes
setores (agrcola, hortalias, carne, leite, fruticultura, madeira, etc.).
Para minimizar dvidas e evitar erros, recomendvel que o pro-
dutor rural se capacite e se atualize frequentemente sobre sistemas
de interao e conte, ainda, com o suporte da assistncia tcnica.
364
Como controlar e calcular esses custos em sistemas de
464
integrao?
365
estava presente; relao benefcio-custo favorvel; e tempo de retorno
do capital variando de 1ano, no caso de ILP, at aproximadamente
7,5 anos nos sistemas de ILPF.
Outros estudos tm apontado para uma amortizao da
recuperao/estabelecimento da pastagem e/ou das rvores j nos
primeiros ciclos de produo de gros. Vale ressaltar, porm, que
as produtividades e os preos relativos de insumos e produtos so
decisivos na determinao da viabilidade financeira do sistema de
produo. Logo, mudanas nas condies analisadas resultaro em
alteraes nos resultados financeiros obtidos ou esperados.
366
Como a estratgia de ILPF pode contribuir para o desen
467
volvimento rural local/regional?
367
Agricultura, Pecuria e Abastecimento (Mapa), a qual foi inserida j
no Plano Safra 20102011 com valor disponibilizado de R$2 bilhes.
Aslinhas de crdito do Programa ABC tm a finalidade de financiar
a recuperao de reas e pastagens degradadas, a implantao de
sistemas de ILP, ILF, IPF ou ILPF, bem como a adoo de sistema
de plantio direto (SPD), florestas plantadas, fixao biolgica de
nitrognio (FBN), entre outros.
368
Os sistemas integrao tm potencial para a proviso de
470
servios ambientais?
369
biodiversidade por unidade de rea, enquanto a converso de
florestas primrias em ILPF ter efeito contrrio.
370
(a exemplo dos produtos orgnicos) para que sua adoo seja
sustentvel, a partir do reconhecimento e de sua diferenciao
pelos consumidores. Atualmente, desconsiderando o mercado
de carbono, h a necessidade de polticas pblicas de incentivo e
de certificao da produo para que servios ambientais possam
ser remunerados, tanto por meio de condies especiais de acesso
a crdito e reduo de tributos quanto, e principalmente, pela
remunerao adequada pelo mercado.
371
(ou ILPF) consolidadas em APPs podem ser mantidas, mas medidas
compensatrias e mitigatrias precisam ser adotadas (recuperao
de faixas variveis de APP, adoo de boas prticas agronmicas,
etc.) (BRASIL, 2012). Um importante efeito da explorao econmica
sustentvel de reas de Reserva Legal a possvel diminuio da
presso econmica sobre APPs. Aperspectiva de obteno de
retorno financeiro com reas de Reserva Legal fundamental para
a mudana de percepo em relao a esses espaos, que, em
muitas situaes, so vistos apenas como regies improdutivas, e a
adequao ambiental s representa custos para o produtor.
372
considera a remunerao da mo de obra familiar utilizada
nas mesmas condies de remunerao daquela contratada.
Sistemas em que h maior emprego de mo de obra
familiar, a despeito das mesmas condies de remunerao,
mostram-se mais lucrativos.
A diversificao da produo promove, de forma geral,
estabilizao na receita, uma vez que variaes negativas
nos preos de um produto podem ser compensadas por
variaes positivas nos preos de outro.
Sistemas extremamente diversos (mais de dez espcies)
apresentam alto grau de dificuldade para planejamento e con
duo, o que resulta em baixa produtividade e altos custos.
373
no est to preparado, com benefcios mtuos para produtores
e parceiros. Por fim, considerando-se o componente florestal em
sistemas de IPF, ILF ou ILPF, que seria atividade nova para ambos os
perfis pecuarista ou lavoureiro, alm da aquisio de maquinrio
e insumos especficos para a conduo da atividade, bem como
das mudas e/ou sementes das arvores, essencial o conhecimento
especializado no que se refere implementao, conduo e mane
jo de rvores em sistemas de integrao, tendo em conta as espcies
escolhidas e a finalidade da produo.
374
Referncias
BRASIL. Lei n 9.126, de 10 de novembro de 1995. Dispe sobre a aplicao
da Taxa de Juros de Longo Prazo - TJLP sobre emprstimos concedidos com
recursos dos Fundos Constitucionais de Financiamento das Regies Norte,
Nordeste e Centro-Oeste e dos Fundos de Investimentos do Nordeste e da
Amaznia e do Fundo de Recuperao Econmica do Esprito Santo, e com
recursos das Operaes Oficiais de Crdito, altera dispositivos da Lei n 7.827,
de 27 de setembro de 1989, e d outras providncias. Dirio Oficial [da]
Repblica Federativa do Brasil, Braslia, DF, 13 nov. 1995. p. 18073.
375
Transferncia de
20
Tecnologias para
Adoo da Estratgia
de Integrao Lavoura-
-Pecuria-Floresta
378
479 O que so as redes de TT?
379
projetos e acompanhamento e avaliao de resultados alcanados.
Diferentes instrumentos ou eventos possibilitam a concretizao
desse processo:
Dias de campo: atividade que tem por objetivo demonstrar
no ambiente rural produtos e processos agropecurios e
servios, com destaque para as aes prticas. Elas devem
propiciar o aprendizado por meio do contato direto e, assim,
facilitar as trocas de saberes entre tcnicos e agricultores,
para que se amplie o conhecimento de forma consolidada.
Cursos de capacitao: trata-se da apresentao de deter
minado tema de interesse dos segmentos, voltado para o
aprimoramento de atividades profissionais e ampliao da
presena da Embrapa. Visa capacitar os participantes para
o planejamento, a organizao e a execuo de atividades
tericas e prticas.
Participao em feiras e eventos: evento demonstrativo
por meio do qual a Empresa apresenta os resultados de
seu trabalho ao pblico. Pode ser agropecuria, industrial,
comercial, de informtica, etc. Busca projetar tcnica e
institucionalmente a Empresa, criando oportunidades de
negcios e troca de informaes. Tambm oportunidade
para fortalecer parcerias.
Unidades Demonstrativas (UDs) e Unidades de Referncia
Tecnolgica (URTs): so unidades para demonstrar tec
nologias, sistemas e produtos da Embrapa, geralmente reali
zados de forma regular para a divulgao ou validao de
resultados. Elas podem funcionar nas dependncias da
prpria instituio ou em locais estratgicos de propriedades
particulares, como no caso das URTs. Ao contrrio da URT,
na UD no h uma preocupao com a coleta sistemtica
de informaes sobre a evoluo dos sistemas implantados,
sendo muitas vezes instalada para demonstrao em um
evento especfico.
Vitrines tecnolgicas: espaos de exposio interativa,
especialmente preparada para os visitantes que desejam
380
conhecer as tecnologias de forma presencial. Ofoco est
na diversidade de solues tecnolgicas expostas.
381
complementao e/ou ampliao das competncias necessrias
atuao no contexto dos processos ao qual um profissional se
vincula. Atualmente, em funo da dinamicidade na gerao de
novos conhecimentos e da rapidez requerida na oferta de solues
tecnolgicas para problemas complexos, as capacitaes devem ser
sistemticas e continuadas, tratando de aspectos tericos e prticos
durante a carreira de um profissional. Para aumento da adoo
de sistemas de integrao, o processo de capacitao deve ser
continuado com o foco na formao de multiplicadores.
382
maioria com eucalipto (Eucalyptus spp.), para atender demanda
nesse mesmo perodo, exigiriam o cultivo de outros 6 milhes de
hectares, ainda haveria uma superfcie de cerca de 55 milhes de
hectares com potencial para ser utilizada com o sistema de ILPF, nas
suas diferentes modalidades.
383
interesse e com a sociedade. Atualmente, existem diversos projetos
regionais e um grande projeto nacional de TT em rede para fomento
da adoo de sistema de ILP e ILPF em todo o territrio nacional.
Nesse projeto nacional, a estratgia de transferncia de tecnologias
de sistema de ILPF (TT-ILPF) fundamenta-se em trs grandes
processos ou frentes de trabalho:
Implantao e conduo de sistema de ILPF promissor
nas URTs alocadas estrategicamente nos principais polos
agroeconmicos de cada estado da Federao.
Capacitao continuada (CC) de agentes multiplicadores
no tema de sistema de ILPF selecionados em cada polo
agroeconmico contemplado com URT.
Aes de sensibilizao, motivao, difuso e transferncia
de tecnologia em sistema de ILPF em cada polo agroeco
nmico contemplado com URT.
Nesse projeto e em outras aes de TT, de suma importncia
as parcerias nacionais e regionais, inclusive a parceria direta com
produtores rurais.
384
necessrios e adequados a cada ecorregio e promover a inovao
e a sustentabilidade agrcola.
385
Formar um grupo gestor da URT composto pelo proprietrio
rural, por pesquisadores e analistas da Embrapa que atuaro
na URT, tcnicos da propriedade selecionada e potenciais
parceiros locais, como professores de instituies de ensino
superior da regio, consultores autnomos e demais tcnicos
locais.
Elaborar, em consonncia com o grupo gestor da URT, o
projeto da unidade e acompanhar sua implantao que
dever ser realizada pela propriedade selecionada.
A partir do 2 ano de implantao, elaborar em consonncia
com o grupo gestor da URT, no final do ano agrcola an
terior, e gerenciar o plano anual de trabalho (PAT) que
dever ser desenvolvido na URT da fazenda selecionada
no ano agrcola subsequente. Nesse PAT, devero estar
contempladas todas as atividades tcnicas de preparo de
solo, semeadura e/ou plantio, manejo integrado de pragas
e doenas (lavoura, forragens e silvicultura), manejo de
pastagens e do rebanho bovino (pecuria), manejo do
componente florestal, colheita (lavoura e silvicultura) e venda
e/ou abate de animais. Ainda devero estar contempladas
todas as atividades de TT planejadas para o ano agrcola.
386
rir os conhecimentos e as tecnologias necessrias e adequadas a
cada ecorregio, promovendo a inovao e a sustentabilidade agro-
pecuria.
387
esforos da Embrapa e
de instituies privadas,
ela foi estabelecida me-
diante a assinatura de
um acordo de coopera-
o geral, datado de 25
de abril de 2012. Atual-
mente, a rede composta pela Embrapa e por algumas empresas
privadas parceiras. Outras instituies podero compor a rede e se
tornar parceiras dessa poltica, desde que adiram ao acordo geral
de cooperao. Aps firmada a parceria, podero eleger as aes,
as atividades e os projetos que desejem patrocinar, desde que se
alinhem com a perspectiva conceitual e as orientaes estratgicas
e prioridades da programao de P&D e TT da Embrapa.
388
(ILPF) (BRASIL, 2013). Osobjetivos dessa legislao incluem: melhorar
de forma sustentvel a produtividade, a qualidade dos produtos e
a renda das atividades agropecurias, por meio da aplicao de
sistemas integrados de explorao de lavoura, pecuria e floresta em
reas j desmatadas, como alternativa aos monocultivos tradicionais;
mitigar o desmatamento e contribuir para a manuteno das reas de
preservao permanente e reserva legal; e fomentar novos modelos
de uso da terra, conjugando a sustentabilidade do agronegcio
com a preservao ambiental. Alm disso, essa lei visa estimular
atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovao tecnolgica,
assim como atividades de transferncia de tecnologias voltadas
para o desenvolvimento de sistemas de produo que integrem,
entre si, ecolgica e economicamente, a pecuria, a agricultura
e a floresta. Outro objetivo da lei promover a recuperao de
reas de pastagens degradadas, por meio de sistemas produtivos
sustentveis, principalmente por diferentes modalidades de sistema
de ILPF e apoiar a adoo de prticas e de sistemas agropecurios
conservacionistas que promovam a melhoria e a manuteno dos
teores de matria orgnica no solo e a reduo da emisso de gases
de efeito estufa (GEE) (BRASIL, 2013).
389
ampliando a capacidade de gerao de renda do produtor, alm
de estimular e difundir sistemas agrossilvipastoris aliados s prticas
conservacionistas e ao bem-estar animal (BRASIL, 2013).
390
Como se pretende vencer os desafios e ampliar a adoo
498
de sistemas de ILPF nas diferentes regies brasileiras?
391
em qualquer tipo de propriedade rural e por qualquer tipo de
produtor rural, desde que seja adotado adequadamente. No caso
especfico da pequena propriedade rural, um exemplo importante
de sistema de integrao so os sistemas silvipastoris, ou IPF,
utilizados na pecuria de leite. Nesses sistemas, o conforto trmico
proporcionado pela presena do componente florestal pode
promover ganhos e melhoria na produo de leite. Outra alternativa
so os arranjos de sistemas agroflorestais (SAFs) com configuraes
envolvendo espcies fruteiras, espcies florestais madeireiras
e no madeireiras, cultivos agrcolas e/ou criaes de animais.
Para condies de pequena propriedade rural, existem outras
modalidades de sistema de ILPF, como a adoo do sistema Santa
F de ILP com consrcio de milho (Zea mays) com braquirias nas
reas de produo de silagem, produo de ovinos em sistemas
silvipastoris com diferentes espcies florestais madeireiras e no
madeireiras, reforma de pastagens degradadas com lavouras em
parceria com agricultores, etc.
392
Referncias
BRASIL. Lei n 12.805, de 29 de abril de 2013. Institui a Poltica Nacional de
Integrao Lavoura-Pecuria-Floresta e altera a Lei n 8.171, de 17 de janeiro
de 1991. Dirio Oficial [da] Repblica Federativa do Brasil, Braslia, DF, 30
abr. 2013. Seo 1, p. 1.
393
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