Integração Do Psicólogo No Serviço de Apoio Domiciliário (Intervenção Com o Idoso)
Integração Do Psicólogo No Serviço de Apoio Domiciliário (Intervenção Com o Idoso)
Integração Do Psicólogo No Serviço de Apoio Domiciliário (Intervenção Com o Idoso)
no servio de Apoio
Domicilirio
(interveno com o idoso)
Rui Grilo
Psiclogo Clnico
ndice
I Introduo
II Envelhecimento psicolgico
IV Interdisciplinaridade e a
importncia da Psicologia
IX Caractersticas do psiclogo
Tudo nele e
dele era velho, menos os olhos, que eram
X Estratgias para lidar com a morte da cor do mar, alegres e no vencidos
XI Propostas
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I Introduo II Envelhecimento psicolgico
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mudana, pode correr o risco de ser De acordo com a definio
rejeitada e originar alteraes anterior, torna-se clara a importncia do
emocionais. Esta capacidade de Servio de Apoio Domicilirio, no s s
adaptao est muito relacionada com os pessoas idosas que acabam por ser a
factores de personalidade construdos populao privilegiada neste apoio, bem
pela pessoa ao longo da sua vida. como, pessoas que por algum motivo,
esto incapacitadas de organizar e
Existe igualmente uma diminuio da satisfazer as suas necessidades do dia a
eficincia intelectual, notando-se dia. Assim, os objectivos gerais do
dificuldades na resoluo de problemas Servio de Apoio Domicilirio so:
novos e alteraes na aprendizagem,
imaginao e intuio. As funes a) Contribuir para a
intelectuais esto tambm atingidas melhoria da qualidade de vida
relativamente viso e audio, levando dos indivduos e famlias;
ao isolamento e a sentimentos de b) Contribuir para retardar
fragilidade psquica. ou evitar a institucionalizao;
Os objectivos especficos do Servio de
O envelhecimento da memria tambm Apoio Domicilirio so, nomeadamente:
muito frequente nos gerontos, j que
deixa de ser exigida pelo prprio. A a) Assegurar aos indivduos
dificuldade no consiste na aquisio de e famlias satisfao de
nova informao, mas sim, na necessidades bsicas;
recuperao da mesma. b) Prestar cuidados de
ordem fsica e apoio psico-social
A psicologia dever ento intervir sobre aos indivduos e famlias, de
todos estes factores, reforando sempre modo a contribuir para o seu
que possvel, os aspectos positivos do equilbrio e bem-estar;
envelhecimento. c) Colaborar na prestao de
cuidados de sade.
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so um facto e j esto instaladas. Assim, tomada de decises quanto ao
para se intervir de uma forma eficaz com direcionamento dos tratamentos. Isso
o idoso, o psiclogo no dever centrar- no significa que a responsabilidade de
se apenas na patologia e nos aspectos cada profissional diminua em relao ao
relativos personalidade, mas sim, ter paciente, mas sim que vrias pessoas,
uma viso global e abrangente da pessoa pensando sobre os casos a partir de
e das redes de suporte social e familiar, pontos de vista diferentes, tm maiores
de forma a poder salientar e trabalhar os hipteses de levar em conta as
aspectos positivos. implicaes existentes antes de
decidirem condutas. (Laham, C; 2000).
No fundo, ser importante o psiclogo
averiguar as situaes, no sentido de Penso que a ideia anterior explcita
adequar uma resposta s necessidades adequadamente o conceito de
do indivduo, aumentando com isso, a interdisciplinaridade, contudo ser
sua autonomia e independncia. relevante no descurar as diferenas
bvias entre as diversas disciplinas
At ento, as reas respeitantes enumeradas, j que o que nos interessa
gerontologia, privilegiaram os aspectos principalmente, ser reforar a ideia de
cognitivos, salientando as perdas e os complementaridade estando as tarefas
dfices, hoje em dia com a incluso da na linha umas das outras.
psicologia neste panorama, contemplam-
se aspectos como os: problemas scio Assim, a comunicao entre os diversos
familiares, as condies de profissionais dever fluir, e para tal,
ajustamento da pessoa nas suas importante que cada um dos
relaes com o meio que a rodeia e o profissionais entenda os objectivos de
debater temas ligados personalidade, cada uma das reas, e no apenas da sua.
sexualidade, etc. (Jernimo, L; 2000).
Seguindo esta perspectiva, deixamo-nos
de nos centrar nos dfices, para
Geralmente, os profissionais de sade
privilegiar as competncias psicossociais.
tendem a perceber o paciente de uma
forma muito objectiva, sempre associada
sua rea de interveno, contudo, o
Desta forma, a interdisciplinaridade psiclogo poder trazer alguma
extremamente importante, j que subjectividade do prprio paciente aos
constitui um nmero (varivel) de outros elementos da equipa, aos
profissionais com competncias cuidadores e famlia. Seria importante,
complementares mas unidos por um que o psiclogo fosse igualmente um
objectivo comum: contribuir para o bem- facilitador na comunicao entre a
estar e melhoria da qualidade de vida dos equipa e os pacientes / familiares.
idosos. (Jernimo, L; 2000)
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V Avaliao psicolgica do idoso e enquadramento na realidade familiar e
fases social em que vive.
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Actividades de Vida Diria (A.V.D.) e que competncias psicossociais. Obviamente
so: que posteriormente ser importante
perceber o diagnstico, at porque nos
- Tomar banho, vestir-se, vai ajudar na complementaridade da
alimentar-se, andar e comunicar nossa interveno, sendo que as
patologias predominantes, centram-se na
depresso e nas demncias. Ento, ser
Alm das anteriores descritas, existem importante o psiclogo ter um
ainda as conhecimento profundo e saber por que
que estas patologias esto associadas
pessoa idosa.
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Recuperao e reposio do equilbrio forma mais precisa, bem como, todos os
mental, melhorando a qualidade de vida aspectos que possam parecer
Esta ser a fase mais desejada mas mais insignificantes mas que podero ter um
complexa de alcanar. Acima de tudo, elevado grau de importncia, e que
podemos verificar uma reduo na raramente acontecem no meio
sintomatologia depressiva e ansiognica, institucional.
mas quase sempre, acompanhada de uma
instabilidade emocional acentuada.
Importante, ser podermos contribuir
No poderemos partir do pressuposto
para um aumento da qualidade de vida.
que todos os idosos dependentes e com
doenas crnicas, ou que os seus
familiares, necessitem de apoio
psicolgico, j que alguns deles utilizam
Os testes de avaliao psicolgica mecanismos de defesa eficazes para
tambm podero ser utilizados, mas lidarem com a situao. (Laham, C;
talvez mais ao nivel da definio do 2000). A religio, acaba por
diagnstico. desempenhar um papel muito
importante na vida destas pessoas, sendo
raras as situaes em que o idoso no
demonstre um apego extraordinrio pela
Acima de tudo, o psiclogo dever avaliar
temtica da F. Ainda assim, existem
como o paciente est a enfrentar a sua
inmeros casos em que esse mesmo
situao de doena, se em negao ou
apego evidente, mas no suficiente.
aceitao, e quais os recursos psquicos
Recordo uma paciente, Sra. I. de 76 anos,
que esto disponveis no utente.
que adere bastante bem ao tratamento
no que diz respeito psicologia, contudo,
afirma que a temtica da F que a faz
VI Aspectos relevantes da sobreviver ao sofrimento em que vive
interveno do psiclogo no domiclio diariamente, e dedica todo o seu tempo a
rezar e a contemplar o divino, sendo o
seu quarto muito similar a um templo.
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pessoais de arrumao de casa. Em das visitas domicilirias, vo-se criando
qualquer circunstncia, o psiclogo alguns rituais por parte dos idosos, j que
dever respeitar as ideias do utente, por vezes, a cadeira do psiclogo j est
nunca esquecendo que numa fase inicial, no stio da ltima visita, os pertences do
poder ser considerado como um intruso tcnico j tem local onde ficar, etc.
num espao que no seu.
Torna-se muito difcil para o
psiclogo controlar todas as variveis
que circundam o ambiente, j que
Outro aspecto deveras importante, podero ocorrer inmeras interferncias
transmitir uma imagem de como o telefone ou a campanha a tocar,
profissionalismo tanto ao idoso como a televiso poder estar ligada no
famlia, j que a ida do psiclogo ao momento do atendimento, podero estar
domiclio no constitui uma visita social, presentes no domiclio mais que uma
e se necessrio, este dever colocar pessoa, etc.
limites se perceber que a famlia
pretende que o relacionamento Nem sempre o tcnico pode seguir o que
ultrapasse o campo profissional. Neste estava previsto inicialmente em termos
contexto em especfico em que existe um do nmero de sesses a efectuar, o
nvel elevado de intruso como horrio e o tempo de cada sesso. Muitas
anteriormente foi referido, existe uma vezes, acontece que se tem de desmarcar
tendncia natural para que o vnculo sesses ltima da hora, e isso, ter que
paciente/idoso seja mais conseguido, ser explicado atempadamente.
mas que tambm necessita de um maior Geralmente os contactos so feitos por
controlo por parte do profissional. via telefone numa fase inicial, por
Obviamente, que no se dever rejeitar motivos que dizem respeito a questes
um caf ou um ch, j que isso poderia de memria dos utentes, mas numa fase
ser considerado como uma falta de posterior, esses contactos deixam de
respeito na nossa cultura, mas dever em acontecer porque j se criou e
todos os momentos, adequar uma estabeleceu uma relao com o tcnico.
postura sria e profissional.
O estabelecimento da relao um dos
factores mais importantes no trabalho do
psiclogo, contudo, com o decorrer do
Ao contrrio do contexto apoio, essa relao pode transformar-se
psicoteraputico, em que o setting est em dependncia por parte do idoso, da o
claramente definido priori e em que tcnico ter que ter alguma perspiccia
existem uma srie de regras, ao nvel do em perceber essa situao, e a
apoio domiciliar isso imprevisvel, j capacidade para a anular.
que est repleto de limitaes, quer em
termos de lugar, tempo, constncia.
Contudo ser importante nunca perder o
foco pretendido, que o apoio O sigilo profissional tambm
psicolgico daquele paciente. Outro relevante, no sendo raro ser quebrado,
exemplo desta imprevisibilidade, o j que determinados atendimentos
facto do psiclogo raramente saber em podem acontecer num determinado
que local da casa se vai fazer o espao do domiclio, e em que poder
atendimento, j que vai depender da estar presente um familiar ou uma visita
vontade do idoso. Aqui, ser a pessoa do paciente.
idosa ou os familiares que daro as
directrizes de como o psiclogo se
dever comportar na sua casa, onde se No que diz respeito farmacologia, o
senta, se pode ou no utilizar a casa de psiclogo depara-se nas visitas
banho, entrar no quarto, enfim, na domicilirias com frequentes solicitaes
intimidade da famlia. Com o decorrer
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da pessoa idosa, no sentido de auxlio na VII Aspectos sobre o ser Cuidador
compreenso da medicao. Ento,
independentemente das doenas
orgnicas ou psquicas, o tcnico dever
Segundo Liliana Sousa et al., o conceito
possuir um conhecimento dos frmacos
de cuidador refere-se a elementos da
mais utilizados pelos idosos, e perante o
rede social do idoso (familiares, amigos,
surgimento de dvidas, dever ler em
vizinhos, ) que lhes prestam cuidados
voz alta as indicaes teraputicas do
regulares, mas que no so remunerados.
frmaco, esclarecendo quais os efeitos
Contudo, perante a populao idosa que
secundrios, e quais os intervalos dirios
temos actualmente, existe um maior
que devem decorrer entre a toma do
nmero de cuidadores, mas que so
mesmo.
familiares e que assumem este papel
Relembro o Sr. A de 86 anos, que durante um longo perodo de tempo.
insistentemente revela extrema Usualmente, o papel de cuidador
ansiedade e nervosismo aps consulta assumido pelo prprio de uma forma
com a mdica de famlia, em que lhe inesperada e livre de poder decidir sobre
receitado nova medicao. De certa esse mesmo papel, apesar da progressiva
forma, este idoso no lida bem com perda de autonomia do idoso. No fundo,
situaes que alterem o seu dia a dia e a o familiar inicia a prestao de cuidados
sua rotina, assim um conhecimento sem se dar conta, e sem tomar
profundo da farmacologia por parte do conscincia do encargo e da dedicao
profissional, ajuda a clarificar e de certa que ter de ter, independentemente dos
forma a evitar que ocorram alteraes de anos que a situao se mantenha.
humor que podero originar situaes
Todavia, existem situaes em que o
bem mais graves.
cuidador poder tomar conscincia da
possvel prestao dos cuidados, caso
ocorram no idoso incapacidades sbitas,
Como podemos perceber pelo que foi viuvez, etc. Perante isso, o familiar
referido anteriormente, a psicologia no parece ter algumas motivaes
ter apenas a funo de apoiar subjacentes no assumir este papel to
psicologicamente o idoso, mas tambm difcil, tais como o dever moral e/ ou
poder auxili-lo nas actividades social em que o cuidador sente que deve
instrumentais da vida diria referidas dar em troca para no se sentir culpado;
anteriormente, bem como nas solidariedade conjugal, filial ou familiar
competncias sociais. Possveis que assenta sobretudo no sentimento de
encaminhamentos para unidades de gratido para com o cuidado; questes
sade, tambm sero aspectos a relacionadas com o cristianismo;
considerar pelo tcnico caso sejam sentimentos de amor e piedade;
necessrias, j que ele ter uma relao recompensa material e evitamento de
privilegiada com o utente e poder institucionalizao.
actuar de uma forma mais rpida e
efectiva. De certa forma, a prestao de cuidados
frequente ser realizada pelo conjuje
feminino, contudo, hoje verifica-se
muitos cuidadores do sexo masculino. Na
maioria dos casos, os filhos tambm
participam activamente nesta prestao
de cuidados, sendo mais usuais serem do
sexo feminino.
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Geralmente, a durao dos cuidados por um papel de valorizar e apreciar o
parte do cuidador tende a ser bastante trabalho que concretizado pelos
longa, e isso poder gerar impactos familiares, no sentido de sentirem que
negativos, mesmo apesar dos mesmos so teis e que esto realmente a
considerarem ser uma funo muito desempenhar bem a sua funo.
gratificante e uma oportunidade de
enriquecimento pessoal. O psiclogo tambm dever
avaliar a forma como o cuidador est a
Alguns desses impactos podero ser a enfrentar a doena do idoso, e se acima
sobrecarga, que no fundo caracteriza-se de tudo, tem tido cuidado consigo, e os
por um conjunto de problemas fsicos, efeitos que o exerccio de cuidar tem tido
psicolgicos e scio econmicos que na sua vida. Cabe tambm ao psiclogo a
decorrem da tarefa de cuidar, tarefa de orientar este cuidador para
nomeadamente ao nvel das relaes possveis reaces emocionais do
familiares e sociais, a carreira paciente, tornando-os mais conscientes
profissional, intimidade, liberdade e das suas possibilidades e limites.
equilbrio emocional. Outro aspecto
relevante, a sade fsica e mental, em Com os familiares, o psiclogo
que esta tarefa pode ser fsica e ter de promover boas relaes, atravs
psicologicamente esgotante. Muito do envolvimento, colaborao e
frequentemente os cuidadores referem- capacitao. De certa forma, o
se ao cansao fsico e sensao de profissional atravs do envolvimento
deteriorao gradual do estado de sade. ter como funo a criao de laos
A depresso e ansiedade so tambm afectivos, promover a compreenso e o
dois problemas significativos para a respeito mtuo e canais de comunicao.
maioria dos cuidadores, associados a Relativamente colaborao, dever
sentimentos de tristeza, desespero, instituir-se uma parceria vincada no
frustrao e inquietao. reconhecomento de objectivos e
estratgias comuns. Finalmente, a
Aspectos como a actividade profissional capacitao envolve a partilha de poder e
e o tempo livre so igualmente afectados, responsabilidade, existindo um clima de
j que o familiar acaba por ter muito confiana. (Sousa, L. et al, 2004).
menos tempo para dedicar s coisas que
gosta de fazer, j no trabalho, poder
existir um desgaste j que existe um
VIII Patologias mais frequentes e
acumular de horas e consequentemente
abordagem psicolgica
uma diminuo no rendimento laboral.
As patologias e as sintomatologias
Concerteza que existiro tambm
disruptivas que se verificam nas pessoas
aspectos positivos a salientar, todavia
idosas, passam maioritariamente por
ser aqui importante especificar e
situaes com uma componente
centrarmo-nos no que o psiclogo
depressiva e ansiognica demarcada,
poder fazer para apoiar os familiares.
bem como, situaes associadas a
Estes cuidadores apresentam psicoses de inicio tardio e demncias.
necessidades de apoio emocional e
A depresso major a forma mais grave
aconselhamento, logo ser importante o
de perturbao do humor no idoso.
profissional ser algum com quem o
Ocorre em cerca de 1% dos indivduos
cuidador poder falar acerca das suas
com mais de 65 anos () e a razo de
experincias, dificuldades e
quase 50% das admisses de pessoas
preocupaes, no fundo, algum que as
idosas em hospitais psiquitricos em
compreenda e com quem possam
geral e est presente em cerca de 30%
desabafar. Aqui o psiclogo tambm ter
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dos idosos com doenas agudas e No que diz respeito abordagem
crnicas do foro mdico. (Spar, J; Rue, A; psicoteraputica a utilizar, far mais
1998). sentido a integracionista, tendo em conta
o funcionamento global e as vrias
Normalmente, a depresso no vertentes relacionadas com o sujeito.
diagnosticada nem tratada, j que Atravs desta perspectiva, pretende-se
considerada normal no idoso. Por autonomizar o idoso, reforar a auto
vezes, esta depresso pode ser uma estima e valorizao pessoal tendo como
resposta pouco adequada s perdas base a complementaridade de vrias
sucessivas do envelhecimento, ou poder vertentes psicoteraputicas.
ser o resultado da incapacidade do
indivduo em fazer os lutos do seu longo Contudo, defendo igualmente a utilizao
historial de vida. Muitas vezes, esta da abordagem psicodinmica, apelando
depresso est mascarada por sintomas escuta activa do indivduo. importante
fsicos, e pode assumir a forma de escutarmos e estarmos disponveis para
comportamentos parasuicidrios (no ouvir a histria de vida do idoso, aos
comer ou beber). aspectos mais ligados ao inconsciente e a
situaes traumticas no ultrapassadas
Outra das patologias predominantes na anteriormente. Ento se na memria
terceira idade, so as demncias que reconstrumos o equilbrio e a
caracterizam-se pelo desenvolvimento identidade, no se tratar de explicar,
de dfices cognitivos mltiplos mas permitir a todos os intervenientes,
(incluindo diminuio de memria) , idosos e no s, compreender o que se
(D.S.M. IV, 1994.), sendo a mais passa. (Jernimo, L; 1997). Desta forma,
frequente, a doena de Alzheimer. Esta o apelar s recordaes pode ser
demncia irreversvel, no existido extremamente teraputico, e apenas o
regresso dos sintomas, e geralmente a facto do idoso poder falar sobre a sua
evoluo d-se continuamente ao longo vida, ajuda-o a integrar com a ajuda do
do tempo. Existe uma deteriorao psiclogo, determinados aspectos na sua
progressiva principalmente da parte vida que forma mal resolvidos.
intelectual e cognitiva. A idade de
instalao normalmente acima dos 40 Obviamente, que estamos a falar de uma
anos, mais frequentemente acima dos 50 gerao idosa com uma srie de ideias
anos. Muito resumidamente, podemos preconcebidas no que diz respeito
falar de 4 fases. Na primeira, psicologia, sendo ainda vista como uma
esquecimento, ocorrem defeitos de cincia muito direccionada para os
memria, ansiedade e depresso. Os malucos. O psiclogo depara-se por
doentes sentem as suas falhas e vezes com enormes resistncias do idoso
esquecem informao do dia a dia. A na adeso ao tratamento, porque
segunda fase, denominada de confuso, segundo eles, se at ento nunca
existe um agravamento do defeito da tiveram este tipo de apoio e
memria e desorientao espacial e sobreviveram, tambm no ser agora
temporal. Na terceira fase, a demncia, os que vo necessitar.
doentes j tm um comportamento
invulgar, perdendo-se frequentemente, Outra situao que o profissional muitas
no reconhecendo familiares ou amigos. vezes se depara, com o facto de ser
A depresso vai desaparecendo, e o considerado muito jovem pelo idoso, no
doente vai negando as dificuldades, lhe atribuindo a credibilidade que
perdem autonomia, discurso repetitivo e realmente merece, podendo afirmar que
pobre e por vezes tm alucinaes. Por o mesmo no tem a experincia de vida
ltimo, temos a fase de estado vegetativo, necessria para o ajudar. Ento, cabe ao
em que o doente fica confinado cama, psiclogo demonstrar todo o seu
aptico e entubado. Finalmente d-se profissionalismo, e esclarecer ao idoso,
infeco respiratria e morte. que independentemente da idade, est
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preparado tcnica e relacionalmente escassas ou menos visveis,
para lidar e intervir com a populao principalmente pelos outros tcnicos
idosa e com este tipo de situaes. integrados na equipa.
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que no correspondam sua histria de como um facilitador no processo de
vida e ao seu grupo etrio. morrer, facilitando a expresso dos
afectos, possibilitando a resoluo de
conflitos existentes atravs da
comunicao.
No contexto de apoio domicilirio, o
psiclogo dever evidenciar alguma Apesar da morte ser considerada pelos
flexibilidade, no s na forma de intervir familiares com um processo normal no
com a populao idosa, como tambm ao idoso, esta origina sempre desiquilibrios
nvel da mobilidade. Ao contrrio do que e um enorme sofrimento humano, da ser
descreve Claudia Laham acerca do importante trabalhar a crise e a
psiclogo deslocar-se de carro para a inaptido que evidenciam perante a
casa dos utentes, em Portugal isso ainda realidade que lhes imposta. (Leite, E.
no acontece devido escassez de 2002)
recursos e pelo facto deste servio ser
muito recente, logo, o psiclogo no tem
disponveis meios de transporte que o
ajudem a deslocar-se para a casa dos XI Propostas
utentes de uma forma mais rpida.
Devido a esse factor, poder existir o
inconveniente de possveis atrasos e De seguida, gostaria de referir algumas
desgaste fsico psiclogo. propostas que venham no sentido de
uma consequente melhoraria na
Por fim, relevante que o psiclogo
comunicao e nas relaes interpessoais
consiga conviver com situaes
entre familiares cuidadores/ tcnicos, e
dolorosas, como o sofrimento intenso e
tcnicos/ tcnicos
dirio, e todos os aspectos que envolvem
a morte.
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Reunies de Equipa Formao dirigida s auxiliares de aco
directa
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utente no pode ir at ao servio, ir o Laham, C., F., (2000). As Peculiaridades
servio at ao utente. do Atendimento Psicolgico em
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