Rochas Min - Ind.2a Edicao (Adao e F.lins)
Rochas Min - Ind.2a Edicao (Adao e F.lins)
Rochas Min - Ind.2a Edicao (Adao e F.lins)
Presidente da Repblica
Luiz Incio Lula da Silva
Vice-Presidente
Jos Alencar Gomes da Silva
Secretrio Executivo
Luiz Antonio Rodrigues Elias
Diretor
Ado Benvindo da Luz
Coordenador de Administrao
Jos da Silva Pessanha
ROCHAS & MINERAIS INDUSTRIAIS
USOS E ESPECIFICAES
2a Edio
CETEM-MCT
CENTRO DE TECNOLOGIA MINERAL
MINISTRIO DA CINCIA E TECNOLOGIA
Rio de Janeiro
2008
Copyright 2008 CETEM/MCT
Informaes:
CETEM Centro de Tecnologia Mineral
Av. Pedro Calmon, 900 Cidade Universitria
21941-908 Rio de Janeiro RJ
Homepage: www.cetem.gov.br
APRESENTAO
PREFCIO
Esta edio teve o apoio da SCUP/MCT para sua impresso, pelo que
registramos nossos agradecimentos ao Dr. Luiz Fernando Schettino.
Aos autores dos captulos, expressamos nosso reconhecimento pela
contribuio que do ao pas.
Os Editores
VII
SUMRIO
04. AMIANTO 79
Normando Claudino Moreira de Queiroga, William Bretas Linares, Joselito Dasio da Silva
e Ado Benvindo da Luz
GLOSSRIO
PARTE I
Introduo geral
CAPTULO 1
1. INTRODUO
Qualquer atividade agrcola ou industrial, no campo da metalurgia, da
indstria qumica, da construo civil ou do cultivo da terra, utiliza os
minerais ou seus derivados. Os fertilizantes, os metais e suas ligas, o cimento,
a cermica, o vidro, so todos produzidos a partir de matrias-primas
minerais. cada vez maior a influncia dos minerais sobre a vida e o
desenvolvimento de um pas. Com o aumento das populaes, cada dia se
necessita de maior quantidade de minerais para atender s crescentes
necessidades. Como se mostrar mais adiante, h uma estreita relao entre o
padro de vida de um pas e seu consumo per capita de minerais.
1
Eng o Metalrgico/PUC-Rio; D.Sc. em Engenharia Metalrgica e de Materiais/COPPE -UFRJ; Pesquisador
Titular do CETEM/MCT; atualmente, Diretor de Transformao e Tecnologia Mineral da SGM/MME.
4 Panorama das Rochas e Minerais Industriais no Brasil
(i) Geognico (37 bilhes de m3/ano): (a) eroso do solo pela gua ~
20; (b) gerao de crosta ocenica ~10 e (c) formao de
montanhas ~ 7.
(ii) Antropognico (35 bilhes de m3/ano): (a) minerao ~ 17,8
incluindo os produtos minerais e os rejeitos de lavra e
processamento e (b) massa movimentada em obras de engenharia
estrutural e civil ~ 17,2.
*
Ou seja, a maior renda per capita impulsiona a demanda interna. Havendo concomitantemente um
processo de distribuio de renda, a demanda ainda mais alargada na base da pirmide social, com
tendncia de elevao dos preos.
**
Cabe lembrar que est em curso no pas o PAC-Plano de Acelerao do Crescimento, para o perodo
2007-2010, focado em infra-estrutura e habitao.
Rochas e Minerais Industriais CETEM/2008, 2a Edio 7
Minerais Metlicos
Gemas
guas
Minerais Energticos
Fontes: compilao e adaptao do autor a partir Sumrio Mineral (DNPM), Balano Mineral
Brasileiro (DNPM) e Anurio Mineral Brasileiro (DNPM).
(*) P/C relao produo/consumo aparente em 2006.
*
O Brasil, segundos previso recente do IBGE, deve atingir seu mximo populacional por volta de 2060,
com cerca de 260 milhes de habitantes.
Rochas e Minerais Industriais CETEM/2008, 2a Edio 17
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
ABIQUIM (2008). Anurio da Indstria Qumica Brasileira.
RESUMO
O novo paradigma para os negcios com Minerais Industriais no Brasil o
marketing da performance industrial. O desempenho funcional dos minerais
industriais como tema o eixo de conduo deste captulo, no qual so
abordados os fundamentos, oportunidades, requisitos, estratgias e entraves que
envolvem o aprimoramento de desempenhos funcionais dos minerais para
segmentos e aplicaes industriais diversas.
1
Eng o Qumico/UFMG; M.Sc. em Engenharia. Cermica /Penn. State University - EUA; MBA Gesto
Estratgica, USP; Doutorando do Programa de Geologia e Recursos Naturais da UNICAMP; Coordenador do
Programa Mineral da Secretaria de Estado de Cincia, Tecnologia e Ensino Superior de Minas Gerais;
Presidente do Conselho Diretor do Instituto Kairs; Especialista em Tecnologia e Gesto de Minerais
Industriais e APLs de Base Mineral; Consultor de Marketing Industrial; Gestor de Projetos Empresariais e Inter-
Institucionais.
26 Desempenho Funcional dos Minerais Industriais
1. INTRODUO
O desempenho funcional dos minerais industriais como tema o eixo de
conduo deste captulo. Ao longo de todo o texto so abordados os
fundamentos, requisitos, estratgias, entraves e contextos que envolvem o
aprimoramento de desempenhos funcionais de produtos minerais a serem
destinados a segmentos e aplicaes industriais diversos.
Pigmentos
Dixido de Titnio
Sistemas Agalmatolito
Cargas Minerais Minerais - Tintas
Especiais
Caulim Calcinado
Extensores
Minerais
Especiais Calcita Natural
Barita
Talco
Caulim Dolomita
Caulim Usos
Caulim Grau Especiais
Porcelana Caulim Cermico
Caulim Reforo
Poliolefnico
Caulim Refratrio
Caulim Aditivo
Genrico
Sistema Caulim Caulim Calcinado
Caulim Couch
Caulim Caulim Carga
Farmacutico para Papel
Baritas
Bauxita
Boro
Bromina
Cromita
Dolomita
Feldspato
Fireclay
Fluorita
Gipsita
Ilmenita, Rutilo
Caulim
Cal
Calcrio
Sais de Ltio
Magnesita
Turfa
Fosfatos
Potssio
Sal
Carbonato de
Sdio
Sulfato de Sdio
Enxofre
Talco
Wollastonita
Rochas e Minerais Industriais CETEM/2008, 2a Edio 33
Um mineral do grupo dos minerais qumicos, por sua vez, tem em comum
a perda de sua identidade fsica original ao ser incorporado nos processos e
materiais, atuando como precursor de novos compostos nas fases lquidas ou
gasosas, ou de novas fases cristalinas e vtreas em solues slidas aps
tratamento trmico, como no caso das cermicas, ou ainda como dopante.
Caulim calcinado
Lamelares: talco, caulim Bentonita
Minerais Feldspato
e agalmatolito Talco
Wollastonita
Ciclicidade ?
Tamanho Empresa ?
No. Consumidores ? ?
Produo ?
Suporte Tcnico ?
Intensidade de capital ? ?
P&D ?
Intensidade Marketing ? ?
Eng. de Minas
Eng. de Processos
Inovao do Produto
Suporte Tcnico
Vendas/Marketing
Transporte
Estocagem
Nmero de Tipos ?
Grau de Diferenciao
Importncia do Preo
Vendas Internacionais ? ? ?
Vendas Varejo ? ?
(distribuio)
Vendas Diretas ? ?
(contrato)
Sofisticao do ?
Consumidor
Alto / Muito ? Moderado Baixo / Pequeno
36 Desempenho Funcional dos Minerais Industriais
MARKETING MINERAL
(commodity)
TECNOLOGIA DE PRODUO /
LOGSTICA (COMMODITIES )
+ MARKETING
SISTEMA
PRODUTO / APLICAO
(funcionalidade,
TECNOLOGIAS DE PRODUTO, desempenho e servios
APLICAO E MERCADO so valorizados)
Propriedade N 1 N 2 Laminado
Alvura 81,8 80,5 82,3
Opacidade 81,8 81,4 82,2
Brilho 48,0 43,0 47,0
Brilho impresso 62,0 59,0 64,0
Metacaulim Pozolnico
5. OPORTUNIDADES E TENDNCIAS
O grande mrito da expresso minerais industriais estratgico-
mecadolgico, na medida em que posiciona as empresas e gestores de negcios
com minerais industriais polarizadas para os segmentos industriais de aplicao
dos produtos minerais. A denominao produto mineral, inclusive, neste novo
contexto, se fortalece frente cultura tradicional da minerao de referncia
restrita espcie mineral. Vrios nichos de mercado pouco conhecidos ou
ausentes da literatura podem existir para cada um dos sistemas
minerais/segmentos citados. O sucesso dos negcios com os minerais industriais
vai depender em grande parte do grau de intimidade dos produtores com o
mercado.
Minerao Extendida
Inovao em
Verticalizao produtos
Inovao em
servios
Logstica
MINERAO
Conceito Clssico
Tonelagem
Minerais para
construo civil
Insumos
siderrgicos
e metalrgicos Cargas e
Extensores
Valor
Figura 7 Os grandes espaos de mercado para os Minerais Industriais.
duplicao do volume
Maiores potenciais: caulim, de exportao nos
Minerais para pedras ornamentais, gipsita, Competitividade prximos 5 anos.
exportao diatomita, vermiculita, grafita, empresarial e logstica Aquisio de depsitos
mica. de classe mundial por
grupos internacionais.
Minerais com maior potencial
de substituio por produtos
Substituio de nacionais: bentonita, rocha Conhecimento 50% de substituio
importaes fosftica, feldspato, gipsita, geolgico e tecnologia nos prximos 5 anos.
diatomita, talco, argilas
cermicas, caulim calcinado.
Rochas e Minerais Industriais CETEM/2008, 2a Edio 53
precipitados podem ser mais finas e uniformes, na medida em que sua textura
pode ser mais facilmente controlada durante o processo de sntese. O grau de
finura dos minerais naturais fica condicionado dureza do mineral, textura da
rocha original e ao mecanismo mecnico dos equipamentos de moagem,
micronizao e classificao. A descrio completa da finura de um pigmento
baseia-se na distribuio percentual de tamanhos em toda a faixa de finura.
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
CIMINELLI, R. R. (2002a). Minerais Industriais A tecnologia como chave de
sucesso no negcio. Brasil Mineral, no 202, abril de 2002, p. 50-57.
Agalmatolito
Ado Benvindo da Luz1
Paulo Tomedi2
Rodrigo Martins3
1. INTRODUO
Agalmatolito uma rocha metamrfica resultante da alterao hidrotermal
da rocha-me (protlito) riolito. Pode ser oriundo tambm da alterao de
rochas sedimentares ricas em alumina em sistemas de dobramentos regionais.
O agalmatolito constitudo principalmente por dois minerais, a pirofilita e a
moscovita em propores variadas, bem como outros minerais acessrios (Luz
et al., 2001).
1
Eng o de Minas/UFPE, D.Sc. em Engenharia Mineral/USP, Pesquisador Titular do CETEM/MCT.
2
Gelogo, Diretor Kymera Minerals.
3
Gelogo, Minerao Serra Grande Crixs Gois.
70 Agalmatolito
2. MINERALOGIA E GEOLOGIA
O agalmatolito constitudo principalmente por dois filossilicatos de
alumnio pirofilita (Al2O3.4SiO2.H2O) e moscovita (K2O.3Al2O3.6SiO2.2 H2O),
em associao com minerais como: sericita (uma variedade de moscovita,
finamente cristalizada), quartzo, cianita, andaluzita e disporo (Luz et al., 2001)
Como minerais acessrios comum a presena de rutilo, zirco, crindon e
turmalina. Dependendo de sua mineralogia, o agalmatolito pode apresentar cor
branca, creme, cinza, esverdeada e roxa. O agalmatolito inerte, apresenta
densidade 2,7 a 3,0 e dureza entre 2,5 e 3,0 (Harben e Kuzart, 1996).
Mximo 39,47 1,87 2,45 1,17 0,07 0,01 0,13 0,01 47,65 4,17
Mnimo 12,13 0,05 0,07 3,09 0,06 <0,01 0,28 0,02 82,67 0,17
3. LAVRA E PROCESSAMENTO
Lavra
Processamento
4. U SOS E FUNES
5. ESPECIFICAES
Esto apresentadas, a seguir, especificaes genricas para alguns dos
diferentes usos industriais de agalmatolito (Tabelas 3, 4, 5 e 6).
AGRADECIMENTOS
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
Amianto
Normando Claudino M. de Queiroga 1
William Brets Linares2
Joselito Dasio da Silva3
Ado Benvindo da Luz4
1. INTRODUO
A SAMA Mineraes de Associadas S.A., fundada em 1939, iniciou suas
atividades de lavra de amianto crisotila em 1941, na Mina de So Flix, Poes
(BA). A partir de 1962, com a exausto da Mina de So Flix e a descoberta da
ocorrncia de Crisotila em Minau(GO), a empresa concentrou seus
investimentos nesta rea. A atual Mina de Cana Brava est localizada no
municpio de Minau, extremo Norte de Gois, entre as coordenadas
geogrficas de 48 13 12 de longitude Oeste e 13 31 59 de latitude Sul, tem
como acesso principal a estrada pavimentada GO 241, de 130 km, partindo da
rodovia Belm-Braslia na cidade de Santa Tereza de Gois, e distando 500 km
de Goinia.
1
Gelogo, Gerente de Desenvolvimento Tecnolgico, SAMA AS Mineraes Associadas.
2
Eng o de Minas, Chefe do Departamento Planejamento de Lavra e Desenvolvimento de Processo, SAMA AS
Mineraes Associadas.
3
Eng o de Minas, Gerente Industrial, SAMA AS Mineraes Associadas.
4
Eng o de Minas/UFPE, D.Sc. em Engenharia Mineral/USP, Pesquisador Titular do CETEM/MCT.
80 Amianto
2. MINERALOGIA
Definio - Amianto e asbesto so palavras de origem latina (amianthus) e grega
que significa incorruptvel (amianto) e incombustvel (asbesto), revelando duas
notveis propriedades fsicas dessas fibras naturais. Amianto e asbesto so
nomes genricos dados a uma grande variedade de minerais fibrosos
encontrados em toda a crosta terrestre. Em funo da sua estrutura cristalina e
composio qumica se apresentam em diferentes tipos, cores e texturas. So
divididos em dois grandes grupos de minerais: a serpentina e o anfiblio.
O grupo da serpentina tem o crisotila como a nica variedade fibrosa (amianto
branco), e o grupo do anfiblio apresenta cinco variedades: crocidolita (amianto
azul), amosita (amianto marrom), tremolita, antofilita e actinolita. As fibras do
crisotila so curvas, flexveis e macias, enquanto as do anfiblio so retas, duras,
pontiagudas (crocidolita) e quebradias (antofilita e tremolita). O crisotila um
silicato hidratado de magnsio, com frmula qumica bsica: Mg3Si2O5(OH)4. As
fibras do anfiblio so ricas em ferro e clcio: Na2OFe2O3FeOSiO2 (crocidolita),
FeOMgOSiO2 (amosita) e CaOMgO SiO2 (tremolita).
4. B ENEFICIAMENTO
O beneficiamento de amianto crisotila um processo mecnico, realizado
a seco, por meio de sucessivos estgios de britagem, peneiramento, impactao
e aspirao, seguidos de desfibramento, classificao, homogeneizao,
ensacamento e paletizao. O processo dividido didaticamente em trs fases
descritas a seguir:
Fase de Britagem
Britagem Primria
Britagem Secundria
Neste estgio, o minrio britado passa por duas linhas de operao com
capacidade total de 850 t/h, compostas cada uma com peneira vibratria tipo
Fao XH 8x16 e um britador cnico Fao, modelo H-1560, onde:
Concentrao
constituda por duas linhas paralelas, nas quais o minrio passa por trs
estgios de peneiramento, intercalados por trs estgios de impactaes, duas
em britadores Hazemag. O oversize do terceiro peneiramento novamente
impactado em moinho tipo JM, seguido de peneiramento e aspirao da fibra
88 Amianto
Secagem
Circuito de Minrio
Circuito de Homogeneizao
Circuito de Ensacamento
Circuito de Paletizao
5. C ONSIDERAES FINAIS
Todo o processo produtivo da SAMA, desde a lavra at a embalagem final
da fibra de crisotila controlado em uma sala centralizada, onde o
acompanhamento da produo e a operao de todos equipamentos so
monitorados on line.
TN +1,2 mm: ensaio Turner & Newall, porcentagem acumulada de fibras retidas nas malhas
8 e 16;
TN 0,074 mm: Ensaio Turner & Newall, % de fibras passantes na malha 200.
98 Amianto
Geolgicas
Rocha hospedeira Serpentinito
Ocorrncia Veios ou vnulas em rochas
Hbito Fibroso, facilmente desfibrvel
Tipos de fibras Cross e Slip
Cor Verde claro a escuro e verde amarelado
Brilho Sedoso
Comprimento 0,1 a 30mm
Textura Macia, altamente flexvel e desfibrvel
Dureza 4 na escala de Mohs
Mineralgicas
Estrutura cristalina Fibrosa
Sistema cristalino Monoclnico
Clivagem 010 perfeita
Propriedade ptica Biaxial positiva e extino paralela
ndice de refrao 1,51 a 1,55
Crisotila Clinocrisotila e ortocrisotila
Impurezas presentes Ferro, nquel, cromo e clcio
Fsicas e Qumicas
Grandezas Valores Unidade
Resistncia trao 3.040 MPa
Mdulo de Elasticidade Young 1,65 x 106 kg/cm
Peso Especfico 2,4 a 2,6 g/cm
Calor Especfico 0,266 Kcal/g/C
Coeficiente de Frico 0,8
Decomposio Endotrmica 101 a 139 C
Decomposio Endotrmica 663 a 680 C
Decomposio Exotrmica 800 a 812 C
Temperatura de Fuso 1.450 a 1.500 C
pH em soluo aquosa 9 a 10
Carga Eltrica Superficial Positiva
Superfcie Especfica 3 a 90 m/g
Dimetro da fibrila 100 a 250
Volume de Resistividade 0,003 a 0,15 MOcm
Solubilidade em gua Insolvel
Odor Inodoro
100 Amianto
Composio Teor
SiO2 32,8 a 40,1%
MgO 39,2 a 41,1%
Fe 2O3 3,2 a 8,5%
FeO <0,01 a 0,56%
Al2O3 0,42 a 0,99%
Cr2O3 0,28 a 84%
NiO 0,22 a 0,35%
CaO <0,11%
S <0,08%
K2O <0,05%
P2O5 <0,05%
TiO2 <0,05%
Na 2O <0,04%
H2O+ 12,91 a 15%, 15
H2O- 0,4 a 1,25%
Cu 6 a 363 ppm
Co 66 a 150 ppm
Cl <20 a 610 ppm
Zn 18 a 25 ppm
V 25 a 61 ppm
Zn 20 a 36 ppm
Pb 24 a 34 ppm
Rb 7 a 11 ppm
Sr <5 a 8 ppm
MnO <0,13 ppm
Rochas e Minerais Industriais CETEM/2008, 2a Edio 101
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
Areia Industrial
Ado Benvindo da Luz1
Fernando A. Freitas Lins2
1. INTRODUO
Areia um material com granulometria tpica entre 0,5 e 0,1 mm
resultante de desagregao natural ou cominuio de rochas, mais ou menos
cimentadas. Os termos areia industrial, areia de quartzo, areia quartzoza ou
mesmo areia de slica (slica sand) so atribudos geralmente a areias que
apresentam alto teor de slica, SiO2, na forma de quartzo, e so materiais
extremamente importantes em vrios segmentos industriais: na fabricao de
vidros e na indstria de fundio (em moldes), seus principais usos; bem como
na indstria cermica, na fabricao de refratrios e de cimento; na indstria
qumica, fabricao de cidos e de fertilizantes; no fraturamento hidrulico para
recuperao secundria de petrleo e gs; como carga e extensores em tintas e
plsticos etc.; e tambm em aplicaes no industriais como horticultura e
locais de lazer (Davis e Tepordei, 1985; Ferreira, 1997; BGS, 2004).
1
Eng o de Minas/UFPE, D.Sc. em Engenharia Mineral/USP, Pesquisador Titular do CETEM/MCT.
2
Eng o Metalrgico/PUC-Rio, D.Sc. em Engenharia Metalrgica e de Materiais/COPPE -UFRJ, Pesquisador Titular
do CETEM/MCT; atualmente Diretor de Transformao e Tecnologia Mineral da SGM/MME.
104 Areia Industrial
deposio da slica sobre sua estrutura (Frana e Luz, 2002). A slica cristalina
pode ser encontrada, relativamente pura, na forma de cristal de rocha, veio de
quartzo, areia no consolidada e consolidada como arenito e quartzito.
Encontra-se ainda em outras formas, tais como: gata, calcednia, perlita,
tripoli, slex etc. (Hanson, 1995).
2. MINERALOGIA E GEOLOGIA
As areias industriais so constitudas essencialmente de quartzo, tendo
como impurezas xidos de ferro, minerais pesados e argilas. As areias industriais
variam bastante, em termos de propriedades fsicas e composio qumica. So
matrias primas minerais de origem secundria e aquelas de melhor qualidade
industrial foram produzidas a partir de sedimentos arenosos, arenitos e
quartzitos que sofreram concentrao atravs de vrios ciclos de deposio e
eroso.
3. LAVRA E PROCESSAMENTO
Lavra
Processamento
4. U SOS E FUNES
As areias industriais recebem suas denominaes em funo de suas
aplicaes na indstria, determinadas pelas suas caractersticas e propriedades,
tais como teor de slica, pureza, composio qumica, teor de xidos de ferro,
lcalis, matria orgnica, perda ao fogo, umidade, distribuio granulomtrica,
forma dos gros e teor de argila (Azevedo e Ruiz, 1990). As principais
especificaes tcnicas, qumicas, para os diferentes usos industriais da areia
referem-se aos teores de: SiO2, Fe2O3, Al2O3, MnO2, MgO, CaO, TiO2 e ZrO2.
Quando se trata de usos especficos, os teores de Cr2O3, Na2O e K2O devem
tambm ser considerados (Ferreira e Daitx, 2000).
Vidro
Fundio
Cermica e refratrio
Tinta
Borracha e Plstico
Filtrao
Fraturamento hidrulico
5. ESPECIFICAES
Vidro e fibra de vidro
Qualquer tipo de areia de quartzo para vidro deve conter, pelos menos,
98,5% SiO2 (acima de 99% para vidro plano) com um mximo de Fe2O3 em
torno de 0,08% para vidro plano, 0,1% para fibra de vidro e 0,3% para
vasilhames de vidro colorido. H outros constituintes, cujas propores so
tambm rigidamente controladas: Al2O3, CaO, MgO, Na2O, K2O, TiO2, ZrO2 e
Cr2O3. A presena de cobre, nquel e cobalto, mesmo em nveis de traos, pode
produzir cores e defeitos no vidro, tornando-o inaceitvel (Harben e Kuzvart,
1996).
Especificaes Qumicas
SiO2 99,0% min.
Al2O3 0,30% max.
Fe 2O3 0,50% max.
Na 2O 0,10% max.
K2O 0,10% max.
LOI + H2O 0,50% max.
Especificaes Fsicas
granulometria acumulado retido
(mm/malhas) (%)
0,250/60 0,01 max.
0,075/200 0,6 max.
0,045/325 3,0 min.
Fonte: Zdunczyk e Linkous (1994).
116 Areia Industrial
Fundio
Cermica e refratrio
Caractersticas Valor
Teor de umidade (%) 0,1 max.
Teor de SiO2 (%) 99,0 max.
Teor de argila total (%) 0,1 max.
2
Superfcie especfica terica (cm /g) 95 107
Tamanho de gro mdio (mm) 0,230 0,260
Coeficiente de angularidade 1,20 1,40
Mdulo de finura 55 61
Valor da demanda de cido 3,0 mx.
(mL HCl 0,1 N/50g de areia a pH 2)
Permeabilidade-base (AFS) 110-140
Nmero especfico terico de gros 7,0 10,0
(dez unidades/g)
Dimetro representativo (mm) 0,188 0,211
Grau de afastamento (%) 10,0 13,0
% peso retido
Mdulo de finura= 100
Fonte: SCR Sibelco AS, US Slica Co., citado por Loughbrough (1993).
CaO 0,15 pH 7
Ponto de fuso (C) 1 722
Filtrao
Abrasivos e Jateamento
Fraturamento Hidrulico
AGRADECIMENTOS
Minerao Jundu, pela permisso da visita tcnica dos autores deste
captulo s suas instalaes de beneficiamento de areia, em Descalvado-SP,
quando da 1 edio deste livro em 2005.
122 Areia Industrial
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
AZEVEDO, P. B. M.e RUIZ, M. S. (1990). Perfil 3 Areia, Quartzo e Quartzito
Industrial. In: Mercado Produtor Mineral do Estado de So Paulo, Pr-
Minrio, Instituto de Pesquisas Tecnolgicas do Estado de So Paulo,
p. 49-59.
BGS (2004). British Geological Survey. Mineral Planning Factsheet. Silica Sand,
9 p. (www.mineralsUK.com).
DAVIS, L. L. e TEPORDEI, V. V. (1985). Sand and gravel. In: Mineral Facts and
Problems, 1995 Edition, Bureau of Mines, Preprint from Bulletin 675, 15p.
HANSON, A. (1995). Silica and Microspheres. In: Raw Materials for Pigments,
Fillers and Extenders. Consumers Survey, Industrial Minerals, p. 87-91.
HARBEN, P. W. (1995). Silica and Quartz. In: The Industrial Mineral Handbook,
2nd Edition, p.156-161.
KENDAL, T. (1995). European coatings Any color as long as its green. In: Raw
Materials for Pigments, Fillers and Extenders. Consumers Survey, Industrial
Minerals, p. 35-38.
Agrominerais Enxofre*
Gildo de Arajo S C. de Albuquerque* (in memoriam)1
Ronaldo Simes L. Azambuja** (in memoriam)2
Fernando A. Freitas Lins3
1. INTRODUO
O enxofre um elemento de grande versatilidade, cuja gama de usos vem
atravessando sculos. Os antigos egpcios (2000 a.C) j o utilizavam para
branquear linho e como pigmento para pinturas. Os chineses (500 a.C)
empregaram o enxofre como componente da plvora; os gregos e,
posteriormente, os romanos, alm de utiliz-lo em cerimnias religiosas de
purificao, em lamparinas e em tratamento de pele, ampliaram grandemente
seu uso medicinal.
*
Gildo S dedicou parte de sua carreira s questes dos fertilizantes: na CPRM, como Diretor
Tcnico da Fosfrtil por alguns anos, e em suas teses de mestrado e doutorado, j no CETEM. Ao
falecer, em 2003, como Diretor do CETEM, preparava uma nota tcnica sobre o enxofre, com
nfase em aspectos econmicos e na dependncia brasileira deste importante insumo. Para
homenage-lo, os co-autores aproveitaram parte do texto, atualizando-o, e adicionaram novas
informaes para atender ao escopo do captulo do livro, na 1 edio. ** Ronaldo Azambuja, da
primeira turma de geologia da UFRJ, aps atuar como consultor e empresrio, dedicou longos
anos FINEP/MCT, como analista de projetos do setor mineral. Aposentado, deu sua contribuio
ao CETEM entre 2002 e 2005, quando faleceu.
1
Eng o de Minas/UFPE, D.Sc. em Engenharia Mineral/USP, Tecnologista Snior do CETEM/MCT.
2
Gelogo/UFRJ, M.Sc. em Geologia/Imperial College, Bolsista do CETEM/MCT.
3
Eng o Metalrgico/PUC-Rio, D.Sc. em Engenharia Metalrgica e de Materiais/COPPE-UFRJ, Pesquisador Titular
do CETEM/MCT; atualmente, Diretor de Transformao e Tecnologia Mineral da SGM/MME.
126 Agrominerais Enxofre
2. MINERALOGIA E GEOLOGIA
Mineralogia
O enxofre, como forma cristalina estvel, ocorre sob as formas alfa e beta;
ocorre ainda, ao menos, sob duas formas amorfas e duas formas lquidas. A
forma amorfa mais conhecida, tambm chamada de plstica, o enxofre gama,
obtido pelo resfriamento rpido do enxofre cristalino. Uma das principais
caractersticas do enxofre, ainda no muito bem compreendida, a sua
ocorrncia sob mais de uma forma alotrpica em cada estado fsico, seja slido,
lquido ou gasoso.
Geologia
Saliente-se, ainda, que nos domos mais importantes tem o cap rock
calcrio situado centenas de metros abaixo do nvel do mar, em reas com
lmina de gua superior a uma centena de metros. Tal fato exige altos
investimentos iniciais, servindo como exemplo o projeto de MAIN PASS, no
prprio Golfo do Mxico , que , estimado em US$ 554 milhes , teve um custo
real de implantao da ordem de US$ 880 milhes.
3. LAVRA E PROCESSAMENTO
Os sulfetos metlicos, atravs da ustulao, produzem anidrido sulfuroso.
Este ltimo normalmente empregado na produo de cido sulfrico, de forma
direta, ou reduzido a enxofre elementar. Os principais sulfetos metlicos que
produzem enxofre e/ou cido sulfrico so: pirita e marcassita (FeS2), e
calcopirita (CuFeS2).
t/ano Cu), que processar minrio oxidado por lixiviao em pilha, chegando ao
catodo de cobre para consumo interno, importar 90 mil t/ano de enxofre
elementar, para sua transformao em cido sulfrico, a partir de 2009 ou 2010.
O projeto Cristalino (250 mil t/ano de Cu) dever exportar o concentrado
sulfetado.
(iii) explosivos;
(iv) produtos de petrleo;
(v) rayon;
(vi) decapagem;
(vii) fabricao de polpa de madeira;
(viii) bissulfetos de carbono;
(ix) inseticidas,
(x) fungicidas;
(xi) agentes alvejantes;
(xii) corantes;
(xiii) vulcanizao da borracha;
(xiv) aditivo de asfalto;
(xv) cimentos e concentrados de enxofre;
(xvi) tratamento dos vegetais e do solo;
(xvii) baterias de enxofre e metal alcalino;
(xviii) isolamentos com espuma de enxofre.
(i) fertilizantes;
(ii) processos qumicos;
(iii) pigmentos;
(iv) indstria qumica;
(v) fabricao de papel;
(vi) fabricao de ao;
(vii) fibras celulsicas;
(viii) fotografia;
(ix) produo de bissulfeto de carbono;
(x) fungicidas, inseticidas, etc.
138 Agrominerais Enxofre
5. C ONSIDERAES FINAIS
O Brasil no tem, no momento, condies geolgicas conhecidas que
sejam favorveis ao atendimento da demanda, o que aumenta, a cada ano, a
dependncia externa. Por outro lado, tem havido uma compensao nos anos
recentes pela tendncia declinante dos preos, mantendo estvel o dficit
comercia, at 2006. A evoluo dos preos em 2007 e 2008 surpreendeu.
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
ANURIO da Indstria Qumica Brasileira (2007). ABIQUIM.
Agrominerais Fosfato
Francisco E. Lapido Loureiro1
Marisa Bezerra de Mello Monte2
Marisa Nascimento 3
1. INTRODUO
O fsforo existe com certa abundncia na natureza ( o dcimo elemento
mais comum): 1.050 ppm na crosta terrestre e teores mdios de 8.690 ppm em
carbonatitos, 650 ppm em granitos e 390 ppm em diabsios (Heinrich, 1966;
Mason, 1971). Seus minrios so rochas naturais que se formam em ambientes
geolgicos variados. Habitualmente, contm mais de um tipo de fosfato, sendo
os mais comuns os fosfatos de clcio do grupo da apatita. Quando em
quantidade e concentrao suficientes, formam depsitos de valor econmico.
Estes minrios podem ento ser utilizados diretamente, ou aps beneficiamento,
na manufatura de produtos comerciais. Sua principal aplicao na agricultura,
como fertilizante.
1
Gelogo/Universidade de Lisboa, Eng o Gelogo-ENSG/Univ. de Nancy, D.Sc. Universidade de Lisboa,
Pesquisador Emrito do CETEM/MCT.
2
Eng a Qumica/UFRJ, D.Sc. em Engenharia Metalrgica/COPPE -UFRJ, Tecnologista Snior do CETEM/MCT.
3
Eng a Qumica/UFF, D.Sc. em Engenharia Metalrgica/COPPE -UFRJ, Professora da UFF.
142 Agrominerais Fosfato
O fsforo foi isolado pela primeira vez em 1669 pelo alquimista alemo
Henning Brandt ao evaporar grandes quantidades de urina humana. S cem
anos mais tarde o qumico sueco Gahn descobre sua presena nos ossos e dez
anos depois no mineral piromorfita (fosfato de chumbo). Foi somente em 1840
que o qumico alemo Justus von Liebig formulou a base cientfica de produo
de cido fosfrico. Em 1842, o fazendeiro ingls Bennet Lawes patenteou um
processo de acidulao de ndulos fosfatados (coprlitos) e deu a este produto o
nome de superfosfato, que se mantm at hoje (Waggaman, 1969a).
Produtores Importadores
Pases Mt Pases Mt
EUA 7.600 China 1.786
China 7.400 Brasil 1.747
ndia 3.900 Austrlia 600
Rssia 2.400 Frana 509
Brasil 1.400 ndia 495
Fonte: Industrial Minerals and Rocks, 2006).
A opo pelo caminho dos organo-fosfatados poder ser mais uma das
solues para o aproveitamento racional de minrios pobres e de rejeitos
fosfatados (Oba e Pinto Chaves, 2000 e Oba, 2004).
4
Agricultura de Conservao Surgiu como alternativa s prticas da agricultura convencional. Inclui, em
geral, todo o processo que reduz, modifica ou elimina o trabalho de revolver o solo e evita a queima/remoo
dos resduos afim de manter a superfcie do solo coberta durante todo o ano.
Rochas e Minerais Industriais CETEM/2008, 2a Edio 147
2. MINERALOGIA E GEOLOGIA
O Webmineral [http://webmineral.com], lista 370 minerais com teores de
fsforo acima de 10 %. Destes minerais, 96 apresentam valores superiores aos
da apatita (18,43 % de P2O5). Porm deve ser acentuado que a grande maioria
tem apenas significado cientfico-mineralgico e que s os da srie da apatita
constituem minerais de minrio.
Mineralogia
5
M = Ca 2+, com substituies possveis por Na+, Sr2+, Mg2+, Mn2+, Sc2+, ETR3+ (0,85 a 1,2 ); Y = P, que pode
ser substituido por CO32-, SO42-, CrO42-, VO43-; X = F -, OH -, Cl- (Dutra & Formoso, 1995)
Rochas e Minerais Industriais CETEM/2008, 2a Edio 149
Geologia
(40,2%), Palfos 88I (39,9%) (Schorr e Lin, 1997 e Phosphorus & Potassium no
169, 1990). No Brasil oscilam entre 33,5 % (Tapira) e 38,0 % (Catalo).
3. LAVRA E PROCESSAMENTO
Lavra
Processamento
Enxofre
Produo de H2SO4
H 2SO4
Rocha fosftic
fosftica
a Produo de H 3PO4 Fosfogesso
c/ Ra e TR
H 3PO4
NH3 Amoniao
Fosfato de amnio
DAP MAP
Rota Clordrica
Rota Ntrica
prprios afirmam, o que pode revestir-se de grande interesse para minrios sem
carbonatos, como, por exemplo, o de Angico dos Dias (BA).
Termofosfatos potssicos
4. U SOS E FUNES
A apatita, principal mineral de fsforo, utilizada predominantemente na
indstria dos fertilizantes. Como se trata de um mineral insolvel, h
necessidade de transform-lo em produtos que possam liberar fsforo para as
plantas. A principal aplicao da apatita na fabricao do cido fosfrico para
fertilizantes, campo que absorve cerca de 90% do total produzido.
cido fosfrico para alimentao (Food grade acid) - cido de alta pureza,
obtido por via trmica, apenas com traos de As, Fe e metais pesados. Utilizado
em produtos alimentares e farmacuticos.
5. ESPECIFICAES
A Lei 86.955 de 18.02.82, que dispe sobre a fiscalizao da produo e
comrcio de fertilizantes, define-os como substncia mineral ou orgnica,
natural ou sinttica, fornecedora de um ou mais nutrientes das plantas (Decreto
86.955 publicado no DOU em 24.02.82).
Matrias-Primas Bsicas
P 2 O5 At 42%
CaO : P 2O5 1,32 1,61 Deve ser o mais baixo possvel para
diminuir o consumo de H2SO4.
Fe e Al Fe2O3 ou Al2O3 < 3-4%. P 2O5/R2O3 20 Formam fosfatos complexos;
influenciam a viscosidade do cido;
Desejvel: 0,1-2% Fe2O3 ou 0,2-3%
originam resduos de ps-precipitao.
Al2O3 com 60-90% passando para o
cido.
Mg 05-1,5% na apatita. Desejvel P 2O5/MgO Forma fosfatos coloidais complexos
78% com 0,2-0,6% MgO. com Al e F que entopem os filtros.
F F: 2-4%; P 2O5/F: 6-11 nas apatitas; Corrosivo. Pode modificar a formao
de cristais. Possvel co-produto.
Si/F pode ser maior.
F passando 25-75% para o cido
SiO2 1-10%, 5-40% passando para o cido Em quantidades elevadas causa
abraso. Transforma o HF em cido
Fluossilcico, menos corrosivo. Forma
complexos com Al, Na, Mg e F.
Si:F Baixa razo d origem a cido com teor
de F elevado
Sr 0-3% SrO Inibe a recristalizao de gesso
hemihidratado.
Cl 0-0,055% passa totalmente para o cido Acima de 0,03% provoca forte
corroso.
Carbonato 0,7-8% Aumenta o consumo de H2SO4.
Matria 0,1-1,5%. 15-705 passa para o cido Dificulta a filtrao. Estabiliza a
orgnica espuma durante o ataque cido.
Elementos Mn, Fe, Zn, Ti e Cu Podem contribuir para a ps-
menores precipitao de fosfatos insolveis.
Elementos Cd, Hg, Cr, As, Pb, Se, U-Th, V Impem Podem ser micronutrientes potenciais.
txicos teores baixos (< 0,8-255 ppm de Cd, por Passam para o cido propores
exemplo) significativas.
U 35-400 ppm U3O8. 75-80% passando Recupervel podendo constituir um
para o cido subproduto.
Fonte: The Industrial Minerals HandyBook (Harben, 2002).
Produtos Intermedirios
cido fosfrico - a matria-prima utilizada na produo de fertilizantes
fosfatados de alta concentrao. Aplica-se tambm em nutrio animal. Obtm-
se por dois processos: via mida e via trmica. Na via mida faz-se reagir a
Rochas e Minerais Industriais CETEM/2008, 2a Edio 165
P 2 O5 At 42%
CaO : P 2O5 1,32 1,61 Deve ser o mais baixo possvel para
diminuir o consumo de H2SO4.
Elementos Cd, Hg, Cr, As, Pb, Se, U-Th, V Podem ser micronutrientes potenciais.
txicos Impem teores baixos (< 0,8-255 ppm Passam para o cido em propores
de Cd, por exemplo) significativas.
Superfosfato triplo Produto solvel na 46% P2O5 total 0,346 t H3PO4 Empregado
TSP (b) gua. Resulta da (100% para aplicao
reao entre o c. 42% P2O5 solvel direta no solo
Ca (H2PO4)2 fosfrico e o CNA + gua 0,393 t rocha 36% ou em
concentrado P2O5 formulaes
fosftico NPK
Fosfato Diamnico Solvel em gua. 18% N e 46% P2O5 0,232 t amnia Aplicao
DAP Resulta da reao total e Solvel CNA direta no solo
entre c. fosfrico e + gua. 0,468 t H 3PO4 ou em
(NH 4) HPO4 amnia. Forma-se (100%) formulaes
uma lama com 18% N e 40% P2O5 NPK
razo molar 1,5 solvel em gua 040 t H2SO4
que com uma
quantidade
adicional de
amnia, passa a
2M
Fosfato Natural, obtido por ataque 20% P2O5 Total 0,220t H2SO4 Fertilizante de
Parcialmente da rocha fosftica, aplicao direta
Acidulado com baixa 9% P2O5 e Solvel 0,780t Fosfato no solo
concentrao de CNA + gua Natural
P2O5 , pelo H2SO4
5% P2O5 Solvel na
gua
(a) Superfosfato Simples Foi o primeiro fertilizante obtido industrialmente (sculo XIX)
(b) Superfosfato triplo - Resulta do ataque do concentrado por cido fosfrico. A produo de
superfosfato triplo vem aumentando desde o incio do sculo, principalmente em usinas
implantadas na boca das minas. A sua composio, com 41 a 48% de P 2O5 disponvel, quase todo
solvel na gua, tem sido fator decisivo e a principal razo desta grande procura e valorizao.
170 Agrominerais Fosfato
Formulaes NPK
Anda Yara
2 20 20 15 15 15
4 14 8 20 10 10
4 20 20 13 13 21
5 25 15 12 12 17 2 (MgO)
5 25 25 22 14 00
12 6 12 20 20 00
14 7 28
20 5 - 20
Fontes: ANDA (2004); YARA (2004).
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
ABIQUIM (2003 - 2002): Anurio da Indstria Qumica Brasileira.
IFA (2002): Sumary Report Global Agricultural Situation and Fertilizer Demand
in 200/01 and 2001/02, 11p.
VAN STRAATEN, P., (2007). Agrogeology The use of Rocks for Crops.
Universidade de Guelph/P. van Straaten., 440p.
Agrominerais Potssio
Marisa Nascimento 1
Marisa Bezerra de Mello Monte2
Francisco Eduardo Lapido Loureiro3
1. INTRODUO
O elemento potssio, um dos dez mais abundantes na crosta terrestre,
ocorre na natureza somente sob a forma de compostos. Alm dos tpicos
minerais de minrio formados por cloretos e sulfatos, o potssio est presente
em numerosos outros: com teores acima de 10%, em uma centena de minerais
e, em muitos mais com valores entre 2% e 10%, (Nascimento e Lapido-Loureiro,
2004). No decorrer do tempo geolgico o intemperismo provoca a sua alterao
qumica, gerando compostos de potssio solveis que so transportados pelos
rios para o mar e/ ou depositados em bacias fechadas ou interiores.
1
Eng a Qumica/UFF, D.Sc. em Metalurgia/COPPE -UFRJ, Professora da UFF.
2
Eng a Qumica/UFRJ, D.Sc. em Metalurgia/COPPE -UFRJ, Tecnologista Snior do CETEM/MCT.
3Gelogo - Universidade de Lisboa, Eng o Gelogo-ENSG/Univ. de Nancy, D.Sc. Universidade de
2. MINERALOGIA E GEOLOGIA
Mineralogia
*
Principais minerais de minrio
**
Minerais de minrio secundrios
Geologia
3. LAVRA E PROCESSAMENTO
A lavra e o processamento dos minerais de potssio seguem
tradicionalmente trs rotas:
Processamento
As etapas no processamento do minrio potssico so geralmente
britagem, moagem, deslamagem, separao seletiva dos minerais e secagem do
produto final, seguindo-se as etapas de compactao ou granulao
(Internacional Fertilizing Industry Association, 2002). Um esquema simplificado
mostrado na Figura 1.
Estocagem
de Minrio
Moinho de
Barras
Deslamagem
Britador de Flotao
Impacto
Centrfuga
Produto
Secadores
Espessador de
Lama Flotao Cristalizadores
de Lama
Circuito de
Compactao
Sistema de
Filtrao
Centrfuga
Centrfuga Secadores
Rejeito
Produto Produto
Mar Padro Produto
Solvel Granular
Flotao
Evaporao Solar
Carnalita
Para dois estgios, a mistura inicial misturada com gua para formar
schoenita que corresponde ao ponto S do diagrama. Um licor de
potssio/magnsio (alta concentrao de cloreto magnsio) tambm formado
no ponto P. A schoenita ento reage com cloreto de potssio adicional no ponto
D para formar sulfato de potssio e licor me (rico em sulfato):
gua
Sulfato de Reao
potssio Sulfato de potssio
Cloreto de potssio
Licor me Leonita
Evaporao
Cristalizao
e
Filtao
Salmoura
Rejeito
Epsomita
ou
Kieserita
Cloreto de
Salmoura Converso potssio
K-Mg K-Mg
Converso Soluo de
Sulfato de potssio KCl
Sulfato de potssio
4. U SOS E FUNES
Mais de 95% da produo mundial de sais de potssio usada como
fertilizante. Outros usos dos compostos de potssio esto ligados indstria de
detergentes, cermicas, produtos qumicos e farmacuticos (Greenwell,1999).
O potssio considerado um macronutriente essencial, pois o elemento interage
em quase todos os processos do metabolismo vegetal.
5. ESPECIFICAES
A escolha da forma de aplicao de fertilizantes potssicos deve ser
baseada nas necessidades do solo e da cultura, nos mtodos de aplicao, no
preo e na disponibilidade (POTAFOS, 1996).
As patentes
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
ARMELIN, W. (1999). Current Situation and Prospects for Potash Use in Brazil,
Manah S/A, Disponvel em: www.fertilizer.org, Acesso em: 26/10/2003.
LIDE, D.R. (Editor Chefe), Handbook of Chemistry and Physics 75a Ed., 1994.
REHM, G.; Schmitt, M.; Potassium for crop production, Extension Service,
University of Minnesota. Disponvel em: http://www.extension.umn.edu,
Acesso em: 23/06/2004.
SEARLS, J. P. (2000) Potash in crop year 2000, Mineral Industry Surveys, U.S.
Geological Surveys. Disponvel em: http://minerals.usgs.gov
/minerals/pubs/commodity/potash/, Acesso em: 20/03/2002.
1. INTRODUO
O territrio brasileiro constitudo, na sua maior parte, por solos cidos e
pobres em nutrientes, como o potssio (K). Para torn-los produtivos, so
utilizadas quantidades elevadas de fertilizantes, que englobam cerca de 40%
dos custos variveis de produo. H, contudo, a necessidade de se buscar
alternativas econmicas aos fertilizantes tradicionais. O Brasil tem importado a
maior parte do fertilizante potssico utilizado na agricultura, especialmente, na
forma de cloreto de potssio (KCl). Em 2007, foram produzidas 471 mil
toneladas de K2O, correspondendo 11% da demanda nacional, que atingiu 4,7
Mt. A importao para atender o consumo foi de 4,1 Mt, equivalendo a US$ 1,5
bilho (Oliveira, 2008).
1
Gelogo/UnB, D.Sc. em Geologia/UnB, Pesquisador da EMBRAPA, Embrapa Cerrados.
2
Gelogo/UnB, D.Sc. em Geologia /UnB, Professor Associado do IG-UnB.
3
Eng o Agrnomo/UFL, D.Sc. em Cincias do Solo/UFL.
4
Gelogo/UnB, recm-graduado.
206 Agrominerais Rochas Silicticas como Fontes Minerais Alternativas
de Potssio para a Agricultura
2. MINERALOGIA E GEOLOGIA
Fontes Tradicionais de Potssio
tais rochas modas poderiam ser empregadas como fontes de liberao gradual
de nutrientes, o que uma caracterstica desejvel quando se considera o efeito
fertilizante mais duradouro e o menor risco de perdas, comparativamente aos
adubos de alta solubilidade. Castro et al. (2005) tambm conduziram estudos
em casa-de-vegetao, com girassol e soja, e verificaram que as rochas
ultramfica alcalina e biotita-flogopita xisto apresentaram eficincia comparvel
do KCl.
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
ANDERSON, D. L.; SNYDER, G. H. e MARTIN, F. G. (1991) Multi-year response
of sugarcane to calcium silicate slag on Everglades Histossols. Agronomy
Journal, 8:870-874.
KING, L. D. (1996). Soil heavy metals. In: ALVAREZ V., V. H.; FONTES, L. E. e
FONTES, M. P. F. (Eds.) O solo nos grandes domnios morfoclimticos do
Brasil e o desenvolvimento sustentado. Viosa: UFV/SBCS, p. 823-836.
1. INTRODUO
Atapulgita um silicato complexo de magnsio constitudo por cristais
alongados. Lapparent atribuiu esse nome a uma terra fuller descoberta no ano
1935 em Attapulgus, Gergia (EUA) e em Mormoiron, Frana. Este pesquisador
achava que esse mineral era diferente da paligorsquita, descoberta em 1861 nos
Montes Urais, Unio Sovitica. No entanto foi provado depois, usando tcnicas
mais adequadas (difrao de raios-X, microssonda eletrnica e anlise
termodiferencial), que esses minerais dizem respeito a uma mesma espcie
mineral (Heivilin e Murray, 1994; Luz et al., 1988).
1
Eng o de Minas/UFPE, D.Sc. em Engenharia Mineral/USP, Pesquisador Titular do CETEM/MCT.
2
Eng o Metalrgico/UFRJ, D.Sc. em Engenharia Mineral/USP, Pesquisador Titular do CETEM/MCT.
224 Argila Atapulgita e Sepiolita
2. MINERALOGIA E GEOLOGIA
Mineralogia
Fonte: Grim (1968);Van Olphen e Fripiat citados por Baltar et al. (2003).
Geologia
3. LAVRA E PROCESSAMENTO
A atapulgita ou paligorsquita extrada mundialmente por lavra a cu
aberto, usando o mtodo de tiras. Neste so usados motor-escreipers, dragas,
tratores etc. A argila lavrada transportada, por caminhes fora de estrada, para
a unidade de processamento. O processamento da atapulgita/paligorsquita
simples e normalmente envolve britagem, secagem, classificao e moagem. No
caso de usos especficos, feita extruso da argila para separar partculas
alongadas do grupo das hormitas, adicionando-se durante o processo de
extruso, 1 a 2% de MgO, para melhorar as propriedades reolgicas do produto,
visando o uso como fluido de perfurao (Murray e Zhou 2006).
Rochas e Minerais Industriais CETEM/2008, 2a Edio 229
4. U SOS E FUNES
A atapulgita e sepiolita tm os mesmos usos:
Carreador de fertilizantes e defensivos Absorvente de leo e graxa
agrcolas
Agricultura, como condicionador de Lama de perfurao
solos
Cama de animais domsticos (pet Indstria de tinta
litter)
Clarificao, descoramento e filtrao Aditivo de alimentao animal
de leos e graxas
Purificao de guas domsticas e Aplicaes txteis
industriais
Aplicaes farmacuticas, mdicas e Revestimento de piso cermico
cosmticas
Refino e processamento qumico de Revestimento asfltico
derivados de petrleo
Indstria de cimento (pozolanas, Adesivos
impermeabilizantes, plastificantes)
5. ESPECIFICAES
a) Fluido de perfurao de poos de petrleo
b) Produtos Farmacuticos
d) Alimentao Animal
leo mineral: aps descoramento: cor ASTM < 4,5 e granulometria < 200
malhas.
Atapulgita 80-90 4,75 mm-1,18 mm 1,18 mm-0,60 mm 0,71 mm-0,25 mm 85-95%-250 m 85-95%-160 m
Quartzo 5-10 TMP 2,36 mm TMP 0,85 mm TMP 0,425 mm TMP 160 m TMP 35 m
Dolomita 0-10 +4,75 mm 3,0% mx. +1,18 mm 3,0% mx +0,71 mm 3,0% mx.
Caulim 0-10 -1,18 mm 7,0% mx. -0,60 mm 7,0% mx. -0,25 mm 7,0% max.
AGRADECIMENTOS
Ao estudante de engenharia da Escola de Engenharia de Minas de Madrid,
Oscar Lopes Encinas, pelos dados fornecidos sobre a minerao de sepiolita, na
Espanha.
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
ALMEIDA, S. L. M. (1994). Usos Industriais da Atapulgita de Guadalupe-PI.
Dissertao de Mestrado, Escola Politcnica da Universidade de So Paulo,
63p., So Paulo-SP, 1994.
VIRTA, R. L. (2008). Clay and Shale. In: 2006 Mineral Yearbook, U.S Geological
Survey, January 2008, p. 18.1 - 18.24.
CAPTULO 11
Argila Bentonita
Ado Benvindo da Luz1
Cristiano Honrio de Oliveira2
1. INTRODUO
O termo bentonita, segundo a literatura, foi pela primeira vez aplicado a
um tipo de argila plstica e coloidal de uma rocha descoberta em Fort Benton,
Wyoming-EUA. Embora, originalmente, o termo bentonita se referisse rocha
argilosa descoberta, atualmente designa argila constituda, principalmente, do
argilomineral montmorillonita. Este argilomineral faz parte do grupo esmectita,
uma famlia de argilas com propriedades semelhantes. O termo bentonita
tambm usado para designar um produto com alto teor de esmectita.
A bentonita pode ser clcica ou sdica, e possui uma caracterstica fsica muito
particular: expande vrias vezes o seu volume, quando em contato com a gua,
formando gis tixotrpicos. Alguns ctions provocam uma expanso to intensa
que as camadas dos cristais podem se separar at a sua clula unitria. O sdio
provoca a expanso mais notvel.
1
Eng o de Minas/UFPE, D.Sc. em Engenharia Mineral/USP, Pesquisador Titular do CETEM/MCT.
2
Qumico/UFRJ, D.Sc. em Qumica/UFRJ, (ex) Bolsista do CETEM, Engenheiro da Petrobrs.
240 Argila Bentonita
1933, pela empresa Erbsloh & Co e atualmente utilizado pelos pases que no
dispem de bentonita sdica natural.
2. MINERALOGIA E GEOLOGIA
Esmectita o termo dado a um grupo de minerais constitudo por:
montimorillonita, beidelita, nontronita, hectorita e saponita. Cada mineral forma
uma estrutura similar, entretanto quimicamente diferente. A nontronita, por
exemplo, uma esmectita rica em ferro e a hectorita rica em ltio. O mineral
mais comum nos depsitos econmicos do grupo da esmectita a
montimorillonita. As variedades clcicas e sdicas, baseadas no ction trocvel,
so as mais abundantes.
3. LAVRA E PROCESSAMENTO
Lavra e Processamento de Bentonita nos Estados Unidos
Oleofilizao de Bentonitas
4. U SOS E FUNES
No ano de 2006, da bentonita consumida nos EUA, 26% usada como
pet litter (absorvente de dejetos de animais domsticos), 22% como agente
tixotrpico de fluidos de perfurao de poos de petrleo e dgua, 23% como
aglutinante de areias na indstria de fundio, 13% como aglomerante na
pelotizao de minrio de ferro e 16% em outros usos (USGS, 2007).
Pet litter - a funo da bentonita, neste caso, deve-se a uma alta capacidade
para adsorver e manter ons ou molculas da gs ou lquido, bem como a
capacidade de absorver e incorporar material. Acresce a capacidade de
controlar os odores dos dejetos de animais domsticos.
5. ESPECIFICAES
Fluido da Perfurao - A bentonita tpica de Wyoming: o produto preferido
para uso em perfurao e explorao de gs e petrleo. tambm usado na
abertura de poos e em fundao de concreto. Na Tabela 1 constam as
especificaes tpicas. Algumas caractersticas requeridas dos produtos so
apresentadas, em seqncia:
AGRADECIMENTOS
Aos tcnicos da CVRD, Marcio Torres Moreira Penna e Luciano Guido de
Macedo, pela colaborao no provimento de informaes tcnicas sobre
especificaes de bentonita para pelotizao. Ao engenheiro da Fundio Tupy,
Isaas Masiero, pelo fornecimento de informaes sobre as especificaes de
bentonita para fundio.
Rochas e Minerais Industriais CETEM/2008, 2a Edio 253
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
ARANHA, I. B. (2007). Preparao, caracterizao e propriedades de argilas
organoflicas, Tese de Doutorado, Programa de Qumica Orgnica do
Instituto de Qumica UFRJ, 2007.
EISENHOUR, D., REISCH, F. (2006). Bentonite. In: Industrial Minerals & Rocks,
Ed. Jssica Elzea Kogel, Nikhil C. Trivedi, James M. Barker and Stanley T.
Krukowski, p. 357-368, 2006.
Argila Caulim
Ado Benvindo da Luz1
Antonio Rodrigues de Campos2
Eduardo Augusto de Carvalho3
Luiz Carlos Bertolino4
Rosa Bernstein Scorzelli5
1. INTRODUO
O termo caulim utilizado tanto para denominar a rocha que contm a
caulinita, como o seu principal constituinte, quanto para o produto resultante do
seu beneficiamento. Caulim uma rocha de granulometria fina, constituda de
material argiloso, normalmente com baixo teor de ferro, de cor branca ou quase
branca (Grim, 1958).
1
Eng o de Minas/UFPE, D.Sc. em Engenharia Mineral/USP, Pesquisador Titular do CETEM/MCT.
2
Eng o Metalurgista/UFOP, D.Sc. em Engenharia Mineral/USP, Pesquisador Titular do CETEM/MCT.
3
Eng o Metalurgista/UFRJ, D.Sc. em Engenharia Metalrgica/COPPE -UFRJ, Eng o da NUCLEP/MCT.
4
Gelogo/UERJ, D.Sc. em Geologia/UFRJ, Professor da UERJ.
5
Fsica/Docteur d`tat s Sciences, Universit Paris VI, Pesquisadora Titular do CBPF/MCT.
256 Argila Caulim
2. MINERALOGIA E GEOLOGIA
Mineralogia
Geologia
3. LAVRA E PROCESSAMENTO
Lavra
Processamento
CAULIM BRUTO
DISPERSO/DESAGREGAO
> 0,25mm
DESAREAMENTO REJEITO
< 0,25mm
FRACIONAMENTO
GRANULOMTRICO
REJEITO
FLOCULAO SELETIVA
FLOTAO
DELAMINAO SEPARAO MAGNTICA
LIXIVIAO REDUTORA
LIXIVIAO OXIDANTE
FILTRAGEM
REDISPERSO
SECAGEM
CALCINAO
TRANSPORTE TRANSPORTE
(big bag ou granel) (polpa)
Processos Especiais
Fonte: Ciullo, 2004. (Obs: estes tipos de caulim esto definidos na Tabela 3).
Rochas e Minerais Industriais CETEM/2008, 2a Edio 269
Papel
ligaes das fibras. Tal fato tambm pode existir quando ocorre a presena de
partculas com tamanhos excessivamente pequenos (Kendal, 1995).
Cermica branca
Propriedades Valor
gua de amassamento (%) 45-55
o
Retrao linear a 110 C (%) 3-6
o
Retrao total a 110C e 1260 C (%) 8-15
Absoro de gua a 1260oC (%) 20-30
ndice I (*) 300-600
Granulometria (% < 2m) 20-40
Fonte: Souza e Santos (1992).
(*) ndice I= [(% retrao de secagem, a 110oC) . (% gua de amassamento)] + 400 (retrao total
a 1260 C / absoro de gua a 1260oC)
Plstico
Tintas
Borracha
1
PVC ndice que mede a concentrao volumtrica de pigmentos na tinta. Quanto menor for o ndice, mais
baixo ser o volume de pigmentos e maior o brilho da tinta.
278 Argila Caulim
Refratrios Slico-Aluminosos
g = 4,2
g =2,05
g = 3,7
g= 2,0
Espectroscopia Mssbauer
a b
0.2 %
5%
Amostra 1
0.1 %
3 %
Amostra 2
Transmisso relativa
7%
0.1 %
Amostra 3
3%
1 %
Amostra 4
0.2 %
3%
Amostra 5
-10 -5 0 5 10 -3 0 3
Velocidade (mm/s)
AGRADECIMENTOS
Ao Eng Marlon Brando, CENPES/PETROBRS, e ao Eng Cludio
Modesto, CERMICA ELIANE, pelas contribuies prestadas na elaborao deste
captulo. Ao CNPq, atravs do Projeto PROSUL, pelo apoio financeiro ao
projeto.
290 Argila Caulim
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
ABRACO. (2004). In: www.abraco.org.br/corros19.htm.
HANSON, A. (1996). European GCC. A fine, fine filler. Industrial Minerals, jun,
p. 49-57.
MEADS, R.E. and MALDEN, P.J. (1975). Electron spin resonance in natural
kaolinites containing Fe3+ and other transition metal ions. Clay Minerals.
vol. 10, p. 313-345
OMYA AG. (2004). Mineral Additives for the plastic industry. In:
< www.omya .com>
Barita
Ado Benvindo da Luz1
Carlos Adolpho Magalhes Baltar2
1. INTRODUO
O mineral barita um sulfato de brio (BaSO4) que pode ser encontrado
em rochas gneas, metamrficas ou sedimentares. A barita pura tem densidade
em torno de 4,5 g/cm3 e contm 58,8% Ba, sendo a mais importante fonte
comercial desse elemento. O brio tambm pode ser obtido a partir da witherita
(Ba2CO3), mas um mineral raro com pouca importncia econmica.
O nome barita tem origem na palavra grega baros que significa pesado.
O mineral foi descoberto, na Itlia, no Sculo XVII (Velho et al., 1998). Um dos
primeiros usos ocorreu, no sculo XIX, na indstria de tinta branca, como carga.
A seguir, passou a ser usada na produo de um pigmento branco denominado
de lithopone, constitudo por uma mistura de sulfato de brio, sulfato de zinco e
xido de zinco. Depois surgiu a indstria qumica dos sais de brio e, por
ltimo, j no sculo XX, foi descoberto o uso da barita como controlador de
densidade de fluido de perfurao (Haines, 1979).
1
Eng o de Minas/UFPE, D.Sc. em Engenharia Mineral/USP, Pesquisador Titular do CETEM/MCT.
2
Eng o de Minas/UFPE, D.Sc. em Engenharia Metalrgica e de Materiais/COPPE-UFRJ, Professor do
Departamento de Engenharia de Minas/UFPE.
296 Barita
barita grau-lama (API - 325 malhas), grau tinta, grau metalrgico, barita
micronizada, barita concentrada e diversos sais de brio.
2. MINERALOGIA E GEOLOGIA
Mineralogia
Geologia
3. LAVRA E PROCESSAMENTO
Lavra
Processamento
A barita sendo mais frivel do que a maioria dos minerais de ganga tende
a concentrar-se nas fraes mais finas do produto da britagem. Para o descarte
dos minerais argilosos (lamas) costuma-se utilizar lavadores do tipo log
washer. O uso de tromel comum para descarte dos minerais de ganga com
granulometria grossa. A concentrao da barita pode ser feita por mtodos
gravticos ou por flotao, dependendo da composio do minrio. A separao
magntica pode ser usada para eliminao de minerais oxidados de ferro
(http://em.wikipedia.org/wiki/barite).
4. U SOS E FUNES
A elevada densidade da barita determina o seu uso em fluidos de
perfurao de petrleo e gs e carga para diversos produtos. A barita
relativamente inerte, tem alvura elevada, e apresenta baixa absoro de leo.
Essas propriedades ampliam bastante o seu uso como carga, pigmento e
extensor. A considervel capacidade que possui em absorver Raios-X e Gama
possibilita tambm o seu uso na rea mdica, em exames de Raios-X do sistema
digestivo, na fabricao de cimentos especiais usados em containers para
armazenagem de material radioativo e na fabricao de protetores contra
radiaes de monitores de computador e tubos de televiso. A relao de usos
da barita inclui ainda a indstria txtil, a fabricao de papel, plsticos,
borracha, tintas, pigmentos brancos, vidro, cermica, asfalto e em sistemas de
freio e embreagem de carros e caminhes (http://www.mii.org/
Minerals/photobarium.html), entre outros.
leo lhe confere uma boa caracterstica. A barita no branqueada pode ser
usada para tintas coloridas (Brobst, 1994).
5. ESPECIFICAES
As especificaes requeridas pela indstria de petrleo, segundo normas
API (American Petroleum Institute) Standard 13A, so: densidade mnima de 4,2
g/cm3 (o que equivale a um teor em torno de 92% BaSO4); metais alcalinos
terrosos(Ca) solveis em gua, no mximo 250 mg/kg; 3% no mximo de
resduos acima de 0,075 mm e 30% no mximo de partculas menores que
0,006 mm. Contaminantes como siderita, pirrotita, gipsita e anidrita, que podem
causar problemas em alguns sistemas de perfurao, devem ser evitados
(http://www..glossary.oilfield.slb.com. Em perfuraes na plataforma
continental, a agncia de meio ambiente dos Estados Unidos limita o contedo
de mercrio a 1,0 mg/kg de barita e o cdmio a 3,0 mg/kg de barita (Searls,
2000).
Para uso como carga, extensor e agente controlador de peso, exige-se uma
granulometria abaixo de 0,044 mm. Para certos usos, a cor importante.
306 Barita
Parmetro Especificao
BaSO4 94% max.
Fe 2O3 0,05% max.
Solveis em gua 0,2% max.
Umidade 0,5% max.
Material estranho 2% max.
AGRADECIMENTOS
Ao Dr. Joo Alves Sampaio pela preparao de fluxograma de processo.
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
BALTAR, C. A. M. e ALMEIDA, A. B. L. de. (1992) Influncia de uma agregao
hidrofbica prvia na flotao de finos de barita. In: XIX Encontro Nacional
de Tratamento de Minrios e Metalurgia Extrativa, Anais. Recife-PE,
p. 595-602.
CASTELLI, A. V. (1994) Well drilling materials. In: Industrial Minerals and Rocks,
SMME, 6th edition, Editor Donald C. Carr, Litleton, Colorado-USA,
p. 1113-1118.
Rochas e Minerais Industriais CETEM/2008, 2a Edio 309
Bauxita
Joo Alves Sampaio 1
Mnica Calixto de Andrade2
Achilles Junqueira Boudort Dutra3
1. INTRODUO
A bauxita foi descoberta em 1821 por Berthier, na localidade de Les Baux,
no sul da Frana. Trata-se de uma rocha de colorao avermelhada, rica em
alumnio, com mais de 40% de alumina (Al2O3). A proporo dos xidos de
ferro determina a colorao da rocha. Assim, a bauxita branca contm de 2 a
4% de xidos de ferro, ao passo que, na bauxita vermelha, essa proporo
atinge 25%. A bauxita a fonte natural do alumnio, o terceiro elemento em
abundncia na crosta terrestre, depois do oxignio e do silcio. Mesmo com sua
elevada abundncia, no h notcias acerca da ocorrncia de alumnio metlico
na natureza. Constata-se sua maior ocorrncia na forma combinada com outros
elementos, principalmente, o oxignio, com o qual forma alumina.
1
Eng o de Minas/UFPE, D.Sc. em Engenharia Metalrgica/COPPE -UFRJ, Tecnologista Snior do CETEM/MCT.
2
Eng a Qumica/UFRJ, D.Sc. em Engenharia Metalrgica/COPPE -UFRJ, Professora do IPRJ/UERJ.
3
Eng o Metalrgico/PUC-Rio, D.Sc. em Engenharia Metalrgica/COPPE -UFRJ, Professor da COPPE/UFRJ.
312 Bauxita
2. MINERALOGIA E GEOLOGIA
Mineralogia
Embora os depsitos da rocha bauxita contenham uma diversidade de
minerais, a maior parte das bauxitas no-metalrgicas compe-se de minerais de
alumnio, basicamente, dos chamados oxi-hidrxidos de alumnio. Sob esse
Rochas e Minerais Industriais CETEM/2008, 2a Edio 313
3. LAVRA E PROCESSAMENTO
Lavra
Processamento
um efeito significativo sobre o processo Bayer. Na maioria das vezes, seu valor
deve ser maior que 10. Quando h predominncia de disporo no minrio de
bauxita, o valor da razo mssica torna-se menor que 10. Neste caso, procede-
se sinterizao do minrio antes de submet-lo ao processo Bayer para, ento,
produzir uma alumina com um determinado teor de Al2O3. O processo de
sinterizao demanda um consumo elevado de energia, com significativo
impacto ambiental e um elevado custo de produo da alumina, em
decorrncia do consumo de energia.
A alumina para diversos fins pode ser obtida por um dos quatros processos
ilustrados no Quadro 1. No entanto, o mais utilizado e, portanto, conhecido o
processo Bayer. Neste trabalho apenas o processo Bayer ser relatado com
detalhes.
Processo Hall-Hroult
Reao catdica
Al3 + + 3e - Alo [5]
Reao andica
3Al2O2 3Alo + 3O 2 + 3e [6]
Tambm no anodo
3C (eletrodo) + 3O 2 3CO 2 [7]
4. U SOS E FUNES
Ao examinar as aplicaes da bauxita deve-se, de imediato, imaginar o
mundo sem alumnio, o principal produto obtido com base nessa rocha.
O metal constitui uma contribuio chave eficincia de veculos automotores,
bem como nos trens de alta velocidade e, finalmente, na indstria naval, dentre
outras. H, tambm, a produo de ligas metlicas e/ou equipamentos
resistentes corroso. O alumnio encontra aplicao, com sucesso, na
produo de embalagens para gneros alimentcios de qualidade, eliminando
desperdcios, reduzindo peso e economizando combustvel no transporte, alm
de minimizar a emisso de efluentes. Em todo o mundo, a transmisso area de
energia eltrica a grandes distncias feita por meio de cabos de alumnio. No
tratamento da gua, no deve ser omitido o uso do sulfato de alumnio como
coagulante, proporcionando a remoo de materiais indesejveis ou mesmo
ofensivos, na maioria das vezes contidos no lquido.
A bauxita para uso refratrio deve encerrar elevado teor de alumina. Para
tanto, so exigidos baixos teores de: ferro, dixido de titnio (<4%) e de lcalis.
Tais exigncias esto longe de acontecer com as bauxitas comuns, e a obteno
de bauxita refratria com qualidade elevada est restrita, em grande parte,
China, Guiana e ao Brasil. Alm do que, na produo de refratrios de alta-
alumina para as indstrias de ferro e ao, cimento e de vidro, a bauxita
calcinada pode ser misturada com quartzo para formar mullita sinttica, com
zircnio, formando abrasivos, ou com calcrio para produzir cimento de
aluminato de clcio (CAC), usado como um ligante refratrio.
(%) Descrio
5. ESPECIFICAES
Na Tabela 4, encontram-se algumas propriedades fsicas e mecnicas das
biocermicas de alumina, estabelecidas pela Organizao Internacional de
Padres, ISO. Por outro lado, o uso de bauxita para fins no-metalrgicos exige
teores de Al2O3 mais elevados e menores para: SiO2; Fe2O3 e TiO2, comparados
aos teores dos mesmos xidos para a bauxita metalrgica, conforme ilustrado na
Tabela 5. A Tabela 6 ilustra as especificaes da bauxita calcinada, da mullita
sinttica fundida e da alumina trihidratada. Constam, na Tabela 7, as
especificaes da bauxita segundo a sua aplicao, inclusive as especificaes
da bauxita comercial calcinada, da mullita sinttica fundida e do trihidrato de
alumnio.
AGRADECIMENTOS
Ao Eng. Carlos Henrique Babsky Neves, da MBR, pelas valiosas
informaes sobre o beneficiamento de minrio de bauxita.
336 Bauxita
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
ANJOS, F. V. e SILVA, J. B. (1983). As usinas de produo de alumnio da ALCAN
no Brasil processo Bayer para produo de alumina e os processos
eletrolticos para a produo de alumnio. In: As usinas brasileiras de
metalurgia extrativa dos metais no-ferrosos, ABM, So Paulo.
Berilo
Marcelo Soares Bezerra1
Jlio de Rezende Nesi2
1. INTRODUO
O nome berilo de origem antiga, sendo derivado da palavra grega
beryllos, que era aplicado para designar as gemas verdes (esmeraldas), muito
apreciadas como pedras preciosas e valorizadas pela humanidade.
A denominao berilo se aplica ainda hoje a um mineral composto
quimicamente por um silicato de alumnio e berlio, utilizado tanto como
gemas, que recebem nomes especficos de acordo com as suas coloraes,
como em outros usos industriais.
1
Eng o de Minas/UFPE, Especialista em Engenharia Econmica/UNICAMP, CPRM - Servio Geolgico do Brasil.
2
Gelogo/UFPE, Especialista em Geologia Econmica/UFOP, CPRM - Servio Geolgico do Brasil.
340 Berilo
atravs da eletrlise de uma mistura fundida de BeF2 e BaF2 , foi inventado por
A. Stock e H. Goldschmidt, em 1932 (Greenwood e Earnshaw, 1989).
2. MINERALOGIA E GEOLOGIA
Mineralogia
O berilo industrial ocorre nas seguintes cores: branca, verde plida e/ou
verde amarelada. geralmente opaco. Os cristais possuem um aspecto
prismtico hexagonal (curto ou longo) e mais raramente tabular. So bem
desenvolvidos, geralmente eudricos, exibem estrias verticais, de clivagem basal
imperfeita, alta dureza (7,5 a 8,0 na escala Mohs) e massa especfica 2,63 2,80
g/cm3, varivel com a proporo de lcalis.
Geologia
BeO, chegando em alguns casos, como em Minas Gerais, a atingir cerca de 14,0
% BeO.
A demanda estimada para bens de uso final nos Estados Unidos, maior
produtor e consumidor mundial, a seguinte: 60% para componentes
eletrnicos, 20% para componentes eltricos, 10% para aplicaes
aeroespaciais e 10% em outros usos, conforme pode ser observada na Figura 1,
segundo Cunningham (2005).
450
400
350
300 OUTROS
CONSUMO (t)
250 AEROESPACIAL
200 ELTRICA
150 ELETRNICA
100
50
0
81
83
85
87
89
91
95
97
99
93
19
19
19
19
19
19
19
19
19
19
ANO
3. LAVRA E BENEFICIAMENTO
O berilo produzido em regra geral como co-produto ou subproduto da
lavra de minerais de pegmatitos, principalmente do tipo heterogneo, que so
corpos de rochas filonianas, que ocorrem de formas lenticulares a ovides, com
dimenses que variam entre 10 e 600 metros de comprimento, 10 a 80 metros
de espessura e profundidades comprovadas de dezenas de metros.
4. U SOS E FUNES
Peas de Corativas
Gemas
Esmeralda - colorao verde, uma das pedras mais procuradas, sendo por isto
tambm produzida sinteticamente pelos mtodos da fase fundida (cristalizao a
partir de uma fuso anidra a temperaturas entre 640 e 900oC a presses
ambientais) e hidrotermalismo (cristalizao a partir de solues aquosas acima
de 100oC e alta presso).
Morganita - tambm conhecida como berilo rosa por sua cor rsea clara e tons
violetas, devido presena de mangans ou csio na sua estrutura cristalina. Por
meio de tratamento trmico, a temperaturas acima de 400oC, pode-se obter
sinteticamente coloraes mais escuras.
Usos Industriais
berlio, refinada com adio de cobre para fabricar diversas ligas de Cu-Be ,
fundidas sob as formas de pranchas e tarugos contendo de 0,5 a 2% de berlio.
Outras ligas so produzidas pela fuso do berlio com outros metais, como
alumnio, magnsio, nquel, bronze, destacando-se o desenvolvimento da liga
de Be-Al, contendo 65% de berlio que vem obtendo grande aplicao na
fabricao de partes de helicpteros, avies de caa a jato e sistemas blicos.
6. R ISCOS AMBIENTAIS
O manuseio do berlio ou dos materiais processados contendo berlio, no
estado slido, no acarreta riscos sade. Entretanto, a poeira e a fumaa
geradas durante o processamento industrial do berilo requerem cuidados
especiais para reduzir os riscos potenciais da beriliose, uma doena crnica do
pulmo.
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
BALTAR, C. A. M.; MACHADO, Del-VEECCHIO, A. O., CARAGEORGOS, T. e
BARROS, M. L. de S. C. (1985). Beneficiamento de pegmatitos do Nordeste.
Recife: UFPE, s.d. 58p.
DIAS, J. (1973). Perfil analtico do berlio. Rio de Janeiro, DNPM, 20p. il. (Brasil.
Departamento Nacional da Produo Mineral, Boletim 5).
PETKOF, B. (1980). Beryllium. In: U.S. Bureau of Mines. Mineral facts and
problems. Washington: U.S. Govt. Print Off, 1060p. (Bureau of Mines.
(Bulletin 671), p. 85-96.
Calcrio e Dolomito
Joo Alves Sampaio 1
Salvador Luiz Matos de Almeida2
1. INTRODUO
Talvez no haja outras rochas com uma variedade de usos to ampla
quanto o calcrio e dolomito. Estas rochas so usadas na obteno de blocos
para a indstria da construo, material para agregados, cimento, cal e at
rochas ornamentais. As rochas carbonatadas e seus produtos so tambm usados
como: fluxantes; fundentes, matria-prima para as indstrias de vidro;
refratrios; carga; agentes para remover enxofre, fsforo e outros, na indstria
siderrgica; abrasivos; corretivos de solos; ingredientes em processos qumicos,
dentre outros.
1
Eng o de Minas/UFPE, D.Sc. em Engenharia Metalrgica/COPPE -UFRJ, Tecnologista Snior do CETEM/MCT.
2
Eng o Metalurgista/UFRJ, D.Sc. em Engenharia Mineral/USP, Pesquisador Titular do CETEM/MCT.
364 Calcrio e Dolomito
2. MINERALOGIA E GEOLOGIA
Mineralogia
Geologia
calcrios, tem origem nas rochas gneas. Por meio das atividades de eroso e
corroso, incluindo a soluo de cidos carbnicos ou outros de origem
mineral, as rochas so desintegradas e o clcio em soluo conduzido para o
mar por meio da drenagem das guas. Aps atingir o oceano, parte do
carbonato de clcio dissolvido precipita-se, em decorrncia da sua baixa
solubilidade na gua marinha. A evaporao e as variaes de temperatura
podem reduzir o teor de dixido de carbono contido na gua, causando a
precipitao do carbonato de clcio em conseqncia das condies de
saturao. O carbonato de clcio depositado, segundo esse procedimento,
origina um calcrio de alta pureza qumica. Tambm, por processo qumico de
deposio, formam-se calcrios como: travertino, turfa calcria, estalactites e
estalagmites, muito comuns nas cavernas.
3. LAVRA E PROCESSAMENTO
Lavra
Processamento
4. U SOS E FUNES
5. ESPECIFICAES
As especificaes das rochas calcrias variam em funo do produto final
que se deseja obter. Em geral, tais especificaes podem ser fsicas ou qumicas,
no entanto, em alguns casos, incluem-se os dois parmetros. Especificaes
fsicas, tais como durabilidade e degradao, so mais importantes quando a
rocha usada in natura. O controle das especificaes qumicas e fsicas torna-
se rgido quando o produto usado, na maioria dos casos, nas indstrias de
papel, plstico, tintas, borracha, siderrgica e, ainda, na obteno de carbonato
de clcio precipitado, alm de outros. O controle granulomtrico e a alvura
tornam-se rgidos quando o produto de calcrio usado para fins nobres, como
papel, tintas, borracha etc.
Caractersticas (%)
xido de clcio CaO 29,68
xido de magnsio MgO 21,97
xido de ferro Fe 2O3 0,06 mx.
xido de mangans MnO 0,00
Alumina Al2O3 0,23
SiO2 no h controle
Alvura ISSO - 90-95
Absoro em leo (1) - 15-20
PH - 9-10
Umidade (%) - 0,02
Granulometria - abaixo de 25 m
(dados da RENNER Curitiba, 2003).
386 Calcrio e Dolomito
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
AMBROSIO, A. (1974). Perfil analtico do cimento, Boletim no 30, DNPM, Rio
de Janeiro RJ.
FREAS, R. C. Lime (1994). In: Industrial Minerals and Rocks. Donald D. Carr
(Senior Editor), Society of Mining, Engineers, Littleton, Colorado.
Cianita Refratria
Caroline Meira Lopes de Castro Joffily1
Claudinei Gouveia de Oliveira2
1. INTRODUO
A cianita um mineral com alta porcentagem de alumina, com cerca de
60% de Al2O3, sendo por isso um dos mais importantes minerais usados na
produo de alumina de alto teor (50-55% Al2O3). Os teores elevados em
alumina permitem que a cianita seja amplamente empregada como mineral
industrial por suas caractersticas refratrias (Bulut e Yurtsever, 2004). A cianita
quando calcinada e transformada em mulita (mineral com excelentes
propriedades fsicas e mecnicas a temperaturas elevadas) apresenta alto ponto
de fuso, baixa expanso trmica, boa resistncia fratura e ao choque trmico,
alta resistncia fluncia, estabilidade trmica, baixa densidade e baixa
constante dieltrica. Essas propriedades permitem que a mulita seja utilizada na
fabricao de tijolos refratrios e peas cermicas. A cianita tambm utilizada
como mineral gemolgico.
Os Estados Unidos da Amrica so os principais produtores de cianita e
mulita no mundo. Sua principal reserva est localizada no Estado da Virginia,
com produo anual em torno de 150 mil toneladas. No Brasil, as principais
ocorrncias e depsitos esto localizados em Gois, com destaque para o
depsito da Serra das Araras no municpio de Santa Terezinha, Minas Gerais e
Bahia. No entanto, a produo do pas ainda muito baixa.
2. MINERALOGIA E GEOLOGIA
A cianita (Al[6]Al[6]SiO5) um nesossilicato triclnico que integra o grupo
mineralgico dos aluminossilicatos, de fmula geral Al2SiO5, e que tem
andaluzita (Al[6]Al[5]SiO5) e silimanita (Al[6]Al[4]SiO5) como polimorfos (Klein e
Hurlbut, 1999). O arranjo cristalino da cianita 1:1, em que cadeias de
octaedros de Al-O, que se distribuem paralelamente ao longo do eixo cristalino
c, so ligadas entre si pelos ons Si, Al e O. Os ons de Si so coordenados por
1
Geloga/UnB, M.Sc. em Geologia Econmica/UnB.
2
Gelogo/Unb, D.Sc. em Geologia Econmica/UnB, Professor Associado do IG-UnB.
390 Cianita Refratria
quatro ons de oxignio e o Al por seis, onde o Si fica entre quatro oxignios e
resulta em um tetraedro SiO4 independente. Os tomos de oxignio tm
ordenao cbica, compacta e ligeiramente distorcida (Deer et al., 1966).
A cianita normalmente azul, mas pode ser verde e cinza, e apresenta
como imporante propriedade distintiva dureza 5 ao longo do prisma e 7 no
sentido transversal. A substituio em qualquer um dos quatro stios octadricos
de Al3+ pode resultar na variao de cor do cristal. De acordo com Owens e
Dickerson (2001), na Provncia de Piedmont (Estado da Virgnia EUA) ocorrem
dois tipos de cianita, sendo um azul acinzentado plido a branco e outro azul
acinzentado escuro a azul esverdeado. Anlises por microssonda eletrnica do
primeiro tipo revelam cerca de 0,4% de Cr2O3 e FeO, enquanto que a segunda
constituda quase exclusivamente por Al2O3 e SiO2. A adio de elementos na
cadeia cristalina da cianita pode afetar significativamente a absoro e a
reflexo da luz do visvel. Elementos como cromo, ferro e titnio podem estar
presentes na estrutura da cianita e alterar suas propriedades fsico-qumicas (Gil
Ibargughi et al., 1991). Ti e Fe so comuns, enquanto Cr raro e se associa
cianita que se cristaliza sob presso muito elevada (Seifert e Langer, 1970;
Cooper, 1980; King, 2003). O nome da cianita derivado da palavra grega
kyanos que significa azul (Klein e Hurlbut, 1999).
A estabilidade dos polimorfos de Al2SiO5 depende principalmente da
presso e temperatura. So pequenas as diferenas na entropia e energia livre
entre os trs polimorfos, mas a substituio parcial de Al3+por Fe3+ pode resultar
na distoro da estrutura e em uma ligeira troca por outros componentes
(Miyashiro, 1973).
4. LAVRA E PROCESSAMENTO
A cianita concentrada comercialmente em diferentes contextos com o
emprego de vrios mtodos de minerao e processamento mineral, em que se
destacam seleo manual de blocos (ou catao), separao gravtica, separao
magntica e flotao. Bulut e Yurtsever (2004) fizeram recentemente uma
reviso do processamento mineral de cianita. A flotao o mtodo mais
comum para o beneficiamento de cianita. Neste caso, a moagem com moinho
de bolas cermicas recomendada quando metais liberados da moagem com
bolas de ao podem ativar minerais da ganga.
A flotao eficiente requer ainda adequada deslamagem e
condicionamento a elevadas razes de slidos. Isso para evitar a presena
indesejvel de pirita e outros sulfetos, que tendem a flotar antes da remoo de
lama. Os coletores catinicos so usados para flotao de minerais de ganga
como as micas, que so prejudiciais quando concentrados de cianita so usados
em materiais refratrios. A cianita separada do quartzo por flotao utilizando-
se espumantes como coletor e carbonato de sdio e silicato de sdio como
reagentes de controle. Coletores do tipo sulfonato tambm podem ser
empregados para a flotao de cianita. Em alguns experimentos tm sido
testados silicato de sdio, cido ctrico, cido lctico, cido sulfrico e as suas
combinaes como depressores para quartzo, mica e outros minerais de ganga.
Porm, nenhum destes reagentes, sozinho ou em combinao, produziram
resultados satisfatrios. Foram tambm realizados experimentos para flotar
primeiro a mica e ento a cianita, deprimindo quartzo.
5. U SOS E FUNES
Aproximadamente 95% da produo de cianita no mundo so
consumidas por indstrias de refratrios, da qual 60% so para fundio e
processamento de metais ferrosos, 20% para metais no ferrosos e 15% para
fabricao de vidros e cermicas (MacDonald, 1992). Refratrios so materiais
resistentes ao calor acima de 1500oC que constituem os forros para fornalhas e
reatores de alta temperatura e que suportam o desgaste e a corroso fsica por
agentes qumicos (Jensen e Bateman, 1981). A cianita utilizada principalmente
como mineral refratrio devido a sua grande e irreversvel expanso trmica,
que ajuda a neutralizar a contrao normal existente na maioria dos outros
materiais refratrios, como as argilas (Potter, 2003).
396 Cianita Refratria
6. ESPECIFICAES
O concentrado de cianita para indstria de refratrios deve conter o
mnimo de impurezas, tais como Fe2O3, TiO2, CaO, MgO, Na2O e K2O (Bulut e
Yurtsever, 2004). Recentemente, a Diretoria Geral de Desenvolvimento
Tecnolgico (Directorate General of Technical Development-DGTD) dos
Estados Unidos da Amrica, por meio do Sub-Comit de Material Refratrio
Bruto, recomendou especificaes para a indstria de refratrios, onde
determina a qualidade do concentrado de cianita. Os parmetros determinados
Rochas e Minerais Industriais CETEM/2008, 2a Edio 397
* Cone Piromtrico Equivalente a medida de refratariedade dada de acordo com os testes feitos com o
material em um cone padro. A deformao e o amolecimento resultantes da elevao de temperatura so
comparados aos materiais padres.
398 Cianita Refratria
7. MERCADO E PRODUO
A produo mundial de cianita, incluindo silimanita e andaluzita, mostra
um constante aumento desde 1928 (Kelly e Potter, 2004). Em 1946, a ndia era o
maior produtor com 16 mil t, alcanando 119 mil t em 1970. Nos anos 1990,
sua produo declinou abruptamente para 5 a 10 mil t (Potter, 2000). A cianita
foi explorada no Knia entre 1946 e 1955, com o pice da produo em 1949
(24 mil t) (Potter, 2000). Entre 1925 e 1986, a cianita foi produzida nos Estados
Unidos nos estados da Califrnia, Gergia, Carolina do Norte e Sul. A partir de
2000, os EUA tornaram-se lderes na produo de cianita com 90 mil t (Potter,
2000). Em 2003, a produo mundial de cianita e minerais relacionados foi de
410 mil t, sendo os maiores produtores, os EUA, a frica do Sul e a Frana
(Potter 2004).
O Brasil possui reserva base (medida + indicada) de cianita e outros
minerais refratrios de 3,6 Mt, onde 63% esto inseridas no estado de Gois e o
restante em Minas Gerais (34%) e Paraba (3%) (DNPM/DIDEM, ano base 2004).
Dados de 2003 mostram reserva base pouca expressiva no estado da Bahia
(69 t) e Tocantins (41 t). As reservas declaradas do Estado de Gois esto todas
dentro do municpio de Santa Terezinha de Gois e Pilar de Gois, no contexto
do Arco Magmtico de Mara Rosa, com 2,2 Mt e 51 mil t, respectivamente.
O Brasil teve seu pice na produo de cianita em 1980 (18,2 mil t)
(Alecrim, 1982), e desde 1996 registrada uma variao na produo de
material refratrio bruto no pas. Em 2004 ocorreu aumento significativo, onde
Minas Gerais foi responsvel por 96% da produo estimada em 726 t (run of
mine) (DNPM/DIDEM 2005).
Quanto produo de materiais refratrios manufaturados, o que inclui
peas cermicas para construo, tijolos, peas cermicas refratrias, o Brasil
vem aumentando desde 2002. A Millenium Chemical do Brasil S.A., empresa
que atua na Paraba, a responsvel por este aumento. Desde 1999, ela declara
a produo de concentrado de cianita e em 2004 atingiu 2.147 t
(DNPM/DIDEM 2005).
No comrcio exterior, o Brasil tem baixa contribuio com relao
exportao de produtos refratrios. A Argentina o principal comprador de
material bruto (cianita, andaluzita e silimanita) do Brasil, enquanto o Mercado
Comum do Sul (MERCOSUL), Oceania e frica, de manufaturados.
A importao brasileira de bens primrios refratrios mostra uma tendncia
inversa de exportao, ou seja, a quantidade de produtos importados est
Rochas e Minerais Industriais CETEM/2008, 2a Edio 399
AGRADECIMENTOS
Os autores so particularmente gratos aos editores deste livro pela
iniciativa destes em preencher uma lacuna na literatura tcnica do Brasil sobre
um assunto de grande importncia para a economia nacional e que est
diretamente ligado ao bem-estar da sociedade e sustentabilidade do meio-
ambiente, ou seja o uso racional e a aplicao adequada dos minerais e rochas
industriais. Alm disso, acreditam que este livro ser um importante meio de
consulta para estudantes, professores e profissionais ligados ao setor produtivo
brasileiro.
400 Cianita Refratria
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
ALECRIM J. D. (1982). Recursos minerais da Estado de Minas Gerais. Belo
Horizonte, Metamig, 298 pp.
AKSEL C. (2003). The effect of mullite on the mechanical properties and thermal
shock behavior of alumina-mullite refractory materials. Ceramics
International 29:183-188.
Cromita
Joo Alves Sampaio 1
Mnica Calixto de Andrade2
Paulo Renato Perdigo Paiva3
1. INTRODUO
O qumico francs, Louis Valquelin, descobriu o elemento cromo em
1797, quando estudava o mineral crocota: PbCrO4. O nome do elemento vem
do grego, kchroma, que significa cor e foi isolado em 1854, por Busen. Somente
a partir do sculo XX, o metal foi utilizado de modo intenso nas indstrias
metalrgicas e de refratrios.
1
Eng o de Minas/UFPE, D.Sc. em Engenharia Metalrgica/COPPE -UFRJ, Tecnologista Snior do CETEM/MCT.
2
Eng a Qumica/UFRJ, D.Sc. em Engenharia Metalrgica/COPPE -UFRJ, Professora do IPRJ/UERJ.
3
Eng o Metalurgista/UFOP, M.Sc. em Engenharia Metalrgica/COPPE -UFRJ, Bolsista do CETEM/MCT.
404 Cromita
2. MINERALOGIA E GEOLOGIA
Mineralogia
Geologia
3. LAVRA E PROCESSAMENTO
Lavra
Processamento
4. U SOS E FUNES
Os concentrados de cromita podem ser agrupados nos tipos grau
metalrgico grau qumico e grau refratrio. A classificao baseia-se no teor de
Cr2O3 e na relao Cr/Fe. A Tabela 3 ilustra os detalhes dessa classificao
evidenciando a inter-relao entre os diversos usos dos produtos de cromita,
como fonte do metal cromo. essencial esclarecer a diferena entre o consumo
do metal cromo e do mineral cromita. O primeiro envolve, alm do consumo da
prpria cromita, as ligas do metal e substncias qumicas, enquanto o segundo
inclui apenas o concentrado de cromita.
Indstria Metalrgica
Indstria de Refratrios
Indstria Qumica
Figura 5 Produtos qumicos de cromo e seus usos finais. (Fonte: Papp, 1994).
418 Cromita
Indstria de Fundio
Na frica do Sul, h disponibilidade de cromita fina, com baixo custo, que est
associada produo de cromita grau qumico, refratrio e metalrgico.
5. ESPECIFICAES
As especificaes fsica e qumica dos produtos de cromita variam entre
os consumidores e produtores. H disponveis no comrcio quatro tipos de
concentrados de cromita baseados no uso dos produtos: metalrgicos, qumicos,
refratrios e de areias de fundio. Os trs primeiros so referenciados como
alto cromo, alto ferro e alto alumnio, respectivamente. A cromita compacta,
que contm quantidade no expressiva de material de ganga, preferida pelas
indstrias metalrgica e de refratrios. Todavia, o produto para a indstria de
fundio deve obedecer as exigncias de teores de, no mnimo, 45% de Cr2O3 e
distribuio granulomtrica padronizada. A granulometria interfere na
percolao de gases gerados durante a solidificao, que origina porosidade e
tambm na rugosidade superficial dos fundidos, pois a interface metal-refratrio
ser mais regular. Igualmente, o produto industrial, aps secagem, com
granulometria entre 0,85 e 0,18 mm, fornecido ao mercado, geralmente,
acondicionado em sacos de papel.
Cr 2O3 + Al2O3
Cr/Fe
Cr 2O3
Al2O3
MgO
TiO2
V2O5
SiO2
FeO
CaO
ORIGEM
Ni
Fe
S
Cromita para a Indstria Metalrgica
Brasil
Vila Nova =49 - 17/19 =3 11-13 - 5-7,5 - - 0,1 - - - =1,7
Cromita para a Indstria Qumica
Brasil
Vila Nova =49 - 17/19 =3 11-13 - 5-7,5 - - 0,1 - - - =1,7
frica do Sul
Elandstrift 46,3 25,4 - 1,2 15,4 - 9,8 0,55 0,36 0,33 0,08 0,005 0,000 -
Hernic 46 - 26,0 1,0 15,2 - 8,7 0,54 0,43 0,26 - 0,002 0,003 1,6
L.D.C.
Dilokong 46,9 26,1 - 0,9 14,6 - 9,8 0,6 - 0,2 - - - 1,6
RAND MINES
H. G. 46 26,5 - 1,0 15,5 - 9,8 0,5 0,4 0,3 - 0,003 0,002 1,5
Winterveld 45 24,7 - 2,5 15,8 - 11,4 0,4 0,3 0,2 - 0,005 0,002 1,6
Samancor
Tweetein 46,8 27,0 - 0,5 15,2 - 9,23 - - 0,2 - - - 1,5
Areia de Cromita para a Indstria de Fundio
frica do Sul
Elandstrifit 45,9 25,4 - 1,3 15,4 - 9,8 0,6 0,4 0,3 0,08 0,005 0,000 -
RAND MINES
H. G. 46,2 26,5 - 1,0 15,5 - 9,8 0,5 0,4 0,3 - 0,003 0,002 -
Millsell 46 25,2 - 1,0 14,7 - 10,2 0,6 0,4 0,2 - 0,003 0,002 -
Winterveld 1 46,6 25 - 0,8 15,2 - 11,2 0,5 0,3 0,2 - 0,003 0,002 -
Wnterveld 2 46,3 25 - 0,9 15,2 - 11,2 0,5 0,3 0,2 - 0,003 0,002 -
Samancor 47,1 25,8 - 0,7 14,8 - 10,8 0,7 - 0,05 - - - 1,6
Cromita para a Indstria de Refratrios
frica do Sul
ANGLO AMER
.
Marico 48.3 20,7 - 0,9 17,2 - 12,4 0,4 - 0,01 - - - 2,1
RAND MINES
Winterveld 1 46,6 24,9 - 0,7 15,4 - 11,5 0,5 0,3 0,25 - 0,003 0,002 -
Wnterveld 2 46,5 24,5 - 0,8 15,6 - 11,5 0,5 0,3 0,25 - 0,003 0,002 -
Winterveld 3 46,9 24,5 - 0,3 15,6 - 11,5 0,5 0,3 0,25 - 0,003 0,002 -
Samancor 47,1 25,8 - 0,6 14,8 - 10,8 0,7 - 0,05 - - - 1,6
Filipinas
BENGUET CORP.
Masinloc 1 31,6 - 11,3 5,9 - 58,8 - - - - - - - -
Masinloc 2 32,2 - 10,8 5,4 - 60,0 - - - - - - - -
Masinloc 3 33,9 - 10,8 3,3 - 62,2 - - - - - - - -
Masinloc 4 35,8 - 12,5 1,7 - 63,5 - - - - - - - -
L.D.C.- Lebowa Development Corporation H.G - Henry Gould
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem a colaborao dos profissionais: Ivan Napoleo
Bastos, D.Sc. (Prof. do IPRJ/UERJ, Nova Friburgo, RJ) e Bartolomeu F. da Fonseca
(Tcnico da FERBASA).
424 Cromita
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
HTTP://WWW.NUCLEOINOX.ORG.BR (2003). Consulta internet, Mercado, Ncleo
de Ao Inox. Acesso em fevereiro/2003.
GNEY, A.; NAL, G. e ELIK, M.S. (1999). A new flowsheet for processing
chromite fines by column flotation and the collector adsorption mechanism.
Minerals Engineering, vol. 12, no 9, p. 1041-1049.
KOTZIN, E. L. (1994). Foundry sands. In: Industrial Minerals and Rocks, 6th
Edition, D. D. Carr (Senior Editor), Society of Mining, Metallurgy, and
Exploration, Inc. Littleton, Colorado, p. 685- 691.
PAPP, J. F. (1994). Chromium. In: Industrial Minerals and Rocks, 6th Edition, D.
D. Carr (Senior Editor), Society of Mining, Metallurgy, and Exploration, Inc.
Littleton, Colorado, p. 209-228.
Diamante
Mario Jorge Costa1
Ado Benvindo da Luz2
1. INTRODUO
Os diamantes foram supostamente descobertos na ndia, vrios sculos
antes de Cristo conforme registros encontrados nos textos Snscritos Arthasastra
e Ratnapariska, citados por Legran, 1984 (Janse, 1996).
1
Gelogo/UFPE, M.Sc. Leicester University, Inglaterra, Consultor/MJC Consultoria de Geologia Ltda.
2
Eng o de Minas/UFPE, D.Sc. em Engenharia Mineral/USP, Pesquisador Titular do CETEM/MCT.
428 Diamante
2. MINERALOGIA E GEOLOGIA
Geologia dos Kimberlitos
Mineralogia
Prospeco e Pesquisa
3. LAVRA E BENEFICIAMENTO
Lavra
Beneficiamento
4. U SOS E FUNES
O diamante natural usado comercialmente: i) como gema, no mercado
de jias e ii) como diamante industrial.
Segundo ainda esse mesmo autor, a broca a diamante foi usada pela
primeira vez na frica do Sul. Com a descoberta do diamante neste pas, em
1867, criaram-se as condies para o suprimento de diamante e observou-se um
aumento da sua demanda para brocas de perfurao. Os diferentes usos do
diamante incluem (Olson, 2002):
Cortador de vidro; Serras diamantadas;
Abrasivos.
Rochas e Minerais Industriais CETEM/2008, 2a Edio 443
At hoje, o diamante o mais duro dos materiais. Sua dureza, seu ndice
de refrao e sua raridade natural fazem com que o diamante tenha um
interesse gemolgico mpar.
5. ESPECIFICAES
Antes do diamante bruto ser comercializado, imprescindvel estabelecer
o seu preo. Desta forma, a primeira etapa na sua avaliao classific-lo, por
catao manual, nos diferentes tipos: em gemas, quase gemas e industriais,
levando em considerao os denominados 4 C do ingls: color (cor), carat (peso
em quilate), clarity (limpidez) e cut (lapidabilidade) (Barbosa, 1991; Die Met,
1999).
(i) FL: sem defeito (flawless), livre de manchas internas visveis sob
magnificao de 10 vezes; pequenos detalhes externos, so
tolerados;
(ii) VVS: nfimas incluses (very, very slightly included), quando as
incluses ou manchas so muito difceis de localizar, sob
magnificao de 10 vezes;
(iii) VS: pequeninas incluses (very, slightly included), quando as
incluses e manchas externas so difceis de localizar, sob
magnificao de 10 vezes;
(iv) SI: pequenas incluses (slightly included), quando as incluses e
manchas externas so fceis de localizar, sob magnificao de 10
vezes;
(v) P: Piqu (imperfect), quando as incluses e manchas so muito fceis
de localizar, sob magnificao de 10 vezes.
Rochas e Minerais Industriais CETEM/2008, 2a Edio 447
AGRADECIMENTOS
Quero consignar meus agradecimentos ao CETEM, na pessoa do Sr.
Diretor, Dr. Ado Benvindo da Luz, pelo honroso convite para colaborar, ainda
que modestamente, na eleborao deste trabalho. (Mrio Jorge Costa).
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
ANNUAL REPORT (1998-1999). Die Met Minerals Ltd.
DAVIS, J. (2003). The diamond wars have begun. In: WIRED, September.
JANSE, (BRAM) A.J.A. (1995). A history of diamond sources. In: Africa: Part I,
Gems & Gemology, vol. 31, no 4, p. 228-255.
JANSE, (BRAM) A.J.A. (1996). A history of diamond sources. In: Africa: Part II,
Gems & Gemology, vol. 32, no 1, p .2-30.
www.gemesis.com.
www.apollodiamond.com.
CAPTULO 20
Diatomita
Silvia Cristina Alves Frana1
Ado Benvindo da Luz2
Paulo Francisco Inforati3
1. INTRODUO
A diatomita uma matria prima mineral de origem sedimentar e
biognica, constituda a partir do acmulo de carapaas de algas diatomceas
que foram se fossilizando, desde o perodo pr-cambriano, pelo depsito de
slica sobre a sua estrutura. A fixao desta slica, pelas algas diatomceas, est
relacionada com o ciclo geoqumico de decomposio das argilas, servindo
como parte do material de estrutura para estas algas (BREESE, 1994).
1
Eng a Qumica/UFS, D.Sc. em Engenharia Qumica/COPPE -UFRJ, Tecnologista do CETEM/MCT.
2
Eng o de Minas/UFPE, D.Sc. em Engenharia Mineral/USP, Pesquisador Titular do CETEM/MCT.
3
Eng o da CIEMIL.
452 Diatomita
2. MINERALOGIA E GEOLOGIA
Alm da slica amorfa, principal constituinte mineral da diatomita, outros
componentes podem estar presentes, tais como alumina, ferro, clcio, magnsio,
sdio, potssio, titnio e outros, em menor proporo. Minerais co-depositados,
denominados de secundrios, so encontrados, com freqncia, associados
diatomita: argilas, quartzo, gipsita, mica, calcita e feldspato. Com menor
freqncia, pode tambm ocorrer com a diatomita: pirita, enxofre e ndulos de
mangans (BREESE, 1994). Ainda segundo esse mesmo autor, quando grandes
quantidades de impurezas esto associadas diatomita, existe uma terminologia
para descrever esses materiais, por exemplo, se contm muita argila
denominada de terra diatomcea, se est associada a calcrio denominada de
marga diatomcea, etc.
3. LAVRA E PROCESSAMENTO
Normalmente, a lavra da diatomita feita a cu aberto. Onde a diatomita
ocorre em camadas espessas, a lavra feita em bancadas que variam de 1,5 a
15 m de altura. Os exemplo de lavra subterrnea so poucos e podem ser
encontrados na Europa, frica do Sul e sia; no caso da diatomita ocorrer em
lagos, a lavra feita por dragagem. Como a diatomita um sedimento fcil de
desagregar, no necessrio o uso de explosivo e o seu desmonte feito com o
auxlio de p escavadeira. A diatomita desmontada carregada em caminhes e
transportada para a rea de estocagem de diatomita crua, para posterior
processamento (BREESE, 1994).
Compostos (%)
SiO2 total 88,2
SiO2 amorfa 70,5
SiO2 quartzo 7,0
SiO2 caulinita 10,7
Al2O3 9,0
Fe 2O3 0,5
Perda ao fogo 2,2
4. U SOS/FUNES E ESPECIFICAES
A composio qumica fundamental e a estrutura porosa das carapaas
das algas diatomceas concedem diatomita um valor comercial e performance
no encontrados em outros materiais particulados, utilizados em filtragem ou
como carga industrial.
5. ESPECIFICAES
As especificaes do material variam de acordo com o uso industrial.
Sero citadas algumas propriedades de diatomitas para auxiliar de filtragem,
indstria alimentcia, de cosmticos, dentre outras.
AGRADECIMENTOS
Empresa CIEMIL Comrcio, Indstria e Exportao de Minrios Ltda,
pelas informaes fornecidas sobre especificaes de diatomita.
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
BREESE, R. O. Y (1994). Diatomite. In: Industrial Minerals and Rocks, Ed. SMME,
6a edition, Senior Editor: CARR, D. D., p. 397-412.
HARBEN, P. W. (1995). Silica and Quartz. In: Industrial Minerals Handbook, 2nd
edition, p.156-161, Industrial Minerals Division, Metal Bulletin, PLC, New
York.
Feldspato
Ado Benvindo da Luz1
Fernando A. Freitas Lins2
Jos Mario Coelho3
1. INTRODUO
Feldspato o termo empregado para denominar um grupo de minerais
constitudos de aluminossilicatos de potssio, sdio e clcio. Os tipos
comerciais de feldspatos de potssio devem conter, pelo menos, 10% K2O e os
de sdio 7% Na2O (Harben, 1994).
1
Eng o de Minas/UFPE, D.Sc. em Engenharia Mineral/USP, Pesquisador Titular do CETEM/MCT.
2
Eng o Metalrgico/PUC-Rio, D.Sc. em Engenharia Metalrgica/COPPE-UFRJ, Pesquisador Titular do
CETEM/MCT; atualmente, Diretor de Transformao e Tecnologia Mineral do MME/SGM.
3
Eng o de Minas/UFPE, D.Sc. em Economia Mineral/UNICAMP, Professor Adjunto do Departamento de
Geologia/UFRJ.
468 Feldspato
ndia Feldspato K
minrio bruto (100-700) 25-27
feldspato modo (<74) 70
Feldspato Na
Turquia
1,0 cm 22-23
feldspato modo (63) 75-80
tipo vidro (500) 70
2. MINERALOGIA E GEOLOGIA
O grupo dos feldspatos constitudo de aluminossilicatos de potssio,
sdio e clcio, e raramente brio. Os feldspatos tm propriedades fsicas muito
similares entre si, no entanto, devido sua composio qumica, se agrupam
em: feldspato de potssico (ortoclsio, microclnio, sanidina, adularia), feldspato
de brio (celsiana), e feldspato calco-sdico (SEGEMAR, 2000). O sdio pode
substituir o potssio e, na variedade sanidina, essa substituio pode chegar at
50% (DANA, 1970).
(i) Alaskitos;
(ii) Nefelino sienito;
(iii) Granitos;
(iv) Aplitos;
(v) Areia feldsptica;
(vi) Rochas intrusivas, tipo anortosito, parcialmente caulinizadas; e
(vii) Filitos.
Cinza 4,21 96,30 17,60 1,12 0,60 0,02 1,73 0,08 4,82
Creme 5,40 61,20 21,61 6,16 0,60 0,01 1,55 0,05 3,71
Rosado 5,22 62,62 17,99 6,83 1,00 - 1,17 0,11 4,82
Preto 5,15 66,60 17,70 1,85 0,60 0,03 1,96 0,011 5,11
Fonte: IPT/1981.
3. LAVRA E PROCESSAMENTO
Na regio Nordeste, Paraba e Rio Grande do Norte, e norte de Minas
Gerais encontram-se as principais provncias pegmatticas do Pas, no entanto,
de modo geral, os mtodos de explorao e lavra, at ento empregadas, so
ainda extremamente empricos, predatrios e sem nenhuma tcnica de
engenharia de minas.
Cermica
Vidro
Na fabricao do vidro, o feldspato usado como fonte de Al2O3, Na2O
e/ou K2O, e SiO2. Segundo MAIA (2003), no processo de fabricao do vidro, h
uma classificao para os xidos utilizados que diz respeito funo desses, no
processo de produo do vidro e no seu uso :
(i) vidro-formadores (formadores da rede);
(ii) estabilizadores;
(iii) fundentes ou fluxos e
(iv) acessrios.
5. ESPECIFICAES
Encontram-se, a seguir, as especificaes de feldspato para diferentes
aplicaes, tais como carga, indstria de vidro e cermica (Tabelas 10 a 16).
AGRADECIMENTOS
Agradecemos ao Instituto de Geocincias/UFRJ por haver permitido que o
Prof. Jos Mario Coelho participasse na elaborao desse texto, sobre feldspato.
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
BAYRAKTAR; AKIR, U. Quality feldspar production at ine Akmaden.
Industrial Mineral, no 416, May, 2002, p. 56-59.
KAUFFMAN, R. A., VAN DYK, D. Feldspars. In: Industrial Mineral and Rocks,
Donald D. Carr, Senior Editor, 6th Edition, SMME, Littleton, Colorado, 1994,
p. 473-481.
Fluorita
Joo Alves Sampaio 1
Carlos Adolpho Magalhes Baltar2
Mnica Calixto de Andrade3
1. INTRODUO
A fluorita a maior fonte comercial do elemento flor, descoberto por
(Scheele), em 1771, e isolado pela primeira vez em 1886, por H. Moissan
(Fulton e Montgomery, 1994). O nome fluorita deriva do latim fluere, que
significa fluxo.
A fluorita foi usada pelos antigos gregos e romanos para fins ornamentais,
como vasos, taas de bebidas e tampos de mesas. Vrios povos antigos,
incluindo os chineses e ndios americanos, produziam esculturas ornamentais e
figuras em grandes cristais de fluorita. A utilidade do mineral como fundente foi
mencionada por Agrcola, na Europa, apenas no sculo XVI.
1
Eng o de Minas/UFPE, D.Sc. em Engenharia Metalrgica/COPPE -UFRJ, Tecnologista Snior do CETEM/MCT.
2
Eng o de Minas/UFPE, D.Sc. em Engenharia Metalrgica e de Materiais/COPPE -UFRJ, Professor do
Departamento de Engenharia de Minas da UFPE.
3
Eng a Qumica/UFRJ, D.Sc. em Engenharia Metalrgica/COPPE -UFRJ, Professora do IPRJ/UERJ.
488 Fluorita
2. MINERALOGIA E GEOLOGIA
Mineralogia
Geologia
3. LAVRA E PROCESSAMENTO
Lavra
Processamento
4. U SOS E FUNES
A fluorita possui uma ampla variedade de utilizao industrial,
considerada vital para a segurana e economia de um pas (Miller, 2001).
5. ESPECIFICAES
A fluorita comercial produzida em trs graus cido, metalrgico e
cermico. A maior demanda do mercado de fluorita se verifica na indstria de
cido. As especificaes dos produtos de fluorita so escassamente definidas, ou
seja, praticamente inexistentes. Desse modo, os consumidores dos produtos de
fluorita estabelecem subjetivamente as especificaes.
500 Fluorita
onde:
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
BEVILACQUA, C. (1973). Perfil Analtico da Fluorita, DNPM.
BOURNE, H. L. (1994). Glass raw materials. In: Industrial Minerals and Rocks,
6th Edition, D. D. Carr (Senior Editor), Society of Mining, Metallurgy, and
Exploration, Inc. Littleton, Colorado, p. 543-550.
SKILLEN, A. (1993). Fluorspar, stable but minor market. In: Raw Materials for
glass & ceramics Industries. IM Glass & Ceramic Survey.
CAPTULO 23
Gipsita
Carlos Adolpho Magalhes Baltar1
Flavia de Freitas Bastos2
Ado Benvindo da Luz3
1. INTRODUO
O mineral gipsita um sulfato de clcio di-hidratado (CaSO4.2H 2O), que
ocorre em diversas regies do mundo e que apresenta um amplo e diversificado
campo de utilizaes. O grande interesse pela gipsita atribudo a uma
caracterstica peculiar que consiste na facilidade de desidratao e rehidratao.
A gipsita perde 3/4 da gua de cristalizao durante o processo de calcinao,
convertendo-se a um sulfato hemidratado de clcio (CaSO4.1/2H 2O) que,
quando misturado com gua, pode ser moldado e trabalhado antes de endurecer
e adquirir a consistncia mecnica da forma estvel rehidratada.
1
Eng o de Minas/UFPE, D.Sc. em Engenharia Metalrgica e de Materiais/COPPE -UFRJ, Professor do
Departamento de Engenharia de Minas/UFPE.
2
Eng a de Minas/UFPE, Indstria do Gesso-PE.
3
Eng o de Minas/UFPE, D.Sc. em Engenharia Mineral/USP, Pesquisador Titular do CETEM/MCT.
506 Gipsita
Apesar de ter crescido nos ltimos anos, o consumo per capita de gesso
no Brasil bastante baixo se comparado com o que ocorre em outros pases da
Amrica do Sul (Tabela 1), sendo esse um indicador importante do potencial de
crescimento de consumo no pas, nos prximos anos.
Rochas e Minerais Industriais CETEM/2008, 2a Edio 507
2. MINERALOGIA E GEOLOGIA
Mineralogia
Geologia
3. LAVRA E PROCESSAMENTO
Lavra
Processamento
CaSO4.2H 2O CaSO4.H2O
(gipsita) 125-180 oC (gesso)
512 Gipsita
(i) Entre 180 e 250 oC forma-se a anidrita III, tambm conhecida como
anidrita ativa, um produto solvel, instvel e vido por gua, que
pode absorver umidade atmosfrica e passar forma de hemidrato.
Essa propriedade torna a anidrita III um produto com caractersticas
apropriadas para uso como acelerador de tempo de presa (tempo de
pega);
(ii) Na faixa de temperatura entre 300 e 700 oC obtm-se a anidrita II,
um produto totalmente desidratado, insolvel, com natureza
mineralgica semelhante anidrita natural;
(iii) Entre as temperaturas de 700 e 900 oC forma-se um produto inerte,
sem aplicao industrial;
(iv) A partir dos 900 oC ocorre a dissociao do sulfato de clcio com
formao do CaO livre.
Por sua vez, utiliza-se a variedade mais pura de gipsita, a pedra Johnson,
para a produo do gesso (Baltar et al. 2006). A calcinao realizada em
equipamentos fechados a uma presso maior que a atmosfrica (autoclave).
514 Gipsita
4. U SOS E FUNES
Devido s suas caractersticas peculiares, a gipsita, nas formas natural e
calcinada, encontra aplicao em uma srie de atividades industriais.
(viii) Dental: Usados para confeco de moldes e modelos. Pode ser dos
tipos III e IV. Ambos obtidos a partir do gesso , aps a adio de
produtos qumicos. O gesso dental do tipo IV constitui-se no produto
mais nobre do gesso, apresentando elevada resistncia mecnica,
excelente trabalhabilidade, baixa consistncia e menor expanso;
(ix) Bandagens de alta resistncia: Produto obtido a partir do gesso alfa;
(x) Outros Usos: Indstria automobilstica, fabricao de fsforos,
fabricao de cerveja, indstria eletrnica etc.
5. ESPECIFICAES
Gesso para construo civil
Determinaes Limites
Tempo de Pega (min) incio > 60
fim > 80
Consistncia (mm) 30 36
Reteno de gua (%) > 90
Resistncia trao no arrancamento (MPa) > 0,3
Determinaes Limites
Passante em peneira de 10 malhas 95% (mn.)
Passante em peneira de 50 malhas 50% (mn.)
Teor de clcio 16% (mn.)
Teor de enxofre 13% (mn.)
Rochas e Minerais Industriais CETEM/2008, 2a Edio 523
Gessos especiais
Propriedade Limite
Pureza 100%
Expanso de presa < 0,3%
Resistncia compresso > 20,5 MN/m2
Tempo de pega 2 20 minutos (*)
Granulometria > 600 m, 0,25% (mx.)
(*) depende da utilizao.
O gesso dental deve ainda resistir ao teste da gua fervente, por 1 hora,
sem deixar gretas ou fissuras e no pode causar reaes txicas sobre os
usurios.
Propriedade Exigncia
Pureza 99% (mn.)
Propriedade Exigncia
Pureza 98,7% (mn.)
Alvura (ISO) > 91%
ndice de refrao 1,54
3
Peso especfico (g/cm ) 2,6
Abrasividade (mg) 10 a 14
Fe 2O3 (%) 0,06 (mx.)
SiO2 (%) 0,14 (mx.)
Granulometria (m) > 53 (1% max.)
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
BALTAR, C. A. M.; BASTOS, F. F. e LUZ, A. B. (2004). Diagnstico do plo
gesseiro de Pernambuco (Brasil) com nfase na produo de gipsita para
fabricao de cimento. In: IV Jornadas Iberoamericanas de Materiales de
Construccin, Anais. Tegucigalpa, Honduras.
Grafita
Joo Alves Sampaio 1
Paulo Fernando Almeida Braga2
Achilles Junqueira Bourdot Dutra3
1. INTRODUO
O primeiro uso do mineral grafita est perdido na mstica do tempo.
O homem primitivo usava grafita para desenhar nas paredes das cavernas e os
egpcios para decorar objetos cermicos. J no ano 1400, encontram-se notcias
da manufatura de cadinho de grafita no distrito de Haffnerzell, na Bavria. Na
Idade Mdia, a grafita foi confundida com outros minerais, especialmente,
galena e molibdenita. Somente em 1779, Scheele determinou a composio do
mineral, demonstrando que o mesmo poderia se oxidar e produzir dixido de
carbono. Em 1789, T. Werner designou-o como grafita a esse mineral, derivado
do grego graphein, que significa escrever. Durante o sculo XVIII, ainda se
acreditava que a grafita fosse um composto constitudo de ferro e carbono,
quando, ento, J. Berzelius demonstrou que o mineral usado para escrever era
formado de carbono puro. O termo plumbago, do latim plumbum, que significa
chumbo, de onde, supostamente, a grafita teria origem, foi mais uma
identificao incorreta do mineral (Taylor Jr., 1994).
1
Eng o de Minas/UFPE, D.Sc. em Engenharia Metalrgica e de Materiais/COPPE -UFRJ, Tecnologista Snior do
CETEM/MCT.
2
Eng o Qumico/UFRRJ, M.Sc. em Engenharia Mineral/EPUSP, Pesquisador do CETEM/MCT.
3
Eng o Metalrgico/PUC-Rio, D.Sc. em Engenharia Metalrgica/COPPE -UFRJ, Professor da COPPE/UFRJ.
528 Grafita
2. MINERALOGIA E GEOLOGIA
Mineralogia
Geologia
Grafita amorfa - O termo amorfo uma designao incorreta, vez que se trata
de um material com uma estrutura verdadeiramente microcristalina. A grafita
amorfa possui, caracteristicamente, uma aparncia preta terrosa e macia ao tato.
Certos depsitos desta forma do mineral foram formados por metamorfismo de
contato, enquanto outros so, provavelmente, resultados da dinmica (regional)
do metamorfismo. A grafita amorfa pode ser encontrada com teor de carbono
que varia entre 75 e 90%, e seu tamanho pode variar desde 75 mm at 5 m.
Os depsitos viveis economicamente exigem um teor mnimo de carbono da
ordem de 8%. A natureza e a quantidade das impurezas dependem da rocha
que deu origem ao jazimento. O teor de carbono contido em tais depsitos
amorfos tem relao com a quantidade de sedimentos destes depsitos.
532 Grafita
3. LAVRA E PROCESSAMENTO
Lavra
Processamento
4. U SOS E FUNES
A grafita tornou-se um produto essencial no desempenho dos
equipamentos esportivos, na nova gerao de bens eltricos e eletrnicos.
Assim, a sua demanda acentuada pelos mercados mais tradicionais, entre
outros, refratrios, materiais de engenharia, lubrificantes e lpis, incentivaram os
investimentos em alta tecnologia. Como resultado, no caso dos refratrios,
laminados e peas automotivas, o mercado cresceu significativamente. Esses
fatos justificam os investimentos na busca de novas aplicaes para os produtos
de grafita, cada vez mais com melhor qualidade. No Quadro 1, esto ilustradas
as diversas formas e principais aplicaes da grafita (Crossley, 2000).
Rochas e Minerais Industriais CETEM/2008, 2a Edio 537
Grafita Expandida
Grafita Sinttica
Clulas a Combustvel
Baterias
5. ESPECIFICAES
A grafita exibe propriedades metlicas e no-metlicas que proporcionam
ao mineral especificao peculiares e, como resultado, uma gama de aplicaes
industriais. As propriedades metlicas incluem, entre outras, as condutividades
trmica e eltrica elevadas. Dentre as no-metlicas destacam-se: inrcia
qumica e resistncia trmica elevada, lubrificante. A combinao entre essas e
outras propriedades conferem grafita variao muito intensa nas suas
aplicaes.
6. P RINCIPAIS PRODUTORES
Produtores Internacionais
A ndia, segunda maior produtora de grafita, tem quase toda sua produo
destinada ao mercado interno. As empresas de pequeno porte so responsveis
por toda essa produo (Roskill, 2002).
Produtores Nacionais
O Brasil o terceiro maior produtor de grafita do mundo, atrs apenas de
China e ndia. A produo brasileira, em 2005, foi de 75.500 t (Sumrio Mineral
DNPM). A maioria da produo est concentrada em um nico produtor, a
Nacional de Grafite Ltda, com operaes em Minas Gerais (Pedra Azul, Salto da
Divisa e Itapecerica). Outras empresas operam em pequena escala, algumas das
quais ainda usam tcnicas simples de processamento mineral (Duarte, 2006).
546 Grafita
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
ACHARYA, B. C.; RAO; D. S.; PRAKASH; P. S.; REDDY, R. e BISWAL, S. K.
(1996). Technical note processing of low grade graphite ores of Orissa, India.
Minerals Engineering, vol. 9, no 11, November, p. 1165-1169.
TAYLOR JR., H. A. (1994). Graphite. In: Industrial minerals and rocks, 6th
Edition, D. D. Carr (Senior Editor), Society of Mining, Metallurgy, and
Exploration, Inc. Littleton, Colorado, 1196p., p. 561-570.
TAYLOR JR, H. A. (2006). Graphite. In: Industrial Mineral and Rocks, 7th Edition,
Kogel, J. E., Trivedi, N. C., Barker, J. M. and Krukowsk, S. T. (Seniors Editors),
Society of Mining, Metallurgy, and Exploration, Inc. Littleton, Colorado,
p. 507-518.
Halita
Paulo Roberto Cabral de Melo 1
Renato Senna de Carvalho2
Dorival de Carvalho Pinto 3
1. INTRODUO
O mineral halita, cloreto de sdio (NaCl), tem seu nome mineralgico
originrio da palavra latina sal, que deriva do grego antigo alas ou alati no
idioma atual. O termo halita, em geral, refere-se s suas ocorrncias naturais,
tais como sal de rocha, sal gema ou sal fssil.
1
Eng o de Minas/UFPE, Especialista em Engenharia de Segurana/PUC-MG, Diretor da Consalt Consultoria
Mineral Ltda.
2
Gelogo/UFBA, Scio Gerente da Geopex Consultoria Ltda.
3
Eng o de Minas/IFPE, Ph.D. em Economia Mineral/Colorado School of Mines, Professor do
Departamento de Engenharia de Minas da UFPE.
552 Halita
Mineral Halita
terra; e se o sal for inspido, o que h de se salgar? Para nada mais presta, seno
para se lanar fora, e ser pisado pelos homens" (Mateus 5:13).
2. MINERALOGIA E GEOLOGIA
Mineralogia
Propriedades Halita
Brilho Vtreo, normalmente incolor para branco, mas, quando impura
pode exibir tonalidades amarelo, vermelho, azul e prpura.
Cor Incolor a ligeiramente colorida (branca a amarela, azul a roxa).
Transparncia Transparente a translcido
Sistema Cristalino Isomtrico, hexaoctadrica, 4/m 32/m
Hbito Usualmente cbico, raramente octadrica, alguns cristais
possuem configurao afunilada, macio, granular a
compacto.
Fratura Conchoidal, brilhante
Clivagem (001) perfeita
Germinao Observada em (111)
Dureza (escala de Mohs) 2,0 a 2,5 Ponto de 1.413C
ebulio
Densidade (g/cm 3) 2,168
ndice de refrao 1,554 Solubilidade 35,7 partes por 100 partes de
a: (0C) gua
Ponto de fuso 840C (100oC) 39,8 partes por 100 partes de
gua
Rochas e Minerais Industriais CETEM/2008, 2a Edio 555
(1970), Kirkland & Evans (1981), Demaison & Moore (1980) e outros. Tais
estudos constataram um acentuado aumento na produtividade de
phytoplankton, em ambientes hipersalinos, em conseqncia de:
3. LAVRA E PROCESSAMENTO
Lavra
A B
A B
Figura 10 Em A, corte transversal de uma mina de sal, em B, remoo de
sal da frente de lavra (Mina Klodawa Polnia).
Minerao a Cu Aberto
Para que se tenha eficincia neste processo natural, necessita-se que haja
ventos, forte incidncia de luz solar, alta evaporao, baixa precipitao
pluviomtrica e terrenos planos. Na regio onde esto concentradas as maiores
salinas do pas, no Estado do Rio Grande do Norte, a relao
evaporao/precipitao pluviomtrica de 5/1, j na Austrlia chega a
alcanar 15/1. Pode-se considerar como vivel esta atividade, quando a relao
atinge 3/1. As salinas, preferencialmente esto localizadas prximas ao mar,
pois tero uma fonte de alimentao e descarte das guas amargas, com custo
reduzido alm de menor impacto ambiental.
Controles do Processo
Colheita e Lavagem
4. P RODUO
Produo Domstica e Mundial de Sal
5. U SOS E FUNES
O sal um componente essencial em nossas vidas dirias, com mais de
14.000 usos conhecidos. Muitos destes usos derivam das propriedades qumicas
do sdio e do cloro e dos seus papis essenciais na nutrio humana e animal,
como tambm muitos outros usos comuns, porm, igualmente importantes.
Indstria Qumica
(i) clorato de sdio, pela eletrlise de uma salmoura acidificada que usa
cido clordrico ajustada a um pH de 6,5;
(ii) sdio metlico, pela eletrlise de uma mistura salina que contm
33,2% de cloreto de sdio e 66,8% de cloreto de clcio que so
adicionados para reduzir a temperatura de fuso do sal.
Indstria Alimentcia
H ainda diversos outros usos para o sal nas indstrias em geral. Entre
esses, podemos destacar em ordem decrescente de importncia:
Agricultura
Tratamento de gua
Outros Usos
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
BOUGHTON, L. D. - Solution Mining Well - completion Services and
Techniques - SME Mining Engineer Handbook, vol. II, - New York, 1973.
Ltio
Paulo Fernando Almeida Braga1
Joo Alves Sampaio 2
1. INTRODUO
O ltio foi descoberto em 1817 por Arfwedson, ao estudar o mineral
petalita, no conseguindo, no entanto isolar o metal, o que s viria a ser
conseguido por Bunsen e Matthiessen em 1855, usando a tcnica de eletrlise
do cloreto de ltio fundido. O Ltio deriva da palavra grega pedra (lithos), pois,
naquele tempo, acreditava-se que o ltio s ocorria nas pedras.
1
Eng o Qumico/UFRRJ, M.Sc. em Engenharia Mineral/USP, Pesquisador do CETEM/MCT.
2
Eng o de Minas/UFPE, D.Sc. em Engenharia Metalrgica/COPPE -UFRJ, Tecnologista Snior do CETEM/MCT.
586 Ltio
2. MINERALOGIA E GEOLOGIA
O ltio um metal branco-prateado, pouco mais duro que o sdio, porm
mais macio que o chumbo. o mais leve de todos os metais, com peso
especfico de 0,534 g/cm3, ou seja, a metade da gua. Como os outros metais
alcalinos de seu grupo (sdio, potssio, rubdio e csio), o ltio quimicamente
muito ativo e nunca ocorre como um elemento puro na natureza. encontrado
na forma de um mineral ou como um sal estvel (Kunasz, 2006).
Minerais de Ltio
Salmouras de Ltio
3. LAVRA E BENEFICIAMENTO
Lavra
Salmoura
Calcrio Precipitao de B,
NaCl, KCL, MgCl
Purificao de Mg e Ca
Filtrao do Mg e Ca
Mg(OH)2 ,
Na 2CO3
Ca(OH)2
Precipitao do carbonato de ltio
Soluo
NaCl
Lavagem, secagem e armazenamento
Li2 CO3
Beneficiamento
Britagem
Moagem
+ 810 m
Classificao Lamas
Espodumnio
grau vidro -250 + 20 m
4,8% Li2O
Flotao do Rejeito da
espodumnio flotao
Concentrado
Separao
gravtico gravtica
Separao Rejeito
magntica magntico
Filtrao e
secagem
Espodumnio concentrado
7,5% Li2O
Concentrado de Espodumnio
CaCO3
Purificao da Soluo e
Remoo Al e Fe
Al(OH)3 ,
Na 2CO3
Fe(OH)3
Carbonatao com Na 2CO3
Na2SO 4
Carbonato de Ltio
Concentrado de
Espodum nio Calcrio
Moagem e Lixiviao
Purificao da Soluo
Remoo Al e Fe
Hidrxido de Ltio
6. OFERTA E DEMANDA
A demanda por ltio experimentou forte crescimento ao longo da ltima
dcada. O consumo mundial cresceu a taxas entre 4% e 5% ao ano, em parte
desse perodo, passando de 70 mil toneladas equivalentes de carbonato de ltio,
em 2002, para o recorde de 80 mil toneladas equivalentes em 2005.
7. U SOS E FUNES
O hidrxido e o carbonato de ltio so as principais formas em que o ltio
usado industrialmente. So considerados como derivados mtuos, pela
carbonatao e descarbonatao, respectivamente.
vidros
outros
9% fritas
21%
12%
polmeros
4%
farmacuticos
5%
graxas
alumnio
ar lubrificantes
6% baterias
condicionado 16%
8% 19%
Graxas de Lubrificantes
Esta a maior aplicao industrial do hidrxido de ltio que utilizado na
fabricao do estearato de ltio. As graxas de ltio possuem elevada resistncia
umidade e alta temperatura, inclusive propriedades de viscosidades adequadas
sua utilizao em temperaturas de at 200C. Finalmente, esse produto de ltio
intensamente utilizado na lubrificao de rolamentos de automveis,
aeronaves e maquinaria pesada.
Eletrlise do Alumnio
Na produo de alumnio primrio, a adio do carbonato de ltio (1-3%)
no banho de criolita (Na3AlF6) tem por finalidade a reduo da temperatura do
banho, gerando uma reduo no consumo de energia por meio de uma
condutividade eltrica mais alta com uma menor viscosidade no interior da
clula eletroltica. Em termos de benefcios ambientais, as emisses de flor
podem ser reduzidas em at 30% com a adio do carbonato de ltio
(Chemetall, 2008).
Baterias e Acumuladores
O ltio metlico utilizado na fabricao dos anodos das baterias de ltio
primrias com alta densidade de energia. Diversos sais de ltio (cloreto,
brometo, iodeto, perclorato e nitrito) so usados como eletrlitos em baterias de
ltio primrias e secundrias.
Indstria Farmacutica
Uma gama extensiva de produtos de ltio usada como insumo em
snteses farmacuticas, defensivos agrcolas, aromatizantes e outros
intermedirios orgnicos. O ltio metlico dissolvido em amnia lquida um
agente redutor na reduo parcial de aromticos durante a preparao de
esterides e vitaminas. O carbonato de ltio um ingrediente ativo usado na
indstria farmacutica, para o tratamento de manacos depressivos (distrbios
bipolares).
Rochas e Minerais Industriais CETEM/2008, 2a Edio 601
Borracha e Plsticos
Uma das aplicaes industriais mais importantes a utilizao do butiltio
como iniciador da reao de polimerizao de compostos aninicos, na
produo de vrios tipos de borrachas sintticas e plsticos. Outra aplicao
na produo de copolmeros de estireno-butadieno-estireno (SBS), usados na
fabricao de solas de calados.
8. ESPECIFICAES
Encontram-se, na Tabela 5, as especificaes dos concentrados de
minrios de ltio para diferentes aplicaes, como carga, indstria de vidros e
cermica. Na Tabela 6, so registrados dados relativos composio qumica
do carbonato e do hidrxido de ltio produzidos pela SQM S.A.
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
ALMEIDA, A. L. (1973). Ltio Processos de obteno, aplicaes e perspectivas
de produo no Brasil. So Paulo: Centro Tcnico Aeroespacial. 40 p.
China News (2005). China`s largest lithium production base to open: China
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KUNASZ, I. (2006). Lithium Resources. In: Industrial Mineral and Rocks, 7th
Edition, Kogel, J. E., Trivedi, N. C., Barker, J. M. and Krukowsk, S. T. (Seniors
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ROSKILL (1990). The Economics of Lithium. 6th ed. London: Roskill information
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ROSKILL (2006 ou 2002). The Economics of Lithium. 10th ed. London: Roskill
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SALLER, M. (2000). Lithium takes charge Supply & demand reviewed Industrial
Minerals, Mar, p. 37-47.
Magnesita
Lus Rodrigues Arma Garcia1
Paulo Roberto Gomes Brando2
Rosa Malena Fernandes Lima3
1. INTRODUO
A magnesita um mineral industrial que apresenta uma srie de
aplicaes em diversos segmentos da indstria. O Brasil, mesmo no sendo um
dos maiores pases em reservas e produo, mostra uma posio importante em
relao a ambas. A produo brasileira provm quase exclusivamente de
Brumado, no sul da Bahia. A principal aplicao da magnesita no Brasil est na
produo de refratrios, sendo a magnsia custica o segundo uso industrial.
1
Eng o de Minas/UFPE, Especialista em Engenharia Econmica/UNICAMP, CPRM - Servio Geolgico do Brasil.
2
Gelogo/UFPE, Especialista em Geologia Econmica/UFOP, CPRM - Servio Geolgico do Brasil.
3
Eng a de Minas/UFOP, D.Sc. em Tecnologia Mineral/UFMG, Professora Adjunta do Departamento de
Engenharia de Minas, Escola de Minas/UFOP.
606 Magnesita
60% da produo mundial deste insumo mineral no ano de 2001. O Brasil tem
a totalidade de suas grandes reservas conhecidas de magnesita concentradas no
nordeste do pas, mais especificamente nos estados da Bahia e Cear.
No municpio de Brumado-BA, na Serra das guas, esto as maiores reservas e
as mais produtivas minas conhecidas deste bem em nosso pas, que respondeu
por cerca de 3% da produo mundial em 2001. A produo mundial de
magnsio, excluindo os Estados Unidos, em 2005 foi de 610.000 toneladas
curtas, assim distribudas: China (73,8%), Canad (8,2%), Rssia (8,2%), Israel
(4,6%), Kasaquisto (3,3%), Brasil (1%) e Srvia e Montenegro (0,3%).
2. MINERALOGIA E GEOLOGIA
Mineralogia
Geologia
com Duncan e McCracken (1994), tem sido sugerido que atividade gnea seja a
fonte original de solues portadoras de CO2. Bodenlos (1954) sugere, para a
etapa principal de mineralizao dos depsitos da Serra das guas, temperaturas
de formao na faixa de 200 a 300C, ou mais altas. J Schroeder (1948),
mencionado por Duncan e McCracken (1994), sugere para os depsitos de
magnesita de Stevens County, Washington, USA, temperaturas de formao da
ordem de 300 a 500C.
Outros tipos de depsito de magnesita - Alm dos tipos apontados, Pohl e Siegl
(1986) ressaltam, tambm, a ocorrncia de magnesita em ambientes
sedimentares recentes. Tal o caso da formao de magnesita em evaporitos
marinhos, em sabkhas e em lagos salgados continentais e costais (playas), em
regies ridas e semi-ridas. Embora importantes do ponto de vista do
entendimento da formao da magnesita, essas ocorrncias so de quantidade e
qualidade sub-econmicas. Embora a magnesita ocorra em uma ampla
variedade de ambientes geolgicos, conforme explanado anteriormente,
somente dois tipos principais de depsitos so explotados atualmente. Esses
incluem as magnesitas criptocristalinas associadas com rochas magmticas
ultramficas, as quais so usualmente as fontes de magnsio, bem como as
hospedeiras dos depsitos (o Tipo Kraubath) e as magnesitas macrocristalinas
formando lentes localizadas ou stocks dentro de carbonatos de plataformas
marinhas antigas (o Tipo Veitsch).
Produtores e Reservas
Cear
Iguatu 54.872.777 - 58.501.990 - 857.948 -
Jucs 5.174.905 - - - - -
Ors 13.556.215 - - - - -
Fonte: Adaptada de Anurio Mineral Brasileiro 2001 e 2005 DNPM; * = Dados de Oliveira
(1997)
Histrico
Localizao
As minas
As demais minas, como Boa Vista, Covil das Onas, Bate-P, Cabeceiras,
Cordeiro, etc., apresentam minrio pobre, utilizado em mistura, em propores
variveis com um dos tipos de minrio das minas acima mencionadas.
Na mina de Pedra Preta, faz-se uma seleo manual que tem por objetivo
eliminar o minrio contaminado com ferro e talco. Para o minrio de Jatob e
Pomba, a eliminao do talco feita atravs de uma usina de concentrao que
utiliza flotao como meio de purificao.
622 Magnesita
3. LAVRA E PROCESSAMENTO
Como relatam Oliveira, Fragomeni e Bandeira (1997), a extrao do
minrio feita atravs do mtodo clssico de lavra a cu aberto, em bancadas
mltiplas com plataformas de trabalho dimensionadas em funo da produo e
da convenincia dos equipamentos. A minerao se desenvolveu segundo um
planejamento global, envolvendo todo o conjunto mineiro Pedra Preta-Jatob-
Pomba, objetivando a integrao das trs cavas hoje existentes, cujo resultado
final ser uma nica grande cava, com cerca de 2.500 m de extenso. A cava
final ter 256 m de altura por cerca de 600 m de largura.
Indstrias
qumica,
metalrgica,
Magnsia cosmticos e
custica farmacutica,
Magnesita 87-92 2,0-2,5 1,0-4,0 - cermica,
papel,
(na base
agropecuria,
calcinada)
etc.
MgO 85,0%
Snter Indstria de
magnesiano refratrios:
>92,0 2,0 0,6 3,5-5,0 refratrios
Fe 2O3 4,5% bsicos,
Snter M-10
moldados e
93-95 1,0 1,0 2,0 no moldados
OBSERVAES FINAIS
Como se mostrou neste artigo, a magnesita um mineral industrial tpico,
com aplicaes prticas bastante diversas. As reservas brasileiras so
considerveis e um aumento significativo da produo esperado, caso as
condies econmicas sejam favorveis.
Rochas e Minerais Industriais CETEM/2008, 2a Edio 629
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem Magnesita S.A. pelo fornecimento de
informaes, importantes para este trabalho, a partir de relatrios internos e
publicaes de seus funcionrios.
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
ANURIO MINERAL BRASILEIRO (2001). Braslia: Departamento Nacional da
Produo Mineral, Internet: http://www.dnpm.gov.br/amb2001.html.
KOSTOV, I. (1968). Mineralogy. 1st. English ed., Edinburgh: Oliver and Boyd,
587p.
SIEDEL, P. (1914). Beitrge zur Kenntnis einiger Mineralien aus Villa do Bom
Jesus dos Meiras, Brasilien: Neues Jahrb., Beilage-Band 38, p. 759-804.
Mangans
Joo Alves Sampaio 1
Mnica Calixto de Andrade2
Achilles Junqueira Bourdot Dutra 3
Marcio Torres Moreira Penna4
1. INTRODUO
O mangans encontra-se na natureza combinada com outros elementos,
formando minerais, na sua maioria, xidos. Embora esteja amplamente disperso
nas rochas, no h conhecimento de sua ocorrncia na forma metlica. So
conhecidos mais de cem minerais de mangans; entretanto, pouco mais de uma
dezena, constituem minerais de minrio. De um modo geral, eles ocorrem na
natureza nas formas de xidos, hidrxidos, silicatos e carbonatos (Harold e
Taylor, 1994).
1
Eng o de Minas/UFPE, D.Sc. em Engenharia. Metalrgica/COPPE -UFRJ, Tecnologista Snior do CETEM/MCT.
2
Eng a Qumica/UFRJ, D.Sc. em Engenharia Metalrgica/COPPE -UFRJ, Professora do IPRJ/UERJ.
3
Eng o Metalrgico/PUC-Rio, D.Sc. em Engenharia Metalrgica/COPPE -UFRJ, Professor da COPPE/UFRJ.
4
Eng o de Minas/UFMG, Engenheiro do CDM/CVRD.
634 Mangans
2. MINERALOGIA E GEOLOGIA
Mineralogia
Geologia
3. LAVRA E PROCESSAMENTO
Lavra
Processamento
Grau Bateria
Uma anlise tpica de uma bateria fabricada com EMD revelou MnO
(92%), Mn (60%), H2O (1,52); com vrios contaminantes, tais como ferro,
cobalto e cromo.
Grau Qumico
(Lump Metal.)
Composto ou
(Metalrgico)
frica do Sul
(Carbonato)
(Qumico)
(Qumico)
(Qumico)
(Silicosos)
Marrocos
(Baterias)
elemento
Austrlia
Austrlia
Austrlia
Gabo
Brasil
Gana
Mn 51 54,85 55,42 48 30,8 49 43 52
MnO2 76,5 83,64 85,85 12,13 N - - -
MnO - 3,04 1,51 - 39,77 - - -
Fe 3,2 - 0,53 - 1,04 3,3 7 3
FeO - - - 1,34 - - - -
Fe2O3 - 2,64 0,76 - - - - -
SiO2 2,6 1,06 4,28 4,6 12,68 6 13 3,5
Al2O3 5,7 4,67 0,86 - 2,15 4 7 3,5
CaO 0,23 Traos - 2,3 4,75 - - -
MgO 0,32 0,05 - 0,4 3,5 - - -
BaO - 0,37 2,37 - Traos 0,7 0,7 1,5
TiO2 - Traos - - 0,1 - - -
S - - 0,012 0,03 - - - -
SO3 - 0,025 - - 0,15 - - -
P 2 O5 - 0,19 - - 0,15 - - -
P 0,15 0,08 0,039 0,05 0,06 0,09 0,075 0,08
As2O3 - Ausente - - - 0,025 - -
Cu - 0,03 0,21 - Traos - - -
Pb - Ausente 0,98 - Traos - - -
Zn - 0,01 - - - - - -
K2O 2,05 0,56 - - 0,17 1,7 1,4 0,8
Na2O 0,07 0,05 - - 0,05 - - -
CO2 - 0,41 - 2,5 33,68 - - -
H2O + Mo - 2 - - - - - -
H2O Combinada - - - 0,75 - - - -
H2O Cristalizada - - - - - - - 3
Insolveis - 0,12 - - - - - -
LOI 15,5 - - - - - - -
648 Mangans
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
COSTA, M. R. M. (2004). Mangans. Sumrio Mineral, DNPM.
Mica
Carlos Adolpho Magalhes Baltar1
Joo Alves Sampaio 2
Patrcia Maria Tenrio Cavalcante3
1. INTRODUO
Mica, do latim micare (brilho), um termo genrico aplicado ao grupo
dos minerais constitudo por silicatos hidratados de alumno, potssio, sdio,
ferro, magnsio e, por vezes, ltio, cristalizado no sistema monoclnico, com
diferentes composies qumicas e propriedades fsicas. Dentre outras, podem
ser citadas: clivagem fcil, que permite a separao em lminas muito finas;
flexibilidade; baixa condutividade trmica e eltrica; resistncia a mudanas
abruptas de temperaturas. Tais caractersticas conferem a esse mineral mltiplas
aplicaes industriais.
1
Eng o de Minas/UFPE, D.Sc. em Engenharia Metalrgica e de Materiais/COPPE -UFRJ, Professor do
Departamento de Engenharia de Minas da UFPE.
2
Eng o de Minas/UFPE, D.Sc. em Engenharia Metalrgica/COPPE -UFRJ, Tecnologista Snior do CETEM/MCT.
3
Eng a . Mecnica/USU, D.Sc. em Engenharia Metalrgica/COPPE -UFRJ.
650 Mica
2. MINERALOGIA E GEOLOGIA
Mineralogia
Propriedades Propriedades
9
Mdulo de Elasticidade (Pa.10 ) 172 Densidade Relativa 2,77-2,88
Resistncia Compresso 221 Dureza Mohs 2,8-3,2
(Pa.106)
Resistncia Trao (Pa.106) 225-297 Resistividade 2x1013-1x1017
(ohms/cm3)
Temperatura de Decomposio* 850-940 Constante Dieltrica 6,5-9,0
( oC)
* Dados experimentais dos autores.
Rochas Minerais Industriais CETEM/2008, 2a Edio 653
Geologia
3. LAVRA E PROCESSAMENTO
Lavra
O mtodo de lavra utilizado para a produo de moscovita depende,
naturalmente, das condies da ocorrncia e do tipo de minrio. No caso da
mica lixo, utiliza-se a lavra a cu aberto, com emprego de mtodos
convencionais. Nesses casos, a remoo do minrio feita com uso de
equipamentos convencionais, como trator, retroescavadeira e p mecnica.
O baixo valor agregado da mica, em vrias situaes, um fator limitante ao
uso da lavra subterrnea (Luz et al., 2001). Em situaes onde a moscovita
ocorre em rochas mais duras, o desmonte feito com perfurao e explosivo.
Processamento
Por sua vez, a moscovita lixo, que geralmente ocorre associada a silicatos,
como quartzo, feldspato e caulim, exige tcnicas de concentrao mais
sofisticadas. O processo convencional consiste, segundo Tanner (1987),
basicamente, em:
(i) moagem em moinho de barras;
(ii) classificao granulomtrica, com uso opcional de classificadores
de arraste (rake), classificador hidrulico ou hidrociclones;
(iii) espirais de concentradoras e/ou flotao.
656 Mica
A B
4. U SOS E FUNES
Moscovita folha
Outros usos - a mica folha de alta qualidade usada em non lasers de hlio,
filtros pticos especiais, pirmetros e reguladores trmicos etc.
5. ESPECIFICAES
Para cada tipo de aplicao da moscovita, existe uma distribuio
especfica para os tamanhos de partculas dos produtos de mica. A Tabela 2
ilustra as faixas granulomtricas das micas e os correspondentes mtodos de
moagem, alm da composio qumica genrica para dois minerais de mica.
No caso particular da micronizao, a granulometria do produto final encontra-
se abaixo de 44 m (Harben, 1989).
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
ANDRY S. (1992) - Mica, grounds for optimism. Industrial Minerals, November,
p. 26-36.
TANNER Jr., J. T. (1994). Mica. In: Industrial Minerals and Rocks, 6 Edio, Ed.
Donald D. Carr, 1987.
CAPTULO 30
Nefelina Sienito
Joo Alves Sampaio 1
Silvia Cristina Alves Frana2
Paulo Fernando Almeida Braga3
1. INTRODUO
A nefelina (Na,K)(AlSiO4) um mineral aluminossilicato de sdio, do
sistema hexagonal, pertencente ao grupo dos feldspatides, que se forma nas
rochas magmticas subsaturadas em slica. O magma, com slica insuficiente
para combinar com o sdio e formar feldspato favorece a formao da nefelina,
cujo nome deriva do grego nephele, que significa nuvem, dado que, quando
imerso em cido, o mineral torna-se turvo.
1
Eng o de Minas/UFPE, D.Sc. em Engenharia Metalrgica/COPPE -UFRJ, Tecnologista Snior do CETEM/MCT.
2
Eng a Qumica/UFS, D.Sc. em Engenharia Qumica/COPPE-UFRJ, Tecnologista do CETEM/MCT.
3
Eng o Qumico/UFRRJ, M.Sc. em Engenharia Mineral/USP, Pesquisador do CETEM/MCT.
664 Nefelina Sienito
2. MINERALOGIA E GEOLOGIA
Mineralogia
As composies das fases finais das sries referem-se aos feldspatos com
predominncia de sdio, clcio e potssio. Os feldspatos cuja composio
qumica varia entre sdio e potssio so ditos feldspatos alcalinos, enquanto
aqueles entre sdio e clcio so ditos calco-sdicos ou feldspatos plagioclsios.
Com base nos aspectos de estrutura e composio qumica, esses grupos podem
ainda ser subdivididos dentro da srie alcalina e plagioclsio. A distino e
proporo das fases so importantes na classificao das rochas gneas (Deer et
al., 1996).
Composies tericas da nefelina e dos principais membros das sries dos feldspatos
Feldspatos Na2O K2O CaO Al2O3 SiO2
Nefelina 21,8 35,9 42,3
Microclnio - 16,9 - 18,4 64,7
Ortoclsio 16,9 - 18,4 64,7
Albita 11,8 - - 19,5 68,7
Anortita 20,1 36,6 43,3
Composies qumicas de nefelina, albita e microclnio da provncia de Ontrio e Brasil
Ontrio Canad Brasil
xidos
Nefelina Albita Microclnio Nefelina
SiO2 43,01 67,90 64,50 58,40
Al2O3 34,01 20,60 19,31 23,80
MgO 0,04 0,06 0,42 0,60
CaO 0,36 0,24 0,07 2,60
Na2O 15,42 10,78 2,03 7,24
K2O 6,15 0,15 13,59 5,57
H2O 0,99 0,22 0,28 -
Fe2O3 0,14 ND ND 3,30
FeO ND ND ND -
Densidade 2,62 2,59 2,55 -
Geologia
A nefelina sienito uma rocha gnea e se caracteriza pela escassez de
quartzo e presena do feldspatide nefelina. A rocha formada com base em
magmas alcalinos com baixo teor de slica, o que favorece a formao da
nefelina em vez do feldspato albita, muito embora haja nefelina sienito com
origem em gnaisses.
3. LAVRA E PROCESSAMENTO
Lavra
Processamento
britagem primria
20 cm
britagem secundria
5 cm
secagem
peneiramento
<0,6 mm
Nefelina sienito p/ indstria
bacia de rejeitos separao magntica de vidros (<0,6 mm)
0,08% Fe2O3
moagem
aero classificao
4. P RINCIPAIS PRODUTORES
Os maiores depsitos comerciais de nefelina sienito para indstria de
vidro e cermica esto localizados em Ontrio, no Canad, e em North Cape,
na Noruega. No entanto, o maior produtor mundial de nefelina sienito a
Rssia, que a utiliza para produo de alumina, produtos de sdio e potssio e
na fabricao de cimento portland. A nefelina sienito produzida na Rssia
contm elevados teores de ferro, que inviabilizam sua utilizao em vidros ou
cermicas. A Tabela 2 ilustra os principais produtores, localizao e sua
capacidade instalada (McLemore, 2006).
5. U SOS E FUNES
As indstrias de vidro e cermica so as principais usurias de produtos
nefelina sienito. Outras aplicaes da nefelina sienito incluem a produo de
alumina, carbonatos de sdio e potssio, cimento portland, apatita, entre outros.
Tambm tem-se ampliado o uso da nefelina sienito para obteno de agregados
para a construo civil, visto que essa rocha contm pouca slica e, por isso, sua
resistncia a altas temperaturas superior do granito, tradicionalmente
utilizado neste segmento.
Para ser usado na indstria de vidro, esse insumo mineral deve ter
granulometria que varia entre 350 e 74 m e seu contedo de ferro no deve
exceder a 0,1% de Fe2O3. H uma tolerncia aos teores mais elevados desse
metal, desde que no haja controle rgido do ferro para colorao do vidro,
como na produo do vidro verde, mbar, fibra de vidro, dentre outros. Mesmo
assim, o mximo permitido de 0,35% de Fe2O3 (Harben, 1996).
6. ESPECIFICAES
Os produtos de nefelina sienito so comercializados segundo os valores
das suas unidades fluxantes (isto , o total de Al2O3 mais o contedo de lcalis)
e com preo mais elevado do que o dos derivados do feldspato. Esse custo,
entretanto, compensado pela economia no consumo de fluxante,
particularmente o carbonato de sdio. Geralmente, a escolha de uma
determinada matria-prima leva em conta as vantagens e desvantagens tcnicas,
muito embora prevalea como critrio o custo total de toda matria-prima
utilizada. o caso das indstrias de vidro e cermica, esta ltima com mais
flexibilidade do que a primeira.
8. MERCADOS
Consumo
Exportaes
Transporte e Distribuio
Materiais Substitutos
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
ATKINS, P. e JONES L. (2001). Princpios de Qumica. Bookman, Porto Alegre.
914p., p. 691-734.
GUILLET, R. G. (1994). Nepheline Syenite. In: Industrial Minerals and Rocks, 6th
Edition, D. D. Carr (Senior Editor), Society of Mining, Metallurgy, and
Exploration, Inc. Littleton, Colorado, p. 711- 730.
KENDALL, T. (1993). Feldspar & nepheline syenite The alumina providers. In:
Raw Materials for Glass & Ceramics Industries. IM Glass & Ceramic Survey.
680 Nefelina Sienito
Quartzo
Pedro Luiz Guzzo1
1. INTRODUO
A fase estvel da slica (SiO2) temperatura ambiente, conhecida como
quartzo-, um dos minerais mais abundantes da crosta terrestre, cerca de 12%
(Frondel, 1962). Ela ocorre na composio de rochas magmticas, sedimentares
e metamrficas, na forma monocristalina (quartzo hialino, ametista, citrino,
etc.), na forma policristalina (quartzito, calcednia e gata) e amorfa (opala).
O quartzo- ocupa posio de destaque na geologia estrutural e na mineralogia.
Por exemplo, a microestrutura dos quartzitos e o comportamento do quartzo- a
presses e temperaturas elevadas so importantes para a compreenso dos
mecanismos de deformaes plstica da crosta terrestre (Wenk, 1994).
Recentemente, a transio de fase do quartzo- a 573oC permitiu, com auxlio
de reflexes ssmicas, a estimativa da temperatura em regies do Tibet Central
compreendidas entre 18 e 32 km de profundidade (Mechie et al., 2004).
1
Eng o Mecnico/UFU (1988); M.Sc. em Engenharia Mecnica (Materiais e Processos) /UNICAMP (1992); Doc.
Sci. Ing. (Cristalografia Aplicada) - Universit de Franche -Comt, Frana (1996); Professor Adjunto do
Departamento de Engenharia de Minas, UFPE (2004).
682 Quartzo
2. MINERALOGIA E GEOLOGIA
Diversos livros-texto, sobretudo em lngua inglesa, descrevem a estrutura e
as propriedades das fases alotrpicas da slica. Frondel (1962) e Heaney e
Prewitt (1994) so alguns exemplos. Neste captulo, nos concentraremos
exclusivamente na fase por ser a mais abundante e a mais importante do
ponto de vista das aplicaes industriais. A descrio dos caracteres fsicos
externos do quartzo- como hbito, brilho, cor e as variaes morfolgicas
decorrentes das condies de crescimento, assim como as possveis leis de
geminao, no sero abordadas neste texto. Para tais assuntos recomendamos
que o leitor se dirija aos livros-texto de Frondel (1962), Rykart (1995) ou
Sunagawa (2005). Nosso objetivo aqui apresentar a estrutura cristalina e as
propriedades fsicas mais relevantes do quartzo- (doravante a denominao a
poder ser omitida) e, em seguida, descrever a geologia dos depsitos de
quartzo no territrio brasileiro.
Simetria e Estrutura
Ocorrncias Geolgicas
Os recursos mundiais de grandes cristais de quartzo natural ocorrem
quase que exclusivamente no Brasil e, em menor quantidade, em Madagascar.
Cristais menores e lascas tambm so encontrados nos EUA, Nambia, Angola,
frica do Sul, Ucrnia e Venezuela. Destacam-se ainda as ocorrncias de
quartzo na cadeia dos Alpes, em particular na Sua e Frana. Cassedanne
(1971) classificou as ocorrncias de quartzo no territrio brasileiro da seguinte
forma :
3. LAVRA E PROCESSAMENTO
Lavra
Processamento
4. U SOS E FUNES
Os recursos de quartzo natural so aplicados em diversos segmentos,
desde aplicaes convencionais, onde, quando muito, o mineral utilizado
diretamente aps algum processamento primrio, como britagem, moagem,
lavagem ou classificao, at as aplicaes que requerem um grande aporte de
conhecimento tecnolgico para process-lo. Neste item, sero consideradas as
aplicaes do segundo caso, ainda pouco difundidas nos setores de extrao
mineral do Brasil e cujo impacto tecnolgico e econmico muito superior.
Em particular sero focalizadas a produo de quartzo cultivado e produo de
silcio e slica vtrea de alta pureza. As aplicaes do quartzo, quartzitos e
arenitos visando a produo de vidros (planos, embalagens, tubos e bulbos, etc),
cermicas refratrias, porcelanas, fibras de vidro e como carga e extensores para
a indstria de produtos qumicos e farmacuticos no sero aqui consideradas.
Tais aplicaes esto contempladas no captulo "Areia Industrial" deste volume,
muito menos, sero consideradas aquelas aplicaes destinadas produo de
agregados para a construo civil. Revises abrangentes dos usos e funes da
slica so apresentadas por Beall (1994), Luz e Braz (2000) e Sinton (2006).
Quartzo Cultivado
5. ESPECIFICAES
Como conseqncia do amplo espectro de aplicao dos recursos naturais
de slica e quartzo, existe um grande nmero de especificaes fsicas e
qumicas para tais insumos. Em geral, pureza, distribuio granulomtrica,
morfologia da partcula e a existncia de incluses slidas so parmetros de
grande relevncia. Por exemplo, o aumento da pureza e a reduo do tamanho
de partcula so parmetros determinantes para a produo de slica vtrea,
Rochas e Minerais Industriais CETEM/2008, 2a Edio 707
Geminaes Inadmissvel
Discordncias Mnima (< 1 disc/cm2)
Alumnio < 300 ppma
Metais Alcalinos < 100 ppma
Ferro e outros metais < 50 ppma
Grupos OH e H2O < 300 ppma
Tamanho 15 a 25 mm (< 20 g)
Fraturas No afeta
Incluses Slidas Mnima
Incluses Fluidas No afeta
Geminaes No afeta
Discordncias No afeta
Lascas
SiO4 por ons Al3+ e a outra metade por ons P5+. Pequenas relaxaes da rede
permitem que os oxignios acomodem as diferenas de raio inico existente
entre os dois ctions (Halliburton e Martin, 1985). Embora com propriedades
elsticas e piezeltricas desejveis, as dificuldades encontradas no seu
crescimento no foram superadas, inviabilizando a obteno desse material em
escala industrial. A maior dificuldade para a obteno de cristais bem formados
de berlinita repousa na ausncia de minerais que possam servir como semente e
nutriente. Alm disso, o coeficiente de solubilidade do AlPO4 em meio cido
diminui com o aumento da temperatura, podendo causar a dissoluo dos
cristais durante o resfriamento. Quando resfriada rapidamente, a berlinita
susceptvel a fraturas paralelas ao plano (11 2 0) (Philippot et al., 1993).
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
AIZU, K. (1973). Second-order ferroic state shifts. Journal Physical Society of
Japan, vol. 34, no 1, p. 121-128.
DNPM (2001). Estatstica mineral por substncia - Quartzo. In: Anurio Mineral
Brasileiro 2001. Departamento Nacional de Produo Mineral, Braslia,
p. 360-361.
HEISING, R. A. (1946). Quartz Crystal for Electrical Circuits. Van Nostrands Co.,
Inc. Nova York. 563p.
PHILIPPOT, E.; IBANEZ, A.; GOIFFON, A.; COCHEZ, M.; ZARKA, A.; CAPELLE,
B.; SCHWARTZEL, J. e DETAINT, J. (1993). A quartz like material: gallium
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Growth, vol. 130, p. 195-208.
TAKAHASHI, N.; MAJIMA, J.; NAKAMURA, T.; NONAKA, S.; YAGI, H.;
SINRIKI, Y. e TAMANUKI, K. (2003). Growth of a high quality quartz film on
sapphire by catalyst-enhanced atmospheric pressure vapor-phase epitaxy
using buffer layers. Chemistry of Materials, vol. 15, p. 2889-2891.
TELLIER, C. R. (1984). Etch figures and etch rates in AT, BT, X, and Y cut quartz
plates. In: Proceedings of the 38th Annual Symposium on Frequency Control,
vol. 1, p. 105-113.
1. INTRODUO
Um grande nmero de minerais e rochas faz parte do grupo de insumos
minerais usados na indstria cermica e compreende os materiais argilosos, os
no-argilosos e os especiais. Neste trabalho sero focalizados apenas os dois
primeiros, especialmente, aqueles de origem mineral aplicados aos produtos da
cermica de revestimento, isto , pisos e azulejos.
1
Eng a Qumica/UFRJ, D.Sc. em Engenharia Metalrgica/COPPE -UFRJ, Professora do IPRJ/UERJ.
2
Eng o de Minas/UFPE, D.Sc. em Engenharia Metalrgica/COPPE -UFRJ, Tecnologista Snior do CETEM/MCT.
3
Eng o de Minas/UFPE, D.Sc. em Engenharia Mineral/USP, Pesquisador Titular do CETEM/MCT.
4
Eng o de Materiais/UFSCAR, M.Sc. em Engenharia de Materiais/UFSCAR.
724 RMIs para Cermica de Revestimento
3. MATERIAIS ARGILOSOS
Na indstria cermica, a nomenclatura das argilas utiliza termos que
refletem os seus usos. A argila varia do claro ao escuro e pode, aps a queima,
apresentar colorao branca ou prxima a essa. Nesse caso, adequada
fabricao de produtos da cermica branca. Adicionalmente, a cor resultante do
processo de queima funo das impurezas contida no material; o xido de
ferro , por exemplo, responsvel pela colorao avermelhada.
Bentonita
uma argila altamente plstica, em cuja composio predomina o tipo
montmorillonita. Os tamanhos de partcula, notadamente na faixa coloidal, sem
dvida, respondem por um ndice de plasticidade superior ao das argilas
plsticas comuns. Freqentemente se consegue o mesmo ndice de plasticidade
para as argilas plsticas por meio de misturas ponderadas com montmorillonita.
So comuns misturas em que apenas um quinto de montmorillonita o
suficiente para atingir o ndice de plasticidade desejado. A principal funo, da
montmorillonita na cermica de revestimento, aumentar a resistncia
secagem dos corpos cermicos. Seu uso limitado decorre da elevada
temperatura de secagem, contrao trmica e alto contedo de xido de ferro
(3-4%). O elevado contedo de lcalis responde pela sua fuso em torno de
1.300oC.
Caulim
uma argila branca constituda, notadamente, de caulinita. Assim, a
composio dos caulins puros, tanto residual como sedimentar, est usualmente
prxima da caulinita (Al2O3.2SiO2.2H 2O), cuja composio corresponde, em
bases tericas, a 46,5% de SiO2; 39,5% de Al2O3 e 14% de H2O.
Argilito
A1 A2 A3 A4 A5 A6
SiO2 60,8 64,9 60,4 61,8 60,0 64,0
Ti O2 0,6 0,9 0,8 0,7 1,1 -
Al2O3 16,7 17,3 18,5 19,1 20,7 20,2
Fe 2O3 1,4 2,9 4,1 3,33 3,0 -
FeO 5,8 3,8 6,7 5,4 4,8 7,0
MnO 0,1 - 0,1 0,2 0,1 -
MgO 3,8 3,1 2,7 2,9 2,9 2,2
CaO 0,8 1,1 1,1 1,0 1,2 0,4
Na 2O 4,3 2,7 1,3 1,7 2,0 1,5
K2O 2,1 3,3 4,1 3,8 4,0 4,7
P2O5 - - 0,2 0,1 0,2 -
Outros 3,8 - - - - -
A1 Mdia de 3 argilitos do Pr-Cambriano; A2 Mdia de 22 argilitos cinzas; A3 Mdia de
33 do Pr-Cambriano; A4 Mdia de 61 argilitos cinzas; A5 Mdia de 50 filitos; A6 Mdia de
29 filitos.
4. MATERIAIS NO-ARGILOSOS
Feldspatos
Anortosito
Rocha gnea composta na sua maior parte de plagioclsio, usualmente
labradorita. Os anortositos ocorrem como leitos plutnicos no estratiformes e
ainda como intruses mais estratiformes. So tambm chamados de
plagioclasito ou rocha de plagioclsio. Muitos dos cristais de plagioclsios, seu
maior constituinte, encontram-se fragmentados, especialmente nas suas bordas
alguns esto reduzidos a discos ovides com bordas granuladas e outros
734 RMIs para Cermica de Revestimento
Nefelina Sienito
A nefelina sienito uma rocha plutnica composta essencialmente de
feldspatos alcalinos e nefelina, formando uma mistura euttica. Ainda pode
conter um mineral ferromagnesiano alcalino, como um anfiblio ou um
piroxnio (angerina ou aegirina-augita). Quando finamente moda, usada na
manufatura de produtos de cermica branca, particularmente louas sanitrias e
de mesa, pisos e azulejos, bem como produtos de porcelana para usos nos
setores eltricos, odontolgicos, qumicos, dentre outros.
Talco
Fonlito
De acordo com Segura, citado por Marino e Boschi (1998), existe uma
quantidade tima para adio do carbonato, 10 a 16%, para a queima
monoporosa. Em propores menores, o carbonato reduz a formao de fases
cristalinas durante a queima, isto , gera quantidades remanescentes de slica
livre, o que propicia maior retrao linear (RL) e hidratao da pea. J a adio
de carbonato acima de 16% pode originar excesso de porosidade.
Agalmatolito
uso como fundente na composio das massas cermicas. Alm dos lcalis, a
rocha tambm rica em SiO2 e Al2O3.
vrios insumos minerais para a indstria cermica, as quais servem como guia
ao produtor; entretanto, preciso ainda caracterizar a massa cermica obtida
com esses insumos. Finalmente, as composies qumicas constituem apenas
uma orientao bsica aos empresrios da rea mineral, na preparao e/ou
obteno de produtos minerais para a indstria cermica.
Propriedades fsicas
Propriedades Tipos de argilas
A B C D
Cor da argila crua Cinza Cinza clara B.Ac. Rsea clara
Plasticidade (%) 40,6 44,7 34,9 34,6
Retrao linear seca 5,6 4,7 4,7 8,8
Retrao total (%) * 18,1 17,9 15,2 14,1
Absoro (%) * 0,7 2,9 4,0 5,8
Cor aps a queima B. Ac. Branco Branco Branco
o
Ponto de fuso ( C) 1.745 1.745 1.700 1.700
o
* Queima em 1.285 C; B. Ac. = Branco acinzentado.
740 RMIs para Cermica de Revestimento
Anlises qumicas (%) das matrias-primas utilizadas nas composies das massas
Insumos para produo do grs porcelanato (Sanchez et al., 2001).
Anlises qumicas (%) das matrias-primas utilizadas nas composies das massas para
produo do grs convencional e do porcelanato (Snchez-Munoz et al., 2002)
Anlise Mineralgica Quartzo Caulim llita Felds.K Felds.Na Montm. Anortita Outros
Argila 1 16 35 4 39 6
Albita 1 28 6 65 1
Albita 2 3 93 5
Caulim 12 68 16
Feldspato Potssico 6 74 19 1
Argila Plstica 2 29 58 4 3 6
Calcita 4,96 1,31 0,15 < 0,01 45,77 5,38 0,92 0,17
Calcita 4 0 1 0 0 0 0 21 0 70 2 0 2
Filito
54 17 24 - - - - - - - - - 5
monoporosa
Rochas e Minerais Industriais CETEM/2008, 2a Edio 743
Anlise Qumica SiO2 Al2O3 K2O Na2O CaO MgO Fe2O3 TiO2
Argila Plstica 2 68,91 18,51 1,15 0,01 0,08 0,6 1,75 1,33
Argila Plstica 3 68,89 18,64 2,26 0 0,05 0,67 1,62 1,08
Filito Grs 70,51 16,6 5,38 0,04 0,04 1,14 1,58 1,33
Fonolito 56,49 22,41 6,01 10,09 0,9 0,07 2,24 0,13
AGRADECIMENTO
Cermica Eliane, pelas informaes fornecidas sobre as caractersticas
qumicas e mineralgicas dos minerais cermicos.
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
BITTENCOURT, E. L.; JNIOR, J. C. B. e SILVESTRE, M. D. M. (2002). A
influncia da variao da moagem dos carbonatos e tratamento trmico no
material, nas caractersticas fsicas do produto acabado, Cermica
Industrial, 7 (3). p. 37-41.
KLEIN, C. (2002). Mineral Science. John Wiley & Sons, INC. New York.,
p. 476-490.
1. INTRODUO
As argilas utilizadas na indstria de cermica vermelha ou, como tambm
conhecidas na literatura tcnica, argilas comuns (common clays) abrangem uma
grande variedade de substncias minerais de natureza argilosa. Compreendem,
basicamente, sedimentos pelticos consolidados e inconsolidados, como argilas
aluvionares quaternrias, argilitos, siltitos, folhelhos e ritmitos, que queimam em
cores avermelhadas, a temperaturas variveis entre 800 e 1.250oC . Essas argilas
possuem geralmente granulometria muito fina, caracterstica que lhes conferem,
com a matria orgnica incorporada, diferente graus de plasticidade, quando
adicionada de determinadas porcentagens de gua; alm da trabalhabilidade e
resistncia a verde, a seco e aps o processo de queima, aspectos importantes
para fabricao de uma grande variedade de produtos cermicos.
1
Gelogo/UNESP, M.Sc. em Geologia/USP, Pesquisador do Centro de Tecnologia de Obras de Infra-Estrutura do IPT (SP).
2
Gelogo/UNESP, D.Sc. em Geologia/UNESP, Pesquisador do Centro de Tecnologia de Obras de Infra-Estrutura do IPT (SP).
3
Engo de Minas/USP, D.Sc. em Engenharia de Minas/USP, Pesquisador do Centro de tecnologia de Obras de Infra-Estrutura do IPT (SP).
4
Gelogo/ UNESP, M.Sc. em Geologia/USP, Pesquisador do Centro de Tecnologia de Obras de Infra-Estrutura do IPT (SP).
Mais raramente, rochas metamrficas e magmticas, em especial, coberturas argilosas de alterao intemprica associadas,
so tambm empregadas na cermica vermelha, como matria -prima principal ou assessria na composio de massas.
748 Argila para Cermica Vermelha
2. MINERALOGIA E GEOLOGIA
O termo argila lato sensu empregado para designar um material
inorgnico natural, de granulometria fina, com partculas de poucos
micrmetros, que apresenta comportamento plstico quando adicionada uma
determinada quantidade de gua. Do ponto de vista sedimentolgico e
granulomtrico, a frao argila corresponde ao conjunto de partculas inferiores
a 2 m ou 4 m, segundo as escalas de Attemberg e Wentworth,
respectivamente.
47
48
45
46 44
43
42
41
40
39
49
50
37
38
51
55
32
34 33 28
30
53 36
29
54 52 31
24 35
16 27 25
22 20 27
15 21
17 23 18 26
12 13 19
14 11
10
8 7
1
9
3 4 5
6
Argilas Quaternrias
5
A sinterizao corresponde ao processo de aglomerao de partculas por aquecimento, sendo que na
cermica vermelha ocorre de maneira pouco desenvolvida, em funo das baixas temperaturas de queima, por
meio da formao de uma fase vtrea incipiente que une as partculas minerais.
756 Argila para Cermica Vermelha
AMAZONAS
PARNABA POTIGUAR
SERGIPE
ALAGOAS
RECNCAVO
SO FRANCISCO
ESPIRITO SANTO
PARAN TAUBAT
UNIDADES ARGILOSAS
BACIAS FANEROZCAS
3. LAVRA E PROCESSAMENTO
Na minerao de argila predominam empreendimentos de pequeno porte,
com escala de produo variando de 1.000 a 20.000 t/ms. Em parcela
significativa das mineraes, a lavra realizada sem um planejamento
adequado, sendo que muitos pequenos empreendimentos so conduzidos de
maneira precria, com prticas artesanais, sem o devido controle tcnico das
operaes.
Figura 3 Esquema geral das operaes de uma mina de argila, com desenvolvimento de lavra de encosta
por meio da formao de bancada utilizando equipamentos de escavao mecnica (modificado de
Almeida (2003).
Rochas e Minerais Industriais CETEM/2008, 2a Edio 761
4. U SOS E FUNES
Alm dos usos tradicionais das argilas de queima vermelha na indstria
cermica estrutural, servindo de matria-prima para uma grande variedade de
produtos, como blocos, tijolos macios, telhas, tubos e lajotas, esses materiais
possuem outras aplicaes, como na fabricao de vasos ornamentais, utenslios
domsticos, cimento, agregado leve e revestimentos.
Temperatura e
Tipo de Argila
Sinterizao
dominantes
Velocidade
Resistncia
Moldagem
Mecnica
Absoro
Retrao
Minerais
Plstica
dgua
Plstica Mdia a Mdia a Alta a
Quaternria
Caulinita
Magra Mdia a baixa Rpida Baixa Alta Baixa Alta
e quartzo
Caulinita Lenta a
Sedimenrtar
argila A argila B
(tagu)
secagem
moagem
alimentao e alimentao e
dosagem dosagem
desintegrao
laminao
homogeneizao
estocagem
laminao
aparas
extruso
Blocos
Telhas
prensagem
rejeito
secagem
queima
seleo
expedio
5. ESPECIFICAES
A composio mineralgica, qumica e fsica das argilas importante para
a confeco de peas cermicas, pois, isoladamente ou combinada, essas
propriedades conferem as caractersticas de trabalhabilidade no preparo e
conformao das peas e a sinterizao no processamento trmico, dando a
resistncia mecnica necessria. No entanto, para a caracterizao e indicao
de uma argila para um determinado uso cermico, utilizam-se ensaios
experimentais padronizados, ou composio das massas feitas de forma
emprica, com base na experincia do tcnico ou do oficial prtico cermico.
Neste ltimo caso, o processo pode ser varivel de local para local e dificulta a
padronizao de formulaes e, conseqentemente, de especificaes de
matrias-primas para os diferentes usos industriais.
10 90
20 80
30 70
Arg
40 60
a
ila
stic
are
pl
50 50
no
ila
sa
Arg
60 40
B
70 30
C
80 20
D
90 10
100 % 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 %
(2 a 20 um) Silte arenoso (> 20 um)
A Material de qualidade, com dificuldade C Tijolos furados
de produo (requer misturas)
B Telhas, capas D - Tijolos macios
(e local de
SiO 2 Al2O 3 Fe2O 3 TiO 2 CaO MgO K2 O Na2O P.F. K I E I/E
ocorrncia)
Quaternria
Panorama - SP 59,2 20,1 6,6 1,50 0,20 0,60 1,60 0,20 10,0 X ni ni ni 1
Campos dos 51,7 25,8 7,8 1,37 0,13 0,59 1,33 0,39 10,0 X ni x ni 1
Goytacases - RJ
Recncavo - 60,5 21,2 6,1 1,05 0,61 1,65 1,65 0,28 9,2 X x ni ni 1
BA
Bacias
Sedimentares
Tagu*- 1, 2
65,6 14,4 5,3 3,98 3,86
Fm.Corumbata - - - - - -
Santa Gertrudes
(SP)
Tagu Fm
Corumbata 66,6 15,4 4,5 0,58 0,25 2,73 4,01 0,18 5,68 x X x ni 2b
Tamba (SP)
Tagu Fm
Corumbata
71,4 15,9 2,0 0,62 0,36 1,39 1,72 0,15 6,29 X X x ni 2b
Porto Ferreira
(SP)
Tagu Grupo
Itarar
49,5 23,4 11,6 0,85 0,07 1,70 5,30 0,07 7,28 x x x ni
Campo do
Tenente (PR)
Fm. Rio do
Rasto (SC) 69,2 15,2 3,76 0,57 0,19 1,53 4,51 0,59 4,37 - - - - 2
Bacia do 59,9 16,6 7,4 1,2 0,07 2,.8 3,4 0,21 6,7 x X x ni 1, 2a
Recncavo (BA)
P.F. Perda ao Fogo; Mineralogia (semiquantitativa DRX): K caulinita, I ilita; E esmectita, I/E camada mista
illita/esmectita; ni no identificado; X composio predominante, x composio secundria; * - Mdia de 5
agrupamentos litolgicos da Formao Corumbata ; U= Usos: 1 Tijolos, blocos e telhas, 2 Revestimentos a)
via seca, b) via mida.
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
ALMEIDA, A. dos S. (2003). Mtodos de minerao. In: TANNO, L. C. e
SINTONI, A. (Coords.). Minerao & Municpio: bases para planejamento e
gesto dos recursos minerais. So Paulo: Instituto de Pesquisas Tecnolgicas
- Publicao IPT, 2850, p. 61- 85.
CABRAL JR., M; MOTTA, J. F. M.; SERRA, N.; MACHADO, S.; TANNO, L. C.;
SINTONI, A. e CUCHIERATTO, G. (2002). Assessoria tcnico-gerencial para
implantao de um plo cermico no Estado da Bahia. So Paulo, IPT (Rel.
IPT no 59 523). 99p.
1. INTRODUO
Argilas plsticas (ball clays) so definidas como argilas caulinticas
sedimentares de elevada plasticidade, refratrias, de colorao variada de
creme-clara a branca, aps queima em ambiente atmosfrico oxidante e
granulometria muito fina, com cerca de 80% em peso abaixo de 2 m. Segundo
Wilson (1998), o nome ball clay atribudo ao seu mtodo original de extrao,
na qual a argila era cortada no piso da cava da mina na forma de cubos de 25
cm de aresta, pesando de 15 a 17 kg, que por manuseio obtinha formas esfricas
(argila em bola). Este mtodo foi usado h 50 anos na Inglaterra e ainda usado
na ilha de Kalimantan (Indonsia). Quanto aos constituintes mineralgicos, as
argilas plsticas contm, alm da caulinita, propores variadas de illita, mica,
ou sericita e quartzo de granulometria fina, com pequenas quantidades de
matria orgnica e outros minerais tais como esmectita. Os minerais
contaminantes mais freqentes so xidos de ferro, pirita, siderita, minerais de
titnio, gipsita e dolomita. A forma, o tipo e quantidades destes, podem
influenciar o uso, as rotas de processo e a aplicao da argila na indstria
cermica. As argilas plsticas so valorizadas, comercialmente, porque
aumentam a trabalhabilidade e a resistncia mecnica, a seco, dos corpos
cermicos, duas caractersticas importantes das argilas plsticas. Suas
propriedades reolgicas so ideais para colagem e usadas na preparao de
1
Gelogo/UNESP, M.Sc. em Geologia/USP, Pesquisador do Centro de Tecnologia de Obras de Infra-Estrutura
do IPT - SP.
2
Eng o de Minas/UFPE, D.Sc. em Engenharia Mineral/USP, Pesquisador Titular do CETEM/MCT
3
Eng o de Minas/UFPE, D.Sc em Engenharia Metalrgica e de Materiais/COPPE -UFRJ, Professor do
Departamento de Engenharia de Minas/UFPE.
4
Eng o de Minas/UFPE, Especialista em Engenharia Econmica/UNICAMP, Consultor.
5
Gelogo/UNESP, M.Sc. em Geologia/USP, Pesquisador da Diviso de Geologia do IPT-SP.
6
Eng o de Minas/UFPE, D.Sc. Economia Mineral/UNICAMP, Profesor do Departamento de Geologia/UFRJ.
772 Argila Plstica para Cermica Branca
7
Esse aumento da produo de argilas plsticas inclui variedades de matrias-primas menos nobres do que as
clssicas ball clasy empregadas, mormente, na cermica de sanitrios. Isto se d em funo de que as argilas
utilizadas na indstria de placas cermicas no requerem as mesmas caractersticas reolgicas exigidas para a
manufatura de materiais sanitrios.
Rochas e Minerais Industriais CETEM/2008, 2 Edio 773
1992; Motta, et al. 1998; Menezes et al. 2003), vm se somar falta de pesquisa
geolgica sistemtica para a gerao de novos depsitos no Pas, fato que vem
ocorrendo em apenas alguns estados, como a Bahia.
2. MINERALOGIA E GEOLOGIA
Mineralogia
As argilas plsticas so constitudas por caulinita, quartzo, mica (illita),
algumas vezes esmectita, clorita, podendo conter minerais contaminantes como
xidos de ferro, pirita, siderita, e titnio, gipsita e dolomita. Os dois principais
constituintes mineralgicas das argilas plsticas so a caulinita e o quartzo.
Existe uma diferena, do ponto de vista cristalogrfico e granulomtrico, entre a
caulinita da argila plstica e a caulinita do caulim. Enquanto esta
moderadamente grossa e em geral bem ordenada, a caulinita na argila plstica
apresenta uma distribuio granulomtrica muito fina, sendo
predominantemente desordenada no eixo b. Esta caracterstica aumenta a
plasticidade das argilas (McCuistion e Wilson, 2006).
Geologia
3. LAVRA E PROCESSAMENTO
Lavra
Processamento
5. ESPECIFICAES
Devido s variaes dos processos de produo (preparao,
conformao e queima), das formulaes de massas entre os diferentes produtos
e indstrias, bem como das diferenas composicionais das argilas (variaes
entre depsitos e entre camadas do mesmo depsito), no existem
especificaes rgidas ou procedimentos padres que caracterizem uma argila
plstica para os seus diversos usos em cermica branca. Desta forma, as
indstrias geralmente efetuam os seus prprios ensaios experimentais nas argilas
individualmente e as testam em suas formulaes. Contudo, alguns parmetros
bsicos, como composio qumica e mineralgica, caractersticas fsicas e
ensaios cermicos preliminares so utilizados como referncia para orientar os
provveis usos.
Slica - maior componente qumico das argilas, pois est presente em todos
argilominerais, no quartzo, feldspato, etc. A sua presena em excesso revela a
contaminao de quartzo, uma impureza que deve ser controlada e equilibrada
com o quartzo presente em outras matrias-primas, quando na preparao das
massas.
Rochas e Minerais Industriais CETEM/2008, 2 Edio 785
(iii) distribuio granulometria entre 15% < 0,5 m e 65% < 0,5 m;
786 Argila Plstica para Cermica Branca
Demanda 0,7 Pa.s. 1,0 0,7 0,9 0,8 0,5 0,4 0,47
Floculante 0,5 Pa.s. 1,2 0,9 1,3 1,3 0,8 0,5 0,81
1120C 7,0 9,0 11,0 20,0 15,0 12,5 9,9
% Absoro
1180C 4,0 6,0 6,5 14,0 8,0 7,0 5,8
de gua
Propriedades de
% Alvura 1180C 54 54 72 82 68 60 66
1240C 46 45 68 80 58 50 63
1120C 7,8 5,2 11,8 11,5 9,0 8,5 10,9
% Contrao
1180C 9,0 6,5 14,0 14,0 11,5 11,0 11,8
Linear
1240C 10,0 8,1 15,0 16,0 13,5 13,0 13,4
790 Argila Plstica para Cermica Branca
Demanda 0,7 Pa.s. 3,4 1,9 1,7 1,2 0,7 1,4 0,5
Floculante 0,5 Pa.s. 3,8 2,1 2,0 1,4 0,9 1,6 0,8
1120C 6,5 4,0 4,0 7,0 11,0 3,5 13,5
% Absoro
1180C 4,5 2,5 2,0 4,0 9,0 2,0 7,0
de gua
Propriedades de
1120C 71 62 60 61 62 41 73
% Alvura 1180C 68 53 52 54 57 35 65
1240C 63 48 48 47 49 33 56
1120C 13,5 11,3 11,1 7,5 2,9 11,4 9,3
% Contrao
1180C 14,5 12,0 12,0 8,8 4,2 12,1 11,5
Linear
1240C 15,3 12,5 12,5 9,7 6,3 12,5 13,4
AGRADECIMENTOS
Ao Instituto de Pesquisas Tecnolgicas dos Estado de So Paulo-IPT, pela
contribuio dos seus pesquisadores, na preparao deste captulo de argilas
plsticas.
Rochas e Minerais Industriais CETEM/2008, 2 Edio 791
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
BOUGHER, A. K (1995). Ball Clay. Mineral Review, American Ceramic Society
Bulletin, vol. 74, no 6, June 1995, p. 105.
MCCUISTION J., WILSON I (2006). Ball Clays. In: Industrial Minerals and
Rocks, 7th Edition, Edited by Jessica Elzea Kogel, Nikhil C. Trivedi, James M.
Barker and Stanley T. Krukowski, p 343-356, 2006.
SOUZA SANTOS, P. (1992). Caulins e argilas para cermica branca. In: Cincia
e Tecnologia de Argilas, 2a Edio revisada e ampliada, vol. 2, p. 476-505.
Talco
Ivan Falco Pontes1
Salvador Luiz Matos de Almeida2
1. INTRODUO
O talco uma matria prima mineral de largo uso na indstria moderna.
Sua composio qumica, estrutura cristalina e textura podem lhe conferir um
amplo espectro de propriedades tecnolgicas que encontram aplicaes to
nobres como na elaborao de cosmticos, tintas e cobertura de papel quanto
em aplicaes mais simples, como fundente na indstria cermica ou mesmo
carga inerte na fabricao de tintas, borracha, inseticidas, fertilizantes, papel etc.
(Shimabukuro et al., 1979; Mineropar, 1988; Pugsley Jr. et al., 1990; Mineral
Commodity Summaries, 1995).
1
Eng o de Minas/UFPE, D.Sc. em Engenharia Mineral/USP, Tecnologista Snior do CETEM/MCT.
2
Eng o Metalrgico/UFRJ, D.Sc. em Eng enharia Mineral/USP, Pesquisador Titular do CETEM/MCT.
794 Talco
2. MINERALOGIA E GEOLOGIA
Mineralogia
como carga, dureza baixa (assume valor 1 na escala de Mohs), brilho nacarado
a gorduroso, densidade 2,7 a 2,8, resistncia ao choque, leveza, hidrofobicidade
natural etc. (Pinheiro, 1973; Abreu, 1973; Clifton, 1985; Pereira, 1988).
Geologia
3. LAVRA E PROCESSAMENTO
Lavra
Numa mesma frente de lavra podem ocorrer vrios tipos de talco e, num
avano de alguns metros, esses talcos alternam-se tanto vertical como
horizontalmente. Desta forma, normal se manterem frentes de lavra maiores
que as convenientes produo, ou mais de uma frente em explotao, de
forma a permitir o fcil acesso aos vrios tipos de talco, conforme as
necessidades contratuais da empresa e propiciando um aproveitamento racional
da jazida (Pinheiro, 1973; Souza, 1988).
Processamento
4. U SOS E FUNES
Os usos industriais do talco esto intimamente ligados a suas propriedades
tecnolgicas, que por sua vez, espelham suas caractersticas cristaloqumicas.
5. ESPECIFICAES
Cermica - A utilizao do talco na indstria cermica determinada pela sua
composio qumica e mineralgica. Assim, o conhecimento dessas
caractersticas de grande importncia para o fornecedor e usurio. Nos casos
de indstrias que utilizam o talco como fonte de magnsio, impurezas do tipo
serpentinas so bem aceitas, por possuir teor de magnsio mais elevado do que
o talco. Nos Estados Unidos a maioria das fbricas de azulejos utilizam talcos
806 Talco
Tintas - Nas indstrias de tinta e vernizes, o talco muito utilizado como carga,
na produo de tintas especiais, tinta ltex, a leo, impermeabilizantes, fritas
metlicas para aplicaes em superfcies externas, submetidas abraso.
bastante empregado em tintas de baixa visibilidade, tornando-se assim um
material de estratgia militar. No usado para compor tintas de brilho intenso,
pois possui um efeito de assentamento sobre a pelcula de tinta. O talco lamelar
de alta qualidade usado tanto como carga quanto pigmento e o fibroso como
agente de suspenso em diversos tipos de tintas, inclusive as tintas prova de
fogo. A cor dos talcos utilizados na fabricao de tintas deve ser igual ou mais
clara que um certo padro branco pr-estabelecido. Quanto granulometria,
eles devem passar na peneira de 325#. A absoluta desses talcos situa-se entre
2,8 a 2,9. A absoro de leos um fator importante, devendo ser de 27 a 31%.
O teor de umidade no pode ser maior que 1%, e o pH deve situa-se entre 6,5 e
7,5 e, alm disto, o teor de CaO deve ser nulo.
peneira de 325 malhas, livre de micas e de CaCO3, com teor de xido de ferro
menor de 1%. Para produo de papis de cobertura de paredes pode ser usado
talco de cor mais intensa.
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
PUGSLEY, JR. R. O., ABEL, S., SOUZA, P.G.C. e BERG, E.A.T. (1990). Talco:
noes bsicas e aplicaes industriais. Ponta Grossa: Itaiacoca S.A.
Minerao Indstria e Comrcio.
RAU, E. (1985). Talc. In: SME Mineral Processing Plant. New York, AIME. Sec.
29, p. 20-21.
Terras Raras
Simon Rosental1
1. INTRODUO
So denominadas Terras Raras o conjunto de 15 elementos qumicos
constitudos pela famlia dos lantandeos mais o trio. Os elementos so os
seguintes:
1
Eng o Qumico, Universidade do Brasil; ex-Diretor Industrial da NUCLEMON; ex-Consultor da INB.
818 Terras Raras
Ao longo dos anos, a USAM passou por fases com caractersticas bem
distintas, que explicam os motivos pelos quais o Brasil perdeu o bonde da
histria, no que se refere a terras raras, consideradas entre os materiais da
terceira onda por suas aplicaes em produtos de alta tecnologia. Trata-se de
um case study muito interessante, raro, de domnio de tecnologia e retrocesso.
Todavia, perfeitamente possvel recuperar o tempo perdido, em funo dos
esforos mais recentes. Achamos pertinente registrar como Apndice a este
captulo a cronologia dos eventos histricos relacionados a terras raras no Brasil,
para que as novas geraes conheam o que ocorreu.
Rochas e Minerais Industriais CETEM/2008, 2a Edio 819
2. MINERALOGIA E GEOLOGIA
As terras raras so encontradas em uma quantidade aprecivel de
minerais, sendo os mais importantes, no mundo, bastnaesita, monazita, ion
adsoption clays, xenotima e apatita.
Zirconita Monazita
Rutilo Ilmenita
Figura 1 Amostras de monazita, ilmenita, zirconita e rutilo (aumento 50 X).
3. LAVRA E PROCESSAMENTO
Para um melhor entendimento acerca da obteno e processamento da
monazita no Brasil, alguns aspectos relevantes devem ser considerados:
NO CONDUTOR CONDUTOR
ELETROSTTICA
ZIRCONITA ILMENITA
+ +
MONAZITA RUTILO
MAGNTICA MAGNTICA
MAGNTICA - TAMBOR
DE TERRAS-RARAS
ILMENITA
NO MAGNTICA MAGNTICA
MAGNTICA - ROLO
ZIRCONITA DE TERRAS-RARAS ILMENITA
+ +
RUTILO MONAZITA
ELETROSTTICA ELETROSTTICA
Perodo ORQUMA
Perodo INB
Seleo da Tecnologia
4. U SOS E FUNES
A monazita foi muito importante no final do sculo 19 e incio do sculo
20 por ser matria-prima para a obteno do nitrato de trio, usado, na poca,
em diversos pases, para iluminao pblica, ento a gs. Com o incio da
utilizao de eletricidade em iluminao pblica, a monazita perdeu
importncia. Com o advento da 2 Guerra Mundial, a monazita voltou a ser
importante, devido ao urnio, para fins blicos. Ao longo de dcadas, desde o
incio do sculo 20, as terras raras eram usadas na forma de mischmetal, obtido
a partir da eletrlise de sais fundidos do cloreto de terras raras cristalizado,
servindo como liga pirofrica (pedra de isqueiro) e na siderurgia como agente
dessulfurante. Todavia, aps a 2a Guerra, a importncia do mineral passou a
recair sobre os elementos de terras raras, em forma cada vez mais pura e que
passaram a ser denominados materiais da terceira onda, por serem aplicados
em tecnologias de ponta ou altamente sofisticadas. A ttulo de exemplo,
apresentam-se algumas aplicaes. Aps, o consumo mundial de terras raras
(xidos de terras raras) por regio apresentado na Tabela 4 (Harben, 2002).
5. ESPECIFICAES
Na atual concepo do TQM, a unidade est preparada para produzir
apenas dois produtos, o hidrxido de crio e o cloreto de lantnio (cloreto de
terras raras pobre em crio). As especificaes de cada produto esto
apresentadas nas Tabelas 5 e 6, respectivamente:
Rochas e Minerais Industriais CETEM/2008, 2a Edio 833
AGRADECIMENTOS
Ao CETEM, na pessoa do Dr. Fernando Freitas Lins, pelo honroso convite
para participar na elaborao deste livro. Aos ex-colegas da equipe tcnica da
INB. Ao cientista do IEN, Dr. Jos Waldemar Silva Dias da Cunha, pela
competncia e amizade. A Belita, minha mulher e a Karen e Claudia, minhas
filhas, pelo apoio e incentivo.
836 Terras Raras
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
ABRO, A. (1994). Qumica e tecnologia das terras raras. Rio de Janeiro,
CETEM.
PASCHOA, A. S. (1994). The monazite cycle in Brazil: past, present and future.
In: Actinides Processing: Methods and Materials, B.Mishra e W. Averril,
editores. The Mineral Metals&Materials Society, p. 323-328.
ROSKILL (1998). The economics of rare earths & yttrium tenth edition.
APNDICE
Cronologia dos eventos relacionados histria da produo de
terras raras no Brasil
Minerais de Titnio
Carlos Adolpho Magalhes Baltar1
Joo Alves Sampaio 2
Mnica Calixto de Andrade3
Dorival de Carvalho Pinto 4
1. INTRODUO
O titnio foi descoberto em 1791, por William Gregor, ao realizar
experincias de tratamento da ilmenita com cido sulfrico e cido clordrico
concentrado. O nome titnio tem origem na palavra grega titanes, que na
mitologia grega, um dos filhos de Urano (Cu) e Gaia (Terra).
1
Eng o de Minas/UFPE, D.Sc. em Engenharia Metalrgica e de Materiais/COPPE -UFRJ, Professor do
Departamento de Engenharia de Minas da UFPE.
2
Eng o de Minas/UFPE, D.Sc. em Engenharia Metalrgica/COPPE -UFRJ, Tecnologista Snior do CETEM/MCT.
3
Eng a Qumica/UFRJ, D.Sc. em Engenharia Metalrgica/COPPE -UFRJ, Professora IPRJ/UERJ.
4
Eng o de Minas/UFPE, Ph.D. em Economia Mineral/Colorado School of Mines, Professor do
Departamento de Engenharia de Minas da UFPE.
842 Minerais de Titnio
2. MINERALOGIA E GEOLOGIA
Mineralogia
Ilmenita
Rutilo
Anatsio
Leucoxnio
Geologia
3. LAVRA E PROCESSAMENTO
Lavra
Processamento
Por sua vez, nos depsitos de placers, ao contrrio do que acontece nos
depsitos primrios, o minrio est na forma de areia, no necessitando de
etapas de cominuio. O minrio constitudo por ilmenita, rutilo, outros
Rochas e Minerais Industriais CETEM/2008, 2a Edio 851
Nesse processo de fuso, em forno a arco, o ferro obtido como gusa (pig
iron) no afundado. Dependendo das impurezas, o produto pode ser utilizado,
em ambos os processos, para produo de dixido de titnio (sulfetao ou
cloretao).
A produo do titnio metlico pode ser obtida pelo processo Kroll (com
magnsio) ou pelo processo Hunter (com sdio). O primeiro descrito a seguir.
O metal obtido por esses processos possui aspecto poroso, por isso,
conhecido como esponja (Gambogi, 2003). O titnio (ingot) obtido com a
fuso da esponja.
856 Minerais de Titnio
4. U SOS E FUNES
Dixido de Titnio
A produo de dixido de titnio consome mais de 90% dos concentrados
dos minrios de titnio produzidos no mundo (Gonzlez-Barros e Barcel,
1997). O dixido de titnio um p branco empregado como pigmento, para
dar alvura, luminosidade e opacidade a uma variedade de produtos.
Tinta
Plsticos
Papel
Outras Aplicaes
Tintas 60 Fibras 3
Papel 12 Tintas de Impresso 3
Plsticos 15 Outros 8
Titnio Metlico
Cermica
5. ESPECIFICAES
Cerca de 90% da produo de concentrados de minrio de titnio
utilizada na produo de pigmentos. Na Tabela 3, constam algumas das
especificaes de um dixido de titnio comercial e nas Tabelas 4 e 5, esto
exemplificadas as especificaes de minerais de titnio.
C1 C2 C3 C4 C5 C6
Constituintes
Ilmenita Leucoxnio Rutilo
TiO2 55,5 55 45 89,5 95,2 95,5
Fe 2O3 28,9 18,9 12,5 4,9 0,5-0,9 0,90
FeO 20,7 - 34 1,6 - -
Al2O3 1,3 0,8 0,6 0,16 - -
Cr2O3 0,03 - 0,076 0,9 0,18-0,28 0,15
ZrO2 - - - - 0,5-0,95 0,96
SiO2 0,85 0,9 2,8 - 0,7-1,0 0,80
P2O5 0,03 0,12 0,04 0,7 - -
C1 Austrlia RGC; C2 ndia Indian Rare Earths; C3 Norway Titanaia;
C4 Austrlia RGC; C5 Australia Mineral Deposit Ltd.; C6 Austrlia RGC.
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
ATKINS, P. e JONES L. (2001) Princpios de qumica. Bookman, Porto Alegre,
p. 691-734, 914p.
ELLIS, B.A. (1987). Light Metals. Titanium. Mining Annual Review, p. 47-48.
Vermiculita
Jos Fernandes de Oliveira Ugarte1
Joo Alves Sampaio 2
Silvia Cristina Alves Frana3
1. INTRODUO
A vermiculita, (Mg, Fe)3 [(Si, Al)4 O10] [OH]2 4H 2O, um silicato hidratado
de magnsio, alumnio e ferro, com uma estrutura micceo-lamelar e clivagem
basal. O termo vermiculita utilizado tambm para designar comercialmente
um grupo de minerais micceos constitudo por cerca de dezenove variedades
de silicatos hidratados de magnsio e alumnio, com ferro e outros elementos.
O nome vermiculita derivado do latim vermiculus, que significa pequeno
verme e se deve ao fato de que esse material se expande sob aquecimento,
durante o qual suas partculas movimentam-se de forma semelhante aos vermes.
mil toneladas, fornecidas em grande escala pela frica do Sul (200 mil
toneladas) seguida dos Estados Unidos (100 mil toneladas). No Brasil, a
produo, em 2006, foi de 30 mil toneladas e o consumo interno, 23 mil
toneladas (Cavalcanti, 2007).
2. MINERALOGIA E GEOLOGIA
Mineralogia
Geologia
A vermiculita pode ser derivada da biotita, flogopita, diopsdio,
hornblenda e serpentito por um dos processos seguintes:
3. LAVRA E PROCESSAMENTO
Lavra
Processamento
4. U SOS E FUNES
Em geral, a aplicao da vermiculita em cada uso especfico depende da
sua granulometria e pureza. Aquelas com granulometria mais fina so aplicadas
na produo de manufaturados para a construo civil, alm de utilizadas como
carreadoras na produo de fertilizantes e de alimentos para animais. As de
granulometria mais grossa so utilizadas para fins de horticultura, cultivo e
germinao de sementes, dentre outros.
Para cada uso, deve ser adotada uma proporo conveniente entre as
quantidades de vermifloc e cimento, atendendo sempre relao
densidade/resistncia compresso. Neste caso, as densidades se referem ao
material compacto e seco, e as misturas so fornecidas j prontas, secas,
embaladas em sacos de 40 kg, sob o nome de vermimassa. Outras aplicaes na
construo civil: placas de aglomerado com miolo de chapas metlicas para uso
como divisrias; impermeabilizante em lajes de cobertura e massas antifogo
para paredes, teto e portais.
Rochas e Minerais Industriais CETEM/2008, 2a Edio 881
Outras Aplicaes
5. ESPECIFICAES
A comercializao dos produtos da vermiculita baseada na sua
granulometria superfina, fina e mdia, que dependente do tipo de aplicao.
Desse modo, a uniformidade no fornecimento de uma matria-prima, com
caractersticas qumicas e fsicas constantes, constitui-se na tarefa principal para
os fornecedores desses insumos minerais. De uma forma geral, os consumidores
de concentrado de vermiculita seguem as seguintes especificaes (Brasil
Minrios, 2007):
(i) concentrado de tonalidade cinza claro ou cinza e bege claro,
quando expandido;
(ii) caractersticas de expanso aceitas pela indstria (fator de expanso
>10 vezes) com menor temperatura de expanso;
(iii) concentrado com 90% de vermiculita, livre de asbestos e baixo teor
de sdio;
(iv) as lamelas devero estar 80% dentro do tamanho solicitado;
(v) os concentrados devem possuir capacidade de troca catinica (CTC)
elevada, valores acima de 100 meq/100 g.
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
AGUIAR, M. R. M. P. e NOVAES, A. C. (2002). Remoo de metais pesados de
efluentes industriais por aluminossilicatos. Qumica Nova, vol. 25, no. 6B,
p. 1145-1154.
JINYAO, L. (2001). Chinese vermiculite: A new source for the word market.
Industrial Minerals, vol. 403, p. 65-67.
LIN, I. (1998). Perlite & Vermiculite: Crudely speaking, the potential is good.
Industrial Minerals, vol. 368, p. 55-59.
MARKE, G. M. (1981). The polabora complex triumph over low grade ores.
Industrial Minerals, 169, p. 45-62.
TANNER JR., J. T. (1994). Mica. In: Industrial Minerals and Rocks, 6th Edition, D.
D. Carr (Editor), Society of Mining, Metallurgy, and Exploration, Inc:
Littleton, Colorado, p. 693- 710.
Zeolitas Naturais
Nlio das Graas de Andrade da Mata Resende1
Marisa Bezerra de Mello Monte2
Paulo Renato Perdigo de Paiva3
1. INTRODUO
Zeolita um termo de origem grega (zein = ferver + lithos = pedra)
introduzido em 1756 pelo mineralogista sueco Axel Fredrick Cronsted, para
designar certos minerais em aluso ao carter peculiar de suas respostas quando
aquecidos (Mumpton, 1981; Gottardi e Galli, 1985).
1
Gelogo/UFPA, Gelogo do Servio Geolgico do Brasil/CPRM.
2
Eng a Qumica/UFRJ, D.Sc. em Engenharia Metalrgica/COPPE -UFRJ, Tecnologista Snior do CETEM/MCT.
3
Eng o Metalrgico/UFOP, M.Sc. em Engenharia Metalrgica/COPPE -UFRJ, Doutorando CETEM/UnB.
890 Zeolitas Naturais
2. MINERALOGIA E GEOLOGIA
Mineralogia
Na Tabela 1 apresenta-se as zeolitas naturais reconhecidas pela
International Mineralogical Association - IMA (Coombs et al.,1997) e suas
respectivas frmulas qumicas simplificadas. O IMA atualiza freqentemente
essa listagem, com a incorporao de novas espcies descobertas. A descrio e
classificao mais tradicionais das estruturas zeolticas eram definidas em
termos de suas unidades fundamentais de construo (unidades primrias e
unidades secundrias) e limitavam-se s estruturas constitudas por tetraedros
com Si+4 e Al+3, como exemplificado na Figura 1.
substituda por Al3+, gerando uma deficincia de carga positiva, balanceada pela
incorporao de ctions (cambiveis) monovalentes ou divalentes, em algum
lugar da estrutura, de forma que a relao alumina: bases = 1.
Geologia
- + Vidro alterado
+ + + Solo +
+ + + + ++++ Vidro no-alterado
+ +
+ + +
+ + 10-20m
+ 1000m + A
A
+ + + + +
B (+C) + + + +
- + + + +
Lenol fretico
Tefra silicoso Tefra basantico
+ + +
+ + + + B. Sistema de riftes
+ + ++ + + +
+ + + + + + +
+ + + + + + +
+ + ++ + + + + + + + + +
+ + ++ + ++ + ++ + + + + +
+ + ++ + + + + ++ + + + + + + + +
+ + + + + + + + ++ + + + + ++ + +
+ + + + + + + + + ++ ++ + + + ++ + +
+ + ++ + ++ + + + + ++ + + + + ++ + +
+ + + + + + + + ++ + + + +
+ + + ++ + +
+ + +
A gnese magmtica um caso mais raro, mas admite-se que analcima possa
cristalizar-se a partir de uma fuso de silicatos, numa estreita faixa de
temperatura e presso, como no complexo vulcnico de Colima (Mxico), onde
essa origem foi confirmada por meio de estudos isotpicos de oxignio.
5
1
4
3
2
BACIA DO PARNABA
1 - Estilbita e laumontita na
Formao Corda ( MA/TO )
BACIA DO PARAN
2 - Analcima na Formao Adamantina (SP)
3 - Heulandita na Formao Botucatu (MS)
4 - Phillipsita na Forrmao Uberaba (MG)
BACIA POTIGUAR
5 - Phillipsita, harmotoma e analcima
na Formao Macau (RN)
1
Harmotoma forma uma srie continua com phillipsita-Ca. Wellsita um termo atualmente
desconsiderado pela International Mineralogical Association. Era usado para designar variedades
de zeolitas com teores de Ba entre os da phillipsita e os da harmotoma (Coombs et al., 1997).
900 Zeolitas Naturais
3. LAVRA E PROCESSAMENTO
Os minrios zeolticos so extrados principalmente por mtodos
convencionais de minerao mecanizada e a lavra realizada a cu aberto.
Na minerao Saint Cloud (New Mxico, USA), a produo de clinoptilota
inicia-se com o desmonte, explotao, transporte do minrio zeoltico at a
usina de beneficiamento (Figura 6). A mina em operao possui reservas da
ordem de 18,3 milhes de toneladas de clinoptilolita e a sua capacidade
nominal de 500 toneladas por dia. As operaes incluem apenas britagem,
classificao, secagem, embalagem e expedio. Durante o processo so
obtidos produtos finais classificados de acordo com a granulometria, que varia
entre 0,053 e 12 mm. A Figura 7 mostra uma viso parcial das instalaes da
usina Saint Cloud (www.stcloud.mining.com, 2004).
Rochas e Minerais Industriais CETEM/2008, 2a Edio 901
Figura 7 Vista parcial das instalaes da usina Sant Cloud nos EUA.
4. U SOS E FUNES
O vasto campo de aplicao tecnolgica das zeolitas deve-se
composio qumica e estrutura cristalina dessa grande famlia de minerais
(Breck, 1974, 1983; Mumptom, 1981; Branco,1984; Passaglia e Galli, 1991;
Luz, 1994; Colella, 1996; Ciullo, 1996;). Sua importncia econmica tem
estimulado o crescimento da sua obteno por sintetizao de forma que, alm
das mais de 80 espcies naturais reconhecidas, centenas de tipos diferentes j
foram produzidas em laboratrio.
Tratamento de guas poludas - podem ser usadas como filtros para retirada de
contaminantes slidos, alm da remoo de nitrognio e metais pesados como
ferro, arsnico, chumbo, etc.
5. ESPECIFICAES
Mundialmente, a especificao e comercializao da zeolita so baseadas
na sua aplicao. Uma importante diferena entre as zeolitas sinttica e natural,
por exemplo, que a natural pode conter impurezas e no apresentar cavidades
uniformes, alm da distribuio de tamanho de partculas ser heterognea,
enquanto que as zeolitas sintticas apresentam alta pureza por conta do
processo de sntese qumica. As naturais, conforme j mencionado, so
demandadas pela suas propriedades adsorptivas e capacidade de troca catinica
(Harben, 1995). A capacidade de troca catinica nas zeolitas naturais
comercializadas variam muito. A zeolita natural pode ainda ser comercializada
na forma in natura ou como um produto manufaturado, o que confere um
aumento de suas propriedades e conseqentemente do seu valor agregado.
908 Zeolitas Naturais
Mineral % Mineral %
Clinoptilolita 55-60 Mica 1
Quartzo 2-3 Outros minerais 2
Feldspato potssico 11-13 Vidro amorfo 15-18
Cristobalita 4-8 - -
Propriedades Fsicas
Porosidade 30-40%
Capacidade de absoro 15-20%
CTC 120 meq/100g
H2O a 350C 3%
Rochas e Minerais Industriais CETEM/2008, 2a Edio 909
Composio % Composio %
SiO2 72,58 MgO 0,96
Al2O3 12,49 K2O 1,41
Fe 2O3 1,54 Na 2O 1,31
TiO2 0,3 MnO 0,03
CaO 0,91 PF 8,47
CTC (g/100g )
Nitrognio total 1,61-1,76 Fsforo 0,86-0,94 Potssio 0,868-0,95
Clcio 3,2-3.6 Ferro 3,32-3,36 Boro 0,004
Sdio 0,35-0,38 Zinco 0,146 Enxofre 0,267-0,29
Magnsio 0,58-0,62 Mangans 0,211-0,231 Cobre 0,025
Produto Agrcola Fertilizante de liberao lenta de nutrientes, potssio e nitrognio.
(CaO)0,68(Na2O)0,20(K2O)0,24(MgO)0,50(Fe2O3)0,49(TiO2)0,18(Al2O3)1,58(SiO2)25,30
(CaO)1,11(Na2O)0,27(K2O)0,21(MgO)0,75(Fe2O3)0,43(TiO2)0,16(Al2O3)2,54(SiO2)21,57
6. C ONSIDERAES COMPLEMENTARES
Apesar da reconhecida importncia econmica das zeolitas naturais,
apenas recentemente o Brasil despertou para a necessidade de uma avaliao
potencial dos depsitos passveis de explotao. Alm disso, o Brasil ainda no
tem tradio na rea de comercializao desses minerais de diversificada
aplicao industrial. O mercado interno abastecido, na sua totalidade, por
produtos zeoliticos importados. H, porm, algumas ocorrncias que apontam
para possibilidade de uma futura reverso desse quadro. Nesse contexto,
destacam-se os jazimentos da Bacia do Parnaba, cujos estudos de
processamento e aplicao tem recomendado o prosseguimento das
investigaes, objetivando o seu possvel aproveitamento econmico (Rezende,
2002; Monte et al. 2004; Bernardi et al. 2005; Paiva et al. 2006; Monte et al.
2006). Ainda h muito o que se pesquisar sobre o potencial zeoltico no Brasil.
Tanto sob o ponto de vista geolgico como o de processamento e aplicao.
912 Zeolitas Naturais
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
BERNARDI, A. C. C.; WERNECK, C. G.; BARROS, F. S.; AMORIM, H. S.;
MONTE, M. B. M.; PAIVA, P. R. P.; RESENDE, N. G. A. M.; HAIN, P. G
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Comunicao tcnica elaborada para o XXX Congresso Bras.Ciencias do Solo
- Sustentabilidade e qualidade ambiental - Recife de 17-22 de julho. p. 1- 4.
BRECK, D. W. (1974). Zeolite Molecular Sieves. New York, John Wiley and
Sons, 771 pp.
COOMBS, D. S.; ALBERTI, A.; ARMBRUSTER, T.; ARTIOLI, G.; COLELLA, C.;
GALLI, E.; GRICE, J. D.; LIEBAU, F.; MANDARINO, J. A.; MINATO, H.;
NICKEL, E. H.; PASSAGLIA, E.; PEACOR, D. R.; QUARTIERI, S.; RINALDI,
Rochas e Minerais Industriais CETEM/2008, 2a Edio 913
Zirconita
Luiz Carlos Bertolino1
Nely Palermo2
Joo Alves Sampaio 3
Silvia Cristina Alves Frana4
1. INTRODUO
O mineral zirconita, tambm comumente chamado de zirco, um
ortossilicato tetragonal de zircnio (ZrSiO4) com composio aproximada de
67,2% de ZrO2 e 32,8% de SiO2. Pode conter Hf, Fe, Ca, Na e Mn, entre outros
elementos. A quantidade de Hf usualmente varia de 1 a 4%, mais raramente
foram encontrados teores de at 24% de HfO2, sendo denominado de hafno
(Klein e Hurlbut, 1993). O zircnio e o hfnio so encontrados na zirconita na
proporo de 50:1 e muito difcil separ-los. A origem do nome Zirconita
muito antiga e provavelmente derivada das palavras rabes zar, ouro e gun,
cor.
1
Gelogo, D.Sc. Professor Adjunto da UERJ.
2
Geloga, D.Sc. Professora Adjunta da UERJ.
3
Eng o de Minas/UFPE, D.Sc. em Engenharia Metalrgica/COPPE -UFRJ, Tecnologista Snior do CETEM/MCT.
4
Eng a Qumica/UFS, D.Sc. em Engenharia Qumica/COPPE-UFRJ, Tecnologista do CETEM/MCT.
918 Zirconita
4. Z IRCONITA NO MUNDO
O zircnio no encontrado na natureza como metal livre, porm forma
numerosos minerais. A principal fonte de zircnio proveniente da zirconita
(ZrSiO4), que se encontra em depsitos na Austrlia, frica do Sul, Ucrnia,
Estados Unidos, Brasil, China e ndia.
R1 R2
PASES 2006 (p) % 2005 (r) 2006 (p) %
Brasil 3.669 5,17% 25,5 26,5 2,90%
frica do Sul 14.000 19,73% 305 310 33,90%
Austrlia 30.000 42,27% 445 480 52,50%
China 3.700 5,21% 17 20 2,20%
EUA 5.700 8,03% ... ... ...
ndia 3.800 5,35% 20 20 2,20%
Ucrnia 6.000 8,45% 35 37 4,10%
Outros pases 4.100 5,78% 20 20 2,20%
Total 70.969 100,00% 867,5 913,5 100,00%
3
R1 - Reservas (10 t) (medidas e indicadas em metal contido de ZrO) R2 - Produo
(103 t) (concentrado de zircnio)
Fonte: DNPM/DIDEM para dados referentes ao Brasil; Mineral Commodity Summaries 2007
(USGS) para dados referentes aos demais pases; (r) revisado; (p) dados preliminares; (...) dado
no disponvel.
922 Zirconita
5. Z IRCONITA NO BRASIL
As reservas brasileiras de zircnio so representadas pela zirconita (zirco)
e pelo caldasito. O caldasito um material composto de 75% de zirconita e
cerca de 25% de xido de zircnio (baddeleyita) (Schobbenhaus e Santana,
1997).
Lavra e Beneficiamento
a) Millenium
A lavra geralmente feita a cu aberto e o desmonte do material feito
por meio de tratores de esteira (Sampaio et al., 2001). O minrio proveniente da
mina por correias transportadoras , ento, alimentado na usina de
beneficiamento. Na primeira etapa do processo, o minrio passa por um
peneiramento a mido, utilizando-se peneiras vibratrias de abertura 2,5 x 2,5
mm. O oversize constitudo por material orgnico e areia de granulometria
mais grossa, que pode ser utilizada como aterro de estradas. O undersize, com
granulometria abaixo de 2,5 mm, forma uma polpa, que condicionada em
Rochas e Minerais Industriais CETEM/2008, 2a Edio 925
Circuito de Zirconita
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
CALA, J. A. L. e DANTAS, J. R. A. (1997). Depsito de titnio/zircnio de
Mataraca, Paraba. In: Principais Depsitos Minerais do Brasil, vol. IV, Parte
C, Braslia, p. 593-598.
http://www.mspc.eng.br/quim1/quim1_040.asp#hist.
PARTE III
Os minerais e o
meio ambiente
CAPTULO 41
1. INTRODUO
A questo ambiental na indstria minero-metalgica tornou-se de grande
importncia nas ltimas dcadas, devido natureza e magnitude dos processos
desenvolvidos neste setor produtivo.
1
Eng a Qumica/UFS, D.Sc. em Engenharia Qumica/COPPE-UFRJ, Tecnologista do CETEM/MCT.
2
Eng o Qumico, D.Sc., Pesquisador da COPPE/UFRJ.
3
Qumica Industrial, Mestranda, IQ-UFRJ e CETEM/MCT.
934 Minerais Aplicados Tecnologia Ambiental: Minerais Verdes
Diatomita
A diatomita o resultado da deposio de slica amorfa nas superfcies
dos esqueletos de algas diatomceas. O tamanho das suas partculas pode variar
entre 1 a 1.000 m, entretanto a granulometria mdia das diatomitas est entre
Rochas e Minerais Industriais CETEM/2008, 2a Edio 935
Bentonitas
O termo bentonita o nome genrico da argila composta
predominantemente pelo argilomineral montmorilonita (55-70%), do grupo das
esmectitas, independentemente de sua origem ou ocorrncia. As esmectitas
podem ser derivadas da estrutura da pirofilita, mediante a insero de camadas
de gua molecular contendo ctions livres, entre as camadas triplas T-O-T da
pirofilita. Como essas camadas, normalmente esto desprovidas de carga,
podem expandir-se. Com isso, as esmectitas possuem como caractersticas
principais, o alto poder de inchamento, at 20 vezes seu volume inicial,
atingindo espaos interplanares de at 100 , elevada rea de superfcie (at
800 m/g), capacidade de troca catinica (CTC) na faixa de 60 a 170 meq/100g
e tixotropia. Estas caractersticas conferem bentonita, propriedades bastante
especficas, que tm justificado sua aplicao nos mais diversos segmentos
industriais (Rezende et al., 2006).
Vermiculitas
Turfa
Carvo Mineral
antes destes serem lanados aos corpos dgua. Os mtodos mais comuns para a
remoo destes metais so troca inica e precipitao qumica. A vantagem do
uso da troca inica baseia-se na possibilidade de recuperao do metal e na
baixa ou nenhuma gerao de resduos, dentre outras. Sob esta premissa, o
emprego de zeolitas naturais tem proporcionado o desenvolvimento de sistemas
de tratamento de baixo custo (Monte et al., 2002).
A seqncia de adsoro dos ons foi dada na seguinte ordem Pb2+> Cd2+ > Sr 2+
e a reteno dos ons Pb2+e Cd2+ ocorreu por adsoro especfica e troca de ons
Mg2+ na estrutura da sepiolita.
Um outro estudo sobre remoo de cromo (III) por turfas em efluentes foi
realizado por Batista et al. (2007), e tinha como objetivo verificar o efeito do
tratamento qumico na melhoria da remoo de Cr (III) por trs diferentes
amostras de turfas. O efeito do pH foi estudado em temperatura ambiente
variando-o de 3,0 a 7,0. As turfas mostraram mxima adsoro (95%) em pH
5,0. Foram estudadas turfas de Santo Amaro das Brotas (SAO), de Ribeiro Preto
(SAP) e de Itabaiana (ITA). Foram realizados tratamentos com HCl (1,0 mol/L) e
NaOH + HCl (1,0 mol/L) . Na turfa SAO foi observada uma reduo no teor de
matria orgnica e esse possivelmente um dos motivos da diminuio da
adsoro do material (de 4,09 mg/g para 3,30 mg/g). Entretanto, a turfa SAO
944 Minerais Aplicados Tecnologia Ambiental: Minerais Verdes
No caso das tintas, a maioria reativa por ter um grupo reativo em sua
composio, como o sulfone vinil. Esses grupos so compostos azo ou
complexos aromticos que interagem com os materiais (como por exemplo,
algodo e l) para formar a ligao covalente. A liberao destes diferenciada
pelo grau de fixao devido hidrlise de grupos reativos na fase da gua, que
so indesejveis. Geralmente, os mtodos fsico-qumicos e biolgicos tais
como, a precipitao, a flotao, a troca inica, a adsoro, a oxidao, a
biosoro bacteriana e fungicida e a biodegradao (aerbio, anaerbico)
podem ser empregados para remover a cor da tintura dos efluentes.
Muitas tinturas e pigmentos so txicos para a natureza por terem efeitos
carcinognicos e mutagnicos na biota aqutica, bem como, para os seres
humanos. H vantagens e desvantagens nesses mtodos de remoo de tintura.
Como por exemplo, no processo biolgico de precipitao e oxidao de um
produto qumico, o mesmo s eficaz e econmico se o soluto tiver uma
concentrao relativamente elevada (Alkan et al., 2008; Gok et al., 2008).
Rochas e Minerais Industriais CETEM/2008, 2a Edio 945
Jiang et al. (2008) utilizaram bentonitas nas formas sdica e clcica para
removerem o composto qumico violeta bsico 14 de solues aquosas.
A adsoro foi estudada no que diz respeito ao tempo do contato,
concentrao inicial, e presena dos sais selecionados. Os dados
experimentais foram representados pelos modelos de Langmuir e de Freundlich
e as capacidades mximas da adsoro obtidas para a bentonita-Na e a
bentonita-Ca, foram respectivamente 147,9 e 100 mg/g com o modelo de
Langmuir.
recuperao deste gs. Por apresentar elevada rea superficial (544 m2/g) e
grande volume total de poros (0,353 cm3/g), a zelita estudada mostrou-se
eficiente na adsoro de CO2, tendo sua eficincia diminuda em funo do
aumento da temperatura, como mostra a Tabela 1.
25 10,38
55 5,55
85 2,16
presena de vrios metais pesados (cobre, ferro, mangans e zinco), com alguns
deles ocorrendo em concentraes superiores s permitidas pelo CONAMA.
Outras Aplicaes
Inseticidas (diatomita)
A forma irregular das partculas de diatomita, com contornos pontiagudos
microscpicos, associada s propriedades de soro, pode ser utilizada na
produo de inseticidas. A asperso de micropartculas de diatomita sobre
lavouras ou focos de insetos tem o objetivo de recobrir a superfcie dos insetos e
causar pequenos cortes na camada oleosa protetora dessa superfcie; os cortes
permitem que os fluidos corporais dos insetos sejam absorvidos pela diatomita,
causando a morte por desidratao (Harben, 2002).
954 Minerais Aplicados Tecnologia Ambiental: Minerais Verdes
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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cetyltrimethylammonium bromide. Chemical Engineering Journal, vol. 136,
p. 295-305.
Captulo 42
1. INTRODUO
A toxicidade de algumas partculas minerais conhecida desde a
antiguidade. A primeira publicao descrevendo a associao entre o trabalho
de minerao e a manifestao de doena respiratria data de 1556, a obra de
Re metllica, de Georg Bauer (Agrcola, 1556). O tamanho das partculas
determina a maneira como a poeira entra no organismo, via inalao, e onde
ela depositada no trato respiratrio. A concentrao e o tempo de exposio
estimam a quantidade de poeira que pode ser inalada. A forma da partcula e
sua reatividade determinam o destino subseqente e as respostas biolgicas
devidas presena da poeira em contato com os tecidos vulnerveis (Santos &
Canado, 2001).
1
Farmacutica Bioqumica, D.Sc. em Geoqumica Ambiental.
2
Gelogo, D.Sc. em Mineralogia Aplicada e Experimental.
3
Nutricionista, D.Sc. em Epidemiologia.
962 Exposio Ocupacional e Ambiental a Poeiras de Rochas e Minerais Industriais
Silica e Silicose
Asbestos e Asbestose
Talco e Talcose
Zelitas fibrosas
Wollastonita
Argilominerais
Poeira respirvel:
8
LT =
Slica livre cristalizada % quartzo + 2
Poeira total:
24
LT =
% quartzo + 3
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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988 Exposio Ocupacional e Ambiental a Poeiras de Rochas e Minerais Industriais