5052015184724luciana de Souza Pereira
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5052015184724luciana de Souza Pereira
Curso de Enfermagem
Par de Minas
2014
1
Par de Minas
2014
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Prof. Ms. Marisa Gonalves Brito Menezes
________________________________________
Prof. Dra. Ms. Meiriele Tavares de Araujo
3
RESUMO
A dependncia por drogas lcitas e ilcitas tem se tornado um dos maiores problemas
de sade publica no mundo. Dentre essas drogas esto as substncias
psicotrpicas, que abrangem tanto entorpecentes quanto medicamentos. Este
estudo teve como objetivo conhecer no ponto de vista do usurio, o consumo, a
dependncia e a influncia do medicamento psicotrpico no seu cotidiano, assim
como a distribuio dos mesmos em uma ESF. Tratou-se de um relato de
experincia de uma jovem adulta dependente de medicamentos psicotrpicos. Os
resultados da busca ativa na ESF evidenciaram que as mulheres eram as que mais
faziam o uso de medicamentos psicotrpicos. O psicotrpico de uso mais frequente
da cliente era da classe das anfetaminas, sendo depende dos medicamentos h 14
anos, o que trazia grande influncia em seu convvio familiar e social. A cliente tinha
total conhecimento sobre os medicamentos em uso e at mesmo os seus malefcios.
Pode-se concluir que a cliente foi totalmente influenciada pelos padres de beleza
impostos pela atualidade, e que fazia uso de medidas drsticas e prejudiciais
sade para emagrecer, fazendo o uso indiscriminado sem prescries medicas de
inibidores do apetite, ansiolticos e antidepressivos.
ABSTRACT
The dependence on licit and illicit drugs has become a major problem of public health
in the world. Among these drugs are psychotropic substances, covering both drugs
as medicines. This study aimed to understand the point of view of the user,
consumption, dependence and the influence of psychotropic medication in their daily
lives as well as their distribution in a ESF (Family Health Strategy) . It was an
experience report of a dependent young adult psychotropic drugs. The search results
results in the ESF showed that women were the ones that were using psychotropic
medications. The more frequent use of psychotropic client was the class of
amphetamines, being dependent on drugs 14 years ago, which brought great
influence in their family and social life. The client had full knowledge of the drugs in
use and even their misdeeds. It can be concluded that the client was totally
influenced by the standards of beauty imposed by today, and who used drastic and
detrimental health measures to lose weight, making indiscriminate use of prescription
medications without appetite suppressants, antidepressants and anxiolytics.
LISTA DE QUADROS
LISTA DE TABELAS
LISTA DE SIGLAS
SUMRIO
1 INTRODUO.................................................................................................. 09
2 OBJETIVOS...................................................................................................... 11
2.1 Objetivo Geral............................................................................................... 11
2.2 Objetivos Especficos.................................................................................. 11
3 REFERENCIAL TERICO................................................................................ 12
3.1 Drogas Psicotrpicas................................................................................... 12
3.2 Classificaes dos Frmacos Psicotrpicos............................................ 14
3.2.1 Anestsicos gerais...................................................................................... 14
3.2.1.1 Anestsicos inalatrios............................................................................. 15
3.2.1.2 Anestsicos Intravenosos......................................................................... 15
3.2.2 Ansiolticos e hipnticos.............................................................................. 16
3.2.3 Antidepressivos........................................................................................... 17
3.2.4 Analgsicos................................................................................................. 18
3.2.5 Estimulantes Psicomotores......................................................................... 19
3.3 Dependncia e abuso de drogas psicotrpica.......................................... 20
3.4 O uso cotidiano de psicotrpicos e o reflexo na sociedade.................... 22
4 PERCURSO METODOLGICO....................................................................... 25
4.1 Abordagem Metodolgica........................................................................... 25
4.2 Cenrio da Pesquisa.................................................................................... 25
4.3 Seleo do sujeito e coleta de dados......................................................... 26
4.4 Sujeito da Pesquisa...................................................................................... 27
4.5 Aspectos ticos............................................................................................ 28
4.6 Tratamentos dos Dados............................................................................... 28
5 RESULTADOS.................................................................................................. 29
5.1 Busca ativa de usurios de medicamentos psicotrpicos...................... 29
5.2 Consulta de enfermagem............................................................................. 30
5.2.1 Entrevista..................................................................................................... 30
5.2.2 Exame fsico................................................................................................ 42
5.3 Conduta......................................................................................................... 45
6 CONSIDERAES FINAIS.............................................................................. 48
REFERNCIAS.................................................................................................... 50
APNDICE... 59
ANEXO................................................................................................................. 60
9
1 INTRODUO
2 OBJETIVOS
3 REFERENCIAL TERICO
acumulativo, o que faz com que sejam os frmacos de eleio para a administrao
de forma contnua. (AUGUSTO, 2010).
O Proporfol semelhante ao tiopental, tendo vantagens no seu rpido
metabolismo, o que leva a uma recuperao bem mais rpida, no tendo efeitos de
ressaca como o Tiopental, com isso podendo ser usados como infuso continua
para cirurgias. (HARDMAN; LIMBIRD, 2005).
De acordo com Golan (2009), o Tiopental bastante usado em indues
anestsicas, narcoanlise, em pacientes que apresentam presso intracraniana
elevada e em quadros de convulses. J o Proporfol utilizado em induo e
manuteno de anestesia e sedao de pacientes ventilados mecanicamente.
(GOLAN, 2009).
3.2.3 Antidepressivos
3.2.4 Analgsicos
frmaco, surgindo o vcio, o que leva distoro dos valores pessoais e sociais do
indivduo, prejudicando o seu comportamento social. (ANDRADE; ANDRADE;
SOARES 2004).
Soldera et al. (2004) afirmam que uma famlia bem estruturada um grande
fator positivo para que seus membros no faam o uso de drogas. Estes autores
afirmam tambm que o risco para a drogatio aumentado quando existe o fato de
os pais serem separados ou apresentarem um relacionamento bastante deteriorado.
Oliveira, Bittencourt e Carmo (2008) apontam ainda como fatores
predisponentes para o uso de drogas, o uso prvio por membros familiares, que tm
como consequncia a falta de dilogo sobre os riscos e malefcios que tais
substncias podem trazer. Com isso, os filhos veem como uma coisa normal e
inofensiva, tornando-se usurios.
O consumo de substncias psicoativas est interligado ao mbito social, com
as mais diversas finalidades e prticas. Desconhece-se uma sociedade que no
tenha utilizado tais substncias, seja para fins religiosos ou teraputicos. (ROEHRS;
LENARDT; MARFTUM; 2008).
Pratta e Santos (2009) relatam que a droga como qualquer outro substncia
existente na sociedade, progride juntamente com a cultura, modificando-se de
gerao para gerao de acordo com as condies socioculturais existentes.
Ainda segundo os autores, existem modificaes da drogadio do passado
para atual. A droga, que era um elemento integrado na sociedade, passou a ser um
elemento desintegrado, sendo uma substncia desencadeadora de uma doena
crnica, ou seja, a dependncia qumica. Esta dependncia faz com que o
dependente se afaste de sua vida social, familiar e profissional, levando-o a um
estado vegetativo, aumentando ainda mais o vcio, sem qualquer autoestima ou
vontade de viver.
Souza, Kantorski e Mielke (2006) afirmam que existe a vontade dos prprios
dependentes de voltarem a participar de sua comunidade, de onde foram excludos
por serem rotulados como drogados, viciados, adjetivos impostos pela prpria
sociedade.
Existem vrios meios de se reinserir esse indivduo na sociedade, dentre eles
o Centro de Ateno Psicossocial lcool e Drogas (CAPS-ad) que possui um
importante papel na retomada da vida social do dependente de psicoativos.
(SOUZA; KANTORSKI; MIELKE, 2006).
O CAPS-ad foi criado aps o movimento da reforma psiquiatra no Brasil, na
dcada de 70 pelo Sistema nico de Sade (SUS). Juntamente com o CAPS-ad
foram criados tambm os Centros de Ateno Psicossocial I (CAPS I), Centro de
24
Ateno Psicossocial II (CAPS II), Centro de Ateno Psicossocial III (CAPS III) e
Centro de Ateno Psicossocial de Ateno a Criana e Adolescente (CAPS I). O
CAPS-ad especializado no atendimento de pessoas que fazem uso prejudicial de
lcool e outras drogas, funciona durante cinco dias teis da semana, e tem
capacidade para realizar o acompanhamento de cerca de 240 pessoas por ms.
(BRASIL, 2005).
Os Centros de Ateno Psicossocial (CAPSs) em geral foram criados para
prestar atendimento clnico em regime dirio, evitando assim as internaes em
hospitais psiquitricos, por meios de promover a insero social das pessoas com
transtornos mentais atravs de aes inter-setoriais, regulando a porta de entrada
da rede de assistncia em sade mental na sua rea de atuao e dar suporte a
ateno sade mental na rede bsica (BRASIL, 2005). Porm h uma grande
dificuldade dos profissionais em lidar com estes usurios, pelo fato de que suas
formaes serem inadequadas, consequentemente a assistncia prestada
ineficiente. (SOUZA; KANTORSKI; MIELKE, 2006).
25
4 PERCURSO METODOLGICO
O sujeito da pesquisa era uma jovem adulta de 34 anos, cor parda, natural de
Bom Despacho-MG, ensino fundamental incompleto, solteira, residente em Leandro
Ferreira. Foi escolhida por ser brasileira, j ter atingido a maioridade, ser usuria de
medicamentos psicotrpicos e ter aceitado o convite de participar do trabalho,
assinando o TCLE, obedecendo assim aos critrios de incluso.
28
5 RESULTADOS
5.2.1 Entrevista
30/06/2014;
Identificao: C. R. M.; DN: 11/11/79; 34 anos; parda; solteira;
ensino fundamental incompleto.
Queixa principal: Sem queixas no momento da consulta.
Histria pregressa: Negou patologias, esteve internada h oito
anos por ingerir uma grande quantidade de medicamentos.
Relatou ter tido alergia do femproporex, mas mesmo assim,
no interrompeu o uso.
Em busca de maiores informaes, detectou-se no pronturio
preenchido pelo mdico, que a mesma havia tido pitirase
rsea.
31
O que voc diria para uma pessoa que est querendo iniciar,
ou iniciou o uso de um medicamento psicotrpico sem
orientao mdica ou de forma indiscriminada?
Pra nunca tomar, nunca tomar, eu acho que no deveria,
porque to bom ser normal, no ter que tomar esse remdio
todos os dias, no ter essa obsesso de ter que tomar, d nove
horas, minha boca parece que vai ficando seca, de sete at
nove, depois, meio dia, quatro horas da tarde, quando d
horrio, eu fico doida, s vezes nem ele, se eu tomar um
remdio qualquer s vezes passa, entendeu?
Chaves et al. (2011) referem-se fissura pela droga como uma necessidade
indispensvel do corpo, para vida comparada com a fome. A impossibilidade de
saci-la causa forte sofrimento e o indivduo tomado por pensamentos obsessivos
que envolvem maneiras de obteno da droga ou at mesmo o dinheiro para
consegui-la.
De acordo com Oliveira (2008, p. 10) placebo : [...] substncia ou
preparao inativa administrada para satisfazer a necessidade simblica do paciente
por terapia com medicamentos, [...].
5.3 Conduta
DE: Estilo de vida sedentrio, caracterizado por escolher uma rotina diria sem
exerccios fsicos, relacionado falta de interesse.
RE: Que a cliente adquira o hbito de realizar alguma atividade fsica em at duas
semanas.
PE: Fazer alongamentos e realizar caminhadas, usando roupas e calado
confortveis, em lugares planos por 30 min. trs vezes por semana.
PE: Tomar banho morno e prolongado antes de se deitar ouvindo musica relaxante
diariamente.
Manter o quarto harmonioso, com roupas de camas higienizadas, sem rudos e em
penumbra diariamente.
6 CONSIDERAOES FINAIS
REFERNCIAS
AZEVEDO, Ana Karina Silva; DUTRA, Elza Maria do Socorro. Relao amorosa e
tentativa de suicdio na adolescncia: uma questo de (des)amor. Revista da
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IMESC, n. 3, 2001. Disponivel em: <http://www.gruponitro.com.br/atendimento-a-
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_snc.pdf>. Acesso em: 09 abr. 2014.
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medicamentos inibidores do apetite a curto prazo: um estudo descritivo das
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<http://revista.fmb.edu.br/index.php/index/index>. Acesso em: 21 jul. 2014.
LOYOLA, Cristina Maria Douat et al. Uso de drogas ilcitas e perspectivas crticas de
familiares e pessoas prximas na cidade do Rio de Janeiro Zona Norte, Brasil. Rev
54
MARQUES, Ana Ceclia Petta Roselli; RIBEIRO, Marcelo (Orgs.). Guia prtico sobre
uso, abuso e dependncia de substncias psicotrpicas para educadores e
profissionais da sade. So Paulo: [s. n.], 2006. Disponivel em:
<http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/infanciahome_c/dr_drogadicao/dr_doutrin
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%20Drogas.pdf>. Acesso em: 07 jul. 2014.
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contra o consumo de drogas, segundo a percepo de universitrios. Evidncia,
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<http://departamentos.cardiol.br/dha/revista/9-2/hipertensao4.pdf>. Acesso em: 21
jul. 2014.
APNDICE A - Carta
60
2. Objetivo
Conhecer no ponto de vista do usurio o consumo, a dependncia, e a
influencia do medicamento psicotrpico no seu cotidiano.
3. Procedimento do Estudo
Caso concorde em participar deste estudo e responder o questionrio sobre
dados pessoais, suas respostas sero analisadas e divulgadas atravs de artigos
cientficos.
4. Riscos e desconfortos
bom reafirmar que esta pesquisa poder lhe trazer desconforto ao
responder questes de ordem pessoal.
5. Benefcios
Sua participao dever ser espontnea e voc no receber nenhum
beneficio por ela, da mesma forma que no estar sujeito a nenhum nus, a no ser
de se beneficiar com as mudanas adotadas a partir da anlise deste estudo em
experincias futuras.
61
6. Custos/reembolso
Reafirmamos que sua participao neste estudo no lhe causar nenhum
gasto, da mesma forma em que no receber pagamento pela sua participao.
7. Responsabilidade
Os efeitos indesejveis possveis j lhe foram esclarecidos, que o
constrangimento ao responder o questionrio, e desta forma fica claro que voc no
sofrer nenhuma consequncia fsica.
8. Carter confidencial
Todas as informaes obtidas a partir de sua participao neste estudo sero
mantidas confidenciais. Ao assinar este consentimento informado, voc est
autorizando o uso das informaes concedidas para a realizao deste projeto.
9. Participao
Informamos novamente que sua participao nesta pesquisa consistir em
responder o questionrio. importante que voc esteja consciente de que a
participao neste estudo de pesquisa completamente voluntria e de que voc
poder recusar-se a participar do estudo a qualquer momento. Em caso de voc
decidir retirar-se do estudo, dever notificar a pesquisadora.
Declaro que tive tempo suficiente para ler e entender as informaes acima. Declaro
tambm que toda a linguagem tcnica utilizada na descrio deste estudo de
pesquisa foi satisfatoriamente explicada e que recebi respostas para todas as
minhas dvidas. Confirmo tambm que recebi uma cpia deste formulrio de
consentimento. Compreendo que sou livre para me retirar do estudo em qualquer
momento, sem perda de benefcios ou qualquer outra penalidade.
Dou meu consentimento de livre e espontnea vontade e sem reservas para
participar como paciente deste estudo.
_______________________________________________________
Nome do participante ou representante legal (em letra de forma)
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Assinatura do participante ou representante legal
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Assinatura da pesquisadora