00 - Apostila - STP - 2017 PDF
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Prof. Dr. Ramon Eduardo Pereira Silva Universidade Federal da Grande Dourados
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STP 2016 Trocadores de Calor Engenharia de Energia
1 TROCADORES DE CALOR 5
1.1 Conceituação 5
1.2 Classificação 5
2 CALDEIRAS E GERADORES
GERADORES DE VAPOR 18
2.2 Seleção 21
3 FORNALHAS 26
3.1 Fornalhas 26
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2
STP 2016 Trocadores de Calor Engenharia de Energia
3.2 Combustão 31
3.2.1 Poder Calorífico 31
3.2.2 Quantidade de Ar Necessário 32
3.2.3 Excesso de Ar 33
4 CALDEIRAS FLAMOTUBULARES
FLAMOTUBULARES 35
4.1 Introdução 35
4.3 Classificação 37
4.3.1 Classificação Quanto ao Número de Passes 38
4.3.2 Classificação Quanto ao Tipo de Fundo 39
5 CALDEIRAS AQUATUBULARES
AQUATUBULARES 50
5.1 Introdução 50
5.2 Tipos 51
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3
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5.3.4 Superaquecedor 51
5.3.5 Economizador 51
5.3.6 Aquecedor de ar 51
5.3.7 Acessórios 51
6 DIMENSIONAMENTO DE CALDEIRAS
CALDEIRAS – VASOS DE PRESSÃO 51
7 EFICIÊNCIA NA GERAÇÃO
GERAÇÃO DE VAPOR 56
8 DISTRIBUIÇÃO DE VAPOR
VAPOR 70
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9 EFICIÊNCIA NA DISTRIBUIÇÃO
DISTRIBUIÇÃO DE VAPOR 81
10 REFERÊNCIAS 92
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5
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1 Trocadores de Calor
1.1 Conceituação
O fluido quente cede calor ao fluido frio sob forma de calor sensível ou latente. Por
definição o fluido quente é aquele que fornece calor e que se não houver mudança de fase
terá sua temperatura diminuída. O fluido frio por sua vez é aquele que recebe calor, e se
não houver mudança de fase se aquecerá.
1) Aquecedores,
2) Geladeiras,
3) Aparelhos de condicionamento de ar,
4) Etc.
1.2 Classificação
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O fluido quente entra com uma temperatura T1 e sai com uma temperatura T2 o fluido
frio entra com uma temperatura t1 e sai com uma temperatura t2.
Nesse tipo de operação a temperatura de saída do fluido frio nunca será maior que a
de saída do fluido quente.
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Este tipo de trocador é composto por dois tubos concêntricos. Normalmente são
montados em dois trechos retos conectados por uma curva de retorno conforme
demonstrado na Figura 1.2.
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Nesse tipo de trocador um fluido escoa pelo tubo interno e o outro pelo espaço anular.
A transferência de calor ocorre através da parede do tubo interno.
Não há troca de calor entre os fluidos na curva de retorna, portanto a área de troca é
considerada somente nas partes retas.
O tubo interno pode ser liso ou aletado. O tubo com aletas longitudinais, utilizadas
para aumentar a área de troca de calor, é indicado quando o fluido que escoa pelo espaço
anular apresenta um valor de coeficiente de transferência de calor por convecção de
menor que a metade do apresentado pelo outro fluido.
Esse tipo de trocador de calor costuma ser economicamente viável quando são
necessárias áreas de troca de até 30 m² ou quando o trocador casco e tubo não for a melhos
solução econômica.
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Tabela 1.1 – Dimensões padrão para trocadores duplo tubo (ARAUJO, 2014)
Esse tipo de trocador é composto por um casco cilíndrico (1) contendo um conjunto
de tubos montado paralelamente ao eixo longitudinal do fluido. Os tubos são presos a
placas perfuradas chamadas de espelhos (3).
As chicanas (4) servem para direcionar o escoamento do fluido que passa por fora e
também para suportar os tubos (Figura 1.3).
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STP 2016 Trocadores de Calor Engenharia de Energia
O trocador de calor tipo casco e tubo pode ser projetado praticamente para qualquer
tipo de aplicação.
Pode ser utilizado para amplas faixas de vazão, temperatura e pressão. É o único tipo
que pode ser aplicado a processos:
Pode ainda ser construído com diversos materiais, possibilitando a operação com
fluidos corrosivos.
Pode ainda:
Se o fluido que escoa pelo lado tubo entra através do bocal, percorre o trocador de
ponta a ponta e sai pelo outro lado, como mostra a Figura 1.4, esse trocador terá uma
passagem no lado tubo.
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STP 2016 Trocadores de Calor Engenharia de Energia
Se o fluido que escoa pelo lado tubo entra através do bocal, percorre o trocador de
ponta a ponta retorna e sai pelo mesmo lado, como mostra a Figura 1.5, esse trocador terá
duas passagens no lado tubo.
1.4.3 Placas
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Q = . . (
−
) 1.1
Q = . . ( − ) 1.2
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Uma vez definida a quantidade de calor a ser trocada, a área de troca é calculada
conforme a Equação 1.3.
Q = U. A. ∆
1.3
(
− ) − (
− ) 1.4
∆T =
−
ln
−
Para trocadores de correntes opostas a DTML é definida pela Equação 1.5. Conforme
a Figura 1.9.
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(
− ) − (
− ) 1.5
∆T =
−
ln
−
E então a área de troca pode ser relacionada com o comprimento do tubo pela Equação
1.6.
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A = d. π. L 1.6
Onde “d” é o diâmetro externo do tubo interno. Caso haja limitação de comprimento
o trocador deverá ser construído com vários passes, conforme se descreve mais a frente.
1.5.2 Casco-Tubo
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(
−
) 1.7
R=
( − )
A razão entre o aumento de temperatura do fluido frio e o máximo aumento que este
fluido poderia ter em contracorrente é chamado de efetividade térmica. É denominado
“S” e corresponde à aproximação no terminal quente igual a zero (T1=t1). É definida na
Equação 1.8.
( − ) 1.8
S=
(
− )
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STP 2016 Trocadores de Calor Engenharia de Energia
Figura 1.11 – Gráfico típico para a obtenção do fator de correção. (ARAUJO, 2014)
= F. U. A. ∆
, ! 1.9
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STP 2016 Caldeiras e Geradores de Vapor Engenharia de Energia
Geradores de vapor são trocadores de calor que produzem vapor a partir da energia
térmica, convertida da energia química do combustível ou do aproveitamento de calores
residuais de processos industriais, e um fluido vaporizante, normalmente água.
As caldeiras onde a água não se vaporiza, ou seja, a energia térmica é distribuída ainda
na fase liquida, são chamadas de caldeiras de água de alta temperatura. Além da água são
utilizados fluidos térmicos para distribuição de calor nessas caldeiras.
Na sua forma mais simples a caldeira é constituída de uma fornalha onde ocorre a
liberação de energia do combustível e uma superfície de troca de calor formada por passes
de tubos, onde há produção contínua de vapor a partir de água de alimentação. Os gases
atravessam a caldeira no sentido da fornalha para a chaminé trocando calor com a água a
ser vaporizada. É um vaso de pressão.
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STP 2016 Combustão e Fornalhas Engenharia de Energia
Nas caldeiras flamotubulares a passagem dos gases se dá pelo interior dos tubos de
troca de calor, cedendo calor à água contida na carcaça que os envolve.
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STP 2016 Combustão e Fornalhas Engenharia de Energia
Nas caldeiras a resistência a potência é limitada a 2,5 MW, operando em tensões que
variam de 200 a 500 V. A taxa de produção de vapor é da ordem de 1,3 kg/kWh e a
eficiência térmica pode chegar a 98%.
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2.2 Seleção
a) Maior Rendimento;
b) Maior produção de Vapor;
c) Maior Superfície de Aquecimento.
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STP 2016 Combustão e Fornalhas Engenharia de Energia
13.3.2 Para efeito desta NR, considera-se Profissional Habilitado - PH aquele que
tem competência legal para o exercício da profissão de engenheiro nas atividades
referentes a projeto de construção, acompanhamento da operação e da manutenção,
inspeção e supervisão de inspeção de caldeiras, vasos de pressão e tubulações, em
conformidade com a regulamentação profissional vigente no País.
2.3.2 Classificação
c) caldeiras da categoria B são todas as caldeiras que não se enquadram nas categorias
anteriores
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13.4.1.4 Toda caldeira deve ter afixada em seu corpo, em local de fácil acesso e bem
visível, placa de identificação indelével com, no mínimo, as seguintes informações:
a) nome do fabricante;
c) ano de fabricação;
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Para o cálculo da carga da caldeira ( ) devem ser definidos os parâmetros na Tabela
2.2.
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Para vapor saturado a entalpia de saída do vapor é calculada pela Equação 2.2
ponderando-se a entalpia de liquido saturado (hls) e a entalpia de vapor saturado (hvs), nas
condições de operação, em relação ao título (x) do vapor.
A carga da caldeira pode ser dividida entre o calor sensível necessário para se elevar
a temperatura da água até o ponto de operação e o calor latente para gerar o vapor na
qualidade demandada pelo processo.
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3 Fornalhas
3.1 Fornalhas
Segundo Bazzo (1995), a fornalha é o componente da caldeira que tem por função
converter a energia química presente no combustível em energia térmica que será
transferida à água ou óleo térmico.
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No interior da fornalha as paredes devem ser revestidas com uma camada de tijolos
refratários, responsáveis por reter o calor no seu interior.
Por isso, devem suportar altas temperaturas e apresentar resistência ao choque térmico
e dilatação quase nula. A fixação desses tijolos é feita com argamassa refratária.
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Por outro lado, volumes grandes podem implicar em menores temperaturas na câmara
a ponto de dificultar o processo de ignição das partículas de combustível em determinados
pontos.
Figura 3.2 – Valores típicos de carga térmica volumétrica (kW/m³) (Bazzo, 1995)
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A altura da fornalha deve ser definida de forma a não prejudicar a circulação natural
de água no interior dos tubos e, também de maneira a garantir tempo de residência
suficiente para que todo o combustível seja queimado.
O contato da chama com as paredes provoca uma elevação na taxa de troca térmica,
provocando o superaquecimento dos tubos e consequente enfraquecimento.
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<=
kg/m².h 3.2
=>
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3.2 Combustão
O PC pode ser definido como Poder Calorífico Superior (PCS) quando a água de
combustão se apresenta na fase líquida. Quando a água resultante da reação de combustão
se apresenta na fase de vapor, o PC é definido como Poder Calorífico Inferior.
A determinação do PCS para combustíveis sólidos e líquidos pode ser feita utilizando-
se a Equação 3.3. Devem ser conhecidos os teores de carbono (C), hidrogênio (H),
oxigênio (O) e enxofre (S) em kg/kg de combustível.
De uma forma geral a relação entre PCI e PCS pode ser definida pela Equação 3.4,
onde H é a quantidade de hidrogênio e W é a umidade do combustível, ambos em massa.
G
#@A = 33900@ + 141800 EF − I + 9200A [kJ/kg] 3.3
H
Para o bagaço de cana podem ser definidas as seguintes relações pelo método de
HUGOT (GARCIA,2013), onde S é o teor de açúcar no bagaço que pode ser considerado
constante (4%):
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P Q
M%&!,N&," = 4,76. (0 + − + 7) 3.7
4 2
P Q
137,28. (0 + 4 − 2 + 7) 3.8
M%&!,N&,R(& =
120 + P + 16Q + 327
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A vazão mássica de combustível ( ) é razão direta do Poder Calorífico (PC) desse
combustível.
3.2.3 Excesso de Ar
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Então a vazão mássica dos gases que atravessa a caldeira é definida pela Equação
3.13.
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4 Caldeiras Flamotubulares
4.1 Introdução
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de vapor a 15 bar e 15 ton/h. Acima desses valores as dimensões passam a ser exageradas,
o que as torna menos competitivas que as caldeiras aquotubulares.
4.2.1 Fornalha
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De acordo com BAZZO (1995) o diâmetro das fornalhas pode variar entre 400 e 1300
mm.
As caldeiras flamotubulares com fornalha interna são as mais comuns e sua produção
de vapor por unidade de superfície varia de 30 a 40 kg/m².h A produção de vapor por
unidade de área de troca de calor é conhecida como taxa de vaporização específica.
4.2.2 Casco
O casco é o corpo cilíndrico externo cujo diâmetro pode variar entre 900 e 2800 mm
e é no casco que são fixados os espelhos. A colocação de estais entre os espelhos e o
casco garante maior segurança. Os estais reforçam os pontos mais vulneráveis da caldeira,
aumentando a segurança das pessoas e equipamentos localizados na casa de caldeiras.
4.2.3 Espelhos
Os espelhos são as estruturas que suportam a fornalha e os feixes de tubos. São placas
de aço.
Os feixes de tubos são fixados aos espelhos. Os tubos variam de diâmetro entre 30 e
100 mm. Os tubos são montados nos espelhos por solda ou pela expansão de suas
extremidades (mandrilagem).
É nas câmaras de reversão que ocorre a mudança de direção do fluxo dos gases
quentes.
4.3 Classificação
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Os gases da combustão fluem pelo interior dos tubos da caldeira por uma, duas ou
três vezes.
Esta passagem dos gases atravessando ao caldeira pelo interior da fornalha ou dos
tubos definem a caldeira através dos passes ou passagens. A Figura 4.3 e Figura 4.4
mostram caldeiras de duas e três passagens.
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Quanto ao tipo de fundo as caldeiras poder ser classificadas como mostrado na Figura
4.5. Nas caldeiras de fundo seco o fundo da câmara de reversão é o próprio tampo do
casco. Nas caldeira de fundo úmido o fundo da câmara de reversão está em contato com
a água e na caldeira de retorno de chamas não há câmara de reversão na fornalha. As mais
comuns são as de fundo seco.
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queimam óleo, troca -se através da fornalha cerca de 40 a 50% do calor introduzido. Já
nas caldeiras a gás essa troca é de 30 a 40%. (SANTOS, 2012).
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:
4,W °C 4.1
&: = 7 U V
=S:
A temperatura dos gases de saída da fornalha variam entre 900 °C para o carvão até
1200 °C para o gás.
O coeficiente “k” é uma constante que depende do combustível e pode ser encontrada
na Tabela 4.1 – Constante k
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Combustível k
Gás natural 52,4
Óleos 46,0
Carvão e óleos pesados 38,0
=:
X: =
Y. Z:
m 4.3
A relação entre o comprimento e o diâmetro da caldeira deve estar entre 3:1 e 4:1.
Caso essa relação não esteja satisfeita, um valor intermediário deve ser adotado e
recalcular.
=: = Y. Z: . [\] . Z: m² 4.4
Para garantir a estabilidade da chama deve-se calcular a velocidade mássica dos gases
da caldeira. Os valores da velocidade mássica deve estar entre 2 kg/m².s e 3 kg/m².s.
Valores mais altos causam o descolamento da chama, pois nessa condição a velocidade
do fluxo é maior que a velocidade de chama. A velocidade mássica de chama é calculada
pela Equação 4.5.
>
^: =
=%: kg/m².s 4.5
Sendo a área de escoamento dos gases da fornalha Aef calculada pela Equação 4.6
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Y. Z:
=%: =
4 m 4.6
X = X: m 4.7
% −
R
& =
R + 4,4._`a
m 4.8
10 (]b.cb)d,e
Onde:
Dt é o diâmetro do tubo, m
Deve ser calculada a temperatura dos gases na saída do segundo passe. A temperatura
dos gases na chaminé é a temperatura de saída dos gases no terceiro passe. A temperatura
de entrada no terceiro passe é a temperatura de saída do segundo passe. A temperatura
dos gases na chaminé deve ser 50 °C superior à temperatura de saturação.
A perda de carga de uma caldeira pode ser obtida depois de definido o comprimento
dos tubos, o diâmetro interno dos tubos e a temperatura dos gases na entrada e na saída.
Utilizando a Figura 4.7, Figura 4.8 e Figura 4.9 desenvolvidos por Roderick, Murray e
Wall
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Figura 4.8 - Elevação de pressão nos tubos devido ao resfriamento dos gases.
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STP 2016 Caldeiras Flamotubulares Engenharia de Energia
A Figura 4.7 apresenta a perda de carga na entrada dos tubos. A Figura 4.8 apresenta
a elevação de pressão devido ao resfriamento dos gases no tubo e a Figura 4.9 apresenta
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48
STP 2016 Caldeiras Flamotubulares Engenharia de Energia
a resistência de atrito ao escoamento através do tubo. Além das perdas apresentadas nestas
figuras, existirá aquela devida à mudança de direção do escoamento na câmara de
reversão. Na câmara de reversão do fundo a velocidade do gás será igual à da saída da
fornalha. A taxa de fluxo mássico é baixo, por volta de 2 kg.m-2.s-1; e conseqüentemente
a perda de pressão será baixa, (menor que 0,1 mbar).
O limite superior da taxa de fluxo mássico proporciona maior perda de carga, isto é
indesejável pois exigirá maior potência de ventilação e proporcionará maior erosão da
tubulação.
A perda de carga por atrito do escoamento dos gases nos tubos de cada passe é
determinada com o uso do nomograma da Figura 4.9. Partindo-se do valor de temperatura
média dos gases na escala correspondente ao diâmetro do tubo, traça-se uma
perpendicular à linha de referência.
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STP 2016 Caldeiras Flamotubulares Engenharia de Energia
A perda de carga total é a soma das perdas de cargas parciais abatida da elevação de
pressão por desaceleração.
#f,! = #f,%: + #f,% + #f,% − )#f,S + #f,S + + X #f,( + X #f,( [mbar] 4.9
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STP 2016 Eficiência na Distribuição Engenharia de Energia
5 Caldeiras Aquotubulares
5.1 Introdução
Nas caldeiras aquotubulares a água circula pelo interior dos tubos e os gases trocam
calor com a água pela parede desses. A Figura 5.1 mostra uma caldeira aquotubular.
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51
STP 2016 Eficiência na Distribuição Engenharia de Energia
5.2 Tipos
5.3.1 Fornalha
5.3.3 Tubulões
5.3.4 Superaquecedor
5.3.5 Economizador
5.3.6 Aquecedor de ar
5.3.7 Acessórios
Este capítulo trata das normas de projeto de vasos de pressão especificas para
caldeiras de acordo com a Norma ASME Boiler and Pressure Vessel Code (2010). As
fórmulas apresentadas são utilizadas para fins didáticos, portanto para utilização em
projeto deve ser verificada a última versão das normas citadas.
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STP 2016 Eficiência na Distribuição Engenharia de Energia
6.1.1 Casco
#[
T= +@
0,8. Ag − 0,6. # [mm] 6.1
Sendo:
0,8. Ag
#h
= =
[ + 0,6. T [MPa] 6.2
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53
STP 2016 Eficiência na Distribuição Engenharia de Energia
espessura das chapas em relação ao diâmetro interno do casco são apresentadas na Tabela
6.1.
Ainda segundo a norma ASME Boiler and Pressure Vessel Code Section I – Part PG
determina a eficiência de solda (Tabela 6.2).
Tipo de solda E
Cilindros sem costura 1,0
Juntas soldadas com todos os reforços de 1,0
solda nas juntas longitudinais removidos
rentes as superfície
Juntas soldadas com todos os reforços de 0,9
solda nas juntas longitudinais abandonados
no local
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STP 2016 Eficiência na Distribuição Engenharia de Energia
6.1.2 Fornalha
De acordo com a norma ASME Boiler and Pressure Vessel Code Section I- Power
Boilers – Part PFT.14, a espessura das fornalhas cilíndricas planas não pode ser inferior
a 8 mm. A Pressão Máxima de Trabalho Permitida (PMTP), deve ser determinada
como se segue:
(T − 1,65)
#h
# = 96,5
Z [MPa] 6.3
b) Para fornalhas com diâmetro externo entre 152 e 460 mm, cujo comprimento
da fornalha não seja maior que 4,5.D.
Se L<120.e:
0,355
#h
# = . (300. T − 1,03X)
Z [MPa] 6.4
Se L>120.e:
7500
#h
# =
X. Z [MPa] 6.5
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55
STP 2016 Eficiência na Distribuição Engenharia de Energia
c) Para fornalhas com diâmetro externo entre 152 e 460 mm, cujo comprimento
da fornalha seja maior que 4,5.D.
Se e < 0,023.D:
68900. T i
#h
# =
Zi [MPa] 6.6
Se e > 0,023.D:
119,28. T
#h
# = − 1,90
Z [MPa] 6.7
d) Para fornalhas com diâmetro entre 460 mm (externo) e 970 mm (interno), cujo
comprimento da fornalha não seja maior que 6,0.D.
Se L<120.e:
0,355
#h
# = . (300. T − 1,03X)
Z [MPa] 6.8
Se L>120.e:
7500
#h
# =
X. Z [MPa] 6.9
e) Para fornalhas com diâmetro entre 460 mm (externo) e 970 mm (interno), cujo
comprimento da fornalha não maior que 6,0.D.
Se L<120.e:
0,355
#h
# = . (300. T − 6,18. X)
Z [MPa] 6.10
Se L>120.e:
7500. T
#h
# =
6. Z [MPa] 6.11
Sendo:
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STP 2016 Eficiência na Distribuição Engenharia de Energia
6.1.3 Tubos
A PMTP para tubos de aço em caldeiras é determinada pela norma ASME Boiler and
Pressure Vessel Code Section I- Power Boilers – Part PFT.12
(T − 1,65)
#h
# = 96,5
Z [MPa] 6.12
(T − 1,00)
#h
# = 82,7 − 1,72
Z [MPa] 6.13
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A eficiência também pode ser analisada a partir das perdas que ocorrem no sistema
de geração:
∑ kTlmno
$(f = 1 −
RN . #@K [%] 7.2
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As perdas por calor nos gases da chaminé são divididas em duas parcelas: perdas
associadas aos gases secos formados na combustão e perdas associadas ao vapor presente
na chaminé. A perda associada à entalpia dos gases quentes na chaminé é associada à
entalpia dos componentes dos produtos de combustão.
Sendo:
@,r – calor específico a pressão constante médio entre Tch e Tref. [kJ/kg.°C]
Porém em termos práticos considera-se que grande parte dos gases de combustão é
constituída de nitrogênio atmosférico e portanto utiliza-se o calor específico do ar. Então
a Equação 7.3 pode ser reduzida para a Equação 7.4.
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As perdas por transferência de calor ocorrem por radiação e por convecção no costado
e são complexas de se medir. A ASME possui uma metodologia para se determinar essas
perdas, mas de maneira geral pode-se considerar que essas perdas variam de 1 a 10%. As
maiores perdas ocorrem em equipamentos de menor porte, operando em cargas parciais.
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O valor das perdas associadas ao combustível não convertido presente nas cinzas é
determinado pela análise da quantidade de carbono sem queimar presente nas cinzas.
Dessa forma pode-se associar uma vazão mássica desse carbono a partir da vazão de
combustível e da vazão mássica de cinzas. A essa quantidade de carbono é associada a
um poder calorífico (33780 kJ/kg).
Sendo a vazão mássica do teor de carbono presente nas cinzas [kg/h]
Esse tipo de perda é importante quando se utiliza biomassa como bagaço de cana e
lenha. Uma parte do calor fornecido é transferida para a água presente no combustível
gerando vapor. Quando os cálculos são feitos com base no PCS soma-se a essa perda a
parcela utilizada para evaporar a água formada pela reação de combustão. Normalmente
utiliza-se o PCI e essa parcela não precisa ser considerada.
Sendo " a vazão mássica total de vapor [kg/h] na saída da chaminé e ," o calor
especifico a pressão constante médio entre Tch e Tref.
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Essas perdas são determinadas pela análise dos gases de combustão, sendo que os
principais parâmetros são: temperatura e teor de oxigênio na chaminé e a temperatura
ambiente.
a) Carga da caldeira.
b) Sujeira nas superfícies de transferência de calor
c) Passagem direta de gases de exaustão devido a falha de componente da
caldeira.
d) Excesso de ar.
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As perdas são ainda mais significativas quando a caldeira opera em carga superior a
100% da carga nominal.
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Nesse caso deve-se considerar uma parada da caldeira para manutenção corretiva ou
o aguardo de uma parada de manutenção programada.
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Quando o nível de excesso de ar for alto, haverá maior perda de calor devido ao
aumento da vazão de ar na chaminé, o que diminui a transferência de energia do
combustível para o vapor. Na verdade esse excesso de ar “rouba” calor do combustível
que seria transferido à água. A Tabela 7.1 mostra um exemplo de eficiência da combustão
para o gás natural em relação ao excesso de ar e à temperatura.
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Considerando-se essa análise, a energia dos gases de saída da chaminé pode ser
recuperada tanto para aquecer a água de alimentação quanto o ar que entra na câmara de
combustão.
" . (
"& −
(% )
RN =
$(f . #@K [%] 7.9
(S . )
>& −
(S% +
RN =
$ RN . #@K [%] 7.10
A recuperação do calor dos gases de escape acontece pro dois tipos de equipamentos.:
7.2.3.1 Economizador
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O projeto da caldeira pode estabelecer uma temperatura dos gases de escape da ordem
de 260 a 280 °C. Nessa faixa a eficiência da caldeira fica próxima a 87 ou 88%. A
inclusão de um economizador eleva esse valor para uma faixa de 90 a 91%.
7.2.3.2 Pré-aquecedor de Ar
Os aquecedores de ar são trocadores de calor que utilizam a energia contida nos gases
de exaustão para elevar a temperatura do ar de combustão antes que este seja alimentado
a fornalha.
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Nas caldeiras pirotubulares o casco da caldeira está em contato térmico com água em
ebulição, o que é considerada uma temperatura baixa.
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8 Distribuição de Vapor
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O maior problema desse método é que não prevê a perda de carga devido ao
comprimento da tubulação. Assim um grande valor de perda de carga total poderá
aparecer em relação direta ao comprimento da linha.
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M# − M#
u=
X [kgf/cm².m] 8.1
Uma vez calculado o fator de pressão os seguintes valores são definidos conforme
mostra a Figura 8.2.
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vapor. Embora esse valor represente uma porcentagem muito baixa em relação à
capacidade da linha, há acumulo desse condensado com o passar do tempo. No final de
duas horas há a formação de 32 kg de condensado.
Para que esse condensado seja retirado é recomendada uma inclinação de 0,5% na
linha e na direção do fluxo (Figura 8.3) .
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8.2.2 Dilatação
Em linhas curtas e com bastante curvas o movimento da tubulação pode ser capaz de
absorver as tensões geradas pela expansão térmica. Entretanto em tubulações de maior
diâmetro, mais extensas e retas, portanto mais rígidas são empregados alguns acessórios
para absorver essas tensões.
O contorno é simplesmente uma curva completa da tubulação que deve ser instalada
na horizontal com a entrada pela parte superior e saída pela parte inferior, no sentido de
evitar o acumulo de condensado. O contorno (Figura 8.5) produz uma força contrária à
expansão da tubulação e como está sujeita a pressão interna, tenderá a se abrir causando
tensões adicionais aos flanges e conexões.
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Outro tipo de acessório que é bastante utilizado para absorver as tensões térmicas é a
lira ou ferradura (Figura 8.6). Assim como o contorno, deve ser posicionada no plano
horizontal para evitar formação de condensado. Nesse caso a pressão interna não provoca
tensões significativas nos flanges e acessórios.
Como regra geral recomenda-se que seu raio seja de pelo menos seis vezes o diâmetro
da tubulação.
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As juntas (Figura 8.7) ocupam um espaço muito menor que as soluções anteriores,
porém a ancoragem deve ser bem projetada e instalada. A pressão atuante na sobre a área
seccional da tubulação deslizante (interna) tenderá a força-la em oposição à pressão
exercida pela tubulação.
As juntas sanfonadas ou de expansão (Figura 8.8) podem ser utilizadas tanto para
absorver movimentos axiais quanto laterais e até angulares. A pressão interna tende a
afastar suas dobras, portanto a ancoragem deverá ser bem projetada e instalada.
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8.2.3 Ancoragem
Se a tubulação estiver livre para executar qualquer movimento as juntas podem não
se comprimir e portanto não absorvem a expansão da linha. Quando a ancoragem for na
horizontal é necessário soldar as braçadeiras de fixação à tubulação ou a aplicação de
flanges (Figura 8.9).
Todas as tomadas de vapor para tubulações secundárias devem acontecer pela parte
superior das linhas primárias para minimizar o carregamento de condensado para essas
linhas.
A tomada de vapor pela parte inferior da linha primária atua como ponto de drenagem,
diminuindo a qualidade do vapor direcionado ao ponto de consumo.
A tomada pela lateral atenua o problema mas não o resolve pois ainda coleta vapor
com alto teor de umidade.
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8.2.5 Ar na tubulação
Nas instalações que operam em regime contínuo esse efeito ocorre somente na partida
após a manutenção programada. Porém há instalações onde as partidas podem ocorrer
diariamente.
Dessa forma, nos casos em que haja alta intermitência de operação a instalação de
purgadores da ar é fortemente recomendada. A Figura 8.11 mostra a instalação de um
eliminador de ar na linha de vapor.
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8.2.6 Válvulas
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8.2.7 Reduções
8.2.8 Filtros
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O cálculo da quantidade de energia gasta para que o sistema se aqueça para entrar em
operação depende do quanto de calor deve ser cedido à linha fria, a temperatura ambiente
(Tamb), deve ser elevada à temperatura de trabalho do vapor (Tv). O cálculo depende
também do tipo de material utilizado (calor específico do material, cp,m e sua massa linear,
W), do comprimento da linha (l), da massa dos acessórios (mac) e do tempo de pré-
aquecimento (tpa, em horas). O cálculo é feito pela Equação 9.1.
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A massa linear e a massa dos acessórios podem ser obtidos de catálogos dos
fabricantes. Valores típicos, para fins didáticos, são apresentados na Tabela 9.2.
(
( =
ℎ" [kg/h] 9.2
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Tabela 9.3 - Taxa de emissão de calor típica para uma tubulação de aço.
(ELETROBRÁS,2005)
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=
ℎ" [kg/h] 9.4
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Em sistemas de vapor nos quais não se realizam manutenção a três ou cinco anos pode
ocorrer falha entre 15 a 30% dos purgadores. Em instalações em que há programas
sistemáticos de manutenção esses valores são inferiores a 5%.
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f) Tempo de operação
g) Custo de manutenção.
A formação de condensado em uma linha com tubulação isolada é calculada por ela
Equação 9.6.
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,r
,r =
ℎ" [kg/h] 9.6
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9.2.3 Purgadores
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O condensado é basicamente agua destilada, portanto é água com alta pureza e sua
recuperação como água de alimentação reduz as perdas por descarga de fundo da caldeira.
A recuperação do condensado da linha deve ser realizado por circuito fechado a partir
dos purgadores.
Uma caleira recebe água a temperatura ambiente (entre 20 a 30 °C) cuja temperatura
deve ser elevada ao ponto de ebulição (que varia conforme a pressão de operação).
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Mesmo nesses casos o calor parte do calor latente do condensado, antes que seja
descarregado para como efluente. A Figura 9.2 mostra um exemplo de trocador de calor
para aproveitamento da energia do condensado contaminado.
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Os motivos para recuperação do vapor flash são os mesmos daqueles descritos para
recuperação do condensado.
ℎ:, − ℎ:,
": = "
ℎ:> [kg/h] 9.7
10 Referências
Moreira
Bejan
Kreith
Bazzo
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Anexo A – Tabelas para dimensionamento de tubulação de vapor (Spirax-Sarco)
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Telles
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