Balanço de Pagamentos (Viviane Vecchi) PDF

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 88

BALANÇO DE PAGAMENTOS

CONTABILIDADE NACIONAL
VIVIANE VECCHI
INTRODUÇÃO
• Objetivo: apresentar as contas do BP segundo as normas
seguidas pelo Banco Central do Brasil (autoridade
monetária brasileira).

• Banco Central (definição): Segundo o Banco de


Pagamentos Internacionais (Bank for International
Settlements–BIS), banco central é a instituição de um país
à qual se tenha confiado o dever de regular o volume de
dinheiro o e de crédito da economia. Essa atribuição dos
bancos centrais geralmente está associada ao objetivo de
assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda
nacional. Além disso, a maior parte dos bancos centrais
também tem como missão promover a eficiência e o
desenvolvimento do sistema financeiro de um país.
INTRODUÇÃO
• Balanço de Pagamentos (Definição): BP é o registro
contábil de todas as transações econômicas entre um
país e o resto do mundo durante um determinado período
de tempo.

• É utilizada para avaliar o estado das finanças


internacionais de um país, permitindo acompanhar a
evolução do fluxo de recurssos materiais (físicos) e
financeiros entre os agentes residentes e não residentes
em uma determinada economia.
INTRODUÇÃO
• No Brasil, os registros do BP seguem as normas
internacionais publicadas pelo FMI (Fundo Monetário
Internacional), que são compatíveis com o SCN da ONU.
• O registro e a divulgação são de responsabilidade do BCB,
que disponibiliza estatísticas anuais desde 1947, estatísticas
trimestrais desde 1979 e as mensais desde 1995.
• Desde janeiro de 2001, o Banco Central do Brasil divulga as
contas externas brasileiras segundo a metodologia
recomendada no “Manual do Balanço de Pagamentos” (5ª.
edição, 1993) editado pelo FMI.
• Esse manual define as normas internacionais para a
apuração das contas externas de forma integrada,
englobando os dados de fluxos (o Balanço de Pagamentos
propriamente dito) e os dados de estoques de ativos e
passivos financeiros internacionais do País.
ESTRUTURA BÁSICA
• O BP consiste em um conjuntos de contas agregadas, que se
divide em subcontas, dependendo do objeto de análise.
• Contas analíticas (informações relevantes para analise econômica
do BP):
• Conta-corrente:
• Registra o comércio de bens e serviços, os pagamentos e
recebimentos de rendas de capital e trabalho e as transferências
unilaterais de renda entre o país e o resto do mundo.
• Conta Capital:
• Registra as transferências unilaterais de ativos reais, ativos
financeiros e de ativos intangíveis entre residentes e não
residentes = transferências de patrimônio entre residentes e não
residentes.
• Conta Financeira:
• Registra todos os tipos de fluxos decorrentes de transações com
ativos e passivos financeiros entre residentes e não residentes.
ESTRUTURA BÁSICA
Conta-corrente
+
Conta Capital
+
Conta Financeira
=
saldo do BP (excetuando os erros e omissões)
=
Variação das reservas internacionais da autoridade monetária do país
decorrente de transações com o resto do mundo.

Se um país recebe mais que envia => acúmulo de reservas, caso


contrário, decréscimo de reservas.
ESTRUTURA BÁSICA

• Conta residual:
• Erros e omissões: corresponde a transações que não foram
registradas pela autoridade monetária, mas que provoca
variações das reservas internacionais.
• Conta 5 do BP:
• Saldo do balanço de pagamentos
• Sexta conta do BP:
• Haveres da autoridade monetária
• Saldo negativo: aumento nas reservas internacionais
• Saldo positivo: queda nas reservas internacionais.
ESTRUTURA BÁSICA

Conta-corrente
+
Conta Capital
+
Conta Financeira
+
Erros e omissões
=
Saldo do BP
+
Haveres da autoridade monetária
=
0
CONTA-CORRENTE

É composta por 4 subcontas:


• Balança comercial
• Balança de Serviços
• Balança de Rendas
• Transferências Unilaterais de Rendas
BALANÇA COMERCIAL

• Registra as transações de compra e venda de bens entre


residentes e não residentes.
• Os valores são registrados pelos preços FOB (sem frete,
comissões e seguros)
• É dividida em:
• Importações
• Exportações
• Em versões mais detalhadas do BP, é possível encontrar
apresentação da BC por categorias econômicas (ex:
categoria de uso) ou por regiões geográficas.
BALANÇA COMERCIAL, POR CATEGORIA DE USO
BALANÇA DE SERVIÇOS

• Registra as receitas e despesas relativos a prestação de serviços


em trasações entre residentes e não residentes.
• Principais Classificações:
• Transportes (bens e pessoas)
• Viagens internacionais (viagens a negócio ou turismo com
duração de até um ano, estudo e saúde não depende do tempo
de duração)
• Seguros (bens e pessoas)
• Seguros financeiros (custos com intermediação financeira)
• Computação e informação
• Royalties e licenças (uso autorizado de ativos e direitos de
propriedade intangíveis-livros, filmes, patentes, franquias)
BALANÇA DE SERVIÇOS

• Principais Classificações, continuação…


• Aluguel de equipamentos (aluguel ou leasing)
• Serviços governamentais (embaixas e consulados, por exemplo)
• Comunicações (correios e serviços de telecom)
• Construção
• Serviços relativos ao comércio
• Serviços empresariais, profissionais e técnicos (feiras e
exposições internacionais)
• Serviços pessoais, culturais e recreação (filmes, eventos
esportivos, shows,…)
• Serviços diversos (conta residual)
BALANÇA DE RENDAS

• Registra receitas e despesas associados a rendas do trabalho e


do capital em transações entre residentes e não residentes.
• Renda do trabalho: salários recebidos/pagos em contratos de
curta duração ou sazonais.
• Renda do capital: lucros, dividendos e juros
• O detalhamento da conta de Renda de Capital é determinado pelo
detalhamento da Conta Financeira, para cada investimento
lançado na conta financeira, existe uma contrapartida de renda de
capital lançada na Balança de Rendas.
Ex: empréstimos – juros
TRANSFERÊNCIAS UNILATERAIS DE RENDA

• Registra as rendas que não têm como contrapartida a aquisição


de um bem, a prestação de um serviço ou a utilização de um fator
de produção.
• As transações representam transferência unilateral de poder de
compra entre residentes e não residentes.
• São divididas em duas categorias:
• Transferências governamentais
• Transferências privadas.
CONTA CAPITAL

• Registra as transferências unilaterais de ativos reais,


financeiros e intangíveis entre residentes e não residentes.

• A principal diferença para a conta de Transferências


Unilaterias da conta-corrente e a Conta Capital:
• Conta Capital: transferências de capital que envolvem direitos
de propriedade sobre ativos
• Transferências Unilaterias: transferências de rendas.
CONTA CAPITAL

• É dividida em duas categorias:


• Transnferências unilaterais de capital
• Ativos reais e financeiros
• Tranferências de bens não financeiros não produzidos
• Cessão de patentes e direitos autorais sem contrapartida
financeira, …
CONTA FINANCEIRA
• Registra os fluxos de capital entre residents e não
residentes

• Está dividida em 4 subcontas:


• Investimento direto
• Investimento em carteira
• Derivativos
• Outros investimentos
INVESTIMENTO DIRETO

• Entradas ou saídas de capital relacionados a


obtenção de um interesse “duradouro”, por parte de
um residente, em um negócio ou atividade
residende em outra economia.
• Duradouro existência de uma relação de longo
prazo entre o investidor e o negócio em questão e
também um controle siginificativo por parte do
investidor sobre o ativo transacionado.
INVESTIMENTO DIRETO

Definição – Manual de BP do FMI: “investimento direto é


definido como negócios, de companhias abertas ou não,
nos quais o investidor que é residente em outro país
possui 10% ou mais das ações ordinárias ou do poder
votante, no caso de companhias abertas, ou o equivalente
em companhias fechadas”

• AÇÕES podem ser classificadas como:


• Ordinárias
Proporcionam participação nos resultados da empresa e
conferem ao acionista o direito de voto em assembleias
gerais.
• Preferenciais
Garantem ao acionista a prioridade no recebimento de
dividendos (geralmente em percentual mais elevado do que
o atribuído às ações ordinárias) e no reembolso de capital,
no caso de dissolução da sociedade.
INVESTIMENTO DIRETO

• Exemplos:
• Abertura filiais de empresas estrangeiras no país
• Empréstimos entre matriz e filiais (aumenta o capital
controlado por residentes em negócios localizados
fora do país)
• Aquisição do controle de companhias estrangeiras
por parte de investidores nacionais
INVESTIMENTO DIRETO

• O investimento direto pode ou não aumentar o


estoque de capital (pode ser apenas transferência de
propriedade)
• Não incluem apenas a transação inicial, que
estabelece a relação de longo prazo, mas também
todas as transações subsequente entre as empresas
envolvidas.
• Ex: lançamento da operação “reinvestimento de lucro”:
• Conta de rendas: remessa de lucros
• Conta financeira: investimento direto
• Não tem impacto no BP
INVESTIMENTO DIRETO
INVESTIMENTO EM CARTEIRA

• Registra as receitas e despesas relacionadas a


investimentos em ações, debêntures e outros
títulos de renda fixa ou variável e investimentos em
depósitos bancários.

• Debênture é um título de dívida, de médio e longo prazo,


que confere a seu detentor um direito de crédito contra a
companhia emissora. Quem investe em debêntures se torna
credor dessas companhias. No Brasil, as debêntures
constituem uma das formas mais antigas de captação de
recursos por meio de títulos. Todas as características desse
investimento, como prazo, remuneração etc., são definidas
na escritura de emissão.
INVESTIMENTO EM CARTEIRA

• Diferente do investimento direto, investimento em


carteira não caracteriza o estabelecimento de um
vínculo duradouro entre o investidor e o ativo em
questão além de não proporcionar o controle formal
no negócio correspondente ao título mobiliário.
INVESTIMENTO EM CARTEIRA
DERIVATIVOS

• Essa conta foi incluída recentemente na última


metodologia proposta pelo FMI.

• Registra, em separado, as receitas e despesas


associadas a instrumentos financeiros, sobre o qual
não há pagamento de juros nem adiantamento ou
repagamento de capital.
DERIVATIVOS

O QUE SÃO DERIVATIVOS?

• Derivativos são contratos que derivam a maior parte


de seu valor de um ativo subjacente, taxa de
referência ou índice. O ativo subjacente pode ser
físico (café, ouro, etc.) ou financeiro (ações, taxas de
juros, etc.), negociado no mercado à vista ou não (é
possível construir um derivativo sobre outro
derivativo).
DERIVATIVOS

• Os derivativos, em geral, são negociados sob a forma


de contratos padronizados, isto é, previamente
especificados (quantidade, qualidade, prazo de
liquidação e forma de cotação do ativo-objeto sobre
os quais se efetuam as negociações).
• Não há renda associada a esse tipo de contrato.
• São negociados em mercados organizados, com o fim
de proporcionar, aos agentes econômicos,
oportunidades para a realização de operações que
viabilizem a transferência de risco das flutuações de
preços de ativos e de variáveis macroeconômicas.
DERIVATIVOS

• Segundo o BCB: “ A Conta de Derivativos registra


os fluxos financeiros relativos a liquidação de
haveres e obrigações decorrentes de operações de
swap, opções e futuros e fluxos relativos aos
prêmios de opções. Não inclui os fluxos de
depósito de margem de garantia vinculados a
operações em bolsas de futuros”
DERIVATIVOS

• Exemplo: investidor estrangeiro que possui uma


posição comprada em dólar futuro na BM&F e
houve uma valorização do dólar futuro, se ele
liquidar sua posição=> Lançamento do ganho de
capital na conta de Derivativos.
OUTROS INVESTIMENTOS

• É uma conta residual que registra todos os fluxos de


capitais que não se enquadram em nenhuma das definições
anteriores.
• É subdividida em 4 grupos:
• Créditos comerciais: financiamentos de curto ou longo prazo
associados a operações de X ou M.
• Empréstimos: de curto ou longo prazo, incluindo
amortizações e refinanciamentos.
• Moeda e depósitos: disponibilidades monetárias de não
residentes no país ou de residentes no exterior.
• Outros operações: todas as operações que não se
enquadram nas outras opções. (depósitos de margem
relativos a operações com derivativos)
OUTROS INVESTIMENTOS
HAVERES DA AUTORIDADE MONETÁRIA

• Constituem os ativos de reserva internacional que estão


disponíveis diretamente sob controle do governo.
• Segundo o FMI: “para financiamento direto de
desequilíbrios de pagamentos, para a regulação do
tamanho destes desequilíbrios através de intervenções no
mercado de câmbio destinadas a afetar a taxa de câmbio e
para outros propósitos”
HAVERES DA AUTORIDADE MONETÁRIA

• São organizados em 5 categorias:


• Ouro monetário: ouro em espécie que pode ser diretamente
utilizado como meio de pagamento em trasações
domésticas ou internacionais.
• Direitos especiais de saque: ativos de reserva emitido pelo
FMI, para funcionar como substituto do dólar e do ouro em
transações internacionais.
• Posição de reservas no FMI: ativos que os países membros
do FMI transferiram ao FMI, em moedas ou ativos de
reserva internacional.
• Reservas em moeda estrangeira: moeda estrangeira ou
depósito de títulos de alta liquidez em moeda estrangeira.
• Outros ativos: ativos de alta liquidez que não se enquadram
nas categorias acima.
BALANÇO DE PAGAMENTOS - RESUMO
RELAÇÃO ENTRE BALANÇO DE PAGAMENTOS E CONTAS
NACIONAIS

Y= C+I+X-M (1)
C Consumo privado e público
I Investimento privado e público
X Exportações de bens e serviços
M Importações de bens e serviços

Seja A=C+I  Absorção doméstica e


NX = X-M  Exportações líquidas de bens e serviços

Y=A+NX (2)
NX Saldo da balança comercial + Saldo da Balança de Serviços
RELAÇÃO ENTRE BP E CN – RENDA DISPONÍVEL, ABSORÇÃO
DOMÉSTICA E SANDO EM CONTA CORRENTE DO BP

PIB=RNB+RLEE
PIB=RDB-TUR+RLEE (3)
Igualando (3) e (1), temos:
RDB-TUR+RLEE = C+I+X-M
RDB-A=NX+TUR-RLEE
RDB-A=SCC
NX Saldo da balança comercial + Saldo da Balança de Serviços
TUR Saldo das Transferêcias Unilaterais
RLEE  - Saldo da Balança de Rendas
SCC= NX+TUR-RLEE

Totalizando o saldo em Contas Correntes do BP


RELAÇÃO ENTRE BP E CN – POUPANÇA, INVESTIMENTO E
DÉFICIT EM CONTA CORRENTE

Igualando (3) e (1), temos:


RDB-TUR+RLEE = C+I+X-M
C+SD-TUR+RLEE = C+I+X-M
SD-TUR+RLEE-NX=I
I=SD-(SCC)
I=SD+SE

NX Saldo da balança comercial + Saldo da Balança de Serviços


TUR Saldo das Transferêcias Unilaterais
RLEE  - Saldo da Balança de Rendas
SE=RLEE-TUR-NX
LANÇAMENTOS NO BP
• O BP segue o método de partidas dobradas: um crédito
está associado necessariamente a um débito em outra
conta.
• A soma dos créditos é sempre igual a dos débitos.
• O crédito é a origem dos recursos e o débito representa
sua aplicação.
• O BP registra apenas o total líquido de lançamentos em
cada conta no período.
• Conta terá sinal positivo: entrada líquida de divisas
(crédito líquido).
• Sinal negativo: saída líquida de divisas (débito líquido).
LANÇAMENTOS NO BP
• Quando se fala em déficit ou superávit do BP, geralmente
estamos nos referindo a ao resultado sem contar a conta
“Haveres da autoridade monetária”.
• Déficit do BP, isto é, um saldo negativo, implica que há
saída líquida de divisas.
• Na conta “Haveres da autoridade monetária” essa saída
(déficit no BP) gera um crédito vindo de fundos mantidos
em instituições financeiras internacionais (BIS, FMI, etc).
EXEMPLO 1
EXEMPLO 1 - BALANÇA COMERCIAL
EXEMPLO 1 - BALANÇA DE SERVIÇOS E
RENDAS
EXEMPLO 1 - TRANFERÊNCIAS CORRENTES
(TRANFERÊNCIAS UNILATERAIS)
EXEMPLO 1 - CONTA CAPITAL
EXEMPLO 1 – CONTA FINANCEIRA
EXEMPLO 1
EXEMPLO 1

• O Saldo do BP será igual a variação (redução) nas


Reservas Internacionais, i.e. US$-40 milhões.
• Pelo Exemplo, houve saída líquida de divisas. O Superávit
na “Conta capital e financeira” não compensou o déficit
na conta “Transações Correntes”.
EXEMPLO 2 – FAÇA OS SEGUINTES LANÇAMENTOS

i. Exportação de bens $ 100, com recebimento integral em moeda estrangeita


ii. Importação de $ 230, $130 em dinheiro e $100 financiados pelo produtor da
mercadoria importada
iii. Doação de medicamentos para o exterior no valor de $50
iv. Exportação de $200, $150 financiados pelo produtor nacional e o restante
depositado na sua conta bancária no exterior.
v. Despesas de $70 de turistas brasileiros em viagem internacional, $30 pagos a
cia aérea estrangeira e $40 gastos com hotel e compras no exterior
vi. Despesa de $200 com leasing de aeronaves por fabricante estrangeiro para cia
aéres brasileiras
vii. Pagamento de $400 em dividendos para não residentes, $170 reinvestidos no
Brasil
viii. Juros vencidos, mas não pagos $50 sobre empréstimos de brasileiros a não
residentes
ix. Tranferências de $35 de trabalhadores brasileiros no exterior para suas
famílias no Brasil
x. Perdão de $10 em empréstimos atrasados tomados por brasileiros junto ao
exterior
xi. Emprestimo de uma cia brasileira para sua filial no exterior $110
RESOLUÇÃO
I. - Exportação de bens no valor de $ 100, com recebimento integral em moeda
estrangeira: crédito de $ 100 em exportações e débito de $ 100 em haveres da
autoridade monetária.
II. - Importação de $ 230, sendo $ 130 pagos em dinheiro e $ 100 financiados pelo produtor
da mercadoria importada: crédito de $ 130 em haveres da autoridade monetária, crédito
de $ 100 em outros investimentos (subconta crédito comercial) e débito de $ 230 em
importações.
III. - Doação de medicamentos para o exterior no valor de $ 50: crédito de $ 50 em
exportações e débito de $ 50 em transferências unilaterais correntes.
IV. - Exportação de bens no valor de $ 200, sendo $ 150 financiados pelo produtor nacional
e o restante depositado na sua conta bancária no exterior: crédito de $ 200 em
exportações, débito de $ 150 em outros investimentos (subconta crédito comercial) e
débito de $ 50 em outros investimentos (subconta moedas e depósitos).
V. - Despesa total de $ 70 por parte de turistas brasileiros em viagens internacionais, sendo
$ 30 referentes a passagens compradas junto a companhias aéreas estrangeiras e $ 40
de gastos com hotéis e compras no exterior: crédito de $ 70 em haveres da autoridade
monetária, débito de $ 30 em transportes (subconta passagens) e débito de $ 40 em
viagens.
VI. - Despesa de $ 200 com leasing de aeronaves, por parte de fabricantes estrangeiros,
para companhias aéreas brasileiras: crédito de $ 200 em haveres da autoridade
monetária e débito de $ 200 em aluguel de máquinas e equipamentos.
RESOLUÇÃO
VII. - Pagamento de $ 400 em dividendos para não residentes, sendo $
170 reinvestidos no Brasil: crédito de $ 230 em haveres da
autoridade monetária,crédito de $ 170 em investimento direto e
débito de $ 400 em rendas (subconta dividendos).
VIII.- Juros vencidos, mas não pagos, no valor de $ 50, sobre
empréstimos de brasileiros a não residentes: crédito de $ 50 em
rendas (subconta juros) e débito de $ 50 em outros investimentos
(subconta empréstimos).
IX. - Transferências de $ 35 de trabalhadores brasileiros no exterior
para suas famílias no Brasil: crédito de $ 35 em transferências
unilaterais e débito de $ 35 em haveres da autoridade monetária.
X. - Perdão de $ 10 em empréstimos atrasados tomados por
brasileiros junto ao exterior: crédito de $ 10 em transferências de
capital e débito de $ 10 em outros investimentos (subconta
empréstimos).
XI. - Empréstimo de uma companhia brasileira para sua filial no
exterior, no valor de $ 110: crédito de $ 110 em haveres da
autoridade monetária e débito de $ 110 em investimento direto
(subconta empréstimo intercompanhias).
EXEMPLO 3 – FAÇA OS SEGUINTES LANÇAMENTOS

xiii. Emissão de títulos de dívida externa no valor de $400, com


pagamento de comissão de 1% para o agente financeiro no
exterior.
xiv. Refinanciamente de empréstimos atrasados $35.
xv. Amortização de $90 referente a um empréstimo de curto prazo,
sendo $40 refinanciados
xvi. Espréstimos de $300 do FMI ao Banco Central
xvii. Aquisição do controle de uma cia externa por parte de uma cia
brasileira no valor de $400, sendo $350 financiados via emissão de
títulos de renda fixa no exterior
RESOLUÇÃO

XIII. Emissão de títulos de dívida externa no valor de $ 400, com pagamento de


comissão de 1% para o agente financeiro no exterior: crédito de $ 400 em
investimento em carteira, débito de $ 400 em haveres da autoridade
monetária, débito de $ 4 em serviços financeiros e crédito de $ 4 em haveres
da autoridade monetária.
XIV. - Refinanciamento de empréstimos atrasados no valor de $ 35: crédito de $ 35
em outros investimentos (subconta empréstimos – desembolso) e débito de $
35 também em outros investimentos (subconta empréstimos – amortização).
XV. - Amortização de $ 90 referente a um empréstimo de curto prazo, sendo $ 40
refinanciados: crédito de $ 50 na conta de haveres da autoridade monetária,
crédito de $ 40 em outros investimentos (subconta empréstimos –
desembolso) e débito de $ 90 em outros investimentos (subconta
empréstimos – amortização).
XVI. - Empréstimo de $ 300 do FMI ao Banco Central do Brasil: crédito de $ 300
em outros investimentos (subconta empréstimos) e débito de $ 300 em
haveres da autoridade monetária.
XVII. - Aquisição do controle de uma companhia externa por parte de uma
companhia brasileira no valor de $ 400, sendo $ 350 financiados via emissão
de títulos de renda fixa no exterior: crédito de $ 50 na conta de haveres da
autoridade monetária, crédito de $ 350 na conta de investimento em carteira e
débito de $ 400 na conta de investimento direto.
EVOLUÇÃO DO BP NO BRASIL
EVOLUÇÃO DO BP NO BRASIL - CONTA CORRENTE BRASILEIRA

• Apresenta tendências distintas desde o início do Plano Real em


julho de 1994.
• Até 1999: utilização da taxa de câmbio para controle
inflacionário
• os déficits foram crescentes, atingindo o pico histórico
como proporção do PIB em 1999 (US$25,3 bilhões,
equivalentes a 4,36% do PIB).

• A partir de 1999: adoção do sistema de metas de inflação, que


tem como seus pilares o regime de câmbio flutuante, meta de
inflação e superávit primário (disciplina fiscal),
• verificou-se ajuste gradual na conta corrente brasileira.
EVOLUÇÃO DO BP NO BRASIL - CONTA CORRENTE BRASILEIRA

• A partir de 2003: (início do primeiro governo Lula) forte


depreciação cambial da moeda brasileira em 2002 devido a
incertezas quanto aos rumos da política econômica do país e
forte especulação na Bolsa de Valores
• o saldo passou a ser superavitário em 2003, e se manteve
assim até 2007.
• A partir de 2008: intensificação da crise internacional e a
consequente queda no crescimento global
• contas externas brasileiras voltaram a apresentar déficit em
conta corrente, refletindo o maior crescimento econômico
do Brasil em relação ao resto do mundo (o país compra
muito do RM).
CONTA CORRENTE BRASILEIRA
EVOLUÇÃO DO BP NO BRASIL – BALANÇA COMERCIAL

• A diminuição do déficit em conta corrente após 1999 é


basicamente explicada pela melhora do saldo comercial.
• Efeito do câmbio sobre a Balança Comercial: a melhora
expressiva da balança comercial decorreu de aceleração no
crescimento das exportações a partir do segundo semestre de
2002 até novembro de 2008.
• Esse aumento das exportações possibilitou ao País elevar
significativamente o seu nível de importações, sem deteriorar as
contas externas.
BALANÇA COMERCIAL BRASILEIRA
BALANÇA COMERCIAL

• Há diversos fatores que afetam o desempenho do comércio externo,


tais como:
• O nível de atividade doméstica;
• A demanda externa;
• As tarifas e barreiras ao comércio (barreiras tarifárias e não
tarifárias);
• Taxa de câmbio efetiva

• 2002 a 2005: A maior demanda no resto do mundo e a taxa de


câmbio real efetiva favorável (desvalorizada) explicam a aceleração
do crescimento das exportações no período.
• Além das exportações, também as importações passaram a
crescer em ritmo mais acelerado, como reflexo do maior
crescimento relativo da demanda doméstica, em relação ao
resto do mundo.
• 2008-2009: com a queda do nível de atividade em todo o mundo em
decorrência da intensificação da crise financeira internacional,
houve redução na corrente de comércio brasileira, com as
exportações e importações brasileiras apresentando queda
expressiva, recuperando-se a partir de 2010.
EXPORTAÇÕES X IMPORTAÇÕES
BALANÇA COMERCIAL – QUAL A COMPOSIÇÃO DA PAUTA DE
EXPORTAÇÃO E IMPORTAÇÃO BRASILEIRA?

• Pauta de exportação e importação: produtos que um país vende ou


compra do resto do mundo.

• O que determina a pauta de exportação de um país?


• Vantagens comparativas
• Incentivos governamentais
• Características da demanda externa
• Negociações bilatarais
• Acordos multilaterais
• Nível de facilitação do comércio exterior
• Proximidade geográfica
• Afinidades históricas
IMPORTAÇÕES BRASILEIRAS
IMPORTAÇÕES BRASILEIRAS
IMPORTAÇÕES BRASILEIRAS
EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS
EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS
EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS
EVOLUÇÃO DO BP NO BRASIL - BALANÇA DE SERVIÇOS

• A conta de serviços vem sofrendo deterioração nos últimos anos,


contribuindo para a queda recente no saldo em transações
correntes.
• A trajetória declinante das receitas de viagens internacionais
• Ambiente de maior renda disponível (estabilização da inflação) e
apreciação nominal da taxa de câmbio (altas taxas de juros
internas), observado até o período de agravamento da crise
financeira internacional no último trimestre de 2008, e após a
crise, com a recuperação.
• Os aumentos nas importações e nas viagens de brasileiros ao
exterior tiveram impacto nas despesas com fretes e passagens,
elevando as despesas líquidas com transportes.
• O principal componente da conta de serviços, a conta de aluguel de
equipamentos, também registrou aumento brusco no déficit durante
o agravamento da crise, que manteve a tendência crescente,
principalmente em decorrência do aluguel de equipamentos
BALANÇA DE SERVIÇOS
EVOLUÇÃO DO BP NO BRASIL - BALANÇA DE RENDAS

• A conta de rendas registra a remuneração do trabalho assalariado,


composto de salários e ordenados, e as rendas de investimentos,
que correspondem à remuneração das modalidades de aplicação
detalhadas na conta financeira.
• A conta de rendas é historicamente deficitária no Brasil.
• No entanto, podemos notar uma mudança de composição recente,
onde as remessas líquidas de rendas de investimento direto, que são
as remessas de lucros e dividendos, tornaram-se o principal item da
conta de rendas, superando a partir de 2007 a soma das remessas de
investimento em carteira e de juros. Isso se deveu ao
desenvolvimento econômico do país, que elevou o fluxo de
Investimento Estrangeiro Direto e a taxa de retorno desse capital,
resultando em aumento das remessas de lucros e dividendos.
BALANÇA DE RENDAS
EVOLUÇÃO DO BP NO BRASIL – TRANSFERÊNCIAS
UNILATERAIS

• As transferências unilaterais compreendem os pagamentos e


recebimentos, na forma de bens e moeda, para consumo corrente,
que não envolvem contrapartida de compra e venda. Excluem-se as
transferências relativas a patrimônio de migrantes internacionais,
alocadas na conta capital.
• Desde 1995, essa conta se apresenta superavitária.
TRANSFERÊNCIAS UNILATERAIS
FLUXOS DE INVESTIMENTOS ESTRANGEIROS DIRETOS (IED)

• 1994: (Plano Real) tendência de crescimento dos investimentos


diretos no país até o ano 2000, com empresas estrangeiras sendo
atraídas por cenário de estabilidade, crescimento da demanda
interna e privatizações.
• 2001 e 2002: queda nos fluxos de IED em todo o mundo que,
juntamente com as incertezas associadas às eleições presidenciais
no Brasil em 2002, particularmente nos setores com redefinição do
ambiente regulatório, contribuíram para a redução desse saldo de
2001 a 2003.
FLUXOS DE INVESTIMENTOS ESTRANGEIROS DIRETOS (IED)

• A partir de 2004: o país retoma a tendência de crescimento dos


fluxos de investimentos diretos, tendo a indústria como principal
segmento de atração.
• A partir da segunda metade de 2007: mesmo com a crise que atingiu
os mercados financeiros, o saldo de IED registrou recorde em 2008,
sendo que a maior parte desses investimentos (aproximadamente
40%) foi destinada ao setor de serviços (principalmente serviços
financeiros e atividades auxiliares).
• A partir da segunda metade de 2008: os saldos de IED para o Brasil
foram reduzidos, o que é esperado em cenário de crise, onde, devido
às perdas financeiras, os países tendem a reduzir seus
investimentos, com recuperação em 2010 e novo recorde em 2011.
FLUXOS DE INVESTIMENTOS ESTRANGEIROS DIRETOS (IED)
NECESSIDADES DE FINANCIAMENTO EXTERNO

• Definição: As necessidades de financiamento externo compreendem


o déficit em transações correntes deduzido do saldo de investimento
externo direto (incluindo empréstimos intercompanhias), ou seja,
correspondem à parcela do déficit de transações correntes não
financiada pela entrada líquida de investimentos diretos.
• Se ingresso de líquido de investimentos diretos > déficit em conta
corrente => as necessidades de financiamento externo são
negativas.
• Fragilidade externa da economia brasileira: Quanto menores os
fluxos de capitais internacionais de longo prazo, em comparação
com os de curto prazo => maior a fragilidade externa
NECESSIDADES DE FINANCIAMENTO EXTERNO

• A partir de 1995: tendência de fortalecimento do setor externo


brasileiro.
• Em 2008: a trajetória de redução das necessidades de financiamento
externo começou a se reverter, apesar do crescimento de IED. O
motivo foi o saldo em transações correntes, o pior desde 1998.
• Em 2009: queda brusca de IED e enorme déficit em transações
correntes, aumentando as necessidades de financiamento externo
que alcançaram o pior saldo desde 2001. Efeitos da crise financeira
internacional de 2008 sobre a economia brasileira, com recuperação
em 2011, quando as necessidades foram negativas em US$14,2
bilhões .
NECESSIDADES DE FINANCIAMENTO EXTERNO
INVESTIMENTOS EM CARTEIRA

• Grupo investimento em carteira registra fluxos de ativos e passivos


constituídos pela emissão de títulos de crédito comumente
negociados em mercados secundários de papéis.
• Os ativos de investimentos em carteira referem-se às aplicações
brasileiras em títulos estrangeiros, negociados no país ou no exterior.
• Já os passivos de investimento em carteira registram as aquisições
por não residentes de títulos de renda variável (ações) e de renda
fixa (títulos de dívida) de emissão brasileira.
INVESTIMENTOS EM CARTEIRA

• 2007: crescimento significativo no saldo de investimentos em


carteira. O Brasil atraindo grande número de investidores tanto no
mercado de ações, quanto em títulos de renda fixa.
• Esse resultado foi consequência:
• Melhora das contas externas brasileiras,
• Maior credibilidade no mercado e
• Trajetória declinante do risco-país.

• O que é Risco País e Rating?


• Risco País: O risco-Brasil é um conceito que busca expressar de forma objetiva o
risco de crédito a que investidores estrangeiros estão submetidos quando investem
no País.
• Rating: é nota ou classificação de risco atribuída a país emissor de dívida de
acordo com a avaliação, por instituição especializada na análise de crédito, sobre a
capacidade e a disposição para que esse país honre, pontual e integralmente, o
serviço de sua dívida.
INVESTIMENTOS EM CARTEIRA

• Segundo semestre de 2008: a crise financeira internacional, que


atingiu seu ápice e com o aumento da aversão ao risco, os
investidores acabaram retirando seus investimentos dos mercados
emergentes, realocando os mesmos em ativos de maior liquidez e de
menor risco, reduzindo o saldo de investimentos em carteira para
US$1,1 bilhão em 2008.
• 2009: com a relativa melhora da situação econômica mundial e a
redução do estresse nos mercados financeiros, os investidores
voltaram a comprar ativos no Brasil, tendo em vista as melhores
oportunidades de rendimentos no país, com o pico histórico atingido
em 2010 (US$63 bilhões), recuando nos anos seguintes.
INVESTIMENTOS EM CARTEIRA
RESERVAS INTERNACIONAIS

• Em 2004, com a melhora do cenário externo, foi instituído processo


de recomposição das reservas internacionais por meio de compra de
dólares no mercado à vista pelo Banco Central.
• A partir de então, as reservas internacionais têm alcançado
patamares recordes, sendo um dos principais responsáveis pela
maior sustentabilidade externa da economia brasileira, juntamente
com a redução da dívida externa pública.
• A melhor posição externa brasileira, que contribui para a redução da
sensibilidade da nossa economia frente a choques externos, foi um
dos fatores fundamentais para a obtenção do grau de investimento
atribuído pelas principais agências de avaliação de risco do mercado
em reconhecimento à maior segurança do país como destino de
investimentos estrangeiros.
RESERVAS INTERNACIONAIS

• 2008: o Banco Central do Brasil teve que abandonar


momentaneamente o processo de recomposição das reservas
cambiais. Isso culminou em pequena redução das reservas
internacionais entre o final de 2008 e o início de 2009.
• A partir de meados de 2009: Com a redução do estresse nos
mercados financeiros internacionais, o mercado cambial doméstico
voltou a apresentar superávits, o que levou o Banco Central do
Brasil a retomar a política de acumulação de reservas.
RESERVAS INTERNACIONAIS

Você também pode gostar