AVRITZER. Leonardo. O Novo Constitucionalismo Latino-Americano
AVRITZER. Leonardo. O Novo Constitucionalismo Latino-Americano
AVRITZER. Leonardo. O Novo Constitucionalismo Latino-Americano
ORGANIZADORES
Leonardo Avrltzer
Lllían Cristina Bernardo Gomes
Marjcris Corrêa Marona
Fernando Antônio de Carvalho Dantas
autêntica
Capyrí ght © 2 017 Os organizado res
Copyright © 2017 Autêntica Editora
Todos os direito s reserv ado s pela Autêntica Editora. Nenhu ma pa rte desta publi cação
laTOfiAresponjavíl CAPA
Rejane Dias Alberto Bittencourt
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Lúcia Assumpçâo
16-05584 CDD-320.011
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Introdução ..................................................... 07
O constitucionalismo democrático
latino-americano em perspectiva histórica...........................77
Áurea Mota
Leonardo AvrUzer
’ E possível afirm ar, tal como faz Gargarella (2010), qu e o con stitucionalismo latino-
americano sempre este ve em para lelo com o con stitucionalism o norte-americano,
ainda que amlras as tradições constitucionais ten ha m produ zido resultados bastante
diferentes ao longo da história dos países da América do Norte e do Sul.
- Está além dos objetivo s deste traba lho analisar comparati vam ente os países que
realizaram reformas constitucionais com os que realizaram as suas transições
para a de mo cra cia sem se p reocupar co m lal qu estão . A Argentina, o Cliile e o
México se colocam nessa perspectiva. Todos esses países realizaram fortes revisões
constitucionais depois de se democratizarem: a Argentina em 1994, o México
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U CO NSl IT UCl ONAl l SMO ÜEMOC í ATICO LATINO-AME B IC AN O é M bEBAlE
20
O MOVO OOM SimiC ONAliSMO lAU NO AM ER ICAN O: VI MA ABORDAGEM RO ll TI CA
parte, inco rpor an do dados das mud anças recentes na América do Sul,
iremos propor uma concepção analítica do novo constitucionalismo.
2 1
O CO NSTlH ICIONAU SMO DEMOCRÁTICO l ATI NO-AMB tl CAhl CJ EM DEBAT Í
' Vale a pena, nest e caso, de fin ir o que entend emos por emenda constitucional.
Seguindo Jelinek, mudança constitucional é um ato intencional de vontade
estabelecido através de uma regra pré-especificada (JELLINEK, 2 000, p. 54), ou seja,
* emenda
dos é u m process
procedimentos o de de
formais alteração
mudançado estabelecidos
text o constitucional que seConstituição.
pela própria processa dentro
2 2
O NOVO CON SUII JCKJUAIISMO LATI NO" AMtBIÇANÜ : UM A APO ÍOAGEM POl lT ICA
* Duas questões dom inaram o debate político depois das eleições dc 1800, no qual
o Colégio
prim Eleitoral
eira delas é que atribuiu a pcada
o sistema umno
olítico dos candidatos,
rte-am erican oJefferson e preparado
n ão estava Adnms. A para
votar em candidatos partidários, mas a formação do partido republicano mudou
o debate. Ao mov er a eleição do presiden te para o Cong resso, que era um "lame
dtick Congress", ao invés de deixar a soberania popular prevalecer, quase que a
frágil democracia ameri cana sc rompeu (AC KE RM A N, 2005, p. 30-3 3).
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O CONSTITUCIONAUSMO DEMO CSÍ TICO IATINQ-AMERI CANO EM DE BA TE
casas julg ar em necessário, p oderá pio por emendas a e sta Constituiç ão; d e
poderá tam bc m pro por emendas através da aprovação de dois terços das
legislaturas dos estados [...]” (Tiíuíf, 2000, p. 1). Para a maior parte dos
analistas, este é o único princípio dc mudança constitucional presente no
modelo norte-americano. Para eles, a revisão constitucional preencheu
5 As principai s polí ticas econômic as int roduzidas pelo NewDcnl foram questionadas
e algumas canceladas pela Suprema Corte a partir de 1935. Tal fato gerou forte
tensão entre o poder Executivo e ojudiciãvio nos Estados Unidos. A Suprema
C orte acabou p or reconhec er a constit ucionalid ade do sal ário m ínim o no cas o
W est Coa st Ho tels ver sus Parri sh. Ela também reconheceu a legalidade d o íodtil
secmity act no caso Hclvering vcuns Davis.
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D NO VO CONSIUUCIONAUSM O lATINO" AMERICANO: UM A ABORDA GEM roUri CA
permanece muito baixa, Foi necessária uma guerra civil para que a entenda
14 fosse viabilizada e, no caso do Ne w Den lt não foi possível transformar n
Constituição, ainda que tenha havido um acordo políti co para a mudança
na composição da Co rte. O g ráfico a baixo mostra a evolução de emend as
constitucionais nos Estados Unidos no tempo:
II i
I T O ilO I ISjlla IINÍI 191(1 n UNI IvJíl ITOuaiW l
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o coNsniu odemqcsàtico
ciONALisM -amsiçano
iatino emdeb
ate
quase que co mp leta me nte. Mas, se des pud eram copiar a letra, da lei, eles m o
pu de ram copiar o espírito que lhe de u vida” (T ocqueville , 1966, p. 165),
Tal colocação de Tocqueville, inaugurando uma linha de análise sobre as
Con stitu içõe s liberais latino -ame ricana s, possui, por sua vez, duas limitações:
a prim eira delas diz respeit o ao fato de qu e a sociedade americana s e adaptou
mais lentamente do que Tocqueville supôs ao seu arranjo constitucional,
tendo tido episódios de disputa de poder que poderíam ter conduzido a
experiências parecidas com as latino-americanas (A çkerman , 2005).
A seg unda limitação se relaciona c om o fato de que a Améri ca Latina
foi paula tinam ente se adaptando aos arranjos consátncioiiais liberais ao adotar,
no final do século XIX, Constituições que expressaram uma mitigação do
liberalismo político (A lburdi, 1880), Nesse sentide, esta linha de interpretação
afirma que, se a América Latina não foi plenamente liberal no século XIX,
tal como diversos autores demonstraram (V eliz , 1980), ela também não foi
plenamente antiliberal. D e f ito, o corre ram golpes e rebeliões centralizantes em
quase todos os países lati no-a me rica nos (com exceção do Brasil) ao longo do
século X IX . Esses golpes e rebeliõe s estivera m ligados ao fato de qu e liouve,
sim, um idealismo constitucional ao longo do processo de independência,
no qual foram estabelecidas estruturas de direitos não coincidentes com a
realidade social da região (V f.liz , 1980). No entanto, c necessário afirmar
que todas as reações centralistas que ocorreram em países como o Chile, a
Argentina e o P er u não foram capazes de produzir Constituições c] ue rom
pessem com ple taim mte co m a he ran ça liberal no século X IX .
Elas apenas mitigaram o constitucionalismo liberal, produzindo uma
primazia do libera lismo ec on ôm ic o sobre o liberalismo político c acom o
dando o constitucionalismo ao poder político local, O primeiro episódio
de um constitucionalismo autônomo na América Latina ocorreu durante
a revolução mexicana de 1917. A Constituição que resultou da revolução
mexicana é frequ en tem en te analisada ape nas pela sua incapacidade de pr o
duzir um governo democrático no país (Z ermeno , 1980). No entanto, é
imp orta nte obse rvar que, apesar do seu caos ini cial, a revolução mexicana foi
o prim eiro movi ment o l atin o-am erica no de mobilização das classes populares
e dos indígenas, e tal mobiliz ação enco ntro u u m forma to na Constitui ção
de 1917. E ssa Cons tituiçã o a ntecipa alguns elementos do novo constitucio-
nalismo, especialmente no que diz respeito à propriedade coletiva da terra
através do “ejidos”. A Constituição mexicana também atribui aos direitos
sociais à dimensão de direitos coletivos, tal como faria a Constituição de
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□ NOVO CONSTITUCIONALISMO LA'lNO-AMttucano : UMA ABOROAGÍM política
* Está além dos objet ivos deste trabalho realizar consi deraç ões sist emát icas
sobre todas as experiências constitucionais latino-americanas, mas vale a pena
mencionar que i Bolívia, a partir da revolução de 1952, realizou uma série de
avanços constitucionais no que fiz respeito a direitos coletivos e propriedade
da terra. Estes avanços foram comútucionalizados em 1961.
7 Vak a pena neste caso diferenciar o 3rasil da Arg entin a, do Uru guai e do Chile.
Nos casos da Argentina e d o Uruguai, os regimes autoritários não tiveram nenhuma
institucional idade legal e, du ran te suas dem ocra tiza çõe s, a questão qoe se colocou
foi voltarás tradições democráticas anterio res. No caso do Brasil, o au toritarismo
assumiu uma feição seinilegal que facilitou o argumento pela convocação de uma
Assembléia Nacional Constituinte. A Constituinte de 87-88 foi muiLo além das
expectativa? na introdução de impertantes avanços institucionais.
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o consi
iTuaoNA
itSMo uemocí Auc o latino -americano emdebatí
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O NO TO CON STRUCIONALISMO LATI NO-AMERI CAWO: UM A ABORDAGEM política
União; no artigo 22, a União passa a ter o direito privativo de legislar sobre
terras indígenas; no artigo 129, o Ministério Público toma-se defensor dos
direitos indígenas; no artigo 216, os indígenas passam a fazer parte dos patri
mônios cultural e imaterial brasileiros; no artigo 231, há o reconhecimento
dos costumes, línguas, crenças e tradições indígenas, considerando-se nulos
e sem efeitos os títulos de propriedade sobre terras indígenas concedidos a
particulares; e no artigo 232, aos índios é reconh ecida a capacidade para in
gressar em juízo para a defesa de seus direitos (Brasil, 1988). Assim, no caso
brasileiro são produzidas garantias em relação á posse da terra, um problema
recorrente na história do país, mas não são garantidos direitos de autogovemo
e antoleg.slação (Baldi, 2012). O mesmo problema é verdadeiro em relação
às comunidades quilombolas: o Brasil reconheceu o direito das comunidades
quilombolas à propriedade coletiva das terras por elas ocupadas no artigo 68
do Ato dns Disposições Constitucionais Transitórias. No entanto, este direi
to tem sido pouco garantido devido à necessidade de desapropriação dessas
terras pela União, diferentemente do caso da te m indígen a (G omes , 2009).
Assim, no que diz respeito à invenção das comunidades, pode-sc
afirmai' que o novo constitucionalismo iniciou um processo ativo de
reinvenção das comunidades, ao reconhecer e redefinir as pluralidades
nacionah, ainda que existam variações na forma como ele incorpora os
diretos das comunidades tradicionais. Os processos latino-americanos de
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O C0N5TITI JC10NAL15M0 DEMOC RAllCO lATINO-AMERICANO em DE&A1E
* O motivo de tr at ar o caso venezuelano à parte dos outros está ligado a dois fatos:
a srcem não democrática do chavismo, que tem elementos evidentes de ruptura
política com a democracia; os elementos de poliôzação do constitucionalismo
com a associação entre a participação política e a defesa do chavismo. Ainda
assim, a Constituição
Constituições venezuelana
latino-americanas tem diz
no qne elementos
respeitosimilares aos das outras
à participação.
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o novo coNstmjcroi-Muí.wo lÀNNa-AMíüíCANo: u m a abosdagem f olítica
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O CO N5TIIUCIONALISM O DEMOCR ÁTICO lati n o -AMERICAN o e m oeíaie
que têm sido apontadas pela literatura como muito pouco efetivas ou
frequentemente antidemocráticas, tal como foi o plebiscito de revisão da
Constituição realizado em 2011 (Pachano , 2010).
Assim, podemos afirmar que o novo constitucionalismo latino-
americano possui, de fato, uma concepção diferente de participação
política que se expre ssa, em prim eiro lugar, em um a definição da sobe
rania e do governo diferente daquela que sc encontra nas Constituições
das democracias mais consolidadas e também nas Constituições latino-
americanas do século XX. Nessa definição, a soberania é ampliada e se
desdobra em algumas formas de participação ampliada como conselhos,
“consejos comunales”, autonomias indígenas, orçamento participativo,
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O NO VO CONSTI TUCION ALI SMO LATINO-AMERICANO: UMA A SOROAGEM POlIlLCA
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O CON5TI1UCIONÀL1SMQ DEMOCRÁTICO lAUNO-AMERICANO EM DEBATE
—*
------ -------- PG R
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O HO VO CONSTTIXPONA USMO 1ATI NO'AMER ICANO; UMA ABORDA GEM PO llI ICA
Temos ainda trê; casos adicionais nos países que estamos tratando
neste artigo, que sãc bastante diferentes. O caso da Venezuela c o mais
instrutivo em rel ação à manu tenção d e um velho padrão latino-americano
de intervenção do Executivo no Judiciário. O presidente Chávez demitiu
o presidente da Suprema Corte da Venezuela e a Constituição reestruturou
o sistema de equilíbrio dc poderes em cinco poderes, retirando algumas
das prerrogativas da Suprema Ccrtc (Villa , 2005).
Os outros dois ca sos, o do Eq uad or c o da Bolívia, parece m bastante
diferentes. Ambos estão estruturados em Constituições que ampliaram
fortemente a tradição de direitos e a autonomia do Poder Judiciário. Ainda
assim, vale a pena diferenciá-los. No caso da Bolívia, temos efetivamente
a tentativa de instalrção do pluralismo jurídico, com fortes autonomias
indígenas, ba seadas cm u ma justiça alternativa, A C ons tituição boliviana
entende o país como ‘'um estado unitário social de direito plurínacional
comunitário (Bolívia , 2009), Assim, na própria definição do direito
coloca-se a questão do pluralismo q ue, es pecialmente na questão dos povos
indígenas, encontra forte pluralizaçao, Esta pluralização se manifestou dc
forma ambígua em ru m os cunflitos, mus aguarda dec isões impo rtantes da
Corte, cspcciaJmcntc ik >caso recente da suposta inconstitucionalidade da Ley
Coita (Lei n° 180, de cutubro de 2011) e da Ley de Consulta Prévia (Lei
n° 222, de fevereiro dc 2012). Á lei “Coita”, que é fruto da assim chamada
"oitava marcha indígena”, acabou gerando a necessidade de um plebiscito
entre a população indígena, o qual se tomou polêmico, haja vista a suposta
violação do caráter prévio da consulta e a parcialidade da representatividade
indígena, Há casos, corno o da Sentença Constituc ional 29 5/0 3, nos quais a
Co rte Co nstitucional da B olívia já se pro nun ciou , reco nhec end o os direitos
indígenas.
de tutela deNesta sentença,
um casal espeeificamente,
de uma a Corte concedeu
comunidade indígena, o pedido
o qual estava sendo
ameaçado de expulsão afirmando, todavia, que o me nciona do casal deveria
respeitar as normas comunitárias. Assim, é possível apontar a Bolívia como
um caso de pluralização do direito com ativismo judicial.
Por fim, temos o caso do Hquador, que sc encaixa em um padrão
semelhante ac caso Boliviano. No que diz respeito ao texto constitucional, a
Constituição equatorkuN também reconheceu o direito indígena e ampliou
a competência do judiciário, garantindo, principalmente, fortes direitos de
acesso ao Pod er Judie: ário no seu Cap ítulo Oita vo, que trata dos direi tos
de proteção, no artigo 75 e seguintes. Além disso, há no caso equatoriano
um forte debate sobre " Consejo ds lajudicatura de Transición", o qual está
encarregado de reestruturei o Pod er Judic iário no país e que, para fazê-lo,
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O COWSTmjCIONALISMO DEMOCÍÁTICO LATiNO-AMEÍICANO EW DEBAIE
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O MOVO CO NSltlUOO NA lI SM O LATINO*AMERICANO’ . UM A ABORDAGEM POlil ICA
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O CQMMITUCLONAUSMO DEMOCRÁTICO tAllNO‘AMERICANO EM DEBATE
um imp ortan te garanti do r de direi tos em uma tradiç ão constit ucional que,
ainda que liberal, tem também fortes traços participativos e comunitários.
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