Aplicação de Métodos Numéricos para Minimização de Funções
Aplicação de Métodos Numéricos para Minimização de Funções
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Equações Diferenciais
Definição de Equação
Equações Diferenciais
Diferencial
Você aprendeu, em cálculo, que a derivada dy/dx de uma Uma equação que contém as derivadas (ou diferenciais) de
função y = φ (x) é em si uma outra função φ’(x). uma ou mais variáveis dependentes em relação a uma ou mais
2 variáveis independentes é chamada de equação diferencial (ED).
A função y = e 0 ,1x é diferencial no intervalo (-∞, ∞), e a sua
2 2
derivada é dy / dx = 0,2 xe0,1x . Se substituirmos e 0 ,1x no lado Para poder discuti-las melhor, classificaremos as equações
direito da derivada pelo símbolo y, obteremos diferenciais por tipo, ordem e linearidade.
dy (1)
= 0,2 xy
dx
Como resolver essa equação na função incógnita y = φ (x)?
A equação construída em (1) é chamada de equação diferencial.
Classificação de Equações
Classificação quanto ao Tipo
Diferenciais
Equações Diferenciais Ordinárias (EDO): se a função 2 3
desconhecida depende de uma única variável independente. Notação de Leibniz: dy , d y , d y ,... Notação linha: y`, y``, y ```,...
dx dx dx 3
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Todavia, é mais fácil estabelecer a relação entre Equação diferencial ordinária de ordem n:
• equação que envolve derivadas até a ordem n da forma
x, y e as derivadas y’(x), y’’(x), …, Y(n)(x).
Y(n)(x) = f(x, y(x), y’(x), y’’(x), …, Y(n-1)(x))
Esta relação constitui uma equação diferencial.
• Note que a grande maioria dos fenômenos físicos é a ≤ x ≤b.
modelada através de equações diferenciais.
Ordem: a ordem de uma ED é a ordem da mais alta derivada que Equações diferenciais ordinárias de primeira ordem são
aparece na equação. ocasionalmente escritas na forma diferencial
Exemplos: dy d4y d3y d2y dy
dx
= 5x + 3, 4 + 3 + + + y =1 M(x, y) dy + N(x, y) dx = 0
dt dt dt 2 dt
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Geralmente a equação Quando servir aos nossos propósitos, usaremos a forma normal
F(y, y’, y”, ..., y(n)) = 0 (4) dy d2y
= f ( x, y ) e = f ( x, y, y ' )
é uma equação diferencial ordinária de ordem n em uma dx dx 2
variável dependente.
para representar equações diferenciais ordinárias de primeira
Onde F é uma função de valores reais de n + 2 variáveis, x, y, e segunda ordem.
y’, ..., y(n), e onde y(n) = dny / dxn.
Por exemplo, a forma normal da equação de primeira ordem
Por razões práticas e teóricas, também consideraremos
dny 4xy’ + y = x é y’ = (x – y)/4x
= y n = f ( x, y , y ' , y" ,..., y ( n −1) ) (5)
dx n
Classificação por
Solução de uma EDO
Linearidade
Equações não-lineares: Uma equação diferencial ordinária Definição: Toda função φ, definida em um intervalo I que tem
não-linear é simplesmente uma que não é linear.
pelo menos n derivadas contínuas em I, as quais quando
A equação diferencial que não é da forma (1) é uma equação
substituídas em uma equação diferencial ordinária de ordem n
não-linear. Exemplo: y ' ' '+2e t y"+ yy ' = t 4
reduzem a equação a uma identidade, é denominada uma
Funções não-lineares da variável dependente ou de suas derivadas, solução da equação diferencial no intervalo.
como seny ou e y’, não podem aparecer em uma equação linear.
Em outras palavras, uma solução de uma equação diferencial
Assim sendo,
Termo não-linear ordinária de ordem n (4) é uma função φ que tem pelo menos n
Termo não-linear Termo não-linear Potência diferente de 1
Coeficiente dependente de y Função não-linear de y derivadas e para qual
d2y d4y F(x, φ(x), φ’(x), ..., φ(n)(x)) = 0 para todo x em I.
(1 − y ) y '+2 y = e x , + seny = 0, + y2 = 0
dx 2 dx 4
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Soluções: Uma solução da equação Exemplo 1: Verifique se a função indicada é uma solução da
y(n) = f (x, y, y`, y``, ..., y(n-1) ) em α<x<β equação diferencial dada no intervalo (-∞, ∞).
é uma função ϕ tal que ϕ`, ϕ``, ... ϕ(n) existem e satisfazem a) dy/dx = xy1/2; y = x4/16 b) y’’ – 2y’ + y = 0; y = xex
Solução: Uma maneira de verificar se a solução dada é uma
ϕ(n)(x) = f [x, ϕ(x), ϕ`(x), ϕ``(x), ... ϕ(n-1) (x)] solução é observar depois de substituir, se ambos os lados da
para todo x em α < x < β equação são iguais para cada x no intervalo.
0 ,1x 2 a) dy/dx = xy1/2; y = x4/16
Em nossa discussão introdutória, vimos que y = e é uma
2 lado esquerdo: dy = 1 4.x 3 = 1 x 3
( )
solução de dy / dx = 0,2 xe0,1x no intervalo (-∞, ∞). dx 16 4
1/ 2
1 1 1
lado direito: xy1/ 2 = x x 4 = x. x 2 = x 3
16 4 4
Verifique se a função indicada é uma solução da equação Verifique se a função indicada é uma solução da equação
diferencial dada no intervalo (-∞, ∞). diferencial dada no intervalo (-∞, ∞).
a) dy/dx = xy1/2; y = x4/16 b) y’’ – 2y’ + y = 0; y = xex
lado esquerdo: dy = 1 4.x 3 = 1 x 3( ) Das derivadas y’ = xex + ex e y’’ = xex + 2ex, temos, para x ∈ ℜ
dx 16 4
1/ 2 lado esquerdo: y ' '−2 y '+ y = ( xe x + 2e x ) − 2( xe x + e x ) + xe x = 0
1/ 2 1 1 1
lado direito: xy = x x 4 = x. x 2 = x 3 lado direito: 0
16 4 4
Vemos que ambos os lados são iguais para cada número real x. Observe que neste exercício, cada equação diferencial tem a
solução constante y = 0, -∞ < x < ∞. Uma solução de uma
Note que y1/2 = ¼ x2 é, por definição, a raiz quadrada não negativa
equação diferencial identicamente nula no intervalo I é chamada
de 1/16 . x4
de solução trivial.
Domínio versus
Curva Integral intervalo I de Definição
O gráfico de uma solução φ de uma EDO é chamado de curva Exemplo 2: O domínio de y = 1/x é ℜ - {0}. A função racional y = 1/x, é
integral. Uma vez que φ é uma função diferenciável, ela é descontínua em zero. A função não é diferenciável em x = 0, uma vez que
contínua no intervalo de definição I. Assim sendo, pode haver uma o eixo y (cuja equação é x = 0) é uma assíntota vertical do gráfico.
diferença entre o gráfico da função φ e a solução da função φ. Entretanto, y = 1/x é também solução da
equação diferencial linear de primeira ordem
Posto de outra forma, o domínio da função φ não precisa ser
xy’ + y = 0. (verifique)
igual ao intervalo I de definição (ou domínio) da solução φ .
Mas quando afirmamos que y = 1/x é uma
O exemplo 2 ilustra a diferença. solução dessa ED, queremos dizer que é uma
função definida em um intervalo I no qual é
diferenciável e satisfaz a equação.
Portanto, tomamos I como sendo (-∞, 0) ou (0, ∞). O gráfico ilustra as
duas curvas integrais.
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• Método numérico: O que encontra uma solução aproximada. C=0 Note que à medida que C varia,
Do ponto de vista analítico, resolver uma EDO do tipo y’ = f(x,y) é tem-se uma família de soluções.
Definindo as condições
Solução de uma EDO
iniciais
Para determinarmos uma solução específica é necessária a atribuição do
valor de y em um dado x. Em outras palavras, deve ser dado um ponto ( x = a , Para especificar uma das curvas que formam a família de
y = s ) por onde a solução particular deve obrigatoriamente passar.
soluções, é preciso impor condições adicionais na função y.
O processo para encontrar esta solução específica y da equação y ’ =
f ( x, y ) com y ( a ) = s, onde a e s são dados numéricos, é chamado Essas condições são da forma:
de problema de condição inicial. • y(a) = η1 , y’(a) = η2 , y’’(a) = η3 ,… , y(n-1)(a) = ηn (2)
Assi m, podemos particularizar a solução do problema anterior
atribuindo-lhe, por exemplo, a seguinte condição: • Que são chamadas de condições iniciais.
Definindo as condições
Condições de contorno
iniciais
O problema geral de primeira ordem é escrito como: Juntamente com o problema de valor inicial, podemos ter
• y’(x) = f(x, y(x)), y(a) = η com a ≤ x ≤ b (3) problemas com condições de contorno, isto é:
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É fácil constatar que a combinação linear de soluções, ou a família y’’(x) = -4C1sen(2x) - 4C2cos(2x)
a dois parâmetros x = c1cos4t + x = c2sen4t é também uma y(x) + 4y = (-4C1 + 4C1)sen(2x) + (4C2 - 4C2)cos(2x) = 0
solução da equação diferencial.
• y’1(x) = y2(x)
(8b) • y’’’(x) = xy’(x) + exy(x) + x2 + 1 0≤x≤1
y(0) = 1 , y’(0) = 0 , y’’(0) = -1
• y’2(x) = y3(x)
•… • Fazendo a mudança de variáveis, obtemos:
• yn-1(x) = yn(x) • y’1(x) = y2(x)
• y’2(x) = y3(x) 0≤x≤1
• De onde obtemos para (4) um sistema de equações
diferenciais. As condições iniciais de (4b) tornam-se as • y’3(x) = xy2(x) + ex y1(x) + x2 + 1
condições iniciais do sistema. y1(0) = 1, y2(0) = 0, y1(0) = -1
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Equações Diferenciais de
Equações Lineares
Primeira Ordem
A forma geral das equações diferenciais ordinárias de Se a função f em (1) depende linearmente de y, então ela é
primeira ordem é chamada de uma equação linear de primeira ordem. Um
exemplo com coeficientes constantes é
dy/dx = f (x,y) (i)
dy/dt = - ay + b,
Qualquer função diferencial y = ϕ(t) que satisfaça essa
equação para todo t em um dado intervalo é uma solução onde a e b são constantes dadas.
desta equação.
Substituindo os coeficientes a e b por funções em t, temos a
Exemplo: y’ = 2y + 3et forma geral da equação linear de primeira ordem
Serão estudadas três subclasses de equações de primeira dy/dt + p(t)y = g(t),
ordem: as equações lineares; as separáveis e as equações
onde p e g são funções dadas da variável independente t.
exatas.
Exemplo: Considere a equação diferencial Consiste em multiplicar a equação diferencial por uma
dy/dt + 2y = 3. Encontre sua solução. determinada função µ(t) de modo que a equação resultante
Solução: seja facilmente integrável.
Temos que dy/dt = -2y + 3 ou dy/dt = -2
Exemplo: Considere a equação dy/dt +2y = 3. Assim
y - 3/2
ln |y - 3/2| = -2t + c podemos ter µ(t) dy/dt + 2 µ(t) y = 3 µ(t)
Logo, Vamos tentar encontrar µ(t) de modo que a expressão
y = 3/2 + ce- 2t anterior tenha a esquerda do sinal da igualdade a derivada
Se g(t) = 0, então a equação é dita equação linear homogênea. de µ(t) y.
Assim, d[µ(t) y]/dt = µ(t) dy/dt + d µ(t)/dt y.
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Comparando com a equação anterior temos que as duas primeiras Logo, a equação dada, fica:
parcelas são iguais e que as segundas podem ficar desde que µ(t) seja
tal que d µ(t) /dt = 2 µ(t)
e 2 t dy/dt + 2 e 2 t y = 3 e 2 t
Exemplo: Seja dy/dt + y/2 = 2 + t. A equação geral de primeira ordem é dy/dx = f(x,y) que pode ser
colocada na forma
Temos então a = 1/2, logo µ(t) = e t /2. M(x,y) + N(x,y)dy/dx = 0
Então d[e t /2 y]/dt = 2 e t /2 + t e t /2. Onde M(x,y) = - f(x,y) e N(x,y) = 1.
Temos, integrando por partes, Porém se M depende apenas de x e N apenas de y, ela pode ser
escrita como
e t /2 y = 4 e t / 2 + 2t e t /2 - 4 e t /2 + c,
M(x) + N(y)dy/dx = 0.
Como c é constante, temos Esta equação é dita separável, pois se for escrita na forma diferencial
y = 2t + c e - t / 2
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I : α < t < β contendo o ponto t = t0, então existe uma única função Solução: y` + (2/t) y = 4t
y = ϕ(t) que satisfaz a equação diferencial Assim, p(t) = 2 / t e g(t) = 4t e consequentemente g(t) é
y` + p(t)y = g(t) contínua para todo t e p(t) contínua para t ≠ 0.
para cada t em I e que também satisfaz a condição inicial y(t0) = y0, Logo, para t > 0 contém a condição inicial, dando o intervalo
onde y0 é um valor inicial arbitrário prescrito. procurado 0 < t < ∝.
A solução é y = t2 + 1 / t2 , t > 0.
Teorema: 2.4.2: Suponha que as funções f e ∂f/∂y são contínuas em Solução: Pelo teorema 2.4.2 temos f(x,y) = y2 e ∂f/∂y = 2y
um retângulo
contínuas em todo ponto de R.
α<t<β e γ < y < δ contendo o ponto (to, yo). Então
Logo a solução dy/dt = y2 dy/ y2 = dt, logo
em algum intervalo to – h < t < to + h contido em α < t < β,
-y – 1 = t + c e y = 1 / (t+c).
Existe uma única solução y = µ(t) do problema de valor inicial y’ =
f(x,y) e y(to) = yo Como y(0) = 1, temos y = 1 / (1 - t) que é a solução.
Portanto a solução existe apenas em - α < t < 1.
Exemplo: Resolva o problema de valor inicial y’ = y2
e y(0) = 1 e determine o intervalo no qual a solução existe.
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Referências
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