Aplicação de Métodos Numéricos para Minimização de Funções

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04/08/2016

Equações Diferenciais

Soluções Numéricas Equações contendo derivadas são equações diferenciais.


de EDO’s É necessário conhecer equações diferenciais para:
• Compreender e investigar problemas envolvendo o fluxo de
corrente elétrica em circuitos, a dissipação de calor em
objetos sólidos, a propagação e detecção de ondas
sísmica, o aumento ou diminuição de populações, o
Prof. Dr. Leandro Blass movimento de fluidos, entre outros.
Prof. Dr. Anderson Bihain Note que toda a parte do cálculo chamado de cálculo de
Modificado de (Amintas Paiva Afonso) primitivas compreende a determinação de soluções de uma
equação diferencial.

Definição de Equação
Equações Diferenciais
Diferencial
Você aprendeu, em cálculo, que a derivada dy/dx de uma Uma equação que contém as derivadas (ou diferenciais) de
função y = φ (x) é em si uma outra função φ’(x). uma ou mais variáveis dependentes em relação a uma ou mais
2 variáveis independentes é chamada de equação diferencial (ED).
A função y = e 0 ,1x é diferencial no intervalo (-∞, ∞), e a sua
2 2
derivada é dy / dx = 0,2 xe0,1x . Se substituirmos e 0 ,1x no lado Para poder discuti-las melhor, classificaremos as equações
direito da derivada pelo símbolo y, obteremos diferenciais por tipo, ordem e linearidade.
dy (1)
= 0,2 xy
dx
Como resolver essa equação na função incógnita y = φ (x)?
A equação construída em (1) é chamada de equação diferencial.

Classificação de Equações
Classificação quanto ao Tipo
Diferenciais
Equações Diferenciais Ordinárias (EDO): se a função 2 3

desconhecida depende de uma única variável independente. Notação de Leibniz: dy , d y , d y ,... Notação linha: y`, y``, y ```,...
dx dx dx 3
2

Neste caso, aparecem apenas derivadas simples.


2
Notação de Leibniz: dy + 5 y = e x , d y − dy + 6 y = 0, dx − dy = 2 x + y
dy
+ 5y = ex , d 2 y dy dx dy dx 2 dx
− + 6 y = 0, − = 2x + y (2) dx dt dt
dx dx 2 dx dt dt
Notação linha: y `+5 y = e x , y``− y`+6 y = 0,
Equações Diferenciais Parciais (EDP): se a função
desconhecida depende de diversas variáveis independentes. A notação linha é usada somente para denotar as três
Neste caso, aparecem as derivadas parciais. primeiras derivadas; a quarta derivada é escrita como y(4), em
∂ 2u ∂ 2u ∂ 2u ∂ 2u ∂u ∂u ∂v vez de y’’’’.
+ = 0, = −2 , =− (3)
∂x 2 ∂y 2 ∂x 2 ∂t 2 ∂t ∂y ∂x

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Classificação de Equações Classificação de Equações


Diferenciais Diferenciais
Sistema de equações diferenciais: se existem duas ou mais Notação ponto de Newton: é às vezes usada em Física ou
funções que devem ser determinadas, precisamos de um Engenharia para denotar derivadas em relação ao tempo.
sistema de equações. Assim sendo, a equação diferencial
dx d 2s
dt
= f (t , x , y ) = −32 torna-se ɺsɺ = −32
(8) dt 2
dy
= g (t , x, y ) Derivadas parciais são geralmente denotadas por uma
dt
notação em subscrito. Assim sendo, a equação diferencial
Uma solução de um sistema como (8) é um par de funções
∂ 2u ∂ 2u ∂u
diferenciais x = φ1(t), y = φ2(t), definidas em um intervalo comum I,
2
= +2 , torna-se u xx = u tt + 2u t
que satisfazem cada equação do sistema neste intervalo. ∂x ∂t 2 ∂t

Equações Diferenciais Equações Diferenciais

Ao estudar alguns fenômenos, é difícil estabelecer Equação diferencial:


diretamente a relação de dependência entre uma • é uma equação envolvendo uma função desconhecida
variável independente x e uma dependente y. e algumas de suas derivadas.

Todavia, é mais fácil estabelecer a relação entre Equação diferencial ordinária de ordem n:
• equação que envolve derivadas até a ordem n da forma
x, y e as derivadas y’(x), y’’(x), …, Y(n)(x).
Y(n)(x) = f(x, y(x), y’(x), y’’(x), …, Y(n-1)(x))
Esta relação constitui uma equação diferencial.
• Note que a grande maioria dos fenômenos físicos é a ≤ x ≤b.
modelada através de equações diferenciais.

Classificação por Ordem Classificação por Ordem

Ordem: a ordem de uma ED é a ordem da mais alta derivada que Equações diferenciais ordinárias de primeira ordem são
aparece na equação. ocasionalmente escritas na forma diferencial
Exemplos: dy d4y d3y d2y dy
dx
= 5x + 3, 4 + 3 + + + y =1 M(x, y) dy + N(x, y) dx = 0
dt dt dt 2 dt

primeira ordem Por exemplo, supondo que y seja a variável dependente em


segunda ordem
3
2
d y  dy  (y - x) dx + 4x dy = 0, então y’ = dy/dx
+ 5  − 4 y = e x
dx 2  dx  Portanto, dividindo pela diferencial dx, obtemos a forma alternativa
É uma equação diferencial de segunda ordem.
4xy’ + y = x

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Classificação por Ordem Classificação por Ordem

Geralmente a equação Quando servir aos nossos propósitos, usaremos a forma normal
F(y, y’, y”, ..., y(n)) = 0 (4) dy d2y
= f ( x, y ) e = f ( x, y, y ' )
é uma equação diferencial ordinária de ordem n em uma dx dx 2
variável dependente.
para representar equações diferenciais ordinárias de primeira
Onde F é uma função de valores reais de n + 2 variáveis, x, y, e segunda ordem.
y’, ..., y(n), e onde y(n) = dny / dxn.
Por exemplo, a forma normal da equação de primeira ordem
Por razões práticas e teóricas, também consideraremos
dny 4xy’ + y = x é y’ = (x – y)/4x
= y n = f ( x, y , y ' , y" ,..., y ( n −1) ) (5)
dx n

Classificação por Classificação por


Linearidade Linearidade
Equações Lineares e não-lineares: A equação diferencial dny d n −1 y dy (2)
an ( x ) n
+ an −1 ( x ) n −1 + ⋯ + a1 ( x ) + a0 ( x ) y = g ( x)
F ( x, y ' , y" ,..., y (n ) ) = 0 (4) dx dx dx
É dita linear se F é uma função linear das varáveis y, y’, y”,..., y(n-1) Em (2) observamos as duas propriedades características de
uma equação diferencial linear:
Assim a equação diferencial ordinária linear geral de ordem n é
1) A variável dependente e todas as suas derivadas são do 1º
an ( x ) y ( n ) + an −1 ( x ) y ( n −1) + ⋯ + a1 ( x) y '+ a0 ( x ) y − g ( x ) = 0 grau, isto é, a potência de cada termo envolvendo y é 1.
2) Cada coeficiente depende no máximo da variável
dny d n −1 y dy independente x. As equações diferenciais ordinárias lineares
an ( x ) + an −1 ( x ) n −1 + ⋯ + a1 ( x ) + a0 ( x ) y = g ( x) (6)
dx n
dx dx abaixo são, respectivamente, de 1ª, 2ª e 3ª ordem.
d3y
(y - x) dx + 4x dy = 0, y’’ – 2y’ + y = 0 e
dx 3
+ x dy
dt
− 5 y = ex

Classificação por
Solução de uma EDO
Linearidade
Equações não-lineares: Uma equação diferencial ordinária Definição: Toda função φ, definida em um intervalo I que tem
não-linear é simplesmente uma que não é linear.
pelo menos n derivadas contínuas em I, as quais quando
A equação diferencial que não é da forma (1) é uma equação
substituídas em uma equação diferencial ordinária de ordem n
não-linear. Exemplo: y ' ' '+2e t y"+ yy ' = t 4
reduzem a equação a uma identidade, é denominada uma
Funções não-lineares da variável dependente ou de suas derivadas, solução da equação diferencial no intervalo.
como seny ou e y’, não podem aparecer em uma equação linear.
Em outras palavras, uma solução de uma equação diferencial
Assim sendo,
Termo não-linear ordinária de ordem n (4) é uma função φ que tem pelo menos n
Termo não-linear Termo não-linear Potência diferente de 1
Coeficiente dependente de y Função não-linear de y derivadas e para qual
d2y d4y F(x, φ(x), φ’(x), ..., φ(n)(x)) = 0 para todo x em I.
(1 − y ) y '+2 y = e x , + seny = 0, + y2 = 0
dx 2 dx 4

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Soluções Verificação de uma Solução

Soluções: Uma solução da equação Exemplo 1: Verifique se a função indicada é uma solução da
y(n) = f (x, y, y`, y``, ..., y(n-1) ) em α<x<β equação diferencial dada no intervalo (-∞, ∞).

é uma função ϕ tal que ϕ`, ϕ``, ... ϕ(n) existem e satisfazem a) dy/dx = xy1/2; y = x4/16 b) y’’ – 2y’ + y = 0; y = xex
Solução: Uma maneira de verificar se a solução dada é uma
ϕ(n)(x) = f [x, ϕ(x), ϕ`(x), ϕ``(x), ... ϕ(n-1) (x)] solução é observar depois de substituir, se ambos os lados da
para todo x em α < x < β equação são iguais para cada x no intervalo.
0 ,1x 2 a) dy/dx = xy1/2; y = x4/16
Em nossa discussão introdutória, vimos que y = e é uma
2 lado esquerdo: dy = 1 4.x 3 = 1 x 3
( )
solução de dy / dx = 0,2 xe0,1x no intervalo (-∞, ∞). dx 16 4
1/ 2
 1  1  1
lado direito: xy1/ 2 = x x 4  = x. x 2  = x 3
 16  4  4

Verificação de uma Solução Verificação de uma Solução

Verifique se a função indicada é uma solução da equação Verifique se a função indicada é uma solução da equação
diferencial dada no intervalo (-∞, ∞). diferencial dada no intervalo (-∞, ∞).
a) dy/dx = xy1/2; y = x4/16 b) y’’ – 2y’ + y = 0; y = xex
lado esquerdo: dy = 1 4.x 3 = 1 x 3( ) Das derivadas y’ = xex + ex e y’’ = xex + 2ex, temos, para x ∈ ℜ
dx 16 4
1/ 2 lado esquerdo: y ' '−2 y '+ y = ( xe x + 2e x ) − 2( xe x + e x ) + xe x = 0
1/ 2  1  1  1
lado direito: xy = x x 4  = x. x 2  = x 3 lado direito: 0
 16  4  4
Vemos que ambos os lados são iguais para cada número real x. Observe que neste exercício, cada equação diferencial tem a
solução constante y = 0, -∞ < x < ∞. Uma solução de uma
Note que y1/2 = ¼ x2 é, por definição, a raiz quadrada não negativa
equação diferencial identicamente nula no intervalo I é chamada
de 1/16 . x4
de solução trivial.

Domínio versus
Curva Integral intervalo I de Definição
O gráfico de uma solução φ de uma EDO é chamado de curva Exemplo 2: O domínio de y = 1/x é ℜ - {0}. A função racional y = 1/x, é
integral. Uma vez que φ é uma função diferenciável, ela é descontínua em zero. A função não é diferenciável em x = 0, uma vez que
contínua no intervalo de definição I. Assim sendo, pode haver uma o eixo y (cuja equação é x = 0) é uma assíntota vertical do gráfico.
diferença entre o gráfico da função φ e a solução da função φ. Entretanto, y = 1/x é também solução da
equação diferencial linear de primeira ordem
Posto de outra forma, o domínio da função φ não precisa ser
xy’ + y = 0. (verifique)
igual ao intervalo I de definição (ou domínio) da solução φ .
Mas quando afirmamos que y = 1/x é uma
O exemplo 2 ilustra a diferença. solução dessa ED, queremos dizer que é uma
função definida em um intervalo I no qual é
diferenciável e satisfaz a equação.
Portanto, tomamos I como sendo (-∞, 0) ou (0, ∞). O gráfico ilustra as
duas curvas integrais.

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Domínio versus Soluções Explícitas e


intervalo I de Definição Implícitas
Exemplo 2:
Solução Explícita: É quando numa solução a variável dependente
é expressa somente em termos da variável independente e das
constantes.

y = x4/16, y = xex e y = 1/x são soluções explícitas de


dy/dx = xy1/2, y’’ – 2y’ + y = 0 e xy’ + y = 0
Além disso, a solução trivial y = 0 é uma solução explícita de
todas as três equações.
(a) Função y = 1/x, x ≠0 (b) Solução y = 1/x, (0, ∞)

Soluções Explícitas e Soluções Explícitas e


Implícitas Implícitas
Solução Implícita: Dizemos que uma relação G(x, y) = 0 é uma Exemplo 3: Uma solução implícita e duas explícitas de y’ = - x/y
solução implícita de uma equação diferencial (4), em um intervalo
I, quando existe pelo menos uma função φ que satisfaça a relação,
bem como a equação diferencial em I. F ( x, y' , y" ,..., y (n ) ) = 0 (4)
Exemplo 3: A relação x2 + y2 = 25
é uma solução implícita da ED
dy x
=−
dx y
no intervalo -5 < x < 5. Por
diferenciação implícita, obtemos
d 2 d 2 d (a) Solução implícita (b) Solução explícita (c) Solução explícita
d
x + y = 25 ou 2 x + 2 y = 0 x2 + y2 = 25 y1 = 25 − x 2 ,−5 < x < 5 y2 = − 25 − x 2 ,−5 < x < 5
dx dx dx dx

Uso de computadores na Equações Diferenciais


solução de EDO Ordinárias
A solução de (5’):
Exercícios destinados a Laboratório de Computação.
• y(n)(x) = f(x, y(x), y’(x), y’’(x), …, Y(n-1)(x)) (5)
Use um SAC (Sistema Algérico Computacional) para a ≤ x ≤b.
computar todas as derivadas e fazer as simplificações
• é qualquer função y = F(x) que é definida em [1, b] e tem n
necessárias à constatação de que a função indicada é uma derivadas neste intervalo e que satisfaz (5).
solução particular da equação diferencial dada.
• Se a função é de uma só variável, então a equação se chama
ordinária.
1) y(4) – 20 y’’’ + 158y’’ – 580y’ + 841y = 0; y = xe5x cos 2x
• As equações que estabelecem relações entre uma variável e
cos(5 ln x) sen(5 ln x) depende de duas ou mais variáveis independentes e as
2) x3y’’’ + 2x2y’’ + 20xy’ - 78y = 0; y = 20 −3
x x derivadas (agora parciais), são chamadas de equações
diferenciais parciais.

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Solução de uma EDO Solução de uma EDO


y C=4

Na solução de uma EDO, dois caminhos podem ser seguidos:


• Método analítico: O que tenta levar à uma solução exata do problema C=2

• Método numérico: O que encontra uma solução aproximada. C=0 Note que à medida que C varia,
Do ponto de vista analítico, resolver uma EDO do tipo y’ = f(x,y) é tem-se uma família de soluções.

encontrar uma função y = F(x) que satisfaça a equação dada.


x
Por exemplo, dada equação diferencial y’ = f(x,y) = 2x + 3, sua
solução é obtida por:
• y = ∫(2x+3)dx = x2 + 3x + C
Representações de soluções particulares, para alguns valores de
• Na verdade, temos uma família de soluções (para cada C ∈ R tem C, da função
uma solução particular). A figura 1 (próximo slide) mostra algumas y = x 2 + 3 x + C.
soluções para C = 0, C = 2 e C = 4. Figura 1

Definindo as condições
Solução de uma EDO
iniciais
Para determinarmos uma solução específica é necessária a atribuição do
valor de y em um dado x. Em outras palavras, deve ser dado um ponto ( x = a , Para especificar uma das curvas que formam a família de
y = s ) por onde a solução particular deve obrigatoriamente passar.
soluções, é preciso impor condições adicionais na função y.
O processo para encontrar esta solução específica y da equação y ’ =
f ( x, y ) com y ( a ) = s, onde a e s são dados numéricos, é chamado Essas condições são da forma:
de problema de condição inicial. • y(a) = η1 , y’(a) = η2 , y’’(a) = η3 ,… , y(n-1)(a) = ηn (2)
Assi m, podemos particularizar a solução do problema anterior
atribuindo-lhe, por exemplo, a seguinte condição: • Que são chamadas de condições iniciais.

 dy O problema (1) com as condições iniciais (2) é chamado de


 = 2x + 3
 dx problema de valor inicial ou problema de condições iniciais.
 y ( 0 ) = 0
y(n)(x) = f(x, y(x), y’(x), y’’(x), …, y(n-1)(x)) com a ≤ x ≤b (1)
Logo, a solução geral é dada por y = x 2 + 3x+ C, e a particular será
2
dada por y ( 0 ) = 0 = 0 + 3 x 0 + C ⇒ C = 0. Ou seja, y = x + 3 x .
2

Definindo as condições
Condições de contorno
iniciais
O problema geral de primeira ordem é escrito como: Juntamente com o problema de valor inicial, podemos ter
• y’(x) = f(x, y(x)), y(a) = η com a ≤ x ≤ b (3) problemas com condições de contorno, isto é:

ou Além da condição no início do fenômeno, temos também uma


condição a atingir no fim do fenômeno.
dy/dt = f(t, y(t)), y(a) = η com a ≤ t ≤ b
EXEMPLO: condição de contorno de segunda ordem é escrito como
Um problema de valor inicial de ordem n é escrito como:
y’’(x) = f(x, y, y’’) , a≤x≤b (5)
• y(n)(x) = f(x, y’, y’’, …, y(n-1)), a ≤ x ≤b (4a)
com
• y(a) = η1 , y’(a) = η2 , y’’(a) = η3 ,… , y(n-1)(a) = ηn (4b)
y(a) = η1 , y(b) = η2

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Usando símbolos diferentes Verificação de uma Solução

Exemplo 2: As funções x = c1cos4t e x = c2sen4t, onde c1 e c2 são


Uma solução de uma equação diferencial na incógnita y e na
constantes arbitrárias ou parâmetros, são ambas soluções da
variável independente x no intervalo α é uma função y(x) que
equação diferencial linear x’’ + 16x = 0.
verifica a equação diferencial identicamente em todo x em α.
Para x = c1cos4t ⇒ x’ = - 4c1sen4t e x’’ = - 16c1cos4t.
Substituindo x’’ e x, obtemos Exemplo 3: Tem-se que y(x) = C2sen(2x) + C2cos(2x) é uma
x’’ + 16x = - 16c1cos4t + 16c1cos4t = 0 solução de y’’ + 4y = 0. Isso pode ser visto através da
substituição de y(x) na equação original. Assim:
Para x = c2sen4t ⇒ x’’= - 16c2sen4t e, portanto,
x’’ + 16x = - 16c2sen4t + 16c2sen4t = 0
y’(x) = C1cos(2x) - C1sen(2x)

É fácil constatar que a combinação linear de soluções, ou a família y’’(x) = -4C1sen(2x) - 4C2cos(2x)
a dois parâmetros x = c1cos4t + x = c2sen4t é também uma y(x) + 4y = (-4C1 + 4C1)sen(2x) + (4C2 - 4C2)cos(2x) = 0
solução da equação diferencial.

Sistema de Equações Sistema de Equações


Diferenciais Diferenciais
Um sistema de equações diferenciais de primeira ordem tem a seguinte As soluções do problema (6a) são derivadas da solução de uma
forma geral: única equação. Resolvendo o problema (6), podemos resolver o
• y’1(x) = f1(x, y1, y2, y3, … yn) problema (4), utilizando mudanças de variáveis. Assim, basta definir
• y’2(x) = f2(x, y1, y2, y3, … yn) um conjunto de n funções y1, y2, …, yn, da seguinte forma:
(6a) • y1(x) = y(x) (7)
•… a≤x≤b
• y’n(x) = fn(x, y1, y2, y3, … yn) • y2(x) = y’(x)
•…
• Sujeito a yk(a) = ηk , k = 1(1)n (6b)
• yn(x) = y(n-1)(x)
• Onde f1, f2, … f1n são funções de n + 1 variáveis.
• Nota: se o problema (6a) tem solução, então ele tem, em geral, várias • Então (4a) pode ser escrita como:
soluções (uma família de soluções). Com as condições (6b), temos o • y(n)(x) = f(x, y1, y2, … yn). (8a)
problema do valor inicial.

Sistema de Equações Sistema de Equações


Diferenciais Diferenciais
Diferenciando (7), obtemos: EXEMPLO:

• y’1(x) = y2(x)
(8b) • y’’’(x) = xy’(x) + exy(x) + x2 + 1 0≤x≤1
y(0) = 1 , y’(0) = 0 , y’’(0) = -1
• y’2(x) = y3(x)
•… • Fazendo a mudança de variáveis, obtemos:
• yn-1(x) = yn(x) • y’1(x) = y2(x)
• y’2(x) = y3(x) 0≤x≤1
• De onde obtemos para (4) um sistema de equações
diferenciais. As condições iniciais de (4b) tornam-se as • y’3(x) = xy2(x) + ex y1(x) + x2 + 1
condições iniciais do sistema. y1(0) = 1, y2(0) = 0, y1(0) = -1

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Uso de computadores na Algumas questões


solução de EDO relevantes
Um computador pode ser uma ferramenta extremamente útil
Uma equação diferencial sempre tem solução?
no estudo de equações diferenciais.
(existência)
Algoritmos já estão sendo usados há muito tempo para Quantas soluções tem uma equação diferencial dada
solucioná-las como, por exemplo: o método de Euler e o de que ela tem pelo menos uma? Que condições
Runge-Kutta. adicionais devem ser especificadas para se obter
apenas uma única solução? (unicidade)
Além disso, há excelentes pacotes (software) de solução
numérica que podem ser aplicados a diversos problemas Dada uma ED, podemos determinar, de fato, uma
matemáticos. Exemplo: Matlab, Mapple, Mathematica, Scilab. solução? E, se for o caso, como?

Equações Diferenciais de
Equações Lineares
Primeira Ordem
A forma geral das equações diferenciais ordinárias de Se a função f em (1) depende linearmente de y, então ela é
primeira ordem é chamada de uma equação linear de primeira ordem. Um
exemplo com coeficientes constantes é
dy/dx = f (x,y) (i)
dy/dt = - ay + b,
Qualquer função diferencial y = ϕ(t) que satisfaça essa
equação para todo t em um dado intervalo é uma solução onde a e b são constantes dadas.
desta equação.
Substituindo os coeficientes a e b por funções em t, temos a
Exemplo: y’ = 2y + 3et forma geral da equação linear de primeira ordem
Serão estudadas três subclasses de equações de primeira dy/dt + p(t)y = g(t),
ordem: as equações lineares; as separáveis e as equações
onde p e g são funções dadas da variável independente t.
exatas.

Equações Lineares Fator integrante

Exemplo: Considere a equação diferencial Consiste em multiplicar a equação diferencial por uma
dy/dt + 2y = 3. Encontre sua solução. determinada função µ(t) de modo que a equação resultante
Solução: seja facilmente integrável.
Temos que dy/dt = -2y + 3 ou dy/dt = -2
Exemplo: Considere a equação dy/dt +2y = 3. Assim
y - 3/2
ln |y - 3/2| = -2t + c podemos ter µ(t) dy/dt + 2 µ(t) y = 3 µ(t)
Logo, Vamos tentar encontrar µ(t) de modo que a expressão
y = 3/2 + ce- 2t anterior tenha a esquerda do sinal da igualdade a derivada
Se g(t) = 0, então a equação é dita equação linear homogênea. de µ(t) y.
Assim, d[µ(t) y]/dt = µ(t) dy/dt + d µ(t)/dt y.

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Fator integrante Fator integrante

Comparando com a equação anterior temos que as duas primeiras Logo, a equação dada, fica:
parcelas são iguais e que as segundas podem ficar desde que µ(t) seja
tal que d µ(t) /dt = 2 µ(t)
e 2 t dy/dt + 2 e 2 t y = 3 e 2 t

Logo [d µ(t) /dt] / µ(t) = 2 Ora, d (e 2 t y)/dt = 3 e 2 t


Donde d [ln| µ(t)|] / dt = 2 O que nos leva ao resultado Então e 2 t y = (3/2) e 2 t + c, donde y = (3/2) + c e - 2 t.
ln |µ(t)| = 2t +c ou µ(t) = c e 2 t que é a mesma solução encontrada anteriormente.
que é um fator integrante para a equação dada. Como não queremos
um caso mais geral, tomamos
Em várias equações pode-se ter fator integrante como
em dy/dt + ay = b, o fator será µ(t) = ea t basta apenas
µ(t) = e 2 t fazer as devidas substituições de a e b.

Fator integrante Fator integrante

Exemplo : Resolver a seguinte equação diferencial com condição Escolha de µ(t)


inicial dy/dt + p(t)y = g(t)
y ` + 2y = te –2t , y(1) = 0. µ(t) [dy/dt] + µ(t) p(t)y = µ(t) g(t) o segundo termo do lado
Solução: Temos µ(t) = e 2 t esquerdo é igual a derivada do primeiro

Logo e 2 t y` + 2y e 2 t = t [dµ(t)] /dt = p(t) µ(t), supondo que µ(t) > 0

(e 2 t y)` =t {[dµ(t)] /dt} / µ(t) = p(t) então

e 2 t y = (t2/2) + c. Aplicando a condição inicial, y(1) = 0, ln µ(t) = ∫ p(t)dt + c, escolhendo c = 0, temos

Obtemos c = ½. E finalmente, a resposta µ(t) que é a função mais simples, ou seja,

y = (e –2t/2) (t2 – 1) µ(t) = exp [∫ p(t)dt] = e ∫ p(t)dt

Fator integrante Equações separáveis

Exemplo: Seja dy/dt + y/2 = 2 + t. A equação geral de primeira ordem é dy/dx = f(x,y) que pode ser
colocada na forma
Temos então a = 1/2, logo µ(t) = e t /2. M(x,y) + N(x,y)dy/dx = 0
Então d[e t /2 y]/dt = 2 e t /2 + t e t /2. Onde M(x,y) = - f(x,y) e N(x,y) = 1.
Temos, integrando por partes, Porém se M depende apenas de x e N apenas de y, ela pode ser
escrita como
e t /2 y = 4 e t / 2 + 2t e t /2 - 4 e t /2 + c,
M(x) + N(y)dy/dx = 0.
Como c é constante, temos Esta equação é dita separável, pois se for escrita na forma diferencial
y = 2t + c e - t / 2

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Equações separáveis Equações exatas


M(x)dx + N(y)dy = 0 Uma equação na forma M(x,y) + N(x,y) y` = 0 é uma equação exata
Então as fórmulas envolvendo cada variável pode ser separada pelo em R (uma região) se, e somente se,
sinal da igualdade. My (x,y) = Nx (x,y) em cada ponto de R.
Exemplo: Considere a equação diferencial Exemplo: Verifique se a equação
y` = -2xy. (x2 + 4y)y` + (2xy + 1 ) = 0 é exata.
Então podemos fazer y`/y = -2x e daí Solução: Neste caso, M(x,y) = 2xy +1 e
ln|y| = - x2 + c, N(x,y) = x2 + 4y.
2 2
logo para cada c ∈R temos duas soluções: Logo My = 2x e Nx = 2x, donde My = Nx e consequentemente ela é
y1 = e - x +c e y2 = - e - x +c exata.

Equações exatas Equações exatas

As vezes é possível transformar uma equação diferencial que não é


Teorema 2.6.1: Suponha que as funções M, N, My, Nx são exata em uma exata multiplicando-se a equação por um fator
contínuas na região retangular integrante apropriado. Isto é, determinar uma função µ(x,y) tal que
(µM)y = (µN)x seja uma equação exata.
R: α < x < β e γ < y < δ. Então a equação
Exemplo: A equação xy` - y = 0 não é exata.
M(x,y) + N(x,y)y` = 0 é uma equação exata em R se, e
somente se, My(x,y) = Nx(x,y) (1) em cada ponto de Porém se multiplicarmos por 1/x2 = µ(x,y), temos
R. Isto é, existe uma equação ψ satisfazendo as equações y`/x - y/x2 = 0 que é exata.
ψ x(x,y) = M(x,y), ψ y(x,y) = N(x,y) se, Facilmente podemos ver que M(x,y) = - y/x2
e somente se, M e N satisfazem a equação (1). N(x,y) = 1/x e que My = - 1/x2 = Nx

Equações exatas Equações exatas


Exemplo: Resolva a seguinte equação diferencial Fatores integrantes para equações exatas
(3x2 – 2xy +2 ) dx + (6y2 - x2 + 3) dy = 0.
Podemos multiplicar M(x,y) dx + N(x,y)dy = 0
Solução: Temos My(x,y) = -2x = Nx(x,y). Logo exata.
por uma função µ e depois tentar escolhê-la de modo que a equação
Assim existe uma µ (x, y) tal que
resultante µ(x,y) M(x,y) dx + µ(x,y N(x,y)dy = 0 seja exata.
µx (x, y) = 3x2 – 2xy +2 , µy (x, y) = 6y2 - x2 + 3
Sabemos que ela será exata se, e somente se, (µM)y = (µN)x. Assim,
Integrando a µx (x, y), temos µ (x, y) = ∫(3x2 – 2xy +2) dx ela deve satisfazer a equação diferencial
= x3 – 2 x2 y +2x + h(y).
M µy - N µx + (My – Nx) µ = 0.
Fazendo µy = N, temos - x2 + h’(y) = 6y2 - x2 + 3
Vamos determinar as condições necessárias sobre M e N de modo que a
h’(y) = 6y2 + 3 donde h(y) = 2y3 + 3y e por fim
equação dada tenha um fator integrante µ dependendo apenas de x.
µ (x, y) = x3 – 2 x2 y +2x + 2y3 + 3y = c.

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Equações exatas Equações exatas


(µM)y = (µN)x, (µNx) = µNx + N[(d µ)/dx]
Logo, para que (µM)y seja igual a (µN)x, é necessário que Temos (My – Nx ) / N = (0 + 2y) / (-2xy) = - 1 / x.
d µ)/dx = [(My – Nx) / N] µ.
Logo µ (x,y) = exp ∫ (-1/x)dx = e – lnx = 1/ x.
Se [(My – Nx) / N] depende somente de x, então existe um fator
integrante µ que depende apenas de x também. Assim temos dx /x = 2y dy
Exemplo: Determine o fator integrante e resolva a seguinte equação Donde ∫ dx /x = ∫ 2y dy
diferencial dx – 2xydy = 0.
Solução: Temos que M = 1 e N = –2xy. E conseqüentemente ln|x| - y 2 + c = 0.
Logo My = 0 e Nx = -2y e, como são diferentes, a equação dada
não é exata.
Vamos então determinar o fator que a torna exata.

Existência e unicidade Existência e unicidade


de solução de solução
Exemplo: Determine um intervalo no qual a equação
Teorema 2.4.1: (Existência e Unicidade) Se as funções p e g são
contínuas em um intervalo aberto ty` + 2y = 4t2 e y(1) = 2 tem uma única solução.

I : α < t < β contendo o ponto t = t0, então existe uma única função Solução: y` + (2/t) y = 4t
y = ϕ(t) que satisfaz a equação diferencial Assim, p(t) = 2 / t e g(t) = 4t e consequentemente g(t) é
y` + p(t)y = g(t) contínua para todo t e p(t) contínua para t ≠ 0.

para cada t em I e que também satisfaz a condição inicial y(t0) = y0, Logo, para t > 0 contém a condição inicial, dando o intervalo
onde y0 é um valor inicial arbitrário prescrito. procurado 0 < t < ∝.
A solução é y = t2 + 1 / t2 , t > 0.

. Existência e unicidade Existência e unicidade


de solução de solução

Teorema: 2.4.2: Suponha que as funções f e ∂f/∂y são contínuas em Solução: Pelo teorema 2.4.2 temos f(x,y) = y2 e ∂f/∂y = 2y
um retângulo
contínuas em todo ponto de R.
α<t<β e γ < y < δ contendo o ponto (to, yo). Então
Logo a solução dy/dt = y2 dy/ y2 = dt, logo
em algum intervalo to – h < t < to + h contido em α < t < β,
-y – 1 = t + c e y = 1 / (t+c).
Existe uma única solução y = µ(t) do problema de valor inicial y’ =
f(x,y) e y(to) = yo Como y(0) = 1, temos y = 1 / (1 - t) que é a solução.
Portanto a solução existe apenas em - α < t < 1.
Exemplo: Resolva o problema de valor inicial y’ = y2
e y(0) = 1 e determine o intervalo no qual a solução existe.

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Referências

HOPCROFT, J. E.; ULLMAN, J. D. Introdução à Teoria de


Autômatos, Linguagens e Computação. Rio de Janeiro:
Campus, 2002.
MENEZES, P. F.; DIVÉRIO, T. A. Linguagens Formais e
Autômatos, Porto Alegre: Sagra-Luzzatto, 2001.
PAPADIMITRIOU, C. H.; LEWIS, H. F. Elementos de Teoria
da Computação. Porto Alegre: Bookman, 2000.
GERSTING, J. L. Fundamentos Matemáticos para a
Ciência da Computação, Rio de Janeiro: LTC, 1995.

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