TCC Versão Pós Apresentação - Hallison Lima Aguiar
TCC Versão Pós Apresentação - Hallison Lima Aguiar
TCC Versão Pós Apresentação - Hallison Lima Aguiar
CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA
FORTALEZA
2018
ii
FORTALEZA
2018
iii
Aprovada em ____/____/_______.
BANCA EXAMINADORA
A Deus
Ao meu pai, Antônio Portela
vi
AGRADECIMENTOS
A Deus, pela saúde e disposição que me foram dados ao longo desses últimos
anos.
Ao meu pai, que, apesar de tudo, sempre esteve ao meu lado estendendo-me a mão
sempre que precisei.
À minha mãe e ao meu irmão, que sempre torceram por mim e que também
fizeram parte desta caminhada.
À minha avó, pelo acolhimento durante o tempo da faculdade.
Ao meu tio Welton, que acreditou em mim e pagou de forma integral meu 3º ano
do Ensino Médio, mostrando-se sempre prestativo e disposto a ajudar.
À minha querida namorada, Camila, que esteve ao meu lado durante todo este
trabalho e também por todo o carinho.
Ao meu grande e melhor amigo Maurício, sem ele nada disso seria possível, pois
foi com ele que peguei interesse pelo estudo, além do que sempre buscou me ajudar nos
momentos de necessidade e de tribulações.
Aos meus amigos mais próximos de faculdade, os quais levarei para vida, Allan,
Filipe, Jack, Jucelino, Mateus, Rafael e Vinícius, pelos momentos de descontração, ajuda
e companheirismo, tornando esses anos de graduação bem mais leves.
Ao queridíssimo Paulo Victor, pela confiança e oportunidade a mim conferida no
concernente ao emprego na Podium Engenharia, que estou até hoje, por meio do qual
consegui estímulo e recursos para finalização do presente trabalho.
Ao amigo Diego, pelo companheirismo nessa etapa final do trabalho.
Ao professor Paulo Carvalho, pela disposição e orientação deste trabalho.
Aos compositores da banca, professor Kleber e Ivonne, pelas sugestões e
contribuições.
vii
RESUMO
ABSTRACT
The impact caused by shading due to urban factors in photovoltaic (PV) plants with
modules connected in series can be a quite harmful to energy absorption, once the most
shaded module bounds the others modules which are less shaded or which receives full
light. Due to the exponential growth of installed capacity of PV generation in Brazil and
worldwide, it becomes increasingly necessary to understand the basics premises of
physical laws about solar cells in order to understand better the photovoltaic systems, as
well as to promote a technological expansion. The literature, in its turn, presents several
physical and mathematical models for real solar cells, and the ideal model is used as a
parameter of comparison. In the present work, it is used the single-diode model, which,
in addition to having fewer modelling parameters, it presents very accurate characteristic
curves IxV and PxV. Thus, through the MATLAB software tool Simulink, it is possible
to transform the math equations that describe the model into a computational model in
order to parametrize it according to the catalog of a module to be studied. Therefore, using
the YL250P-29b catalog, it is possible to obtain the computational model of the PV array
present at Alternative Energy Laboratory (LEA) of Department of Electrical Engineering
(DEE), Federal University of Ceará (UFC). With the LEA model developed on the
computer, it is possible, besides obtaining the curves from the single modules and the PV
plant (6 modules in series), to obtain a study about the importance of the shadowing in
the modules to the system. Thereby, in the present work, for simplifications purposes, it
is considered that the module, when shaded, it is reached in all its extension and
uniformly, so that the shadowing analyses with one or more by-pass diodes per module
become similar. Therefore, in the computer simulation environment developed, it is
adopted a single by-pass diode per PV module, without any meaning damage in obtaining
data under analysis. From this perspective, the energy losses observed in the same specific
situations, due to shadowing, were 92,11% and 62,05% to the condition without and with
by-pass diode in the photovoltaic modules, respectively.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 2.18 – Curvas de IxV e PxV de dois módulos FV em série com diodo by-
pass sem sombra ................................................................................. 41
Figura 2.19 – Módulos solares e com diodos by-pass em série, com sombreamento 42
Figura 2.20 – Curvas de IxV e PxV de dois módulos FV em série com diodo by-
pass com sombra ................................................................................. 42
Figura 2.21 – Ilustração da explicação do formato de onda da curva de PxV sem
sombra ................................................................................................. 43
Figura 2.22 – Ilustração da explicação do formato de onda da curva de PxV com
sombra ................................................................................................. 44
Figura 2.23 – Curvas de IxT e VxT do módulo não sombreado ................................ 46
Figura 2.24 – Ampliação da curva de VxT do módulo não sombreado ..................... 46
Figura 2.25 – Curvas de IxT e VxT do módulo sombreado ....................................... 47
Figura 3.1 – Modelo Simulink da Equação 3.1 (corrente FV gerada no módulo so-
lar) ......................................................................................................... 54
Figura 3.2 – Modelo Simulink da Equação 3.4 (corrente do diodo) .......................... 54
Figura 3.3 – Modelo Simulink da Equação 3.8 (corrente de saturação reversa de re-
ferência) ................................................................................................... 55
Figura 3.4 – Modelo Simulink da Equação 3.9 (corrente de saturação reversa) ....... 56
Figura 3.5 – Modelo Simulink da Equação 3.13 (corrente de saída do módulo) ....... 57
Figura 3.6 – Esquemático da Montagem para Obtenção das Curvas do Módulo FV 58
Figura 3.7 – Parametrização das constantes do modelo de módulo FV da Figura 3.6
no Simulink para as condições STC e NOCT, respectivamente ........... 59
Figura 3.8 – Características elétricas dos módulos solares usados no presente traba-
lho nas condições STC .......................................................................... 61
Figura 3.9 – Características elétricas dos módulos solares usados no presente traba-
lho nas condições NOCT ......................................................................... 61
Figura 3.10 – Características térmicas dos módulos solares usados no presente tra-
balho nas condições NOCT ................................................................... 61
Figura 3.11 – Janela de obtenção de 𝑅𝑠 e 𝑅𝑝 do software PV-Analysator ................ 63
Figura 3.12 – Curvas IxV da corrente fotogerada (Equação 3.1) e do diodo (Equa-
ção 3.4) que compõem o modelo de módulo FV nas condições STC .. 64
xii
Figura 3.13 – Curva IxV da corrente de saída do módulo FV (Equação 3.13) nas
condições STC .................................................................................... 66
Figura 3.14 – Curva PxV da potência do módulo FV nas condições STC................. 67
Figura 3.15 – Características gerais dos módulos FV do presente trabalho ............... 67
Figura 3.16 – Curvas IxV do módulo solar sob vários níveis de irradiância nas con-
dições STC .......................................................................................... 68
Figura 3.17 – Curvas PxV do módulo solar sob vários níveis de irradiância nas con-
dições STC .......................................................................................... 69
Figura 3.18 – Curvas IxV do módulo solar sob vários níveis de temperatura nas
condições NOCT ................................................................................. 70
Figura 3.19 – Curvas PxV do módulo solar sob vários níveis de temperatura nas
condições NOCT ................................................................................. 70
Figura 3.20 – Parametrização das constantes do modelo de célula solar da Figura
3.7 no Simulink para as condições STC ............................................. 73
Figura 3.21 – Curva IxV da corrente de saída da célula solar nas condições STC .... 74
Figura 3.22 – Curva PxV da potência da célula solar nas condições STC ................. 75
Figura 3.23 – Características dos materiais dos módulos FV do presente trabalho ... 75
Figura 3.24 – Curvas IxV de 1-6 células solares em série nas condições STC .......... 77
Figura 3.25 – Curvas PxV de 1-6 células solares em série nas condições STC ......... 77
Figura 3.26 – Planta FV do LEA ligada em série ....................................................... 79
Figura 3.27 – Curva IxV da corrente de saída do sistema FV do LEA sem sombrea-
mento nas condições STC ..................................................................... 80
Figura 3.28 – Curva PxV da potência de saída do sistema FV do LEA sem sombrea-
mento nas condições STC ..................................................................... 81
Figura 3.29 – Curva IxV da corrente de saída do sistema FV do LEA com irradiân-
cia de 100 W/m2 ................................................................................... 83
Figura 3.30 – Curva PxV da potência de saída do sistema FV do LEA com irradiân-
cia de 100 W/m2 ................................................................................... 84
Figura 3.31 – Curva IxV da corrente de saída do sistema FV do LEA com diodo
by-pass nas condições STC ................................................................. 86
Figura 3.32 – Curva PxV da potência de saída do sistema FV do LEA com diodo
by-pass nas condições STC ................................................................. 87
xiii
Figura 3.33 – Curvas IxV do sistema FV com diodo by-pass sob vários níveis de
temperatura nas condições NOCT ...................................................... 88
Figura 3.34 – Curvas PxV do sistema FV com diodo by-pass sob vários níveis de
temperatura nas condições NOCT ...................................................... 89
Figura 3.35 – Curvas Ixt e Vxt do Módulo 1 (1000 W/m2) ....................................... 92
Figura 3.36 – Curva Vxt do Módulo 1 ampliada........................................................ 93
Figura 3.37 – Curvas Ixt e Vxt do Módulo 2 (800 W/m2) ......................................... 94
Figura 3.38 – Curvas Ixt e Vxt do Módulo 3 (600 W/m2) ......................................... 95
Figura 3.39 – Curvas Ixt e Vxt do Módulo 4 (400 W/m2) ......................................... 96
Figura 3.40 – Curvas Ixt e Vxt do Módulo 5 (200 W/m2) ......................................... 97
Figura 3.41 – Curvas Ixt e Vxt do Módulo 6 (100 W/m2) ......................................... 98
Figura 3.42 – Curvas Ixt dos diodos by-pass dos Módulos 1 – 6 (1000 – 100 W/m2)
............................................................................................................... 99
xiv
LISTA DE SÍMBOLOS
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................ 18
1. INTRODUÇÃO
Dessa forma, tomando por base a energia solar, a qual é o objeto de estudo deste
trabalho, tem-se que o mercado mundial fotovoltaico (FV) vem crescendo
exponencialmente, como observado na Figura 1.1.
Fonte: [1]
No que se refere à oferta interna de energia elétrica no Brasil no ano de 2017, foi
atingido pelo país uma oferta total de 624,3 TWh, da qual 407,3 TWh é proveniente da
energia hidráulica [4].
Fonte: [4]
Como pode-se observar pela Figura 1.2, a energia solar, se comparada a outras
fontes, ainda ocupa um espaço bem tênue diante da oferta total de energia elétrica do país,
chegando a aproximadamente 624 GWh de energia.
Vale ressaltar que o Brasil possui grande potencial para geração de energia elétrica
a partir de fonte solar, possuindo níveis de irradiação solar superiores aos de países em
que projetos para aproveitamento de energia solar são amplamente disseminados, como
Alemanha, França e Espanha [3].
Apesar dos altos níveis de irradiação solar no território brasileiro, o uso da fonte
solar para geração de energia elétrica não apresenta a mesma relevância que possui em
outros países. Porém, o que é observado é que, assim como a evolução da capacidade
instalada FV cresce de forma exponencial no mundo, como observado na Figura 1.1,
ocorre praticamente o mesmo no Brasil, pelo menos até 2038, como bem demonstra a
Figura 1.3, a qual projeta um cenário até o ano de 2050.
20
Fonte: [5]
Dessa forma, a ampliação dos estudos na área da geração FV torna-se cada vez
mais fundamental à medida que esse tipo de geração cresce no país. Sendo assim, a
importância da caracterização de medidas elétricas e mecânicas dos painéis/módulos FV
através de ensaios em laboratório ou em campo é estritamente necessária, tendo em vista
que para a expansão tecnológica é essencial o conhecimento das premissas básicas que
regem um dado sistema.
1.1. Justificativa
Dessa forma, para um conhecimento amplo do que seja um sistema FV, torna-se
necessário que o operador conheça a fundo as particularidades dos painéis/módulos FV
que o compõe. Assim, é imprescindível que se saiba quais as leis físicas que regem os
fenômenos que ocorrem no painel, como também quais as equações matemáticas que
caracterizam os modelos vigentes nas literaturas teóricas, bem como qual a lógica de
caracterização das curvas das principais variáveis do painel/módulo FV.
1.3. Escopo
No capítulo 4, por fim, é feito uma breve retrospectiva do que ocorreu em cada
capítulo, sendo destacadas as principais conclusões obtidas com as simulações, bem como
também a importância deste trabalho para trabalhos futuros.
23
Sabendo-se das literaturas vigentes que a célula FV é uma junção pn, pode-se
observar na Figura 2.1 a seguir:
Fonte: [6]
Figura 2.2 – Representação de célula FV por circuito elétrico equivalente ideal alimentando uma carga
Sendo:
𝐼 = 𝐼𝑓 − 𝐼𝑑 (2.1)
Pela Equação 2.1 pode-se notar que a corrente de saída irá depender da corrente
FV, bem como da corrente do diodo.
2.1.1.1. Corrente FV
Fonte: [10]
𝐺
𝐼𝑓 ′ = 𝐼𝐶𝐶 ∙ (2.2)
𝐺𝑚á𝑥
Como a corrente de curto-circuito causa um aumento de temperatura na célula,
haverá, portanto, uma parcela a mais que contribuirá para o aumento da corrente FV.
Dessa forma, quanto maior for a variação de temperatura devido à corrente de curto
25
𝑮
𝑰𝒇 = [𝑰𝑪𝑪 + 𝒌𝒊𝑪𝑪 (𝑻 − 𝑻𝒓 )] ∙ (2.3)
𝑮𝒎á𝒙
Sendo:
𝐼𝑓 , a corrente FV, A;
𝐼𝐶𝐶 , a corrente de curto-circuito da célula, A;
𝑖
𝑘𝐶𝐶 , o coeficiente de temperatura de corrente de curto-circuito, A/K;
𝑇, a temperatura do diodo ou de operação da célula, K;
𝑇𝑟 , a temperatura ambiente ou de referência da célula, K;
𝐺, a intensidade da irradiância solar, W/m2;
𝐺𝑚á𝑥 , a intensidade da irradiância solar padrão, W/m2.
Quanto a corrente no diodo, ela estará de acordo com a curva do diodo, já pré-
estabelecida nas literaturas teóricas vigentes, como mostra a Figura 2.4.
Fonte: [14]
26
Pela curva 𝑖 = 𝑓(𝑣) da Figura 2.4 observa-se quando o diodo está conduzindo
durante a polarização direta, o comportamento entre tensão e corrente é não linear, mais
precisamente, um comportamento exponencial. Dessa forma, o físico Willian Bradford
Shockley, utilizando-se de conceitos da física do estado sólido, deduziu uma equação para
modelar o comportamento do diodo no estado de condução direta de corrente [14].
Vale destacar que a equação de Shockley (Equação 2.4) também é válida, com
um bom grau de precisão, para o diodo operando no terceiro quadrante, contanto que
esteja abaixo, em módulo, da região de ruptura [14].
Dessa forma, tem-se que a corrente que circula no diodo da Figura 2.4 pode ser
dada por [15]:
𝑣𝑑
𝐼𝑑 = 𝐼0 ∙ (𝑒 𝜂∙𝑉𝑇 − 1) (2.4)
Com [15]:
𝑘𝑇
𝑉𝑇 = (2.5)
𝑞
Sendo:
𝒒∙𝒗𝒅
𝑰𝒅 = 𝑰𝟎 ∙ (𝒆𝜼∙𝒌∙𝑻 − 𝟏) (2.6)
Isolando-se o termo 𝐼0 :
27
𝐼𝑑
𝐼0 = 𝑞∙𝑣𝑑 (2.7)
(𝑒 𝜂∙𝑘∙𝑇 − 1)
Dessa forma, tomando como situação a retirada da carga observada na Figura 2.2,
haverá como consequência o curto-circuito da fonte de corrente em série com o diodo,
sendo, portanto, a corrente no diodo igual a corrente FV (𝐼𝑓 = 𝐼𝑑 ), e ficando a tensão de
circuito aberto sobre o diodo, como na Figura 2.5 a seguir:
Figura 2.5 – Modelo ideal com fonte em curto-circuito em série com o diodo
𝐼𝑓
𝐼0𝑟 = 𝑞∙𝑣𝑜𝑐 (2.8)
(𝑒 𝜂∙𝑘∙𝑇 − 1)
𝑰𝑪𝑪 + 𝒌𝒊𝑪𝑪 (𝑻 − 𝑻𝒓 )
𝑰𝟎𝒓 = 𝒒∙[𝒗𝒐𝒄 +𝒌𝒗𝑶𝑪 (𝑻−𝑻𝒓 )] (2.9)
(𝒆 𝜼∙𝒌∙𝑻 − 𝟏)
Sendo:
𝟏 𝟏
𝒒∙𝑬𝒈𝟎 ∙( − )
𝑻 𝟑 𝑻𝒓 𝑻
(2.10)
𝑰𝟎 = 𝑰𝟎𝒓 ∙ ( ) ∙ 𝒆 𝜼∙𝒌
𝑻𝒓
Sendo:
Figura 2.6 – Representação de célula FV por circuito elétrico equivalente real alimentando uma carga
Vale destacar que a resistência série (𝑅𝑠 ) representa as perdas de condução nos
contatos metálicos da célula FV. No que concerne à resistência paralela (𝑅𝑝 ), esta
representa as perdas devido às correntes parasitas e de fuga que circulam na célula [10]. É
importante frisar também que 𝑅𝑝 ≫ 𝑅𝑠 .
modelar, tendo em vista o elevado número de parâmetros que precisam ser estimados [13].
Dessa forma, o presente trabalho adota o modelo explicitado na Figura 2.6.
Pela Figura 2.6, pode-se observar que a tensão na resistência paralela (𝑅𝑝 ) será a
soma da tensão na resistência série (𝑅𝑠 ) com a tensão na carga (𝑣), ou seja:
𝑅𝑝 ∙ 𝐼𝑅𝑝 = 𝐼 ∙ 𝑅𝑠 + 𝑣 (2.11)
Da Equação 2.11, pode-se encontrar a corrente que passa pela resistência paralela:
𝑣 + 𝐼 ∙ 𝑅𝑠
𝐼𝑅𝑝 = (2.12)
𝑅𝑝
𝐼𝑓 = 𝐼𝑑 + 𝐼𝑅𝑝 + 𝐼 (2.13)
𝐼 = 𝐼𝑓 − 𝐼𝑑 − 𝐼𝑅𝑝 (2.14)
𝒒∙(𝒗+𝑰∙𝑹𝒔 )
𝑰 = 𝑰𝒇 − 𝑰𝟎 ∙ (𝒆 𝜼∙𝒌∙𝑻 − 𝟏) − 𝑰𝑹𝒑 (2.15)
Dessa forma, vale destacar que o objetivo dos diagramas de circuito elétrico
equivalentes ao painel solar observados anteriormente é o de descrever as curvas
características através das equações matemáticas da forma mais fiel possível,
aproximando-se ao máximo do modelo experimental, como será observado a seguir.
Pode-se observar da Equação 2.15 que não foi possível isolar a corrente de saída
do módulo FV em um lado da expressão e, portanto, a equação não pode ser resolvida
analiticamente, mas apenas de forma numérica. Assim, torna-se necessário que se
30
construa as curvas de IxV e PxV tomando como referência a própria tensão de saída da
célula solar.
Sabendo-se que a saída de tensão (𝑣) nos terminais da célula não é constante,
sendo também a corrente (𝐼) função da tensão (𝐼 = 𝑓(𝑣)), bem como também a tensão de
saída função da corrente (𝑣 = 𝑓(𝐼)). Variando-se linearmente a tensão da carga, desde a
tensão de curto-circuito (𝐼 = 𝐼𝑐𝑐 ; 𝑣 = 0) até a tensão de circuito aberto (𝐼 = 0; 𝑣 = 𝑣𝑜𝑐 )
da Equação 2.15 é possível observar através da Figura 2.7 (que pode ser obtida em um
ensaio experimental com uma fonte de tensão variando em forma de rampa na saída da
célula solar) como a corrente no terminal da célula irá se comportar.
Fonte: [16]
Fonte: [16]
31
Pelas Figuras 2.7 e 2.8 é possível obter a corrente, bem como a tensão em que a
célula deverá operar para que sua potência seja maximizada, como é observado no Ponto
de Potência Máxima, do inglês Maximum Power Point (MPP). Dessa forma, para fins de
melhor aproveitamento da energia, utilizam-se algoritmos de rastreamentos do melhor
ponto da curva da Figura 2.8, de modo que a potência extraída seja a maior possível.
Além das curvas já explicitadas, existem alguns fatores que influenciam nas
características elétricas da célula solar, sendo a irradiância e a temperatura das células os
principais [16]. As Figuras 2.9 e 2.10 ilustram o exposto.
Figura 2.9 – Curvas IxV geradas com a variação de irradiância para uma temperatura da célula fixa
Fonte: [16]
Em que se pode observar da Figura 2.9 que a corrente gerada pela célula será
sempre maior com o aumento da intensidade luminosa, sofrendo a tensão de máxima
potência (𝑉𝑚𝑝 ) pouca variação [16].
Figura 2.10 – Curvas IxV geradas com a variação de temperatura da célula para uma irradiância fixa
Fonte: [16]
32
Todas as curvas apresentadas nas Figuras 2.7, 2.8, 2.9 e 2.10 são dadas pela
condição padrão de teste (STC), a qual é para se obter as curvas características dos
módulos, definida para irradiância de 1000 W/m2 (radiação recebida na superfície da
Terra em dia claro, ao meio dia), massa de ar (AM) de 1,5 e temperatura de 25 ºC na
célula [16].
No que se refere à Figura 2.10, a qual é análoga para módulos FV, torna-se
necessário para a plotagens das curvas dos módulos que se saiba os valores dos
coeficientes, os quais geralmente vêm presentes nos catálogos dos mesmos.
𝑖
∆𝐼𝑐𝑐 𝑖
∆𝐼𝑐𝑐
𝑘𝐶𝐶 = → 𝑘𝐶𝐶 = (2.16)
∆𝑇 𝑇 − 𝑇𝑟
𝑖
1 ∆𝐼𝑐𝑐 𝑖
1 ∆𝐼𝑐𝑐
𝑘𝐶𝐶 = ∙ → 𝑘𝐶𝐶 %
= ∙ ∙ 100 (2.17)
𝐼𝑐𝑐 𝑇 − 𝑇𝑟 𝐼𝑐𝑐 𝑇 − 𝑇𝑟
𝑖
𝑖
1 𝑖 𝑖
𝑘𝐶𝐶%
𝑘𝐶𝐶 = ∙ 𝑘𝐶𝐶 ∙ 100 → 𝑘𝐶𝐶 = 𝐼𝑐𝑐 ∙ (2.18)
%
𝐼𝑐𝑐 100
𝑣
∆𝑣𝑜𝑐 𝑣
∆𝑣𝑜𝑐
𝑘𝑜𝑐 = → 𝑘𝑜𝑐 = (2.19)
∆𝑇 𝑇 − 𝑇𝑟
𝑣
1 ∆𝑣𝑜𝑐 𝑣
1 ∆𝑣𝑜𝑐
𝑘𝑜𝑐 = ∙ → 𝑘𝑜𝑐 %
= ∙ ∙ 100 (2.20)
𝑣𝑜𝑐 𝑇 − 𝑇𝑟 𝑣𝑜𝑐 𝑇 − 𝑇𝑟
𝑣
𝑣
1 𝑣 𝑣
𝑘𝑜𝑐 %
𝑘𝑜𝑐 = ∙ 𝑘𝑜𝑐 ∙ 100 → 𝑘𝑜𝑐 = 𝑣𝑜𝑐 ∙ (2.21)
% 𝑣𝑜𝑐 100
Ainda em relação à Figura 2.11, pode-se verificar também, que assim como o
diodo puxa parte da corrente FV, a resistência paralela ao diodo também o fará. Contudo,
a corrente que percorre a resistência paralela (𝐼𝑅𝑝 ) será muito menor do que a corrente
que percorre o diodo, chegando a ser praticamente desprezível para influenciar na
corrente de saída da célula solar.
Figura 2.11 – Ilustração simplificada dos formatos das curvas características de corrente do modelo FV da Figura 2.6
Por fim, vale destacar que o formato linear da forma de onda da corrente da
resistência paralela se dá desta forma devido à tensão aplicada na saída da célula solar
durante o ensaio ser em formato de rampa.
Sabendo-se da literatura teórica que o módulo solar é composto por várias células
FV, de modo tal que todas as curvas são análogas, sendo, dessa forma, os modelos de
circuitos também semelhantes.
Como já exposto, sabe-se que a resistência série está ligada nas células solares a
vários fatores, tais como, base das células, região do emissor, resistência de contato entre
o metal e o semicondutor. No caso dos módulos ainda existe a resistência devida às
ligações que compõem o arranjo [20].
Dessa forma, no caso dos módulos FV série, a resistência série tende a aumentar
bastante, o que faz com que a corrente diminua e, portanto, sua potência também, como
pode-se observar na Figura 2.12, para um módulo composto por 72 células, relativas a 4
valores diferentes de 𝑅𝑠 [20].
36
Figura 2.12 – Efeito da variação da resistência série de módulo solar com 72 células
Fonte: [20]
Como pode-se observar pela Figura 2.12, o aumento da resistência série (𝑅𝑠 )
causa um achatamento do joelho da curva IxV, de modo a aproximá-la cada vez mais de
uma reta na medida em que a resistência aumenta, influenciando portanto negativamente
na curva de potência do módulo.
No que tange a resistência paralela, sabe-se que a mesma está ligada às perdas de
corrente pelo gerador FV. Dessa forma, caso a resistência paralela seja baixa, observar-
se-á um caminho alternativo pelo qual parte da corrente será desviada, diminuindo,
portanto, a potência do módulo [20].
Figura 2.13 – Efeito da variação da resistência paralela de módulo solar com 72 células
Fonte: [20]
Figura 2.14 – Efeito da variação da resistência paralela de módulo solar com 72 células
Fonte: [20]
38
Sabendo-se que o efeito do sombreamento tem impactos diretos nos painéis FV,
tendo em vista a quantidade de energia que é desperdiçada anualmente devido ao referido
efeito, pode-se observar que existem basicamente dois tipos deste fenômeno:
Vale salientar que com a célula sombreada, a qual opera na condição de carga
(tensão positiva e corrente positiva), a potência gerada não entregue ao consumo será
dissipada no módulo afetado, convertida, portanto, em calor, fazendo com que a
temperatura do módulo aumente, causando dessa maneira pontos quentes sobre o mesmo,
podendo ocorrer ruptura do vidro, bem como fusão de polímeros e metais e por
consequência danos permanentes ao módulo [17].
Figura 2.15 – Corrente de saída pela tensão aplicada na célula solar sem e com sombreamento
Assim, para que toda a corrente de um módulo não seja limitada por uma célula
de pior desempenho, é usado um diodo de passo em antiparalelo com a célula, ou diodo
de by-pass, servindo como caminho alternativo para a corrente e limitando a dissipação
de calor na célula defeituosa.
de modo que este ficará diretamente polarizado (tensão no anodo será maior que tensão
no catodo), fazendo com que parte da corrente passe agora por ele.
Figura 2.16 – Células em série com diodo de by-pass para cada duas células
Fonte: [22]
Ainda em relação à Figura 2.16, supondo que essas quatro células em série
componha um módulo série, tem-se que, embora o módulo possua dois diodos by-pass,
os mesmos só entrarão no modo condução ao mesmo tempo quando, além de ocorrer um
nível de sombreamento semelhante nos dois grupos de células, o módulo estiver ligado a
outros módulos. Pois, caso o módulo funcione em um sistema isolado, ou seja, não
conectado a outros módulos, os diodos não possuirão diferença de potencial suficiente
para entrar no modo condução [22]. No caso de o sombreamento ser diferente em ambos
os grupos de células, os dois diodos irão entrar em modo de condução, mesmo não estando
estas células conectadas com outras.
Devido ao alto custo que se teria caso houvesse um diodo de by-pass para cada
célula do módulo FV, geralmente o diodo by-pass é posto em agrupamentos de células
no módulo, ou até mesmo apenas um diodo para todo o módulo.
Para ilustrar as curvas dos módulos séries FV sombreados, tomou-se por base
teórica a modelagem realizada por [10], onde foi considerado o modelo de célula com dois
diodos, que é o modelo mais completo e preciso da literatura, sendo suas curvas usadas
como referências de dados para comparação, bem como para estimação de diversos
parâmetros.
41
Para tomar como referência inicial, será considerado a situação em que os dois
módulos genéricos em série, ambos com diodo by-pass em antiparalelo, como mostrado
na Figura 2.17, recebam a mesma quantidade de radiação do Sol, em valores de exemplo,
a mesma irradiância de 1000 𝑊/𝑚2 , 𝐼𝑐𝑐 = 3,31 𝐴, 𝑉𝑜𝑐 = 21,7 𝐴 [10].
Figura 2.17 – Módulos solares e com diodos by-pass em série, sem sombreamento
Fonte: [10]
As curvas de corrente por tensão (curva IxV) e de potência por tensão (curva PxV)
do arranjo nas condições mostradas na Figura 2.17 são mostradas na Figura 2.18 [10].
Figura 2.18 – Curvas de IxV e PxV de dois módulos FV em série com diodo by-pass sem sombra
Fonte: [10]
Figura 2.19 – Módulos solares e com diodos by-pass em série, com sombreamento
Fonte: [10]
As curvas de corrente por tensão (curva IxV) e de potência por tensão (curva PxV)
do arranjo nas condições mostradas na Figura 2.19 são mostradas na Figura 2.20 a seguir
[10].
Figura 2.20 – Curvas de IxV e PxV de dois módulos FV em série com diodo by-pass com sombra
Fonte: [10]
43
Figura 2.21 – Ilustração da explicação do formato de onda da curva de PxV sem sombra
Isto posto, nota-se que até determinado nível de tensão aplicada, a corrente de
saída será igual à corrente do módulo não sombreado, tendo em vista que, até determinada
tensão, o diodo do módulo sombreado se encontrará diretamente polarizado, fazendo com
44
Ainda em relação à curva PxV, pode-se observar que a mesma terá duas regiões
de picos, tendo em vista a curva da corrente possuir dois degraus.
Figura 2.22 – Ilustração da explicação do formato de onda da curva de PxV com sombra
Vale destacar que todas essas curvas explicitadas na análise de sombreamento são
referentes a saída do sistema FV (conjunto total da associação em série dos módulos FV)
e não dos módulos de forma isolada. A análise isolada de cada módulo é dada logo a
seguir no subtópico 2.4.4, a qual é feita em função do tempo.
45
Observa-se pela Figura 2.23 que até 𝑡 ≈ 0,014 𝑠, o módulo não sombreado está
conduzindo toda a corrente, sendo o módulo sombreado by-passado pelo diodo de modo
que o mesmo conduzirá metade da corrente de saída. Dessa forma, a tensão resultante
sobre o módulo de maior irradiância será muito próxima da tensão aplicada sobre o
sistema FV, qual seja, a tensão em forma de rampa, como pode-se observar pela Figura
2.23 na curva VxT até 𝑡 ≈ 0,014 𝑠.
Ainda em relação à Figura 2.23, no que concerne à curva de tensão, até o instante
de 𝑡 ≈ 0,014 𝑠, pode-se observar que a tensão sobre o módulo não sombreado é muito
semelhante a tensão rampa aplicada sobre o conjunto, uma vez que até esse momento o
diodo do módulo sombreado está em período de condução, sendo a tensão sobre o módulo
sombreado próxima de zero.
Fonte: [10]
Fonte: [10]
Como bem explicita a Figura 2.25 a seguir, observa-se que até 𝑡 ≈ 0,028 𝑠, o
módulo sombreado está gerando corrente, porém com valor inferior (nesse caso, metade
do valor) ao valor do módulo não sombreado, sendo o módulo sombreado by-passado
pelo diodo até 𝑡 ≈ 0,014 𝑠. Dessa forma, a tensão resultante sobre o módulo de menor
irradiação será igual à tensão sobre o diodo, chegando, portanto, bem próxima de zero.
Fonte: [10]
Por fim, outra observação importante a ser feita é em relação à corrente no diodo
by-pass do módulo sombreado, que será dado pela diferença entre a corrente que passa
pelo modulo não sombreado e o módulo sombreado. Desse modo, a corrente de saída do
sistema será dada pela soma da corrente no diodo by-pass do módulo sombreado
juntamente com a corrente que passa pelo próprio módulo sombreado.
48
Isto posto, no caso de módulos série, sabe-se que o número de células irá influir
diretamente na tensão do módulo, de modo que a tensão de saída do módulo será
multiplicada pelo número total de células em série (𝑁𝑠 ) que o compõem.
𝑮
𝑰𝒇𝒆𝒒 = 𝑵𝒑 ∙ [𝑰𝑪𝑪 + 𝒌𝒊𝑪𝑪 (𝑻 − 𝑻𝒓 )] ∙ (3.1)
𝑮𝒎á𝒙
Sendo:
𝑘𝑇
𝑉𝑇𝑒𝑞 = 𝑁𝑠 ∙ (3.3)
𝑞
Sendo:
𝒒∙𝒗𝒅𝒆𝒒
𝑰𝒅𝒆𝒒 = 𝑵𝒑 ∙ 𝑰𝟎𝒆𝒒 ∙ (𝒆 𝒔∙𝒌∙𝑻
𝜼∙𝑵 − 𝟏) (3.4)
Isolando-se o 𝐼0𝑒𝑞 :
𝐼𝑑𝑒𝑞
𝐼0𝑒𝑞 = 𝑞∙𝑣𝑑𝑒𝑞
(3.5)
𝑁𝑝 ∙ (𝑒 𝑠 ∙𝑘∙𝑇
𝜂∙𝑁 − 1)
Seguindo-se por analogia o mesmo raciocínio usado para a célula FV e que está
explicitado na Figura 2.5, qual seja, na situação de retirada da carga observada na Figura
2.2, observar-se-á como consequência o curto-circuito da fonte de corrente em série com
o diodo, ficando a corrente no diodo igual a corrente FV (𝐼𝑓𝑒𝑞 = 𝐼𝑑𝑒𝑞 ), e ficando a tensão
de circuito aberto sobre o diodo.
𝐼𝑓𝑒𝑞
𝐼0𝑟 𝑒𝑞 = 𝑞∙𝑣𝑑 𝑒𝑞
(3.6)
𝑁𝑝 ∙ (𝑒 𝜂∙𝑁𝑠 ∙𝑘∙𝑇 − 1)
𝑖 (𝑇
𝑁𝑝 ∙ [𝐼𝐶𝐶 + 𝑘𝐶𝐶 − 𝑇𝑟 )]
𝐼0𝑟𝑒𝑞 = 𝑣
𝑞∙[𝑣𝑜𝑐 𝑒𝑞 +𝑘𝑂𝐶 (𝑇−𝑇𝑟 )]
𝑒𝑞 (3.7)
𝑁𝑝 ∙ (𝑒 𝜂∙𝑁𝑠 ∙𝑘∙𝑇 − 1)
Resultando em [13]:
[𝑰𝑪𝑪 + 𝒌𝒊𝑪𝑪 (𝑻 − 𝑻𝒓 )]
𝑰𝟎𝒓𝒆𝒒 =
𝒒∙[𝒗𝒐𝒄𝒆𝒒 +𝒌𝒗𝑶𝑪 𝒆𝒒 (𝑻−𝑻𝒓 )]
(3.8)
(𝒆 𝜼∙𝑵𝒔 ∙𝒌∙𝑻 − 𝟏)
Sendo:
𝑣
𝑘𝑂𝐶𝑒𝑞
, o coeficiente de temperatura de tensão de circuito aberto equivalente do
módulo, V/K.
𝟏 𝟏
𝒒∙𝑬𝒈𝟎 ∙( − )
𝑻 𝟑 𝑻𝒓 𝑻
(3.9)
𝑰𝟎𝒆𝒒 = 𝑰𝟎𝒓𝒆𝒒 ∙ ( ) ∙ 𝒆 𝜼∙𝒌
𝑻𝒓
Sendo:
Pela Figura 2.6 (que pode ser aplicada ao módulo), pode-se observar que as
correntes do módulo FV se relacionam pela seguinte expressão:
Sendo:
Dessa forma, todo o modelo computacional deste capítulo tomará por base de
entrada e saída cinco grandes equações, as quais são os pilares fundamentais deste
trabalho, quais sejam:
53
𝑮
𝑰𝒇𝒆𝒒 = 𝑵𝒑 ∙ [𝑰𝑪𝑪 + 𝒌𝒊𝑪𝑪 (𝑻 − 𝑻𝒓 )] ∙ (3.1)
𝑮𝒎á𝒙
𝒒∙𝒗𝒅
𝑰𝒅𝒆𝒒 = 𝑵𝒑 ∙ 𝑰𝟎𝒆𝒒 ∙ (𝒆 𝒔∙𝒌∙𝑻
𝜼∙𝑵 − 𝟏) (3.4)
[𝑰𝑪𝑪 + 𝒌𝒊𝑪𝑪 (𝑻 − 𝑻𝒓 )]
𝑰𝟎𝒓𝒆𝒒 = (3.8)
𝒒∙[𝒗𝒐𝒄 +𝒌𝒗𝑶𝑪 (𝑻−𝑻𝒓 )]
(𝒆 𝜼∙𝑵𝒔 ∙𝒌∙𝑻 − 𝟏)
𝟏 𝟏
𝒒∙𝑬𝒈𝟎 ∙( − ) (3.9)
𝑻 𝟑 𝑻𝒓 𝑻
𝑰𝟎𝒆𝒒 = 𝑰𝟎𝒓 𝒆𝒒 ∙ ( ) ∙ 𝒆 𝜼∙𝒌
𝑻𝒓
𝒒∙(𝒗𝒆𝒒 +𝑰𝒆𝒒 ∙𝑹𝒔𝒆𝒒 )
𝒗𝒆𝒒 + 𝑰𝒆𝒒 ∙ 𝑹𝒔𝒆𝒒
𝑰𝒆𝒒 = 𝑰𝒇𝒆𝒒 − 𝑵𝒑 ∙ 𝑰𝟎𝒆𝒒 ∙ (𝒆 𝜼∙𝑵𝒔∙𝒌∙𝑻 − 𝟏) − (3.13)
{ 𝑹𝒑
𝒆𝒒
Para melhoria da didática, alguns blocos das Figuras 3.1, 3.2, 3.3, 3.4, 3.5 e 3.6,
foram coloridos a fim de fazer a separação de variáveis de entrada, constantes, variáveis
de saída, funções algébricas e de fontes. Dessa forma, tem-se que:
Azul: Representa as variáveis de entrada da equação;
Branco: Representa as funções algébricas (soma, subtração, multiplicação,
divisão, potenciação e exponencial);
Cinza: Representa as constantes da equação;
Dourado: Representa as variáveis de saída da equação (Figuras 3.1-3.4),
saída de tensão (Figura 3.5) e de saída de gráficos (Figura 3.6);
Laranja: Representa todos os osciloscópios;
Verde: Representa as fontes de corrente e de tensão do sistema.
Figura 3.1 – Modelo Simulink da Equação 3.1 (corrente FV gerada no módulo solar)
Figura 3.3 – Modelo Simulink da Equação 3.8 (corrente de saturação reversa de referência)
Pela Figura 3.6, pode-se observar o ensaio de tensão realizado sob o módulo FV
a fim de se obter as mais diversas curvas para caracterização do próprio módulo, bem
como da célula e do sistema FV.
Observa-se também na Figura 3.6 que a tensão aplicada na saída do módulo será
em rampa, haja vista que a curva em rampa percorre de forma ascendente e gradativa
todos os valores de domínio de tensão necessários para obtenção dos valores de imagens
de corrente correspondentes de modo a obter-se as curvas IxV e PxV de forma completa.
Vale destacar, que o módulo proposto poderá ser reduzido também a uma célula,
bastando para isso, no momento da parametrização das constantes, considerar 𝑁𝑠 = 1,
𝑁𝑝 = 1, 𝑉𝑜𝑐 𝐶É𝐿. = 𝑉𝑜𝑐 𝑀Ó𝐷. /𝑁𝑠 𝑀Ó𝐷. , 𝐼𝑐𝑐 𝐶É𝐿. = 𝐼𝑐𝑐 𝑀Ó𝐷. /𝑁𝑝 𝑀Ó𝐷. , 𝑅𝑠 𝐶É𝐿. = 𝑅𝑠 𝑀Ó𝐷. /𝑁𝑠 𝑀Ó𝐷. ,
𝑣 𝑣 𝑖 𝑖
𝑅𝑝 𝐶É𝐿. = 𝑅𝑝 𝑀Ó𝐷. /𝑁𝑠 𝑀Ó𝐷. , 𝑘𝑂𝐶 𝐶É𝐿.
= 𝑘𝑂𝐶 𝑀Ó𝐷.
/𝑁𝑠 𝑀Ó𝐷. e 𝑘𝐶𝐶 𝐶É𝐿.
= 𝑘𝐶𝐶 𝑀Ó𝐷.
/𝑁𝑝 𝑀Ó𝐷. .
Dessa forma, além de poderem ser obtidas as curvas referentes ao módulo, pode-se obter
as curvas das células individualizadas.
58
Tendo em vista o fato de que a modelagem será feita de acordo com os módulos
presentes no Laboratório de Energia Alternativa (LEA) do Departamento de Engenharia
Elétrica (DEE) da Universidade Federal do Ceará (UFC), e que os 6 módulos ali presentes
são módulos série de silício policristalino do modelo YL250P-29b, com 60 células e 250
Wp de potência de saída, todas as constantes serão parametrizadas de modo a atender o
catálogo YGE 60 CÉLULAS SÉRIE 2.
Figura 3.7 – Parametrização das constantes do modelo de módulo FV da Figura 3.6 no Simulink para as condições
STC e NOCT, respectivamente
Ainda em relação à Figura 3.7, observa-se, para a condição STC, que 𝑇𝑟 = 298 𝐾,
que é equivalente a 𝑇𝑟 = 25 °𝐶, bem como 𝐺𝑚á𝑥 = 1000 𝑊/𝑚2 , que são os parâmetros
elétricos retirados da Figura 3.8, a qual informa os dados elétricos do módulo para esta
condição térmica.
60
Da mesma forma, pode-se observar na Figura 3.7, para a condição NOCT, que
𝑇𝑟 = 293 𝐾, que é equivalente a 𝑇𝑟 = 20 °𝐶, bem como 𝐺𝑚á𝑥 = 800 𝑊/𝑚2 , que são os
parâmetros elétricos retirados da Figuras 3.9 e 3.10, a qual informa os dados elétricos do
módulo para esta condição térmica.
No caso do módulo do LEA, o qual tem potência de 250 Wp, observa-se na Figura
3.8, nas condições STC, dados elétricos de 𝑣𝑜𝑐 = 37,60 e de 𝐼𝑐𝑐 = 8,92 𝐴, os quais foram
usados nas simulações das Figuras 3.12, 3.13, 3.14, 3.16 e 3.17, como bem exposto pela
Figura 3.7.
Tendo em vista a necessidade dos coeficientes de temperatura para gerar as curvas
do painel simulado em diversas temperaturas, e como no catálogo do fabricante os
coeficientes estão nas condições NOCT, fez-se necessário o uso da Figura 3.9 para a
obtenção dos dados elétricos nessa condição, ou seja, 𝑣𝑜𝑐 = 34,70 e de 𝐼𝑐𝑐 = 7,21 𝐴, os
quais foram usados plotagem das curvas das Figuras 3.18 e 3.19, como bem exposto pela
Figura 3.7.
Figura 3.8 – Características elétricas dos módulos solares usados no presente trabalho nas condições STC
Fonte: [23]
Figura 3.9 – Características elétricas dos módulos solares usados no presente trabalho nas condições NOCT
Fonte: [23]
Figura 3.10 – Características térmicas dos módulos solares usados no presente trabalho nas condições NOCT
Fonte: [23]
62
𝑖 𝑣
Como foi observado, as constantes 𝑘𝐶𝐶 e 𝑘𝑜𝑐 foram obtidas em 𝐴/°𝐶 e 𝑉/°𝐶,
respectivamente, sendo a simulação parametrizada de acordo com esses valores. Contudo,
nota-se que os coeficientes nas Equações 3.1 e 3.8 são dados em 𝐴/𝐾 e 𝑉/𝐾.
𝑖
𝐴 𝐴
𝑘𝐶𝐶 ∙ (𝑇 − 𝑇𝑟 ) → | ∙ Δ𝐾| = | ∙ Δ°C| (3.14)
°𝐶 °𝐶
𝐴 𝐴 𝐴 𝐴
| |=| |↔ | |=| | (3.15)
Δ°𝐶 Δ𝐾 °𝐶 𝐾
𝑣
𝑉 𝑉
𝑘𝑜𝑐 ∙ (𝑇 − 𝑇𝑟 ) → | ∙ Δ𝐾| = | ∙ Δ°C| (3.16)
°𝐶 °𝐶
𝑉 𝑉 𝑉 𝑉
| |=| |↔ | |=| | (3.17)
Δ°𝐶 Δ𝐾 °𝐶 𝐾
Dessa forma, os coeficientes obtidos da Figura 3.10 podem ser substituídos sem
conversão de escala nas Equações 3.1 e 3.8 e consequentemente serem utilizados como
parâmetros como bem explicitado na Figura 3.7.
𝑅𝑠 = 0,2 Ω e 𝑅𝑝 = 240 Ω
A partir desses valores de resistência, foi possível obter de forma bastante precisa,
todos os parâmetros elétricos explicitados na Figura 3.8.
Vale destacar que os motivos pelos quais levaram o autor deste trabalho a baixar
o valor da resistência série, bem como de aumentar o valor da resistência paralela
encontrados no software PV-Analysator a fim de aproximar a potência do módulo
simulado com a potência do módulo YL250P-29b, observado no catálogo da Figura 3.8,
estão explicitados de forma teórica no tópico 2.3 do capítulo 2 deste trabalho.
Por fim, como o catálogo informa que os módulos são compostos por 60 células
em série, apenas, tem-se que 𝑁𝑠 = 60 e 𝑁𝑝 = 1.
64
Observa-se ainda a consonância entre a Figura 3.12 e a Figura 2.4, o que mostra
que a simulação está de acordo com as previsões teóricas já pré-estabelecidas no capítulo
2 deste trabalho.
Figura 3.12 – Curvas IxV da corrente fotogerada (Equação 3.1) e do diodo (Equação 3.4) que compõem o modelo de
módulo FV nas condições STC
Dessa forma, observando-se a Figura 3.13, observa-se que 𝑉𝑚𝑝𝑝 𝑆𝐼𝑀𝑈𝐿 = 30,4 𝑉 e
Da Figura 3.8 para o módulo de 250 Wp, tem-se que 𝑉𝑚𝑝𝑝 𝑅𝐸𝐴𝐿 = 29,8 𝑉 e
Sabendo-se que o erro percentual (𝐸% ) é dado pela divisão da subtração entre o
valor exato (𝑉𝐸 ) e o valor aproximado (𝑉𝐴 ) pelo próprio valor exato, ou seja:
|𝑉𝐸 − 𝑉𝐴 |
𝐸% = ∙ 100 (3.18)
𝑉𝐸
|29,8 − 30,4|
𝐸%𝑉𝑚𝑝𝑝 = ∙ 100 → 𝐸%𝑉𝑚𝑝𝑝 = 2,01 % (3.19)
29,8
|8,39 − 8,23|
𝐸%𝐼𝑚𝑝𝑝 = ∙ 100 → 𝐸%𝐼𝑚𝑝𝑝 = 1,91 % (3.20)
8,39
Dessa forma, no que tange os pontos de MPP, a curva do módulo simulado atende
com bastante exatidão os valores observados no catálogo (Figura 3.8).
No que se refere ainda os pontos 𝑣𝑜𝑐 e 𝐼𝑐𝑐 , observa-se que o valor simulado será
igual aos valores observados no catálogo (𝑣𝑜𝑐 = 37,6 𝑉 e 𝐼𝑐𝑐 = 8,92 𝐴), tendo em vista
que esses parâmetros são parametrizados como constantes, antes mesmo da simulação.
66
Figura 3.13 – Curva IxV da corrente de saída do módulo FV (Equação 3.13) nas condições STC
Dessa forma, observando-se a Figura 3.14, nota-se que 𝑃𝑚á𝑥 𝑆𝐼𝑀𝑈𝐿 = 250,1 𝑊.
Da Figura 3.8 para o módulo de 250 Wp, tem-se que 𝑃𝑚á𝑥 𝑅𝐸𝐴𝐿 = 250,0 𝑊.
Dessa forma, tem-se que:
|250,0 − 250,1|
𝐸%𝑃 = ∙ 100 → 𝐸%𝑃 = 0,04 % (3.21)
𝑚á𝑥 250,0 𝑚á𝑥
Observa-se ainda um valor de simulação 𝑣𝑜𝑐 = 37,6 𝑉, que é igual ao valor 𝑣𝑜𝑐
do catálogo, tendo em vista que esse parâmetro é parametrizado como constante, antes
mesmo da simulação.
67
Fonte: [23]
Como bem constatado pela Figura 3.14, tem-se que 𝑃𝑚á𝑥 𝑆𝐼𝑀𝑈𝐿 = 250,1 𝑊.
Observando-se a Figura 3.15, pode-se notar que o comprimento (𝐶) e a largura (𝐿) do
módulo solar são 𝐶 = 1,64 𝑚 e 𝐿 = 0,99 𝑚, sendo portanto sua área (𝐴) igual a 𝐴 =
1,6236 𝑚2 .
𝑃𝑚á𝑥𝑚ó𝑑
𝜇= (3.24)
𝑃𝑆𝑂𝐿 𝐼𝑛𝑐
250,1
𝜇= ∙ 100 → 𝜇 = 15,40 % (3.25)
1623,6
Figura 3.16 – Curvas IxV do módulo solar sob vários níveis de irradiância nas condições STC
Figura 3.17 – Curvas PxV do módulo solar sob vários níveis de irradiância nas condições STC
Figura 3.18 – Curvas IxV do módulo solar sob vários níveis de temperatura nas condições NOCT
Figura 3.19 – Curvas PxV do módulo solar sob vários níveis de temperatura nas condições NOCT
Dessa forma, a Figura 3.6, concebida propriamente como módulo FV, pode ser
reduzida ou acrescida à quantidade de células série ou paralela tanto quanto for
necessário. Neste caso, como o objetivo é a obtenção das curvas características da célula
individual, o módulo da Figura 3.6 foi parametrizado de modo que atendesse as
características de uma única célula.
Figura 3.20 – Parametrização das constantes do modelo de célula solar da Figura 3.7 no Simulink para as
condições STC
𝑅𝑠 = 0,003 Ω e 𝑅𝑝 = 4 Ω
Por fim, como se trata da parametrização de uma única célula, tem-se que
𝑁𝑠 = 1 e 𝑁𝑝 = 1.
74
Dessa forma, observando-se a Figura 3.21, nota-se que 𝑉𝑚𝑝𝑝 𝑆𝐼𝑀𝑈𝐿. = 0,5168 𝑉 e
Figura 3.21 – Curva IxV da corrente de saída da célula solar nas condições STC
modelo, tendo em vista que o número de células foi reduzido em 60 vezes, o que tem
como implicação direta a redução da potência em 60 vezes.
Dessa forma, observando-se a Figura 3.22, nota-se que 𝑃𝑚á𝑥 𝑆𝐼𝑀𝑈𝐿 = 4,26 𝑊.
Figura 3.22 – Curva PxV da potência da célula solar nas condições STC
Fonte: [23]
Como bem constatado pela Figura 3.22, tem-se que 𝑃𝑚á𝑥 𝑆𝐼𝑀𝑈𝐿 = 4,26 𝑊.
Observando-se a Figura 3.23, pode-se notar que o comprimento (𝐶) e a largura (𝐿) da
célula solar são 𝐶 = 0,156 𝑚 e 𝐿 = 0,156 𝑚, sendo portanto sua área (𝐴) igual a 𝐴 =
0,02434 𝑚2.
76
Sabendo-se que o rendimento (𝜇) da célula pode ser dado pela Expressão 3.24,
tem-se que:
4,26
𝜇= ∙ 100 → 𝜇 = 17,50 % (3.27)
24,34
Figura 3.24 – Curvas IxV de 1-6 células solares em série nas condições STC
Figura 3.25 – Curvas PxV de 1-6 células solares em série nas condições STC
somatório das tensões de circuito aberto de todas as células que compõem o módulo FV
série será muito próximo da tensão de circuito aberto do próprio módulo, podendo-se
observar grande coerência com a literatura vigente, como ilustra a Figura 3.9.
Dessa forma, tudo o que foi exposto até o presente momento do capítulo mostra a
exatidão dos dados obtidos das curvas simuladas do módulo e da célula com os dados
fornecidos pelo fabricante do módulo real presente no laboratório do LEA, bem como
mostra também que as conclusões e implicações teóricas a respeito de todas essas curvas
estão de acordo com a literatura teórica vigente.
Vale destacar que foi considerado no sistema a presença de 1 diodo by-pass para
cada módulo, tendo em vista que, além de tornar as simulações e as análises das
simulações mais simples, tem-se também que as conclusões teóricas são análogas para
módulos com 2, 3, 4 ou mais diodos by-pass e com nível de sombreamento uniforme ao
longo de um módulo.
79
Considerando-se uma irradiância plena, ou seja, 𝐺𝑚á𝑥 = 1000 𝑊/𝑚2 , bem como
uma temperatura de 25 °C em todos os 6 módulos do sistema FV, é possível plotar as
curvas observadas nas Figuras 3.27 e 3.28.
Figura 3.27 – Curva IxV da corrente de saída do sistema FV do LEA sem sombreamento nas condições STC
que a potência máxima de um módulo simulado deu 250,1 Wp, como observado na
Figura 3.14.
Figura 3.28 – Curva PxV da potência de saída do sistema FV do LEA sem sombreamento nas condições STC
Observando-se a Figura 3.26, a fim de obter a situação mais geral possível, nota-
se que cada módulo FV recebe um nível de irradiância diferente a uma mesma
temperatura, ou seja:
Dessa forma, a Figura 3.29 ilustra exatamente o exposto, tendo em vista que sua
corrente de curto-circuito caiu em 10 vezes, mostrando que a corrente do sistema ficou
limitada à corrente do módulo 6, o qual recebe uma irradiância 10 vezes menor do que o
módulo 1.
Figura 3.29 – Curva IxV da corrente de saída do sistema FV do LEA com irradiância de 100 W/m2
|𝑃𝑆 − 𝑃𝑃 |
𝑅𝑃% = ∙ 100 (3.29)
𝑃𝑃
|118,3 − 1500|
𝑅𝑃% = ∙ 100 → 𝑅𝑃% = 92,11 % (3.30)
1500
84
Figura 3.30 – Curva PxV da potência de saída do sistema FV do LEA com irradiância de 100 W/m2
Dessa forma, observando-se a Figura 3.31, nota-se que para cada intervalo de
tensão, haverá um intervalo diferente de corrente de curto-circuito decrescendo em forma
de degrau de escada. Fazendo-se a comparação da Figura 3.31 com a Figura 3.16, pode-
se observar que cada degrau corresponde ao nível de corrente de curto-circuito
correspondente a cada nível de irradiância em um dos 6 módulos.
𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑠𝑝𝑜𝑛𝑑𝑒
𝑀ó𝑑𝑢𝑙𝑜 1 (𝐺 = 1000 𝑊/𝑚2 ) → 𝐷𝑒𝑔𝑟𝑎𝑢 1 (𝐼𝐶𝐶 = 8,92 𝐴);
𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑠𝑝𝑜𝑛𝑑𝑒
𝑀ó𝑑𝑢𝑙𝑜 2 (𝐺 = 800 𝑊/𝑚2 ) → 𝐷𝑒𝑔𝑟𝑎𝑢 2 (𝐼𝐶𝐶 = 7,13 𝐴);
𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑠𝑝𝑜𝑛𝑑𝑒
𝑀ó𝑑𝑢𝑙𝑜 3 (𝐺 = 600 𝑊/𝑚2 ) → 𝐷𝑒𝑔𝑟𝑎𝑢 3 (𝐼𝐶𝐶 = 5,35 𝐴);
𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑠𝑝𝑜𝑛𝑑𝑒
𝑀ó𝑑𝑢𝑙𝑜 4 (𝐺 = 400 𝑊/𝑚2 ) → 𝐷𝑒𝑔𝑟𝑎𝑢 4 (𝐼𝐶𝐶 = 3,57 𝐴);
𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑠𝑝𝑜𝑛𝑑𝑒
𝑀ó𝑑𝑢𝑙𝑜 5 (𝐺 = 200 𝑊/𝑚2 ) → 𝐷𝑒𝑔𝑟𝑎𝑢 5 (𝐼𝐶𝐶 = 1,79 𝐴);
𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑠𝑝𝑜𝑛𝑑𝑒
𝑀ó𝑑𝑢𝑙𝑜 6 (𝐺 = 100 𝑊/𝑚2 ) → 𝐷𝑒𝑔𝑟𝑎𝑢 6 (𝐼𝐶𝐶 = 0,89 𝐴).
Entenda-se degrau 1 como sendo o mais a esquerda do gráfico, bem como degrau
6 como sendo o mais a direita do gráfico, podendo, portanto, a corrente do sistema FV
sombreado e com diodo by-pass ser utilizada com diversos valores de 𝐼𝑐𝑐 em contrapartida
ao sistema sombreado e sem diodo by-pass, o qual fica limitado ao valor da corrente do
módulo de menor irradiância.
86
Figura 3.31 – Curva IxV da corrente de saída do sistema FV do LEA com diodo by-pass nas condições STC
|479,3 − 1500|
𝑅𝑃% = ∙ 100 → 𝑅𝑃% = 68,05 % (3.31)
1500
87
Figura 3.32 – Curva PxV da potência de saída do sistema FV do LEA com diodo by-pass nas condições STC
Da Expressão 3.31, observa-se uma redução alta de potência do sistema FV, 68,05
%, para as condições simuladas, porém a redução se mostra bem menor do que aquela
sem diodo by-pass.
|𝑃𝑆 𝑐𝑑 − 𝑃𝑆𝑠𝑑 |
𝐺𝑃% = ∙ 100 (3.32)
𝑃𝑃
|479,3 − 118,3|
𝐺𝑃% = ∙ 100 → 𝐺𝑃% = 24,07 % (3.33)
1500
88
Figura 3.33 – Curvas IxV do sistema FV com diodo by-pass sob vários níveis de temperatura nas condições NOCT
Figura 3.34 – Curvas PxV do sistema FV com diodo by-pass sob vários níveis de temperatura nas condições NOCT
Para a plotagem das curvas das Figuras 3.33 e 3.34, utilizou-se de irradiância de
𝐺 ≤ 800 𝑊/𝑚2 , tendo em vista que as constantes de temperatura dadas na Figura 3.10
foram obtidas pelo fabricante sob as condições NOCT. Dessa forma, tem-se que:
Fazendo-se uma comparação das Figuras 3.33 e 3.34 com as Figuras 3.18 e 3.19
observa-se a que a simulação da planta FV seguiu os mesmos padrões da simulação dos
módulos individuais e por consequência da literatura vigente. Ou seja, diminuição da
90
𝑣
Dessa forma, tem-se que 𝑘𝑂𝐶 𝐸𝑞𝑢𝑖𝑣
= −0,666 𝑉/°𝐶 (−0,111 ∙ 6)
𝑆𝐼𝑆𝑇𝐸𝑀𝐴
𝑖
Da mesma forma, tem-se que 𝑘𝐶𝐶 𝐸𝑞𝑢𝑖𝑣
= 0,0036 𝐴/°𝐶
𝑆𝐼𝑆𝑇𝐸𝑀𝐴
temperatura, haveria uma grande retração de tensão, bem como um ligeiro aumento de
corrente, trazendo como consequência a diminuição da máxima potência (↓↓↓↓ 𝑉𝑚𝑝𝑝 𝑒 ↑
𝐼𝑚𝑝𝑝 → ↓↓↓ 𝑃𝑚𝑝𝑝 ).
Analisando-se as Figuras 3.35, 3.37, 3.38, 3.39, 3.40 e 3.41 de forma conjunta e
comparando-se as curvas Vxt e Ixt, pode-se observar que a tensão aplicada ao sistema FV
no ensaio de tensão divide-se de forma progressiva entre os módulos com o tempo. Dessa
forma, pode-se observar que a tensão aplicada começa a distribuir-se do módulo de maior
irradiância para o de menor irradiância.
Ou seja:
Vale frisar, como observado nas figuras, que a tensão cresce em forma de rampa
até o momento dos intervalos destacados, momento no qual cada módulo está conduzindo
corrente em seu maior degrau. A partir de então, a medida a corrente de cada módulo
decresce, ou seja, cai de degrau, a tensão de cada módulo cresce de maneira sutil até o
momento em que suas correntes chegam a zero, que é justamente o ponto de maior tensão
dos módulos, qual seja, a tensão de circuito aberto (𝑣𝑜𝑐 = 37,6 𝑉). Ver Figura 3.36.
94
Figura 3.42 – Curvas Ixt dos diodos by-pass dos Módulos 1 – 6 (1000 – 100 W/m2)
De imediato, da comparação das Figuras 3.35, 3.37, 3.38, 3.39, 3.40 e 3.41 com
a Figura 3.42, pode-se observar que a corrente de saída do sistema (𝐼𝑆𝐼𝑆𝑇 ) é dada pela
soma da corrente no diodo by-pass do módulo (𝐼𝐷𝐼𝑂𝐷 𝑛 ) com a corrente que passa pelo
mesmo módulo (𝐼𝑀Ó𝐷 𝑛 ), como bem observado no último parágrafo do subtópico 2.4.4
do capítulo 2.
Ou seja:
CONJUNTO 1
Módulo 1
0 𝑠 ≤ 𝑡 < 0,464 𝑠 → Conduz 𝐼𝑐𝑐𝐷𝑒𝑔𝑟𝑎𝑢1 = 8,92 𝐴;
0,464 𝑠 ≤ 𝑡 < 1,041 𝑠 → Conduz 𝐼𝑐𝑐𝐷𝑒𝑔𝑟𝑎𝑢2 = 7,13 𝐴;
1,041 𝑠 ≤ 𝑡 < 1,643 𝑠 → Conduz 𝐼𝑐𝑐𝐷𝑒𝑔𝑟𝑎𝑢3 = 5,35 𝐴;
1,643 𝑠 ≤ 𝑡 < 2,266 𝑠 → Conduz 𝐼𝑐𝑐𝐷𝑒𝑔𝑟𝑎𝑢4 = 3,57 𝐴;
2,266 𝑠 ≤ 𝑡 < 2,844 𝑠 → Conduz 𝐼𝑐𝑐𝐷𝑒𝑔𝑟𝑎𝑢5 = 1,79 𝐴;
2,844 𝑠 ≤ 𝑡 < 3,447 𝑠 → Conduz 𝐼𝑐𝑐𝐷𝑒𝑔𝑟𝑎𝑢6 = 0,89 𝐴.
Diodo 1
0 𝑠 ≤ 𝑡 < 3,447 𝑠 → Conduz 𝐼𝐶𝐶 = 0 𝐴.
CONJUNTO 2
Módulo 2
0 𝑠 ≤ 𝑡 < 1,041 𝑠 → Conduz 𝐼𝑐𝑐𝐷𝑒𝑔𝑟𝑎𝑢2 = 7,13 𝐴;
1,041 𝑠 ≤ 𝑡 < 1,643 𝑠 → Conduz 𝐼𝑐𝑐𝐷𝑒𝑔𝑟𝑎𝑢3 = 5,35 𝐴;
1,643 𝑠 ≤ 𝑡 < 2,266 𝑠 → Conduz 𝐼𝑐𝑐𝐷𝑒𝑔𝑟𝑎𝑢4 = 3,57 𝐴;
2,266 𝑠 ≤ 𝑡 < 2,844 𝑠 → Conduz 𝐼𝑐𝑐𝐷𝑒𝑔𝑟𝑎𝑢5 = 1,79 𝐴;
2,844 𝑠 ≤ 𝑡 < 3,447 𝑠 → Conduz 𝐼𝑐𝑐𝐷𝑒𝑔𝑟𝑎𝑢6 = 0,89 𝐴.
101
Diodo 2
0 𝑠 ≤ 𝑡 < 0,464 𝑠 → Conduz 𝐼𝑐𝑐𝐷𝑒𝑔𝑟𝑎𝑢1 = 1,78 𝐴;
0,464 𝑠 ≤ 𝑡 < 3,447 𝑠 → Conduz 𝐼𝑐𝑐 = 0 𝐴.
CONJUNTO 3
Módulo 3
0 𝑠 ≤ 𝑡 < 1,643 𝑠 → Conduz 𝐼𝑐𝑐𝐷𝑒𝑔𝑟𝑎𝑢3 = 5,35 𝐴;
1,643 𝑠 ≤ 𝑡 < 2,266 𝑠 → Conduz 𝐼𝑐𝑐𝐷𝑒𝑔𝑟𝑎𝑢4 = 3,57 𝐴;
2,266 𝑠 ≤ 𝑡 < 2,844 𝑠 → Conduz 𝐼𝑐𝑐𝐷𝑒𝑔𝑟𝑎𝑢5 = 1,79 𝐴;
2,844 𝑠 ≤ 𝑡 < 3,447 𝑠 → Conduz 𝐼𝑐𝑐𝐷𝑒𝑔𝑟𝑎𝑢6 = 0,89 𝐴.
Diodo 3
0 𝑠 ≤ 𝑡 < 0,464 𝑠 → Conduz 𝐼𝑐𝑐𝐷𝑒𝑔𝑟𝑎𝑢1 = 3,56 𝐴;
0,464 𝑠 ≤ 𝑡 < 1,041 𝑠 → Conduz 𝐼𝑐𝑐𝐷𝑒𝑔𝑟𝑎𝑢2 = 1,78 𝐴;
1,041 𝑠 ≤ 𝑡 < 3,447 𝑠 → Conduz 𝐼𝐶𝐶 = 0 𝐴.
CONJUNTO 4
Módulo 4
0 𝑠 ≤ 𝑡 < 2,266 𝑠 → Conduz 𝐼𝑐𝑐𝐷𝑒𝑔𝑟𝑎𝑢4 = 3,57 𝐴;
2,266 𝑠 ≤ 𝑡 < 2,844 𝑠 → Conduz 𝐼𝑐𝑐𝐷𝑒𝑔𝑟𝑎𝑢5 = 1,79 𝐴;
2,844 𝑠 ≤ 𝑡 < 3,447 𝑠 → Conduz 𝐼𝑐𝑐𝐷𝑒𝑔𝑟𝑎𝑢6 = 0,89 𝐴.
Diodo 4
0 𝑠 ≤ 𝑡 < 0,464 𝑠 → Conduz 𝐼𝑐𝑐𝐷𝑒𝑔𝑟𝑎𝑢1 = 5,35 𝐴;
0,464 𝑠 ≤ 𝑡 < 1,041 𝑠 → Conduz 𝐼𝑐𝑐𝐷𝑒𝑔𝑟𝑎𝑢2 = 3,56 𝐴;
1,041 𝑠 ≤ 𝑡 < 1,643 𝑠 → Conduz 𝐼𝑐𝑐𝐷𝑒𝑔𝑟𝑎𝑢3 = 1,78 𝐴;
1,643 𝑠 ≤ 𝑡 < 3,447 𝑠 → Conduz 𝐼𝐶𝐶 = 0 𝐴.
CONJUNTO 5
Módulo 5
0 𝑠 ≤ 𝑡 < 2,844 𝑠 → Conduz 𝐼𝑐𝑐𝐷𝑒𝑔𝑟𝑎𝑢5 = 1,79 𝐴;
2,844 𝑠 ≤ 𝑡 < 3,447 𝑠 → Conduz 𝐼𝑐𝑐𝐷𝑒𝑔𝑟𝑎𝑢6 = 0,89 𝐴.
Diodo 5
0 𝑠 ≤ 𝑡 < 0,464 𝑠 → Conduz 𝐼𝑐𝑐𝐷𝑒𝑔𝑟𝑎𝑢1 = 7,13 𝐴;
102
CONJUNTO 6
Módulo 6
0 𝑠 ≤ 𝑡 < 3,447 𝑠 → Conduz 𝐼𝑐𝑐𝐷𝑒𝑔𝑟𝑎𝑢6 = 0,89 𝐴.
Diodo 6
0 𝑠 ≤ 𝑡 < 0,464 𝑠 → Conduz 𝐼𝑐𝑐𝐷𝑒𝑔𝑟𝑎𝑢1 = 8,03 𝐴;
0,464 𝑠 ≤ 𝑡 < 1,041 𝑠 → Conduz 𝐼𝑐𝑐𝐷𝑒𝑔𝑟𝑎𝑢2 = 6,24 𝐴;
1,041 𝑠 ≤ 𝑡 < 1,643 𝑠 → Conduz 𝐼𝑐𝑐𝐷𝑒𝑔𝑟𝑎𝑢3 = 4,46 𝐴;
1,643 𝑠 ≤ 𝑡 < 2,266 𝑠 → Conduz 𝐼𝑐𝑐𝐷𝑒𝑔𝑟𝑎𝑢4 = 2,67 𝐴;
2,266 𝑠 ≤ 𝑡 < 2,844 𝑠 → Conduz 𝐼𝑐𝑐𝐷𝑒𝑔𝑟𝑎𝑢5 = 0,89 𝐴;
2,844 𝑠 ≤ 𝑡 < 3,447 𝑠 → Conduz 𝐼𝐶𝐶 = 0 𝐴.
Ou seja, a corrente de saída do sistema é igual a corrente que passa pelo Módulo
1 (módulo de maior incidência de radiação solar). Como o sistema é composto por
conjuntos em série, essa mesma corrente que passa pelo Módulo 1 deve ser a mesma
corrente que atravessa cada conjunto do sistema, confirmando assim todas as análises
observadas.
103
4. CONCLUSÕES
semelhança das curvas geradas com as curvas da literatura vigente, concluiu-se que a
104
Por fim, buscou-se traçar para cada módulo as curvas Ixt e Vxt, bem como também
para cada diodo a curva Ixt. Desse modo, é possível observar pela análise das curvas
geradas que a corrente que sai do sistema FV é a soma da corrente que passa pelo módulo
FV com a corrente que passa pelo seu diodo correspondente. Analisando-se as curvas de
forma ainda mais cuidadosa, pôde-se perceber que a corrente de saída do sistema será
sempre igual a corrente gerada pelo módulo de menor sombreamento (ou de maior
irradiação solar), mostrando, portanto, que em um sistema FV sombreado e ligado em
série, a corrente gerada pelo módulo de menor sombreamento será a soma da corrente em
qualquer módulo com o seu diodo correspondente.
105
Dessa forma, o estudante poderá, como continuação deste trabalho, buscar traçar
de forma experimental, através de ensaios de tensão, as curvas características reais dos
módulos FV do LEA de modo a tentar perseguir sempre as curvas simuladas obtidas neste
trabalho. Obtidas as curvas dos módulos, pode ser feito também em campo as análises de
sombreamento, juntamente com as comparações dos cenários com a presença ou ausência
dos diodos by-pass, analisando-se os impactos reais causados pela falha do diodo,
buscando-se sempre fazer as comparações com o presente trabalho.
106
REFERÊNCIAS
[1] PANORAMA COMERC. Energia Solar Teve Queda de 50% no Custo de Instalação de
Equipamentos. Disponível em: <http://panorama.comerc.com.br/2018/02/energia-
solar-teve-queda-de-50-no-custo-de-instalacao-de-equipamentos/> Acesso em
08/09/2018 às 20:32.
[7] BOYLESTAD, Robert L. Dispositivos Eletrônicos e Teoria de Circuitos. 11º ed. São
Paulo : Pearson Education do Brasil, 2013.
[11] WENDLING, Marcelo. Diodo Semicondutor. Série Eletrônica: Sistema SENAI, 2011.
[15] SEDRA, Adel. S. Microeletrônica, 5ª ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.
[17] GRUPO DE TRABALHO DE ENERGIA SOLAR: GTES, CEPEL, DTE E CRESESB. Manual de
Engenharia para Sistemas Fotovoltaicos. Disponível em: <https://www.portal-
energia.com/downloads/livro-manual-de-engenharia-sistemas-fotovoltaicos-2014.-
pdf> Acesso em 29/05/2018 às 22:38.
[23] YINGLE SOLAR. Catálogo YGE 60 CÉLULAS SÉRIE 2: Qualidade Comprovada em uma
Nova Dimensão. Mai. 2015. Disponível em: <http://d9no22y7yqre8.cloudfront.net/-
assets/uploads/products/downloads/DS_YGE60Cell-29b_35mm_BR_May%202015-
_YBS.pdf> Acesso em 01/08/2018 às 18:43.
[30] CARVALHO, Paulo; RANGEL B., Manuel. Geração de Energia Elétrica: Fundamentos.
1ª ed., 3ª reimp. São Paulo: Érica Ltda, 2014.