TCC - Vinicius de Lima Cosentino
TCC - Vinicius de Lima Cosentino
TCC - Vinicius de Lima Cosentino
ESCOLA DE ENGENHARIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA
NITERÓI
2021
VINÍCIUS DE LIMA COSENTINO
Niterói, RJ
2021
FICHA CATALOGRÁFICA GERADA EM:
http://bibliotecas.uff.br/bee/fichacatalografica
DIMENSIONAMENTO DE UM BANCO DE BATERIAS INTERLIGADO EM UM
SISTEMA FOTOVOLTAICO PARA SUPRIMENTO DE ENERGIA EM HORÁRIO DE
PONTA NOS BLOCOS UFASA DO CAMPUS GRAGOATÁ DA UFF.
Aprovado em 06 de Maio de 2021, com nota 8,7 (oito vg sete), pela banca examinadora.
Niterói
2021
AGRADECIMENTOS
Não há palavras para expressar minha gratidão por todo o suporte dado pelos meus
pais, Marília Melo de Lima Cosentino e Savério Cosentino, não medindo esforços para ajudar
e prover os melhores meios para que eu pudesse me formar como engenheiro eletricista.
Agradeço também aos meus irmãos em Cristo da Igreja Evangélica Cristã Casa de
Oração em Nova Iguaçu por todo incentivo, torcida e orações recebidas ao longe desses anos.
Por fim, agradeço a todos envolvidos na minha caminhada pela UFF, amigos,
funcionários e professores, que, mesmo minimanente, me ajudaram nessa caminhada para
chegar até aqui.
Eu aprendi qual é o valor de um sonho alcançar
This work presents the dimensioning of battery banks for the storage of energy from the
photovoltaic generation system for a charge block at the Universidade Federal Fluminense, so
that the charge stored by the batteries is dispatched during the peak hours established by the
concessionaire. power. Some types of photovoltaic systems and an explanation of the technology
used in batteries are shown. The study is directed, foreseeing the load consumption of the UFASA
blocks of the Gragoatá campus (Niterói-RJ), using a methodology to estimate the average monthly
consumption of the studied blocks in order to define the capacity of the battery banks necessary
for the proposed system. An analysis of the financial and energy return presented by the investment
in the proposed system, if implemented, can be offered by Universidade Federal Fluminense.
Figura 1-1. Análise temporal da redução dos custos das baterias de lítio-íon. ......................... 16
Figura 2-1. Curva corrente x tensão característica dos módulos fotovoltaicos. ....................... 18
Figura 2-2. Sistema off-grid com armazenamento. .................................................................. 20
Figura 2-3. Representação de um sistema off-grid sem armazenamento. ................................ 20
Figura 2-4. Configuração de um sistema off-grid híbrido. ....................................................... 21
Figura 2-5. Configuração de um sistema on-grid ..................................................................... 21
Figura 2-6. Configuração de um sistema on-grid híbrido ........................................................ 23
Figura 3-1. Funcionamento de uma célula de bateria. .............................................................. 24
Figura 3-2. Funcionamento de uma bateria de Lítio. ............................................................... 25
Figura 3-3. Número de ciclos e capacidade de uma bateria de Lítio em função da tensão final
de carregamento. ....................................................................................................................... 27
Figura 3-4. Capacidade total de descarga de uma bateria de Lítio em função da sua corrente de
descarga .................................................................................................................................... 27
Figura 3-5. Curva característica de um módulo fotovoltaico com condições ideais de irradiância.
.................................................................................................................................................. 29
Figura 3-6. Curva característica de um módulo fotovoltaico com sombreamentos parciais. ... 29
Figura 3-7. Pontos de operação de um módulo fotovoltaico com MPPT e sem MPPT. .......... 30
Figura 3-8. Estágios de carregamento de uma bateria de Lítio. ............................................... 31
Figura 5-1. Foto e gráficos I*V do módulo CS6U-350P.......................................................... 36
Figura 5-2. Desenho técnico do posicionamento dos módulos ................................................ 37
Figura 5-3. Inversor Híbrido 100K-EX .................................................................................... 38
Figura 5-4. Especificações técnicas da bateria WB-LYP1000AHC ........................................ 43
Figura 5-5. Tempo de carregamento das baterias no sistema simulado no PVSyst. ................ 44
Figura 5-6. Arranjo físico das baterias WB-YP1000AHC ....................................................... 45
Figura 5-7. Diagrama unifilar do sistema on-grid híbrido proposto ........................................ 46
Figura 5-8. Diagrama de blocos (fluxograma) do sistema ....................................................... 46
Figura 6-1. Fluxo de caixa acumulado ..................................................................................... 50
Figura 6-2. Economia energética acumulada anual no horário de ponta.................................. 53
Figura 6-3. Economia energética acumulada anual no horário de fora de ponta ..................... 53
LISTA DE TABELAS
Tabela 3-1. Relação entre profundidade de descarga e número de ciclos de uma bateria de Lítio.
..........................................................................................................................................................26
Tabela 4-1. Consumo médio mensal fora ponta dos blocos UFASA. ...................................... 33
Tabela 4-2. Dados de consumo médio mensal retirados da fatura do campus Gragoatá. ........ 33
Tabela 4-3. Resultados de consumo diário na ponta e fora ponta dos prédios UFASA. ......... 34
Tabela 5-1. Dados do datasheet da placa solar. ........................................................................ 36
Tabela 5-2. Resultados das simulações feitas em Vertis (2018) para os painéis solares. ......... 37
Tabela 5-3. Datasheet do Inversor Híbrido 100K-EX .............................................................. 39
Tabela 5-4. Valores de Q e definição do banco para cada bloco UFASA. .............................. 42
Tabela 5-5. Dados do datasheet da célula de baterias WB-LYP1000AHC ............................. 43
Tabela 6-1. Investimento inicial total do projeto...................................................................... 48
Tabela 6-2. Composição tarifária A4 Verde ............................................................................. 48
Tabela 6-3. Valor de economia financeira anual ...................................................................... 49
Tabela 6-4. Fluxo de caixa ....................................................................................................... 50
Tabela 6-5. Resumo dos resultados encontrados/considerados: TMA, Investimento Inicial,
VPL, TIR e paybacks.
.......................................................................................................................................................... 51
Tabela 6-6. Consumos e demanda mensais do Campus Gragoatá.. ......................................... 51
Tabela 6-7. Economias de energia mensais. ............................................................................. 52
Tabela 6-8. Economias de energia anuais acumuladas............................................................. 52
Tabela 6-9. Redução de CO2 ....................................................................................................
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 15
1.1 Objetivos .................................................................................................................... 16
1.1.1 Objetivo Geral .................................................................................................... 16
1.1.2 Objetivos Específicos ......................................................................................... 16
1.2 Estrutura do trabalho .................................................................................................. 17
2 SISTEMAS FOTOVOLTAICOS DE ENERGIA ......................................................... . 18
2.1 Curva característica de corrente, tensão e potência ................................................... 18
2.2 Sistema fotovoltaico off-grid ..................................................................................... 19
2.2.1 Sistema off-grid com armazenamento. ............................................................... 19
2.2.2 Sistema off-grid sem armazenamento................................................................. 20
2.2.3 Sistema off-grid híbrido. ..................................................................................... 21
2.3 Sistema fotovoltaico conectado à rede (on-grid). ...................................................... 21
2.4 Sistema on-grid híbrido ............................................................................................. 22
3 BATERIAS .................................................................................................................... 24
3.1 Funcionamento das baterias ....................................................................................... 25
3.2 Baterias de Lítio ......................................................................................................... 25
3.2.1 Funcionamento das baterias de Lítio .................................................................. 26
3.2.2 Características das baterias de Lítio ................................................................... 24
3.2.3 Sistemas de controle para as baterias.................................................................. 27
3.2.3.1 Controlador de carga..................................................................................... 28
3.2.3.2 BMS.............................................................................................................. 31
4 APRESENTAÇÃO DO CASO ..................................................................................... 32
4.1 Análise da carga ......................................................................................................... 32
5 DIMENSIONAMENTO E MODIFICAÇÕES DO SISTEMA PROPOSTO ............... 35
5.1 Módulos fotovoltaicos ............................................................................................... 35
5.2 Inversor ...................................................................................................................... 38
5.3 Arranjo dos módulos fotovoltaicos ............................................................................ 39
5.4 Dimensionamento do banco de baterias .................................................................... 39
5.4.1 Número de elementos em série do banco de baterias ......................................... 40
5.4.2 Capacidade do banco de baterias ........................................................................ 41
5.4.3 Tempo de carregamendo no PVSyst dos bancos de baterias .............................. 44
5.4.4 Espaço físico ....................................................................................................... 44
5.5 Diagrama do sistema proposto ................................................................................... 45
6 ANÁLISE DE INVESTIMENTO E BALANÇO ENERGÉTICO ............................... 47
6.1 Análise 1 .................................................................................................................... 47
6.1.1 Investimento inicial ............................................................................................ 47
6.1.2 Retorno anual ...................................................................................................... 48
6.1.3 Fluxo de caixa ..................................................................................................... 50
6.2 Análise 2 .................................................................................................................... 51
6.2.1 Redução na emissão de CO2..........................................................................................53
7 CONCLUSÃO ............................................................................................................... 55
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 57
15
1 INTRODUÇÃO
Figura 1-1. Análise temporal da redução dos custos das baterias de lítio-íon.
Diante do que foi apresentado, as baterias de lítio-íon surgem como a melhor opção a ser
empregada tendo em vista sua tecnologia, durabilidade e custo, adotando como base os dados e
contribuições do dimensionamento de um sistema fotovoltaico elaborado em Vertis (2018) para
dimensionamento de um sistema de armazenamento de energia elétrica para o caso proposto.
17
1.1 Objetivos
Um módulo fotovoltaico não se comporta como uma fonte elétrica convencional, não
apresenta uma tensão de saída constante em seus terminais, como a de uma bateria elétrica. A
tensão elétrica depende da sua corrente e vice-versa. O ponto de operação do módulo
fotovoltaico, ou seja, o valor de tensão e corrente em seus terminais depende, do que está
conectado em seus terminais. A relação entre tensão e corrente é mostrada na figura 2-1. Todos
os módulos fotovoltaicos possuem uma característica semelhante (VILLALVA, 2015).
Este tipo de sistema fotovoltaico é caracterizado como sistema isolado, pois em sua
essência ele está totalmente desacoplado da rede de distribuição de energia do local em que está
instalado. Os sistemas off-grid podem ser divididos em três grupos: com armazenamento, sem
armazenamento e híbridos.
Os sistemas off-grid tem como fonte de energia apenas os módulos fotovoltaicos, que
convertem a radiação solar em corrente elétrica. A tensão na saída desses módulos varia ao
longo do dia, já o banco de baterias, possui uma tensão mais estável, com valores nominais
normalmente de 12V, 24V, 36V ou 48V. Para resolver esse problema, utiliza-se um
equipamento chamado de controlador de carga. Por fim, o banco de baterias é conectado em
um controlador CC-CA (inversor), que converte a corrente e tensão contínuas oriundas dos
módulos fotovoltaicos e baterias, em corrente e tensão alternadas, que são utilizadas na maioria
dos equipamentos do nosso dia-a-dia (RESENDE, 2019). A figura 2-2 apresenta um esquema
simplificado deste tipo de sistema.
20
Este tipo de sistema é caracterizado por possuir mais de uma fonte de geração de
energia além da solar, como aerogeradores, gerador a diesel, entre outros. Ainda é possível
acoplar a esse sistema um banco de baterias para que a redundância de fontes de energia seja
maior, ou seja, para que haja energia mesmo na falta de uma das fontes principais.
Fonte: http://secpower.com.br
24
3 BATERIAS
De forma similar ao descrito no item 3.1, a figura 3-2 descreve mais detalhadamente
como é feita.
Figura 3-2. Funcionamento de uma bateria de Lítio.
Durante o processo de descarga, os íons lítio migram desde o interior do material que
compõe o anodo até dentro do material do catodo e os elétrons movem-se através do circuito
externo, como ilustrado na Figura 5. Portanto, os materiais de eletrodos são formados
geralmente por compostos de estrutura aberta (denominados compostos de intercalação), que
permitem a entrada e saída de íons lítio. No anodo, o grafite é o material mais comumente usado
porque, além de apresentar estrutura lamelar, é capaz de intercalar reversivelmente os íons lítio
entre suas camadas de carbono sem alterar significativamente sua estrutura. O catodo contém,
geralmente, um óxido de estrutura lamelar (LiCoO2, LiNiO2 etc.) ou espinel (LiMnO2), sendo
o óxido de cobalto litiado o material mais frequentemente usado pelos fabricantes de baterias
de íons lítio (BOCCHI, 2000)
Dos diversos tipos de sistemas de armazenamento por meio de tecnologia
eletroquímica, a bateria composta por Chumbo-ácido ainda é a tecnologia mais empregada
devido ao seu baixo custo em relação aos outros tipos (PINHO; GALDINO, 2014). Contudo,
as baterias de íons de Lítio, que serão as estudas nesse trabalho, apresentam diversos fatores
vantajosos em comparação as outras tecnologias existentes, conforme descrito abaixo:
26
• Baixa resistência interna;
• Não necessitam de manutenção se utilizado um BMS;
• Alta densidade de energia e de potência;
• Menor tempo de carregamento;
• Baixa taxa de autodescarga;
• Não apresenta risco químico;
• Não emite gases tóxicos;
• Maior ciclo de vida.
Outras vantagens das baterias de íons de Lítio são o fato de não possuírem o efeito
memória, a possibilidade de suportar altas taxas de carga e descarga e o baixo tempo de carga.
Tabela 3-1. Relação entre profundidade de descarga e número de ciclos de uma bateria de Lítio.
Figura 3-3. Número de ciclos e capacidade de uma bateria de Lítio em função da tensão final de carregamento.
Figura 3-4. Capacidade total de descarga de uma bateria de Lítio em função da sua corrente de descarga.
Fonte: canalsolar.com.br
Para que uma bateria tenha uma boa durabilidade, seus estágios de carga devem ser
respeitados. No primeiro estágio (estágio de carregamento pesado) a corrente é elevada ao seu
valor máximo dentro dos limites estabelecidos pelo controlador de carga. Considerando que a
bateria se encontra inicialmente descarregada, a sua tensão é baixa e tenta-se carregá-la da
maneira mais rápida possível, retirando toda a energia que o módulo fotovoltaico é capaz de
fornecer.
No segundo estágio (estágio de absorção), a bateria já está praticamente carregada,
mas para que sua carga chegue a 100% é possível ser feito um carregamento lento onde a sua
tensão é mantida constante e a corrente vai diminuindo lentamente, até chegar a um valor bem
pequeno (VILLALVA, 2014).
Por fim, no terceiro estágio (estágio de flutuação) é aplicada uma pequena carga na
bateria para que seja compensada a sua taxa de auto-descarga. A figura 3-8 mostra o
comportamento de corrente, tensão e capacidade de uma bateria de Lítio durante seu processo
de carregamento, segundo a Battery University.
31
Figura 3-8. Estágios de carregamento de uma bateria de Lítio.
3.2.3.2 BMS
As baterias de lítio-íon apresentam uma série de vantagens em relação aos outros tipos
de tecnologias de baterias, porém requerem uma atenção maior quando o assunto é segurança
em operação. Devido à instabilidade dos materiais frente a sobrecargas, sobre descargas, curtos-
circuitos e altas temperaturas, é necessária a utilização do BMS (Battery Management System).
Visando evitar o colapso das baterias, ele emprega funções de monitoramento individual em
cada célula, que impede a continuidade de carga quando a bateria já apresenta tensão nominal,
analisando a tensão, o estado da carga e o nível mínimo de energia (SOARES, 2013).
32
4 APRESENTAÇÃO DO CASO
Tabela 4-2. Dados de consumo médio mensal retirados da fatura do campus Gragoatá.
Assim sendo, os valores de energia requisitados pelas cargas dos blocos UFASA no
horário de ponta são os apresentados na última coluna da tabela 4-3. Estes valores, por se
tratarem de uma estimativa fundamentalmente baseada em Vertis (2018) serão considerados
como os mínimos necessários. Para o dimensionamento da capacidade das baterias, será
considerada o maior consumo (bloco M) tendo em vista a tendência de equalização das cargas
de cada bloco. Ou seja, os blocos UFASA, na prática, por se tratarem de blocos com a mesma
usabilidade, tendem a ter o mesmo consumo médio ao longo dos meses.
35
5 DIMENSIONAMENTO E MODIFICAÇÕES DO SISTEMA PROPOSTO
A tabela 5-2 apresenta os resultados das simulações feitas em Vertis (2018) para o
dimensionamento dos painéis, que levaram em consideração todas as variáveis necessárias para
os painéis e local de instalação.
Tabela 5-2. Resultados das simulações feitas em Vertis (2018) para os painéis solares.
Fonte: http://dsneg.com.
39
Tabela 5-3. Datasheet do Inversor Híbrido 100K-EX.
Neste estudo iremos aplicar o mesmo modelo de inversor todos os blocos UFASA
estudados. Iremos seguir por esse caminho dada a necessidade de padronização e possibilidade
de aproveitamento da energia dos painéis em qualquer momento do dia mesmo sendo a
principal motivação do estudo dimensionar o sistema para suprir a carga no horário de ponta.
Para a escolha da bateria foi considerado o fabricante Thunder Sky, que tem como
portifólio baterias de lítio- íon, com células de LiFePO4 (fosfato de Lítio-Ferro) que são
aplicáveis para cargas que precisam de uma corrente elevada durante um período pequeno pois
tem a capacidade altas taxas de carga/descarga. As principais características de tensão que o
modelo de bateria escolhido para esse estudo possui são:
• Tensão final de descarga: 2,8V
• Tensão nominal: 4V
• Tensão de flutuação: 4,3V
40
(1)
(2)
Na equação (1), o termo 𝑉𝑚𝑖𝑛 representa a tensão de entrada do inversor e o termo 𝑉𝑓𝑛
representa a tensão final de descarga da célula da bateria.
250 𝑉 (3)
𝑛1 = ≅ 89
2,8 𝑉
520 𝑉 (4)
𝑛2 = ≅ 121
4,3 𝑉
Sendo assim, olhando para o aspecto econômico, foi tomada a decisão por 89
elementos da bateria Thunder Sky e, com isso, a tensão 𝑉𝑏 do banco será o resultado da
multiplicação entre o número de elementos da bateria (89) pelo valor da tensão nominal (4V)
41
de cada célula, como podemos observar na equação (5).
𝑉𝑏 = 89 ∗ 4 𝑉 = 356 𝑉 (5)
(6)
Onde:
➢ Q é a capacidade mínima do banco de baterias em Ah;
➢ E é a energia média diária consumida no horário de ponta em Wh;
➢ 𝐕𝐛 é a tensão do banco de baterias;
➢ 𝐏𝐝 é a profundidade de descarga escolhida para o banco;
➢ 𝜂𝐢𝐧𝐯 é a eficiência do inversor escolhido.
Tendo em vista a ideia de termos o sistema operando por um longo período de tempo,
foi escolhida uma taxa de descarga de 70% que, segundo a tabela 5-4 que será apresentada mais
abaixo, proporciona uma vida útil de aproximadamente 7000 ciclos. Como esse estudo irá
considerar, aproximadamente, 5 dias por semana de carga/descarga ou 260 dias no ano, ou seja,
apenas nos dias que são contabilizados os horários de ponta, pode-se estimar uma vida útil de
mais de 25 anos para o banco de baterias. Como explanado no final do capítulo 4 adotaremos o
valor de maior consumo entre os blocos no horário de ponta, tendo em vista a mesma usabilidade
entre eles.
42
Tabela 5-4. Valores de Q e definição do banco para cada bloco UFASA.
Blocos F e G 𝑉𝑏 356
Bloco H 𝑃𝑑 0,7
Bloco M 𝜂𝑖𝑛𝑣 0,95
Bloco N
Bloco O
216,8 915,8 1000
Bloco P
Bloco B
(kWh/dia) (Ah) (Ah)
Bloco C
Bloco A
Bloco E
Bloco D
Assim, a célula escolhida para cada bloco UFASA está apresentada na coluna
“capacidade comercial” da tabela 5-3, de acordo com o catálogo do fabricante Thunder Sky. De
acordo as capacidades comerciais oferecidas, foi escolhida a célula do modelo WB-
LYP1000AHC com capacidade nominal de 1000 Ah. As especificações técnicas da célula
retirada do datasheet do fabricante está detalhadaa na figura 5-4 e tabela 5-5.
A fim de verificar que a corrente fornecida pelas baterias é suficiente para abastecer a
carga estuda, é apresentado a seguir o cálculo de potência fornecida pelo banco de baterias
considerando os valores de corrente de descarga obtidos no datasheet da célula da bateria e
apresentados na tabela 5-5 além do valor de tensão do banco 𝑉𝑏 calculado no item 5.4.1.
𝑉𝑏 = 356V
Admáx = 10000A
Adn = 500A
Onde:
➢ 𝐕𝐛 é a tensão do banco de baterias;
➢ Admáx. é a máxima corrente de descarga da célula da bateria;
➢ Adn é a corrente nominal de descarga da célula da bateria.
Para preservar as baterias, foi considerada a corrente nominal de descarga para calcular
a potência forncedida pelo banco. Sendo assim, temos:
P = 356 𝑉 ∗ 500 A = 178kW. Logo, o valor é maior que o necessário para o sistema
(100kW)
43
Tabela 5-5. Dados do datasheet da célula de baterias WB-LYP1000AHC.
Capacidade Nominal 1000Ah
Carga 4,0V
Tensão de Operação
Descarga 2,8V
Corrente nominal de carga 500A
Máxima corrente de carga 3000A
Corrente nominal de descarga 500A
Máxima corrente de descarga 10000A
(80% Pd) >5000 ciclos
Ciclo de vida
(70% Pd) >7000 ciclos
Temperatura máxima da caixa 200°C
Carga -45°C~85°C
Temperatura de operação
Descarga -45°C~85°C
Taxa de autodescarga <1% (mês)
Peso 38kg +- 500g
Fonte: Adaptado de Thunder Sky.
Com base nos resultados obtidos em Franklin (2019), que utilizou o software PVSyst,
foi estimado o tempo de carregamento de 3 horas e 24 minutos para o banco de baterias do
Bloco M. Para chegar em tal resultado, Franklin (2019) inseriu todas as especificações técnicas
relativas aos módulos fotovoltaicos e banco de baterias, bem como suas disposições e arranjos
dos mesmos. A figura 5-5 apresenta o resultado da simulação obtida.
Para esclarecer melhor como irá funcionar todo o sistema, a figura 5-9, a seguir,
apresenta a ideia geral do automatismo proposto ao sistema por meio de um diagrama blocos
(fluxograma). A principal premissa é que o controlador irá fazer a gestão horária do sistema
recendo informações da carga da bateria, da data, do horário e do dia da semana, além de
comandar as ações do inversor híbrido. Assim sendo, o inversor irá realizar a comutação entre
as diferentes alimentações para a carga em rampa, ou seja, sem causar desligamento
momentâneo da carga.
Figura 5-8. Diagrama de blocos (fluxograma) do sistema.
6.1 Análise 1
Blobo UFASA Blocos F e G Bloco H Bloco M Bloco N Bloco O Bloco P Bloco B Bloco C Bloco A Bloco E Bloco D
Capcidade
1000Ah 1000Ah 1000Ah 1000Ah 1000Ah 1000Ah 1000Ah 1000Ah 1000Ah 1000Ah 1000Ah
Bateria
Custo Painéis R$ 370.000,0 R$ 370.000,0 R$ 370.000,0 R$ 370.000,0 R$ 370.000,0 R$ 370.000,0 R$ 370.000,0 R$ 370.000,0 R$ 370.000,0 R$ 370.000,0 R$ 370.000,0
Custo Banco
R$ 670.000,0 R$ 670.000,0 R$ 670.000,0 R$ 670.000,0 R$ 670.000,0 R$ 670.000,0 R$ 670.000,0 R$ 670.000,0 R$ 670.000,0 R$ 670.000,0 R$ 670.000,0
de Baterias
Custo Inversor R$ 203.000,0 R$ 203.000,0 R$ 203.000,0 R$ 203.000,0 R$ 203.000,0 R$ 203.000,0 R$ 203.000,0 R$ 203.000,0 R$ 203.000,0 R$ 203.000,0 R$ 203.000,0
Custo
R$ 8.400,0 R$ 8.400,0 R$ 8.400,0 R$ 8.400,0 R$ 8.400,0 R$ 8.400,0 R$ 8.400,0 R$ 8.400,0 R$ 8.400,0 R$ 8.400,0 R$ 8.400,0
Autotrafo
Custo
R$ 1.000,0 R$ 1.000,0 R$ 1.000,0 R$ 1.000,0 R$ 1.000,0 R$ 1.000,0 R$ 1.000,0 R$ 1.000,0 R$ 1.000,0 R$ 1.000,0 R$ 1.000,0
Controlador
Custo Instalação e
R$ 243.000,0 R$ 243.000,0 R$ 243.000,0 R$ 243.000,0 R$ 243.000,0 R$ 243.000,0 R$ 243.000,0 R$ 243.000,0 R$ 243.000,0 R$ 243.000,0 R$ 243.000,0
Infraestrutura
Custo / Bloco R$ 1.495.400,0 R$ 1.495.400,0 R$ 1.495.400,0 R$ 1.495.400,0 R$ 1.495.400,0 R$ 1.495.400,0 R$ 1.495.400,0 R$ 1.495.400,0 R$ 1.495.400,0 R$ 1.495.400,0 R$ 1.495.400,0
Como a principal premissa do presente estudo é que toda a energia necessária para
suprir a necessidade da carga durante o horário de ponta seja fornecida pelo banco de baterias
dimensionado, considera-se que, com sua implementação, os gastos com energia durante o
horário de ponta sejam, agora, considerados como nosso principal retorno financeiro. E, como
mostrado no item 5.1, percebe-se que os painéis fotovoltaicos geram, em média, uma energia
diária suficiente para o carregamento do banco de cada bloco UFASA e uma parcela de sua
geração é direcionada para a alimentação da carga durante o período fora ponta. Logo, serão
apresentados, na tabela 6-3, os valores de economia anual, levando em consideração os valores
da tabela 6-2, relativos da parte da energia gerada pelos painéis durante o período fora ponta e
do suprimento total de energia pelo banco de baterias durante o período de ponta. Para realizar
tal cálculo, serão utilizadas as equações (9), (10) e (11), conforme descrição a seguir:
Total R$ 2.593.118,15
Tabela 6-5. Resumo dos resultados encontrados/considerados: TMA, Investimento Inicial, VPL, TIR e paybacks.
TMA 2,75%
Investimento Inicial R$ 16.449.400
VPL R$ 29.988.984
TIR 15,32%
Payback simples 7
Payback descontado 8
6.2 Análise 2
Economia energética𝑃𝑜𝑛𝑡𝑎 = 11 * (21 ∗ 𝑃𝑎𝑟𝑐𝑒𝑙𝑎 dias úteis + 9 ∗ 𝑃𝑎𝑟𝑐𝑒𝑙𝑎 feriados e finais de semana) (12)
Economia energéticaFora Ponta = 11 * (21 ∗ 𝑃𝑎𝑟𝑐𝑒𝑙𝑎 dias úteis + 9 ∗ 𝑃𝑎𝑟𝑐𝑒𝑙𝑎 feriados e finais de semana) (13)
52
Ou seja, foram considerados, em média, 21 dias para consumo com tarifa horária
(ponta e fora de ponta) e 9 dias apenas com consumo fora de ponta (finais de semana e feriados
nacionais).
Tabela 6-7. Economias de energia mensais.
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