Sumario Executivo Proposta Ampfe
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Sumario Executivo Proposta Ampfe
do Internato Médico
Associação de Médicos pela Formação Especializada
SUMÁRIO EXECUTIVO
Um dos fatores críticos do sucesso do Serviço Nacional de Saúde (SNS) é o da qualificação e
desenvolvimento técnico-científico dos médicos.
No entanto, e apesar da sua extrema importância, nos últimos anos vários alertas têm vindo a
ser feitos quanto à degradação da formação médica e as possíveis consequências nefastas para
a qualidade do SNS.
O elevado número de alunos nas Escolas Médicas, traduzido por um rácio nacional de 7,53
estudantes por tutor, levanta problemas não só para a qualidade de formação dos alunos e
internos como também para a própria satisfação e bem-estar dos utentes que recorrem aos
hospitais universitários.
Por outro lado, o número cada vez maior de formados em Medicina representa também um
enorme desafio para a formação pós-graduada em Portugal. Por acréscimo, a complexidade
estrutural e técnica atual de todo o processo de formação médica, no qual intervêm múltiplos
órgãos públicos e estatais com responsabilidades partilhadas e, por vezes, sobreponíveis, tem
sido marcada por falhas e falta de transparência, não só na avaliação das idoneidades e
capacidades formativas como na própria organização dos concursos de acesso.
Estes fatores conduziram a que, em 2015, 114 médicos se vissem impedidos de prosseguir a sua
formação específica por insuficiência de vagas aquando a escolha, levando à criação de, pela
primeira vez no contexto da formação médica moderna, “médicos indiferenciados”, prevendo-
se que o seu número aumente acentuadamente num futuro próximo. Só este ano, espera-se
que mais de 700 candidatos dos cerca de 2400 não escolham vaga de especialidade. Isto apesar
de mais de 2000 candidatos e, portanto, boa parte dos possíveis excluídos, ter obtido 50% ou
mais na Prova Nacional de Seriação. Se a situação não for invertida até 2021, estima-se que
sejam criados cerca de 4 mil médicos sem especialidade, situação extremamente preocupante
e um retrocesso para o SNS português.
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Proposta de Revisão do Regime Jurídico do Internato - AMPFE
É necessário, portanto, inverter a atual tendência com soluções a curto, médio e longo prazo.
O Currículo deve ser mais diversificado que o atual, e incluir módulos ou seminários que
abordem temáticas mais variada, identificadas pelos internos como atualmente deficitárias.
Ex: Como preencher um certificado de óbito corretamente; Como e quando notificar uma
doença de notificação obrigatória; Quais os direitos e deveres do interno; Suporte Avançado de
Vida; Acidentes de Trabalho e Doenças Profissionais - Como proceder; Atestados/declarações -
Carta de Condução, Licença de Porte de Arma, Tribunal; etc…
Deve também conter no seu currículo uma maior percentagem de estágios opcionais por forma
a permitir ao interno o contacto com diversas especialidades que pondera seguir. Isto permite,
em teoria, que o interno realize uma escolha mais informada da especialidade e, por
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Proposta de Revisão do Regime Jurídico do Internato - AMPFE
Autonomia
Para os médicos formados pelas Escolas Médicas Portuguesas, a autonomia seria obtida
automaticamente após conclusão, com aproveitamento, do Internato Geral e realização da
PNAS.
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A Prova Nacional de Avaliação e Seriação adota uma dupla função: avaliação final do Internato
Geral e Prova de Acesso à Especialidade.
É realizado apenas um concurso de acesso anual, dividido em duas fases. Os candidatos são
seriados consoante a nota obtida na Prova Nacional de Avaliação e Seriação.
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Proposta de Revisão do Regime Jurídico do Internato - AMPFE
Esta segunda fase permitiria um aproveitamento quase total das capacidades formativas
disponibilizadas pela Ordem dos Médicos.
Regime transitório
A alteração do Ano Comum para Internato Geral de 2 anos cria um ano em que não há concurso
de acesso à especialidade (“gap year”).
No Gap Year, realiza-se um concurso extraordinário para os médicos que, nos anos anteriores,
se viram impedidos de prosseguir com a sua formação específica, interrompendo o efeito de
acumulação de médicos sem especialidade.