O Paciente, o Terapeuta e o Estado
O Paciente, o Terapeuta e o Estado
O Paciente, o Terapeuta e o Estado
Sobre a obra:
Sobre nós:
Tradução:
ANDRÉ TELLES
Revisão técnica:
MARCO ANTONIO COUTINHO JORGE
Transmissão da Psicanálise
diretor: Marco Antonio
Coutinho Jorge
Sumário
Agradecimentos
I O charlatão
II As psicoterapias
IV Miragens da perícia
Anexos
Em memória de Maud Mannoni
Sou muito grata a Roland Gori e Marie-José del Volgo, que estiveram presentes
ao longo de toda a redação deste livro e me confiaram diversos documentos.
Agradeço a Philippe Grauer e Armand Touati, que me ajudaram a invalidar
diversos rumores sobre a prática das psicoterapias na França.
Agradeço igualmente a Antoine Courban, que classificou para mim as
diferentes medicinas na certeza do valor trans-histórico do juramento de
Hipócrates.
Sou grata a Sergio Benvenuto e Paola Mieli por suas indicações sobre as
relações da psicanálise e das psicoterapias com o Estado nos Estados Unidos e na
Itália, as quais me permitiram compará-las às disposições legais predominantes
na França, na Grã-Bretanha e na Áustria.
Enfim, agradeço a todos aqueles que me ajudaram: Chawki Azouri,
Françoise Caron, Jacques Derrida, François Régis Dupont-Muzart, Carmen
Hernandez, Catarina Koltaï, Danièle Lévy e Henri Roudier.
I O charlatão
“Quando eles prenderam os comunistas, eu não disse nada, pois não era
comunista. Vieram pelos socialistas, e eu não disse nada, pois não era socialista.
Vieram pelos dirigentes sindicais, e eu não disse nada, pois não era dirigente
sindical. Vieram pelos judeus e eu não disse nada, pois não era judeu. Depois
vieram por minha causa e não restava mais ninguém para dizer alguma coisa.” 1
O pavor que sentimos à leitura desse depoimento deve-se a seu valor de
verdade universal. Quer vivamos em uma democracia ou sob o jugo de regimes
ditatoriais, quer trabalhemos em uma dada coletividade ou pertençamos a
determinada comunidade, em suma, quaisquer que sejam as circunstâncias
históricas, nunca devemos ceder nem ao procedimento do silêncio nem à
aceitação da arbitrariedade legal. Pois, caso entremos na espiral do terror
inspirado pela alteridade julgando salvaguardar a paz em seu próprio reino,
perderemos primeiro a honra e em seguida a liberdade. Mais um pouco, e
estaremos estimulando a guerra.
No entanto foi esse procedimento e a aceitação desse ato que subscreveram,
em 12 de dezembro de 2003, os representantes das mais poderosas sociedades
psicanalíticas francesas.2 Diante de um ministro benevolente e ávido por
inscrever no Código da Saúde Pública uma lei capaz de “prevenir”os “usuários”
(isto é, pacientes acometidos de um grande “mal de viver”) contra os charlatães
(isto é, os psicoterapeutas), eles reivindicaram ser dispensados de qualquer forma
de vigilância estatal, em troca do que depositaram oficialmente nas mãos do
Estado protetor a “lista” de seus membros, de longa data consignada nos anuários
disponíveis a todos.
Mas o que é uma lista?
As listas, os inventários, os anuários, os catálogos – em suma, todos os
vestígios referentes a uma contabilidade ou recenseamento – sempre serviram
de suporte ora à criação de procedimentos literários, ora ao exercício do poder
de Estado.3 Anárquica, organizada ou desconstruída, a lista – enquanto tal –
assegura perenidade à coisa nomeada. Toda lista é de natureza traumática, pois
gera acontecimento. E foi provavelmente por essa razão que os homens,
independentemente de suas culturas, sempre recorreram a listas para atestar o
fato de que sua história não se reduzia a delírio ou ficção. Nos Estados
democráticos, em que a transparência é de rigor, a lista deve dizer a norma e
excluir a desordem. Porém, nos regimes ditatoriais, pode, ao contrário, instituir a
tirania ao designar a alteridade como anomalia ou desvio.
Por seu gesto altamente simbólico – a entrega ao Estado de uma lista de
nomes inscritos nos anuários –, os representantes das sociedades psicanalíticas
excluíram-se portanto do mundo dos psicoterapeutas, integrando-se ao mesmo
tempo a um poder de Estado que os reconhece – sem nenhum diploma
específico – como não-charlatães, da mesma forma que os médicos e psicólogos
titulares de diplomas reconhecidos pelo Estado. O objetivo do Ministério da Saúde
é banir da cidadania os psicoterapeutas não diplomados, para substituí-los pelos
médicos e psicólogos. Ao conceder aos psicanalistas um privilégio
discriminatório, o Estado os autoriza portanto, de facto, a se tornarem
psicoterapeutas ainda que não diplomados.
Há nisto algo de aberrante. Pois, com efeito, ou o Estado reconhece como
terapeutas apenas aqueles a quem concede um diploma universitário – de
medicina ou psicologia – ou, ao contrário, aceita que esse título seja discernido a
todos aqueles, titulares ou não de diplomas, que pratiquem terapias depois de
terem sido formados em associações privadas. Na primeira hipótese, nem os
psicanalistas nem os psicoterapeutas devem ser habilitados como tais pelo Estado
caso não forem, além disso, titulares de diplomas específicos, ao passo que, na
segunda, os psicoterapeutas devem obter um status idêntico ao dos psicanalistas,
já que ambos recebem sua formação em associações privadas.
É de fato porque esse privilégio concedido à psicanálise é insustentável do
ponto de vista da lei que o ministro benevolente, preocupado, em sua alma e
consciência, em se tornar seu protetor na França, reivindicou a entrega das listas
e, melhor ainda, a elaboração, para o futuro, de um anuário comum. Ao decidir
promover a caça aos charlatães,obrigando os psicoterapeutas não diplomados a
se inscrever nas listas departamentais a fim de contabilizá-los, recenseá-los e
avaliá-los, o Estado não podia de forma alguma – sob pena de infringir a lei –
conceder aos psicanalistas um status de exceção.
Assim,exigiu deles o que Mefisto oferece a Fausto: um pacto de servidão
voluntária. Para não serem designados automaticamente como charlatães, assim
como os psicoterapeutas não diplomados, e para não serem avaliados por
representantes do poder médico, que assim se outorgaram o direito de designar o
que é ou não um terapeuta da alma, os psicanalistas comprometidos nesse pacto
ganharam em exceção o que perderam em liberdade. Depois de renunciarem à
sua ética, poderão doravante entregar-se mutuamente, sem limites e com toda
satisfação, a uma caça aos anuários a fim de melhor excluírem, sem que o
Estado sequer se envolva no assunto, aqueles que, em suas corporações, seriam
suscetíveis de ser designados como charlatães.
Com o ato de 12 de dezembro, os representantes da Société Psy chanaly tique
de Paris (SPP), que reivindica um freudismo clássico, deram um golpe de
mestre. Convivendo regularmente, há anos, com os eleitos da República por
ocasião de missões, encontros e colóquios diversos – na Assembléia Nacional ou
no Senado –,4 chegaram a vincular três das mais poderosas sociedades
lacanianas da França à sua política de integração da psicanálise ao poder médico.
O inimigo comum, odiado por todos, é o genro de Lacan, Jacques-Alain Miller,
encarnação da legitimidade do mestre e líder da poderosa École de la Cause
Freudienne (ECF), fundada em 1981.
Os eleitos, desse modo, foram ludibriados. Preocupados em afastar os
charlatães do tratamento da saúde mental pela implementação de um novo
Código da Saúde e assim responder às queixas dos “usuários”,5 foram
mobilizados como consultores dos psiquiatras e dos psicanalistas, que julgavam
objetivos e dedicados ao bem público. Na realidade, provocaram, sem o
saberem, a eclosão de uma caça aos charlatães no próprio seio do campo
psicanalítico francês. Os psicanalistas da ECF foram de fato os únicos a terem
assumido publicamente a prática de sessões curtas e não cronometradas, o que os
caracterizaria como impostores aos olhos de seus inimigos da SPP, adeptos de
outra técnica de tratamento.
O assunto se complica quando sabemos que, entre os aliados lacanianos da
SPP, um bom número também defende a prática de sessões curtas. Não se
arriscariam eles, por sua vez, a ser designados como charlatães por seus aliados?
Outro problema: os membros da IPA denominam “tratamento psicanalítico” a
uma prática que responde a critérios técnicos bem precisos: deve ser
operacionalizada à razão de quatro ou cinco sessões por semana e com pacientes
em posição deitada. Em contrapartida, chamam de “psicoterapia psicanalítica”
um tratamento realizado face a face e à razão de uma ou duas sessões por
semana. Ao contrário, os lacanianos definem como tratamentos psicanalíticos
tanto os que são realizados face a face como aqueles em que o paciente se
alonga sobre um divã. O único critério mantido é o da formação do terapeuta.
Em caso de ser psicanalista, estará habilitado a praticar tratamentos psicanalíticos
seja qual for a posição do paciente. Aos olhos dos lacanianos, as psicoterapias –
centradas na sugestão e na busca de cura imediata – não são portanto tratamentos
psicanalíticos, mas técnicas de cura e adaptação à ordem do mundo, ainda que os
psicanalistas possam, em instituições diversas, a elas recorrerem.
Diremos por isso que são charlatães, e os outros, não? Um mesmo
psicanalista deverá se inscrever numa lista de psicoterapeutas segundo pertença a
uma escola ou outra, e segundo receba pacientes sentados ou deitados?
Seja como for, pela primeira vez na França, em virtude de uma lei da
República,6 debates científicos sobre a técnica psicanalítica, travados há quarenta
anos à vista e sob o conhecimento de todos, tornaram-se uma questão para o
poder de Estado. Tudo se passa como se daqui para a frente o Estado estivesse
autorizado, por psicanalistas entregadores de anuários, a tomar partido, por
tabela, em uma discussão científica sobre a qual não tem nenhuma competência.
Em nome da “segurança” da população, e da caça aos impostores, será que
agora vai se pedir ao Senado ou à Assembléia Nacional que dê um parecer
esclarecido sobre a maneira de tratar este ou aquele tipo de psicose, câncer ou
doença cardiovascular?
Ao obter a garantia, bem ilusória, de que não iriam tocar em suas escolas,7
e que apenas os psicoterapeutas seriam obrigados a se inscrever em listas, os
psicanalistas signatários do pacto dos anuários entraram então na espiral infernal
de rastreamento dos charlatães. Num primeiro tempo, puderam constatar que o
Estado fazia questão de qualificar o conjunto dos clínicos que se ocupam do “mal
de viver” a fim de avaliá-los. E, num segundo tempo, depois de terem sido
dispensados da lista departamental, passaram a designar os psicanalistas sem
anuários, ou simplesmente hostis à lei, como charlatães.
Prova disso, caso necessária, está na declaração de Bernard Brusset,
membro da SPP. Assim que a emenda foi votada pelo Senado, precipitou-se,
com a cumplicidade dos “bons lacanianos” ligados à sua política das listas, para
jogar às traças os outros lacanianos, os da ECF, acusados de impostura sob o
pretexto de que não respeitariam as “normas internacionais” impostas pela IPA:
“Sejam quais forem as contribuições em geral bastante reconhecidas de Lacan à
teoria psicanalítica, sua prática rompe com as normas internacionais e com o
método freudiano de associação de idéias. As sessões sem consulta marcada, sua
duração, variável porém brevíssima, podem ser eficazes para os detentores dos
meios da auto-análise. O aforismo de Lacan ‘O analista se autoriza apenas por si
mesmo e por alguns outros’produziu abusos e estragos,e às vezes fraudes
caracterizadas.Elas vêm tendo grande peso na herança justamente quando
excelentes psicanalistas lacanianos retornaram a práticas mais sérias, tentando
organizar formações coerentes no seio de suas associações.” 8
Vamos nos entender: pode-se e deve-se criticar a prática das sessões
curtas.9 É inaceitável, porém, que psicanalistas se sirvam do poder público para
se dedicarem a uma caça às bruxas contra outros psicanalistas – quaisquer que
sejam estes – visando fazer triunfar pretensas “normas” contra pretensos
“desvios”. Pois essas pretensas normas não são de forma alguma definidas pelo
Estado, assim como tampouco os desvios, transgressões ou abusos, uma vez que o
Estado reconhece tão-somente os diplomas concedidos nas universidades. Em
outras palavras, o Estado deve empenhar-se em não intervir nesse gênero de
debate, e se determinadas sociedades convocam o poder público para dirimir
suas diferenças, o Estado deve recusar-se a avalizá-las a fim de não extrapolar
sua responsabilidade.
Ao contrário da caça orquestrada pela SPP,uma jurista e um filósofo
tiveram coragem de se interrogar sobre um dos aspectos essenciais desse debate.
Em um texto intitulado “Deixem nossos charlatães em paz” e assinado por vários
psicanalistas, eles conclamam, contra a mania do controle medicalizado, à
liberdade de escolha dos pacientes: “Nós, que estamos, estivemos ou poderemos
estar engajados em uma psicoterapia ou uma psicanálise, pedimos às
‘autoridades sanitárias’ que façam a gentileza de parar de nos proteger dos
charlatães. De fato, não estando ainda sob tutela, julgamos sermos capazes de
escolher por nossa própria conta e risco nossos psicanalistas e nossos
psicoterapeutas.” 10
Mas o que é um charlatão e por que um Estado deveria se arvorar a saber
quem tem e quem não tem direito de se ocupar do sofrimento da alma?
Oriunda da língua italiana em 1572, a palavra significa literalmente
“habitante de Cerreto” 11 e figuradamente “arauto dos mercados”, “arengueiro”
e sobretudo “vendedor de drogas” e de “boatos”. A partir do final do século XII,
o termo designa de forma pejorativa os bufões, os arrancadores de dentes, os
vendedores de sopa de sapos, em suma, todo impostor que explora a credulidade
popular.
Toda sociedade reserva um lugar para a figura do impostor justamente
porque é incapaz de funcionar sem definir claramente a quem rejeita e a quem
inclui em virtude das normas por ela fixadas. Assim, o charlatão, seja qual for o
nome que se lhe dê, é sempre uma figura estrutural do heterogêneo. Definido
como a parte maldita,12 ele é o que escapa à razão ou ao logos. Ele é o diabo, o
excluído, o sagrado, a sujeira, a pulsão, o inconfessável, a morte. Mas é ao
mesmo tempo a droga (phármakon), o provedor de drogas (phármakos), o
drogado, o bode expiatório ou o mártir que deve ser punido para que a cidade se
regenere. O charlatão é portanto um ser duplo: endossa a sanção,mas é também
condição de toda sanção.É tanto aquele que proporciona a cura com a ajuda de
suas poções milagrosas como quem distribui a poção. Envenenador ou reparador,
tirano ou miserável, o charlatão é o outro da ciência e da razão, o outro de nós
mesmos.13
Na França, é logo depois da Revolução, e em benefício da invenção da
clínica médica, oriunda do “avental” de Xavier Bichat,14 que nascem os novos
códigos do saber reguladores das relações entre a doença e o sujeito doente. Este
último torna-se um “caso”, no qual se inscreve o universal da doença, enquanto o
sintoma passa a ser um elemento significante que permite a construção de vastas
nosologias15 e poderosos programas de luta contra a angústia e o mal-estar. Daí
advém uma consciência médica, prognóstica, normativa, coletiva, fundada no
higienismo, que progressivamente suprime a noção de doença vivida pelo sujeito
e enviada por Deus. Aparece então a vontade estatal de medicalização da
Cidade.16 A saúde deixa de ser definida como um estado antagônico ao da
doença, e ambos os termos desaparecem progressivamente do discurso médico
para dar lugar a uma representação do sujeito, do corpo e da sociedade centrada
na alternância entre norma e patologia.
Portanto, trata-se igualmente para os responsáveis pelas políticas estatais de
saúde não apenas de melhorar a sorte dos doentes, mas de assegurar a proteção
das pessoas às voltas com rituais de curandeiros, bruxos ou distribuidores de
poções mágicas, e sobretudo obcecadas pelo terror das epidemias, percebidas
como um correlato da dissolução dos costumes e da perda da autoridade
monárquica. A partir de 10 de março de 1803, o Estado então estabelece os
princípios de uma medicina científica. No futuro, seus clínicos serão formados
em faculdades onde receberão diplomas, e todos os que ainda exercem sua arte
segundo as tradições do Antigo Regime deverão registrar seus títulos em listas sob
pena de serem assimilados a charlatães, isto é, a curandeiros ilícitos.17
Mas as coisas não são tão simples. Nessa época, de fato, e nos sessenta anos
seguintes, a medicina científica, não obstante em vias de se separar da tradição
hipocrática dos “humores”, ainda não é capaz de curar as doenças por ela
nomeadas e cujo mecanismo psicológico começa a compreender. Em outros
termos, no exato momento em que o Estado inaugura sua grande luta contra o
obscurantismo das crendices, a medicina ainda não elaborou tratamentos
curativos para oferecer ao povo. Por ora, Georges Cabanis contenta-se em
formular a pergunta: “A arte de curar está fundada em bases sólidas?”Em
conseqüência, a medicina permanece uma ciência da observação, não ainda da
experimentação. Assim, deve ser ensinada em hospitais, onde o paciente torna-se
um “caso”, e não na universidade, onde “ocupam-se de livros sem observarem a
natureza”.18
Se por um lado o Estado confisca da Igreja a gestão da saúde pública, por
outro o povo permanece ligado às suas crenças, levado a isto pelos padres, que
interpretam a desgraça biológica como uma punição divina à qual todos devem
se submeter. E, a fim de perenizar essa moral do sofrimento necessário,
preconizam, contra a medicina do Iluminismo, o recurso aos milagres, aos
rosários, às novenas, às peregrinações, mas também às práticas mais pagãs e
ocultas dos curandeiros, embusteiros e exorcistas de todo tipo. Durante um
século, portanto, os médicos da ciência coabitarão com os charlatães.
E como a história do charlatanismo segue o mesmo caminho que o da
ciência, os praticantes dos saberes ocultos, longe de permanecerem tributários
das antigas técnicas de cura mágica, irão tornar-se, eles também, médicos
titulares de diplomas reconhecidos pelo Estado. Melhor ainda, pegarão da ciência
seus métodos, seus modelos, seus cálculos, suas previsões, suas medicações etc.
Empenhados em combater a ciência com a ajuda de outra “ciência”, eles se
desvincularão dos padres e da religião para construir uma “medicina”similar, na
aparência,à medicina científica – por eles denominada “homeopatia”.
Criada por Friedrich Samuel Hahnemann, médico alemão que pretendia
combater a ineficácia dos tratamentos da medicina científica na primeira
metade do século XIX, a homeopatia repousa em uma terapêutica dita das “altas
diluições”, a qual consiste em produzir no homem saudável sintomas similares
àqueles da doença a ser combatida. Porém, como essas “diluições”não passam
de substâncias desprovidas de qualquer princípio ativo, isso significa que ao
produzirem uma sensação de bem-estar no paciente, elas agem por sugestão, em
virtude do que hoje é chamado de efeito placebo.19
Ao se comparar candidamente à ciência, na medida em que também
recorre à química, a homeopatia é de fato uma placeboterapia que reabilita o elo
perdido pela medicina entre o doente e sua doença, entre o terapeuta e o
paciente. Em outros termos, contra os excessos de uma medicina científica
estatal, anônima, centralizada, ela propõe ao sujeito moderno um retorno a um
tipo de espiritualidade animista ou naturalista, fundada em regimes alimentares e
em uma busca da unidade da pessoa.
Tudo indicava que, com o formidável florescimento, ao longo de todo o
século XX, de uma medicina científica realmente curativa, a homeopatia iria
desaparecer, assim como todas as medicinas ditas “paralelas”, herdadas da
tradição popular dos curandeiros. Nada disso aconteceu. Como saber oculto que
repousa num ritual de conjuração e haurindo sua legitimidade das incertezas da
razão, ela se desenvolveu no mundo inteiro à maneira de um movimento
ecológico-naturalista, com seus adeptos, suas escolas divergentes, suas cisões,
seus “medalhões”, e sobretudo suas cerimônias terapêuticas: ingestão sublingual
do remédio em horas fixas, repúdio à menta ou a outras substâncias julgadas
incompatíveis etc. Quanto aos múltiplos estudos que por diversas vezes
apresentaram provas da não-atividade de suas diluições, apenas estimularam seu
sucesso junto a um público cada vez mais numeroso.
Oficialmente legitimada em 1982 e atualmente ensinada nas faculdades de
medicina, a homeopatia é atualmente praticada na França por médicos que não
se julgam de forma alguma charlatães e que, graças a seus diplomas, são
legalmente reconhecidos pelo Estado como autênticos terapeutas.20 E, contudo,
grande parte da corporação médica continua a se opor a essa validação, como
atestam as declarações oficiais da Academia de Medicina: “Não há por que,
escrevia um de seus membros em 1985, oficializar um ensino cujas bases não
repousam em dados científicos. Será que amanhã teremos que oficializar a
varinha de condão como instrumento diagnóstico ao lado do estetoscópio e a
imposição das mãos como procedimento terapêutico?” E também: “Os médicos
paralelos constituem um retrocesso que remete a uma era pré-científica da
humanidade.” 21
A homeopatia, portanto, é para a medicina científica o que movimentos
carismáticos são para a religião: uma crença que imita a verdade. “Pouco
importa, escreve Thomas Sandoz, a fragilidade das lendas terapêuticas que
acompanham a homeopatia … Esta simboliza perfeitamente uma tentativa
legítima e bem-sucedida de restituir aos pacientes e aos clínicos o sentimento de
serem social e medicamente ativos. É bem pouco para as ciências médicas, mas
crucial do ponto de vista da psicologia da saúde.” 22
Durante dois séculos, todas as políticas ditas de “saúde pública” permitiram
à medicina científica afirmar sua superioridade sobre todas as outras terapêuticas
– mágicas, culturais, esotéricas – sem nunca conseguir erradicá-las.
Sob esse aspecto, a homeopatia não é a única medicina “paralela” ou
“alternativa” a ter sido implantada de forma tão espetacular nos países
democráticos, onde a ciência médica supostamente teria encontrado um
acolhimento racional junto a todas as camadas da sociedade. Na realidade, de
quinze anos para cá a busca da auto-estima e do desenvolvimento pessoal vem se
tornando uma das questões primordiais da cultura do narcisismo, que caracteriza
as classes médias das sociedades ocidentais. Nesse contexto, a saúde não se
define mais apenas como o “silêncio dos órgãos” – ausência de doença ou
enfermidade –, mas como um estado de bem-estar físico, social e mental que
teria como horizonte fantasístico o acesso à imortalidade.
Não surpreende portanto que as grandes políticas de saúde pública, ligadas a
uma concepção experimental da medicina, tenham ampliado o poderio de um
grande mercado da ilusão terapêutica. Vistos como objetos cujo corpo é
silenciosamente explorado, ou tratados como doentes às voltas com a loucura de
seus neurônios ou de seus genes, vários sujeitos doentes, aterrados à idéia de uma
perda de si, voltaram-se ora para as seitas, ora para as psicoterapias, ora para as
múltiplas medicinas paralelas, naturais ou alternativas, atualmente em plena
expansão. Esoteristas, curandeiros, iridólogos, massagistas, magnetizadores,
astrólogos, adeptos do jejum ou da terapia pela urina, naturopatas, colocadores
de ventosas, canceroterapeutas pelas ervas, vendedores de cápsulas gelatinosas
milagrosas ou pílulas de rejuvenescimento rivalizam nas receitas, pretendendo se
encarregar de toda a miséria de uma sociedade doente de seu progresso e vítima,
em função da mercantilização do mundo, do desespero identitário.23
Essa espetacular cultura da ilusão terapêutica caracterizase, sobretudo na
França, pela criação de grupos ou redes cujas poções, pomadas e cápsulas são
acolhidas com fervor por diversas revistas, aliás, do mesmo modo que os
tratamentos da medicina científica: Santé Magazine, Présentation Santé,
Prévention Santé, Plantes et Médecines, Médecines Nouvelles etc. Entretanto,
produziu-se uma mudança importante entre o final do século XX e o início do
XXI. Em 1984, era o livro da cantora Rika Zaraï, Minha medicina natural, que
recebia, contra a medicina dita “oficial”, a atenção de um público popular, ao
passo que em nossos dias é no livro de um psiquiatra, formado no hospital de
Sahady side da Universidade de Pittsburgh e professor de terapia cognitiva no
Centro Hospitalar Universitário (CHU) de Ly on, que os consumidores da ilusão
terapêutica podem descobrir, deliciados, receitas contra o “mal de viver” dignas
dos mais famosos curandeiros dos tempos antigos.
2 A Société Psy chanaly tique de Paris (SPP), a Association Psy chanaly tique de
France (APF), ambas filiadas à International Psy choanaly tical Association
(IPA), fundada por Sigmund Freud em 1910, bem como a Organisation
Psy chanaly tique de Langue Française (OPLF), a Association Lacanienne
Internationale (ALI) e a Société de Psy chanaly se Freudienne (SPF). Apenas a
École de la Cause Freudienne (ECF), fundada por Jacques-Alain Miller e apoiada
principalmente por Bernard-Henri Lévy, Jean-Claude Milner, Cathérine Clément,
Philippe Sollers e Jack Lang, recusou-se a se associar a este ato, ao qual, na
seqüência, três sociedades se vincularam: Espace Analy tique (EA), a
International des Fórums du Champ Lacanien (IFCL) e a Fondation Européenne
de Psy chanaly se, sobre um total de 5.000 recenseados nos anuários e de 6.000
incluindo os não-inscritos. Estavam presentes a essa reunião, da qual publiquei o
verbatim em Le Nouvel Âne (3 jan 2004): Marilia Aisenstein, Gérard Bazalgette,
Edmundo Gómez Mango, Patrick Guy omard, Claude Landman, Lilia Mahjoub,
Charles Melman, Jacques Sédat, eu própria, Jean-François Mattei, ministro da
Saúde, e seu assessor Alain Corvez. Um manifesto de fevereiro de 2004, lançado
por iniciativa de René Major, Michel Plon, Erik Porge, Franck Chaumon, Pierre
Bruno, Pierre Marie, Cécile Drouet, Guy Lérès e Sophie Aouillé, conclamou os
psicanalistas independentes a recusarem esse ato, colhendo 500 assinaturas. Cf.
L’Humanité, 29 mar 2004.
3 Cf. Elisabeth Roudinesco, “La liste de Lacan”, Revue de la BNF, out 2003.
17 Cf. Jacques Leonard, La médecine entre les pouvoirs et les savoirs, Paris,
Aubier, 1981.
34 Cf. Michel Foucault, La volonté de savoir, Paris, Gallimard, 1976 [ed. bras.:
História da sexualidade, vol.1, A vontade de saber, São Paulo, Graal, 2003].
1 Daniel Hake Tuke (1827-95): bisneto de William Tuke (1732-1822), ele próprio
fundador da psiquiatria inglesa, pertencia a uma longa linhagem de clínicos
filantropos adeptos, como o médico francês Hippoly te Bernheim (1840-1919), da
idéia de tratar as doenças psíquicas através da fala. As doenças ditas “psíquicas”
– ou doenças “dos nervos”– são tradicionalmente denominadas neuroses
(histeria, angústia, obsessões) e são da alçada da psicoterapia, ao passo que as
doenças ditas “mentais”, isto é, as psicoses (a loucura), dizem antes respeito à
psiquiatria, bem como as doenças ditas do humor (melancolia, depressão).
Denomina-se “psiquiatria dinâmica” ou “psicodinâmica” o conjunto das
escolas e correntes que se dedicam à descrição e à terapia de todas essas
“doenças” segundo uma perspectiva dinâmica, isto é, fazendo intervir um
tratamento psíquico ao longo do qual instaura-se uma relação transferencial entre
o terapeuta e o doente (psicoterapia, psicanálise, psiquiatria, psicologia clínica).
Quando a psiquiatria se pretende puramente biológica ou organicista – como é
hoje o caso, com a preponderância de tratamentos farmacológicos – ela sai do
domínio da psiquiatria dinâmica.
Surgida em 1896, a psicologia clínica é uma prática terapêutica popularizada
na França por Pierre Janet (1859-1947) e por seus herdeiros. Derivando de uma
abordagem psicodinâmica, ela baseia-se na entrevista direta e no exame do caso
a partir da observação das condutas individuais. É ensinada na universidade – no
âmbito dos estudos de psicologia – e seus praticantes são titulares de diplomas
reconhecidos pelo Estado, do mesmo modo que os psiquiatras, formados na
faculdade de medicina. Assim como os psicanalistas, os psicoterapeutas podem
ser titulares de diplomas reconhecidos mas sua formação específica é realizada
em associações privadas, reconhecidas ou não pelo Estado de acordo com os
países. Cf. Henri F. Ellenberger, Histoire de la découverte de l’inconscient (1970),
Paris, Fay ard, 1994. A questão da psicologia clínica é tratada no cap.IV do
presente volume, e a do reconhecimento da psicologia pelo Estado no cap.V. Cf.
também os anexos.
2 Sobre a questão da classificação, remetemos aos anexos do presente volume.
3 Cf. Jean Cottraux, Les visiteurs du soi: à quoi servent les psys, Odile Jacob,
2004. O leitor encontrará em anexo uma tentativa de classificação dessas
escolas.
16 Phy llis Chesler, Les femmes et la folie (1972), Paris, Pay ot, 1979.
49 Lembremos que Freud achava que sua disciplina devia permanecer “livre” e
nunca se enfeudar num poder médico ou religioso qualquer: nem os médicos,
nem os padres. A luta em prol da análise dita “leiga” dividiu durante um século o
movimento psicanalítico mundial.
50 Trata-se da emenda Accoy er-Giraud-Mattei, de que falei no cap.I.
8 Alain Vivien, Les Sectes, op.cit., p.32; e Jean-Marie Abgrall, La mécanique des
sectes, op.cit., p.78.
19 Cogumelo alucinógeno.
23 Citado por Renaud Marhic e Emmanuel Besnier, Le New Age, op.cit. Cf.
também Laura Winkler (astróloga e terapeuta do “desenvolvimento pessoal”),
L’Ère du Verseau: défis pour les temps à venir, Paris, Trois Moutons, 1999.
24 Cf. Michel Lacroix, Le spiritualisme totalitaire: le New Age et les sectes, Paris,
Plon, 1995.
28 Depois de ter sido dirigido, até 1996, por um adepto da seita IVI, a revista
Psychologies, reformulada por Jean-Louis Servan-Schreiber, é atualmente o
principal vetor das novas terapias na França. Cf. Dominique Mehl, La bonne
parole, Paris, La Martinière, 2003.
17 Entre os quais filósofos e escritores tão pouco “sérios” quanto Thomas Mann,
Theodor Adorno, Romain Rolland, André Breton, Pierre-Jean Jouve, Jacques
Derrida, Christian Jambet, Gilles Deleuze, Michel Foucault etc.
18 Jean Cottraux, autoperito das terapias que pratica, chega a designar o cientista
vienense com o apelido de “Sigmund Fraude”. Cf. Les visiteurs du soi, op.cit.,
p.140.
34 Criado por Serge Leclaire em 1969, dirigido em seguida por Lacan em 1974,
e depois por Jacques-Alain Miller, o Departamento de Psicanálise da
Universidade de Paris-VIII (Saint-Denis) é integrado ao de Filosofia. Como
conseqüência, os clínicos ali formados, caso não sejam, além disso, detentores de
diplomas de psicologia ou de medicina, não podem ser qualificados como
profissionais da saúde. Assim, são considerados “charlatães” tanto pelos
freudianos hostis ao lacanismo como pelos psicólogos antifreudianos, adeptos das
figas e dos amuletos, formados no centro Georges-Devereux, na mesma
universidade, ou os fanáticos das TCC, que consideram impostores todos os
freudianos.
6 Cf. Michel Plon, “Une place introuvable”, in La psy chanaly se: chercher,
inventer, réinventer (coletivo), Ramonville-Saint-Agne, Érès, 2004.
10 Cf. Marilia Aisenstein, “La psy chanaly se va mieux”, Libération, 9 mar 2004.
13 Foram com efeito os psicanalistas que elaboraram o DSM. Cf. Stuart Kirk e
Herb Kutchins, Aimez-vous le DSM? Le triomphe de la psy chiatrie américaine
(Nova York, 1992), Le Plessis-Robinson, Sy nthélabo, col. Les Empêcheurs de
Penser en Rond, 1998, e Elisabeth Roudinesco, Pourquoi la psy chanaly se?, op.cit.
15 Psy choanaly tic Consortium, documento fundador. Cf. também Paola Mieli,
“Quelques considérations relatives au rapport du Psy choanaly tic Consortium sur
la formation psy chanaly tique. Lettre ouverte aux collègues américains”, inédita
[publicado no Brasil in Coutinho Jorge, Marco Antonio (org.), Lacan e a
formação do psicanalista, Rio de Janeiro, Contracapa, 2004].
Juro, por Apolo médico, por Esculápio, Hígia e Panacéia, e tomo como
testemunhas todos os deuses e todas as deusas, cumprir, seguindo o meu poder e
minha razão, o juramento e o compromisso que se seguem:
1. Estimar, tanto quanto a meus pais, aquele que me ensinou esta arte.
Partilharei com ele meus bens e, se necessário, proverei suas necessidades.
Considerarei seus filhos como irmãos e, caso desejem aprender medicina, eu a
ensinarei sem remuneração nem compromisso escrito.
2. Transmitirei os preceitos, lições orais e todo o restante do ensino a meus
filhos, aos de meu mestre e aos discípulos ligados por um compromisso e um
juramento de acordo com a lei médica, mas só a estes.
3. Aplicarei o regime dos doentes em benefício deles, segundo minhas forças e
meu juízo, e abster-me-ei de todo mal e toda injustiça.
4. A ninguém administrarei veneno ainda que me peçam, e não tomarei a
iniciativa de tal sugestão; da mesma forma, não administrarei substância abortiva
a nenhuma mulher.
5. Passarei minha vida e exercerei minha arte na inocência e na pureza.
1. Medicinas arcaicas
Medicina faraônica
Medicina meso-americana
Medicina chinesa
Medicina indiana (Ay urveda)
Medicina grega pré-hipocrática
5. Escolas de psicoterapia
Setecentas denominações no mundo, 50 na França, 7.500 profissionais, dos
quais 500 psiquiatras e 1.000 psicólogos. Setenta e cinco por cento deles praticam
a psicanálise, 70 institutos de formação, dos quais cerca de 30 agrupam-se em
duas federações (FFdP, AFFOP). Lista não exaustiva.
A. Psicoterapias arcaicas ou clássicas:
Magnetismo fluídico (Franz Anton Mesmer)
Magnetismo simples (Puy ségur)
Hipnotismo
Sugestão
Método catártico
Sexoterapia (derivada da sexologia)
Sonho orientado’
B. Psicoterapias psíquicas ou psicocorporais, derivadas ou dissidentes da
psicanálise, conhecidas também como “novas terapias”:
Psicodrama
Psicossíntese
Logoterapia
Training autógeno
Terapia familiar dita “sistêmica”
Gestalt-terapia
Análise transacional
Nova Era (movimento)
Psicoterapia Morita
Ashram*
Psicoterapia funcional
Abordagem centrada na pessoa
Hipnoterapia dita “ericksoniana”
Análise psico-orgânica
Sophia-análise
Rebirth*
EmetAnálise
Arteterapia
Psicogenealogia
Programação neurolingüística (PNL)
Kinesiologia*
Massagem sensitiva
Energia específica para uma ecologia relacional essencial (ESPERE)
Afirmação de si
Vegetoterapia
Morfoanálise
Método Vittoz
Grito primal
Bioenergética
Análise caracterial (Wilhelm Reich)
Análise bioenergética (Alexander Lowen)
Co-conselho/apoio mútuo
Rolfing
Sofrologia
Amorologia
Relaxamento (7 métodos)
Counselling
Coaching
Haptonomia
C. Terapias do comportamento ditas também terapias cognitivo-
comportamentais (TCC). Na França: 532 profissionais, na maioria psiquiatras,
agrupados em duas associações:
Modificação do comportamento
Deprogramming
Debriefing
Dessensibilização pelos movimentos oculares
Gestão do estresse
Terapia cognitivo-analítica
Terapia comportamental
Terapia cognitivo-comportamental
Terapia dialético-comportamental
Terapia comportamental e cognitiva pela realidade virtual
Entre 1983 e 1999 foram recenseadas na França 172 seitas, 500.000 pessoas
tendo sido tocadas pelo fenômeno:
1. Classificação geral:
Movimentos satânicos e apocalípticos
Grupos neopagãos
Movimentos ocultistas
Movimentos orientalistas
Igreja evangélica
Grupos curandeiros
Linguagem e Psicanálise,
Lingüística e Inconsciente
Freud, Saussure, Pichon, Lacan
Michel Arrivé
Fundamentos da Psicanálise
De Freud a Lacan
vol.1: As bases conceituais
Marco Antonio Coutinho Jorge (série especial)
Freud e a Sexualidade
O desvio biologizante
Jean Laplanche
Escritos Clínicos
Serge Leclaire
Introdução à Obra de
Françoise Dolto
Michel H. Ledoux
O Nomeável e o Inominável
A última palavra da vida
Maud Mannoni
A Alucinação
e outros estudos lacanianos
J.-D. Nasio
A Histeria
Teoria e clínica psicanalítica
J.-D. Nasio
Introdução às Obras de Freud,
Ferenczi, Groddeck, Klein,
Winnicott, Dolto, Lacan
J.-D. Nasio (dir.)
O Olhar em Psicanálise
J.-D. Nasio
Psicossomática
As formações do objeto a
J.-D. Nasio
Sujeito e Singularidade
Ensaio sobre a construção da diferença
Olandina M.C. de Assis Pacheco
A Foraclusão
Presos do lado de fora
Solal Rabinovitch
Eros e Verdade
Lacan, Foucault e a questão da ética
John Rajchman
A Ética da Diferença
Um debate entre psicanálise e antropologia
Doris Rinaldi
A Força do Desejo
O âmago da psicanálise
Guy Rosolato
Pulsão e Linguagem
Esboço de uma concepção psicanalítica do ato
Ana Maria Rudge
As Dimensões do Gozo
Do mito da pulsão à deriva do gozo
Patrick Valas
Título original:
Le patient, le thérapeute et l'État
Leader, Darian
9788537814178
136 páginas
Com prosa simples e fluente, destinada tanto aos especialistas quanto ao público
geral, o autor de O que é loucura? critica a generalização dao diagnóstico da
bipolaridade.
Roudinesco, Elisabeth
9788537805343
888 páginas
Longo, Leila
9788537804971
73 páginas
Hilton, Lisa
9788537815687
412 páginas
Filha de Henrique VIII e Ana Bolena, Elizabeth I foi a quinta e última monarca
da dinastia Tudor e a maior governante da história da Inglaterra, que sob seu
comando se tornou a grande potência política, econômica e cultural do Ocidente
no século XVI. Seu reinado durou 45 anos e sua trajetória, lendária, está envolta
em drama, escândalos e intrigas.
Escrita pela jornalista e romancista inglesa Lisa Hilton, essa biografia apresenta
um novo olhar sobre a Rainha Virgem e é uma das mais relevantes contribuições
ao estudo do tema nos últimos dez anos. Apoiada em novas pesquisas, oferece
uma perspectiva inédita e original da vida pessoal da monarca e de como ela
governou para transformar a Inglaterra de reino em "Estado".
Aliando prosa envolvente e rigor acadêmico, a autora recria com vivacidade não
só o cenário da era elisabetana como também o complexo caráter da soberana,
mapeando sua jornada desde suas origens e infância - rebaixada de bebê real à
filha ilegítima após a decapitação da mãe até seus últimos dias.
"Ao mesmo tempo que analisa com erudição os ideais renascentistas e a política
elisabetana, Lisa Hilton concede à história toda a sensualidade esperada de um
livro sobre os Tudor." The Independent
Castells, Manuel
9788537811153
272 páginas
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