Espaço Tridimensional - R3 PDF
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A novidade aqui é o produto vetorial u × v, entre dois vetores u e v que dá um vetor.
Definição 3.1 Se u = (u1 , u2 , u3 ) e v = (v1 , v2 , v3 ), o produto vetorial de u por v é definido como
sendo o vetor
u × v = (u2 b3 − u3 b2 , a3 b1 − a1 b3 , a1 b2 − a2 b1 )
Ao invés de memorizar esta definição de produto vetorial, o que é uma coisa bem penosa, utiliza-se
o determinante
i j k
u1 u2 u3 = u2 u3 i − u1 u3 j + u1 u2 k
v2 v3 v1 v3 v1 v2
v1 v2 v3
Mostra-se facilmente que o vetor u × v é ortogonal a u e a v, isto é,
(u × v) · u = 0 e (u × v) · v = 0
Assim, o vetor n = u × v é perpendicular ao plano formado por u e v. O sentido deste vetor é
determinado pela regra da mão direita: sendo o vetor u dado pelo indicador girando sobre o dedo
médio sendo o vetor v, o polegar apontará no sentido do vetor n.
Da mesma forma, no espaço uma reta L é determinada por um ponto dado P0 = (x0 , y0 , z0 ) e
uma direção dada u = (u1 , u2 , u3 ) e, assim, suas equações paramétricas são:
x = x 0 + u1 t
y = y0 + u2 t
z = z0 + u 3 t
onde t ∈ R. A equação vetorial da reta L é dada por
P = P0 + tu
n · (P − P0 ) = 0
e, portanto,
(a, b, c) · (x − x0 , y − y0 , z − z0 ) = 0
ou seja,
a(x − x0 ) + b(y − y0 ) + c(z − z0 ) = 0
que é a equação cartesiana do plano que passa pelo ponto P0 = (x0 , y0 , z0 ) e tem como vetor normal
n = (a, b, c).
4
Exemplo 3.1 Determinar a equação do plano que passa pelos pontos A = (1, 0, 2), B = (0, 2, 1) e
C = (0, 0, 3).
x = 1 + 2t , y = 2 + t, z = −1 − 2t
com o plano 2x + y + 4z = 1.
Solução: A reta r encontra o plano no ponto P = (1 + 2t, 2 + t, −1 − 2t) para algum valor de t, se
suas coordenadas satistazem a equação do plano, isto é, se
1 1 5 1
Logo, t = − e P = ( , ,− )
3 3 3 3
5
575 673
3.8.1 Cilindros
Um cilindro é uma superfı́cie gerada por uma reta (geratriz) que desliza sobre uma curva plana dada
(diretriz) sempre paralela a uma reta dada.
Aqui veremos cilindro com a diretriz contida em um dos planos coordenados e a reta dada ou
geratriz perpendicular a este plano. Neste caso, suas equaçção será a mesma da diretriz como veremos
nos exemplos a seguir.
x2 + y 2 = 4
Exemplo 3.6 Considere a diretriz z = y 2 . Neste caso a geratriz é perpendicular ao plano zy e gera
a superfı́cie 3.8 . Observe que qualquer ponto P = (x, y, z) do cilindro projetado sobre o plano zy
está na parábola z = y 2 e tem coordenadas P 0 = (0, y, z). Assim, a equação do cilindro independe da
variável x e sua equação é a equação da diretriz, ou seja,
z = y2
y2
Exemplo 3.7 (a) Determinar as equações paramétricas da elipse E interseção do cilindro x + =
2
√ 4
1 com o plano x + 2y + z = 6 2
7
√ √ !
2 √ 7 2
(b) Determinar as equações paramétricas da reta tangente à elipse E no ponto T = , 2,
2 2
Solução: (a) A figura abaixo mostra a elipse E no espaço, interseção das duas superfı́cies.
Para encontrar as equações paramétricas da elipse E, considere um ponto P = (x(t), y(t), z(t))
8
y2
de E. As coordenadas x(t) e y(t) de P pertencem à elipse x2 + = 1, que é a projeção de E no
4
plano xy. Assim, sua parametrização pode ser
x(t) = cos(t) y(t) = 2 sen (t) para 0 ≤ t ≤ 2π
e
√
A coordenada z = z(t) pertence ao plano x + 2y + z = 6 2, logo
√
z(t) = 6 2 − cos(t) − 4 sen (t)
(b) Para determinar as equações paramétricas da reta tangente à elipse E, precisamos √ do vetor
que dá a direção da reta, que neste caso é a derivada do vetor r(t) = (cos(t), 2 sen (t), 6 2 − cos(t) −
4 sen (t)), i.e., v(t) = r0 (t) = (− sin(t), 2 cos(t), sen (t) − 4 cos(t)), calculado no ponto T . Para isto
precisamos saber o valor do parâmetro t quando r(t) = T , ou seja:
√
2
cos(t) =
√2
2 sen (t) = 2
√
√ 7 2
6 2 − cos(t) − 4 sen (t) =
2
√ √ !
π π 2 √ 2
Vê-se facilmente que t = . Assim, o vetor tangente será v( ) = − , 2, −3
4 4 2 2
ficando, assim, mais fácil sua representação gráfica. Seus eixos, como veremos, são coincidentes com
os eixos coordenados. Se alguma das constantes C, D e F forem não nulas, teremos uma superfı́cie
com eixos rotacionados.
Veremos a representação gráfica destas quádricas para D = E = F = 0. Nestes casos a equação
Ax2 + By 2 + Cz 2 + Gx + Hy + Iz + J = 0
pode ser reduzida à Ax2 +By 2 +Cz 2 +J = 0 através de uma translação, simplesmente completando-se
os quadrados na equação dada.
Para se esboçar o gráfico de uma superfı́cie no espaço, quando não temos um computador à nossa
disposição, o que fazemos é determinar as interseções da superfı́cie com os planos coordenados x = 0,
y = 0 e z = 0. Tais curvas, assim obtidas, são chamadas de bf traços da superfı́cie.
x2 y 2
1. Elipsóide: + + z2 = 1
4 9
x2 y2
Solução: Fazendo z = 0, obtemos no plano xy o traço 4
+ 9
= 1, que é a equação de uma
elı́pse (curva azul na figura 3.11).
y2
Fazendo x = 0, obtemos no plano yz o traço 9
+ z 2 = 1, que é outra elı́pse (curva vermelha
na figura 3.11).
x2
Para y = 0. obtemos no plano xz, o traço 4
+ z 2 = 1, que é outra elı́pse (curva verde na figura
3.11).
Com estas três curvas já é possı́vel se ter uma idéia e fazer um esboço do gráfico da superfı́cie.
Caso contrário, continuamos fazendo interseções com planos paralelos aos planos coordenados.
Por exemplo, ao fazer interseções com planos z = k, obtemos elı́pses para −1 ≤ k ≤ 1. Pois
para k ≤ −1 e k ≥ 1 não temos interseções.
x2 y 2 x2 y2
+ =1−k ⇔
2
+ =1
4 9 4(1 − k 2 ) 9(1 − k 2 )
x2 y 2
2. Hiperbolóide de uma folha: + − z2 = 1
4 9
2 2
Solução: Fazendo z = 0, obtemos a elı́pse x4 + y9 = 1 Fazendo as interseções com os planos
coordenados x = 0 e y = 0, obtemos, respectivamente os traços:
y2
− z2 = 1 : hipérbole no plano yz
9
x2
− z2 = 1 : hipérbole no plano xz
4
10
x2 y2
Figura 3.12: Hiperbolóide de uma folha
4
+ 9
− z2 = 1
x2 y 2 x2 y2
+ = 1 + k2 ⇔ + =1
4 9 4(1 + k 2 ) 9(1 + k 2 )
com isto obtemos a superfı́cie chamada Hiperbolóide de uma folha.
4x2 + y 2 = k 2 − 1
y2 z2 4x2 z2
−y 2 + z 2 = 1 + 4k 2 ⇔ − + =1 e − + =1
1 + 4k 2 1 + 4k 2 1 + k2 1 + k2
O que nos dá a figura:
y2
4. Parabolóide Elı́ptico: z = x2 +
4
Solução: A interseção com o plano z = 0,
y2
x2 + =0⇒x=y=0
4
11
o que nos dá apenas o ponto O = (0, 0). A interseção com planos paralelos ao plano xy,
z = k > 0, nos dá os traços:
y2 x2 y2
x2 + =k⇔ + =1
4 k 4k
que são elı́pses nos planos z = k, para todo k > 0. A interseção com os planos coordenados
2
x = 0 e y = 0, são parábolas z = y4 e z = x2 , respectivamente. Com isto, obtemos a figura: O
que nos dá a figura:
y2
Figura 3.14: Parabolóide Elı́ptico z = x2 + 4
x2 y 2
5. Parabolóide Hiperbólico - Sela z = − +
4 9
Solução: O traço obtido pela interseção com o plano coordenado z = 0,
x2 y 2 y2 x2 3 x2
− + =0⇒ = ⇒y=±
4 9 9 4 2 4
que é um par de retas.
y2 2
O traço no plano x = 0 é a parábola z = 9
e o no plano y = 0 é a parábola z = − x4 .
Com apenas estas quatro curvas fica difı́cil esboçar o gráfico da quádrica. Então, fazemos seções
com planos z = k, que são paralelos ao plano xy, obtendo
x2 y 2 x2 y2
− + =k⇔− + =1
4 9 4k 9k
que são hipérboles. Quando k > 0, temos hipérboles no plano z = k voltadas para o eixo y e
quando k < 0 temos hipérboles voltadas para o eixo x, obtendo assim a figura:
12
x2 y 2
Figura 3.15: Parabolóide Hiperbólico - Sela z=− +
4 9
x2 + y 2 = 0 ⇒ x = y = 0
o que nos dá apenas o ponto O = (0, 0). O traço no plano y = 0, nos dá um par de retas
z 2 = x2 ⇒ z = ±x
z 2 = y 2 ⇒ z = ±y
As interseções com planos z = k são circunferências de raio k nestes planos. Assim, obtemos o
seguinte gráfico
Ax2 + By 2 + Cz 2 + Gx + Hy + Iz + J = 0
(x − x0 ) + (y − y0 ) + (z − z0 ) = r2
onde o ponto O = (x0 , y0 , z0 ) é o seu centro e r seu raio. Observe que se o seu centro O =
(0, 0, 0), seus traços são circunferências com centro na origem e raio r. Assim, a esfera com
centro em (x0 , y0 , z0 ) é uma translação da esfera com centro na origem através das equações:
x0 = x − x 0 , y 0 = y − y0 , z 0 = z − z4
3.8.3 Exercı́cios
Exercı́cio 3.1 Determine as equações paramétricas da reta L, interseção dos planos 2x + y + 3z = 1
e x − 4y − 2z = 1
(b) determine
√ as equações paramétricas da reta tangente à curva C no ponto
√ √
P = 4 , 2 , 16 − 3 2 .
2 2
Figura 3.19:
Exercı́cio 3.5 Um objeto descreve uma trajetória no espaço com vetor posição r(t) = (t cos(t), t sen (t), t).
π
Encontre sua velocidade para t = 6
Faça um esboço da curva descrita pela sua trajetória e a interpretação geométrica do seu vetor
velocidade encontrado em (a).
Exercı́cio 3.6 Parametrize a trajetória de uma partı́cula que se desloca no espaço a partir do ponto
xo , yo , zo mantendo-se paralela ao vetor v = (a, b, c).
(b) Esboce os caminhos sobre os quais os pássaros se movem. Determine, caso exista, o ponto no
qual estes caminhos se cruzam.
(d) Se o primeiro pássaro parte do ponto (1, 2, 3), determine a distância percorrida por ele após duas
horas.
Exercı́cio 3.8 Um pássaro voa segundo uma curva definida por σ(t) = (x(t), y(t), z(t)), de modo
que σ 00 (t) + 2σ 0 (t) − 3σ(t) = (cos t, 4, 4e−3t ), partindo do ponto inicial (0, 1, 3), com velocidade vetorial
inicial (0, 5, 4). Determine a posição do pássaro em cada instante t .
Exercı́cio 3.9 A posição de um objeto A em cada instante t (horas) é dada por σ1 (t) = (300t, 1670t+
10t2 , 500 + 60t) (km) e a de outro objeto B é dada por σ2 (t) = (100 + 100t, −80 + 1840t, 280t).
Pergunta-se:
Exercı́cio 3.10 Uma partı́cula, partindo do ponto B = (0, 0, 1), percorre uma curva cujo vetor
posição é dado por σ(t) = (x(t), y(t), z(t)), de modo que sua velocidade σ 0 (t) = (y(t), t − x(t), 0), para
todo t ∈ [0, 2π].
15
Exercı́cio 3.11 Um carro percorre uma curva cuja posição em cada instante é dada por σ(t) =
(x(t), y(t), z(t)) de modo que sua aceleração é σ 00 (t) = 2σ 0 (t) − σ(t), para todo t ∈ R. Sabendo-se que
ele parte do ponto P = (1, 0, 1) e com velocidade inicial v0 = (2, 1, 2):
(b) Verifique se existe uma reta tangente à curva que seja paralela à reta (x, y, z) = (1, 2, 3) +
t(1, 0, 3).
(c) passa pelos pontos A = (2, 0, 1), B = (−2, −1, 1) e C = (1, −2, 2)
(d) passa pelo ponto A = (1, −2, 3) e contém a reta de equações paramétricas x = 2t, y = 1 + t e
z = −1 − 2t
Exercı́cio 3.13 Determine as equações paramétricas da reta que passa pelo ponto P = (3, 1, 2) e é
perpendicular ao plano x − 2y + z = 1
Em que ponto esta reta intercepta este plano? e o plano xy?
Exercı́cio 3.14 Identique e esboce o gráfico das superfı́cies destacando os traços com os planos
coordenados:
(a) z = ln y (f ) (z − 2)2 = x2 + z 2
(b) y 2 + (z − 2)2 = 4 (g) −x2 + y 2 − z 2 = 1
(c) y = sen (x) (h) x = 2y 2 + z 2
(d) (x − 2)2 + (y − 1)2 + (z − 3)2 = 4 (i) x = −z 2 + y 2
x2 z2
(e) y 2 = 4x2 + z 2 (j) 4
− y2 + 9
=1