Anais Geopontal 2017
Anais Geopontal 2017
Anais Geopontal 2017
IX Encontro de Geografia do
Pontal - GEOPONTAL
ISSN 2179-0566
2017
IX Encontro de Geografia do Pontal - GEOPONTAL:
Um resgate da Geografia do Triângulo Mineiro e Alto
Paranaíba
ANAIS
Ituiutaba
2017
Realização: Comissão de Infraestrutura:
Arthur Viegas Soares
Gleice Tamires Gomes de Brito
Guilherme Henrique Arantes Freitas
Leonardo Alfaiate Ferreira Borges
Coordenação do evento: Marina Franco Fratari
Profª. Gerusa Gonçalves Moura Matheus Alfaiate Borges
Prof. Hélio Carlos Miranda de Oliveira Paula Cristina Inácio
Profª. Kátia Gisele de Oliveira Pereira
Prof. Rildo Aparecido Costa Apoio:
Pareceristas:
Alesca Prado de Oliveira
Anderson Pereira Portuguez
Antônio de Oliveira Jr.
Arnaldo Ferreira de Araújo Filho Patrocíno
Carlos Roberto Loboda
Emmeline Aparecida Silva Severino
Gerusa Gonçalves Moura
Húrbio Rodrigues de Oliveira Costa
Kátia Gisele de Oliveira Pereira
Laíza Brumano Viçoso
Lucas Alves Pereira
Lucas Bernardo Pereira
Maria Angélica de Oliveira Magrini
Rildo Aparecido Costa Os textos divulgados são de inteira responsabilidade
Roberto Barboza Castanho de seus autores.
Sandra Aparecida da Silva IX Encontro de Geografia do Pontal - GEOPONTAL
Universidade Federal de Uberlândia | FACIP |
Thalita Mendes Pereira Borges
GEOGRAFIA
Tiago Moreira de Oliveira Rua 20, nº 1600 – Bairro Tupã – Ituiutaba/MG – CEP
Vitor Koiti Miyazaki 38304-402
Wattson Estevão Ferreira E-mail: [email protected]
www.facebook.com/geopontal2017
Comissão Científica:
Ana Cristina Araújo Foli
João Victor Freitas Silva
OBJETIVOS
O Curso de Geografia da Faculdade de Ciências Integradas do Pontal, Campus do
Pontal – Ituiutaba, Universidade Federal de Uberlândia, realizou, de 02 a 05 de outubro
de 2017 o IX Encontro de Geografia do Pontal, cujo tema “UM RESGATE DA
GEOGRAFIA DO TRIÂNGULO MINEIRO E ALTO PARANAÍBA” remete para a
importância de se discutir, refletir e conhecer a Geografia e sua evolução teórica e
aplicada na região do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba. Ao propor essa temática, o IX
GEOPONTAL firma seu compromisso de um resgate histórico da Geografia do Triângulo
Mineiro nas suas inúmeras formas e interfaces.
A nona edição do evento, cujo objetivo principal é proporcionar um espaço de
divulgação, discussão e consolidação do conhecimento geográfico da região do Triângulo
Mineiro e Alto do Paranaíba; Sudoeste; e Sul Goiano, além de consolidar e dar
continuidade ao espaço de interlocução e troca de experiências entre os pesquisadores,
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gestores públicos e membros da comunidade que atuam e têm interesse na área da
Geografia e afins.
PÚBLICO-ALVO
Pesquisadores; professores das redes municipal, estadual e federal; discentes dos
cursos de graduação e pós-graduação em Geografia, História, Ciências Biológicas,
Serviço Social, Pedagogia e áreas afins, além de técnicos e gestores.
PROGRAMAÇÃO
08h00 às 11h30
08h00 às 11h30 08h00 às 11h30 08h00 às 11h30
Credenciamento e
Credenciamento Mesa Redonda 2 Minicursos
Minicursos
14h00 às 17h30
Tarde
18h00 às 19h00
Credenciamento 18h00 às 19h00 19h00 ás 22h00
Credenciamento Palestras de
Noite
19h00 às 22h00
19h00 Encerramento
Mesa Redonda 3
Palestra de abertura 19h00
Mesa Redonda 1 Coffee-Break
Coffee-Break
02/10/17 Segunda-feira
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03/10/17 – Terça-feira
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5
04/10/17 – Quarta-feira
05/10/17 – Quinta-feira
Palestras de encerramento:
Desenvolvimento das pesquisas em Geografia Física no Triângulo Mineiro e Alto
Paranaíba
Palestrante: Profª. Drª. Ângela Maria Soares
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Desenvolvimento do Curso de Geografia no Pontal e as Primeiras Pesquisas:
dificuldades e desafios
Palestrante: Prof. Dr. Roberto Barbosa Castanho
Local: Auditório I
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SUMÁRIO
EIXO 1: A CIDADE E SEUS PROCESSOS ESPACIAIS 15
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SEGREGAÇÃO SOCIOESPACIAL URBANA: O CASO DO BAIRRO SHOPPING
PARK EM UBERLÂNDIA – MG
Paulo Henrique Silva de Amorim 119
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9
ANÁLISE DAS CONDIÇÕES DO TEMPO NOS ARREDORES DA UNIDADE II DO
CAMPUS DA UFMS, TRÊS LAGOAS/MS
Paola Vicentini Boni; Isabela Maria Bolognin; Frederico dos Santos Gradella e Adalto
Moreira Braz 207
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A EDUCAÇÃO GEOGRÁFICA E O ENSINO DE GEOGRAFIA: TEORIA E PRÁTICA
Gustavo Araújo de Carvalho e Verônica Amparo Medeiros 308
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USO DE GEOTECNOLOGIAS NO MAPEAMENTO DA ANÁLISE
MORFOMÉTRICA DA BACIA HIDROGRÁFICA DO CÓRREGO SÃO DOMINGOS,
APORÉ (GO)
Vilson Sousa Queiroz Júnior; Dalila Brito de Jesus e Ana Karoline Ferreira dos Santos 378
448
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EIXO 7: O CAMPO E SEUS PROCESSOS ESPACIAIS
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MÉTODOS DE ANÁLISE GEOGRÁFICA E O ESTUDO DO DIREITO À CIDADE:
CAMINHOS POSSÍVEIS
Arnaldo Ferreira de Araújo Filho e Maria Angélica de Oliveira Magrini 531
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EIXO 1
A CIDADE E SEUS
PROCESSOS ESPACIAIS
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RISCO SOCIAL DECORRENTE DA FALTA DE AVALIAÇÃO E
ORIENTAÇÃO EM ACADEMIA DA SAÚDE EM ITUIUTABA (MG)
Jeziel Alves Rezende
Mestre em Geografia – FACIP/UFU
[email protected]
1 INTRODUÇÃO
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de treinamento físico e revendo os processos realizados e pré-estabelecido pelo avaliador
e professor. Para abordagem deste tema basearemos em pesquisas e análise feita por
AZEVEDO (2009), SILVA JÚNIOR (2007), dentre outros.
O ser humano é extremamente complexo em sua formação e único em vários
aspectos, logo, em algumas habilidades e perfis físicos, ele se diferenciará em relação à
homogeneidade do grupo. Ora, sendo assim, é necessário que sejam detectadas as
potencialidades e as dificuldades do avaliado, pois só desta maneira o educador físico terá
subsídios para selecionar e adequar um programa de atividade física e exercícios físicos
coerentes, proporcionando o desenvolvimento anatomofisiológico e saúde, minimizando
os riscos. Com referência aos conceitos de Riscos, recorreremos a BECK (2011),
CASTRO (2005), EGLER (1996).
Como vem acontecendo em muitas cidades do Brasil, o município de Ituiutaba-
Mg foi “privilegiado” pelo Ministério da Saúde via Política Nacional de Atenção Básica
(PNAB) –, (BRASIL, 2011), sendo contemplado com instalação de Academia da Saúde1,
localizada na ‘pista de caminhada’ da Marginal (avenida José João Dib, Ituiutaba – MG).
Este espaço, que já há alguns anos vem sendo utilizado para atividades aeróbicas
como as caminhadas e jogging, é a partir da instalação da estrutura da Academia Saúde,
enriquecidos com a opção de acréscimo dos exercícios. Fato este aparentemente saudável,
mas que carregam em seu bojo alguns riscos, já que há vulnerabilidade por parte de
muitos que a utilizam. Esta vulnerabilidade decorre de serem estes usuários, portadores
de enfermidades e estados anatomofisiológicos nem sempre conhecidos, portanto, não
ideais para tal empreitada.
Como bem colocado por Beck (2011), os agentes da modernização – ciência,
economia e política -, são colocados na desconfortável posição de réu, diante dos indícios
apresentados, riscos iminentes da “intangibilidade” das ameaças modernas.
Os indícios no caso deste estudo são a não avaliação inicial dos usuários, a falta
de orientação na escolha e execução dos exercícios ou estações de musculação, e
1
Academia Saúde é o nome dado a estrutura composta por equipamentos padronizados na forma de
estações/módulos para exercícios físicos de grupos musculares específicos, usando o próprio peso corporal
como resistência ativa.
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principalmente a não presença de profissional de Educação Física no local para a
assistência necessária, ou seja, o risco a saúde e por vez até o risco de morte!
O presente estudo teve como finalidade realizar levantamento de conceitos e
posicionamentos, que posteriormente foram inter-relacionados formando uma breve
teoria sobre os riscos anatomofisiológicos e riscos sociais advindos do uso de Academia
da Saúde, na cidade de Ituiutaba-MG., sem atender os procedimentos legais e corretos de
tal atitude.
2 CONCEITO DE RISCO
O risco não resulta necessariamente no que ele tem expressado como alerta, pois
por vez, não apresenta o resultado prognosticado, ele apenas expressa possibilidades que
podem ser efetivas se não fizemos alguma coisa no intuito de reverter os indicativos. Por
isso, reforçamos a ideia de que ele tem sempre o caráter de um alerta que mobiliza
argumentativamente a imaginação de movimentos. (DAGNINO, 2007).
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Devido a inconstância de termo temos hoje variados classificações sobre os
Riscos, mas procuraremos descrever sucintamente quatro que aparecem em destaque na
literatura sobre o tema: os riscos naturais, os riscos tecnológicos, os riscos ambientais e
os riscos sociais.
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Ao levantarmos as questões sobre o risco social, acompanhamos as ideias de
Carneiro e Veiga (2004) que explicitam que vulnerabilidades e riscos direcionam as
noções de carências e de exclusão. Pessoas, famílias e comunidades são vulneráveis
quando não dispõem de recursos materiais e imateriais para enfrentar com sucesso os
riscos a que são ou estão submetidas, nem de capacidades para adotar cursos de
ações/estratégias que lhes possibilitem alcançar patamares razoáveis de segurança
pessoal/coletiva. (Grifo do autor).
O Grifo acima reforça a reflexão ao que este estudo se presta, qual seja, o estudo
de Risco Social com base em elementos derivados do não cuidado com a saúde, expresso
pela condição inadequada de execução de atividades físicas, devido a falta de avaliação e
orientação.
As questões relacionadas a avaliação, prescrição, acompanhamento de
exercícios físicos, sejam eles resistivos, aeróbicos de grande duração ou anaeróbicos são
parte do que podemos chamar de cuidados com a segurança e proteção do homem na
medida em que estes cuidados individuais formam em seu conjunto políticas de cuidado
social.
Necessário é entendemos a subdivisão no referente ao Risco
Anatomofisiológico, pois é a partir dele que outras considerações serão tecidas.
O Risco Anatomofisiológico nada mais é que o perigo ou possibilidade de
problemas de saúde ou morte decorrente do mau funcionamento dos sistemas orgânicos
ao serem colocados em condições muito adversas, em que não houve por parte do
individuo a adaptação.
Para efeito deste texto colocaremos em evidência os fatores biológicos,
compreendidos como o campo do desenvolvimento humano relacionados ao
funcionamento das várias partes anatomofisiológicas que permitem o homem viver, mas
especificamente as relacionadas às mudanças metabólicas e fisiológicas que são
influenciadas pela alteração do nível e intensidade de atividades musculoesqueléticas e
respostas emocionais. (AZEVEDO JUNIOR, 2007)
Estas atividades quando em nível basal fazem com que os sistemas circulatório,
respiratório, sensitivos e locomoção estejam em perfeito equilíbrio, onde existe uma
correlação proporcional entre o necessário para a manutenção e o que se é produzido ou
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oferecido. Exemplificando temos batimento cardíaco entre 60 e 80 Batimentos por
minuto, variável conforme sexo, idade, nível de condicionamento; ritmo respiratório
(inspiração + expiração por minuto) em torno vinte (20) para adultos, sendo um pouco
mais elevado nas crianças.
Todo este equilíbrio é modificado em situações diversas, como por exemplo,
atividade física, emoção diferenciada, problemas de saúde, mudanças ambientais – clima,
etc. Estes desequilíbrios até que são em parte benéficos para o ser humano, na medida em
que estimulam e produzem capacidades adaptativas, que conduzirão ao desenvolvimento
e evolução do ser.
Porém esta capacidade adaptativa tem limites, que devem compreendidas e
aceitas, e obedecem a princípios teóricos e práticos já extensamente estudados e
apresentados pela academia. Cabem então ao individuo procurar conhecer parte destes
procedimentos, e com a ajuda de profissionais, estender sua capacidade tanto de
adaptação como de desenvolvimento ao limite correto. (NASCENTE, 2013)
Quando os estímulos e exigência excedem a capacidade adaptativa, a resposta
por parte dos sistemas orgânicos (principalmente o cardiorrespiratório e energético)
entram em pane e desencadeando problemas por vez sérios, citamos por exemplo,
problemas como taquicardia e infartos, Acidente Vaso Cerebral, desmaio, descontrole
metabólico como hipoglicemia, sobrecarga nos sistemas locomotor-postural. Os Riscos
Anatomofisiológicos e Vulnerabilidades biológicas são evidenciados e merecem atenção
já que neste caso, a prevenção e providencias simples podem minimizar os problemas e
perigos para a saúde e vida.
Apesar da maioria dos praticantes de atividades físicas não serem conscientes
da importância da avaliação, estudos têm demonstrado o quanto é relevante a avaliação
física diagnóstica na prescrição de um programa de atividade em conformidade com as
condições físicas dos avaliados. (ALVES; BAPTISTA, 2006)
Com o uso da Cineantropometria2, o profissional de Educação Física, consegue
determinar os pontos deficientes e as necessidades a serem atendidas ou exercitadas, além
de poder intervir de forma correta no volume e intensidade trabalhados, de forma a
2
Cineantropometria é o estudo do tamanho, forma, proporção, composição, maturação e função total do
corpo humano.
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favorecer uma adaptação ideal. Entre os tipos de avaliações que o profissional tem a sua
disposição estão: Avaliação da Aptidão Física, Avaliação da Composição Corporal,
Calculo de I.M.C., e Avaliação Postural.
Para finalizarmos, é importante perceber que, apesar dos conceitos, a utilização
dos riscos como sinalizador de problemas é a convicção de que, ao falarmos em risco,
estamos direta ou indiretamente falando do ser humano individualmente ou em sociedade.
O risco é um objeto social, como afirma Veyret (2007, p. 11):
4 AS ACADEMIAS DA SAÚDE
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➢ Equipamentos de musculação e resistência assistida composta por módulos para
grupos musculares diferenciados, num total de 10 módulos.
➢ Pista para atividades aeróbicas, caminha, jogging e corrida com marcas a cada
100 mts, perfazendo no total de 1100 mts;
➢ Quadro com lembretes e dicas de alongamento;
Além destes elementos a prefeitura disponibiliza iluminação, jardinagem e
limpeza do local. Necessário mencionar que em algumas ocasiões, quando de eventos
específicos, pode-se contar com profissionais de educação física, somente nestes eventos.
A situação mencionada, falta de profissional durante os períodos matutino e
vespertino, contraria a própria orientação da implantação da Academia da Saúde, pois de
acordo com Cartilha Oficial da Academia da Saúde que é documentos oficial firmado em
o Ministério da Saúde e Prefeituras, encontramos a seguinte condição para o
funcionamento dela:
3
De acordo com a lei federal 9696/98, a cargo de fiscalização do CONFEF/ CREF’s, o profissional de
saúde designado deve ser um Profissional de Educação Física registrado junto ao sistema
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são usuários do espaço, Academia da Saúde e foram abordados quando de intervalo entre
série de exercícios ou quando da finalização das atividades do dia.
Foram entregues 50 questionários, divididos em 23 no primeiro dia e 27 no
segundo dia. Dos questionários devolvidos só 44 foram tabulados, já que cinco (5) tinham
inconsistência de dados e um (1) estava em branco.
6 REFLEXÕES E CONSIDERAÇÕES
Prof. Academia
11
Avaliação Eventos
3 Aval outro lugar
30
Nunca Avaliou
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A última pergunta vai ao ponto em questão, saber se há evidência sobre o Risco
Anatomofisiológico/Social, observado pelos usuários da Academia da Saúde,
representado por problemas já relatados por eles ou por outros.
Perguntados: Você conhece alguém ou mesmo você, já teve problemas de saúde
(Tontura, Desmaio, Taquicardia, etc.) enquanto estava fazendo atividades físicas por
aqui?
A - ( ) Sim, conheço alguns casos de problemas
B - ( ) Sim, eu mesmo já tive problemas
C - ( ) Não tive e nem conheço alguém que teve problemas
5 Conheço alguém
7
Já tive Problemas
32
Nunca tive e desconheço problemas
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• Conscientização sobre a necessidade e importância da realização de exames médicos
iniciais, na tentativa de descobrir a vulnerabilidade que se apresenta e desta forma
estruturar os atendimentos que se fizerem necessários.
• Presença do profissional de Educação Física durante o período da manhã e período
da tarde/noite que deverá estruturar as atividades físicas de forma individualizada, e
posterior acompanhamento e reavaliação do trabalho, evitando assim sérios problemas
de saúde.
Os pontos levantados, e por conseguintes sugestões, não encerrar as reflexões e
debates que o tema deve ter nos dias atuais, já que é sabida a necessidade de atividades
físicas regulares e mudanças de hábitos alimentares e de vida para evitar as doenças da
modernidade. Fica aqui apenas a constatação de que todo o processo deve ser feito por
pessoas capacitadas e incluídas verdadeiramente num programa de saúde da população.
REFERÊNCIAS
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http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_ nacional_promocao_saude_3ed.pdf
acessado em 28 de junho 2015
BECK, Ulrich. Sociedade de Riscos 2ed. –São Paulo: 34 Editora, 2011 384p.
FERNANDES FILHO, José: A Prática da Avaliação Física: 2 ed., Shape: RJ, 2003.
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O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO QUE ENRIQUECE E SEGREGA A
POPULAÇÃO DA CIDADE DE JATAÍ (GO)
1 INTRODUÇÃO
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Com o surgimento do capitalismo as cidades tiveram uma modernização na forma
de organização do trabalho e diversas tecnologias apareceram e fez com que muitas
pessoas que moravam na área rural migrassem para as cidades em busca de melhores
condições de vida o que resultou em um crescimento populacional nas áreas urbanas em
uma escala de tempo muito pequena e na maioria das vezes sem nenhum planejamento,
gerando assim diversos impactos socioespaciais nessas cidades.
Segundo Souza (2003), os impactos socioespaciais do crescimento das cidades
são originados por diferentes fatores e resultam em problemas na economia, englobando
problemas de disponibilidade de emprego, moradia, transporte, saúde, educação, etc., e
também impactos ambientais, que estão relacionados à poluição em geral, destinação
final dos lixos domésticos, infraestrutura, além de ampliar a segregação social.
O ambiente urbano por estar no meio de alianças e conflitos entre agentes e atores
sociais ao mesmo tempo é designado espaço de segregação. E segregação de acordo com
Vasconcelos (2013) “é um dos mais discutidos na literatura das ciências sociais.
Segregação tem origem do latim segrego, remetendo-se ao que chamamos de
cerceamento”.
Dessa forma com a urbanização, ou seja, com o crescente aumento de pessoas nas
cidades e mais especificamente nas áreas urbanas resulta não apenas em impactos
socioespaciais, mas também como é afirmado por Santos (2001) e Silveira (2001), ocorre
uma ampliação das fronteiras econômicas, que vem ocorrendo desde o fim do século XX,
o que contribuiu para o território brasileiro tornar-se inteiramente apropriado e ao mesmo
tempo com uma distribuição populacional desigual e uma porção do território com maior
densidade técnica e informacional que outras.
Neste contexto a realização desse trabalho tem por objetivo demonstrar como a
cidade de Jataí (GO) vem se inserindo na dinâmica econômica do estado de Goiás e do
Brasil e destacar suas principais fontes de riqueza que é a produção agropecuária que vem
proporcionando ao mesmo tempo um desenvolvimento econômico e um aumento da
segregação socioespacial na cidade e no município.
Esse estudo se justifica devido a carência de informações e pesquisas sobre as
características demográficas e socioeconômicas na cidade de Jataí (GO), que coloquem
em discussão se existe ou não segregação socioespacial na cidade em análise. Em caso
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positivo, que seja por parte dos órgãos públicos e de toda a sociedade desenvolver
soluções que busquem minimizar a existência desses graves problemas sociais que ocorre
devido a segregação socioespacial.
2 MATERIAIS E MÉTODOS
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De acordo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) 2017, Jataí
começa sua história em setembro de 1836 quando Francisco Joaquim Vilella e seu filho,
José Manoel Vilella, procedentes de Minas Gerais, entraram nos sertões do sudoeste
goiano pelo município de Rio Verde, formando uma fazenda de criação de gado às
margens dos rios Claro e Ariranha. A Fazenda Ariranha foi adquirida em 26 de dezembro
de 1857. Em 7 de agosto de 1864, o município de Rio Verde perde grande parte de seu
território ao ser criada a Freguesia do Divino Espírito Santo de Jataí e apenas em 1885 é
elevado à condição de cidade pela lei estadual nº 56, de 31 de maio de 1885, com a
denominação de Jataí, devido à grande quantidade de mel encontrado na região,
produzido pela abelha de mesmo nome (IBGE, 2017).
A metodologia adotada nessa pesquisa refere-se a uma discussão de questões
sobre o crescente aumento da população jataiense conforme os dados do Censo de 2010
realizado pelo IBGE e relacionando o referente fato com a expansão de 2000 a 2010 da
produção de algumas atividades agrícolas como da produção de soja, cana de açúcar e
milho, que são atividades que proporcionam o desenvolvimento econômico e o aumento
da segregação socioespacial no município.
No desenvolvimento desse estudo foram realizados trabalhos de campo, devido
ao tamanho da área total da área urbana de jataí foram escolhidos oitos bairros no qual
abrangesse os quatros lados: norte, sul, leste e oeste e as principais características
econômicas e socioespaciais, sendo eles: Central, Aimberé, Residencial das Brisas,
Francisco Antônio, Vila Luísa, Cidade Jardim e Jacutinga, conforme mapa 1.
Outro aspecto apresentado nesse estudo foram algumas questões demográficas
de Jataí, como a quantidade populacional que vive na área urbana e rural, o número de
habitantes em cada faixa etária e valor correspondente à população feminina e masculina
da cidade, as quais serão apresentadas no presente trabalho em forma de gráficos e tabelas
conforme os dados obtidos por meio de pesquisas estatísticas do Instituto Mauro Borges
(IMB) e do censo demográfico realizado no ano de 2010 pelo (IBGE).
O presente trabalho teve como base teórica, autores que discutem esta temática
dentre eles: Souza (2003), Santos e Silveira (2001), Silva (2009) e Moyses (2005).
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3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
0a4 5 a 9 10 a 14 15 a 19 20 a 29 30 a 39 40 a 49 50 a 59 60 a 69 70 a 79 80 anos
anos anos anos anos anos anos anos anos anos anos ou mais
Conforme SILVA (2009), apesar de Jataí possuir uma população com menos de
100 mil habitantes, e segundo o IBGE, a mesma é classificada como cidade pequena, e
considera-se que sua influência na região permite inseri-la como uma cidade de porte
médio no contexto do estado de Goiás.
Ao longo da história a cidade de Jataí conquistou um papel fundamental na
dinâmica econômica do estado e mesmo do país, devido na última década de 2000 a 2010,
apresentar um continuo aumento de diferentes produções agrícolas em especial as de
cana-de-açúcar, milho e soja, como pode ser observado respectivamente nas tabelas 1, 2,
3.
Tabela 1. Produção de Cana-De-Açúcar (T)
Período QUANTIDADE
2000 1.500
2001 1.250
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2002 1.750
2003 2.000
2004 1.875
2005 2.500
2006 3.800
2007 3.800
2008 140.000
2009 980.000
2010 1.710.000
2000 357.486
2001 400.585
2002 388.608
2003 540.840
2004 572.995
2005 346.600
2006 467.830
2007 546.000
2008 588.000
2009 537.000
2010 684.000
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Tabela 3. Produção de Soja (T)
Período QUANTIDADE
2000 462.462
2001 483.542
2002 516.641
2003 615.330
2004 597.000
2005 597.000
2006 621.000
2007 606.000
2008 653.400
2009 624.000
2010 642.60
Fonte: Dados do Censo demográfico 2010 (IBGE 2017).
Org: SANTOS, A. K. F (2017).
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3.2 Jataí em Desenvolvimento Econômico ou em Segregação Socioespacial?
A segregação socioespacial é um conceito no qual refere-se a periferização
(exclusão) de pessoas por vários fatores determinantes sendo de diversos modos: dentre
eles: classe social, renda, raças, culturas, faixa etária, etc.
Vasconcelos et al (2013), descreve que uma segregação compulsória imposta às
minorias negras, assim como a reunião preferencial de outros grupos étnicos nas mesmas
localidades, levando assim à formação de diferentes “áreas sociais”. Em seguida, esse
conceito foi transferido para outras realidades, e adjetivos foram adicionados como no
caso de “segregação socioespacial”. Esse conceito foi utilizado para analisar (ou mesmo
denunciar) as desigualdades nas cidades, europeias ou latinoamericanas e foram
utilizados até mesmo para as separações de atividades econômicas.
Na última década (2000 a 2010) o município de Jataí ampliou sua economia e não
apenas com a expansão constante da produção de cana-de-açúcar, milho e soja, mas
também com a instalação das multinacionais como, Louis Dreyfus, Raízen e Nestlé, as
quais proporcionaram um grande aumento de oferta de emprego e de circulação de capital
na presente cidade.
Entretanto o desenvolvimento econômico de Jataí não ocorre de forma igual o que
resulta em uma cidade com uma pequena população com elevada renda e sua grande
maioria com renda muito baixa, sendo que muitos habitantes necessitam de ajuda
governamental para complementar suas necessidades financeiras.
Como por ser observado no mapa 1, a área urbana de Jataí encontra-se num espaço
rico em contradições, marcados por uma distribuição econômica desigual como pode ser
observado em alguns bairros analisados, sendo eles (coloração cinza no mapa): Central,
Francisco Antônio, Aimberé, Vila Luiza, Residencial das Brisas, Cidade Jardim e
Jacutinga.
O bairro Central é caracterizado principalmente pelo comércio, antigos moradores
de Jataí ainda mantêm suas casas neste bairro, no qual possui uma arquitetura antiga,
calçadas irregulares, ruas estreitas. Há uma concentração de instituições públicas e
privadas, como Receita Federal, Bancos, Principais Lojas de Eletroeletrônicos e
Eletrodomésticos, dentre outros: E a população que habita o bairro Central é composta
principalmente por aqueles com uma renda média ou elevada.
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O bairro Cidade Jardim e Jacutinga apresentam uma segregação nítida. O acesso
ao centro da cidade é dificultado pela qualidade de ônibus do sistema de transporte
público. O bairro Cidade Jardim possui características próprias por de ter sido idealizado
pelo Programa Minha Casa Minha Vida destinados as famílias carentes da cidade, sendo
construídas com verbas do governo e da prefeitura municipal (Figura 1).
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A segregação sociespacial que ocorre na cidade de Jataí é definida por Corrêa
(1989) como uma segregação residencial pode ser considerada “de um lado, como
autossegregação e, de outro, como segregação imposta e segregação induzida. ”
Porque só existe segregação porque há pessoas economicamente capazes de
residir onde bem entenderem como é o caso dos bairros como Residencial das Brisas,
Central e outros, devido seu padrão de alto status e, é essa a ideia que defendemos, de que
as pessoas com padrão econômico alto tendem a se homogeneizar de certo modo, com
pessoas do mesmo patamar econômico, que intimamente ligado as condições financeiras
de cada pessoa adquirir seu imóvel.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Para a questão inicialmente levantada na pesquisa foi constatado que existe a
chamada segregação socioespacial na cidade de Jataí que é refletida pela falta de
planejamento urbano, políticas públicas, e a grande especulação imobiliária é o fator
primordial no que diz respeito a essa segregação socioespacial, além da estrutura
socioeconômica que gira em torno do agronegócio.
A segregação socioespacial é um elemento que é influenciado pelo valor do uso
do solo urbano, fazendo com que a população de renda baixa procure bairros mais
afastados para moradia sendo os locais chamados de periferia, no qual acarreta a
dificuldade de acesso ao setor Central no qual está localizado os bancos, prédios
municipais e outros. E a população de renda alta procuram locais apropriados para sua
moradia, como é o caso do bairro Residencial das Brisas e outros.
REFERÊNCIAS
CORRÊA, Roberto Lobato. O Espaço Urbano. São Paulo: Editora Ática, 1989.
SOUZA, Marcelo Lopes de. ABC do desenvolvimento urbano. Rio de Janeiro: Bertrand
Brasil, 2003 p.23-61.
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A PRODUÇÃO DO ESPAÇO URBANO A PARTIR DO PROTAGONISMO DAS
CIDADES
1 INTRODUÇÃO
1
Agradecimento em especial à FAPEMIG pelo apoio financeiro.
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Esta lacuna nos é apontada inicialmente por Lefebvre (2013) que entende o
espaço como produto e produtor, não apenas como fato social e/ou cultural. Não é
transformação da natureza simplesmente, o espaço se torna condição para a reprodução
do capital na conjuntura capitalista, o faz como a força propulsora dos modos de
produção. De maneira dialética e inovadora o autor faz apontamentos sobre o espaço
social como uma dimensão modificável, o espaço como condição para que se existam os
modos de produção, dentro do âmbito marxista revoluciona o pensamento uma vez que
observa o espaço que influi na sociedade, como força que condiciona o desenvolvimento
do capitalismo. As materialidades do espaço interferem na forma humana de ser no
mundo. O ser humano produz o espaço desde o momento em que ele interfere, ampliando
as possibilidades para o desenvolvimento social.
Contextualizando nos demais modos de produção, o espaço influenciou e foi
influenciado pelo movimento da sociedade criando “marcas” espaço-temporais a partir
da dialética produtor-produto. Marca fundamental da produção espaço, a cidade pode
então nos demonstrar como a própria transformação da natureza, assim, também do
homem ao longo da história se configura a partir das revoluções urbanas, que apresentam
características específicas do próprio espaço, aqui considerado como geográfico.
2 OBJETIVO
3 METODOLOGIA
Para a realização deste artigo foi adotada como metodologia revisão bibliográfica,
tendo como base Henri Lefebvre e Edward Soja pressupostos basilares para o
desenvolvimento da sociedade urbana e da cidade.
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4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA/DESENVOLVIMENTO
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Iniciando com citação de Lefebvre (2008) em “O direito à cidade”, Soja (2008)
em seu primeiro capítulo da obra “Postmetropolis”, indica de maneira sintética seu
posicionamento diante do estudo da sociedade por meio da cidade, considerando que a
sociedade urbana é em essência o protagonista da história a partir do sinecismo. Por meio
desta constatação o autor versa sobre a maneira que as revoluções urbanas demarcaram
pontos fundamentais para a compreensão do desenvolvimento social. No entanto, aponta
que sua visão é apenas uma dentre as demais, mas que se caracteriza por apresentar
perspectiva diferente sobre o surgimento da sociedade urbana, que em outras leituras
carregam as particularidades que o próprio paradigma da época carrega, bem como as
visões a partir do contexto de cada autor.
A sequência antes apresentada para o surgimento da cidade era a da caça, coleta,
agricultura, aldeias, cidades e estados; respectivamente nessa ordem. Deste modo, é
considerado que a agricultura sucedeu a cidade, e que primeiro a sociedade desenvolveu
técnicas para melhor produzir por meio da agricultura, com a domesticação de sementes
e animais, e que a partir disso se sedentarizou e foi tendo as funções destas aldeias
complexificadas até o ponto de enxergarmos a cidade nos moldes conhecidos. Estas
sociedades apresentavam uma divisão partindo do gênero, onde o homem se ocupava da
segurança e a mulher se ocupava do cuidado ao lar. Com a produção de excedentes e
formação de assentamentos começou então a divisão de classes, onde algumas se
baseavam na caça e outros na organização da vida urbana. Esses assentamentos podiam
ser destruídos e reconstruídos facilmente, de acordo com o fluxo. Outro ponto
fundamental nesta perspectiva é a consideração das cidades apenas a um período em que
a escrita já estava presente na sociedade, sendo assim passível de registro (SOJA, 2008).
Deste ponto de vista marginal, como foi dito, Soja (2008) considera como ponto
de partida o sinecismo e o que ele desencadeia. A sociedade se aglomerando,
sedentarizando, e a partir disso a criação de condições que sustentassem uma agricultura
que a princípio foi essencialmente urbana, sem a presença da dicotomia público – privado,
e matriarcal. As condições materiais para a produção das casas foram proporcionadas
pelo avanço técnico do manuseio da pedra. Esta última constatação rompe também com
outro pressuposto; o de que a pedra foi “lascada” a princípio para a manufatura de armas
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para o combate entre aldeias. Como exemplo das primeiras cidades, é apresentado Jericó
e Çatal Hüyük.
A mudança entre a caça e a domesticação da agricultura e de animais foram os
primeiros indícios da Revolução Agrícola, que de acordo com Soja (2008), para muitos é
o ponto inicial do desenvolvimento da sociedade. Ainda de acordo com Soja, foi o
sedentarismo o principal responsável pelo desenvolvimento das sociedades agrárias, essa
formação permitiu então o surgimento de novas formas de construção, como casas,
tecnologias, religião (tendo que as três maiores religiões surgiram no mesmo período que
as cidades tradicionais), a escrita... Mudanças que configuraram claramente o processo
de civilização. Ressalta-se ainda que de acordo com Soja (2008) nas primeiras
organizações o homem não era considerado o centro do universo, mas sim uma figura de
mãe, havendo uma sociedade matriarcal com maior igualdade entre os gêneros.
A origem das cidades é concebida a partir desses avanços, e surge como uma
unidade espacial do campo, criado para que se insiram nelas a produção agrícola, sendo
o que drena a riqueza do espaço. Para Mumford (1961), a cidade é resultado da Revolução
Agrícola, entretanto, para Soja (2008) em outro momento a cidade se daria como causa e
não como consequência.
Com o termo urbano Soja (2008) se refere a uma população numerosa e
organizada e o Estado da forma de governar essa população criando leis e padrões. As
cidades são uma forma particular de habitat e onde a vida se dá num contínuo processo
de produção do espaço urbano. O principal aspecto que o autor apresenta é uma
alternativa indicando se foi o excedente que estimulou a criação da cidade ou se o
aglomerado começou a criação da cidade.
Em outro momento, é considerando como Segunda Revolução Urbana o
deslocamento dos assentamentos humanos e a agricultura para os vales férteis dos rios
Tigres e Eufrates, estando também próximas ao Golfo Pérsico conotou a essas cidades
características hidráulicas. Surgem novos fatos capazes de inserir estas cidades em
situação diferente das anteriores, são eles a escrita e as trocas. São distinguidas nessa fase
as cidades citadas e as egípcias, pois as cidades do vale do Nilo se separavam entre os
vivos (leste) e os mortos (oeste). Sendo a cidade dos mortos a permanente e estruturada
para ser mantida ao longo do tempo, enquanto a dos vivos mudava de acordo com a
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vontade do faraó vigente. Soja (2008) expõe que as cidades meso-americanas pré-invasão
espanhola acabam por encerrar maiores características com as cidades do vale do Nilo do
que propriamente as das Suméria (Tigre e Eufrates). No Egito as cidades acompanhavam
o seu desenvolvimento, a cada faraó novas cidades eram construídas em localidades
diferentes, e toda a vida estava organizada na disposição dos mortos (necrópole), e eram
nesses locais que as grandes obras surgiam, pirâmides, templos e monumentos.
A segunda Revolução Urbana se caracterizou pelo deslocamento do excedente
agrícola para os vales férteis, o que também se chamou de civilizações hidráulicas, pois
essas eram alocadas nas margens dos rios, e nesse sentido inicia-se o desenvolvimento
comercial. Outro aspecto que cristaliza a segunda revolução urbana é a territorialidade
que a cidade adquire, complexidade com um conjunto de diferenciações que ainda não
era expressa. Além disso a segunda Revolução também adquire a característica do
aumento das conexões e a otimização da produção agrícola (SOJA, 2008).
As cidades formadas eram maiores e mais desenvolvidas. Não apenas foi criada
a escrita, mas foi utilizada como controle da vida urbana. O desenvolvimento das
sociedades humanas só foi possível através do desenvolvimento das cidades, como
condição e meio do desenvolvimento destas. As cidades também possuíam maior controle
político e econômico o que fortaleceu o processo de urbanização. As colocações de Soja
(2008) sobre a primeira e a segunda Revolução Urbana proporciona entendimento
diferente de todo os conceitos que vieram a partir da visão tradicional de contar as
cidades, e portanto uma nova visão para a Geografia, bem como demais ciências
interessadas.
Caminhando em torno da construção da abordagem sobre a cidade, Lefebvre
(2008) considera que, para a filosofia a cidade não se dava apenas como condição
objetiva, mas como a causa para toda a sua produção, usavam-na para produzir seus
conceitos, analisando-a não unicamente como um atributo externo. Se não houvesse
cidade não haveria produção de conhecimento, não haveria filosofia, que nasce na cidade
com a divisão do trabalho entre intelectual e manual, e assim eram tomadas as decisões,
pelos considerados cidadãos, Apenas os homens públicos (cidadãos) tinham influência
nas discussões “políticas” a partir da vida urbana, sendo iguais na esfera pública do
debate. Essa tomada de decisão era realizada na Ágora a partir da racionalização
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filosófica. A cidade não foi para os filósofos clássicos um simples objeto entre outros.
Toda a produção da filosofia é sobre a vida urbana. Observa-se então neste período que
consiste ainda na Segunda Revolução Urbana uma proeminente divisão de classes e que
o campo passa a ser neste momento uma extensão da cidade.
A divisão social do trabalho entre a cidade e o campo corresponde à separação
entre o trabalho material e o trabalho intelectual, e, por conseguinte, entre o natural e o
espiritual. A cidade incumbe o trabalho intelectual: funções de organização e de direção,
atividades políticas e militares, elaboração do conhecimento teórico (SOJA, 2008).
As principais cidades da Segunda Revolução Urbana, conhecidas hoje como
Cidade-Estado na verdade não poderiam ser nomeadas como tal, pois, não eram assim
consideradas em sua época. Somente depois, com a invenção do Estado-Nação é que o
ocidente vai buscar identificar características que dessem condições de elucidar sobre a
noção de que já existiu a Cidade-Estado e que o Estado-Nação se mostrava como a
evolução normal das cidades e o território que as englobavam. Muito do que se deve a
essa conotação de Cidade-Estado, advém da noção de centralização do poder na figura
dos administradores, faraós, reis e toda uma burocracia hierarquizada que sustenta a
organização da cidade.
Sobre relação campo e cidade, a separação fica mais evidente após a ruína do
império romano onde o modo de produção se distingue em feudalismo que foi por
consequência rural a partir da dissolução da soberania das cidades, se altera a riqueza da
detenção de escravos para a detenção de solo, onde o trabalho se configura na dinâmica
de servidão. As cidades, todavia, permanecem ao longo da idade média na sua mesma
conformação, no período feudal se mantém sua importância, ainda que tenha se declinado
nos números e na produção. Na idade média o modo de produção feudal que serviu para
a produção de excedentes para a cidade, que é o receptáculo de toda produção de riqueza
e ainda o locus da produção do conhecimento, que, no entanto, é controlado pela Igreja,
emancipando a filosofia, deixando de ser emanada da cidade e passando a ser entre o
homem e Deus.
A partir da idade média também são lançadas as bases para o capitalismo, o que
Lefebvre (2008) designou por três hierarquias, a propriedade privada da terra na forma
da feudalidade; a organização corporativa na forma de divisão de trabalho e classes; e o
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Rei e seu aparelho estatal. Os dois últimos que futuramente entrariam na nova classe, a
burguesia. A partir da figura do monarca cria-se também a capital, como símbolo da
hierarquia das cidades, sendo a capital a cidade do Rei e/ou do governo do Estado.
Complexificando as relações sociais e a produção de mercadorias, a
industrialização se apresenta (não simplesmente surge, mas ganha corpo a partir de
processos) e se torna o motor das rápidas transformações da cidade desde a Revolução
Industrial. Este processo culminaria com a Terceira Revolução Urbana, o que alteraria
toda a estrutura da cidade até então estabelecida, implodindo-a e explodindo-a, pois só
assim o novo modo de produção poderia ser consolidado. Lembrando que, o modo de
produção só se estabelece se a estrutura espacial for compatível com sua realização, desta
forma, a cidade capitalista necessita de configurações e relações próprias. A cidade que
antes tinha valor de uso passa a ter valor de troca. O capitalismo é um modo de produção
de caráter urbano, não somente porque nasceu na cidade, como também pelo fato de que
durante os períodos de crise do capitalismo ele a supera por e a partir das cidades
(LEFEBVRE, 2008).
Na nova configuração, a indústria se localiza fora da cidade, resguardado os
casos em que não necessitavam de amplas áreas ou de proximidade da matriz energética,
este último, fundamental para determinar a localização da indústria que ainda assim
carrega o urbano para si, pois como é citado por Lefebvre (2008), a cidade enquanto
fábrica, permite a concentração dos meios de produção num pequeno espaço:
ferramentas, matérias-primas, mão-de-obra.
Elucidando sobre o tecido urbano, Lefebvre (2008) trata-o a partir da Escola de
Chicago, porém, alerta que ele não pode se limitar às formas urbanas, à morfologia, ele é
o suporte com suas características próprias para a realização do modo de viver, e desta
forma, a partir da base econômica, penetra nos campos conduzido pelo sistema de objetos
(recursos e bens necessários para a reprodução da vida urbana) e de valores (costumes,
moda, lazeres).
No tecido urbano está disposto também a centralidade, e nela o núcleo urbano
que não foi colocado de lado para que a nova cidade emergisse, e dessa relação de
substituição das formas e relações urbanas é que vem a força remodeladora imposta pela
industrialização. A separação espacial de classes conduziu a cidade, no caso os gestores
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(burgueses) a adotarem medidas de controle social e organizacional, que na melhor das
hipóteses tinha como pressuposto a circulação fluída da cidade. Nesta perspectiva, os
trabalhadores foram retirados da cidade de valor de uso, ou seja, dos benefícios da cidade,
do centro, da proximidade, da sociabilidade, da “obra”. Foram distanciados e conduzidos
à periferia. A noção de organização também orientou as vias de integração, as ruas que
antes conduziam tortuosamente aos destinos foram substituídas pelos bulevares e longas
avenidas.
Em vias de teorizar sobre a cidade e a revolução urbana, Lefebvre (2008) propõe
partir da hipótese que consiste em atribuir à sociedade uma urbanização completa. Pode
ser denominada de “sociedade urbana” aquela originada do período pós-industrialização,
o que a designa mais que um fato consumado, a tendência, a orientação, a virtualidade.
Deste modo, só pode ser concebida após as consequências da implosão-explosão das
antigas formas urbanas, resultado das transformações descontinuas.
Enquanto virtualidade, a hipótese também é o objeto e vice-versa. O objeto
mesmo que não empiricizado até o momento não se deixa afastar da realidade possível.
Utilizando a transdução é possível propor uma abordagem que abarque o real-presente e
o real-futuro-possível. Nesta perspectiva, o conceito de sociedade urbana é ao mesmo
tempo hipótese e definição. No entanto, Lefebvre (2008) faz alerta sobre sua abordagem,
e não relega valor às demais caracterizações críticas da contemporaneidade.
A visão de Lefebvre (2008) rompe também com a linearidade tradicional da
história da cidade, indicando as revoluções urbanas no percurso da história. Subordina-
se, desta maneira a agricultura (que substituiu gradualmente a coleta) aos centros urbanos.
A cidade aqui concebida é a política, na figura do conquistador, protetor, explorador e
opressor, ou seja, dos administradores, que subsidiaram a criação do Estado ou sua
incipiência. Estabelece-se, deste modo, uma organização e controle da vida social.
Em se tratando da “revolução urbana”, o conceito pode ser entendido como o
conjunto das transformações que a sociedade atravessa para passar de um período ou
paradigma da cidade a outro. Sobre a Terceira Revolução Urbana, a fase que os conflitos
gerados pela industrialização se apresentam, proporcionando uma fase crítica do
processo. A cidade industrial precede e anuncia a zona crítica. Nesse momento a
implosão-explosão produz todas a suas consequências que impactam definitivamente o
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tecido urbano. Cabe ressaltar que estas transformações podem ocorrer de maneira
violenta ou gradual, orientada por um racionalismo.
De acordo com Lefebvre (2008), a sociedade urbana define-se, portanto, não
como realidade acabada, situada, em relação à realidade atual, de maneira recuada no
tempo, mas, ao contrário, como horizonte, como virtualidade iluminadora. O urbano é o
possível, definido por uma direção em que avança.
O processo de dispersão do urbano então se multiplica a partir de um tecido
urbano que encobre e dissolve modos de vida rurais. Lefebvre (2008) caracteriza este
processo como o conjunto de manifestações do predomínio da cidade sobre o campo. O
resultado desta força urbana em choque com o campo é possível ser observado de forma
binária e dicotômica, ainda que com dificuldades provenientes da visão cartesiana. É
preciso notar as nuances das descontinuidades e continuidades do urbano, temporal e
espacialmente, só assim a realidade e o possível podem se apresentar de maneira viável à
visão transformadora.
De forma dialética, as espacialidades urbanas caracterizadas pelo modo de vida,
citado por Lefebvre (2008) como realidade urbana, incorporam as forças produtivas, e
desta maneira influenciam e são influenciadas pelo modo de produção, proporcionando a
sinergia para a manutenção das formas urbanas e sociais. Neste processo, as
descontinuidades e continuidades ganham maior proeminência no tecido urbano da
cidade industrial e a imanente crise das estruturas sociais se acentuam.
Considerando como um sistema, a fase crítica não é realizável teoricamente a
partir da prospecção. Identifica-se o que participa e desencadeia os processos, no entanto,
o resultado é por vezes confuso e/ou imperceptível. Esta fase crítica pode ser colocada
então em uma espécie de caixa preta, o que torna urgente a retomada da sociedade
enquanto urbana e a eminente revolução em curso.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Trilhando suas acepções partidas das ideias de Lefebvre, Soja utiliza da cidade
para abordar processos e explicá-los por ela, de maneira a valorar de fato o seu papel no
desenvolvimento e na produção da urbanização e tudo que a ela perquire. Valido é
compreender por estas vias a cidade como o lócus e a sua produção como motor de partida
para os acontecimentos e as dinâmicas agregadas na produção do espaço.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SOJA, Edward. Postmetrópolis: estudios críticos sobre las ciudades y las regiones.
Madrid: Traficantes de Sueños, 2008.
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PROCESSOS URBANOS NA PRODUÇÃO DO ESPAÇO – UMA ANÁLISE DO
BAIRRO TUPÃ EM ITUIUTABA-MG
1 INTRODUÇÃO
Nos dias atuais, a produção do espaço urbano tem se caracterizado por relações,
processos e ações, ocasionando uma dificuldade de se estabelecer o que seja este espaço.
Assim, foi a partir da ideia de aniquilação do espaço pelo tempo de Marx que Lefebvre
levanta a possibilidade de teorização do espaço social sob o pressuposto de sua produção.
O espaço não é apenas parte das forças e meios de produção, constitui também
um produto dessas mesmas relações. Lefebvre observa que, além de haver um
1
Gentrification (“gentrificação” ou “enobrecimento urbano”): Termo cunhado pela socióloga britânica
Ruth Glass em 1964 para se referir a alterações observadas por ela na estrutura social e no mercado
imobiliário em certas áreas do interior de Londres. Glass afirma que “um por um, muitos dos quarteirões
da classe trabalhadora de Londres foram invadidos pelas classes médias – alta e baixa (...). O status social
e o valor de tais moradias é frequentemente inverso ao seu tamanho, e de qualquer modo muito
inflacionado em comparação aos níveis anteriores do bairro” (GLASS apud RUBINO, 2009, p.25)
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espaço de consumo ou, quanto a isso, um espaço como área de impacto para o
consumo coletivo, há também o consumo do espaço, ou o próprio espaço como
objeto de consumo (GOTTDIENER, 1993, p. 129).
3 MÉTODOS E MATERIAIS
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9) Comércio, mercados, bares, padarias, todo tipo de serviço privado oferecido
no bairro por meio de loja física.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
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Figura 1: Mapa Síntese do Bairro Tupã (2012)
Elaboração: LEITE, D. (2017); Org.: LEITE, D.; CAVALMORETTI, R.; PENARIOL, R. (2017)
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4.1 Comércio, Bens e Serviços
O comércio no bairro continua voltado a atender a demanda local imediata. Os
serviços privados ofertados são aqueles que suprem necessidades rápidas, com estoque
limitado e com preço acima do praticado no mercado. Isso se deve ao fato de boa parte
dos comerciantes locais realizarem a recarga de seus estoques no atacarejo Mart Minas,
e em outros supermercados locais, que praticam os preços de mercado. Além disso, a
demanda imediata também inflige no preço: a distância de comércios de maior porte que
ofertem um determinado produto e a urgência na obtenção deste produto resultam na
elevação do preço por aquele que o oferta. Podemos destacar, ao comparar o estudo
prévio realizado por Silva e Loboda, a inauguração de um brechó, que estreia a oferta de
artigos de vestuário e acessórios, não existente anteriormente no Tupã, além de uma
oficina mecânica e uma ferraria.
O comércio no bairro aumentou quanto a variedade de setores desde 2012, mas
vem enfrentando problemas recentemente. Podemos citar a crise econômica que assola o
país, iniciada em 2014, noticiada em massa pela grande mídia, como possível razão para
a dificuldade de funcionamento de alguns comércios. Porém, a demanda por
determinados serviços é pequena no bairro, e os poucos comércios locais, segundo
informação dos próprios comerciantes, lutam para se manterem em atividade. Isso se dá
pelo fato de que uma parcela das necessidades imediatas, em especial a alimentícia, é
suprida pela forte presença de serviços de delivery, que atendem o bairro com certa
agilidade, visto que uma parcela desse mercado está localizada em bairros próximos,
como o Alcides Junqueira, que oferece serviço de entregas, a exemplo, de carnes prontas
para o preparo (como a Casa de Carnes Maravilha, utilizada com frequência pelos
moradores locais), e os conjuntos habitacionais do Nova Ituiutaba, que parecem ter
encontrado no sistema de delivery uma fonte de renda alternativa, visto que a cidade como
um todo não possui oferta de empregos equivalente à demanda. Cabe aqui o compromisso
de um levantamento futuro para confirmação de tais informações, visto que o dito aqui é
fruto de observações do grupo, além de breves entrevistas, conversas rotineiras e do
contato diário com a realidade do bairro e com os moradores locais.
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Quanto aos serviços públicos, se mantém os mesmos existentes no levantamento
anterior: um posto de saúde para atender à demanda local por marcações de consulta e
encaminhamentos médicos, além de primeiros socorros, e a Escola Municipal Rosa
Tahan, cujas turmas vão do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental.
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A construção do prédio acarretou na demolição da residência que estava situada
no lote aos fundos do local em que a estrutura foi erguida, se juntando a diversas outras
residências abandonadas no bairro (figura 4). Algumas residências, inclusive, se mantêm
em bom estado, mesmo após o abandono. Enquanto algumas já pereceram, outras estão
em condições razoáveis de moradia, pelo menos até onde se foi possível observar.
A paisagem resultante destes acontecimentos reforça a afirmativa de que o
processo de gentrificação no bairro Tupã está em curso, e é resultado da presença da UFU,
tanto como estrutura física quanto como promotora de mudanças na dinâmica imobiliária
local, que anteriormente estava estagnada na forma de bairro periférico cujas terras eram
desvalorizadas e voltadas para a residência fixa, e agora se encontra na forma de um
provedor de moradias temporárias para os estudantes, visto que a rotatividade no aluguel
de imóveis com esse objetivo é grande.
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Figura 4: Uma das principais ruas de acesso a UFU-Pontal no Bairro Tupã.
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em questão não proporciona nenhum acesso a pessoas com dificuldades de locomoção,
como pode ser visto na figura 7.
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pobre e abrindo caminho para uma nova dinâmica imobiliária, voltada para atender a
demanda estudantil. A instalação do campus trouxe poucas melhorias infra estruturais em
relação aos impactos que tem causado na rotina da população local, visto que o governo
não tem feito nenhum esforço para assistir as famílias que moram no local, o que leva a
supor que também é de interesse do governo que a dinâmica imobiliária continue no
caminho que ela tem percorrido. Pode-se aliar este comportamento à construção de novos
conjuntos habitacionais populares, que formam hoje a nova periferia de Ituiutaba, e
provavelmente passarão a abrigar os moradores da antiga periferia da cidade.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS:
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IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Cidades. Ituiutaba. Disponível
em <http://www.ibge.gov.br/cidadesat/xtras/perfil.php?codmun=313420>. Acesso em: 7
jul. 2017.
OLIVEIRA, Bianca Simoneli de. Ituiutaba na rede urbana tijucana: (re) configurações
sócio espaciais de 1950 a 2003. 208f. Dissertação (Mestrado em Geografia). Instituto de
Geografia, Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2003.
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HABITAÇÃO E QUALIDADE DE VIDA: Um Estudo do Conjunto Buritis em
Ituiutaba/MG.
1 INTRODUÇÃO
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Assim, enquanto espaço de identidade, cultura e relações sociais, a cidade é
consequência dos conflitos de classe, onde o Estado tenta moldá-la para fim de facilitar
as relações do capital, e a sociedade presente naquele espaço busca torná-lo um lugar de
identidade, daquele determinado grupo social, tentando tornar aquele lugar seu habitat, a
cidade se manifesta como um grupo de grupos, com sua dupla morfologia, um conjunto
de matéria e relações sociais.
Algumas políticas foram adotadas para combater o déficit habitacional, o
primeiro período que apresentou significativa carência habitacional no país foi ainda na
República Velha, mas somente década de 30, devido à forte urbanização houve um grande
aumento neste déficit. No entanto, somente a partir da criação do Ministério das Cidades
em 2003, temos a criação da Política Nacional de Habitação e do Sistema Nacional de
Habitação em 2004, além disso houve o lançamento do Plano de Ação Imediata para
Habitação – PAIH (1990), seguida da reforma do Sistema Financeiro de Habitação - SFH
(1991), e a criação de programas que até hoje ainda estão em funcionamento, tais como
Carta de Crédito Individual e da Carta de Crédito Associativa, o Pró Moradia, o Apoio a
Produção e o Programa de Arrendamento Residencial.
O problema é que os programas criados pelo governo federal, visando aumentar
o acesso à moradia a populações de baixa renda, trouxe a construção de milhares de casas,
que em maioria não oferecem condições de habitação, e que além disso, são construídas
com materiais de péssima qualidade, localizadas na periferia da cidade, aumentando os
problemas sociais gerados pela instalação de famílias sem o acompanhamento e apoio
social que visam diminuir os conflitos sociais e integrar estas famílias ao meio em que
passaram a viver, apesar do programa prever este suporte em papel.
A Lei 11.124 de 2005, criou o SNHIS – Sistema Nacional de Habitação e de
Interesse Social e o FNHIS- Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social, de forma
a integrar programas, de todas as esferas do governo, de habitação e interesse social no
país. Logo após, em 2008, o PlanHab – Plano Nacional de Habitação trouxe diretrizes da
política de habitação, se integrando com a política urbana, trazendo inovações para as
famílias de baixa renda, esta medida foi essencial também para a geração de empregos no
país, em meio à crise internacional.
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No âmbito dessas reestruturações e na tentativa de minimizar o déficit
habitacional, ao mesmo tempo em que buscava alavancar a economia, o governo federal
em 2009 cria o Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV), visando atender,
prioritariamente, famílias de baixa renda, principalmente nas cidades com mais de 100
mil habitantes, para facilitar a aquisição de habitação, sobretudo para famílias com renda
mensal de até mil e seiscentos reais.
O intuito deste trabalho é trazer discussões quanto a qualidade de moradia dos
conjuntos produzidos pelos Programas de Habitação Social, tendo em vista a grande
demanda dos conjuntos implantados nos últimos anos nas cidades brasileiras. No
município de Ituiutaba/MG, o PMCMV apresenta vários bairros implantados nos últimos
anos, de forma a delimitar uma amostra fez-se um levantamento a partir das condições de
habitação do bairro Buritis. Buscou-se neste estudo analisar as condições de
infraestrutura e qualidade ambiental urbana levando em consideração os moradores do
bairro, assim como também levantou-se dados de infraestrutura, tais como a presença ou
ausência de escolas e de postos de saúde e segurança, além das áreas livres e de lazer do
bairro, buscou-se saber também quanto a qualidade do atendimento dos serviços coletivos
urbanos, tal como a eficiência do transporte público e abrangência e qualidade dos
serviços de água, esgoto e coleta adequada de lixo, do conjunto Habitacional Buritis.
A metodologia utilizada para a realização deste estudo se pautou na realização de
pesquisas bibliográficas, leituras e análise de artigos científicos, dissertações e teses e
livros, sobre o PMCMV quanto a produção e qualidade do espaço urbano, formação sócio
espacial de Ituiutaba, rede urbana, desenvolvimento urbano, segregação sócio espacial,
habitação de interesse social e qualidade de vida, para isto houve coleta de dados
primários e aplicação de questionários para a análise da infraestrutura, qualidade
ambiental do conjunto e satisfação dos moradores do bairro, resultando nas considerações
aqui discutidas.
2 DISCUSSÃO
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infraestruturas urbanas. A população do município, segundo o Censo do IBGE (2017) é
de 104. 500 mil habitantes, sendo a cidade um polo em relação às demais vizinhas por
oferecer maior gama de produtos e serviços. A partir de dados histórico levantados junto
a prefeitura de Ituiutaba, com respeito a estruturação e reestruturação da área urbana de
Ituiutaba, nota-se que, assim como a maioria das cidades com função regional idêntica, a
expansão se deu a partir do processo de industrialização em razão do desenvolvimento
do capitalismo, quando se tornou economicamente ativa em meados do ano de 1940, se
tornando um importante polo na produção de arroz a cidade pôde se desenvolver
regionalmente se tornando referência e apoio para cidades mais próxima, e sobretudo,
economicamente importante no estado.
Oliveira (2013) discorre sobre a consolidação e o papel regional que o
município ganhou devido a este contexto histórico, colocando que a reestruturação da
cidade foi necessária em prol ao crescimento populacional acelerado entre os anos de
1940 e 1960. Desta forma quanto mais a cidade crescia, mais surgia a necessidade de
estruturar a cidade, de forma que atendesse não só os próprios moradores, mas visitantes
e habitantes de outras cidades com menos estrutura administrativa, de comércio, serviços
bancários, entre outros. Sendo assim, percebe-se que a reestruturação urbana do
município deu-se, não só pelo fator econômico, isto porque as pessoas originadas de
outros municípios e estados em busca de oportunidades traziam consigo a cultura, e uma
forma social diversa do que já existia, criando os vários cenários encontrados na cidade
atualmente.
O Conjunto Habitacional Buritis está localizado no município de Ituiutaba/MG
e é um dos construídos em 2011, e entregue pela Prefeitura de Ituiutaba e Caixa
Econômica Federal, pelo PMCMV. O conjunto habitacional foi construído na área
periférica da cidade e atualmente há mais quatro conjuntos PMCMV construídos nesta
região da cidade. Com cerca de 3.900 m² e 328 casas construídas pela construtora
TENCO, de acordo com dados da prefeitura municipal, as casas apresentam estrutura de
2 quartos, sala, cozinha, banheiro, área de serviço distribuídas em lotes de 250 m² e no
valor de trinta e oito mil reais por casa construída.
Neste sentido procurou-se estudar, com consulta à população, o impacto desta
localização juntamente com a falta de infraestrutura no conjunto habitacional, tendo em
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vista que estas informações são relevantes no estudo da segregação dos bairros
construídos por programas de habitação social.
3 RESULTADOS FINAIS
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Notou-se a predominância de profissões que não exigem alto nível de
escolaridade, tais como pedreiros, empregadas domésticas, manicures entre outras, além
da grande quantidade de aposentados, e outras 31 ocupações que foram mencionadas.
Este dado é explicado com os pelo grau de escolaridade, visto que que a maioria das
ocupações não exigem o segundo grau completo. Em geral o nível de escolaridade se
mostrou baixo, sendo a maior parte da escolaridade apresentando nível fundamental
completo, (61 respostas), seguido de fundamental incompleto (51 respostas) e somente 6
pessoas responderam terem nível superior completo e duas com o nível superior
incompleto, somente duas pessoas responderam ser analfabetas.
Todas as residências apresentam sistema de abastecimento de água, as quais os
moradores classificaram de acordo com a oferta do sistema de abastecimento, levando
em conta deficiências nos mesmo, e a falta de água em determinados dias e horários sem
aviso prévio da companhia de água da cidade a 74% da população questionada avaliou
como excelente, 21% como regular e 5% ruim, estes reclamam da falta de força da agua
e da falta de agua principalmente nos fins de semana.
Assim, com relação à estrutura física e problemas com alagamentos, 47 dos 178
entrevistados afirmam ter alagamentos na sua rua quando chove, percebeu-se que estas
afirmações se fizeram presentes nos questionamentos aplicados nas residências das partes
mais “baixas” do bairro, tendo em vista que este se encontra em um local com pequena
declividade de relevo, localizada na rua de entrada principal do bairro. Perguntado
também quanto ao possível motivo deste alagamento de acordo com o ponto de vista dos
moradores, 47 moradores assinalaram a falta de rede pluvial e dificuldade no escoamento
das águas que descem da vertente e 3 responderam não ter ideia do porquê isto acontece.
O sistema de esgoto tem uma avaliação menos positiva, os moradores reclamam
do mal cheiro em determinadas áreas do bairro, notou-se que a parte mais alta tem maior
quantidade de reclamações. Nas áreas mais baixas do bairro a população reclama do
acúmulo de água por falta de drenagem das águas pluviais e no retorno de esgoto das
residências. Deste modo 70% dos questionados avaliaram que o serviço é excelente, 16%
responderam ser regular, pois atendem suas necessidades, e 14% afirmaram que o serviço
é insuficiente e ruim. Quanto à coleta de resíduos sólidos, a população se mostrou
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satisfeita, com 90% analisando ser excelente, 8% regular e apenas 2% reclamam do
serviço.
Quando perguntados sobre a presença de comércios e serviços disponíveis nas
proximidade, 145 questionados responderam existir, 33 deles afirmaram que o comércio
se encontra distante de suas casas e não se encontram dentro do bairro, o que implica ser
devido à localização de algumas casas, situadas na parte mais alta do bairro e distante do
bairro vizinho que oferece estes serviços de forma mais completa. Dos 145 que afirmaram
a presença de comércios 54 avaliaram o serviço ruim, 68 regular e 23 afirmaram ser
excelente e suprir as necessidades da casa.
Quanto ao questionamento sobre os serviços de saúde do bairro, notou-se a falta
de posto de atendimento à população, assim como a falta de opção de remanejamento
para um PSF vizinho. Ao longo da aplicação do questionário notou-se a necessidade em
perguntar para onde a família se desloca para atendimento, pergunta não adicionada no
questionário original, e que passou a ser feita a partir do segundo dia de aplicação. Neste
caso, 66 pessoas não foram questionadas.
Tal resultado tende a apontar uma possível sobrecarga nos postos de saúde
vizinhos, no entanto a distribuição se concentrou em quatro bairros próximos e os demais
em localização mais distantes em razão do cadastro anterior referente ao antigo local de
moradia. Devemos citar que a presença de escolas, postos de saúde, áreas de lazer são
obrigatórios no projeto do PMCMV e deveriam ser entregues à população juntamente ao
bairro. A falta de escola e creche no bairro e nas proximidades causa grandes transtornos
às famílias, os alunos estão distribuídos em escolas de toda a cidade, independentemente
da localidade destas, tendo em vista que a distância de qualquer modo é enfrentada. Com
o intuito de levantar o tempo gasto para o trabalho e a forma de deslocamento das famílias,
quanto a utilização do transporte público e veículos próprios, foi perguntado se estas se
deslocavam para trabalhar, e 148 afirmaram trabalhar fora do bairro e somente 18 utilizam
o transporte público para se deslocar. O transporte mais utilizado para o transporte até o
trabalho foi a moto, com 58 repostas e seguido da utilização de carros com 29 respostas,
21 com bicicletas, 11 são transportados pelo carro da empresa em que trabalham, e
algumas se deslocam à pé. O tempo de deslocamento é de 10 minutos à uma hora,
dependendo do local de trabalho e do veículo utilizado.
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Do mesmo modo, buscou-se saber quanto ao deslocamento para o estudo das
famílias tendo em vista que 119 possuem estudantes que se deslocam para universidades,
escolas, e institutos de educação. Destes, 29 responderam se deslocarem em motos, 21
com bicicletas, 15 de carro, 14 a pé, 8 alunos utilizam o transporte escolar gratuito e 28
famílias contratam as vans escolares particulares e somente 13 estudantes se deslocam
com o transporte coletivo. O tempo estimado para chegar aos locais de ensino são de
vinte minutos à uma hora, dependendo do tipo de transporte e do local da instituição.
O transporte público coletivo para o bairro é feito apenas por uma linha de ônibus,
com frequência a cada hora. As informações sobre o transporte público municipal não
foram liberadas pela prefeitura, assim como também, a Paranaíba, empresa responsável
pelo transporte público municipal não disponibilizou horários, linhas e as informações
relevantes sobre o serviço. Neste caso, com o levantamento feito, visando saber o grau de
satisfação dos moradores do bairro com o transporte público municipal, mostrou-se que
13 famílias responderam nunca ter utilizado este tipo de transporte, 58 pessoas
consideram as linhas de ônibus suficiente para o conjunto habitacional, no entanto 107
usuários consideram as linhas presente insuficiente.
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deveria estar construída a área de projetos sociais, foi indicado como área de presença de
sujeira, mato e animais e citado como item de insatisfação dos moradores. Essa falta de
infraestrutura pública e a presença de áreas de alagamentos incomodam a população.
Um fator preocupante neste levantamento foi a reclamação dos moradores quanto
a presença de drogas, e falta de segurança no bairro, a insatisfação com a vizinhança, de
acordo com algumas respostas abertas é incidência destes casos, além do barulho causado
pelo vizinho, também citado pelos moradores.
Notou-se que os moradores também estavam satisfeitos com outros fatores, tais
como a calma e tranquilidade, consideram o bairro arejado, tais coisas que um bairro
periférico oferece, sem a poluição sonora e visual do centro da cidade. Alguns citaram a
vizinhança também como fator positivo, e consideraram o bairro seguro e bem localizado,
nota-se que as opiniões dos moradores insatisfeitos se diferem nestes itens. Em geral as
respostas com relação a satisfação estão relacionadas a possuir o imóvel, para eles a
aquisição da casa própria foi importante para o sentimento de identidade social,
independente da falta de infraestrutura para tende-los e aumentar a qualidade de vida a
família.
Quanto aos serviços de apoio social buscou-se saber sobre a presença de espaços
de convivência social, cursos, e reuniões de bairro. Estes são previstos nos Programas de
Habitação de Interesse Social, essenciais para a inserção da população e diminuição dos
conflitos sociais e culturais que podem surgir na adaptação dos moradores ao espaço
imposto.
Quanto a presença de programas de ações e inclusões sociais no bairro, 109
questionados responderam que não tem conhecimento deste tipo de ação, 6 não sabiam
responder se tinham ou não, e 63 afirmaram ter cursos profissionalizantes tais como
pinturas, danças, crochê, bordado, capoeira, ginástica para a maior idade e afirmaram ter
ocorrido algumas reuniões com a população, estas ações foram desenvolvidas pela
Secretaria de Serviço Social do Municipal. Dos 63 que responderam conhecer a presença
destas atividades, 20 responderam que a família não participa, 21 avaliam de forma
regular, 18 valiam de forma excelente as atividades oferecidas e 4 acham as atividades
ruins ou ineficientes.
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Quatro anos após a entrega das casas à população, pode-se notar a falta de
infraestrutura essencial, tais como a falta de áreas de lazer, creches, escolas ou postos de
saúde no bairro, estas se fazem presentes na planta do projeto inicial de implantação.
Ressalta-se que estes espaços são obrigatórios em projetos de programas de habitação e
interesse social, a população pede ainda a presença de um posto policial que garanta sua
segurança, a falta destas infraestruturas impossibilita a qualidade de vida da população.
De forma geral, os dados levantados buscaram demostrar a realidade do Conjunto
Buritis, abordando também a sua localização periférica e as dificuldades da população
com a falta de infraestrutura no bairro e seu entorno, caracterizando a segregação causada,
onde a população residente é prejudicada pelo distanciamento das áreas centrais e a
precariedade do transporte público municipal.
4 CONCLUSÃO
Diante dos problemas encontrados no conjunto, o que pode e deve ser feito é dar
enfoque nos pontos mais críticos, visando amenizar conflitos que poderão surgir
posteriormente no espaço. Por exemplo, a insatisfação dos usuários quanto à falta de
segurança, uso e vendas de drogas, relatado pela população, é agravado também com a
ausência de programas sociais que visam diminuir estes conflitos e são previstos nos
projetos de Habitação de Interesse Social.
A ausência de postos de saúde, creches e áreas de lazer devem ser cobrados pela
população junto ao poder público, tendo em vista que tais estruturas estão previstos na
entrega do bairro para a população, sendo estas infraestruturas negligenciadas pela pressa
da entrega das casas e desocupação de outras áreas.
A aplicação de questionários e o diálogo com os moradores do conjunto foram
essenciais no levantamento dos dados e a busca do relato próximo das necessidades destes
residentes, podendo-se afirmar que esta metodologia apresentou eficiência, tendo em
vista que esta pesquisa buscou além do levantamento de infraestruturas do local.
A desigualdade determinada, neste tipo de ocupação no espaço da cidade,
trazendo a ausência ou precariedade, das infraestruturas urbanas se tornaram assuntos a
serem debatidos. No entanto, enquanto o espaço for tratado somente como mercadoria
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não haverá soluções plausíveis, tendo em vista que não há recursos financeiros que deem
conta de remediar os conflitos sociais que passam a existir nestes espaços.
REFERÊNCIAS
CORRÊA, R.L. O espaço Urbano. 2° Edição. São Paulo: Ática. 94p. 2005.
LEFEBVRE, H. O Direito à Cidade. 1991. Tradução Rubens Frias. São Paulo: Centauro,
2001. 145p.
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BREVE CONTEXTO SOBRE A SEGREGAÇÃO SOCIOESPACIAL NO
BAIRRO NOVA ITUIUTABA, LOCALIZADO NO MUNICÍPIO DE
ITUIUTABA-MG
Vitor Miyazaki
Prof. Doutor do Curso de Geografia na Universidade Federal de Uberlândia/FACIP
[email protected]
1 INTRODUÇÃO
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desigual. Entre as formas de manifestação das desigualdades, podemos mencionar o caso
do processo de segregação socioespacial, também denominada de segregação residencial.
Explanando Castells (1983), a segregação social objetiva, portanto, a reprodução
das forças-de-trabalho, sendo estes procedimentos sempre interligados e articulados com
a estrutura social. Assim, a cidade torna-se materializada em função da atuação da
sociedade no espaço geográfico, através de um ambiente físico construído.
O assunto segregação urbana faz parte da história da sociedade, pois, desde a
antiguidade, a mesma já conhecia formas urbanas de separação e distinção social e
espacial. Cidades gregas, romanas, chinesas possuíam divisões definidas de maneira
social, política ou economicamente.
Para Castells (1983), a segregação residencial tem uma tendência forte quando há
traços de diferenciação social, que transparecem no espaço de forma acentuada. Assim,
o autor a define como sendo “a tendência à organização do espaço em zonas de forte
homogeneidade social interna e com intensa disparidade social entre elas, sendo esta
disparidade compreendida não só em termos de diferença, como também de hierarquia”.
Segundo Negri (2008), para um espaço urbano em crescimento acelerado, a
homogeneização social de alguns bairros forma suas próprias identidades, indicadas no
espaço pelo nível de renda. Tais identidades são marcadas pelas características das
construções e modo como organizam o espaço na qual estão inseridos os bairros. Isso cria
fortes diferenças em relação a outros bairros do espaço intra-urbano, tanto social, como
cultural e espacialmente.
Segundo Marcuse (2004), historicamente existe um padrão geral de segregação
das classes sociais, que pode-se dividir da seguinte forma: 1. Divisão Cultural – realiza-
se através da língua, da religião, das características étnicas, estilo arquitetônico, por país
ou nacionalidade; 2. Divisão Funcional – é resultado da lógica econômica, resultando na
divisão entre bairros residenciais e comerciais, áreas rurais e indústrias. Ela pressupõe a
divisão do espaço pela função exercida para cada atividade. 3. Divisão por Diferença no
Status Hierárquico – reflete e reproduz as relações de poder na cidade. Pode ser
representada, por exemplo, por um enclave (condomínio fechado) ou pela distribuição
dos serviços públicos pelo Estado.
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A partir da Revolução Industrial, a maioria dos tipos de segregação encontrados
no espaço urbano ocidental são por classe ou por etnia. Mas os estudos relacionados a
esses assuntos começaram a ser realizados principalmente no século XIX. De acordo com
as formulações de Correa (1995), o primeiro modelo de separação dos espaços da cidade
foi formulado por J. G. Kohl em 1841, geógrafo alemão. De acordo com este modelo, a
cidade se dividia em anéis, onde a classe alta habitava o centro enquanto que na periferia
viviam os pobres. Na década de 1920, surge o modelo de E. W. Burgess que segue a
tendência inversa de Kohl, as camadas mais ricas passam a se estabelecer nas periferias
em busca de qualidade de vida e segurança, enquanto que as camadas mais pobres migram
em direção ao centro da cidade em busca de minimizar as distâncias do trabalho. As
controvérsias surgidas em torno desses dois modelos são em parte absorvidas pelo
aparecimento do modelo do economista norte-americano Hoyt. Segundo ele, o padrão de
segregação não seguia um tipo concêntrico, mas em setores a partir do centro, onde a
região de maiores amenidades era ocupada pela classe de mais alta renda, sendo
circundada pela classe média e estando a classe pobre localizada diametralmente oposta.
Portanto, ao tratarmos de segregação social e espacial, estamos nos referindo aos
processos referentes à diferenciação, mas também de afastamento e separação das
diferentes classes sociais no espaço urbano. Para compreendermos melhor este processo,
realizamos uma análise do bairro Nova Ituiutaba, no município de Ituiutaba-MG.
Nos últimos anos, a expansão urbana em Ituiutaba tem se expandido
significativamente, principalmente a partir de conjuntos habitacionais resultantes de
políticas públicas. Neste processo, a expansão tem gerado áreas urbanas cada vez mais
dispersas e territorialmente descontínuas e distantes do tecido urbano consolidado.
Diante do estabelecimento do Programa Minha Casa Minha Vida, em âmbito geral
no Brasil, pela maneira com que a população é colocada na maioria das vezes, a
participação no programa acarreta aspectos positivos, mas também negativos. Desde a
seleção até a posse do terreno e a casa, tudo é acompanhado possuindo vários pré-
requisitos.
As políticas públicas passam a ser requisitadas, pois, não há somente benefícios
em quaisquer programas oferecidos a população como também déficits e problemas
enfrentados, apesar de nesse caso ser uma moradia própria com baixo custo mensal. Visto
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que, na maioria das vezes as moradias são colocadas em locais precários onde não há a
existência dos elementos mais básicos que se necessita para uma vida digna na cidade.
Desde a falta de acesso as necessidades básicas como saúde e educação, até o consumo
em geral.
Portanto, é de extrema importância o acompanhamento e a elaboração de políticas
públicas junto à população, a partir de ações e atividades desenvolvidas pelo Estado de
maneira direta ou indireta, envolvendo órgãos públicos ou privados, que tem o intuito de
garantir determinados direitos à cidadania, de forma disseminada ou para determinados
seguimentos sociais como: social, étnico, cultural ou econômico. No entanto, neste viés,
o poder público deveria ser um dos principais agentes promotores das condições de
acessibilidade e direito à cidade para as áreas periféricas, com o propósito de gerar
conforto, segurança, igualdade e qualidade de vida para a camada da população residente
nos bairros resultantes de políticas habitacionais. A questão é que as áreas escolhidas para
a implantação dos conjuntos habitacionais têm ocasionado problemas em várias cidades,
uma vez que geralmente são áreas periféricas, distantes do centro e da área urbana já
consolidada, e desprovida de bens e serviços, o que reforça a separação e a segregação da
população de mais baixa renda.
Para analisar a segregação social e espacial na cidade de Ituiutaba-MG e entender
um pouco mais os fatores deste processo, este trabalho baseia-se no bairro Nova Ituiutaba
a fim de identificar o que vai além do empírico e do que é dito pelos responsáveis a
garantir estes direitos, dando voz à população que ali reside. Tendo em vista que, assim,
torna-se mais fácil a percepção e sensibilização em relação às condições básicas não
presentes, este faz-se de extrema importância para gerar a perspectiva de mudança desta
situação.
2 DISCUSSÃO
O programa Minha Casa Minha Vida, desenvolvido pelo Estado, fora implantado
no município de Ituiutaba-MG e conforme as análises feitas no trabalho de campo o
mesmo foi consolidado em terrenos com falta de estrutura física e planejamento sem
conter ainda qualquer investimento além da produção de moradias.
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Baseado no texto de Roberto Lobato Côrrea (1995) sobre a produção do espaço
urbano, acerca da temática de segregação socioespacial, faz-se perceptível que na
produção do espaço existem vários agentes como: proprietários dos meios de produção,
proprietários fundiários, promotores imobiliários, Estado e grupos sociais excluídos.
Os agentes detentores de um maior poder econômico, articulam de acordo com
seus interesses pois possuem vantagens diante do restante da população, muitas vezes
ditando como os processos funcionarão. Um exemplo disso são os tipos de segregação.
A auto segregação e a segregação imposta. Na primeira é possível a escolha do local para
estabelecer a moradia e de que forma deseja realizá-la, como os condomínios horizontais,
que são afastados da cidade geralmente na periferia, porém atendidos pelos mais diversos
serviços descartando a locomoção para o centro da cidade pelo processo de
descentralização. Já a segregação imposta funciona da seguinte maneira, o indivíduo ou
o conjunto desses se deparam com a necessidade de moradia, porém as que são ofertadas
na maioria das vezes são deficientes em alguns aspectos referentes às estruturas essenciais
para se residir, mas acabam preferindo uma casa própria mesmo diante da precariedade e
descaso das autoridades responsáveis.
Acerca da temática da pesquisa foi realizado um formulário para os habitantes do
bairro, onde foram elaboradas questões a fim de comprovar o que antes já fora observado,
a segregação socioespacial. As perguntas eram referentes aos serviços que se encontram
disponíveis ou não no bairro, se não, qual a distância percorrida para chegar até tal e se
sim, se possui qualidade. Eram as seguintes questões: local de trabalho, mercado,
farmácias e postos de saúde, escolas, espaços de lazer, conforto do local e segurança,
mesclando com moradores do início, meio e fim do bairro, e de todas as idades. Como
mostra a seguir, uma das aplicações feitas nos moradores.
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Imagem 1: Aplicação de formulário aos moradores
Fonte: Viegas, A. S.
Na aplicação da pesquisa, muitos indivíduos perguntaram se o grupo tinha relação
com a fiscalização feita pela Prefeitura e o que iria ser feito em relação aos problemas
enfrentados por eles, isso comprova o fato de que a carência em relação aos recursos
existe e que as pessoas têm consciência disso, só há a falta de informação sobre quem
pode contribuir com as melhorias do bairro estudado.
Um exemplo a ser ressaltado está no transporte público, esta seria uma via de
acesso muito importante para que os moradores de áreas periféricas da cidade tenham
acesso a outros bairros, cujo qual não tem horários muito flexíveis e há uma certa falha
quanto ao fluxo de ônibus. A necessidade de incentivo para a instalação do comércio
nestas áreas também não pode ser omitida, principalmente quando estes facilitadores que
devem ser disponibilizados pelo Estado, bem como outros, encontram-se nulos ou falhos.
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No que se trata de educação, não há nenhuma escola situada no bairro, portanto
há uma grande dependência dos meios de transporte públicos. Juntamente a presença do
posto de saúde mais próximo é no bairro Tupã. Os espaços de lazer existente e usados
pelos moradores são: uma quadra cuja qual não é protegida pelo Sol e não possui
nenhuma manutenção e uma represa nos fundos do bairro, não existe nenhum tipo de
praça no local. No quesito conforto muitos moradores reclamaram da ausência de árvores
e do calor excessivo que sentem. Em relação a segurança o índice de furtos e roubos é
alto por indivíduos do próprio bairro e a chegada a polícia é quase nula ou falha, segundo
a população residente ali.
Levando em consideração os déficits encontrados, segundo Caldeira (2000), tais
infraestruturas urbanas e serviços tenderam a ser instalados ou melhorados apenas durante
períodos democráticos e sob pressão política de movimentos de moradores da periferia.
Isso nos mostra que há um interesse envolvido de ambas as partes, porém somente em
momentos que os governantes precisam da população que é feito algo em relação a isso.
Ainda sobre os aspectos físicos e a área em que se estabeleceu segundo Silva e
Pedro Miyazaki (2014), a construção dos novos loteamentos habitacionais Nova Ituiutaba
II e IV vêm causando desde o início de suas obras sérios danos ao meio ambiente, como:
o assoreamento do córrego São José, o movimento do solo e a formação de sulcos, ravinas
e voçorocas. Sendo assim, para que não haja danos maiores, faz-se necessário um
planejamento e um remanejamento nas áreas danificadas pelos processos erosivos, e uma
reestruturação na forma de uso do solo, intervindo na revegetação da área, não deixando
solo exposto para se evitar novos impactos ambientais.
Avante o estudo citado acima nota-se a falta de planejamento para a construção
das casas populares, o que é considerado grave pois retrata mais uma vez o descaso
existente dos órgãos, na elaboração e construção das moradias públicas, e isso pode
acarretar no futuro sérios problemas para os moradores como também para o meio
ambiente.
O programa Minha casa minha vida é uma medida do Governo Federal que visa
oferecer condições que possam atrair a população para o financiamento de moradias em
áreas urbanas para famílias de baixa renda. Possui parceria com estados, municípios,
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empresas e entidades sem fins lucrativos. No entanto como qualquer outro programa
social possui alguma deficiência dentre as possibilidades de melhorias que são colocadas.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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analisar através do olhar dos próprios moradores a segregação que ali situa de forma
bastante acentuada, foi possível compreender melhor os processos e a realidade em
questão.
O formulário elaborado pelo grupo foi o norteador da pesquisa em campo, uma
vez que se obteve resultados que destacavam a falta de integração da cidade com o bairro
em geral, onde conseguimos enxergar os problemas referentes à organização urbana com
as famílias que ali moram. Em geral, já se tinha uma ideia da problemática que poderia
ser encontrada no bairro, uma concepção de ausência de infraestrutura em todos os
âmbitos da pesquisa, quando houve a chegada ao bairro foi possível concretizar toda a
idealização do Nova Ituiutaba.
Diante do exposto é necessário que por meio de inquietações e reinvindicações a
população tenha voz sobre a situação e exija melhorias em relação as situações do
cotidiano que necessitam e para isso as autoridades públicas e prefeitura precisam
oferecer apoio e conhecimento para os moradores.
4 CONCLUSÃO
Com a criação do programa ‘’ Minha casa, minha vida’’ o qual tem por objetivo
inicial atender a população mais carente através de sorteios nos quais são exigidos certos
quesitos para concorrer à casa própria, o que a princípio era para ser beneficiário, mas de
acordo com a pesquisa a população se encontra em uma zona periférica sem o devido
acesso aos serviços básicos como: saúde, educação, lazer e segurança disponibilizados
para apenas uma parcela da população. Dessa forma, a partir de leituras e reflexões sobre
a temática, bem como o estudo de campo realizado no bairro, nota-se que há indícios de
um processo de segregação imposta onde as pessoas são induzidas a ficarem nestes locais,
a partir de uma política pública, sem acesso a serviços básicos e aos demais bens e
serviços da cidade.
REFERÊNCIAS
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CASTELLS, Manuel. A Questão Urbana. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983.
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n. 174, 1995.
MARCUSE, Peter. Enclaves, sim; guetos, não: a segregação e o estado. In: Espaço e
Debates. São Paulo: NERU. v. 24, n. 45, p. 24 – 33, jan./jul. 2004.
Site <http://www.caixa.gov.br/voce/habitacao/minha-casa-minha-
vida/Paginas/default.aspx> acesso em 02/09/17
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AGRICULTURA URBANA: CULTIVO DE HORTALIÇAS NA ÁREA URBANA
DE ITUIUTABA- MG
Resumo: A agricultura está sempre sendo relacionada apenas a área rural, mas com o
êxodo rural, pessoas do campo vindo para a cidade, e trazendo as tradições dos seus
lugares de origem, ocorrendo assim a implantação de uma atividade agrícola, sendo essa
a agricultura urbana, que vem ganhando espaço na cidade de Ituiutaba-MG. Com isso a
ideia de fazer essa pesquisa para entender quais foram os motivos dos proprietários de
hortaliças começaram com está atividade e entender a agricultura urbana com suas
ramificações e diferentes formas de implantação que vão desde a implantação de
hortaliças em quintais baldios para a obtenção de renda, até o cultivo em vasos e canos
em jardins verticais, na cidade de Ituiutaba-MG, utilizando meios como referências
bibliográficas, aplicação de questionários, gravação de vídeos e fotos. Foi possível
percebeu-se com a execução dessa pesquisa que há o cultivo muito grande de hortaliças,
legumes, vegetais na cidade de Ituiutaba-MG e acaba por influenciar, mesmo que pouco,
na economia da cidade, pois o que ali é cultivado também é distribuído para outros locais
de comércio, como mercados, sacolão, hortifrútis, que ajudam a mover a economia local.
1 INTRODUÇÃO
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podendo-se dizer que a agricultura urbana situa tanto em regiões dentro (intra-urbana) ou
à margem (peri-urbana) de um município, uma cidade ou um centro urbano. Em alguns
lugares é possível encontrar vastos espaços cultivados em quintais ou ao longo dos
córregos e canais e em outros saltam à vista os telhados verdes com espaços destinados
ao cultivo de hortaliças.
A agricultura urbana em geral ocupa espaços pequenos, porém com uma grande
diversificação de cultivos. É encontrada com frequência nos terrenos ou lotes baldios que
ganham uma nova finalidade (além de servir aos interesses dos especuladores
imobiliários). Em cidades impermeabilizadas pelo concreto são criadas alternativas como
a plantação em telhados e por meio do uso de hortas ecológicas verticais que utilizam
como base garrafas pet.
Os autores CRIBB e CRIBB (2009) relacionaram a importância da agricultura
urbana no estado de Minas Gerais como “(...) primeiro o autoconsumo, seguido da saúde,
recreação, doação e, por fim, a geração de renda. ” A geração de renda ajuda muitas
famílias, já que é um trabalho que não exige capacitação prévia e grande parte destes
agricultores tem origem no campo. No município de Ituiutaba têm ocorrido mudanças
significativas na agricultura graças à introdução da monocultura da cana de açúcar no
campo e a “expulsão” do pequeno agricultor para a cidade. Como consequência as
famílias, antes acostumadas ao cultivo de suas hortaliças e remédios (ervas medicinais)
no meio rural, ao ocupar a cidade, introduzem tal costume nos espaços disponíveis em
seus quintais. CANDIOTTO E CORRÊA (2008 apud SANTOS e CARNEIRO, 2014),
salientam:
“(...) que para Candiotto e Corrêa (2008, p. 238) seria “o apego à terra,
às atividades agropecuárias, o modo de vida rural, o vínculo com as
plantas e animais, o jeito de falar, o orgulho por ser do campo, entre
outros fatores” que acabam por gerar alguns conflitos, que
frequentemente começam com a própria falta de adaptação desta nova
população urbana, pois geralmente estes novos moradores, por serem
acostumados a plantar e produzir seus próprios alimentos, passam a se
dedicar à agricultura urbana...” (CANDIOTTO E CORRÊA, 2008
apud SANTOS; CARNEIRO, 2014).
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serve como um complemento à produção rural e ainda pode ser acrescido à renda familiar
e a geração de trabalho e renda nas cidades. De acordo com CRIBB e CRIBB (2009):
“A produção urbana de alimentos contribui de forma significativa para o
desenvolvimento econômico local, diminuindo, através da geração de trabalho
e renda e da disponibilidade de alimentos para o consumo, os índices de
pobreza. ” (CRIBB; CRIBB, 2009)
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Figura 1: Localização do Município de Ituiutaba - MG
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seres humanos, dos animais e das plantas, ressalta que seres humanos saudáveis são
reflexos de solos equilibrados e biologicamente ativos.
Agricultura urbana pode ser um exercício físico e mental, onde cada pessoa
regula sua intensidade. Além disso, mexer com a terra é considerada como terapia
preventiva e curativa de depressão, ansiedade, sedentarismo, entre outros problemas,
sobretudo mentais.
A implantação da agricultura urbana contribui muito para a cidade, terrenos que
antes estavam abandonados e cheios de entulhos se tornaram espaços verdes que
proporcionam uma redução em gastos, pois cada pé de alface produzido no quintal ou na
horta da esquina dispensa espaço no campo, transporte e embalagem. As plantas retêm
água no solo e mantém a umidade atmosférica em dias sem chuva, criando um microclima
que pode contribuir para a redução da temperatura, nas ilhas de calor.
Este trabalho tem como objetivo saber por qual motivo os proprietários de
hortaliças começaram com está atividade, tendo em vista que culturalmente a atividade
agrícola teve o seu princípio, e por isso uma tradição, na área rural.
2 DISCUSSÃO
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Os estudos teóricos e as atividades práticas de trabalhos de campos realizados
para a produção deste artigo foram fundamentais para chegar aos resultados desejados e
com muito sucesso.
Foram realizadas visitas à sete plantações de hortaliças em diferentes pontos da
cidade (Figura 3), onde foram coletados os dados necessários para a realização da
pesquisa, com os questionários, gravação de vídeo e registro dos locais com a câmera
fotográfica.
Figura 2: Hortaliças encontradas na cidade de Ituiutaba – MG
Na figura 2 foi utilizado o Google Earth, para realizar as demarcações dos locais
encontrados que praticam a atividade agrícola.
3 RESULTADOS
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aposentados (gráfico 2), o terceiro gráfico que mostra a renda mensal, e o gráfico quarto
mostrando quantos proprietários são de origem rural e origem urbana.
Gráfico 1: Utilização da água para a irrigação
33%
Poço Artesiano
67%
Distribuidora de água
Com o gráfico acima, demostra quantos usam poço artesiano, sendo 67%, que
corresponde a quatro dos lugares que foram visitados, e 33%, apenas 2 utilizam a água
da distribuidora da região (SAE). Com a poço artesiano os produtores de hortaliça
economizam muito mais seu dinheiro, podendo assim investir em outros departamentos,
já o que não utiliza o poço, tem um gasto muito maior com água, tendo que tirar do pouco
dinheiro que ganha para pagar as contas de água.
33%
Aposentados
67% Não aposentados
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33%, sendo assim apenas 2 dos entrevistados donos de hortaliças, e os aposentados 67%,
correspondendo a 4 dos 6 entrevistados.
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Fonte: PEREIRA, V.S., 2015.
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Fonte: PARREIRA, S. B. S., 2015.
O gráfico 4, mostra quantos vieram da área rural para a área urbana, e quantos
já viviam na cidade, 83% dos entrevistados viviam no campo e vieram para a cidade,
trazendo um pouco da cultura do meio rural com eles, como o cultivo de hortaliças e
legumes em geral. A atividade agrícola é muito comum na área rural, acontecendo um
êxodo rural, essas pessoas trazem consigo a cultura do local em que vivia e implanta no
meio que vive atualmente para poder se sentir mais em casa, para lembrar do antigo lugar
em que viveu por muito tempo. Os 17% que já moravam na cidade começou o cultivo de
hortaliças, porque os pais ou avós tinham um contato com o meio rural.
Lugar de origem
17%
Origem rural
Origem urbano
83%
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que já viviam nas cidades, mas os pais e avós moravam no campo, que tem como costume
passar as tradições por longo da família.
Os entrevistados têm uma relação muito achegada ao campo, muitos foram
criados em contato com a terra, a tradição e cultura repassado por seus pais, que resiste
ás modernidades da cidade.
O aparecimento de sugestões de receitas caseiras para curar gripes, tosses e
outras doenças, com um importante conhecimento que se mantém ao longo de várias
gerações. Durante a realização da pesquisa foi constatado a existência de trocas de
espécies medicinais bem como suas formas de uso e cultivo entre vizinhos e parentes de
uma mesma rua como, por exemplo, a arnica, hortelã, arruda, etc. Isso facilita a
propagação e preservação do cultivo das plantas medicinais.
4 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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26 a 30 de julho de 2009, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia
Rural.
DIAS, J. A. B. Produção de plantas medicinais e agricultura urbana: Horticultura
Brasileira. v.23, n.18, p.140-3, 2000.
IBGE. Cidades. Disponível em:
http://www.cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?lang=&codmun=313420&search=mina
s-gerais|ituiutaba. Acesso em; 01 de janeiro de 2016.
PINHEIRO, M. C.; FERRARETO, L. C. POLÍTICA NACIONAL DE
AGRICULTURA URBANA: ESTRATÉGIA PARA O COMBATE À FOME E
PROMOÇÃO DA SEGURANÇA ALIMENTAR
REZENDE, M.; ROSENDO, J. S. Análise da evolução da ocupação do uso da terra
no município de Ituiutaba-MG, utilizando técnicas de geoprocessamento e
sensoriamento remoto. XIII Semana da Geografia da UFU. Uberlândia. 2008.
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ESPACIALIAZAÇÃO DO SETOR INDUSTRIAL NO BAIRRO INTEGRADO
AGRUPADO SANTA MÔNICA E SEGISMUNDO PEREIRA, UBERLÂNDIA –
MG1
1 INTRODUÇÃO
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De fato, a questão “onde produzir”, ou seja, onde localizar a planta produtiva,
bem como o consequente estudo das relações entre os fatores intervenientes na
localização, são, a priori, questões com implicações vitais nas estratégias
empresariais e nas políticas de desenvolvimento de uma região ou país
(MARTINS, 2010).
2 METODOLOGIA
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Mapa 1
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integração dos loteamentos Santa Mônica – Setor A; Santa Mônica – Setor B; Santa
Mônica – Setor C (parte); Jardim Finotti I; Jardim Finotti II; Jardim Parque do Sabiá
(parte); Progresso; Progresso I; Vila Santos Dumont; Santos Dumont – Prolongamento;
Fábio Felice; Conjunto Universitário; Eduardo Rende (parte) e Eurípedes Ângelo Lozano.
Já o bairro Segismundo Pereira, corresponde aos loteamentos Santa Mônica – Setor C
(parte); Santa Mônica – Setor D e Segismundo Pereira, Lei Nº 5192 de 20/12/90.
O bairro Santa Mônica está localizado no setor leste da cidade de Uberlândia. É
um dos maiores bairros da cidade, com uma área de 5,736 quilômetros quadrados (Base
cartográfica municipal – DPI), situa-se aproximadamente a cinco quilômetros de
distância do centro. Além de ser um dos maiores bairros em extensão territorial é o maior
em tamanho populacional, com 35.737 habitantes (IBGE, Censo Demográfico 2010).
O bairro Segismundo Pereira também se encontra no setor leste, estando contíguo
ao Santa Mônica. É distante cerca de sete quilômetros do centro, ocupa uma área de 3,180
quilômetros quadrados (Base cartográfica municipal – DPI) e 18.537 habitantes (IBGE,
Censo Demográfico 2010).
Os bairros Santa Mônica e Segismundo Pereira possuem juntos uma área de 8,916
quilômetros quadrados e, quando comparado a área total de Uberlândia, com 4.115,2
quilômetros quadrados (Base cartográfica municipal – DPI), corresponde apenas a 0,21%
da área total da cidade, mesmo assim constituem uma das maiores extensões territoriais.
Se comparado ao perímetro urbano da cidade, de 135,3 quilômetros quadrados, a área do
Santa Mônica adicionada a área do Segismundo Pereira corresponde à 6,6% da área
urbana. Quanto a população, os dois bairros somam 54.274 habitantes, equivalente à 9%
da população uberlandense, de 604.013 de habitantes somados a população rural e urbana
(IBGE, Censo Demográfico 2010).
A respeito do uso e ocupação do solo, a área do perímetro urbano estudada é
classificada pela SEPLAN como ZONA MISTA por se tratar de uma região onde
predominam as atividades de habitação, comércio, serviços, com expressiva densidade
habitacional e possibilidade de construção industrial, desde que cumpra aos
requerimentos da Prefeitura Municipal, que exige as seguintes documentações:
- Comprovante de pagamento quitado;
- Restrição urbanística;
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- Escritura registrada, contrato com firma reconhecida ou matrícula atualizada do imóvel;
- 03 (três) jogos do projeto arquitetônico;
- ART (anotação de responsabilidade técnica) do autor;
- ART (anotação de responsabilidade técnica) do responsável técnico;
- NBR 12721/2006 (NB 140), quando houver mais de uma unidade independente;
- 01 (um) jogo do projeto estrutural, se for imóvel acima de 250,00m²
- ART (anotação de responsabilidade técnica) do projeto estrutural
- Deverá ser o proprietário ou o procurador, com procuração com firma reconhecida, a
efetuar o requerimento.
- Toda construção de uso coletivo ou unifamiliar que utilize do som como instrumento ou
meios mecânicos ou eletrônicos, deverão apresentar projeto de isolamento acústico.
No Caderno Informativo anual da SEPLAN, consta em conjunto as políticas
públicas sociais nos dois bairros, dividida em setores representados por: “Educação”, com
sete EMEI’s - Escola Municipal de Educação Infantil, cinco EMEF’s - Escola Municipal
de Ensino Fundamental, três EE – Escola Estadual e uma Escola de Ensino Superior, a
Universidade Federal de Uberlândia – de extrema importância para o crescimento e
desenvolvimento do Santa Mônica. No âmbito “Saúde”, os bairros possuem dois centros
de atendimento. Em “Assistência Social e Trabalho”, há 13 opções de atendimento,
centros, núcleos e programas de apoio tanto para crianças e adolescentes quanto para
adultos.
Tratando-se de “Cultura”, há um espaço de exposição e duas opções de acervo
cultural. No aspecto “Esporte e Lazer”, os bairros contam com um Centro Poliesportivo.
Os bairros possuem 22 praças para integrar a sessão “Meio Ambiente”. No quesito
“Defesa Social” há três unidades de segurança e um posto de policiamento. Há também
seis associações representando as “Organizações Sociais Comunitárias” e, por fim, uma
Secretária Municipal de Habitação, para os setores de “Habitação” e “Planejamento
Urbano”.
O crescimento e desenvolvimento dos bairros em estudo está intimamente ligado
à localização do campus da Universidade Federal de Uberlândia, que atrai uma parcela
de público no geral, economicamente ativa pois muitos vão para o bairro porque estudam
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ou trabalham na universidade. Outra característica importante é a proximidade com o
centro, valorizando-o ainda mais.
Através dos estudos de Costa (2010), o bairro Santa Mônica começou a ser loteado
por volta da década de 1960. Em 1969, acontece a implementação de um centro
acadêmico no local, tornando-se em 1978 o primeiro campus da Universidade Federal de
Uberlândia (UFU), grande responsável pelo aumento populacional acentuado na região.
Por volta do início da década de 1990, ocorre a instalação do Center Shopping e do Centro
Administrativo da cidade, que somados ao campus da UFU foram grandes responsáveis
pelo dinamismo no bairro.
Nesse contexto, o bairro inicialmente de característica residencial e horizontal,
tem seu comércio e estrutura diversificada, intensificando o processo de verticalização, o
que também levou à diversificação de seus moradores de uma classe econômica de baixos
rendimentos para outra de rendimentos maiores. Em razão da UFU, o bairro possui uma
significativa parcela de moradores de outras cidades, que por estudarem ou trabalharem
na instituição federal escolhem o bairro pela facilidade de acesso.
Soares (1988), descreve bem esse processo
(...) este bairro foi criado em pleno cerrado, no ano de 1964, com 12.000 terrenos
aprovados pela prefeitura. Um dos proprietários da imobiliária responsável pelo
lançamento do loteamento era o prefeito da cidade. Um ano após, foi construída
ali a Faculdade Federal de Engenharia, que originou a atual Universidade
Federal de Uberlândia. Este fato valorizou significativamente os terrenos do
bairro ao longo do tempo. Posteriormente, na década de 80, a prefeitura
construiu um estádio de futebol com capacidade para 75.000 pessoas – Estádio
Municipal Parque do Sabiá –, e uma área de lazer com o mesmo nome.
(SOARES, 1988).
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primeira aprovação da integração de bairros. Pode ser definido como um complemento
ao bairro Santa Mônica, que se expandiu à medida que o outro ganhou destaque.
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- Microempresa (ME) até19 empregados;
- Empresa de Pequeno Porte (EPP) de 20 a 99 empregados;
- Empresa de médio porte de 50 a 99 empregados e,
- Grandes empresas 100 ou mais empregados 500 ou mais empregado.
O tempo de atuação, refere-se exclusivamente à localização no Santa Mônica ou
Segismundo Pereira.
O MAPA 2 possibilita visualizar a localização das indústrias na região
compreendida. Através dele pode-se perceber em linhas gerais que as indústrias se
encontram bastante dispersas pelo mapa e com uma variedade na atividade industrial.
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terreno ou aluguel, principalmente nas indústrias mais antigas que se instalaram quando
o bairro começava a conquistar espaço na cidade.
Seguindo uma análise de tempo de atuação nos bairros, evidencia-se 5 indústrias
com mais de 20 anos, representando cerca de 14% das indústrias dos bairros destacados.
Estão instaladas a 26 anos SM12, uma gráfica que se instalou no Santa Mônica devido à
proximidade com a UFU e SP04, instalada próximo à BR 050. Na sequência aparece
SM30 com 25 anos, SM25 com 23 anos e SP05 com 20 anos. As indústrias do
Segismundo Pereira encontram-se próximas a BR 050, uma das principais rodovias
brasileira, que liga São Paulo ao Centro-Oeste do país, esse fator facilita a logística e pode
ser entendido como um atrativo para instalação de indústrias no local. Além disso, com o
relato de funcionários e/ou proprietários, foi viável a escolha do local devido ao baixo
preço do lote e aluguel, justificado por estar no momento de criação do bairro, já
mencionado no texto ocorrido em 1990. Também compõe o Segismundo Pereira SP01,
SP02 e SP03, com 16, 14 e 15 anos, respectivamente. Pode-se concluir que em relação
ao tempo de bairro, essas indústrias são de médio à antigo.
Outro padrão de comportamento das indústrias que pode ser observado é a
quantidade de indústrias na fabricação de móveis, 6 das 36 indústrias estudadas, que
corresponde à 16%. Essa atividade é encontrada na área central do bairro, devido ao
mercado consumidor, uma vez que se encontram importantes avenidas como a
Segismundo Pereira, atraindo muitas pessoas. A maior parcela das indústrias possui mais
de 10 anos, equivalente à 81%. Os outro 19% são indústrias mais recentes, que mudaram
para o Santa Mônica após sua fundação.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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estrutura espacial. Diversas indústrias procuraram ou fixaram sua instalação no Santa
Mônica, seja devido aos baixos preços da época ou por motivos de transporte e logística
como um empreendimento próximo à rodovia.
Por fim, conclui-se que o fator locacional “onde instalar?” mostra-se com
significativa importância à um empreendimento do setor industrial, pois, existem infinitas
relações entre os fatores que podem intervir na localização, como a logística possibilitada
ou políticas/incentivos de desenvolvimento de uma área.
REFERÊNCIAS
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AMEAÇAS A EXTENSÃO TERRITORIAL DOPARQUE DO GOIABAL NO
MUNICÍPIO DE ITUIUTABA/MG
Resumo: As unidades de conservação (UCs) são áreas protegidas por lei com intuito de
preservar estes ambientes naturais, este trabalho busca apresentar a realidade do Parque
do Goiabal no município de Ituiutaba-MG, mostrando a sua real situação atual. Trazendo
uma discussão sobre sua espacialidade atual, as análises foram feitas após trabalhos de
campo, pesquisa bibliográfica e analise de imagens de satélite, tendo como resultado a
constatação de uso da área de forma irregular por parte dos moradores do entorno e o
descaso do poder público.
1 INTRODUÇÃO
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Neste sentido, este trabalho visa abordar o descumprimento da legislação que
garante a conservação deste território, dando ênfase a ocupação da área que deveria ser a
zona de amortecimento do parque, território cuja conservação é garantida por lei.
2 METODOLOGIA
3 REFERENCIAL TEÓRICO
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diferentes escalas como a global, continental, regional, estadual, a escala da cidade, do
bairro, da rua e, até, de uma casa apenas (CORRÊA, 1995, p. 15).
Desta forma podemos destacar que o espaço geográfico contém relações sociais,
políticas e econômicas, logo é real e historicamente construído tendo o urbano e a cidade
como expressão material destas ações.
As práticas sociais apresentam uma diversidade, assim como uma complexidade,
produto de uma dialética entre a relação sociedade natureza, assim como em outros casos
a imposição de um poder maior do contexto social sobre o natural.
Na visão de Santos, (1988, p. 28) o espaço geográfico é “um conjunto
indissociável de sistemas de objetos (fixos) e de ações (fluxos) que se apresentam como
testemunhas de uma história escrita pelos processos do passado e do presente”,
identificam-se, assim, como categorias do espaço, os objetos, formas ou fixos criados
pelo homem ou naturais. Os primeiros são os prédios, as barragens, as estradas de
rodagem, os portos, as indústrias, os hospitais, as plantações, e outros. Os objetos naturais
são os rios, montanhas, árvores, praias e planícies, etc. As ações, funções ou fluxos
referem-se aos movimentos, à circulação de pessoas, mercadorias e ideias.
O espaço como construção social, segundo Santos (1988) tem como elementos
constitutivos: os homens; o meio ecológico como a base física do trabalho humano; as
infraestruturas, materialização do trabalho humano em formas; as “firmas”, responsáveis
pela produção de bens, serviços, ideias e as instituições encarregadas de produzir normas,
ordens e legitimações (Santos, 1988, p. 6).
Pode-se considerar, ainda, que a construção do espaço geográfico é uma
contingência histórica do processo de reprodução social, geradora da necessidade de
organização econômica e social e de um determinado ordenamento espacial. No processo
de construção do espaço geográfico, a vivência e a percepção são dimensões essenciais e
complementares, como fenômenos que consolidam os aspectos subjetivos associados a
este.
Sendo assim existe na sociedade uma dificuldade muito grande de entender o
ambiente natural, que impregnado do olhar capitalista é visto tão somente como espaço
ocioso, por este motivo a dificuldade do ser social humano de entender as delimitações
de fronteiras de áreas naturais como parques.
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A fronteira é vista como marco delimitatório de uma Nação, Estado, um
município, uma propriedade, uma área e até mesmo da fronteira virtual que é o caso da
internet na contemporaneidade.
Fronteiras podem ser compreendidas como componente espacial dentro de uma
área, com possibilidade de múltiplas transformações dada a dinâmica econômica, social
e cultural, podendo ser considerado um avança a estas fronteiras ações decorrentes da
ocupação do espaço, o uso indevido de recursos, e a ocupação espacial desordenada.
O conceito de território não é exclusivo da Geografia, tendo sido utilizado e
desenvolvido em diversos campos do conhecimento como a Antropologia, a Sociologia,
a Ciência Política, a Ecologia, entre outros, por isso vale a pena um breve resgate da
história de sua formulação. Inspirado nos estudos da biologia dos naturalistas, do final do
século XVIII, o território está ligado inicialmente à vida de uma espécie, onde esta
desempenha todas as suas funções vitais ao longo do seu desenvolvimento.
A irregularidade da malha urbana devido a expansão desordenada, expressa por
ocupação de áreas por ações irregulares fomentam o desrespeito a leis e limites
territoriais, suprimindo assim territórios ambientais legalmente regularizados.
A melhor tradução do conceito de territorialidade para as sociedades humanas é a
de Robert Sack (1986), segundo a qual “...a territorialidade em seres humanos é melhor
compreendida como uma estratégia espacial para afetar, influenciar, ou controlar recursos
e pessoas, pelo controle de uma área; e, como territorialidade pode ser ativada e
desativada. ” (Sack, 1986, 1). A territorialidade estaria assim intimamente ligada ao modo
como as pessoas utilizam a terra, como elas próprias se organizam no espaço e como elas
dão significado ao lugar. A territorialidade de Sack está vinculada às relações de poder,
como uma estratégia ou recurso estratégico que pode ser mobilizado de acordo com o
grupo social e o seu contexto histórico e geográfico.
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municipal, estadual ou federal, com base em Leis e Decretos, administradas por um ou
mais órgão gestores (SATHLER, 2005).
Em território brasileiro as UCs são conduzidas pela Lei nº 9.985(BRASIL, 2000,
art. 2) e compreende que é:
Espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais,
com características naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder
Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial
de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção
(BRASIL. Lei nº 9.985, 2000, art. 2).
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Após a obtenção desses dados os técnicos deverão propor a categoria mais apropriada
para a UC (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2010)
A área destinada a criação de um parque deve ter suas condições naturais
conservadas e atrair o público que visa desfrutar desses ambientes, onde são permitidas
atividades de recreação, lazer, piquenique, além de passeios e fica a critério do órgão
gestor a cobrança de ingressos para os visitantes terem acesso à essas áreas, no entanto
os recursos arrecadados com a bilheteria devem ser utilizados na manutenção da unidade,
vale ressaltar que o parque criado pelo poder público municipal é denominado Parque
Natural Municipal (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2010).
As Unidades de Conservação são espaços de suma importância para a
preservação de componentes bióticos e abióticos, preservando áreas que mantem
resquícios naturais dos biomas, vale ressaltar que estas áreas não podem ser vistas como
um “empecilho” ou um problema de cunho administrativo ou de insegurança para a
população e o poder público, pois, podem ser utilizadas tanto para fins recreativos quanto
científicos e asseguram que as gerações futuras também possam fazer uso destes espaços
Apesar da lei ter sido sancionada no ano de 1977, o Parque só foi fundado no dia
1º de maio de 1986 com uma extensão total de 48.400 m². Esta área foi declarada como
reserva florestal a partir do dia 28 de julho de 2005 com base na lei nº 4.771 de 15 de
setembro de 1965, em seus artigos 16 e 44 reserva florestal, constando os seguintes
parâmetros:
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Mapa 1: Localização do Parque do Goiabal
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de escoteiros, soldados do exército que fazem treinamentos na área, e praticantes de
atividades físicas ao ar livre.
5 RESULTADOS
Apesar de ser um território protegido por Leis Federais é possível observar, por
meio dos trabalhos de campo realizados, que o Parque do Goiabal é palco de diversos
problemas ligados à sua conservação e gestão, dentre eles pode-se elencar: o acúmulo de
lixo dentro do parque e em suas adjacências, assim como a pressão por parte da ocupação
que ocorre às suas margens, onde algumas propriedades avançam sobre seu território.
Ainda que o Artigo 14 da Lei Florestal nº 14. 309 de 19 de julho de 2002 garante
a proteção de toda a extensão territorial do Parque do Goiabal, não é mencionado nada
no documento sobre a proteção das áreas adjacentes ao parque, onde deveria estar imposta
a zona de amortecimento que visa diminuir a ação dos impactos existentes nas
proximidades sobre o parque.
Embora o Parque do Goiabal seja um território protegido por lei, seu marco
delimitatório, ou seja, sua fronteira, não é estática, uma vez que foi possível observar, a
partir de trabalhos de campo realizados anteriormente, o avanço das propriedades
localizadas nas áreas onde deveria existir a zona de amortecimento sobre o parque
(figura.01).
Figura 1: Avanço de uma propriedade vizinha sobre a área do parque
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A falta da regulamentação da área de amortecimento do parque pode ser
extremamente prejudicial a conservação de sua biodiversidade, uma vez que existem
propriedades localizadas junto ao limite de abrangência da vegetação do parque, havendo
a criação de animais domésticos como porcos, galinhas, gansos, entre outros (figura 2),
podendo transmitir doenças aos animais selvagens que vivem na área.
Figura 2: Criação de animais junto às margens do Parque do Goiabal
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Ao conversar com um morador vizinho ao Parque o mesmo relatou a existência
de conflitos entre os donos das propriedades localizadas junto ao parque e o poder
público, pois, segundo o morador algumas dessas propriedades estão em situação
irregular e caso haja o mando do poder público as mesmas poderão ser desapropriadas,
por ocuparem um território de maneira ilegal.
5 CONCLUSÃO
Por ser uma Unidade de Conservação cuja proteção de seu território é garantida
por lei o Parque do Goiabal não deveria ser palco de problemas ligados a delimitação de
sua área, entretanto a realidade não é essa, uma vez que, a ocupação às margens do parque,
onde deveria existir sua zona de amortecimento, é realizada de maneira irregular e seu
território é suprimido pelo avanço das propriedades vizinhas.
Neste sentido, os problemas apontados põem em risco a existência, e a finalidade
de conservação do meio ambiente que é o maior motivo de sua existência. Seria
importante a atuação do poder público visando garantir o cumprimento da legislação e
atuando para que a área passe a ser regularizada conforme os parâmetros estabelecidos
pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação.
O avanço das propriedades em direção ao território do Parque do Goiabal causa
conflitos, principalmente de âmbito jurídico, visto que, a área é ocupada de forma que os
parâmetros legais não estão sendo cumpridos. Neste sentido, é importante que haja
atuação do poder público de maneira que o conflito seja resolvido da melhor maneira.
É fundamental que haja o trabalho de conscientização da sociedade por parte do
poder público, principalmente as comunidades que habitam os entornos das UCs, sobre a
importância da existência destas áreas de proteção, para que as pessoas passem a zelar e
preservar por estes espaços.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1º, incisos I, II,
III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação
da Natureza e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 19 jul. 2000.
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Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9985.htm. Acesso em: 28
mar. 2017.
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SEGREGAÇÃO SOCIOESPACIAL URBANA: O CASO DO BAIRRO
SHOPPING PARK EM UBERLÂNDIA – MG
Paulo Henrique Silva de Amorim
Resumo: Este trabalho busca por meio da análise do mercado imobiliário uberlandense
evidenciar o processo de segregação socioespacial atuante no bairro Shopping Park,
localizado no setor sul da cidade de Uberlândia/MG. Compreende-se o processo vigente
como parte de um amplo processo que redefine e altera os padrões da cidade,
(re)caracterizando o padrão centro-periferia e evidenciando o modelo uberlandense de
segregação socioespacial. Dessa maneira, foi feita a correlação com os atuais
condomínios residenciais e empreendimentos, principalmente os de alto status face ao
processo de valorização do seu entorno, seguida com entrada de classes abastadas de
renda, alterando as estruturas dinâmica urbana que se faz presente no local.
1 INTRODUÇÃO
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Para efetivar este trabalho e analisar o bairro, fez-se uma revisão teórica para
subsidiar a discussão conceitual acerca dos processos. Em seguida, foi realizada a
pesquisa de campo, aplicando questionários para os moradores ali presentes, além de
utilizar o recurso fotográfico.
Com base nestes elementos e informações, foi possível expandir a análise da
realidade que se faz presente frente ao processo de produção do espaço atrelado à
segregação em seu conjunto, estabelecendo uma relação dialética entre os dois, de modo
a apresentar uma discussão mais detalhada sobre a temática.
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foram ampliados de forma a abrigar mais de 125 milhões de pessoas.
(MARICATO, 2001, p. 16)
Com base ao que fora exposto pela autora, observa-se que a segregação
socioespacial brasileira é um fato concreto sem possibilidades de (in)contestações. Tal
segregação tem sido evidenciada de maneira clara a partir da desigual distribuição
residencial, que, em conjunto com outros aspectos que moldam esse espaço, acabam por
dividir a população, considerando as diferenças das classes a partir do baixo poder
aquisitivo.
Devemos entender a segregação a partir das diferenças que permeiam o espaço
urbano que estamos inseridos, desde sua unidade e seu exterior, alcançando um viés plural
acerca da estrutura sob o ponto de vista pautado na dinâmica urbana. No entanto,
conforme apontado por Castells (2000, p. 183), considera-se que “as desigualdades são
decorrentes de um processo, cujas diferenças são identificadas a partir das formas da
cidade, sendo produzidas a partir das relações estabelecidas tendo em vista o modo de
produção capitalista”.
Torres (2004) reforça essas diferenças ao analisar a segregação residencial como
“[...] o processo por meio do qual uma determinada população é forçada de modo
involuntário a se agrupar em um dada área”. Ou seja, observa-se que para existir o
fenômeno da segregação, é necessário que um dado grupo se segregue ou seja segregado,
como no caso do recorte do estudo, a ser explicado nas linhas a seguir.
Com isso, a análise da produção do espaço e sua segregação socioespacial no
bairro Shopping Park permite comprovar as contradições e reflexos ora inerentes a
sociedade, uma vez que é a partir dela que será possível expressar as desigualdades que
sobressaem das relações entre as classes dominantes e as desguarnecidas, cuja relação
entre as duas, embora diferentes, giram em torno da égide do capital.
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sempre esteve pautada em estratégias diferenciadas de acomodação das classes. Ou seja,
observa-se que a desigualdade tem sido produzida ao longo dos anos na história da cidade,
através de obstáculos ao acesso à terra e, principalmente, à moradia.
Assim, a exclusão social da cidade é marcada por uma segregação muito
acentuada, acompanhada pela atuação de classes abastadas construindo suas residências
em áreas nobres. Tais classes geralmente necessitam do amparo do Estado visando atrair
infraestrutura para que suas moradias alcancem um status cada vez mais elevado. Essas
condições tendem a configurar a cidade sob uma ótica de propagação, isto é, reverencia
camadas da cidade a partir de uma valorização intensa, cujos atores responsáveis por esse
“desenvolvimento” busquem cada vez mais se relacionar com outros agentes
(imobiliários, produtores fundiários, Estado, etc.) para que seus interesses consigam ser
alcançados.
Dentro desse contexto, observa-se também a acentuada atuação da camada
desguarnecida: os grupos socialmente excluídos, como apontado por Corrêa (1989). A
estes, só restam ocupar áreas periféricas, onde o solo possui menor valor agregado em
razão da ausência ou da precária infraestrutura urbana.
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Desta maneira, o setor Sul é dividido em quatro subáreas socioeconômicas, sendo
classificadas a partir da seguinte ordem: 1) Elevado alto padrão aquisitivo; 2) Médio
padrão aquisitivo; 3) Baixo padrão aquisitivo e 4) Muito baixo padrão aquisitivo,
conforme ilustrado a seguir. Ressalta-se que essa subdivisão foi realizada a partir da renda
nominal mensal disponibilizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística –
IBGE para o ano de 2016.
1
Os bairros Ibiporã e Bosque Karaíba são bairros em Projeto de Lei; não devem ser considerados nesta
análise.
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condomínios fechados de extremo requinte, serviços de alta qualidade, vias de acesso
largas e pavimentadas, representando símbolos de prestígio e distinção social.
Em contrapartida, há de analisar a outra camada localizada ao Sul do setor,
compreendendo unicamente o bairro Shopping Park (tons mais claros), que se apresenta
como a área de maior vulnerabilidade social, cuja população detém o menor poder
aquisitivo, sendo constituída, em sua grande maioria, por loteamentos populares dos
programas de habitação subsidiados pelo Estado, destinados ao suprimento de moradias
e à consequente redução do déficit habitacional, conforme apontado na análise.
Sendo assim, o Shopping Park, recorte espacial do estudo, é caracterizado como
uma das áreas da cidade com maior carência em infraestrutura urbana, com algumas vias
não pavimentadas, falta de saneamento básico, comércio e serviços de saúde, transporte,
poucas instituições de ensino e áreas de lazer que atendam a população de baixa renda.
Além disso, observa-se uma considerada quantidade de vazios urbanos no interior do
bairro, os quais têm servido de depósito de lixo e entulho, alimentando o abandono por
parte dos órgãos públicos.
Um fato a ser observado ainda na Figura 1 é a linha imaginária que o anel viário
condiciona o bairro Shopping Park em relação aos demais que permeiam no seu entorno,
resultando em uma “separação”, fazendo jus ao que fora exposto neste trabalho.
Tendo em vista a ineficácia das políticas públicas do município para impedir ou
pelo menos reduzir o intenso processo de especulação imobiliária, que se traduz em uma
característica histórica da expansão urbana da cidade, o processo de implantação de
loteamentos populares nas regiões periféricas, de certa forma, atinge seu objetivo ao
reduzir o déficit de habitações, porém, ativa uma gama de problemas que, geralmente,
leva um longo e árduo tempo para serem sanados. Problemas com o transporte público,
pouca pavimentação, coleta de resíduos e a implantação dos equipamentos sociais
(instituições de ensino e áreas de lazer) imperam os bairros oriundos de loteamentos
populares implantados nas periferias das cidades, devido à distância do centro e ausência
de infraestruturas.
De acordo com a Lei Complementar n° 523, de 07 de abril de 2011, que dispõe
sobre o parcelamento do solo e do município de Uberlândia e de seus distritos, em seu
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capítulo III – Do Parcelamento do Uso do Solo Urbano, Seção I – Das Disposições Gerais,
Art. 9º, afirma que:
Apesar da existência da Lei aprovada pela Câmara Municipal de Uberlândia, que obriga os
construtores a compartilhar com a Prefeitura a instalação de equipamentos sociais nos
loteamentos, estes equipamentos ainda são bastante restritos e não suprem a necessidade
de todos os moradores.
Um outro problema é que a Lei é muito recente e alguns dos loteamentos
implantados anteriormente à sua vigência sofrem ainda com a ausência de infraestrutura,
em função destes serviços terem ficado sob a responsabilidade da prefeitura e dos
proprietários. (Figura 2 e 3).
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habitacionais de iniciativas privadas destinadas a suprir as carências das classes D e E
(ATTUX, Denise 2016).
Denise Attux acrescenta ainda que uma das iniciativas da Prefeitura para
contornar essa situação emergente na cidade está pautada na alteração do perímetro
urbano até que o mesmo seja totalmente ocupado e, se Uberlândia continuar no mesmo
ritmo de crescimento, essa ocupação será efetiva até o ano de 2025. Além disso, afirma
que a maioria das terras disponíveis na cidade pertence a poucas pessoas, as quais as
herdam de ascendentes pioneiros, sendo estes grandes proprietário de terra no passado. A
maior demanda destas terras encontra-se no setor Sul, caracterizando como o atual vetor
de crescimento da cidade, estendendo-se também para os próximos anos.
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em função de ações inadequadas, concentram os melhores equipamentos urbanos na
parcela já favorecida social e economicamente, em detrimento da população carente.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ATTUX, Denise. Correio de Uberlândia – Área Urbana deve ser ocupada até 2025,
2016. Uberlândia – MG, ano 99, n° 28.874.
CASTELLS, Manuel. A questão Urbana. São Paulo: Editora Paz e Terra, 2000.
CORRÊA, Roberto Lobato. O espaço Urbano. São Paulo: Editora Ática, 1989.
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UM ESTUDO SOBRE AS LOJAS DE CONVENIÊNCIA EM ITUIUTABA/MG
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geradores de conflitos entre eles mesmos e com outros segmentos da sociedade. Portanto,
o espaço urbano é resultado da combinação complexa destes elementos, incluindo-se
ações e interesses conjuntos ou mesmo contraditórios.
No Brasil, essa dinâmica da produção do espaço urbano intensificou-se na
segunda metade do século XX, principalmente a partir do impulso nos deslocamentos
populacionais resultantes do êxodo rural. Neste processo, o país tornou-se mais urbano,
uma vez que a maior parte da população passou a viver nas áreas urbanas, muitas vezes
a partir de um processo acelerado e desordenado de crescimento das cidades.
Soma-se a este cenário a ampliação da industrialização que gerou,
principalmente a partir da década de 1950, uma crescente produção de bens de consumo
duráveis e não duráveis, proporcionando mudanças no perfil do consumo. Ao mesmo
tempo, o avanço da globalização, ao longo das últimas décadas, ainda que desigualmente
no tempo e no espaço, contribuiu para a disseminação de valores e símbolos atrelados à
industrialização e ampliação do consumo. É a partir desta perspectiva que
industrialização, urbanização e consumo se relacionam, com papéis fundamentais para as
transformações ocorridas no país, gerando assim mudanças em todo espaço urbano.
A combinação destes fatores, portanto, levou à transformações no âmbito da
urbanização, tanto em termos quantitativos como qualitativos, uma vez que para além do
aumento da população urbana, ocorreram mudanças decorrentes de uma crescente adoção
de um comportamento urbano, inclusive novos hábitos da população, ritmo do trabalho,
padrões de consumo etc. Neste contexto, mudanças tem ocorrido também no âmbito do
comércio, como no caso do setor de distribuição atacadista e varejista, no qual o modelo
tradicional de vendas a atacado foi substituído em grande parte por um modelo que
envolve relações diretas entre as empresas industriais, por exemplo. Tais modificações
geram mudanças na estruturação das cidades, incluindo-se os espaços de consumo,
norteadas tanto pelas lógicas econômicas quanto pelas práticas espaciais dos
consumidores.
Dessa forma, no âmbito do capitalismo, o mundo vive em uma “metamorfose
do espaço habitado” (SANTOS, 1998), com transformações importantes da urbanização,
contemplando não só aspectos da estrutura, como também dos conteúdos, processos e
funções. Diante disso, consideramos que é possível apreender as transformações no
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espaço urbano a partir da análise do comércio e do consumo, não só por meio das formas
em si, mas a partir do processo de estruturação da cidade, considerando-se conteúdos e
processos.
Considerando-se estes aspectos iniciais, neste trabalho propomos analisar a
dinâmica do comércio em Ituiutaba-MG a partir do estudo específico das lojas de
conveniência. Este formato comercial, dada as suas especificidades, baseia-se em
modificações nas lógicas econômicas das empresas bem como das práticas espaciais da
população, sustentadas na ampliação da industrialização e disseminação do consumo.
Para tanto, foram realizados levantamentos bibliográficas sobre os temas que
fundamentam o estudo, além de pesquisas de campo e entrevistas para a caracterização
deste tipo de comércio na cidade de Ituiutaba.
Assim, o presente texto encontra-se organizado da seguinte forma: além desta
primeira parte, relativa à introdução, apresentamos, na segunda parte, uma discussão
sobre o tema de pesquisa, contemplando a fundamentação teórica e a análise dos
resultados. Em seguida, pontuamos algumas constatações sobre o tema, considerando-se
o recorte territorial analisado. Foi possível observar que o formato de lojas de
conveniência tem passado por uma difusão significativa ao longo dos últimos anos na
cidade, o que reforça as mudanças ocorridas tanto em relação às lógicas econômicas das
empresas quanto as práticas de consumo da população.
Para a realização desta pesquisa, foi realizada uma pesquisa bibliográfica que
abordasse a importância das atividades comerciais no desenvolvimento das cidades, o
crescimento das cidades e os impactos gerados pelo comércio no espaço urbano, assim
como o papel das lojas de conveniência na formação de novos espaços e novas formas de
consumo. Estas pesquisas foram feitas com base nos arquivos disponibilizados em teses
de diversas universidades, portais de revistas eletrônicas, como também no acervo de
livros da Biblioteca da UFU-Campus Pontal. A leitura e sistematização do material
levantado foi importante para a construção de uma base teórica e conceitual da pesquisa.
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Observou-se que nos últimos 50 anos, o comércio brasileiro passou por grandes
transformações e as novas formas comerciais possibilitaram novas maneiras de maximizar o
lucro e, ao mesmo tempo, foram se adaptando aos novos padrões de consumo da sociedade
contemporânea. Dentre as novas formas, apontamos os Supermercados, os Hipermercados, os
Shopping Centers, o Sistema de Franquias e as Lojas de Conveniência como estabelecimentos
comercias presentes no espaço urbano, criados em tempos distintos com intencionalidades
diferentes.
No caso das lojas de conveniência, foi possível compreender que se tratam de
pequenos estabelecimentos comerciais, que em alguns casos funcionam em regime de
franquia, geralmente localizados em postos de abastecimento de combustível, estações
ferroviárias ou de embarque, ou ruas movimentadas. Este formato comercial representa uma
forma de se criar uma receita adicional e também de atrair novos consumidores para os
espaços de consumo já existentes.
Nota-se que o formato de lojas de conveniência é uma das formas de comércio
que se torna cada vez mais presente nas cidades, tendo iniciado nos principais centros
urbanos e, posteriormente, disseminado para cidades menores. Este formato tem
modificado a estrutura interna da cidade, em relação à localização de espaços de consumo
de produtos alimentícios e bens de consumo em geral, impactando nos hábitos de
consumo da população. Portanto, as lojas de conveniência constituem-se em um tipo de
estabelecimento comercial que está presente em diversas cidades atualmente no Brasil,
incluindo-se os centros urbanos de pequeno e médio porte, como Ituiutaba.
De acordo com a National Association of Convenience Stores (2013),
A origem do conceito das atuais lojas de conveniência se deu nos Estados
Unidos, na década de 1920, quando os varejistas da distribuição de produtos para
conservação de alimentos observaram que, em função dos horários e dias
estendidos de funcionamento, poderiam incrementar suas vendas, acrescentando
outros itens de consumo à sua linha de produtos, como pão e leite. Sendo assim
a ampliação desta modalidade de varejo se deu após a Segunda Guerra Mundial,
favorecendo do rápido crescimento da indústria automotiva, da melhoria das
auto-estradas, além da ampliação da indústria da comida rápida (NATIONAL
ASSOCIATION OF CONVENIENCE STORES, 2013)
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estado, principalmente nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. A partir de 1993, as
empresas do setor de combustível, responsáveis pelas principais marcas no mercado
brasileiro, introduziram suas lojas no sistema de franquias, o que impulsionou a expansão
destas por novos mercados.
Baseando-se no estudo feito por Silva (2002), entre 1993 a 1996 houve a
consolidação da ideia de conveniência e comodidade para o consumo, consolidando-se
como mais uma possibilidade para o ato da compra de mercadorias. O ano marco de
difusão e interiorização das lojas de conveniência é 1997, quando passou a ocorrer a
grande expansão para inúmeras regiões do país e principalmente para as cidades com
menos de 500 mil habitantes e fora das áreas metropolitanas. No ano 2000 as lojas de
conveniência constituíam-se em 328 estabelecimentos em todo o estado de São Paulo e,
após mais de vinte anos, o setor de lojas de conveniência ainda sofre a influência direta
do mercado de distribuição de combustíveis.
Este tipo de comércio encontra-se estruturado em mais de 8.000
estabelecimentos entre lojas próprias e franqueadas (em postos de combustíveis e em
shoppings), sendo o estado de São Paulo o maior mercado, concentrando mais de 30% do
número total de estabelecimentos (SILVA, 2002). As tendências para mercado de
conveniência são de contínua expansão, facilitada pelos padrões de vida e consumo da
sociedade atual.
O desenvolvimento do setor de lojas de conveniência no Brasil passou por quatro
fases (SINDICOM, 2009 apud GUIMARÃES e BOTELHO, 2010), p.227): a primeira,
de 1987 a 1991, foi marcada pela aprendizagem, visto que as empresas distribuidoras de
combustíveis procuravam compreender as reações e percepções dos compradores em um
setor ainda considerado novo para todos os agentes. Com a progressiva
desregulamentação do mercado e a entrada de novos competidores estrangeiros, as
distribuidoras de combustíveis começaram a perceber a necessidade de tornar mais
produtivo o metro quadrado dos postos de serviços, agregando novas ofertas, tais como
as lojas de conveniência o objeto da pesquisa e os centros de troca de óleo. Daí surgiu a
segunda fase, entre os anos de 1992 e 1995, caracterizados como período de formatação
do setor, em que se buscou o seu real entendimento e de como administrá-lo de forma
eficiente na primeira e segunda fase foram abertas 184 lojas.
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A terceira fase, entre os anos de 1996 e 1999, foi caracterizada por um crescimento
acelerado do número de lojas de conveniência. Em 1996, os preços dos combustíveis
foram aprovados para comercialização pelas distribuidoras e postos de serviços, após
mais de 50 anos de controle governamental. Em 1997 foi criada a ANP (Agência Nacional
de Petróleo) e o Estado sendo um dos agentes sociais passou a exercer o papel de
regulador do mercado, e não mais a interferir no estabelecimento dos preços.
Portanto no final da década de 1990, com a redução e estabilização da inflação e
o surgimento das lojas de conveniência, os hipermercados normalmente localizados em
áreas distantes começaram a perder força, pois o custo de deslocamento e o tempo
despendido não mais justificavam os longos períodos alocados à prática das compras do
mês (VAL, 2012).
Aproveitando esta oportunidade e se beneficiando do fato de que suas lojas se
localizam onde as pessoas podiam parar seu carro de forma rápida e fácil, as
distribuidoras de combustíveis intensificaram seus investimentos no setor
(GUIMARÃES e BOTELHO, 2010). Neste período, foram abertas 1.703 lojas. No ano
de 2000 se inicia a quarta fase, em que a revitalização da imagem das lojas representou o
foco principal, buscando uma adequação aos padrões modernos de leiaute
(GUIMARÃES e BOTELHO, 2010).
Algumas redes, por exemplo, alteraram o padrão de auto-atendimento no conceito
de comida rápida em suas lojas para o atendimento assistido full-service. Sobre o assunto,
Silva (2002) afirma que
Através do comércio e dos lugares em que este se realiza satisfazem-se
necessidades, realizam-se desejos, veiculam-se informações, difundem-se
inovações e desenvolvem-se laços de sociabilidade (...) no comércio reside um
verdadeiro embrião da vida urbana, naquilo que esta pressupõe de interação,
de troca no sentido lato, ou de produção da inovação. O estudo do comércio
nos possibilita assim enxergar as mudanças da sociedade, a evolução dos
valores e as modificações na estrutura urbana (SILVA, 2002, p. 67).
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Tabela 1. Evolução do número de Lojas de Conveniência no Brasil
ANO NÚMERO DE LOJAS
1992 88
1995 238
1996 400
1997 780
1998 1.184
1999 1.370
Através dos dados da tabela podemos entender que as lojas de conveniência vêm se
expandindo em um ritmo acelerado. No ano de 1992 haviam poucas lojas de conveniência e no
ano de 2017 esse número ultrapassa 6.000 mil lojas inseridas nos postos de combustíveis. De
acordo com a FECOMBUSTÍVEIS (2017) – Federação Nacional do Comércio Combustíveis
e Lubrificantes,
O mercado de lojas de conveniência completou há pouco 20 anos e não pára de
crescer, com taxas de cerca 15% ao ano. Ao todo, são mais de 5.000 lojas de
conveniência no país e esse número deve aumentar ainda mais com a tendência
de expansão do mercado de conveniência no Brasil. Atualmente, este segmento
gera 123 mil empregos diretos e indiretos e recolhe R$ 197 milhões em impostos.
FECOMBUSTÍVEIS, 2017.
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Ituiutaba (MG), cuja sede se constitui em uma cidade de porte médio, apresenta
papéis regionais significativos, polarizando um conjunto de centros urbanos do seu
entorno. Segundo o estudo Região de Influência de Cidades – REGIC, do IBGE (2008),
Ituiutaba constitui-se em um Centro Sub Regional B e oferece um conjunto de bens e
serviços para a região. Dessa forma, o comércio existente na cidade atende também
pequenos municípios de sua microrregião geográfica, além de um centro urbano do estado
de Goiás.
É a partir desta realidade que propomos estudar a atividade comercial, mais
especificamente as lojas de conveniência, que têm se ampliado ao longo dos últimos anos
na cidade. Em relação aos procedimentos metodológicos, foram feitos reconhecimento
de campo para a localização dos estabelecimentos analisados, além de entrevistas com
consumidores e empresários. Ressalta-se que se trata de uma pesquisa exploratória,
portanto, não tem o intuito de obter resultados quantitativos, mas sim observar as práticas
espaciais do consumidor.
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Figura 2. Localização das Lojas de Conveniência em Ituiutaba - MG
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jovem. Trata-se de um caso de uma loja de conveniência de capital local, não ligado a
redes ou franquias, vinculado a um posto de combustível também de capital local.
Além deste tipo de lojas, constatamos também em Ituiutaba a existência de lojas
de conveniência de redes ou franquias, como é o caso da AM/PM, vinculado aos postos
da rede Ipiranga. Em um dos postos desta rede, que conta com uma loja de conveniência,
a gerente do estabelecimento relatou que houve uma queda em relação aos frequentadores
da loja quando comparado a anos anteriores. Neste caso, trata-se de uma loja de
conveniência que comercializa bebidas, cigarros e alimentos prontos. Diferentemente, a
rede de postos Petrobrás de propriedade do Grupo Décio, que possui 6 estabelecimentos
na cidade, comercializa também produtos de padaria em suas lojas de conveniência, da
bandeira BR Mania, o que pode ter ampliado a procura por estes estabelecimentos.
Em Ituiutaba há também lojas de conveniência que não estão vinculadas à postos
de combustível. Como exemplo, podemos citar a Toda Hora, situada no Centro da cidade
Rua 17 com a 22, um local frequentado por um público mais jovem e no período noturno. A
loja comercializa produtos como cigarros e bebidas alcoólica, e também fornece lanches
rápidos mas, segundo informações coletadas durante a entrevista, o carro chefe do local é a
venda de bebidas alcoólicas.
A partir da pesquisa realizada, foi elaborado o gráfico 1. Observa-se que em
grande parte das conveniências analisadas 37% dos produtos consumidos no período
noturno nas conveniências são bebidas alcoólicas, 28% cigarros, 26% consumo de
lanches rápidos, e 9% o consumo de bebidas não alcoólicas como água, sucos e
refrigerantes.
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Porém, para além do consumo de produtos no período noturno, as lojas de
conveniência estão se consolidando como estabelecimentos comerciais para atender a
demanda da população também no período diurno. Algumas lojas de conveniência na
cidade são bastante frequentados durante o dia, como é o caso dos estabelecimentos que
oferecem produtos de padaria e até mesmo de pequenas mercearias.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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CORRÊA, R, L. O espaço urbano. São Paulo: Ática, 1995.
SILVA, Carlos Henrique Costa da. Novas formas de comércio e consumo. Estudo sobre
lojas de conveniência. Geografia. n. 1, 2002, p.65-82, Universidade Estadual Paulista.
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LEGISLAÇÃO HABITACIONAL E IMPLICAÇÕES SOCIOESPACIAIS: um olhar sobre
a cidade de Ituiutaba, MG
Antonio de Oliveira Jr
Professor do curso de Graduação em Geografia e do Programa de Pós-Graduação em Geografia
do Pontal, da Universidade Federal de Uberlândia, campus Pontal
1 INTRODUÇÃO
A questão habitacional no Brasil tem sido tema corrente nos estudos urbanos, de um lado,
devido em parte as políticas públicas de combate à pobreza e a exclusão social, e por outro, em
decorrência da implementação do Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV), que revelou
historicamente o caráter negligente, segregador e excludente das políticas publicas de moradia no
país.
Tendo em vista o contexto de expansão da política de habitação e dos programas
habitacionais, temos como exemplo a cidade de Ituiutaba, sede do munícipio do mesmo nome e
principal de sua microrregião, localizada na mesorregião do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba,
em Minas Gerais, que recebeu nestes últimos oito anos uma expressiva quantidade de
empreendimentos imobiliários do PMCMV.
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Assim, o objetivo deste trabalho é analisar a implementação do PMCMV na cidade de
Ituiutaba, a partir da legislação vigente, do seu cumprimento ou não. Partimos da hipótese inicial
de que a implementação dos empreendimentos habitacionais não está de acordo com as exigências
normativas, incorrendo em uma série de problemas estruturais e transformando a habitação em um
fetiche social.
Para embasar nossa análise nos debruçamos sobre o conjunto de legislação federal e
municipal (leis, decretos-lei, portarias, etc.) referente as normatizações de habitação, moradia,
infraestrutura urbana e regularização fundiária. Além desses documentos oficiais, consultamos
estudos referentes ao déficit habitacional no Brasil e em Minas Gerais e a problemática dos
empreendimentos habitacionais que nos ajudam a compreender a realidade da vida social nos
conjuntos habitacionais do PMCMV na cidade de Ituiutaba, MG.
2 DISCUSSÃO
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com 927 mil unidades ou 14,9%, e adensamento excessivo em domicílios alugados com
314 mil domicílios ou 5,1% do total do déficit habitacional. (FJP, 2017, p.13)
O ônus excessivo com aluguel é a variável responsável pelo maior peso na composição
do déficit, e na região Sudeste este valor é expressivo, superando a média nacional, com
participação de 63%. Com isto podemos supor que existe no Brasil, um contínuo crescimento da
acumulação ou concentração da propriedade imobiliária1 e, que as políticas habitacionais nos
últimos oito anos, não deram resultado esperado no que se refere a minimização do déficit,
contribuindo provavelmente para um maior distanciamento social na estrutura de classes.2 No
estado de Minas Gerais, o déficit habitacional apresenta um percentual extremamente elevado para
a coabitação e o ônus excessivo com aluguel, de 87,5% (Miranda-Ribeiro et al., 2015), ou seja,
quando o valor do aluguel for superior ou igual a 30% da renda familiar, como ilustra o gráfico a
seguir:
Gráfico 1: Composição do déficit habitacional total, urbano e rural em Minas Gerais, 2010
1
Dados divulgados pelo Jornal O ESTADÃO em 13 de agosto de 2016, revelam uma enorme desigualdade na cidade
de São Paulo: um por cento dos donos de imóveis de São Paulo concentra 45% do valor imobiliário da cidade.
2
Esta é uma hipótese que não será abordada neste trabalho, mas que alimenta outra vertente de nossos estudos e que
se direciona diretamente, não apenas para análise mais ampla da política social habitacional, mas também para uma
análise que inclua uma estratégia espacial neoliberal como para a análise.
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estimativa populacional total de 104.526 habitantes (IBGE, 2017) e certamente o impacto deste
crescimento de 7.355 habitantes é significativo no meio urbano, se mantivermos o mesmo padrão
de queda da população rural.
Supõe-se que este crescimento populacional deva-se, em parte, ao investimento do
governo federal na expansão do ensino superior com a instalação de um campus da Universidade
Federal de Uberlândia, em 2006; e do Instituto Federal do Triângulo Mineiro, em 2008, além de
investimentos do setor privado, como por exemplo: Arthur Lundgren Tecidos S/A, British
Petróleum (BP), JBS S/A , Nestlé Brasil LTDA, Syngenta Proteção de Cultivos LTDA.
Diante deste quadro de crescimento populacional associado em parte a um crescimento
econômico, o município investiu de forma expressiva no setor habitacional, já que o problema da
habitação era uma necessidade a ser solucionada pela administração pública. O déficit habitacional
do município apresentava em 2010 indicadores elevados em relação ao estado de Minas Gerais,
como demonstram os mapas abaixo, apresentados por Miranda-Ribeiro (2015).
Fonte: Fundação João Pinheiro, Déficit Habitacional Fonte: Fundação João Pinheiro, Déficit
Municipal no Brasil, 2010 Habitacional Municipal no Brasil, 2010
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Mapa 3: Domicílios precários segundo Mapa 4: Ônus excessivo com aluguel
municípios, Minas Gerais, 2010. urbano segundo municípios, Minas Gerais,
2010.
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regularização fundiária de assentamentos localizados em áreas urbanas. O PMCMV tem como
parâmetro a renda familiar de até 10 (dez) salários mínimos e poderia ser implementado em
qualquer dos Municípios brasileiros (Art. 2o).
Além deste principal parâmetro, a Lei1 exigia que para a aplicação do Programa, os
municípios deveriam respeitar, segundo o Art. 3o, “as políticas estaduais e municipais de
atendimento habitacional, priorizando-se, entre os critérios adotados, o tempo de residência ou de
trabalho do candidato no Município e a adequação ambiental e urbanística dos projetos
apresentados”, com destaque para:
1
É importante salientar que a Lei 11.977, do PMCMV, no intuito de dar sustentabilidade jurídica e operacional ao
Programa alterou o Decreto-Lei no 3.365, de 21 de junho de 1941, que dispõe sobre desapropriações por utilidade
pública; as Lei no 4.380, de 21 de agosto de 1964, que institui a correção monetária nos contratos imobiliários de
interesse social, o sistema financeiro para aquisição da casa própria, cria o Banco Nacional da Habitação (BNH), e
Sociedades de Crédito Imobiliário, as Letras Imobiliárias, o Serviço Federal de Habitação e Urbanismo; 6.015, de 31
de dezembro de 1973, que dispõe sobre os registros públicos; 8.036, de 11 de maio de 1990, que dispõe sobre o Fundo
de Garantia do Tempo de Serviço; e, 10.257, de 10 de julho de 2001, que regulamenta os arts. 182 e 183 da Constituição
Federal, estabelece diretrizes gerais da política urbana e a Medida Provisória no 2.197-43, de 24 de agosto de 2001,
que dispõe sobre a adoção de medidas relacionadas com o Sistema Financeiro da Habitação - SFH, altera as Leis
nos 4.380, de 21 de agosto de 1964 e 8.692, de 28 de julho de 1993.
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o município apresenta três leis criadoras de um Fundo Municipal de Habitação: a Lei no 3.257, de
08 de outubro de 1997; a Lei no 3.591, de 22 de janeiro de 2003; e, a Lei no 3.937, de 12 de junho
de 2008, o que reflete a ausência de uma estrutura de planejamento e de informações, tanto ao nível
do executivo quanto do legislativo. O fato de não haver nenhuma legislação municipal que regule
desde a localização dos conjuntos habitacionais até suas construções, baseada nas diretrizes da
legislação federal, demonstra uma negligência por parte do poder público, o que vai resultar em
uma série de problemas que citamos adiante.
Vale ressaltar, que mesmo com um grande numero de empreendimentos habitacionais e
de um mercado imobiliário amplamente dinâmico, o Município não tem uma Secretaria de
Habitação e nem um Conselho da Cidade, o que implicaria minimamente em um debate
democrático sobre os usos no espaço na e da cidade. A existência de um Conselho da Cidade,
prevista no Estatuto das Cidades, autônomo e representativo de diversos segmentos da sociedade
permitiria que a cidade fosse construída a partir do debate e do olhar de todos. A ausência do
Conselho das Cidades permite que principalmente o mercado imobiliário, um dos maiores
interessados no espaço da cidade, aja junto ao poder público negociando não apenas a terra urbana,
mas sobretudo, de forma indireta, direitos sociais.
A expansão dos conjuntos habitacionais do PMCMV na cidade de Ituiutaba,
especificamente no período de 2009 a 2013, resultam em 6.294 moradias distribuídas em 16
empreendimentos: Jardim Europa, Canaã I e II, Residencial, Residencial Carlos Dias, Residencial,
Camilo Chaves, Nadime Derze Jorge I e II, Residencial Jardim Europa II, Gilca Vilela Cancela,
Residencial Doutor Marcondes Bernardes Ferreira e Nova Ituiutaba I, II, III e IV.
Embora este crescimento tenha sido bastante significativo, é importante citar que quase
todos os conjuntos apresentam problemas de infraestrutura e alguns ainda como o Nova Ituiutaba
I e IV não foram entregues à população. Estudo recente, realizado por Silva et al (2016), aponta
irregularidades presentes nos Conjuntos Canaã I e II, Buritis, e Nadime Derze I e II em relação a
falta de equipamentos e serviços. Em todos conjuntos analisados pelos autores, verifica-se a
ausência de creches, escolas de ensino fundamental e médio, espaços de lazer, postos de saúde,
bem como uma baixa oferta de serviços de transporte público. Observa-se que de fato, em parte, a
legislação federal no tocante à habitação não é cumprida em Ituiutaba. Vejamos alguns exemplos:
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A Lei no 8.677, de 13 de julho de 1993, que dispõe sobre o Fundo de Desenvolvimento
Social (FDS) , afirma em seu Art. 2o, que
a política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais
da cidade e da propriedade urbana; e, indica como diretriz a ser cumprida, a garantia do
direito a cidades sustentáveis, entendido como o direito à terra urbana, à moradia, ao
saneamento ambiental, à infra-estrutura urbana, ao transporte e aos serviços públicos, ao
trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras gerações (Inciso I)
3 CONCLUSÕES
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Este isolamento socioespacial dá ao morador dos conjuntos habitacionais, uma dupla
condição: a de ter moradia e de não ter um hábitat, transformando neste caso, a habitação em um
quase fetiche social.
Ao ter o lugar da morada, a casa, o morador conquista o sonho de não ter mais que pagar
aluguel e de ter seu próprio espaço de convívio familiar; ao não ter um hábitat, sua condição de
vida continua precária em relação à cidade. Nota-se que, o poder público que deveria ser o primeiro
a cumprir a legislação e com isso, proteger o cidadão, acaba por exclui-lo para própria vida urbana,
fortalecendo processos de segregação e de exclusão urbana, contribuindo para que haja uma
discriminação da localização e consequentemente, do morador. A questão que se coloca está na
esfera do poder executivo, que deveria fiscalizar com mais compromisso o uso dos recursos
públicos e com isso garantir que o empreendedor entregasse o conjunto habitacional com todos os
equipamentos sociais coletivos.
Em entrevista ao jornal Brasil de Fato, em 29 de janeiro de 2015, a urbanista Raquel
Rolnik expressa a nova face da política habitacional ao afirmar que se antes “a gente tinha os sem-
casa e agora nós estamos criando os sem-cidade”2. Esta frase sintetiza todo uma política
habitacional, e no caso de Ituiutaba, esta lógica se apresenta de forma bastante perversa, pois se
apresenta no efeito localizador, já que todos os conjuntos do PMCMV estão instalados nos limites
da cidade, que hoje é periferia espacial, mas amanhã certamente não será mais, devido a velocidade
da urbanização sem normas e controles legais. Este efeito segregador da localização associado a
precariedade do sistema de transporte público diminui a capacidade de mobilidade da população,
excluindo-a da sua própria cidade dentro da cidade.
Este isolamento socioespacial não permite o exercício da plenitude do encontro, relação
primordial para a vida urbana. Para LEFEBVRE (2001, p.4), a cidade é uma obra, o lugar do
encontro, ou seja, “o uso principal da cidade, isto é, das ruas e das praças, dos edifícios e dos
monumentos, é a Festa (que consome improdutivamente, sem nenhuma outra vantagem além do
prazer e do prestígio, enormes riquezas em objetos e em dinheiro)”.
2
Cf. BRASIL DE FATO. “Antes tínhamos os sem-casa, agora estamos criando os “sem-cidade””. Acesso em 26 de
setembro de 2017. Disponível em: https://www.brasildefato.com.br/node/31184/
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Alijados desta Festa, a população moradora dos conjuntos habitacionais, vive sob uma
desurbanização que resulta em uma perda de percepção da cidade, daquilo que a constituí enquanto
materialidade da vida social, visto que o resultado da prática da política urbana, ao invés de
diminuir as desigualdades somente as intensifica. Entendemos que este é um processo que
requalifica a pobreza. Ao dar moradia para uma classe social que anteriormente vivia dentro da
cidade mas à margem da sociedade e que agora vive fora da cidade e também à sua margem, o
capital redimensiona o sentido da pobreza a partir de parâmetros locacionais. Como o sonho da
casa própria é o sonho de todo trabalhador, aquele que nunca teve condições de obtê-la, ao realizar
seu sonho, não consegue perceber a forma e as condições nas quais este sonho se concretizou.
Concordamos com SANTOS (2007, p. 29), quando ao analisar o processo de acumulação
capitalista através do planejamento, acaba por resumir esta estratégia:
De ora em diante, dever-se-á dar aos pobres a impressão, e não somente a esperança, de
que estão emergindo da pobreza. Eles passarão portanto a testemunhar um aumento em
termos absolutos de sua renda, isto é, de seu consumo de bens e serviços. Mas como está
fora de questão reduzir as taxas de acumulação e de desigualdade, o que significaria a
morte do sistema, a pobreza não será eliminada, apenas mascarada. Esta nova fase no
processo de modernização capitalista conduzirá a uma nova forma de pobreza, a pobreza
planejada.
Finalizando, este trabalho nos mostrou que, embora tenhamos um aparato legal no que se
refere à habitação, com uma das legislações mais importantes, carece o sistema de um conjunto de
instrumentos, na esfera municipal e federal, que acompanhe e fiscalize os empreendimentos, desde
seu desenho, projeto até a entrega das chaves, dando garantia e segurança ao comprador. Ao mesmo
tempo, esta ausência fortalece o mercado de terras, os grandes proprietários fundiários urbanos, os
produtores e construtores imobiliários, tornando a cidade o espaço de excelência de acumulação e
conflito do capital.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1% dos donos de imóveis concentra 45% do valor imobiliário de São Paulo. O ESTADÃO, 13
Agosto 2016. Disponível em: http://www.estadao.com.br/noticias/geral,1-dos-donos-de-imoveis-
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concentra-45-do-valor-imobiliario-de-sao-paulo,10000069287. Acessado em 21 de setembro de
2017.
Antes tínhamos os sem-casa, agora estamos criando os “sem- cidade. BRASIL DE FATO.
Disponível em: https://www.brasildefato.com.br/node/31184/. Acesso em 26 de setembro de 2017.
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150
SANTOS, Milton. Economia espacial: críticas e alternativas. São Paulo: Editora da
Universidade de São Paulo, 2007.
SILVA, Daniel de Araújo. et al. Produção do espaço urbano: Análise sobre a oferta de serviços e
equipamentos públicos em novas áreas habitacionais de interesse social em Ituiutaba-MG. Revista
Nacional de Gerenciamento de Cidades, v. 04, n. 25, 2016, pp. 18-32. Disponível em:
https://www.amigosdanatureza.org.br/publicacoes/index.php/gerenciamento_de_cidades/article/v
iewFile/1331/1353. Acesso em 15 de setembro de 2017.
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EIXO 2
ASPECTOS
GEOMORFOLÓGICOS E
PEDOLÓGICOS DO TRIÂNGULO
MINEIRO
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RISCO DE ALAGAMENTOS NA ÁREA URBANA DE ITUIUTABA/MG
Resumo: o alagamento é um dos problemas mais comuns nos centros urbanos e é o objeto de
estudo deste trabalho que teve como objetivo principal identificar e caracterizar as áreas de risco a
alagamento na cidade de Ituiutaba/MG. A metodologia deste trabalho baseou-se primeiramente em
leituras bibliográficas sobre os temas que envolvem a pesquisa como: alagamentos, risco
ambiental, urbanização e outros. Também se buscou notícias nos principais jornais eletrônicos de
Ituiutaba e microrregião, sendo as notícias escolhidas com o critério de apresentar a quantidade de
chuva em milímetros e a duração das chuvas, é constante a divulgação de notícias sobre eventos
proporcionados pelas chuvas, no entanto a ausência de informações mais detalhadas impossibilita
o uso destas para a pesquisa científica. Os dados das notícias foram comparados com os dados
obtidos por meio do banco de dados históricos do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET),
algumas reportagens já utilizavam os dados do instituto, outras, no entanto não informaram a fonte
e foi possível observar discrepâncias, talvez devido a localização da estação meteorológica de
Ituiutaba, entre os dados divulgados e os obtidos no INMET. Assim, por meio deste trabalho foi
possível verificar que os alagamentos resultam da ausência de um planejamento urbano adequado,
fato que permite afirmar que as obras direcionadas à drenagem urbana, como o sistema de
escoamento pluvial, associado às formas do relevo possibilita a existência de eventos como os
alagamentos.
1 INTRODUÇÃO
Alagamentos vêm se tornando recorrentes em áreas urbanas nos últimos anos, fato este que
se dá devido ao processo de ocupação do relevo, provocando o rompimento do equilíbrio dinâmico
dos processos naturais. Essas mudanças tornam-se mais perceptíveis em áreas urbanas, onde a
concentração de atividades em um determinado ponto é hoje uma das principais responsáveis pelo
rompimento deste equilíbrio. Quando se diz “rompimento do equilíbrio dinâmico dos processos
naturais” compreende se que fenômenos que possuíam uma dinâmica particular, passam a sofrer
interferência devido ao processo de ocupação do relevo. Ao ocupar, o homem altera a paisagem,
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inicialmente ao remover a vegetação para que novos espaços sejam criados, a partir daí surgem as
construções, o modelado do relevo é alterado, o solo tende a ser impermeabilizado, e assim as
dinâmicas naturais são rompidas.
O solo que anteriormente infiltrava a água da chuva torna-se impermeabilizado, a carga
pluvial passa então a escoar superficialmente ou a se acumular em determinados pontos do relevo,
sobretudo em áreas consideradas depressivas, é aí que os alagamentos passam a ser identificados.
Compreende-se alagamentos como a acumulação momentânea de água numa parte superfície do
relevo, a qual inexiste ou é insuficiente o sistema de drenagem urbana, tendo em vista que a área
foi impermeabilizada por meio das construções urbanas a água das chuvas tende a ser mantida por
um determinado período, provocando os alagamentos (IPT, 2007).
A probabilidade de ocorrência de eventos como os alagamentos associada a uma população
considerada vulnerável, por não dotar de infraestrutura adequada para superar estes impactos, passa
a configurar as chamadas áreas de risco. Nestas áreas de risco existe a exposição de uma
determinada população à ocorrência de eventos que podem vir a trazer perdas materiais ou
imateriais. No caso deste estudo serão trabalhadas as áreas de risco de alagamentos. Partindo do
pressuposto de que os alagamentos tendem a ocorrer com mais frequência a partir do momento em
que o relevo passa a ser impermeabilizado, mormente em áreas urbanas, optou-se por estudar
alguns casos ocorridos na área urbana do município de Ituiutaba/MG, que possui 97.171 mil
habitantes (sendo destes 93.134 que residem na área urbana do município, ou seja, um percentual
de 96%), cuja unidade territorial é de 2.598,04 Km². A cidade está localizada no “Pontal” da
Mesorregião Geográfica do Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba, na latitude 18º 58’08’’ S, com
longitude de 49º 27’ 54’’ W Gr (Figura 01) e apresenta altitudes que atingem cerca de 770 m
(IBGE, 2010).
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Figura 01: Localização da malha urbana do município de Ituiutaba/MG.
2 DISCUSSÃO TEÓRICA
Neste estudo foi levado em consideração o processo de ocupação do relevo nas áreas de
fundo de vale, no domínio das vertentes e ainda nas áreas de topo. Estes são compartimentos do
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relevo que passam a ser apropriados e ocupados pelo homem, promovendo a alteração de dinâmicas
como as de infiltração e escoamento das águas (CASSETI, 2001).
Estas alterações no relevo provocam o rompimento do equilíbrio dinâmico dos processos
naturais, a água que infiltrava e percolava no solo passa a escoar superficialmente, este escoamento
torna-se um dos principais problemas urbanos atualmente. Isto é considerado como um problema
no sentido de que esta água que escoa tende a percorrer um caminho até chegar ao seu destino final,
no caso o canal fluvial, e este caminho “natural” é substituído por um sistema de captação e
drenagem urbana que muitas vezes não consegue escoar toda a quantidade de água que chega. O
excedente de água tende a ficar acumulado momentaneamente nas partes mais baixas do relevo, se
configurando os alagamentos. De acordo com o IPT (2007, p. 97):
Nas cidades, a questão da drenagem urbana envolve, além dos processos hidrológicos de
enchentes e inundações diretamente ligadas aos cursos d’água naturais, processos de
alagamentos e enxurradas, decorrentes de deficiências no sistema de drenagem urbana e
que podem ou não ter relação com os processos de natureza fluvial. Em muitas cidades o
descompasso entre o crescimento urbano e a drenagem urbana tem originado graves
problemas de alagamentos e enxurradas.
Conforme o Ministério das Cidades e IPT (2007), os chamados alagamentos são fenômenos
que ocorrem devido ao acúmulo momentâneo de águas em uma superfície resultado de problemas
no sistema de drenagem, podendo ou não ter relação com processos naturais de origem fluvial.
Estes alagamentos podem ocorrer de forma natural, por causa do saturamento de água no solo, ou
ainda de forma acelerada pelo processo de ocupação do relevo, quando o solo é impermeabilizado
e a água passa a se acumular nas áreas mais depressivas.
A partir do pressuposto, compreende se os alagamentos como fenômenos relacionados à
ineficiência da drenagem urbana representada pela rede de esgoto e águas pluviais. Assim, de
acordo com Grilo (1992 apud TEODORO; NUNES, 2010, p.82) [...] “os alagamentos ocorrem,
geralmente, em áreas planas ou com depressões e fundos de vales, com o escoamento superficial
comprometido pela topografia e falta ou insuficiência de um sistema pluvial no ambiente urbano”.
Quando existem estes fenômenos, especialmente com a presença de vítimas, aqui compreende-se
vítima como aquele atingido pelo evento não necessariamente a ocorrência de óbito, estes pontos
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passam a ser chamados de áreas de risco. Assim, compreender o termo risco torna-se importante
para este estudo.
O risco é um termo abrangente e que pode estar relacionado a diversas situações impostas
ao homem durante ou por conta das relações estabelecidas com a natureza. Ao intervir na
natureza existem dinâmicas naturais que passam a ser modificadas podendo ou não vir a
oferecer risco ao homem. (COSTA, 2015, p. 51)
O Instituto de Pesquisas Tecnológicas - IPT (2007, p. 26), compreende o risco como uma
[...] “relação entre a possibilidade de ocorrência de um dado processo ou fenômeno, e a magnitude
de danos ou consequências sociais e/ou econômicas sobre um dado elemento, grupo ou
comunidade”. Indo de encontro com esta ideia, Carpi Jr (2012, p. 34) afirma que,
Pensando nesta discussão sobre risco, há de ser colocada uma classificação destes riscos
como forma de compreender qual melhor se encaixa com o objeto de estudo, no caso dos
alagamentos será utilizado o risco ambiental. Assim, o termo risco encontra-se estritamente ligado
“à incerteza e ao desconhecimento das verdadeiras dimensões do problema ambiental” (EGLER,
1996, p. 34). Ainda de acordo com o autor, existem três categorias básicas de risco ambiental que
são: (1) natural; (2) tecnológico, e (3) social. O natural é aquele associado ao “comportamento
dinâmico dos sistemas naturais”, citando como exemplo as inundações e aceleração dos processos
erosivos. A partir do momento em que se tem a intervenção do homem e consequentemente a
implantação de infraestrutura, surge o risco tecnológico associado ao potencial de ocorrência de
eventos danosos à vida. O último risco apresentado é o social, ligado basicamente às carências
sociais, que contribuem com a degradação das condições de vida, exemplo disso é a ausência ou
precariedade no sistema de saneamento básico.
De acordo com o IPT (2007, p. 97):
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Nas cidades, a questão da drenagem urbana envolve, além dos processos hidrológicos de
enchentes e inundações diretamente ligadas aos cursos d’água naturais, processos de
alagamentos e enxurradas, decorrentes de deficiências no sistema de drenagem urbana e
que podem ou não ter relação com os processos de natureza fluvial. Em muitas cidades o
descompasso entre o crescimento urbano e a drenagem urbana tem originado graves
problemas de alagamentos e enxurradas.
Desta forma a água fica contida em determinados pontos incapazes de ser drenada e muitas
vezes são áreas densamente ocupadas, o que provoca uma série de transtornos à população que ali
reside. É um problema estritamente urbano, pois,
É a partir daí que se compreende que as próprias alterações provocadas pelo homem passam
a interferir direta ou indiretamente no equilíbrio dinâmico dos processos naturais. Dito isto, é a
partir do processo de ocupação do relevo seguido da impermeabilização do solo que se tem o maior
escoamento superficial, e em alguns casos o acúmulo momentâneo de água nas áreas mais
depressivas. Este acúmulo de água, ou alagamento é considerado um problema, ou um risco
ambiental, a partir do momento em que atinge o homem, prejudicando suas atividades e em alguns
casos provocando mortes ou perdas materiais, é neste sentido que surge a ideia de áreas de risco a
alagamentos (BOTELHO, 2011).
3 RESULTADOS
De acordo com Fonseca (2013) além de Ituiutaba ter um crescimento urbano constante nos
últimos anos, também conta com a presença de cinco cursos d’água que passam pelo perímetro
urbano, sendo eles: o córrego Pirapitinga, São José, da Lagoa, do Carmo e o Buritizal. Estes
córregos recebem a água advinda das chuvas, diante disso na medida em que o processo de
ocupação do relevo se acelera tem-se uma maior quantidade de água destinada aos mesmos, esse
contingente de água é determinado pelo grau de permeabilidade do relevo, em áreas urbanas há um
maior escoamento superficial do que a infiltração.
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Os canais fluviais em sua dinâmica natural têm poder erosivo que permite o entalhamento
do talvegue e por consequência o remodelado das vertentes, em muitos casos estas vertentes passam
a ter uma inclinação acentuada. A inclinação das vertentes torna se preocupante no que tange ao
direcionamento dos fluxos de água, pois ocorre uma concentração dessas águas nos fundos de vale,
em alguns casos provocando enchentes e em outros alagamentos, o que é o foco deste estudo.
A ideia inicial que se tem é que os fundos de vale se associam aos fenômenos de enchentes
e inundações, devido à elevação do nível do canal fluvial. No entanto, no caso do córrego São José,
que passa pela área central da malha urbana de Ituiutaba, este canal foi retificado e canalizado, o
que permite que a água se acumule momentaneamente sobre o córrego, mas não necessariamente
provocando a elevação do fluxo de água. Há então na Avenida José João Dib, que se encontra no
leito de inundação do córrego São José que foi canalizado, a ocorrência de alagamentos devido à
acumulação da água das chuvas que é direcionada das vertentes para o fundo de vale.
Pensando nas características do relevo de Ituiutaba/MG e sabendo que os alagamentos
passam a ser identificados com maior frequência nos relevos mais depressivos, buscou-se algumas
reportagens em jornais eletrônicos locais e regionais identificando a ocorrência de alagamentos na
cidade de Ituiutaba/MG. É neste sentido que foi elaborado uma tabela contendo as principais
informações no que tange aos eventos e às características do relevo (Tabela 01).
Tabela 01: Notícias de eventos de chuvas em Ituiutaba/MG e relevo das áreas dos eventos.
NOTÍCIAS
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Quantidade de 20mm - 37mm 28,8mm
Precipitação
Noticiada
1
Os dados coletados as 12:00 horas do dia de ocorrência do evento.
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quantidade de precipitação, duração da precipitação, os impactos ou problemas ocasionados, locais
do evento dentro da cidade e, com base nas observações, a morfologia do relevo no qual o evento
ocorreu.
Uma notícia trazida pelo G1 Triângulo Mineiro apresentou a quantidade de precipitação,
de 20 milímetros (mm) que durou 30 minutos. Nesta ocasião alguns impactos como alagamentos,
falta de energia elétrica em alguns pontos da cidade, destruição ou queda de alguns outdoors, assim
como de telhados e quedas de árvores aconteceram. Diferente da quantidade apresentada na notícia,
conforme o INMET a quantidade de chuva foi de 8 milímetros e não de 20 milímetros.
Mesmo sem conter a quantidade de chuvas em milímetros, a notícia do G1 Triângulo
Mineiro mostrou que a chuva durou por volta de 10 minutos, sendo o suficiente para desencadear
alagamentos, desabamento de tetos, transbordamento de bueiros e também destruição de carros
atingidos durante as chuvas. Buscou-se no INMET as informações sobre a quantidade de
precipitação para o dia em que foi noticiada a ocorrência do evento. De acordo com o INMET, que
apresenta dados que são medidos três vezes ao dia, houve uma precipitação de 62 milímetros (mm)
ao meio dia. A quantidade de chuva associada a impermeabilização do relevo é o suficiente para
que ocorram os alagamentos e como foi noticiado várias ruas ficaram alagadas. Vários dos
problemas apresentados anteriormente ocorreram ao longo da área urbana de Ituiutaba, no entanto
a notícia destaca o evento ocorrido no bairro Alcides Junqueira, a morfologia do relevo permite
dizer que o fato da mesma ser retilínea e pouco inclinada o acumulo momentâneo de água
proveniente das chuvas torna-se possível, fato justificado pela combinação entre a declividade do
relevo, impermeabilização do relevo e ainda o sistema de drenagem insuficiente para escoar essa
água.
A notícia do site Uipi exibiu dados de precipitação de 37 milímetros, sendo que esta
precipitação durou 30 minutos. Os mesmos dados de precipitação no INMET também são de 37
milímetros. Como elucida a notícia houve alagamentos na cidade em ruas e avenidas. Como além
de ser uma das áreas mais impermeabilizadas, estar em um relevo retilíneo nas vertentes, o centro
da cidade, pode ser considerado como uma área de risco a alagamentos, é comum a ocorrência de
chuvas (principalmente entre os meses de novembro e abril) tornando o local uma área de risco à
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alagamentos. Normalmente, ocorre de carros ou motos serem arrastados pela enxurrada, ou seja,
estas informações permitem afirmar o risco às pessoas que utilizam daquele espaço.
Mais uma vez o bairro Progresso, localizado num fundo de vale, tendo uma parte de sua
área que passa pela Avenida José João Dib (onde o córrego São José encontra-se canalizado)
também apresentou segundo o site “De olho no Tempo” a ocorrência de alagamentos e enxurradas
especialmente na avenida citada anteriormente. As informações do INMET confirmam que, choveu
28,8 milímetros e de acordo com o site teve a duração por volta de 60 minutos.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por meio da consulta às notícias, nota-se que algumas apresentam dados que podem ser
confirmados pelo INMET, porém outras utilizam informações de fontes não citadas, não sendo
possível identificar sua origem. Outra evidência é que muitos problemas ocorrem em Ituiutaba/MG
relacionando o processo de ocupação do relevo e os períodos de chuva. Compreende-se então que
o processo de ocupação do relevo ocorre em grande parte das cidades a partir da apropriação das
áreas de fundo de vale devido a proximidade com o curso d’água, e posteriormente, com o
desenvolvimento das cidades as vertentes e áreas de topo passam também a ser ocupadas. As
dinâmicas da natureza passam a ser alteradas como forma de moldá-las de acordo com as
necessidades do homem, no entanto a impossibilidade de prever os resultados dessas alterações
passa a colocar o homem em risco. É neste sentido que o trabalho colocou o processo de ocupação
do relevo como uma das alterações que permite caracterizar determinadas áreas como de risco, no
caso a alagamentos. Na área urbana de Ituiutaba/MG o que houve foi uma ocupação com pouco ou
nenhum planejamento urbano, não levando em consideração os períodos seco e chuvoso, nem o
tipo do relevo e por fim, ignorando a necessidade de um sistema de drenagem capaz de captar a
água das chuvas e fazer com que essa escoe com os menores impactos possíveis.
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REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério das Cidades. Mapeamento de áreas de risco em encostas e margem de rios.
Brasília: Ministério das cidades, 2007. 176p.
CARPI JR., S. Identificação de riscos ambientais e proteção da água: uma aproximação necessária.
In.: GUIMARÃES, S. T. L.; CARPI JUNIOR, S.; BERRÍOS, M. B. R.; TAVARES, A. C. (Org.).
Gestão de áreas de riscos e desastres ambientais. Rio Claro, SP: IGCE/UNESP/RIO CLARO,
2012. p. 32-60.
CASSETI, V. Ambiente e Apropriação do Relevo. São Paulo: Editora Contexto, 1991. 84p.
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IDENTIFICAÇÃO DOS PRINCIPAIS IMPACTOS AMBIENTAIS NO RELEVO
RESIDUAL MORRO SÃO VICENTE /SERRA DO CORPO SECO NO MUNICIPIO DE
ITUIUTABA/MG
Resumo: O presente trabalho visa realizar a identificação dos impactos ambientais no relevo residual
Morro São Vicente, conhecido popularmente por Serra do Corpo Seco. Para atingir o objetivo, foi
necessário realizar trabalhos de campo, leituras de livros e textos a respeito do assunto e a compilação
de um mapa de localização. Os resultados obtidos foram a identificação de impactos naturais
acelerados pelo uso humano de trilhas de moto, caminhada e desmatamento. Outro impacto observado
foi a presença de lixos e entulhos próximos à área. É importante que haja uma observação pelo
município e um cuidado ambiental, pois a área tem um potencial turístico a ser explorado.
1 INTRODUÇÃO
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considerando os aspectos geográficos (físicos e humanos), na tentativa de conhecer os processos
naturais responsáveis pela formação da paisagem estudada e as ações humanas que as transformam.
Tudo isso para que se possa encontrar e aplicar ações que recuperem áreas degradadas.
Partindo do pressuposto que toda a ação humana gera modificações na paisagem de forma
a provocar impactos ambientais, o conhecimento geográfico sob a perspectiva de uma visão
geomorfológica pode contribuir de maneira efetiva para a obtenção de diagnósticos e prognósticos
que sejam capazes de mitigar impactos ambientais negativos.
A forma como a sociedade vem ocupado a superfície terrestre, ou seja, o relevo, está
provocando aceleração de muitos processos naturais, inclusive os geomorfológicos que são
responsáveis pela esculturação da superfície. A ocupação intensa e desordenada e associada ao mau
u do solo pode desencadear processos que degradarão o relevo, como por exemplo, aceleração de
processos erosivos (sulcos, ravinas e voçorocas), perda de solo fértil, desmatamento, queimadas de
origem antrópica, descarte inadequado de resíduos sólidos.
Em relação à problemática que envolve os estudos sobre uso e ocupação do relevo, é
notório que em muitas áreas onde se encontram as unidades de conservação, parques ecológicos,
refúgios etc. vem enfrentando problemas relacionados a forma de uso e ocupação do solo, pois não
se respeita, na maioria das vezes, o equilíbrio natural de processos responsáveis pela formação e
conservação do solo, do relevo, da rocha, da hidrografia, da fauna e da flora desses ambientes.
Resultado de tudo isso é a intensificação da degradação ambiental.
Essa prática pode ser observada no município de Ituiutaba, Minas Gerais, principalmente
quando analisados os impactos resultantes do uso e ocupação realizada pelo ser humano nos relevos
residuais do tipo tabuliforme.
Neste sentido para que a discussão sobre a problemática levantada seja realizada,
escolheu-se como área de investigação o relevo residual do tipo tabuliforme, identificado segundo
IBGE (1979) denominado “Morro São Vicente”, culturalmente conhecido como “Serra do Corpo
Seco” (Figura 01).
A Serra do Corpo Seco está localizada no município de Ituiutaba/MG, cujas coordenadas
18º 58’ 08’’ Latitude S; 49º 27’ 54’’ Longitude W, exatamente na porção oeste da Mesorregião do
Triângulo Mineiro/Alto – Paranaíba, onde o mesmo é sede da Microrregião de Ituiutaba. O
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município possui uma área de 2.598,046 Km² com uma população 97,171 habitantes e densidade
demográfica de 37,40 hab/Km² (IBGE, 2010). A Serra do Corpo Seco situa-se na porção sul da
cidade cujas coordenadas geográficas são Latitude 19°1’ 27’’ S, Longitude 49° 27’ 10’’ O; Latitude
19°1’ 21’’ S, Longitude 49° 28’ 92’’ O; Latitude 19°2’ 95’’ S Longitude 49°28’ 72’’; Latitude 19°
2’ 31’’ e Longitude 49°27’ 34’’ O (Figura 1), locais de relevos residuais tabulares da formação
Marília, Grupo Bauru.
A Serra do Corpo Seco é constituída geologicamente pela Formação Marília, Grupo
Bauru, sendo composta por arenitos grossos a conglomeráticos, textural e mineralogicamente
imaturos, em bancos maciços ou com incipiente estratificação sub-paralela, pode-se encontrar em
determinados locais estratificação cruzada (SOARES et.al. 1980; BARCELOS 1984;
FERNANDES, 1998). Este relevo tabuliforme é frequentemente encontrado em centro de bacias
sedimentares e neste caso específico encontrados na Bacia Bauru, apresentando formas
semelhantes às mesas ou tabuleiros com topo aplainado e vertentes íngremes, sustentados por
camadas sedimentares que apresentam alternância quanto à resistência (PEDRO MIYAZAKI, L.
C., 2017).
Por ter essas características arenosas e de formato tabuliforme, a Serra do Corpo Seco
possui um grau de fragilidade bastante expressivo, que ao longo do processo intenso de ocupação
está provocando um quadro de degradação ambiental bastante significativo. Isso vem sendo
observado desde 2012, ano que as pesquisas realizadas pelos membros do Laboratório de Ensino e
Pesquisa em Pedologia, Geomorfologia e Ensino de Geografia Física (PEDOGEO) se iniciaram.
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Figura 01: Localização do relevo residual “ Serra do Corpo Seco”
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2 METODOLOGIA
Para a realização deste estudo foi realizado uma revisão bibliográfica dos principais
conceitos que norteiam a pesquisa em sites de periódicos científicos e biblioteca.
Também se realizou alguns trabalhos de campo que envolveu o reconhecimento da área,
que basearam a caracterização física e a identificação dos impactos. Foram fotografados os
principais impactos na área de estudo com o auxílio de uma câmera fotográfica semiprofissional e
o GPS para identificar a localização exata de alguns impactos.
Enfim, fez-se necessário também o uso do programa QGIS1, para a elaboração de
representações cartográficas com base nos dados do IBGE2, ANA3, DNIT4, e USGS5,
principalmente no que se refere a carta de localização do relevo tabuliforme.
3 DISCUSSÃO
Atualmente, muitos impactos ambientais vêm ocorrendo devido a forma como o relevo
está sendo ocupado, ou seja, a ocupação ocorre sem considerar as dinâmicas dos processos naturais,
rios são retificados e canalizados, colinas são decapitadas por meio da construção de taludes e
aterros, e solos sofrem com a retirada de um horizonte superficial para material de empréstimo.
Isso tem provocando desequilíbrio ambiental, uma vez que acontece o rompimento do
equilíbrio dinâmico dos processos naturais, acelerando de forma intensa os processos, como erosão
geológica, movimentos de massa entre outros. Essa prática não permite que os recursos naturais se
regenerem, já que a ação humana ocorre em um tempo histórico e os processos naturais em tempo
geológico.
De acordo com Rodrigues (1998) as relações que o homem possui com os recursos
naturais não levam em consideração o tempo geológico, pois este necessita, muitas vezes, de
1
QGIS é um projeto oficial da Open Source Geospatial Foundation (OSGeo).
2
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
3
ANA - Agência Nacional de Águas.
4
DNIT - Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes
5 USGS - United States Geological Survey
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milhares anos para que se possa recuperar de algum desastre. Ainda sobre a questão do homem e a
natureza Pedro Miyazaki (2017, p. 184) destaca:
[...] qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente,
causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que,
direta ou indiretamente, afetam: I - a saúde, a segurança e o bem-estar da população; II -
as atividades sociais e econômicas; III - a biota; IV - as condições estéticas e sanitárias do
meio ambiente; V - a qualidade dos recursos ambientais.
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Para Gaelzer (1979) o lazer pode ser entendido como a consonância entre a atitude, o
desenvolvimento integral e a disponibilidade de si mesmo, sendo um estado mental que possibilita
a situação de liberdade, de habilidade e de prazer. Ainda para Dieckert (1984) o lazer é considerado
como um evento que permite a prática de esporte que visa a saúde do indivíduo, articulado com a
satisfação proporcionada ao praticante, propondo a socialização de esporte (lazer, esporte para
todos).
A prática de lazer por parte da população que busca um contato com ambientes pouco
transformados, seja para contemplação, para adquirir conhecimento, para se curar de doenças como
stress etc. atualmente é considerada como uma prática indispensável para se alcançar a qualidade
de vida tão desejada pela sociedade.
Em áreas onde se tem um contato mais próximo com a “natureza”, um ambiente menos
transformado, as trilhas podem provocar impactos ambientais negativos sobre diferentes elementos
do meio biofísico (solo, vegetação, fauna, hidrografia e declividade).
Vários pesquisadores (ANDRADE, ROCHA, 1990; COSTA, 2006; MORAES, 2014)
apontaram em seus estudos como o uso público de trilhas ecológicas, podem afetar diretamente o
solo, por meio do pisoteio, ocasionando a compactação, erosão e consequentemente, o
afundamento e alterações de largura da trilha. Esse acesso, visitação, podem afugentar a fauna,
destruir ou dificultar o crescimento da flora local.
4 RESULTADOS
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A “Serra do Corpo Seco” está localizada nas áreas adjacentes à malha urbana da cidade de
Ituiutaba/MG, especificamente nos divisores de águas com altitudes mais elevadas. As vertentes
desse relevo residual apresentam locais com a presença de rampas de colúvios, que são
identificados como depósitos de sedimentos que foram intemperizados e transportados pela ação
gravitacional, sendo considerados como material depositado consolidado, ou seja, de deposição
não recente.
Algumas práticas de lazer vêm sendo desenvolvidas nestes tipos de relevos, como por
exemplo prática de passeio ciclístico aos finais de semana, ocasionado impactos negativos, por
meio de trilhas ao longo das vertentes que apresentam rampas de colúvios (Figura 01).
Figura 01. Trilhas identificadas nas rampas de colúvios do relevo residual “Serra do Corpo
Seco”, onde identificou-se sulcos erosivos, compactação do solo e ausência de vegetação devido
as condições que se encontra o solo atualmente
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Outro impacto ambiental negativo identificado foi a presença de resíduos sólidos ao longo
das estradas adjacentes ao relevo residual e nas trilhas utilizadas para acesso ao topo do Corpo
Seco. Durante os trabalhos de campo foi possível perceber que ao existem muitas embalagens de
plástico, saco de carvão vegetal e garrafas pet (Figura 2), também foram identificados resíduos
oriundos de “rituais religiosos” como santos, velas, bebidas alcoólicas etc.
A deposição desses materiais de forma inadequada está provocando um impacto visual na
paisagem, além de poder alterar as características naturais dos corpos hídricos, dos solos e da
vegetação no local.
Figura 02. Residuos sólidos encontrado ao longo das trilhas de acesso ao topo da Serra do
Corpo Seco. Foram encontrados sacos plástico e garrafas pet, além de um saco de carvão,
provavelmente utilizado por grupo de pessoas que acampam na serra
Encontrar resíduos sólidos na Serra do Corpo Seco é uma prática causada por uma parcela
da população que não possuem consciência ambiental de preservação e conscientização da
natureza. Muitos utilizam o relevo residual para realizar atividades que envolvam o lazer aos finais
de semana sem se preocupar com os princípios de preservação e conservação. Essa prática está
contribuindo na degradação ambiental deste “cartão postal” do município de Ituiutaba/MG.
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Serra do Corpo Seco caracteriza-se por possuir um grande potencial turístico no município
de Ituiutaba/MG, em que parte da população vêm utilizando como local de prática de lazer aos finais
de semana. No entanto, ainda necessita de muitas ações que envolvam o planejamento e a gestão para
dispor condições adequadas para a prática de lazer, sem que prejudique o ambiente natural e promova
a mitigação desses impactos negativos.
Nota-se que as pessoas que frequentam esse local para percorrer as trilhas seja caminhando
ou com bicicletas/motocicletas está cada vez mais compactando o solo e provocando trios bastante
profundos. Isso nos períodos de chuvas intensas e constantes acabam contribuindo para a formação
de sulcos erosivos e ravinamentos (erosão linear), provocando a perde de solo rasos encontrados nas
vertentes.
Os resíduos sólidos é um outro impacto que está contribuindo no processo de degradação na
área de estudo. A quantidade desse material encontrado ao longo das trilhas está poluindo
visualmente a paisagem e afetando a fauna local, pois no momento que animais ingerem sacos
plásticos, que estavam envolvendo os alimentos, pode provocar sérios problemas digestivos,
podendo leva-los a óbito.
Sendo assim, um possível desfecho para ambos os impactos é o monitoramento e aplicação
de ações que possam mitigá-los. Além disso, há necessidade de se desenvolver um plano de manejo
desta área, que possa trabalhar com a conscientização ambiental. Isso só será possível por meio da
contribuição de órgãos ambientais para fiscalizar o local, da colaboração de instituições públicas e
privadas para sensibilizar a população sobre do uso adequado para as práticas de lazer não só nos
relevos residuais, mas também nas quedas d’águas e rios do município.
REFERÊNCIAS
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174
BARCELOS, J.H. Reconstrução paleogeográfica da sedimentação do Grupo Bauru baseada
na sua redefinição estratigráfica parcial em território paulista e no estudo preliminar fora do
estado de São Paulo. 1984. 191f. Tese (Livre Docência) - Instituto de Geociências e Ciências
Exatas, Universidade Estadual Paulista, Rio Claro, 1984.
DIECKERT, J. Esporte de Lazer: tarefa e chance para todos. Rio de Janeiro, Ao livro técnico,
1984;
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175
SILVA, P. S. A Teoria e a Prática na Elaboração de Projetos Turísticos: Reflexo no
Desenvolvimento Local. Turismo, Espaço e Estratégias de Desenvolvimento Local. João Pessoa,
2012. Disponível em: <http://www.geociencias.ufpb.br/~paulorosa/Documentos/D
ivulgacao/livros/livroGEPTEEDL.pdf > acesso: 14/09/2017.
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DESCRIÇÃO DA PAISAGEM NA REGIÃO SUDOESTE DE GOIÁS
1 INTRODUÇÃO
2 DISCUSSÃO
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diagnosticar as mudanças in loco e a pesquisa bibliográfica contendo trabalhos que se embasaram
neste processo e no diagnóstico da paisagem como um todo.
Os quatro municípios (Jataí, Paraúna, Montevidiu e Rio Verde) estão inseridos no
sudoeste goiano do qual Guerra et.al.(1989, p.24) classifica a geologia com “aproximadamente
80% do sudoeste de Goiás são compreendidas por unidades paleomesozóicas da Bacia Sedimentar
do Paraná, sendo o restante representado por unidades pré-cambrianas”.
Para Aziz Ab’Saber (2003, p.115-116):
Todo o trajeto foi realizado dentro da Bacia do Paraná, que segundo o RADAMBRASIL
(1983, p.154):
Possuem significativa cobertura areal e limites bem definidos. Apresentam-se como um
extenso planalto alongado no sentido NNO-SSE, onde as feições regionais são mascaradas
em partes pela profusão de falhamentos normais e estruturas locais. As rochas
sedimentares são em quase sua totalidade horizontalizadas e raras vezes
suborizontalizadas, quando mostram um leve caimento para o centro da bacia.
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179
Algumas formações são predominantes no trajeto realizado, entre elas a Formação
Aquidauana é constituída por “arenitos médios arroxeados e vermelho-tijolo, lentes de
conglomerados na base e intercalações de argilitos e siltitos avermelhados, além de raros
diamictitos [...]. Apresenta superfície geralmente plana ou com escarpas em degraus, coberta quase
sempre por vegetação do tipo cerrado”. RADAMBRASIL (1981, p.200).
Esta formação Aquidauana faz parte do Grupo Itararé, este grupo é famoso por conta
da Glaciação Gondwânica que aconteceu no período carbonífero que aconteceu a 400 milhões de
anos e durou até 300 milhões de anos gerando algumas feições geológicas como a da Formação
Aquidauana.
3 RESULTADO FINAL
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3.1 Mirante
O Mirante (Figs.1 e 2) representa a segunda parada, está localizado na latitude
17°18'48.70"S e longitude 51°46'22.10"O a área está inserida em uma unidade morfoestrutural
denominada Bacia Sedimentar do Paraná. O relevo é sustentado pela Formação Aquidauana de
idade carbonífera (±300 m.a).
Este é um dos pontos onde é possível perceber o divisor de águas entre duas grandes bacias
hidrográficas brasileiras, bacia do Araguaia-tocantins que corre para o norte do país, e a Bacia do
Paranaíba e Paraná que corre para o sul do país.
A parte do relevo que está voltada para a bacia do Araguaia-Tocantins apresenta relevo
dissecado separado da parte superior por uma escarpa erosiva.
Este é um divisor de duas bacias hidrográficas importantes para o brasil. Região de relevo
deprimido (mais rebaixado), toda uma área mais plana, do outro lado um relevo mais rugoso.
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Figura 2: Localização do Mirante
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Figura 3: Ponte de Pedra I
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voltada para a Bacia do Paranaíba. Região com vários morros testemunhos, áreas mais planas no
meio. A serra das galés era um dos morros testemunhos, a sua origem foram através dos processos
de pediplanação devido ao sistema árido, semiárido. Os morros testemunhos são decorrentes do
processo de erosão diferencial.
E a água da chuva sempre vai procurar a fraqueza dessa rocha e começa a infiltrar e vai
rompendo esses blocos. Depois de certo período esses blocos vão rebaixando pelos processos
erosivos, intemperismo físico/químico/biológico/congênese e depois no período árido e semiárido
essa área foi sendo rebaixada e os vales foram sendo inumados, ou seja, foram aplainando e foram
enlanguescendo, forma que tem recuo paralelo das vertentes. Ficando os morros testemunhos ou
inselbergs.
O que acontece na Serra das Galés que é uma unidade de conservação, é o mesmo
processo, só que um processo de um morro que ficou isolado, a erosão diferencial foi atuando sobre
ele e dividindo em vários blocos, e alguns formam formas exóticas (como tartaruga, como cálice,
entre outras), isso chama relevo ruiniforme.
O que faz esses morros prevalecerem é a cobertura, pois por cima, capeando eles tem
camadas ferruginosas, geralmente limonita (tipo de oxido de ferro) que ajuda na proteção contra as
gotas de chuva, de forma que água tem de mais a erodir pelo escoamento lateral do que por cima,
só que chega um momento que está erosão lateral vai enfraquecendo a base e os blocos de cima
também vão caindo, ficando preservado pela resistência, chama-se erosão diferencial (erosão pela
diferença de resistência da rocha).
Mas não por muito tempo, chega-se uma hora que isso tudo vai ser aplainado, levando a
alguns milhares de anos, como as demais áreas.
Independentemente do tipo de formação, desde que seja formações de caráter mais
arenoso como a formação Botucatu que é uma formação de deserto que existiu até 120 milhões de
anos atrás, e esse deserto foi sendo capeado ora sendo basalto outra hora o deserto novamente e
formando várias estratificação plano- paralela (uma colocada sobre a outra).
Portanto, temos um relevo tabular, em uma rocha bastante antiga e um fenômeno de
pediplanação, gerando o aplainamento e alargamento dos vales que agora, de 10 mil anos pra cá,
começou novamente a ser entalhado por superimposição da rede de drenagem em função do retorno
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do clima úmido, sendo este o processo que está ocorrendo aqui formando as regiões pediplanadas
que o Ab’Saber descreve. Tem-se basicamente um nível de pediplanação visível.
A vegetação é cerrado strito senso, repara-se pela casca das arvores, as folhas grossas e
lixentas justamente para resistir ao fogo e as altas temperaturas, e a baixa capacidade catiônica dos
solos, sendo toda essa região de solos neossolos quartizarenicos, em alguns pontos com
compreensões lateriticas (a rocha aflorando) que é esse matéria que está sobre a superfície.
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4 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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GEOPATRIMÔNIO EM ITUIUTABA (MINAS GERAIS – BRASIL): ESTUDOS INICIAIS
SOBRE AS QUEDAS D’ÁGUA E SEU POTENCIAL GEOTURÍSTICO
1 INTRODUÇÃO
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contrário, evidencia os aspectos da geodiversidade numa abordagem da interpretação ambiental, a
qual procura unir contemplação e cientificação dos locais visitados, valorizando e divulgando essa
vertente da natureza (BENTO, 2014; CANDEIRO, 2013; BORBA, 2011; SILVA, 2011; URQUI,
DURÁN, LÓPES-MARTINEZ, 2008; ARAÚJO, 2005).
Segundo Candeiro, Castanho e Portuguez (2014), a região do Triângulo Mineiro e Alto
Paranaíba, oeste de Minas Gerais é testemunha de uma extensa história geológica que vai do
Proterozoico até o Cenozoico, apresentando ricos exemplares do geopatrimônio, como cavernas,
quedas d’água, praias fluviais, domos, sítios paleontológicos, áreas com basalto colunar e pintura
rupestre, entre muitos outros exemplos da geodiversidade local, com diversos valores associados
(científico, didático, turístico, cultural, cênico, entre outros). Eles ressaltam que essa região
apresenta importantes registros geológicos, tais como: a) eventos tectônicos relacionados à ruptura
do Gondwana no final do Jurássico e início do Cretáceo; b) mudanças paleoclimáticas e c) registro
da paleobiota (fauna e flora) do Neocretáceo.
O objetivo desse trabalho é apresentar os resultados parciais de pesquisas desenvolvidas no
âmbito do Laboratório de Geologia do curso de Geografia da Faculdade de Ciências Integradas do
Pontal (FACIP-UFU). No geral, essas pesquisas buscam identificar e avaliar o geopatrimônio da
Microrregião de Ituiutaba/MG, em específico, nesse estudo, das quedas d’água, contribuindo para
o entendimento da sua evolução geológica e geomorfológica, bem como para a criação de medidas
de conservação (geoconservação) e de aproveitamento geoturístico dos geossítios com maior valor
científico, cultural e estético.
2 METODOLOGIA
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Figura 1: Localização da área de estudo.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
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término dessas manifestações magmáticas, a porção meridional da placa-sul-americana sofreu um
processo de subsidência termal culminando com o desenvolvimento de muitas bacias interiores,
entre elas, as bacias Caiuá e Bauru (ALMEIDA; ASSINE; CARNEIRO, 2012; SOARES et al,
2017).
Soares et al (2017), no trabalho “Possibilidades geoturísticas do município de Ituiutaba-
MG”, argumentam que na área de estudo se destacam duas unidades litológicas principais
associadas à Província Sedimentar do Paraná (Figura 2), a saber: i- Bacia Serra Geral: esta bacia
consiste no pacote de rochas vulcânicas e sedimentares. (ASSINE; PIRANHA; CARNEIRO, 2004;
ALMEIDA; ASSINE; CARNEIRO, 2012; ALMEIDA; CARNEIRO; BARTORELLI, 2012). Na
área de estudo percebe-se, ao longo dos cursos d’água apenas a Formação Serra Geral, constituída
por basaltos. É nessa unidade que são encontradas as quedas d’água, sendo locais com grande
visitação e a ii- Bacia Bauru: representa a sequência de rochas siliciclásticas de idade neocretácea
(FERNANDES, 2004; MILANI, 2004; BATEZELLI, 2010; ALMEIDA; ASSINE; CARNEIRO,
2012). Compreende a maior parte da área de estudo e o Grupo predominante é o Bauru, destacando-
se as formações: a) Marília: aparece no topo do Grupo Bauru e é composta basicamente por arenitos
maciços e conglomerados subordinados, cimentados por CaCO3, o que confere ao relevo de sua
área de ocorrência uma paisagem de chapadas. É nessa formação que são encontrados os relevos
residuais do município, locais de grande beleza cênica e que já apresentam grande visitação e b)
Vale do Rio do Peixe, equivale a parte inferior da Formação Adamantina e é constituída por
arenitos intercalado com siltitos, muito finos ou finos, marrom-claros rosado a alaranjado, aspecto
maciço ou cruzado tabular. Localmente é cimentado com CaCO3.
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Figura 2: Mapa das unidades litológicas
No caso das quedas d’água, elas correspondem aos locais onde a água do rio cai de maneira
subvertical, correspondendo, no geral, às feições fluviais formadas a partir de processos erosivos
(CHRISTOFOLETTI, 1981). Na área de estudo, a gênese mais provável para as quedas é a
existência de diferenças texturais nos derrames de basalto, que podem apresentar diáclases,
amígdalas e vesículas (Figura 3). Essas diferenças são mais facilmente erodidas pela água até
atingir a parte central dos derrames, onde se localizam grandes prismas verticais que são erodidos
rapidamente devido ao seu desmoronamento (BENTO, 2010). As quedas encontradas em Ituiutaba
são relativamente pequenas e apresentam algumas corredeiras associadas (Figura 3) podendo ser
denominadas de cascatas, quando há o escalonamento de rochas (BENTO, 2010).
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Figura 3: Localização das quedas no Bing Maps e seu respectivo registro fotográfico.
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4 CONCLUSÕES
Como o trabalho aqui apresentado equivale aos resultados parciais de algumas pesquisas
científicas, é cedo para avançar em conclusões. O que se pode inferir é que, diante de algumas
características das quedas, tais como: beleza cênica, grau de preservação, acessibilidade e potencial
didático para suscitar o debate de alguns aspectos geológicos, são locais dotados de potencial para
a prática do geoturismo. Para que de fato ocorra sua implementação no município é preciso, ainda,
avançar nos estudos do seu geopatrimônio, como inventários e cartografia, bem como ter o cuidado
em se planejar a atividade turística de forma a evitar danos ambientais futuros e a de incluir a
comunidade local para que ela seja a grande favorecida em todo esse processo.
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
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BORBA, A. W. de. Geodiversidade e geopatrimônio como bases para estratégias de geoconservação:
conceitos, abordagens, métodos de avaliação e aplicabilidade no contexto do Rio Grande do Sul.
Pesquisas em Geociências, Porto Alegre, v. 38, n. 1, p. 3 – 14, jan./abr. 2011.
SOARES, A. V.; QUEIROZ, D. P. de; SILVA, F. S. da; BARRETO, G. de A.; MORAES, M. L. de;
INÁCIO, P. C.; BENTO, L. C. M. Possibilidades geoturísticas do município de Ituiutaba-MG. In:
SIMPÓSIO DE GEODIVERSIDADE E GEOCONSERVAÇÃO DO ESTADO DE GOIÁS, 1, 2017,
Goiás. Anais... Universidade Federal de Goiás, Goiás, 2017, p. 43-45.
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EIXO 3
CONTEXTO CLIMÁTICO E
BIOGEOGRÁFICO NA
CONTEMPORANEIDADE
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IMPORTÂNCIA DO ZONEAMENTO ECOLÓGICO E ECONÔMICO AO SETOR
FLORESTAL COMO SUBSÍDIO PARA PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS
1 INTRODUÇÃO
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suporte. Para isso é necessário o zoneamento ambiental a fim de realizar o ordenamento territorial
e do uso dos recursos naturais. Tendo em vista que esses dois conhecimentos auxiliam no
planejamento de instalação e execução de atividades face às potencialidades e vulnerabilidades que
a área pretendida apresenta.
Dentre as atividades, destacam-se às relacionadas ao setor florestal, esse setor foi
responsável por 1,3% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2013 (SIQUEIRA, 2014). Dados do
Relatório da Indústria Brasileira de Árvores de 2014 apontam que a área ocupada por floresta
plantada no Brasil foi de 7,6 milhões de hectares.
Além da relevância que o setor florestal apresenta do ponto de vista econômico, outro
aspecto a ser considerado são as florestas nativas, as quais são importantes para a manutenção da
qualidade ambiental, devido aos benefícios que promovem à fauna, aos recursos edáficos, hídricos
e ao ser humano. Entretanto, a utilização irracional dos recursos florestais vem ocasionando a perda
de biodiversidade, assoreamento dos corpos hídricos, degradação dos mananciais, redução dos
regimes pluviométricos, desertificação, dentre outros prejuízos.
Portanto, faz-se necessário investigar a relação entre zoneamento ambiental com as
atividades silviculturais, pois os fatores de risco ambiental entram em vigor quando não há um
planejamento adequado, a falta de consciência ambiental e o despreparo quanto ao manejo do solo,
visto que, os riscos tratam-se da possibilidade de haver algum problema ambiental, seja por razões
naturais como também, antrópicas.
Diante disso, o objetivo do trabalho foi analisar a relevância do ZEE à atividade florestal
enquanto instrumento de prevenção de possíveis riscos ambientais. Para alcançar o objetivo
proposto foi realizada uma revisão bibliográfica do zoneamento ambiental sob a perspectiva
histórica, jurídica, tipologia, critérios de elaboração e a importância e aplicação do zoneamento
ecológico- econômico (ZEE) ao planejamento das atividades florestais, assim como, assuntos
pertinentes à prevenção dos impactos provocados pelo homem.
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2 DISCUSSÃO
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Estatuto da Terra, Lei nº 4.504/64, o qual propunha os estudos concernentes ao zoneamento de
regiões do sob a perspectiva socioeconômica e das características da estrutura agrária.
Em 1965, com a criação da Lei 4.771/65 (Código Florestal) tornou-se obrigatória a
manutenção de uma parcela de vegetação nativa, passível de desmate, mediante autorização do
órgão ambiental competente, denominada área de Reserva Legal, assim como a manutenção das
áreas de preservação permanente, indicando a necessidade do proprietário em realizar o
zoneamento de sua propriedade.
Com o advento da Constituição Federal Brasileira (CFB) de 1988, o conceito de
zoneamento, para o direito brasileiro, transcende o conceito urbanístico, visto que o nosso
ordenamento jurídico reconhece o zoneamento tanto para o campo como à cidade. Conforme o
artigo 21, inciso IX da Constituição Federal, a União tem o poder e dever de estabelecer as
diretrizes concernentes ao zoneamento ambiental.
Ademais, os Estados mediante lei complementar, conforme o artigo 25, §3º da CFB,
poderão constituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, formadas por
agrupamentos de municípios limítrofes, a fim de integrar a organização, planejamento e execução
de funções públicas de interesse comum.
Vale lembrar que o zoneamento ambiental foi tido como instrumento legal a partir da Lei
6.938 /1981, conhecida como Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), no art.9º, II. Além
disso, há diversos tipos de zoneamento que se diferenciam entre si pela metodologia e o objetivo,
mas possuem um denominador em comum: delimitação de um espaço geográfico para um
determinado fim (FRITZSONS; CORREA, 2009).
No Estado de São Paulo, há zoneamentos de âmbito municipal, regional e por aptidão
agrícola, como por exemplo, o Zoneamento Ambiental da Cidade de Brotas; Zoneamento
Ecológico Econômico do Litoral Norte do Estado de São Paulo e o Zoneamento Agroambiental
para o setor sucroalcooleiro do Estado de São Paulo (SANTOS; RANIERI, 2013).
Os zoneamentos mais comuns são: Zoneamento ambiental; o Sócio-Ecológico-Ecológico
(ZSSE) o mesmo que ZEE; Geoambiental; Agroecológico; Agrícola de Risco Climático; Aptidão
agrícola; Costeiro; Urbano; Industrial e Etnoecológico.
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Embora tivesse sido considerado como instrumento legal, o zoneamento ambiental foi
regulamentado somente em 2002, através do decreto 4.297/2002. A partir dessa regulamentação o
zoneamento ambiental passa a ser denominado de Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE).
O artigo 2º do decreto n° 4.297 de 2002 conceitua o ZEE como:
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As escalas de trabalhos, empregadas nos mapas, aprovadas pelo Sistema Nacional de
ZEEs, conforme artigo 6º-A, do Decreto 4.297/2002 são: 1:5. 000.000, para o ZEE Nacional; 1:1.
000.000 para Macrorregiões; de 1:1. 000.000 à de 1: 250.000 para as regiões Norte, Centro-Oeste
e Nordeste e de 1:250.000 a 1:100.000 para as macrorregiões Sudeste, Sul e Zona Costeira.
Outro elemento indispensável na realização de um zoneamento é o sistema de informações
geográficas (SIG), pois o seu uso juntamente com os produtos e técnicas de sensoriamento remoto,
possibilita o aprimoramento das atividades de licenciamento, fiscalização e monitoramento,
formulando-se indicadores georreferenciados e contribuindo para o planejamento, eficácia nas
ações desenvolvidas e conservação dos recursos naturais (MAIA, 2003).
O zoneamento pioneiro no Brasil que visava o conhecimento dos recursos naturais foi o
Mapa Fitogeográfico do Estado do Paraná, datado de 1950, posteriormente na década de 1970 foi
criado o projeto RADAM que objetivava conhecer e realizar a cartografia da geologia, vegetação
e natureza dos solos da Amazônia e da Região Nordeste, posteriormente foi expandido para todo
território nacional. A partir de 1980 os aspectos ecológicos foram adicionados ao zoneamento com
a finalidade de preservação ambiental, relacionando-se o potencial produtivo regional com o
controle e estabelecimento de limites para utilização e exploração dos recursos naturais.
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de desmatamento anual na Amazônia é de 20.000 km2 (ARRAES; MARIANO; SIMONASSI,
2012).
Além da Amazônia, outros Biomas vêm perdendo boa parte da sua cobertura vegetal, no
Cerrado a taxa de desmatamento no Cerrado no ano de 2010 foi de 6.469 km 2, na Caatinga a taxa
de desmatamento entre os anos de 2008 a 2009 foi de 1.921 km2 (MMA, 2011a; MMA, 2011 b).
A fim de combater o desmatamento, realizar o controle e monitoramento da vegetação
nativa bem como o planejamento ambiental e econômico, o governo federal criou o Cadastro
Ambiental Rural (CAR), o qual é obrigatório para todos os proprietários rurais, conforme o artigo
29, da Lei 12.651/12 (BRASIL, 2012).Essa exigência legal permite ao proprietário rural realizar,
de maneira indireta, o zoneamento ambiental de sua propriedade, pois nesse Cadastro, o
proprietário deverá informar, entre outras informações, as áreas ocupadas por atividades
agrossilvipastoris, os recursos hídricos, áreas de vegetação nativa remanescente, áreas de Reserva
Legal averbada e/ou proposta, as Áreas de Preservação Permanente.
Em relação às áreas de cobertura vegetal, o Brasil apresenta uma área territorial de
8.515.767,049 km2 (IBGE), dessa área, 516 milhões de hectares são formados por florestas e 7,74
milhões de florestas plantadas, estas estão concentradas principalmente na região sudeste
(IBA,2015). O setor florestal abrange a produção de papel e celulose, carvão vegetal, lenha,
madeira, madeira para serraria, madeira processada, além dos produtos florestais não madeireiros.
Para Francelino, Rezende e Silva (2012) a realização de um zoneamento ambiental
orientado para uma atividade se faz necessário definir os fatores que afetarão de alguma forma o
sucesso ou insucesso do empreendimento. Em relação às atividades silviculturais os fatores a serem
levados em consideração são a classe de solo, relevo e clima, pois estes são os parâmetros principais
para o estabelecimento de aptidões para cada unidade de paisagem (BOLDRINI, 2006). Entretanto,
Francelino, Rezende e Silva (2012) advertem que além dos critérios mencionados acima, devem
ser levados em consideração: legislação, plano diretor e existência de Unidades de Conservação.
Portanto, verifica-se que o zoneamento ecológico bem elaborado levando em consideração
os aspectos técnicos, legais, ambientais para o setor florestal fornece ao empreendedor as
informações que servem de respaldo para o planejamento das atividades silviculturais na fase de
planejamento, exploração, possíveis riscos e colheita florestal, onde através das informações
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disponíveis pode-se definir sobre a viabilidade técnica, além disso auxilia nos instrumentos de
avaliação econômica a fim de atestar sobre a viabilidade econômica do empreendimento florestal
e, sobretudo na avaliação da viabilidade ambiental, definindo-se as áreas que devem ser
preservadas em função de sua importância ao meio ambiente.
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3 CONCLUSÃO
A pesquisa fez uma análise do zoneamento ambiental ao longo da história, assim como os
aspectos jurídicos relacionados à sua definição, aos critérios a serem considerados na elaboração
do zoneamento ecológico e econômico, os tipos e a sua aplicação ao setor florestal e urbano
enquanto instrumento de prevenção de riscos ambientais.
Quanto à aplicação ao setor florestal, o ideal é que ao se realizar zoneamentos econômicos
e ecológicos sejam considerados tanto os elementos que interfiram na produtividade florestal
quanto os aspectos ecológicos, tais como prioridade de proteção à fauna, flora, vulnerabilidades
naturais, entre outros.
Além disso, zoneamento ambiental contribui para o planejamento da atividade florestal,
pois ao considera-lo o empreendedor faz um melhor aproveitamento dos recursos da sua
propriedade, definindo as áreas que devem ser preservadas, conforme legislação ambiental vigente
e as áreas passíveis de intervenção ambiental.
Quanto ao zoneamento urbano, este é um ótimo instrumento para o planejamento das
cidades, colaborando para o plano diretor e contribuindo para a prevenção dos impactos ambientais
tais como, enchentes e deslizamentos, favorecendo assim, uma visão ampla para a construção civil,
de forma que as cidades sejam melhores projetadas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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as Leis nos 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de
dezembro de 2006; revoga as Leis nos 4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de
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do Brasil - ZEE, e dá outras providências. Disponível em:
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nº12.651/12. Disponível em: <http: www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L4771.htm>. Acesso em:
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Ambiente, seus fins, mecanismos de formulação e aplicação e dá outras providências. Disponível
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ANÁLISE DAS CONDIÇÕES DO TEMPO NOS ARREDORES DA UNIDADE II DO
CAMPUS DA UFMS, TRÊS LAGOAS/MS
Resumo: A cidade Três Lagoas-MS possui o clima tropical variando entre seco e úmido, com isso
as frentes frias são frequentes no município. O objetivo do presente trabalho é analisar a passagem
de um sistema de baixa pressão e sua influência nas temperaturas e umidade 25/03/2015 a
28/03/2015. Para obtenção das informações utilizou-se de dados meteorológico, imagens de satélite
e cartas sinóticas que são facilitadores para a identificação da entrada da baixa pressão no
continente. Percebe-se que a baixa pressão atingiu o município no dia 26/03/2015, causando
nebulosidade e precipitação com isso houve uma queda na temperatura e aumento da umidade.
Palavras-chave: clima local; análise meteorológica; carta sinótica.
1 INTRODUÇÃO
O município de Três Lagoas está localizado próximo da divisa com o estado de São Paulo,
na porção leste do estado de Mato Grosso do Sul, entre as coordenadas geográficas 19º30’ e 21º06’
S e 51º30’ e 52º30’ W. Tem área de 10.207,045 km² e aproximadamente 319 m de altitude em
relação ao nível do mar, com uma população estimada em 113.791 (IBGE, 2010).
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O clima da região de Três Lagoas encontra-se em área de domínio de massas de ar
equatoriais e tropicais, possuindo clima tropical alternadamente seco e úmido e pertence à unidade
climática Planalto Arenítico–Basáltico dos Vales do Rio Verde e baixo Sucuriu. (ZAVATINI, 1992
apud FERREIRA, 2012). Assim, o clima apresenta verão quente e úmido e inverno seco, podendo
ocorrer geadas esporádicas nos meses mais frios do ano (SILVA, 2009).
O município está localizado na Bacia Hidrográfica do Paraná, inclusive sendo banhado
pelo próprio Rio Paraná, onde está instalada a Usina Hidrelétrica Eng. Souza Dias (Jupiá), próximo
à área urbana de Três Lagoas. Possui, ainda, duas sub-bacias importantes: a do Rio Verde e a do
Rio Sucuriú. O município também se situa sobre o maior lago subterrâneo do planeta, o Sistema
Aquífero Guarani (PONSO, 2014).
Os solos encontrados em Três Lagoas são Latossolo vermelho-escuro, Areias Quartzosas
e Podzol, por isso é considerado um solo arenoso, formados sobre a bacia sedimentar do Paraná
que em sua maioria possui a sua geomorfologia principal composta por arenitos e basalto. A
vegetação original ou remanescente característica predominante do município é Arbórea Densa
(cerradão) e Arbórea Aberta (árvores baixas, xeromórficas) (SILVA, 2009). Há também faixas de
Mata Atlântica, que se alternam perpendicularmente às margens do Rio Paraná com a vegetação
do Cerrado, até que estas listras de floresta se afinam e desaparecem conforme se distanciam do
rio (QUEIROZ, 2011).
O objetivo do presente trabalho é analisar a passagem de um sistema de baixa pressão e
sua influência nas temperaturas e umidade.
2 METODOLOGIA
Foram utilizados dados de uma estação meteorológica automática que está instalada nas
coordenadas 20° 47’ 05” S e 51° 40’ 00” W, na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
(Unidade II), Três Lagoas–MS. Os dados utilizados da estação meteorológica foram a temperatura,
umidade e precipitação.
Para análise das condições de circulação da atmosfera na região foram utilizadas imagens
do satélite meteorológico GOES-12 do canal infravermelho disponibilizadas no site do Centro de
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Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional Pesquisa Espaciais (CPTEC/INPE).
Também foram utilizadas cartas sinóticas disponibilizadas no site do Centro de Hidrografia da
Marinha do Brasil.
O trabalho foi realizado baseado em análises ocorridos no período de entre os dias
25/03/2015 e 28/03/2015.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
No dia 25/03/2015 tem-se temperatura média de 25,8°C e umidade média 73%. Nas
imagens de satélite (Figura 1) percebe-se a presença de nebulosidade durante o dia e nas cartas
sinóticas (Figura 1) encontra-se uma zona de baixa pressão no estado de MS, porém, ainda não sem
nebulosidade.
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Figura 2. Carta sinótica e imagem de satélite 26/03/2015
No dia 26/03/2015 a temperatura média 25,6°C e a umidade média foram de 78%. Nas
imagens de satélite (Figura 2) percebe-se o aumento da nebulosidade devido a intensificação da
zona de baixa pressão e o avanço de uma frontal, que provocou precipitação no período noturno.
No dia 27/03/2016, devido a passagem da frente fria com baixa temperatura,
diferentemente dos dias anteriores, chegando a registrar 20,4°C. Outro ponto a ser registrado é
quanto ao aumento da umidade, atingindo valores de 98%. Nas imagens de satélite (Figura 3)
percebe-se a nebulosidade durante a precipitação, mas, logo ao fim da precipitação, há o início da
dissipação da nebulosidade. Através das cartas sinóticas (Figura 3) nota-se um centro de baixa
pressão está próximo ao estado de Mato Grosso do Sul, porém perdendo a força, com isso o centro
de alta pressão começa a adentrar o continente.
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Figura 3: Carta sinótica e imagem de satélite 27/03/2015.
No dia 28/03/2016 temperatura média volta a subir (26,8ºC), mas a umidade média
permanece elevada (81%). As imagens (Figura 4) demonstra pouca presença de nuvens, a carta
sinótica (Figura 4) percebe-se um centro de alta pressão está entrando no continente, fazendo assim
com que a baixa pressão se afaste por completo e volte a existir tempo bom.
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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
FERREIRA, G. G.; Temperatura e uso do solo no bairro Vila Piloto e arredores, Três Lagoas
(MS). 104 f. 2015. Dissertação (Mestrado em Geografia), Universidade Federal de Mato Grosso
do Sul, Três Lagoas, 2015.
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Dados Demográficos 2010/ 2015.
Informações socioeconômicas de Três Lagoas (MS). Disponível em: <
http://www.ibge.gov.br/cidadesat/xtras/perfil.php?codmun=500830> Acesso em: 08/09/2015.
PONSO, A.G.; Estudo do Campo Térmico da Cidade de Três Lagoas- MS: uma análise
sazonal com episódios representativos. 140 f. 2014. Dissertação (Mestrado em Geografia),
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Três Lagoas, 2014.
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SILVA, L. C. N. Uso do Solo no Manejo de Bacias Hidrográficas: O Caso da Microbacia Córrego
Prata, Três Lagoas- MS. Revista Brasileira de Geografia Física, Recife, n. 1, 2009, p. 01-13
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A INFLUÊNCIA DOS TIPOS DE TEMPO NA QUALIDADE DA ÁGUA DO CÓRREGO
LARANJA DOCE (MS): A CONCEPÇÃO DA PESQUISA1
Resumo: Um dos recursos naturais que mais tem suas características alteradas em consequência
de impactos ambientais negativos, devido ao uso intenso na agricultura, pecuária e no ambiente
urbano são os recursos hídricos, e, contraditoriamente o mesmo está presente em processos
voltados para a economia e para a urbanização, a sociedade depende cada vez mais desse recurso
para se obter o produto final. Além das ações antrópicas, capazes de modificar a qualidade e
quantidade da água, o clima e os tipos de tempo, também, influenciam nas alterações da água, pois
“o clima exerce grande influência sobre a paisagem físico-natural quanto sobre os homens e suas
sociedades” (NUNES; MENDES, 2012, p.263). A partir desta hipótese, isto é, da influência do
clima na qualidade da água, será elaborado, no decorrer da pesquisa, gráficos de análise rítmica a
fim de se compreender a dinâmica do Córrego Laranja Doce/MS, correlacionando as alterações
atmosféricas com as alterações da qualidade da água. É importante ser frisado que este trabalho
ainda está em processo de construção e desenvolvimento, sendo esta pesquisa prevista para ser
executada nos anos de 2017 e 2018, fazendo parte do projeto de pesquisa do Programa de Pós-
Graduação em Geografia, da Universidade Federal da Grande Dourados, no Estado do Mato
Grosso do Sul. Esta pesquisa tem como finalidade avaliar o impacto dos elementos climáticos na
qualidade da água, principalmente a precipitação pluviométrica, sendo estas análises realizadas em
períodos sazonais, isto é, em um período seco e outro chuvoso, e estas análises serão realizadas a
partir da seleção de alguns parâmetros. Os parâmetros selecionados para a estimativa da qualidade
da água do Córrego Laranja Doce/MS foram: temperatura, turbidez, cor, nitrogênio total, fósforo
total, oxigênio dissolvido, ph, DBO e coliformes fecais, sendo os limites de concentração de cada
parâmetro estabelecido pelo Resolução do Conama n° 357 de 17 de março de 2005. O estudo do
Índice de Qualidade da Água do Córrego Laranja Doce/MS será importante para a divulgação de
informações relacionado a qualidade da água do Estado do Mato Grosso do Sul, abastecendo os
bancos de dados relacionado ao IQA. Esta pesquisa será essencial para identificar e informar a real
interação e relação do corpo d’água com o meio socioeconômico, expondo seu grau de
contaminação e as possíveis atividades que catalisam o aumento de contaminação do córrego.
1
Tema de pesquisa desenvolvida no PPGG-UFGD. Financiamento CAPES.
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1 INTRODUÇÃO
o meio físico da microbacia do córrego Laranja Doce por apresentar grande potencial para
o desenvolvimento da tecnificação da agricultura, aliado, à crescente concentração de
investimentos federais a partir de 1970, no espaço urbano, favoreceu a maciça
transferência do campo para cidade (Filho, A.S. 2006, p.18)
Um dos recursos naturais que mais tem suas características alteradas em consequência de
impactos ambientais negativos, devido ao uso intenso na agricultura, pecuária e no ambiente
urbano são os recursos hídricos, e, contraditoriamente o mesmo está presente em processos
voltados para a economia e para a urbanização, a sociedade depende cada vez mais desse recurso
para se obter o produto final. As atividades supracitadas produzem modificações na qualidade e
quantidade da água quando não há um planejamento territorial e ambiental adequado, provocado
pela ausência de saneamento básico, com presença de esgotos clandestinos; despejo de resíduos
sólidos nas margens dos rios, córregos e nas nascentes; além do desmatamento, contaminação do
solo e da água, e a não preservação das Áreas de Proteção Permanente imposta pelo novo Código
Florestal.
Mesmo com toda legislação discutida e imposta no meio urbano e rural a fim de defender
os recursos naturais, objetivando um crescimento sem prejudicar o meio biótico e abiótico, ainda
são encontrados dificuldades e obstáculos em aplicar determinadas leis e decretos. Uma das
análises da bacia para caracterizar as condições da qualidade e quantidade da água do córrego será
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verificar se os resultados do Índice de Qualidade da Água (IQA) e as condições das matas de
galeria, responsáveis em proteger os corpos d’água, estão dentro dos cumprimentos dos principais
regimentos legislativo de recursos hídricos, isto é, da Resolução n° 357, de 17 de março de 2005,
Lei n°9.433, de 8 de janeiro de 1997 e da Lei n° 12.651, de 25 de maio de 2012.
O Córrego Laranja Doce (MS), ou seja, nossa área de estudo da presente pesquisa (figura
1), localizado nos municípios de Dourados e Douradina, no Estado do Mato Grosso do Sul, vem
sendo modificado com estas alterações em sua qualidade, devido ao desenvolvimento econômico
estimulado pelo governo federal, voltado para a agricultura, e esta reestruturação do modo de
produção agrícola, antes uma agricultura de subsistência, vem-se acarretando a contaminação com
agroquímicos, assoreamento e eutrofização das nascentes, córregos e rios do Estado do Mato
Grosso do Sul.
Além da agricultura, a malha urbana também influencia na degradação do Córrego Laranja
Doce (MS), pois o córrego “corta a região Norte da segunda maior cidade em densidade
demográfica do Estado de Mato Grosso do Sul, recebendo todos os impactos dessa ocupação”
(Filho, A.S. 2006, p.23). Além das ações antrópicas, capazes de modificar a qualidade e quantidade
da água, o clima e os tipos de tempo, também, influenciam nas alterações da água, pois “o clima
exerce grande influência sobre a paisagem físico-natural quanto sobre os homens e suas
sociedades” (NUNES; MENDES, 2012, p.263).
A qualidade das águas também pode ser afetada por influência do clima (distribuição das
chuvas, temperatura, insolação e ventos), pela origem dos mananciais (rios, lagos ou água
subterrâneas), suas características (solo, vegetação e espécies) e pelas ações antrópicas
(atividades poluidoras do ar, água e solo). (CARVALHO, 2008 apud BATISTA e
CABRAL, 2017)
A partir desta hipótese, isto é, da influência do clima na qualidade da água, será elaborado,
no decorrer da pesquisa, gráficos de análise rítmica a fim de se compreender a dinâmica da área
em estudo, correlacionando as alterações atmosféricas com as alterações da qualidade da água. É
importante ser frisado que este trabalho ainda está em processo de construção e desenvolvimento,
sendo esta pesquisa prevista para ser executada nos anos de 2017 e 2018, fazendo parte do projeto
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de pesquisa do Programa de Pós-Graduação em Geografia, da Universidade Federal da Grande
Dourados, no Estado do Mato Grosso do Sul.
Uma das principais fontes de poluição das águas são os efluentes e fertilizantes; fontes de
poluentes pontuais e difusão, ou seja,
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no solo provenientes de campos agrícolas, o aporte de nutrientes em córregos e rios através
da drenagem urbana. (LICENCIAMENTO AMBIENTAL, 2009)
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preocupação de expor quais são as principais variáveis a serem apontadas na pesquisa e quais serão
as metodologias aplicadas para alcançar o objetivo principal. Este trabalho faz parte do projeto de
pesquisa do Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal da Grande
Dourados, no Estado do Mato Grosso do Sul.
Para alcançar-se o objetivo geral deste trabalho será necessário realizarmos várias etapas,
sendo estas etapas especificadas nos objetivos específicos, como:
• Apresentar o processo evolutivo do uso e ocupação da bacia a partir de cenários, objetivando
apontar os principais impactos negativos que contribuem para deterioração da qualidade da água
dos mananciais, utilizando imagens do Google Earth e/ ou imagens de satélite Landsat 8,
extraídas do site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais;
• Coletar amostras de água nas áreas do alto, médio e baixo curso da área da pesquisa com intuito
de monitorar a qualidade da água disponível ao longo do ano, sendo estas coletas realizadas a
partir das instruções do Guia Nacional de Coleta e Preservação de Amostras de Águas,
Sedimentos, Comunidades Aquáticas e Efluentes Líquidos;
• Analisar os elementos químicos, físicos e microbiológicos presentes na água da microbacia
Córrego Laranja Doce (MS), no período de estiagem e de grande volume de chuva, a fim de
observar os impactos ocasionados no córrego em ambos os períodos, examinando os possíveis
processos de contaminação da água disponível. Algumas destas variáveis serão analisadas em
laboratórios, como o nitrogênio total, fósforo total, coliformes termotolerantes e demanda
bioquímica de oxigênio. Já as outras variáveis serão analisadas em campo, tendo como suporte
o kit para análise de potabilidade de água, phmetro, oxímetro, termômetro de imersão parcial;
• Medir a vazão do córrego objetivando apontar sua importância no IQA (Índice de Qualidade de
Água), ou seja, relacionar se houve alteração na qualidade da água a partir do aumento ou
diminuição de vazão, correlacionando-a com os tipos de tempo;
• Averiguar se os resultados das análises dos parâmetros do IQA estão de acordo com as
exigências impostas pela Resolução do CONAMA n°357/2005 e a lei n° 9433/97.
• Organizar um banco de dados com os principais elementos climáticos (temperatura do ar,
pressão atmosférica, umidade do ar, precipitação e velocidade do vento) a partir dos dados
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disponíveis, agrupando informações climáticas sobre a área estudada, sendo estes dados
coletados a partir do site da EMBRAPA Centro-Oeste;
• Compreender a dinâmica climática de mesoescala e sua influência na área da microbacia do
Córrego Laranja Doce/Dourados (MS), visando a elaboração de gráficos de análises rítmicas,
utilizando os o software Ritmo Análise (2011) e/ ou Gnuplot 5.0.6 (2017) para sua elaboração;
• Elaborar gráficos de análises rítmicas, identificando a gênese da dinâmica do tipo de tempo
atuante quando das coletas das amostras d´água;
• Averiguar a correlação existente entre os tipos de tempo e a qualidade da água disponível na
microbacia do Córrego Laranja Doce / Dourados (MS),
• Propor um calendário de monitoramento das águas da bacia e sua utilização para as atividades
econômicas e sociais que considerem os aspectos climáticos da área.
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abordada. Para identificar e destacar as variáveis na imagem de satélite, com desenhos de
polígonos, pontos, linhas e confecção dos produtos cartográficos será utilizando o software
Quantum Gis2.14 (QGis).
Os dados e as informações, as bases cartográficas, os shapefile serão coletandos no Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na Agência Nacional das Águas (ANA), no Ministério
do Meio Ambiente (MMA), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e na Empresa
Brasileira de Pesquisas Agropecuárias (EMBRAPA). A figura 2 é uma carta imagem preliminar
que será utilizada para a marcação dos pontos de coleta e a realização dos trabalhos de campo. O
projeto visa elaborar cartas detalhadas e com variáveis que caracterizem a área de estudo,
principalmente quanto ao uso e ocupação das terras.
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No decorrer da pesquisa serão elaborados um conjunto de mapas que permitirão
compreender com propriedade o processo de uso e ocupação da hidrografia do Córrego Laranja
Doce (MS), entre eles destacam-se o mapa da/de: rede viária presente na microbacia; uso ocupação,
tendo como base dois cenários o momento atual e outro de no mínimo duas décadas passadas, e,
da hidrografia. Os produtos cartográficos serão confeccionados na escala de 1:50.000 pois acredita-
se que essa escala dará condições de compreender com detalhe a dinâmica territorial que ocorre na
área da pesquisa e como isso contribui ou não para a ocorrência dos impactos ambientais negativos.
Os parâmetros físicos, químicos e bacteriológicas das amostras serão analisados em campo
e no laboratório. Nessa etapa serão utilizados os seguintes equipamentos: um kit para análise de
potabilidade de água, phmetro, oxímetro, termômetro de imersão parcial, molinete hidrométrico e
recipiente para as amostras. A técnica de coleta das amostras de água será realizada de acordo com
as normas do Guia Nacional de Coleta e Preservação de Amostras de Águas, Sedimentos,
Comunidades Aquáticas e Efluentes Líquidos, elaborado pela Companhia de Tecnologia de
Saneamento Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB), tendo como apoio a Agência Nacional
de Águas em sua construção (CETESB/ANA, 2011). O Índice de Qualidade da Água (IQA) irá
avaliar a água bruta superficial da bacia, abordando os seguintes parâmetros: temperatura, turbidez,
cor, nitrogênio total, fósforo total, oxigênio dissolvido, ph, DBO e coliformes fecais, sendo alguns
desses parâmetros analisados em laboratórios.
O modelo matemático utilizado para avaliar a qualidade da água do Córrego Laranja Doce
(MS) é o IQA-CETESB (2014), um “modelo criado pelo National Sanitation Foundation (NSF),
em 1970, nos Estados Unidos, e adaptado, pela Companhia de Tecnologia de Saneamento
Ambiental do Estado de São Paulo para ser utilizado no Brasil” (Batista; Cabral, 2017, p.114). De
acordo com a PNQA, a equação para o cálculo do IQA é
No qual:
IQA = Índice de Qualidade das Águas. Um número entre 0 e 100;
qi = qualidade do i-ésimo parâmetro. Um número entre 0 e 100, obtido do respectivo gráfico de
qualidade, em função de sua concentração ou medida (resultado da análise);
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wi = peso correspondente ao i-ésimo parâmetro fixado em função da sua importância para a
conformação global da qualidade, isto é, um número entre 0 e 1, de forma que:
Ainda sobre a coleta das amostras é, provavelmente, a parte mais importante do trabalho,
pois caso não se tenha uma precaução e um conhecimento técnico de como coletar corretamente
estas amostras, as mesmas podem entrar em contato com fontes possíveis de contaminação,
alterando as análises, principalmente, química, sendo estas amostras de águas superficiais, bruta e
simples.
Após a coleta das amostras será realizado a medição da vazão por meio do Método
Convencional com Molinete Hidrométrico. Este procedimento será realizado, também, de acordo
com o Guia Nacional de Coleta e Preservação de Amostras (2011), utilizando-se o cálculo de Meia
Seção para a medição, isto é, para cada subseção com uma vertical ao centro e delimitada pelas
semi-distâncias às verticais adjacentes. Dessa forma, a área de cada subseção será dada pelo
produto da soma das semi-distâncias pela profundidade da vertical. Multiplicando-se essa área pela
velocidade média na vertical, tem-se a vazão parcial nessa subseção. A soma dessas vazões parciais
resultará na vazão total da seção.
Os dados dos elementos climáticos a serem trabalhados na presente pesquisa serão
organizados a partir do software Excel (2016), sendo estes dados coletados no site da Empresa
Brasileira de Pesquisas Agropecuárias (EMBRAPA), e estes dados serão trabalhados para a
elaboração de gráficos de analise rítmica, tendo como objetivo correlacionar com os resultados das
amostras dá água do Córrego Laranja Doce (MS). Nesse momento far-se-á uso das propostas de
Monteiro (1971); Zavattini e Boin (2013) e o software Ritmo Análise (2011) e/ ou Gnuplot 5.0.6
(2017).
Após a obtenção dos resultados das análises da qualidade da água, isto é, dos parâmetros
físicos, químicos e bacteriológicos da água do Córrego Laranja Doce/MS, será feito uma avaliação
destes resultados para verificar se estão de acordo com as exigências da Resolução do CONAMA
n°357/2005 e a lei n° 9433/97, sendo estas normativas adquiridas no site da Ministério do Meio
Ambiente e no site do Palácio do Planalto, respectivamente. Em seguida, irá correlacionar os
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resultados dos parâmetros selecionados, para a avaliação da qualidade do corpo hídrico, com os
elementos climáticos, dando ênfase a precipitação pluviométrica, para averiguar se houve ou não
uma alteração na qualidade da água em períodos de grande volume de chuva, sendo os dados dos
elementos climáticos coletados no site da EMBRAPA Centro-Oeste.
As etapas supracitadas serão de fundamental importância para se concluir o objetivo geral
e os objetivos específicos apontados na presente pesquisa, ou seja, compreender o impacto da
precipitação na qualidade da água da microbacia do Córrego Laranja Doce (MS). Para a execução
dos objetivos ora propostos apresenta-se a seguir o cronograma de execução da pesquisa.
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ÁGUAS SUPERFICIAIS TRANSFRONTEIRIÇAS: COOPERAÇÃO E CONFLITO
ENTRE PAÍSES
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1 INTRODUÇÃO
Um dos recursos naturais que mais tem suas características naturais modificadas em
consequência do desenvolvimento econômico, social e cultural são os recursos hídricos, pois a
sociedade depende cada vez mais desse recurso para se obter o produto final, e a partir destas
colocações a água transfronteiriça pode se tornar a peça chave para início de conflitos entre países
em tempos de escassez hídrica.
A tendência é que cada vez precisaremos de mais água com qualidade e em quantidade
suficiente para o abastecimento, para produção e a sobrevivência da humanidade. Isso
permite afirmar que esta demanda compreende boa parte das águas transfronteiriças e que
os países envolvidos devam adotar diretrizes e práticas consistentes de gestão
compartilhada. (PEREIRA, 2013)
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O objetivo deste trabalho é expor os principiais conflitos que podem ocorrer em uma bacia
hidrográfica e a importância de uma gestão compartilhada nas bacias internacionais.
A metodologia aplicada para o desenvolvimento da pesquisa será uma revisão bibliográfica
sobre temáticas de bacias hidrográficas internacionais, território, cooperação e exemplificação de
alguns acordos cooperativos a respeito da utilização das águas transfronteiriças.
Em situações de escassez hídrica pode-se gerar conflitos entre países que possuem águas
compartilhadas, pois este recurso é indispensável nos setores econômicos, no desenvolvimento
urbano dos países, e é de fundamental importância nas características de determinadas culturas,
devido aos seus múltiplos usos.
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a uma bacia internacional, também será considerado como tal. Este conceito leva em
conta, também, todo o ciclo d´água (FILHO, 2005, p. 2)
Ainda se tratando de águas transfronteiriças, segundo SOLA (2015, p.30, apud CANO,
1979, p.16), os rios
pode estar ou não “internacionalizado”, dependendo dos tratados vigentes que podem
sujeitar o recurso natural a um regime jurídico multilateral ou supranacional, envolvendo
decisões coletivas de dois ou mais governos, podendo incluir normatização de seu uso e a
abertura à navegação de embarcações de bandeira de Estados não ribeirinhos, por exemplo
(SOLA, 2015, p.30, apud CANO, 1979, p.16).
A gestão dos recursos hídricos exige habilidade política em diferentes escalas na busca de
evitar ou minimizar conflitos entre as partes envolvidas (SAITO e STEINKE, 2009). Exemplos de
disputas pelos recursos hídricos ocorrem para evitar a apropriação de recursos hídricos por
empresas, como mineradora e fazendas, ou para impedir a construção de barragens ou açudes (CPT,
2014). Um exemplo de conflito à respeito de águas transfronteiriças foi entre Argentina e Brasil,
isto é, a Argentina não era a favor da construção da usina hidroelétrica de Itaipu, impondo várias
objeções para sua criação. Mas, em 1979 foi realizado um acordo cooperativo entre os países do
Paraguai, Argentina e Brasil, caracterizado como Acordo de Cooperação Técnico -Cooperativa,
colocando fim às controvérsias e abrindo espaço para um clima de maior aproximação regional na
Bacia do Prata (MELO, s/d)
A água é dentre todos os recursos naturais é o que participa e dinamiza todos os ciclos de
vida no nosso planeta. As sociedades humanas necessitam e utilizam a água tanto para as
suas funções vitais de sobrevivência e de bem-estar como em outras atividades onde se
destacam diversos usos múltiplos tais como a geração de energia, a navegação para o
transporte de pessoas e escoamento de mercadorias, irrigação de culturas agrícolas para a
produção de alimentos, dessedentação de animais, turismo e lazer dentre outros. A água
quando escassa torna-se uma moeda de troca ou razão para conflitos armados de posse dos
mananciais [...] (FERREIRA, 2012, p.191).
De acordo com a Agência Nacional das Águas (ANA), o Brasil possui 83 rios fronteiriços
e transfronteiriços, sendo a Bacia Hidrográfica do Prata e do Amazonas representantes dos maiores
rios transfronteiriços do país (Mapa 1). A soma das áreas do território brasileiro inserido em ambos
os sistemas hidrográficos com águas transfronteiriças, fica algo em torno de 62% da área total do
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Brasil (Pereira, 2013), a partir desta dimensão territorial enxerga-se a necessidade de uma gestão
eficiente e equitativa entre países. Ainda segundo as colocações de Pereira (2013), no Brasil o tema
das águas transfronteiriças ainda é tratado de forma distante, como discurso de visionário, devido
ao fato de não apresentar conflitos com países vizinhos.
Os três principais rios que formam a Bacia do Prata são o Paraná (4.352 km), o Paraguai
(2.459 km) e o Uruguai (1.600 km). (ECOA, s/d apud Comitê Intergovernamental Coordenador –
CIC, 1970). Se tratando de Dourados/MS, inserida na Faixa de Fronteira, o município pertence a
bacia do Paraná, que é uma sub-bacia da Bacia Hidrográfica do Prata. A região hidrográfica da
bacia do Paraná possui a maior demanda por recursos hídricos do País, equivalente a 736m3/s, que
corresponde a 31% da demanda nacional. A irrigação é a maior usuária de recursos hídricos (42%
da demanda total), seguida do abastecimento industrial (27%) (ANA, s/d), e a partir destas
colocações vemos a necessidade de uma gestão integradora e participativa, para que no futuro não
haja problemas entre os países que fazem parte desta bacia internacional. A faixa de fronteira, de
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acordo com a Lei n° 6.634, de 2 de maio de 1979, é a faixa interna de 150 Km de largura, paralela
à linha divisória terrestre do território nacional.
Estas áreas de fronteira são delicadas e complexas, sendo encontro de histórias, de cultura,
são os entre-lugares, mas não são apenas o entre-lugares de territórios, mas sim o encontro de
línguas, de corpos, de escritas, testemunhando a heterogeneidade e multiplicidade das culturas
nacionais. A fronteira não é onde algo termina, mas é o ponto a partir do qual algo começa a se
fazer presente (HANCIAU, 2005).
a fronteira é o lugar da atividade, é isso que faz dela uma realidade. À primeira vista é o
lugar do encontro [...] mas a fronteira faz com que seja essencialmente, há um só tempo,
um lugar de descoberta do outro e de desencontro. Não só o desencontro das diferentes
concepções de vida e visão do mundo de cada um desses grupos humanos, o desencontro
da fronteira é o desencontro da temporalidade histórica, pois cada um desses grupos está
situado diversamente o tempo da história (MARTINS, 1997).
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Os embates de fronteira acerca da diferença cultural tem tanta possibilidade de serem
consensuais quanto conflituosas (HANCIAU, 2005, p.134).
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As bacias hidrográficas compartilhadas por Estados Soberanos não há uma autoridade
central reguladora para gerenciar os procedimentos do uso da água, ainda assim, ações de
cooperação e compartilhamento tem ocorrido, o que demonstra que o mecanismo
diplomático tem funcionado. (SAITO e STEINKE, 2009, p.191).
A cooperação pela água é gerada em boa parte em função de conflitos por disputa ou por
interesses econômicos das nações, [...] a política estratégica entre nações soberanas para o uso
compartilhado do bem água (PEREIRA, s/d)
4 CONCLUSÃO
Sabemos que a água é um elemento essencial para a vida humana, e este recurso é de
fundamental importância para o desenvolvimento de um território, de um país, principalmente nos
setores econômicos e sociais. Os rios, quando abarcam dois Estados Nações, em épocas de escassez
hídrica, pode se tornar alvo de conflitos. A partir do que foi apresentado nesta pesquisa, é necessário
criar planos e gestões compatíveis com a realidade de cada país, para evitar ou reduzir os possíveis
conflitos.
São vários os conflitos apresentados em uma Bacia Hidrográfica pela disputa da água como
evitar a apropriação de recursos hídricos por empresas, como mineradora e fazendas, ou para
impedir a construção de barragens ou açudes (CPT, 2014), podendo acarretar diversos prejuízos.
Uma das hipóteses apresentadas no presente trabalho é a gestão compartilhada do recurso hídrico
internacional, tendo como objetivo elaborar políticas, planos e gestões que evitem ou diminuam os
conflitos sociais, ambientais e econômicos e que haja equidade na utilização da água dos territórios
abrangidos pelo rio. Necessita-se que os governos tenham tolerância, e que acima de tudo criem
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um ambiente propicio de confiança entre os estados e a sociedade, com respeito às diferenças
sociais, econômicas e ambientais dos diferentes países que compõem os sistemas hidrográficos
(PEREIRA, 2013).
Por fim, as políticas públicas, os planos e as gestões devem ser criadas para atender a
população que pertence a bacia internacional, criando soluções a partir das exigências e
necessidades dos cidadãos que utilizam das águas transfronteiriças, ou seja, uma elaboração de
planos e políticas que serão formulados de baixo para cima, e não ao contrário.
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ESTUDO DA BIOGEOGRAFIA NO MÉDIO CURSO DO RIO TIJUCO EM ITUIUTABA
(MG): O CASO DOS RESQUÍCIOS DE MATA ATLÂNTICA
Resumo: A Biogeografia é a temática central desta pesquisa e tem como objeto de estudo os seres
vivos, inclusive o ser humano. Busca compreender como se dá a interação dos seres vivos com o
meio e a sua distribuição geográfica. Com o aumento do desmatamento, especificamente a partir
dos anos de 1970 áreas de vegetação nativa foram degradadas. O município de Ituiutaba (MG) está
localizado no Domínio do Cerrado, porém existem resquícios de Mata Atlântica nas margens dos
principais cursos d’água do município e região, desta forma o objetivo principal deste trabalho é
analisar, do ponto de vista biogeográfico, o remanescente de Mata Atlântica no Rio Tijuco em
Ituiutaba (MG). Como a Mata Atlântica é um tipo de vegetação que carece de preservação
ambiental devido à degradação ambiental, é importante a realização deste estudo. Esta pesquisa
está em andamento, então a etapa a qual se encontra é de pesquisas bibliográficas, e como está em
suas etapas iniciais de execução, ainda não apresenta resultados. O próximo passo consiste em
visita a campo para identificação das áreas para coleta de material.
1 INTRODUÇÃO
A Biogeografia tem como objeto de estudo os seres vivos (inclusive o ser humano) e se
preocupa em compreender como acontece a interação entre os seres vivos com o meio, e como se
dá a sua distribuição geográfica considerando o passado e presente (TROPPMAIR, 2012). Devido
à possibilidade de aplicação da Biogeografia para variados tipos de estudo da vegetação, esta
pesquisa propõe uma análise biogeográfica em resquícios de Mata Atlântica existente no município
de Ituiutaba (MG) mais especificamente às margens do rio Tijuco.
1
Bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).
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O município de Ituiutaba está localizado na mesorregião geográfica do Triângulo
Mineiro/Alto Paranaíba em Minas Gerais, possui 97.171 habitantes (IBGE, 2016). E tem como
principais atividades econômicas a agricultura, especialmente voltada para a produção de etanol
por meio da cana de açúcar e a criação de animais para a produção de leite e outros fins.
Nos anos de 1970 a agricultura brasileira foi bastante incentivada pelo governo, o que
agravou alguns problemas ambientais, desta forma, Ituiutaba (MG) também sentiu este impacto,
então parte da vegetação nativa do município já não existe mais, pois as áreas de vegetação nativa
foram substituídas por atividades agrícolas. O que ainda existe de vegetação nativa encontra-se
especialmente nas matas ciliares de cursos d’água dos municípios da região (COSTA; SILVA,
2012).
O município de Ituiutaba (MG) está na área de predomínio do domínio Cerrado, e a
fitofisionomia do Cerrado encontrada no município é de Cerradão. Porém, além de Cerradão
existem também remanescentes de Mata Atlântica (COSTA; SILVA, 2012). E a presença de Mata
Atlântica na mata ciliar do rio Tijuco é muito significativa. Considerando a importância dos
remanescentes de vegetação nativa, neste caso de Cerradão e Mata Atlântica, por meio do decreto
45.568 de 22 de março de 2011 foi criado o Refúgio de Vida Silvestre Estadual dos Rios Tijuco e
da Prata pelo IEF (Instituto Estadual de Florestas) (MINAS GERAIS, 2016). Este refúgio possui
uma área de 9.750,4026 de hectares e engloba os munícipios de Ituiutaba, Campina Verde, Prata,
Gurinhatã e Ipiaçu.
O que justifica a realização desta pesquisa, primeiramente se dá pelo fato de a Mata
Atlântica ser um tipo de vegetação que não faz parte do domínio do Cerrado. Entender a
paleodinâmica (se pode assim dizer) e a dinâmica atual que ainda permite a sua existência é
importante. Conforme aponta o SOS Mata Atlântica (2015) o domínio de Mata Atlântica abriga
mais de 15.700 espécies vegetais (destas 8 mil são endêmicas), então é importante conhecer os
tipos vegetais presentes no rio Tijuco. Segundo o SOS Mata Atlântica (2016) em Ituiutaba (MG)
existem 4.147 hectares de Mata Atlântica, área bem relevante.
É possível que a Mata Atlântica no município tenha características e comportamento
diferente da Mata Atlântica do litoral, devido a dinâmica ambiental própria do litoral (área de
predomínio de Mata Atlântica no território brasileiro). Também é importante verificar se as
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espécies da Mata Atlântica estão expandindo as suas áreas de domínio, se estão retraindo ou se
estão estáveis? Pois assim é possível considerar como está a qualidade ambiental e a dinâmica
ambiental se considerada a expansão, retração e estabilidade da vegetação em estudo.
Portanto, esta pesquisa tem como objetivo principal analisar o remanescente de floresta
estacional semidecidual (Mata Atlântica) do ponto de vista biogeográfico na área de Refúgio de
Vida Silvestre no Rio Tijuco em Ituiutaba (MG). Partindo disto, também será feita a caracterização
paleogeográfica da área, inventário das espécies vegetais e identificação do uso e ocupação do solo
nas proximidades da área da reserva devido aos possíveis impactos na sobrevivência das espécies.
2 DISCUSSÕES
A Biogeografia estuda como ocorre a distribuição geográfica dos seres vivos (incluindo o
homem) e tem como categoria de análise: a paisagem (ou paisagens) (PASSOS, 2003). Para o
estudo na Biogeografia é preciso considerar processos passados e atuais, além da interação e
organização dos seres vivos - biocenoses (TROPPMAIR, 2012), assim biocenose engloba os seres
vivos, e biotopo, basicamente o meio onde os seres vivos habitam.
Como o objeto de estudo da Biogeografia são os seres vivos, o objetivo da Biogeografia
é estudar os seres vivos de forma a compreender a sua influência no meio, resultante da sua relação
com o mesmo e por meio dos processos naturais dos sistemas geográficos, ou geossistemas, tendo
em vista uma visão espaço-temporal da natureza (TROPPMAIR, 2012).
Esta pesquisa propõe um estudo sobre resquícios de Mata Atlântica (de outro domínio) na
área de domínio do Cerrado. Por esta razão é necessário compreender o que é domínio
morfoclimático e fitogeográfico que, conforme elucida Ab’Sáber (2003, p. 11-12) é: “[...] um
conjunto espacial de certa ordem de grandeza territorial - de centenas de milhares a milhões de
quilômetros quadrados de área - onde haja um esquema coerente de feições de relevo, tipos de
solos, formas de vegetação e condições climático-hidrológicas”. Ainda sobre as características
gerais dos domínios Ab’Sáber (2003, p. 12) ainda complementa que “[...] tais domínios espaciais,
de feições paisagísticas e ecológicas ‘integradas’, ocorrem em uma espécie de área principal, de
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certa dimensão e arranjo, em que as condições fisiográficas e biogeográficas formam um complexo
relativamente homogêneo e extensivo”.
Quanto à Geologia as áreas “core” dos domínios estão sobrepostas à estruturas litológicas
variadas (no que diz respeito à idade e composição litológica). A formação geomorfológica e
pedológica, dentre outros fatores, determinam as condições ecológicas que dominam estas áreas.
Outra característica marcante dos domínios é que estes “[...] possuem filiação muito direta com a
história paleoclimática quaternária das regiões onde se fixaram e se expandiram” (AB’SÁBER,
2003, p. 28).
Em relação ao estado de Minas Gerais, vale salientar que este apresenta diversidade de
tipos de vegetação, de domínios morfoclimáticos diversos, como por exemplo: Caatinga, Cerrado,
Mata Atlântica, dentre outros (COSTA; SILVA, 2012). Nas últimas décadas algumas áreas foram
devastadas pela expansão da agricultura, outras áreas foram afetadas devido ao desmatamento
resultando na diminuição das áreas com matas nativas. Desta forma, o que ainda existe de matas
nativas está, de forma geral, próximo de cursos d’água ou nascentes.
O domínio do Cerrado (o qual Ituiutaba está inserido) está entre duas florestas úmidas:
Mata Atlântica e Floresta Amazônica, e tem como característica a presença de “[...] vegetação
xeromorfa que varia de campo limpo até cerradão, embora também ocorram matas de galeria e
florestas estacionais”. (MÉIO et al, 2003, p. 437). O Cerrado, enquanto unidade morfoclimática,
para Ab’Sáber (2003) tem o predomínio dos chapadões tropicais do Brasil Central, e tem como
características climáticas gerais duas estações quentes por ano. No município de Ituiutaba, quanto
ao Cerrado, sabe se que:
[...] em relação à vegetação o município possui, em quase toda a sua totalidade, o Cerrado
strictu sensu. Porém é comum encontrar, nas áreas mais baixas as veredas, que são
caracterizadas por solos mal drenados e com acúmulo de águas, formando as nascentes
das áreas de Cerrado. Nas partes mais altas, em solos mais desenvolvidos encontra-se o
Cerradão e em alguns pontos (manchas) encontram-se resquícios de Mata Atlântica
(COSTA; SILVA, 2012, p. 347).
A Mata Atlântica faz parte do Domínio Tropical Atlântico, que constitui um conjunto de
matas atlânticas que ocupam áreas de norte a sul do território brasileiro, abrangendo áreas com
características intertropical e subtropical. Ab’Sáber (2003) afirma que o domínio das matas
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atlânticas chegou a ocupar aproximadamente um milhão de quilômetros quadrados, área superior
ao território de domínio da floresta amazônica. O conhecimento desta ocupação da floresta
Atlântica foi importante para entender a dinâmica ecológico-ambiental desde o fim do Pleistoceno
até atualmente.
A Mata Atlântica é um tipo de mata pluvial também denominada Mata de Encosta, e tem
como área de domínio a faixa litorânea brasileira partindo dos estados do Rio Grande do Norte até
o Rio Grande do Sul, também sofreu impactos ambientais ocasionados por atividades antrópicas,
o que fez com que grande parte de suas áreas fossem devastadas (TROPPMAIR, 2012). É
importante enfatizar que com o Cerrado também não foi diferente.
Outra característica da Mata Atlântica é que esta apresenta grande quantidade de espécies
vegetais como destaca Troppmair (2012, p. 95):
Dentro dos ecossistemas brasileiros e mesmo mundiais, a Mata Atlântica, devido à extensa
latitude (Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul) e a diferente altitude (10 a 1000m),
portanto existindo em diferentes tipos de clima (semiárido, tropical, subtropical e habitats
diversos), é o que apresenta maior biodiversidade, ultrapassando inclusive a Amazônia.
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Foi criado pelo IEF (Instituto Estadual de Florestas) o Refúgio de Vida Silvestre Estadual
dos Rios Tijuco e da Prata, por meio do Decreto nº 45.568, de 22 de Março de 2011 (MINAS
GERAIS, 2016), esta medida aconteceu justamente para a proteção das áreas de remanescente de
vegetação nativa, sendo assim instituída por abrigar espécies que devem ser preservadas. Este
refúgio possui uma área de 9.750,4026 de hectares e engloba os munícipios de Ituiutaba, Campina
Verde, Prata, Gurinhatã e Ipiaçu.
Quanto a existência de Mata Atlântica no domínio do Cerrado, primeiramente é necessário
entender que "[...] a origem da vegetação de Mata Atlântica está associada à deriva continental, ou
seja, a separação dos continentes americano e africano, ocorrida a aproximadamente 80 milhões de
anos atrás” (COSTA; SILVA, 2012, p. 348). Para estes autores o que favoreceu isto foi a variação
de temperaturas quentes e úmidas (período interglacial) e de clima seco e frio (glaciação), pois
contribuiu para a expansão da Mata Atlântica pelo interior do Brasil, chegando aos limites da
Floresta Amazônica.
Apesar da área em estudo estar localizada no domínio do Cerrado e apresentar a
fitofisionomia Cerradão é necessário considerar que, de acordo com pesquisas desenvolvidas por
Costa e Silva (2012), se comparadas às áreas ocupadas por Cerradão e Mata Atlântica, nota se que
em Ituiutaba (MG) existem mais áreas com Mata Atlântica do que com Cerradão. Isto é um fator
relevante do ponto de vista ambiental e científico. Desta forma, o desenvolvimento desta pesquisa
visa trazer contribuições científicas, de forma que possa colaborar no manejo da área do Refúgio
de Vida Silvestre para preservação das áreas de resquícios.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
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A metodologia central de análise biogeográfica desta pesquisa é a metodologia de Passos
(2003) para criação de Pirâmides de Vegetação. Esta metodologia propõe um inventário
fitogeográfico que inicia se pela escolha de uma área que represente a vegetação em estudo. É feita
a delimitação de uma área com um raio de 10 metros para análise da vegetação, desta forma é
possível fazer uma análise geossistêmica sobre a realidade ambiental, que permite o conhecimento
sobre a estrutura e dinâmica da vegetação, seguindo parâmetros fitossociológicos (GONÇALVES,
BARBOSA, PASSOS, 2015).
De acordo com Gonçalves, Barbosa e Passos (2015) é necessário considerar quatro fatores
em relação à escolha da área para coleta da vegetação, são eles: relevo, solo, descontinuidades
fisionômicas e antropização da área (se houver). Estes fatores são determinantes para a presença
da vegetação sem descontinuidade. Para tanto, visitas de campo são essenciais para esta pesquisa,
e a primeira visita a ser feita será importante para a identificação de qual a situação das áreas de
Mata Atlântica, e posteriormente para a escolha da área a qual será aplicada a metodologia de
Passos (2003).
Para catalogação das espécies serão utilizadas fichas biogeográficas, que são modelos
propostos por Passos (2003). Nestas contém informações fitossociológicas, que consideram as
espécies vegetais mais importantes da área de acordo com o estrato vegetal, e os fatores físicos
(clima, tipos de solos e formação geológica) são detalhados também permitindo compreender os
processos e dinâmica que influenciam na formação vegetal em estudo. Por meio das fichas
biogeográficas é possível criar as pirâmides de vegetação.
As pirâmides de vegetação são modelos cartográficos. Estas apresentam todas as
informações físicas, vegetais, antrópicas, dentre outras da área em estudo. A partir da análise da
cobertura vegetal será possível elaborar a representação cartográfica e, posteriormente, a
interpretação do comportamento da vegetação em estudo. Equipamentos para georreferenciamento
também serão necessários, exemplo do GPS (Global Positioning System), dentre outros se
necessário.
Outro fator que será verificado em campos será a presença ou não da degradação
ambiental, além do uso e ocupação do solo na área ou próximo da área em estudo, o que
possibilitará averiguar se a vegetação pode ser afetada do ponto de vista da preservação das
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espécies. Também será levada em consideração a aplicação das leis de preservação, pois se sabe
que a Mata Atlântica em estudo nesta pesquisa está em uma área de preservação.
Serão elaborados mapas temáticos no QGis 2.1.13: mapa de localização, mapa geológico,
geomorfológico, mapa climatológico, e outros se necessários. A partir daí serão feitas as análises
de todo material produzido para, enfim, demonstrar os resultados alcançados com a realização desta
pesquisa.
4 RESULTADOS PARCIAIS
Como esta pesquisa está em andamento, mais especificamente na sua primeira etapa de
execução, que consiste na pesquisa bibliográfica dos temas envolvidos. Nesta fase estão sendo
trabalhados os conceitos centrais desta pesquisa como Biogeografia, paisagem, geossistemas,
domínios morfoclimáticos - Mata Atlântica e Cerrado, dentre outros, se necessário.
Será feito um apontamento dos aspectos físicos atuais da área em estudo, ou seja, geologia,
geomorfologia, pedologia, e as características paleogeográficas da área, o que explica a presença
de Mata Atlântica na mesma. Depois desta caracterização teórica, o próximo passo será ir a campo
para identificar onde estão exatamente localizados os remanescentes de Mata Atlântica. Esta visita
à campo será necessária também tanto para a escolha da(s) área(s) as quais serão coletados
materiais para análise, como também será possível verificar as condições da área de Mata Atlântica.
Algumas informações e detalhes só serão possíveis de se observar por meio de trabalho de campo.
Despois de identificadas a(s) exata(as) área(s) para a coleta de espécies vegetais para sua
identificação serão utilizadas as fichas biogeográficas que são a base para a elaboração das
pirâmides de vegetação. A aplicação da metodologia para geração de pirâmides de vegetação de
Passos (2003) é a metodologia central desta pesquisa. Contemplará as dinâmicas ambientais
presentes, as espécies vegetais e outros aspectos discutidos ao longo deste projeto, inclusive o uso
e ocupação da área e impactos ambientais que interferem nas condições ambientais de
sobrevivência das espécies.
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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GONÇALVES, D. L.; BARBOSA, L. G.; PASSOS, M. M. Análise da estrutura vegetal a partir da
representação cartográfica com o uso de Pirâmides de Vegetação. In: Anais do XI Encontro
Nacional da ANPEGE (ENANPEGE). 2015, p.4702-4714, Disponível em:
<www.enanpege.ggf.br/2015/anais/arquivos/15/445.pdf>. Acesso em: 22 maio 2017.
MÉIO, B. B. et al. Influência da flora das florestas Amazônica e Atlântica na vegetação do cerrado
sensu stricto. Revista Brasileira de Botânica, n. 4, v. 26, p.437-444, out./dez. 2003.
TROPPMAIR, H. Biogeografia e Meio Ambiente. 9. ed. Rio de Janeiro: Technical Books, 2012.
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REVISÃO TEÓRICA SOBRE O PALEOCLIMA NA PORÇÃO NORTE E NORDESTE
DA BACIA DO PARANÁ: O caso do Triãngulo Mineiro e Alto Paranaíba.
Resumo: Neste artigo, o objetivo foi fazer uma revisão bibliográfica a respeito das condições
paleoclimáticas da mesorregião do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba no período de sedimentação
do Grupo Bauru, para uma melhor compreensão dos processos geológicos decorrentes das
condições climáticas predominante na sua diagênese. Para este estudo foi feito um levantamento
bibliográfico, selecionando as principais obras que discutiam as condições climáticas pretéritas,
entre o Mesozóico e o Terciário. Os aspectos climáticos contribuem para o estudo que trata da
evolução dos elementos da paleogeográfica regional caracterizada pelo substrato litológico dos
Basaltos, pelos depósitos do Grupo Bauru e posterior soerguimento do Alto Paranaíba, que são os
principais eventos de constituição das paisagens do Triângulo Mineiro. Os estudos predominantes
tratam do ambiente de ocorrência geológica dos basaltos do Grupo São Bento, da Formação Serra
Geral e dos arenitos do Grupo Bauru e suas Formações. A ocorrência de paleoclima seco e semi
seco (árido e semi-árido) foi um padrão constante nas análises.
1 INTRODUÇÃO
Neste artigo o objetivo foi fazer uma revisão bibliográfica a respeito das condições
paleoclimáticas da mesorregião do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba no período de sedimentação
do Grupo Bauru, para uma melhor compreensão dos processos geológicos decorrentes das
condições climáticas predominante na sua diagênese. Para este estudo foi feito um levantamento
bibliográfico, selecionando as principais obras que discutiam as condições climáticas pretéritas,
entre o Mesozóico e o Terciário. Os aspectos climáticos contribuem para o estudo que trata da
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evolução dos elementos da paleogeográfica regional caracterizada pelo substrato litológico dos
Basaltos, pelos depósitos do Grupo Bauru e posterior soerguimento do Alto Paranaíba, que são os
principais eventos de constituição das paisagens do Triângulo Mineiro.
As paisagens correspondem à unidade fundamental da análise fisiográfica da superfície
terrestre, apresentando certa homogeneidade climática, biológica, geológica e pedológica
(BOTERO, 1978; GOOSEN, 1968), apud Lima (2016), que evoluem em conjunto ao longo do
tempo, de forma que cada mudança de um destes aspectos corresponde a um ajuste em todo o
conjunto. As mudanças e alterações levam tempo para se configurarem, de forma que os processos
vão deixando registros nos sedimentos:
Desta forma, a paleoevolução das paisagens pode ser recontada a partir da interpretação dos
registros e referências que evidenciam os paleoambientes de uma área.
O estudo dos paleoclimas é um importante mecanismo para se inferir as características do
ambiente associado a determinadas condições climáticas. Esse antigo ambiente é conhecido como
estudo dos paleoambientes, (SUGUIO, 1998).
Os estudos predominantes tratam do ambiente de ocorrência geológica dos basaltos do
Grupo São Bento, da Formação Serra Geral e dos arenitos do Grupo Bauru e suas Formações. Por
meio deles, foram levantadas as principais ocorrências litologênicas e como estavam relacionadas
ao clima da época. Desta forma, relacionar as ocorrências litológicas aos eventos climáticos, com
a finalidade de construir um panorama de como a atuação do clima pode ter interferido nos
processos sedimentológicos do período de deposição dos arenitos, durante o Cretáceo.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Para (SILVA et al 2003), a sequência evolutiva da Bacia do Paraná corresponde a três áreas
de sedimentação independentes, separadas por profundas e generalizadas discordâncias: a) Bacia
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do Paraná propriamente dita, uma área de sedimentação que primitivamente se abria para o oceano
Panthalassa, a oeste, no final do Paleozoico; b) Bacia Serra Geral, compreendendo os arenitos
eólicos da Formação Botucatu e os derrames basálticos da Formação Serra Geral, no Triássico,
correspondendo a supersequência deposicional III; c) Bacia Bauru, uma bacia intracratônica,
neocretácea. Para Milani et al (2007), esse arranjo espaço-temporal das rochas que preenchem a
Bacia do Paraná constitui uma caracterização importante da relação causal entre os eventos no
interior da placa Sul-Americana e os processos deposicionais resultantes, presentes nos registros
estratigráficos.
Na porção N e NE da bacia do Paraná os eventos litogênicos mais importantes foram os
itens anteriores b, e c, que ocorrerem no Mesozóico, juro-cretáceo, correspondendo aos derrames
basálticos e aos arenitos da Bacia Bauru. No início do Jurássico, ocorre a fragmentação da Pangea,
dividindo os continentes Laurásia (Norte) e Gondwana (Sul), por volta de 205 M.a. (SALGADO-
LABOURIAU, 1994). Os fraturamentos presentes na flexura de direção NW foram bastante ativos
durante o período Juro-Cretáceo, constituindo um dos mais fortes eventos tectônicos da Bacia do
Paraná, com tendência ascensional da parte externa, a NE da bacia. Esses eventos foram os
responsáveis pelo recobrimento dos grupos Paraná, Guatá e Passa Dois, por ativar o magmatismo
básico que resultou no maior registro extrusivo continental do hemisfério Sul, o que deu origem
aos basaltos da Formação Serra Geral (HASUI; HARALYI, 1991).
Para Milani (2007), os basaltos da Porção N e NE da bacia do Paraná data, de 133 a 131
M.a. podendo atingir espessuras neste local entre 300 e 700m, com blocos diaclasados, com estrias
de atrito de movimentação normal e transcorrente, Hasui (2010). Em estudos pontuais de Hasui e
Cordani (1968), a datação das fontes externas do material magmático, na borda N e NE da bacia
do Paraná, foram mais recentes:
Conforme Hasui & Cordani (1968), as intrusões alcalinas de Tapira, Araxá, Salitre, Serra
Negra, Catalão I e II e outras menores, além de magmatismo kimberlíticos, têm idades
radiométricas de 80 a 100 Ma. (MAOSKI, 2012, p. 34)
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térmico da crosta e posterior subsidência. Já no final deste período ocorre a deposição dos arenitos
eólicos da Formação Botucatu. Cessadas as atividades vulcânicas, com os ajustes isostáticos
subsequentes, ocorreu abatimento crustal regional, de forma que no período neocretáceo instalou-
se a última supersequência deposicional.
O fim do Jurássico é marcado por sistemas de falhas, fruto de tectônica tangencial, durante a
reativação tectonomagmática Wealdeniana, que marca o fim do Jurásico e início do Cretáceo
inferior, representadas pela flexura Goiânia. Neste período 136 M.a. ocorre o faturamento N e S da
Gondwana, iniciando a abertura do Atlântico, isolando África e América do Sul.
Nesta supersequência, os sedimentos siliciclásticos provenientes de alteração e erosão de
rochas paleozóicas e pré-cambrianas presentes nas bordas da bacia alcançaram as regiões
interiores. Desta forma, identifica-se o ciclo deposicional responsável pela instalação da Bacia
Bauru (MILANI et al, 2007).
O desenvolvimento da Bacia Bauru, no Cretáceo superior, ocorreu em condições de clima
semiárido e árido no seu interior e úmido na sua periferia, as idades foram definidas com base em
fósseis de dinossauros, datações por (K-Ar) de intercalações de rochas vulcânicas no pacote
sedimentar e na correlação com a deposição da Formação Santos na bacia de Santos, conforme
Batezelli (2003) e Fernandes (2004). No Triângulo Mineiro é observada apenas a ocorrência do
Grupo Bauru, conforme Milani et al (2004).
Em sua evolução tectono-sedimentar o preenchimento siliclástico-psamítico depositado em
bacia endorréica de drenagem assimétrica, com desertificação gradual para a porção central da
bacia foi composto pelos grupos cronocorrelatos Bauru e Caiuá. Os limites atuais da bacia
coincidem com as estruturas tectônicas regionais, onde ocorrem manifestações de magmatismo
alcalino neocretácio. Como ressalta Riccomini (1997), a Bacia Bauru possui limites em grande
parte de natureza tectônica que correspondem à Antéclise de Rondonópolis a noroeste, ao
Soerguimento do Alto Paranaíba (SAP) a Nordeste, aos alinhamentos do Rio Moji-Guaçu, São
Carlos-Leme e Ibitinga-Botucatu a Leste, Paranapanema a sudeste, e do Rio Piquiri, ao Sul.
Uma análise regional sobre a evolução da Bacia do Paraná no período Cretáceo-Terciário
mostra conjunto complexo de processos que condicionou a evolução do Soerguimento do Alto
Paranaíba. É possível que o rifteamento que ocasionou o magmatismo tenha tido início ao final da
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deposição da Formação Uberaba, considerando os alinhamentos NW – SE e falhas normais com
mergulhos voltados para SW, vinculados aos leques aluviais.
Entre o fim do Cretáceo e o início do Terciário observa-se inversão do sentido de movimento
do substrato da Bacia Bauru (Fernandes, 2004). Com a elevação e exposição da cobertura
neocretácia iniciou-se o ciclo erosivo de entalhamento das superfícies. As elevações regionais que
ocorreram no Cenozóico foram intensificadas nas bordas da bacia, marcando seus atuais limites
erosivos. Segundo o autor, as poucas superfícies com seixos preservadas são encontradas no
Triângulo Mineiro e na borda leste, na região de Botucatu. As unidades de origem eólica são
observadas orientadas no sentido W/SW, refletindo a grande estabilidade do padrão de circulação
atmosférica regional durante a sedimentação da sequência neocretácia.
O registro da sedimentação Bauru denota para Fernandes (2004) processos de sedimentação
subaquosos em ambiente flúvio-aluvial e subaéreo (eólicos), reforçando as condições climáticas de
clima semiárido e árido.
Para o levantamento do referencial teórico foram feitas pesquisas nas principais revistas
geológicas, selecionando os trabalhos mais significativos para a explicação paleogeográfica
contanto com vários autores que pesquisam sobre a geologia regional em estudos de água
subterrânea como Batezelli (2003), os estudos de ambiente de sedimentação com contribuição para
a quantificação dos parâmetros atmosféricos que afetaram o clima do passado, nestes estudos, os
paleossolos são utilizados para a interpretação paleoclimática, SILVA; BATEZELLI; LADEIRA,
2016, BATEZELLI, 2015, GARCIA; ROSA; GOLDBERG, 2005. Após o levantamento os dados forma
organizados em um quadro com autor, período da análise, o paleoclima identificado, as principais
características observados nos sedimentos e a relação cronoestratigrafica referente à análise. Esta análise foi
baseada na relação cronoestratigráfica proposta por SILVA; BATEZELLI; LADEIRA, 2016.
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3.1 A área de Pesquisa
A área de pesquisa corresponde a porção N e NE da Bacia do Paraná, delimitada pelos rios
Paranaíba e Grande, na qual há registro dos sedimentos depositados entre o Campaniano e
Maastrichtiano, composto pelos arenitos que guardam características deste período: Formação
Marília, Uberaba e Adamantina (Vale do rio do Peixe). Os limites atuais da bacia coincidem com
as estruturas tectônicas regionais, onde ocorreram manifestações de magmatismo alcalino
neocretácio, como ressalta Riccomini (1997), com o Soerguimento do Alto Paranaíba, Figura 1.
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Figura 8: Mapa de Localização da Área da Pesquisa.
Mapa litoestratigráfico da bacia Bauru com destaque para a área do Triângulo Mineiro – borda N e NE da
Bacia do Paraná - Brasil. Adaptação Silva et al (2016).
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4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
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Quadro 1: Paleoclimas da Bacia Baur definidos por autores
RELAÇÃO
CARACTERÍSTICAS CRONOESTRATIGRÁFI
AUTOR, ANO PERÍODO PALEOCLIMA
(Período) CA (Bacia, Grupo,
Formação, Membro)
1
ruptura do continente
BATEZELLI, 2015 Cretáceo clima semiárido a árido Bacia Bauru
gondwânico
Cretáceo Superior
DAL'BÓ; BASILICI, 2010 clima semiárido preponderância de carbonatos Formação Marília
(Maastrichtiano)
2
Cretáceo Superior
CANDEIRO et al, 2010 clima semiárido deposição continental Formação Marília
(Maastrichtiano)
3
GARCIA; ROSA; estações bem definidas, com
Cretáceo Superior clima semiárido Grupo Bauru
GOLDBERG, 2005 períodos secos e chuvosos
sequência sedimentar
FERNANDES, 2004 Neocretáceo clima semiárido a árido Bacia Bauru
predominantemente arenosa
FERNANDES, 2004 Cretáceo Inferior clima seco planícies desérticas Formação Santo Anastácio
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4
FERNANDES, 2004 e
acúmulo de sequência
FERNANDES; COIMBRA, Início do Neocretáceo clima semiárido a árido Bacia Bauru
sedimentar arenosa
1996ª
5
DIAS-BRITO et al, 2001 e
GOLDENBERG; GARCIA, Cretáceo Superior clima árido a seminário período de intensa pluviosidade Formação Adamantina
2000
6
Cretáceo Superior
RIBEIRO, 2001 clima semiárido eventos associados eodiagênese Membro Serra da Galga
(Maastrichtiano)
FERNANDES; COIMBRA,
Cretáceo clima semiárido a árido preenchimento da Bacia Bauru Bacia Bauru
2000
7
condições áridas intensificaram-
GOLDENBERG; Cretáceo Superior
clima árido se em direção ao topo do Grupo Formação Marília
GARCIA, 2000 (Maastrichtiano)
Bauru
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9
FERNANDES; Cretáceo Superior
clima semiárido deposição em leques aluviais Formação Marília
COIMBRA, 1996b (Maastrichtiano)
10
BARCELOS; FÚLFARO; Cretáceo Superior mais úmido que o período
clima semiárido Membro Serra da Galga
PERINOTTO, 1995 (Maastrichtiano) anterior
12
condições amenas devido o
HULVER et al, 1993 e
Final do Permiano ––– surgimento de corpos aquosos Gondwana Central
ZIEGLER, 1993
(efeito moderador do clima)
13
LAVINA, 1992 Início do Triássico clima árido ––– Nível Global
14
passagem do Cretáceo Inferior
HSU, 1992 Cretáceo Inferior clima árido Grupo Caiuá
para o Superior
16
condições de aridez associado a
FACCINE, 1989 Cretáceo Superior clima seco Grupo Bauru
períodos de sazonais úmidos
17
BARCELOS; SUGUIO, Cretáceo Superior
clima semiárido abundancia de calcretes Membro Echaporã
1987 (Maastrichtiano)
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clima quente / seco /
LIMA et al, 1986 Cretáceo Superior ––– Grupo Bauru
árido
Cretáceo Superior
19
BARCELOS 1984 clima semiárido ––– Formação Marília
(Maastrichtiano)
20
Cretáceo Superior
BRAND NETO, 1984 clima árido deposição de arenito Formação Marília
(Maastrichtiano)
21
SUGUIO; BARCELOS, períodos mais ameno (mais
Cretáceo Superior clima semiárido Formação Adamantina
1983ª úmido)
22
SUGUIO; BARCELOS, Cretáceo Superior arenitos cimentados por
clima árido Formação Marília
1983a e PETRI, 1983 (Maastrichtiano) carbonato de cálcio
23
SUGUIO; BARCELOS, Cretáceo Superior argilas mecanicamente
clima árido Membro Ponte Alta
1983ª (Maastrichtiano) infiltradas
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25
SUGUIO; BARCELOS, sedimentação da Formação
Cretáceo Inferior clima semiárido Formação Santo Anastácio
1983c Santo Anastácio
27
clima com um pouco mais úmido
SOARES et al, 1980 Cretáceo Inferior clima árido Grupo Caiuá
que o período anterior
Fonte: 1BATEZELLI (2015) apud SILVA; BATEZELLI; LADEIRA, 2016. 2CANDEIRO et al (2010) apud SULLIVAN; CANDEIRO, 2013. 3GARCIA; ROSA;
GOLDBERG (2005) apud SULLIVAN; CANDEIRO, 2013. 4FERNDANDES (2004) e FERNANDES; COIMBRA (1996a) apud SILVA; BATEZELLI; LADEIRA,
2016. 5DIAS-BRITO et al (2001) e GOLDENBERG; GARCIA (2000) apud BITTENCOURT; LANGER, 2011. 6RIBEIRO, 2001 apud BATEZELLI, 2003.
7
GOLDENBERG; GARCIA (2000) apud BITTENCOURT; LANGER, 2011. 8MANZINNI (1999) apud DAL'BÓ; LADEIRA, 2006. 9FERNANDES; COIMBRA,
(1996b) apud SULLIVAN; CANDEIRO, 2013.10BARCELOS; FÚLFARO; PERINOTTO (1995) apud SULLIVAN; CANDEIRO, 2013. 11PRAÇA LEITE et al (1995)
apud BATEZELLI, 200312HULVER et al (1993) e ZIEGLER (1993) apud SGARBI; DARDENNE, 199613LAVINA (1992) apud SGARBI; DARDENNE, 1996.14HSU
(1992) apud SGARBI; DARDENNE, 199615PETRI (1983; 191) apud SULLIVAN; CANDEIRO, 2013.16FACCINE (1989) apud SGARBI; DARDENNE, 1996.
17
BARCELOS; SUGUIO (1987) apud SULLIVAN; CANDEIRO, 2013. 18HALLAN (1985) apud SGARBI; DARDENNE, 1996. 19BARCELOS (1984) apud SULLIVAN;
CANDEIRO, 2013. 20BRAND NETO (1984) apud DAL'BÓ; LADEIRA, 2006. 21SUGUIO; BARCELOS (1983a) apud SGARBI; DARDENNE, 1996. 22SUGUIO;
BARCELOS (1983a) e PETRI (1983) apud SGARBI; DARDENNE, 1996. 23SUGUIO; BARCELOS (1983a) apud SGARBI; DARDENNE, 1996. 24SUGUIO (1973) e
SUGUIO; BARCELOS (1983a) apud SUGUIO; BARCELOS, 1983b. 25SUGUIO; BARCELOS (1983c) apud SUGUIO et al, 1984. 26SUGUIO (1980) apud BATEZELLI,
2003. 27SOARES et al (1980) apud SGARBI; DARDENNE, 1996.
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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CARACTERIZAÇÃO PALEOCLIMÁTICA DA REGIÃO DO PONTAL DO
TRIÂNGULO MINEIRO NO PERÍODO PLEISTOCÊNICO
Resumo: A região do Pontal do Triângulo Mineiro teve nas últimas três décadas um crescimento
econômico vertiginoso, principalmente devido à expansão das fronteiras agrícolas. Sua exploração
para fins de agricultura inicia-se a partir de 1970 com o projeto governamental de desenvolvimento
das áreas de cerrado (PRODECER), onde foi possível a entrada da soja mecanizada. Desde então
se conheceu uma destruição desenfreada da vegetação no intuito de produzir cada vez mais grãos.
Essa agricultura foi facilitada pela suavidade do relevo e um recurso hídrico satisfatório e
acessível. Essa vegetação foi substituída pelas lavouras restando apenas pequenas ilhotas, em
áreas de vales dos principais córregos e rios e as cabeceiras de drenagem. Restando apenas alguns
remanescentes. Os remanescentes de Mata Atlântica na região do Triângulo Mineiro tem sua
origem no último período glacial (13.000 a 18.000) anos atrás, ocupando principalmente as
margens dos grandes rios (Rio Tijuco e Rio da Prata). Portanto há a necessidade de preservação
devido a sua origem pretérita e também devido à sua função de proteção ambiental nos dias atuais.
1 INTRODUÇÃO
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Sabe-se que, buscando essas premissas, um estudo sobre a evolução paleoambiental de
uma determinada área contribui em muito para um levantamento das questões naturais pretéritas
com o intuito de redimensionar o presente na busca de uma qualidade de vida futura.
Por isso resolveu-se elaborar um estudo paleoambiental da região do pontal do Triângulo
Mineiro no intuito de apontar como se deu o comportamento dessa região diante da última
glaciação que tivemos no planeta. Essa caracterização se dará pela análise de figuras e gráficos
produzidos em relação ao tema proposto.
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físicas do meio ambiente, permitindo medições diretas das gravações naturais das variações
climáticas que lhe foram impostas (MORAES et. al, 2016).
Durante muito tempo as discussões sobre mudanças climáticas em larga escala ficaram
restritas ao hemisfério Norte. Apenas recentemente, nas duas últimas décadas surgiram debates
acerca de modificações de pluviosidade nos trópicos da América do Sul em escala temporal
orbital, as quais são consistentes com os ciclos de precessão (PAINEL BRASILEIRO DE
MUDANÇAS CLIMÁTICAS, 2014, p.131).
Os primeiros estudos no Brasil foram baseados em registros de mudanças na vegetação e
no nível de lagos em diversas regiões. A Bacia Hidrográfica do Rio Amazonas obteve as primeiras
evidências do impacto de mudanças que associaram dados de paleovegetação, sedimentologia e
geoquímica, obtidos a partir de um testemunho de seis metros coletado em um dos lagos da Serra
dos Carajás, no Pará. (PBMC, 2014 apud MORAES et. al, 2016).
Um dos mais relevantes estudos realizados sobre o país foi organizado pelo glaciologista
franco-suísso Louis de Agassiz em uma expedição ao Brasil denominada Thayer Expedition.
Nesta, foi constatada a presença de uma linha de pedras compostas por fragmentos de quartzo
existentes na base dos solos avermelhados, que ficaram conhecidas posteriormente como “stone
lines”. Este estudo foi fundamentalmente resgatado por Cailleux e Tricart, que apresentaram à
Sociedade de Biogeografia (1957) uma interpretação das linhas de pedras como um tipo de
paleomovimento detrítico gerado em climas semiáridos. Desta feita se deu início a compreensão
da história vegetacional onde se instalaram e se expandiram as matas atlânticas, além de outras
informações que marcaram a temática no país. (AB’ SABER, 2003).
Os estudos de paleoclimatologia em que se analisam as oscilações do nível marinho foram
de extrema importância na compreensão da evolução das planícies costeiras brasileiras. Também
foram realizados estudos baseados em registros de dados palinológicos. A palinologia é um ramo
da botânica que estuda os grãos de pólen, esporos, suas formas de dispersão e aplicações. Outro
tema que vem ganhando força são os estudos de registros em depósitos carbonáticos de cavernas,
mais conhecidos como espeleotemas. Sobre isso, Cruz (2007) assinala que
O Brasil é um dos países com maior potencial para tais estudos isotópicos.
Primeiro, porque possui cavernas geograficamente bem distribuídas em grande
amplitude latitudinal. Segundo, porque resultados, de estudos preliminares
demonstraram, de forma inédita, como variações de insolação, devido aos
mecanismos, de precessão (ciclos de ~ 23 mil anos) e obliquidade (ciclos de ~ 40
mil anos), produzem mudanças no regime de chuvas e temperatura no sul-sudeste
do Brasil, durante o quaternário tardio (CRUZ, 2007, p. 123).
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Com o atual debate acerca do polêmico termo aquecimento global, os estudos sobre
paleoclimatologia se tornam cada vez mais fundamentais para a compreensão das mudanças
climáticas naturais, visto que seus processos e consequências ainda não estão bem esclarecidos.
Nesse sentido, espera-se que este trabalho sirva como auxílio àqueles que buscam aprofundar o
entendimento sobre a dinâmica climática no período Quaternário. (mais alguma coisa)
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
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se conhece na atualidade. Dando características peculiares para a região do Triângulo mineiro,
bem como para o continente todo como pode ser observado na figura 1.
Observa-se na figura 1 que, na situação glacial a corrente fria (Falkland) avançava até o
estado do Rio de Janeiro (atual) deixando suas águas frias, portanto interferindo na formação da
Massa Tropical Atlântica (mTa). Quando essa alteração ocorre a área litorânea bem como a área
central do continente deixa de receber umidade e desenvolve uma estiagem mais prolongada, em
alguns casos a semiaridez toma conta. Em relação à Massa Polar Atlântica (mPa) ela avança até a
região norte do continente, pois passa a não ter a barreira da massa que viria do oceano.
As correntes quentes (Guiana e do Brasil) tem sua atuação reduzida, atuando apenas numa
parte da região norte e região nordeste, perdendo força no período do verão. Isso faz com que
essas correntes não consigam produzir massas de ar muito atuante no continente sul americano. O
clima dessa região fica, portanto, mais ameno, principalmente devido a corrente canária. Esse
processo foi determinante para a mudança climática que ocorreu no período glacial, onde essas
correntes, juntamente com as massas de ar influenciaram no processo de formação climática na
ultima glaciação.
Essa mudança climática (devido as correntes e massas de ar) afetou significativamente a
vegetação do continente, principalmente no interior do Brasil Central (onde está localizado o
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Triângulo Mineiro) ocorrendo um período de retração e também de expansão de algumas espécies
(Figura 2). O Cerrado se retraiu ocupando apenas algumas áreas do Brasil Central enquanto a
Caatinga se espalhou por várias áreas do Brasil, devido principalmente o período seco que foi
proporcionado pela retração da Massa Equatorial Atlântica e a Massa Equatorial Continental.
Passou-se a encontrar cerrado também em alguns nichos na região amazônica.
A floresta de Mata Atlântica se desenvolveu principalmente na margem dos grandes rios
(como mata ciliar) devido à umidade, advinda da calha do curso d’água, que seria maior perto dos
cursos d’água. Era onde se tinha também a maior quantidade de nutrientes, onde as plantas se
desenvolviam melhor.
Figura 2: Domínios Naturais da América do Sul no Período entre 18000 a 13000 anos AP.
Fonte: AB’SABER, A. Os domínios morfoclimáticos na América do Sul (1977).
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O início da história deposicional da Bacia Bauru está registrado pela deposição dos
arenitos sobre a planície magmática que formou o substrato basáltico. A extensa e
monótona cobertura arenosa foi formada por lençóis de areia com dunas baixas, áreas
interdunas e depressões eventualmente úmidas ou aquosas com provável retenção de
lama. Essas planícies eram varridas por fluxos esporádicos não confinados de enxurradas
originadas nas bordas correndo ao deserto interior Caiuá, quente e seco (PEREIRA et.
al, 2015, p. 2518).
O efeito de soerguimento das bordas e subsidência da região central da bacia gerou intensa
erosão das bordas para o centro, com posterior deposição do material dedrítico que deu origem ao
Grupo Bauru. O que marca uma segunda fase de sedimentação, após os eventos de elevação das
bordas da bacia, pontuados por intrusões ígneas alcalinas nos altos tectônicos do embasamento
pré-ordoviciano como as que as ocorreram na região do soerguimento do Alto Paranaíba
(FERNANDES, 2010).
Concomitante aos processos tectônicos decorrentes da abertura do Oceano Atlântico e da
deriva dos continentes, o clima de extrema aridez que ocorreu no período de deposição dos
arenitos Botucatu – Grupo Serra Geral cedeu lugar a um clima semiárido que possibilitou a
instalação de um sistema de drenagem para o Oeste do continente, na direção da depressão
neoformada (BARTORELLI, 2004 apud PEREIRA et. al, 2015).
Em relação à vegetação observa-se que mesmo o período glacial tenha acabado e iniciado
o período interglacial, as evidencias desse período é encontrado até os dias atuais. O relevo
evidencia esse período através das linhas de rocha (stone lines) ocorridas no município de
Ituiutaba e também no Triângulo Mineiro como um todo.
Outra evidencia que se pode destacar são os resquícios de mata atlântica que podemos
encontrar no município de Ituiutaba, encontra-se principalmente ao longo do Rio Tijuco e o Rio
da Prata. Essa vegetação ocupa as margens desses rios corroborando com a ideia de Ab´Saber
(1977), onde aponta que essa seria uma vegetação de resquício da última glaciação sendo,
portanto, uma prova de que essa vegetação teve mudanças significativas nas flutuações climáticas.
A origem da vegetação de Mata Atlântica está associada à deriva continental, ou seja, a
separação dos continentes americano e africano, ocorrida a aproximadamente 80 milhões de anos
atrás. Vulcões e grandes acomodações na crosta terrestre levantaram inúmeros blocos de rochas,
como a Serra do Mar, que ocupou a faixa litorânea de Santa Catarina ao Espírito Santo e se
transformou em uma área ideal para o desenvolvimento da Mata Atlântica.
O aparecimento da Serra do Mar e também da Serra da Mantiqueira foram de suma
importância para o surgimento desta vegetação, que está intimamente ligada aos aspectos
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climáticos (através da movimentação de massas de ar) e a sua as formas das vertentes que
formaram uma barreira para os ventos carregados de umidade oriundos do Oceano. Sob a forma
de névoa ou chuva, a umidade ajudou a criar as condições necessárias para que as formações
atlânticas, que originaram a Mata Atlântica propriamente dita, se instalassem e evoluíssem
rapidamente (MARTINS et al, 2006).
As variações climáticas provocadas pela sucessão dos períodos de glaciação, quando se
formavam as grandes geleiras (clima mais frio e seco) e períodos entre as glaciações (quando o
clima ficava mais quente e chovia mais), contribuíram para a expansão da Mata Atlântica que
chegou a ultrapassar os limites da Floresta Amazônica (MARTINS et al, 2006).
Contudo, espalhou-se por quase toda a faixa litorânea além de expandir suas fronteiras
para o interior do Brasil em extensões variadas, ocupando uma diversidade de solos, relevos e
climas.
No estado de Minas Gerais, onde essa vegetação ocupava aproximadamente 46% da área,
hoje possui apenas alguns remanescentes em áreas com alta declividade (Sul e Sudeste de Minas
Gerais) e também nas margens dos grandes cursos d'água no Pontal do Triângulo Mineiro
substituídos por agricultura ou pastagens (Foto 1). Segundo estudos elaborados pela SOS Mata
Atlântica, o aumento do desmatamento no estado aumentou cerca de 15% no ano de 2010.
Foto 1: Remanescente de Mata Atlântica no Município de Ituiutaba – MG.
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Portanto, sendo uma vegetação que além de ser um resquício de uma vegetação do passado,
é também uma área que nos dias atuais mantém o ambiente equilibrado fazendo parte de uma
paisagem única no Brasil, onde pode se destacar o seu papel enquanto mata ciliar e sua proteção
aos recursos hídricos locais.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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EIXO 4
ENSINO DE GEOGRAFIA E
POLÍTICAS EDUCACIONAIS
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TEORIAS E PRÁTICAS ACERCA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Resumo: Diante ao avanço dos modos de produção e outros acontecimentos históricos, um dos
veículos transmissores de hábitos como a mídia prega comportamentos em que a sociedade se
encontra cada vez mais consumidora dos recursos naturais do Planeta Terra, sem a devida
consciência e instinto de proteção, influenciando grande parte dos comportamentos sociais perante
a natureza, porém, esses recursos são esgotáveis e a maneira como o-utilizamos causa sérios danos
ao meio natural e o que já fora modificado pelo homem. Tudo isso nos coloca a par de certos
questionamentos acerca de nosso comportamento como indivíduos que visam sempre o interesse
acima de tudo. Até onde vai nossa consciência e conhecimento de certo ou errado quando se trata
de meio ambiente? E como podemos nos mobilizar entendendo o porquê de cada ação e as
consequências se não a-executarmos? A importância de discutir Meio Ambiente vai muito além
do senso comum.
1 INTRODUÇÃO
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Dessa maneira com a evolução dos modos de produção até a chegada do capitalismo
trazendo posteriormente a globalização com a mídia como papel influente na sociedade, os
padrões de consumo cresceram inicialmente sem a devida preocupação com o meio ambiente e os
bens naturais, sem as condições e o tempo necessário para que a natureza conseguisse realizar o
seu ciclo e assim se recompor, por isso surge tardiamente, após a ocorrência e sem as precauções,
as consequências de não ter estabelecido medidas anteriores às intervenções do homem na
natureza de maneira a agredir e utilizar do meio ambiente inconscientemente.
Tanto na teoria como na prática, a educação ambiental exerce papel fundamental na
sociedade e tem sua relevância, justamente quando é trabalhada da maneira citada acima, pode
trazer muitos benefícios e diversas contribuições para a natureza, redirecionando o olhar da
sociedade e criando uma visão crítica, anteriormente fundamentada em estudos e por consequência
o que reflete nas práticas.
Faz-se importante então ante a qualquer coisa, adquirir conhecimento prévio para facilitar
o entendimento das causas e efeitos para assim relacionar os acontecimentos no meio ambiente,
entendendo desde as origens os processos e não simplesmente tratando-o como algo isolado e
separado, como por exemplo no dia do meio ambiente nas escolas simplesmente ensinar a plantar
árvores, pois da forma com que o assunto é tratado não é o suficiente, de acordo com suas
estruturas e condições, acabando por não explicar o contexto em que a ação está sendo feita, por
isso diante do assunto com tamanha relevância se torna necessário entender o porquê, o para quê
de realizarmos nossas ações, o que de certa forma nos leva a uma maior sensibilização refletindo
em nossas ações cotidianas.
Diante disso foram investigadas algumas alternativas que apresentaram resultados
eficientes perante a educação ambiental, suas teorias e práticas. Escolhidas para serem
apresentadas com o intuito de compreender o meio ambiente como uma imensa rede interligada a
vários fatores, com o objetivo de analisar e propor soluções para os problemas socioambientais
agindo diretamente no cotidiano das pessoas.
2 DISCUSSÃO
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espécie, era educação. ’’ Com base nessa afirmação a educação existe desde que as pessoas se
relacionam, trocando informações e conhecimentos, mesmo no caso, que sejam os diários
baseados em experiências adquiridas visando um bem para toda a comunidade, para um melhor
andamento e até fazendo parte da evolução do homem. A educação é cultura, e podendo aproximar
e afastar pessoas e classes sociais.
No texto Desafios da educação de adultos ante a nova reestruturação tecnológica, Paulo
Freire (2003) afirma que “A educação é sempre uma certa teoria do conhecimento posta em prática
[...]”. Numa primeira análise, pode-se compreender que, com essa frase, Freire nos mostra que a
educação é a resposta de um processo que envolve inicialmente a teoria e a partir de um
determinado momento quando ela se relaciona com o conhecimento, e ambos dialogam entre si,
podem ser então praticados.
É preciso para uma melhor reflexão, entender a essência do significado da afirmação de
Paulo Freire. Por isso é fundamental saber o que é a teoria do conhecimento, e antes entender o
que é teoria. Portanto, José Ferrater Mora (1964, Tomo II, p.776), em seu Diccionario de Filosofía,
diz que “O significado primário do vocábulo ‘teoria’ é contemplação [...]” e que “Podemos, assim,
definir a teoria como uma visão inteligível ou uma contemplação racional [...]”. Diz também que
“Hoje em dia, com efeito, teoria designa uma construção intelectual que aparece como resultado
do trabalho filosófico ou científico (ou ambos) ”.
Baseado nas elucidações apresentadas por esses dois autores, é possível dizer que a teoria
é algo metódico, especulativo, sábio, tangível, racional e que se refere a conceitos, a fundamentos.
A teoria, assim sendo, é fruto de um longo trabalho, muitas vezes árduo, do exercício da
capacidade de inteligência humana e da razão. Justamente, uma teoria do conhecimento seria uma
construção intelecto-racional, ela possui o anseio de expressar os princípios, os fundamentos do
conhecimento, ou seja, expor uma definição de conhecimento, desejaria dizer o que é o
conhecimento.
Para José Ferrater Mora (1964, Tomo I, p.339, tradução nossa), “Teoria do conhecimento
é uma disciplina filosófica a qual pertencem perguntas como: O que é o conhecimento? Em que
se funda o conhecimento? Como é possível o conhecimento? ”. Essas questões norteiam desde os
primórdios do saber, quais elementos são parte deste processo: adquirir, processar, fixar, e
transmitir o conhecimento, ou seja, o processo de ensino e aprendizagem, formalmente a
educação.
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A teoria do conhecimento busca assim um esclarecimento a respeito do conhecimento.
Relacionando agora as informações que se obteve sobre o que é conhecimento e também o
significado de teoria, adiante juntando as duas palavras e seus significados dando origem a
expressão “teoria do conhecimento”, chega-se à conclusão de que educar seria promover a prática
de uma teoria sobre o conhecimento. Portanto, toda ação com propósitos educacionais estaria
necessariamente fundamentada em uma convicção acerca do conhecimento
Paulo Freire (2003, p.79) diz que “[...] o conhecimento é processo que implica na ação-
reflexão do homem sobre o mundo”. Detrás a esse trecho pode-se criar um tipo de análise baseada
na mesma afirmação, o exercício de pensar agora sobre ela e seu processo já afirma a própria, no
instante em que se lê, absorve-se e reflete o conhecimento, este já está sendo explicado
simultaneamente e processado o que o-faz parte de uma ação cuja qual é a de pensar.
No texto O processo da alfabetização política: uma introdução, Paulo Freire (2003, p.72)
afirma que “[...] o conhecimento envolve a constante unidade entre ação e reflexão sobre a
realidade. ” O que o autor transpassa é de que ação e reflexão são partes de um processo pelo qual
o conhecimento impreterivelmente passa, não é algo que possa ser limitado ou atingido plena e
totalmente, pode sofrer constantes transformações sendo parte de um processo que envolve a
sociedade e tem o poder de transformá-la, para melhor.
O que pode ser considerado conhecimento é tão amplo que parte desde experiências mais
simples e naturais como as empíricas, presentes no cotidiano, até o âmbito científico formal e
intelectual, ressaltando que ambas possuem importância.
Baseando-se no texto Primeiras Palavras, Paulo Freire (2003, p.10) afirma que a “[...]
educação [...] é um fator fundamental na reinvenção do mundo. ” Diante disso pode-se afirmar
que é somente pelo caminho da educação que as transformações ocorrem na sociedade e é
decorrendo dela que o conhecimento surge e inspira novas mudanças e melhorias nas
comunidades. E quando se diz reinventar significa que algo está sendo reforçado, sendo renovado,
reformulado ou melhorado, de forma a contribuir cada vez mais nas mudanças da atual realidade.
A educação freireana teria dois objetivos básicos: a criação do conhecimento e a
transformação-reinvenção da realidade. Com efeito, o conhecimento seria produto ou resultado da
ação-reflexão humana para a transformação ou reinvenção da realidade.
O processo constante de busca da transformação e reinvenção da realidade por meio da
ação-reflexão humana seria o próprio ato de criação do conhecimento, isto é, a educação.
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Para Paulo Freire (2003, p.15), “Uma coisa, pois, é a unidade entre prática e teoria numa
educação orientada no sentido da libertação, outra é a mesma unidade numa forma de educação
para a ‘domesticação’”. Existiriam duas espécies gerais de educação: aquela que seria direcionada
para a “libertação”, e outra dirigida para a “domesticação”. Nos dois tipos, haveria a unidade entre
prática e teoria, mas de modo distinto.
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denúncia feita pela bióloga Rachel Carson em sua obra ‘’ Primavera silenciosa’’ (1962) acerca
dos efeitos do uso dos pesticidas. Todos esses fatores foram determinantes nessas décadas
tornando-a um chamativo de preocupações ambientais e posteriormente os movimentos
ambientalistas.
De acordo com Dias 1994, os processos que deram origem aos movimentos ambientalistas
designaram feições revolucionárias nas décadas de 1960 e 1970, pois até o dado momento as
discussões sobre as questões ambientais não eram apresentadas de forma clara, não atingiram os
objetivos direcionados a preservação, e sim voltadas para os paradigmas do desenvolvimento.
Segundo Boff (2008) desde o quadro preocupante de degradação ambiental da época,
tornou-se necessário mudanças de atitudes e valores, ou seja, uma postura da humanidade perante
os padrões de desenvolvimento pré-estabelecidos para conosco, decorrentes do crescimento
econômico. Este processo tem o poder de conduzir a humanidade a renovação, e até mesmo como
sugere o autor a ‘’uma nova filosofia de vida’’ tornando as pessoas mais próximas e sensíveis ao
planeta em que vivem produzindo frutos de tratamento e respeito verdadeiro.
Nessa trajetória os problemas ambientais e os questionamentos das consequências que
foram geradas deram origem a expressão ‘’ environmental education (educação ambiental)
fundada em 1970. Dias (1994, p. 36) diz que esta teria sido a primeira nação a aprovar uma lei
sobre educação ambiental.
Em 1972, o Clube de Roma publicou o relatório The limits of Growtch, publicação esta
que segundo Dias (1994, p.37) ressaltava a necessidade de um maior cuidado relacionado aos
nossos estilos de desenvolvimento. Neste mesmo ano ocorreram discussões que originaram a
primeira conferência mundial do meio ambiente em Estocolmo (Suécia), promovida pela ONU.
Posteriormente em 1992, houve a realização da conferência das Nações Unidas sobre o meio
ambiente e desenvolvimento (Rio-92), ocasião esta que foi marcada pela inserção da EA na agenda
21.
Mediante às várias determinações da gestão federal, foi criada a portaria n° 678 do MEC,
de 14 de maio de 1991, onde dentro da mesma constava que o currículo escolar deveria contemplar
conteúdos pertinentes a Educação Ambiental como estimulante para as discussões a serem feitas
nas práticas pedagógicas.
Em 1991 e 1992, o MEC aconselhou investimentos e a capacitação de professores na
formação em EA, apoiando também a fundação de Centros de Educação Ambiental em estados
do Brasil. (Pereira, 2007)
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Com o intuito de fortalecer a EA para a sociedade, os Ministérios do Meio Ambiente, da
Educação, de Ciência e Tecnologia e da Cultura, em 1994, apresentaram o Programa Nacional de
Educação Ambiental (PRONEA). O presente projeto tinha como foco, intensificar a efetivação do
tema no dia a dia da população brasileira.
Assim, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB n° 9.394/96) em conjunto
com a Constituição de 1988, considerou que essa concepção educativa fizesse parte da proposta
de trabalhos para os conteúdos curriculares da Educação de Ensino Fundamental, oferecendo
conhecimentos de importância e concretos durante os anos escolares.
Desse modo, em 1996 o MEC, contemplou nos Parâmetros Curriculares Nacionais
(PCNs), o meio ambiente (Educação Ambiental), como uma temática transversal no documento
‘’ Convívio Social e Ética- Meio Ambiente’’ para todo o currículo escolar. (Guimarães, 2004.)
De acordo com Pereira (2007), foi publicado em 1999, apoiando a iniciativa, um
documento que instituiu a Política Nacional da Educação, cujo qual no artigo 2°: A educação
Ambiental é um componente essencial e permanente da educação nacional, devendo estar
presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter
formal e não-formal.
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controle de poluição são considerados também, bem como os líquidos cujas particularidades
tornam inviável seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos d’água, ou exijam para isso
soluções técnicas e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível.
Ao separar os resíduos os primeiros passos em relação a sua destinação estão sendo dados.
Com essa separação se torna possível: a reutilização; a reciclagem; o melhor valor agregado ao
material a ser reciclado; as melhores condições de trabalho dos catadores ou classificadores dos
materiais recicláveis; a compostagem; menor demanda da natureza; o aumento do tempo de vida
dos aterros sanitários e menor impacto ambiental quando da disposição final dos rejeitos
(EcoDebate, 19/07/2012).
O IPT/CEMPRE (1996, p. 132), em seu Manual de Gerenciamento Integrado de Resíduos
Sólidos define a coleta seletiva como “a separação, na própria fonte geradora, dos componentes
que podem ser recuperados, mediante um acondicionamento distinto para cada componente ou
grupo de componentes”.
A Coleta seletiva consiste em separar o lixo com a finalidade de que o mesmo seja
destinado a reciclagem. Isso diz respeito a não misturar materiais recicláveis com o restante do
lixo. E essa separação é uma forma de organização e pode ser feita por um cidadão sozinho ou por
comunidade.
No gráfico a seguir, é ilustrado os estados que possuem vínculos com a coleta seletiva no
Brasil, e posteriormente quantos municípios participam dessa prática relacionada ao meio
ambiente.
Gráfico 01: Distribuição dos municípios com iniciativas de coleta seletiva no Brasil
Fonte: https://ederepente50.wordpress.com/tag/coleta-seletiva/
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Tabela 01: Quantidade de municípios com coleta seletiva
Fonte: https://ederepente50.wordpress.com/tag/coleta-seletiva/
Diante do gráfico e da tabela, fornecedores dos dados, pode-se perceber que o Brasil no
âmbito geral ainda precisa de mais incentivo e apoio para a coleta seletiva visando uma melhora
ainda mais positiva na destinação correta e separação do lixo.
Portanto de acordo com esses quesitos a população pode ser conscientizada e estimulada a
realizar a separação do lixo previamente facilitando todo o processo para a coleta seletiva. Desse
modo a opção de distribuição de folhetos acompanhados de instruções, o qual pode ser realizado
pelas próprias pessoas da coleta seletiva ou por outros monitores, para os cidadãos são
interessantes justamente por serem acompanhadas de explicações e não simplesmente como
obrigação a ser feita e quando se passa a entender a essência das nossas ações os pensamentos e a
sensibilidade podem ser afloradas.
De acordo com (Oliveira, 2014) as novas tecnologias criaram possibilidades de reformular
as relações entre alunos e professores e de reconstruir a relação da escola coma sociedade, ao
modificar os espaços de construção do conhecimento, ao repensar processos e metodologias de
aprendizagem, criando um novo diálogo com os indivíduos e o mundo. Neste viés, é essencial
disponibilizar o conhecimento à um público cada vez maior e para isso é preciso se utilizar de
ambientes de aprendizagem nos quais as novas tecnologias sejam ferramentas instigadoras,
capacitando a colaboração para reflexões críticas, o desenvolvimento de pesquisas, sendo
facilitadoras do processo de ensino e aprendizagem de forma permanente e autônoma.
A educação ambiental por meio da internet, possibilita uma gama de conhecimentos
enriquecedora, porém de maneira informal e dinâmica. O instituto Akatu em 2013, lançou a 1a
rede de aprendizagem sobre conceitos e práticas do consumo consciente e sustentabilidade, para
alunos e professores do ensino fundamental de todo o Brasil, inteiramente gratuita.
O Edukatu é uma plataforma com materiais pedagógicos que possibilitam o acesso de
professores, alunos, escolas ou usuários no geral que procuram por conhecimento e informações
acerca de práticas sustentáveis, educação ambiental, dicas de reciclagem entre outros. Ou seja,
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assuntos pertinentes ao meio ambiente e outras possíveis formas de trabalha-lo além de hortas e
coletas seletiva, maneira convencional que é retratada na maioria das escolas.
A estrutura do site é composta, por campanhas, estilos sustentáveis de vida, blogs,
circuitos, agendas, atividades, apoiadores, rankings nos quais os alunos em destaque são
divulgados na página inicial entre outros. E a ideia central de educação ambiental é captada logo
incialmente e passada de forma didática, instruída e bem atribuída ao meio e a rotina dos usuários,
o que facilita a inserção das práticas as quais vem sempre acompanhada de explicações.
De acordo com (Oliveira 2014) o Edukatu convida os participantes a realizarem atividades
por meio de circuitos gamificados, que lançam desafios, promovem debate e possibilitam o
compartilhamento de produções e atividades das escolas sobre do consumo consciente.
E por fim será tratada uma prática cotidiana que possui relação com a Educação Ambiental
e os impactos diretos no meio ambiente e no descarte do lixo convencional, o uso de sacolas
reutilizáveis.
Segundo (Santos, Freire e Costa, 2012) diante das opções apontadas e dos diversos estudos
sobre a análise do ciclo de vida (ACV) e/ou impacto ambiental, subscreve-se que a opção mais
sustentável é a utilização de sacolas reutilizáveis. Essa alternativa, no quesito consumo energético
na produção e uso, tem um lucro enorme, variando o gasto energético de 120 kJ para as sacolas
reutilizáveis a 1.344 kJ e 1.047 kJ para as sacolas de papel e plástico, respectivamente. Essa opção
pode ainda ser considerada economicamente viável, pois segundo pesquisa realizada pela ACG e
por Nolan ITU, uma sacola reutilizável substitui cerca de 125 sacolas de plásticos tradicionais e
tem uma vida estimada entre 12 a 104 viagens (ou dois anos, considerando uma ida ao
supermercado por semana). Outro benefício direto é a redução no consumo de matéria-prima.
Ainda segundo (Santos, Freire e Costa, 2014) entre todas as possibilidades de sacolas
reutilizáveis consideradas neste estudo, as sacolas de tecido elaboradas com materiais recicláveis
são as que resultam em menores impactos entre todas as categorias, desde que programas de
reciclagem sejam incentivados para reduzir seus impactos. No caso das sacolas de tecido de fonte
renovável, como linho, algodão e juta, seus impactos estão relacionados com a limpeza, uso de
água, agentes de limpeza, energia e pesticidas e fertilizantes utilizados na agroindústria. Além
disso, a implantação de sistemas de reciclagem dessas sacolas no final de sua vida útil é
relativamente mais difícil. Assim, para uma redução do impacto ambiental geral, as sacolas que
combinam “redução de uso de recursos, longevidade e reciclagem” são as melhores opções.
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Por conseguinte, o ato de utilizar sacolas retornáveis por mais simples que pareça, é uma
das práticas ligadas a educação ambiental que pode surtir efeitos positivos já que a sociedade
necessita consumir, que seja então de maneira menos agressiva ao meio ambiente. O estímulo do
uso dessas sacolas pode ser feito com o esclarecimento dos benefícios que pode gerar e os
malefícios do uso da sacola convencional de plástico.
3 RESULTADOS
4 CONCLUSÕES
AGRADECIMENTOS
Agradecimento especial ao apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais – FAPEMIG
pelo qual é desenvolvido o PIVIC e o laboratório NEPEGAMA- UFU Campus Pontal localizado no CT Infra 1.
REFERÊNCIAS
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O PROJETO EDUCASOLOS COMO FORMA DE POPULARIZAÇÃO
DO ENSINO DE SOLOS
1 INTRODUÇÃO
2 DISCUSSÃO TEÓRICA
Partindo do princípio que o solo é um recurso natural fundamental para a vida e que
devemos conservá-lo com o intuito de evitar a perda e impactos que possa sofrer com a ação
humana e as dinâmicas naturais. O projeto de extensão universitária só tem a contribuir com a
disseminação do conhecimento sobre a formação do solo, sua função, classificação, constituição
entre outros. Assim para que ocorra a popularização do ensino de solos um ponto de partida são
as atividades desenvolvidas juntos as escolas particulares, municipais e estaduais a partir da
utilização do tema transversal “Meio Ambiente”, que nos permite inserir informações
fundamentais para que se possa abordar a temática ensino de solos nas escolas.
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“Há estudos que apontam a importância da informação como um fator de formação e
transformação de valores e atitudes. Conhecer os problemas ambientais e saber de suas
consequências desastrosas para a vida humana é importante para promover uma atitude
de cuidado e atenção a essas questões, valorizar ações preservacionistas e aquelas que
proponham a sustentabilidade como princípio para a construção de normas que
regulamentem as intervenções econômicas. ” (PCN, 1999, p. 33)
A informação disseminada nas escolas por meio dos projetos de extensão é fundamental
para que se promova a formação do cidadão e que possa difundir na comunidade o conhecimento
adquirido. Alves et al (2015) ao analisar o PCN, diz que a escola tem como principal função formar
um cidadão consciente que seja capaz de tomar decisões e atuar de forma efetiva na realidade
socioambiental do local em que mora, podendo extrapolar os limites regionais e até globais.
Assim, o conceito de solo é um ponto de partida na popularização de um conhecimento
mais amplo do ensino de solos. Este pode ser definido como sendo uma coleção de corpos naturais
dinâmicos, que contem matéria viva, e é resultante da ação do clima, e da biosfera sobre a rocha,
cuja transformação em solos se realiza durante certo tempo e é influenciado pelo tipo de relevo
(LEPSCH, 2002). A partir dessa definição é possível ampliar o conhecimento prévio da
comunidade e desmistificar concepções formuladas a partir do senso comum.
Outro ponto que merece maior esclarecimento é em relação ao entendimento que o solo
é um corpo estático, fixo, imutável e simples. Muitos pesquisadores e professores que trabalham
com a Ciência do solo demostraram em suas obras como o solo é complexo, pois envolve inúmeros
processos na sua formação. Um processo bastante explanado no ensino de solos é o que envolve
a sua gênese, sendo destacados cinco fatores de formação, sendo estes a rocha matriz, o clima, o
relevo, os organismos vivos e o tempo. Cada fator tem uma contribuição importante durante o
processo de formação de solos.
A rocha matriz, quando intemperizada, pode ser considerada o ponto de partida da
formação dos solos, fazendo parte do processo de pedogênese. Dependendo das características das
rochas o tempo para que o processo de meteorização ocorra pode variar. Existe três classificações
de rochas, sendo elas: rocha ígneas, metamórficas e sedimentares. Dependendo de qual tipo de
rocha, o solo apresentará propriedades químicas e minerais, diferenciando dos demais. (LEPSCH,
2002).
O relevo é um fator importante para a formação de solos, pois ele possui a capacidade de
interferir na atuação de agentes do intemperismo. Em áreas mais planas e baixas, ocorrerá maior
acúmulo d’água acarretando na atuação do intemperismo com intensidade mais forte, dessa forma
nessas áreas possui um desempenho melhor da pedogênese, tendo solos mais profundos e melhor
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desenvolvidos. Já em áreas com relevo inclinado, a infiltração de água é baixa, provocando um
fraco intemperismo, assim esse solo será mais raso, pois não pode ser bem desenvolvido (NUNES
et. al., 2010).
Organismos vivos são outro fator de formação de solo, sua atuação está ligada ao
intemperismo biológico, que ocorre através do crescimento das raízes, que abrem caminho para a
percolação da água e de animais que vivem sob o solo e modificam suas estruturas químicas e
físicas (NUNES et. al., 2010).
A atuação do clima como fator de formação, está relacionado com eventos
meteorológicos, como a chuva, vento e temperatura. Regiões de clima quente tendem a ter
processos acelerados de intemperização química e regiões de clima mais amenos tendem a ter
processos mais lentos, como intemperismo físico (LEPSCH, 2002).
O tempo geológico é algo necessário na formação de solo, pois em determinadas áreas,
pode existir rochas mais friáveis que serão intemperizadas formando assim solos mais profundos,
já em áreas geológicas mais menos friáveis, ou seja, mais resistentes ao processo de meteorização,
a decomposição e desagregação da rocha acontece de forma mais lenta, considerando a resistência
da rocha matriz, nesta área é possível encontrar solos que variam de rasos a profundos (LEPSCH,
2002, NUNES, et. a., 2010). O tempo tem forte influência na decomposição da rocha e
dependendo da resistência do material o processo de desagregação e decomposição poderá variar
de aproximadamente 250 anos para formar 1 cm de solo em rochas mais friáveis e até mais de 500
anos em rochas menos friáveis.
Por ser considerado um recurso natural cuja gênese para formar 1 cm de solo demora
muitos anos a prática de um uso e manejo voltado para a conservação do solo é fundamental. Para
isso, conhecer o processo de formação, sua constituição e características é imprescindível.
Atualmente no sistema brasileiro de classificação de solos (LEPSCH, 2011) identificou
13 classes de solos que foram identificados como: LATOSSOLO, NITOSSOLO, ARGISSOLO,
PLANOSSOLO, PLINTOSSOLO, LUVISSOLO, CHERNOSSOLO, ESPODOSSOLO,
VERTISSOLO, CAMBISSOLO, NEOSSOLO, GLEISSOLO E ORGANISSOLO. Cada um
desses solos apresenta características bastantes distintas e uma complexidade quanto a sua
formação. Por isso, é importante conhece-lo bem para que se promova a conservação.
Em relação a conservação dos solos Lepsch (2002, p. 148) diz que esta faz parte das
atividades relacionadas à preservação ambiental voltada para a agricultura, sendo uma das mais
importantes:
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“ (...), pois juntamente com a luz solar, o ar e a água, o solo é umas das quatro condições
básicas à vida na Terra. Ele é um microcosmo com atributos físicos, químicos e
biológicos, cada um deles harmoniosamente interligados para proporcionar um adequado
meio às plantas.
O solo é uma das condições básicas para a vida e isso deve ser popularizado, pois apenas
o conhecimento poderá condicionar a práticas de conservação, mudando atitudes e tomadas de
decisões da sociedade que busca uma qualidade de vida atrelada a conscientização ambiental.
A má utilização do solo pode degradar áreas mais férteis do território nacional e que
apresentam alta produtividade, por isso deve-se investir em práticas agrícolas conservacionista.
Assim, a prática conservacionista dos solos deve envolver o cultivo de forma a evitar a
desagregação e transporte de forma acelerada. Com essa prática é possível cultivar o solo sem
depauperá-lo completamente, pois a tecnologia moderna consente controlar a erosão, diminuindo
sua intensidade.
As práticas de caráter edáfico são “as práticas conservacionistas que, com modificações
no sistema de cultivo, além do controle de erosão, mantêm ou melhoram a fertilidade do solo
(BERTONI, LOMBARDI NETO, 2014, p. 109). Além do controle da erosão, uma das principais
causas da perda de solo é a degradação, é necessária aplicação de práticas que procurem a
reposição de elementos nutritivos, que controlem a combustão de matéria orgânica e ações que
diminuam a lixiviação. Isso pode controlar em parte as causas de depauperamento do solo, tais
práticas envolvem o controle do fogo, a adubação verde, adubação química, adubação orgânica e
a calagem.
A prática de caráter mecânico se refere aquelas “ que se recorre a estruturas artificiais
mediante a disposição adequada de porções de terra, com a finalidade de quebrar a velocidade de
escoamento da enxurrada e facilitar-lhe a infiltração do solo (BERTONI, LOMBARDI NETO,
2014, p. 114). Dessa forma, as práticas mecânicas que possibilitam o controle da velocidade de
escoamento são: a distribuição racional dos caminhos, o plantio em contorno, o terraceamento,
canais escoadouros.
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As práticas de caráter vegetativo podem ser entendidas como “aquelas em que se utiliza
a vegetação para defender o solo contra erosão” (BERTONI, LOMBARDI NETO, 2014, p. 94).
O plantio de cobertura vegetal densa, como as vegetações de revestimento e de travamento é uma
das práticas que podem conservar o solo, promovendo a integridade contra os efeitos da erosão.
Dentre as práticas de caráter vegetativo pode-se citar o reflorestamento e florestamento, a
pastagem, as plantas de cobertura, a cultura em faixas, os cordões de vegetação permanente, a
alternância de capinas, a ceifa de mato, a cobertura morta, as faixas de bordadura e quebra de
vento.
Todas essas ações são importantíssimas para a conservação do solo, evitando a perda dos
horizontes que apresentam maior fertilidade, além de evitar a erosão e o assoreamento dos cursos
d’ águas.
A partir desse conhecimento, iniciado nas escolas, o conhecimento sobre ensino de solos
por meio do projeto de extensão universitária é uma das formas de popularizar essas informações
e conscientizar a comunidade em geral.
Iniciar a conscientização nas escolas necessita de um trabalho diferenciado e continuo,
para que a longo prazo se possa mobilizar a população para que as práticas conservacionistas
sejam cada vez mais aplicadas. Isso só será possível a partir do conhecimento mais aprofundado
sobre a gênese dos solos, suas características, sua constituição e classificação.
Em se tratando de um trabalho diferenciado e que chame a tenção da comunidade escolar,
é possível realizar uma série de oficinas que envolvam a produção de materiais didáticos para
facilitar e instigar o aprendizado sobre os solos.
Em relação aos materiais didáticos, o PCN revela que:
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para que os alunos possam perceber o solo como um recurso natural importante para a
manutenção da vida, e mesmo vivendo nas cidades o solo está presente no seu cotidiano.
3 RESULTADOS
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Figura 01. Palestra sobre Formação dos solos e práticas conservacionistas ministrada na escola Machado de
Assis.
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Figura 02. Oficina sobre formação dos solos ministrada durante o II Seminário em Comemoração
ao Dia Nacional de Conservação dos Solos
Figura 03. Material didático representando as fases de evolução do solo, destacando-se a transição
de um solo pouco desenvolvido até um solo bastante desenvolvido.
Os relatos dos professores e alunos no final de cada uma das atividades demonstrou
resultado satisfatório, uma vez que foi possível constatar que os alunos conseguiram relacionar,
comprar e identificar processos e conceitos ensinados e desmistificados diante a aplicação das
atividades, pois no primeiro contato, que envolveu a sondagem do conhecimento prévio, os alunos
demonstraram desconhecimento sobre os assuntos abordados. Além disso, foi possível averiguar
que a utilização de palestras, oficinas e minicursos utilizando uma abordagem expositiva,
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interativa e lúdica estimulou a curiosidade do público alvo quanto ao tema e atuou como um
facilitador no processo de ensino e aprendizagem.
4 CONCLUSÃO
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A IMPORTÂNCIA DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO
À DOCÊNCIA – PIBID: Auxílio de práticas educativas
Resumo: O Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), foi criado com
intuito de valorizar o ensino e apoiar estudantes de licenciatura. Deste modo, prontificou-se como
fonte de objetivo deste trabalho, a demonstração de auxílios e práticas educativas, além de abordar
sobre a importância deste programa educacional para a sociedade.
1 INTRODUÇÃO
O mundo em decorrência dos avanços científicos e mudanças nos padrões de vida, está
num constante encurtamento de distâncias. Esse encolhimento nos mostra que por meio de
inovações nos transportes e comunicações o tempo está aniquilando o espaço. Dessa maneira, o
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espaço pode ser apropriado pela ciência. O modernismo altera o sentido de espaço e tempo: estes
deveriam ser organizados e dominados para facilitar e celebrar a libertação do homem (HARVEY,
1993). Diante dessa reflexão pode-se verificar que a relação ensino-aprendizagem, cuja qual é
humana embora complexa, faz parte da construção, realização comportamental e profissional de
um indivíduo. Assim, a análise dos relacionamentos entre professor/aluno engloba intenções e
interesses, sendo este convívio o objeto das consequências, pois a educação é uma das fontes mais
importantes do desenvolvimento comportamental e elemento agregador de valores nos membros
da espécie humana.
Para Gomes (2006, p.233), uma prática pedagógica precisa ter dinâmica própria,
possibilitando o exercício do pensamento reflexivo, a condução a uma visão política de cidadania
sendo capaz de integrar a arte, a cultura, os valores e a interação, propiciando, assim, a recuperação
da autonomia dos sujeitos e de sua ocupação no mundo, de forma significativa.
Conforme Gadotti (1999), o educador para pôr em prática o diálogo, não deve se colocar
na posição de detentor de todo o saber e informação, deve antes, colocar-se na posição de quem
não sabe tudo e está sempre disposto a receber o conhecimento de cada aluno conforme suas
experiências, reconhecendo que até mesmo um analfabeto é portador do conhecimento empírico
através de experiências vividas.
Segundo Brait, et-al (2010), conduzida dessa forma a prática do aprendizado se torna mais
interessante no momento em que o aluno se sente inserido e contemplado pelas atitudes e métodos
de motivação em sala de aula. Visto que o prazer e envolvimento do aprender não é um sentimento
que surge espontaneamente nos alunos, pois, não é uma tarefa que cumprem com satisfação na
maioria das vezes por ser encarada em alguns casos como obrigação.
Para obter do aluno algum êxito é necessário que o mesmo seja despertado para a
curiosidade do mundo em que vive, enxergando e entendendo os processos que o compõem e do
qual faz parte, as funções, consequências e consequentemente por interliga-los, assim haverá
maior diálogo da realidade existente e do mundo com o estudante em formação acompanhado pelo
professor.
Conforme MEC (2014), o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência
(PIBID) foi criado com a finalidade de valorizar o magistério e apoiar estudantes de licenciatura
plena, das instituições públicas (federais, estaduais e municipais) e comunitárias, sem fins
econômicos, de educação superior. Com isso as funções e benefícios desempenhados por esse
programa vão além do palpável e do descrito, partindo da evolução do indivíduo como professor
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e consequentemente refletindo na formação de um indivíduo cidadão que futuramente poderá
gerar benefícios para a sociedade como um todo, podendo adquirir as experiências e evoluções
necessárias fundamentalmente adaptadas ao contexto em que se encontram inseridos.
O programa PIBID tem por objetivo: Incentivar a formação de docentes em nível superior
para a educação básica, contribuindo para a valorização do magistério; melhorando a qualidade
da formação inicial de professores nos cursos de licenciatura, e simultaneamente promovendo o
diálogo entre educação superior e educação básica; assim há a possibilidade de inserir os
licenciados no cotidiano de escolas da rede pública de educação, proporcionando-lhes maior
contato relacionado a criação e participação em experiências metodológicas, tecnológicas e
práticas docentes de caráter inovador e interdisciplinar, buscando a superação de problemas
identificados no processo de ensino-aprendizagem. Incentivando as escolas públicas de educação
básica, mobilizando seus professores como conformadores dos futuros docentes e tornando-as
protagonistas nos processos de formação inicial para o magistério. Assim haverá a contribuição
para a articulação entre teoria e prática necessárias à formação dos docentes, elevando a qualidade
das ações acadêmicas nos cursos de licenciatura (MEC, 2014, p.1).
Para participar do PIBID, primeiramente as instituições de Ensino Superior interessadas
devem apresentar a Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Nível Superior) seus respectivos
projetos de acordo com os editais de seleção publicados. Diante da perspectiva de tal é possível
candidatar tanto as Instituições públicas como as privadas, com ou sem fins lucrativos que tenham
em comum a oferta do curso de licenciatura.
As instituições aprovadas pela Capes passam a receber cotas de bolsas e recursos de custeio
e capital para o desenvolvimento das atividades do projeto relacionadas aos ramos da pesquisa.
Os bolsistas são escolhidos por meio de seleções promovidas por cada instituição. Os participantes
são: licenciados, supervisores de escola, coordenação de área, coordenação de área de gestão de
processos educacionais e coordenação institucional. Os pagamentos das bolsas são liberados pela
Capes diretamente aos bolsistas, por meio de crédito bancário. Assim dá-se o início das etapas e
atividades que reúnem os principais assuntos relacionados a um projeto PIBID.
O objetivo principal deste trabalho é ressaltar a importância do Projeto PIBID tanto para
as Universidades e seus graduandos, como para as escolas, seus alunos e professores, não deixando
de incluir toda a comunidade, pois prima-se a evolução da educação a partir do exercício e da
prática visando aperfeiçoar os métodos e contribuir com o processo de ensino-aprendizagem,
desde o despertar da vida acadêmica como licenciando.
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Tal organização baseia-se na relação direta com as dimensões e características da iniciação
à docência previstas na Portaria Capes nº 96/2013 nas seguintes etapas: Organização e Preparação
Formação da Equipe e/ou Planejamento, Execução de Atividades Formativas e Didático
Pedagógicas nas Escolas, atividades Formativas e Didático Pedagógicas em Campo,
Acompanhamento do Projeto, Socialização dos Resultados, Apresentação de Trabalho em Evento
no País, Apresentação de Trabalho em Evento no Exterior, Publicação de Material Digital e
Prestações de contas (CAPES, 2013, p. 21). Pois espera-se que através do PIBID possa haver
diminuição da evasão e aumento da procura pelos cursos de licenciatura, reconhecimento de um
novo status para as licenciaturas na comunidade acadêmica e indicação de melhoria no IDEB nas
escolas participantes.
Portanto a discussão presente e apontamento por meio de observações analíticas, ressalta
a importância do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) para a
formação e prática de docentes licenciados, assim apontando medidas educacionais e de como
fazer a utilização de materiais didáticos para melhor concepção do aluno. Para isso, pretende-se
buscar identificar qual a percepção que esses licenciados apresentam sobre a importância do
processo de formação docente a partir das ações e atividades vivenciadas no Programa PIBID.
2 DISCUSSÃO
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O Programa oferece bolsas para que alunos de licenciatura exerçam atividades
pedagógicas em escolas públicas de educação básica (tanto na esfera municipal como na
Estadual), contribuindo no processo de integração entre a teoria e a prática, com função de gerar
uma maior aproximação entre a universidade e o ensino público. Para assegurar resultados
educacionais positivos, os bolsistas são orientados por coordenadores de área – docentes da
universidade - e por supervisores – professores das escolas públicas onde os bolsistas exercem
suas atividades.
Desde de seu surgimento pelo decreto nº 7.219, de 24 de junho de 2010 o programa tem
como objetivos incentivar a formação docente em nível superior para atuar dentro da educação
básica, contribuindo na valorização da profissão docente com a função de elevar a qualidade da
formação inicial de professores nos cursos de licenciatura, promovendo a integração entre
educação superior e educação básica. Inserindo os licenciados no cotidiano das escolas da rede
pública, proporcionando-lhes oportunidades de observação e participação em experiências
metodológicas, e nas práticas docentes de caráter inovador e interdisciplinar que busquem a
superação de problemas identificados no processo de ensino-aprendizagem. Além de contribuir
para a articulação entre teoria e prática necessárias à formação dos docentes, elevando assim a
qualidade das práticas acadêmicas nos cursos formação docente.
Outra função importante atribuída ao PIBID em relação a formação de professores, é
apontada pela pesquisa de Gatti (2014, p. 9-155), que relata a importância dos programas de
qualificação na formação inicial de professores, principalmente por seus resultados positivos, que
acabam estimulando a permanência do graduando na área da licenciatura e aumentando os
números de profissionais disponíveis no mercado.
Dentro desta abordagem a professora e pesquisadora Borges (2015), em sua monografia
investigou e analisou a importância do PIBID da formação prática dos licenciados em Matemática
da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) campus de Vitória da Conquista. Os
resultados de sua pesquisa trouxeram muitas informações relevantes, para se entender a
importância do projeto na formação inicial dos licenciados. A pesquisa foi realizada com base no
instrumento de coleta e questionário.
Assim os resultados encontrados demonstram que a participação dos alunos no programa
contribui na valorização do magistério e no aumento da qualidade da formação inicial de
professores em integração com a Educação Pública. Através dos relatos dos discentes a
pesquisadora pode concluir que o PIBID tem papel significativo na formação docente. Pois
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proporciona ao indivíduo em formação experiências práticas importantíssimas, aproximando a
teoria proporcionada pela Universidade e a prática pedagógica, progredindo nas compreensões
dos conteúdos, no senso crítico e no uso das novas abordagens e métodos de ensino.
2.2 O Programa Institucional de Bolsistas para a Iniciação à Docência PIBID, prós e contras
Entre os prós entende-se que, a proposta de um modelo inovador com aulas dinâmicas das
quais os alunos se reconectam com o ambiente escolar através de oficinas, debates, feiras, filmes
e documentários, organizados pelos bolsistas que integram ao PIBID, sempre evidenciando o
contexto de comunidade, ao se utilizar de formas críticas e mais intimistas sobre a sociedade em
que o aluno está inserido, assim, conforme os autores Paschoal & Cavarsan, destaca-se que também
deve-se levar:
Em consideração que os bolsistas não tinham vivencia com a prática docente o primeiro
passo foi uma visita na escola parceira do projeto, a qual foi muito receptiva, com intuito
do reconhecimento das condições físicas do ambiente e um primeiro contato com os
professores orientadores. (PASCHOAL; CAVARSAN, 2014, p. 5)
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visando a compreensão dos alunos sobre o próprio solo que abrange na região em que se encontra
inserido, assim dando finalidade para a oficina.
Na execução final com o material, os alunos pintaram as telas com as tintas de solos
retirada da própria hortaliças da escola, assim obtendo uma prática educacional, tanto por medidas
culturais, quanto em função da própria arte e ensino, demonstrando a eficácia dos trabalhos feitos
por bolsistas e aos alunos dentro das escolas.
3 RESULTADOS FINAIS
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4 CONCLUSÕES
A partir das intervenções do trabalho que o PIBID vem desenvolvendo ao passar do tempo,
deu para constatar a relevância no aprendizado pela utilização de novas atividades pedagógicas,
novas metodologias para o ensino em Geografia. Com isso e um bom planejamento pode-se
alcançar bons resultados, tendo uma estrutura adequada para a elaboração de um trabalho de
qualidade relacionado com o ambiente escolar.
Atualmente as aulas tradicionais baseadas em memorização é considerada cansativa para
os alunos e com isso perde-se o interesse sendo necessário então desprender-se do livro para
realizar a prática, entretendo mais os alunos o que pode vir a gerar um maior interesse. Portanto,
a utilização de novos meios didáticos como trabalho de campo, trabalhos práticos, trabalhos com
maquetes, mapas, imagens de satélites entre outros podem estreitar as relações de interesse do
aluno pelas aulas. Devido a aplicação desses métodos alternativos a aula se torna mais dinâmica
fazendo com que os alunos participem havendo também maior interação resultando em
envolvimento com a matéria e dessa maneira aprendendo-a. Atualmente os métodos de ensino
podem ser revistos e repensados de modo com que contribuam e facilitem o processo de troca de
conhecimento entre professor e aluno.
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
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Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?optio n=com_content&view=article&id
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2017.
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A EDUCAÇÃO GEOGRÁFICA E O ENSINO DE GEOGRAFIA: TEORIA E PRÁTICA
Gustavo Araújo de Carvalho
PPGEO-UFG-Regional Jataí
[email protected]
Resumo: Para que possamos contribuir diante da linha que remete ao ensino de Geografia,
devemos pensar constantemente nas práticas que são inseridas no espaço escolar. As práticas
devem ser relacionadas com os cotidianos vividos e todas estas aprimoradas no processo de
formação docente, definindo assim o sujeito profissional, para tanto o artigo busca trazer um
debate sobre a formação do professor as práticas, e propondo algumas metodologias que podem
ser inseridas facilmente no espaço escolar.
Palavras Chave: Educação Geográfica, ensino, prática.
1 INTRODUÇÃO
Dentro da linha de pesquisa sobre o Ensino de Geografia temos uma vasta contribuição
sobre as práticas do professor em sala de aula, buscando sempre discutir as categorias de análise
que envolvem o ensino de Geografia, para tanto SILVA, GOMES, et. al (2015, p. 3) “O ensino da
geografia torna-se necessário inserir os alunos a compreender as dinâmicas espaciais e entender
suas contradições, fragmentações e dimensões territoriais do meio em que se encontram”.
Devemos então pensar as práticas no ensino de Geografia a partir das categorias e conceitos que
a ciência é responsável, sendo assim temos uma fundamentação teórica acerca de várias autores
como Gimeno Sacristán (1998), Cavalcanti (2012), Cunha (2006), Kaercher (2000). Entende-se
que é importante fazermos essa fundamentação para que possamos dar consistência ao
pensamento geográfico quando relacionamos ao ensino de Geografia e suas práticas, propiciando
assim uma boa formação cidadã.
Quando a Geografia busca essa concretizar a formação cidadã, temos como palco o espaço,
onde o mesmo é um produto de uma expressão social, que é moldado pelas dinamicidades,
formando então dimensões reais sobre o cotidiano vivido. De acordo com Santos (1994) o espaço
é um conjunto de sistemas de objetos e sistemas de ações, onde os sistemas de objetos são
representados pelos fixos, sendo eles as infraestruturas urbanas; e os sistemas de ações são
representados pelos fluxos, pelas relações sociais que são estabelecidas. O espaço geográfico é o
resultado das relações que nele acontecem. Relações econômicas, sociais, políticas e culturais. Os
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diversos autores estudados demonstraram estas relações. A força que move relações é a ação
humana impregnada de interesses históricos, culturais e de poder.
Deve ser pensando na escola como um agente transformador do espaço Geográfico,
formando por sujeitos em construção do conhecimento, e outros que intervém nessa construção,
ou seja, uma dimensão espacial que propicia a troca de vivências e experiências, que atuam
consequentemente juntos, ou seja, é impossível pensar no espaço geográfico e retirar do mesmo a
importância que a escola possui diante sua construção.
Que então sejamos capazes de pensar nas práticas que são exercidas sobre o espaço escolar,
e muito mais do que necessário saber a quem dirigimos estas práticas, pois para Sacristán (1998)
O problema da relação teoria e prática não pode resolver em educação valendo-se de uma
proposição na qual se conceba que a realidade – a prática – é causada pela aplicação ou
pela adoção de uma teoria, de conhecimentos ou de resultados da investigação. Dito de
outra forma, não podemos nos instalar em um mundo no qual caiba a esperança de que,
uma vez disponhamos de um sistema teórico, poderemos configurar a realidade
globalmente de outra forma, que podemos governa-la de acordo com as determinações
que possamos deduzir desse sistema. (Sacristan, 1998, p.33)
Sendo um dos pontos práticos para a Geografia, talvez tenha até se tornado a primeira
visão que possui-se da ciência, que é trabalhar com questões relacionadas a localização, situação
espacial, cartografia dentre outros aspectos e temáticas que são de sua responsabilidade, além de
a Geografia tem por objetivo proporcionar não somente uma descrição, mas também a
interpretação, de maneira precisa, ordenada e racional, do caráter variável de todo o espaço
geográfico.
Frente a um paradigma que estamos vivendo em pleno século XXI, que é a situação da
Geografia diante as políticas de ensino e as novas bases curriculares que vem sendo pensada,
devemos abrir portas para uma ciência que possa ser interdisciplinar, e que coopere para o
rendimento não só dos alunos como também para o aprimoramento do espaço escolar.
Entende-se que a boa qualidade do ensino só se faz quando os objetivos são atingidos,
perante a isso podemos ver que existe uma necessidade da escola em contextualizar o cotidiano
do aluno dentro do espaço escolar, fazendo com que o sujeito compreenda que sua vivência está
ligada ao ensino de Geografia, sendo assim o que pode ser oferecido como professores, é uma
gama de práticas e metodologias que valorizam a vida cotidiana, onde podemos contribuir em
meio a extensa pluralidade de escolhas sociais que ocorrem diante da realidade espacial escolar,
onde para Cavalcanti (2012, p.86) afirma
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“A discussão sobre a formação profissional parte, em geral, do pressuposto básico de que
se trata te dotar o profissional de bases teóricas para que ele possa atuar correta ou
adequadamente na prática, baseando-se, por sua vez, em uma compreensão do que é
teoria, do que é prática e da relação entre elas.”
Em relação a formação do professor, podemos perceber que o mesmo deve ser capaz de
“praticizar” os conteúdos em sala de aula, contribuindo para o espaço em que o aluno esteja
inserido, a Geografia passa a atingir metas que possam mediar uma ligação entre o conhecimento
e o desenvolvimento, para que o ambiente escolar e o aluno estejam constantemente interligado
por meio de aspectos sociais, culturais e até mesmo a nível pessoal.
Por meio destas realidades que são aprimoradas diante do espaço escolar, podemos
entender que a Geografia é um ciência que contribui para o desenvolvimento das habilidades e
das possíveis capacidades do aluno, atingindo o êxito que é a educação geográfica, e de acordo
com Cavalcanti, 2012 “a Geografia escolar lida com os conhecimentos sobre o espaço, visando
ao raciocínio espacial, necessário ao exercício da cidadania”, podemos ver claramente a relevância
sobre a importância do ensino de conceitos e sua aplicabilidade diante a dimensão do espaço
vivido.
Neste artigo, encontram-se análises e reflexões sobre o processo de ensino aliado do
Estágio Supervisionado e a aproximação da sala de aula, pautando a importância do ambiente
escolar.
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estágio realizado com pesquisa e como pesquisa contribui para uma formação de melhor qualidade
de professores e pedagogos”.
Para Kaercher (2000, p.80),
Tanto o bacharel quanto o licenciado deveriam ter a mesma formação básica, no sentido
de conhecer o que seja a epistemologia da ciência, de ter os referenciais teóricos
fundamentais que permitem decodificar a análise dos espaços concretos e fazer as
escolhas metodológicas capazes de dar conta de interpretar a realidade da sociedade em
que vivemos a partir da análise espacial, que dizer, com um olhar espacial.
Especificamente o técnico deveria ter a capacidade de dar conta de fazer análises e
relatórios técnicos, e o licenciado, de saber como desencadear a aprendizagem nos alunos
da escola básica. E esta especialização na formação poderia acontecer através das práticas
e estágios propostos no currículo. Kaercher (2000, p80)
Hoje como Geógrafo licenciado, pode ser percebido que o estágio e outras disciplinas
prátcas nos revela um campo de ensino que é diferente das teorias aplicadas em sala de aula, talvez
seja pelo distanciamento que se encontram teoria e prática, porém quando se observa o espaço
geográfico, o mesmo nos revela verdades que podem ser trabalhadas em diversas situações,
portanto o estágio vem com essa proposta, revelar parte de um todo remodelando uma perspectiva
diferente das que são reveladas por grande parte das teorias apresentadas no espaço universitário.
Outro fator que pode ser percebido após a junção entre teoria e prática é a visão dos alunos
diante a valorização da profissão docente, onde muitos conhecem a realidade do profissional
perante a sociedade, direcionando suas práticas, confrontando opiniões e outros saberes que
envolvem a multiplicidade que compõe o ambiente escolar e suas finalidades.
Para que as práticas metodológicas tenham bons resultados, é necessário que propicie a
criticidade e a reflexão dos alunos estagiários, é preciso ter conhecimento das possibilidades e os
limites que envolvem todas as indagações que envolvam o processo de ensino escolar, além de
interesse por parte do licenciando em trabalhar com o ensino, levando em consideração todos os
fatores – econômicos, sociais – que exprimem o contrário para o professor.
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Traça uma meta em relação ao contexto escolar, a valorização do espaço de vivência dos
alunos dentro da sala de aula. A partir desse contexto a teoria é um dos alicerces a seres utilizados,
pois é um dos instrumentos que facilitam o processo de investigação.
O estágio dentro das atividades curriculares não deve ser entendido como apenas uma
disciplina a ser aprovado, deve ser compreendido como um articulação matricial entre
Universidade e Escola, entre Licenciando e Professor, exigindo constantes atualizações.
Segundo Oliveira & Pontuschka (2007, p. 119) “Que aprendizagem prática tem um
estagiário tradicional, além da confirmação do mito da desnecessidade do estágio?” Diante do
espaço na Universidade ainda encontramos alguns discursos afirmando a mínima necessidade do
estágio na licenciatura, não veem que o estágio constitui de algo que podemos denominar
construção de um conhecimento a partir das teorias, Passini (2007, p.34) afirma que “a construção
do conhecimento em rede que ocorre na escola desafia os sujeitos e nos faz perceber outros
ângulos do nosso trabalho, o da negociação e o da importância de saber trabalhar com os pontos
de conflito e tensão”.
Os Estágios funcionam como um revelador da prática docente, onde em muitas
Universidades ele se divide em várias disciplinas que estimulam a leitura de teorias que envolvem
o ensino e a aproximação do ambiente escolar, além do levantamento bibliográfico que faz com
que o aluno possa refletir sobre o campo de ensino.
Lidar com o espaço escolar nos dias atuais é uma das grandes dificuldades que podemos
enfrentar, porém o debate sobre o ensino de Geografia vem ganhando um maior espaço para que
possamos pensar na pluralidade social, para tanto a Geografia se preocupa em abordar temas que
vão para além das categorias e conceitos geográfico, ela se preocupa no ensino fragmentado do
mundo, contendo temas e itens teóricos isolados da geografia. Por este motivo a geografia trabalha
com a interdisciplinaridade, e com temas auxiliados por outras áreas de conhecimentos, ofertadas
por outras disciplinas. De acordo com SILVA, GOMES, et. al (2015), as práticas de ensino
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Cavalcanti (2012) em uma de suas obras, elucida seis pontos para que necessários para
atuarmos como profissionais no ensino de Geografia, sendo eles “saber Geografia”, “saber
ensinar”, “saber para quem vai ensinar”, “saber quem ensina Geografia”, “saber para que ensina
Geografia”, “saber como ensinar Geografia para sujeitos e contextos determinados”. Todos estes
pontos elucidados, temos uma clara ideia de que para ser professor seja de Geografia ou outras
ciências, deve-se ter conhecimento sobre a ciência e sobre para quem estamos mediando a mesma.
Para Bento e Cavalcanti (2009, p.11)
O que podemos assim entender é que um dos objetivos do ensino da geografia é inserir o
aluno nas dinâmicas socioespaciais, para que possam compreender as contradições no contexto
no qual estão inseridos, desvendando como a desigualdade que está presente em seu cotidiano
que, a princípio, está mascarada e necessita de uma análise mais detalhada para chegar a uma
possível compreensão das relações do espaço geográfico, que se encontra globalizado, que existe
e se faz presente. Neste sentido, o trabalho de campo é uma importante ferramenta de
reconhecimento da área de estudo. O trabalho de campo para não ser somente um empirismo, deve
articular-se a formação teórica que é, ela também. Indispensável (Yves de Lacoste, 1985).
Podemos ver que existe a necessidade do conhecimento teórico para que possamos
valorizar a prática docente, e nesse momento trazemos um simples trabalho de campo para que
possamos propor uma atividade que possa ser desenvolvida no espaço escolar. De acordo com
Souza e Pereira o trabalho de campo é entendido como toda e qualquer atividade investigativa e
exploratória que ocorre fora do ambiente escolar, é um tipo de atividade que é na maioria das
vezes muito bem aceita pelos alunos, em função da possibilidade de sair da rotina escolar de sala
de aula, e é um instrumento didático importante no ensino de Geografia, uma ciência que se
encarrega de explicar os fenômenos resultantes da relação sociedade/espaço
Segundo Compiani e Carneiro (1993, p. 90) o trabalho de campo desempenha na prática
educativa quarto funções:
Ilustrativa, cujo objetivo é ilustrar os vários conceitos vistos nas salas de aula;
motivadora, onde o objetivo é motivar o aluno a estudar determinado tema; treinadora,
que visa a orientar a execução de uma habilidade técnica; e geradora de problemas, que
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visa orientar o aluno para resolver ou propor um problema (COMPIANI e CARNEIRO
1993, p. 90).
De acordo com Figueiredo e Silva (2009, p. 2) o trabalho de campo em Geografia tem sido
um instrumento metodológico que envolve e motiva, agregando teoria e prática e ainda é possível
avaliar se as atividades desenvolvidas em sala proporcionaram mudanças nos que participam desse
processo, pois é através desse contato real no campo, que se estabelecem relações no que é
observado.
Os projetos desenvolvidos que unem Universidade e Escola criam oportunidades em
oferecer conteúdos que valorizam a realidade concreta do aluno, considerar que o aluno possui
uma vasta carga de conhecimento é uma importante capacidade da Geografia, oferecendo um
grande passo para a consolidação de um ensino crítico que envolve uma educação Geográfica.
Para que esse aluno crítico seja concebido, desenvolvemos novas metodologias que superassem
um modelo de ensino tradicional, e até mesmo viabilizasse a superação desse modelo, ajudando
até mesmo a entender o papel da Geografia que é a investigação in loco.
CARVALHO, afirma que,
“Quando fazemos pesquisa e levamos essa ferramenta para a sala de aula, buscamos
mediar a prática libertadora e crítica do aluno, ou seja, buscar conhecimentos que
vão além do livro didático e dos muros da escola. (2017, p.154)
Sendo assim, podemos entender é que a educação Geográfica se faz além da sala de aula,
para que a formação cidadão realmente se efetive nos âmbitos em que o aluno possa frequentar,
ou seja, o aluno seja capaz de compreender e ler os espaços e o mundo em que vive.
Diante do exposto, pode ser percebido que o trabalho de campo é de fundamental
importância para o bom entendimento do aluno, assim como o reconhecimento da dialética
cotidiana, além de ser uma prática que pode ser concretizada facilmente, exigindo do professor
apenas conhecimento sobre a ciência e o espaço geográfico e vontade em exercer mudanças no
ensino de Geografia. Visto que o objetivo do trabalho de campo é ilustrar a teoria que foi ou será
vista em sala de aula, a fim de relacionar a teoria com a prática.
Para que possamos entender o ensino de Geografia, devemos pensar nas práticas que são
exercidas dentro do ensino superior, pois é por meio delas que nós professores de Geografia,
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aprenderemos a lidar com o espaço escolar, buscando contribuir para a formação do senso crítico
dos diversos alunos.
O que podemos direcionar a um possível conclusão, é que no ensino superior deve ser
ampliado as dinâmicas sobre a prática, deixando com que o ensino de Geografia torne algo que
esteja intimamente ligado com o cotidiano do aluno, propiciando interações que vão além dos
muros da escola, porém não deve ser esquecido as epistemologias da Geografia e muito menos
“desafirmar” a importância que esta ciência tem quando é aplicada junto ao espaço de vivência do
aluno.
Entendemos que o movimento que envolve o ensino de Geografia deve ser capaz de
construir a reflexões críticas que possam ser fundamentadas na vivência, alimentada pela
experiência, surgindo novos espaços de construção para novos conhecimentos, novas práticas e
metodologias, integrando os diferentes saberes que envolvem a Universidade e a escola de ensino
regular e ou especial.
REFERÊNCIAS
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FIGUEIREDO, V. S.; SILVA, G. S. C. A importancia da aula de campo na prática em
geografia. Disponível em:< http://www.agb.org.br /XENPEG/artigos/ GT/GT3
/tc3%20%2810%29 .pdf> Acessado em 05-07-2017
KAERCHER, Gládis E. Educação Infantil: Pra que te quero? Porto Alegre: Artmed, 2000, p.
27-37.
LACOSTE, Yves. "A Pesquisa e o trabalho de Campo" Seleção de textos 11. Co-edicao
AGBSP/ AGB nacional. Sao Paulo, 1985. p.01-23.
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EIXO 5
ESPAÇO, CULTURA E
DIVERSIDADE
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TURISMO E PRESERVAÇÃO AMBIENTAL NO PARQUE NACIONAL DAS EMAS E
SUA IMPORTANCIA PARA AS NASCENTES DO RIO CORRENTE, GOIÁS
Resumo: Turismo é uma atividade que visa a saída de pessoas para qualquer lugar do globo com
o objetivo de se fazer uma viagem ou uma estadia, existem vários tipos de turismos sendo um
deles: Turismo Alternativo (Ecológico ou Ecoturismo) considerada como uma atividade realizada
em locais de ambientes naturais, de forma sustentável incentivando a preservação e conservação
do ambiente adquirindo consciência ambientalista por meio da interpretação do ambiente, o
espaço geográfico tem uma importante contribuição no que diz respeito ao turismo, pois tem como
intuito estabelecer a relação entre os aspectos sociais e naturais, e o turismo se faz presente neste
contexto. Deste modo, o presente trabalho tem como intuito fazer uma abordagem e análise do
turismo ecológico no Parque Nacional das Emas levando em consideração a análise geográfica
quanto aos aspectos sociais, econômicos e culturais para a preservação ambiental das nascentes
do rio Corrente. A metodologia deste presente trabalho foi desenvolvida sob uma perspectiva
qualitativa, através de procedimentos metodológicos realizados por levantamentos de dados
teóricos, dados documentais, que deram subsídios para a realização da pesquisa, mediante uma
bibliografia especializada na área do turismo. O turismo no PNE é crescente a cada ano, tendo
como visitantes pessoas não somente do estado de Goiás, mas também de outros países, pois o
local apresenta riquezas exuberantes, e o ecoturismo são praticados por pessoas de todas as idades,
desse modo gerando fluxo de pessoas no local, transformando o espaço e o território, por ser
próximo de metrópoles como é o caso da capital goiana.
1 INTRODUÇÃO
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análise geográfica, a caracterização da unidade de conservação em análise e a importância da
mesma para a preservação ambiental de nascentes de cursos hídricos, como a do rio Corrente.
2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
O Parque Nacional das Emas (mapa 1), está localizado no extremo Oeste da microrregião
Sudoeste de Goiás, com área aproximada de 1.330 km² abrangendo os municípios de Mineiros,
Chapadão do Céu no estado de Goiás, e parte de Costa Rica (Mato Grosso do Sul), com as
respectivas áreas 1.140 km² (85,69%), 151,1 km² (11,36%), 39,24 km² (2,95%).
A metodologia deste presente trabalho foi desenvolvida sob uma perspectiva qualitativa,
através de procedimentos metodológicos realizados por levantamentos de dados teóricos, dados
documentais, que deram subsídios para a realização da pesquisa, mediante uma bibliografia
especializada na área do turismo.
Para confecção do mapa de localização do PNE foram utilizadas bases cartográficas do
Sistema Estadual de Geoinformação (SIEG), tais como limites administrativos, drenagem, malha
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viária, limite do parque e zona de amortecimento. O parque se encontra entre as coordenadas
52°28’1,677’’W 17°45’30,282’’e 53°27’39,031’’W 18°29’10,624’’S.
Conforme destacado no mapa 1 na região do Parque Nacional das Emas encontra-se
importantes nascentes de cursos hídricos, como rio Jacuba e rio Formoso, os quais formam o rio
Corrente, afluente do rio Paranaíba. Desse modo, a Preservação dos recursos naturais presentes
no Parque Nacional das Emas é essencial para a o equilíbrio natural de toda a bacia hidrográfica
do rio Corrente, o qual desagua no rio Paranaíba.
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o Cerrado brasileiro é reconhecido como a savana mais rica do mundo, abrigando 11.627 espécies
de plantas nativas já catalogadas. (MMA 2017).
Ao longo dos últimos 50 anos o Cerrado vem sendo gradativamente substituído por áreas
de pastagem e lavoura, e hoje 35% da área total do bioma se encontra ocupado por atividades
agrícolas, atualmente menos de 1 % do Cerrado está preservado em unidades de conservação
federais de uso indireto (PADUA, 1996).
O clima da região do PNE é estabelecido pelo Plano de Manejo como Clima Tropical,
onde está incluída a quase totalidade da Região Centro-Oeste, com um clima quente, variando de
úmido a semi-árido, com até cinco meses de seca. Segundo a classificação de Köppen, a região
enquadra-se no tipo AW, característico dos climas úmidos tropicais, com duas estações bem
definidas: seca, no inverno, e úmida, no verão. (IBAMA, 2004).
O PNE possui uma faixa ao seu entorno, chamada de zona de amortecimento, sendo
obrigatório para todos os Parques Nacionais, dentre outras unidades de conservação, esta zona de
amortecimento tem como finalidade a realização de uma barreira de conservação onde as
atividades humanas estão sujeitas a normas e restrições específicas, com o propósito de minimizar
os impactos negativos sobre a unidade.
A faixa deve ser ter um raio de 10 km em todo o entorno da área ambiental e a lei na qual
obriga a criação desta faixa, é a Lei N° 9.985 de 18 de julho de 2000. Pode ser observado no mapa
1 a zona de amortecimento na coloração verde.
De acordo com o Art. 27 da lei N° 99.274 de 1990, para a realização de qualquer atividade
na área circundante a área ambiental o CONAMA é responsável pelos trâmites cabíveis.
Apesar da extensa área preservada, existem alguns problemas oriundos de ações antrópicas
ameaçam as áreas do parque, tais como a ampliação de fronteiras agrícolas, queimadas originárias
de processo de limpeza de solos agricultáveis, manejo inadequado de agrotóxicos, caça predatória,
falta de fiscalização dentre outros. (IBAMA, 1993; MEDEIROS 1998).
O PNE é famoso devido a sua exorbitante beleza, pois há vários tipos de vegetação,
bioluminescências, várias espécies de animais silvestres dentre eles veados e onças, mas também
pelas as águas cristalinas do rio Formoso, sendo uma ótima opção para quem gosta de aventurar,
e no entorno do parque é praticado várias atividades de acordo com site de turismo ecológico do
município de Mineiros sendo elas:
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Quadro 1: Atividades desenvolvidas no PNE
Modalidade/Atividade
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ecológica, reserva biológica, parque, monumento natural e refúgio de vida
silvestre.
No ano de 2004 o bioma Cerrado as UC’s federais ocupam 1,70% da área com UC’s de
Proteção Integral e 0,71% com UC’s de Uso Sustentável, respondendo respectivamente por uma
área de 3.342.444,80ha e 1.401.325,79ha, que, se compararmos com o total de UC’s Federais
protegidas no Brasil para cada categoria, observaremos que a categoria de proteção integral, ocupa
uma área de 23.761.582,21 ha e a de uso sustentável uma área de 30.044.868,10ha. Logo as UC’s
do bioma Cerrado representam 4,66% das UC’s de Uso Sustentável e 14,06% das UC’s de
Proteção Integral existentes. (IBAMA 2004).
Podemos analisar que o bioma do cerrado encontra-se totalmente antropizado, existem
poucas reservas de recursos naturais no bioma em análise, levando em consideração o estado de
Goiás que pertence o Cerrado, existe apenas dois Parques Nacionais, sendo considerado pouco
pelo tamanho do estado e do bioma, existem outras áreas de unidades de conservação mas não de
caráter nacional.
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surgimento, sua potência ao se deparar com as mais diversas intempéries, tais como crises
financeiras e guerras.
Apesar da OMT definir o que é turismo, a Geografia leva em consideração o conceito
definido mais com outros critérios imbricados, sendo os aspectos sociais, econômicos e culturais
sendo chamado de Geografia do Turismo, e pode ser observado no organograma 1.
Social
Espaço
Geográfico TURISMO
Geografia Cultura
Economia
Oliveira (2007), afirma que o turismo é um fenômeno sociocultural e econômico, tem sido
objeto de estudos geográficos já há algum tempo, na medida em que se revela como uma atividade
humana que, cada vez mais, tende a envolver o maior número de pessoas e, ao mesmo tempo,
transformar espaços os mais longínquos (física ou economicamente), incorporando-os a uma rede
mundial de serviços, na forma de atrativos para o lazer, o usufruto do “tempo livre” ou como mais
uma forma de inserção de atividades na geração e acumulação de capital.
O turismo pode ser realizado em qualquer lugar do globo terrestre, desde que se não seja
no local de convívio diário, deste modo, existe vários tipos de turismo sendo eles: Turismo
Religioso, Turismo Alternativo, Turismo de Estudos, Turismo de Massa, Agroturismo dentre
outros.
O PNE é considerado como uma unidade de conservação da natureza que faz parte do
turismo alternativo vendo as suas modalidades e atividades. O turismo de aventura e/ou chamados
também de turismo de natureza, ecológico ou ecoturismo, tem como intuito realizar atividades em
locais com de ambientes naturais, como Reservas Naturais, Áreas de Proteção Ambiental Parque
Nacional, dentre outros.
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Oliveira (2007) classifica o turismo como uma atividade de caráter impactante e nocivo,
especialmente nos locais de ambientes naturais pois ainda são preservados das alterações
antrópicas, e é o caso do turismo alternativo que requer atenção no que diz respeito a proteção
destes locais.
Neste contexto o turismo o desenvolvimento do turismo, sendo ele focado na
sustentabilidade, definido como a atividade que satisfaz os viajantes e as regiões receptoras
respeitando e protegendo o meio ambiente, pode trazer benefícios para atenuar a degradação
ambiental e aumentar a oportunidade de as gerações futuras desfrutarem das riquezas naturais que
temos hoje.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O turismo no PNE é crescente a cada ano, tendo como visitantes pessoas não somente do
estado de Goiás, mas também de outros países, pois o local apresenta riquezas exuberantes, e o
ecoturismo são praticados por pessoas de todas as idades, desse modo gerando fluxo de pessoas
no local, transformando o espaço e o território, por ser próximo de metrópoles como é o caso da
capital goiana.
O foco para a criação do Parque Nacional das Emas, foi a sua localização no cerrado e a
sua abundância de riquezas, é por considerada uma das maiores unidades de conservação do
Brasil, e pode perceber a grande importância deste tipo de estudo.
O Parque Nacional das Emas representa assim um meio para a manutenção dos recursos
naturais presentes na região, como as nascentes de importantes cursos hídricos, como a da bacia
hidrográfica do rio Corrente.
O trabalho foi de fundamental importância, deste modo contribuindo para um melhor
conhecimento, com o próprio meio acadêmico em relação ao meio ambiente. Com o término deste
trabalho foi possível verificar a importância do conhecimento geográfico em relação as Unidades
de Conservação e sua relação com o turismo e preservação ambiental.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Decreto nº 49.874, de 11 de janeiro de 1961. Cria o "Parque Nacional das Emas", no
Estado de Goiás, abrangendo parte menor, do Estado de
Mato Grosso. Brasília, DF, 11 jan. 1961. Disponível em:
<http://www.icmbio.gov.br/portal/images/stories/imgs-unidades-coservacao/emas.pdf >. Acesso
em: 23 ago. 2017.
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BRASIL. Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000.
Regulamenta o art. 225, § 1o, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema
Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências. Brasília, DF,
18 jul. 2000. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=322>.
Acesso em: 23 ago. 2017.
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TRILHAS DO CERRADO. Disponível em: <http://www.trilhasdocerrado.com.br/index.php>
Acesso em: 24 de ago. de 2017.
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RELIGIÃO: possibilidades epistemológicas e geográficas
Resumo: O presente artigo aborda três importantes métodos analíticos das ciências humanas e
sociais no bojo da ciência geográfica. As correntes positivista, materialista histórico dialética e
fenomenológica serão discutidas com o objetivo de correlacioná-las às possibilidades da inserção
de estudos sobre religião. Para a construção deste percurso foi utilizada metodologia de pesquisa
bibliográfica, a qual permitiu analisar a evolução das correntes, partindo do pressuposto que cada
uma delas contém, intrinsecamente, traços que caracterizam sua aplicabilidade. Neste sentido foi
encontrado como campo fértil para o desenvolvimento das pesquisas acerca da religião, a corrente
contemporânea fenomenológica que apresenta o escape para o movimento pendular das ciências,
que em momentos se debruçam sobre o indivíduo e em outros se concentram em estudos
estruturais.
1 INTRODUÇÃO
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ambiente. A busca se desempenhou pelo processo de construção e aprimoramento de métodos,
que se adaptaram de acordo com o objetivo do que era proposto em cada momento.
2 DESENVOLVIMENTO
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como partida e chegada do conhecimento, por via de consequência, e que por ela há de se oferecer
meios para a validação, retificação e ampliação do conhecimento (DOMINGUES, 2004;
RIBEIRO JÚNIOR, 2008).
Descendente de Condorcet e Simon, Comte por sua vez entende por física social a
ciência que estuda os fenômenos sociais, a física social introduzida por ele perpassa a ideia de
uma realidade homogênea e fixa, e concebe uma valoração comum para as ciências sociais e
naturais (LÖWY, 1987).
Apesar da invenção do termo Sociologia ser de Comte, Durkheim foi quem fundou a
sociologia positivista como disciplina, havendo claramente uma continuidade entre os dois
autores. Durkheim compreende a ciência social por uma lei social natural, e desenvolve a analogia
organicista entre a sociedade e o corpo humano e a partir disso tenta naturalizar a questão das
desigualdades sociais quando as compara com a situação privilegiada de certos órgãos,
absolutamente consciente do caráter contra revolucionário de seu método. Durkheim traz ainda
em seus argumentos que a sociologia não deve ser nem individualista, nem socialista e nem
comunista, abandonando as ideologias e preconceitos, compreendendo que esses podiam ser
afastados de modos a identificar melhor o que se passara em volta (LÖWY, 1987; RIBEIRO
JÚNIOR, 2008).
Existem três forças na primazia das ciências que ordenam o programa positivista,
entendendo que este programa concebe as ciências humanas como extensão das naturais e foi
motivado pelo projeto de unificação dessas ciências, nesse sentido Domingues (2004) pontua:
No plano das ciências, três são as ideias-força que vão comandar o programa positivista:
1) procurar acercar-se dos fenômenos tais como eles se oferecem à observação e a
experiência e tomá-los tais quais, como fatos ou dados da experiência, sem se apoiar em
nenhuma ideia preconcebida e sem buscar nenhuma essência escondida por trás deles; 2)
procurar estabelecer correlações entre os fenômenos observados, fixar os nexos causais
que os envolvem e determinar as leis que os governam; 3) procurar confirmar as
correlações, corroborar os nexos causais e comprovar as leis por meio de testes precisos
e de experimentos concludentes (DOMINGUES, 2004, p. 172)
O positivismo reconheceu uma grande diferença entre valor e fato, os fatos eram seu
objeto de estudo, enquanto os valores eram concebidos como expressões culturais e não eram
interessantes para o pesquisador (TRIVIÑOS, 2008). A corrente epistemológica que abriu os
caminhos para a construção científica ocorreu em tempos de crença no progresso social e
desenvolvimento científico, ao lado das crises econômicas e morais no fim da Idade Média e a
consolidação da sociedade industrial.
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A ciência geográfica era considerada natural e então voltava o seu foco às paisagens e
considerava os grupos humanos como fenômenos superficiais do ambiente. Em meados de 1900
o neopositivismo agrava este olhar com sua posição anti-idealista. O movimento filosófico do
Círculo de Viena foi o que aprofundou o conhecimento baseado na experiência das ciências exatas
e assim colocou em plano secundário as ações humanas, os valores e a vida (ROSENDAHL,
2002).
A principal contribuição desta corrente epistemológica se deu na pesquisa e na
valorização do empírico no que tange a investigação de vários aspectos da realidade. Embora a
premissa do positivismo seja se abster de preconceitos e interferências externas, basta observar a
posição de seus autores para compreender que estes não estão livres de pré noções, mas perpetuam
uma falsa neutralidade ligada a pontos de vista de determinados grupos sociais.
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Inicialmente a visão marxista surge como a expressão da vida real e contempla a questão
social e prática no seu movimento e contradição. No que tange a política, as proposições são
subordinadas a um conhecimento racional, que os emprega como ciência. A ruptura com a
compreensão de um mundo harmônico ocorreu na metade do século XVIII e os estudos acerca
das questões do trabalho e do relacionamento homem e natureza começaram a surgir, a partir disso
desenvolveu-se as temáticas da natureza como uma realidade objetiva, os grupos sociais, as classes
e suas lutas no século XIX (LEREBVRE, 2009).
O materialismo histórico foi concebido como instrumento de luta do proletariado,
entendendo que além da luta de classes ele possibilitou o despertar de consciência que contribuiu
na construção da sociedade e da cultura, não era um fim em si, mas, um meio que contribuirá na
formulação das ações. O materialismo era um método que se utilizava para compreender a
essência dos acontecimentos e além destes buscava a compreensão das forças que os promoviam
(LUKÁCS, 2003).
Uma das vitórias do materialismo histórico se deu no que tange ao reconhecimento da
consciência social, colocando-a em termos materiais que até então eram negados e compreendidos
apenas pelo idealismo. Nesse processo a consciência surge como um produto de um
desenvolvimento natural objetivo e ao mesmo tempo como uma nova qualidade. Para
compreender o conceito do materialismo histórico dialético compreende-se o materialismo como
a condição material da realidade, o histórico para a interpretação dos fatores históricos que
projetaram a existência humana em questão e dialético para entender o movimento contraditório
inerente às realidades (KOFLER, 2010; GOMIDE, 2013).
Analisando o fenômeno da consciência se observa o resultado de um processo de
desenvolvimento que segue mediante as contradições e com isso se insere a prática como essência
nas conexões do ser. Kofler (2010) pontua que dessa forma só concebe o homem se este estiver
dotado de consciência; que nesse entendimento é quando se propõe a um objetivo e busca alcançá-
lo, entendendo que esses objetivos derivam do momento e das condições do indivíduo.
Marx rompeu as barreiras entre os movimentos e conseguiu captar essências, mesmo que
opostas, e a partir delas formular uma teoria nova, uma teoria original que imergia-se na realidade
e não a fragmentava para fazer suas concepções. Essa interpretação diz sobre a proposição de
síntese feita pelo marxismo. A busca pela compreensão de uma totalidade, do movimento de
relação dos processos e das contradições inseridas no todo produziram um pensamento mais amplo
e com isso mais complexo (LEREBVRE, 2009).
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O materialismo histórico adveio do pensamento conjunto de Marx e Engels e seu
entendimento da importância dos fenômenos econômicos e da necessidade do estudo científico
para desvelar tais processos, realizado com métodos e embasados em fatos e objetivos
determináveis, desenvolveu-se entre os anos de 1844 e 1845. Marx também foi protagonista na
colocação das contradições capitalistas na sua dinâmica, além de ter sido de fundamental
importância na descoberta das classes proletárias e das relações políticas (LEREBVRE, 2009).
No que se refere a esta corrente, materialista-histórico-dialética, sua ênfase se da nas
questões das contradições dos modos de produção capitalista, na luta de classes, os problemas
socioeconômicos e as desigualdades. Sua crítica vai fortemente contra os valores burgueses e a
expropriação da força de trabalho do proletariado, as relações de poder por essa compreensão de
mundo são analisadas voltadas a dinâmica estruturalista.
Quando se trata dos geógrafos que seguiram esta corrente epistemológica encontramos
os geógrafos críticos que incidiam suas investigações nas desigualdades socioeconômicas, o
desenvolvimento dessa epistemologia na ciência geográfica foi o que resultou na chamada de
geografia radical. Milton Santos, David Harvey e outros grandes nomes foram destaque pela forma
que se posicionaram em relação às determinações sociais e elaboraram a partir delas teorias para
uma transformação social radical (DINIZ, 2003).
O materialismo histórico dialético contribuiu imensuravelmente com o despertar da
consciência crítica nas relações sociais e de trabalho, tal corrente se encaixa nas relações do capital
com a sociedade desde seu início até os tempos pós-modernos, seu caráter crítico foi objeto
propulsor para outras muitas teorias que colocam em xeque as desigualdades sociais como produto
das relações estabelecidas e separa-se das determinações que eram antes entendidas como
anteriores a estas relações.
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onde o fenômeno se apresentava livre de cargas culturais e pessoais encontrando assim as
essências dos fenômenos. A fenomenologia nesta compreensão se faz de um método, um modo
de análise (TRIVIÑOS, 2008).
A ideia básica da fenomenologia é a de intencionalidade, entendendo que é colocada por
um indivíduo sobre um objeto, reconhecendo que não existe objeto sem sujeito. Husserl introduz
o questionamento de porque se procura sentido as coisas e em seguida de quem é o ser humano
que busca esse sentido. A importância do conceito de intencionalidade é primordial e a consciência
aliada à vivência são peças chave para esse método (BELLO, 2006; TRIVIÑOS, 2008).
Husserl aponta a redução fenomenológica como meio para se extrair o que há entre o “eu”,
desta forma é possível abstrair o que influencia a vivência e assim consegue-se retirar a essência
do fenômeno, ainda de acordo com o autor, a essência é determinada por sua universalidade e
desta forma a fenomenologia estuda o que é universal, o que é válido para todos, “o mundo que
eu conheço – diz Husserl – é o mundo que pode ser conhecido por todos” (TRIVIÑOS, 2008). Se
o sentido e a valoração que se da ao Ser decorre da intencionalidade, com a redução, o eu se
apresenta como condição de possibilidade de analisar o fenômeno, tendo uma carga de
subjetividade concreta.
A corrente epistemológica da fenomenologia não se baseia em dados da experiência, seu
dever é a pesquisa de possibilidades ideais da vivência. A vivência é constituída pelo ver, tocar e
refletir, desse modo Bello (2006) aponta que o uso da consciência é o que registra tais vivências,
enquanto se vê, se toca, se faz uma reflexão sobre o ato. É dividida ainda a consciência de primeiro
e segundo grau, sendo os atos perceptivos e os atos reflexivos respectivamente.
Nota-se no decorrer da análise dos princípios da fenomenologia que não se coloca como
ponto fundamental a historicidade dos fenômenos, uma vez que aliado à redução fenomenológica
a história é depurada no sentido de trazer apenas a essência do objeto da pesquisa. Na
fenomenologia se estabelece como central a interpretação do ator sob o que é observado, o que se
da de maneira intencional à consciência (TRIVIÑOS, 2008).
O contexto em que os fenômenos se apresentam, em sua compreensão cultural, permite
que sejam feitos questionamentos através da interpretação e a partir disso se estabeleçam
discussões que busquem significados considerando a intencionalidade do sujeito de acordo com a
realidade, desta forma a apreensão da realidade está intimamente ligada à cultura do sujeito
(TRIVIÑOS, 2008).
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Paul Claval (2014) aponta que foi a partir do evolucionismo que se deu a valoração do
homem e da cultura nas investigações geográficas, a geografia humana que concebe a cultura
desde suas fases iniciais vai tomando forma de acordo com a localidade que se desenvolve, sendo
Alemanha, França e Estados Unidos os países que se destacam no desenvolvimento desta
disciplina.
A fenomenologia busca uma compreensão nova entre as ciências. Questiona as ciências
positivas que consideram os objetos e desconsideram a posição do observador e por sua vez eleva
a condição do sujeito na produção das análises. O debate proposto pela fenomenologia é,
sobretudo, conectado ao debate contemporâneo das ciências humanas e sociais sobre ação e
estrutura.
Emergida dentro dos últimos 40 anos esta epistemologia se destaca como um modo de
pensar que da luz ao homem e suas subjetividades, seus objetivos, valores, intenções e percepções,
se posiciona em sentido oposto às compreensões deterministas e organicistas e tem em si a busca
das vivências e experiências dos grupos sociais para que a partir delas se realizem reflexões e
assim compreendam o homem pelo que ele mesmo produz e elabora sobre o mundo.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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enquanto que no positivismo a existência de um Deus pairava sobre um plano não científico, ainda
nas palavras da autora: “para os geógrafos marxistas a religião é uma utopia que mantém as classes
populares na ignorância e lhes retira as possibilidades de adquirir consciência política”.
Quando se trata da fenomenologia os estudos que se deram sob essa forma de análise se
dividiram em dois grandes grupos, Rosendahl (2002) aponta ainda que as investigações feitas
antes de 1970 observavam os efeitos causados pelas religiões sobre a paisagem, entretanto,
desconsideravam os afetos e valores agregados a essa dinâmica, já os estudos que surgiram após
este ano, mais contemporâneos, buscam compreender as sensações vividas pelos indivíduos. Nesta
corrente o que se interpreta é o indivíduo como agente transformador através das suas
subjetividades e independente das estruturas estabelecidas.
Contrariando o pêndulo das ciências que hora se voltam para estudos sobre estrutura e hora
se debruçam a pesquisar o indivíduo, a fenomenologia por sua vez apresenta-se como uma saída
para essa polarização, visto que traz enfoque aos estudos micro e macrossociológicos. Esta
corrente abre campo para a compreensão complexa das religiões e relações que a ela perquirem.
Perceptível é o desafio de se analisar o mundo pelas lentes dessa corrente e buscar a partir da
compreensão dos indivíduos os significados e as interpretações das dinâmicas que se dão no
campo religioso.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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TERRITORIALIDADES DAS FOLIAS DE REIS NO ESPAÇO RURAL DE
ITUIUTABA, MG
Resumo: O presente estudo apresenta alguns resultados parciais de uma pesquisa pós-doutoral,
que aborda aspectos de um dos mais importantes folguedos de Ituiutaba desde o prisma da
Geografia cultural. O objetivo da pesquisa é estudar as territorialidades das Folias de Reis no meio
rural desse município, procurando compreender como se dá o processo de reprodução social dessa
manifestação da cultura popular. Para tanto, tem-se realizado pesquisas documentais, revisão de
literatura e trabalhos de campo, durante os quais realizam-se entrevistas abertas e semiabertas,
assim como registros fotográficos e coleta de dados que possibilitem a representação cartográfica
do fenômeno. Até o presente momento, observou-se que a Folia de Reis de Ituiutaba mantém uma
série de elementos culturais que caracterizam a ruralidade do folguedo. Constatou-se que em
outros recantos do Brasil, as Folias de Reis possuem características diferentes, o que dá ao
folguedo existente em Ituiutaba, um caráter de identidade diferenciado. As comunidades rurais
que mantém esse traço cultural são predominantemente Católicas e o festejo se caracteriza como
um ato de fé e devoção. Até o presente momento, visitou-se 12 propriedades rurais que realizam
a Folia de Reis em 3 comunidades diferentes. Por fim, pode-se averiguar que os foliões se definem
como detentores de uma tradição resistente, que recebe pouco apoio das políticas públicas de
cultura.
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EIXO 6
GESTÃO DE BACIAS
HIDROGRÁFICAS: ASPECTOS
TEÓRICOS E DE
PLANEJAMENTO
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GESTÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS DA REGIÃO HIDROGRÁFICA DO TOCANTINS-
ARAGUAIA PARA A CONSERVAÇÃO AMBIENTAL DA MICRORREGIÃO
CHAPADA DOS VEADEIROS (GO)
Ana Karoline Ferreira dos Santos
Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Geografia UFG-Regional Jataí.
[email protected]
Resumo: Para a manutenção dos recursos naturais de um ambiente é essencial o planejamento das
formas de utilização pelo ser humano, tornando fundamental medidas sustentáveis na conservação
ambiental. Nesse sentido a referente pesquisa visa salientar a importância da região hidrográfica
do Tocantins-Araguaia para a conservação ambiental na Microrregião Chapada dos Veadeiros
(GO) local este caracterizado pelo bioma cerrado e por avanços de atividades agrícolas. Para
realização dessa pesquisa adotou-se levantamento bibliográfico, mapeamento das características
geoambiental da região Chapada dos Veadeiros e apresentação de propostas para a manutenção
dos aspectos naturais da região hidrográfica Tocantins-Araguaia.
1 INTRODUÇÃO
A gestão dos recursos hídricos abrange diversas ações que devem ser planejadas para a
preservação e regularização das formas de uso de ambientes como de uma bacia hidrográfica. No
Brasil em 1997 aprovou-se a Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH), criando o Sistema
Nacional de Gerenciamento dos Recursos Hídricos (SINGREH), procedimento este que
possibilitou uma nova fase na administração das águas de todas as regiões do país.
Outro importante momento histórico para gestão dos recursos hídricos no Brasil ocorreu
com aprovação da Resolução do Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) nº 357/2005,
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a qual dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes e dá
outras providências.
Dessa maneira as diferentes leis aprovadas ao longo da história para a gestão dos recursos
hídricos no país foram de essencial importância para locais como a da bacia do Tocantins-
Araguaia. Segundo Eiten (1994 apud MACHADO et al, 2008) e Pedroso (2004) a área de
abrangência da Bacia do Tocantins-Araguaia apresenta como principal bioma o Cerrado, que
apresenta clima tropical com precipitação variando de 750 a 2.000 milímetros por ano, em média.
Inserido na bacia hidrográfica do Tocantins-Araguaia a microrregião chapada dos
Veadeiros apresenta uma das maiores unidades de conservação das espécies de flora e fauna do
bioma cerrado, conhecido como Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros.
Segundo o Ministério do Meio Ambiente (2007), o Parque Nacional da Chapada dos
Veadeiros tem como objetivo principal a preservação de ecossistemas naturais de grande
relevância ecológica e que possibilitam a geração de estudos para a comunidade científica,
educação e interpretação ambiental. Outro aspecto de importante relevância do Parque Nacional
Chapada dos Veadeiros refere a área de fauna e flora conservada, que é representada por 60% da
mastofauna do cerrado (118 espécies), 36% da a fauna (295 espécies), 27% da herpetofauna (140 espécies), 47
espécies de peixe e 127 na região, mais de 1000 espécies de insetos sendo pelo menos 500 lepidópteros
(MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2007).
A preservação do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros é de fundamental
importância para a manutenção da biodiversidade existente neste ecossistema caracterizado pela
presença do cerrado, bioma este que nas últimas décadas teve um aumento no desmatamento de
sua área original presente no território brasileiro.
Deste modo o presente trabalho tem por objetivo principal destacar a importância da gestão
dos recursos hídricos da região hidrográfica do Tocantins - Araguaia para a conservação dos
recursos naturais da Microrregião Chapada dos Veadeiros. Para concretização deste estudo
utilizou-se técnicas de geoprocessamento e sensoriamento remoto para o mapeamento e
interpretação dos principais aspectos físicos, econômicos e socioambientais da região.
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2 MATERIAL E MÉTODO
A microrregião Chapada dos Veadeiros corresponde a oito municípios, sendo eles: Alto
Paraíso de Goiás, Campos Belos, Cavalcante, Colinas do Sul, Monte Alegre de Goiás, Nova
Roma, São João D’Aliança e Teresina de Goiás. Na Microrregião da Chapada dos Veadeiros
encontra-se uma das principais unidades de conservação do país que é o Parque Nacional da
Chapada dos Veadeiros.
Para o desenvolvimento deste estudo foram adotadas diferentes fases, dentre elas destaca-
se: a de levantamento bibliográfico com base em trabalhos realizados na área de análise
geoambiental. Posteriormente se desenvolveu um mapeamento dos aspectos físicos, sociais e
econômicos da Microrregião Chapada dos Veadeiros, os quais foram realizados com base em
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técnicas de geotecnologias, como o uso do software ArcGis 10.2. A geração do mapeamento físico
utilizou-se as bases cartográficas disponíveis no site do Sistema Estadual de Geoinformação de
Goiás (SIEG).
E para complementação, neste estudo é proposto meios para a gestão dos recursos hídricos
da bacia do Rio Tocantins-Araguaia de forma a contribuir para a preservação ambiental da
microrregião Chapada dos Veadeiros.
3 RESULTADOS
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A população da Microrregião Chapada dos Veadeiros é caracterizada por apresentar
uma quantidade populacional urbana maior que rural (Mapa 2).
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Mapa 3: Hidrografia da Microrregião Chapada dos Veadeiros
A região da Chapada dos Veadeiros encontra-se em uma área com uma altitude que
varia de 100 m a 1.700 m, sendo que a região de maior altitude se encontra exatamente próximo
ao Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros.
Conforme é destacado no Mapa 9, na Microrregião Chapada dos Veadeiros é encontrado
áreas com presença de agricultura e pastagem, o que demonstra que mesmo nessa região de
preservação do bioma cerrado existe presença de atividades vinculadas a agropecuária.
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Mapa 9: Uso da terra e Cobertura Vegetal Microrregião Chapada dos Veadeiros.
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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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Nacional Chapada dos Veadeiros. Disponível em:<http://sistemas.mma.gov.br/ > Acesso em:
20/07/2016.
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CARACTERIZAÇÃO SOCIOECONÔMICA E DOS CONFLITOS AMBIENTAIS NA
BACIA HIDROGRÁFICA DO CORRÉGO DO CERRADO EM CANAPÓLIS (MG)
1 INTRODUÇÃO
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De acordo com Tundisi e Matsumura Tundisi (2010, p 101), as ações humanas
compromentem a dinâmica natural de diversos ambientes, como de uma bacia hidrográfica, sendo
que;
O comprometimento atinge todos os principais serviços ambientais: a deterioração da
qualidade da água aumenta substancialmente os custos do tratamento para abastecimento público.
Áreas protegidas com mananciais de boa qualidade necessitam de pouco investimento em
tratamento. Os custos deste tratamento podem chegar, no máximo, a R$ 2,00 ou R$ 3,00 por 1.000
m3 de água tratada (adição de cloro e flúor). Quando ocorre o desmatamento e aumenta a
degradação dos mananciais este custo do tratamento pode chegar a R$ 250,00 ou R$ 300,00 por
1.000 m3. Isto decorre em função de necessidade do uso de floculantes, coagulantes e
desinfetantes que devem ser adicionados para tornar a água potável. Além da deterioração dos
serviços de abastecimento de água, há perda de serviços de recreação, turismo, pesca, com
aumento da toxicidade e eutrofização. Estas duas consequências, aumento da toxicidade e do
potencial de eutrofização têm como resultado a perda da qualidade de água dos rios, lagos e
represas e comprometimento dos serviços ambientais dos ecossistemas aquáticos.
Desse modo, o planejamento das formas de usos dos recursos naturais é uma das principais
fases para o desenvolvimento econômico e preservação ambiental, uma vez que a utilização
inadequada dos recursos naturais resultam não apenas degradação de vegetações, redução de
biodiversade, alterações nos cursos hídricos, solos e outros elementos do espaço geográfico, como
também representa impactos para a própria economia, que terão muitas de suas fontes de
produções reduzidas e sua recuperação poderá ter elevados valores economicos.
Nessa perpectiva Sousa (2008) aponta que a preservação dos recursos naturais e a
conscientização da população em geral sobre os impactos causados por utilização incorreta do
patrimônio ambiental é fundamental para o desenvolvimento econômico de uma região ocorra de
forma eficáz e sem graves transtornos no futuro.
Nesse sentido o presente estudo tem por objetivo apresentar as principais características
socioeconômicas e como as mesmas geram conflitos ambientais na Bacia do Córrego do Cerrado
(MG), local esse que representa o principal curso hídrico e fornecedor público para Canapólis.
A justificava para construção dessa pesquisa envolve a necessidade de discussões que
destaquem os benefícios gerados por atividades econômicas e os impactos ocassionados nos
recursos naturais de ambientes como o do objeto de estudo.
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2 MATERIAIS E MÉTODOS
Canápolis possui uma área territorial aproximada de 839,74 km2, fazendo divisa com os
municípios de Ituiutaba, Capinópolis, Centralina, Monte Alegre de Minas e Cachoeira Dourada
(IBGE, 2017). O município de Canápolis encontra-se localizado a 650 km da capital do estado
Belo Horizonte (MG).
De acordo com pesquisas realizadas pelo IBGE, a história de Canápolis como município
inicia a partir do ano de 1953, sendo que o nome do município significa: “Cidade da Cana”, devido
às inúmeras plantações de cana-de-açúcar existentes no território Municipal (IBGE, 2017).
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Com base em estimativas do IBGE (2017), Canápolis apresenta aproximadamente 12.117
habitantes, sendo que a maior parte de sua população habita na área urbana do município. O
município de Canápolis possui como seu principal curso de água o Córrego do Cerrado, o qual
deságua no rio Paranaíba.
De acordo com Franco (2014, p. 82):
A nascente do Córrego do Cerrado se localiza em uma vereda fato comum nesta região,
à drenagem principal desagua no rio Paranaíba sendo seus pequenos afluentes dispostos
de forma dendritica em quase todo o curso, se tornando paralela no final do curso. De
acordo com observações preliminares compartimentamos a bacia em três unidades
geomorfológicas, 1- área de cimeira, 2 - área de vertentes suaves com baixas declividades
e 3 - áreas de planícies aluvionares, existe um pequeno trecho onde se localiza a cachoeira
do córrego do Cerrado que ocorre uma área de vertente com brusca ruptura.
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
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Tabela 1: Principais produções de lavoura temporárias de acordo com o IBGE (2016),
realizadas em 2004, 2009 e 2014 no município de Canápolis (MG).
PRODUÇÃO ANOS
2004 2009 2014
*
Quantidade de fruto por hectare.
**
Tonelada.
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Assim como a produção açucareira do município, parte da produção dos abacaxizais
canapolenses destina-se ao fornecimento de matéria-prima das indústrias beneficiadoras
da fruta, dentre elas a Doce Mineiro localizada na cidade. Ou seja, outra característica de
Canápolis é a presença de um setor secundário marcado principalmente pela presença de
agroindústrias, indústrias processadoras dos produtos da agropecuária para as quais
destinam parte da produção do município. No entanto, apenas parte da produção
permanece no próprio município, outra parcela da produção é inclusive exportada, como
é o caso do abacaxi. (NASCIMENTO; MENDES, 2009. 3 p).
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Figura 3: Símbolo de Canápolis-Abacaxi.
O milho é outra das produções agrícolas de destaque no município, sendo que no ano de
2014 a produção de milho foi de 8.400 toneladas. O município de Canápolis também sobressai
pela produção de soja, sendo que ao longo dos últimos anos ocorreu elevação nessa produção,
(figura 4).
Figura 4: A-Produção de milho e B - Produção de Soja
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atividade para economia do município de Canápolis é a pecuária, sendo que em 2014 o total
bovino era de 47.668 cabeças (IBGE, 2016).
A pecuária é altamente realizada na região próxima a bacia do córrego do Cerrado, fato
esse, que proporciona o avanço da retirada de vegetações natural da região para inserção de áreas
com pastagem (Figura 5).
Para Bertoni e Lombardi Neto (2008), a perda de solo em áreas cobertas com pastagem é
10 vezes maior que em áreas com cobertura florestal. Desse modo, a crescente retirada de áreas
com cobertura florestal na bacia do córrego do Cerrado, está contribuindo para torna os solos dessa
região mais vulneráveis a processos como a erosão provocada pela ação da chuva.
Outra ação humana de carater urbana no córrego do cerrado refere-se à instalação de um
loteamento imobiliário (Jardim Vitoria) a aproximadamente 150 m do córrego do Cerrado (MG),
fazendo presão no que tange o escoamento pluvial e resíduo de origem urbana (Figura 6).
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Figura 6: Loteamento Jardim Vitoria a 150 m do Córrego do Cerrado.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BERTONI, J; LOMBARDI NETO, F. Conservação do solo. 8 ed., São Paulo, SP: Ícone, 2010.
355 p.
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Geomorfológica preliminar do Córrego Do Cerrado no Município de Canápolis/MG.
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ANÁLISE TEMPORAL DA CONDUTIVIDADE ELÉTRICA (C.E.) DA ÁGUA NA
BACIA DO CÓRREGO DO CERRADO/CADUNGA NO MUNICÍPIO DE
CANÁPOLIS/MG
Resumo: A água vem se tornando motivo de preocupação no atual contexto hídrico brasileiro e
mundial. Os índices de poluição e contaminação vêm atingindo níveis alarmantes, e na mesma
proporção, vem crescendo sua demanda. Neste sentido, trabalhos que demonstrem a qualidade das
águas através de suas propriedades organolépticas se tornam importantes ferramentas para a
questão do tratamento e até mesmo da preservação das águas. Optamos por usar a condutividade
elétrica para mensurar o grau de degradação da água no córrego do Cerrado/Cadunga no município
de Canápolis estado de Minas Gerais e observamos diferentes índices de condutividade durante o
curso o que pode indicar concentrações de sais e ou metais pesados.
1 INTRODUÇÃO
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indicar que agentes estão causando tal problema. No Brasil as resoluções do Comitê Nacional de
Meio Ambiente-CONAMA de número 357/ 2005, 410/2009 e 430/2009 sistematizam e
classificam a água e são utilizadas como parâmetro para os índices de qualidade das águas.
Dentre as resoluções citadas, a resolução CONAMA 357/2005, é a que estabelece normas
e padrões para o uso da água. Esta resolução criou quatro tipos de classes de água doce, sendo:
Classe especial: aquelas destinadas ao consumo humano, com desinfecção; a preservação do
equilíbrio natural das comunidades aquáticas e a preservação de ambientes aquáticos em unidades
de preservação; Classe1: águas que também pode ser usadas para o consumo humano após
tratamento simplificado; a proteção das comunidades aquáticas, a irrigação de hortaliças e frutas
que são destinadas ao consumo humano, inclusive sem retirada das cascas; e a recreação (natação,
esqui dentre outros); Classe 2: águas destinadas ao abastecimento e consumo humano após
tratamento convencional; a proteção das comunidades aquáticas, a recreação nos mesmos padrões
da classe 1: a agricultura e a atividade de pesca, bem como a irrigação de hortaliças árvores
frutíferas de parques e jardins; Classe 3: águas destinadas ao abastecimento e consumo humano,
após tratamento convencional e/ou avançado; a irrigação de cultivos arbóreos, cerealistas e
forrageiras; a pesca amadora; a recreação de contatos secundários e a dessedentação de animais.
Classe 4: destinadas a navegação e a harmonia paisagística. A resolução CONAMA 357, também
define as concentrações máximas permitidas de substâncias, bem como os valores máximos
permitidos dos aspectos físicos, químicos e biológicos
Neste trabalho utilizaremos a condutividade elétrica para mensurar o grau de degradação
do Córrego do cerrado Cadunga no Município de Canápolis/MG. A condutividade elétrica da água
representa a facilidade ou dificuldade de passagem da eletricidade na água. Os compostos
orgânicos e inorgânicos contribuem ou interferem na condutividade, de acordo com sua
concentração na amostra, e a correta representação da temperatura possui um fator preponderante
na medição correta da condutividade elétrica.
A Condutividade refere-se à capacidade que a água tem de transmitir corrente elétrica
devido aos cátions (cargas positivas) e aos ânions (cargas negativas) presentes nela, a partir da
dissociação de outras substâncias salinas (EL-JABI, 2014). A salinidade é a medida dos teores de
sais dissolvidos na água. Esses sais favorecem o crescimento das plantas, mas em excesso tornam-
se prejudiciais, e podem afetar o sabor da água (RENOVATO, SENA e SILVA, 2013).
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A condutividade pode variar de acordo com a temperatura, ambientes com poluição
advindas de esgotos, também mostram abrupta alteração na condutividade aja vista haver uma
elevação na quantidade de sais do ambiente.
A água pura é um isolante elétrico, pelo que a sua resistência é infinita e a sua
condutividade é nula. Se a água tiver algumas substâncias dissolvidas, deixa de ser pura e passa a
ser condutora elétrica. A sua resistência torna-se inferior a infinito e a sua condutividade torna-se
superior a zero, assim a condutividade torna se uma maneira de determinar a pureza da água.
A legislação brasileira não propõe valores mínimos para o grau de condutividade mesmo
este sendo uma importante variável no que tange a identificação primária de poluição
contaminação por sais e ou metais pesados. Na ausência de valores na legislação brasileira, optou-
se por utilizar neste trabalho valores de autores consagrados, neste caso usamos como parâmetro
Coluna et al (2009), que considera como valor máximo aceitável de C.E 100 µS (micro Simens).
A escolha da bacia do Córrego do Cerrado/Cadunga deu-se em decorrência de vários
fatores, dentre eles o fato de ser, esta bacia, um curso misto, ou seja, parte localizada na área rural
e parte localizada na área urbana, ocorrendo, assim, trocas entre os dois meios. No primeiro trecho
desta bacia (situado à montante da área urbana) ocorre amplo uso da terra no cultivo do abacaxi,
cultivo este em que o uso de fosfatos e agroquímicos tem grande relevância, as pastagens disputam
espaço com a abacaxicultura, sendo a forma de criação de gado intensiva. Na área urbana, a água
é retirada para abastecer todo o município, seja na forma residencial e/ou industrial. No trecho
final da área urbana, a bacia recebe todos os efluentes da cidade, o que acaba causando danos que
podem ser constatados no restante da bacia.
Portanto, o objetivo deste trabalho foi analisar a qualidade da água da Bacia do Córrego
do Cerrado/Cadunga através da propriedade condutividade elétrica em épocas sazonais típicas do
Cerrado brasileiro, no córrego do Cerrado/Cadunga, a fim de responder a questionamentos
relativos à poluição ocasionada pelo excesso de sais bem como metais. Foram realizadas quatro
campanhas para a coleta de dados, referente as estações climáticas primavera, verão, outono e
inverno) em nove pontos distintos da bacia.
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2 DISCUSSÃO
e
Fonte: Sistema Estadual de Geoinformação-SIEG 2015; Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 2015.
Org.:Franco, 2017.
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Em termos de aspectos geológicos, predominam na bacia duas formações, sendo a
Formação Serra Geral e Vale do Rio do Peixe. No trecho superior, próximo à nascente do Córrego
do Cerrado/Cadunga, afloram arenitos intemperizados da Formação Vale do Rio do Peixe (Grupo
Bauru), os quais estão sotopostos aos basaltos da Formação Serra Geral (Grupo São Bento). A
Formação Serra Geral aflora em todo o restante do curso.
Quanto aos solos do local, segundo a EMATER, há três tipos: Latossolo Vermelho
Eutróficos, Latossolos Vermelho Distroférrico e Latossolo Vermelho.
A Geomorfologia da região possui relevos tabulares arenosos, com camadas de basaltos
“intertrap”. Segundo Ferreira et al. (2000), o modelado predominante é o de topos planos e
convexos, de formas de acumulação por planícies em que aparecem soleiras, localizadas à
montante de algumas poucas rupturas estruturais formadas por basaltos, presentes em alguns
locais da Bacia Hidrográfica estudada, formando nestes locais corredeiras e uma grande cachoeira.
Na bacia em questão, a vegetação é caracterizada pela presença de mata ciliar em parte das
margens, porém em área menor que a estipulada em lei. Há também áreas isoladas de Cerradão e
partes remanescentes de Cerrado misturadas à pastagem.
2.2-Materiais e métodos
Para se compreender a distribuição espacial e temporal dos parâmetros limnológicos,
foram definidos nove pontos de amostragem no objeto de estudo (Mapa 02). Os pontos de
amostragem foram definidos de modo a abranger os diferentes modelos de uso da terra e cobertura
vegetal, perfis longitudinais do córrego (curso superior, intermediário e inferior), conforme
utilizado Christofoletti (1980). Foi adotado o distanciamento de 1cm no mapa (escala 1:250.000)
entre os pontos levantados, conforme a proposta da Diretoria de Hidrografia e Navegação (DHN),
descrita em Cabral (2006), levando-se também em consideração a acessibilidade aos locais de
coleta.
As coletas de dados foram realizadas em quatro períodos distintos, (correspondente aos
dias 15 e 16 de outubro de 2014, 20 e 21 de janeiro de 2015, 07 e 08 junho de 2015 e 07 e 08
junho de 2015) de modo a abranger as 4 estações climáticas (primavera, verão, outono e inverno),
tendo assim, influência de períodos mais chuvosos e menos chuvosos.
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Mapa 02: Localização dos pontos de coleta de água.
Fonte: Sistema Estadual de Geoinformação-SIEG 2015; Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 2015. Org.:
Franco, 20l7.
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3 RESULTADOS
O parâmetro Condutividade Elétrica, pode ter sua elevação justificada por fatores
antrópicos ou naturais. Esses valores, que são a medida indireta da quantidade de (íons)
dissolvidos presentes na água, indicam aporte de soluções mais concentradas em elementos
solúveis tais como sais naturais ou de origem antrópicas (despejados por esgotos) outra questão é
sua possível elevação em consequência das rochas ígneas por onde a agua percola agregando
propriedades deste tipo geológico.
Com exceção o ponto um que está assentado sobre arenitos da formação vale do Rio do
Peixe todos os outros pontos está sobre basaltos da formação Serra Geral, que em alguns locais da
bacia afloram em sua plenitude, este fato por si só, já evidenciaria uma C.E. elevada somando se
a isto os sais, que são carreados das áreas agrícolas até o curso mais o esgoto que é despejado a
partir do ponto cinco cria-se condições ideais para uma abrupta elevação elétrica (Gráfico 01).
Gráfico 01: Valores referente a análise temporal do parâmetro Condutividade Elétrica (CE)
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seis, por se tratar de um período com pouca chuva somado a questão dos efluentes podemos
concluir ser este o motivo de tamanha oscilação, uma grande quantidade de sais é despejado no
curso (via esgoto) e como havia um menor quantidade de água a solubilidade foi menor, como os
sais são excelentes condutores de eletricidade houve uma abrupta discrepância de valores
Ao observarmos o gráfico notamos que após o ponto quatro há uma modificação na curva
de valores, como já elucidado se trata dos pontos após o despejo dos efluentes urbanos o que
aumenta a quantidade de condutores (sais) na água.
Tabela 01: Estatística descritiva dos valores referente ao Parâmetro Condutividade Elétrica
(CE)
1ªCampanha 2ªCampanha 3ªCampanha 4ªCampanha
4 CONCLUSÃO
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Figura 02: Efluentes Urbanos e Industriais sendo despejados a menos de 3 km do local de coleta
(Ponto 5)
Não podemos constatar de pronto apenas com este parâmetro que o curso encontra se
poluído por metais pesados, todavia, a Condutividade Elétrica é uma das melhores propriedades
organolépticas da água para indicar contaminação por metais pesados isto pelo fato da alta
condutividade que somente pode ser evidenciada por excesso de sais ou metais pesados.
Estudos adicionais devem ser feitos para a comprovação de contaminação com metais,
contudo o ideal é que seja feito tratamento dos efluentes urbanos e descontaminação do perímetro
haja vista a importância deste córrego para a população rural pós perímetro urbano.
REFERÊNCIAS
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R.R.; LEITÃO FILHO; H.F. (Ed.) Matas ciliares: conservação e recuperação. 2.ed. São Paulo:
Editora da Universidade de São Paulo, 2001
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Dispõe sobre a classificação dos corpos de água. Diário Oficial [da] República Federativa do
Brasil, Poder Executivo, Brasília DF 18 de março. 2005.
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under Climate Change. Journal Of Water Resource And Protection, Montreal Can, v. 17, n.
4, p.533-542, 19 abr. 2014.
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RELAÇÃO ENTRE CONCENTRAÇÃO DE SÓLIDOS SUSPENSOS E TURBIDEZ NA
ÁGUA: ESTUDO PRELIMINAR NO LAGO MUNICIPAL DE IPORÁ/GO
Fernanda Luisa Ramalho
Mestre em Geografia Universidade Federal de Goiás/Regional Jataí.
Resumo: A qualidade da água para uso e consumo é medido a partir da inter-relação entre vários
parâmetros, alguns são mais visíveis e podem ser avaliados de forma simples, outros necessitam
de metodologias mais específicas. As leituras automáticas da turbidez, com a utilização do
turbidímetro, tem-se tornado frequente e confiável, principalmente junto a análise da
Concentração dos Sólidos Suspensos (CSS), estes, a partir da correlação dos dados, trazem uma
representação sedimentológica eficaz das amostras de água, trazendo confiabilidade nos dados
finais com a utilização da análise de Correlação de Pearson, que permite identificar a relação entre
as variáveis de qualidade da água em reservatórios e lagos, trazendo mais proporcionalidade na
relação turbidez e CSS. Com o intuito de realizar um levantamento de dados parciais de qualidade
das águas do lago Pôr do Sol, no município de Iporá/GO, propôs-se neste trabalho a utilização da
análise de Correlação de Pearson que permite identificar a relação entre as variáveis de qualidade
da água aqui discutidas, relacionando parâmetros de Turbidez e CSS.
1 INTRODUÇÃO
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da Concentração dos Sólidos Suspensos, o CSS, o qual, influência diretamente na turbidez, tendo
em vista que dificulta a penetração da luz na água. Segundo Straskraba e Tundisi (2008 p.92) “a
turbidez dos reservatórios é uma consequência natural da erosão, entretanto, o nível tem
aumentado significativamente nos últimos anos devido às atividades antrópicas” e
consequentemente o índice elevado de turbidez também causa a queda da biodiversidade.
Fill & Santos (2001 p.7) afirmam que “estudos que avaliam o transporte de sedimentos
em suspensão são importantes para a caracterização de bacias hidrográficas, bem como a
quantificação dos impactos gerados pelo manejo do terreno, alterações antrópicas e para estimar
a sedimentação de reservatórios, lagos e estuários”.
As leituras automáticas da turbidez, com a utilização do turbidímetro, tem-se tornado
frequente e confiável, principalmente junto a análise da Concentração dos Sólidos Suspensos,
estes conseguem, a partir da correlação dos dados, uma representação sedimentológica eficaz das
amostras de água, trazendo confiabilidade nos dados finais com a utilização da análise de
Correlação de Pearson que permite identificar a relação entre as variáveis de qualidade da água
em reservatórios e lagos, trazendo mais proporcionalidade na relação turbidez e CSS a ser medido.
Na leitura do CSS, Campbell (2012) traz destaque para o método do sedimento seco, que é o
método mais fácil de ser realizado, uma vez que a quantidade de sedimentos e o volume de água
podem ser determinados com precisão.
2 METODOLOGIA
As coletas das amostras de água foram realizadas em quatro pontos, tendo em vista o
dimensionamento do lago, estes estão localizados nas seguintes coordenadas: Ponto 1 = Lat.
16°25'49.25"S e Long. 51° 6'48.44"O; Ponto 2 = Lat.16°25'50.11"S e Long. 51° 6'54.21"O; Ponto
3 = Lat. 16°25'54.35"S e Long. 51° 6'51.67"O; Ponto 4 = Lat. 16°25'56.46"S e Long. 51°
6'57.96"O, como mostra a Figura 1.
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Figura 1: Imagens das características dos pontos de Coleta.
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Figura 2: Procedimento da análise de CSS.
A: Bomba de sucção.
Para avaliar o grau de relacionamento entre duas variáveis e identificar com precisão o
quanto uma variável interferiu no resultado da outra, foi gerado diagrama de dispersão de Pearson,
conforme descrito em Callegari-Jacques (2008).
3 DISCUSSÕES E RESULTADOS
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Foto 1: Área de afloramento da água e início do lago.
Com relação aos lagos em áreas urbanas, estes apresentam, em geral, algumas restrições
ao tamanho, e sofrem cada vez mais pressões das áreas de ocupação, modificando
significativamente a qualidade da água tanto pelo seu uso, quanto pelas formas de uso e ocupação
do relevo, tendo em vista a quantidade de material que o lago recebe, principalmente em períodos
de chuvas, tanto pela drenagem das águas pluviais quanto pela quantidade de sedimentos
acarretados pelo tipo de solo e relevo. De acordo com Straskraba e Tundisi,
Com isso, a proliferação fitoplâncton modifica o cenário e a vida útil do lago, além de
alterar as variáveis físicas e químicas e biológica das águas, devendo ser monitorado de forma a
garantir a mínima qualidade para garantir a manutenção da vida em seu interior.
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Com o intuito de realizar um levantamento de dados parciais de qualidade das águas do
lago Pôr do Sol, propôs-se a utilização da análise de Correlação de Pearson que permitiu identificar
a relação entre as variáveis de qualidade da água aqui discutidas, de Turbidez e CSS, e os dados
coletados estão apresentados no quadro 1.
y = 0,5807x + 1,8118
7 R² = 0,9111
1
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Turbidez (NTU)
Org. RAMALHO, F. L. 2017.
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Outro resultado similar da correlação de CSS e turbidez da pesquisa realizada por
RAMALHO (2017), no Córrego Matriz em Cachoeira-Alta/GO, mostrou uma correlação de 97%
no mês de setembro, mês mais próximo da campanha desse trabalho que foi em agosto, e alto
coeficiente de determinação R²=0,93. Tanto o mês de agosto quanto o mês de setembro estão no
pico do período seco, de estiagem.
A determinação da turbidez pelo turbidímetro, é adotado nas atividades de controle de
poluição da água e de verificação do parâmetro físico nas águas consideradas saudáveis. Uma das
principais fontes de turbidez é através da erosão dos solos, principalmente em épocas de chuvas,
onde as águas pluviais trazem materiais sólidos para os corpos d’água. Segundo Bollmann (2005,
p. 220), “o monitoramento das águas dos mananciais de abastecimento público é uma ferramenta
importante, tanto para o controle da qualidade hídrica quanto para o fornecimento de subsídios
para embasamento da tomada de decisões”. Podendo afirmar que a degradação do entorno dos
mananciais e a inadequação do planejamento urbano trazem danos e sérios riscos à população
local, tanto em termos de conforto ambiental como de segurança. A figura seguinte (figura 1) traz
o cenário do Lago Pôr do Sol, a partir dos pontos de coleta das amostras retiradas para análises,
no entanto a discussão se faz muito mais abrangente e necessita de estudos aprofundados de uso
e ocupação, e o objetivo deste trabalho é tão somente trazer uma análise parcial e mostrar a
importância da utilização de metodologias simples de análise para detecção de alertas naturais.
Deste modo notou-se que o ponto 1 apresentou turbidez elevada por carreamento de
sedimentos e alteração também na concentração de sólidos em suspensão detectados nas análises.
Os pontos 2 e 3 (foto 1) foram coletados nas áreas medianas do lago, utilizadas para atividades de
lazer, mas que apresentam assoreamento e concentração sedimentos, o ponto 4 possui um cenário
distinto, com a concentração da água acrescida do lago, como ponto de saída da água que advém
de toda sua extensão, com menor vazão apresenta baixa CSS, necessitando assim de uma análise
mais abrangente para definir seus parâmetros. Em geral a água do reservatório são impróprias para
consumo humano, no entanto, para definição dos parâmetros estabelecidos pela Resolução Nº
357/2005 da CONAMA, que estabelece o Índice de qualidade das Águas- IQA, para os diferentes
tipos de uso, se faz necessário estudos mais aprofundados dos parâmetros físico-químicos.
4 CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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USO DE GEOTECNOLOGIAS NO MAPEAMENTO DA ANÁLISE MORFOMÉTRICA
DA BACIA HIDROGRÁFICA DO CÓRREGO SÃO DOMINGOS, APORÉ (GO)
Resumo: O presente trabalho teve como objetivo fazer uma análise de dados morfométricos da
bacia hidrográfica córrego São Domingos no município de Aporé (GO), o córrego São Domingos
é um afluente do rio Corrente. A análise morfometria consistiu em analisar os parâmetros de
geometria, densidade de drenagem, área total, perímetro dentre outros. Foram utilizadas técnicas
de Geoprocessamento. Para a caracterização dos dados, o software utilizado foi o ArcGIS 10.1.
As bases de dados foram as: do Shuttle Radar Topography Mission (SRTM), disponibilizado pela
Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuária (EMBRAPA) Monitoramento por Satélite,
resolução espacial de 90 x 90 m; mapeados pelas folhas SE-22-V-D e SE-22-Y-B com escala
1:250.000; e da base hidrográfica, no formato shapefile (shp), disponibilizada pelo Sistema
Estadual de Geoinformação de Goiás. A partir da imagem do SRTM, foram gerados os mapas de
hipsometria, declividade; e ordem dos canais fluviais. Os resultados mostraram que a bacia tende
a ser alongada e apresenta chance baixa de ocorrer enchentes. A área total da bacia é de 148,70
km² e perímetro de 64,94 km. Os aspectos morfométricos e físicos da bacia demostram que a bacia
é considerada uma bacia com relevos planos, declividade baixa e hipsometria considerável, fato
este que garante a boa qualidade da bacia para fins agricultáveis.
1 INTRODUÇÃO
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TEODORO et al., 2007; NASCIMENTO e VILLAÇA 2008; PORTO e PORTO 2008; QUEIROZ
et al., 2014; AHER et al., 2014; CARVALHO 2014; ARAÚJO et al., 2015).
As bacias hidrográficas variam de tamanho e forma, e são compostas por um rio principal,
afluentes, subafluentes e tributários que formam as bacias, sub-bacias e/ou microbacias (conforme
a linha teórica seguida) que atravessam do meio rural a diferentes cidades e em alguns casos
estados e países. Elas atuam como um sistema coletor de águas e apresentam como divisores de
águas elevações topográficas e divisores geológicos que controlam para qual bacia a água de
escoamento da precipitação será drenada.
Bacia hidrográfica segundo Tucci (1993) é uma área de captação natural da água da
precipitação e que faz convergir os escoamentos para um único ponto exutório, sendo a jusante de
suas nascentes.
Neste contexto, o conhecimento das características físicas de uma bacia é de grande
importância para compreensão de vários fatores, desde o arranjo dos variados tipos de uso ao
longo das décadas, possíveis problemas ou soluções, execução de projetos para o planejamento
adequado, frente as suas limitações e potencialidades. Desta forma, as características
morfométricas do padrão de drenagem e do relevo refletem algumas propriedades do terreno,
como infiltração e deflúvio da água das chuvas, e expressam estreita correlação com a litologia,
estrutura geológica e formação dos elementos que compõem a superfície terrestre (PISSARRA,
POLITANO, FERRAUDO, 2004).
Neste sentido, vários métodos são constantemente aplicados para obtenção de dados
capazes de mostrar de forma qualiquantitativa as variáveis dentro de uma bacia hidrográfica e
dentre elas estão à caracterização morfométrica, que é proposta neste artigo, resultados os quais
foram obtidos através de técnicas de geoprocessamento e sensoriamento remoto baseados nas
proposições de Horton (1945), Stralher (1952) e Christofoletti (1980).
2 MATERIAIS E MÉTODOS
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A bacia hidrográfica do córrego São Domingos (BHSD) localiza-se entre as coordenadas
18°40'3,347" a 18°47'30,245" latitude Sul e 51°52'12,692" a 52°6'31,684" longitude Oeste,
mapeado pela folha SE-22-Y-B, contendo uma área de 148,70 km².
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de Geoinformação (SIEG). Para determinação das altitudes do canal fluvial principal, inicialmente
utilizou – se a ferramenta Data Management Tools → Features Class → Create Randon Points do
ArcGis 10.11, gerando pontos equidistantes de 50 m (no formato .shp) ao longo de todo o curso.
Para extração das altitudes fez uso da ferramenta 3D Analyst Tools → Functional Surface → Add
Surface Information, que a partir da intersecção do arquivo de pontos com a imagem SRTM, extrai
a altitude correspondente a cada um.
A etapa seguinte foi a de definição da hierarquia fluvial dos canais, segundo Strahler
(1952). Para a delimitação da BHSD, igualmente utilizou a imagem SRTM conforme descrito por
Souza (2013), conforme os seguintes comandos, contidos na ferramenta Spatial analyst Tools →
Hidrology:
• Fill: preencher a superfície da imagem removendo pequenas imperfeições;
• Flow Direction: avaliação de direção de fluxo;
• Flow Acumulation: fluxo acumulado;
• Watershed: delimitação da bacia;
• Raster to Features: Conversão da bacia, de imagem para polígono.
• Para os cálculos geométricos de área, perímetro da bacia utilizou – se a opção Calculate
Geometry, contido na Attribute Table, desta forma o SIG através da extração das coordenadas
do arquivo da bacia, calcula Xmin, Ymin, Xmax, Ymax e avalia a área total e perímetro.
1
Licenciado para o laboratório de Geoinformação da UFG - Regional Jataí.
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Frequência (Densidade) Comparar a frequência de Dn = N/A, onde N: Número
Hidrográfica canais fluviais por área de total de cursos de água e A: é a
medida. Área da bacia considerada.
Índice de Circularidade (Ic) Compara a área da bacia com Ic = A/Ac, onde A: Área da
um círculo cuja circunferência bacia considerada, Ac:
é igual a um ao perímetro da Perímetro.
bacia.
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Com área de 148,70 km², a bacia apresenta perímetro igual a 64,94 km e comprimento
axial de 14,77 km. A BHSD, conforme o método de classificação (hierarquia) de Horton (1945),
modificada por Strahler (1952), é de 3ª ordem, composta por 14 canais de 1ª ordem, 9 de 2 ª ordem
e 2 de 3ª ordem. Essa ordem obtida reforça que a BHSD é caracterizada como de média a pequena
drenagem. Conforme descrito por Tucci (2001), a ordem dos cursos d´água em uma bacia
hidrográfica representa o grau de ramificação do sistema de drenagem.
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Índice de sinuosidade (Is) 1,15 km.km-1
Razão de relevo (Rr) 0,01 m.m-1
Cota Máxima do canal 690,39 m
Cota Mínima do canal 587,26 m
Amplitude altimétrica do canal 103,13 m
Densidade de drenagem 0,11 km.km²
Comprimento do canal principal 16,99 km
Comprimento dos canais de 1ª Ordem 36,27 km
Rede de drenagem
Comprimento dos canais de 2ª Ordem 11,00 km
Comprimento dos canais de 3ª Ordem 11,67 km
Comprimento Total dos canais 58,93 km
Nº de Canais de 1ª Ordem 14 -
Nº de Canais de 2ª Ordem 9 -
Nº de Canais de 3ª Ordem 2 -
Org: QUEIROZ JÚNIOR, V. S; JESUS, D. B; (2017).
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O índice de sinuosidade (Is) da BHSD, foi de 1,15 km.km-1, concluindo que os canais são
transicionais. Lana et al (2001) discorre que a sinuosidade de um canal fluvial é influenciada pela
quantidade de sedimentos, pela compartimentação da litologia, estrutura geológica e pela
declividade dos canais.
A sinuosidade de canal sugere a velocidade de escoamento da água do canal principal. Para
Santos et al (2012); Alves et al (2016) quanto maior a sinuosidade, maior será a dificuldade de se
atingir o exutório do canal, portanto, a velocidade de escoamento será menor.
Em outro estudo, o da caracterização fisiográfica e morfométrica da bacia do córrego Jataí
no município de Jataí (GO), Lopes et al, 2007 encontrou o valor de 1,17 km.km-1 para o índice de
sinuosidade, 1,74% maior que o valor encontrado para a BHSD, sendo o valor considerado baixo
pelos autores.
O valor obtido para a razão de relevo (Rr) foi 0,01 m.m -1, mesmo valor encontrado por
Alves et al (2016) no estudo realizado na bacia do ribeirão das Abóboras em Rio Verde (GO),
desta forma, reforçando que a BHSD apresenta velocidade baixa de escoamento, colaborando para
maior infiltração da água no solo, baixa susceptibilidade a erosão e consequentemente redução de
risco de assoreamento. Schumm (1956) afirma que quanto maior o valor de razão de relevo, maior
será o desnível entre a cabeceira e o exutório, em decorrência, maior será a declividade média da
bacia, ou seja, a BHSD apresenta um desnível pequeno.
A densidade de drenagem (Dd) obtida neste estudo para a BHSD foi de 0,11 km.km-2,
inferindo que a bacia hidrográfica em análise é caracterizada como de média drenagem. Esta
tendência é confirmada pela densidade hidrográfica que apresentou um índice baixo (0,17
canais.km-2). A categorização da Dd de uma bacia hidrográfica para Beltrame (1994) incide em:
Dd < 0,50 km.km-2, avaliada como pobre, de 0,5 ≤ Dd < 1,5 km.km-2, caracterizada como regular,
de 1,5 ≤ Dd < 2,5 km.km-2, considerada como boa, de 2,5 ≤ Dd < 3,5 km.km-2, considerada muito
boa e Dd ≥ 3,5 km/km-2, como bacias excepcionalmente bem drenadas.
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Mapa 2: Aspectos Físicos da Bacia Hidrográfica Córrego São Domingos-Aporé (GO)
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Realizando uma fotointerpretação por meio de imagens de satélite da BHSD é possível
concluir que a mesma é considerada bastante antropizada, com usos diversificados dentre eles:
agricultura (principalmente cultura de cana de açúcar), pastagem, vegetação nativa e solos
descobertos, isto justifica devido a bacia proporciona relevos e declividade adequada para este
fim. Na bacia hidrográfica é possível encontrar dois tipos de solos, sendo o Latossolo Vermelho
Distrófico típico álico e o Latossolo Vermelho distrófico.
O canal fluvial do córrego São Domingos percorre aproximadamente cerca de 16,99 km,
desde a sua nascente até a sua foz, nascendo em altitude de 690,39 m e sua foz no rio Corrente a
aproximadamente 587,26 m em relação ao nível do mar, representando uma amplitude do canal
de 103,13 m, sendo uma amplitude baixa, conforme perfil longitudinal a seguir.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com base nos resultados encontrados conclui-se que a Bacia Hidrográfica do Córrego São
Domingos (BHSD) apresenta baixa densidade de drenagem e baixa frequência de rios, índices
estes que favorecem a infiltração em condições normais de precipitação. A mesma possui
tendência à forma alongada e é pouco suscetível a enchentes, também em condições normais de
precipitação. A BHSD apresenta condições físicas favoráveis a agricultura mecanizada, porém, é
necessário se ter uso de práticas conservacionistas associadas ao manejo correto.
A BHSD é considerada de quarta ordem, apontando que o sistema de drenagem da bacia é
pouco ramificado. A bacia tem uma área total de 148,7 e perímetro de 64,94, o canal principal do
rio percorre 16,99 km aproximadamente, com altitudes variando de 587,26 a 690,39 m e uma
amplitude do canal de 103,13 m.
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REFERÊNCIAS
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DEGRADAÇÃO AMBIENTAL CAUSADA PELA EXPANSÃO URBANA NA BACIA
HIDROGRÁFICA DO CÓRREGO DA QUEIXADA - JATAÍ (GO) ENTRE 2010 E 2016
Resumo: Com o advento da revolução industrial, houveram expansão das atividades industriais
fazendo com que as cidades se expandissem, assim desencadeando problemas ambientais, tais
como: poluição, desmatamento, redução da biodiversidade, mudanças climáticas, produção de
resíduos sólidos, esgoto, dentre outros. E a cidade de Jataí não foi diferente, nos meados do século
XIX teve sua origem e a cada ano sua população foi expandindo devido ao aumento da
urbanização. Diante disto o presente estudo tem por objetivo demonstrar a degradação ambiental
causada pela expansão urbana na bacia hidrográfica do córrego da Queixada na cidade de Jataí
Goiás. Para realização do mapeamento foi necessário a obtenção de imagens do Google Earth para
os anos de 2010 e 2016, posteriormente utilizado o software ArcGis 10.1 para a confecção dos
mapas. Pôde-se perceber o aumento da urbanização e a diminuição da vegetação nativa devido a
criação de loteamentos urbanos. Houve ainda uma mudança significativa na área em relação aos
anos de 2010 e 2016 com o aumento de novos loteamentos e construção de rodovias, e a
diminuição das áreas antes ocupadas por vegetação nativa.
1 INTRODUÇÃO
O aumento populacional tem crescido nas cidades médias fazendo com que o mercado
imobiliário cresça cada vez mais, aumentando as construções urbanas como residências,
industrias, etc. Nos últimos anos este processo tem tornado o crescimento desordenado,
principalmente em locais impróprios para construções.
Os novos loteamentos imobiliários são construídos em áreas de nascentes e mananciais,
não obedecendo às leis ambientais causando a degradação destes locais como a degradação da
vegetação nativa.
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Amorim (2000) destaca que os processos de ocupação do espaço urbano é um problema
sério, pois ocorre de forma desordenada, explorando os recursos naturais sem um devido
planejamento e controle dos mesmos.
De acordo com Arrais (2014) com a crescente urbanização das cidades vem ocorrendo
diferentes alterações na natureza, como a redução das florestas e consequentemente mudanças
climáticas, diminuição da capacidade de retenção de água pelo solo, dentre outros impactos que
estão sendo gerados cotidianamente.
A degradação do Cerrado é um dos principais problemas ambientais gerados pela
expansão agrícola e a expansão urbana, que resulta em diversos impactos na dinâmica natural de
um ecossistema.
Estes tipos de expansões podem ocasionar impactos negativos como desmatamento,
degradação do solo e da vegetação, fato esse, que demonstra a necessidade de preservação de seus
aspectos naturais. Para Silva et al. (2012) as destruições das matas ciliares provocam assoreamento
dos rios, aumenta a turbidez das águas e favorece a extinção de espécies vegetais e animais.
O córrego da Queixada encontra-se em um processo de modificação no que diz respeito
aos aspectos naturais, ocasionado por um processo de crescente urbanização, sendo que próximo
ao córrego existe loteamentos imobiliários e atividades agrícolas, que desencadeia impactos
negativos ao ambiente como qualidade hídrica, distribuição de flora e fauna, dentre outros
aspectos.
Diante dos pressupostos, o presente estudo tem por objetivo demonstrar a degradação
ambiental causada pela expansão urbana na bacia hidrográfica do córrego da Queixada na cidade
de Jataí Goiás entre os anos de 2010 e 2016.
E justifica-se devido que nos últimos anos a bacia tornou-se modificada por atividades
humanas, voltadas para a expansão urbana e agropecuária na área da bacia, portanto contribuindo
para alterações no regime ambiental de toda a bacia hidrográfica.
2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
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é localizada na área urbana da cidade de Jataí no Sudoeste de Goiás, aproximadamente 5 km a
oeste do centro da cidade. A área total da bacia é de 1.863 ha. (Mapa 1).
A bacia encontra-se nas coordenadas 419.124,99 m E, 8.028.060,83 m e N, 423.105,19
m E, N 8.021.056,99 m. A altitude mínima e máxima da bacia está entre 619 metros em sua foz e
868 metros em seu divisor de águas ao norte (CARVALHO, 2011).
3 METODOLOGIA
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Para a realização do presente trabalho foi necessário se basear na pesquisa bibliográfica
como artigos científicos e livros com a temática envolvendo impactos ambientais, expansão
urbana e imagens de satélites para verificação da expansão urbana em escala temporal. O trabalho
foi realizado de forma descritiva e empírica.
Para realização do mapa de localização e expansão urbana foi necessário a obtenção de
imagens do Google Earth para os anos de 2010 e 2016, posteriormente utilizado o software ArcGis
10.1 para a confecção dos mapas.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
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Posterior ao ano de 2010, mais loteamentos foram criados dentre eles: Flamboyant, Portal
do Sol e Jardim dos Ypês, no ano de 2011 foi aprovada a construção do anel viário que liga a
rodovia BR 158 a BR 364, na área de influência da bacia em questão, causando degradação
ambiental na área da bacia devido ao uso e ocupação das terras.
Observando ainda no mapa 2, pode-se perceber que a bacia encontra totalmente
antropizada desde atividades agrícolas a expansão urbana, apenas na área de Reserva Legal que
não há ocorrência destas atividades principalmente urbana devido a regulamentação da lei do
Código Florestal n° 12.651 de 25 de maio de 2012 que descreve que em todo imóvel rural deve se
ter áreas de Reserva Legal devendo manter a área com vegetação nativa, e onde está centrada a
mancha de vegetação nativa é área rural diretamente relacionada com a área urbana.
Nota-se que na bacia ocorreu uma grande expansão da área urbana no ano de 2016 em
relação ao ano de 2010 desde construções de casas a rodovias.
Oliveira (2017) relata em sua pesquisa que no cenário jataíense a urbanização surgiu
acompanhando os cursos de rios, córregos e rodovias. E essa ocorrência vêm sofrendo mutações,
desde a dinâmica quanto a sua forma e o acesso de ocupação destas áreas.
Segundo Oliveira (2017) a cidade de Jataí teve um grande aumento de loteamentos
imobiliários após a implementação do Jatahy Shopping no ano de 2011, sendo um investimento
privado que está vinculado aos interesses dos agentes imobiliários, que valorizou o entorno de
onde foi implantado, além de desencadear novos empreendimentos imobiliários na região da bacia
do córrego da Queixada.
De acordo com estudos realizados por Silva (2005), a cidade de Jataí teve sua origem em
virtude da expansão da agropecuária na segunda metade do século XIX, vindo a consolidar em
1970 com a implementação da agricultura moderna, fazendo com que se expandisse a malha
viária, devido ao aumento da população urbana e rural.
Carvalho (2010) relata em seu estudo que com a concretização dos empreendimentos
imobiliários em torno da bacia do córrego da Queixada, a distância entre área urbana e a borda da
mata do Queixada seria cerca de quinhentos metros, ameaçando a preservação e uma possível
criação de uma unidade de conservação do tipo parque ecológico. Pode ser observado que foram
construídas mais edificações após o ano de 2010, comprovando que as áreas de vegetação foram
substituídas.
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Com o aumento de loteamentos imobiliários tem provocado um grande aumento na
retirada da cobertura vegetal existente, causando impactos ambientais como empobrecimento dos
solos, contaminação dos lençóis freáticos dentre outros.
O estado de degradação da cobertura vegetal na área da bacia hidrográfica do córrego da
Queixada é crescente, principalmente o desmatamento que ocorre a diminuição da taxa de
infiltração da água, comprometendo o nível do lençol freático.
Para construções de loteamentos imobiliários as construtoras buscam locais com relevo
e declividade que são propícios para construções de empreendimentos, residências dentre outros,
como é o caso dos loteamentos instalados na área de influência da bacia do córrego da Queixada
entre os anos de 2010 e 2016, que apresentaram relevos e declive favoráveis à construções estes
loteamentos são considerados locais de moradias de pessoas com poder aquisitivo elevado em
relação aos setores de políticas habitacionais já existente como é o caso do setor José Bento.
Lacerda (2005) destaca que cidade, é, portanto, construída sobre um substrato com
características geomorfológicas próprias. Se levarmos em conta somente nos dias atuais, as
pessoas e órgãos competentes pela fiscalização de construções começaram a ter uma preocupação
com áreas que podem ou não ser construídas; portanto a maioria das cidades construídas até hoje
não tiveram o mínimo de planejamento urbano e ambiental necessário para a implantação de
moradias que não traga risco ao homem e ao meio ambiente onde está localizado.
Conforme Rampazzo (2002) as cidades são áreas onde vivem a grande maioria dos
homens, o crescimento rápido destas, não acompanha o mesmo ritmo do atendimento de
infraestrutura para a preservação e conversação dos recursos naturais, acarretando degradação
destes recursos.
Souza (2000) relata que a degradação ambiental é problema evidente e refere-se que os
problemas ambientais são todos aqueles que afetam negativamente a qualidade de vida dos
indivíduos no contexto de sua interação com o espaço, seja o espaço natural (estrato natural
originário, fatores geoecológicos), ou espaço social.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Pôde ser observado as transformações geradas pela ação humana na bacia hidrográfica
do córrego da Queixada, analisando as imagens de satélites do ano de 2010 e 2016. Que a
especulação imobiliária aumentou nestes seis anos, pois houve um grande aumento na instalação
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de loteamentos imobiliários, um fator que contribuiu para este aumento foi a construção do Jatahy
Shopping no ano de 2011 e que no seu entorno fosse ocupado por novas residências.
Outro aspecto que contribuiu para a expansão urbana neste local foi devido o relevo
declividade da bacia serem propícios para as construções já realizadas e nas novas construções de
loteamentos imobiliários, devido o mesmo ser considerado plano, sendo fator primordial para este
tipo de construção.
Analisando o estado de degradação da cobertura vegetal da bacia, faz-se necessário
definir um plano de gerenciamento ambiental, que resulte em um manejo adequado de
ordenamento territorial e das áreas de preservação ambiental.
E com o término do trabalho foi possível perceber que ainda existem áreas no entorno do
curso d’água favoráveis a futuras edificações. Para que não haja impactos ambientais de maior
proporção são necessárias propostas como de criação de um parque ecológico, o qual contribuirá
para a recuperação e preservação dos recursos naturais existentes na bacia córrego da Queixada,
assim evitando que a crescente expansão urbana e atividades agrícolas gerem impactos negativos
sobre o ambiente da bacia, mas para isso é necessário que haja efetivação por parte do poder
público como, Prefeitura Municipal, Câmara de Vereadores dentre outros.
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ANÁLISE AMBIENTAL E VALIDAÇÃO DA CLASSIFICAÇÃO PARA
MAPEAMENTO DE USO E COBERTURA DA TERRA E AVALIAÇÃO DA
VEGETAÇÃO CILIAR NA BACIA HIDROGRÁFICA DO CÓRREGO
RIBEIRÃOZINHO/MS
Resumo: O objetivo do trabalho foi elaborar o mapeamento de uso e cobertura da terra e sua
validação estatística na bacia hidrográfica do córrego Ribeirãozinho (MS), aplicado a uma análise
ambiental da atual situação da bacia hidrográfica e o problema da falta de vegetação ciliar. O
córrego Ribeirãozinho está localizado no município de Selviria/MS. Para o desenvolvimento deste
trabalho foram utilizadas imagens de radar da missão Shuttle Radar Topography Mission (SRTM)
e imagens do satélite Landsat 8 (OLI), onde realizou-se a fusão com a banda 8 (Pancromática),
obtendo como produto final uma imagem com resolução espacial de 15 m, imageadas em 2016.
Foram empregadas técnicas de Processamento Digital de Imagem (PDI) para obter uma melhor
qualidade visual das imagens. As Áreas de Preservação Permanentes estão ligadas diretamente às
funções ambientais e são essenciais para a estabilidade do meio, e sua ausência pode acarretar
problemas significativos e altamente prejudiciais para o ecossistema. Os resultados obtidos através
da análise ambiental realizada a partir do mapeamento temático foram satisfatórios, podendo
observar o aumento das áreas degradas ao longo do curso d’água e, simultaneamente, a falta de
vegetação ciliar.
Palavras-chave: Sensoriamento Remoto; Mapeamento Temático; índice Kappa.
1 INTRODUÇÃO
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não possui vegetação em suas APPs e no entorno de sua drenagem, e ao longo do seu canal vastas
áreas degradadas, além de uma grande área assoreada em seu exutório (BRAZ; COSTA;
MIRANDOLA, 2015).
Para Machado (2004), as APPs estão ligadas diretamente às funções ambientais, através do
fornecimento de bens e serviços fundamentais para toda a população. Estes bens e serviços estão
relacionados à regularização da vazão, retenção de sedimentos, conservação do solo, recarga do
lençol freático, biodiversidade, dentre diversos outros benefícios.
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simular o comportamento de um foto intérprete, ao reconhecer áreas homogêneas das imagens,
baseando nas propriedades espectrais e espaciais das imagens (SANTOS et al, 2010).
O Sensoriamento Remoto e o Geoprocessamento, remetem papéis importantes no
entendimento dos recursos naturais. O Sensoriamento Remoto permite uma maior aquisição de
informações sobre a superfície terrestre, detectando e registrando a imagem e/ou o objeto sem que
haja contato direto com os mesmos (ALMEIDA et al, 2012).
O presente trabalho propôs o mapeamento de uso e cobertura da terra e sua validação
estatística na bacia hidrográfica do córrego Ribeirãozinho (MS), aplicado a uma análise ambiental
da atual situação da bacia hidrográfica e o problema da falta de vegetação ciliar.
2 METODOLOGIA
Para delimitar a bacia hidrográfica foram utilizadas imagens de radar SRTM (Shuttle
Radar Topography Mission) e processamentos da ferramenta Generate Watershed, que leva em
consideração os valores altimétricos da imagem SRTM para definir os limites (vertentes ou
divisores de água) da bacia hidrográfica. Este processo foi realizado no Sistema de Informação
Geográfica (SIG) Global Mapper 16.
Com os limites da bacia hidrográfica definidos, utilizou-se imagem do satélite Landsat 8
sensor OLI (Operation Land Imager), órbita 223/ponto 74, imageada na data de 18/05/2016. A
imagem foi disponibilizada gratuitamente através do Serviço Geológico dos Estados Unidos
(USGS, sigla em inglês) na plataforma online Earth Explorer.
Para gerar a composição colorida foram utilizadas as bandas 6 (Vermelho - Infravermelho
Médio/SWIR – 1,57μm a 1.65μm), 5 (Verde – Infravermelho Próximo – 0,85μm a 0,88μm) e 4
(Azul – Visível do Vermelho – 0,64μm a 0,67μm), com resolução radiométrica de 16 bits e
resolução espacial de 30 m.
A imagem do sensor OLI, acoplada ao satélite Landsat 8, apresenta resolução radiométrica
de 16 bits, e suas imagens possuem resolução espacial de 30 metros e/ou 15 metros caso houver
fusão com a banda pancromática. A largura da faixa imageada pelo Landsat 8 é de 185km.
Com a composição colorida finalizada, realizou-se a fusão com a banda 8 (Pancromática
– 0,50μm a 0,68μm) com resolução espacial de 15 m, obtendo-se como produto final uma imagem
multiespectral com resolução espacial de 15 m. A fusão das imagens possibilitou agregar melhor
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resolução espacial da banda pancromática à melhor resolução espectral das demais bandas,
produzindo uma imagem colorida que reúne ambas as características (ADAMI et al, 2007).
Foram empregadas técnicas de Processamento Digital de Imagens (PDI), a fim de a realçar
o contraste das bandas a partir da equalização do histograma em RGB. A equalização do
histograma de cores das imagens teve finalidade de aplicar o realce, onde os níveis de cinza das
imagens foram distribuídos uniformemente pelo histograma, colaborando com melhor qualidade
visual e proporcionou melhor interpretação visual e digital das informações representadas nas
imagens dos satélites.
A plataforma utilizada para o PDI das imagens de satélite foi o SIG SPRING® versão 5.3.
No SPRING, aplicou-se técnicas de classificações digitais de imagens, a partir de classificação
supervisionada usando o algoritmo Bhattacharya. O classificador Bhattacharya é um algoritmo
de classificação supervisionada onde requer a seleção de áreas de treinamento, podendo utilizar
as regiões separadas durante o processo de segmentação ou polígonos representativos das regiões
a serem classificadas (SANTOS et al, 2010).
Antecedendo a classificação, foram elaboradas segmentações por crescimento por regiões,
com 95% de limiar de aceitação. Com o parâmetro de similaridade de 110 e área (pixels) de 120.
A definição do limiar de similaridade é uma etapa fundamental no processo de
segmentação, devido à sua influência direta na precisão do produto final. A delimitação do
tamanho da área é outra importante etapa no processo de segmentação, onde se considera o
tamanho mínimo das regiões que serão individualizadas pelo algoritmo (OLIVEIRA, 2002).
Os parâmetros possibilitam controlar o resultado da segmentação, entretanto não há um
valor ideal estabelecido, pois depende da imagem que está sendo trabalhada e de suas
características, por isso há necessidade de realizar testes com diversas combinações de valores até
chegar em um resultado satisfatório.
Ao final da classificação, foi gerado a exatidão global e o índice kappa a partir da matriz
de confusão estabelecida, para validar a precisão do resultado da classificação supervisionada.
Este método foi aplicado devido a ausência de trabalhos de campo.
A matriz de confusão foi tabulada e organizada no software Excel 2013, onde também
foram realizados os cálculos dos valores. A fórmula utilizada para obter os resultados da exatidão
global foi:
EX = D/T (1)
Onde: D: elementos da diagonal principal; T: total de amostras.
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E as fórmulas utilizadas para gerar o valor kappa foram:
r
Q = Σ xᵢ+ x+ᵢ (2)
ᵢ=1
_____________
T
K=D–Q/T–Q (3)
Onde: Q: soma da multiplicação dos totais dividido pelo total de amostras; Σ: somatório; xᵢ+:
soma das linhas da matriz de confusão; X+ᵢ: soma das colunas da matriz de confusão; r: número
de categorias presentes na matriz de confusão; T: total de amostras; K: kappa; D: soma das
diagonais principais.
Por fim, com a classificação gerada, o resultado foi representado em forma de mapas de
uso e cobertura da terra da bacia hidrográfica do córrego Ribeirãozinho. A elaboração final do
layout dos mapas foi feita no SIG ArcGIS 10.4, no módulo ArcMap.
3 RESUTADOS E DISCUSSÕES
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Figura 2: Mapa de uso e ocupação do solo a partir da imagem do satélite Landsat 8.
Para uma melhor análise da classificação, foi realizado uma análise quantitativa das áreas
classificadas e a tabulação dos valores, conforme o Quadro 1.
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Solo Exposto 16.537.500 0,6
A bacia hidrográfica apresentou 93,2% de pastagem, tomando grande área da bacia, 4,5%
de vegetação florestal, 0,6% de solo exposto e apenas 1,7% de área úmida.
Devido a ausência de trabalhos de campo, optou-se pela utilização do método kappa e
exatidão global para a validação do resultado final da classificação (Quadro 2).
O resultado obtido através do índice kappa para avaliar a confiabilidade dos mapas foram
comparados com os parâmetros estabelecidos por Congalton e Green (1998), citado por Santos et
al. (2010), conforme o Quadro 3.
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302, do CONAMA de 13 de maio de 2002) foi instituído para a proteção da flora, fauna e dos
recursos hídricos e identifica áreas ambientalmente sensíveis que devem ser preservadas. Essas
leis podem permitir a sustentabilidade de
uma bacia hidrográfica, pois, sugerem total proteção para os recursos naturais pertencentes
a essas áreas.
Conforme Zakia e Pinto (2013), os limites estabelecidos para as APPs (Quadro 4) são:
Quadro 4: Medidas dos rios e largura necessária da mata ciliar em ambos os lados do
rio/córrego
LARGURA DO LARGURA DA MATA CILIAR DE AMBOS OS LADOS DO
RIO/CÓRREGO RIO/CÓRREGO
Nascentes Raio de 50 m
Até 10 metros 30 m
De 10 a 50 metros 50 m
De 50 a 200 metros 100 m
De 200 a 600 metros 200 m
Superior a 600 metros 500m
Fonte: Brasil (2012); Zakia e Pinto (2013).
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4 CONCLUSÃO
As geotecnologias mostram-se cada vez mais vitais para auxiliar nas gestões ambientais,
pois permite uma maior aquisição de informações sobre a superfície sem que haja um contato
direto com os mesmos.
Nota-se que a área de estudo é caracterizada pelo domínio de pastagem e pequenas áreas
dispersas de vegetação florestal, não vegetação ciliar ao longo do curso d’água, sendo estas
essências para a estabilidade do meio e sua ausência pode acarretar problemas significativos e
altamente prejudiciais para o ecossistema.
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ANÁLISE ESPACIAL DA QUALIDADE HÍDRICA EM UM LAGO URBANO NA
CIDADE DE JATAÍ (GO)
Resumo: Compreender as variáveis da qualidade da água é fundamental uma vez que fornecem
importantes informações sobre as alterações na dinâmica natural do ambiente aquático. Nesse
sentido o presente estudo tem por objetivo analisar a qualidade hídrica em cinco pontos do
compartimento aquático do lago do parque ecológico JK, localizado na área urbana do município
de Jataí (GO). Para concretização dessa pesquisa foram realizadas analises de pH, TDS, Turbidez,
Concentração de sólidos em Suspensão (CSS), dentre outras, as quais revelaram a necessidade de
constantes monitoramento na qualidade da água para orientar a sociedade em geral e o poder
público no desenvolvimento de soluções para possíveis alterações nesse ambiente. Devido sua
importância para a história da população da região e para a manutenção dos recursos naturais
presentes na área urbana de Jataí, foi selecionado a área do lago do Parque ecológico JK para
realização dessa pesquisa, a qual concretizou-se com a escolha de cincos (5) pontos de
monitoramento da qualidade da água no lago JK, os quais foram georreferenciados e determinados
de modo que abrangesse todo o compartimento aquático. As coletas de águas para análises
ocorreram no dia 10 de agosto de 2017 entre as 16 às 18 h (horário de Brasília). As variáveis da
qualidade da água selecionadas, consistiram em Potencial Hidrogeônico (pH), (TDS), (NaCL),
(DO %), (DO mg/L), temperatura (°C) e turbidez. Com o término desse presente estudo foi
verificado alguns parâmetros da qualidade hídrica do lago JK, os valores de todas as análises
realizadas apresentaram-se dentro dos padrões estabelecidos pela resolução CONAMA 357/2005.
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1 INTRODUÇÃO
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Classe 4: Águas destinadas a navegação e a harmonia paisagística. A resolução CONAMA
357/2005, também define as concentrações máximas permitidas de substâncias, bem como os
valores máximos permitidos dos aspectos físicos, químicos e biológicos.
As atividades antrópicas, realizadas nas últimas décadas, tais como mineração, construção
de barragens e represas, desvio do curso natural de rios, lançamento de efluentes domésticos e
industriais não tratados, desmatamento e uso inadequado do solo, dentre outros, e os ecossistemas
aquáticos têm sofridos alterações consideráveis. Com isso, vem sendo verificado uma significativa
queda da qualidade da água e perda de biodiversidade aquática, o que resulta na desestruturação
do ambiente físico, químico e alteração da dinâmica natural das comunidades biológicas
(GOULART e CALLISTO, 2003).
As construções de lagos urbanos visam diversas vertentes que vão desde a urbanização de
áreas degradadas, passando por áreas de fornecimento de água potável até embelezamento de
áreas, todavia, cursos de água urbanos merecem especial atenção haja vista a pressão urbana ser
mais danosa no que tange a poluição/contaminação, neste sentido estudos que visam analisar e
mitigar danos urbanos a lagos urbanos são de grande relevância. Nessa perspectiva o presente
trabalho ter por objetivo visa medir o grau de poluição e ou degradação no lago JK na cidade de
Jataí/GO através de algumas variáveis limnologias, sendo elas:
Potencial Hidrogeniônico (pH), o qual pode ser de origem natural ou antrópica, sendo
identificado por meio de substâncias ou sais presentes na água. Neste parâmetro leva-se em
consideração a concentração de íons hidrônio (H+) que determina a concentração numa faixa que
vai de 0 a 14, sendo considerada ácida (quando pH < 7); neutra (quando pH = 7) e alcalino (quando
pH > 7).
O Cloreto de Sódio (NaCL) é um composto iônico que apresenta dois tipos de íons: Na+
(sódio) e Cl - (cloreto) esta propriedade está intrinsecamente ligada ao gosto da água
O oxigênio dissolvido (OD) na água pode ter origem tanto na fotossíntese da biota aquática
como no processo de difusão que ocorre na interface ar-água e sua concentração pode variar em
função da temperatura, salinidade e pressão (SMITH, 1990).
A temperatura (°C) é um dos componentes físicos mais importantes da água, a sua variação
mínima positiva ou negativa influencia em toda fauna e flora do ambiente, podendo aumentar o
número de algas e parasitas que podem ser prejudiciais aos seres vivos. A temperatura é um dos
padrões, ou características organolépticas, de qualidade das águas, atrelada à sensibilidade dos
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organismos vivos, que tornam o ambiente atraente ou não para o consumo, assim como a
transparência, sabor, odor e aparência (PERCEBON, BITTENCOUR, ROSA FILHO, 2002 p. 19).
A turbidez se origina de partículas que geram uma aparência turva (suja) na água,
ocasionada pela passagem da luz. Santos, (2010), ressalta que o valor da turbidez da água é
diretamente proporcional à quantidade de luz que passa por ela e que o conhecimento desse
potencial auxilia para o monitoramento do poder de corrosão.
Suquio e Carvalho (2008, p. 73) define Concentração de Sólidos em Suspensão (CSS)
como “sedimento ou sólidos é a partícula depositada que se deriva da rocha ou de materiais
biológicos, que pode ser transportada por fluido”.
2 METODOLOGIA
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Organização: Produção dos Autores (2017).
“...o parque conta com uma grande área verde, cujos destaques principais são: um lago
formado por riachos e um prédio inspirado no modernismo brasileiro, representativo da
época em que foi construída Brasília, com o objetivo de fazer referência à mesma - esse,
denominado Memorial JK - Jataí. Foi construído para abrigar a exposição sobre o
Presidente JK, resultado de uma pesquisa realizada em parceria firmada entre a Prefeitura
Municipal e o Campus Avançado de Jataí - UFG.” (Prefeitura Municipal de Jataí 2017).
Equação (1):
CSS = (Pf – Pi)/V * 1000
Onde:
Pf = é o peso final (g)
Pi = é o peso inicial dos filtros (g)
V = representa o volume de água filtrada (300 mg/L).
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3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Com base nos resultados a variável pH apresentou-se variação de 6,81 no ponto dois a 7,24
no ponto quatro, valores esses que se encontram dentro dos limites estabelecidos pela resolução
CONAMA 357/2005. Quanto a variável T.D.S o maior valor encontrado foi no ponto um
apresentando 28,61 e o menor valor no ponto três sendo medidos 27,05 o desvio padrão foi muito
pequeno nesta variável sendo ambos os valores dentro dos limites aceitáveis pela resolução
CONAMA 357/2005 (Gráfico 1)
Na variável NaCl, ou seja, Cloreto de Sódio o maior valor encontrado foi de 33,71 no ponto
um e o menor no ponto cinco sendo valores totalmente aceitáveis no que tange a legislação
brasileira. O oxigênio dissolvido tanto em porcentagem quanto em miligramas está dentro do que
é estabelecido pela resolução vigente.
Apesar de ser uma das propriedades de maior importância dentro das variáveis da água
não existe valores mínimos estipulados por lei quanto a temperatura, haja vista, que a grande
discrepância ocorrida dentre as várias regiões brasileiras. Deste modo a temperatura oscilou de
22,6 °C a 24 °C valores estes que são justificados devido a incidência de radiação solar ter sido
mais evidentes em alguns pontos.
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A turbidez e medida pela Unidade Nefelometrica de Turbidez (UNT) a resolução
CONAMA afirma que até 40 UNT a água deve ser enquadrada na classe um, e o maior valor
encontrado foi de 6,01 UNT, podendo ser destinadas ao consumo humano após tratamento
simplificado; a proteção das comunidades aquáticas, a irrigação de hortaliças e frutas que são
destinadas ao consumo humano, dentre outros critérios.
Os valores de CSS encontrados (quadro 1) foram considerados baixos, sendo intimamente
ligado aos valores de turbidez, sendo que onde ocorreu maior valor de turbidez desencadeou um
maior valor de CSS.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com o término desse presente estudo foi verificado alguns parâmetros da qualidade hídrica
do lago JK. Os valores encontrados mostraram que o lago encontra-se dentro dos limites
estabelecidos pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente, e apresentaram dentro da classe 1 que
destaca a necessidade apenas de tratamento simplificado para que as mesmas sejam utilizadas pelo
ser humano.
Apesar de que variáveis não apresentarem níveis com significâncias negativas é importante
o constante monitoramento desses parâmetros para que não ocorra impactos ambientais negativos
no mesmo, tanto para a conservação do meio ambiente e dos recursos hídricos, mas também por
ser uma área de lazer visitada pela população jataiense, o que revela a importância da manutenção
de seus aspectos naturais para que futuramente seus benefícios continuem sendo acessados por
diferentes gerações.
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REFERÊNCIAS
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PORTO, M. F. A. Sistemas de Gestão de Qualidade das Águas, uma proposta para o caso
brasileiro, Tese de Livre Docência, Escola Politécnica da Universidade de São Paulo,
Departamento de Engenharia Hidráulica e Sanitária, São Paulo. 2002.
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MAPEAMENTO DO USO E COBERTURA DA TERRA E ANÁLISE DAS ÁREAS DE
PRESERVAÇÃO PERMANENTE NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIBEIRÃO
PERIQUITO (MS) NO ANO 2016
1 INTRODUÇÃO
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ambiental da região podendo contribuir na identificação e quantificação das áreas de APP,
destacando a importância do código florestal brasileiro se respeitado.
Partindo de um enfoque sistêmico, este trabalho tem como referência a Teoria Geral dos
Sistemas (TGS), desenvolvida por R. Defay e Ludwig Von Bertalanffy, em 1932, tal teoria
possibilitou a realização de estudos numa perspectiva organistica dos processos, resultando numa
visão integrada dos diversos elementos e fatores organizados em uma determinada estrutura, e por
meio dos quais se processa a transferência de matéria e energia, refletindo num determinado estado
de funcionamento dinâmico do conjunto.
Sendo assim, baseado da TGS, o objeto de estudo deste trabalho está estruturado da
seguinte maneira: Bacia Hidrográfica do Rio Paraná – Sistema; Bacia Hidrográfica do Rio Sucuriú
– Subsistema e Bacia Hidrográfica do Ribeirão Periquito – Parte Componente.
Ressalta-se que no estudo e análise dos sistemas, faz-se necessário estudar não somente
as partes e os processos de forma isolada, mas compreender o funcionamento e a organização que
unifica estas partes, resultado da conexão dos diferentes elementos componentes. Na abordagem
de Tricart (1977), o conceito de sistema é atualmente o melhor instrumento lógico de que se dispõe
para estudar os problemas do meio ambiente.
Deste modo a área de estudo, está localizada entre as coordenadas geográficas 19°30’ a
21°06’S e 51° 30’ a 52° 30’W, situada entre os municípios de Três Lagoas/MS e Selvíria/ MS,
como apresentado no mapa a seguir:
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Figura 1: Mapa de localização da Bacia Hidrográfica do Ribeirão Periquito
Esta pesquisa também buscou destacar a importância do uso das geotecnologias para o
desenvolvimento de trabalhos que visam à análise da distribuição espacial dos objetos, neste caso
tornando-se uma ferramenta fundamental na fiscalização do cumprimento das leis, permitindo a
análise de áreas protegidas legalmente pelo Código Florestal Brasileiro.
2 METODOLOGIA
Quanto à parte metodológica deste trabalho, a mesma foi dividida em etapas, partindo
dos trabalhos teóricos de gabinete, sendo concluída com os mapeamentos finais de uso e cobertura
da terra, das APPs e das nascentes da BHRP.
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2.2 Etapa 2 - Composição teórica da estrutura sistêmica
Na segunda etapa foi definida a composição da estrutura sistêmica, voltada para o
atendimento da hierarquização e caracterização das partes componentes do sistema da Bacia
Hidrográfica do Ribeirão Periquito, que será estudada e analisada através dessa estrutura
sistêmica, e suas alterações ambientais serão identificadas a partir de suas partes componentes.
Chistofolleti (1985) confirma: “A aplicação da teoria dos sistemas aos estudos
geográficos serviu para melhor focalizar as pesquisas e para delinear com maior exatidão o setor
de estudo desta ciência, além de propiciar oportunidade para considerações críticas de muitos dos
seus conceitos”.
Deste modo, segundo um enfoque sistêmico a área de estudo está definida do seguinte
modo: Bacia Hidrográfica do Rio Paraná – Sistema; Bacia Hidrográfica do Rio Sucuriú –
Subsistema e Bacia Hidrográfica do Ribeirão Periquito – Parte Componente.
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Notou-se que para uma classificação mais precisa da área de estudo, uma melhora na
qualidade visual da imagem digital era necessário. Diante disso, foi realizado o processo de realce
da imagem, a partir da equalização do histograma.
Inicialmente, este processo de segmentação rotula cada "pixel" como uma região distinta.
Calcula-se um critério de similaridade para cada par de regiões adjacente espacialmente.
O critério de similaridade baseia-se em um teste de hipótese estatístico que testa a média
entre as regiões. A seguir, divide-se a imagem em um conjunto de sub-imagens e então
realiza-se a união entre elas, segundo um limiar de agregação definido. (DPI. INPE,
2006)
2.5 Etapa 5- Levantamento das áreas de APPs e nascente na bacia hidrográfica do ribeirão
periquito
Nessa etapa do trabalho, foram delimitadas as áreas referentes às Áreas de Preservação
permanente (APP), estabelecidas pelo Código Florestal Brasileiro, no artigo 2º da Lei nº 12.651
de 25 Março de 2012 e especificadas pela Resolução nº 302 do Conselho Nacional do Meio
Ambiente (CONAMA), na data de 20 de março de 2002.
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Como não houve trabalho de campo, o levantamento das APPS e nascentes foi realizado a partir
da análise de imagens de satélite de alta resolução disponibilizadas gratuitamente pelo software
Google Earth Pro e pela imagem fusionada LANDSAT 8, como uma resolução espacial de 15
metros.
3 RESUTADOS E DISCUSSÕES
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Vale ressaltar que as quatro classes, Vegetação, Pastagem, Silvicultura e Corpo d’agua
continental, foram baseadas e adaptadas a partir da leitura do Manual Técnico de Uso da Terra,
disponibilizada pelo IBGE. A classe área colhida não se encontra no manual, no entanto se
mostrou importante no mapeamento, já que com o auxilio de imagens de datas anteriores à deste
trabalho, se pode confirmar a presença de plantio de eucalipto nas áreas selecionadas.
Ao analisar o mapa, percebe-se que as classes que mais se destacam são as de silvicultura
e pastagem. No entanto, para uma melhor compreensão da dinâmica de uso e cobertura da bacia,
foi elaborada uma tabela quantitativa com os dados da área total da bacia e também da cada classe
componente, tendo seus resultados em quilômetros quadrado e porcentagem
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Silvicultura 90,38 48,19
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sendo assim, segundo o atual Código Florestal Brasileiro, a área de APP deveria ser equivalente a
30 metros ao entorno do canal.
Em relação as nascentes o Código Florestal Brasileiro determina uma área de 50 metros
de APP ao entorno. Quanto à foz, após a medição via imagem de satélite, chegou-se a uma média
de 100 metros de largura no canal, deste modo, deve-se ter então uma área de 100 de área de
proteção permanente.
Em uma primeira leitura do mapa, nota-se que aparentemente a legislação está sendo
cumprida na BHRP, no entanto com a análise dos dados quantitativos de uso e cobertura da APP,
apresentados na Tabela 2, percebeu-se a presença, mesmo que pequena, de duas classes que não
correspondem a Vegetação Florestal.
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Silvicultura 0,01 0,24
4 CONCLUSÕES
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Por fim, destaca-se a importância do cumprimento das leis ambientais no uso da terra, que
se relacionado à manutenção dos ambientes naturais com a criação de um plano de manejo, tende-
se a ter maiores benefícios no futuro.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012. Presidência da República. Casa Civil, Subchefia
para Assuntos Jurídicos. Brasília, DF. 2012.
MACHADO, P.A.L. Direito ambiental brasileiro. 12.ed. São Paulo: Malheiros, 2004.
SANTOS, A. R.; PELUZIO, T.M.O.; SAITO, N.S. SPRING 5.1.2: passo a passo: aplicações
práticas. Alegre: CAUFRES, 2010. 153p.
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GEOTECNOLOGIAS APLICADAS NA ANÁLISE MULTITEMPORAL DO
DESMATAMENTO DA PARTE COMPONENTE BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO
LAJEADO AMARELO – MS (2010 -2014)
1 INTRODUÇÃO
É necessário estudar não somente partes e processos isoladamente, mas também resolver
os decisivos problemas encontrados na organização e na ordem que os unifica, resultante
da interação dinâmica das partes, tornando o comportamento das partes diferente quando
estudado isoladamente e quando tratado no todo (PIRES, 2011 apud BERTALANFFY,
1972, p.53).
Organizador: Rodrigues, A. C.
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A avaliação do uso e ocupação da terra tem como função a definição das classes e como
os recursos locais são utilizados sobre o ecossistema, pois a ação antrópica modifica o ambiente
natural e consequentemente altera o ambiente social (geossistema) que engloba o ambiente
natural, os seres vivos, o espaço geográfico e suas relações, provocando azares ambientais. Dessa
forma buscou-se analisar de forma sistêmica o ambiente com analise multitemporal propondo o
planejamento de forma consciente em consonância dos recursos utilizados no avanço
agrotecnológico.
O trabalho tem como objetivo avaliar o avanço da ação antrópica sobre a área de estudo
observada, mediante a um processo de comparação das mudanças ocorridas nos anos de 2010 e
2014. Com o enfoque no mapeamento da cobertura vegetal e do uso da terra onde se enquadra a
Bacia Hidrográfica do Córrego Lajeado Amarelo é, portanto, indispensável para o planejamento
ambiental racional que poderá auxiliar a superar problemas relacionados ao processo de
desenvolvimento econômico gerador de passivos ambientais e que conduzem à deterioração da
qualidade ambiental (FARIA, Karla 2008).
2 MATERIAL E MÉTODOS
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Fez-se a interpretação das imagens a partir do processamento digital, extraindo assim as
informações condizentes com o local de estudo, identificando assim as classes de uso do solo, a
interpretação e a definição das classes temáticas é feita da seguinte forma:
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
As imagens de satélite usadas para a avaliação multitemporal dos anos de 2010 e 2014
evidenciam e esclarecem para quais fins a região tem sido utilizada e os rumos do uso e ocupação
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da terra que estão sendo delineados no presente momento, assim permitindo ações promotoras de
planejamento do uso racional destes recursos.
Após a realização dos procedimentos já esclarecidos anteriormente, com o processamento
digital das imagens de satélites LANDSAT-5 e LANDSAT-8, foram detectadas a priori no ano de
2010, 6 classes, dentre elas estão: Pastagem, Vegetação Natural Campestre, Vegetação Natural
Florestal, Solo Exposto, Áreas Úmidas e Agua Continental.
Figura 3: Uso e ocupação da terra na Bacia Hidrográfica Lajeado Amarelo no ano de 2010
7% Vegetação natural
Campestre
Área Úmida
Solo Exposto
81%
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Figura 4: Mapa de uso e ocupação da terra na Bacia Hidrográfica Lajeado Amarelo em 2010
Organização: BRITO, R. M.
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Tal processo pode ser explicado em função da necessidade de produção de eucaliptos na
região, voltados à fabricação de celulose e papel, liderada por empresas como Fibria, Votorantim
Celulose e Papel e Eldorado (PIRES, 2011).
O mapa de uso e ocupação da terra de 2014 (Figura 6) aparentemente apresentou variações
não tão bruscas referente ao mapa de 2010, porém nesta imagem aparece a classe silvicultura, que
é determinante nos dias atuais para explicar como a economia da região se constrói e alicerça a
atuação de grandes empresas instaladas no Município de Três Lagoas-MS, processo este que deve
ser avaliado, levando-se em consideração a interação dos sistemas em um ambiente no qual estão
integrados e se correlacionam de forma interativa e dinâmica.
Figura 6: Mapa de uso e ocupação do solo na Bacia Hidrográfica Lajeado Amarelo em 2014
Organização: BRITO, R. M.
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Figura 7: Fazenda CANAAN, área de proteção permanente com pouca vegetação natural as
margens e sem proteção (cerca), Bacia HIdrografica Corrego Lajeado Amarelo, Nov/ 2014
Autor: BRITO R. M
Autor: BRITO, R. M
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Nessas áreas o efeito do gado é mais expressivo, indica-se uma preferencia do pastoreio
de gado pelas terras baixas (Zonas Riparias) devido à disponibilidade de forragem, proximidade
da agua e condições de conforto térmico entre outros aspectos Thomaz e Dias (2009), essa
preferencia acaba gerando um superpastejo.
No que se trata dos efeitos diretos, a exposição do solo por falta de cobertura vegetal e a
compactação do solo estão entre as principais, acarretando a diminuição da infiltração e a geração
de trilhas pelo gado como verificadas na imagem, colaboram com os variados processos de
degradação do terreno.
4 CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Goiânia – Goiás.
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AVALIAÇÃO DO USO DO SOLO NAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE
(APPS) NO CURSO DO CÓRREGO SÃO JOSÉ DO MUNICÍPIO DE ITUIUTABA -
MG.
Resumo: Cada vez mais, a sociedade, em especial os geógrafos, tem se dedicado na busca pela
compreensão do espaço/tempo, de diversas formas e métodos. Uma das formas de se representar
o espaço geográfico é através de mapeamento, este podendo ser realizado de inúmeras formas e
métodos. Neste trabalho, buscou-se a compreensão do uso do solo no curso d’água do Córrego
São José por nele conter diversos elementos naturais e antrópicos que se relacionam. Neste viés,
entende-se a necessidade de se realizar um mapeamento eficaz para o monitoramento e gestão de
seu uso. Para isto, encontrou-se no sensoriamento remoto na interpretação do uso do solo por meio
de segmentação automática dos alvos. O recorte espacial escolhido para o mapeamento foram as
Áreas de Preservação Permanentes (APPs) no curso do córrego São José do município de Ituiutaba
- MG. Metodologicamente, este trabalho dividiu-se nas seguintes etapas: a) levantamento
bibliográfico considerando as técnicas do sensoriamento remoto em pregando o SIG (Sistema de
Informação Geográfica); b) obtenção das imagens de satélite USGS/NASA; c) coleta e tabulação
dos dados; d) Mapa de uso do solo na APP por meio de segmentação automática e, e) a tabulação
e análise dos resultados. Assim, o principal objetivo deste trabalho foi realizar um mapeamento
do uso do solo na APP do córrego São José na cidade de Ituiutaba – MG em escala capaz de
destacar os alvos e obter resposta a respeito do uso do solo em área protegida por lei.
1 INTRODUÇÃO
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A partir destes dados é possível a elaboração de diversos mapas que possibilitem a análise
do espaço em que se está inserido. Assim, neste trabalho objetiva-se realizar um mapeamento do
uso solo nas Áreas de Preservação Permanente (APPs) no curso do córrego São José no município
de Ituiutaba, MG.
O município de Ituiutaba (Figura 1) está localizado na mesorregião do Triângulo Mineiro
e Alto Paranaíba, possui população estimada de 102.020 habitantes e área territorial de 2.598,046
km² (IBGE, 2013).
Desta maneira o objetivo geral deste artigo foi avaliar o uso do solo nas Áreas de
Preservação Ambiental no curso do córrego São José no município de Ituiutaba - MG.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Os mapas são veículos de transmissão do conhecimento, eles podem representar temas que
podem ser o mais amplo e variado ou o mais restrito e objetivo possível de forma a adequar a
escala de trabalho, Loch (2006, p.33) afirma que “cada mapa tem seu autor, uma questão e um
tema, mesmo os mapas de referência geral, os topográficos ou os cadastrais”.
Nos dias atuais, quando se fala em mapas, não se pode deixar de mencionar as ferramentas
tecnológicas na elaboração dos mesmos, como ressalta Martinelli:
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[...] atualmente, a ciência dos mapas não pode ser vista fora do contexto da era da
informação de onde desponta como conceito central o de visualização cartográfica, tido
como uma forma de amalgamar os entendimentos da cartografia associados à cognição e
análise, à comunicaço e às tecnologias computacionais. (MARTINELLI, 2005, p. 23).
Neste sentido, pode-se dizer que o mapeamento do uso do solo é essencial para analisar os
usos dados ao solo nas Áreas de Preservação Permanente (APP’s), mesmo que tais áreas tenham
restrições legais para sua ocupação.
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fertilizantes e defensivos agrícolas. A produção agrícola tem se expandindo, e isso acaba
acrescendo a interferência do homem no meio.
As APPs são essenciais à proteção do solo, dos recursos hídricos, da paisagem e da
biodiversidade, possuem importância física e ecológica, exercendo, assim, o controle hidrológico
de uma bacia hidrográfica, como também do lençol freático (SKORUPA, 2003).
[...] a maioria dos planos territoriais criados no século XX tinha um caráter progressista
ligado à meta do desenvolvimento econômico e do crescimento ilimitado, como exemplo:
implantação de rodovias, marginais, canalização de córregos, impermeabilização de vias.
Entretanto, os anos 80 são marcados por transformações nas quais a conservação e
preservação dos recursos naturais e o papel do homem integrado ao meio passam a ter
papel importante na discussão da qualidade de vida. Neste período, os conceitos sobre
planejamento sofrem uma reformulação, onde a questão ambiental busca ser amplamente
contemplada (PERES; MEDIONDO, 2004, p.3).
No novo código florestal a extensão das APPs apesar de manter a medida de 30m, o calculo
é diferente, pois passa a ser contada a partir do leito regular, ou do ponto do nível de água mais
baixo do rio e não os limites históricos de maior cheia. Desta forma, desprezando os processos
naturais, técnicos da questão e adotando medidas mais políticas ou de cunho econômico, que não
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atende as necessidades de conservação do recurso hídrico. Além disso, considera que as áreas
consolidadas até 22 de junho de 2008, a APP mínima passa a ser de 15m.
Sendo assim, este mapeamento do uso solo nas Áreas de Preservação Ambiental no curso
do córrego São José é de grande importância para se analisar os impactos ocasionados pela
ocupação indevida que põe em risco os recursos hídricos, a paisagem, a biodiversidade, a
estabilidade geológica, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo bem como assegurar o
bem-estar das populações.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
3.2 Métodos
Para o desenvolvimento do trabalho foram consideradas as seguintes etapas: a)
levantamento bibliográfico considerando as técnicas do sensoriamento remoto em pregando o SIG
(Sistema de Informação Geográfica); b) obtenção das imagens de satélite USGS/NASA; c) coleta
e tabulação dos dados; d) Mapa de uso do solo na APP por meio de segmentação automática e, e)
a tabulação e análise dos resultados.
Para a constituição do mapeamento do uso do solo na APP do Córrego São José de
Ituiutaba realizou-se aquisição de imagens de satélite OLI/Landsat, no site do USGS/NASA. O
georreferenciamento das cenas OLI/Landsat8 realizou-se no software Arcgis 10.3. A
projeção/Datum das imagens – UTM/WGS 1984, orientação norte, em formato GEOTIFF e
resolução de 15 metros. A composição coloridas empregada para interpretação foi 3B4R5G. As
cartas topográficas foram empregadas para a extração dos dados básicos.
Para a elaboração dos mapas foi criado um banco de dados com os layes das informações
básicas como estradas, rodovias, limites, drenagens e área urbana para gerar a carta básica de
localização. A hidrografia foi vetorizada a partir das cartas topográficas, foi criado o buffer de 30
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metros para o corpo da drenagem e 50 metros para a nascente de acordo Lei nª 12.651, de 25 e
maio de 2012. Por meio do buffer foi criada uma faixa marginal denominada de área de
preservação permanente – (APP) para a margem direita e esquerda do córrego da nascente a foz.
Para a área do buffer foi feita uma superposição da imagem para a extração do uso do solo. A
classificação dos usos escolhida foi feita por meio de identificação das amostras. Posteriormente,
foi feita o treinamento de cada alvo por meio de uma chave de interpretação presente na imagem
(Uso da terra, Descrição do Uso, Textura, Tonalidade), obtidas por meio de segmentação
automática, gerando uma carta de uso dentro da APP do córrego São José, na cidade de Ituiutaba,
A partir da imagem de satélite classificada realizou-se o treinamento das seguintes classes:
vegetação natural, curso d’água, área impermeabilizada, pastagem e outros usos. Os dados
obtidos foram tabulados para fornecer subsídio para a análise dos principais usos dos solos
presentes nas APP, assim, relacionando aos impactos ambientais.
4 RESULTADOS PARCIAIS
Figura 2: Localização do curso d’água, com destaque para o limite da área urbana da cidade de
Ituiutaba – MG.
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a partir da regulamentação do Novo Código Florestal Brasileiro juntamente ao CONAMA. Os
valores obtidos de área de cada categoria estão representados no quadro 1.
Analisando as nascentes do córrego São José, pode-se observar que a APP está preservada
dentro dos 50 metros. Além de vegetação natural, observam-se também pequenas áreas de
pastagem próximas ao curso principal do córrego, dentro da área que deveria ser considerada como
preservação permanente.
Ao analisar o curso principal do córrego, pode-se classificar em boa parte do trecho como
dentro das normas e leis, porém, ao adentrar na área urbana da cidade, observa-se que a área que
é destinada a preservação ambiental foi toda canalizada colocando em risco os recursos hídricos,
a paisagem, a biodiversidade, a estabilidade geológica, entre outros. O canal se encontra
confinado, engessado em relação as variações do nível da água ao longo dos períodos de estiagem
e cheia.
Um dos principais impactos que ocorrem devido a canalização de boa parte do córrego São
José são as enchentes frequentes, pois o fluxo da água que deveria chegar até o canal passa pela
rua impermeabilizada e não consegue infiltrar corretamente, ocasionando danos principalmente à
população.
De acordo com a tabela 1 pode-se concluir que a área de APP do córrego São José é
ocupada por 87,87% de vegetação natural. O percentual de 11,52% da área corresponde a outros
usos que não a vegetação nativa. A área impermeabilizada correspondente a canalização do trecho
do curso corresponde à 7,41% de sua extensão, Figura 3.
Para o curso de água foi obtido 0,51% da área ocupada pela hidrografia. Os demais usos
do solo apresentados no mapa de pastagem e outros usos correspondem respectivamente 9,001%
e 1,12% de toda a extensão do curso.
Na Figura 4, pode-se observar o início do trecho em que a canalização do córrego São José
que se encontra localizada sob as coordenadas 18º57’44” / 49º27’46”.
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Figura 3: Delimitação da área de APP do córrego São José, com o uso do solo nas APP’s.
Pode-se observar que neste ponto a canalização foi realizada de forma aberta,
diferentemente do trecho ao centro dela, onde está completamente fechada de forma que o córrego
se encontra encoberto. (Figura 5).
Já na Figura 6, observa-se o final da canalização do córrego localizado sob as coordenadas
18º58’16” / 49º27’18” bem como a vegetação natural que mesmo menor que a estipulada ainda
existe.
A partir do mapeamento também se pode constatar alguns usos da terra diversos como
vegetação plantada no trecho da canalização e pequenas porções de agricultura no decorrer do
córrego, sendo estes usos denominados no mapa como outros usos.
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Figura 4: Inicio do trecho de canalização
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Para finalizar, destaca-se que dos dados obtidos algumas classes extrapolaram os seus
limites e confundiram-se com os outros usos do solo devido à qualidade da imagem e foi
necessária a realização de uma classificação manual para corrigi-los.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao analisar o mapa de uso do solo constatou-se que esta classificação se mostrou bastante
eficaz para este tipo de mapeamento por identificar que dentro da área considerada preservação
permanente é encontrada usos inadequados segundo a lei. Tais áreas precisam de um cuidado
especial do poder público, não apenas na fiscalização e orientação do uso correto, mas de ações
de educação ambiental para a população da existência desta área, de sua importância de forma a
transformar o hábito da comunidade no reconhecimento de sua importância para a conservação
do recurso hídrico em área urbana e rural.
Para uma melhor análise, é necessário que o pesquisador conheça a área de estudo e realizasse
trabalhos de campo na mesma, para que possa assim, corrigir os erros que por ventura ocorram e
garantir uma melhor confiabilidade no mapeamento.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei Federal n° 4.771/65, de 15 de setembro de 1965, alterada pela lei 7.803 de 15 de
agosto de 1989 e alterada pela Medida Provisória de n° 2.166-67, de 24 de agosto de 2001.
Brasília, DF: Congresso Nacional, 2001.
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SKORUPA, L. A. Áreas de Preservação Permanente e Desenvolvimento Sustentável.
Embrapa- Meio Ambiente, Jaguariúna, dezembro 2003. Disponível em:
http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/recursos/Skorupa_areasID-GFiPs3p.pdfAcesso em 12 de
fev. de 2017.
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EIXO 7
O CAMPO E SEUS PROCESSOS
ESPACIAIS
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REFORMA AGRÁRIA E ATIVIDADES PRODUTIVAS NO ASSENTAMENTO
DIVISA EM ITUIUTABA-MG.
Resumo: O presente trabalho traz uma abordagem acerca da Reforma Agrária no Brasil e sua
importância para a restruturação do espaço rural, diminuindo a concentração de terras que persiste
na atualidade em nosso país por meio da criação de assentamentos que contribuem para o
fortalecimento da Agricultura Familiar e a diminuição das desigualdades sociais. Posteriormente
apresentamos dados disponibilizados pelo INCRA sobre a quantidade de assentamentos, famílias
e o total da área destinadas aos mesmos em nosso país, no estado de Minas Gerais e em Ituiutaba-
MG, onde se localiza o Assentamento Divisa, nosso local de pesquisa, que foi criado no ano de
1999 e possui como principal atividade produtiva a pecuária leiteira além uma diversidade de
outras atividades como a criação de gado de corte, plantação de frutas e hortaliças.
1 INTRODUÇÃO
A Geografia é uma ciência que tem como objeto de estudo o Espaço Geográfico, uma de
suas várias possibilidades de pesquisas e contribuições é a compreensão das relações estabelecidas
entre a sociedade e a natureza, a dinâmica do espaço rural e as relações que o mesmo estabelece
com o espaço urbano.
Ao realizarmos uma análise acerca do espaço rural no Brasil percebemos que este possui
um histórico de concentração de terras, que permanece pouco alterado até a atualidade, uma das
alternativas para a restruturação do campo brasileiro é a redistribuição de terras por meio da
Reforma Agrária e da criação de Assentamentos em nosso país, visando diminuir as desigualdades
sociais existentes e o fortalecimento da Agricultura Familiar que é a principal responsável pelo
abastecimentos de alimentos para o mercado nacional. A Agricultura familiar é uma característica
de todos os Assentamentos da Reforma Agrária, onde prevalecem as relações estabelecidas entre
a terra, o trabalho e a família.
Para o desenvolvimento desse trabalho foi realizado levantamento bibliográfico sobre a
temática em artigos, livros e pesquisa em fontes secundárias, como o Banco de Dados da Luta
pela Terra (DATALUTA), Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) e a
Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (EMATER-MG).
No início do trabalho buscamos destacar alguns aspectos da Reforma Agrária em nosso país e sua
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importância na reestruturação do espaço rural brasileiro. Posteriormente demonstramos como se
deu o processo de criação e a dinâmica produtiva do Assentamento Divisa localizado a
aproximadamente 24 quilômetros do município de Ituiutaba (MG) por meio de alguns trabalhos
de campo e da realização de uma pesquisa qualitativa entrevistando cinco moradores do
Assentamento Divisa durante o mês de junho de 2017 com perfis diferentes e alguns registros
fotográficos.
Sabemos que os movimentos sociais da luta pela terra permanecem em suas atividades de
ocupação e reinvindicação de terra até os dias atuais, e que a ocupação de terras consideradas
improdutivas tem sido uma ferramenta que tem pressionado o governo para que a desapropriação
dessas terras aconteça e elas sejam redistribuídas para as famílias que muitas vezes se encontram
sem emprego ou morando nas periferias das cidades, possibilitando as mesmas uma inserção
social e econômica.
No Brasil o processo referente a ocupação das propriedades improdutivas foi e ainda é
considerada uma importante ferramenta, possibilitando o acesso a terra á muitas famílias. Pois
representa um ato de resistência no processo de luta pela terra, que visa a divisão das terras de um
latifúndio em propriedades menores onde prevalece a prática da Agricultura Familiar, conforme
demonstra Baudel Wanderley, 2001:
A reforma agrária é, sem dúvida, o caminho para resolver a questão da terra que
permanece pendente até hoje no País. A disseminação de assentamentos, na medida em
que estes se tornam uma “sementeira” de agricultores familiares, permite recuperar as
forças sociais para o desenvolvimento, que existem na agricultura familiar, até então
desperdiçadas. (BAUDEL WANDERLEY, 2001, p.40)
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Compreende-se que a luta pela terra, possui objetivos maiores, incluindo vários fatores
conforme ressalva Fernandes (2008): “Lutar pela reforma agrária significa lutar por todas as
dimensões do território, entre elas a tecnologia, o mercado, a educação, saúde e, principalmente,
contra o capital que procura tomar o controle dos territórios do campesinato.”
Faz-se necessário que o governo além da redistribuição das terras também possibilite as famílias
moradoras dos assentamentos condições para o seu desenvolvimento econômico e acesso aos
serviços básicos como saúde e educação.
Segundo Oliveira 2007, “A reforma agrária historicamente aparece no capitalismo como
necessidade conjuntural de o capital resolver a questão social advinda da concentração das terras”,
reforçando essa idéia Alentejano,2003 no diz que:
Reordenar o espaço agrário brasileiro através de uma ampla e massiva reforma agrária é
o passo primordial para construir um novo padrão de desenvolvimento rural, o que, por
sua vez, ê requisito fundamental para a construção de um novo modelo de
desenvolvimento para o conjunto do país, rompendo com séculos de dependência,
miséria e desigualdade. (ALENTEJANO, 2003, p.36)
Ainda segundo o autor, uma ampla Reforma Agrária possibilitaria reverter o quadro de
desigualdades sociais existentes em nosso país, incluindo o contingente de trabalhadores que
residem nas periferias das cidades ofertando melhores condições de moradia, trabalho e cidadania
que seria o primeiro passo para a construção de uma sociedade pelo e para os trabalhadores.
Para compreendermos melhor em números a distribuição de terras no Brasil através da
Reforma Agrária apresentamos dados disponibilizados pelo INCRA, 2017 sobre a quantidade de
Assentamentos criados, famílias assentadas e área total que eles ocupam.O Brasil possui um total
de 9.357 assentamentos com 974.505 famílias ocupando uma área de 88.402.832,47 hectares.
Sendo que no estado de Minas Gerais estão localizados 337 assentamentos com 15.853 famílias
assentadastotalizando uma área de 886,258.43 hectares. Apresentamos também os dados
referentes ao estado de Minas Gerais, que é onde é localizado o município de Ituiutaba e
Assentamento Divisa, que é o local escolhido para compreendermos alguns aspectos da realidade
de criação do assentamento e as suas principais atividades produtivas.
De acordo com Muralha e Hespanhol 2005, “na década de 1990 ocorreu a intensificação
no processo de implantação de assentamentos rurais no Brasil”, sendo que no munícipio de
Ituiutaba na década de 90 foram implantados três. Atualmente o município conta com um total de
6 assentamentos conforme podemos observar na tabela 1:
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Tabela 1: Projetos de Assentamentos criados no município de Ituiutaba 1999 a 2008:
Nome do Projeto Área (há) N° de Data de Data de Criação
Famílias Desapropriação do Projeto de
Assentadas da Fazenda Assentamento
PA Divisa 1.151,3483 27 14/10/1998 26/07/1999
PA Douradinho 561,5784 15 10/07/2000 13/12/2001
PA Engenho da Serra 2.567,9170 60 18/09/1998 18/01/1999
PA Chico Mendes 1.557,6591 49 23/06/1999 23/12/1999
PA Nova Pântano Mariano 837,8338 18 05/11/1998 09/11/2004
PA Renascer 1.072,0004 40 09/10/2007 28/10/2008
Fonte: INCRA,2017. Org: MORAIS, M.E. (2017).
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Figura 1: Colheita de soja no Assentamento Divisa, 2017.
Fonte: ARAUJO,2017.
Na figura acima podemos observar a soja colhida em dois lotes do Assentamento Divisa,
resultado de uma parceria entre dois vizinhos que acreditaram na viabilidade da inserção de uma
nova cultura em seus lotes. Os primeiros resultados foram positivos, e eles pretendem continuar
com a plantação de soja nos próximos anos.
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Figura 2: Atividades produtivas no Assentamento Divisa
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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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REFERÊNCIAS
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PERFIL POPULACIONAL DA BACIA HIDROGRÁFICA DO CÓRREGO DO BAÚ,
ITUIUTABA – MG
Resumo: O presente trabalho tem como objetivo traçar o perfil populacional e praticas diárias dos
moradores do alto e médio curso da bacia hidrográfica do Córrego do Baú no município de
Ituiutaba, MG. Desse modo, realizou-se uma revisão da literatura que trata de temas essenciais à
pesquisa e também se realizou uma série de trabalhos de campo, durante os quais ouve a aplicação
de um questionário com questões semi-abertas. Realizou-se, portanto, um estudo descritivo-
analítico que envolveu 62 propriedades rurais. Obteve-se, como resultado da aplicação dos
questionários, dados sócio-econômicos e práticas diárias dos moradores e assim foi possivel traçar
um perfil populacional dos residentes da bacia.
1 INTRODUÇÃO
1
Disponível em http://www.ibge.gov.br. Acessado em 28 de Agosto de 2017.
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Mapa 1: Localização do município de Ituiutaba- MG
Nos últimos anos ocorreram transformações tanto no meio urbano do município, quanto
no meio rural, onde podemos observar uma nova dinamica econômica que surgiu através da troca
da produção agrícola que consisti em substituir a bovinocultura, a suinocultura, a agricultura
familiar e outros produtos agrícolas pela produção de cana-de-açúcar. Essa mudança na produção
agrícola, além de ser capaz de realizar um rearranjo do meio rural do município, é capaz também
de afetar o meio ambiente e com isso afetar a saúde da população do município de Ituiutaba.
Porém, persistem muitas duvidas sobre até onde as novas formas de apropriação dos
recursos naturais e os novos uso do espaço estão afetando a saúde da população, assim como o
equilíbrio ecológico local. Contudo, compreende-se que áreas desequilibradas ecologicamente são
sucetiveis ao surgimento de doenças, pois os desmatamentos para a ampliação de áreas cultiváveis,
o uso de pesticidas e praguicidas junto com o aumento da poluição do meio ambiente diminuem
as condições adequadas para o desenvolvimento e o sustento de uma vida saudável, inclusive a
humana.
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No alto e médio curso da BHCB, buscou-se analisar como a população do local tem
interagido com a natureza, se tem conhecimento da importância de conservar o meio como forma
de proteção de sua própria saúde, como suas atividades têm transformado aquela paisagem e ainda
analisar a percepção da paisagem e do turismo pelos moradores da bacia.
2 METODOLOGIA
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O questionário, como ferramenta de investigação, permitiu a coleta de informações
baseadas na inquisição dos sujeitos sociais daquele local. Segundo Lakatos e Marconi (1991), este
instrumento compõe o conjunto de técnicas que os pesquisadores utilizam no transcurso de uma
investigação, seja acadêmica, social, religiosa, política e em todas atividades na qual se pretende
obter e analisar informações quantificáveis.
Após a coleta dos dados, estes foram tabulados e tratados estatisticamente para se
compreender as variáveis de análise adotadas com o intuito de efetivar os objetivos propostos para
a pesquisa.
A bacia hidrográfica do Córrego do Baú (de agora em diante designada apenas pela sigla
BHCB) localiza-se na área rural a nordeste da cidade de Ituiutaba, com acesso por rodovia em
média a 23 km da área urbana.
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Esta bacia foi eleita para esta investigação acadêmica por ser a bacia hidrográfica com
maior concentração de propriedades rurais do município de Ituiutaba, onde nos últimos anos tem-
se verificado a ampliação do grande capital internacional sucroalcooleiro com finalidade de
desenvolver a produção de cana-de-açúcar para o abastecimento de algumas das maiores usinas
bioenergéticas do Estado de Minas Gerais.
O Córrego do Baú é um dos afluentes do Rio Tijuco. Sendo este considerado o curso
d’água de maior expressão para o município, que por sua vez é um dos afluentes do rio Paranaíba.
Contudo, a palavra Ituiutaba, de origem indígena, significa “Povoação do rio tijuco”2, em
referência à tonalidade escura das águas do rio Tijuco, que banham áreas próximas ao Distrito
Sede. Já o rio Paranaíba faz parte da Bacia do rio Paraná, que é uma das três bacias que juntas
formam a ampla bacia do rio da Prata, que é considerada a segunda maior do mundo, ficando atrás
apenas da bacia Amazônica.
A BHCB está dentro do “Domínio dos Chapadões Tropicais do Brasil Central”
delimitado por Aziz AbSaber (1971), ou mesmo como denominou o projeto RADAMBRASIL
(1983): “Planaltos e Chapadas da Bacia Sedimentar do Paraná”. Conforme Guerra (2006), as
bacias hidrográficas têm grande potencial geográfico, pois nelas encontrarmos os componentes
naturais e sociais de maneira conjunta, onde o homem, por meio do trabalho, é capaz de modificar
o equilíbrio natural local, seja por está em busca de melhores condições de vida, seja por capricho,
por se ver como o ser supremo de todos os seres vivos.
Como dito anteriormente, durante a etapa de aplicação dos questionários deste estudo,
foram visitadas 96 propriedades que constam no cadastro da Prefeitura Municipal de Ituiutaba
como pertencentes ao alto e médio curso da BHCB. Porém apenas 62 propriedades rurais foram
efetivamente estudadas.
De acordo com o levantamente realizado, o alto e médio curso possuem um total de 235
moradores fixos, tendo sido contabilizados 137 homens e 96 mulheres, gerando uma média de 2,4
habitantes por propriedade. Sendo assim, uma área de baixa concentração populacional, uma vez
que de acordo com os dados obtidos com os questionáiros nos últimos anos, 54 pessoas realizaram
êxodo rural por motivos como: emprego, estudo e em busca de alguma melhoria de vida, fazendo
2
Disponível em https://cidades.ibge.gov.br/brasil/mg/ituiutaba/historico. Acessado em 27 de Setembro de 2017.
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da BHCB um exemplo de praticamente todo o meio rural do município, onde o contigente
populacional é reduzido.
A população do alto e médio curso da BHCB realiza pequenas viagens até as cidades
próximas a fim de realizar atividades que não estão acessíveis na BHCB como: fazer compras, ir
a feira vender sua produção e a passeio. Esse fluxo de viagens que acontece entre a cidade e o
campo é de extrema importância para os moradores, pois é através dele que eles obtêm sua renda,
abastecem e movimentam a feira das cidades vizinhas.
Referente à faixa etária, detalhada no gráfico 1, verificou-se um predomínio de
moradores adultos, entre 46 a 60 anos e em menor numero os indivíduos idosos com idades
superiores a 60 anos. Estes moradores realizam, diariamente, atividades diversas relacionadas à
terra, com pequenas criações e com a pecuária bovina.
Gráfico 1: Quantidade de Individuos por faixa etária do alto e méido curso da BHCB
80
70
60
50
40
30
20
10
0
0 à 14 anos 15 à 30 anos 31 à 45 anos 46 à 60 anos Mais de 60 anos
No que diz respeito à escolaridade, observou-se que dos 235 moradores da BHCB, 25
não apresentam idade escolar ainda, sendo assim a tabela 2 terá apenas dados de 210 morades que
desses apenas 50,9 % tem ensino médio completo enquanto 45,5% tem apenas o ensino
fundamental incompleto. Há de se destacar, que o percentual de analfabetos é de 9%, ficando
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acima da taxa nacional apurada pelo IBGE em 2014 para brasileiros com mais de 15 anos, que era
de 8,4%.
Analfabetos 19 - 19
Ensino Médio 24 24 48
Ensino Superior 4 3 7
Pós-Graduação - - -
Org.: SANTOS,2017
5 RESULTADOS PARCIAIS
O estudo até agora realizado apresentou alguns dados relacionados aos moradores do alto
e médio curso da BHCB, tais como: sua localização, caracterização populacional e caracterização
física. Cumprindo-se assim uma parte da pesquisa, os objetivos do estudo e a metodologia
apresentada até agora tem se mostrado adequada para se alcançar os resultados finais da pesquisa.
Até agora foi possível constatar que o alto e médio curso da BHCB é uma área pouco
povoada e com o predomínio de uma população masculina e relativamente jovem com a maior
parte dos moradores tendo até 60 anos. O alto e médio curso da BHCB se mostra uma área com
pouco grau de instrução uma vez que mais de 45% dos seus moradores tem o ensino fundamental
incompleto e apresenta um grande número de pessoas analfabetas tendo sua porcentagem maior
que o percentual da taxa nacional.
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REFERÊNCIAS
GUERRA, Antônio José Teixeira. ; MARÇAL, Mônica dos Santos. Geomorfologia ambiental:
Conceitos, Temas e Aplicações. In: ______, (orgs.). Geomorfologia ambiental. Rio de Janeiro:
Bertrand Brasil, 2006. p. 17-92.
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo demográfico 2010: dados municipais
de Ituiutaba (MG). Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/. Acesso em:28 ago. 17.
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TERRITORIALIZAÇÃO E A PRECARIZAÇÃO DAS RELAÇÕES DE TRABALHO NO
SETOR SUCROENERGÉTICO NO MUNICÍPIO DE ITUIUTABA (MG)
Resumo: O presente estudo tem como objetivo compreender a territorialização da cana de açúcar
e a precarização das relações de trabalho no município de Ituiutaba, a partir do ano de 2000 a
2015. Para alcançar o propósito da pesquisa, foram utilizados os procedimentos metodológicos
como a pesquisa bibliográfica e a coleta de dados do Censo Agropecuário do Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE), no período já mencionado. Constatou-se que o município de
Ituiutaba teve uma expansão significativa da cana de açúcar e que em 2012 ocorreu intensa
precarização das relações de trabalho.
1 INTRODUÇÃO
Este artigo faz parte dos resultados preliminares obtidos na pesquisa, desenvolvida entre março de 2017 e julho de
2017. A pesquisadora foi admitida no programa de pós graduação no mês de março de 2017.
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população total de 93.125 habitantes na área urbana e 4.046 habitantes na área rural, perfazendo
um total de 97.171 habitantes.
A região de Ituiutaba desde os anos 1990 contou com a presença de empresas do setor
canavieiro que até o ano de 2012 atraíam milhares de trabalhadores migrantes, para trabalhar
especialmente no corte da cana-de-açúcar. Com o fechamento de algumas unidades e a introdução
da mecanização, o trabalho vivo é substituído pelo trabalho morto, diminuindo o números de
vínculos empregatícios.
O presente trabalho ora apresentado tem como objetivo principal entender a
territorialização e a precarização das relações de trabalho no setor sucroenergético no município
de Ituiutaba (MG). A metodologia da pesquisa fundamentou-se na pesquisa teórica, a partir da
qual incorporamos leituras e fichamentos realizados das bibliografias que tratam do tema e que
servem de base teórica para sustentação das ideias desenvolvidas ao longo deste trabalho. Na
pesquisa documental, procedemos o levantamento de dados de fonte secundária, realizado
mediante publicações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (Censos
Agropecuários, Produção Agrícola Municipal). As informações extraídas destas publicações são
relacionadas à produção de cana de açúcar referente ao período compreendido entre 2000 a 2015,
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do município de Ituiutaba, será analisada a expansão da monocultura da cana-de-açúcar que irá
nortear as análises desta pesquisa.
O recorte temporal escolhido para análise dos dados referentes a expansão do setor
sucroenergético é de 2000 a 2015 pois, neste período atuaram juntas duas empresas deste setor
que empregavam uma grande quantidade de trabalhadores no município de Ituiutaba. A unidade
Triálcool - Laginha S/A do grupo João Lyra que entrou em falência no ano de 2012 e a empresa
Bristish Pretoleum (BP) unidade de Ituiutaba que iniciou as suas atividades industriais no ano de
2008. Portanto, torna-se necessário analisar a evolução da cana de açúcar no município de
Ituiutaba, no período em questão com o objetivo de identificar se houve expansão da área plantada
e colhida no município em questão.
Dessa forma, o texto estrutura-se em uma seção que expõe sobre a territorialização da
cana de açúcar em Ituiutaba sob a perspectiva do trabalho em que é possível identificar a
metamorfose territorial da cana de açúcar no município em questão.
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trabalho vivenciadas pelos trabalhadores, sobressaem às contradições, como, descumprimento de
Leis Trabalhistas, Normas Regulamentadoras e o “desemprego em massa” provocado, sobretudo,
pelas agroindústrias desativadas ”.
Esta realidade foi vivida pelos trabalhadores que mantiveram vínculos trabalhistas com
a Lajinha Agro Industrial S/A - unidade Triálcool, pois esta empresa faliu e promoveu o
“desemprego em massa”, os trabalhadores não foram somente dispensados dos seus empregos,
mas também foram suprimidos de seus direitos trabalhistas, além de serem expostos a uma série
de humilhações promovidas pela postura da agroindústria.
O município de Ituiutaba, atualmente apresenta um único empreendimento do setor
sucroenergético a British Petroleum (BP) – unidade Ituiutaba, esta empresa foi constituída em
17/06/2006, porém somente iniciou suas atividades em 2008, apresentando como atividade
preponderante a industrialização de cana de açúcar e seus derivados para a produção de bioenergia
com a comercialização em todo o território nacional e ou o exterior, este empreendimento é reflexo
da migração de capital internacional, conforme Marx (2008), tal fato é comprovado diante do
processo de dispersão territorial do capital, de sua base de origem com o objetivo fundamental de
reprodução do dinheiro.
Estes dados foram obtidos no site da empresa, bem como no demonstrativo financeiro do exercício 2016.
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natureza e criar cultura, esta precarização geralmente é decorrente de trabalho abstrato que
evidencia-se no valor de troca, quando o essencial é a produção de mercadoria.
A noção de precarização surgiu como tendência durante a fase do capitalismo
informacional, este modelo foi desenvolvido pela globalização e tem privilegiado o crescimento
do capital em detrimento das relações de trabalho propiciando a terceirização. De acordo com
Santos (2009, p. 54) “o just-in-time cria o trabalho polivalente, a elevação da produtividade entre
os trabalhadores e o aumento da concorrência entre os mesmos. É a partir deles que surgem a
terceirização e a subcontratação.”
Na conjuntura atual mais modernizada, mecanizada e com várias conquistas trabalhistas,
a precarização, a superexploração, as formas de trabalho se assemelham ao trabalho escravo e
estão na contramão do “progresso” apregoado pelo capital em seu processo de valorização. Para
Santos (2009, p. 61) “a precarização é um processo social que atinge o mundo do trabalho e que
tem seus efeitos multiplicados ao longo do desdobramento do processo de reestruturação
produtiva do capital.”
Contudo vale destacar as relações de trabalho que perpassam neste “novo modelo”
agrícola promovido a partir de ações de instituições governamentais, com o aparato do setor
privado, pois tal modelo econômico imposto ao setor sucroenergético, visa em via de regra a
acumulação de capital e a exploração do trabalhador, a partir da precarização das relações de
trabalho, vale ressaltar que este processo em via de regra não ocorra somente no setor
sucroenergético, é um padrão disseminado entre os mais diversos setores trabalhistas.
Thomaz Júnior (2002) faz importantes considerações, quanto às atividades de trabalho
realizadas no setor sucroenergético, antes do processo de modernização, porém grande parte
destas situações ainda não foram alteradas, já que para que a lucratividade permaneça elevada é
necessário haver uma superexploração dos trabalhadores.
Trabalho abstrato é uma das caracterizações dadas por Marx para o trabalho, para este autor este tipo de trabalho
resulta no valor de troca, ou seja, quando o essencial é a produção da mercadoria.
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das horas extras, estes se submetem a jornadas extenuantes de trabalho em máquinas para
aumentar seus rendimentos, este fato mescla trabalho vivo e trabalho morto em uma sinergia
pautada pela inserção de novas técnicas no campo que contribui para uma nova morfologia da
precarização do trabalho. Antunes (2010) acrescenta para a reflexão afirmando que, “combinam-
se processos de enorme enxugamento da força de trabalho, acrescido às mutações sociotécnicas
no processo produtivo e na organização social do trabalho. A flexibilização, desregulamentação,
terceirização, as novas formas de gestão da força de trabalho etc”. (ANTUNES, 2010, p. 22).
Podemos constatar que a sociedade contemporânea está vivendo um período ofensivo no
que diz respeito aos direitos e práticas trabalhistas, tornando-se necessário dedicar-se ao estudo
destas questões objetivando-se entender o emaranhado de dificuldades que são impostas a classe
trabalhadora neste século XXI.
De acordo com dados do IBGE no ano de 2016, no Brasil foi colhida uma área total de
9.445.542 ha de cana de açúcar, já na safra de 2017 ocorreu uma pequena retração, sendo a área
colhida um total de 9.318.692 ha. Ao compararmos o Brasil com o estado de Minas Gerais, este
último apresentou um crescimento expressivo da área cultivada no ano de 2017 para o estado, pois
em 2016 colheu-se uma área de 909.050 ha de cana de açúcar e na safra deste ano a área foi de
926.027 ha, enquanto no ano de 2015, no município de Ituiutaba colheu-se uma área total de
22.000 ha e apresentava uma produtividade de 1.430.000 toneladas de cana de açúcar.
Ao analisarmos a área plantada de cana de açúcar no município de Ituiutaba, entre o
período de 2000 a 2015, conforme gráfico 1, identificamos que havia em meados dos anos 2000
uma pequena quantidade de terras que eram disponibilizadas para o plantio desta monocultura,
porém a partir de 2005 houve um expressivo aumento do plantio de cana.
No período de 2011 a 2012, ocorreu uma queda da área plantada, tal fato pode ser
justificado, pois foi em 2012 que ocorreu a falência da Lajinha Agro Industrial S/A - unidade
Triálcool, portanto acarretando a diminuição do plantio, já no ano de 2013 houve uma ascensão
da área cultivada e até o ano de 2015 apresenta constante crescimento e expansão.
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Área Plantada (ha) de cana de açúcar em Ituiutaba (MG)
30000
25000
20000
15000
10000
5000
0
1998 2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016
25000
20000
15000
10000
5000
0
1998 2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016
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A produtividade de cana de açúcar no município de Ituiutaba foi elevada até meados de
2011, após ocorreu uma queda expressiva da produtividade, porém ao analisarmos o gráfico 1 e o
gráfico 2 percebemos que neste período houve também diminuição da área plantada e da área
colhida respectivamente, retornando a ascensão em 2013, diminuindo a área colhida e a produção
no ano de 2014, gráfico 2 e gráfico 3 respectivamente e aumentando a produtividade em 2015 para
1.430.000 toneladas de cana de açúcar.
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3 RESULTADOS PARCIAIS
Este trabalho faz parte dos resultados preliminares obtidos, já que a pesquisa foi iniciada
em março de 2017, quando a pesquisadora foi admitida no Programa de Pós-Graduação em
Geografia do Pontal. Portanto, desde então somente ocorreram os levantamentos bibliográficos e
documentais nas fontes do IBGE com a finalidade de identificar a expansão da cana de açúcar no
período compreendido entre 2000 a 2015, do município de Ituiutaba (MG).
A pesquisa encontra-se na fase de levantamentos bibliográficos e fichamentos, ainda
deve ser realizado levantamento socioeconômico do município de Ituiutaba (MG), elaboração de
mapas, realização de entrevista com os trabalhadores do setor sucroenergético, os dados coletados
serão organizados, redação preliminar e a redação final da Dissertação.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANTUNES, Ricardo & SANT’ANA, Raquel Santos. (Orgs.) O avesso do trabalho II. 1ª ed., São
Paulo: Ed. Expressão Popular, 2010. 464p.
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Geografia) – Programa de Pós- Graduação em Geografia – Universidade Estadual Paulista,
Presidente Prudente, 2012.
MARX, Karl. O capital: crítica da economia política. Tradução Reginaldo Sant Anna. 25. ed. v.
2. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2008.
THOMAZ JÚNIOR, Antônio. Por uma geografia do trabalho. Pegada (UNESP. Impresso),
Presidente Prudente, SP, v. esp, n. Especial, p. 4-26, 2002. Disponível em:
http://revista.fct.unesp.br/index.php/pegada/article/viewFile/1700/1633. Acesso em 07 jun. 2017.
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ÍNDICES DE PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA DA MRG DE ITUIUTABA (MG) ENTRE
2005 E 2015
1 INTRODUÇÃO
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Neste sentido, é necessário ter em mente que o Brasil é um país com grande porte
agropecuário que vem se destacando cada vez mais no cenário internacional através da venda de
suas commodities¹. Muito disso se deve pela demanda do mercado internacional, que exige cada
vez mais desenvolvimento e aplicação de tecnologia no campo, de forma a propiciar maior
produtividade agrícola. Foi neste sentido que houve as modernizações agrícolas ao redor do
mundo, como uma forma de adaptação às novas exigências do mercado. A última grande
modernização no campo no país, foi chamada de “Revolução Verde” e incrementou mudanças
significativas no espaço agrário. Assim a mobilidade geográfica do capital produtivo e financeiro
no campo, inovações tecnológicas, integração com a indústria, e consequentemente a
concentração e exclusão são reflexos da agricultura dita moderna como diz Matos e Pessoa (2011).
Não obstante deste cenário, e estando incluída no avanço da agricultura moderna, a
Microrregião Geográfica de Ituiutaba, localizada na Mesorregião Geográfica do Triângulo
Mineiro e Alto Paranaíba no estado de Minas Gerais, composta pelos municípios de Cachoeira
Dourada, Capinópolis, Gurinhatã, Ipiaçu, Ituiutaba e Santa Vitória de acordo com o mapa 1,
também possui grande potencial de produção agropecuária, uma vez que recebeu incentivos
governamentais, entre outros, para a modernização de seu espaço agrário de forma à atender às
demandas do mercado através do que chamamos de agronegócio, ou agribusiness conforme os
criadores do termo, Davis e Goldberg (1957). Dentre as principais atividades primárias, consta a
criação de bovinos, produção de leite e de cana-de-açúcar.
O objetivo central deste trabalho consiste em apresentar dados da produção agropecuária
da MRG – Microrregião Geográfica de Ituiutaba de 2005 e 2015, apontando suas variações e
discorrendo sobre as possíveis influências na a atual dinâmica produtiva das atividades do campo.
Assim, os índices de produção agropecuária abordados no trabalho serão a respeito da criação
bovina e suína, cultivo de milho, soja e cana-de-açúcar.
A metodologia utilizada para alcançar o objetivo exposto acima consistiu em algumas
etapas, sendo elas, levantamento bibliográfico sobre o tema pela consulta de diferentes fontes de
informação disponíveis como artigos, periódicos, revistas, entre outros, além da aquisição de
dados de produção agropecuária por meio do SIDRA – Sistema Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística de Recuperação Automática, organização e tabulação dos dados adquiridos no
software Excel , assim como posterior análise dos mesmos e discussão sobre a atual dinâmica
produtiva na MRG de Ituiutaba através da exposição dos dados.
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Mapa 1: Localização da Microrregião Geográfica de Ituiutaba
2 DISCUSSÃO
Como apontado acima pelos autores, fica claro que a expansão do agronegócio não levou
em consideração a importância do bioma Cerrado e dos possíveis impactos que sua devastação
poderia gerar, causando dessa forma mudanças significativas nos aspectos geográficos da região.
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forma é possível dizer que essas agroindústrias possuem um papel importante no incentivo a este
tipo de criação.
Outra cultura a ser analisada neste trabalho é a criação de suínos na MRG, que de acordo
com o que foi apontado sobre a criação de bovinos, as agroindústrias ligadas ao processamento de
carne possuem grande influência na criação de bovinos e suínos na microrregião, e desta maneira,
Teixeira discorre sobre a influência dessas agroindústrias na criação destes animais:
Diante de tal crise, o país passou a estudar alternativas que visassem à substituição do
mesmo e seus derivados por uma fonte energética mais barata, onde o PROÁLCOOL
(Programa Nacional do Álcool) teve uma maior aceitação devido a alguns fatores
favoráveis, como experiência anterior no plantio da cana-de-açúcar, além de o país
possuir clima e solos favoráveis e a lavoura canavieira se constituir em uma fonte
renovável de energia, diferentemente de recursos fósseis como o petróleo (CARVALHO,
SANTOS & SILVA, 2013, p. 191).
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Para Teixeira (2017) a política pública do PROÁLCOOL e a inserção de usinas
beneficiadoras de cana-de-açúcar foram fatores essenciais para que houvesse tal aumento da
produção deste cultivo. Portanto, de acordo com informações numéricas presentes nos resultados
deste trabalho, é notável a taxa de crescimento da produção de cana-de-açúcar na MRG de
Ituiutaba entre 2005 e 2015, fato que reforça ainda mais os argumentos dos autores, citados
anteriormente, que falaram sobre a influência das políticas públicas para este ramo da agricultura.
Já de acordo com o cultivo de milho, uma outra cultura muito presente na microrregião
estudada, pode-se dizer que existiram algumas políticas públicas como o PRODECER que
incentivaram a inserção deste tipo de cultura (junto com a soja) no Triângulo Mineiro e Alto
Paranaíba, trazendo um caráter de produção grande e único, chamado de monocultura extensiva.
E sobre a inserção deste tipo de cultivo na referida mesorregião é dito que:
As políticas públicas que inseriram ocultivo da soja nesta área também possibilitaram o
cultivo de milho, ou seja, a própriaexpansão da agricultura da soja proporcionou
conhecimentos e tecnologia para aprodução do milho. No entanto, o milho não foi
excepcionalmente destinado àsexportações. O cultivo de milho também teve um viés de
complementação alimentarnos rebanhos bovinos, tanto na criação de gado de corte
quanto na criação de bovinosleiteiros, principalmente nos períodos de seca (TEIXEIRA,
2017, p. 78).
3 RESULTADOS
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Tabela 1: Criação de Bovinos (cabeças) na MRG de Ituiutaba.
Municípios 2005 2015
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Santa Vitória 22900 22700
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culturas em ascensão na microrregião, como o milho, a soja e o sorgo, fortemente cultivadas nestes
dois municípios.
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4 CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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GENARO, F.; CHELOTTI, M. C. Transformações no Agro do Cerrado Mineiro: análise a partir
dos censos agropecuários de 1995/96 e 2006 da Mesorregião do Triângulo Mineiro/Alto
Paranaíba. Observatorium: Revista Eletrônica de Geografia, v. 5, n. 14, p. 63-77. out. 2013.
OECD-FAO. Agricultural Outlook 2015-2024. 21 ed. OECD iLibrary. OECD Publishing, 2015.
146p.
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A EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO DE ABACAXI NO MUNICÍPIO DE CANÁPOLIS –
MG, ENTRE 1990 E 2012: Relação Agroindústria – Agricultura Familiar
José Victor Alves da Silva
Mestrando em Geografia
Universidade Federal de Uberlândia – FACIP
[email protected]
Verônica Amparo Medeiros
Graduando em Geografia
Universidade Federal de Uberlândia – FACIP
[email protected]
Resumo: O Brasil é um dos principais produtores de abacaxi do mundo. Em 2010 conforme dados
dos IBGE sua produção foi de 717.463.793 mil frutos. No território brasileiro destaca-se a
produção de abacaxi no Estado da Paraíba e de Minas Gerais. Até 2003, Minas Gerais foi o maior
produtor de abacaxi, perdendo espaço para a Paraíba que, desde 2004 é o estado que mais produz
abacaxi no território brasileiro. Apesar do declínio, Minas Gerais produz uma quantidade
significativa de abacaxi, tendo em 2010, uma participação de aproximadamente 15% da produção
nacional. Visto a importância das diversas culturas existentes no Brasil, observa-se o afastamento
entre o campo, e a produção de alimentos para quem trabalha na terra, assim este trabalho pretende
analisar o histórico de evolução da produção de abacaxi na mesorregião do triângulo mineiro, e
suas implicações na configuração da paisagem.
1 INTRODUÇÃO
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Do total da produção de abacaxi produzido em Minas Gerais o Triângulo Mineiro
participou em 2010 com cerca 90% da produção, com destaque para os municípios de Monte
Alegre de Minas, Frutal e Canápolis, figura 1.
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Figura 2: Mapa de localização do município de Canápolis
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no caso particular da cana-de-açúcar, poluição de água em função da produção de vinhoto; as
queimadas, gerando poluição atmosférica devido à emissão de gases poluentes com impactos na
saúde humana, morte de animais, o desmatamento, erosão e a degradação de solos. Além disso,
observa-se que a migração de grandes capitais para o setor sucroalcooleiro e o crescimento de
investimentos de produtores desse setor, não se deve a razões ambientais, porque estão
preocupados com meio ambiente ou com o futuro do planeta, mas para expansão do capital. Assim,
Costa; Faria; Peixinho (2008, p. 2-3) afirma que, a possibilidade de produção de energia a partir
de fontes limpas e renováveis ganhou impulso através do movimento ambiental a partir da década
de 1990. Porém, “essa produção não está livre das controvérsias, especialmente quando envolve
a sua produção através de monoculturas, como é o caso da produção de álcool no Brasil, a partir
da cana-de-açúcar”.
A região do Triângulo Mineiro tem se destacado na expansão da cana-de-açúcar,
principalmente, a Microrregião Geográfica de Ituiutaba em função principalmente da
territorialização das usinas sucroalcoleiras. A cana-de-açúcar é um cultivo tradicional da
agricultura mineira, sendo muito utilizada como alimento para o gado no período da seca, nos
engenhos de confecção de rapadura, melado e cachaça. No entanto, o cultivo destinado às
agroindústrias, basicamente, procederam após os anos de 1980, em função dos investimentos do
governo. No estado de Minas Gerais, em período de dez anos (1985 a 1995), a produção teve
crescimento de cerca de 900%. Nos anos que se sucederam a produção da cana-de-açúcar também
registrou expansão expressiva, principalmente e 2000 a 2010, passando de 18.706.313 para
60.603.247 toneladas respectivamente. Nesse período, inúmeros municípios do Triângulo
Mineiro, sobretudo, da Microrregião de Uberlândia e Ituiutaba vem ostentando comportamento
evolutivo similar ao do setor no país.
A produção dos agrobiocombustíveis é um movimento comandado pelo governo e também
pela iniciativa privada tanto nacional, quanto internacional. Especificamente, no que se refere ao
aparato do Estado, tem se incentivado a produção agrícola por meio de financiamentos, sobretudo
de recursos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e isenções
fiscais para a instalação de usinas canavieiras. A lógica espacial para a implantação de usinas está
diretamente relacionada às vantagens fiscais do governo, acesso à matéria-prima e à mão-de-obra,
enfim, fatores que possibilite a produção e reprodução do capital. Justamente o aumento da
territorialização das usinas no Triângulo Mineiro que tem proporcionado o crescimento dos
canaviais em função da produção de álcool e açúcar das usinas. Especificamente em Canápolis o
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aumento da produção da cana-de-açúcar tem ocorrido em função da demanda das usinas da
Microrregião de Ituiutaba: Usina de Açúcar e Álcool Triálcool em Canápolis, a BP em Ituiutaba
e DOW Química Santa Vitória.
Dessa forma, a pesquisa visou compreender a (re)organização produtiva que tem ocorrido
em Canápolis nos últimos cinco anos em função da expansão da cana-de-açúcar e se a diminuição
do cultivo de abacaxi tem relação com o crescimento da produção da cana-de-açúcar, ou seja, as
lavouras de abacaxi “perdendo” ou “cedendo” espaço para os canaviais.
Nas ultimas décadas grandes mudanças no espaço rural Brasileiro são observadas em
decorrência da industrialização do campo, o uso da terra passou a ser cada vez mais voltado para
a produção de monoculturas como o caso da cana-de-açúcar que é uma das culturas mais
produzidas no campo brasileiro.
O Brasil conta com um histórico de produção da cana-de-açúcar desde o período de
colonização no século XVI, esse produto teve diferente papeis na economia e no desenvolvimento
do Brasil através dos séculos. Após os anos de 1970 a crise do petróleo trouxe à tona a preocupação
da produção de combustíveis que pudessem suprir a demanda que o petróleo não poderia atender.
No ano de 1975 o governo criou o Programa Nacional do Álcool (PROALCOOL), com a
intenção de incentivar a produção de álcool a partir da cana de açúcar. A partir do PROALCOOL
grandes mudanças no cenário econômico brasileiro são observadas, a produção de carros movidos
a álcool e grandes investimentos em técnicas agrícolas para a produção da cana-de-açúcar são
alguns dos pontos mais marcantes deste período. A produção da cana-de-açúcar também ganha
força com os investimentos de países desenvolvidos que buscam novas técnicas de produção de
combustíveis provenientes de fontes renováveis.
Com as discussões a cerca dos problemas ambientais que tiveram inicio na década de 1970,
o álcool passa a ser considerada uma alternativa para suprir a demanda energética mundial, já que
sua matriz energética é diversificada, como beterraba, milho, batata, dentre outros, sendo a cana
de açúcar a matéria prima com melhores resultados em produção.
Considerando que os dois maiores produtores mundiais de etanol são o Brasil e os EUA,
e que a matéria-prima predominantemente usada nos EUA é o milho, pode-se identificar
imensa vantagem da cana-de-açúcar em relação ao milho, tanto na relação de energia,
quanto nas emissões evitadas. Dentre as matérias-primas comparadas, o milho, o trigo, a
beterraba e a mandioca, além de apresentarem resultados inferiores aos da cana-de-
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açúcar, ainda podem impactar de forma mais intensa o mercado de alimentos, pois se
tratam de gêneros de larga utilização na alimentação. (SILVA, 2011, p.61)
A consideração de que o uso de combustíveis fósseis é uma das causas dos problemas
ambientais atmosféricos leva ao centro dos debates a necessidade de encontrar fontes que
sejam capazes de substituir o uso energético do petróleo, do carvão mineral e do gás
natural, além de seus derivados. As diversas tentativas de identificar fontes energéticas
alternativas estabelecem novos mercados e possibilitam a pesquisa em diferentes
campos. (SILVA, 2011, p.59)
Um dos temas mais discutidos em relação aos efeitos sociais é a influencia dessa atividade
agrícola em relação à agricultura familiar, a utilização de grandes áreas para a produção de cana-
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de-açúcar compromete o modelo de produção familiar, já que para a produção deste são
necessárias grandes áreas e, por conseguinte são arrendadas pequenas, médias ou grandes
propriedade pelas usinas. As políticas públicas voltadas para o campo se mostram pouco eficientes
quando os problemas que a produção da cana de açúcar, assolam os pequenos produtores. Os
incentivos e os financiamentos oferecidos pelo governo federal ao pequeno produtor se limitam
ao programa nacional de fortalecimento a agricultura familiar (PRONAF), programa esse que
financia a compra de maquinário e restruturação dos espaços de produção agrícola do pequeno
produtor rural. Diferente da atenção dada ao pequeno produtor rural, a produção da cana-de-açúcar
esta cercada de benefícios, pois é de interesse do estado que a produção do álcool cresça e que a
indústria sucroenergetica se mantenha forte. É necessário destacar que não é só de interesse
brasileiro a produção da cana-de-açúcar, já que parte de seus produtos são exportados.
É possível pontuar algumas ações do governo em prol da produção da cana-de-açúcar. A
criação da lei 11.097 de 2005, durante o mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, lei essa
que torna obrigatória a adição de uma quantidade mínima de biodiesel ao diesel. A criação do
Programa Nacional de Produção e uso de Biodiesel (PNPB) que estipula e dita os objetivos da
produção e utilização do biodiesel no Brasil, e as politicas publicas de regulação e utilização dos
recursos naturais para a produção do mesmo, o PNPB defende que a produção do biodiesel tem
suas bases estruturadas na sustentabilidade.
Além de ser pautado na logica da sustentabilidade o PNPB estabelece a politica que
concede selos de responsabilidade social as empresas que adquirirem produtos da agricultura
familiar, assim o pequeno produtor rural não sofrerá grandes impactos com a produção da cana-
de-açúcar. Além da problemática ambiental a cana de açúcar se mostra como um problema para a
produção de alimentos, já que a agricultura familiar perde força em espaços onde a cana de açúcar
é produzida, por questões técnicas e de apropriação da terra. Sendo assim é possível questionar se
realmente a cana de açúcar traz benefícios econômicos em escala nacional, regional e
microrregional.
As discussões levantadas na ultima década sobre a utilização da terra e a má distribuição
da mesma no território brasileiro é intensificada quando se considera a cana-de-açúcar e como as
indústrias sucroenergeticas fazem uso da terra. Para ilustrar a expansão da cana de açúcar onde o
abacaxi predomina, foi elaborado um gráfico que mostra a evolução desta cultura nos municípios
de Canápolis, Frutal e Monte Alegre de Minas. Pelo gráfico 1 nota-se que a cana de açúcar tem
sobressaindo na produção nos três municípios, mas, principalmente em Canápolis e Frutal. Para
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entender a razão aumento da produção nestes municípios, é necessário avaliar os elementos
políticos, econômicos e de logística (escoamento), de forma vertical em cada município, o que
não é não o objetivo deste trabalho.
A expansão da cana ocorreu em Canápolis após os anos 2000, período este de aumento
dessa cultura por varias áreas do Cerrado. No entanto, é válido mencionar que a cana de açúcar
esta presente no município desde seu surgimento, tendo a produção voltada para a fabricação de
aguardente, rapadura e alimentação para o gado no período da seca (mês de maio a setembro). A
partir de 2000 a produção deixa de ser apenas destinada para a população local para atender as
exigências do mercado nacional com representação do domínio do capital das indústrias
canavieiras, onde sua produção concentra na Usina Triálcool, que arrenda terras para o cultivo da
cana, e gera na cidade um fluxo migratório intenso, principalmente em épocas de safra. A mão de
obra, na maioria das vezes é vinda do Nordeste, pelo fato de que a usina faz parte do Grupo João
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Lyra, que tem sua sede em Alagoas, e tem a tradição nesse ramo da agroindústria. A utilização da
mão-de-obra neste caso em especifico é proveniente da migração, os trabalhadores da Trialcool
são um exemplo do poder de interferência na formação do espaço e da dinâmica social e
econômica. O trabalhador migrante tem as condições de trabalho muitas vezes precarizadas, tanto
pelo trabalho exercido, que muitas vezes são em péssimas condições, e muitas vezes pelos salários
baixos, ou pelo não pagamento dos salários, como foi mostrado pelo documentário Nas Trilhas da
Cana realizado pelo GEPEAT – Grupo de Estudos e Pesquisa Agrária e Trabalho, do curso de
Geografia da FACIP-UFU.
A utilização do espaço rural em Canápolis durante três décadas (1970 a 2000) constituía
uma das principais culturas do município e consequentemente de renda para os produtores e um
dos maiores produtores de Minas Gerais. Com a inserção da cana, o abacaxi foi perdendo espaço,
conforme dados do gráfico 1. Nos dados do gráfico é possível observar a grande diferença entre a
produção de cana de açúcar e as demais culturas, destaque para os anos de 2007 e 2009 onde foram
registrados os maiores números de produção da cana. O abacaxi aparece como a segunda cultura
com maior produção, é possível observar a evolução da quantidade produzida na década de 90, a
partir de 2000 algumas oscilações são registradas.
Fonte: IBGE(SIDRA)
Org: SILVA (2016)
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A produção de abacaxi em Canápolis criou uma identidade relacionada a esta cultura, nos
anos de 2009, 2010, 2011 e 2012 foram realizadas a festa do abacaxi, festa esta que teve como
objetivo difundir a cultura do abacaxi na região. A festa do abacaxi contava com exposições e
palestras sobre o cultivo do abacaxi, os investimentos da iniciativa na cultura do abacaxi e os
trabalhos realizados pela EMBRAPA para melhoramento da cultura. Considerando o histórico de
produção desta cultura no município de Canápolis a festa aparece como resultado de uma
preocupação da esfera pública para com a identidade do município, além de incentivar a produção
de abacaxi expondo a nível regional. Nos anos anteriores a festa do abacaxi era realizada as
EXPOCANS, feira agropecuária de Canápolis, diferente da festa do abacaxi, estas tinham como
objetivo difundir as diversas culturas produzidas no município de Canápolis.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
CLEPS JR., João. Questão agrária, Estado e Territórios em disputa: os enfoques sobre o
agronegócio e a natureza dos conflitos no campo brasileiro. In.: SAQUET, Marcos Aurélio,
SANTOS, Roselí Alves dos (Org.). Geografia agrária, território e desenvolvimento. São Paulo:
Expressão Popular, 2010.
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FARIA, Arley Haley. A expansão da cana-de-açúcar na mesorregião do Triângulo
Mineiro/Alto Paranaíba (MG): o discurso da modernidade e as des-(re)-territorializações nos
cerrados do município de Ibiá. 2011. 222 f. Dissertação (Mestrado em Geografia) – Programa de
Pós-Graduação em Geografia, Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2011.
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EIXO 8
O PAPEL DAS
GEOTECNOLOGIAS NO
ÂMBITO DA GEOGRAFIA
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TEORIA DOS GRAFOS E GEOPROCESSAMENTO: aplicação na cidade de Três
Lagoas/MS.
Resumo: A teoria dos grafos é um ramo da matemática, tratada pela topologia de redes, que
embasa ferramentas simples, acessíveis e poderosas no sentido de construir modelos e resolução
de problemas relacionados às redes geográficas. A proposta deste trabalho é o de abordar uma
discussão das aplicações da teoria dos grafos na geografia, especificamente no geoprocessamento,
como uma alternativa para soluções, principalmente no que tange às redes (geografia do
transporte, planejamento urbano, mobilidade e acessibilidade urbana). O objetivo do trabalho foi
o de abordar a discussão teórica da teoria dos grafos e geoprocessamento por meio de sua
aplicabilidade em SIG, usando como exemplo a construção e modelagem de redes na cidade de
Três Lagoas/MS, para avaliar o atendimento das escolas em relação às possibilidades e distâncias
a serem percorridas em caminhadas para crianças estudantes chegarem às escolas públicas da
cidade. Os resultados apresentados são parciais, e direcionam para o potencial que os estudos e
avaliações a partir da modelagem de redes podem beneficiar as cidades, apresentando o exemplo
das possibilidades de “tempo versus distância” que crianças precisam percorrer para caminhar até
as escolas públicas da cidade.
1 INTRODUÇÃO
Há na geografia diversas teorias que dão aporte para uma discussão embasada e
referências para aplicações ditas de caráter mais técnico. A proposta deste trabalho é de uma
discussão, ainda em estágio inicial de aplicações da teoria dos grafos na geografia,
especificamente no geoprocessamento, como uma alternativa para soluções, principalmente no
que tange às redes (geografia do transporte, planejamento urbano, mobilidade e acessibilidade
urbana).
O trabalho apresenta a síntese de uma discussão no entorno da teoria dos grafos e seu
embasamento para a análise de redes geográficas, passando por um breve histórico, a capacidade
da teoria dos grafos para análises geográficas de rede e a aplicabilidade da teoria dos grafos e das
redes utilizando o geoprocessamento e os Sistemas de Informações Geográficas (SIG). Por último,
são apresentados brevemente, procedimentos técnicos e resultados parciais da modelagem de
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redes para avaliar a distribuição das escolas públicas (estaduais e municipais) e o “tempo versus
distância” máxima a ser percorrido por crianças, por meio de caminhada, para se chegar às escolas.
O objetivo proposto para este trabalho foi o de abordar uma discussão a respeito da teoria
dos grafos no geoprocessamento, por meio de sua aplicabilidade em SIG, trazendo o exemplo da
construção e modelagem de redes na cidade de Três Lagoas/MS, para avaliar o atendimento das
escolas em relação às possibilidades e distâncias a serem percorridas em caminhadas para crianças
estudantes chegarem às escolas públicas da cidade.
A construção e modelagem da rede foi elaborada para a cidade de Três Lagoas, localizada
a Leste do Estado de Mato Grosso do Sul, envolvendo um total de 26 escolas, sendo 11 escolas
estaduais e 15 escolas municipais
O primeiro registro de um problema relacionado ao que hoje é a teoria dos grafos remonta
a 1736 (Figura 1), quando Euler, um matemático visitou Königsber, na antiga Prússia Oriental –
atualmente Kalingrad, na Rússia (BOAVENTURA NETTO e JURKIEWICZ, 2009). No rio
Pregel, que corta a cidade,
[...] havia duas ilhas que, na época, eram ligadas entre si por uma ponte. As duas ilhas se
ligavam por mais seis pontes ao todo [...] o problema consistia em encontrar o percurso
para um passeio que partisse de uma das margens e, atravessando uma única vez uma das
sete pontes, retornasse à margem de partida. [...] Euler observou que o número de
passagens de uma margem para uma ilha, ou entre duas ilhas, era sempre ímpar [...] isso
indica que se pode passar, mas em algum momento não se conseguirá retornar. Ele
provou que, para que o passeio desejado fosse possível, cada massa de terra deveria se
ligar à outra por um número par de pontes. Este esquema é uma representação gráfica do
que, hoje em dia, se chama um modelo de grafo (BOAVENTURA NETTO e
JURKIEWICZ, 2009, p. 2).
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Foi então que Euler propôs que cada massa de terra fosse ligada por um número par de
pontes, criando o modelo de um grafo para a resolução do problema (RABUSKE, 1992;
BOAVENTURA NETTO e JURKIEWICZ, 2009). Deve-se então a Leonhard Euler, em 1736, a
criação da teoria dos grafos. Apesar disso, a teoria apenas foi formalizada na década de 1930 e até
a década de 1950 foi considerada quase que exclusivamente para questões matemáticas e físicas.
Somente a partir desse período, devido principalmente aos geógrafos e analistas de transporte, que
a teoria dos grafos se difundiu entre os estudos geográficos. Assim, a teoria dos grafos é um ramo
da matemática, tratada pela topologia de redes, que embasa ferramentas simples, acessíveis e
poderosas no sentido de construir modelos e resolução de problemas relacionados com arranjos
de objetos discretos (RABUSKE, 1992).
A partir dos anos 80 do século XX com o surgimento dos SIG e o desenvolvimento
acelerado das técnicas de geoprocessamento nestas ferramentas, aumentou a capacidade de análise
dos dados e muitas das metodologias propostas antes mesmo do surgimento dos SIG começaram
a ser retomadas. Por conseguinte, o advento dos SIG trouxe agilidade, capacidade e retomou
grandes conhecimentos processuais, agora com uma gama ainda maior de possibilidade de
aplicações com o desenvolvimento, principalmente da tecnologia de computação.
Embora o uso de computadores em estudos de geografia não seja novo - desde que os
geógrafos quantitativos do início de 1960 substituíram as calculadoras pelos
computadores em sua modelagem estatística e matemática -, não há dúvida de que foram
negligentes e alguns até tendenciosos em relação ao potencial da geografia em fazer e re-
fazer, nomeadamente nas redes de transporte geográfico. Somente recentemente, devido
à revolução do SIG de meados da década de 80 e à atual computação de alto desempenho,
essa geografia recupera seu legado quantitativo (SOUSA e COSTA, 2011b, p. 1, tradução
nossa).
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orientação e forma como propriedades topológicas. Estas propriedades podem ser de
acessibilidade, centralidade, adjacência, conectividade e ligação (SOUSA, 2011).
O cálculo de matrizes, a partir de grafos, é possível de ser realizado em SIG, com seus
componentes, os nós e os arcos, e sua hierarquização. Quando da espacialização das redes e a sua
estrutura como um grafo, ao ser tratada num SIG, deverá ter importância suas ligações ou
conexões entre os nós, através dos arcos. Ou seja, a topologia dos grafos (redes) deverá ser mais
importante que sua espacialização (geografia) (SOUSA, 2011).
Figura 2: Grafo e esquema das pontes na proposta de resolução do problema pensado por
Euler.
De acordo com Sousa (2011), na geografia, há duas razões principais para usar técnicas
analíticas da teoria dos grafos, partindo da necessidade de se definir e determinar medidas para
determinados tipos de fenômenos espaciais. Estas medidas, quando aplicadas ao estudo geográfico
das redes tem duas funções, a de descrever quantitativamente uma rede e a de comparar
exatamente uma rede com outra. As medidas extraídas a partir da teoria dos grafos ainda permitem
compreender a maneira como os objetos se especializam e interagem na superfície e quais
implicações eles têm sobre a organização espacial. Para avaliar estas implicações, existem dois
grupos de medidas da teoria dos grafos, sendo as medidas de conectividade e as medidas de
acessibilidade. (SOUSA e COSTA, 2011a; 2011b).
A partir destas noções, os grafos permitem manipular e representar qualquer tipo de
relação “arco-nó”, como comparar redes; analisar a evolução das redes; analisar e medir a
densidade das redes; medir o diâmetro das redes; medir a acessibilidade individual dos nós da
rede; medir a acessibilidade geral da rede; medir a conectividade da rede; analisar o impacto das
redes na organização espacial; e analisar padrões espaciais (hierarquias, cluster’s, centros,
periferias, relações, dominância e competição) (SOUSA, 2011).
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Atualmente, na geografia, o chamado ramo de geografia dos transportes é o que mais tem
se apropriado da teoria dos grafos e de ferramentas de SIG para soluções de problemas. Sendo
assim, Sousa e Costa (2011b) e Costa (2011) ressaltam que as redes de transporte como assuntos-
chave na pesquisa geográfica se devem aos geógrafos, que foram os primeiros cientistas a se
interessarem pelas redes de transporte e estudar seu impacto territorial no desenvolvimento
regional (SOUSA e COSTA, 2011b).
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O fato agora é que a partir da década de 1990, essa tríade “teoria dos grafos x SIG
(geoprocessamento) x redes” se renova e, de acordo com Sousa (2011, p. 83) inicia-se uma nova
revolução tecnológica e científica, “fruto do amadurecimento e consequente reconhecimento da
importância dos SIG na Geografia”. O autor continua a discussão afirmando que essa relação
“transportes x SIG x território” reatou com maior dinamismo, originando a criação de uma nova
ferramenta para modelagem de redes de transportes, os chamados SIG-T (Sistema de Informações
Geográficas para Transporte).
5 PROCEDIMENTOS TÉCNICOS
Um dos exemplos mais utilizados no mundo para SIG-T é a extensão Network Analyst,
que integra o ArcGIS, sob os domínios comerciais da empresa Environmental Systems Research
Institute (ESRI). O Network Analyst pode trabalhar sobre as bases da teoria dos grafos para
representação, análise e solução de problemas nas redes. Para isso, utiliza o modelo “arco-nó”,
tendo feições pontuais (nós) e de ligação, as linhas (arcos) para a construção das redes de
transporte.
A construção da rede da cidade de Três Lagoas/MS inicia-se com a transformação da
planta da cidade (em formato “.dwg”) para o formato shapefile. Com a planta da cidade convertida
para shapefile, foi necessário a consistência das feições de polígono, de maneira que na planta
permanecessem apenas os polígonos de quarteirões.
A principal informação para a modelagem das redes são as feições espaciais das ruas, ou
seja, ou seja, as linhas centrais das ruas da cidade. Como a planta não oferecia as linhas que
representam as ruas, gerou-se estes arquivos de modo automático a partir do processamento da
base cadastral da cidade pelo módulo ArcScan. Obteve-se as linhas centrais (center lines) apenas
das ruas e novamente realizou-se as correções, consistências e junções das linhas, de modo manual
e automático pela verificação topológica que identificou erros de sobreposição e intersecções sem
vértices entre as feições de linhas (Figura 3).
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Figura 3: Erros de conectividade das linhas geradas por vetorização automática.
6 RESULTADOS PARCIAIS
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Figura 4: Áreas de influência por caminhada para as escolas públicas de Três Lagoas/MS.
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7 PERSPECTIVAS PARA FUTUROS TRABALHOS
A modelagem de redes na cidade de Três Lagoas pode proporcionar benefícios (de curto
a longo prazo) como: 1) Desenvolvimento do pensamento crítico sobre a organização espacial; 2)
Elaboração de estudos, planos e programas de ordenamento territorial e urbano; 3) Analisar
vulnerabilidades sociais; 4) Desenvolver métodos e técnicas de apoio à tomada de decisão por
meio da aplicação de SIG; 4) Elaborar cenários de desenvolvimento territorial; 5) Planejar
transportes públicos urbanos (em custo e tempo); 6) Melhorar a acessibilidade à cidade (avaliando
o potencial pedonal da cidade); e 7) Possibilitar a criação e manutenção de um banco de dados em
SIG, do cadastro da cidade, com suas principais informações.
O trabalho está sendo continuado, de modo a inserir outras informações relevantes no
banco de dados como pontos de alguns equipamentos urbanos de interesse. Além de alguns dados
por setores censitários, dentre eles o número pessoas de 5 anos a 18 anos de idade e total do
rendimento nominal mensal dos domicílios particulares. Os dados censitários serão importantes
para “cruzar” informações referentes à possível quantidade de crianças e adolescentes nos bairros,
em idades de estudo, e avaliar as distâncias a serem percorridas por determinados moradores de
cada bairro para chegar às escolas, bem como o déficit de alguns bairros em relação às instituições
públicas de ensino básico e distâncias maiores destas instituições, impossibilitando que os
estudantes cheguem caminhando às escolas.
A médio prazo, pretende-se avaliar o potencial do transporte público da cidade e das suas
rotas, em relação à demanda de transportes até as escolas. Com isso, será possível elaborar um
plano de melhoramento destas rotas. E, por fim, a modelagem multimodal da rede, avaliando os
transportes de carro, ônibus e por caminhada.
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Especificamente sobre a teoria dos grafos, geografia das redes e transportes, nota-se a
escassez de bibliografia sobre estes temas no Brasil, e menos ainda trabalhos que adotem estes
três conceitos. O interesse do geógrafo brasileiro pelas redes é indiscutível, mas no âmbito da
aplicação dos SIG ou dos chamados SIG-T, em muitos ainda é desconhecido. Essa atual situação
reflete em muito, na falta de planejamento urbano das cidades, no desconhecimento de soluções
simples para problemas complexos, onde os SIG podem intervir e agir como poderosas
ferramentas.
Buscar novas metodologias e suas possibilidades é apenas o início do caminho a ser
percorrido. Primeiramente é preciso levar em consideração que a ideia da aplicação de SIG vai
muito além dos estudos ambientais e que, no Brasil, ainda há muitas áreas a se preencher com
estas metodologias, a começar pelos ramos da Geografia que ainda pouco usufruem do
geoprocessamento.
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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INPE, 1996.
Environmental Systems Research Institute – ESRI. Types of network analysis layers. Disponível
em: <http://help.arcgis.com/en/arcgisdesktop/10.0/help/index.html#//004700000032000000>.
Acesso em: 30 ago. 2017.
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GOODCHILD, M. F. Geographic Information Systems and Disaggregate Transportation
Modeling. Geographical Systems, n. 5, p. 19-44, 1998.
HAGGET, P.; CHORLEY, R. Network Analysis in Geography. London: Edward Arnold, 1969.
______.; COSTA, N. M. S. M. Geographic Networks Analysis: a graph-based model for analyses the
roads networks impact on land cover. In: VIRTUAL CITIES AND TERRITORIES, 7., 2011,
Lisboa. Proceedings... Lisboa: 7th VCT, 2011a. p. 11-17.
______. Graph-Based Model to Transport Networks Analysis Through GIS. In: EUROPEAN
COLLOQUIUM ON QUANTITATIVE AND THEORETICAL GEOGRAPHY, 17., 2011,
Atenas. Proceedings... Atenas: 17th ECQTG, 2011b. p. 1-8.
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CUMPRIMENTO DA LEGISLAÇÃO AMBIENTAL DA CANA-DE-AÇÚCAR E SEUS
EFEITOS À SAÚDE HUMANA: UMA ANÁLISE DA MICRORREGIÃO DE
UBERABA-MG, BRASIL
Bruna Aparecida Silva Dias
1 INTRODUÇÃO
Durante muitos anos, o Brasil manteve como o principal sistema de colheita da cana -
de-açúcar, o processo manual. Nele, ocorre a prática da queima anterior a colheita de modo a
facilitar o corte e a eliminar impurezas. Porém, em função do mercado, houve uma forte pressão
quanto a eliminação da prática da queima, uma vez que, em razão da prática, temos uma
intensificação das emissões de CO 2, que podem chegar a milhões de toneladas (SOUZA et al.,
2005) contribuindo expressivamente no aquecimento global, e, além disso, provocando
impactos tanto econômicos quanto socioambientais.
Em Minas Gerais, a Deliberação Normativa do Conselho Estadual de Política Ambiental
(COPAM) nº 133/2009, regulamenta que tanto os empreendimentos implantados antes de 2007
quanto depois de 2008 deveriam eliminar a prática da queima controlada em sua totalidade até
o ano de 2014, em áreas com declividade inferiores a 12% (COPAM, 2009). No entanto, temos
alguns fatores que podem inviabilizar a fiscalização dessas áreas de maneira presencial,
principalmente pela grande extensão da área cultivada e por questões econômicas. Sendo assim,
as geotecnologias ainda é uma alternativa rentável, pois surgem como suporte nas pesquisas,
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no planejamento e na fiscalização, bem como, as demais culturas agrícolas, sem ter contato
direto com o alvo na superfície.
Conforme as características de cada sensor orbital a identificação da cana-de-açúcar
pode ser facilitada devido a atribuições específicas da cultura quando detectada nas imagens.
Dentre estas características, cita Rudorff et al., (2010) é uma cultura semiperene, o que a
diferencia de outros cultivos temporários (como soja e milho); é produzida em grandes áreas;
tem a presença de carreadores, responsáveis pelo escoamento da produção e apresenta um
período de colheita amplo (geralmente de abril a novembro).
O presente trabalho tem como objetivo geral analisar o cumprimento da Deliberação
Normativa nº 133/2009 do COPAM e os efeitos a saúde humana, apoiado o auxílio das imagens
de sensoriamento remoto na microrregião de Uberaba-MG. Dentre os objetivos específicos
estão: identificar o modo de colheita da cana-de-açúcar; conhecer a declividade da área
estudada e analisar os dados coletados para averiguar se estão ou não atendendo a legislação
estadual.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
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Portanto, os impactos ocasionados pela agricultura da cana-de-açúcar podem ser
amplamente supervisionados com a utilização de sensores remotos, pois, apresenta-se como uma
ferramenta de grande potencialidade no mercado tecnológico para o monitoramento, previsão e
manejo das áreas agrícolas. Suertegaray e Nunes (2001, p.21) os SIG’s “permitem a aceleração
do registro espacializado dos dados sobre diferentes áreas, favorecem a densificação da
informação sobre o espaço e, por consequência, instrumentalizam as políticas do que fazer”.
O sensoriamento remoto (do inglês remote sensing) pode ser entendido como “is the
science and of obtaining information about an object, area, or phenomenon through the analysis
of data acquired by a device that is not in contact with the object, area, or phenomenon under
investigation.” (LILLESAND et al., 2004, p.1), ou seja, a forma de aquisição de informações sem
o contato com o alvo ocorre por meio da radiação eletromagnética, emitida ou refletida pelos alvos
na superfície terrestre, e então é registrada e transformada em NDs (Níveis Digitais). Para captação
dos dados, os sensores (imageadores e não imageadores) a bordo dos satélites recebem as
informações e armazenam em softwares destinados, especificamente, ao tratamento das imagens
geradas. Suas principais aplicações correspondem a:
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são lançados, por consequência, 1,5 milhões de tonelada de CO2 na atmosfera, potencializando os
efeitos que contribuem para o efeito estufa, de acordo com Souza et al., (2005, p.1) “colheita por
cana queimada elimina a matéria seca e aumenta a concentração de gás carbônico na atmosfera,
contribuindo com o efeito estufa e diminuindo o teor de matéria orgânica no solo”.
3 METODOLOGIA DO TRABALHO
3.1 Localização
A área de estudo (Figura 1) localiza-se localizada aproximadamente entre os paralelos
19.063° e 20.169° S Equador e os meridianos 47.422° e 48.926°’ W Greenwich, na mesorregião
do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba no oeste do estado de Minas Gerais, estado situado na
região Sudeste do país. A microrregião é composta por 7 municípios, sendo eles: Uberaba,
Conceição das Alagoas, Delta, Campo Florido, Conquista, Veríssimo e Água Comprida. A
população estimada pelo IBGE (2016) é de 381.671 habitantes, e o bioma no qual estão
inseridos é o Cerrado.
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4 MATERIAIS E MÉTODOS
O trabalho foi realizado por em 3 etapas, todas elas realizadas no software QGis 2.8 e
descritas a seguir.
A primeira etapa consistiu na obtenção dos dados de queima, no qual foi a base para
prosseguir no mapeamento da cana-de-açúcar com prática da queima em 2015, esses dados
foram disponibilizados por Dias e Rosendo (2016)* das quais utilizaram imagens
multitemporais do sensor OLI a bordo do satélite Landsat 8 para identificar o modo de colheita
da cana. Num segundo momento imagens do Shuttle Radar Topography Mission (SRTM) com
resolução espacial de 30 metros foram empregadas de maneira a obter as informações da
declividade da microrregião estudada, estas imagens passaram por uma reclassificação dos
valores do raster no software QGis 2.8 utilizando o algoritmo do GRASS denominado r.reclass
para que os valores das classes de declividade fossem dadas em porcentagem, como as classes
adotadas pela Embrapa (2007), como mostradas na Tabela 1. Na classe que corresponde ao
Relevo Ondulado (8-20%) foi subdivido em 8-12% e 12-20% a fim de verificar a declividade
conforme a legislação acima citada. Tanto as imagens OLI/Landsat-8 quanto as SRTM foram
adquiridas do site (http://earthexplorer.usgs.gov/subscription/submit/), Serviço Geológico dos
Estados Unidos (USGS, 2016).
Por último, foi gerado pontos nos talhões de cana queimada, e por meio do plugin Point
Sampling Tool presente no QGis 2.8 foi realizado a captura das informações das imagens
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SRTM e atribuídas nos pontos. Em seguida a partir da ferramenta add grid values to point
contida no sistema geoestatístico SAGA foi realizada a junção das informações de cada talhão
de cana queimada de forma a gerar o mapa de declividade para a cultura.
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Figura 2: Mapa das áreas de cana-de-açúcar colhidas com o uso da queima segundo a
declividade.
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Campo Florido 378,2 819,1 111,3 24,4 0 1.333
Conceição das 1.193,4 3.877,0 518,6 0 0 5.589
Alagoas
Conquista 157,5 1.552,5 1.347,5 656,5 213 3.927
Delta 180,7 1.183,1 0 65,2 0 1.429
Uberaba 1.566,5 6.440,9 880,1 340,9 39,6 9.268
Veríssimo 0 167,9 24,1 0 0 192
Fonte: DIAS, B. A. S. (2015)
Org.: DIAS, B. A. S. (2015)
De acordo com o mapeamento, a área total foi de 23.768 ha correspondente as áreas que
empregaram a pratica da queima na cultura da cana-de-açúcar. Deste total, de 22.394,6 ha
(94,2%) estão em áreas de declive inferior a 12% e apenas 1.373,4 ha (5,8%) em áreas
superiores a 12%. Dos 7 municípios pertencentes a microrregião, Conceição das Alagoas e
Veríssimo não possuem nenhuma área que tenha sido empregado o uso do fogo acima da
declividade de 12%, ao passo que, as áreas com declividade abaixo de 12%, Uberaba e
Conquista tiveram as maiores áreas colhidas com o uso da queima, 8.887,5 ha e 5.589 ha,
respectivamente. Neste último caso, justificaria o emprego da queima devido as condições do
relevo e a dificuldade de o maquinário realizar a colheita, todavia, pode-se observar que tanto
o município de Conceição das Alagoas como Uberaba empregaram o uso da queima em
pequenas áreas onde a declividade é acima de 12%, e área expressiva cuja declividade é
propicia para a colheita mecanizada, como mostrado na Tabela 2.
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ao meio ambiente, uma vez que, esses gases quando espalhados na atmosfera potencializa os
efeitos que contribuem para o efeito estufa.
Outro fator agravante é a pouca precipitação, segundo a Organização Mundial da Saúde
(OMS) “a umidade do ar é mais baixa no final do inverno e início da primavera”, ou seja, entre
julho e setembro, período que ainda temos a colheita da cana acontecendo, e, portanto, alguns
problemas de saúde podem ser causados devido a esta condição climática, como:
Estudo como de Ribeiro (2008) demonstrou que no estado de São Paulo municípios como
Piracicaba que apresenta uma grande produção de cana-de-açúcar, indicou que a queima da cana-
de-açúcar era a principal fonte de concentração média de material particulado, essas partículas
podem ser facilmente inaladas pelo ser humano, resultando ou acentuando as doenças
respiratórias, como a asma e a bronquite.
Outros trabalhos realizados por Paraiso e Gouveia (2015) no estado de São Paulo sobre os
riscos da queima a saúde evidenciaram por meio da autocorrelação entre as taxas de óbitos e
internações por doenças respiratórias e dados de focos de queima que o intenso aumento dos focos
de queima estava associado ao aumento das internações por doenças respiratórias entre crianças
menores de 5 anos. França et al., (2009) também apresentou resultados significativos ao
mostrarem a relação da queima da palha da cana-de-açúcar com as taxas de internação por doenças
respiratórias em nove municípios de São Paulo.
Apesar dos trabalhos acima citados corresponderem ao estado de São Paulo que é o maior
produtor de cana-de-açúcar do país, o estado de Minas Gerais tende a seguir os mesmos resultados,
já que é o segundo maior produtor (IBGE, 2015). Além disso, pelo fato da microrregião de
Uberaba, apresentarem grandes quantidades de áreas ainda empregando a queima é evidente que
esta contribui para os problemas relacionados a saúde, mesmo que estas doenças não estejam
diretamente ligadas apenas ao uso desta prática.
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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Manual Técnico de Pedologia. 2.ed. Rio
de Janeiro, 2007.
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FRANÇA, D. de A.; AGUIAR, D. A. de; RUDORFF, B. F. T. Relação entre queima da canade-
açúcar e saúde: estudo preliminar em municípios da Região Administrativa de Araçatuba – SP.
Anais... XIV Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, Natal-RN, 25-30 abril 2009,
INPE, p. 7537-7544.
LILLESAND, T.M.; KIEFER, R.W.; CHIPMAN, J. W. 2008. Remote Sensing and Image
Interpretation. 6ª ed. Chichester: John Wiley & Sons, 750 p.
RUDORFF, B. F. T.; AGUIAR, D. A.; SILVA, W. F.; SUGAWARA, L. M.; ADAMI, M.;
MOREIRA, M. A. Studies on the Rapid Expansion of Sugarcane for Ethanol Production in São
Paulo State (Brazil) Using Landsat Data. Remote Sensing. 2010; 2 (4): 1057-1076.
SÃO PAULO (Cidade). Prefeitura Municipal. Centro de Gerenciamento de Emergências.
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do-ar.jsp>. Acesso em: 27 jun. 2017.
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SURTEGARAY, D. M. A.; NUNES, J. O. R. A natureza da Geografia Física na Geografia. São
Paulo: Revista Terra Livre, n.17, 2001. p. 11-24.
USGS. Landsat Missions: Using the USGS Landsat8 Product. U.S. Department of the Interior -
U.S. Geological Survey – NASA. Site: Acesso em: <http://earthexplorer.usgs.gov/>. Acesso em:
06 set. 2016.
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EIXO 9
PENSAMENTO E
EPISTEMOLOGIA EM
GEOGRAFIA
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AGRICULTURA FAMILIAR NO MUNICÍPIO DE ITUIUTABA (MG):
DISCUSSÕES ACERCA DO MÉTODO
Resumo: O presente trabalho busca realizar uma breve discussão sobre os métodos
trabalhados ao longo da disciplina de Fundamentos teóricos e metodológicos em
geografia do Programa de Pós Graduação em Geografia do Pontal- PPGEP. Ao longo do
texto pretende-se introduzir a importância dessa discussão para a realização da pesquisa,
bem como fazer uma sucinta apresentação sobre os métodos científicos do positivismo,
materialismo histórico dialético e fenomenologia, apresentando também a possível
escolha do método para o desenvolvimento da pesquisa. A área de estudo compreende as
comunidades Canoa e Baixadão, situadas aproximadamente 42 km e 50 km
respectivamente da sede do município de Ituiutaba (MG); as duas comunidades são
compostas por agricultores familiares que tem a produção de leite como sua principal
fonte de renda. A importância acadêmica da pesquisa se justifica pelo fato de que a
agricultura familiar é responsável por proporções significativas da produção agropecuária
do nosso país e a Geografia tem papel fundamental para a analises das dinâmicas que
ocorrem no espaço agrário brasileiro.
1 INTRODUÇÃO
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Triangulo Mineiro e Alto Paranaíba.
O interesse pela pesquisa na área de Geografia agraria surgiu a partir das
discussões realizadas no Grupo de Estudos e Pesquisas Agrárias e Trabalho - GEPEAT.
Com a realização de projetos de pesquisa como: "As tramas sócio espaciais da cana-de-
açúcar na microrregião de Ituiutaba (MG)" e "As transformações na pecuária leiteira no
município de Ituiutaba (MG) em decorrência da expansão da cana-de-açúcar.
O primeiro método abordado foi o positivismo, ele surge no fim do século XVIII,
e se desenvolve por todo o século XIX. Quanto ao positivismo é posto que “Inicialmente,
o paradigma unificador da relação entre os aspectos físicos e sociais foi o positivismo,
que durante muito tempo, principalmente na área da Geografia Física, influenciou, teórica
e metodologicamente, várias gerações de geógrafos”. (NUNES et al., 2006, p. 122). Ainda
temos que
O positivismo, ao mesmo tempo em que influenciava a maioria dos chamados
geógrafos, em especial os chamados geógrafos físicos, por outro lado
influenciou os geógrafos que trabalhavam com os aspectos sociais, passando a
incorporar novos paradigmas nas análises geográficas, como no caso
principalmente do método dialético, gerando conflitos teóricos e
metodológicos no interior da Geografia. (NUNES ET AL, 2006, p. 122).
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homem é um ser biológico e social, tanto os estudos da dinâmica da natureza
como os da sociedade, devem ter uma finalidade para os interesses da
sociedade. Ou seja, a Geografia Física, nesta perspectiva, deve ter uma visão
crítica (política, econômica, cultural e ambiental) e ao mesmo tempo
pragmática. (NUNES ET AL, 2006, p. 125).
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não é suficiente colocar um dedo sobre elas; o dedo tem que se movimentar
sobre elas. É possível ter olhos e não ver; ouvidos e não ouvir. TUAN, 2012,
p. 11).
Ela sugere uma coisa boa: o que quer que “comunidade” signifique, é bom
“ter uma comunidade, ” “estar numa comunidade”. Se alguém se afasta do
caminho certo, frequentemente explicamos sua conduta reprovável dizendo
que “anda em má companhia”. Se alguém se sente miserável, sofre muito e se
vê persistentemente privado de uma vida digna, logo acusamos a sociedade —
o modo como está organizada e como funciona. As companhias ou a sociedade
podem ser más; mas não a comunidade. Comunidade, sentimos, é sempre uma
coisa boa.
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p.528
trabalho pretendemos abordar as relações sociais e os aspectos materiais e imateriais da
comunidade. Assim sendo, não vamos apenas quantificar os dados ou fazer um
levantamento socioeconômico das comunidades. Pretende-se ouvir os moradores e seus
relatos, capturar suas emoções e sensações por meio das entrevistas e do diário de campo.
O lugar será o conceito que se pretende adotar para o desenvolvimento da pesquisa,
uma vez que ao estudar as comunidades rurais, trabalharemos com o espaço de vivência
destes moradores; em que eles estabelecem suas relações sociais, moram e trabalham.
Quanto as escolhas aqui relatadas, elas são apenas um esboço do que almeja-se
desenvolver na pesquisa; e pode não refletir o resultado final; todavia é por meio do
embasamento teórico dos métodos, categorias e conceitos que a pesquisa será guiada.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Longe de conseguir definir o que são os métodos aqui abordados, foi feito uma
breve apresentação dos mesmos, com base em autores trabalhados ao longo da disciplina.
Sabe-se que para aprimorar as discussões e conhecer mais detalhamento os métodos é
preciso aprofundamento nas leituras dos diversos autores. Todavia, já é possível delinear
o possível método a ser adotado para o desenvolvimento da pesquisa; com base na
discussão aqui apresentada.
A partir do que foi discutido, destaca-se que a escolha do método não precisa ser
feita já no início da pesquisa, antes de mais nada é preciso aprofundar o conhecimento
sobre o método e amadurecer as ideias para o desenvolvimento do trabalho, assim a
escolha não será árdua diante das várias opções de métodos e conceitos, por fim, cabe a
cada pesquisador avaliar as vantagens e desvantagens de cada método para a sua pesquisa.
Vale ressaltar que as discussões acerca dos métodos são estritamente necessárias
para a evolução do conhecimento geográfico, é a partir do embate de diferentes ideias que
se pode avançar no campo cientifico. Essas discussões fazem da geografia uma ciência
ainda mais vigorosa, uma vez que com as várias vertentes teóricas, o geógrafo precisa
sempre conhecer melhor as transformações no mundo da Geografia.
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REFERÊNCIAS
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MÉTODOS DE ANÁLISE GEOGRÁFICA E O ESTUDO DO DIREITO À
CIDADE: CAMINHOS POSSÍVEIS
Arnaldo Ferreira de Araújo Filho
Mestrando em Geografia na Universidade Federal de Uberlândia – UFU/FACIP
1 INTRODUÇÃO
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diferentes daqueles encontrados nas metrópoles, marcam o cotidiano urbano e dificultam
a construção do direito à cidade.
O presente artigo tem como objetivo de analisar os métodos e as categorias de
análise geográfica relacionando-os com esta temática de interesse, e, ao final, eleger qual
método é mais relevante para o desenvolvimento da pesquisa. A metodologia baseou-se
em pesquisa bibliográfica, com seleção de autores que melhor contribuem para o
desenvolvimento do trabalho.
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p.533
Um outro importante método de análise geográfica é o materialismo histórico
dialético. De acordo com Gomide (2013, p. 1) “a base filosófica da dialética percorre um
imenso caminho que vai de Heráclito à Hegel e de Hegel para o pensamento marxista que
instituiu uma nova dialética fundada no materialismo histórico”.
O Materialismo Histórico Dialético foi criado por Karl Marx (1818-1883) e
Friedrich Engels (1820-1895), tendo uma perspectiva teórica, metodológica e analítica
para compreender o desempenho e as grandes modificações da história e da sociedade.
De acordo com Gomide (2013, p. 3), “o termo materialismo diz respeito à condição
material da existência humana, o termo histórico parte do entendimento de que a
compreensão da existência humana implica na apreensão de seus condicionantes
históricos” tudo o que existe é matéria ou depende da matéria, existe fora da consciência
humana e independente dela, não sendo produto nem do pensamento, nem de qualquer
ser imaterial.
A dialética, segundo Konder (2008, p. 7-8) “é o modo de pensarmos as
contradições da realidade, o modo de compreendermos a realidade como essencialmente
contraditória e em permanente transformação”, e Gomide (2013, p. 3) conclui dizendo
que, “o termo dialético tem como pressuposto o movimento da contradição produzida na
própria história”.
De acordo com Triviños (1987), o materialismo histórico é a ciência filosófica do
marxismo que estuda as leis sociológicas que qualificam a vida da sociedade, de sua
mudança histórica e da realidade social dos homens, no desenvolvimento da humanidade.
O materialismo histórico significou uma mudança fundamental na análise dos fenômenos
sociais que, até a origem do marxismo, se sustentava em concepções idealistas da
sociedade humana.
O Materialismo Histórico Dialético, conforme Gomes (1997), permite a passagem
da imagem do real para uma estrutura racional, na maioria das vezes organizada e
operacionalizada por um sistema de pensamento. A primeira etapa desse método é a busca
dos elementos essenciais comuns que estruturam o real, o instrumento projeta a percepção
para além do fenomenológico. Dessa maneira, o marxismo afirma que o sujeito do
conhecimento historicamente determinado e socialmente contextualizado é capaz de ser
apreendido pela ciência a partir das categorias essenciais que o envolvem, como por
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p.534
exemplo: produção, consumo, troca. “O materialismo histórico dialético enquanto enfoque
metodológico busca entender o modo humano de produção social da existência vinculando-se,
portanto, a uma concepção de realidade, de mundo e de vida (GOMIDE, 2013, p. 5).
Neste sentido percebemos que a partir do dado empírico, o real é percebido pelo
sujeito diretamente em sua expressão e indiretamente em seu sentido, de modo a
proporcionar o entendimento e o desvelamento dos processos existentes nos fenômenos
estudados.
Pensando no processo de articulação das múltiplas dimensões do fenômeno Cury
(1986) traz cinco categorias fundamentais da perspectiva dialética: contradição,
totalidade, mediação, reprodução e hegemonia.
Segundo o autor, a categoria de contradição rebate a concepção de linearidade,
pois parte do entendimento de que nada existe em permanência e, portanto, toda realidade
é passível de superação. A categoria de totalidade busca a conexão dos aspectos
particulares com o contexto social mais amplo que produz as contradições. A categoria
de mediação parte do pressuposto que o homem é mediador das relações sociais e,
portanto, agente para intervenção no real.
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Este conceito passou por algumas transformações. No início do século XX, o lugar
em seu sentido locacional era utilizado para definir a Geografia, como exposto por La
Blache (1913): a Geografia é a ciência dos lugares e não dos homens. Posteriormente
conceituado por Hartshorne (1959) que dizia que as integrações que a geografia deve
analisar são aquelas que variam de lugar para lugar. Este conceito de Hartshorne perdurou
por 50 anos.
O humanista Tuan (1979) diz que o conceito de lugar, tem mais elementos do que
a palavra localização sugere. Segundo o autor, lugar é uma entidade única, um conjunto
‘especial’, que tem significado. O lugar encarna as experiências e aspirações das pessoas.
O lugar não é só um fato a ser explicado na ampla estrutura do espaço, ele é a realidade a
ser esclarecida e compreendida sob a perspectiva das pessoas que lhe dão significado.
Segundo esta concepção, o conceito de lugar tem personalidade e sentido. Alguns
autores deram duas características ao conceito: identidade e estabilidade. A identidade
diz respeito ao gênio do lugar, o espirito, o conhecimento detalhado, implicando assim no
enraizamento de um centro de significados que se torne insubstituível. Relph (1976) diz
que as identidades não podem ser entendidas simplesmente em termos de padrões físicos
e de traços observáveis, nem só como produtos de atitudes, mas como uma condição
indissociável destes.
A estabilidade está ligada a relação tempo e lugar. Tuan (1965) afirma que o lugar
é uma pausa no tempo. Para o autor, isso não quer dizer no entanto que o lugar esteja
além da história ou seja atemporal, significa sim, que o lugar denota a relação inseparável
entre espaço e tempo. A pausa permite a localização, para tanto, transforma em um polo
estruturador do espaço, implicando assim, na distância.
O lugar seria, então, o “centro profundo da existência humana, cuja essência
estaria na ‘intencionalidade grandemente não-autoconsciente” (FERREIRA, 2002, p 47).
Então o lugar seria o mundo vivido, o elo entre os procedimentos geográficos e
fenomenológicos. Cada pessoa tem seu lugar natural, o ponto zero do seu sistema pessoal
de referência. “Cada pessoa está rodeada por ‘camadas’ concêntricas de espaço vivido,
da sala para o lar, para a vizinhança, cidade, região e para a nação” (BUTTIMER, 1982,
p. 178).
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Segundo estes conceitos citados, a concepção de viver está para além de morar,
viver em um determinado lugar, é viver de um modo pelo qual se está adaptado aos ritmos
da natureza. Segundo Moreira e Hespanhol (2005), “O lugar se estrutura na relação do
“eu” com o “outro”, o palco da nossa história, em que se encontram as coisas, os outros
e a nós mesmos. O corpo situa-se na transição do eu para o mundo, o ponto de vista do
ser-no-mundo, sendo a condição necessária da existência humana”.
Segundo Leite (1998), o lugar é produto da experiência pessoal vivida permeado
de dimensões simbólicas, culturais, políticas e sociais, só adquire uma identidade e
significado através das intenções humanas atribuídas a ele. No âmbito da geografia
crítica, o lugar, não é entendido apenas como espaço vivido. Alguns autores como Harvey
e Santos são alguns expoentes que abordam o lugar a partir do materialismo histórico e
dialético.
Para Santos (1994), o lugar abarca uma permanente mudança, decorrente da
própria lógica da sociedade e das inovações técnicas que estão sempre transformando o
espaço geográfico. Segundo Milton Santos (1994) o conceito de lugar está diretamente
ligado ao de espaço, tudo que existe num lugar está em relação com os outros elementos
desse lugar. Para o autor o que define o lugar é uma teia de objetos e ações com causa e
efeito, formando um contexto que atinge todas as variáveis já existentes e as que vão se
formar.
O estudo do direito à cidade se torna uma importante discussão, visto que o direito
à cidade é um direito coletivo que precisa ser conquistado/construído para melhoramento
da infraestrutura, qualidade de vida e relações sociais estabelecidas no meio urbano e na
cidade. Harvey (2012, p. 74) diz que “o direito à cidade está muito longe da liberdade individual
de acesso a recursos urbanos: é o direito de mudar a nós mesmos pela mudança da cidade. Além disso,
é um direito comum antes de individual já que esta transformação depende inevitavelmente do
exercício de um poder coletivo” (HARVEY, 2012, p. 74).
O direito à cidade não está apenas ligado ao ter um lugar para morar, mas sim
morar em um lugar que possua infraestrutura material e simbólica para o desenvolvimento
de suas atividades sociais de maneira complexa. Lefebvre (2006, p. 103 – 104) diz que
“trata-se de necessidade uma atividade criadora, de obra (e não bens de produtos e de
bens materiais consumíveis), necessidades de informação, de simbolismo, de imaginário,
de atividades lúdicas”, sendo estas as necessidades sociais, as necessidades de
entretenimento individual e/ou coletivo.
Segundo Rodrigues (2007) as lutas populares pelo direito à cidade são
direcionadas ao Estado, uma vez que o Estado é responsável por produzir e garantir a
reprodução da vida. Neste sentido, os movimentos populares urbanos se organizam para
garantir melhores instituições de ensino, iluminação pública e domiciliar, captação de
água e esgoto, coleta de lixo dentre outros equipamentos de consumo coletivo. Este
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processo de organização coletiva para garantir o direito à moradia, e os equipamentos de
consumo coletivo tem se expandido por todo o interurbano e regiões metropolitanas.
Rodrigues (2007, p. 83), ainda cita que “a infraestrutura e os equipamentos de consumo
coletivo, constituem as bases fundamentais para desvendar formas de opressão, de
segregação, de promessas nunca cumpridas pelo Estado e pelo capital”.
A luta pelo direito à cidade nos diz que é possível alterar a desigualdade
socioespacial urbana, quando trabalhada em conjunto, entendido que a cidade é um lugar
de vivência coletiva, seja ela grande, média ou pequena.
Estudar o direito à cidade em pequenas cidades faz-se necessário devido às
relações e as particularidades existentes nestes espaços. O estudo sobre pequenas cidades
parte inicialmente da delimitação numérica do IBGE, a qual diz que pequenas cidades
possuem até 20 mil habitantes, que dependem do comércio local e da movimentação da
economia rural. No entanto, o entendimento das pequenas cidades ultrapassa as questões
numéricas.
6 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
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p.540
GOMIDE, D. C. O materialismo histórico-dialético como enfoque metodológico para
a pesquisa sobre políticas educacionais. Disponível em:
<www.histedbr.fe.unicamp.br/acer_histedbr/jornada/jornada11/artigos/2/artigo_simposi
[email protected]> Acessado em 25 jun. 2017
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BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE O MÉTODO E A GEOGRAFIA
1 INTRODUÇÃO
1
Agradecimento em especial à FAPEMIG pelo apoio financeiro.
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p.542
de métodos, visando então evitar incorrer em erros que possam comprometer as
pesquisas.
Para tanto, o presente trabalho versa sobre os três principais métodos, sendo eles
o positivismo e posteriormente o neopositivismo, o fenomenológico e o materialismo
histórico dialético. A abordagem realizada é a teórica-bibliográfica, se apoiando na
discussão de autores que tratam do tema, e assim apontando características definidoras
do método.
2 O MÉTODO
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p.543
Tendo em vista a Geografia, será apresentado aqui um breve resgate dos
fundamentos básicos de três principais métodos, sendo eles o Positivismo, o
Fenomenológico e o Materialismo Histórico Dialético.
2.1 Positivismo
Com origem ligada à contestação da metafisica que se fazia presente até então na
ciência. O positivismo se realizou por uma ciência rígida e observação focada em
classificar e descrever fatos, fundamentando o início da ciência moderna, tendo por
característica premissas bem delimitadas, que podem ser sintetizadas a partir de Löwy
(1994, p.17) como a consideração de que a sociedade é regida por leis naturais e
invariáveis, desta forma, pode ser estudada a partir dos mesmos métodos das ciências da
natureza, devendo limitar-se à explicação dos fenômenos de forma objetiva, neutra e
apartada de qualquer ideologia que possa turvar a análise. Portanto
A realização da ciência positivista está centrada no estudo de fatos que possam ser
efetivamente conhecidos e descritos, pautados na comprovação e observação das partes
isoladas. Segundo Triviños (2008, 39) “os valores como não eram dados brutos e apenas
expressões culturais, ficavam fora do interesse do pesquisador positivista, nunca podiam
constituir-se num conhecimento cientifico” O que não podia ser provado se incluía fora
da ciência.
“ao positivismo não interessavam as causas dos fenômenos, porque isso não
era positivo, não era tarefa da ciência. Buscar as causas dos fatos, sejam elas
primeiras ou finais, era crer demasiado na capacidade de conhecer do ser
humano, era ter uma visão desproporcionada da força intelectual do homem,
de sua razão. Isso era metafisico. Assim tendo os fatos que podiam ser
observados, a atitude positiva consistia em descobrir as relações das coisas”.
(TRIVIÑOS, 2008, p. 36).
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serem tratado a partir das ciências naturais tornam em certa medida, a exemplo do
darwinismo, a explicação da evolução e das transformações da sociedade, no entanto sem
a preocupação das causas primeiras ou dos efeitos consequentes, o que importa é tão
somente os fatos discerníveis.
Em período posterior, meados do início do século XX, o positivismo se remodela,
sobretudo a partir do Círculo de Viena.
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que o sujeito é relegado, o objeto elevado em importância e descrito em forma de
hipóteses e deduções.
2.2 Fenomenologia
Com matriz situada no idealismo, a fenomenologia carrega em sim a subjetividade
que é inerente ao Ser, e dentro deste quadro é visto como chave para a leitura da realidade.
O foco da fenomenologia seria então a redução do fenômeno que se encerra na
intencionalidade da consciência, chegando assim às essências. Esta intencionalidade
segundo Triviños (2008, p. 45) é a característica que apresenta a consciência de estar
orientada para um objeto. Isto é, não é possível nenhum tipo de conhecimento se o
entendimento não se sente atraído por algo, concretamente um objeto. “Para Husserl não
existem conteúdos da consciência, mas exclusivamente fenômenos. O dado é a
consciência intencional perante o objeto” (TRIVIÑOS, 2008, p. 44)
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“Na busca de soluções para este problema, da extrema subjetividade e da
extrema objetividade do conhecimento, têm-se levantando algumas
possibilidades tendentes a estabelecer uma relação entre os dois polos. O que
se tem desejado é transformar as formulações subjetivas em enunciados
verdadeiros para todos os sujeitos. Este é o problema que se tem denominado
de intersubjetividade. Um dos caminhos propostos, de intersubjetividade, tem
sido considerar que, quando falamos de um sujeito, não estamos pensando num
sujeito empírico, mas como sujeito puro, transcendente, um sujeito geral. Outra
via de intersubjetividade está representada no reconhecimento explícito de que
não existem diferenças substanciais entre sujeito e objeto, que ambas são
expressões de uma mesma realidade.” (TRIVIÑOS, 2008, p. 46)
“O mundo receberá, pois, seu sentido, não de um único que traria em si todas
as luzes da razão, mas da pluralidade das consciências como sendo o mesmo
mundo do qual todas as consciências participam. A constituição do mundo não
é mais, consequentemente, um fenômeno subjetivo, mas um fenômeno
intersubjetivo, o que conduzirá Husserl a ampliar a subjetividade
transcendental àquilo que denomina uma intersubjetividade transcendental. O
mundo não é minha representação, ele é nosso mundo ou, enquanto mediatiza
os intercâmbios entre os sujeitos, um intermundo, como designará Merleau-
Ponty.” (DARTIGUES, 2008, p.58)
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dentro do positivismo a matéria está hermeticamente fechada em um sistema que a
experiência humana não está presente em forma de consciência.
Portanto, “se existem pró e contra, sim e não, é porque as realidades se apresentam
não somente em aspectos múltiplos, mas facetas mutáveis e contraditórias” (LEFEBVRE,
2009, p. 28). Considerando as matrizes do pensamento de marxista, “ambas as raízes do
pensar humano se unem para constituir, no materialismo dialético, uma concepção
cientifica da realidade, enriquecida com a prática social da humanidade” (TRIVIÑOS,
2008, p.51).
Em Marx, de acordo com Sposito (2013, p. 44) “a dialética compreende
necessariamente a noção de movimento da História”. Tese e antítese resultam em uma
síntese, que, ao mesmo tempo passa a ser uma nova tese, em constantes ciclos de embate.
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distinguir o objeto, fenômeno ou processo por sua qualidade. Só depois de um
processo que pode levar milhares de anos, séculos, meses ou diferentes
dimensões de duração, o homem é capaz de conhecer os aspectos qualitativos,
a essência, a causa etc. do objeto. (TRIVIÑOS, 2008, p. 52)
A matéria pode ser definida a partir de Triviños (2008, p. 56) como “uma categoria
filosófica para designar a realidade objetiva que é dada ao homem nas suas sensações,
que é copiada, fotografada, refletida pelas nossas sensações, existindo independente
delas”, sendo que o “movimento é o modo de existência da matéria. Jamais existiu em
algum lugar, nem pode existir, a matéria sem movimento (TRIVIÑOS, 2008, p.60).
O trabalho como sendo a transformação da matéria pela sociedade cria o mundo
humano, e só assim o homem também se cria. Segundo Lefebvre (2009, p. 46) “é dentro
de sua obra e por meio dela que ele mesmo, mas sem confundir-se com ela, embora não
se separe dela” se efetiva como produtor e como produção.
São os humanos que fazem sua vida (social), sua história e a história geral. Mas
eles não fazem a história dentro das condições que eles mesmos escolheram,
determinadas por decretos de suas vontades. É certo que, depois do início da
humanidade, o homem (social e individual) se tornou ativo, mas não goza
absolutamente de uma atividade plena, livre, consciente. (LEFEBVRE, 2009,
p. 62)
O autor segue ainda dizendo que “os relacionamentos que o ser humano
necessariamente trava, constituem o ser social de cada indivíduo; é o ser social que
determina a consciência, e não a consciência que determina o social. (LEFEBVRE, 2009,
p. 63). A relação entre a própria sociedade e em constante transformação, o conjunto das
forças produtivas e as relações de trabalho ganham então o nome de Modo de Produção,
sendo este constituído por uma superestrutura e estruturas que se tornam os elementos
motores da história da sociedade.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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métodos positivista e neopositivista, fenomenológico e materialista histórico dialético a
partir dos contextos em que estavam inseridas temporal e espacialmente, impactando
sobremaneira os resultados científicos, os objetos e as análises.
Na Geografia, não diferentemente, considerando-a como ciência moderna, o
método recai sobre a forma de se fazer ciência geográfica, conduzindo às características
próprias de cada período, bem como delimitando liames divisórios que impregnariam a
Geografia durante o século XX. Considera-se assim a formação de “escolas de geografia”.
A partir da consolidação das ditas escolas, observa-se a construção de conceitos,
característicos de cada corrente, que podem efetivamente se mostrarem controversos ou
complementares à medida que aplicados e operacionalizados em Geografia. Cabe ao
pesquisador, munido de toda teoria geográfica, advinda dos diferentes métodos, escolher
os conceitos orientadores, considerando o valor, o objetivo, o objeto e os sujeitos
componentes de cada área de suas respectivas pesquisas. Deste modo, os conceitos não
são simplesmente dados, ou prontos, eles devem ser construídos a partir da realidade a
ser investigada.
REFERÊNCIAS
LEFEBVRE, Henri. Marxismo. Porto Alegre: L&MP, 2009. 128 p. (Coleção de bolso).
Tradução: William Lagos.
LÖWY, Michael. As aventuras de Karl Marx contra o Barão de Münchhausen.
Marxismo e positivismo na sociologia do conhecimento, 8.ed. São Paulo: Cortez,220 p.
SANTOS, Milton. Espaço e Método. 5. ed. São Paulo: Edusp, 2014. 120 p. (Coleção
Milton Santos).
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A DIALÉTICA COMO MÉTODO DE ABORDAGEM: UM ESTUDO SOBRE AS
ESCOLAS NO CAMPO E O RURAL DE QUIRINÓPOLIS – GO
1 INTRODUÇÃO
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em geografia, em que será realizado um estudo sobre o rural de Quirinópolis/GO, que
estará dividido em duas partes. Em um primeiro momento haverá a análise e compreensão
de como o campo foi transformado pelo esse processo produtivo das indústrias
sucroenergéticas, inseridas a mais de uma década no município, e em um segundo instante
uma investigação acontecerá sobre as transformações no espaço vivido dos camponeses
e investigar se suas relações com a comunidade e a escola no campo foram modificadas.
A dissertação sobre “As escolas no campo do município de Quirinópolis–GO e os
impacto causados s a partir da territorialização do setor sucroenergético”, visa
compreender as relações do campo quirinopolino entre capital, território e camponeses.
Portanto o método que propiciar maior análise das contradições ocorridas no campo, será
o método de abordagem deste assunto.
Para realizar esta escolha serão analisados os métodos destacados assim como suas
correntes filosóficas. Ao descartar os métodos cujos procedimentos não forem adequados
à pesquisa que pretende-se realizar chegaremos ao método propício para o estudo. Caso
seja necessário, haverá o uso de mais de um método para este estudo e/ou a apropriação
de técnicas de um método de abordagem com caráter secundário na pesquisa.
O método é uma vertente que conduz o pesquisador durante seu estudo. A escolha
deste deve ser coerente com a corrente de pensamento a seguir durante o estudo. Poder-
se-á escolher pelo olhar que o pesquisador deseja lançar sobre seu objeto de estudo e/ou
essa escolha acontece pelo encaixe entre o que procura-se analisar e qual o método
consegue proporcionar ao pesquisador melhores caminhos para a análise desejada. Neste
caso, o método escolhido foi o que possibilitou compreender as relações sociais existentes
no local sob a territorialização do setor sucroenergético.
De acordo com Prodanov e Freitas (2013, p.26) “os métodos gerais ou de
abordagem oferecem ao pesquisador normas genéricas destinadas a estabelecer uma
ruptura entre objetivos científicos e não científicos (ou de senso comum)”. O uso cada
vez mais sistemático do método de abordagem impõe veracidade ao discurso do autor
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sobre determinado estudo, além de possibilitar a reprodução da pesquisa por outrem a
partir da metodologia.
Sobre nortear a pesquisa a partir de sua abordagem, os métodos proporcionam ao
autor/pesquisador o controle e planejamento do que será desenvolvido, pois:
Estes métodos esclarecem acerca dos procedimentos lógicos que deverão ser
seguidos no processo de investigação científica dos fatos da natureza e da
sociedade. São, pois, métodos desenvolvidos a partir de elevado grau de
abstração, que possibilitam ao pesquisador decidir acerca do alcance de sua
investigação, das regras de explicação dos fatos e da validade de suas
generalizações. (GIL, 2008, p. 9)
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O município de Quirinópolis possui quatro escolas rurais em funcionamento,
ambas de responsabilidade municipal. As duas escolas mencionadas são o foco, pois estão
localizadas mais próximas ao perímetro urbano, posteriormente também às
agroindústrias, portanto as comunidades rurais que as circundam ocupam os territórios
mais disputados pelo setor sucroenergético no município.
De acordo com os objetivos gerais, a pesquisa se classifica como explicativa, pois
tem como “[...] propósito identificar fatores que determinam ou contribuem para a
ocorrência de fenômenos. Estas pesquisas são as que mais aprofundam o conhecimento
da realidade, pois têm como finalidade explicar a razão, o porquê das coisas”. (IDEM,
2010, p. 28). Para tanto é necessário um método de abordagem que identifique às
contradições existentes no território indicado. Por isso foi necessário discutir sobre os
métodos aqui destacados.
3 O MÉTODO DEDUTIVO
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comunidade em que situa-se a escola e em outra ter características distintas. Portanto,
Marconi e Lakatos (2003, p. 96) ressaltam que o método:
Neste caso não será retratado sobre a premissa maior e premissa menor para
chegar à conclusão. Não procura-se sustentar com as premissas, apontando se estão
corretas ou não. A pesquisa pretende compreender os fenômenos ocorridos em
determinado espaço, o que não será possível pela dedução, pois os resultados não são
exatos, mas uma leitura histórica de um processo contraditório. Por isso, este método não
conduzirá o caminho do estudo.
4 O MÉTODO INDUTIVO
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Os casos analisados são apenas dois, que podem vir a ter resultados muito
diferentes e isso dificulta a generalização universal de determinado assunto, sendo uma
amostra imparcial, já que a pesquisa não procura apontar fatos gerais, mas sim a
particularidade de cada comunidade rural. Para realizar o estudo a partir deste método, de
acordo com Gil (2008, p. 10), seria necessário a “[...] observação repetida de casos
particulares [...]”, o que não é o intuito da pesquisa.
Neste sentido, o empirismo não é a corrente filosófica mais apropriada para o
estudo desejado. Para este “[...] o conhecimento é fundamentado exclusivamente na
experiência, sem levar em consideração princípios preestabelecidos” (IDEM, 2008, p.
10). As experiências não serão o enfoque para a construção do conhecimento sobre as
comunidades e escolas rurais analisadas. Assim, continuemos a investigar os métodos e
encontrar o mais conveniente para os casos apresentados.
5 O MÉTODO HIPOTÉTICO-DEDUTIVO
6 O MÉTODO FENOMENOLÓGICO
Percebe-se que, nesta não se deduz, não se explica a partir de preceitos, princípios
e/ou regras. Busca-se demonstrar como o conhecimento é para cada pessoa e para o
mundo, por meio do espaço vivido, ou seja, onde as relações humanas acontecem
diariamente.
Nesta pesquisa, em determinados momentos poder-se-á adotar técnicas da
fenomenologia. Ao estudar as relações entre a comunidade e a escola, os sujeitos do
campo e o campo, como os camponeses (re)existem no campo, entre outras. São
indagações que não serão respondidas pelo método dialético, mas por uma visão mais
próxima ao lugar, ao cotidiano e a vida das famílias a partir da sensação de pertencimento
ao campo, à comunidade e às escolas rurais.
O método fenomenológico propicia o conhecimento do lugar, onde “[...] a
Sociologia Compreensiva responde de forma diferente à questão sobre o qualitativo. Essa
corrente teórica, como o próprio nome indica, coloca como tarefa central das ciências
sociais a compreensão da realidade humana vivida socialmente” (MINAYO, 2001, p. 23,
grifo do autor).
Mesmo que em alguns momentos o estudo transite pela fenomenologia, o método
principal, que conduzirá o caminho desta pesquisa qualitativa, na perspectiva de
compreender as contradições existentes entre à sociedade camponesa e a apropriação do
território pelo capital é o dialético.
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7 RESULTADOS PARCIAIS
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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REFERÊNCIAS
ECO, Umberto. Como se faz uma tese. Tradução de Gilson Cesar Cardoso de Souza.
São Paulo: Perspectivas, 1983. (Coleção Estudos).
FUCHS, Maria Silva; FRANÇA, Maira Nani; PINHEIRO, Maria Salete de Freitas. Guia
para normalização de publicações técnico-científicas. Uberlândia: EDUFU, 2013. 286
p.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas,
2010.
_____. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
MINAYO, Maria Cecília de Souza (org.). Pesquisa Social: teoria, método e criatividade.
18 ed. Petrópolis: Vozes, 2001.
YIN, Robert K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 2. ed. Porto Alegre: Bookman,
2001.
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p.561
GEOSSISTEMAS: UMA PROPOSTA DE INTEGRAÇÃO ENTRE HOMEM E
NATUREZA
Lucas Bernardo Pereira
Aluno do PPGEP – FACIP/UFU
[email protected]
Resumo: Este trabalho traz uma reflexão teórica sobre a contribuição dos geossistemas
para os estudos em geografia física. Desde seu surgimento na antiga União Soviética, até
sua aplicação em casos de estudiosos brasileiros, o geossistema tem proposto uma
integração entre a natureza e o homem. O artigo trata de seu histórico, bem como analisa
os conceitos chaves que integram a estrutura dos sistemas. A abordagem geossistêmica
mostra-se como uma evolução nos estudos das paisagens e transpondo diferentes escalas
é capaz de delimitar estruturas na crosta terrestre tornando possíveis os estudos desde as
grandes massas vegetais, como os biomas, mas também as vertentes e cursos d’água que
em escala menor compõem estas feições. Veremos como o conceito foi aproveitado para
romper a uma estrita quantificação dentro da ciência geográfica, considerando daí em
diante o homem como elemento da paisagem, e consequentemente tornando a geografia
capaz de avaliar também os impactos ocasionados pelo modo de vida e usos,
configurando a ação antrópica na transformação da paisagem, que passa então a contar
com um rigor científico mais criterioso para suas propostas de análises.
Palavras chave: Geossistemas; Geografia Física; Paisagem
1 INTRODUÇÃO
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dinâmica; perspectiva que passa rapidamente a todos os campos científicos.
(TROPPMAIR & GALINA, 2006, p. 80).
No Brasil podemos dar destaque a estudiosos como Carlos Augusto de
Figueiredo Monteiro, Antonio Christofoletti e Helmut Troppmair, que contribuíram para
difusão da análise geossistêmica nos estudos geográficos.
Foi a partir daí que a geografia consolidou a presença do homem nos estudos da
natureza, assumindo papel de agente efetivo e transformador, culminando na importância
também dos fatores sociais aí implícitos:
Fica bem claro que o geossistema e sua análise é uma tentativa de melhoria na
investigação da “Geografia Física”. [...] Fica também muito claro que a
modelização dos geossistemas à base de sua dinâmica espontânea e
antropogênica e do regime natural a elas correspondente visa, acima de tudo,
promover uma maior integração entre o natural e o humano. (MONTEIRO,
2001, p. 47).
Desde o surgimento do homem a natureza vem sendo cada vez mais tomada e
transformada, isso tem ocorrido principalmente devido a necessidade de sobrevivência,
desde o “homem primitivo” ao “homem moderno”.
Assim, Casseti (1991, p. 11) diz que o homem ao se apropriar da primeira
natureza acaba transformando a mesma, rompendo o equilíbrio dinâmico dos processos
naturais, tudo para que atenda às necessidades de sua sobrevivência:
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[...] É através da transformação da primeira natureza em segunda natureza que
o homem produz os recursos indispensáveis a sua existência, momento em que
se naturaliza (a naturalização da sociedade) incorporando em seu dia-a-dia os
recursos da natureza, ao mesmo tempo em que socializa a natureza
(modificação das condições originais ou primitivas).
Assim, fica claro que a primeira natureza é apropriada e ocupada, passando a ser
compreendida por Casseti (1991), como segunda natureza, que pode ser entendida como
os recursos naturais que foram apropriados e transformados, passando a contar com
registros da intervenção humana.
A natureza é ambiente de vivência do homem e tem sido tratada como fonte de
matéria prima e recursos e cada vez mais a sociedade tem se preocupado com a questão
dos impactos oriundos do processo de ocupação, voltando a atenção para os aspectos que
possam vir afetar esta relação de forma negativa.
Isso tem gerado um paradoxo interessante, pois o homem é quem determina a
qualidade de vida que a natureza pode nos proporcionar, visto que é ele que transforma a
paisagem, podendo assim impactar o ambiente conforme sua necessidade de uso. Diante
disso, Vesentini, nos chama atenção para as diferentes concepções de natureza do ponto
de vista do homem, pois:
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O homem também se apropria do relevo, daí a necessidade de entender como
este processo tem sido interpretado através da sistematização de conhecimentos
corroborados dentro de diferentes ciências modernas:
O autor destaca a importância dos solos e das águas superficiais que podem ser
considerados elementos dentro de um sistema e relaciona seu caráter ambiental voltado
para o enquadramento dentro dos estudos geográficos, ou seja, é preciso tomar estes
recursos naturais com análises e técnicas para sua melhor compreensão e devidos
cuidados ambientais. Para reafirmar esta importância Guerra (1976), também lembra que:
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é um corpo vivo que também emana reações em consequência dos atos tomados sobre
ela, “Contudo, a essas ações do homem sobre a natureza será conveniente acrescentar as
consequências advindas para ele, para sua fisiologia e para seu comportamento e
provenientes do meio por ele criado”. (DOLFUSS, 1978, p.47), ou seja, os recursos que
venham a ser inutilizados pelo homem como, o solo e a água, também o afetarão na
mesma escala em que ele os destruir.
3 GEOSSISTEMAS
O autor nos esclarece as tendências teóricas nos estudos da paisagem, onde não
somente a escola alemã, mas também a anglo-americana e francesa tiveram relevante
importância na emergência e consolidação do que depois viria a se tornar os geossistemas,
e naquele momento histórico estava muito relacionado a este estudo da paisagem
(MONTEIRO, 2001).
Juntamente a este estudo da paisagem e a necessidade de abordar novos
caracteres aos estudos geográficos, que fossem capazes de sintetizar o natural e o humano
surgiu então o geossistema, que:
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Para o autor o geossistema deve acompanhar a noção de escalas, assim o mesmo
pode compreender desde a dinâmica dos grandes biomas mundiais, como elementos da
paisagem contidos neste, por exemplo, as vertentes e cursos d’água. Estes elementos
podem ser compreendidos como subsistemas dentro de uma escala maior, e podem ser
compreendidos como:
Nesta afirmativa o autor deixa nítido a preocupação que deve haver com a escala,
o que podemos conceber como a mensuração ou definição da área de estudo, estes
elementos definidos em menor escala são a base do sistema para compreensão dos
fenômenos em maior escala. No caso de um curso d’água é necessário compreender antes
a dinâmica das vertentes que compõem sua bacia.
E dentro desta trajetória de escalas para análise embasada pelo geossistema ainda
podemos considerar que:
Logo podemos concluir que o geossistema está ligado a uma escala de grandeza
da qual o homem não pode interferir significativamente em sua dinâmica, ou seja, não é
capaz de alterar, o embasamento rochoso e a quantidade de chuvas (BERTRAND;
BERTRAND, 2007), mas cabe ao geossitema a adaptação nos níveis de escala até
chegarmos dimensão da capacidade da escala de ação do homem. Outros autores reforçam
esta ideia quando afirmam que:
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[...] o Geossistema é um sistema natural, complexo e integrado onde há
circulação de energia e matéria e onde ocorre exploração biológica, inclusive
aquela praticada pelo homem. Pela ação antrópica poderão ocorrer pequenas
alterações no sistema, afetando algumas de suas características, porém estes
serão perceptíveis apenas em micro-escala e nunca com tal intensidade que o
Geossistema seja totalmente transformado, descaracterizado ou condenada a
desaparecer. (TROPPMAIR; GALINA, 2006, p. 81).
Esta concepção é trazida da escala maior que qualifica a ideia de biomas, por se
tratarem de massas vegetais com certa homogeneidade animal e vegetal, exemplo disto
são as florestas tropicais e as savanas, que também contam com um equilíbrio climático
dentro da sua abrangência (BERTRAND; BERTRAND, 2007). Daí o geossistema adapta
esta conceituação para definir áreas como geótopos, definidos à medida que:
[...] uma cabeceira de nascente, um fundo de vale que o sol nunca atinge, uma
face montanhosa, constituem igualmente biótipos cujas condições ecológicas
são muitas vezes muito diferentes das do geossistema e do geofácies dentro
das quais eles se acham. É o refúgio de biocenose originais, às vezes relictuais
ou endêmicas. Este complexo biótico-biocenose, bem conhecido dos
biogeógrafos, corresponde ao geótopo, isto é, a menor unidade geográfica
homogênea diretamente discernível no terreno[...]. (BERTRAND;
BERTRAND, 2007 p. 20, 21).
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De acordo com o autor o geótopo pode ser entendido como a menor escala de
análise em um recorte territorial, um curso d’água, uma vertente, um afloramento
rochoso. Estes locais tendem a dividir uma dinâmica biológica dentro de uma área
homogênea e que mesmo pode retratar um ambiente passado, ou mesmo recorrente em
apenas uma dada área da superfície do globo, sendo assim os geótopos fogem à
classificação dentro da escala superior dos biomas, pois dentro de um bioma vão existir
vários geótopos.
Existe ainda dentro da classificação dos sistemas os que podem ser concebidos
como sistemas abertos ou fechados, concepção esta essencial para compreender-se a
relação matéria/energia dentro do geossistema:
Vemos que a energia é que dá fluidez aos sistemas, no exemplo do nosso planeta
esta energia é fornecida pelo sol, na forma de radiação, ao entrar em contato com a
atmosfera esta energia toma outras formas, deixa de ser apenas calor e transforma-se
também em movimento, afetando diretamente a dinâmica das águas oceânicas. A Terra
tem também uma relação de distribuição que parte do núcleo para a superfície, à medida
que os fluídos do mando interferem nos movimentos tectônicos. (CHRISTOPHERSON,
2012, p. 5).
Nosso planeta pode ser entendido também como sistema fechado quando em
quesitos de matéria:
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perdidos para o espaço. Excetua-se casos dos gases leves e dos minúsculos meteoros que
são destruídos no contato com a atmosfera. (CHRISTOPHERSON, 2012).
Este exemplo de sistema fechado em questão de matéria, nos faz refletir que
nosso planeta lida também com a transformação e descarte desta matéria, o que traz à
tona a reflexão sobre o melhor uso de recursos, a determinado ponto teremos que pensar
em esforços como reaproveitamento e reciclagem como ações inevitáveis
(CHRISTOPHERSON, 2012), à medida que o nosso planeta não tem um “sistema de
descarte reserva” para dispensar tal matéria.
Foram propostos também os sistemas isolados, que dentro de algumas obras
podem ser considerados também como fechados, porém existe menção quando:
Sistemas isolados são aqueles que, dadas as condições iniciais, não sofrem
mais nenhuma perda nem recebem energia ou matéria do ambiente que os
circundam. Dessa maneira, conhecendo-se a quantidade inicial de energia livre
e as características da matéria, pode-se calcular exatamente o evoluir do
sistema e qual o tempo que decorrerá até o seu final. (CHRISTOFOLETTI,
2011, p. 3).
A ideia do autor nos remete ao um sistema em equilíbrio, que não é mais passível
de transformações ou agente de modificações em seu entorno, ou seja, um sistema que
não influi mais ações dentro da escala geossitêmica. Entretanto A. Christofoletti (2011),
classifica também sistemas não-isolados, os quais mantêm relações com os demais, e aí
sim ele os classifica em abertos ou fechados, dá exemplo a nível global quando cita que:
O planeta Terra pode ser considerado como sistema não-isolado fechado, pois
recebe energia solar e também a perde por meio da radiação para as camadas
extra-atmosféricas, mas não recebe nem perde matéria de outros planetas ou
astros, a não ser sem proporção insignificante, quase nula.
(CHRISTOFOLETTI, 2011, p. 3).
Neste ponto os últimos dois autores citados dão a ideia de que nosso planeta é
um sistema único e reservado estritamente ao uso da raça humana, mas relembrando que
este fechamento sistêmico de ordem planetário se dá apenas em nível de matéria, logo
conclui-se que as transformações desta matéria, aí refletida por nossos recursos, e seus
consequentes efeitos ficarão a cargo exclusivo também do nosso planeta. As percas de
energia são em nível global insignificantes para afetar nossos sistemas, mas são
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consideravelmente importantes em sua entrada através da radiação solar, o que vimos
antes é um fator regulador e independente da força de ação do homem.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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p.572
É nesta integração que representa os caminhos e as trocas entre energia e matéria
dentro do geossistema que se encontra a chave para interpretar a correlação entre estes
elementos, todos sendo considerados como organismos vivos, tem influência sobre os
outros na perspectiva de comporem um mesmo sistema, que, integrado será capaz de
fornecer repostas que satisfaçam os estudos propostos pela geografia física.
REFERÊNCIAS
GUERRA, Antônio Teixeira. Recursos Naturais do Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, 1976.
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EIXO 10
SAÚDE AMBIENTAL NO
CONTEXTO GEOGRÁFICO
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TEORIAS E PRÁTICAS ACERCA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Roberto Castanho
Resumo: A educação ambiental tem sido atualmente muito discutida nos dias atuais,
porém os problemas ambientais gerados não são novos, isto é, são problemas que tem um
longo processo e que só atualmente estão em evidência e em função disso as soluções
para tratar estes problemas são um dos objetivos que a atual sociedade tem enfrentado. A
geografia sempre teve a preocupação com as mais diversas questões entre elas sociais e
ambientais. E nessas questões que este artigo visa tratar onde teremos com a ajuda da
geografia o lançamento de reflexões sobre a educação ambiental e a abordagem de
algumas práticas de educação ambiental, praticas estas feitas através de levantamentos de
dados a respeito da Coleta Seletiva de Resíduos sólidos de Ituiutaba-MG
1 INTRODUÇÃO
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vermos que é um importante objeto de ciência, que tem um grande papel na formação dos
futuros cidadãos ativos.
O Primeiro passo é abandonar a visão de que a geografia e uma mera descrição e
memorização do homem e da terra, a geografia e bem mais que isso, podemos dizer que
a geografia e um análise detalhada das novas e complexas relações sociais, culturais,
políticas e econômicas que vem ocorrendo atualmente na sociedade, novas relações que
se dão com reflexos dos efeitos da globalização e do avanço tecnológico que acaba por
mudar a relações do homem com espaço e com ele mesmo, formando novos blocos
econômicos, criando novos territórios e “desterriorizando” os já formados, a nível
mundial, nacional, regional e até mesmo local, podemos dizer então que o objeto de
estudo e o espaço geográfico.
Depois uma breve análise de como a Geografia chegou aqui e como e grande a
importância dela, para compreender a história que o mundo já passou vivendo a mudança
de um conhecimento contemplativo que buscava explicar os fenômenos para um
conhecimento que possa ser usado de fato como um instrumento, baseado na ideia de que
ela fornece um ponto um ponto de partida para a sociedade ter condições de interferir na
natureza e transformá-la a seu serviço.
Com a consolidação dessa nova geografia “crítica”, abre um leque de discussões
relacionadas a sociedade e ao meio ambiente não só nos países desenvolvidos, mas
também nos países emergentes, que são aqueles em desenvolvimento, isso acaba fazendo
com que a Geografia acabe criando ferramentas para enfrentar esses reais problemas.
Haja vista que o olhar geográfico não se abstém de capturar a riqueza de todos
estes elementos que estão sob a superfície da Terra e compõem o espaço, Pereira (2006,
p. 31) reproduz a ideia de Aristóteles ao dar destaque à sua frase que diz “O que não está
em nenhum lugar não existe”, e, prossegue na alusão à real importância que o espaço
exerce na vida do homem para que este se situe, se desloque e conceba sua história.
Diante desse vasto campo que a geografia estuda, que percorre desde as descrições
do território até a mais complexas relações do homem com o meio ambiente e com a
sociedade, problemas nas mais diversas esferas físicas, políticas, sociais e culturais,
ocorrem a todo momento. Pensando nisso foi escolhido uma temática que vem sendo
muito discutida atualmente e que relaciona todas as esferas da Geografia, que é um olhar
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sobre as relações do homem com a natureza, relação essa que está frágil, isso ocorre em
função aos atuais modos de produção e consequentemente ao atual modelo de consumo.
A geografia desde sua origem sempre esteve no centro das relações entre
sociedade e meio ambiente, tanto no âmbito dos lugares como nas escalas
planetárias. Na verdade, são estas relações e estas extensões que a tornam
atrativa àquelas pessoas que eventualmente se deparam com a produção do
geógrafo. Para o Professor Carlos Augusto Monteiro, o maior encanto da
geografia – não importando o arcaísmo do nome – reside na complicada trama
das interações do Homem com a Terra (CANALI, 2009, p.166).
As relações que a sociedade atual tem feito com o meio ambiente mostra que, cada
vez mais o homem tem se apropriando de maneira errada da natureza, deste modo os
problemas ambientas cada dia acabam se tornando mais frequentes e graves.
Com isso, se fez necessário criar conferencias para se discutir o assunto, por volta
dos anos 1960/1970, as questões ambientais ganham maior notoriedade e instauram um
novo ciclo de apreensões mundiais fazendo com que a Organização das Nações Unidas
(ONU) promova conferências sobre a temática com o objetivo de delinear os princípios,
conceitos, objetivos e estratégias do que viria a ser educação ambiental.
Chegando no Brasil por volta de 1999, através da Lei Nº 9.795 da Presidência da
República que dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Nacional de
Educação Ambiental e dá outras providências traz em seu Artigo 1º que por educação
ambiental entendem-se “os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade
constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas
para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia
qualidade de vida e sua sustentabilidade”. O Artigo 2º acrescenta que a educação
ambiental “é um componente essencial e permanente da educação nacional, devendo estar
presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo,
em caráter formal e não-formal”.
Conforme a temática tem sido discutida, o conceito de Educação Ambiental foi
sendo difundido juntamente com a geografia, e com isso se abriu um importante e
necessário campo para os pesquisadores da geografia.
Suertegaray (2009) indica uma interpretação do espaço geográfico como uno e
múltiplo a partir da compreensão da conjunção de diferentes categorias como natureza,
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sociedade e espaço-tempo em suas imbricadas relações e transformações com a histórica
mudança do mundo.
A educação ambiental tem uma relação direta com a geografia em função de ser
uma área em que a humanística, o holístico, o democrático e o participativo se interagem
e se fazem necessário para um bom trabalho. Isso porque a Educação ambiental vai mais
além que só a relação do homem com a natureza, mais do que isso, ela também se
relaciona com o lado cultural, o econômico, o social e até mesmo o pedagógico.
Por isso que a educação ambiental e um ramo da ciência geográfica, e unem para
que possam formar uma frente para combater os mais diversos problemas que enfrenta e
vem enfrentando.
Com isso definimos o objetivo deste projeto, que é analisar como que essa
educação ambiental tem sido feita, se de fato tem tido êxito na sua função e mais, esse
projeto também traz um novo olhar para esse conceito que e tão importante, isso vai ser
feito através da pesquisa da educação ambiental por meio de levantamentos bibliográficos
a respeito do assunto e da análise de resíduos recicláveis secos – que são resultado do
atual modo de vida e de consumo da sociedade – por vislumbrar nas ações voltadas para
a coleta seletiva destes que é uma importante ferramenta para a preservação do planeta.
Essa análise que será feita nos resíduos sólidos será feita através do Diagnóstico
anual de Resíduos Sólidos, elaborado pelo SNIS, foi eleito como banco de dados/objeto
de análise desta pesquisa, que tem como objetivo o estudo ambiental de Ituiutaba a fim
de observar se a práticas ambiental têm de modo surtido efeito em relação a outras tantas
praticas que tem sido empregada no mundo. Pensando nisso se faz necessário repensar a
relação homem-resíduos.
Como já dito anteriormente o recorte espacial será no município de Ituiutaba –
MG, e terá um recorte temporal de 2005 a 2015, será analisado em uma década qual tem
sido o real comprometimento que a comunidade tem tido com o descarte adequado de
resíduos recicláveis secos, por meio dos dados.
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2 DISCUSSÃO
Ligado a esses problemas outro fator que prejudicou a relação do homem com o
meio foi a questão pensamento antropocêntrico, no qual o homem se vê ao centro das
coisas e começa a deixa o temor aos fenômenos naturais e as coisas que não estão
diretamente relacionadas a ciência coisas essas relacionadas aos sentidos humanos já
citados acima com fazem com que a humanidade acabe-se perdendo ou deixando de ter a
sensibilidade aos fenômenos e consequentemente aos problemas ambientais.
Em contrapartida os problemas ambientais são relativamente novos, e aparecem
no início a partir da década de 1960, nesse ponto que começa os problemas relacionados
ao meio ambiente, pois como fazer com que essa sociedade que é nesse modo
antropocêntrico sensibilizar com as questões ambientais.
Outro fator importante a se ressaltar e que os avanços tecnológicos acabaram
criando um domínio sobre a natureza que criou barreiras e gerou mais problemas para o
meio ambiente, isso aconteceu em função, das constantes transformações que o mundo
tem sofrido em função desses avanços.
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Na Antiguidade até o início da Revolução industrial essas transformações corriam,
porém em escala e velocidade mais reduzidas. E os problemas gerados por elas eram
relativamente pequenos em relação a atualidade, pequenos problemas relacionados a
doenças mudança no estilo de vida e alguns distúrbios, mas não eram de grande
preocupação pois aconteciam de forma mais lenta.
Já hoje em dia esses problemas vêm tornando-se mais presentes e a níveis mais
rápidos, o resultado disso pode-se ser preocupante pois pode-se acabar em um colapso
ambiental.
O fato e que a sociedade passou a se tornar mais vazia e individualista, com isso
passou a buscar conforto no consumismo, em roupas, sapatos aparelhos eletrônicos
automóveis, fazendo com que o meio ambiente seja cada vez mais explorado.
Além dessa demanda de consumo exagerada outro fator que tem prejudicado
muito o meio ambiente é a obsolescência programada que mais uma vez, mantém-se a
economia aquecida, os níveis de emprego e os lucros dos detentores do capital em
detrimento da devastação do meio ambiente e dos danos decorrentes das modificações no
espaço geográfico.
Não bastasse a sedução das novas aquisições em um cenário em que a vida é
organizada em torno do consumo, os produtos na pós-modernidade são criados para
atenderem a uma obsolescência programada. E mais uma vez, mantém-se a economia
aquecida, os níveis de emprego e os lucros dos detentores do capital em detrimento da
devastação do meio ambiente e dos danos decorrentes das modificações no espaço
geográfico.
O conceito obsolescência programada tem origem em 1929 e prolongou-se pela
década de 1930 (período da Grande Depressão) como um modelo de mercado que se
apoiava na justificativa de reduzir as repercussões da crise econômica – recuperando a
economia dos países – e do consumo em baixa. Entretanto, até os dias atuais, essa
concepção de criar produtos “programados para morrer” continua ativa.
A obsolescência programada ocorre não só quando se descarta um objeto em que
havia a possibilidade do conserto ou se troca aparelhos apenas porque foi lançada uma
versão mais nova, mas também porque é uma técnica utilizada por fabricantes onde o
término da vida útil dos produtos é previamente estabelecido.
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O resultado disso e bastante negativo para o meio ambiente pois, cada vez mais
recursos naturais do meio ambiente são explorados, e cada vez mais são gerados mais
resíduos, pois além da geração de mercadorias para consumo aumentar, aumentam
também mercadorias para dar suporte ao consumo, como por exemplo podemos citar os
pneus dos caminhões que são gastos para que estas mercadorias cheguem ao um número
maior de consumidores.
Os resíduos sólidos é um problema não só no descarte em lugares indevidos como
como os citados acima mas também por serem descartados de forma errada em aterros
sanitários, que acabam por requerer áreas naturais ainda intactas para a construção de
mais aterros, que tem a suas vidas úteis reduzidas em função da não separação correta dos
resíduos sólidos para a destinação à reciclagem.
3 RESULTADOS PARCIAIS
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porta) da população (%)
urbana do município
(%)
2005 - - 83.853
2006 - - -
2007 - - 90.000
2008 - - 90.000
2009 - - 91.964
2010 - - 93.125
2011 - - 1.740
2012 100 95 94.295
2013 100 95 97.772
2014 100 100 98.414
2015 100 100 99.030
Fonte: SNIS-RS.
Elaboração: Silva, S. A. (2017).
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2015 9,79 3,15
Fonte SNIS-RS.
Elaboração: Silva, S. A. (2017).
4 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
BRASIL. Presidência da República. Lei nº. 9.795, de 27 de abril de 1999. Dispõe sobre
a Educação Ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras
providências. Brasília, 1999. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9795.htm>. Acesso em: 22 mai. 2017.
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COPERCICLA. Disponível em: <http://www.copercicla.com/index.php>. Acesso
em: 30 jun. 2017.
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O CONCEITO DE TERRITÓRIO APLICADO AO PROGRAMA SAÚDE DA
FAMÍLIA (PSF).
Henrique Ramos
Discente do Curso de Geografia da Universidade Federal de Uberlândia – UFU/FACIP
Resumo: O Programa Saúde da Família (PSF) tem se configurado como um dos mais
importantes referenciais da organização da Atenção Básica no Brasil. Este artigo busca
reaver o conceito de território e suas relações com a saúde coletiva através de uma revisão
bibliográfica, bem como sua incorporação na prática de trabalho através da análise de
documentos oficiais do PSF. Foi possível observar que o entendimento sobre o conceito
de território varia nos âmbitos federal, estadual e municipal, assim como é diferenciado
dentro da própria Equipe de Saúde da Família. Partindo do PSF, a transformação da
realidade local está diretamente relacionada à multiterritorialidade, organizada através da
intersetorialidade dentro da Secretaria da Saúde, entre esta e outras Secretarias, além do
poder municipal com a comunidade e outras instituições que abrangem escalas
geográficas diferenciadas. A delimitação de áreas e microáreas de atuação, essencial para
a implantação e avaliação do programa é, em geral, realizada com base apenas no
quantitativo de população, sem considerar a dinâmica social e política, inerente aos
territórios.
Palavras-chave: Programa Saúde da Família, multiterritorialidade, território.
1 INTRODUÇÃO
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A Estratégia de Saúde da Família visa a reversão do modelo assistencial vigente,
onde predomina o atendimento emergencial ao doente, na maioria das vezes em grandes
hospitais. A família passa a ser o objeto de atenção no ambiente em que vive, permitindo
uma compreensão ampliada do processo saúde/doença. O programa inclui ações de
promoção da saúde, prevenção, recuperação, reabilitação de doenças e agravos mais
frequentes.
No caso do PSF, percebe-se a preocupação em operacionalizar o conceito de
território, sem, no entanto, uma discussão sobre os seus múltiplos sentidos. Esta lacuna
pode ser constatada pela pequena participação de geógrafos em todos os níveis desse
programa. Quando se considera um determinado local delimitado pelo PSF pode-se falar
de uma configuração territorial que tem determinados atributos. Essas características,
naturais ou elaboradas pelo homem, dão feitio ao ambiente, que por sua vez influi no
processo saúde-doença da população. O reconhecimento dessa relação é um passo
importante para a incorporação de conceitos e práticas da geografia no PSF. O território,
neste caso, seria mais que um depositório de atributos da população, mas também o lugar
da responsabilidade e da atuação compartilhada. No entanto, segundo levantamento
realizado por entrevistas, os técnicos do PSF vêem a comunidade como um aglomerado
“amorfo, indistinguível, desorganizado” (PEDROSA e TELES, 2001).
2 METODOLOGIA
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3 O TERRITÓRIO E A MULTITERRITORIALIDADE
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p.588
anteriormente (política, cultural, econômica, naturalista). Busca-se entender esse
território como surgido de forma articulada, conectada, integrada com outros territórios.
Na perspectiva relacional é considerado que as relações sociais históricas ocorrem
no espaço em um determinado tempo, sendo o território fruto de uma relação complexa
entre os processos sociais e o espaço material. Essa perspectiva nos possibilita entender
o território como movimento, fluidez, interconexão, dando origem a processos como TDR
(territorialização, desterritorialização e reterritorialização). A territorialização seria fruto
de uma estratégia para tomar posse de um espaço geográfico, a desterritorialização seria
o abandono espontâneo ou forçado da territorialização e a reterritorialização constitui-se
na construção de uma nova territorialização, que não necessariamente ocorre na mesma
localidade (HAESBAERT, 2004b). Tal movimento aproxima a concepção de espaço-
tempo ao fornecer à territorialidade uma mobilidade diacrônica (sucessão de tempos) e
sincrônica (simultaneidade de lugares) (SANTOS 1997). No entanto, é importante deixar
evidenciado que tal processo está sempre se modificando, dando a ideia de que os eventos,
embora não sendo os mesmos, são sempre parecidos em seus arranjos. Os fatores que
influenciam esta mudança são de ordem ideológica, política, econômica ou social.
Embora exista a tendência da predominância de uma delas, a depender do contexto
histórico em que se dão as relações, estas se sobrepõem, dando a este processo um caráter
de complexidade.
Tendo conhecimento dessas perspectivas devemos observar algumas
considerações de Haesbaert (2004b): a) cada tipo de territorialização (parcial, relacional
e integradora) possui um tipo de desterritorialização correspondente; b) A
territorialização pode ocorrer numa área (território-zona), mas também pode ocorrer
através do movimento, como por exemplo, a territorialização dos nômades (território-
rede); c) A desterritorialização pode ocorrer com o deslocamento, mas também na
imobilidade (por exemplo, com pessoas que vivem de forma precária e não têm condições
de migrar do local onde vivem), porém ela não é total; e d) Cada ser humano e cada
sociedade exercem mais de um tipo de territorialidade, ou seja, podem produzir e/ou
habitar ao mesmo tempo em mais de um tipo de território. A partir dessas considerações
é possível entender a perspectiva da multiterritorialidade, conceito defendido por
Haesbaert (2004b), que em linhas gerais pode ser concebida como um processo de
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reterritorialização constante, seja de uma área (território-zona) ou de uma série de áreas
(território-rede) que o ser humano e as sociedades vivenciam continua e simultaneamente.
De acordo com o autor, a perspectiva da multiterritorialidade está mais próxima dos
processos sócio-espaciais atuais. Cabe perguntar se esta perspectiva poderia ser utilizada
pelo PSF e que concepções estão sendo utilizadas pelo PSF? Que critérios devem ser
observados para obtermos essa visualização das práticas dos agentes do PSF em suas
multiterritorialidades?
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p.592
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
SANTOS, Milton. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. 2. ed. São
Paulo: Hucitec, 1997. 273p.
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p.594
O DESCARTE INCORRETO DE RESÍDUOS SÓLIDOS NOS BAIRROS
CANAÃ, BURITIS E NADIME DERZE NO MUNICÍPIO DE ITUIUTABA MG.
Henrique Ramos
Resumo: Este estudo de caso apresenta áreas de deposição incorreta de resíduos sólidos
nos bairros Canaã, Buritis e Nadime Derze no município de Ituiutaba-MG, para alcançar
os resultados esta pesquisa pautou no trabalho de campo nos bairros citados, levantamento
bibliográfico sobre o tem, informações junto a órgãos públicos, tendo como resultado um
mapa com os principais pontos de deposição incorreta e uma proposta para ditigar os
impactos causados.
1 INTRODUÇÃO
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p.595
O crescimento populacional juntamente com a urbanização desenfreada e não
devidamente planejada são fatores que trazem diversos males à sociedade em geral assim
como ao meio ambiente. Como um dos problemas causados por tais fatores está o
crescimento da produção lixo que vem crescendo a cada dia.O presente projeto de
planejamento tem por objetivo fazer um levantamento das principais áreas onde são
depositados os resíduos sólidos nos bairros Canaã, Buritis e Nadime Derze, situados no
extremo leste da cidade de Ituiutaba MG e apontar possíveis alternativas para recuperação
dessas áreas.
A população da cidade de Ituiutaba entre os anos de 2010 e 2015 aumentou cerca
de 5% e consequentemente o descarte correto de lixo urbano se tornou ainda mais
comprometido, o que provocou o aparecimento de várias áreas de depósito indevido.
Atrelados a tal fato estão diversos problemas que diariamente atingem a sociedade tanto
a curto quanto a longo prazo, como por exemplo o aparecimento de animais peçonhentos
em áreas urbanas, a contaminação do lençol freático pelo chorume produzido,
contaminação do solo além da poluição visual.
Os procedimentos metodológicos utilizados na elaboração deste trabalho
incluíram levantamentos de dados por meio de pesquisas bibliográficas, busca de
informações junto aos órgãos da prefeitura quanto à possível existência de projetos com
relação à tais áreas e pesquisas de campo com o intuito de conhecer as particularidades
das áreas de estudo e colher as coordenadas de GPS.
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Mapa 2: Localização do município de Ituiutaba MG.
Fonte: IBGE
Os bairros Canaã, Buritis e Nadime Derze se localizam no extremo leste da área
urbana do município e fazem parte do Programa Minha Casa, Minha Vida do Governo
Federal, abrigando
O Plano Nacional de Resíduos Sólidos (2010) define resíduos sólidos como
sendo:
A produção de resíduos sólidos tem tido um acentuado aumento nos últimos anos
por conta das estratégias de mercado baseadas no incentivo ao consumo, a diminuição na
qualidade dos produtos comercializados e a obsolescência programada são responsáveis
pela degradação do meio ambiente de diversas formas como por exemplo a poluição
visual, atmosférica além de ser a causa de diversas doenças perigosas ao ser humano. Os
resíduos sólidos deixaram de ser um problema apenas das grandes metrópoles e passaram
a atingir o meio urbano em geral.
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Partindo desse princípio, Naime (2009) afirma que não há uma diferença
substancial entre os termos “lixo” e “resíduos sólidos”, atualmente há uma compreensão
de que os materiais descartados, porém passíveis de reaproveitamento ou reciclagem por
parte de outras pessoas podem ser chamados de resíduos sólidos, enquanto os que já estão
em seu destino final e que não possuem mais nenhuma serventia para nenhuma esfera da
sociedade podem ser tratados como lixo.
Um importante aliado contra o acúmulo de resíduos sólidos em locais incorretos
é a coleta seletiva, porém na maioria das vezes tal serviço não possui a visibilidade
necessária.
Santos (2007) considera a coleta seletiva como sendo a separação ainda na fonte
dos materiais recicláveis como papel, plástico, vidro e etc. dos que na prática não tem
possibilidade de ser reciclado, como material orgânico ou lixo hospitalar por exemplo.
O PNRS (2010) torna a prática da coleta seletiva obrigatória a partir de janeiro
de 2011 como demonstra em seu art. 4º:
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A implantação de uma logística reversa eficiente tem como principal
condicionante a educação ambiental que depende não só de divulgação de informações,
mas sim da necessidade de se estabelecer uma relação de afeto entre as pessoas e o meio
ambiente, assim o processo de conscientização social ocorre de maneira eficiente
tornando acima de uma obrigação moral um hábito prazeroso.
No entanto, segundo Santos (2009):
3 RESULTADOS
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Mapa 3: Localização dos pontos coletados em campo.
Como pode ser observado no mapa foram encontrados 4 pontos no Bairro Canaã
(Figura 1):
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Figura 9: Pontos de descarte incorreto de RSU no Bairro Canaã .
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E por fim no bairro Buritis foi encontrado mais um ponto de descarte.
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p.602
Levar ao conhecimento da população a existência e vantagens da coleta
seletiva.
Fiscalização em locais estratégicos afim de evitar o descarte de resíduos
sólidos em locais indevidos.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei n.° 12.305, de 2 de agosto de 2010. Plano Nacional de Resíduos Sólidos,
Diário Oficial [da] Republica Federativa do Brasil. Brasília, DF, 10 ago 2010.
D’ALMEIDA, M.L.O. et al. Lixo Municipal: Manual de Gerenciamento Integrado. 2 ed. São
Paulo, 2000. 370p
GUERRA, A.J.T. & CUNHA, S.B. Impactos Ambientais Urbanos no Brasil. 2ª edição, 416 p.
Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2004.
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p.603
IBGE: Cidades. Disponível
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mar 2017.
UFU | FACIP | GEOGRAFIA | Anais do IX Encontro de Geografia do Pontal - GEOPONTAL | 2017| ISSN 2179-0566
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