As Aliancas Da Fe PDF

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 34

AS ALIANÇAS DA FÉ

Introdução

Os homens fazem alianças por várias razões: garantir sua palavra, determinar as condições
de uma promessa, celebrar contrato de compra e venda, ou meramente fixar um acor
do aleatório ao qual as partes se comprometem a honrar. O motivo e a necessidade d
estes contratos é que o homem tem o hábito de mudar de idéia e querer descumprir o que
promete.
Estes estudos têm por finalidade afirmar a fi¬delidade das promessas de Deus, as raíze
s da salvação eterna e trazer à luz do entendimento as garantias que estão por traz das
alianças eternas.
Poucas pessoas entendem a base da fé Cristã. Ocupando-se com o lado exterior do Cris
tianismo, não têm interesse pelos fatos eternos que garantem a vida eterna. São crente
s superficiais, cujas raízes espirituais têm pouca profundidade.
Deus quer que O conheçamos como o Deus da Aliança, compreendendo que a nossa salvação não
começou no dia em que levantamos a mão para tomar a decisão de seguir a Cristo. A fé não d
epende das boas intenções, mas exclusivamente das promessas eternas de Deus. A estab
ilidade espiritual não depende do nosso caráter fraco, mas do caráter de Deus. Este li
vro estuda as alianças eternas do Senhor para conhecê-LO melhor.

Deus criou o homem à Sua imagem. Êle queria tivesse o homem uma vida tão igual quanto
possível à vida divina, da qual Adão era a manifestação. O homem tinha que se submeter e v
iver na dependência dÊle. O segredo da sua felicidade era a confiança em Deus e a coop
eração com Sua vontade.
Quando o pecado entrou no coração de Adão, desfêz-se essa relação íntima. Após desobedecer,
teve medo de Deus e dÊle se escondeu. Não mais O conhecia, nem O amava, nem tinha co
nfiança nEle.
O homem não podia salvar-se do poder do pe¬cado. A redenção teria que ser obra de Deus.
A Bíblia ensina claramente que o homem, ao pecar, morreu espiritualmente. O cadáver
não pode ajudar-se e produzir a vida eterna; é tão impossível quanto produzir a própria vi
da humana. Homem nenhum é fonte da sua própria vida. Nascemos pela vontade de outros
. Do mesmo modo, é impossível ao homem ser o autor da sua própria vida espiritual, por
que está morto por causa do seu pecado.
Vendo o homem neste estado, Deus queria restaurá-lo e salvá-lo. Entretanto era neces
sário desejar e pedir o perdão dos seus pecados. E este é o ponto chave do problema. D
eus não podia forçá-lo a aceitar uma salvação contra a sua vontade. O pri¬meiro trabalho de
Deus era convencer o homem a crer nÊle.
Esta é a razão porque Deus firmou uma alian¬ça. Deus queria inspirar confiança ao pecador,
para que este pudesse vir e receber o perdão necessário à sua salvação. Vemos neste ato u
m passo de con¬descendência que transcende nossa compreensão. Deus fêz um contrato, uma
aliança, para garantir Sua palavra, como um mentiroso que precisasse provar sua fi
delidade. Divino ato de humildade! Deus, cujo caráter impecável é incapaz de mudar ou
mentir, submete-se à fraqueza do homem de-caído e faz-lhe promessas.

O QUE É A ALIANÇA?
A aliança é a revelação dos propósitos de Deus. É a segurança e a garantia que Deus dá ao p
r para que tenha confiança e fé. É a base da espe¬rança para todos os homens. E a aliança c
ntém as condições que o pecador precisa cumprir para receber as bênçãos prometidas.
O DEUS FIEL
Saberás, pois, que o Senhor teu Deus é Deus, o Deus fiel, que guarda a aliança e a mis
ericórdia até mil gerações aos que O amam e cumprem os Seus mandamentos. Deuteronô¬mio 7:9
Nos versículos anteriores vemos que Deus havia tirado o povo de Israel do peso de
Faraó, porque amava esse povo e estava guardando o juramento que fizera aos seus p
ais. Deus fêz uma aliança à qual prometeu a proteção Divina. No versículo nove, Êle afirma
guardará essa aliança e a misericórdia até mil gerações. Notemos, porém, o con¬dicional, "
ue O amam e cumprem os Seus mandamentos.
"Porque os montes se retirarão e os outeiros serão removidos, mas a Minha misericórdia
não se apartará de ti, e a aliança de Minha paz não será removida, diz o Senhor que se co
mpadece de ti." Isaías 54:10
Se o Pão de Açúcar se transferisse para Cabo Frio e se o Corcovado se transportasse pa
ra Casca-dura, se tudo que consideramos permanente fosse destruído, Deus permanece
ria o mesmo e a Sua Palavra não sofreria modificação.
"Farei com eles aliança eterna, segundo a qual não deixarei de lhes fazer o bem: e p
orei o Meu temor no seu coração, para que nunca se apar¬tem de mim." Jeremias 32:40
A aliança eterna traz-nos o bem. O Deus da aliança não deixará de nos fazer o bem. Notem
os, entretanto, a condição, para que nunca se apar¬tem de Mim.

A NOSSA ESPERANÇA
A nossa esperança não depende das palavras de Roma, da solidez dos nossos templos, d
a nossa capacidade de falar línguas estranhas. A nossa esperança é Deus, o Deus fiel,
o Deus que guarda Sua palavra.
Para se ter uma fé inabalável, é preciso conhe¬cer Deus. Saber alguma coisa sobre a vida
de Jesus não é suficiente. Saber alguns fatos sobre a História da Igreja, não é base sólid
para ter fé. Quem garante a nossa salvação é o Deus da aliança eterna. Conhecer Deus é tor
ar-se mais semelhante a Ele. Conhecer Deus é crer totalmente no que Ele promete, e
esta fé nos transformará.

Capítulo II
Carne e Espírito
Pois está escrito que Abraão teve dois filhos, um da mulher escrava, e outro da livr
e. Mas o da escrava nasceu segundo a carne, o da livre, mediante a promessa. Est
as cousas são alegóricas: porque estas mulheres são duas alianças. Gálatas 4:22-24
As duas alianças, a velha e a nova, são ilustradas pelo apóstolo Paulo na Epístola aos Gál
atas por duas mulheres e seus dois filhos. Agar, a escrava e seu filho, Ismael,
filho da carne representam a velha aliança. Sara, a livre, e seu filho Isaque, fil
ho da promessa, representam a nova aliança.
Desta maneira Deus mostra-nos a diferença entre essas alianças: a primeira, represen
ta a escravidão, a segunda, a liberdade. A primeira, representa a lei, a segunda,
o evangelho. A primeira, representa a carne, a segunda, o Espírito.
POR QUE DUAS ALIANÇAS?
Religião é intercâmbio entre Deus e o homem. Ambos têm que determinar sua parte neste as
sunto. Necessário é fixar obrigações e responsabilidades, promessas e condições. Deus entro
em aliança com o povo de Israel justamente a fim de estabelecer estes pontos.
Na primeira aliança, o homem revelou-se um completo fracasso. Sua infidelidade se
repetiu ge¬ração após geração. Vendo isso, Deus tornou a renovar Suas promessas, para reafi
mar Sua aliança com a geração seguinte, procurando quem pudesse ser fiel. Durante quat
ro mil anos que medeiam entre a vida de Adão e o nascimento de Jesus: o período esse
em que a primeira aliança esteve em vigor, nenhuma geração obedeceu a Deus. Demons¬trar
am ingratidão até ao ponto de praticar, abertamente, idolatria especificamente proib
ida pela lei.
A velha aliança baseava-se e dependia como condição principal da obediência do homem. Es
ta foi a natureza da aliança: Deus abençoaria e protegeria se Israel obedecesse a le
i. Deus só pedia obediência. Neste ponto chave Israel falhou.
Pergunta-se: por que esta experiência da pri¬meira aliança durou quatro mil anos? Que
adianta gastar tanto tempo apenas para mostrar a fraqueza do homem? A primeira f
oi necessária como preparação para uma aliança melhor. A primeira aliança foi a promessa,
a segunda seria o cumprimento.
Tiramos duas conclusões básicas e vitais dessa primeira aliança: Primeiro, que o homem
é incapaz de salvar-se a si mesmo. Segundo, que a fidelidade de Deus é fato comprov
ado em todas as gerações.
Eis as duas lições da primeira aliança: a infidelidade de todos os homens e a fidelida
de de Deus; a fraqueza do homem e o perdão divino; a incapacidade da carne, e o po
der do Espírito.
A conclusão é evidente: só Deus pode salvar o pecador.
A DIFERENÇA ENTRE AS CONDIÇÕES
Da primeira aliança constava uma série de promessas feitas por Deus às gerações do povo de
Israel; todas sob certas condições. A segunda aliança foi igual em seu caráter, isto é, u
ma série de promessas que Deus faz a Seu povo, a Igreja, todas elas igualmente con
tendo certas condições. Há grande dife-rença, porém, entre as condições das duas alianças.
A condição para o cumprimento das promessas da primeira aliança era a obediência do povo
. A condição da segunda aliança é nossa fé em Deus. A primeira foi para convencer o homem
da fidelidade de Deus, e a segunda pede confiança nessa fidelidade. A primeira ali
ança manda obedecer; a segunda aliança manda crer.
Estas alianças representam dois períodos distintos na educação do homem. Na primeira ins
tância ele esgotou todos os seus recursos sem êxito nenhum. Desta maneira aprendeu q
ue, depender de si mesmo, era falhar e morrer. Essa escola, dura e difícil, durou
quatro mil anos. Finalmente, Deus achou por bem fazer uma nova aliança, baseada na
s lições aprendidas na primeira.
"Porquanto o que fora impossível à lei, no que estava enferma pela carne, isso fez D
eus enenviando o seu próprio Filho em semelhança de carne pecaminosa e no tocante ao
pecado; e, com efeito, condenou Deus, na carne o pecado. A fim de que o preceit
o da lei se cumprisse em nós que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito..
. porque o pendor da carne dá para a morte, mas o do Espírito, para a vida e paz." R
omanos 8:3,4,6
O que o homem pecador não podia fazer durante a primeira aliança, Jesus faz por ele
na segunda. O que a, carne fraca não podia conseguir sob a lei, o Espírito nos dá sob
o Evangelho. Verificamos, então, que a salvação não é do homem mas de Deus. O homem provou
sua incapacidade de se salvar e a única coisa que lhe dá mérito é crer em Jesus Cristo
para receber o perdão dos seus pecados e plenitude das promessas da nova aliança.
O MOTIVO DAS ALIANÇAS
Vejamos o que Deus tinha em mente quando firmou a primeira aliança. Assim saberemo
s o que Ele está fazendo hoje por intermédio da nova aliança.
Deus quis restituir o homem decaído à sua posição de autoridade que tinha antes da sua q
ueda em pecado. Quando Deus criou Adão, constitui-o soberano de tudo. Não tinha prob
lemas e as circunstâncias não o oprimiram. Vivia em paz. Quando o pecado entrou em s
eu coração, ele caiu dessa posição e a natureza se rebelou contra ele. De repente, a ter
ra fechou a mão contra Adão e ele teve que suar bastante para ganhar seu sustento. F
icou sujeito a dores, sofrimento e finalmente à morte.
A aliança quis mudar tudo isso, e elevar o ho¬mem mais uma vez à sua posição de autoridade
e domínio sobre o mundo em seu redor. Durante os curtos períodos de sua obediência, I
srael reconquistou esta posição de superioridade sobre seus inimigos e domínio sobre a
própria natureza, como quando as águas do Mar Vermelho se abriram. Naquela hora, to
dos obedeciam as leis de Deus; todos os homens eram circuncidados; o cordeiro pa
scal sacrificado; sua carne comida e seu sangue posto nas casas conforme as orde
ns de Deus. A aliança operou. Deus libertou o povo quando este obedeceu. Mas, dura
nte os quatro mil anos dessa primeira aliança, quando Israel voltou a fazer sua vo
ntade própria, a escolher seu caminho independentemente de Deus, as bênçãos de Deus desa
pareceram. Deus jamais apoia a desobediência.
Outro motivo das alianças foi o desejo de Deus em recriar o homem à Sua imagem e sem
elhança. Quando o homem caiu em pecado, deformou-se. Seu corpo ficou sujeito a doe
nças e enfermidades. A sombra de pecado, a mancha da sua rebeldia desfigurou-lhe a
imagem de Deus e tornou-se vil, odioso e perigoso. Sua personalidade adotou as
marcas do seu pecado, e depois de assassinar, mentir e enganar, não mais era visível
a sua semelhança de Deus. A aliança veio para mudar esta situação. Deus quer recriar o
homem. Ele quer remover as manchas e as marcas do seu pecado. Ele quer transform
ar sua natureza vil e decaída. Quer puri¬ficar a mente e o coração do pecador das obras
indignas que este pratica por inclinação, e traze-lo de volta à semelhança de Deus.
A primeira aliança tentou fazê-lo, mas o ho¬mem quebrou-a. A segunda aliança, promete fa
zê-lo, e faz! Leia o que Paulo escreveu:
E todos nós com o rosto desvendado, contem-plando, como por espelho, a glória do Sen
hor, somos transformados de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor,
o Espí¬rito. II Cor. 3:18
NÃO VIVA SOB A PRIMEIRA ALIANÇA!
A primeira aliança mostrou o esforço humano, enquanto a segunda demonstra a provisão d
ivina. O que a lei não pôde fazer, o Evangelho faz. O que o homem não pôde fazer, Deus f
az. A salvação não depende da nossa capacidade de obedecer leis, mas da nossa confiança
na provisão completa que Deus nos oferece pelo Seu Filho, Jesus.
Entristece-nos ver nesta época da segunda aliança, a época da graça de Deus, tanta g
ente que vive ainda sob a primeira aliança da lei. Gente sincera, que não entende o
que Deus fêz, e por isso ainda vive sob o Velho Testamento. Dizem os nossos amigos
sabatistas que é necessário adorar a Deus no sábado, pois a lei assim o preceitua. Têm
razão, a lei diz em Levítico 19:3: E guardará os meus sábados... Mas a nova aliança diz:
Ninguém, pois, vos julgue por causa de comida e bebida, ou dia de festa, ou lua no
va, ou SÁBADOS: porque tudo isso tem sido sombra das coisas que haviam de vir. Col
ossenses 2:16,1
Pensam os meus amigos pentecostais que se suas mulheres usam mangas compridas e
deixam o cabelo crescer, demonstram sua santidade e obe¬diência às leis divinas. Na re
alidade, estão vivendo sob a primeira aliança que nada provou senão a inabilidade do h
omem para produzir santidade. Esta gente, mal instruída, não logrou ainda transpor a
s obrigações da lei para saber o que é graça de Deus.
Por outro lado, inúmeras pessoas vivem para fazer caridade e suas vidas são fábricas d
e boas obras. Deus não é contra obediência, santidade ou boas obras. Mas saiba o leito
r que estas coisas não operam a salvação. Boas obras não dão nenhum créditojunto a Deus. Se
você for salvo dos seus pecados e ganhar entrada no céu, será pela sua fé em Cristo.
Livre-se da primeira aliança. Aceite a graça de Deus. Viva com sua confiança exclusiva
mente no que Cristo lhe dá. Rejeite a filosofia de legalismo, tão popular em muitas
igrejas, e tão inútil em seus efeitos. Faça suas obras de caridade, mas não pense que es
tá ganhando favores do céu. Não faça o que fez Abraão, ao querer ajudar Deus a cumprir Sua
promessa.
ISAQUE E ISMAEL
O texto citado no início deste capítulo fala sobre Isaque e Ismael, os símbolos das du
as alian¬ças. O leitor, com certeza, se lembra da história. Em poucas palavras foi ist
o o que aconteceu: Em Sua aliança com Abraão, Deus prometeu que faria dele o pai de
muitas nações e que surgiria um povo que seria um exemplo para todos. Abraão e Sara, s
ua esposa, já eram velhos quando lhes foi feita essa promessa. Sara não podia conceb
er.
Combinaram que Abraão teria um filho com a escrava Agar, a única maneira possível (ao
seu entender) para tal promessa cumprir-se. E foi isto o que fizeram. Nasceu Ism
ael, filho de Agar, con¬forme a vontade humana.
O que não sabiam era que quando Deus faz uma promessa, Ele a cumpre, mesmo por mil
agre. Sara, até então estéril, concebeu e deu à luz a Isaque, o filho da promessa. Surge
, então, o problema: que fazer com a escrava e Ismael seu filho? Que fazer com a c
arne?
Paulo usou estas duas figuras, os filhos de Abraão, para descrever com perfeição a dif
erença entre a primeira e a segunda aliança. A primeira era carnal e temporária; a seg
unda era espiritual e permanente.
Lança fora a escrava com o seu filho, porque de modo algum o filho da escrava será h
erdeiro com o filho da livre. E assim, irmãos, somos filhos não da escrava, e, sim,
da livre. Gálatas 4:30,31
É isto, justamente, o que está errado em muitos setores da Igreja atual. Ainda têm Ism
ael vivendo dentro delas. A lei ainda tem que ser obedecida. A escravidão continua
.
ó gálatas insensatos! Quem vos fascinou a vós outros... tendo começado no Espírito, esteja
is agora vos aperfeiçoando na carne? ... aquele, pois, que vos concede o Espírito e
que opera milagres entre vós, porventura o faz pelas obras da lei, ou pela pregação da
fé? Gálatas 3:1,3,5
Acabe, de vez, amigo leitor, de tentar agradar a Deus pelas obras da carne. Não de
penda mais da sua capacidade de "produzir santidade". Durante quatro mil anos is
to foi tentado e não deu resul¬tado. Não se pode jamais agradar a Deus com sua tentati
va de obedecer à lei. A lei era fraca e todos os que tentam obedecê-la também são fracos
.
Saia, portanto, da primeira aliança e entre na provisão perfeita da segunda pela graça
do Senhor. Aceite a Jesus Cristo como seu Salvador, sua santificação e única esperança
da vida eterna.
Capítulo III
As Duas Alianças
AS DUAS ALIANÇAS
Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a Minha voz, e guardardes a Minha aliança,
então sereis a Minha propriedade peculiar dentre todos os povos. Êxodo 19:5
Será, pois, que, se, ouvindo estes juízos, os guardares e cumprires, o Senhor teu De
us te guardará a aliança e a misericórdia prome¬tida sob juramento a teus pais. Deuteronôm
io 7:12
Durante os quatro mil anos da primeira alian¬ça, período que medeia entre Adão e Jesus,
as duas vontades, a divina e a humana, estavam determinando o seu lugar no desti
no do homem. O homem tinha que dar provas do que podia fazer, e Deus demonstrou
a Sua paciência e Sua fidelidade.
O grande paradoxo da primeira aliança é ter sido ao mesmo tempo um fracasso e um gra
nde sucesso. O homem jamais pôde obedecer à lei e aos mandamentos, e Deus sabia dist
o desde o princípio.
Em cada geração subseqüente Deus renovou as Suas promessas condicionais, e cada uma de
ssas gerações falhou completamente. Começando com Adão, e continuando com Noé, Abraão, Mois
e Davi, cada um desses heróis dos tempos antigos provou sua total incapacidade de
obedecer a Deus.
Adão foi o primeiro a rebelar-se contra a vontade de Deus. Abraão, o pai de nações, ment
iu a respeito de sua mulher Sara. Moisés desobedeceu às ordens de Deus e por isso fo
i-lhe vedado entrar na terra prometida. O fracasso de Davi é mancha permanente no
seu caráter. Comprovaram, um após outro, sua incapacidade de andar no caminho certo
e de merecer a promessa feita por Deus.
Por outro lado, o grande sucesso da primeira aliança foi a prova constante da paciên
cia que Deus demonstrava em face da derrota do homem.

DEFINIR O PECADO
Vimos que a primeira aliança, apesar de seu fracasso, foi necessária como preparação par
a a segunda. O que os patriarcas, profetas e sacerdotes provaram foi a definição do
que é pecado. Sem o exemplo desses milhares de anos, e sem uma conclusão tão convincen
te, o trabalho de Jesus teria sido em vão, pois Ele veio buscar e salvar os pecado
res. Ele não salva os justos nem os sábios, nem os "religiosos", e sim, os caídos, os
fracos, os pecadores.
O grande resultado da primeira aliança, foi revelar que pecado é desobediência. Foi a
desobediência que conservou Israel no estado crônico de derrota; foi a desobediência q
ue tornou impossível o cumprimento das promessas eternas da primeira aliança. Foi a
desobediência que requeria total re-forma do concerto, levando Deus a estabelecer
uma nova aliança: o evangelho de Jesus Cristo.
A necessidade imperativa do homem conhe¬cer-se a si mesmo e de reconhecer o seu es
tado vil e decaído é a lição de quatro mil anos da sua história. A lei nada fez para aprox
imar o homem de Deus. A lei nada fez para levantar o pecador. A lei nada fez senão
prometer aquilo que não podia vir por intermédio da primeira aliança, pois as con-dições
eram demasiado pesadas: obediência completa e constante.
Portanto, apóstolo Paulo ensina que só pelo fato de ser judeu e filho de Abraão nada s
e obtém.
Que se conclui? Temos nós qualquer vanta¬gem? não, de forma nenhuma, pois já temos demon
strado (durante o período da primeira aliança) que todos, tanto judeus, como gregos,
estão debaixo do pecado. Como está escrito: não há justo, nem sequer um, não há quem enten
a, não há quem busque a Deus; todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis: não há quem f
o bem, não há nem um sequer. A garganta deles é sepulcro aberto; com a língua urdem eng
ano, veneno de víbora está nos seus lábios, a boca eles a têm cheia de maldição e de amargu
a; são os seus pés velozes para derramarem sangue, nos seus caminhos há destruição e miséri
; desconheceram o ca¬minho da paz. Não há temor de Deus diante de seus olhos. Romanos
3:9-18
Como é que Paulo chegou a essa conclusão? Pela história de Israel; pela repetição do círcul
vicioso de pecado, arrependimento, perdão; pecado, arrependimento, perdão. Finalmen
te, Deus achou que a lição tinha sido aprendida; o homem já sabia que não podia por seu
próprio esforço ou santidade chegar a salvar-se. Deus concluiu que era hora de termi
nar a velha aliança e celebrar a nova.
DUAS FONTES DO PROBLEMA
Examinemos uma das profecias registradas nos tempos da primeira aliança:
Porque esta é a aliança que firmarei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz
o Senhor. Na mente lhes imprimirei as Minhas leis, também no coração lhas inscreverei
; Eu serei o seu Deus, e eles serão o Meu povo. Não ensi¬nará jamais cada um ao seu próxim
o, nem cada um. ao seu irmão, dizendo: conhece ao Senhor; porque todos Me conhecerão
, desde o menor até ao maior deles, diz o Senhor. Pois? perdoarei as suas iniqüidade
s, e dos seus pe¬cados jamais me lembrarei. Jeremias 31:33, 34
A razão do fracasso dos homens durante a primeira aliança foi o afastamento de Deus
do coração do povo e a concentração da mente em desejos mundanos. O coração e a mente:Os do
s lugares comuns do problema. Assim como um animal é conduzido por seus instintos,
o homem é guiado por seus sentimentos. Reconhece-se a verdade de que o ser humano
não age conforme o que pensa ser certo, mas conforme sente. Mas, mesmo se fosse o
contrário, o problema seria o mesmo: tanto o co¬ração como a mente do pecador estão longe
de Deus. Ele não pode compreender nem sentir a necessidade de obedecer a Deus.
Veja o que Deus diz sobre a segunda aliança que faria: Depois daqueles dias... E n
ote que esta promessa está sendo feita à casa de Israel. É preciso notar que nós, da igr
eja de Jesus Cristo, somos a casa de Israel na época atual.
Porque não é judeu quem, o é apenas exte-riormente, nem é circuncisão a que é somente na ca
ne. Porém judeu é aquele que o é inte¬riormente, e circuncisão a que é do coração, no espír
segundo a letra, e cujo louvor não procede dos homens, mas de Deus. Roma¬nos 2:28,29
Neste sentido somos judeus. Fomos circuncidados espiritualmente no coração, pelo bat
ismo nas águas, conforme está registrado em Colossenses 2:11,12. Somos herdeiros das
promessas feitas à casa de Israel. Somos herdeiros da profecia que fala a respeit
o de uma outra aliança: o evangelho de Cristo.
MENTE E CORAÇÃO RENOVADOS
Falamos do fundo do coração como se fosse um poço, ou o porão de um edifício. A verdade é q
e o coração não tem compartimentos, salas ou andares. Ele é um lugar só. Tem ura, só trono,
e permite uma só lealdade dominante. Assim como a Bíblia diz não ser possível servir a d
ois senhores, pois ou se há de aborrecer um e amar ao outro, ou se há de desprezar u
m e querer o outro, concluí¬mos que se o mal reina no coração, não há lugar para a presença
Deus.
Na segunda aliança, o problema do coração alienado de Deus, e da mente, ocupada de coi
sas mundanas, está resolvido de uma vez para todas. A profecia diz: Na mente lhes
imprimirei as Mi¬nhas leis, também no coração lhas inscreverei.
Não mais é necessário viver em conflito de de¬sejos carnais, lutando contra as ordens de
Deus. Não é mais necessário lutar com uma mente domi¬nada por pensamentos mundanos, con
tra uma série de leis exigidas por Deus. Agora, o coração tem um rei, a mente um mestr
e. Com a nova aliança c problema será resolvido. Deus entrará em nossa mente e em noss
o coração para ali gravar uma lei de graça que encherá a vida toda.
Uma das tábuas da lei antiga podia ter sido atirada fora, mas quando Deus entra no
coração do penitente para ali imprimir os Seus desejos, e ali gravar os Seus pensam
entos, quem vive sob a segunda aliança está livre do conflito antigo, livre das forças
que o derrotam, livre da lei que destrói. Pela primeira vez na história, um pecador
ouve e obedece a vontade de Deus, por causa dele ser uma nova criatura, renovad
a no seu coração e na sua mente.
PROPRIEDADE EXCLUSIVA
Uma das promessas condicionais da primeira aliança, foi citada no início deste capítul
o.
Se diligentemente ouvirdes a Minha voz, e guardardes a Minha aliança, então sereis a
Minha propriedade particular.Êxodo 19:5
A falta de ouvir a voz de Deus e de guardar a aliança, impossibilitou o cumpriment
o desta promessa. Outro povo terá, então, que ser propriedade particular de Deus. El
e reservou para a segunda casa de Israel este privilégio.
Eu serei o seu Deus, e eles serão o Meu povo." Jeremias 31:33
Tais palavras, tão simples, são a expressão mais elevada da segunda aliança, e a fruição de
uma promessa da primeira. Filhos da promessa, descendentes espirituais de Abraão,
seguidores de Jesus, o mediador da segunda aliança, somos propriedade exclusiva de
Deus.
É uma verdade tão ofuscante que temos que fechar os olhos e curvar a cabeça em profund
a meditação para compreendermos o seu significado. Somos o povo de Deus. O Deus da a
liança é o nosso Deus.
MUDANÇA DE BASE
Nesta profecia sobre a segunda aliança, verificar se a uma transformação interior, no
coração e na mente, mas a base da nossa fé será completamente mudada.
Não ensinará jamais cada um ao seu próximo, nem cada um ao seu irmão. Jeremias 31:34
Na nova aliança, a fé em Deus não se baseia mais em fatos, regulamentos, cerimônias, tra
dições ou informação histórica. Religião, para nós, é muito mais do que um dogma bem ensina
bem aprendido. Segundo esta promessa, algo sobrenatural acontecerá no íntimo do cren
te, tornando desnecessária uma orientação antes de poder desfru¬tar dos benefícios da alia
nça. Por isso, a profecia diz, não ensinará jamais cada um ao seu próximo, nem cada um a
o seu irmão. Deus, pelo Espírito da Verdade, nos instruirá.
Uma vez falamos sobre o tema Deus não tem netos. Dissemos que Deus só tem filhos, e
quem é filho de filho de Deus não é nada, pois em nenhum lugar da Bíblia está registrada a
frase "os netos de Deus. Quem nasce numa família recebe os característicos dos seus
pais. Por isso, quem nasce na família de Deus, tem, automaticamente, uma relação com
Ele.
Todos me conhecerão, desde o menor até ao maior deles." Jeremias 31:34
O verbo "conhecer" implica bem mais do que apenas ter informação a respeito. Êle envol
ve uma compreensão, um entendimento, uma intimidade que dispensa orientação. Nos tempo
s da primeira aliança os pais ensinavam aos seus filhos, e cada um ao seu próximo, a
s leis e mandamentos de Deus. Mas com a nova aliança todos que nascem de Deus são fi
lhos de Deus, e têm mais compreensão de Deus do que um doutor em filosofia que não sej
a filho da aliança.
O povo humilde pode conhecer a Deus. O mais jovem na fé pode comunicar-se com Deus
. O menor entre nós é filho de Deus com todos os direitos e privilégios. E a nossa ent
rada nessa família não é por educação, ou por tradição de família, mas pela fé nas promessa
angelho de Cristo, a segunda aliança.
O MELHOR DE TUDO
Mas isso não é tudo. Além do privilégio de termos as leis de Deus gravadas em nossos cor
a¬ções e mentes, e além de sermos propriedade ex¬clusiva de Deus, a profecia inclui uma pr
omessa ainda mais gloriosa:
"Perdoarei as suas iniqüidades e dos seus pecados jamais me lembrarei." Jeremias 3
1:34
Durante a primeira aliança, o perdão dos pecados era apenas simbolizado através de cer
imônias. Levava-se o bode expiatório ao deserto para ali morrer no lugar dos pecador
es, em favor dos quais o sacrifício era feito. Esta cerimônia se repe¬tia anualmente p
ois o povo nunca chegou ao ponto de receber perdão dos seus pecados.
Somente com o sacrifício de Jesus, o cordeiro de Deus, o sangue da aliança foi derra
mado, uma vez para sempre, para garantir o perdão e a puri¬ficação de todos os nossos pe
cados. O que não foi possível sob a primeira aliança, fê-lo Deus sob a segunda: perdão per
feito e completo.
Mas isto ainda não é tudo. Deus disse, jamais Me lembrarei dos seus pecados. Os noss
os pecados não somente são apagados, como também esquecidos por Deus. O leitor sabe o
que é amnésia? Digamos que uma pessoa viva vinte anos, e um dia sofra um choque. Ela
perde por completo a memória do pas¬sado, e começa a viver como se fosse pela primeir
a vez. Do seu passado nada pode lembrar-se, por causa do trauma que sofreu. Em l
inguagem psi¬quiátrica isto se chama "amnésia" ou "bloqueio". É isto justamente o que ac
ontece sob a segunda aliança. Um homem vive em seus pecados durante vinte, trinta,
quarenta anos. Êle mente, engana e faz tudo o que é normal ao incrédulo. Sua vida aco
stumada sempre a "dar um jeitinho e sua desonestidade não criam grandes problemas,
pois todos os demais estão fazendo a mesma coisa. Esse homem, em sua ignorância, não
compreende que toda mentira é dirigida contra Deus.
Um dia, esse pecador, ouve a mensagem do Evangelho. Ele se compenetra de que é pec
ador de verdade. Chega então a compreender que sua vida de acomodações não passa de uma
ofensa bem grande perante Deus. Sente necessidade de confes-sar seu pecado, arre
pender-se do que tem feito, e suplicar a Jesus que seja o seu Salvador pessoal.
Nesse momento, algo traumático acontece. Ocorre uma amnésia" na mente divina. O peca
dor nasce de novo e começa a viver para Cristo daquele momento em diante. Sua vida
do passado é vida de outra pessoa. Esse novo homem é uma criança espiritual, acaba de
nascer.
No dia do julgamento, quando os livros forem abertos e o anjo ler a história daque
le pecador salvo pela graça de Deus, não há nada nas primeiras páginas; estão limpas e em
branco. Deus apa¬gou ou seus pecados e esqueceu por completo o passado de seu novo
filho.
Portanto, quando o diabo vem atormentar o leitor com a memória de pecados passados
, diga-lhe que essas coisas aconteceram a outra pessoa, e não a você. Deus esqueceu
dos seus pecados. Não está obrigado a ouvir as acusações de satanás.
Deus tudo esqueceu e esforçar-nos-emos por fazer o mesmo.

VIVA COMO UM TRANSFORMADO


Se acreditamos que todos os nossos pecados estão perdoados, e que Deus jamais se l
embrará deles, creiamos também nas outras declarações in¬cluídas nessa mesma profecia sobre
o Evangelho: as nossas mentes e os nossos corações estão disci¬plinados pela graça e prese
nça de Deus.
Por esta razão não é mais necessário permitir que o pecado reine. Aceitemos a posição que
ocupamos sob a segunda aliança e vivamos vitorio¬samente. Não somos obrigados a lutar
sozinhos contra a rebeldia de uma natureza decaída. Na cruz do Calvário, Deus tomou
conta dessa nossa natureza e deu-nos outra.
A segunda aliança nos liberta da nossa fra¬queza como também das nossas inúteis tentativ
as de obedecer quando não temos recursos para fazer. Os meios de que dispomos são su
ficientes para nos libertar e para nos salvar de todo o mal.
Vivamos portanto como filhos de deus, propriedade eclusiva do nosso Deus, como
filhos da aliança.

NOVA ALIANÇA
"Dar vos ei coração novo, e porei dentro em vós espírito novo; tirarei de vós o coração de
ra e vos darei coração de carne. Porei den¬tro em vós o meu Espírito, e farei que andeis n
os meus estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis... farei com eles aliança
de paz; será aliança perpétua." Ezequiel 36:26, 27; 37:26
Uma aliança depende da fidelidade das partes nela envolvidas. Uma tem que cumprir
as condições e a outra as promessas. Qualquer delas pode inva¬lidar a aliança por falta
de cumprir sua palavra.
A velha aliança resume-se em poucas palavras:
"Dai ouvidos à minha voz e eu serei o vosso Deus." Jeremias 7:23
Nestas onze palavras temos o âmago da velha aliança. Deus exigiu do povo de Israel o
bediência à Sua voz e em troca prometeu ser o seu Deus. A história do Velho Testamento
mostra que Israel falhou constantemente em sua parte, e, por esta razão, invalido
u a aliança. Deus perdoou esse povo e reafirmou muitas e muitas vezes o desejo de
ser o seu Deus. Mas a fraqueza, desobediência e idolatria repetiu-se até que por fim
Deus prometeu, através dos Seus profetas, uma nova aliança.
COMO ACABAR COM A DESOBEDIÊNCIA?
Antes de estabelecer uma nova aliança, Deus tinha que eliminar a condição que invalida
ra primeira. O homem pecador revelou-se totalmente incapaz de obedecer a Deus po
rque o seu coração estava longe dÊle, e sua mente cogitava apenas das coisas mundanas
e carnais. Para garantir o sucesso da segunda aliança, Deus mudou as condi¬ções, e a cap
acidade do povo.
Voltemos ao texto deste capítulo para ver, em profecia, o que fez Deus para que o
funcionamento da nova aliança pudesse ocorrer. São seis as coisas que seriam mudadas
:
1) Dar vos ei coração novo.
2) Porei dentro em vós espírito novo.
3) Tirarei o coração de pedra.
4) Darei coração de carne.
5) Porei dentro em vós o meu Espírito.
6) Farei que andes nos meus estatutos.
Nos tempos antigos, o problema da primeira aliança era a desobediência do povo a Deu
s. O seu coração estava sempre longe dÊle. Enquanto Moi¬sés recebia no Monte Sinai as tábua
da lei, o povo de Israel entregava-se a desenfreada carnalidade e idolatria e i
rritou-se muito por exigir ele santi¬dade e obediência ao Deus que chamava Eu Sou. V
ez após vez e geração após geração Israel abandonou as leis e os estatutos de Deus para viv
r como as demais nações que não temiam a Deus nem queriam obedecer os Seus mandamentos
. Is¬rael não sentia necessidade de Deus, nem da pro¬teção que Ele lhe oferecia, não dando
alor à sal-vação prometida.
Israel voltou-se para Deus e pediu-lhe perdão dos seus pecados somente em época de d
oença e adversidade. Pensava em Deus quando os seus ini¬migos avançavam e dominavam; q
uando as pragas e doenças matavam as suas tribos, então Israel voltava-se para Deus,
não por amor mas por ne¬cessidade.

TUDO AGORA É NOVO


Quando Israel desobedecia, Deus o castigava e ele voltava a obedecer, temporaria
mente. Mas isto não satisfazia a Deus. Ele não queria que o povo o obedecesse por me
do ou dever. Deus queria adoração voluntária; obediência sem obrigação; enfim, uma demonstr
de amor. E para isto acontecer, teve Deus que mudar tudo; teve que transformar o
homem.
Hoje, estamos vivendo sob a nova aliança, o evangelho de Cristo. Hoje, a aliança ope
ra, não por causa do homem, mas por causa de Deus. Foi Ele quem transformou a Sua
aliança, tornando possí¬vel que lhe obedecêssemos. Como? Ele nos deu um novo coração!
Dentro de nós, há um coração que bate em sintonia com o coração de Deus. Nós temos, por cau
da nova aliança, um coração sintonizado com a voz de Deus. Não é mais necessário servir a D
us por obrigação, nós O servimos por amor. Não é mais preciso que Êle nos castigue para nos
fazer lembrar da aliança; vivemos para O glorificar e agradar porque Ele nos deu u
m novo coração.
É isto o que o legalista não pode compreender. Ele ainda vive sob a lei. Obedece por
obrigação.
É como os "insensatos gálatas" que tentavam che¬gar à perfeição por meio das obras da carne
Acham que Deus ainda se agrada da velha forma de sa¬crifícios e de auto negação. Acham
que a salvação se constitui de proibições e obrigações.
Tudo é diferente sob a nova aliança. Deus mu¬dou as regras do "jogo". Não podemos nos gl
oriar em nossa própria santidade. Quatro mil anos de derrota e fracasso já provaram
não ser isto possí¬vel. O homem não regenerado jamais pode obede¬cer a Deus. Ele tem um co
ração de pedra e não sente necessidade de Deus. Religião para ele é uma obrigação, um fardo
m dever.
Com o novo coração, o crente ama a Deus es-pontaneamente. Com este novo coração sentimos
Sua presença; gostamos de fazer o bem. Além disso, Deus nos deu um novo espírito. O e
spírito rebelde da natureza velha foi substituído. Este não é ape¬nas um espírito de bondad
ou caridade; é o Espí¬rito de Deus que habita em nós.
Não estranha, pois, sejam os nossos desejos para agradar a Deus. É a natureza divina
a sim¬patizar com a natureza divina. Agora, não há con¬flito na vida cotidiana entre du
as naturezas, dois espíritos diferentes. É fácil obedecer a Deus porque o nosso coração as
sim quer. Deus fez tudo isto possível por intermédio de transplante duplo: um novo c
oração e um novo espírito.
FAVORECIDO DA GRAÇA DIVINA
De fato, quando aceitamos Jesus Cristo como Salvador pessoal, tornamo-nos comple
tamente incapazes para gostar das coisas que o mundo chama de "prazer" e "divert
imento".
O novo coração e o novo espírito nos transfor¬maram em pessoas novas e diferentes. Isto
não quer dizer que não podemos voltar a praticar o pecado. Deus não nos tirou a vontad
e própria. Mas se voltarmos, jamais poderíamos gostar do pecado e seríamos as pessoas
mais miseráveis da terra. Para satisfazer os desejos do nosso novo coração e espírito,
as coisas deste mundo não são suficientes. A pessoa mais lamentável na face d
a terra é aquela que já tendo experimentado a nova aliança com o seu poder transform
ador; que já tendo recebido um novo coração e um novo espírito, volta a andar de novo n
o pecado.
A bebida torna se lhe azeda na boca; o cheiro do fumo lhe é nojento; os poucos mom
entos de prazer carnais voltam-lhe para o atormentar como nunca antes. A velha v
ida de pecados não lhe é mais a mesma. Com os velhos amigos não tem mais assunto. Até a
linguagem dos colegas dos dias passados lhe é estranha.
Que aconteceu? Deus lhe deu um novo cora¬ção destituído da capacidade para apreciar e go
star do mal. Deus lhe deu um espírito que não mais se harmoniza com os incrédulos. O c
rente foi feito para comunhão com Deus e com o Seu povo e nada menos o satisfaz.
Não andamos em piedade por medo, mas por amor. Não obedecemos às leis por obrigação, mas p
or prazer. Não servimos a Deus por dever, mas por gratidão. Não vivemos santificados p
or estar alguém nos vigiando, ou por medo de sermos ex-cluídos da igreja, mas porque
o nosso coração quer agradar a Deus. Não queremos ofender a Deus e por isso praticamo
s o bem.
"O Senhor teu Deus circuncidará o teu cora¬ção, para amares ao Senhor de todo o coração e d
toda a tua alma." Deut. 30:6

DEUS: A CAUSA DA NOSSA OBEDIÊNCIA


Na profecia da segunda aliança, acima citada, disse Deus: "farei que andeis nos me
us estatutos." A fonte da nossa salvação é Deus. A fonte da nossa obediência também é Deus.
E Ele quem possibilita a nova vida cristã. Ele nos faculta andar conforme as Suas
leis e estatutos.
Ponto final à idéia de piedade perfeita que nos torna espiritualmente superiores. Qu
em pensa que se mantém a vida Cristã por causa da sua própria santidade, nada entende
da lição da primeira aliança, nem da natureza humana. Somos salvos pela graça de Deus,
e sustentados pela mesma graça !
Deus nos faz andar nos Seus estatutos. Assim diz a Bíblia. Assim funciona o Evange
lho. Assim é a nossa garantia nesta segunda aliança.
DOIS RESULTADOS GLORIOSOS
Depois de tornar possível que lhe prestemos obediência, pela implantação em nós de um novo
coração e um novo espírito, Deus pode cumprir Sua grande promessa. Onde a primeira fo
i anulada pela desobediência, a segunda vigora perpetuamente Por causa disto, a pr
ofecia está certa: a aliança é eterna.
Concluímos que tudo quanto Deus promete sob a primeira aliança e que não pôde cumprir, a
gora torna-se possível. As promessas eternas de proteção e paternidade podem ser cumpr
idas por¬que Deus nos deu capacidade para "dar ouvidos à sua voz." Tudo quanto Ele p
rometeu, está pronto para realizar. As promessas ao Israel antigo que foram anulad
as, Deus as reafirma para o Seu novo Israel: a igreja de Cristo.
A frase profética de Ezequiel que descreve este segundo acordo é: "uma aliança de paz,
uma alian¬ça perpétua." (Ez. 37:26). Esta é a aliança que nos promete a vida eterna. Esta
é a aliança que nos redime pelo sangue dum "sacrifício melhor". Esta é a aliança pela qua
l seremos julgados nos últimos dias. É a aliança final entre Deus e o Seu povo.

Capítulo IV
O Espírito da Aliança
"Estando já manifestos como carta de Cristo, produzida pelo nosso ministério, escrit
a não com tinta, mas pelo Espírito do Deus vivente, não em tábuas de carne, isto é, nos co
rações. O qual nos habilitou para sermos ministros de uma nova aliança, não da letra, ma
s do espí¬rito, porque a letra mata, mas o espírito vivifica. E se o ministério da morte
, gravado com letras em pedras, se revestiu de glória, a ponto de os filhos de Isr
ael não poderem fitar a face de Moisés, por causa da glória do seu rosto, ainda que de
svanecente, como não será de maior glória o ministério do Espírito? Porque se o ministério
da condenação foi glória, em muito maior proporção será glorioso o minis¬tério da justiça.
to, na verdade, o que outrora foi glorificado, neste respeito já não resplandece, d
iante da atual sobre excelente glória." II Cor. 3:3, 6-10
Com esta mensagem deixamos as profecias do Velho Testamento a respeito da Nova A
liança re¬gistradas pelos profetas Moisés, Ezequiel e Jere¬mias. Eles falaram da promess
a do novo coração, do novo espírito, do perdão perfeito e do esquecer Deus os nossos del
itos: tudo isso na condição de obediência.
Vejamos agora na palavra do apóstolo Paulo, o grande contraste entre estas duas al
ianças. Como "ministro de uma nova aliança", Ele descreve nes¬ses versículos a superiori
dade em todos os aspectos dessa nova aliança, ou seja, o Evangelho de Jesus Cristo
.
Um dos pontos fracos da velha aliança era que foi escrita nas tábuas da lei. Paulo a
firma que "a letra mata", e à primeira aliança chama "o ministério da morte", porque j
amais salvou nin¬guém. Ele continua neste mesmo sentido dizendo que a lei era "um mi
nistério da condenação". E tinha toda razão; foi uma descrição precisa. A pri¬meira aliança
enou o povo de Israel pois pro¬vou, em todos os pontos, sua fraqueza e infidelidad
e.
O grande problema era que a primeira aliança tentou resolver um problema por dentr
o, com re¬cursos de fora, enquanto a glória da segunda alian¬ça é que ela começa de dentro
produz fruto na vida exterior.
A GLÓRIA DA PRIMEIRA
Não devemos esquecer, entretanto, que a glória de Deus resplandeceu na primeira alia
nça. Seria errado atacar essas primeiras promessas feitas por Deus, insinuando ser
em elas meramente palavras vazias. Não. Deus foi sincero quando prometeu ser o Deu
s de Israel. E se Israel tivesse guardado aos Seus mandamentos, não teria havido n
ecessidade da segunda aliança.
Quando Moisés deixou a presença de Deus no monte Sinai, e desceu com as tábuas da lei,
ele teve de cobrir c rosto porque este resplandecia com a glória de Deus. Esta fo
i a marca do seu encontro com o Onipotente e a prova de que Deus na verdade tinh
a entrado em contato com o homem.
Sem dúvida nenhuma esta primeira aliança estava revestida da glória de Deus. O Apóstolo,
porém, explica que se a glória da primeira foi grande, sendo ela apenas um ministério
da conde¬nação, tanto maior será a glória da segunda que é o ministério do Espírito!
O OBJETIVO DA SALVAÇÃO
Neste texto, o Apóstolo se vale do mesmo sím¬bolo empregado pelo profeta Ezequiel para
descre¬ver o funcionamento da segunda aliança. Êle diz que Deus usa o coração renovado do
homem no qual inscreve a nova aliança.
Nós, evangélicos, usamos linguagem que, às vezes, parece um código secreto aos estranhos
. Somos culpados de falar em frases bem conheci¬das nossas e, por isso, presumimos
que todo o mundo deve, automaticamente entender o que es¬tamos dizendo. Por exemp
lo, na hora do apelo, diz o pregador: "meu amigo, dê a Deus o seu coração."
Ao ouvir que deve dar o coração a Deus, o ou¬vinte não afeito à expressão fica sem saber o
ue deva fazer, pois o coração não é objeto que se possa entregar na mão de outrem.
Atrás deste apelo, tão comum para nós, e tão estranho para outros, há uma das grandes verd
a¬des do Evangelho. O objetivo da salvação é o cora¬ção humano. Deus quer o seu coração, po
le o tem, então Ele tem tudo.
O coração do homem é a vida real. Com o co¬ração ele ama. Com o coração ele toma decisões.
estranho, mas a Bíblia diz que o homem crê com o coração e não com a mente. Nós agimos conf
rme os desejos do nosso coração. Somos pes¬soas controladas e guiadas pelos sentimento
s do coração e não pelas conclusões da lógica.
Esta a razão do apelo do pregador: "meu ami¬go, Deus quer o seu coração." Na tábuas da car
ne Ele quer escrever as Suas leis e os Seus manda¬mentos. No seu coração Ele quer impr
imir a Sua vontade para que você possa obedecê-lo. Se Deus receber o seu coração, amigo
leitor, você O obede¬cerá, não por obrigação mas por amor.
O ESPÍRITO
Encontramos, no início, nova frase que não descobrimos nas profecias do Velho Testam
ento. Paulo diz que a nova aliança está sendo escrita pelo Espírito do Deus vivente. D
epois ele diz que o Evangelho é um ministério do Espírito". O agente da segunda Aliança é
o Espírito de Deus.
O grande dom da aliança é o Espírito do Senhor. Sua presença no ato transformador da sal
vação é prova de que Jesus, o mediador da aliança, está no trono no céu. Jesus disse que qu
ndo chegasse à destra de Deus enviaria o Espírito. A glória da primeira aliança era exte
rior; resplandeceu no rosto de Moisés. A glória da segunda aliança é a presença permanente
do Espírito do Senhor, que toma sua residência no coração hu-mano, fazendo do nosso cor
po o templo de Deus. É Ele que nos guia em toda a verdade, revelando nos as profun
didades e os matizes da nova vida em Jesus Cristo. Ao ler a palavra de Deus com
o novo coração e com o Espírito do Senhor, conhe¬cemos o que Deus nos deu, e o que Ele n
os dá para nossa abundância
O Espírito Santo, o dom da segunda aliança, é o espírito da fé. Traz-nos arrependimento. C
on¬vence-nos do pecado e da justiça. Leva-nos a crer em Jesus Cristo como nosso único
Salvador.
O Espírito do Senhor é o comunicador da aliança. Conhecemos a Deus por Seu intermédio. E
le traz a presença de Deus para dentro do nosso coração novo.
A igreja de Jesus Cristo no dia de hoje não dá ao Espírito Santo o seu devido lugar. D
espreza os Seus dons e limita a Sua liberdade. Em muitas igrejas a letra é m,ais i
mportante do que o espírito. Mas Paulo nos adverte, e há o exemplo de quatro mil ano
s para comprovar esta verdade, que a letra mata e só o espírito dá vida.
Se convidamos o Espírito Santo de Deus a entrar em nossas igrejas e em nossas vida
s; se o deixarmos em liberdade para Se manifestar como quer; se buscarmos a Sua
plenitude de dons e fru¬tos, somente então veremos e experimentaremos a sobre excele
nte glória da nova aliança.

Capítulo V
A Transição Entre as Alianças
"Ora, o Deus da paz, que tornou a trazer den¬tre os mortos a Jesus nosso Senhor, o
grande Pastor das ovelhas, pelo sangue da eterna aliança, vos aperfeiçoe em todo be
m, para cumprirdes a sua vontade, operando em vós o que é agradável diante dele, por J
esus Cristo, a quem seja a glória para todo e sempre. Amém." Hebreus 13:20,21
A transição entre a velha e a nova aliança não foi gradual; não aconteceu durante um pe¬río
longo, mas em poucas horas e por meio de tremenda crise. A morte de Jesus termin
ou os quatro mil anos da velha aliança e a Sua ressur¬reição inaugurou a nova.
O FIM DA VELHA ALIANÇA
Duas coisas a morte de Jesus Cristo operou em referência à primeira aliança. Primeiro,
revêlou a natureza da lei que nada produziu senão demonstrar a fraqueza do homem le
vando-o à condenação. Paulo em II Coríntios 3:7 disse que a velha aliança foi um "ministéri
da morte" pois jamais salvou ninguém.
Por outro lado, a morte de Jesus foi necessária para validar o Seu testamento. Dis
se o Apóstolo Paulo em Hebreus 9:16 "porque onde há testa¬mento é necessário que intervenh
a a morte do tes¬tados." Portanto, para legitimar as eternas pro-messas da primeir
a aliança, a morte do "testador", Jesus, foi inevitável.
É significativo que o ministério da morte ter¬minasse com a morte de Jesus. Aquilo que
a nin¬guém jamais justificou foi anulado pelo sacrifício prometido desde os primeiros
tempos, e tornou possível entrar em vigor' todas as promessas frus¬tradas pela deso
bediência de Israel.

O INÍCIO DA NOVA ALIANÇA


A segunda, ou a nova aliança, começou com a ressurreição de Jesus. Esta é a aliança da vida
e teve início com a nova vida da ressurreição. A ve¬lha nos deu a promessa mas a nova no
s traz poder.
Cristo, que é o Mediador da nova aliança, fecha o período da lei e abre o da graça. Ele
destrói a morte e nos mostra por Sua ressurreição o que a nova aliança nos dará.
Tudo seguiu perfeitamente o plano de Deus. O texto deste capítulo diz que Deus tor
nou a trazer Jesus dentre os mortos, pelo sangue da eterna aliança. A velha aliança
não funcionou porque não ocorrera ainda a morte do testador, não funcionou porque nela
não havia poder, apenas promessas, não funcionou porque suas condições eram impos¬síveis d
cumprir. Mas, Deus tinha declarado que a aliança era eterna. Em vez de ignorar e
obliterar tudo que dissera, deu-nos Deus uma aliança me¬lhor, inaugurando-a com o at
o indicativo de tudo que ela iria representar: a nova vida pelo milagre da ressu
rreição do Seu filho, Jesus.
ENTRAMOS PELO MESMO CAMINHO
A nossa transição do "império das trevas" para o reino de Deus segue o mesmo caminho:
morte e ressurreição. A nossa entrada na vida Cristã tem que obedecer ao plano traçado p
or Jesus Cristo ao estabelecer Ele a nova aliança.
Cristianismo é nova vida. A Bíblia descreve a nossa conversão como "um novo nascimento
". Isto confundiu o sábio Nicodemos levando-o a indagar: "Como posso eu nascer de
novo?" A resposta é que temos primeiro que morrer para depois nascer pela ressurre
ição.
"Se o grão de trigo, caindo na terra, não mor¬rer, fica ele só, mas se morrer, produz mu
ito fruto." João 12:24
Não há outra maneira de se ganhar a vida eterna; não há outro caminho para se receberem
as promessas da nova aliança senão o de morrer e ser ressuscitado. Morrer como? Outr
a vez o após¬tolo Paulo nos dá a resposta,
"Considerai-vos mortos para o pecado." Roma¬nos 6:11
Está aí o segredo. E também o problema. O obstáculo a receberem-se as promessas de Deus
e a vida eterna é o nosso pecado. Foi o pecado que levou todos os que viviam sob a
primeira aliança a rebelarem-se contra Deus e a viverem constan¬temente em estado d
e derrota. Foi o pecado que destruiu a possibilidade de cumprir Deus Suas promes
sas a Israel. Foi o pecado que exigiu o sacrifício supremo da morte de Jesus na cr
uz. É o pecado que impossibilita a Deus ser o Pai de todos os homens. Só morrendo pa
ra o nosso pecado ser nos á possível entrar na nova vida que Cristo nos oferece.
Todos gostam das promessas. Todos querem a nova vida, a vida eterna. Todos ficam
emociona¬dos com a provisão e a proteção que Deus descreve nas Escrituras. Mas nem todo
s querem pagar o preço que o grão de trigo precisa pagar para nascer de novo: ter qu
e morrer.
Antes de haver ressurreição, tem que haver morte. Antes de viver com Cristo você tem q
ue morrer para o pecado. Se você não morrer, nunca viverá!
O QUE SEGUE À RESSURREIÇÃO?
Voltemos a examinar o texto desta mensagem para descobrir o que Deus já fez e o qu
e Ele quer fazer para nós. Primeiro "o Deus de paz, que tor¬nou a trazer dentre os m
ortos a Jesus nosso Senhor, pelo sangue da eterna aliança", continua a fazer com q
ue: "vos aperfeiçoe em todo bem, para cumprirdes a sua vontade."
O mesmo Deus que começou em Jesus, con¬tinua o seu trabalho em nós. Ele já trouxe Jesus
dentre os mortos, e agora passa a nos aperfeiçoar, "operando em nós o que é agradável di
ante dele." Isto quer dizer que a força que opera em nós é muito maior do que as nossa
s boas intenções, ou nossa vontade. O que realmente acontece é que Deus opera em nós; qu
e Deus nos torna possível fazer a Sua vontade. O legalista acha que ele mesmo é o re
sponsável por seu próprio progresso ao passo que a verdade é que a nossa santificação depe
nde do que Deus faz por nós.
Entristece-nos essa gente que está sempre que¬rendo ser santa, como se fosse ela a úni
ca respon¬sável por esse milagre. A verdade é bem outra. Por causa do sangue da eterna
aliança, Deus está ope¬rando em nós. Não vivemos mais sob a velha aliança na qual temos qu
tentar observar a lei em todos os seus mínimos detalhes para não sofrer o castigo q
ue sempre acompanha a desobediência. Somos filhos da graça de Deus. Vivemos pela graça
de Deus. Somos aperfeiçoados pela graça de Deus. Estamos sendo transformados de glóri
a em glória pelo Senhor, o Espírito.
A TRANSIÇÃO EM NÓS
A transição entre as duas alianças foi abrupta. Mas nem sempre é assim a nossa transição, o
seja, a nossa transformação da morte para a vida.
Por que será que alguns mudam a sua vida da noite para o dia e de repente se torna
m crentes fervorosos, seguindo a Cristo com dedicação e fide¬lidade? Por outro lado, há
gente fraca que ouve a mensagem do Evangelho; que gostaria de ser salva, mas par
ece não ter forças para tanto. Ainda outros levam muito tempo para morrer para o pec
ado. A luta contra a carne e a libertação duma natureza pecaminosa é demorada. Em cert
os casos, essas pessoas chegam finalmente ao ponto de largarem os seus vícios e de
se entregarem completamente a Cristo, mas o caminho é longo e doloroso.
Parece-me que há dois fatores que influenciam essa transição necessária para se ganhar a
vida eterna: primeiro a revelação de Cristo e depois a determinação da própria pessoa de
"fixar sua men¬te" em Cristo e andar com Êle, custe o que custar.
Há pouco tempo uma senhora nos disse que tinha entrado em uma reunião de quarta-feir
a, sobrecarregada de problemas e confusão. Andara procurando paz de espírito em vários
lugares sem sucesso. Na primeira noite em que ouviu o Evan¬gelho de Cristo, aceit
ou a Jesus como seu único Salvador e desde então sua vida se transformou completamen
te. Ela recebeu a revelação do poder de Cristo para libertar o oprimido, para alivia
r o sobrecarregado. Ela se arrependeu dos seus peca¬dos e na mesma noite se tornou
membro da famí¬lia de Deus.
Isto é possível em todos os casos dos que bus¬cam a paz e a verdade. Muitos têm dificuld
ades de "fechar o contrato" ou, em outras palavras, de se converterem para andar
com Cristo. Vejamos alguns conselhos que irão facilitar a entrada no reino de Deu
s:
Primeiro, confesse o seu pecado e creia que Jesus morreu em seu lugar, pagando o
preço da sua salvação eterna. Creia só nele como seu Sal¬vador.
Segundo, morra com respeito aos seus vícios e pecados. Ponha para trás todas as ativ
idades e amizades que não se harmonizem com a vida
Terceiro, manifeste sua ressurreição e nova vida pelo batismo nas águas, pois Jesus di
sse, "Quem crer e fôr batizado será salvo."
Quarto, fixe o seu coração em Deus e deter¬mine viver para Êle, custe o que custar.
Quinto, leia a Bíblia e descubra nela as pro¬messas da nova aliança que são suas.
Se você seguir fielmente estes conselhos dei¬xará de ser um desses buscadores crônicos d
a verdade, e passará a ser uma pessoa salva pelo sangue eterno de Jesus Cristo; um
a pessoa com um novo coração; uma pessoa satisfeita e trans-formada pelo poder de De
us.

Capítulo VI
O Sangue das Alianças
"Então tomou Moisés aquele sangue e o asper-giu sobre o povo, e disse: Eis aqui o sa
ngue da aliança que o Senhor fêz conosco a respeito de todas estas palavras." Êxodo 24
:8
"Este cálice é a nova aliança do meu sangue."-I Cor. 11:25
Sangue é o centro das duas alianças, e espe¬cialmente da nova. A diferença entre ambas é a
mesma que existe entre o sangue de animais e o do Cordeiro de Deus.
Do sangue da nova aliança depende a sua paz com Deus, o poder sobre o pecado e a s
ua liber¬tação do mundo. É necessário, portanto, compreen¬der o valor e o poder do sangue d
aliança.
A VIDA ESTÁ NO SANGUE
A primeira aliança foi garantida pelo sangue.
"Porque a vida da carne está no sangue. Eu vo-lo tenho dado sobre o altar, para fa
zer ex-piação pelas vossas almas, porquanto é o san¬gue que fará expiação em virtude da vid
Lev. 17:11
Não podia haver qualquer contato entre o Deus puro e o homem pecador, sem o sacrifíc
io. Sacrifício implica derramamento de sangue.
No início Deus matou um animal para com sua pele cobrir a nudez de Adão e Eva que ha
viam perdido a glória da primeira criação e estavam nus.
Este princípio continuou quando Deus aceitou o sacrifício de Abel e recusou as ofert
as de Caim. Abel agradou a Deus porque fêz sacrifício de ani-n>ais, no qual havia o
derramamento de sangue. Deus estabeleceu com Abraão este conceito quando ordenou q
ue êle matasse a seu filho Isaque. Lem-bramo-nos que, no momento crítico, Deus prove
u um substituto (a figura de Cristo) e o sacrifício foi feito através de um cordeiro
.
No tabernáculo do Velho Testamento o móvel central era o altar onde os sacrifícios era
m ofere¬cidos fora do santuário, e o sangue depois levado para dentro e aspergido no
santo dos santos.
Deus declarou que aceitaria o sangue sobre o altar por expiação dos pecados, profeti
zando o sa¬crifício melhor que viria após. Paulo declarou em Hebreus 9:12 que aquele s
angue cobria apenas os pecados porém os não obliterava, dizendo, "Por que é impossível q
ue sangue de touros e de bodes remova pecados."
Eis então o problema: o sangue de animais foi insuficiente para purificar o pecado
r. A lei es¬tabelecia, porém, que sem sangue, não podia haver perdão. Restava, duas soluçõe
: ou cada pecador teria que morrer para pagar o preço do seu próprio pecado, ou teri
a que haver um substituto para todos.
A SALVAÇÃO SOB A VELHA ALIANÇA
"Muito mais o sangue de Cristo, que pelo Es¬pírito eterno, a si mesmo se ofereceu se
m mácula a Deus, purificará a nossa consciência de obras mortas para servirmos ao Deus
vivo! Por isso mesmo, ele é o Mediador da nova aliança a fim de que, intervindo a m
orte para remissão das transgressões que havia sob a primeira aliança, recebam a prome
ssa da eter¬na herança aqueles que têm sido chamados." Hebreus 9:14,15
Deus proveu um substituto: Jesus. Êle morreu em nosso lugar e derramou Seu sangue
para nos purificar. Na cruz, Êle nos redimiu dos nossos pe¬cados pelo poder desse sa
ngue. Mas, antes disto, o sangue de Cristo já havia salvo a todos os que aceitaram
a primeira aliança e morreram com fé nas suas promessas.
Paulo declara em Hebreus 9 que a morte de Jesus redimiu das transgressões a todos
quantos foram chamados sob a primeira aliança. Quando o corpo de Jesus estava no túm
ulo, Êle desceu para anunciar as boas novas de libertação a esse grupo.
"Pois também Cristo morreu, uma única vez... no qual também foi e pregou aos espíritos e
m prisão." I Pedro 3:18,19
É importante saber que as promessas de Deus são eternas. Quando Êle falou ao povo de I
srael e prometeu-lhe a vida eterna, esse povo teve de acei¬tar essa mensagem pela
fé e morrer sem ver a concretização da promessa. Como descobrimos no capítulo anterior,
um testamento entra em vigor somente pela morte do testador.
Todas as promessas da primeira aliança de¬pendiam do sacrifício de Jesus Cristo e do d
erra¬mamento do Seu sangue. O sangue de animais prefigurava apenas o sacrifício do C
ordeiro de Deus e profetizava aquilo que viria. Finalmente, a morte ocorreu; o s
angue foi derramado e Cristo desceu à prisão e ali anunciou liberdade aos cativos.
Êle anunciou a Adão, a Abraão, a Moisés, a Davi e a todos os que morreram na fé, que o sac
ri¬fício estava consumado; que o poder da morte fora destruído; que o poder do pecado
quebrado de uma vez por todas. Eles então receberam a promessa da eterna herança.
COMPRADOS PELO SANGUE
Todos os crentes sabem que pertencem a Deus, mas nem todos sabem que isto aconte
ceu por meio de uma transação legal. O sangue de Jesus Cristo foi o preço que Êle pagou
para nos comprar, e hoje somos propriedade exclusiva de Deus, conforme a promess
a da aliança eterna.
"Sabendo que não foi mediante cousas cor¬ruptíveis, como prata ou ouro, que fôstes res¬gat
ados do vosso fútü procedimento que vossos pais vos legaram, mas pelo precioso sangu
e, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo." I Pedro 1:18
As palavras "resgatados" e "redimidos" signi¬ficam "comprados de volta". Se você tem
uma jóia empenhada na Caixa Econômica e depois de arranjar o dinheiro lá comparece co
m a cautela, você não compra sua jóia, você a resgata, ou seja, adquire-a de volta.
Em qualquer contrato a transferência de pro¬priedade é completa e final após ato de paga
mento.
Somos resgatados pelo sangue de Jesus Cristo. Pertencíamos ao diabo porque a êle ser
víamos em pecado. A Bíblia diz que pertencemos a quem ser¬vimos. Sendo então filhos da i
ra, escravos do pe¬cado e cidadãos do império das trevas, uma tran¬sação legal deveria muda
o nosso estado.
Essa transação legal foi a morte de Jesus Cristo e o derramamento do Seu sangue. Nes
sa hora abriu-se a fonte de redenção: nessa hora a possibilidade de salvação do pecador
tornou-se realidade; nessa hora todas as promessas da vida eterna da velha aliança
cumpriram-se. Agora so¬mos livres do pecado.
"Aquele que nos ama, e pelo seu sangue nos libertou dos nossos pecados." Apocali
pse 1:5
Somos libertos dos nossos pecados, assim como são "resgatados" todos os que morrer
am na fé durante a velha aliança. Somos livres também da lei e da escravidão das ordenança
s do Velho Tes¬tamento. Cristo, por Seu sangue, nos libertou e vivemos na época da g
raça de Deus.
O SANGUE NOS GARANTE A VIDA
"Se, porém, andarmos na luz, como êle está na luz, mantemos comunhão uns com os outros,
e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado." I João 1:7
Já descobrimos que o sangue de Cristo muda a nossa situação legal. Pertencemos a Deus
pela fé no sacrifício de Jesus e no Seu sangue. Há porém outros benefícios que nos advêm po
causa deste sangue, e entre eles a purificação constante dos nossos pecados.
Esta, como todas as demais promessas, é con¬dicional. Deus pede que nós andemos com Je
sus, que andemos na luz. Então duas coisas nos acon¬tecem: temos o grande privilégio d
e comunhão com outros membros da família de Deus, e o san¬gue de Jesus nos purifica de
todo pecado.
Nem todos sabem que garantia de vida é o sangue de Jesus. Àquelas pessoas que depend
em da sua reputação de espiritualidade ou do serviço que prestam a Deus, ou da sua fid
elidade aos cul¬tos, não compreendem o valor ou o poder do sangue da aliança. A nossa
parte, o nosso dever é andar com Jesus Cristo na luz do Evangelho e se fizermos is
to, temos a garantia de que o sangue de Jesus nos purifica de todos os pecados.
Será que depois da nossa conversão e arrepen¬dimento, jamais precisaremos desta purifi
cação? A evidência, tanto da Bíblia como da prática, é que necessitamos sempre deste milagr
: o perdão pelo sangue. E a promessa da aliança é que este sangue tem sido aplicado in
teriormente em nosso coração renovado.

Capítulo VII
Mensageiro, Mediador e Fiador
"Eis que eu envio o meu mensageiro qus pre¬parará o caminho diante de mim; de repent
e virá ao seu templo o Senhor, a quem vós bus-cais, o Anjo da aliança a quem vós desejai
s; eis que êle vem, diz o Senhor dos Exércitos." Malaquias 3:1
"Agora, com efeito, obteve Jesus ministério tanto mais excelente, quanto é êle também me
diador de superior aliança instituída com base em superiores promessas." Hebreus 8:6
"Por isso mesmo Jesus se tem tornado fiador de superior aliança." Hebreus 7:22
O centro da nova aliança é o Senhor Jesus Cristo. Como mensageiro da aliança, Jesus an
un¬ciou as boas novas do Evangelho. Como mediador da nova aliança realizou a reconci
liação entre Deus e o homem. Como fiador da nova aliança, garante tanto as promessas d
e Deus como também a fidelidade do crente. Jesus Cristo anunciou, trouxe e garante
as promessas divinas da aliança.
Seria impossível enumerar todos os benefícios da graça de Deus que Jesus nos traz atra
vés da Sua vida, morte e ressurreição. Podemos, entre¬tanto, salientar a promessa princi
pal da nova aliança: o coração enganador do pecador será renovado e desta maneira o home
m poderá viver em paz com Deus.
PECADO
Vejamos os quatro aspectos deste "transplante de coração" que estabelece a diferença e
ntre a lei e a graça; entre a velha e a nova aliança; entre a morte e a vida. Primei
ro, através do Evangelho de Cristo nós compreendemos o que é básico para se receber a no
va vida de Cristo, isto é, o conheci-mento do pecado. Tal compreensão é o que falta na
vida de todo o mundo e essa lacuna impossibi¬lita o impulso que leva o pecador a
procurar a salvação. Deus não tem que obrigar o homem a ser pecador para que o possa d
epois salvar. O que é necessário é sentir êle a convicção de que é pe¬cador e sem este sens
sua condição perdida, jamais vai querer ser salvo.
Era justamente isto o que faltava nos tempos antigos quando o povo tentava obede
cer a Deus por obrigação e não por causa de sentir sua neces¬sidade espiritual.
Quando Jesus veio como o mensageiro da nova aliança, nos trouxe a Sua definição do pec
ado. Dela os religiosos não gostaram. Não sabiam eles que sua hipocrisia era pior do
que o adultério cometido pela pobre mulher que estava sendo jul¬gada. Antes de quer
er alguém salvar-se é necessário perceber primeiro a sua necessidade, e isto é justa¬mente
o que falta. Paulo descreve o problema da seguinte maneira:
"Nos quais o deus deste século cegou os enten¬dimentos dos incrédulos, para que lhes
não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus." II C
or. 4:4
DESEJO
Além de nos fazer compreender a nossa neces¬sidade de perdão, Jesus infunde-nos um gra
nde desejo de viver para Deus. É este um dos benefícios da nova vida de Cristo. O co
ração natural do homem sente é desejo de se satisfazer; desejo de obedecer a todos os
impulsos carnais e sensuais do corpo; desejo de manter o controle do seu próprio d
estino sem a intervenção de quem quer que seja.
A Bíblia diz que o coração do homem natural é insensato, obscurecido e enganador. Êle não o
e¬dece a Deus porque não quer. Não disciplina os seus apetites porque não quer. Não agrada
a Deus porque não acha necessário fazê-lo.
O filho da nova aliança é diferente, e por isso, não é compreendido por seu amigo não cren
te. O salvo quer agradar a Deus. Quer disciplinar o seu corpo. Quer obedecer a D
eus. E o que é incompreen¬sível ao descrente é o fato de que o filho de Deus não faz isso
por obrigação nem por senso de fana¬tismo religioso. O crente obedece a Deus porque qu
er. O próprio coração renovado deste filho da nova aliança bate em ritmo com o coração de D
us e afastar-se dos pecados não lhe é duro nem grande sacrifício.
VÍCIOS
Outro aspecto dos benefícios dum coração novo é que o crente fica apto a deixar os hábitos
maus, os vícios pecaminosos e os alvos egoístas que outrora dominaram os seus pensa
mentos e suas atividades. A transformação dessa personalidade é algo inexplicável ao psi
quiatra. Depois de se arrai¬garem os hábitos, dificilmente o homem muda. Assimilado
um vício é muito rara a pessoa que tenha força de vontade suficiente para eliminá-lo da
sua vida. Mas nisto também vemos a grandeza do milagre da salvação.
O homem faz, por prazer, aquilo que não que¬ria, nem podia fazer antes da sua salvação.
O bêbado torna-se pessoa sóbria. O mentiroso deixa de mentir. O infiel volta a viver
honestamente. Pensa-se que isto requer muita força de vontade, mas na realidade o
que exige é a decisão de acei¬tar o pecador a Jesus Cristo como Salvador, e co¬meçar a ob
edecer os impulsos dum coração novo.
PODER
Disse o Apóstolo Paulo: "pois não me enver¬gonho do evangelho, porque é o poder de Deus.
.." (Romanos 1:16). Esse poder que se recebe no mo¬mento de aceitar a Jesus, o
mediador da nova aliança, é o poder moral necessário para fazer o homem a vontade de
Deus na vida cotidiana. Esse poder é poder moral para viver êle satisfeito sem os pr
azeres carnais que a Bíblia condena e que destroem o corpo, alma e espírito do pecad
or. Esse poder do evangelho é poder moral para que bus-quemos, em primeiro lugar,
o reino de Deus e deixemos que Deus tome conta das nossas necessi¬dades.
Temos certeza de que para o leitor que ainda não recebeu esse novo coração através da su
a fé em Jesus Cristo, estas palavras parecem estranhas. Para o leitor crente, porém,
elas descrevem perfei¬tamente o que já tem acontecido e despertam nele mais uma vez
, uma exclamação de louvor pelo mi¬lagre da salvação.
Talvez o leitor nos pergunte: Como é que al¬cançamos tal vitória sobre os nossos pecados
e vícios? Somente através de Jesus Cristo nosso Sal¬vador, o mediador da nova aliança e
ntre Deus e o homem.
O FIADOR
Além de anunciar as promessas de Deus, como mensageiro da aliança, e depois de nos t
razer os benefícios do coração novo, a Bíblia diz que Jesus é o fiador da aliança. Cremos q
e este é um dos aspectos mais belos do Evangelho. É Jesus quem garante a aliança; é o fi
ador do contrato.
Procuramos descobrir na Bíblia se Jesus é o NOSSO fiador, que garante a nossa fideli
dade, ou se é o fiador de Deus para garantir as promessas.
Para nossa alegria, constatamos que Êle é tudo isso.
Diz a Bíblia que Jesus se nos tornou da parte de Deus sabedoria, e justiça e santifi
cação e reden¬ção. (I Cor. 1:30). Por outro lado, sendo o Filho Ünigênito de Deus e a segun
pessoa da Trindade, Êle representa Deus. Jesus assinou o contrato da aliança com seu
próprio sangue. Êle representa o Pai e nos oferece perdão e paz eterna. Mas Jesus é o f
iador nosso porque, depois de haver morrido, Êle entrou na presença de Deus e lhe of
ereceu Seu sangue como preço da nossa redenção. Nessa oca¬sião Jesus representou-nos, e po
r causa dÊle pode-mos, entrar no santo dos santos e ter comunhão pessoal com Deus Pa
i.

Capítulo VIII
O Livro da Aliança
"E tomou o livro da aliança, e o leu ao povo; e eles disseram: Tudo o que falou o
Senhor, faremos, e obedeceremos. Então tomou Moisés aquele sangue e o aspergiu sobre
o povo, e disse: Eis aqui o sangue da aliança que o Senhor fez convosco a respeit
o de todas estas palavras." Êxodo 24:7-8
Antes de aspergir o sangue da aliança sobre o povo para garantir a fidelidade de D
eus sobre as Suas promessas, Moisés abriu o livro da aliança e o leu ao povo. Por ca
usa desta leitura a respeito das leis e obrigações, Israel respondeu: "tudo o que fa
lou o Senhor, faremos e obedeceremos."
O que mais podia se esperar? O povo prometeu obediência mas faltava elementos esse
nciais que faziam deste voto uma coisa impossível.
Faltava compreensão. Israel não sabia o que era pecado, senão que Deus ordenou que não f
i¬zesse certas coisas. A razão desta proibição foi ignorada. Israel não compreendia o sign
ificado dos sacrifícios: apesar de ser informado que em certos dias do ano, um ani
mal tinha de ser morto "pelos pecados do povo". A cerimônia foi realizada mas o va
lor e propósito dela continuava um mistério. Outro elemento que faltava para que fun
cio¬nasse a primeira aliança foi um entendimento da natureza humana. O livro da alia
nça disse: faça isso, ou faça aquilo. O povo respondeu: faremos. Mas nada sabia da sua
incapacidade de obedecer. Por mais bem intencionado que o homem seja, o seu cor
ação é impuro, os seus impulsos são carnais e a sua vontade nunca concorda com a vontade
de Deus.
Israel disse: obedeceremos em tudo, como se fosse suficiente fazer voto para, au
tomaticamente, receber forças morais para cumpri-lo. Inúmeras pessoas nos dias que
correm caem no mesmo erro. Dizem eles: basta ler a Bíblia, estudar os seus pre¬ceito
s elevados e fazer o melhor possível, sem ter a mínima noção do que envolve esta obediênci
a. A educação religiosa é justamente o que recebeu o povo de Israel durante os tempos
da primeira aliança. Esta educação falhava naqueles dias e falha hoje. Ler o livro
não resolve o problema espi¬ritual. Suas boas intenções e seus votos para "fazer melhor
" são destinados a falhar porque uma vida Cristã depende de algo muito mais do que i
nfor-mação do que está escrito no livro de Deus.
O FRACASSO DA EDUCAÇÃO RELIGIOSA
Quando Moisés desceu do Monte Sinai, com as leis escritas nas tábuas, o povo não queri
a ouvir a voz de Deus.
"Disseram a Moisés: Fala-nos tu, e te ouvire¬mos; porém não fale Deus conosco, para que
não morramos." Êxodo 20:19
Israel estava disposto a ser uma "experiência religiosa" mas não queria nada com a v
oz ou a pre¬sença de Deus. Sabia que um pouco de educação religiosa não faz mal a ninguém,
as enfrentar a justiça e santidade Divina é uma outra coisa.
Que retrato dos religiosos nos dias atuais! Gostam de ouvir a leitura do livro,
mas não que¬rem conhecer o Autor. Têm prazer na instrução de homens mas têm medo da mão de
s. Esses são instruídos na letra e longe do Espírito.
"O qual nos habilitou para sermos ministros de uma nova aliança, não da letra, mas d
o espírito; porque a letra mata, mas o espírito vivifica." II Cor. 3:6
QUE É A LEI CRISTÃ
Seis mil anos após a primeira aliança entre Dgus e um homem, e depois desses séculos d
e prova e de erro, o homem carnal ainda tenta obe¬decer a Deus, por ler um livro e
prometer fideli¬dade. Mas isto continua até hoje coisa impossível.
Há quem pense que o livro da aliança é um sistema de leis e proibições; acham que lhes bas
ta ler e estudar essas "leis cristãs" e fazer o melhor que podem para que se torne
m santificados. Eles substituem por uma educação evangélica e Bíblica, uma experiência pes
soal na nova aliança.
O livro da aliança, por mais influente e com¬pleto que seja, é insuficiente para trans
formar o pecador num filho de Deus. Ler e estudar a Bíblia torna possível ao descren
te vir a ser um descrente instruído. A própria Bíblia diz que a letra mata. O Novo Tes
tamento não foi escrito para substituir a lei mosaica por outra lei. A frase "lei
cristã" é uma contradição de termos. É como "pecado espi¬ritual". Não existe tal coisa! Não
lei, nem pelo livro da lei que o pecador é salvo.
Quando Moisés desceu do Monte Sinai o povo disse, "Que Deus não fale conosco; para não
mor¬rermos. Fala tu conosco e ouviremos." O povo não queria um contato pessoal com
Deus. É muito mais fácil receber instruções dum homem do que en-frentar a Deus e morrer
para o pecado. É difícil entrar na presença de Deus e sofrer o impacto da Sua santidad
e. O pecador pode ficar muito con-fortàvelmente ouvindo uma palestra a respeito de
Deus, mas uma vez que êle entre na presença de Deus e sinta o peso dos seus pecados
esse pecador jamais pode livrar-se da convicção deles.
O que ocorre hoje, em muitas igrejas, é a subs¬tituição de uma experiência pessoal com Deu
s, por uma educação espiritual. Nós adoramos a Bíblia, o livro da lei. Temos dias especi
ais para honrar este livro. Fazemos propaganda dele. Distribuímos a Bíblia, lemos a
Bíblia e estudamos a Bíblia. Mas em muitos casos, acontece o mesmo que acontecia nos
tempos da velha aliança, quando o livro da lei era aberto e lido: e o povo dizia:
"tudo o que falou o Senhor faremos e obedeceremos." Não é possível porém cumprir esta p
romessa porque falta algo essencial; o Espírito da aliança. "A letra mata, mas o Espír
ito vivifica." (II Cor.3:6)
O LIVRO + O ESPÍRITO = COMPREENSÃO
Não pense o amigo leitor que desprezamos as Escrituras Sagradas. Dependemos delas
como a revelação de Deus. A Bíblia é o livro da aliança e sem ela não saberíamos das promes
eternas e gloriosas. O que afirmamos é que o livro em si não é suficiente para nos co
nduzir ao reino de Deus. É necessário ler o livro da aliança no Espírito da aliança. A lei
não pode ser apenas um ensinamento exterior, como nos tempos antigos, mas tem que
ser gravada nos nossos novos corações através do Espírito de Deus. É isto o que faltava n
os tempos antigos e é isto o que hoje ainda falta em muitas igrejas que se dizem c
ristãs!
"Quando vier, porém, o Espírito da verdade, êle vos guiará a toda a verdade." João 16:13
É assim que descobrimos e compreendemos a verdade; não s'ó pela letra da lei, mas pela
letra ungida e vivificada pelo Espírito da Verdade. A Bíblia só pode ser compreendida
com a ajuda do Espírito Santo. Nada adianta ao pecador ler e es¬tudar as Escrituras
Sagradas e esperar tornar-se espiritual ou sábio. A única coisa que êle desco¬brirá são fa
os históricos. O dinamismo e a dinâ¬mica dessas palavras vão escapar ao leitor que não ler
a Bíblia com a ajuda do Espírito Santo. E Deus dá o Seu Espírito apenas aos que estão na
nova aliança. Portanto, para o não crente, a Bíblia é um livro hermético e incompreensível.
As suas narra¬tivas serão sempre fábulas apenas; os seus mila¬gres apenas alegoria; as s
uas promessas apenas literatura. A força da Bíblia está oculta por completo da pessoa
que a lê sem o Espírito Santo de Deus.
Meu caro irmão, não permita que os seus es¬tudos bíblicos, os seus excelentes livros ou
ou seus bons professores tomem o lugar do Espírito Santo em sua vida. São muitos os
educados religiosos deste mundo em cujos corações, porém, o poder da Palavra jamais pe
netrou. Há muitos crentes que têm conhecimento intelectual sem o conhecimento experi
mental da verdade. Não seja como o povo dos dias de Moisés que queira apenas ouvir o
que o livro dizia sem um contato pessoal com o Autor do livro. Busque o Espírito
Santo como o guia de toda a verdade e descobrirá que a Bíblia tornar-se-á em livro com
pletamente novo.
O LIVRO DA NOVA ALIANÇA
O que faz a diferença entre a letra do velho livro, e a letra do novo livro é o Espíri
to. O Novo Testamento não é apenas ensinamento exterior; não apenas um texto de leis e
proibições. Ela é espírito e vida.
"O espírito é o queivivifica; a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos te
nho dito, são espírito e são vida." João 6:63
A leitura do livro da nova aliança de nada aproveita se não fôr lido com a iluminação do E
s¬pírito Santo. Prova é que milhões de incrédulos lêem a Bíblia, achando-a uma literatura i
res¬sante e saudável, sem a mínima transformação espiritual. A letra só de nada vale. Porta
to ao abrir o Novo Testamento, peça ao Espírito Santo o esclarecimento sobre os mistér
ios de santidade ali escondidos. Quem tem ouvidos, ouvirá o que o Espírito diz!
UMA NOVA PROMESSA
Quando Jesus falou aos discípulos sobre a vinda do Espírito Santo, êle o chamou "o Espír
ito da Verdade que vos guiará a toda a verdade." (João 16:13). Isto não foi o privilégio
do povo de Israel sobre a velha aliança. Êle prometeu obediên-cia sem o esclareciment
o necessário para garantir sucesso.
Nós, os filhos da nova aliança somos privile¬giados pelo fato de ter,um professor maio
r do que Moisés. Quem nos ensina é o Espírito da Verdade. Por esta razão, o livro vive.
As suas promessas passam a ser convicções. A letra, vivifiçada pelo Espírito produz em nós
uma capacidade para cum¬prir nossos votos.
O livro da nova aliança, ungido pelo Espírito, revela Cristo ao leitor. Jesus sai da
s páginas da Bíblia para viver em nossos corações. Êle torna-se o nosso Salvador porque pe
lo livro, Deus nos dá esta certeza. O médico Divino anda em nosso meio porque o Espíri
to nos diz que êle é o mesmo ontem, hoje e eternamente. O livro nos fala estas verda¬d
es e o Espírito nos convence da realidade destas coisas.
Amigo leitor, leia o livro da aliança. Estude os seus preceitos. Freqüente as aulas
dos mestres e pastores que ensinam a doutrina sã. Mas acima de tudo, confie no Espír
ito da Verdade para ilumi nar a página e escrever estas verdades nas tábuas do seu c
oração. Não permita que a educação reli-giosa seja o substituto do ensinamento pelo Espí¬ri
Santo.
OS ENSINAMENTOS DO LIVRO
O que este livro da nova aliança diz nos transforma em filhos de Deus. Êle diz que s
omos pecadores, perdidos e inimigos de Deus, mas salvos e perdoados pela graça de
Deus. O livro diz que pelo batismo nas águas passamos pelo despoja-mento do corpo
da carne para depois, andar em novidade de vida. O livro diz que o Espírito Santo
vem para tomar sua residência em nossos corpos, fazendo possível um "andar no Espírito
" que agra¬da a Deus.
O livro diz que podemos viver vitoriosamente e não dominados pelo pecado. O livro
diz que pela fé podemos agradar a Deus. O livro diz que Jesus é o fiador da nossa sa
lvação e que Êle nos sustenta pelas orações perante o Pai.
Estas não são letras apenas: são verdades. O Espírito confirma-as no fundo do coração. As p
o¬messas deste livro sustentam na hora de crise ou confusão. O poder deste livro gua
rda na hora de tentação e fraqueza.

Capítulo IX
Obediência na Nova Aliança
"O Senhor teu Deus circiinddará o teu coração, e o coração de tua descendência, para amares
ao Senhor teu Deus de todo o coração e de toda a tua alma, para que vivas. De novo,
pois, darás ouvidos à voz do Senhor; cumprirás todos os seus mandamentos que hoje te o
rde¬no." Deuteronômio 30:6,8
A primeira aliança mostrou o caminho para santidade. Ela falhou em não dar poder par
a viver santificado. Todas as promessas do Velho Testa¬mento dependiam da obediência
do povo de Israel. Deus disse,
"Se diligentemente ouvirdes a minha voz, e (se) guarãardes a minha aliança, então sere
is a minha propriedade." Êxodo 19:5

Notemos a grande diferença entre este versí¬culo e a linguagem do texto deste capítulo:
o que antigamente era uma exigência fundamental agora se torna em uma conseqüência nat
ural da circun-cisão do coração. O grande obstáculo durante os tempos da primeira aliança,
e a única razão do seu fracasso era a impossibilidade do homem obedecer a Deus.
O GRANDE PERIGO
Aprendendo esta lição, a incapacidade de o homem natural obedecer a Deus, somos tent
ados em pensar que a obediênciia é impossível e que na nova aliança foi removida como co
ndição de bênçãos. De modo algum! Na primeira aliança, obediência às leis era a condição ún
ber as promessas do Senhor. No dia de hoje a condição é: fé em Jesus Cristo como o Media
dor da aliança. Antes de aceitar Jesus Cristo como seu salvador, o pecador permane
ce incapaz de obedecer os man¬damentos de Deus. É somente depois de se tornar uma no
va criatura que êle está em condições de obedecer. Mas que este fato fique bem claro: De
us ainda exige obediência. Obedecer a Deus é a base do Cristianismo, o âmago da nossa
esperança e a única maneira de agradar a Deus.
Para compreender a nova aliança e dela rece¬ber a plenitude de bênçãos, o amigo leitor pre
cisa compreender alguns fatos sobre a obediência nos moldes do Novo Testamento, ou
seja, da nova aliana. Considere, portanto, quatro fatos:
OBEDIÊNCIA É ESSENCIAL
"Porque, como pela desobediência de um só homem muitos se tornaram pecadores, assim
também por meio da obediência de um só muitos se tornarão justos." Romanos 5:19
A desobediência destruiu o homem, arrancan-do-lhe a imortalidade e tornando-o súdito
do im¬pério das trevas. Através da desobediência de Adão o pecado entrou no mundo, e pelo
pecado a morte que passou a todos os homens. A sentença da m,orte foi removida e
o poder do pecado foi des¬truído através da obediência de Jesus Cristo. O preço da nossa s
alvação eterna era a obediência de Jesus. A base da nossa esperança na vida eterna é a obe
diência de Jesus. O Cristianismo começou com um ato de obediência.
O nosso andar com Cristo também depende de obediência.
"Ora nós somos testemunhas destes fatos, e bem assim o Espírito Santo que Deus outor
gou aos que lhe obedecem." Atos 5:32
Evidentemente o batismo no Espírito Santo, embora que seja um dom, leva a condição de
obe¬diência. Quem não obedece é um rebelde. Obedecer a Deus é caminho único para receber to
as as "bênçãos de Deus.
Esta obediência tem que começar quando o pecador reconhecer sua necessidade de confe
ssar o seu pecado e aceitar Jesus Cristo como seu Salva¬dor. Arrependimento é o pass
o de obediência que traz para o pecador a transformação da sua vida.
Depois de experimentar o perdão o novo crente dá as costas à vida antiga e começa a anda
r com Cristo em, novidade de vida.
Saiba o leitor que para ser salvo, você precisa obedecer a Deus, confessar a sua n
ecessidade de um Salvador e determinar a viver afastado dos seus pecados. Para r
eceber a bênção do batismo no Espírito Santo o crente precisa obedecer a Deus e viver co
nforme o Evangelho.
Obediência é essencial a uma vida Cristã. Qual é a garantia que o crente não cairá outra ve
em pecado e desobedecer os mandamentos de Deus como antigamente? A resposta des
ta pergun¬ta é a esperança do crente: Deus nos dá poder suficiente para obedecê-lo.
"Pois não me envergonho do Evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo a
quele que crê." Romanos 1:16

OBEDIÊNCIA É POSSÍVEL
É possível ao homem obedecer a Deus pela primeira vez na história do mundo. Antigament
e o homem estava sempre amarrado por suas fra¬quezas e derrotado por sua natureza
malvada. Hoje, através do Fiador da aliança, temos a capa-cidade de obedecer ao que
Deus manda.
A possibilidade de obedecer a Deus reconhece, porém, certos fatos que não mudaram de
sde os primeiros tempos da fraqueza humana. O homem salvo e renovado ainda está na
carne, sujeito a todos os seus apetites e inclinações. Estando cer¬cado por tentações, in
fluenciado pelos seus desejos carnais e pelas recordações dos prazeres do pecado, es
se novo crente precisa, ainda, de ajuda para obe¬decer a Deus. Sozinho êle cai. Depe
nder da sua "força de vontade" não basta. Confiar em suas boas intenções é insuficiente. P
or mais santo que seja o homem êle ainda permanece na carne com todos os seus defe
itos.
Juntamente com o perdão dos seus pecados, o novo crente recebe uma energia espiri
tual; um poder moral; uma capacidade de obedecer a Deus que transforma uma exigênc
ia em um prazer. Antigamente êle tentava obedecer a Deus porque sabia que os seus
pecados eram ofensas contra Deus. Depois da sua conversão, Êle descobre que obediência
é uma conseqüência natural da fé em Deus; o Espírito de Cristo que domina o seu cora¬ção f
ssível o que antigamente pareceria um fardo pesado.
"Nas suas mentes imprimirei as minhas leis, também sobre os seus corações as inscrever
ei." Hebreus 8:10
As condições da aliança nova não estão escri¬tas no livro, mas estão gravadas no coração do
. Êle quer obedecer. O desejo básico da sua vida é agradar a Deus. Agora obediência não é u
a exigência impossível, mas é um prazer e uma fonte de inúmeras bênçãos.

OBEDIÊNCIA: SÓ PELA FÉ
"Pela fé Abraão, quando chamado, obedeceu," Hebreus 11:8
Esta ainda é a única maneira de obedecer a Deus: Se depender da sua força moral, o lei
tor falhará. Se depender da sua capacidade, cairá em pecado.
Não é possível seguir os sentimentos neste assunto. Muitas vezes, por causa da pressão d
e circunstâncias, e vicissitudes da vida não nos senti¬mos salvos. Alguém nos critica; f
icamos cansados com o trabalho; não dormimos bem e perguntamo-nos se vale a pena s
er crente. O inimigo vem com a sugestão que pôs na mente da esposa de Jó: amaldiçoar a D
eus e morrer. O amigo leitor, por certo, conhece este estado. Há dias quando tudo
vai mal e a nossa crença passa pela dura prova. O que fazer nesse dia se não tivéssemo
s fé em Deus? Justamente nesse dia muitos fracos depen¬dem das suas próprias forças e ca
em para andar outra vez no caminho mais fácil de pecado.
O homem, entretanto, que conhece os seus privilégios na nova aliança reconhece adver
sidade como uma oportunidade de obedecer a Deus atra¬vés da sua fé. Êle não tem fé em si pr
io mas nas promessas de Deus que lhe garante sucesso na vida Cristã. Êle depende de
Cristo para ser sua santificação e justiça, porque assim promete a Bí¬blia. Para esse home
m, Jesus é mais do que um personagem histórico; Êle é um defensor, um com¬panheiro, e um g
uia. Através do seu contato com a presença de Cristo em sua vida, o crente vive abun
dantemente e obedece a Deus como conseqüência natural da vida de Cristo que lhe gara
nte vitória.

OBEDIÊNCIA É BEM-AVENTURANÇA
Algumas pessoas acham que obediência é a condição dura que leva o crente ao ponto de co¬meç
r a receber as bênçãos de Deus. Discordamos desta idéia. Obedecer não é um fardo. Obedecer
é o preço que se paga para receber a graça de Deus. Obediência em si já é bem-aventurança!
O amigo leitor já pensou no privilégio de ser orientado pela voz de Deus? Já imaginou
que o criador do universo se interessa em nossa vida ao ponto de ter comunicação con
osco? Obediência a Deus é inspirada pela orientação que o crente re-cebe pela voz de Deu
s que ouve no seu coração. Isto é bem-aventurança.
Outro dia dissemos a uma audiência que se não houvesse o céu nem a eternidade, valeria
a pena ser crente só por causa do prazer de ser guiado pelo Espírito Santo. O leito
r entende o que é ter um guia? Alguns "guias" levam a pessoa a lugares excusos ond
e está obrigada a praticar coi¬sas que deixam o sistema nervoso totalmente des¬truído. C
entenas de milhares de brasileiros estão sendo controlados por "guias" que estão des
truindo suas vidas física, emocional e moralmente falando.
O povo da nova aliança tem por Guia o Espírito Santo do Deus verdadeiro! Se isto não é b
em-aventurança então eu não a reconheço! Meu amigo leitor, obedecer a Deus não é obrigação
stosa: é conseqüência de submeter sua vida ao Espírito Santo e ser guiado por Êle.
A Bíblia diz que Jesus está à dextra de Deus orando por nós. Este fato nos enche de espe
rança. Êle nos inspira com a possibilidade de sucesso nesta vida Cristã. Com Jesus, o
nosso advogado, intercedendo por nós, sentimo-nos fortificados e preparados para l
evar uma vida digna e discipli¬nada.
Meu amigo leitor, obedecer não é árduo. Não é um fardo; é uma bênção. Não é obrigação; é be
Este é um dos frutos da nova aliança: ela muda o verbo "precisar" para o verbo "pode
r". Ela muda uma promessa em uma possessão. Ela trans¬forma um sonho em oima realida
de. Por causa da nossa obediência, Deus diz,
"E eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo." Hebreus 8:10

Capítulo X
A Aliança da Graça
"Porque o pecado não terá domínio sobre vós; pois não estais debaixo da lei, e, sim da graç
." Romanos 6:14
A frase, "a aliança da graça" não aparece nas Escrituras, embora seja a expressão mais c
orreta com respeito da nossa salvação. A característica maior da nova aliança é a graça de
eus.
"Sobreveio a lei para que avultasse a ofensa; mas onde abundou o pecado, super a
bundou a graça." Romanos 5:20
A palavra "graça" tem dois sentidos. Primeiro é a disposição divina de nos amar sem qual
quer mérito da nossa parte; amor demonstrado pelo sacrifício de Jesus por nós. Segundo
, a graça de Deus significa o poder do Espírito Santo que opera em nós, tornando-nos c
rentes dignos da nossa chamada.
Verificamos, mais uma vez, o contraste entre as duas alianças: o que a
lei exigiu a graça realiza; o que a velha prometeu, a nova produz; onde sobr
ou pecado na velha aliança, a graça ca¬racteriza a nova. Vejamos a extensão da graça de De
us:
"Sendo justificados gratuitamente, por sua graça." Romanos 3:24
"Porque a lei foi dada por intermédio de Moi¬sés; a graça e a verdade vieram por meio de
Jesus Cristo." João 1:17
"E se é pela graça, já não é pelas obras; do con-trário, a graça já não é graça." Romanos 1
"E estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo ... po
rque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus." Efésios
:5, 8
"Que nos salvou e nos chamou com santa vo-cação; não segundo as nossas obras, mas con¬fo
rme a sua própria determinação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos
eternos" II Timóteo 1:9
O que é a graça de Deus? É poder e força espiritual; é algo que nos foi dado por sermos in¬
apazes de produzir por conta própria. A graça de Deus é salvação, justificação, sustento, p
. Somos salvos dos nossos pecados pela graça de Deus que opera em nós por Cristo Jes
us.
AS TRÊS POSSIBILIDADES
Se a nova aliança se baseia na velha e a graça de Deus é conseqüência das promessas, da le
i, restam três possibilidades para quem deseja seguir as recomendações Bíblicas: viver s
ob a lei como o povo de Israel, abandonar a escravidão da lei para viver inteirame
nte sob a graça de Deus, ou mistu¬rar uma com a outra e tentar tirar "o melhor" das
duas alianças.
O apóstolo Paulo teve o problema constante de orientar os novos crentes a respeito
da morte da lei e a liberdade da nova aliança. Os "mensa¬geiros de Satanás" que o seg
uiram queriam escra-visar outra vez os que saíram da velha aliança e nas suas cartas
Paulo afirmou que se entra na segunda aliança pela fé e pela graça de Deus.
"ó gálatas insensatos! Quem vos fascinou a vós outros, ante cujos olhos foi Jesus Cris
to exposto como crucificado? Quero apenas saber isto de vós: recebestes o Espírito p
elas obras da lei, ou pela pregação da fé?" Gaiatas 3:1, 2
A tentação de misturar a lei com a graça ainda existe. Há quem queira nos enganar com fi
losofias engenhosas sobre um dia especial para adoração, ou proibição quanto à comida de c
arne, ou leis externas sobre a santidade. Estes regula-mentos nada servem senão pa
ra destruir o poder da graça de Deus.
Não se pode misturar água com óleo, nem o leste com o oeste, nem a lei com a graça. A fr
ase, "a lei Cristã" faz tanto sentido quanto a frase; "pecado espiritual". Tal coi
sa não existe. A salva¬ção não vem pela obediência à lei, mas inteira-mente pela graça.
"Sois assim insensatos que, tendo começado no Espírito, estejais agora vos aperfeiçoan
do na carne?" Gaiatas 3:3
A graça que nos perdoa, nos santifica. A graça de Deus vive em contraste eterno com
as obras da carne. Não pode haver mistura dos dois.
E se é pela graça, já não é pelas obras; do contrário, a graça já não é graça." Romanos 11:
Supliquemos que Deus abra os nossos olhos. Em a nova aliança, a graça de Deus é tudo;
o sacrifício de Jesus é suficiente; a nossa parte é aceitar a provisão divina e obedecer
a Deus pela fé.
"Graça e paz nos sejam multiplicadas." I Pedro 1

Capítulo XI
O Sacerdócio Eterno
"Para que a minha aliança continue com Levi, diz o Senhor dos Exércitos. Minha aliança
com êle foi de vida e de paz, ambas lhe dei eu para que temesse; com efeito ele m
e temeu, e tremeu por causa do meu nome. A verdadeira instrução esteve na sua boca,
e a injustiça não se achou nos seus lábios: andou comigo em paz e em retidão, e da iniqüid
ade apartou a muitos." Malaquias 2:4-6
Israel foi escolhido por Deus para ser uma nação de sacerdotes, o instrumento pelo q
ual o mundo receberia conhecimento e bênçãos divinas. Escolheu Deus uma tribo que se d
evotaria exclu¬sivamente ao "ministério" das leis. Levi era a tribo escolhida para e
stabelecer um sacerdócio eterno.
O SACERDÓCIO ATUAL
"Vós porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva d
Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para
a sua maravilhosa luz." I Pedro 2:9
Sob a nova aliança, todo o povo de Deus é sacerdócio real, tendo os seguintes privilégio
s: Primeiro, acesso direto para Deus; segundo, o dever de interceder pelos outro
s e finalmente servir de instrumento de bênçãos para os que precisam de ter contato co
m Deus. São estes os direitos de todos os crentes, participantes do sacerdócio real
da nova aliança.
Por fraqueza ou ignorância, poucos são os crentes que são instrumentos de bênçãos para o mu
do; são impotentes em exercer a função sacer-dotal de transmitir a graça de Deus ao povo
.
Emjbora seja isso estado triste dos crentes atuais, Deus ainda convida os redimi
dos a oferecer suas vidas ao ministério de reconciliação. O minis¬tério Levítico era, "uma
liança de vida e de paz." Este é o ministério que Deus oferece a quem deseje servi-lo
como membro ativo do Seu corpo. Podemos transmitir a nova vida de Jesus Cristo a
os outros através do nosso testemunho, e desta maneira se¬remos instrumentos da Sua
paz para os que vivem na intranqüilidade de pecado. Este ministério de representar D
eus ao homem e representar o homem a Deus não é vocação exclusiva dos clérigos: todos os c
rentes são sacerdotes; todos temos o dever de testemunhar de Cristo; todos temos o
privilégio de repartir com os mortos espirituais, a nova vida que Deus nos dá.
NÃO ABUSE DESTA CHAMADA
Desde os primeiros tempos os sacerdotes têm abusado a sua vocação, para buscar o supri
mento das suas própaias; necessidades antes de servir a Deus. Em os dias da nova a
liança esta tentação de buscar alegria pessoal através das bênçãos de Deus, em vez de ser u
nstrumento de vida e paz, continua a ser uma mancha no sacerdócio.
O mundo carece de pessoas que podem pensar, falar e agir em, o poder do Espírito S
anto, repre¬sentando a verdade perante uma sociedade compro¬metida com mentira, imor
alidade e violência.
Parte deste ministério eterno do sacerdócio é interceder pelo povo: o trabalho de oração.
O sacer¬dote de outrora mantinha aceso o insenso e orava constantemente para que o
povo não fosse des¬truído por causa dos seus pecados. Deus procura pessoas que sabem
amar, trabalhar e orar e crer em prol dos que nada sabem a respeito da Sua graça.
Este é um ministério ingrato, despercebido, silencioso. O sacerdote atual não é quem se
apre¬senta ao povo com vestimentas coloridas, realizando cerimônias religiosas, e se
ndo honrado com beija-mão. A nova aliança constituiu um novo sacerdó¬cio, não se corrompeu
com tradições e orgulho humano, coisas que nada tem a ver com o trabalho da obra de
Deus pela nova aliança.
O NOVO SACERDOTE
Quando na tarde da crucificação, o véu do templo foi rasgado de cima para baixo, abrin
do o caminho direto para que o povo entrasse na presença do Onipotente, a vocação do s
acerdote se transformou para jamais voltar a ser propriedade de uma tribo, ou de
uma classe de clérigos, ou de umi grupo de privilegiados!.
A única vez que o Novo Testamento fala a respeito do sacerdote é em termos coletivos
, e nunca a respeito de um homem. Os dons minis¬teriais de apóstolo, profeta, evange
lista, pastor e mestre não têm no meio o "sacerdote" pela simples, razão de que TODOS
OS CRENTES EM CRISTO JESUS têm esta vocação. Somos sacerdotes, todos nós que recebemos o
perdão dos nossos pecados pela graça de Deus e através da nossa fé em Cristo JesuS! O q
ue nos falta para cumprir este ofício é o fogo de amor Divino que consome os desejos
egoístas para nos transformar em pessoas dedica¬das a servir a Deus em oração, e servir
o mundo com o nosso testemunho da graça salvadora de Deus.
Devemos aceitar a glória da nova aliança que é ser parte do sacerdócio eterno que traz p
ara o pecador a mensagem de salvação eterna.

Capítulo XII
O Ministério da Nova Aliança
"Vós sois a nossa caria, escrita em nossos co¬rações, conhecida e lida por todos os home
ns, estando já manifestos como carta de Cristo, produzida pelo nosso ministério escr
ita não com tinta, mas pelo Espírito do Deus vivente, não em tábuas de pedra, mas em tábua
s de carne, isto é, nos corações. E é por intermédio de Cristo que temos tal confiança em D
us; não que por nós mesmos sejamos capazes de pensar alguma coisa, como se partisse
de nós, pelo contrário, a nossa suficiência vem de Deus, o qual nos habilitou para ser
mos ministros de uma nova aliança, não da letra, mas do espí¬rito, porque a letra mata,
mas o espírito vivi-fica." II Cor. 3:2-6
A nova aliança é um ministério do Espírito Santo, manifestação da glória de Deus. Moisés re
essa glória que resplandeceu no seu rosto, mas foi necessário cobri-lo porque Israel
era inca¬paz de encarar o brilho da presença Divina. Esse véu cobriu também o coração de I
rael. Podia ter recebido de Moisés o conhecimento, pensamento e poder do Espírito de
Deus, mas tudo isto foi reser¬vado para outros: os participantes da nova aliança.
O MINISTÉRIO DO ESPÍRITO
"Produzida pelo nosso ministério, pelo Espírito do Deus vivente."
Ocupando os púlpitos deste mundo estão cen¬tenas de milhares de homens chamados "minis
tros do evangelho." Imagine, o leitor, o que aconteceria se esses homens todos f
ossem "ministros do Espí¬rito." Examinemos o que significa ser um ministro do Espírito
.
Quem ministra a nova aliança pelo Espírito Santo de Deus tem que ser possuído inteiram
ente do Espírito Santo. O trabalho do Espírito no dia de hoje tem dois aspectos: Êle t
raz o poder moral que faz possível uma vida santificada, e dá poder suficiente para
realizar a obra de Deus. Não é su¬ficiente que o ministro da nova aliança apenas seja na
scido pelo Espírito, êle precisa saber o que é andar com o Espírito, ser guiado pelo Espír
ito e falar com a inspiração do Espírito.
Quem gostaria de estudar uma língua com quem mal a conhece? Quem tem interesse em
es¬tudar as coisas de Deus com quem não conhece por experiência própria o que é viver no E
spírito? O ministro da nova aliança deve ser a prova pessoal e testemunha viva do cu
mprimento de todas as promessas da nova aliança.
Além desta necessidade do ministro do Espí¬rito ser um homem possuído totalmente pelo Es
pí¬rito Santo de Deus, êle deve exercer a sua vocação no poder do Espírito. Quando Deus esc
lhe um homem para realizar uma obra sobrenatural, como o trabalho da Igreja de J
esus Cristo, Êle o reveste com um poder celestial. A chamada do ministro da nova a
liança é, "pregar o evangelho pelo Espí¬rito Santo derramado do céu."
"E foi em fraqueza, temor e grande tremor que eu estive entre vós. A minha palavra
e a minha pregação não consistiram em linguagem persuasiva de sabedoria, mas em demon
stração do Espírito e de poder." I Cor. 2:3,4
Para ser um ministro verdadeiro desta gloriosa aliança, é necessário ser disciplinado,
inspirado e dirigido pelo Espírito Santo. Quer seja no ensina¬mento, na pregação da Pal
avra, na oração ou na administração, o ministro do Espírito precisa da energia do Espírito
anto para ser a sua sufi¬ciência.
De não menos valor, o ministro tem que ter a capacidade de guiar outros ao ministéri
o do Es¬pírito. O ministro não deve se constituir a única fonte de autoridade e bênção. O p
jamais deve considerá-lo como a "voz de Deus". O ministro do Espírito zela para apr
esentar a verdade de tal modo que o povo chega cada vez mais perto de Jesus Cris
to. Êle prepara outros também para transmitir as verdades eternas aos que nada sabem
da vida eterna.
O ministro do Espírito dirige a atenção do povo para Cristo, e jamais atrai atenção para s
i. João
Batista que era um homem cheio do Espírito des¬viou a atenção do povo para Jesus, sabend
o que somente desta maneira Cristo teria a
A CARÊNCIA ATUAL
O Espírito da nova aliança que deve ser repre¬sentado pelos ministros e honrado pelo p
ovo de Deus é geralmente esquecido e ignorado pela maio¬ria das igrejas atuais. E to
da a fraqueza, formali¬dade e mundanismo é sempre resultante da igno¬rância geral a resp
eito do Espírito Santo, a fonte de todas as vidas santifiçadas e dedicadas.
A igreja atual precisa do Espírito Santo vivendo e dirigindo as vidas do povo de D
eus. Isto aconte¬cerá quando, na igreja, apareçam "ministros do Espírito" que vivam cons
tantemente no poder do Espírito e saibam transmitir esta energia aos fracos e fami
ntos deste alimento.
A nova aliança é um ministério do Espírito Santo. Literatura religiosa, eloqüência nos púlp
s, estudos Bíblicos são todos destinados a contribuir a uma organização moribunda, porqu
e a palavra de Deus diz,
"A letra inata, vias o Espírito vivifica." II Coríntios 3:6
Capítulo XIII
A Santa Aliança
"Para usar de misericórdia com os nossos pais e lembrar-se da sua santa aliança e do
juramento que jêz ao nosso pai Abraão, de conceder-nos que, livres da mão do inimigo
o adorássemos sem temor, em santidade e justiça perante ele, todos os nossos dias."
Lucas 1:72,75
Quando Zacarias, cheio do Espírito Santo, profetizou a respeito do povo de Deus e
a "santa aliança", usou palavras jamais usadas; falou em revelação sob a inspiração do Espí
ito. Basta reler a frase, "o adorássemos sem temor, em santidade e justiça" para com
preender que Zacarias não falava mais sobre a velha aliança mas sobre a nova, na qua
l a santidade e a justiça seriam preva-lecentes.
SANTIDADE
O mais difícil de definir entre os atributos divinos. O lugar mais sagrado do tabe
rnáculo nos tempos antigos foi chamado, "o santo dos santos." A palavra "santuário"
tem esta origem: o lugar onde "O Santo" é adorado. Santificação, êsite estado de graça tão
ecessário e tão difícil de achar também abrange esta concepção divina. Me¬canicamente, o po
da velha aliança entrou por intermédio do seu representante, o Sumo Sacerdote, no sa
nto dos santos para adorar a Deus; esse povo prometeu uma vida santificada peran
te Deus e sua história é um círculo constante de fracasso e der¬rota. Por mais que quise
ssem a santificação era impossível.
São Lucas, em seu evangelho, recorda a pro¬fecia do ancião Zacarias que disse, "... li
vres da mão de inimigos o adorássemos sem temor, EM SANTIDADE e justiça perante Êle." Se
, durante quatro mil anos esse desejo jamais chegou a se realizar, como seria qu
e agora é possível? Vemos nesta profecia a glória da nova aliança: somos co-participante
s da natureza divina, e da santidade divina.
Foi esta a grande bênção que o Fiador da Nova Aliança nos trouxe:
"À igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados em Cristo Jesus, chamados pa
ra ser santos..." I Cor. 1:2
"Mas vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual se nos tornou da parte de Deus sabedor
ia, e justiça, e santificação, e redenção." I Cor. 1:30
Nós somos santificados em Cristo...
Quando cremos nas promessas da Nova Aliança; quando aceitamos que estas promessas
são para nós; quan¬do submetemo-nos a Jesus Cristo como o Senhor das nossas vidas, and
ando com Êle, a nossa conduta e desejos tornam-se regulados por Seu Espírito que viv
e em nós. Findou a luta contra o impossível; quem vive em nós é santifiçado. Terminou o cír
lo vicioso de promessas e fracasso; o Fiador da Nova Aliança nos santifica.
"Entretanto, devemos sempre dar graças a Deus, por vós, irmãos amados pelo Senhor, por
isso que Deus vos escolheu desde o princípio para a salvação, pela santificação do Espírit
e fé na verdade." II Tess. 2:13
A nossa confiança, portanto, não reside em nossa "força de vontade" ou em de tentar ev
itar a carnalidade e mundanismo: depende do Espírito Santo que nos guarda do mal.
"Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, conforme a Sua boa vontad
e." Filipensies 2:13
SANTIFICAÇÃO: NOSSO DIREITO NA ALIANÇA
A nossa santificação pelo Espírito é o direito de todos os que estão na Nova Aliança. Assim
como Deus prometeu, Êle fará possível que nós O sirva¬mos, sem medo, em santidade e justiça
perante Êle todos os dias das nossas vidas.
Vejamos um exemplo. A primeira epístola de Paulo foi escrita aos crentes na cidade
de Tessa-lonica onde, meses antes, todos os crentes adora¬vam ídolos. Para fazer "s
antos" de tais pessoas, seria necessário anos de estudos e "provas" ou um milagre
que causaria a transformação de obliterar o passado e fazer delas novas criaturas. E
xamine¬mos o que Paulo disse:
" A fim de que sejam os vossos corações con¬firmados em santidade, isentos de culpa, n
a presença de nosso Deus e Pai, na vinda de nosso Senhor Jesus com todos os seus s
antos." I Tess. 3:13
As duas cartas aos membros da igreja em Tessalonica são um hino de louvor ao Espírit
o da aliança que faria o impossível: transformar idó-latrasi em santos, filhos de sata
nás em filhos de Deus, implantar na vida do crente um desejo novo de servir o Deus
vivo. (I Tess. 1:9)
Ao terminar sua primeira carta a esta igreja, o apóstolo Paulo, em oração, volta a afi
rmar a plenitude desta santificação na vida de quem serve a Deus com um coração honesto:
"O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e corpo seja
m conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo." I T
ess. 5:23.
OS DETALHES DESTA ALIANÇA
Voltemos à profecia de Zacarias, citada no início deste capítuüo para observar o signifi
cado de todas essas frases, e verificar os detalhes da nova aliança:
1) "DE CONCEDER-NOS"
A salvação é um dom de Deus. Ninguém a compra nem merece. A nova aliança é um dom de Deus.
disse a respeito: "Nem. uma só palavra falhou de todas as suas boas promessas." I
Reis 8:56
2) "LIVRES DA MÃO DE INIMIGOS"
No versículo 71 do primeiro capítulo de Lucas, Zacarias disse, "Para nos libertar do
s nossos inimi¬gos e da mão de todos os que nos odeiam." Quem pode servir a Deus é um
povo livre dos seus inimi¬gos; livre dos "regulamentos*" que são realmente a substit
uição da lei que Jesus anulou por Sua morte; livre da força de pecado que dominava sua
vida; livre do medo dos espíritos estranhos que tanto influenciaram nos tempos da
ignorância es¬piritual; livres, enfim, de tudo que impede uma nova vida. Tenha cora
gem, amigo leitor, ae você está nesta nova aliança, está livre. Condenação do seu passado é
a mentira; Deus já o perdoou. Medo das conseqüências da sua saída dos lugares escuros de
espiritismo não faz sentido, porque, "Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiram
ente sereis livres." João 8:36
3) "O ADORÁSSEMOS"
A adoração em espírito e em verdade é muito mais importante do que cantar hinos e orar.
Ado¬rar a Deus, de verdade, significa um envolvimento na obra que Êle está fazendo no
mundo. Aos Tes-salonicenses, Paulo descreveu este fato da seguinte maneira:
"E como, deixando os ídolos, vos convertestes a Deus, para servirdes a Deus vivo e
verda¬deiro, e para aguardarães dos céus o seu filho." I Tess. 1:9,10
A nova aliança nos liberta para adorar e servir a Deus. Fazemos o trabalho que Jes
us começou: levar ao mundo a mensagem redentora de salvação pela fé. O1 propósito da sua s
alvação, amigo leitor, é adorar a Deus com palavras e com "obras dignas de arrependime
nto." Somos salvos para servir.
4) "SEM TEMOR"
O temor das trevas é tão real quanto do perigo real. O pavor inutiliza qualquer pess
oa. Muitos crentes têm medo de falar de Cristo aos amigos. Outros crentes têm medo d
os "espíritos" que dei¬xaram nos terreiros e da chantagem desses "votos" feitos ante
s da sua salvação, votos esses que são completamente anulados pelo sangue de Jesus Cri
sto. Quantas pessoas têm medo de encarar os seus parentes com uma afirmação da sua nov
a fé em Jesus Cristo?
Tais temores são desnecessários. Em a nova aliança servimos e adoramos a Deus SEM TEMO
R. É uma das promessas da nova vida em Cristo. Não é preciso ter medo do exú, ou do mari
do incrédulo. Se está em Cristo, o leitor está livre. O amor de Cristo liberta do medo
.
5) "PERANTE ÊLE"
A diferença entre religião e a nova aliança é que a primeira se faz de vez em quando, co
mo ir à igreja, acender uma vela, repetir uma prece, enquanto Cristianismo verdade
iro é viver constante¬mente na presença de Deus.
A promessa de Deus aos seus discípulos ainda está em vigor, "E eis que estou convosc
o todos os dias até à consumação do século." Mateus 28:20. Não estamos "perante Êle" soment
uando entra¬mos; no templo para orar, nem quando sentimos que chegou a hora de ser
religioso e pagar alguns dos nossos pecados, mas todos os momentos de nossos di
as. A nova aliança é uma nova vida. É viver na presença de Deus; é ser guiado pelo Espí¬rit
o Senhor; é deitar e acordar na atmosfera de um outro mundo, o mundo espiritual.
6) "TODOS OS NOSSOS DIAS"
Esta frase é a prova que a eternidade entrou no tempo. Davi disse em seu salmo pas
toral, "E habitarei na casa do Senhor para todo o sempre." Salmo 23:6. Para o po
vo de Deus, os que entraram na nova aliança, a eternidade já começou; come¬çamos a viver p
erante Deus e em Sua santa pre-sença todos os nossos dias.
Se este fato não é agradável ao leitor, é prova de que não está em condições de agüentar es
calização" da sua vida cotidiana por Deus. Algo está errado. Talvez você prefira visitar
a Deus na igreja aos domingos, mas não quer que Êle o acom-panhe todos os seus dias
. Para o crente, a presença divina serve como um baluarte contra os ataques do ini
migo; uma defesa segura e constante contra todos os ventos contrários; uma âncora pa
ra nossa alma e sossego para nosso espírito. Deus está co¬nosco e vivemos em paz, livr
es do nosso inimigo, portanto, gloriíicamos e servimos a Deus, sem medo, e de todo
o coração.

Capítulo XIV
Entrando na Aliança
"Dar-íhes-ei coração para que me conheçam, que eu sou o Senhor; eles serão o meu povo, e e
u serei o seu Deus, porque se voltarão para mim, de todo o seu coração." Jeremias 24:7
"Farei com eles aliança eterna, segundo a qual não deixarei de lhes fazer o bem; e p
orei o meu temor no seu coração, para que nunca se apartem de mim. Alegrar-me-ei por
causa deles, e lhes farei bem; plantá-los-ei firme¬mente nesta terra, de todo o meu
coração e de toda a minha alma." Jeremias 32:40,41
Neste último capítulo desejamos enfatizar dois pontos: primeiro, a única maneira de en
trar em a nova aliança é "de todo o nosso coração" e segundo, se fizermos isto, Deus cum
prirá todas as Suas pro¬messas "de todo o Seu coração e de toda a Sua alma." Esta frase é
a base da aliança. Determina os limites das condições e das promessas. Dela de-pende n
ossa capacidade de entrar na aliança e o desejo de Deus em nos abençoar. Este é o segr
edo de participar da nova aliança: de todo o coração.
OS DOIS LADOS DA QUESTÃO
O leitor certamente notou o sentido em que a nova aliança funciona. Primeiro, Deus
promete fazer por nós e para nós algo que não somos ca¬pazes de fazer. Dá-nos um novo espí
ito e um novo coração. Possibilita a nossa fidelidade e conforme a profecia, faz tud
o isto "de todo o Seu coração." Deus cumpre Suas promessas sem restrição uma vez que as
condições sejam cumpridas.
O outro aspecto que verificamos nos capítulos anteriores é o fato de que nós temos uma
parte ativa na realização das promessas de Deus: temos que entrar na nova aliança "de
todo o nosso cora¬ção." Esta é a condição essencial da comunhão com Deus: tem que ser com
o o coração para obtermos paz e a vida eterna.

O SEGREDO EM RECEBER
Quanta gente, lendo as promessas Bíblicas, diz "São boas demais para ser a verdade!"
Isto é prova de que as coisas do espírito são aprendidas de modo espiritual, e sement
e quem abre o seu coração a Deus entende a grandeza do seu oferecimento.
CONCLUSÕES FINAIS
1) Se o leitor não abrir o seu coração para Deus, não pode receber as Suas bênçãos. Deus nã
força a sermos espirituais. Êle nos abençoa na medida da nossa fé. O leitor precisa exp
or-se às verdades Bíblicas antes de sentir o seu impacto. Considerar, intelectualmen
te, os fatos da nova aliança, de nada adiante para receber os seus be¬nefícios. Concor
dar com estas verdades também é insuficiente; você precisa aceitá-las com "todo o seu co
ração."
2) As bênçãos da nova aliança são contínuas. Se déssemos um presente, o leitor poderia acei
e desaparecer para sempre. Mas dons espirituais podem funcionar apenas qu
ando quem recebe, permanece em contato com o doador. O novo co¬ração que recebemos
quando entramos na nova aliança depende do nosso contato permanente com Deus. Som
os totalmente dependentes de Deus para o nosso sustento, como o ramo depende da ár
vore, Apenas através de contato diário será possível manter vida espiritual e atin
gir a maturidade.
3) As bênçãos da nova aliança têm que inte¬grar a nossa personalidade. O que adianta possui
amor, mansidão ou ousadia espiritual para depois esconder estas virtudes? Deus no
s dá estas bênçãos para enriquecer as nossas vidas e para que O sir¬vamos, demonstrando ao
mundo poder, constância e a paz que desafia entendimento.
4) Não se pode comparar com os demais cren¬tes para determinar o nível de espiritualid
ade aceitável. Os "mornos" entre nós estão na maioria. Os que adoram a Deus por conven
iência ou porque acham ser um "bom negócio" jamais recebem a plenitude da graça divina
que é derramada sobre a pessoa que adora a Deus de "todo o seu coração."
Os que vivem comprometidos com este mundo e seus prazeres e deleites não são os fil
hos da aliança aos quais Deus abençoa de "todo o Seu coração." Não descanse, amigo leitor,
até entrar no reino glorioso da nova aliança por intermédio do Senhor Jesus Cristo.
O AUTOR

Obs: Se você for postar este arquivo em outra página, tenha ao menos a dignidade de
manter os créditos.
Grato!

<PIXTEL_MMI_EBOOK_2005>10</PIXTEL_MMI_EBOOK_2005>

Você também pode gostar