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Autor : Ferreira, J.

C
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Caderno de Administração v.1 Ano 2017

A IMPORTANCIA DA EDUCAÇÃO FINANCEIRA


PESSOAL PARA A QUALIDADE DE VIDA1

Resumo. Apesar de vivermos em um mundo onde o sistema econômico


predominante é o capitalismo, pouco se fala da importância das pessoas terem
conhecimento financeiro básico para viver bem neste sistema. Este estudo tem
justamente o objetivo de apresentar a importância dessa educação básica e
como o conhecimento da mesma pode aumentar a qualidade de vida das
pessoas. Este artigo irá apresentar informações sobre como a organização
pessoal financeira está intimamente ligado a atingir objetivos, metas,
necessidades e até mesmo vontades e desejos da vida, que por sua vez são o
que define a qualidade de vida e aumenta o IDH de um lugar. Conclui-se então
que a devida importância em conhecimentos financeiros básicos pode mudar
desde de uma vida (pessoa) como uma sociedade (grupo).
Palavras chave: Educação Financeiro, Qualidade de Vida, Pessoal

Abstract. We live in a world where the predominant economic system is


capitalism but little is said about the importance of people having basic financial
knowledge to live well in this system. This study has precisely the purpose of
presenting the importance of this basic education and how the knowledge of it
can increase the quality of life of the people. This article will present information
about how personal financial organization is intimately connected to achieving
goals, needs and desires of life, which in turn are what defines the quality of life
and increases the HDI of a place. We conclude that due importance in basic
financial knowledge can change from a life (person) to a society (group).

1
Autor: Juliana Cezario Ferreira
Curso de Bacharel em Administração – Instituto de Ensino Superior de Bauru (IESB)
Rua Anhaguera, nº 19 Quadra 9 – Vila Silva Pinto - 17.013-190 - Bauru, SP - Brasil
[email protected] (14) 988074419

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ISSN 1414-7394 Pontifícia Universidade Católica de São Paulo


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Keywords: Financial Education, Quality of Life, Personnel

Introdução
O capitalismo vem de muito tempo, desde à época do mercantilismo já
havia vestígios da ideia desse sistema sócio-economico que temos hoje, mas
vamos colocar como marco da predominância do Capitalismos a queda do muro
de Berlim na Alemanha, que até hoje é lembrando como fato histórico que
acentuou a “vitória” do capitalismo na dita Guerra Fria. Com isso desde o fim dos
anos 80 não só aqui no Brasil como em grande parte do mundo vivemos neste
sistema onde saber administrar o dinheiro na economia é a grande sacada do
“jogo”. Apesar de isso ser claro para empresas, organizações e governos não se
dá a devida importância desse conhecimento na unidade básica de qualquer
sociedade: o indivíduo. A administração financeira pessoal deveria ser um fator
importante a ser considerado, pois são essas unidades da sociedade, as
pessoas, que juntas vão criar o todo da economia e da sociedade.
O presente artigo tem por objetivo expor argumentos e relacionar os índices
de qualidade de vida com os conhecimentos e práticas da educação financeira
pessoal, no decorrer dos capítulos serão demonstrados o que vem a ser
educação financeira, quais os benefícios de sua prática, bem como, será feita
exposição de dados estatísticos sobre o assunto. Entenda que o presente artigo
não tem por objetivo expor que qualidade de vida é parar de gastar ou poupar
apenas para item específico, e sim mostrar que gastando de forma consciente e
inteligente o indivíduo tem mais possibilidade de conquistar o que para ele é
importante assim como proporcionar uma vida mais tranquila e estável sem um
endividamento constante que acaba por tirar a tranquilidade do individuo.
Definições
Para que se entenda a essência do presente trabalho se torna necessário
que entendamos o significado de termos importantes.
A qualidade de vida é um termo muito subjetivo, e difícil de definir por conta
disso, o que para um pode ser um ponto importante para se ter qualidade de vida
para outro não significa nada. O termo pode ter duas tendências de conceituação
uma relacionada à saúde física e mental e outro como termo mais genérico

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relacionado a estudos sociológicos, para este artigo iremos nos ater a essa
segunda opção. Uma conceituação interessante e adotada pela Organização
Mundial da Saúde (OMS) é “a percepção do indivíduo sobre a sua posição na
vida, no contexto da cultura e dos sistemas de valores nos quais ele vive, e em
relação a seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações”
Outra definição interessante é a de Gonçalves e Vilarta (2004): “maneira
como as pessoas vivem, sentem e compreendem seu cotidiano, envolvendo,
portanto, saúde, educação, transporte, moradia, trabalho e participação nas
decisões que lhes dizem respeito”. Ambas as definições entendem que
qualidade de vida depende da percepção do indivíduo, entretanto sempre
relacionada a vivencia rotineira da vida, seus objetivos e aspirações.
Vejamos agora o que significa educação financeira, Segundo Gallery et al.
(2011, p.288), educação financeira é "a capacidade de fazer julgamentos
inteligentes e decisões eficazes em relação ao uso e gestão do dinheiro”. Já
segundo a Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE
(2005) educação financeira pode ser definida como:
[...] o processo mediante o qual os indivíduos e as
sociedades melhoram a sua compreensão em relação aos
conceitos e produtos financeiros, de maneira que, com
informação, formação e orientação, possam desenvolver os
valores e as competências necessários para se tornarem mais
conscientes das oportunidades e riscos neles envolvidos e,
então, poderem fazer escolhas bem informadas, saber onde
procurar ajuda e adotar outras ações que melhorem o seu bem-
estar. Assim, podem contribuir de modo mais consistente para a
formação de indivíduos e sociedades responsáveis,
comprometidos com o futuro (OCDE, 2005, p.13)
Podemos ver na definição que educação financeira que se trata de
conhecimentos e competências que te ajudam fazer escolhas inteligentes
relacionadas a dinheiro, transações financeiras e consumo o que te fazem
adquirir certo bem-estar e tranquilidade na vida. Verifique até mesmo apenas
pelas definições básicas de ambos os termos podemos correlacionar um ao
outro de forma simples como a educação financeira ser um meio básico e eficaz
de, em um sistema econômico capitalista, se conquistar a qualidade de vida.

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Contudo o objetivo indagar, instruir e sustentar a ideia da importância de se


ter uma educação financeira pessoal e como ela pode estar ligada a qualidade
de vida no nível individual, da família, da sociedade e por consequência de uma
nação. Trata-se de colocar em evidência a relação entre os parâmetros que
medem a qualidade de vida e os conhecimentos financeiros básicos de uma
organização pessoal para que a partir disso, pessoas busquem esse
conhecimento e até mesmo que governos invistam em ter cidadãos com esse
conhecimento e que dessa forma construam uma sociedade mais consciente e
por consequência mais promissora e próspera.

Metodologia
Para o desenvolvimento do presente trabalho primeiramente foram feitas
pesquisas exploratórias e teóricas em artigos acadêmicos anteriores assim como
correlacionando esses artigos para se embasar a ideia principal da relação entre
educação financeira e qualidade de vida.
Além disso, foram usados dados estatísticos de pesquisas já feitas que
podem ser relacionadas ao tema em questão, como índices de qualidade de
vida, pesquisas sobre conhecimento em educação financeira pessoal do Brasil,
inadimplência, depressão entre outras.
Por fim foi feita uma pesquisa de campo simples através da ferramenta
google formulário para se mostrar como é explicita a deficiência da educação
financeira bem como a necessidade e busca pela qualidade de vida atualmente.
Pesquisa feita com 59 pessoas aleatórias que se propuseram a responder após
divulgar o link em redes sociais, mensagens de texto e compartilhamento de
terceiros.

Discussão e Resultados

Importância da educação financeira pessoal


Primeiramente devemos entender qual a importância de se ter uma
educação financeira pessoal hoje, como já foi dito anteriormente, estamos
inseridos em um sistema econômico e social denominado capitalista, ou seja,
está diretamente relacionado ao uso do dinheiro. A importância é tanta e pesa
tanto na economia que até mesmo o governo já criou uma estratégia federal com

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o intuito de promover ações para melhorar o acesso à educação financeira


pessoal no país, a estratégia é denominada Estratégia Nacional de Educação
Financeira – ENEF criada através do decreto 7.397/2010 e se trata de:
[...] uma mobilização multissetorial em torno da promoção de ações de
educação financeira no Brasil. A estratégia foi instituída como política de Estado
de caráter permanente, e suas características principais são a garantia de
gratuidade das iniciativas que desenvolve ou apoia e sua imparcialidade
comercial. (BRASIL. Decreto 7.397, 22 de dezembro de 2010.)
Tendo estipulado pelo mesmo decreto que o objetivo da estratégia “é
contribuir para o fortalecimento da cidadania ao fornecer e apoiar ações que
ajudem a população a tomar decisões financeiras mais autônomas e
conscientes” (BRASIL. Decreto 7.397, 22 de dezembro de 2010.)
Segundo o próprio ENEF o que está ocorrendo é que de uns tempos para
cá as pessoas estão passando por certa ascensão econômica, cada ano fica
mais fácil o acesso de praticamente todas a pessoas a diversos tipos de
transações econômicas, cada vez mais os bancos abrem um leque maior de
modalidades de créditos consequentemente cada vez mais difícil fica o
entendimento de quais são as condições para essa facilidade toda. Apesar de
essa ascensão econômica soar como algo bom, o que não deixa de ser, as
pessoas estão tendo acesso as situações financeiras que antes não tinham e
sem um conhecimento básico esse acesso pode se tornar desastroso para a
vida do indivíduo e até mesmo para a saúde financeira de um país.
Com vista nisso o SPC Brasil, instituiu uma cartilha com uma pesquisa feita
em 2015 intitulada “PESQUISA EDUCAÇÃO FINANCEIRA Orçamento Pessoal
e Conhecimentos Financeiros” onde apresentou diversos dados de pesquisas
sobre os conhecimentos da educação financeira no Brasil, nessa cartilha foi
apresentada que 37% dos brasileiros reconhecem que sua vida financeira não é
organizada. E ainda quando falta dinheiro no mês 19% das pessoas recorrem ao
uso do cartão de crédito, um dos juros mais altos do mercado, fato que poderia
ser evitado com uma organização.
Como outro exemplo, podemos citar a crise econômica como esta que
passamos hoje, ela reflete como o brasileiro não estava preparado para
emergências futuras, preparação essa que é uma das bases de se ter educação
financeira. Em 2016 segundo o SPC Serasa o Brasil fechou com em torno de

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58,3 milhões de pessoas inadimplentes o aumento representa 700 mil pessoas


a mais que em Janeiro do mesmo ano. Além disso, o Instituto de Pesquisas
Econômicas Aplicadas IPEA publicou um índice denominado Índice de
Expectativa das Famílias – IEF – este índice tem por finalidade indicar o grau de
percepção que as famílias têm sobre o seu grau de endividamento, seguem os
dados:

Tabela 1 – Grau de endividamento por região do Brasil


Fonte: Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas IPEA

A partir destes índices já se é possível entender um pouco de como a falta


de instrução financeira pode acarretar em problemas econômicos que afetam a
vida de uma pessoa, uma família e em maior amplitude, de uma sociedade.
O que se deve entender é que educação financeira não se trata de deixar
de comprar o que gosta, ou de não fazer a viagem que se quer para guardar
dinheiro ou, como muitos falam, de guardar dinheiro a vida toda para depois
morrer e deixar para os outros. Para quem tem esse tipo de pensamento existem
dois cursos online gratuitos na plataforma da FGV Online, patrocinado pela
ICATU Seguros, que são simples mas eficazes sobre com os nomes “como
organizar o orçamento familiar” e “ como gastar conscientemente” são cursos
simples de fácil entendimento que abre os olhos sobre a educação financeira.
Nesses cursos se ensina que a educação financeira tem 4 pilares ou atitudes
que são: Controle seu Orçamento; Conheça as suas dívidas; Realize seus
sonhos; Aprenda a investir. Para quem não acreditava um dos pilares da
educação financeira é realizar seus sonhos
Segundo Braunstein e Welch (2002) Participantes informados ajudam a
criar um mercado mais competitivo e eficiente. Consumidores conscientes

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demandam por produtos condizentes com suas necessidades financeiras,


exigindo que os provedores financeiros criem produtos com características que
melhor correspondam a essas demandas.
Qualidade de vida
Conforme vimos anteriormente qualidade de vida é um termo subjetivo
difícil de ser conceituado, apesar dessa dificuldade de forma simples podemos
entender segundo a Organização Mundial de saúde OSM como “a percepção do
indivíduo sobre a sua posição na vida, no contexto da cultura e dos sistemas de
valores nos quais ele vive, e em relação a seus objetivos, expectativas, padrões
e preocupações”.
Podemos dizer que qualidade de vida de uma população pode depender
do seu acesso a serviços econômicos e sociais como: emprego e renda,
educação básica, alimentação adequada, acesso a serviços de saúde e
saneamento básico, transporte de boa qualidade, etc (ADRIANO et al., 2000) O
termo abrange muitos significados que refletem conhecimentos, experiencias e
valores individuais e coletivos que a ele se reportam em variadas épocas,
espaços e histórias diferentes, sendo, portanto, uma construção social com a
marca da relatividade cultural (MINAYO, HARTZ, BUSS, 2000)
Por conta da subjetividade do termo também se torna difícil mensurar isso,
Erik Erikson um psicanalista responsável pelo desenvolvimento da Teoria do
Desenvolvimento Psicossocial fez 3 estudos através de Surveys (Modelo de
levantamento que consiste na aplicação de questionários estruturados em uma
amostra específica nos anos de 1968, 1974 e 1981 sobre recurso efetivos de
qualidade de vida, o objetivo era examinar os graus de desigualdade social
existentes entre diferentes segmentos, a fim de criar políticas promotoras de
bem-estar para aqueles identificados como mais vulneráveis. Esse questionário
levava em consideração 9 pontos que são:
1. Saúde e acesso a cuidados médicos
2. Emprego e condições de trabalho
3. Recursos econômicos
4. Educação
5. Integração familiar e social
6. Habitação
7. Segurança de vida e de propriedade

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8. Recreação e Cultura
9. Recursos Políticos
No decorrer dos anos foram criados diversos tipos de indicadores de
qualidade de vida, todos querendo mensurar a mesma coisa mais seguindo
focos diferentes como, por exemplo, o Indicador de Qualidade de Vida da OMS
criado em 1992 tinha foco em: Domínio físico, domínio psicológico, nível de
independência, relações, sociais, ambiente e aspectos
espirituais/religião/crenças pessoais. Bem antes disso, em 1972, foi criado o
indicador de Felicidade Interna Bruta (FIB) no Butão, foram feitos diversos
estudos aonde se chegou em 9 indicadores que compõe: bom padrão devida
econômica, boa governança, educação de qualidade, saúde, vitalidade
comunitária, proteção ambiental, acesso à cultura, gerenciamento equilibrado do
tempo e bem estar psicológico (MENCONI, 2009).
Um dos mais recentes é o Indicador de Qualidade de Vida Calvert-
Henderson de 2000, se tornou um modelo bem amplo onde mede a qualidade
de vida em torno de 12 indicadores que são: educação, emprego, energia, meio-
ambiente, saúde, direitos humanos, renda, infra-estrutura, segurança nacional,
segurança pública, lazer e habitação (PENACHIONI, 2009).
Entretanto o indicador ainda mais utilizado é o IDH - Índice de
Desenvolvimento Humano criado em 1990 e utilizado até hoje pela Organização
das Nações Unidas (ONU) para o Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (PNUD). É uma ferramenta de cálculo estatístico desenvolvida
para desvincular os índices de crescimento de apenas dados econômicos e
começar a considerar aspectos sociais e culturais. O IDH leva em conta três (3)
indicadores: renda, longevidade e educação. Apesar de ser o mais usado ainda
leva em consideração poucos aspectos comparado com a amplitude das
definições e percepções de qualidade de vida
Contudo a qualidade de vida em todas as definições e indicadores está
intimamente ligada com as percepções de bem estar, de satisfação de
necessidades, expectativas futuras e por consequente, emprego, renda,
estabilidade etc.

A ligação entre qualidade de vida e educação financeira pessoal

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Em todo o decorrer do artigo foram apresentados diversas definições e


dados estatísticos relacionados à qualidade de vida bem como educação
financeira em função disso agora será relacionado um termo ao outro.
Vê-se então que umas das buscas das pessoas é qualidade de vida, afinal
querer viver bem é uma ambição que grande parte da população passa a vida
buscando, na verdade podemos dizer que em muitas vezes é o que as motiva.
Também pode ser visto que qualidade de vida depende da percepção e da
cultura de cada um, o que o torna ela subjetiva e pessoal. Se cada um tem a sua
percepção de qualidade de vida cabe a cada um ir atrás de meios de busca-las.
Como vimos muitas vezes essa qualidade está relacionado padrão de vida,

acesso à educação e saúde, laser e até mesmo a condições mínimas como


saneamento básico, o que nos faz lembrar-se da famosa pirâmide de Maslow
onde mostra a hierarquia das necessidades conforme figura abaixo. Apesar
dessas variâncias entre indivíduos ou grupos, temos uma forma de
generalização das necessidades humanas, estabelecidas através de categorias
ou hierarquia que podem ser visualizadas como uma pirâmide onde na base
estão às necessidades mais baixas e mínimas e no topo as mais elevadas.

Figura 1. Adaptado de pirâmide de Maslow


Fonte: Abrantes , 2017

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Essa teoria é muito usada para diversas finalidades, como motivação de


colaboradores da empresa ou pelo marketing como padrões de consumo, a
busca por essas necessidades acaba por englobar também na definição de
qualidade de vida aspectos como empregos, condição de trabalho e renda.
Termos esses relacionados a dinheiro, ou seja, querendo ou não no sistema
social e econômico que vivemos conseguir o que nos anseia está relacionado a
ter poder aquisitivo para isso.
Entenda que o artigo de maneira nenhuma está dizendo que a qualidade
de vida, felicidade e o bem-estar dependem de se ganhar rios de dinheiro, muito
pelo contrário qualidade de vida está relacionada também a aproveitar o seu
tempo ou gerenciamento equilibrado do tempo de acordo com a sua percepção
de valor, então nem sempre utilizar todo o seu tempo com a finalidade de ficar
muito rico quer dizer que você está tendo qualidade de vida apenas por ter
dinheiro para comprar o que quiser.
O que a artigo quer dizer que você pode usar da educação financeira como
meio para adquirir a qualidade de vida tão cobiçada pelas pessoas em suas
vidas. Se trata de aproveitar os benefícios de se ter um conhecimento financeiro
pessoal para estar sempre se aproximando mais da qualidade de vida que se
cobiça. Em outras palavras qualidade de vida é o objetivo e educação financeira
pode ser o meio.
Não só isso, a falta de conhecimentos financeiros também está se tornando
um problema para o bem-estar das pessoas, como vimos os índices de
inadimplência estão cada vez maiores o que querendo ou não causa um
desconforto e até mesmo uma preocupação diária que acaba com o conforto e
até mesmo a saúde mental de uma pessoa. Segundo Joel Rennó colaborador
médico do Departamento de Psiquiatria da FMUSP “ É notório o aumento do
número de casos de pessoas estressadas ou com sinais e sintomas de
transtornos de ansiedade, depressão e insônia durante a crise econômica atual
que vivenciamos. ” (2016).
E mais segundo ele “ Uma clínica especializada em Check Up detectou um
aumento de praticamente 40% dos casos em 2015. Foram colhidos dados de
mais de 5 mil pacientes sendo que 60% deles sofriam de ansiedade.” (JOEL
RENNÓ, 2016). Só para esses dados já dá para ter noção de como fatores

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econômicos afetam diretamente a vidas das pessoas por consequente a


qualidade de vida delas.
Para exemplificar a interação de educação financeira com indicadores de
qualidade de vida foi feita uma pesquisa simples através do formulário google
com questões relacionadas a existência preocupação a respeito de saber lidar
com o dinheiro, bem como os pontos que as pessoas almejam para a vida. O
formulário foi respondido por 59 pessoas de faixa etária a partir de 19 até 54
anos.
Um dos pontos explorados pela pesquisa foi o que representaria qualidade
de vida para elas, foram elencadas as seguintes opções: adquirir casa própria,
fazer compras, lazer, tem tempo livre, ter plano de saúde e viajar, os resultados
foram os seguintes:

Gráfico 1. Qualidade de vida


Fonte: Autoria própria

Verifique que os itens mais almejados foram adquirir casa própria, lazer e
viajar. Entretanto em contrapartida quando ser foi questionado se a pessoa utiliza
alguma planilha de controle e programação de gastos a reposta foi que 62,7%
das pessoas não utilizam.

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Gráfico 2. Planilha de controle de gastos


Fonte: Autoria própria

Controle é um dos pontos principais para se ter uma educação financeira


pessoal eficaz mas como pode ser visto não é utilizado com a frequência que
deviria pelas pessoas, abaixo segue os percentuais das respostas quando foi
questionado o habito de anotar o que se gasta, segundo o curso ‘Como gastar
conscientemente” da FGV online anotar tudo o que gasta é um habito que ajuda
e muito você não perder o controle de para onde vai seu dinheiro, mas na
pesquisa apenas 16, 9% das pessoas anotam tudo o que gatam.

Gráfico 3. Habito de anotar o que gasta


Fonte: Autoria própria

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Além disso, quando a assunto é endividamento segundo o sindicado do


Fecomercio o cartão de crédito continua o maior protagonista do cenário de
endividamento e foi utilizado por 72,6% dos devedores em setembro de 2016,
alta de 1,3 p.p. em relação a agosto. Na sequência dos tipos de dívidas mais
recorrentes estão o financiamento de carro (14,2%), carnês (13,4%), crédito
pessoal (11,9%), financiamento de casa (10,9%) e cheque especial (8,6%). O
destaque do mês ficou por conta do item Carnês, que apresentou queda
acentuada de 2,9 p.p. em relação ao mês de agosto. (FECOMERCIO, 2016).
Entretanto na pesquisa quando foi questionada a frequência que é utilizado
o cartão pouco mais da metade diz que utiliza com frequência, como pode ser
visto no gráfico abaixo:

Gráfico 4. Utilização de cartão de crédito


Fonte: Autoria própria

E mais, foi questionado também se as pessoas costumam utilizar a opção


de pagar o mínimo do cartão, que é esse o grande perigo do mesmo e 33,9 %
tiveram sim que pagar o mínimo, conforme gráfico abaixo:

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Gráfico 5. Mínimo do cartão


Fonte: Autoria própria

Ainda nessa pequena pesquisa foi questionado se dinheiro costuma ser


uma preocupação diária para a pessoa, e 39% disseram que sim, ou seja, o
dinheiro está afetando a tranquilidade da pessoa e por consequência sua
qualidade de vida, conforme gráfico:

Gráfico 6. Preocupação com dinheiro


Fonte: Autoria própria

Conforme informado anteriormente essa foi uma pesquisa simples apenas


para mérito demonstrar que essa escassez, e até mesmo falta de interesse, de

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conhecimento a respeito de educação financeira e algo que está presente em


nosso cotidiano e pode ser demonstrado com uma pesquisa simplista como esta.
Contudo ficou claro que se ter conhecimentos financeiros pessoas é um
meio importantíssimo de se adquirir qualidade de vida, sendo que até mesmo o
SEBRAE órgão especializado a apoio de micro e pequenas empresas criou uma
cartilha denominada “PESSOA FÍSICA – Planejamento e Controle Financeiro
Pessoal” onde ele afirma “O princípio da Educação financeira é: saber como
ganhar,
gastar, poupar e investir seu dinheiro para melhorar a sua
qualidade de vida.” (SEBRAE Bahia, 2013).

Considerações Finais
O presente artigo teve o propósito de demonstrar a relação entre qualidade
de vida e educação financeira no atual sistema econômico que estamos
inseridos. Assim como mostrar a importância desses conhecimentos financeiros
para se ter uma vida tranquila e estável.
No início foi exposta uma contextualização do assunto do artigo e em
seguida definições pertinentes para que com elas fosse possível entender o
conteúdo do artigo no decorrer dos assuntos. Posteriormente foi apresentada
uma pequena descrição da metodologia usada para o desenvolvimento do
artigo, que se trata de pesquisas exploratórias, dados e pesquisa de campo.
A fim de se entender a relevância desse artigo foi exposto a importância do
termo educação financeira pessoal nos dias atuais apresentando dados
estatísticos sobre como a falta desse conhecimento está afetando a vida das
pessoas.
Foi apresentado também o que vem a ser qualidade de vida, mesmo com
toda a sua subjetividade, e quais os indicadores que foram desenvolvidos no
decorrer dos anos para mensurar esse termo tão mencionado atualmente.
Por fim foi relacionado a conquista de qualidade de vida com a prática dos
ensinamentos da educação financeira pessoal a partir de dedução de fatos bem
como, para embasar, resultados de uma pesquisa simples de campo.
Conclui-se que há sim uma ligação entre as práticas da educação
financeira pessoal com a qualidade de vida sendo o primeiro um meio ou uma

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ferramenta de se chegar à segunda, dentro do sistema econômico que estamos


inseridos, capitalismo.

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http://www.fecomercio.com.br/noticia/cartao-de-credito-e-o-vilao-do-
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