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do Trabalho
Material Teórico
Agentes Físicos II
Revisão Textual:
Prof. Ms. Claudio Brites
Agentes Físicos II
• Temperaturas Extremas
• Temperaturas extremas e seus fatores e mecanismos
• Troca térmica e seus mecanismos
• Calor Radiante
• Avaliação da exposição ocupacional ao calor e ao frio
• Avaliação de exposição ocupacional ao frio
OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Identificar, na classificação geral dos agentes físicos, o domínio
de cada agente; aplicar os limites de exposição correspondentes;
aplicar a legislação ocupacional pertinente; enunciar as principais
características de cada agente; enunciar as medidas gerais de controle
relativas a cada agente.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como o seu “momento do estudo”.
No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão,
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
UNIDADE Agentes Físicos II
Temperaturas Extremas
O calor e o frio podem causar desconforto quando com seus limites de intensidade
em graus extremos e, com isso, a eficiência dos trabalhadores diminui.
Onde:
C = calor perdido ou ganho por convecção/condução (+/-)
Q = calor existente no organismo
R = calor perdido ou ganho por radiação (+/-)
M = calor ganho, produzido pelo metabolismo (+)
IBUTG = 0,7 tbn + 0,3 tg ou para os externos com carga solar IBUTG = 0,7
tbn + 0,2 + 0,1 tbs.
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Já no caso de exposição ao frio, podemos encontrar essa principalmente nas
empresas de frigoríficos e no trabalho nas câmeras frias. O excesso de frio pode causar
alguns problemas ao trabalhador e diminuir sua eficiência, alguns desses danos seriam:
enregelamento dos membros, dificuldades de execução, problemas respiratórios e
cardiovasculares e úlceras. Impedir que a temperatura do corpo sofra redução abaixo
de 36°C e prevenir as lesões pelo frio é o objetivo da avaliação do frio.
O corpo responde com tremores quando tenta aumentar o calor para compensar
as perdas. Sintomas como sonolência e coma podem ocorrer quando a queda
chegar a 29°C, por conta do mecanismo termorregulador que temos no corpo,
mais precisamente no hipotálamo.
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UNIDADE Agentes Físicos II
Ao se esgotarem as ações acima, quando elas não são suficientes para manter
um equilíbrio térmico, começa a produção de suor, que serve para refrigerar a pele,
é quando ocorre a perda de calor por conta da evaporação do suor. Sudorese ou
sudação é a produção excessiva de suor.
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Troca térmica e seus mecanismos
A temperatura interna é mantida constante no caso da maioria dos mamíferos,
inclusive do homem, mesmo com todas as variações térmicas do ambiente. Somos
denominados homeotérmicos por sermos dotados dessa capacidade. Somos
também endotérmicos, pois temos a capacidade de criar nossas fontes de calor
próprias. Entendemos como temperatura externa o frio e o calor, nos casos em que
as temperaturas podem causar danos e alterações na saúde do ser humano. Com
isso, podemos utilizar como equação de equilíbrio homeotérmico para o corpo que
sofre exposição a esses extremos de calor e frio: M +/- C +/- R – E = Q
Onde:
Por meio desses mecanismos, podemos ter as trocas térmicas, sendo elas por
radiação, convecção ou por condução – isso dependerá da temperatura da pele e
também da temperatura do ambiente.
Por conta dos movimentos dos fluídos é que ocorrem as trocas térmicas nos
corpos. A troca acontece primeiramente por um corpo aquecido e o ar próximo.
Com isso, a temperatura desse ar aumenta e ele fica mais leve. É quando um
movimento ascendente surge e se desloca fazendo com que um volume de ar frio
o substitua. O ar que é aquecido é transportado para os corpos mais distantes e
leva o calor.
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UNIDADE Agentes Físicos II
Temos uma equação que ilustra melhor a condição de sobrecarga térmica, onde
as taxas de calor recebidas e produzidas pelo corpo são maiores do que o calor que
se perde durante a evaporação do suor: E < M + C + REq
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A exposição por muito tempo à água fria pode causar o que chamamos de pés
de imersão, ou pés de trincheira, que possui três estágios: isquêmico, hiperémico
e pós-hiperémico:
· Isquêmico é quando existe uma área lesionada nos pés que fica inchada,
branca, fria e adormecida;
· Hiperémico, quando temos lesões com ulcerações e vesículas;
· Pós-hiperémico, quando ocorrem dormências, tonalidades escuras e
pruridas.
A Frosbite (congelação) é a lesão que merece mais atenção no caso das lesões
congelantes, pois o congelamento é irreversível nas áreas periféricas – como
dedos, orelhas, nariz –, pois possui vesículas hemorrágicas e profundas causando
a formação de necroses e gangrena seca, levando até mesmo à autoamputação.
Nas avaliações estudadas pela Higiene Ocupacional, as mais comuns são as que
interferem nas trocas térmicas, são: velocidade do ar, temperatura do ar, umidade
relativa do ar, tipo de atividade e calor radiante. Tratamos delas abaixo:
a) Velocidade do ar: aumenta a troca térmica entre o ambiente e o corpo,
através da convecção ou condução. São diversos os instrumentos que
podem medir essa velocidade do ar, esses são chamados de anemômetros.
Temos também os que possuem a opção de medir a velocidade, a
umidade relativa e a temperatura ao mesmo tempo, que são chamados
de termo-higroanemômetro;
b) Temperatura do ar: a temperatura do ar influencia na troca de calor do
ambiente com o corpo. Podemos utilizar um termômetro de bulbo seco,
termorresistenciais e termopares para medir essa temperatura. Quando
a medição apresenta uma temperatura maior do que a do corpo para o
ambiente, temos a indicação de que acontece um ganho de calor pelo
organismo através da condução ou convecção;
c) Umidade relativa do ar: a umidade está relacionada com a quantidade de
vapor de água que uma quantidade de ar contém. O que denominamos
umidade relativa é o que interessa no caso da exposição, por conta da
relação entre o vapor saturado e a quantidade de vapor que o ar possui.
Podemos definir como é a relação entre a pressão de saturação e a pressão
parcial de vapor de água, utilizamos de um termômetro de bulbo úmido
natural para tanto. Esse instrumento sensível mede em qual temperatura
a água evapora no ar. No caso da medição da umidade relativa do ar, é
necessário que se tenha a informação sobre a temperatura do ambiente,
e essa deve ser feito por meio de um termômetro de bulbo seco junto
com o do bulbo úmido. Com a obtenção desses dados, entramos na
carta psicrométrica, obtendo a leitura da umidade relativa.
A troca térmica de calor que ocorre entre o corpo humano e o ambiente externo
pode ter como empecilho a umidade relativa do ar, por meio da evaporação.
Portanto, a perda da evaporação poderá ser maior ou menor, de acordo com o valor
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UNIDADE Agentes Físicos II
Calor Radiante
O calor que os corpos aquecidos apresentam a partir de fontes de radiação
infravermelha são considerados como Calor Radiante. No estudo da Higiene
ocupacional é apresentada a influencia que se tem pela medida da temperatura
de globo. Utilizamos o termômetro de globo para medir, esse equipamento tem
uma esfera de cobre pintada de preto fosco e possui as dimensões de 152,4 mm
diâmetro e 1 mm de espessura.
Possui também um tubo de 25 mm de comprimento e 18 mm de diâmetro
que serve para introduzir um termômetro que está centralizado na esfera. Não
devem ser desconsideradas essas instruções, pois são bem significativos na análise
da exposição ao calor (SPINELLI, 2006).
Tipo de Atividade:
Enquanto se realiza o trabalho, pode ser medida a taxa metabólica do trabalhador,
conseguindo assim classificar a atividade realizada. Isso tudo através da geração de
dióxido de carbono, dos batimentos cardíacos e do consumo de ar. Ainda existe
bastante dificuldade de realização das medições, pois não temos ainda equipamentos
disponíveis que sigam as exigências legais brasileiras.
A análise de avaliação de exposição ocupacional ao calor é feita através da
produção de calor que o metabolismo produz constituído pela parte total de calor
do organismo quando se está num ambiente quente. A opção é a estimativa dessa
taxa metabólica, através de literatura e legislação.
Tabela 1 - Taxa Metabólica por tipo de atividade:
Atividade Taxa metabólica (kcal/h)* Taxa metabólica (W/m²)**
Sentado
Em repouso 90 58
Trabalho leve com as mãos (Ex: escrever, 105 68
datilografar, etc.)
Trabalho moderado com as mãos e braços (Ex: 170 110
desenhar, trabalho leve de montagem, etc.)
* Taxa metabólica definida por um homem-padrão (possui área superficial de pele de 1,8 m²)
** Relação matemática de conversão para um homem-padrão na qual 1 kcal/h é igual a 0,859107 x 1,8 m²
Fonte: Adaptado da NHO 06 (2002)
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Avaliação da exposição ocupacional
ao calor e ao frio
Calor
Devemos estudar a Norma de Higiene Ocupacional 06 (NHO 06), olhando pela
visão prevencionista e também para estudos mais atualizados da ACGIH (American
Conference of Governmental Industrial Hygienists). Já para a legislação, deve
ser considerado a avaliação concentrada para a caracterização da insalubridade
térmica, não podendo ultrapassar os limites de tolerância que estão estabelecidos
no anexo 03 da NR-15 (Atividades e Operações Insalubres).
Essa é aplicada nos casos de avaliação da exposição ao calor, e não nos estudos de
conforto térmico. É possível utilizá-la para serem feitas as avaliações dos ambientes
externos e dos ambientes internos que tenham ou não carga de energia solar.
Nos procedimentos de avaliação do calor, são utilizados alguns termos que são
coletados e adaptados da NHO 06.
Onde:
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UNIDADE Agentes Físicos II
A medição deve ser feita na altura real, ou seja, onde o corpo é mais atingido
pela exposição.
IBUTG1 xt1 + IBUTG2 xt2 + ... + IBUTGi xti + ... + IBUTGn xtn
IBUTG =
t1 + t2 + ... + ti + ... + tn
t1 + t2 + ... + ti + ... + tn = 60 minutos
Onde:
Importante! Importante!
O dispositivo deve ser posicionado de maneira que consiga realizar de maneira correta
as leituras que representarão a situação térmica da exposição. Esse posicionamento é
chamado de Ponto de Medição. Com isso, referimo-nos à fixação do equipamento para
que a IBUTG possa fazer monitoração. O equipamento fica posicionado em um tripé na
região onde mais atinge o trabalhador.
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Taxa Metabólica Média – Média ponderada que é conseguida através da análise
de exposição em um tempo de 60 minutos.
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É necessário que se tenha a classificação do tipo de serviço e também as
informações sobre os instrumentos de medição. Esses podem ser consultados no
Quadro 03 do Anexo 3 da NR-15. Tipo de atividade e suas taxas metabólicas.
Nesse caso, o valor é maior do que o permitido, ou seja, o trabalho deve ser
considerado insalubre. Sendo a resposta afirmativa para a questão acima, deverá
ser estabelecida uma jornada de trabalho adequada. No Quadro 1 do Anexo 3
da NR15 para o valor de 30,6 °C, temos de ver em qual faixa esse resultado de
IBUTG se enquadra. Nesse exemplo, não é permitido que o trabalho seja realizado
sem medidas de controle.
Teremos:
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UNIDADE Agentes Físicos II
No Art. 253 da CLT também encontramos alguns aspectos que são abordados
pela legislação do Brasil, referente à jornada de trabalho, conforme descrito abaixo:
Para os empregados que trabalham no interior das câmaras frigoríficas
e para os que movimentam mercadorias do ambiente quente ou normal
para o frio e vice-versa, depois de 01 (uma) hora e 40 (quarenta) minutos
de trabalho contínuo, seremos assegurados um período de 20 (vinte)
minutos de repouso, computado esse intervalo como de trabalho efetivo.
(CLT, 1945).
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No Anexo 09 da NR-15, quanto no Art. 253, temos regulamentações que
estão na legislação brasileira, mas ainda se espera uma norma regulamentadora do
Ministério do Trabalho que traga algo sobre o abate de animais.
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e) Radiofrequência – Podemos encontrar essa radiação na radiofusão
AM, nas ondas UHF e VHF, na radionavegação, no radioamadorismo,
na radioastronomia. Normalmente causam problemas ocupacionais;
Possuem efeitos térmicos à saúde, pois a absorção do aquecimento é
feita pelos tecidos.
• Uso de barreiras;
• Exames médicos;
Ultravioleta • EPI (óculos como lentes filtrantes,
roupas apropriadas para braços,
torax, mãos e outros)
Figura 1
Importante! Importante!
Para controlar os danos que as radiações podem causar ao trabalhador, é preciso que se
tomem as seguintes medidas:
• Proteção Coletiva: enclausuramento, isolamento da fonte;
• Proteção Individual: utilização dos EPIs adequados – como luvas, perneira, óculos
e outros.
Radiações Ionizantes
As radiações que produzem ionização do átomo são caracterizadas como
ionizantes. Essa radiação atinge o átomo, conseguindo dividi-lo em duas partes
carregadas eletricamente, que são chamadas de íons. O perigo dessas radiações é
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UNIDADE Agentes Físicos II
que o organismo não consegue detectar a chegada delas. Alguns exemplos dessas
radiações são: partículas alfa e beta, o nêutron, os raios X e Y.
No caso dos nêutrons, podemos considerar que são muito penetrantes, por
conta de não terem carga elétrica. Entre todas as radiações, é a que apresenta
maior dano à saúde dos seres humanos, podendo até fazer com que materiais
expostos se tornem radioativos. Essas são produzidas em reatores nucleares.
Radiações Ionizantes têm várias aplicações em saúde, mesmo com seu alto poder
de contaminação. Por exemplo, a radioterapia trata de tumores malignos, com a
utilização dos raios X, da radiação gama e de feixes de elétrons. Através da radiografia,
podemos obter a imagem de uma parte do corpo que precisa ser analisada. Também
é possível conseguir imagens computadorizadas, como na tomografia.
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Podemos encontrar a radiação ionizante com valores baixos, como 2,4 mSy/
ano, na natureza também. Quando realizamos uma radiografia do tórax, somos
expostos a 0,1 mSy (PIRES, 2011). O limite anual para o corpo humano é de
uma dose efetiva de 20 mSy/ano; e para o indivíduo público, 0,1 mSy/ano
(CNEN, 2001).
A radiação não ionizante tem como sua principal fonte natural o Sol e artificiais,
as lâmpadas e arcos de soldagem.
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UNIDADE Agentes Físicos II
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Sites
Técnicas de avaliação de agentes ambientais: manual SESI
SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA. Departamento Nacional. Brasília: SESI/DN, 2007.
https://goo.gl/42L7G9
Livros
Higiene ocupacional: agentes biológicos, físicos e químicos
SPINELLI, Robson. 5. ed. São Paulo: Editora SENAC São Paulo, 2006..
Leitura
NHO6 – Avaliação da Exposição Ocupacional ao calor
https://goo.gl/SmZe63
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Referências
AMERICAN CONFERENCE OF GOVERNMENTAL INDUSTRIAL HYGIENISTS
(ACGIH). Limites de exposição ocupacional (TLVsR) para substâncias químicas
e agentes químicos & índices biológicos de exposição (BEIsR). Tradução:
ABHO (Associação Brasileira de Higienistas Ocupacionais), p. 4-5. São Paulo:
ABHO, 2010.
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Sites visitados:
http://rogeriobpaiva.blogspot.com.br/2014/03/carta-psicrometricas-softwares-
para.html. Acesso em: 27 dez. 2016.
http://docplayer.com.br/80453-Conforto-termico-nos-ambientes-de-trabalho.
html. Acesso em: 27 dez. 2016.
http://www.radiacao-medica.com.br/dados-sobre-radiacao/o-que-e-radiacao/
radiacao-ionizante/. Acesso em: 27 dez. 2016.
http://www.segurancaetrabalho.com.br/download/rad-ioniz-cuidados.pdf. Acesso
em: 27 dez. 2016.
http://www.higieneocupacional.com.br/download/radiacao-astete.pdf. Acesso
em: 27 dez. 2016.
https://www.portaleducacao.com.br/enfermagem/artigos/43879/temperaturas-
extremas-como-risco-fisico-de-trabalho. Acesso em: 27 dez. 2016.
http://www.iesc.ufrj.br/cursos/saudetrab/TEMPERATURAS%20EXTREMAS.
pdf. Acesso em: 27 dez. 2016.
http://pt.healthline.com/health/calor-e-frio-seguranca-em-temperaturas-
extremas. Acesso em: 27 dez. 2016.
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