Mastite Bovina

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Mastite Bovina

Luciano Bastos Lopes


Doutor em Ciência Animal
Protocolo sanitário produtivo

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O que buscamos quanto à qualidade do
leite produzido no Brasil?
− Ausência de resíduos
 Antibióticos e pesticidas

− Baixa carga microbiana


 Higiene = CBT
− Baixa contagem de células somáticas
 Saúde do úbere = CCS
− Composição
 Valor nutritivo e rendimento industrial
Como avaliar a contaminação do leite?
Contagem bacteriana total
PARÂMETROS EXCELENTE ÓTIMO PROBLEMA
CBT (UFC/ML) < 20 MIL 20 A 50 MIL > 100 MIL

Alta contagem bacteriana - Indicativo de:


 Ocorrência de mastite
 Deficiência no processo de limpeza
 Manejo de ordenha inadequado
 Resfriamento deficiente
Instrução normativa nº 51/MAPA
Limites para regiões sudeste/sul/centro-oeste
Requisitos Até De 01/07/205 De 01/07/08
A partir de 01/01/12
01/07/05 Até 01/07/08 Até 01/01/12
Máximo de Máximo de Máximo de
Máximo de
UFC/ml 1.000.000 1.000.000 100.000 - individual
750.000
antecipação para todos 300.000 - coletivo
Máximo de Máximo de
Máximo de
CCS 1.000.000 1.000.000 Máximo de 400.000
750.000
antecipação para todos
Pesquisa de resíduos de antibióticos: Limites máximos previstos no Programa
Nacional de Controle de Resíduos - MAPA
Temperatura máxima de conservação do leite: 7 C no tanque e 10 C no
estabelecimento processador. Na última etapa, 4 e 7 C respectivamente.
Bactérias causadoras de mastite
Mastite é causada por pelo menos 100 tipos
diferentes de bactérias

• Staph aureus • Strep dysgalactiae


• Strep agalactiae • Pseudomonas aeruginosa
• Mycoplasma • Staph coagulase negativo
• Candida species
• Corynebacterium bovis • E. coli
• Klebsiella sp. • Strep uberis
Classificação da mastite
• São utilizadas duas categorias gerais para descrição
de problemas com mastite
• Mastite Clínica
– A infecção do úbere torna-se evidenciada pelas
mudanças físicas na aparência do leite de o úbere
• Mastite sub-clínica
– Não são observadas mudanças na aparência do leite,
sendo que testes adicionais são necessários para detectar
o problema
Conceito do Iceberg
Percepção clínica Problema real
da doença no rebanho na população

Clinicamente afetado

Casos subclínicos

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Contagem de células somáticas
Controle da CCS
 O custo é elevado
 A mudança não ocorre a curto prazo, depende da
implantação de um programa sanitário
• Descarte de animais
• Tratamento de vacas secas
• Tratamento de casos clínicos
‐ Acompanhamento individual de animais do rebanho
‐ Assistência técnica especializada programada
Estimativas de perdas anuais na produção de leite
devido à mastite subclínica
Perda na produção de leite, kg
CCS / mL Primíparas Pluríparas
50.000 0 0
100.000 91 182
200.000 182 364
400.000 273 546
800.000 364 728
1.600.000 455 910
Adaptado de: Raubertas e Shock (1982)
Prevalência estimada de infecção e perdas na
produção de leite associadas a alta contagem de
células somáticas do tanque de expansão
% de quartos
% de perda
CCSTQ (1.000 cél. / mL) infectados no
na produção
rebanho

200 6 0

500 16 6

1.000 32 18

1.500 48 29

NMC (1987)
Contaminação do leite
Contagem bacteriana total
 O controle é mais fácil e rápido quando comparado
ao controle da CCS
• Depende basicamente de medidas de higiene
• Implantação de planos de ação
‐ Normatização das atividades de limpeza de
utensílios, tanques de expansão e
equipamento de ordenha
Classificação das bactérias
• Baseado em onde se encontra normalmente estes
patógenos
– Bactérias contagiosas - vivem quase que
exclusivamente no úbere
– Bactérias ambientais - vivem no ambiente e
ocasionalmente podem infectar o úbere
Mastite Ambiental
• Principais grupos de patógenos ambientais
 Streptococcus dysgalactiae
 Streptococcus uberis
 Coliformes (>90% é E. coli)
 Serratia sp.
 Klebsiella sp.
Mastite Ambiental
• Instalações
• Material fecal
• Unidade de ordenha contaminada
• Condições de muita umidade e sujeira
Mastite Ambiental
• Dinâmica
Microorganismos presentes no ambiente
Penetração no momento da ordenha
Baixa aderência dos microorganismos
Induzem pouco aumento na CCS devido ao curso
rápido
Quadro clínico persiste por pouco tempo
Raramente o quadro se cronifica
Poucos casos de mastites subclínicas
Mastites agudas
Mastite Ambiental
• Tratamento
– Antibióticoterapia sistêmica
– Ordenha freqüente
– Produtos antiinflamatórios
– Fluidoterapia
• Prevenção é o ponto chave
– Estratégias de manejo
– Pré dipping
– Secagem dos animais
Mastite Contagiosa
• Principais grupos de patógenos contagiosos
Staphylococcus aureus
Streptococcus agalactiae
Corynebacterium bovis
Mycoplasma sp.
Mastite Contagiosa
Dinâmica
Microorganismos oportunistas
Habitantes em vacas infectadas
Transmissão horizontal via fômites
• Contato com o patógeno no momento da ordenha
• Exceção das oriundas por moscas
Responsável pela maior parte dos casos subclínicos
Grande responsável pelas mastites crônicas
Aumento das células somáticas, são de curso longo
Mastite Contagiosa
• Staphylococcus aureus
 Maior destruição tissular. CCS > 500.000
células/ml
 Encistamento no tecido ou penetração no interior
citoplasmático do neutrófilo
• Formação de micro abscessos
• Secreção de substâncias antiquimiostáticas
 Baixa resposta na antibióticoterapia
• Mastites recorrentes
Formação de
micro abscessos
Diferenças gerais entre mastite
contagiosa e ambiental
Indicadores Mastite Contagiosa Mastite Ambiental
CCS do tanque > 300.000 < 300.000
% Vacas CMT
>15 % <15 %
++/+++
% Mastite clínica Variável > 10%
Quando ocorrem Durante toda a Principalmente ao parto
os casos lactação e início de lactação
Amostras compostas Casos clínicos antes do
Método de de todo rebanho 10 a tratamento. Algumas
amostragem 20% do rebanho vacas ao acaso 3 a 10
(vacas positivas) dias pós-parto
Mãos do ordenhador,
Solo, fezes, lama e
Vetores panos, esponja,
camas orgânicas.
teteiras e moscas
Diferenças gerais entre mastite
contagiosa e ambiental
Indicadores Mastite Contagiosa Mastite Ambiental

E.coli
Staphylococcus
Klebsiela sp.
aureus
Enterobacter sp.
Streptococcus
Patógenos Streptococcus uberis
agalactiae
Streptococcus
Corynebacterium
dysgalactiae
bovis
Serratia sp.

Aderência do
Sim Não
patógeno
Alta incidência de Alta incidência de
Incidência de
casos subclínicos e casos clínicos e baixa
infecção
baixa de clínicos de subclínicos
Considerações finais
Obrigado pela
participação!
[email protected]

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