Bhakti Vaibhava Canto 1 Capitulo 2

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Auto‐Estudo Bhakti‐Vaibhava 

 
1.2 Divindade e Serviço Divino 
 
Pürva‐svädhyäya (Auto‐Estudo Preliminar) 
 
1. Defina dvija, vipra e Vaiñëava. (2) 
2. Explique os termos pravåtti‐märga e nivåtti‐märga. (6) 
3. Identifique 3 níveis de deveres ocupacionais. (8) 
4. Qual é a primeira qualificação de um devoto elegível a entrar no reino de Deus? (16) 
5. Liste alguns dos resultados decorrentes de se servir o servo de Deus. (16) 
6. Liste os dois problemas muito difíceis para o devoto no caminho de volta ao Supremo. (17) 
7. Qual é o remédio para eliminar todas as coisas inauspiciosas do coração? (18) 
8. Explique como um devoto Bhägavata é tão bom quanto o livro Bhägavata. (18) 
9. Descreva a particularidade do serviço devocional ao Senhor Çré Kåñëa (22) 
10. Descreva o desenvolvimento de consciência resultante de se ouvir sobre Kåñëa. (17‐22) 
11. Explique o termo Bhägavata‐dharma. (27) 
12. Analise brevemente o papel de Paramätmä. (31‐34) 
13. Memorize os versos 1.2.4, 1.2.6, 1.2.7, 1.2.8, 1.2.11, 1.2.13, 1.2.17, 1.2.18, 1.2.19, 1.2.20. 
 
 
Analogias Importantes: 
 
1.2.8: Sem conhecer a alma dormente, não se pode ser feliz simplesmente com emolumento do corpo e 
da mente. O corpo e a mente são simplesmente  coberturas  externas superficiais  da  alma  espiritual. As 
necessidades da alma espiritual devem ser satisfeitas. Simplesmente por se limpar a gaiola do pássaro, 
não se satisfaz o pássaro. Devem‐se conhecer verdadeiramente as necessidades do pássaro em si. 
 
1.2.23: No que diz respeito à manutenção da casa de detenção, ela é feita por Viñëu, assim como a casa 
de  detenção  do  estado  é  mantida  pelo  estado.  Qualquer  um,  portanto,  que  deseje  sair  desta  casa  de 
detenção da existência material, que é cheia de misérias como a repetição de nascimento, morte, doença 
e velhice, deve satisfazer o Senhor Viñëu para tal liberação. 
 
1.2.28‐29:  Na  casa  de  detenção,  há  os  prisioneiros  e  os  funcionários  da  casa  de  detenção.  Tanto  os 
funcionários  como  os  prisioneiros  são  sujeitos  às  leis  do  rei.  Mas,  muito  embora  o  rei  às  vezes  vá  à 
prisão, ele não é sujeito às leis da casa de detenção. O rei é, portanto, sempre transcendental às leis da 
casa de detenção, assim como o Senhor é sempre transcendental às leis do mundo material. 
 
1.2.33: Os sofrimentos e desfrutes dos filhos são indiretamente os sofrimentos e desfrutes do pai. Ainda 
assim, o pai não é de modo algum afetado diretamente pelo sofrimento e pelo desfrute dos filhos. 
 
 
Citações de Çréla Prabhupäda
 
1.2.2 
“...os saàskäras automaticamente se tornam feitos...”. 
Assim,  esses  saàskäras,  há  däsa‐vidha‐saàskäraù... Assim,  nesta  era,  é  muito  difícil,  mas  se  a  pessoa 
canta o mahä‐mantra Hare Kåñëa sem nenhuma ofensa, sendo treinada pelo mestre espiritual, todos os 
saàskäras  automaticamente  se  tornam  feitos...  –  Resposta  a  um  questionário  do  jornal  Bhavan, 
Våndävana, 28 de junho de 1976 
 
“Tão logo eu saia do ventre de minha mãe, serei imediatamente capturado por mäyä...”. 
Çukadeva Gosvämé foi liberado. Ele permaneceu dentro do ventre de sua mãe por dezesseis anos porque 
ele estava consciente de que: “Tão logo eu saia do ventre de minha mãe, serei imediatamente capturado 
por mäyä. Então, deixem‐me ficar um pouco forte”. Vêem? Então ele permaneceu dezesseis anos dentro 
da mãe... – Çrémad-Bhägavatam 1.2.2, Londres, 10 de agosto de 1971 
 
“Süta Gosvämé está descrevendo as maravilhosas atividades de seu mestre espiritual...”. 
Assim, as atividades de Çukadeva Gosvämé são que ele propositadamente permaneceu dentro do ventre 
de  sua  mãe  por  dezesseis  anos,  e,  tão  logo  saiu,  imediatamente  ele  deixou  sua  casa.  Imediatamente. 
Anupeta. Anupeta.  Porque,  de  acordo  com  o  sistema  Védico,  há upanayana, upetam. Upanayana. Upa 
significa  próximo,  e  nayana  significa  trazer.  Quando  o  mestre  espiritual  traz  os  discípulos  para  mais 
perto dando a eles o gäyatré‐mantra, isso se chama upanayana‐saàskära. Assim, Çukadeva Gosvämé não 
obteve nenhum saàskära do tipo. Ele aprendeu com seu pai dentro do ventre de sua mãe, e, quando ele 
se tornou perfeito em conhecimento, uma alma liberada, imediatamente ele saiu do ventre de sua mãe e 
imediatamente se colocou para a floresta. Nu, ele estava indo. E o pai ficou realmente muito aflito: “Oh, 
meu filho nasceu e ele está partindo imediatamente!”. Por afeição, ele estava: “Meu querido filho, para 
onde  você  está  indo?  Meu  querido  filho,  para  onde  você  está...”.  Putreti tan-mayatayä.  O  filho  não  se 
importou.  Foi  embora.  Putreti tan-mayatayä taravo 'bhineduù.  E  como  o  pai  estava  muito  aflito,  as 
árvores  responderam.  Houve,  isso  se  chama,  vibração,  ecos.  Sim.  Então,  taà sarva-bhüta-hådayaà
munim änato ‘smi:  “Estou  oferecendo  minhas  respeitosas  reverências  ao  grande  sábio  Çukadeva 
Gosvämé,  cujas  atividades  são  assim.  Imediatamente,  ao  sair  do  ventre  de  sua  mãe,  ele  partiu  de  casa 
sem  ser...  sem  se  submeter  a  nenhum  saàskära”.  Assim,  saàskära  é  necessário  para  quem  é  impuro. 
Portanto,  não  devemos  imitar,  nem  é  de  nossa  capacidade  que  tão  logo  saiamos  do  ventre  da  mãe 
possamos caminhar. Não. Isso não é possível. É especial. Portanto, tudo é especial. Mesmo sem receber 
nenhuma  iniciação.  Ele  foi  iniciado  por  seu  pai,  Vyäsadeva,  mas  ele  deixou  sua  casa  imediatamente,  e 
Süta  Gosvämé  está  descrevendo  as  maravilhosas  atividades  de  seu  mestre  espiritual  e  oferecendo 
reverências.  Taà munim änato ‘smi:  “Àquele  grande  sábio, änato 'smi, eu curvo-me aos seus pés  de 
lótus”. – Çrémad-Bhägavatam 1.2.2, Londres, 10 de agosto de 1971

“O Çukadeva original foi um brahmacäré vitalício”.


Çukadeva Gosvämé, o filho de Vyäsadeva, é descrito em grande detalhe no Brahmavaivarta Puräëa. Lá, é 
dito que Vyäsadeva manteve a filha de Jäbäli como sua esposa e que, após realizarem penitências juntos 
por muitos anos, ele alojou seu sêmen no ventre dela. A criança permaneceu no ventre de sua mãe por 
doze anos, e, quando o pai pediu ao filho que saísse, o filho respondeu que ele sairia a não ser que ele 
estivesse  completamente  liberado  da  influência  de  mäyä. Vyäsadeva então  assegurou  ao  filho  que  ele 
não seria influenciado por mäyä, mas o filho não acreditou em seu pai, pois o pai continuava apegado à 
sua esposa e a seus filhos. Vyäsadeva então foi a Dvärakä e informou a Personalidade de Deus sobre seu
problema, e a Personalidade de Deus, ante o pedido de Vyäsadeva, foi ao chalé de Vyäsadeva, onde Ele
garantiu à  criança  no  ventre  de  que  ela  não  seria  influenciada  por mäyä. Assim assegurada, a criança 
saiu, mas imediatamente partiu como um parivräjakäcärya. Quando o pai, muitíssimo aflito, começou a 
seguir seu garoto santo, Çukadeva Gosvämé, o garoto criou um Çukadeva duplicata, que, posteriormente,
entrou na vida familiar. Portanto, a çuka-kanyä, ou a filha de Çukadeva, mencionada neste verso é a filha 
do  Çukadeva duplicata ou imitação.  O  Çukadeva original foi um brahmacäré vitalício. – Çrémad-
Bhägavatam 9.21.25, Significado

2.3
“Se você realmente aprende [...] você se inclinará a pregá‐lo”. 
Assim, o que Çukadeva Gosvämé fez, que, depois de assimilar toda a literatura Védica, ele a distribuiu. 
Isso  é  outro  instinto.  Se  você  realmente  aprende  a  essência  do  conhecimento  Védico,  automaticamente 
você  se  inclinará  a  pregá‐lo. Çravaëaà kértanam. Çravaëam significa ouvir, receber o conhecimento. E,
em seguida, kértanam, [que] significa distribuir, descrever o conhecimento.
“Vyäsadeva também considerou seu filho maior do que ele próprio”.
Guruà munénäm. “Ele não é apenas meu guru, mas ele é guru, mestre espiritual, de grandes sábios e 
pessoas  santas”.  Mesmo  Vyäsadeva também  considerou  seu  filho  maior  do  que  ele  próprio.  Quando 
Çukadeva Gosvämé apareceu na assembléia onde muitas pessoas santas estavam presentes no momento 
de Mahäräja Parékñit; então, naquele momento, todos os munis se levantaram para recebê‐lo. Todos os 
munis.  Estava  até  mesmo Vyäsadeva; ele também  se  levantou. Portanto, ele é guruà munénäm. Ele  é 
mestre espiritual de todas as pessoas santas. – Çrémad-Bhägavatam 1.2.3, Londres, 24 de agosto de 1971

“A não ser que [...] a vida seja bhägavata, ele não pode pregar o Bhägavata...”.


Svänubhävam. Ele, antes de tudo, ouviu com seu pai, Vyäsadeva, o Çrémad-Bhägavatam, e o realizou.
Não [com] um recitador profissional do Bhägavata. Assim como na Índia hoje há uma classe de homens,
especialmente em Våndävana, os gosvämés. Eles fazem negócio. Há muitíssimos recitadores muito
artísticos do Bhägavata, mas eles não  puderam  voltar  nenhum  homem  para  a  consciência  de  Kåñëa.
Porque eles não são auto‐realizados, svänubhävam. Naturalmente, tentamos o nosso melhor; assim, em
poucos anos, há muitíssimas pessoas conscientes  de  Kåñëa surgindo. Este é  o  segredo.  A  não  ser  que 
alguém seja svänubhävam, auto-realizado, a vida seja bhägavata, ele não pode pregar o Bhägavata. Não 
é... Não será efetivo. – Çrémad-Bhägavatam 1.2.3, Roma, 27 de maio de 1974

2.5
“...sob os cuidados de quem a religião está agora?”. 
Assim, Kåñëa veio estabelecer o que é  a  religião  verdadeira.  Portanto,  os  sábios  se  reuniram  em 
Naimiñäraëya, eles sabiam disso, da missão de Kåñëa, de que “Ele veio estabelecer a religião. Agora Ele 
não está neste plano. Assim,  sob os  cuidados  de  quem  a  religião  está  agora?”.  Dharmaù kaà çaraëaà
gataù. Sväà käñöhäm adhunopete dharmaù kaà çaraëaà gataù [SB 1.1.23]. Então, onde a religião está 
agora? Porque Kåñëa, enquanto Kåñëa esteve presente, Ele estava desempenhando a religião verdadeira... 
Ele  estava  matando  muitíssimos  demônios  e  Ele  estava  dando  proteção  aos  devotos... Assim,  esse  é  o 
praçna. Esta é pergunta dos grandes estudiosos eruditos e sábios e brähmaëas em Naimiñäraëya.

“Isso é para a auspiciosidade do mundo inteiro, este tipo de praçna, este tipo de pergunta...”.


“Isso é para a auspiciosidade do mundo inteiro, este tipo de praçna, este tipo de pergunta, como vocês 
propuseram,  de  que  ‘Depois  da  partida  de  Kåñëa, aos cuidados de quem estão os reais e verdadeiros
princípios religiosos?’.”...  Assim,  ele  diz  claramente  na  linha  seguinte, yat kåtaù kåñëa-sampraçnaù:
“Porque vocês propuseram perguntar sobre Kåñëa”. Yat kåtaù kåñëa-sampraçno yenätmä suprasédati. E 
se  discutimos  sobre Kåñëa, e se perguntamos sobre Kåñëa, e se vocês  tentam  entender Kåñëa, então  a 
nossa vida se torna perfeita. Simplesmente por tentarem compreender Kåñëa, vocês serão perfeitos. 

“...então o mundo inteiro será pacífico”. 
...esta kåñëa-sampraçnaù; se as pessoas simplesmente se tornarem indagadoras, o que é  Kåñëa, e  vocês 
simplesmente  tentam  respondê‐las  –  temos  muitíssimos  livros  agora  –  então  o  mundo  inteiro  será 
pacífico.  Yena ätmä suprasédati... Assim, tentem chamar a atenção  de  todo  o  mundo  ocidental  para  a 
kåñëa-sampraçnaù e tentem impressioná-lo. Então  eles  serão  felizes.  Essa  é  a  nossa  missão...  –  Çrémad-
Bhägavatam 1.2.5, Våndävana, 16 de outubro de 1972

2.6
paro dharmo
“Esse tipo de serviço é de primeira classe, transcendental”. 
Portanto, o Bhägavata está explicando a natureza do dharma, o que é  dharma.  É  dito  aqui, sa vai
puàsäà paro dharmo yato bhaktir adhokñaje, que “é religião de primeira classe aquela que ensina como 
prestar  serviço  à  Suprema  Personalidade  de  Deus”.  Isso  é  religião  de  primeira  classe.  Não  há 
consideração  de  que  tipo  de  dharma,  ou  fé,  vocês  estão  seguindo.  Isso  não  importa.  Vocês  podem  se 
tornar cristãos, vocês podem se tornar maometanos, vocês podem se tornar hindus, ou o que for... Kåñëa
diz que não é questão de fé; é questão de relacionamento verdadeiro. Como toda entidade viva é parte e 
parcela de Kåñëa, e o dever da parte e parcela é prestar serviço ao todo; portanto, Kåñëa veio estabelecer
esse tipo de religião,  essa  religião  de  primeira  classe. Assim, o Çrémad-Bhägavata diz, sa vai puàsäà
paro dharmaù: “Esse tipo de serviço é de primeira classe, transcendental”. – Çrémad-Bhägavatam 1.2.5,
Montreal, 2 de agosto de 1968

“...paro dharma significa dharma permanente, dharma eterno, ou sanätana-dharma...”.


“E o que é  de  fato  dharma?”. Assim, aqui é  explicado, sa vai puàsäà paro dharmaù. Para significa
superior. Não essa religião, religião hindu, religião muçulmana, religião cristã, ou há muitíssimas outras 
religiões.  Isso  também  é  dharma.  Isso  é  temporário.  Mas  paro dharma significa dharma permanente,
dharma eterno, ou sanätana-dharma. Isso se chama para. Para significa superior. Assim, sa vai puàsäà
paro dharmo yato bhaktir adhokñaje. – Çrémad-Bhägavatam 1.2.6, Delhi, 11 de novembro de 1973

“...varëäçrama-dharma também é material”. 
Assim, varëäçrama-dharma também  é  material.  Não  é  espiritual. Varëäçrama-dharma é  o  começo  da 
vida espiritual. Como alguém pode vir para o padrão da vida espiritual? É uma vida regulada, quando 
executando...  A  vida  espiritual  é viñëur ärädhyate panthäù. Quando alguém  chega  à  plataforma  de 
adoração  a  Viñëu, isso é  vida  espiritual... Assim, aqui é  dito sa vai puàsäà paro dharmaù. Dharma...
Você tem que executar  seu  dever  ocupacional,  mas,  como Kåñëa disse, sarva-dharmän parityajya mäm
ekaà çaraëaà vraja [Bg. 18.66]. Isso é o dharma verdadeiro. “Eu sou isso. Estou seguindo este dharma,
aquele dharma”: isso não é dharma. Dharma significa o instinto natural. O instinto natural é obedecer à 
pessoa superior. Todos, cada um de nós, destinamo‐nos a obedecer ao Supremo. – Çrémad-Bhägavatam
1.2.6, Calcutá, 26 de fevereiro de 1974

yato bhaktir adhokñaje


“...mas o teste é quanto você aprendeu para amar a Deus...”. 
Assim, aqui está  dito  que  não  importa  se  você  é  hindu  ou  muçulmano  ou  cristão  ou  budista.  Não 
importa. Seu sistema de religião é de primeira classe se você pode desenvolver seu amor geral por Kåñëa
ou Deus, Adhokñaja. Esse é o teste. Você talvez se promova ou eu talvez me promova: “Sou um grande 
religioso”, mas o teste é quanto você aprendeu para amar a Deus, quanto você avançou nesse processo... 
– 
Çrémad-Bhägavatam 1.2.6, Delhi, 11 de novembro de 1973

Adhokñaja
“Adhaù significa baixar, feito baixar, ou derrotado”.
Outro nome de Kåñëa é Adhokñaja. Adhaù. Adhaù significa baixar, feito baixar, ou derrotado. Sua
percepção  sensorial  será  derrotada  se  você  quer  realizar  Deus  mediante  sua  imperfeita  percepção 
sensorial.  Isso  não  é  possível.  Você  será  derrotado.  Adhaù akñaja. Akñaja significa akña. Akña significa
olhos. – Çrémad-Bhägavatam 1.8.18-19, Bombaim, 9 de abril de 1971

“...você verá Deus ouvindo”. 
Assim, aqui é  mencionado... Adhokñaja significa que você  não  pode  perceber  a  Suprema  Verdade 
Absoluta  através  de  sua  percepção  sensória.  Você  tem  que  aprender  através  de  çruti, ouvindo. Ouvir
também é experiência, ouvindo... Esse é o processo, ouvir. Se você simplesmente ouvir sobre Deus, então 
você verá Deus ouvindo. – Çrémad-Bhägavatam 1.2.6, Delhi, 11 de novembro de 1973

Ahaituké
“...o serviço devocional verdadeiro tem que ser sem motivação”. 
E esse serviço devocional deve ser ahaituki. Não hetu. Hetu significa motivo. Vou ao templo com algum
motivo. Para a mitigação de algumas dificuldades, orarei a... Isso também é bom, mas é haituki, há 
algum hetu, ou motivo. Devemos servir Kåñëa sem nenhum motivo, não que, servindo Kåñëa,
aprimorarei minha posição material e muitíssimas causas talvez. Mas o serviço verdadeiro, o serviço 
devocional verdadeiro tem que ser sem motivação. – Çrémad-Bhägavatam 1.2.6, New Vrindaban, 5 de
setembro de 1972
“O devoto puro está satisfeito apenas com o serviço ao Senhor”.
Mas um devoto puro não aceita sequer todas essas liberações. Eles não pedem por liberação. O devoto 
puro está satisfeito apenas com o serviço ao Senhor. Isso é devoção pura. Porque não há desejo algum. 
Isso é explicado aqui. Ahaituky apratihatä. “Oh, estou engajado em consciência de Kåñëa porque, após a
morte, irei de volta ao lar, de volta ao Supremo”. É  claro  que  isso  é  um  fato.  Mas  o  devoto  puro  não 
deseja nem mesmo isso. Ele diz: “Onde quer que Kåñëa vá me manter, permanecerei lá. Não importa se é 
o céu ou o inferno. Eu não me importo”. “Não estou fazendo negócios com Você. Eu sou Seu servo”. Isso 
é devoto puro. Ahaituké. Sem razão. “É meu dever”. Isso é dever ocupacional. “É minha ocupação eterna 
servi‐lO”. Estas são as idéias mais elevadas de devoção pura. – Çrémad-Bhägavatam 1.2.6, Londres, 27 de
agosto de 1971

Apratihatä
“Todos têm o direito de servir Kåñëa”.
“Você é um homem pobre, você é mulher ou você é çüdra”. Não. Apratihatä. O que quer que você possa 
ser – quer você seja um homem pobre ou um homem rico ou um homem negro ou um homem branco ou 
uma mulher ou um homem –, isso não importa. Todos têm o direito de servir Kåñëa. Apratihatä. Não há 
nada no mundo material que possa deter o próprio serviço devocional da pessoa. O serviço devocional é 
muitíssimo puro e elevado. – Çrémad-Bhägavatam 1.2.6, Londres, 27 de agosto de 1971

Yayätmä suprasédati
“...a não ser que você aprenda esta arte, [...] você não pode ser feliz”. 
Suprasédati. Todos  estão  querendo  paz  mental. Ätmä significa corpo, ätmä significa mente, ätmä
significa alma. Yayätmä suprasédati. Suprasédati. Prasédati significa “tornam-se satisfeitos”, e su significa
“muito”. Portanto, a não ser que você aprenda esta arte, como amar a Deus, você não pode ser feliz. Esse 
é o fato. – Çrémad-Bhägavatam 1.2.6, Delhi, 11 de novembro de 1973

“...Paramätmä, Ele também fica satisfeito”. 


Assim, yayä ätmä suprasédati. Su significa muito. Não apenas prasédati, mas suprasédati, muito. Todos. O
corpo fica satisfeito, a mente fica satisfeita, a alma fica satisfeita, e o Supremo Paramätmä, Ele também 
fica satisfeito. Assim, isso se chama paro dharmaù. Paro dharmaù significa... Paraù significa superior, e
dharmaù significa dever ocupacional. – Çrémad-Bhägavatam 1.2.6, Calcutá, 26 de fevereiro de 1974

“E essa satisfação [...] pode ser alcançada unicamente pela execução de serviço devocional”. 
A verdadeira meta da vida é  como  obter  satisfação,  satisfação  plena  e  completa.  E  essa  satisfação, 
satisfação completa, pode ser alcançada unicamente pela execução de serviço devocional. Não há outro 
método.  Se  você  quer  ser  feliz,  livre  de  todas  as  preocupações  e  ansiedades,  então  você  tem  que  se 
ocupar no serviço devocional ao Senhor. Isso o fará livre de todas as ansiedades materiais e de todas as 
misérias materiais... – Çrémad-Bhägavatam 1.2.6, Montreal, 3 de agosto de 1968

2.7
“Esta forma de vida humana destina‐se a jïäna e vairägya”.
A primeira coisa, jïänam e vairägyam... Esta forma de vida humana destina‐se a jïäna e vairägya. Jïäna
significa vairägya, e não  se  obtém  vairägya sem jïäna. Esses dois são  termos  relativos. Assim,  jïänam
significa que “Não  sou  este  corpo,  e  minha  relação  com  meu  corpo,  elas  também  não  são  minhas 
necessidades”.  Isso  se  chama jïäna. E tão  logo  compreendemos  que  as  simples  necessidades  de  meu 
corpo não são requeridas, isso se chama desapego, ou vairägya. – Çrémad-Bhägavatam 1.2.7, 21 de abril
de 1974

“Ele dará todo o conhecimento”.


Assim Kåñëa diz que “Se você está ocupado vinte e quatro horas em serviço devocional”, então, Kåñëa
diz: “De dentro”, Ele dará todo o conhecimento. Portanto, väsudeve bhagavati bhakti-yogaù prayojitaù
[SB 1.2.7]. Se você se ocupa verdadeiramente no serviço devocional a Väsudeva, então jïäna e vairägya
automaticamente se revelam a você. Não  há  esforço.  –  Çrémad-Bhägavatam 1.2.7, Våndävana, 18 de
outubro de 1972

2.8
“...um homem da classe daëòavat ou um homem da classe ouvinte”.
Assim, dharmaù svanuñöhitaù puàsäà viñvaksena-kathäsu yaù, notpädayed yadi ratim [SB 1.2.8]. Esse 
processo de ouvir é muitíssimo importante, mas as pessoas não estão interessadas em ouvir. Elas estão 
simplesmente  ocupadas  em  outros  deveres  quaisquer.  Meu Guru Mahäräja costumava dizer... Alguém 
que  não  estava  interessado  em  ouvir,  ele  costumava  chamá‐lo  de  classe  daëòavat. Homem da classe
daëòavat. Isso significa que ele simplesmente sabe como prestar daëòavats, isso é  tudo. (risos). Todos 
que iam até ele, ele via se era um homem da classe daëòavat ou um homem da classe ouvinte. Assim,
daëòavat é bom, mas se, por oferecer daëòavat, a pessoa não desenvolve o intento de ouvir, çravaëam,
então ele não está fazendo muito progresso.

“...meu Guru Mahäräja, ele me aceitou como seu discípulo. Ele notou isso”.
Como vocês sabem, porque eu era um pouco interessado em ouvir, meu Guru Mahäräja, ele me aceitou
como seu discípulo. Ele notou isso. “Esse  rapaz  é  interessado  em  ouvir.  Ele  não  vai  embora”.  Na 
verdade, eu não sei. Eu não conseguia entender o que ele estava falando no começo, mas, ainda assim, 
eu estava muito interessado em ouvi‐lo, por curiosidade ou algo assim. 

“...nosso movimento [...] é para dar às pessoas a chance de ouvirem sobre Kåñëa”.


...o nosso movimento da consciência de Kåñëa é para dar às pessoas a chance de ouvirem sobre Kåñëa.
Assim, ouvir é  algo  muito  importante.  Notpädayed yadi ratim, viñvaksena-kathäsu yaù. Kathä. Hari-
kathä... Portanto, o nosso movimento da consciência de Kåñëa é para dar a chance às pessoas em geral de 
ouvirem sobre Kåñëa. Isso é tudo. Seja ouvir o mantra Hare Kåñëa, ou ouvir o Bhagavad-gétä ou ouvir o
Çrémad-Bhägavatam, qualquer coisa que você  queira,  ouça  sobre Kåñëa. Tentem ouvir sobre Kåñëa de
forma mansa e humilde. Então, gradualmente, tudo será revelado... 

“...ver se você está desenvolvendo apego a Kåñëa... Esse é o teste”. 


Você  pode  efetuar  seu  dever  muito  bem,  mas  você  tem  que  ver  se  você  está  desenvolvendo  apego  a 
Kåñëa. Apego significa amor, se você  está  tentando  satisfazer  Kåñëa. Esse é  o  teste.  Se  isso  não  é  feito, 
simplesmente  fórmulas;  se  você  executa  a  fórmula  –  como  expliquei  outro  dia, niyamägraha, sem
nenhuma satisfação por parte de Kåñëa, então Süta Gosvämé diz que isso é simplesmente labuta e perda 
de tempo, viñvaksena-kathäsu-yaù notpädayed ratià yadi, çrama eva hi kevalam. – Çrémad-Bhägavatam
1.2.8, Bombaim, 26 de dezembro de 1972

2.10
“Isso é indriya prétiù, uivar no mercado”.
Não  se  perca  em  gratificação  sensorial,  mas  viva  uma  vida  muito  saudável  de  forma  que  você  possa 
executar  a  consciência  de  Kåñëa. Kämasya nendriya prétiù jéveta yävatä-jévasya tattva-jijïäsä. O
verdadeiro negócio é jévasya. Nosso, nós entidades vivas, nosso verdadeiro negócio é tattva-jijïäsä. Esta
tattva-jijïäsä... jévasya tattva-jijïäsä. A mesma coisa, athäto brahma jijïäsä e jévasya. Esta forma humana
de vida destina‐se especialmente a indagar sobre a Verdade Absoluta, tattva-jijïäsä. Jévasya tattva-jijïäsä
na artha yaç ceha karmabhiù. Você  está  trabalhando  muito  duro,  simplesmente  para  manter  o  corpo. 
Não.  Não  é  assim.  Trabalhe  duro,  mantenha‐se  bem,  mas  viva  para tattva-jijïäsä. Isso é  vida,  tattva-
jijïäsä: O que eu sou? O que é  Deus?  O  que  é  este  mundo  material?  Por  que  vim  aqui?  Por  que  sou 
colocado em tanto problema? Essas são as indagações. Não que todo dia se vai ao mercado. Isso não é 
tattva-jijïäsä. Isso é indriya prétiù, uivar no mercado.

“...estamos tentando salvar os homens de uma grande queda...”. 
Assim, a nossa vida [está] sendo arruinada sem a consciência  de  Kåñëa. Esta é  a nossa  missão,  de que 
estamos tentando salvar os homens de uma grande queda... Essa é a única ocupação da vida humana – 
ser –, entender sua posição constitucional, entender Deus e a relação com Deus. Estamos evitando isso. 
Qual é a solução? Aqui é dito claramente: jévasya tattva-jijïäsä nartho yaç ceha karmabhiù. Você trabalha 
duro, mas qual é sua meta de vida? Simplesmente gratificação sensorial. É uma vida decadente. Jévasya
tattva-jijïäsä. Agora, o que é  esse  tattva?  Isso  é  explicado  no  verso  seguinte,  vadanti tat tattva-vidas
tattvam [SB 1.2.11]. – Çrémad-Bhägavatam 1.2.8, Bombaim, 26 de dezembro de 1972

2.11
“Não existe a necessidade de empenho separado...”.
Assim, brahmeti paramätmeti bhagavän iti çabdyate [SB 1.2.11], passo a passo. Mas se você se aproxima 
de Kåñëa e tenta compreendê‐lo através do serviço devocional, então automaticamente você compreende 
Brahman e Paramätmä. Não existe a necessidade de empenho separado para a compreensão de Brahman
e Paramätmä. – Çrémad-Bhägavatam 1.2.11, Våndävana, 22 de outubro 1972

“...de diferentes ângulos de visão, aparece diferentemente”. 
Outro exemplo é:  assim  como  se  você  vê  uma  montanha.  Assim  como  ao  redor  de  vocês,  este  lugar, 
Tirupati,  há  muitíssimas  colinas.  A  partir  de  um  lugar  distante,  sua  visão  não  fica  clara.  Você 
simplesmente  vê  algo como nublado,  a mesma montanha. Mas  se  você  progride  um  pouco mais,  você 
verá a mesma montanha ou colina esverdeada. E se você de fato for à mesma colina, você descobrirá que 
há muitíssimos animais, muitíssimos homens e muitíssimas casas. Assim, o objeto é o mesmo, mas, de 
diferentes  ângulos de  visão, aparece  diferentemente.  De maneira  similar,  a  não ser  que  a  pessoa  possa 
compreender Kåñëa perfeitamente, ela realiza a Verdade Absoluta como impessoal, niräkära Brahman. A
não ser que ela compreenda Kåñëa perfeitamente bem, ela não pode compreender o que é Paramätmä,
que é realizado pelos princípios ióguicos. Mas, quando você compreende Kåñëa, então você compreende 
Paramätmä e Brahman também. Este é veredicto do çästra. Assim como se você tem um lakh de rúpias, 
sua posse de alguns milhares de rúpias e de algumas centenas de rúpias já está ali. – Çrémad-Bhägavatam
1.2.11, Tirupati, 26 de abril de 1974

2.12
“Eles estão simplesmente tocando o sino, isso é tudo”.
Duas coisas devem acontecer. Se... Assim como aqui vocês  encontrarão  a arcä-vigraha, adoração  a 
Deidades, está acontecendo, indo em frente. Mas se apenas isso for em frente... Porque nenhum de nós é 
perito. Deve haver çruta-gåhitaya. Temos que ouvir sobre Kåñëa também. Duas coisas devem seguir em 
frente  em  linhas  paralelas.  Se  simplesmente  especulação  segue  adiante,  isso  não  nos  ajudará,  e  se 
simplesmente  o  tocar  do  sino  segue  adiante,  e  então  não  haverá...  Não  é  assim.  Há  templos,  muitas 
centenas e milhares, mas ninguém vai, porque não há çruti, çruta-gåhitaya. As pessoas dizem: “O que há 
ali?  Eles  estão  simplesmente  tocando  o  sino,  isso  é  tudo”.  Portanto,  duas  coisas  devem  seguir  adiante: 
bhaktyä, çruta-gåhitaya. – Çrémad-Bhägavatam 1.2.10, Bombaim, 28 de dezembro de 1972

“...sua qualificação era que ‘Tenho que ver Kåñëa. Tenho que ver Kåñëa’.”.
Há uma história em conexão a isso. É muito instrutiva; tentem ouvir.  Um recitador profissional estava 
recitando  sobre  o  Bhägavata, e ele estava descrevendo que Kåñëa, após ser muito suntuosamente
decorado com todas as jóias, Ele é  enviado  para  cuidar  das  vacas  na  floresta. Assim,  havia  um  ladrão 
nesse encontro. Assim, ele pensou que “Por que então não ir a Våndävana para saquear esse garoto? Ele
está na floresta com muitíssimas jóias valiosas. Posso ir lá e agarrar a criança e pegar todas as jóias”. Essa 
era  a sua  intenção. Assim,  ele  estava  sério  quanto  a  “Tenho  que  encontrar  esse  garoto.  Então,  em  uma 
noite,  irei  me  tornar  um  milionário.  Tantas  jóias”.  Não. Assim,  ele  foi  lá,  mas  sua  qualificação  era  que 
“Tenho  que  ver  Kåñëa. Tenho que ver Kåñëa” da mesma forma que ele foi informado pelo leitor do
Bhägavata. Então ele viu: “Oh, oh, você é um menino tão bom, Kåñëa”. Então ele começou a bajular. Ele 
pensou  que  “Bajulando,  pegarei  todas  as  jóias”.  (risos).  Assim,  quando  ele  propôs  seu  verdadeiro 
negócio:  “Então,  eu  poderia  pegar  alguns  desses  ornamentos  Seus?  Você  é  tão  rico”.  “Não,  não,  não. 
Você...  Minha  mãe  vai  ficar  brava.  Não  posso...”.  (risos).  Kåñëa como criança. Assim, ele ficou mais e
mais ávido por Kåñëa. E então...  Pela  associação  de Kåñëa, ele  já  se  tornara  purificado.  Então,  por  fim, 
Kåñëa disse: “Tudo bem, pode pegar”. Então  ele  se  tornou  devoto,  imediatamente.  Por  causa  da 
associação de Kåñëa...
“Esta é a única instituição que está ensinando às pessoas como ver Kåñëa”.
Assim, essa avidez é  algo  muito  importante.  Mas  ela  pode  ser  desperta  pela  associação  dos  devotos. 
Portanto, estamos dando a todos a chance de invocar essa avidez. Então vocês verão Deus olho no olho. 
Não  é  difícil. Tac chraddadhänä munayaù. Aqueles  que  desenvolveram  essa avidez,  fé,  essa “tenho  de 
ver Kåñëa nesta vida”... Esta vida destina‐se a ver Kåñëa. Ela não se destina a nos tornarmos como cães e 
porcos. Infelizmente, toda a civilização está seguindo com isso, estão sendo treinados para se tornarem 
cães e porcos. Esta é a única instituição que está ensinando às pessoas como ver Kåñëa. Trata‐se da única 
instituição,  este  movimento  da  consciência  de  Kåñëa. Ele  é  muito  importante...  –  Çrémad-Bhägavatam
1.2.12, Los Angeles, 15 de agosto de 1972

2.13
“...se Kåñëa diz: ‘Tudo bem’, então tudo [...] está bem...”. 
Se você  simplesmente  satisfizer  Hari,  a  Suprema  Personalidade  de  Deus,  então  você  satisfaz  todos  os 
outros.  Tasmin tuñöo jagat tuñöaù. Assim como vocês  conhecem  a  história,  no  Mahäbhärata, de que
Duryodhana planejou... quando os Päëòavas estavam na floresta, e o plano de Duryodhana era como
importuná-los. Então, ele abordou Durväsä Muni: “Meu caro senhor, você quis me dar uma bênção. Vim 
para  pedi‐la”.  “Pois  não”.  “Agora,  vá  até  os Päëòavas com todos os seus discípulos, sessenta mil
discípulos, e vá quando Draupadé houver pegado a comida dela”. Assim, Durväsä Muni, um dia... é 
dever  do  kñatriya receber os brähmaëas. Assim, eles estavam, eles estavam, eles haviam terminado o
lanche deles, e Durväsä Muni chegou. Assim, como eles poderiam negar? Eles são kñatriyas. “Sim, meu
senhor. Vocês podem, vocês são bem‐vindos. Apenas tomem seu banho e estamos fazendo os arranjos...”. 
Que arranjos eles fariam? Na floresta? Assim, eles estavam perplexos.  
Kåñëa veio que: “Qual é o problema?”. Eles explicaram: “Este é o problema”. Então perguntaram 
a Draupadé que “Você já terminou...”. Porque Draupadé tinha um, uma benção de que, enquanto ela não 
almoçasse, qualquer número de homens viria, ela, ela poderia alimentá‐los. Esse era o... dela... Mas ela 
havia  terminado  seu  almoço,  então Kåñëa disse: “Apenas vá, encontre algum alimento, qualquer coisa
pequena na cozinha”. Eles disseram: “Não, tudo acabou. Não há alimento”. “Não, simplesmente tentem 
ver”. Então, no pote, eles viram  que um pouquinho de çäk, uma verdura, estava agarrada. Assim, eles
pegaram aquilo e levaram para Kåñëa, imediatamente. Assim, tão logo Kåñëa aceitou, Durväsä e toda a
companhia, eles, eles sentiram suas barrigas encherem. Tasmin tuñöo jagat tuñöaù. Assim, eles sentiam-se
envergonhados de que: “Como iremos? Não podemos comer alimento algum?”. Assim, eles fugiram do 
Ganges. Assim, o processo é esse na verdade. Se você pode satisfazer Kåñëa; se Kåñëa diz: “Tudo bem”,
então tudo, tudo está bem. Bas. Isso é o movimento da consciência de Kåñëa. De uma maneira ou outra,
satisfaça Kåñëa. Saàsiddhir hari-toñaëam [SB 1.2.13]. Então você tem toda a perfeição. Um método muito 
simples.  Tentem  satisfazer  Kåñëa, e tudo seu fica satisfeito. Tudo, tudo fica perfeito. – Çrémad-
Bhägavatam 1.2.13, Våndävana, 24 de outubro de 1972

2.14
“...o que quer que estejam ouvindo, eles devem ser pensativos e escrever”. 
Portanto, estabelecemos a revista Volta ao Supremo. Os estudantes têm autorização para; o que quer que 
estejam  ouvindo,  eles  devem  ser  pensativos  e  escrever.  Kértitavyaç ca. Não  simplesmente  ouvir.  “Ah, 
estou ouvindo há milhões de anos; ainda assim, não posso compreender” – porque você não canta, você 
não  repete  o  que  você  ouviu.  Você  tem  que  repetir. Kértitavyaç ca. çrotavyaù kértitavyaç ca dhyeyaù. E 
como  você  pode  escrever  ou  como  você  pode  falar  a  não  ser  que  você  pense  nEle?  Você  está  ouvindo 
sobre  Kåñëa; você  tem  que  pensar,  então  você  pode  falar. De outro modo, não. Portanto, çrotavyaù
kértitavyaç ca dhyeyaù e püjyaç ca. – Çrémad-Bhägavatam 1.2.13-14, São Francisco, 23 de março de 1967

“Você está ouvindo sobre Deus. Agora você tem que propagar isso”. 
Você  está  ouvindo  sobre  Deus.  Agora  você  tem  que  propagar  isso.  Kértitavyaç ca. Não  que  “Ah,  eu 
conheci Deus. Está tudo bem. Permitam que eu fique satisfeito”. Não, você tem que pregar. Essa é outra 
ocupação.  Porque  as  pessoas  são  ignorantes.  Elas  não  sabem  o  que  é  Deus;  elas  estão  manufaturando 
Deus.  Estão  aceitando  algum  patife  como  Deus.  Assim,  o  que  é  o  Deus  real,  você  tem  que  pregar. 
Çrotavyaù kértitavyaç ca, dhyeyaù. E vocês  devem  sempre  pensar  em  Deus;  então  vocês  obterão 
inteligência... Assim,  pregar,  ouvir,  sempre  pensar  e  adorar.  Essas  quatro  coisas  são  requeridas.  Então 
tudo estará bem. Não é a ocupação oficial de que, após uma semana, você vá e “Deus, dai‐nos o pão de 
cada dia” e vai para casa. Não. Nityadä, vinte e quatro horas devemos estar ocupados, engajados nessa 
ocupação. – Çrémad-Bhägavatam 1.2.14, Los Angeles, 17 de agosto de 1972

2.15
“Quanto mais você controla, você se torna perfeito”. 
Assim, isso se chama inteligência. E cães e gatos, eles estão sofrendo; eles não se importam. “Ah, eu...”, 
eles  esquecem.  Vocês  têm  a  experiência.  Um  gato  está  vindo  para  comer  um  pouco  de  leite  aqui;  você 
castiga, você... Mas novamente ele vem, novamente ele vem. Porque ele é um animal. E a diferença entre 
o animal e o homem é... Suponha que há um prato muito saboroso. Então, o homem, a não ser que lhe 
seja  oferecido,  embora  esteja  ávido,  embora  esteja  ansiando  por  aquela  comida,  ele  fica  aguardando  o 
convite:  “Sim,  você  pode  pegar”.  Mas  gatos  e  cães,  sem  convite,  pegam.  Essa  é  a  diferença  entre  o 
homem e o animal. O animal não pode controlar; o homem pode controlar. Embora ele esteja faminto, 
ele  pode  controlar,  por  civilidade:  “Como  posso  saborear  sem  convite?”.  Assim,  essa  é  a  diferença. 
Portanto,  a  conclusão  é:  a  vida  humana  destina‐se  ao  controle.  Não  como  o  animal:  “Quero  comer, 
imediatamente  pego  isso”.  Um  gato  e  um  cachorro  ou  uma  vaca  e  um  touro  –  estupro.  Tão  logo  haja 
uma  fêmea,  imediatamente  estupram. Assim,  não  há  punição.  Mas  se  você  fizer  isso  na  rua,  estuprar, 
imediatamente você será um criminoso. Assim, essa é a diferença. A inclinação está ali, tanto no animal 
como  no  ser  humano.  Mas  o  ser  humano  deve  ser  controlado.  Isso  é  vida  humana.  Quanto  mais  você 
controla,  você  se  torna  perfeito.  E,  ao  contrário,  quanto  mais  você  afrouxa,  você  é  animal.  Essa  é  a 
diferença. – Çrémad-Bhägavatam 1.2.15, Los Angeles, 18 de agosto de 1972

2.16
“...essa apreciação também é [...] uma elevação para tal pessoa”. 
As pessoas, elas continuam glorificando nossas atividades. Se mantemos o nosso padrão, então elas irão 
apreciar. Assim, isso se chama çraddhä. Essa apreciação se chama çraddhä, çraddadhänasya. Mesmo que 
não se junte, se a pessoa diz: “Ah, isso é muito bom, isso é muito... Essas pessoas são boas”. Às vezes, nos 
jornais, eles dizem que “Esses Hare Kåñëas são ótimos. Queremos mais deles”. Eles dizem. Assim, essa
apreciação  também  é  um,  também  é  uma  elevação  para  tal  pessoa.  Se  ela  não  ouve,  não  vem,  simples 
diz:  “Isso  é  muito  bom.  Sim”.  Da  mesma  forma  que  as  crianças  pequenas,  um  bebê,  ele  também  está 
apreciando,  tentando  se  levantar  com  o  címbalo. Apreciação.  Desde  o  comecinho  da  vida,  apreciação: 
“Isso é bom”. Ele sabe ou não, isso não importa. A simples apreciação está lhe dando um toque de vida 
espiritual.  Isso  é  muito  bom.  Çraddhä. Se  não  forem  contra,  simplesmente  apreciarem:  “Ah,  eles  estão 
fazendo  bem”...  Assim,  o  desenvolvimento  da  vida  espiritual  significa  o  desenvolvimento  dessa 
apreciação, isso é tudo. – Çrémad-Bhägavatam 1.2.16, Los Angeles, 19 de agosto de 1972

“...ele pode se tornar, no futuro, o mestre espiritual”. 
Çuçrüñoù. Aquele que está  muito  ávido  por  ouvir,  ele  pode  se  tornar,  no  futuro,  o  mestre  espiritual. 
Çuçrüñoù çraddadhänasya, com fé. Väsudeva-kathä-ruciù. Ruci significa sabor, e väsudeva-kathä
significa Kåñëa, os tópicos de Kåñëa. Estou falando a vocês  de  minha  experiência  pessoal,  como  essa 
avidez  por  ouvir  é  algo  muito  importante.  Quando  me  encontrei  pela  primeira  vez  com  meu  mestre 
espiritual em 1933... Não... Eu me encontrei com ele pela primeira vez em 1922. Então, por muitos anos, 
fiquei fora de Calcutá, e não podia me encontrar com ele. Novamente, o próximo encontro foi em 1933. 
Assim, naquela vez, eu estava simplesmente indagando os outros discípulos de meu mestre espiritual. 
Naquele tempo eu  não era  mestre  espiritual,  quero dizer,  discípulo.  “Então,  quando  Sua  Santidade  irá 
falar?”. Então, essa informação foi notada por meu mestre espiritual, e ele ficou muito satisfeito de me 
aceitar imediatamente, porque “Este rapaz é muito bom. Ele é muito solicitador para ouvir. Ele não vai 
embora”. 

“...puëya-tértha [...] se você puder encontrar tais grandes almas...”. 


Há muitas almas boas, grandes almas. Assim, se  você  puder  encontrar  tais  grandes  almas,  elas  estão 
executando  seus  feitos  por  aí.  Assim,  se  você  puder  encontrar  algum  bom,  quero  dizer, 
transcendentalista,  se  você  ouvir  dele,  então  seu  processo  de  vida  pode  ser  mudado. Assim, puëya-
tértha-niñe... Ou às vezes tais pessoas, elas viajam por todo o mundo também. Portanto, se você entrar em 
contato com tal pessoa e se você ouvir, então väsudeva-kathä-ruciù se desenvolve. Então sua tendência a 
ouvir sobre Kåñëa e Väsudeva será desenvolvida. Este é o verdadeiro ponto, de que você tem que estar 
muitíssimo ávido. E quando você ficar ávido, Kåñëa enviará para você. Kåñëa está dentro de você. Tão 
logo Ele compreenda que: “Aqui está uma pessoa que de fato quer elevação transcendental”, Ele faz seu 
contato com aquela pessoa. Tais pessoas estão por toda parte. Elas estão no mundo. Não é algo raro. É 
claro que nesta era é muito raro. Mas, se formos sinceros, se estivermos ávidos... Portanto, temos que nos 
tornar sérios e muito ávidos. A não ser que você se torne ávido... Deus quer ver você, o quanto você está 
ávido. Assim, com o desenvolvimento de nossa avidez e de nossa sinceridade quanto a termos o nosso 
conhecimento  em  compreensão  espiritual,  Deus  irá  nos  ajudar. – Çrémad-Bhägavatam 1.2.14-16, São 
Francisco, 24 de março de 1967

“Ruci significa gosto... Mas ruci vem para quem?”.


Väsudeva-kathä-ruciù. Assim, tão logo ele obtenha um ruci... Ruci. Ruci significa gosto. “Ah, aqui estão 
conversas  sobre  Kåñëa, muito bom. Quero ouvir”.  Com  isso  você  obtém  a  espada,  imediatamente.  A 
espada  está  em  sua  mãe. Väsudeva-kathä-ruciù. Mas ruci vem para quem? Esse sabor? Porque, como
expliquei muitíssimas vezes, o sabor, assim como o açúcar cande. Todos sabem que ele é muito doce, mas 
se  você  o  der  a  um  homem  que  está  sofrendo  de  icterícia,  ele  o  saboreará  como  amargo.  Todos  sabem 
que  o  açúcar  cande  é  doce,  mas  o  homem  em  particular  que  está  sofrendo  da  doença,  icterícia,  ele 
saboreará o açúcar cande como muito amargo. Todos sabem disso. Isso é um fato. Esse ruci. Väsudeva-
kathä-ruciù. Çuçrüñoù çraddadhänasya. Assim, se você continuamente ouve  com  fé e  apreciação,  então 
você chegará ao estágio de saborear...

“Se você satisfaz um devoto puro [...] você obtém todas essa qualidades”. 
Então há gosto. Agora, como esse gosto é criado, isso também é explicado na próxima linha. Syän mahat-
sevayä. Mahat-sevayä. Mahat significa... Eu já expliquei. Um devoto, um devoto puro, cujo... que não tem 
nenhuma outra ocupação além de servir Kåñëa, ele é chamado mahat. Assim, a pessoa tem que se ocupar
no serviço  ao  devoto  puro. Tão  logo  sirvamos  um  devoto  puro...  Yasya prasädät. Se você  satisfaz  um 
devoto puro pelo seu serviço, então, mesmo que existam algumas discrepâncias, você obtém todas essa 
qualidades.  Syän mahat-sevayä räjan. Syän mahat-sevayä vipräù. Vipräù. – Çrémad-Bhägavatam 1.2.16,
Los Angeles, 19 de agosto de 1972

2.17
“Assim, Kåñëa é muito egoísta”.
Assim, Kåñëa é muito egoísta. Ele diz... Aqui está dito: sva-kathäù kåñëaù. Todo aquele que está ocupado
em ouvir o kathä de Kåñëa. Kathä significa palavras, mensagens. Assim, no Bhagavad-gétä  também,
Kåñëa diz, mäm ekam: “Somente a Mim”. Ekam. Isso é  necessário.  Embora  tudo  seja  Kåñëa, mas, de
acordo com a teoria panteísta, não  podemos  adorar  tudo.  Tudo  é  Kåñëa, isso  é  um  fato,  mas  isso  não 
significa  que  temos  que  adorar  tudo;  temos  quer  adorar Kåñëa... – Çrémad-Bhägavatam 1.2.17, Los
Angeles, 20 de agosto de 1972

puëya-çravaëa-kértanaù
“Se você simplesmente ouvir, você irá obter resultado piedoso”. 
O próprio ouvir é puëya-çravaëa-kértanaù. Se você simplesmente ouvir, você irá obter resultado piedoso. 
Puëya-çravaëa-kértanaù. E se você canta, você obtém mais resultado piedoso. Puëya-çravaëa-kértanaù. O
resultado será hådy antaù-stho hy abhadräëi. Toda abhadräëi, tudo o que é prejudicial será levado pela 
limpeza. Hådy antaù-stho hy abhadräëi vidhunoti. Vidhunoti. Kåñëa ajuda você  a limpar porque Ele é 
seu  amigo.  Ele  é  amigo  de  todos,  mas  um  amigo  especial  dos  devotos.  Suhåt-satäm. – Bhagavad-gétä
13.15, Bombaim, 9 de outubro de 1973

“As pessoas estão acumulando algo espiritual”. 
Portanto, ouvir kåñëa-kértana também  é  outra  atividade  piedosa.  Assim,  esses  garotos,  quando  estão 
indo  para  as  ruas  cantando Hare Kåñëa, automaticamente eles estão  dando  às  pessoas  a  chance  de  se 
tornarem  piedosas.  Ouvir  é  muito  importante.  Elas  estão  se  tornando  piedosas.  As  pessoas  estão 
comprando uma cópia, Volta ao Supremo. Elas estão aprovando com a cabeça: “Sim, esses rapazes são 
muito  bons”.  As  pessoas  estão  acumulando  algo  espiritual.  Isso  é  muito  bom.  Çåëvatäà sva-kathäù
kåñëaù puëya-çravaëa-kértanaù [SB 1.2.17]. Simplesmente por ouvir, cantar, isso são atividades piedosas.
– Bhagavad-gétä 7.1, Los Angeles, 12 de março de 1970

“...se ele simplesmente ouve, ele se torna piedoso”. 
Çåëvatäà sva-kathäù kåñëaù puëya-çravaëa-kértanaù [SB 1.2.17]. Cantar e ouvir. Simplesmente mediante
esses dois processos. Puëya-çravaëa-kértanaù. Puëya, piedade. Assim, qualquer um que venha aqui,
mesmo que não entenda uma única palavra que estamos falando; se ele simplesmente ouve, ele se torna 
piedoso. Simplesmente por ouvir. Até mesmo uma criança nossa, ela se torna piedosa. E, a não ser que 
estejamos livres de nossa vida pecaminosa, não podemos entender sobre Deus... – Çrémad-Bhägavatam
1.2.17, Los Angeles, 20 de agosto de 1972

“...Bhägavata-saptäha... de um modo ou de outros, eles estão ouvindo sobre Kåñëa”.


Se ouvimos atentamente sobre Kåñëa, puëya-çravaëa-kértanaù; se  ouvimos  sobre Kåñëa, não  importa 
quem  sou  eu,  mas,  simplesmente  por  ouvir Kåñëa, sobre Kåñëa, irei obter alguma ação  resultante  de 
atividades piedosas. Assim como há o Bhägavata-saptäha. Vocês, dentro de uma semana, ninguém pode 
entender o que é o Bhägavata. E o recitador também não sabe o que ele está recitando. Mas porque, de 
um modo ou de outros, eles estão ouvindo sobre Kåñëa, há alguma ação piedosa resultante. Isso é um 
fato. – Çrémad-Bhägavatam 1.2.17, Våndävana, 28 de outubro de 1972

“...os centros da ISKCON estão abertos simplesmente para dar a todos a chance de ouvir...”. 


Assim, temos que nos purificar, e o processo é  ouvir  sobre Kåñëa. Isso é  tudo. çåëvatäà sva-kathäù
Kåñëa... Este templo e os centros da ISKCON estão abertos simplesmente para dar a todos a chance de 
ouvir sobre Kåñëa de forma que seus corações sujos possa ser limpo. Esse é o propósito. Não temos outro 
propósito.  Não  estamos  abrindo  estes  centros  para  algum  benefício  material.  Não,  queremos  dar  ao 
mundo  todo  a  iluminação  espiritual  sem  a  qual  eles  estão  sofrendo.  E  esta  forma  de  vida  humana 
destina‐se  especialmente  a  este  propósito  de  compreender  nossa  posição  espiritual.  –  Çrémad-
Bhägavatam 1.1.1, Nova Iorque, 6 de julho de 1972

Suhåt satäm
“...Kåñëa nos ajudará a remover essa sujeira”.
Çåëvatäm... Como Ele irá ajudá-lo? Ele irá ajudá-lo no mesmo processo, espalhar a poeira, quero dizer,
tirar a poeira, tirar todas as coisas sujas que você acumulou dentro de sua mente. Çåëvatäà sva-kathäù
kåñëaù puëya-çravaëa-kértanaù, hådy antaù-stho hy abhadräëi. Abhadräëi significa coisas sujas, as
coisas sujas que acumulamos através  de  nossa  associação  material, Kåñëa nos ajudará a remover essa
sujeira. Hådy antaù-stho hy abhadräëi vidhunoti suhåt satäm. Porque Ele  é  amigo  de  todas  as pessoas 
santas.  Ele  é  um  amigo.  Assim,  o  nosso  empenho  para  nos  tornarmos  conscientes  de  Kåñëa é  um 
empenho santo, e, portanto, Ele também coopera. – Bhagavad-gétä 4.7-9, Nova Iorque, 22 de julho de 1966

“Se o filho está em dificuldade, o pai fica mais ansioso”.


Assim, nosso movimento da consciência de Kåñëa está dando essa chance a todos. Todos, sem nenhuma
discriminação. Assim, como ele é purificado? Alguém talvez diga que: “Simplesmente por ouvir, como 
alguém se purifica?”.  Não.  Kåñëa ajuda. Aqui está dito: hådy antaù stho hy abhadräëi vidhunoti suhåt
satäm. Kåñëaù vidhunoti. Kåñëa ajuda você. Aqueles que estão ouvindo com atenção... Kåñëa está dentro
de você,  de  todos,  Paramätmä. Éçvaraù sarva-bhütänäà håd-deçe ’rjuna tiñöhati [Bg. 18.61]. Kåñëa está
com você.  Kåñëa é  tão  amável  e  gentil,  Kåñëa é  tão  solidário  e  compreensivo,  [que],  tão  logo  Ele  veja: 
“Ah, essa alma...”. Porque toda alma é filho de Kåñëa... Assim, Ele está muito ansioso. Assim como um
pai. Se o filho está em dificuldade, o pai fica mais ansioso: “Como esse rapaz será resgatado dessa
dificuldade?”. Similarmente, estamos sofrendo neste mundo material. Kåñëa está mais ansioso [do que
nós] para fazer com que voltemos ao lar, voltemos ao supremo. Portanto, tão logo Ele  vê: “Ah, ele está 
ouvindo sobre Mim. Ah, obrigado. Irei ajudá‐lo”. Imediatamente Ele vidhunoti, Ele limpa todas as coisas
sujas. – Çrémad-Bhägavatam 1.2.17, Los Angeles, 20 de agosto de 1972

“Estes são os quatro pilares de abhadräëi”.
Isso, o princípio abhadräëi significa sexo ilícito, intoxicação, comer de carne e jogos de azar. Estes são os 
quatro pilares de abhadräëi. – Çrémad-Bhägavatam 1.2.17, Våndävana, 28 de outubro de 1972

2.18
“...bhägavata-sevayä, não bhagavän-sevayä…”.
Assim, aqui é dito bhägavata-sevayä, não bhagavän-sevayä. Bhagavän é Kåñëa, a Suprema Personalidade
de Deus, e bhägavata significa em relação  com  Bhagavän, que tem relacionamento  com  Bhagavän.
Portanto, aqui se  recomenda bhägavata-sevayä, não bhagavän-sevayä. A idéia  é  que  você  não  pode  se 
aproximar  de  Bhagavän, Deus, diretamente. Isso não  é  possível.  Antes de tudo, você  tem  que  servir  o 
bhägavata, o devoto bhägavata... Assim, a pergunta foi: “Qual adoração  é  a  melhor?”.  O  Senhor  Çiva
então respondeu: ärädhanänäà sarveñäà viñëor ärädhanaà param: “Minha querida Pärvaté; de todos os
métodos de adoração, a adoração a Viñëu é a mais grandiosa”. Existe adoração a muitos semideuses, até 
mesmo adoração ao Senhor Çiva, mas o Senhor Çiva diz: “A adoração a Viñëu é a melhor”. Então, ele diz 
novamente: tasmät parataraà devi. “Minha querida Devi, melhor do que essa adoração  a Viñëu é 
tadéyänäà samarcanam.” Tadéya. Tadéya significa aqueles que estão em relação a Viñëu, tadéya. Como o
Seu devoto, tadéya. Tulasé-våkña. Tulasé é tadéya. Ou templo tadéya. Pregação  tadéya. Tadéyänäà
samarcanam. Isso é bhägavata. Assim o Senhor Çiva recomenda que “De todos os métodos de adoração, 
a adoração a Viñëu é a melhor, e melhor do que a adoração a Viñëu é adorar Seu devoto ou coisas em 
relação a Ele”.

“Nityam... sequer um único instante desperdiçado...”.
Portanto, é recomendado aqui: nityam, diariamente, ou constantemente, vinte e quatro horas. Temos que 
moldar  a  nossa  vida  de  tal  maneira  que  vinte  e  quatro  horas,  sequer  um  único  instante  desperdiçado, 
nos  ocupemos  em  bhägavata-sevayä, devemos nos ocupar no serviço  ao  que  é  relativo  ao  Senhor.  O
Çrémad-Bhägavatam, o Bhagavad-gétä, o mestre espiritual, tulasé-devé, o templo, a pregação,  os  livros: 
tudo isso é bhägavata. Portanto, nityaà bhägavata-sevayä.

Nañöa-präyeñu
“...digamos, setenta e cinco [por cento] limpo”. 
Nañöa-präyeñu. Se nos ocupamos nesse bhägavata-sevayä... Assim como estamos fazendo diariamente,
tentando ler um verso do Çrémad-Bhägavatam, discutindo entre nós. Isso  é  bhägavata-sevayä. Nityam,
diariamente, regularmente. Por esse processo, quando as coisas sujas dentro do coração, nañöa-präyeñv
abhadreñu. Abhadra significa coisas sujas, coisas inauspiciosas. O que são  essas  coisas  inauspiciosas? 
Coisas  inauspiciosas  significa  a  doença  do  coração  de  querer  desfrute  sensorial... Deste  modo;  quando 
quase  todas  as  coisas  sujas  foram  limpas  –  não  todas...  Tão  logo  todas  as  coisas  sujas  estejam  fora, 
limpas,  então  somos  almas  liberadas.  Imediatamente:  amor  a  Deus,  consciência  original.  Você  se  torna 
louco.  Como  Caitanya Mahäprabhu, yugäyitaà nimiñeëa... Portanto, nañöa-präyeñv abhadreñu nityaà
bhägavata-sevayä. Não  completamente  limpo,  mas präya, digamos, setenta  e  cinco  [por  cento]  limpo. 
Nesse  momento,  você  se  fixa  no  serviço  devocional,  naiñöhiké... – Çrémad-Bhägavatam 1.2.18, Los
Angeles, 21 de agosto de 1972

“...a pessoa está tentando abandonar os maus hábitos...”.


Agora alguém talvez diga que “Ele não está seguindo estritamente as regras”. Mas, se intencionalmente, 
se ele está fazendo assim, então é muito arriscado. Ele cairá. Mas se, por ventura, ele faz isso, a próxima 
linha  diz: kñipraà bhavati dharmätmä. Porque ele está perseverando na consciência  de  Kåñëa, ele
novamente será reformado. Kñipram. Muito em breve ele será reformado... Portanto, é  dito: 
nañöapräyeñu. Não que a pessoa se torna completamente perfeita. Mesmo präyeñu, quase perfeita, ainda
assim, quase, não que completamente, abhadreñu, a pessoa está tentando abandonar os maus hábitos, as
coisas indesejadas. Nañöapräyeñu abhadreñu. Como isso é possível? Nityaà bhägavata-sevayä. – Çrémad-
Bhägavatam 1.2.18, Våndävana, 29 de outubro de 1972

“Gradualmente você segue ouvindo... Gradualmente, todas as coisas sujas serão limpas”. 


Aqui é  dito  que nañöa-präyeñu abhadreñu. Não  completamente. Há muitíssimas coisas sujas dentro do
nosso coração. Se imediatamente ele se torna limpo, então  imediatamente  somos  pessoas  liberadas.  E 
isso  não  é  possível.  Gradualmente.  Gradualmente  você  segue  ouvindo,  ouvindo, çåëvatäà sva-kathäù
kåñëaù [SB 1.2.17]. Gradualmente, todas as coisas sujas serão  limpas.  Portanto,  nañöa-präyeñu, quase
limpo. Não  puramente,  não  completamente  limpo.  Mesmo  que  esteja  quase  limpo... Nañöa-präyeñu
abhadreñu. Como  ele  é  limpo? Nityaà bhägavata-sevayä... – Çrémad-Bhägavatam 1.2.18, Calcutá, 26 de
setembro de 1974

uttama-çloka
“...eles não podem oferecer orações verdadeiramente”. 
Uttama significa udgata-tama. Este mundo material é  tama,  ignorância,  escuridão.  E Kåñëa está  além 
deste  mundo  material;  portanto,  Ele  é  chamado  de  para.  Para  significa  transcendental. Assim, uttama-
çloka. Então, quando oferecemos nossas orações  a  Kåñëa, elas  não  são  palavras  ordinárias.  Portanto, 
aqueles  que  não  são  almas  liberadas,  eles  não  podem  oferecer  orações  verdadeiramente.  Temos  que 
oferecer  as  orações  das  almas  liberadas,  não  do  homem  comum... – Çrémad-Bhägavatam 1.2.18, Los
Angeles, 21 de agosto de 1972

“Não saptähaà bhägavata-sevayä...”.
Não saptähaà bhägavata-sevayä, oficialmente. Isso é karma-käëòéya. “Eu me sento para um saptäha em
um ano, e então,  por  357  dias,  faço todo  tipo  de  disparate”.  Não. Nityaà bhägavata-sevayä. – Çrémad-
Bhägavatam 1.2.18, Våndävana, 29 de outubro de 1972

naiñöhiké.
Há diferentes estágios de serviço devocional. Isso eu já expliquei muitas vezes. Antes de tudo, çraddhä,
sädhu-saìga, bhajana-kriyä, anartha-nivåttiù syät. Quando anartha-nivåttiù syät, todas as coisas
indesejadas são  findadas;  nesse  momento, niñöhä, fé  firme. Assim, bhagavaty uttama-çloke bhaktir
bhavati naiñöhiké. Assim, há muito tempo existem coisas sujas, nossa fé  e  nossa  devoção  a  Kåñëa não 
estão muito fixas; às vezes nos desviamos, vamos embora. Mas, então, nañöa-präyeñu; quando setenta e
cinco por cento das coisas sujas são limpas, então a nossa fé em Deus se torna fixa. – Çrémad-Bhägavatam
1.2.18, Los Angeles, 21 de agosto de 1972

2.19
“Sem se tornar um brähmaëa, ninguém pode se tornar Vaiñëava”.
Assim, o princípio é  que  temos  que  colocar  nossa  mente,  nossa  consciência,  em sattva-guëa. Esse é  o 
primeiro afazer... Sem chegarmos à plataforma de sattva-guëa, ou qualificação bramânica, não se pode 
fazer qualquer avanço na vida espiritual. Portanto, em nosso movimento da consciência de Kåñëa, nós,
antes de tudo, trazemos cada um à  plataforma  de  brähmaëa. Portanto, no momento da segunda
iniciação,  oferecemos  o  cordão  sagrado  para  reconhecê‐lo  de  que  “Ele,  agora,  é brähmaëa”. Sem se
tornar um brähmaëa, ninguém  pode  se  tornar  Vaiñëava. – Çrémad-Bhägavatam 1.2.19, Calcutá, 27 de
setembro de 1974

“...este é o teste – imediatamente ele se livrará de toda luxúria e ganância”. 
Assim, tornar-se consciente de Kåñëa significa que imediatamente – este é o teste – imediatamente ele se 
livrará  de  toda  luxúria  e  ganância.  Se  ele  não  é  livre  da  luxúria  e  da  ganância,  ele  está  fazendo  show, 
exibindo‐se;  ele  não  é  consciente  de  Kåñëa. Este é  o  teste.  Se  a  pessoa  é  realmente  avançada  em 
consciência  de  Kåñëa, então  esses  dois  sintomas  serão  visíveis  em  seu  caráter:  sem  mais  luxúria,  sem 
mais  ganância.  Ele  deve  ficar  satisfeito  com  uma  esposa  ou  um  esposo...  –  Çrémad-Bhägavatam 1.2.19,
Los Angeles, 22 de agosto de 1972
“Enquanto você for luxurioso... ganancioso...”.
A civilização moderna é baseada em rajas-tamo-bhäväù. Ninguém está satisfeito. Todos são gananciosos. 
E  luxuriosos.  Käma-lobhädayaç ca ye. Käma. Enquanto você  for  luxurioso,  enquanto  você  for 
ganancioso, não há questão de serviço devocional. Não há questão de avanço na vida espiritual. Assim, 
portanto, você tem [que] vir para a plataforma de sattva-guëa, onde simplesmente conhecimento... Não 
há outra coisa, ignorância ou ganância, somente conhecimento. – Çrémad-Bhägavatam 1.2.19, Calcutá, 27
de setembro de 1974

“Isso também não é suficiente”. 
Assim, se podemos, de uma forma ou de outra, evitar os modos de nível inferior, a saber, ignorância e 
paixão,  então  naturalmente  iremos  para  a  plataforma  da  bondade.  Isso  também  não  é  suficiente. 
Portanto, é dito aqui, nañöa-präyeñu, quase terminadas todas as coisas sujas. “Não, agora estou situado 
em  bondade,  nas  qualificações  bramânicas”. Assim,  o  çästra diz que está tudo bem. Mas, ainda assim,
está  sujo.  Porque,  no Bhagavad-gétä, descreve‐se  que  isso  também  é  causa  de  condicionamento.  “Sou 
muito estudado. Agora me tornei brähmaëa”. Assim, ele não sabe que isso também é este falso ego, de 
que  “Eu  sou brähmaëa. Sou muito erudito. Sou muito avançado”.  Isso  também  é  causa  de 
condicionamento. Ele não sabe disso. Simplesmente se livrar dos modos da ignorância e da paixão não é 
suficiente. A  pessoa  deve  se  livrar  dos  modos  da  bondade  também,  a  assim  chamada  bondade.  Então 
você chega à plataforma transcendental. Isso se chama sarvopädhi-vinirmuktam. – Çrémad-Bhägavatam
1.2.19, Våndävana, 30 de outubro de 1972

2.20
“...se não estou prasanna-manasa, isso significa que mäyä me atacou”.
Assim, como alguém pode se tornar prasannätmä ou prasanna-manasa? Isso é descrito aqui. Bhagavad-
bhakti-yogataù. Evaà prasanna-manaso bhagavad-bhakti-yogataù. Se você aceita bhagavad-bhakti-yoga,
serviço  devocional  ao  Senhor,  você  ficará prasanna-manasa. Você  ficará  sempre  se  sentindo  alegre  e 
jovial.  Se  não  estou  alegre  e  jovial,  se  não  estou prasanna-manasa, isso significa que mäyä me atacou.
Um bhagavad-bhakta jamais deve ser aprasanna, não jovial. Sempre jovial. Se ele está verdadeiramente 
em contato com Kåñëa, como ele pode ficar taciturno? Não. Se ele está taciturno, se ele está infeliz, isso 
significa  que  mäyä o atacou. Este é  o  teste.  Isso  significa  falta  de  bhagavad-bhakti-yoga. Isso  é  mäyä.
Portanto, você deve ser muito cauteloso. Teste. Se não podemos levantar cedo pela manhã, isso significa 
que  estamos  sob  as  garras  de  mäyä. Esse é  o  teste... – Çrémad-Bhägavatam 1.2.20, Våndävana, 31 de
outubro de 1972

2.21
“O nó é o sexo”. 
Assim, bhidyate significa cortar em pedaços.  O  que  é  isso?  O  nó. Hådaya-granthi. Hådaya significa
coração, e granthi significa nó. Assim, o nosso coração, o coração de todos, está com nó. O que é esse nó? 
O nó é o sexo. Puàsaù striyä mithuné-bhävam etam [SB 5.5.8]. Isso é nó. O desfrute material começa. Há, 
no  coração  de  todos,  homem,  mulher...  O  homem  quer  ter  mulher;  a  mulher  quer  ter  homem.  Isso  é  a 
procura.  E  se,  de  uma  maneira  ou  de  outra,  se  eles  se  unem,  o  nó  se  torna  preso,  muito  forte. Isso se
chama nó. Então,  tão  logo  o  nó  esteja  ali,  então  casa,  então  terra,  então gåha-kñetra-suta, filhos. Então 
filhos,  então  dinheiro.  Deste  modo,  um  após  o  outro,  um  após  o  outro,  tornamo‐nos  amarrados  em 
muitíssimas  coisas.  Isso  se  chama  nó. Hådaya-granthi, uma após a outra. Do mesmo modo que, para
deixar apertado, você  dá  um  nó,  novamente  um  nó,  outro  nó,  outro  nó,  outro  nó;  para  deixar  seguro. 
Assim,  tal  é  a  nossa  posição.  Este  mundo  material,  estamos  amarrados  de  muitíssimas  maneiras,  e 
estamos criando mais nós. Portanto, temos que cortar esse nó. – Çrémad-Bhägavatam 1.2.21, Los Angeles,
24 de agosto de 1972

“...duas coisas devem seguir em linhas paralelas”.


Portanto, duas coisas devem seguir em linhas paralelas. De um lado, a pessoa deve cultivar a consciência 
de  Kåñëa, e, de outro, deve abandonar todas as coisas indesejadas. Isso irá ajudá-la. Você  não  pode 
continuar com ambas as coisas. Assim como quando a pessoa está doente, ela recebe medicamento. Ao 
mesmo tempo, ela tem que agir, não tomar isso, não tomar aquilo. Assim é a maneira de se tratar. Não 
que, o que quer que você goste, você pode comer; o que quer que você goste, você pode fazer, ao mesmo 
tempo em que você se torna espiritualmente avançado...

“Este é o estágio de completa liberação”. 
Este é  o  estágio  de  completa  liberação.  No  verso  anterior,  foi  dito: bhagavat-tattva-vijïänaà mukta-
saìgasya jäyate. A ciência de Deus, bhagavat-tattva, a ciência da Verdade Absoluta, torna‐se manifesta à 
alma liberada. Kñéyante ca asya karmäëi. Karmäëi, karmäëi nirdahati kintu ca bhakti-bhäjäm... karmäëi
nirdahati kintu ca bhakti-bhäjäm [Bs. 5.54], aqueles que aderiram  à  consciência  de  Kåñëa em serviço 
devocional, o karma deles é cortado fora. Não há nenhuma ação resultante. Assim como vocês conhecem 
grão‐de‐bico.  Grãos‐de‐bico,  se  vocês  semearem  no  chão,  ele  frutificará  em  uma  planta.  Mas  o  mesmo 
grão‐de‐bico,  se,  fritado,  vocês  plantarem  na  terra,  ele  não  frutificará.  Assim,  o  nosso  karma  deve  ser 
frito  pelo  serviço  devocional.  Então  ele  não  produzirá  nenhum  resultado.  E  Kåñëa também  diz  no 
Bhagavad-gétä: ahaà tväà sarva-päpebhyo mokñayiñyämi [Bg. 18.66]. Assim, não há ação resultante da 
atividade  de  um  devoto.  Portanto,  aqui  é  dito: kñéyante ca asya karmäëi. A  não  ser  que  você  tenha 
findado  completamente  sua  ação  resultante  de  karma,  você  não  pode  ser  promovido  para  o  mundo 
espiritual. – Çrémad-Bhägavatam 1.2.21, Våndävana, 1 de novembro de 1972

2.23
“Seu problema é solucionado quando fora da prisão”. 
Como quando alguém  é  prisioneiro. Assim,  se  ele  satisfaz  o  superintendente  da  prisão,  ele  pode  obter 
um pouco de facilidade. Agora eu vi, na prática, que um jovem rapaz, ele estava aprisionado por um ato 
criminal. Assim,  ele  está  datilografando  no  escritório  do  superintendente  carcerário.  Isso  significa  que 
ele era educado, mas ele foi colocado nos termos comuns da prisão. Ele estava quebrando pedras. Mas 
ele satisfez o superintendente carcerário de que: “Não estou acostumado com isso. Contudo, posso servi‐
lo de algum outro modo”. Assim, ele viu que: “Ele é educado. Ele sabe. Tudo bem. Você pode vir para o 
meu escritório”... Então, essa facilidade você pode ter. Mas não liberdade da casa de detenção. Isso não 
está  sob  o  poder  do  superintendente.  De  modo  similar,  todos  os  semideuses,  eles  podem  lhe  dar  uma 
facilidade  temporária,  mas  eles  não  podem  libertá‐lo  da  casa  de  detenção... Assim como na prisão.  O 
mesmo  exemplo:  o  rapaz  recebeu  um  pouco  de  alívio.  Ao  invés  de  quebrar  pedra,  ele  recebeu 
autorização  para  datilografar  no  escritório.  Isso  não  significa  que  seu  problema  está  solucionado.  Seu 
problema é solucionado quando fora da prisão. É assim. Mas isso o superintendente de polícia não pode 
dar. Isso será dado pelo governo. Similarmente, se queremos nos livrar da casa de detenção da existência 
material,  temos  que  aderir  à  consciência  de  Kåñëa. Nenhum outro método  irá  nos  livrar.  –  Çrémad-
Bhägavatam 1.2.23, Los Angeles, 26 de agosto de 1972

“E as pessoas se refugiam em Äçutoña, o Senhor Çiva, para resultados rápidos”.


O nome do Senhor Çiva é  Äçutoña. Ele  muito  rapidamente  se  satisfaz  para  oferecer  bênçãos;  portanto, 
geralmente, as pessoas vão a Äçutoña, o Senhor Çiva. Ele não considera. Se você pode satisfazê‐lo, você 
pode  obter  qualquer  tipo  de  bênção  com  ele.  Ele  estará  disposto:  “Tudo  bem.  Pegue”.  Porque  ele  quer 
evitar perturbação. Então, quando os devotos vêm, perturbam‐no, a fim de..., simplesmente para que vá 
embora,  ele  diz:  “Tudo  bem,  o  que  quer  que  você  queira,  pegue  e  vá  embora”.  Portanto,  seu  nome  é 
Äçutoña. E as pessoas se  refugiam  em Äçutoña, o Senhor Çiva, para resultados rápidos. Mas o Senhor
Viñëu não é assim. Se você quer algo extraordinário do Senhor Viñëu, isso não é possível. Ele não dará. 
O Senhor Brahmä também... Portanto, aqui é indicado: çreyäàsi. Se você quer sua meta última, então se 
refugie  em  Viñëu, o Senhor de sattva-guëa. Então  você  será  beneficiado.  Não  por  outros.  – Çrémad-
Bhägavatam 1.2.23, Våndävana, 3 de novembro de 1972

2.24
“...nosso treinamento [...] é levá‐lo à plataforma da bondade...”. 
Se você quer ver Brahman, a Suprema Verdade Absoluta, então você tem que vir para a plataforma de 
bondade. Você não pode permanecer na plataforma de ignorância e paixão. Portanto, nosso treinamento 
para  o  estudante  é  levá‐lo  à  plataforma  da  bondade, brähmaëa. Brahma jänätéti brähmaëaù. Brahma-
darçana. Brahma-darçana significa a pessoa que viu brahma, ou alguém  que  conhece  brahma. Ele se 
chama brähmaëa. Assim, no todo, para compreender a Verdade Absoluta, mesmo brahma-darçanam, a
Verdade Absoluta, você vem para a luz, e não na escuridão. Se você que ver o sol pelo menos, então você 
vem para a claridade solar. Não que, na sala escura, fechando sua porta, você pode ver a claridade solar. 
Você tem que sair. Tamasi mä jyotir gama. Portanto, a injunção Védica é “Não permaneça na escuridão. 
Saia  para  ver  a  luz”...  O  mesmo  ser  humano:  um  está  na  escuridão,  um  está  na  paixão,  e  um  está  na 
bondade. E se você vem para a bondade, então você vê, brahma-darçanam. Você pode entender o que é a 
Verdade  Absoluta.  Se  você  permanece  na  ignorância  e  na  paixão,  você  não  pode  ver,  você  não  pode 
saber. – Çrémad-Bhägavatam 1.2.24, Los Angeles, 27 de agosto de 1972

“Deve-se vir para a plataforma de sattva-guëa”.


Assim, aqui  está  muito  claramente  declarado:  tamasas tu rajas tasmät sattvaà yad brahma-darçanam.
Deve-se vir para a plataforma de sattva-guëa. Portanto, temos  muitíssimas  restrições,  apenas  para 
mantê‐lo  disposto  em  sattva-guëa: não  comer  de  carne,  não  sexo  ilícito,  não  intoxicação,  não  jogos  de 
azar. Se alguém se ocupa em tais  coisas, ele não pode chegar à plataforma de sattva-guëa, tampouco as
coisas lhe serão reveladas. Ele permanecerá na escuridão... – Çrémad-Bhägavatam 1.2.24, Våndävana, 4 de
novembro de 1972

2.26
“Na verdade, o Kälé-püjä destina-se aos comedores de carne”.
Aqui, se apresento Kåñëa, alguém  pode  dizer:  “Por  que  não Kälé?”. Ghora-rüpän. “Ah, Kälé é  muito 
ativa. Ela tem uma língua tão longa. E tem uma espada em sua mão, cortando as cabeças. Isso é muito 
bom. E nós somos, poderemos comer bodes”. Vejam. Na verdade, o Kälé-püjä destina-se aos comedores
de carne. O Kälé-püjä... Agora esta, esta temporada é  Kälé-püjä. Este Kälé-püjä destina-se porque os
çästras Védicos são feitos de tal forma que, do mais baixo patife ao homem mais altamente inteligente, 
todos devem se elevar. Esse é o propósito. Do mais baixo patife ao brähmaëa mais altamente inteligente.
Porque todas as classes de homens existem. Alguns deles estão influenciados pelos modos da bondade; 
alguns  estão  influenciados  pelos  modos  da  paixão;  alguns  deles  estão  influenciados  pelos  modos  da 
ignorância... Assim, os comedores de carne, para eles, os Vedas dizem: “Sim”, loke vyaväyämiña-madya-
sevä nityä hi jantoù, “todo ser vivo, entidade viva, tem uma tendência geral...”. Porque ele veio aqui para 
desfrutar, para satisfazer os sentidos materiais, e sentidos materiais significa comer carne, beber vinho e 
ter vida sexual. Isso é material, satisfação dos sentidos materiais. Assim, eles são regulados. “Tudo bem. 
Vocês querem carne, vocês querem comer cerne, tudo bem, então sacrifiquem um bode diante da deusa 
Kälé e adorem-na no ämäväsya, a noite da lua negra”. Muitíssimas regulações. O verdadeiro propósito é 
restringi‐lo, mas se for dito diretamente “Não coma carne”, ele se revoltará. 

“De outro modo, eles colocarão muitíssimos deuses”. 


Mumukñavo ghora-rüpän. Nós, portanto, estamos restringindo a adoração  a  qualquer  outro.  Portanto, 
quando  comecei  esta  missão,  muitos  amigos  me  sugeriram  “Por  que  você  não  faz  ‘Consciência  de 
Deus’?”.  Isso  é  tapeação,  consciência  de  Deus.  “Consciência  de  Kåñëa”. De outro modo, eles colocarão 
muitíssimos deuses. “Aqui está  outro  deus, aqui  está  outro  deus, aqui  está  outro  deus, aqui  está outro 
deus,  aqui  está  outra  encarnação,  aqui  está  outro  avatära”: tudo patifaria. Estabeleçamos 
verdadeiramente  quem  é  Deus.  Kåñëas tu bhagavän svayam [SB 1.3.28]. Näräyaëa-kaläù çäntäù.
Portanto, tentem entender a nossa missão. Aqui é dito. Temos que aceitar a Suprema Personalidade de 
Deus. Kåñëa também diz: sarva-dharmän parityajya mäm ekaà ça.. [Bg. 18.66]. “Somente a Mim. Então 
você  será  salvo”.  De  outro  modo,  você  irá  para  o  inferno.  Assim,  este mumukñavo ghora-rüpän, não 
aconselhamos que você... ou você adora Kälé, ou você adora Çiva, ou você adora... Ah, é tudo a mesma 
coisa. yata mata tata patha. Não falamos toda essa patifaria. Nós simplesmente dizemos: “Venham para 
Kåñëa. Então vocês serão salvos”. – Çrémad-Bhägavatam 1.2.26, Våndävana, 6 de novembro de 1972

2.31
“...eles explicam isso como intuição... Ela está vindo de Paramätmä”.
Assim, Kåñëa me deu um tipo de corpo para que eu possa desfrutar, e Ele me dá a lembrança também: 
“Agora você quis desfrutar assim. Você obteve esta oportunidade. Faça isso”. Esta é a prova. Vocês verão 
que mesmo um, como se chama, um filhote, nascido de uma animal, o cachorro, gatos e cachorros, eles 
encontrarão onde está o seio materno. O bebê humano também, eles também tentam encontrar onde está 
o seio materno. Porque eles, eles explicam isso como intuição. Mas nós não dizemos que isso é intuição. 
Ou mesmo que você chama de “intuição”, de onde ela está vindo? Ela está vindo de Paramätmä. Ele está
fornecendo que: “Encontre. Aqui você  encontra  o  seio  materno,  e  aqui  está  sua  comida. Aqui  está  sua 
comida”. Portanto, mesmo logo após o nascimento, o gatinho, ou uma criança pequena, encontra onde 
está  o  alimento.  Essa  é  a  explicação  para  a  intuição.  –  Çrémad-Bhägavatam 1.2.31, Våndävana, 10 de
novembro de 1972

2.32 
“Assim, quão crânio é Kåñëa, vocês podem simplesmente imaginar”.  
Todo extrato de conta é mantido. Simplesmente imaginem quantas incontáveis entidades vivas existem. 
Asaìkhya.  Jéva-bhägo sa vijïeyaù sa cänantyäya kalpate.  Não  há,  vocês  não  podem...  Inumeráveis.  E 
toda e cada alma individual está fazendo de acordo com seus próprios desejos, e todo balanço de conta é 
mantido. Simplesmente imaginem quão perito tem que ser o contador! Todo cálculo é mantido. Porque a 
ela tem que ser novamente oferecido outro corpo, prestando conta de suas atividades. Karmaëä daiva-
netreëa  [SB  3.31.1].  Ela  está  agindo.  Incontáveis  entidades  vivas.  Assim,  quão  crânio  é  Kåñëa,  vocês 
podem  simplesmente  imaginar.  E  não  apenas  um  planeta  –  há  inúmeros  planetas,  há  inúmeros 
universos. Tudo é inumerável. Isso se chama ilimitado. Tudo é inumerável. E, ainda assim, algum patife 
alega ser Deus.  Quão crânio  Deus tem  que ser, ele  não sabe.  Quão  crânio... Anvayäd  itarataç ca artheñu 
abhijïaù. – Çrémad-Bhägavatam 1.2.32, Våndävana, 11 de novembro de 1972 
 
2.34 
“...há encarnações entre os animais inferiores, bestas, pássaros e em toda parte”. 
Assim, há muitíssimas sociedades. Deva‐tiryaì-narädiñu. E, em toda sociedade, há encarnação de Deus 
de  acordo  com  a  posição  deles.  De  acordo  com  a  língua  deles,  de  acordo  com  os  problemas  deles,  há 
encarnação.  Nós  não  vemos  outras  encarnações,  mas  podemos  ver  a  forma  humana  de  encarnação. 
Rämädi-mürtiñu kalä-niyamena tiñöhan  [Bs.  5.39].  Mas,  a  partir  do  çästra,  podemos  entender  que  há 
encarnações  entre  os  animais  inferiores,  bestas,  pássaros  e  em  toda  parte.  O  propósito  é  recuperar  as 
almas caídas. Assim, não apenas Ele encarna, mas Ele envia Seu devoto, Ele vem como devoto... 
 
“...todos os deuses estão indo para os países ocidentais”. 
Devemos  ser  muito  cautelosos,  de  que,  embora  haja  muitos  milhares  e  milhares  de  encarnações  de 
Kåñëa, a Suprema Personalidade de Deus; ainda assim, quando temos que aceitar alguém ou algo como 
encarnação,  temos  que  recorrer  ao  çästra.  Então  estará  tudo  bem.  Do  contrário,  seremos 
desencaminhados,  enganados.  Isso  está  sendo  feito.  Muitíssimos.  Na  rua,  nas  veredas,  há  muitíssimos 
deuses.  E  especial  o  deus,  todos  os  deuses  estão  indo  para  os  países  ocidentais.  –  Çrémad-Bhägavatam 
1.2.34, Våndävana, 13 de novembro de 1972

Resumo de Sua Graça Bhurijana dasa 
 
Antes de responder, Suta Gosvami primeiramente oferece suas reverências ao seu guru, Srila Sukadeva 
Goswami,  e  então  começa  a  responder  às  questões  dos  sábios  (1‐4).  Suta  começa  descrevendo  quão 
relevantes  são  as  indagações  dos  sábios  uma  vez  que  são  sobre  Krsna,  a  Suprema  Personalidade  de 
Deus.  Ele  então  enfatiza  a  importância  do  processo  da  auto‐realização  e  de  sua  meta:  o  serviço 
devocional  a  Krsna  (5‐10).  Suta  explica  melhor  que,  dado  Krsna  ser  a  Verdade  Absoluta,  devemos 
satisfazê‐lO  por  meio  do  serviço  devocional  (11‐15). A  progressão  gradual  da  consciência  à  proporção 
que  a  pessoa  supera  os  efeitos  dos  modos  da  natureza  e  aufere  o  serviço  devocional  puro  através  da 
audição apropriada do Srimad‐Bhagavatam e através do serviço aos devotos puros é então descrita por 
Suta Gosvami (16‐22). Suta explica a posição do Senhor Krsna como além dos modos da natureza e, por 
conseguinte, instrui aqueles sérios quanto à liberação a adorarem‐nO exclusivamente, pois o Senhor é a 
meta suprema da vida (23‐29). O capítulo termina com a descrição de Suta de como o Senhor, embora 
transcendental  ao  mundo  material,  primeiramente  cria  o  mundo  material  e  então  mantém  Sua  criação 
(30‐34). 
 
  1. Uma vez que, ouvindo o Srimad‐Bhagavatam de um mestre espiritual devoto puro, os modos 
da paixão e da ignorância gradualmente se afrouxam e a pessoa desenvolve sua rasa eterna com Krsna, 
por que alguém deveria divergir sua mente para algo independente do serviço a Krsna? (1‐4) 
  2. A fim de auferir a perfeição, o indivíduo deve ouvir o Srimad‐Bhagavatam de um devoto puro 
e  se  tornar  um  devoto  puro,  e,  uma  vez  que  se  tornar  um  amante  puro  de  Krsna  é  a  única  fonte  de 
satisfação  verdadeira,  deve‐se  rejeitar  como  inúteis  todas  as  atividades  não  direcionadas  para  o 
despertar de nossa atração por Krsna e para a realização de nossa relação pessoal com Ele. (5‐10)  
  3.  Todo  homem  deve,  portanto,  obter  instrução  das  escrituras  e  constantemente  glorificar, 
lembrar e adorar Krsna. (11‐15) 
  4.  Executando  serviço  devocional  e  ouvindo  o  Srimad‐Bhagavatam  de  grandes  devotos,  a  forte 
influência dos modos da paixão e da ignorância é enfraquecida e a pessoa gradualmente transcende os 
modos da natureza material e progressivamente volta à vida em sua rasa eterna com Krsna. (16‐22)  
  5.  Dado  que  tudo  o  que  é  auspicioso  pode  ser  obtido  mediante  o  serviço  devocional  puro,  por 
que deveríamos divergir nossa mente para a gratificação sensorial ou para algo independente do serviço 
a Krsna? (23‐29)  
  6.  Para  resgatar  as  desorientadas  almas  condicionadas  buscando  a  esmo  pela  felicidade  no 
mundo material, Krsna entra no mundo como a superalma e as instiga a redespertarem sua relação com 
Ele. Ele também encarna e dota de poder seres vivos aptos a agirem em Seu nome. (30‐34) 
 
Krsna  vem  ao  mundo  material  em  muitas  encarnações  a  fim  de  salvar  as  almas  caídas,  e,  quando  o 
Senhor  vem,  Ele  não  possui  qualquer  conexão  com  o  mundo  material,  embora  Ele  pareça  estar  dentro 
dele. Deve‐se ouvir sobre essas encarnações a partir do Bhagavatam com um devoto e assim aprender o 
próprio relacionamento eterno com Krsna e seu destino último após o abandono do corpo. 
 
 
Material Extra 
 
Versos 179 e 180 do capítulo dois da Parte Segunda do Båhad-bhägavatämåta,
de Çréla Sanätana Gosvämé, apresentados aqui em auxílio à compreensão do verso 1.2.11
 
Versos 179 e 180 

sa-guëatväguëatvädi-
virodhäù praviçanti tam
mahä-vibhütir brahmäsya
prasiddhetthaà tayor bhidä

ataù sändra-sukhaà tasya


çrémat-pädämbuja-dvayam
bhaktyänubhavatäà sändraà
sukhaà sampadyate dhruvam

Tradução:  Naturezas contrárias, como ter qualidades e não  ter  qualidades,  conjuntam‐se  nEle.  Uma 
vez que o Brahman impessoal é uma opulência infinita da Personalidade de Deus, a diferença entre 
Ele  e  o  Brahman  é  bem  estabelecida.  Seus dois belos pés  de  lótus,  por  conseguinte,  corporificam  a 
concentrada  essência  da  felicidade.  Aqueles  que  O  realizam  através  da  devoção  pura  certamente 
obtêm essa intensa bem‐aventurança.

COMENTÁRIO: Assim como os rios fundem-se no oceano, muitas qualidades opostas convergem para
a Pessoa Suprema. A palavra ädi após saguëatva e aguëatva indica mais opostos – desapego e associação, 
unidade  e  multiplicidade,  não‐dualidade  e  qualidades  específicas.  Concebido  como  o  Brahman 
impessoal, o Supremo é destituído de qualidade e de outras dualidades. Concebido como Paramätmä e
Parameçvara, o Supremo exibe características como ter relações  com  outros  seres  vivos,  possuir 
maravilhosas  qualidades  e  assim  por  diante.  Deste  modo,  o  Supremo  é,  em  verdade,  pleno  de 
qualidades, muitas delas aparentemente contraditórias. O çästra talvez diz às vezes que o Supremo não 
pode  ser  descrito  em  palavras  e  que  Ele  não  tem  nome,  mas  a  construção  literal  dessas  afirmações  é 
refutada pelo Väsudevädhyätma:

aprasiddhes tad-guëänäm
anämäsau prakértitaù
apräkåtatväd rüpasyäpy
arüpo ’yaà pracakñate

“Porque Suas qualidades não  são  bem  conhecidas,  é  dito  que  Ele  não  tem  nome.  E,  porque  Sua  forma 
não é material, é dito que Ele não tem forma”.

Os Mäyävädés argumentam que a Personalidade de Deus talvez tenha qualidades, mas, como produto de
Mäyä, tais qualidades são ilusórias.  Destarte, eles  querem  conciliar  o  fato  dEle  ter  qualidades com sua 
idéia  de  realidade,  a  idéia  de  que  o  Supremo,  na  verdade,  não  possui  qualidade  alguma.  Na  verdade, 
entretanto, os poderes supremos da Verdade Absoluta são eternos e reais, não ilusórios como a criação 
material. E, em razão disso, quando se diz que o aspecto pessoal do Supremo, Bhagavän, é nirguëa, como
Brahman, o sentido é  diferente,  isto  é,  o  sentido  é  que  Bhagavän transcende todas as qualidades
materiais. Ao mesmo tempo, como o mundo material, Ele tem muitas diferentes qualidades, e, por
conseguinte, também se diz que Ele é saguëa. Isso parece contraditório, mas trata‐se de algo possível em 
razão de Suas potências inconcebíveis e maravilhosas.

O Senhor Supremo é  sim  mahimärëava, o oceano para o qual todas as perfeições  convergem.  Isso  é 
confirmado por muitos çästras. Nas palavras do Mokña-dharma (Mahäbhärata, Çänti-parva 335.10–11):

yat kiïcid iha loke vai


deha-bandhaà viçäm-pate
sarvaà païcabhir äviñöaà
bhütair éçvara-buddhi-jaiù

éçvaro hi mahad bhütaà


prabhur näräyaëo viräö
bhütäntar-ätmä vijïeyaù
saguëo nirguëo ’pi saù

“Ó regente do povo, tudo o que veres neste mundo em conexão com os corpos materiais das entidades 


vidas,  tudo  o  que  veres  composto  dos  cinco  elementos  nascidos  da  inteligência  do  Senhor  Supremo  – 
entenda  tudo  isso  como  o  próprio  Senhor  Supremo.  Tanto  possuindo  qualidades  como  não  tendo 
qualidade alguma, Ele é o elemento último de toda a criação, o mestre supremo, o corpo do universo, o 
Senhor Näräyaëa. Tenta compreender que Ele é o Eu íntimo de todas as criaturas”. No Kürma Puräëa:

asthülaç cänaëuç caiva


sthülo ’ëuç caiva sarvataù
avarëaù sarvataù proktaù
çyämo raktänta-locanaù

aiçvarya-yogäd bhagavän
viruddhärtho ’bhidhéyate
tathäpi doñäù parame
naivähäryäù kathaïcana

guëä viruddhä api tu


samähäryäç ca sarvataù

“Ele não é nem grande nem infinitesimal; Ele, todavia, é maior e menor do que todo o resto. É dito que 
Ele  é  isento  de  cor;  Ele,  todavia,  é  azul  enegrecido,  e  as  laterais  de  Seus  olhos  são  avermelhadas.  Pela 
atuação  de  Seus  poderes  pessoais,  o  Senhor  Supremo  é  conhecido  por  designações  contraditórias. A
despeito disso, Ele é o Supremo, e defeitos jamais devem ser atribuídos a Ele. Nele, todas as qualidades 
contraditórias se combinam”. E, no Viñëu-dharmottara Puräëa:

guëäù sarve ’pi yujyante


hy aiçvaryät puruñottame
doñäù kathaïcin naivätra
yujyante paramo hi saù

guëa-doñau mäyayaiva
kecid ähur apaëòitäù
na tatra mäyä mäyé vä
tadéyau tau kuto hy ataù

tasmän na mäyayä sarvaà


sarvaiçvaryasya sambhavam
amäyo héçvaro yasmät
tasmät taà paramaà viduù

“Todas as qualidades unem-se na Pessoa Suprema em virtude de Seus poderes transcendentais. No


entanto, nenhuma falta jamais entra nEle, dado que Ele é  o  Absoluto.  Algumas  pessoas  que  não  são 
verdadeiramente  versadas  dizem  que  boas  qualidades  e  defeitos  existem  no  Senhor  Supremo  em 
conseqüência  da  força  de  Mäyä, mas nEle não  há Mäyä, tampouco algum agente que poderia possuir
Mäyä. Como, então, Ele poderia  possuir  ilusórias  qualidades  boas  e  ruins  que Mäyä poderia criar? As
opulência  do  Senhor  Supremo,  portanto,  não  são  geradas  por  força  da  ilusão.  O  Senhor  transcende 
Mäyä, e, por conseguinte, é conhecido como o Supremo”. 

Conquanto o Brahman impessoal e a Personalidade de Deus sejam simplesmente diferentes concepções 


da mesma Verdade Absoluta, alguns pensam de modo diferente; eles pensam que o Brahman, o aspecto 
sem forma do Senhor, adorado pelos yogés, é uma entidade, e que a Sua forma, possuidora de qualidades 
pessoais  e  adorada  por  Seus  devotos,  é  uma  entidade  diferente.  Contudo,  apesar  dos Mäyävädés
pensarem que o saguëa Brahman não é tão real quanto o nirguëa Brahman, eles ainda têm de admitir que 
o  aspecto saguëa do Supremo é  a  essência  eterna  e  concentrada  de  existência  pura (çuddha-sattva).
Portanto, mesmo na opinião deles, a forma saguëa do Senhor é superior a tudo o mais que possui forma.

Essa forma pessoal é  realizada  pelos  devotos  puros  do  Senhor,  mas  permanece  invisível  a  pessoas 
esforçando‐se  para  realizar  o  Brahman  impessoal.  Em  adição,  o  aspecto  pessoal  do  Supremo  possui 
excelências especiais únicas, como Sua distribuição do mais grandioso êxtase de prema. Como o Senhor 
revela‐Se seletivamente é exposto em uma narrativa do Çré Näräyaëéya do Mokña-dharma, onde Uparicara
Vasu executa um sacrifício no qual ele – mas não Båhaspati e os outros – é capaz de ver a Personalidade 
de  Deus  aceitando  Sua  parte  das  oferendas.  Outro  vívido  exemplo  aparece  na  história  dos  filhos  de 
Brahmä – Ekata, Dvita e Trita –, todos grandes yogés, os quais foram a Çvetadvépa a fim de ver o Senhor
Supremo. Mesmo após intenso esforço, eles foram incapazes de ter Sua audiência. Entretanto, embora Çré
Sanaka e seus irmãos  percebessem  constantemente  o  Brahman  e  fossem  os  mais  elevados  dos  sábios 
auto‐satisfeitos; quando visitaram Çré Vaikuëöha, eles viram sim a Personalidade de Deus, e o êxtase que 
sentiram  foi  tão  poderoso  que  várias  transformações  se  manifestaram  neles.  Esse  mesmo  incidente  é 
descrito no Terceiro Canto do Çrémad-Bhägavatam (3.15.43):

tasyäravinda-nayanasya padäravinda-
kiïjalka-miçra-tulasé-makaranda-väyuù
antar-gataù sva-vivareëa cakära teñäà
saìkñobham akñara-juñäm api citta-tanvoù

“Quando a brisa carregando o aroma das folhas de tulasé dos dedos dos pés de lótus da Personalidade de 
Deus  entrou  nas  narinas  daqueles  sábios,  eles  experimentaram  uma  mudança tanto  no  corpo  como na 
mente, muito embora fossem apegados à compreensão impessoal do Brahman”.

A conclusão é que os aspectos do Supremo de Brahman e da alma jéva são duas das opulentas expansões 


da Personalidade de Deus, como muitas fontes autorizadas confirmam.

Por exemplo, de acordo com um ditado popular dos devotos santos, parät paraà brahma ca te vibhütayaù:
“A Verdade Suprema, Brahman, também é uma de Vossas vibhütis, Ó Senhor”. No Bhagavad-gétä (10.20),
Çré Kåñëa inclui a alma como uma de Suas vibhütis. Aham ätmä guòäkeça/ sarva-bhütäçaya-sthitaù: “Ó
conquistador do sono, Eu sou a alma situada no coração de todos os seres vivos”. O Çré Brahma-saàhitä
(5.40) também afirma:

yasya prabhä prabhavato jagad-aëòa-koöiko


öiñv açeña-vasudhädi-vibhüti-bhinnam
tad brahma niñkalam anantam açeña-bhütaà
govindam ädi-puruñaà tam ahaà bhajämi

“Adoro Govinda, o Senhor primordial, que é  dotado  de  grande  poder. A  brilhante  refulgência  de  Sua 
forma  transcendental  é  o  Brahman  impessoal,  que  é  absoluto,  completo  e  ilimitado  e  que  exibe  as 
variedades de incontáveis planetas, com suas diferentes opulências, em milhões e milhões de universos”. 
Em  outras  palavras,  Brahman  é  a  expansão  parcial  da  Pessoa  Suprema.  E,  como  se  declara  em  outro 
lugar:

anärambhaà tamo yänti


paramätma-vinindanät
parädhénaç ca baddhaç ca
svalpa-jïäna-sukhe sthitaù

alpa-çaktiù sa-doñaç ca
jévätmä nedåçaù paraù
vadatä tu tayor aikyaà
kià tair na duñkåtaà kåtam

“Aqueles que blasfemam a Alma Suprema vão para a escuridão que não tem começo ou fim. A alma jéva


é  subordinada,  presa,  fraca,  repleta  de  defeitos  e  absorta  em  consciência  e  desfrute  insignificantes;  o 
Supremo,  no  entanto,  possui  exatamente  as  qualidades  opostas.  Que  perversidade  não  comete  alguém 
dizendo que a alma jéva e a Alma Suprema é o mesmo?”.

antaryämy-aikya-väcéni
vacanänéha yäni hi
täni dåñövä bhramantéha
durätmäno ’lpa-cetasaù

asy asmi tvam ahaà svätmety


abhidhä gocaro yataù
sarväntaratvät puruñas
tv antar-yämé bhidäm ayan

“Quando tolos e patifes lêem as declarações  escriturais  que  descrevem  a  unidade  da  alma  e  da 
Superalma, eles se confundem. Tais declarações os inspiram a dizer entre si: ‘Eu sou tu, e tu és eu, meu 
próprio eu’. Na verdade, entretanto, a Pessoa Suprema é o regulador interno, a Alma dentro de todos, e, 
devido a isso, Ele é diferente da alma individual”. 

ato bhramanti vacanair


asurä moha-tatparaiù
tan-mohane parä prétir
devänäà paramasya ca
ato mahändha-tamasi
narake yänty abhedataù

“Desse modo, demônios  são  desnorteados  pelas  declarações  que  visam  confundi‐los.  E  tal 
desnorteamento é prazeroso aos semideuses e ao próprio Senhor Supremo. Por pensarem que a alma e a 
Superalma são unas e iguais, os demônios vão para o inferno chamado Mahändha-tamas.”

A felicidade dos devotos da Suprema Personalidade de Deus é muito maior do que a felicidade da pessoa 


que medita no Brahman impessoal. Os dois pés de lótus da Personalidade de Deus são çrémat, dotados
de todo o esplendor. Como o sábio Paräçara explica no Viñëu Puräëa (1.22.53):

eka-deça-sthitasyägner
jyotsnä vistäriëé yathä
parasya brahmaëaù çaktis
tathedam akhilaà jagat

“Assim como a luz de um fogo situado em um local se propaga em toda direção, as energias da Suprema 


Personalidade de Deus, Para‐brahman, propagam‐se por todo o universo”. E Çré Kåñëa diz no Bhagavad-
gétä (14.27), brahmaëo hi pratiñöhäham/ amåtasyävyayasya ca: “Eu sou o fundamento do Brahman, o imortal
e infalível”.

Os pés  de  lótus  do  Senhor  Supremo  são  espírito  puro,  perfeitos  em  eternidade,  conhecimento  e  bem‐
aventurança. A refulgência deles é como a refulgência combinada do sol e da lua, e os adoradores desses 
pés naturalmente desfrutam de intenso prazer. Em contraste, o prazer de se realizar o aspecto Brahman 
do Supremo é minúsculo. As jévas são da natureza desse Brahman, e, conquanto a refulgência individual 
de cada uma delas seja pequena; como as jévas se encontram em toda parte, a combinação da refulgência 
delas permeia todo o universo. O prazer de realizar o Brahman e a jéva não é material, mas é inferior à 
bem‐aventurança  auferida  pela  realização  dos  pés  de  lótus  do  Senhor. As  jévas  individuais  podem  ser 
comparadas aos raios solares e lunares. Os átomos quanta de luz brilhando fulgurosamente a partir do 
sol e da lua são expansões do sol e da lua e não diferente deles, mas, a despeito dos raios do sol e da lua 
possuírem  muitas  qualidades  solores  e  lunares,  como  brilho,  cada  um  dos  raios  porta  apenas  uma 
pequena parte de poder solar e lunar.

Tradução e organização de Bhagavan dasa (DvS) – Disponível em www.devocionais.xpg.com.br 

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