Aulas de Patologia II - Curso de Medicina
Aulas de Patologia II - Curso de Medicina
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PATOLOGIA
Pulmonar
Doenças pulmonares difusas crônicas e não infecciosas: os testes de função
pulmonar são classificados em:
Doenças pulmonares obstrutivas: obstrução parcial a completa do fluxo aéreo a qualquer
nível da arvore respiratória, com resistência o fluxo aéreo. Diminuição das taxas de fluxo aéreo
máximo durante a expiração forçada.
Exemplos:
Bronquite crônica: nos brônquios, ocorre por hiperplasia das glândulas mucosas e
hipersecreção.
Bronquiectasia: nos brônquios, ocorre por dilatação e icatrização das vias aéreas
Asma: nos brônquios, ocorre por hiperplasia de musculo liso, excesso de muco e
inflamçaõ.
Enfisema: aumento do espaço aéreo por destruição dos septos alveolares.
Doença das pequenas vias aéreas (bronquiolite): cicatrização inflamatória com
obliteração.
As distinções entre essas doenças nem sempre são tão nítidas ou mesmo possíveis, por
isto, são classificadas num único grupo: DPOC’s.
Doenças pulmonares restritivas: redução da expansão do parênquima causa redução da
capacidade pulmonar total. A taxa de fluxo expiratório pode estar normal ou menor. Problemas mais
comuns da parede torácica, intersticiais e infiltrativas.
PATOLOGIA
Asma
Doença inflamatória crônica das vias respiratórias, com hipereatividade brônquica em
resposta a diferentes estímulos, com broncoconstrição, reversível pelo menos em parte,
espontaneamente ou com tratamento.
- Episódios recorrentes: dispneia, chiado/sibilo, opressão torácica e tosse; pp/e à noite
ou inicia da manhã.
- 7% pop., crianças e adolescentes, < adultos; estabilização, aumento em países de
baixa e média renda.
- Mortalidade: 1,5 para cada 100.000 asmáticos.
- Fatores desencadeantes: alérgenos, exercícios, infecções virais (pode não ser a asma
clássica, ou seja, não há um alérgeno característico), poluição, estresse, AAS, frio, pólen.
- Tratamento: Corticosteroides, anticorpo monoclonal anti-IL-5 pacientes com asma
grave eosinofílica.
Síndrome de sobreposição de Asma-DPOC → Diretrizes para diagnóstico e tratamento.
Classificação
Atópica (alérgica/extrínseca): pó, alimentos, pelos de animais e outros. Boa resposta a
corticosteroides, ADAM3, DPP10, PHF11, SETDB2, GPRA e SPINK5.
proliferação celular, reparo brônquico, permeabilidade vascular, tônus da musculatura dos vasos e
brônquios. Estão localizados no meio do epitélio.
MORFOLOGIA
Asma severa aguda/mal asmático
- Hiperinsuflados, brônquios obstruídos por tampões mucosos, focos de atelectasia
(colabamento).
- Membrana basal espessa, descamação epitelial, edema, infiltrado inflamatório de
linfócitos e eosinófilos, hipertrofia muscular.
Asma biópsia
Alterações semelhantes; linfócitos, eosinófilos, mastócitos;
Inflamação constante, atinge todo o trato respiratório, presente nos intervalos entre as
crises, nas formas leves e casos subclínicos; espirais de Curschmann.
Espessamento das paredes das vias aéreas.
Fibrose da membrana basal: colágeno I, III e V, elastose, e fragmentação das fibras
elásticas.
Aumento da vascularização.
Hiperplasia das células caliciformes e glândulas mucosas.
Hiperplasia das fibras musculares lisas brônquicas → remodelamento.
Biópsias brônquicas mostram remodelamento → importante para orientar o tratamento
precoce anti-inflamatório.
Parede brônquica: musculo liso, lamina própria: submucosa e glândulas, lamina basal
e epitélio.
No remodelamento brônquico, há maior número de fibras musculares na parede
brônquica (hiperplasia). Também há maior número de glândulas mucosa.
PATOLOGIA
Infecções pulmonares
Existe um microbioma pulmonar, bactérias estão presentes inclusive nos alvéolos.
Definições: colonização é diferente de infecção. A infecção é caracterizada pela invasão
e multiplicação de microrganismos nos tecidos, com agressão e reação destes.
Pneumonias: qualquer infecção do parênquima pulmonar. Infecção do parênquima
pulmonar com expressão clínica.
Broncopneumonias: ?
São 2 padrões de distribuição anatômica: broncopneumonia lobular (acomete diversos
lóbulos focalmente) e pneumonia lobar (acomete um lobo).
Pneumonias intersticiais: afeta predominantemente o interstício pulmonar. Geralmente
por vírus e Mycoplasma sp.
As pneumonias acometem o espaço alveolar, já a pneumonia intersticial acomete o
estroma.
Consolidação irregular/focos múltiplos de lóbulos pulmonares: característica dominante
da broncopneumonia.
Consolidação fibrinossupurativa de grande porção de um lobo ou de lobo inteiro define
a pneumonia lobar.
Esta classificação é anatômica, embora clássica, distinção entre elas nem sempre é
possível, já que os padrões podem se sobrepor.
CLASSIFICAÇÃO DAS PNEUMONIAS
Critérios: origem, temporal (aguda e crônica), etiológica, padrão de resposta inflamatória,
local anatômico das lesões (p. lobar, p. lobular/broncopneumonia, p. intersticial), contexto clínico.
Contextos clínicos:
Pneumonia aguda adquirida na comunidade;
Pneumonia aguda associada aos cuidados de saúde – hospitalar ou nosocomial;
Pneumonia atípica adquirida na comunidade;
Pneumonia por aspiração (principalmente de conteúdo de vomito);
Pneumonia crônica (principalmente tuberculose e causadas por fungo);
Pneumonia necrosante e abscesso (por Pseudomonas);
Pneumonia no paciente imunossuprimido.
Empiema = pus.
Esta classificação proporciona uma base de agentes etiológicos mais comuns para cada
contexto clínico. Exemplo: para uma pneumonia adquirida na comunidade, o agente mais comum
é o Streptococcus pneumoniae.
Síndromes pneumônicas e patógenos associados. Existem 7 contextos clínicos
diferentes.
Exotoxinas: proteínas sintetizadas e liberadas pela bactéria.
Endotoxinas: liberadas após a desintegração da bactéria: LPS no caso das gram- ou
peptideoglicanos, no caso das gram+.
Infecções por Streptococcus pneumoniae
Usualmente pela aspiração da microbiota da nasofaringe (20% dos adultos hospedam
S. peneumoniae na garganta).
90% dos casos de pneumonia lobar, alta frequência em pacientes com função esplênica
diminuída ou ausente (p. ex. anemia falciforme ou após esplenectomia). A explicação não está
totalmente elucidada.
FASES DAS PNEUMONIAS BACTERIANAS
Fases: congestivo-edematosa, hepatização vermelha, hepatização cinzenta e
resolução.
Essas fases geralmente acontecem quando não há tratamento de antibioticoterapia ou
esta é realizada de maneira inadequada.
Congesto-edematosa: presença de água e fibrina nos alvéolos. Exsudato
predominantemente fibrinoso, alguns neutrófilos, espessamento de septos.
Hepatização vermelha: pulmão compacto e vermelho, alvéolos são preenchido por
exsudato composto de neutrófilos, eritrócitos e fibrina. No espaço alveolar há grande quantidade
de células, restos celulares, bactérias e exsudato, dificultando as trocas gasosas.
PATOLOGIA
Pneumonias crônicas
Classificação pelo critério morfológico e etiológico:
Inespecífica: geralmente não tem uma resposta adequada do organismo e não é
possível identificar qual a bactéria ou agente infeccioso.
Granulomatosa: são características de determinadas doenças pulmonares. M.
tuberculosis e micobactérias atípicas, Histoplasma capsulatum, Coccidioides immitis, são agente
comuns que levam a formação de granulomas, embora possam existir casos, como os de pacientes
imunossuprimidos que não irão formar granuloma.
Predominância do tipo celular na lesão inflamatória depende da resposta imune do
hospedeiro ao organismo. Inflamação granulomatosa é a característica marcante da infecção por
Mycobacterium tuberculosis e certos fungos: pista diagnóstico.
Descrever os 4 tipos de câncer de pulmão em laminas do anatpat.
Morfologia do granuloma
O granuloma tem seu núcleo geralmente composto por células gigantes multinucleadas,
originadas da fusão de macrófagos, com muito macrófagos ao seu redor circundados por células
epitelioide (que são macrófagos, diferenciados por determinados mediadores químicos), formando
uma espécie de limite, estas células ficam justapostas e podem formar até mesmo desmossomos.
Na periferia é possível observar várias células do sistema imune, mas principalmente
linfócitos T (resposta TH1), formando um halo linfocitário.
O agente etiológico fica centralizado no granuloma.
Células epitelióides: macrófagos ativados com nucleo maior e alongado e citoplasma
intensamente eosinofilico (rosa). É a células mais característica para definir um granuloma.
Células gigantes multinucleadas: tipo Langhans com núcleos periféricos; ou tipo corpo
estranho, com núcleos aleatórios.
Os macrófagos fagocitam a bactéria, mas não destroem os bacilos, pois a bactéria inibe
a fusão do fagossomo contendo a bactéria com os lisossomos, por isso, não há formação do
fagolisossomo. A partir daí há proliferação do bacilo de forma descontrolada com foco de reação
inflamatória inespecífica.
Os macrófagos com bacilos liberam IL-2 que estimula linfócitos T (TH1), que liberam
IFN-gama que ativam macrófagos, capazes de matar bacilos, liberam TNF-alfa e quimicionas,
formam também granuloma.
Característica do granuloma: necrose caseosa, células epitelioides, células gigantes tipo
Langhans e halo linfocitário. A célula de Langhans tem núcleos dispostos na periferia, formando
algo semelhante a uma ferradura. Nas periferias do granuloma há também presença de
fibroblastos, ou seja, há uma fibrose. Pode haver também calcificação local.
Nódulo de Ghon: lobo médio, inferior do lobo superior, superior do lobo inferior.
Nódulo de Ghon + linfadenite granulomatosa = complexo primário de Ghon.
EVOLUÇÃO DO COMPLEXO PRIMÁRIO: POSSIBILIDADES
Pode haver cura a partir do complexo primário com calcificação e eliminação de todos
os bacilos.
Caso o indivíduo não consiga eliminar todos os bacilos, existe a possibilidade de que a
doença fique latente, com bacilos que não irão causar a doença. O indivíduo ainda está infectado,
por isso pode ser que hajam recidiva no futuro (TB secundária), infecção endógena.
A evolução também pode ocorrer para TB progressiva primária em 5% dos casos.
A infecção primária leva ao desenvolvimento de complexo primário com caseação
localizada e também de linfonodos, que pode: (1) progredir em alguns casos com disseminação
hematogênica maciça, causando tuberculose miliar, que acomete também fígado e baço; (2) cura
espontânea e cicatrização; (3) lesões latentes, com organismos dormentes pulmonares ou
extrapulmonares, que podem ser reativados e causar um Tb secundária, que irá causar lesões
destrutivas caseosas localizadas. A A TB secundária pode ocorrer por reinfecção e também pode
progredir a TB miliar.
Tb secundária por reativação: bacilos endógenos dormentes da priminfecção.
Tb secundária por reinfecção: bacilos exógenos geram nova infecção.
4 formas macroscópicas: apical, cavernosa, ácino-nodosa e miliar.
Caverna com superfície anfractuosa, significa irregular e quer dizer que a caverna está
ativa. Nas cavernas curadas, a superfície é lisa.
Os bacilos dos alvéolos formam poros de Kohn.
A ausência de imunidade mediada por células Th1 faz com que não haja formação de
granulomas, permitindo que haja proliferação bacteriana.
HIPERTENSÃO PULMONAR
Acima de 25mmHg no repouso e 30mmHg no exercício, atinge ¼ da PA sistêmica. Acima
de 40mmHg é HP grave. Normalmente a pressão pulmonar é 1/8 da PA sistêmica.
Classificação clínica
Hipertensão arterial pulmonar, idiopática/primária ou hereditária (autossômica
dominante com penetrância incompleta, 10 a 20% dos pacientes manifestam);
haverá um edema alveolar, que pode acarretar em morte por edema agudo pulmonar caso não
haja intervenção.
Caso a hipertensão e congestão pulmonar seja acentuada, o shunt pode tornar a ser
venoarterial por mistura de sangue venoso com arterial, geralmente evidenciada por cianose.
Comunicação interatrial: é feita através do forame oval, presente no septo interatrial
(parte muscular e parte conjuntiva). O forame oval serve para auxiliar o shunt venoarterial durante
a vida fetal, embora o volume desviado seja muito inferior quando comparado ao ducto arterial. Na
vida pós-natal, este forame se oblitera e passa a receber o nome de fossa oval. A ausculta de
indivíduos com CIA resulta num sopro cardíaco, muitas vezes sendo necessário a solicitação de
um ecocardiograma para confirmar a persistência e verificar suas dimensões.
A grande maioria dos indivíduos que tem forame oval persistente não apresentam
sintomas clínicos durante maior parte da vida. Quando é necessário o fechamento deste canal, isto
é feito com pericárdio bovino conservado em glicerina, que preserva suas qualidades físicas e
elimina os antígenos, reduzindo o risco de rejeição. Eventualmente, podem ocorrer a formação de
trombos murais e até mesmo tromboendocardite infecciosa.
Podem existir CIA não relacionadas com o forame oval, e sim a malformações. Outro
problema que pode acontecer é a comunicação interventricular (CIV), também ocorrente por
malformações. A intervenção cirúrgica só é recomendada em casos que a conexão tenha um
diâmetro significativo.
Tetralogia de Fallot:
prova
Cristais de colesterol e células espumosas são encontrados na parede da artéria com
aterosclerose. As células espumosas são macrófagos que pinocitaram colesterol. A aterosclerose
enfraquece a parede da artéria, podendo resultar num aneurisma.
Necrose fibrinoide: ocorre deposito de fibrina na área de necrose, comum em artérias e
arteríolas de indivíduos hipertensos. A hipertensão causa lesões nas artérias e capilares renais,
fazendo com que indivíduos hipertensos descompensados cronicamente possam vir ter falência
total bilateral renal.
Endocardite infecciosa: tromboendocardite infecciosa bacteriana, pode ser causada por
S. aureus (infecção supurativa). S. aureus contamina doces que tem creme quando mal
conservados por determinado período de tempo. O consumo destes doces, pode levar a uma
infecção instestinal, bacteremia e consequentemente chegar uma endocardite infecciosa
bacteriana. A formação de trombos nesse contexto ocorre e pode causar infartos teciduais, quando
no coração esquerdo, e TEP quando no coração direito. Estes trombos podem atingir o cérebro
carreando bactérias piogenicas, podendo causar um abscesso, situação semelhante também pode
ocorrer em outras regiões do corpo, como pulmão, peritônio, etc. Vegetações: formadas pelas
bactérias.
Endocardite não infecciosa: geralmente em renais crônicos, ocorre por uremia. A ureia
elevada promove lesões ulcerativas na cavidade oral (estomatites).
A febre reumática lesa principalmente a valva mitral, que é estenosada.
Pericardite: mechas de fibrina (esbranquiçadas a amareladas, fibrinopurulentas), nas
pericardites fibrinosas, comuns em áreas infartadas do coração. As mechas de fibrinas ligam o
folheto parietal ao folheto visceral do pericárdio, dificultando a movimentação do coração, que pode
levar a uma insuficiência cardíaca. A intervenção feita é debridar os folhetos (debridação das áreas