Priscilla Paula Rocha

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO GESTÃO DO CUIDADO EM ESTRATÉGIA


SAÚDE DA FAMÍLIA

PRISCILLA DE PAULA ROCHA

UM NOVO OLHAR PARA A INSÔNIA NA ATENÇÃO BÁSICA

UBERABA/ MINAS GERAIS


2019
PRISCILLA DE PAULA ROCHA

UM NOVO OLHAR PARA A INSÔNIA NA ATENÇÃO BÁSICA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de


Especialização Gestão do Cuidado em Estratégia Saúde da
Família, Universidade Federal de Minas Gerais, para
obtenção do Certificado de Especialista.

Orientadora: Profª Drª. Edilaine Assunção Caetano de


Loyola

UBERABA / MINAS GERAIS


2019
PRISCILLA DE PAULA ROCHA

UM NOVO OLHAR PARA A INSÔNIA NA ATENÇÃO BÁSICA

Banca examinadora

Examinador 1: Prof.ª Drª. Edilaine Assunção Caetano de Loyola – Universidade José do


Rosário Vellano - UNIFENAS

Examinador 2: Prof.ª Drª Samara Macedo Cordeiro - Faculdade Ciências Médicas da


Santa Casa de São Paulo.

Aprovado em Uberaba, em de de 2019.


AGRADECIMENTOS

À Deus por toda força, saúde e coragem que ele me proporciona. Sem Ele eu não
sou nada. É o meu melhor amigo.
E a Profª Drª. Edilaine Assunção Caetano de Loyola, pela disponibilidade e
gentileza em oferecer as suas importantes contribuições para o desenvolvimento e
consolidação do presente estudo.
Dedico este estudo aos profissionais da área
de saúde, na esperança de o mesmo poder
contribuir, de alguma forma, para com as
suas atuações perante os pacientes
portadores de insônia.
“É fundamental diminuir a distância entre o
que se diz e o que se faz, de tal maneira que
num dado momento a sua fala seja a sua
prática”.
Paulo Freire.
RESUMO

A insônia é a percepção subjetiva de insatisfação na quantidade ou qualidade do sono.


Trata-se de um sintoma que engloba queixas como dificuldade para iniciar ou manter o
sono, despertar precoce e incapacidade de voltar a dormir, além de sono não reparador.
Este trabalho objetivou propor um plano de intervenção para controle da insônia para uma
melhor qualidade de vida da população adstrita da ESF Nossa Senhora de Fátima, do
município de Patos de Minas, no estado de Minas Gerais. Para alcançar os objetivos
propostos foi realizada uma pesquisa bibliográfica. O estudo permitiu vislumbrar que a
insônia compromete o alerta diurno e as funções cognitivas, com prejuízo nas atividades
de vida diárias e laborais, causando alterações de humor e declínio da qualidade de vida
dos acometidos. Algumas ações estratégicas são aqui propostas para tentar contornar esse
distúrbio, como ações educativas em saúde para melhorar hábitos de vida inadequados;
consumo de tabaco e uso excessivo de aparelhos eletrônicos.

Descritores: Distúrbios do Início e da Manutenção do Sono. Estratégia Saúde da Família.


Atenção Primária à Saúde. Patos de Minas.
ABSTRACT

Insomnia is a matter of quality or sleep dissatisfaction. A problem includes complaints


such as difficulty in initiating or maintaining sleep, early despair and inability to go back
to sleep, and not being reparative. This study aimed to propose an intervention plan for
the control of insomnia for a better quality of life of the population of ESF Nossa Senhora
de Fatima, in the municipality of Patos de Minas, in the state of Minas Gerais. For the
proposed objectives were made as bibliographical research. The study was similarly
related to work and cognitive activities, with activities of life and work, mood swings and
quality of life of the companions. , such as educational health actions to improve poor
living habits; tobacco use and excessive use of electronic devices.

Descritores: Disorders. Family Health Strategy. Primary Health Care. Sleep Disorders
and Sleep Patos de Minas.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AB Atenção Básica

APS Atenção Primária à Saúde


CAPS Centro de Atenção Psicossocial
CRAS Centro de Referência da Assistência Social

DM Diabetes Mellitus

ESF Estratégia Saúde da Família


HAS Hipertensão Arterial Sistêmica
ICMS Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços
MS Ministério da Saúde
NASF Núcleo de Apoio à Saúde da Família
OMS Organização Mundial da Saúde
PACS Programa de Agentes Comunitários de Saúde

PSF Programa Saúde da Família


TCC Terapia Cognitivo-Comportamental

UBS Unidade Básica de Saúde


UPA Unidade de Pronto Atendimento
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Quadro 1 Priorização de problema na ESF Nossa Senhora de


Fátima................................................................................................ 16

Quadro 2 Terapias para Insônia....................................................................... 23


Quadro 3 Operações sobre o “Nó Crítico 1” relacionado ao problema
“Manutenção de hábitos de vida inadequados”, na população sob
responsabilidade da Equipe de Saúde da Família Nossa Senhora de
Fátima, em Patos de Minas, Minas
Gerais............................................................................................... 28

Quadro 4 Operações sobre o “Nó Crítico 2” relacionado ao problema


“Tabagismo”, na população sob responsabilidade da Equipe de
Saúde da Família Nossa Senhora de Fátima, em Patos de Minas,
Minas Gerais...................................................................................... 29

Quadro 5 Operações sobre o “Nó Crítico 3” relacionado ao problema


“Transtornos mentais”, na população sob responsabilidade da
Equipe de Saúde da Família Nossa Senhora de Fátima, em Patos de
Minas, Minas Gerais.......................................................................... 30
12

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO................................................................................................... 13
1.1 Breves informações sobre o município de Patos de Minas........................... 13
1.2 O sistema municipal de saúde......................................................................... 13
1.3 A Equipe de Saúde da Família, seu território e sua população................... 14
1.4 Estimativa rápida: problemas de saúde do território e da comunidade… 14
1.5 Priorização dos problemas.............................................................................. 15
2 JUSTIFICATIVA............................................................................................... 17
3 OBJETIVO.......................................................................................................... 18
4 MÉTODO............................................................................................................ 19
5 REVISÃO DE LITERATURA.......................................................................... 20
6 PLANO DE INTERVENÇÃO........................................................................... 25
6.1 Descrição do problema selecionado................................................................ 25
6.2 Explicação do problema.................................................................................. 25
6.3 Seleção dos Nós Críticos.................................................................................. 26
6.4 Desenho das operações.................................................................................... 26
CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................ 31
REFERÊNCIAS..................................................................................................... 32
13

1 INTRODUÇÃO

1.1 Breves informações sobre o município de Patos de Minas

A cidade de Patos de Minas conta com cerca de 150.893 habitantes, encontra-se


localizada no Alto Paranaíba, em Minas Gerais. Considerada polo econômico regional
oferece acesso a grandes centros como Uberlândia, Belo Horizonte e São Paulo. As
principais atividades exercidas no município são a agroindústria e o agronegócio. E conta
ainda com diversas formas de expressão cultural, como teatro, artesanato, músicas
populares e folclóricas, dança erudita e popular (ACIPATOS, 2019).
A cidade é famosa pela hospitalidade do povo patense e pela festa do milho. A
agricultura é bastante diversificada, sendo que os produtos mais produzidos são o
milho, a soja e o arroz. O século XXI vem sendo marcado pela retomada do processo
de industrialização do município com instalação de várias fábricas que foram essenciais
na geração de empregos. Como a fábrica da Cemil, produtora de derivados de leite. Em
2003, foi fundado na cidade o Suinco, segundo maior frigorífico suíno de Minas Gerais,
e em 2013, a Predilecta, indústria de enlatados, que produz molho de tomate, milho e
ervilha em conserva, dentre outros produtos (PATOS DE MINAS, 2019).

1.2 O sistema municipal de saúde

Na área da saúde, Patos de Minas é sede da micro e macrorregião, tornou-se


referência para consultas e exames de média e alta complexidade. O município conta com
os seguintes centros de saúde: Unidade de Pronto Atendimento (UPA), Hospital Regional
Antônio Dias, Hospital São Lucas, Clínica de Especialidades Médicas, Centro Clínico
Médico do Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM), Centro Estadual de
Atenção Especializada, Laboratórios de apoio diagnóstico, Farmácia Municipal
Centralizada. E com os programas: Estratégia de Saúde da Família (ESF), Programa de
Agentes Comunitários de Saúde (PACS), Programa Saúde da Família (PSF), Núcleos de
Apoio à Saúde da Família (NASF) que cobrem todas as equipes e 13 equipes de saúde
bucal. O município adotou a estratégia de saúde da família para a reorganização da
Atenção Básica (AB)e conta hoje com 34 equipes na zona urbana, quatro equipes na zona
14

rural, cobrindo 88% da população (PATOS DE MINAS, 2019).


Os serviços de saúde não ofertados no município são encaminhados para as
cidades de Uberaba, Uberlândia e Belo Horizonte.

1.3 A Equipe de Saúde da Família, seu território e sua população

A área de abrangência da equipe 11 abrange os bairros Barreiro, Nossa Senhora


de Fátima e Santa Helena, com cerca de 3459 habitantes cadastrados até o momento.
Existem, nessa área, pontos de drogas e um depósito de lixo irregular apesar de haver
coleta de lixo pelo serviço público. Possui todas as ruas pavimentadas e passagem diária
de transporte público. Possui 01 UPA, 01 CRAS, 01academia ao ar livre (com realização
de atividades físicas e recreativas), 01igreja presbiteriana, 01igreja católica, 01creche que
recebe crianças de 00 a 04 anos, 01associação de bairro, área de lazer localizado no
CRAS. Possui 100% dos domicílios com água tratada, rede de esgoto (rede geral) e lixo
coletado pelo serviço público.
A Unidade Básica de Saúde (UBS) é localizada no bairro Itamarati. Conta com
um amplo espaço de recepção com número adequado de cadeiras, três consultórios
médicos, três consultórios de enfermagem, sala de vacina, 3 salas de Agentes
Comunitários de Saúde (ACS), três consultórios odontológicos, sala de reuniões, triagem,
procedimentos, de esterilização e uma copa. Boa parte do mobiliário é antigo, mas
encontram-se em boas condições de uso. Nas unidades consultórios médicos e postos de
enfermagem há computadores com internet e impressoras. A estrutura é excelente, o
suficiente para um funcionamento adequado.

1.4 Estimativa rápida: problemas de saúde do território e da comunidade

Além do velho costume de solicitação de receitas sem consulta médica, como


problema enfrentado na ESF, podem ser listados: o elevado número de indivíduos com
queixa de insônia, pacientes hipertensos e mulheres com gravidez não planejada. O
problema priorizado foi a alta prevalência de insônia. A insônia é uma queixa que acomete
em massa boa parte da população, e que chega ao consultório com muita frequência. A
falta de sono acaba levando a diversos incômodos aos seus portadores; pois, uma noite
15

mal dormida atrapalha muito o dia seguinte e, passar várias noites sofrendo dessa
patologia, se torna um caso que necessita de intervenção para melhor qualidade de vida
do paciente, o que pode ser adquirido de diversas formas.
A Hipertensão Arterial Sistêmica(HAS) é um problema grave de saúde pública,
tanto no Brasil, como no mundo. No país, a doença se apresenta como um dos mais
importantes fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares,
cerebrovasculares e renais, se constituindo assim, como responsável, por pelo menos 40%
das mortes por acidente vascular cerebral, 25% das mortes por doença arterial
coronariana, além de ser, em combinação com o diabetes, responsável por 50% dos casos
de insuficiência renal terminal. Desta forma, demonstra-se como importante condição de
saúde, visto que é muito prevalente, possuindo distribuição por todo território nacional
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2016).
Considera-se como uma gravidez não planejada a gravidez resultante de um ato
em que não houve decisão consciente da mulher ou do casal para sua ocorrência. Sendo
assim, a gravidez não planejada pode ocorrer devido a inúmeros motivos, como exemplo,
alguma falta de informação, alguma dificuldade de acesso a métodos contraceptivos, do
uso inadequado dos mesmos, efeitos colaterais adversos que encorajam a interrupção da
medicação sem antes mesmo conversar com o médico para iniciar uso de outro método e
até mesmo por irresponsabilidade (TABORDA et al., 2014).
Com relação ao problema priorizado, a insônia, alguns nós críticos podem ser
destacados, como a manutenção de hábitos de vida inadequados, uso abusivo de cafeína
e álcool principalmente no período que antecede o horário de dormir, falta de atividade
física ou realização da mesma poucas horas antes do sono. Além desses, o tabagismo,
com maior ênfase quando praticado a noite; transtornos mentais como o estresse,
ansiedade e depressão ou outros que estejam pouco controlados. O uso indiscriminado de
aparelhos digitais como o costume de assistir televisão antes de dormir e ficar por várias
horas manipulando aparelhos eletrônicos (FONSECA et al., 2015).

1.5 Priorização dos problemas

Após exposição da lista de problemas à equipe, ficou estabelecido o grau de


importância de cada problema, e a urgência em ser resolvido, conforme Quadro 1.
16

Quadro 1. Priorização de problema na ESF Nossa Senhora de Fátima


Principais Problemas Grau de importância Urgência Capacidade de Seleção
enfrentamento
1. Insônia Alto 09 Dentro 1

2 Hipertensão Alto 09 Dentro 1

3. Gravidez não planejada Médio 08 Dentro 2

Fonte: Posto ESF Nossa Senhora de Fátima (2019)

Feito isto, o presente Plano de Intervenção discorre sobre a importância da


abordagem da insônia no contexto da AB e do processo de trabalho em ESF.
17

2 JUSTIFICATIVA

A insônia é o transtorno do sono mais frequente na população em geral, sendo


reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um problema de saúde
pública, por ocasionar um impacto negativo à saúde física e mental, atividade social,
capacidade para o trabalho e qualidade de vida das pessoas acometidas. No entanto, este
tema não tem recebido a devida atenção dos pesquisadores e profissionais da área da
saúde; além de que, os próprios indivíduos portadores, muitas vezes, não procurarem
ajuda profissional qualificada (ROBAÍNA et al., 2009).
Cerca de um quarto dos indivíduos adultos pode apresentar queixas associadas ao
sono, como: dificuldades para começar ou manter um sono frequente, acordar
precocemente, sonolência ao longo do dia, pesadelos, terror noturno. A maior parte dos
adultos jovens dorme cerca de sete a oito horas por noite. Entretanto, a quantidade de
sono pode oscilar ao longo da vida, cuja tendência é reduzir as horas na medida em que
se estabelece o envelhecimento (LAKS; TELLES, 2014).
Este trabalho foi desenvolvido com intuito de melhorar a qualidade do sono dos
pacientes da UBS Nossa Senhora de Fátima, em Patos de Minas/MG, por meio da
diminuição ou retirada do uso de medicamentos controlados, ensinando medidas de
redução de estresse, ansiedade e estímulos desfavoráveis ao bom sono, a fim de trazendo-
lhes de volta o sono reparador, contribuindo para a saúde global do indivíduo.
18

3 OBJETIVO

Propor um plano de intervenção para controle da insônia para uma melhor


qualidade de vida da população adstrita da ESF Nossa Senhora de Fátima, do município
de Patos de Minas, no estado de Minas Gerais.
19

4 MÉTODO

Para fundamentar o trabalho teoricamente, foi realizado um levantamento de


estudos na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), valendo-se da combinação de descritores
como distúrbios do sono/insônia/Estratégia saúde da Família. Foram encontrados 35
artigos completos, mas, após a leitura dos seus respectivos títulos, apenas 14 foram
selecionados, destes, cinco foram recusados, após a leitura dos resumos, devido a não
apresentarem relação com o tema. Da seleção, restaram-se nove artigos e estes foram
utilizados para embasar o Plano de Intervenção proposto.
Após realizar o levantamento de dados partiu-se para elaborar o plano de
intervenção baseado no método PES, que reúne princípios teóricos, métodos e técnicas
de grupo, adequadas a serem aplicadas a qualquer tipo de organização social, cujo
objetivo consiste em promover mudanças situacionais. O PES propõe um planejamento
pautado em um processo participativo, de forma a incorporar percepções de diferentes
domínios sociais, envolver a população para enriquecer o seu processo de criação, ao
consentir que díspares atores sociais possam explicitar propostas e estratégias de solução,
visando trabalhar a corresponsabilidade de todos no êxito da intervenção (CAMPOS;
FARIA; SANTOS, 2010).
Um trabalho realizado junto às equipes de saúde permite identificar os problemas
vivenciados no ambiente laboral, cuja prática profissional pode ser refletida e organizada
com os seus pares, o que permite vislumbrar propostas de ações a partir da realidade
vivenciada pela comunidade e suas necessidades de saúde. O projeto de intervenção pode
ser executado por etapas que, ao serem articuladas, acabam por desenhar um processo
eficiente, provido de critérios que devem desempenhar o papel de subsidiar o profissional
de saúde a intervir nas circunstâncias que se fizerem necessárias, de modo a retificar e a
aperfeiçoar os serviços de saúde prestados aos assistidos (CAMPOS; FARIA; SANTOS,
2010).
20

5 REVISÃO DE LITERATURA

O sono é um estado vital e complexo caracterizado por processos ativos e


organizados, constituído de duas fases: sono REM (caracterizado pelos movimentos
rápido dos olhos) e sono NREM (não há movimentos rápidos dos olhos), sendo uma
função biológica essencial para a restauração da energia e do metabolismo energético
cerebral (FONSECA et al., 2015).
Devido a essas importantes funções, as perturbações do sono podem acarretar
mudanças significativas no funcionamento físico, laboral, cognitivo e social do indivíduo,
podendo comprometer de forma substancial sua qualidade de vida (FONSECA et al.,
2015).
A ocorrência da privação do sono, que é consequência de um período longo sem
dormir ou do sono fragmentado, pode resultar na qualidade do sono ruim e acarretar
sonolência diurna excessiva. Essa pode ser conceituada como uma necessidade ou desejo
aumentado de dormir, para a qual um curto repouso não garante completo
restabelecimento (FONSECA et al., 2015).
A sonolência está estreitamente associada à duração do sono, na medida em que
os indivíduos com duração menor de sono apresentam maiores níveis de sonolência no
decorrer do dia. Na sociedade moderna, os distúrbios do sono, especialmente a insônia e
a sonolência diurna excessiva, são queixas comuns na população em geral. Estima-se que
a prevalência de insônia nas populações varie de 30 a 50%; e, tratando-se da insônia
crônica, 10% da população poderão apresentar tal patologia (FONSECA et al., 2015).
A insônia é mais prevalente dentre as mulheres, sendo os sintomas mais comuns
em populações com comorbidades relacionadas, como os idosos, por exemplo.
(FERREIRA; SOARES, 2012). Também, algumas condições associadas podem se
constituir em fatores de risco para o desenvolvimento de insônia, tais como aquelas que
geram incapacidade funcional, como a artrite reumatoide; a depressão; os problemas
respiratórios, bem como uso de substâncias, por exemplo, os psicotrópicos (PEREIRA;
CEOLIM; NERI, 2013).
A ocorrência de eventos de vida produtores de estresse está entre os fatores mais
associados à insônia como o afastamento ou perda de um familiar; desemprego;
dificuldades financeiras, cirurgias ou internações, dentre outros (ROBAÍNA et al., 2009).
21

Portanto, diversos são os aspectos sociais, clínicos e culturais podem exercer influência
na quantidade e/ou qualidade do sono (ARAÚJO et al., 2014).
Existem quatro critérios principais que podem ser considerados para realizar o
diagnóstico de distúrbios do sono e de insônia, os quais são constituídos por dificuldade
em começar a dormir; dificuldades para o sono; despertar precocemente e o sono não ser
reparador. Tais critérios dialogam com as várias classificações internacionais dessa
natureza de distúrbios, compreendendo os “Critérios de Diagnóstico e Pesquisa da
Academia Americana de Medicina do Sono (RDC), a Classificação Internacional dos
Distúrbios do Sono (ICSD-2) e a Classificação Internacional de Doenças da
Organização Mundial da Saúde (Classificação Internacional das Doenças - CID 10)”
(FREITAS et al., 2013).
Assim, quanto à classificação, a insônia era conceituada em primária e
secundária. A insônia primária seria aquela que não está associada a transtornos mentais
e nem pode ser atribuída aos efeitos fisiológicos de substâncias ou uma de uma condição
médica. Por outro lado, a insônia secundária ou insônia comórbida tem associação à
efeitos de medicações; transtorno mental; outro distúrbio do sono ou condição médica
(FERREIRA; SOARES, 2012). No entanto, No DSM-5 (Diagnosticand Statistical
Manual of Mental Disorders, 5 ed) foi eliminado o termo de insônia primária, não
existindo diferenciação entre insônia primária e secundária, passando-se a designar por
perturbação de insônia (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 2013).
O diagnóstico da insônia deve considerar os seguintes aspectos: dificuldades
para iniciar o sono (cerca de trinta minutos para adormecer); dificuldade em manter o
sono (ocorrência de despertares noturnos por mais de trinta minutos); despertar
precocemente (acordar mais cedo que o esperado) e a eficácia de sono (tempo eficaz de
sono) < que 85%. Além desse, dificuldades com o sono que desencadeiam prejuízos na
funcionalidade diurna (fadiga, stress) e dificuldade com o sono em pelo menos três dias
na semana também devem ser considerados para elucidar a hipótese diagnóstica de
insônia (FERREIRA; SOARES, 2012).
Também deve ser considerado, referente à duração, que a insônia é crônica
quando os sintomas prosseguem por mais de 30 dias, e é aguda se estiver diretamente
associadas à presença de fatores estressores e não extrapola três meses (NEVES et al.;
2013).
22

Com relação aos tratamentos, os mesmo estão direcionados para tentar diminuir
excitações fisiológicas e comportamentos de ansiedade e podem ser considerados eficazes
quando reduzem a latência do sono para um tempo menor que 30 minutos; quando
acontece o aumento integral do sono em um tempo maior que 30 minutos e quando ocorre
melhora na funcionalidade diária dos indivíduos acometidos (FERREIRA; SOARES,
2012).
Para iniciar a terapêutica, é recomendada uma análise minuciosa do caso
individualizado do paciente, seu histórico médico e psiquiátrico, atentando para as suas
particularidades, costumes e queixas de seu sono. É fundamental investigar fatores de
“predisposição, precipitação e perpetuação” que estabelecem o quadro de insônia. Assim,
mudanças no ambiente como iluminação, barulho e calor contribuem para reduzir as
perturbações ambientais ocasionadoras de interrupção do sono (FERREIRA; SOARES,
2012).
O tratamento deve abranger terapias farmacológicas e não farmacológicas, sendo
o primeiro o mais indicado e que inclui medicamentos como os benzodiazepínicos,
benzodiazepínicos agonistas (BzRAs), antidepressivos, anti-histamínicos e melatonina
(RIBEIRO, 2016). O tratamento farmacológico costuma apresentar resultados eficazes
em curto prazo. No entanto, o uso prolongado desses medicamentos pode acarretar
consequências negativas como a tolerância e a dependência (FERREIRA; SOARES,
2012).
As estratégias não farmacológicas mais adotadas para o tratamento da insônia
relacionam-se a mudanças de comportamento. Ações de natureza cognitiva, educacional,
comportamental, cuja base teórica é o modelo comportamental de insônia. Esse modelo
parte da premissa de que a insônia pode ser determinada por fatores de “predisposição,
precipitação e perpetuação,” logo, as estratégias terapêuticas tem foco específico nos dois
últimos aspectos (RIBEIRO, 2016).
A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) associada à terapia de relaxamento
tem sido muito utilizada, auxiliando na redução do estresse e da ansiedade, assim, o
tratamento (não) farmacológico conjuntamente a TCC pode prover melhor qualidade de
sono. De regra a TCC para insônia adota a realização de quatro a oito sessões, aplicadas
em grupo ou individualmente e compreendem as técnicas apresentadas no Quadro 2.
(RIBEIRO, 2016; FERREIRA; SOARES, 2012).
23

Quadro 2 – Terapias para Insônia

CONTROLE DE ESTÍMULOS PLANEJAMENTO

Defende que a insônia é uma Ciclo vigília-sono/manutenção


resposta acondicionada aos
- Horário fixo para acordar
fatores: - Ir para cama apenas quando tiver sono
- ambientais (quarto e cama) - Evitar atividades no quarto (comer, televisão, ler,
- temporais (tempo na cama) computador)
associadas ao sono. - Comportamentos que indiquem a hora de dormir
(escovar os dentes, fechar a porta, apagar a luz)
Objetivo: Associar o quarto de - se, não dormir em 30 min. levantar e mudar de ambiente
dormir e cama com um rápido - Não dormir durante o dia (contraindicado para pessoas
início de sono. com mobilidade reduzida e com risco de quedas

Restrição do sono Planejamento

Defende a redução do tempo gasto - treinar o paciente a ir para cama só quando estiver com
na cama, de modo que este se sono e se não dormir levantar após 15 min.
aproxime do tempo total de sono. - Se a eficiência do sono for < que 90%, deve-se reduzir
cerca de 20 min semanal na cama, até atingir uma
Objetivo: Proporcionar uma eficiência de 90% do sono.
privação parcial de sono, para - o tempo na cama não deve ser < 4,5 horas, as mudanças
promover o aparecimento do do número de horas na cama devem ser realizadas toda
mesmo, para melhorar a sua semana
continuidade e aprofundamento. - a programação de eficácia de sono é conforme cada
paciente
- a hora de deitar/levantar deve ser estabelecido pelo
paciente Técnica contra indicada para pessoas com
histórico de mania, convulsões, parassonias e distúrbios
respiratórios de sono.

Relaxamento Planejamento

Técnicas mais utilizadas: - identificar as cognições disfuncionais, de modo s


-Relaxamento Progressivo: substituí-las por cognições mais adaptativas, através de
ensinar exercícios que tensiona e técnicas como a detecção do pensamento, a intenção
relaxa músculos paradoxal, a reestruturação cognitiva e a imaginação.
- Autógeno: frases que produzem - identificar e retificar os erros conceituais que o insone
sensações corporais (peso e calor tem sobre as causas do transtorno e os erros atribucionais
nas extremidades e abdômen, das suas implicações deste.
regulação da atividade respiratória - alterar perspectivas irreais sobre o sono, fornecendo
e cardíaca, frio na fronte). informações sobre mudanças normais do sono (idade,
- Biofeedback: estímulos auditivos padrões de sono)
e visuais (imagens para desfocar a - trabalhar a ansiedade do paciente, com tentativas de
atenção) controle do sono; extinguir as crenças referente aos
hábitos de sono “corretos”
Objetivo: Reduzir estímulos
fisiológicos e/ou cognitivos que
comprometem o ato de dormir.

Fonte: Elaborado pela autora, com base em recomendações de Ferreira, Soares (2012).
24

Desse modo, os tratamentos cognitivo-comportamentais podem ser tanto, quanto


eficazes que o tratamento farmacológico para a insônia. A farmacoterapia é eficaz na fase
aguda da insônia e a TCC apresenta melhores efeitos em longo prazo. Se comparada à
farmacoterapia, a TCC apresenta prerrogativas, pois a pessoa desenvolve habilidades de
enfrentamento para combater a insônia aguda e prevenir ocorrências futuras. Em pessoas
com insônia crônica, a adição de medicamentos junto à TCC promove o tratamento, e o
resultado pode ser otimizado quando a medicação for interrompida durante a fase de
manutenção do tratamento não farmacológico (FERREIRA; SOARES, 2012).
A TCC foi associada com melhora subjetiva na qualidade de sono, redução de
estresse melhora na qualidade de vida das pessoas que sofrem de insônia, podendo,
inclusive, ser muito utilizada na AB (RIBEIRO, 2016).
25

6 PLANO DE INTERVENÇÃO

Esta proposta refere-se ao problema priorizado “insônia”, para o qual se registra


uma descrição, explicação e seleção de seus nós críticos, de acordo com a metodologia
do Planejamento Estratégico Simplificado (CAMPOS; FARIA; SANTOS, 2010).
Além do velho costume de solicitação de receitas sem consulta médica, como
problema enfrentado na ESF, podem ser listados: elevado número de pacientes com
queixa de insônia, hipertensos, gravidez não planejada. As ações relativas a cada nó
crítico serão detalhadas nos Quadros 3, Quadro 4 e Quadro 5.

6.1 Descrição do problema selecionado

A insônia é uma queixa que acomete em massa boa parte da população, e que
chega ao consultório com muita frequência. A falta de sono acaba levando a diversos
incômodos aos seus portadores, uma noite mal dormida atrapalha muito o dia seguinte,
passar várias noites sofrendo dessa patologia, se torna um caso que necessita de
intervenção para melhor qualidade de vida do paciente, o que pode ser adquirido de
diversas formas e será descrito nesse trabalho.

6.2 Explicação do problema selecionado

De acordo com o DSM-V (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION,


2013), o transtorno da insônia é definido de acordo com os seguintes critérios abaixo:
I. Queixa de insatisfação com a quantidade ou qualidade do sono, associado a um
(ou mais) dos seguintes sintomas:
- 1. Dificuldade de iniciar o sono;
- 2. Dificuldade de manter o sono, caracterizado por frequentes despertares ou
problemas em retornar a dormir após o despertar;
- 3. Despertar precoce pela manhã com dificuldade em retornar ao sono.
II. O distúrbio do sono causa clinicamente comprometimento do funcionamento
social, ocupacional, educacional, acadêmico, comportamental, ou em outra área
importante.
26

III. A dificuldade de dormir ocorre pelo menos em três noites na semana.


IV. A dificuldade em dormir está presente em pelo menos três meses.
V. A dificuldade em dormir ocorre a despeito de oportunidade adequada para o
sono.
VI. A insônia não é melhor explicada, ou não ocorre exclusivamente, durante o
curso de outro transtorno do sono (narcolepsia, transtorno respiratório do sono, transtorno
do ritmo circadiano vigília-sono, parassonia).
VII. A insônia não é atribuída a efeitos fisiológicos de uma substância (como
abuso de droga e medicamentos).
VIII. Transtorno mental coexistente e condições médicas não explicam a queixa
predominante de insônia.

6.3 Seleção dos Nós Críticos

Doenças que acometem o sistema emocional, podem ser:


- estresse
- excesso de ingestão de bebidas com cafeína
- costume de assistir televisão antes de dormir
- ficar por várias horas com aparelhos eletrônicos
- ausência de atividades físicas ou realização das mesmas muito próximas do horário
de dormir
- tabagismo
- etilismo
Tais situações podem ser resumidas em manutenção de hábitos de vida
inadequados, tabagismo, transtornos mentais e uso indiscriminado de aparelhos digitais.

6.4 Desenho das operações

A seguir são apresentados os desenhos das operações para cada Nó Crítico


identificado.
27

Quadro 3 – Operações sobre o “Nó Crítico 1” relacionado ao problema “Manutenção de hábitos


de vida inadequados”, na população sob responsabilidade da Equipe de Saúde da Família Nossa
Senhora de Fátima, em Patos de Minas, Minas Gerais

NÓ CRÍTICO 1 MANUTENÇÃO DE HÁBITOS DE VIDA


INADEQUADOS

Operação Estabelecer práticas para melhorar hábitos de vida

Projeto Hábitos saudáveis para todos

Resultados esperados Melhora nos hábitos alimentares e cotidianos


Rotina de atividades físicas distantes do horário de dormir
Redução de insônia

Produtos esperados Grupo de pacientes com insônia


Grupo de atividades físicas em horário adequado
Reeducação do sono

Atores sociais/ Toda ESF, gestão e comunidade.


responsabilidades

Recursos necessários Estrutural: Espaços comunitários.


Cognitivo: conhecimento sobre o tema
Financeiro: Para adquirir profissionais qualificados,
especialistas.
Político: apoio do secretário para conseguir espaço na Rádio
(a fim de manter a população orientada sobre as atividades);
Organizativo: reorganizar agenda da equipe para desenvolver
as operações a serem executadas

Recursos críticos Financeiro

Controle dos recursos Ator que controla: Gestão


críticos / Viabilidade Motivação: Contrária

Ação estratégica de Apresentar a proposta ao prefeito, sua importância,


motivação necessidade e impactos positivos que poderão ser gerados.

Responsáveis Médico, Enfermeiros e Agentes comunitários de saúde.

Cronograma / Prazo Início em 2 meses.


Duração: Enquanto o problema for relevante na área de
abrangência.

Gestão, acompanhamento e Será acompanhada por toda equipe, através de vigilância pelo
avaliação cronograma, dependendo de cada responsável pelas ações.

Fonte: Elaboradora pela autora


28

Quadro 3 – Operações sobre o “Nó Crítico 2” relacionado ao problema “Tabagismo”, na


população sob responsabilidade da Equipe de Saúde da Família Nossa Senhora de Fátima, em
Patos de Minas, Minas Gerais.

NÓ CRÍTICO 2 TABAGISMO

Operação Estabelecer o grupo de tabagismo

Projeto Grupos de tabagismo

Resultados Atender 100% da demanda instituída aos grupos.


esperados Conseguir adesão de pelo menos 70% dos tabagistas para não fazer uso
do tabaco principalmente período noturno.

Produtos Grupo de tabagismo


esperados Disponibilização das medicações
Campanha e incentivos na rádio local.

Atores sociais/ Toda ESF, gestão e comunidade.


responsabilidades

Recursos Estrutural: Espaço comunitário (por ex. USF Nossa Senhora de Fátima).
necessários Cognitivo: identificar material e pessoa para capacitar profissionais
Financeiro: aquisição de materiais para confecção de material educativo
Político: Apoio da gestão.
Organizativo: reorganizar agenda para desenvolver as operações

Recursos críticos Financeiro

Controle dos Ator que controla: Gestão


recursos críticos / Motivação: Indiferente
Viabilidade

Ação estratégica Apresentar a proposta ao prefeito, sua importância, necessidade e


de motivação impactos positivos que poderão ser gerados.

Responsáveis: Enfermeiro: pelas operações, através da criação do cronograma de


assuntos a serem tratados no grupo.
ACS: convocação dos tabagistas a participarem das reuniões, definição
da próxima reunião do paciente. Os ACS também atuarão realizando a
busca ativa dos pacientes que se ausentarem aos grupos.
Médico, nutricionista, psicólogo, ACS, dentista e enfermeiro: através de
palestras, discussões, dinâmicas, (temas que discutidos nos grupos).

Cronograma / Início em 2 meses ou assim que medicamentos forem disponibilizados.


Prazo Duração: Enquanto o problema for relevante na área de abrangência.

Gestão, Será acompanhada por toda equipe, através de vigilância pelo


acompanhamento cronograma, dependendo de cada responsável pelas ações.
e avaliação

Fonte: Elaboradora pela autora, 2019


29

Quadro 4 – Operações sobre o “Nó Crítico 3” relacionado ao problema “Transtornos mentais”,


na população sob responsabilidade da Equipe de Saúde da Família Nossa Senhora de Fátima,
em Patos de Minas, Minas Gerais.

NÓ CRÍTICO 1 TRANSTORNOS MENTAIS

Operação Avaliação da doença psiquiátrica; psicológica

Projeto Classificação da doença

Resultados esperados Controle da doença de base

Produtos esperados Médico e enfermeiro bem capacitados

Atores sociais/ Toda ESF


responsabilidades

Recursos necessários Estrutural: Sala para o enfermeiro e médico realizarem a


acolhimento e consultas
Cognitivo: Conhecimento sobre diversas doenças psiquiátricas,
psicológicas.
Financeiro: opções diversas de medicações para tratamentos
adequados.
Político: Gestão para contratação de especialistas e compra de
medicamentos
Organizacional: Diminuição do atendimento à demanda
espontânea e uso indiscriminado de medicações

Recursos críticos Financeiro e Político

Controle dos Ator que controla: Gestores


recursos críticos / Motivação: Contrária
Viabilidade
Ação estratégica de Apresentar a proposta a gestão, sua importância, necessidade e
motivação impactos positivos que poderão ser gerados

Responsáveis: Médico e Enfermeiro: triar, acolher, identificar e tratar

Cronograma / Prazo Início: em 2 meses


Duração: Enquanto o problema for relevante na área de abrangência

Gestão, Será acompanhada por toda equipe, através de vigilância pelo


acompanhamento e cronograma, dependendo de cada responsável pelas ações
avaliação

Fonte: Elaboradora pela autora, 2019


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Quadro 5 – Operações sobre o “Nó Crítico 4” relacionado ao problema “Uso indiscriminado de


aparelhos digitais”, na população sob responsabilidade da Equipe de Saúde da Família Nossa
Senhora de Fátima, Patos de Minas/MG.

NÓ CRÍTICO 1 USO INDISCRIMINADO DE APARELHOS DIGITAIS

Operação Estabelecer critérios para o uso dos recursos eletrônicos

Projeto Conscientização do malefício do excesso de internet

Resultados esperados Realizar palestras sobre o tema


Diminuição do uso de eletrônicos especialmente período noturno

Produtos esperados Medidas de reeducação frente ao uso de eletrônicos

Atores sociais/ Toda ESF e gestão


responsabilidades

Recursos necessários Estrutural: Espaços comunitários


Cognitivo: Conhecimento sobre os temas discutidos nas reuniões
Financeiro: Divulgações através de panfletos. Especialistas sobre
o tema
Organizacional: Destinar dias e horários pré-estabelecidos para
uso dos recursos citados, internet, eletrônicos no geral

Recursos críticos Financeiro

Controle dos recursos Ator que controla: Gestão


críticos / Viabilidade Motivação: Indiferente

Ação estratégica de Apresentar a proposta a gestão, sua importância, necessidade e


motivação impactos positivos que poderão ser gerados

Responsáveis Gestores: Através da inserção da equipe em cursos de


capacitação.
Enfermeira, Médica, Técnica de enfermagem, Dentista, ACS,
Nutricionista, Fisioterapeuta, Fonoaudióloga: através da
discussão de temas relativos a sua função, a fim de acrescentar no
conhecimento integral da equipe

Cronograma / Prazo Início: em 1 mês.


Duração: frequentemente

Gestão, Será acompanhada por toda equipe, através de vigilância pelo


acompanhamento e cronograma, dependendo de cada responsável pelas ações
avaliação

Fonte: Elaboradora pela autora, 2019


31

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A insônia pode ser um sintoma ou uma doença. São vários os tipos de insônia e a
maioria delas acarretam a efeitos colaterais bastante desagradáveis e também
comprometedores para seus portadores. Por isso seu diagnóstico e tratamento em curto
espaço de tempo é de suma importância para uma melhor qualidade de vida desses
pacientes.
As queixas de insônia são muito prevalentes nos cuidados de saúde primários;
assim as equipes de ESF devem conhecer os melhores recursos para a sua abordagem e
para o seu tratamento. Em uma sociedade cada vez mais medicalizada torna-se
importante que sejam associadas a terapêutica não farmacológica e quando necessária a
utilização de medidas farmacológicas, o médico e sua equipe devem adequar a terapêutica
a cada situação específica e às características de cada indivíduo acometido, a fim de
restabelecer seu sono reparador e contribuir para a melhora global de sua saúde.
32

REFERENCIAS

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