Modulo3 Manual OTET
Modulo3 Manual OTET
OPERAÇÕES TÉCNICAS EM
EMPRESAS TURÍSTICAS
Módulo 3
Agências de viagens e transportes
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Operações Técnicas em Empresas Turísticas
Índice
Apresentação e objectivos…………………………………………………………………………………………….2
1. A Agência de Viagens……………………………………………………………………………………………….3
1.1. A legislação que regulamenta a sua actividade……………………………………………….4
1.2. A organização interna de uma agência de viagens……………………………………….…8
1.3. O “incoming”…………………………………………………………………………………………… 12
1.3.1. Características dos vários tipos de grupos que visitam Portugal………..13
1.3.2. O orçamento para um grupo do estrangeiro……………………………………16
1.3.3. A elaboração de um programa – Itinerário, serviços e preço final……..17
1.3.4. Os contratos com o cliente……………………………………………………………21
1.4. O “outgoing”……………………………………………………………………………………………………….25
1.4.1. Atendimento…………………………………………………………………………………………..26
1.4.2. Departamento de Aviação……………………………………………………………………..…
27
1.4.3. Departamento de Turismo……………………………………………………………………….28
1.4.4. Documentos de viagem……………………………………………………………………………
29
1.4.5. Programas dos Operadores Turísticos……………………………………………………….36
1.4.6. Elaboração e cálculo do preço de venda de um programa de viagem…………..45
2. Os serviços administrativos……………………………………………………………………………………50
Bibliografia…………………………………………………………………………………………………………………53
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Operações Técnicas em Empresas Turísticas
Apresentação do módulo
Este módulo tem como primeiro objectivo proporcionar ao aluno o conhecimento da
importância que as agências de viagens e transportes têm no contexto do desenvolvimento
da actividade turística. Pretende-se, também, que o aluno adquira um conhecimento efectivo
da estrutura e funcionamento de uma agência de viagens e transportes, em toda a sua
complexidade e diversidade de intervenção.
Como produto final, sugere-se a simulação em sala de um balcão de uma agência de viagens
e transportes, onde os alunos poderão pôr em prática os conhecimentos adquiridos acerca
dos serviços prestados e a forma de os comercializar.
Objectivos de Aprendizagem
Conhecer o funcionamento de uma agência de viagens e a forma como se organiza;
Identificar especificidades e condicionantes do trabalho de um agente de viagens
numa época da globalização;
Organizar, estruturar e coordenar a organização de viagens de grupos à medida das
motivações dos clientes;
Comercializar os pacotes e produtos turísticos distribuídos pelos operadores turísticos,
proporcionando ao cliente uma informação correcta e que revele um conhecimento
profundo do produto que está a vender.
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Operações Técnicas em Empresas Turísticas
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Operações Técnicas em Empresas Turísticas
As agências de viagem são empresas retalhistas que fazem parte da distribuição turística e
apresentam as seguintes características:
São uma componente da estrutura empresarial directamente ligada à indústria turística como
actividade mediadora (elemento de ligação) entre os turistas e as entidades fornecedoras de
serviços.
De acordo com este diploma, são agências de viagens e turismo as empresas cujo objecto
compreenda o exercício de determinadas actividades próprias e acessórias:
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Operações Técnicas em Empresas Turísticas
Agências IATA
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Operações Técnicas em Empresas Turísticas
São aquelas que detêm um stock de bilhetes de companhias aéreas regulares que podem
emitir a qualquer altura para os seus clientes.
Dispõem de um software informático que lhes possibilita efectuar reservas, emitir os
respectivos bilhetes, pedir cotações de tarifas, verificar condições de entrada num
determinado país, condições climatéricas, etc.
Quanto à sua classificação, de acordo com a sua dimensão, capacidade e tipo de serviços, as
agências de viagens podem dividir-se em:
Agências Organizadoras (grossistas)
Agências Revendedoras (retalhistas)
Do ponto de vista legal, não existem diferença entre operadores turísticos e agências de
viagens já que as actividades que uns e outros podem desenvolver são as mesmas. No
entanto, e por razões de organização e dimensão, as agências de viagens dedicam-se
fundamentalmente à organização e venda de viagens turísticas e, outras vezes, dedicam-se
fundamentalmente ao retalho.
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Abreu http://www.abreu.pt
Halcon
http://www.halconviajes.com
Geostar http://www.geostar.pt
D-Viagem http://www.dviagem.com
Marsans
http://www.marsans.pt
Mundiclasse http://www.mundiclasse.pt
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No que à organização se refere, não existe uma estrutura generalizada dentro das agências
de viagens. Esta depende da dimensão e das actividades a que cada uma se dedica e
especializa.
Assim, propõem-se a distinção entre uma agência de viagens pequena e uma grande.
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Operações Técnicas em Empresas Turísticas
Departamento de administração
É o encarregado do controlo económico e administrativo da empresa. As suas principais
funções são:
Elaboração de balanços de gestão e financeiros;
Controlo de custos e rendimentos;
Elaboração de orçamentos de previsão anuais, indicando as quotas de produtividade
dos colaboradores;
Facturação a clientes e pagamentos a vendedores;
Controlo dos sistemas de crédito das empresas;
Liquidações fiscais;
Controlo de expediente;
Controlo do departamento de pessoal: selecção e contratação, controlo de férias, etc.
Departamento do produto
O seu objectivo principal é a elaboração e operação do produto em colaboração com o
departamento comercial.
Ainda que este departamento se encontre em agências de viagens tanto retalhistas como
grossistas, é nestas últimas onde se encontra mais desenvolvido como consequência lógica
de sua actividade.
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Operações Técnicas em Empresas Turísticas
Área auxiliar
Embora não exista em todas as agências de viagens, esta é a área que realiza o trabalho
burocrático e administrativo. Por outras palavras, encarrega-se do arquivo de expedientes,
da classificação de correspondência, do controlo de material e da entrega de documentações
a empresas e clientes, entre outras tarefas.
Com os departamentos referidos anteriormente, pretende-se reflectir sobre o que pode ser
um exemplo de uma organização especializada que abarca todos os serviços que
podem ser prestados por uma agência de viagens.
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Operações Técnicas em Empresas Turísticas
Neste tipo de organização, onde a agência não elabora os seus próprios produtos, um único
departamento é o encarregue do controlo económico da empresa, das vendas, das reservas
e da emissão de documentação. É também onde o técnico da agência realiza praticamente
todas as tarefas, sem qualquer especialização, isto é, as tarefas de preparação dos
programas de viagem, a venda dos mesmos e as suas reservas ou booking. A sua estrutura
simplificada é similar a: Direcção, Administração, Vendas, Programação e Reservas.
Por outro lado, um operador turístico é uma empresa grossista de viagens que ajusta uma
deslocação e todos os seus elementos, vendendo-a directamente ao consumidor final, às
agências de viagens ou a outros retalhistas; é um fabricante de “pacotes turísticos” que
recolhe uma série de serviços individuais promovidos por diversas empresas.
Neste sentido, aceita que o consumidor final pode auto-organizar o seu package com os seus
próprios meios mas nunca aos mesmos preços.
O operador turístico não tem que pagar adiantada a soma dos produtos que compra. Dá um
sinal e o restante é pago apenas quando a viagem dos seus clientes é finalizada. O espaço
de tempo entre o pagamento da agência de viagens ao operador turístico e deste aos seus
fornecedores é muito importante para a sua sobrevivência.
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Operações Técnicas em Empresas Turísticas
Actualmente sofrem, ainda, outra ameaça já que as próprias companhias aéreas estão a
fazer concorrência aos operadores turísticos.
1.3.O “incoming”
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Operações Técnicas em Empresas Turísticas
O incremento verificado nas chegadas (6,3%) foi superior ao registado no mundo (4,9%) e
na Europa (4,3%), e em termos de receitas, superior ao aumento verificado na Europa
(6,7%), o que permitiu o aumento das respectivas quotas de mercado.
Portugal posicionou-se:
Na 19ª posição das chegadas no ranking mundial com uma quota de 34% ;
Em 23º das receitas com uma quota 2,22%.
Em relação à Europa, Portugal manteve o 12º lugar (quota 2,47%) das chegadas e 13º das
receitas (quota 2,22%).
Em relação aos excursionistas, 99,8% das entradas foram efectuadas pela via rodoviária,
tendo como principal país de origem a Espanha.
As entradas de turistas em 59,5% dos casos foram feitas pela via aérea e em 40,5% pela via
rodoviária, tendo sido a via aérea que registou o aumento mais significativo (9,6%).
Os principais países emissores para Portugal foram a Espanha, o Reino Unido e a França,
que concentraram 55% do total de entradas de turistas.
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O forte crescimento verificado no movimento de turistas pela via aérea em 2006 reflectiu-se
no aumento do volume de tráfego aéreo internacional, com um acréscimo de 10,5% para
893,4 milhares de passageiros desembarcados de voos internacionais.
O Reino Unido;
A Alemanha;
A Espanha.
Estes concentraram 57% das dormidas totais. O Reino Unido (-1,6%) e a Alemanha (-0,9%)
em 2006, registaram decréscimos no número de dormidas, valor que se reflectiu também
numa diminuição da estada média. Por outro lado, o mercado emissor espanhol sendo um
dos mercados com estadas médias mais baixas, apresentou em 2006, um crescimento
significativo de 17,2 porcento.
Os cinco principais mercados emissores de visitantes para Portugal (Espanha, Reino Unido,
França, Alemanha e Países Baixos), representam 85,2% do total das entradas. Espanha,
enquanto principal país emissor de visitantes, contribuiu em 2006 com 13,7 milhões de
entradas, correspondendo a 60,7 porcento do total.
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Operações Técnicas em Empresas Turísticas
Por outro lado, e distinguindo entre tipos de visitantes, 81,8% das entradas de provenientes
de Espanha respeitam a excursionistas. Para os outros quatro principais mercados emissores
a maioria dos visitantes são turistas, sendo que os excursionistas rondam, em média, apenas
cerca de um porcento do total das entradas de cada país.
As entradas nos meses de Verão são significativamente superiores (cerca de 36% do total
das entradas anuais). As entradas de excursionistas fizeram sentir-se sobretudo no mês da
Páscoa e nos meses de Verão (Julho e Agosto), ultrapassando em cada um dos meses um
milhão de entradas. As entradas de turistas vão aumentando à medida que o Verão se
aproxima, sendo que as registadas nos meses de Julho, Agosto e Setembro, atingiram os 4,3
milhões (e correspondendo a cerca de 38,3% do total das entradas anuais).
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Operações Técnicas em Empresas Turísticas
praticado ao grupo não seja diferente do preço praticado pela empresa que receberia o
grupo directamente.
A soma de todos os serviços a usufruir e de outros custos que a empresa tenha, com IVA,
determina-se o preço final. A este valor acrescenta-se uma margem de lucro razoável para a
empresa. Estes custos têm que ser divididos pelo número de participantes do grupo. Assim
obtém-se o preço final a praticar e a ser cobrado por turista.
Por exemplo, organiza-se uma visita ao Museu ABC e uma visita à galeria DEF. O preço
cobrado ao público por estes é de 8 euros por pessoa mas o protocolo celebrado com o
operador turístico é de 5 euros por pessoa, ficando a diferença como lucro para os
organizadores.
1. Estudo e planeamento geral (entre ano e meio a dois anos antes da realização da
viagem);
2. Negociações com fornecedores e compras (cerca de um ano antes da realização da
viagem);
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Operações Técnicas em Empresas Turísticas
Para a correcta elaboração de ‘orçamentos turísticos’ será necessário calcular os custos de:
Estabelecimentos Hoteleiros ou Similares de Hotelaria e restauração
Meios de Transporte utilizados – Transferes; Autocarro; Cruzeiro; Avião; Comboio
Serviços especializados – Assistente; Guias Interpretes; Transferistas/Correio;
Motoristas
Entradas em Monumentos, Museus, etc.
Outro tipo de visitas
Mark-up (todos os serviços)
1. Transporte
Contabilizar:
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Transferes
Tabela própria ou débito ao km (mín. 250 kms/dia = ~2,30€/km) + 12% IVA
Transferista – tabela própria (ter em atenção o nº de pessoas, horas extra e
domingos e feriados)
Autocarro / Bus
Tabela própria ou débito ao km (mín. 250 kms/dia = ~2,30€/km) + 12% IVA
Motorista – ponderar Refeições/Alojamento/Gratificações
Total = Transferes e Visitas (c/ 12% IVA) + serviços do transferista + refeições do motorista
+ alojamento do motorista + gratificação / nº pessoas
2. Guia-Intérprete
Contabilizar:
Pax extra, horas extras, idioma extra, domingos e feriados, deslocações, refeições
(quando está no seu concelho não são contabilizadas).
Total = Horas de trabalho (c/ 21% IVA) + refeições + alojamento + deslocações / nº
pessoas
Alojamento
Contabilizar
valor dos quartos SGL / DBL / TRPL /SUITE
regime de alojamento (BB / HB / FB / TI)
Total = Preço do quarto e regime x nº de noites + gratificações por Hotel
4. Alimentação
Contabilizar:
Valor das refeições, com ou sem bebidas, mediante a categoria das unidades de
restauração.
Total = Preço da refeição (c/ ou s/ bebidas) x nº de refeições + gratificação por refeição
5. Visitas
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Contabilizar:
Todos os monumentos, museus e outros que estejam contemplados no programa da
viagem.
Total = Soma de todas as entradas
6. Mark up
Contabilizar:
Percentagem de lucro aplicada pela agência de viagens ou outra empresa
organizadora
Comissões
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Operações Técnicas em Empresas Turísticas
2 – A agência só pode alterar o preço até 20 dias antes da data prevista para a partida e se,
cumulativamente:
a) O contrato o previr expressamente e determinar as regras precisas de cálculo da
alteração;
b) A alteração resultar unicamente de variações no custo dos transportes ou do
combustível, dos direitos, impostos ou taxas cobráveis ou de flutuações cambiais.
3 – A alteração do preço não permitida pelo n.º 1 confere ao cliente o direito de rescindir o
contrato
4 – O cliente não é obrigado ao pagamento de acréscimos de preço determinados nos 20
dias que precedem a data prevista para a partida.
Impossibilidade de cumprimento
1 – A agência deve notificar imediatamente o cliente quando, por factos que não lhe sejam
imputáveis, não puder cumprir obrigações resultantes do contrato.
2 – Se a impossibilidade respeitar a alguma obrigação essencial, o cliente pode rescindir o
contrato sem qualquer penalização ou aceitar por escrito uma alteração ao contrato e
eventual variação de preço.
3 – O cliente deve comunicar à agência a sua decisão no prazo de oito dias após a recepção
da notificação.
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Operações Técnicas em Empresas Turísticas
Incumprimento
1 – Quando, após a partida, não seja fornecida uma parte significativa dos serviços previstos
no contrato, a agência deve assegurar, sem aumento de preço para o cliente, a prestação de
serviços equivalentes aos contratados.
2 – Quando se mostre impossível a continuação da viagem ou as condições para a
continuação não sejam justificadamente aceites pelo cliente, a agência deve fornecer, sem
aumento de preço, um meio de transporte equivalente que possibilite o regresso ao local de
partida ou a outro local acordado.
3 – Nas situações previstas nos números anteriores, o cliente tem direito à restituição da
diferença entre o preço das prestações previstas e o das efectivamente fornecidas, bem
como a ser indemnizado nos termos gerais.
4 – Qualquer deficiência na execução do contrato relativamente às prestações fornecidas por
terceiros prestadores de serviços deve ser comunicada à agência por escrito ou de outra
forma adequada, no prazo previsto no contrato ou, na sua falta, no prazo máximo de 20 dias
úteis após o termo da viagem.
5 – Caso se verifique alguma deficiência na execução do contrato relativamente a serviços
de alojamento e transporte, o cliente deve, sempre que possível, contactar a agência de
viagens, através dos meios previstos, por forma que esta possa assegurar, em tempo útil, a
prestação de serviços equivalentes aos contratados.
6 – Quando não seja possível contactar a agência de viagens nos termos previstos no
número anterior, ou quando esta não assegure, em tempo útil, a prestação de serviços
equivalentes aos contratados, o cliente pode contratar com terceiros serviços de alojamento
e transporte não incluídos no contrato, a expensas da agência de viagens.
Assistência a clientes
1 – Quando, por razões que não lhe forem imputáveis, o cliente não possa terminar a
viagem organizada, a agência é obrigada a dar-lhe assistência até ao ponto de partida ou de
chegada, devendo efectuar todas as diligências necessárias.
2 – Em caso de reclamação dos clientes, cabe à agência ou ao seu representante local
provar ter actuado diligentemente no sentido de encontrar a solução adequada.
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Operações Técnicas em Empresas Turísticas
1.4.O “outgoing”
1.4.1.Atendimento
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Operações Técnicas em Empresas Turísticas
Algumas companhias têm a sua própria divisão de operações turísticas. Para aqueles
operadores que não detêm uma companhia aérea existe um conjunto de opções para
contratualizar lugares de avião:
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Operações Técnicas em Empresas Turísticas
1.4.4.Documentos de Viagem
Impressos técnicos
a) Folha de reserva.
Utiliza-se para recolher os primeiros dados de uma viagem. Pode ser um modelo criado pela
própria agência ou um simples caderno. Neste caso, dado o seu carácter interno, o
importante não é o tipo de documento, mas sim os dados que nele se detalhem.
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b) Expediente de serviços
É o documento interno mais importante, pois é aí onde se especificam todos os dados
respeitantes à venda, desde a pessoa que a executa, o pagamento aos fornecedores, sem
esquecer a descrição dos serviços contratados.
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Operações Técnicas em Empresas Turísticas
Estes dados podem servir tanto para a abertura da ficha do cliente, como para localizar o
mesmo em caso de alguma mudança nos serviços solicitados (por exemplo, mudança de
hora de voo ou cancelamento do mesmo). Há que fazer constar o serviço solicitado, com
as suas características (categoria, situação, itinerário, etc.) e preço, o prestador do
serviço e a pessoa de contacto. Tem que se indicar o preço bruto e/ou net, bem como a
comissão e/ou o benefício, as datas e forma de cobrança e pagamento e dados
adicionais como bonificações a clientes, gastos por cobrança contra cartão de crédito e
outros.
Logo que o fornecedor do serviço envie a confirmação dos serviços a prestar, devem ser
anotados todos os detalhes relativos à prestação, bem como o seu valor.Com a entrega da
documentação e a cobrança final ao cliente, o expediente encontra-se pronto para ser
arquivado, esperando pela factura do produtor. Quando chega a factura, compara-se a
mesma com o valor do expediente, no sentido de confirmar que todos os dados económicos
se encontram correctos, passando posteriormente para o departamento de pagamentos da
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Operações Técnicas em Empresas Turísticas
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Operações Técnicas em Empresas Turísticas
Nomes das pessoas que viajam por conta da empresa e categoria profissional das
mesmas;
Regulamento empresarial relativa às viagens (há que ter em conta que em muitas
empresas o nível profissional do empregado que viaja determina a categoria do
serviço solicitado);
Preferências destas pessoas na altura de viajar;
Documentação pessoal dos viajantes (documento nacional de identidade e
nacionalidade);
Pessoa encarregue da petição de serviços à agência de viagens.
Pessoa encarregue da área financeira;
Produção e rentabilidade da empresa.
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Operações Técnicas em Empresas Turísticas
Documentos de controlo.
Devido à grande quantidade de documentos que se geram na gestão interna e externa, de
uma agência de viagens, é necessário ter um controle dos mesmos, para saber em qualquer
momento a situação em que se encontram e poder recuperar esses documentos sempre que
tal seja necessário.
De igual forma, o agente de viagens tem que revelar especial cuidado na emissão destes
documentos externos, a fim de evitar problemas ao cliente e à agência, já que estes
documentos especificam os serviços solicitados por aquele e as condições de contratação
dos mesmos.
Voucher
Em geral, o Voucher pode ser um comprovativo, onde está mencionado o serviço a ser
executado e os dados do estabelecimento contratado, tais como, endereço, telefone, tarifa
contratada e o nome do titular do voucher.
Original - Entrega-se ao cliente para que este, por sua vez o entregue ao prestador
do serviço;
1ª Cópia - É enviada ao produtor como reconfirmação da reserva;
2ª. Cópia - É arquivada junto com o expediente da agência;
3ª Cópia - Entrega-se ao cliente como comprovativo da sua reserva.
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Operações Técnicas em Empresas Turísticas
Logótipo da agência;
Nome, apelidos do cliente e número de pessoas cobertas pelo voucher;
Detalhes dos serviços contratados;
Selo da agência, assinatura do agente que emite o voucher e data de emissão;
Pessoa ou entidade que nos confirmaram a reserva;
Responsável pelo pagamento dos serviços.
Pelo facto do voucher ser um documento de uso externo, não se deve esquecer que, um
erro na emissão pode acarretar problemas na prestação do serviço ao cliente e
posteriormente reclamações à agência, pelo que se tem de prestar atenção especial a este
documento. Neste sentido, há que ter em conta as seguintes situações:
Há que emitir um voucher para cada forncedor dos serviços que compõem o pacote;
Deve ser emitido um voucher para cada serviço prestado;
Nas reservas de serviços quando o idioma do produtor e o do cliente não coincidam,
o voucher deverá ser emitido em ambos os idiomas;
Há que detalhar com a maior clareza possível os serviços, contratados: tipo, data de
prestação, pessoa que confirmou a reserva, entre outros;
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Operações Técnicas em Empresas Turísticas
Material diverso
Devem existir uma série de documentos numa agência de viagens, mas que pelo seu
carácter universal, não requerem uma composição específica, devendo no entanto, estar
sempre presentes, já que constituem a imagem da empresa, pois têm impressos o logótipo,
o nome, a direcção, o telefone e o fax da agência.
A agência de viagens também pode elaborar os pacotes, mas normalmente revende pacotes
dos operadores turísticos, ganhando uma comissão para cada venda realizada.
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Operações Técnicas em Empresas Turísticas
Para organizarem uma viagem, os operadores turísticos adquirem aos produtores os serviços
que integram na viagem por um determinado preço, combinam esses serviços num pacote
(package) e vendem-no a um preço final que cobre todos os serviços.
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Operações Técnicas em Empresas Turísticas
(dia e hora) não podendo, em regra, ser alteradas. Se, no entanto, isso for possível,
sofrem uma penalização de preço.
O tradicional pacote de férias é constituído por três elementos adquiridos em grande volume
pêlos OT, e têm que ser vendidos num preço único e inclusivo:
Transporte
Alojamento
Transfers (transporte entre o local de chegada e o alojamento)
Transporte
Os transportes como componentes de um pacote podem envolver:
Um lugar num charter ou voo aéreo
Uma cama ou cabine num barco de cruzeiro
Um lugar num comboio
Um lugar num autocarro
O aluguer de um carro
Usualmente, o transporte como parte de um pacote será para o cliente chegar ao seu
destino. No entanto, em alguns tipos de férias este faz parte crucial da experiência:
Cruzeiros
Circuitos de autocarro
Viagem de comboio de luxo
Safaris
Viagens em carro próprio
Viagens de bicicleta
Viagens de barco, etc.
Regular: os voos regulares são aqueles que se praticam em horários e dias pré-
estabelecidos, independentemente do número de passageiros, e, usualmente são operados
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Operações Técnicas em Empresas Turísticas
pelas companhias nacionais de aviação. Os voos charter são planeados para as necessidades
do mercado de férias e poderão ser cancelados se não houverem reservas suficientes.
Nem todos os países permitem a operação de voos charter para o seu território já que, na
sua opinião, vêm retirar clientes às companhias regulares do seu país. Por outro lado, nem
todos os destinos conseguem atrair suficientemente os operadores turísticos e AVT para que
estes fretem voos charter.
Nestes casos, os TO têm mesmo que usar voos regulares, utilizando as tarifas mais baixas
ou de grupo de forma a obterem os preços mais baixos. É comum efectuarem reservas
individuais. Esta situação verifica-se normalmente quando os TO trabalham com segmentos
específicos, que procuram destinos com poucos voos e desde logo pouco explorados
turisticamente.
Cada vez há mais voos regulares a serem utilizados para férias, em vez de voos charter. Esta
situação deve-se a:
Cada vez mais pessoas começam a fazer as suas próprias marcações;
Os destinos longínquos estão cada vez mais populares;
Viagens de Fly-drive (Ver glossário) mais populares;
Os pacotes que usam linhas aéreas regulares são designados por ITXs e os voos charter
ITCs.
Comboio e Autocarro: Alguns clientes preferem chegar aos destinos deste modo, porque á
mais barato, porque gostam de observar a paisagem ou têm medo de voar. Algumas
empresas são mesmo especialistas em Coach Tours.
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Operações Técnicas em Empresas Turísticas
Carro: Alguns clientes gostam de levar os seus próprios carros para férias. Se preferem
alugar um carro os operadores podem tratar disso.
Alojamento
O alojamento como componente essencial de um pacote de férias pode envolver:
Quarto num hotel
Aparthotel
Apartamentos
Residenciais
Pousadas
Unidades de TER, etc.
Tranfers
O terceiro elemento tradicional de um pacote de férias é o transfer entre o aeroporto e o
hotel e vice-versa. Normalmente é feito de autocarro, minibus, sendo alguns feitos de táxi.
Diversos
Vouchers de desconto em restaurantes;
Vouchers para entrar em Museus, Teatros ou outros;
Passeios de Barco;
Vouchers de desconto em parques temáticos;
Vouchers de desconto em excursões;
Etc.
Outros componentes
Em adição, os OT normalmente providenciam representações para ajudar os clientes
e dar-lhes as boas vindas quando chegam ao local.
Por vezes o pacote também inclui excursões organizadas.
Alguns operadores também estabelecem seguros de viagem, sendo quase sempre
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Operações Técnicas em Empresas Turísticas
obrigatório a menos que o cliente prove que fez o seu seguro equivalente ou com
melhor cobertura. Há duas razões para isso:
A margem de segurança possibilita vendas mais caras;
É muito difícil para um operador virar as costas a um cliente que tenha um
acidente e que não tenha seguro para cobrir os seus custos. Algumas
companhias reservam o direito de não se responsabilizarem pêlos clientes que
não pagam o seguro mas isso poderá gerar má publicidade.
Tailor Made: feito à medida e conforme desejo expresso do cliente. Expressão americana
que se usa para definir os tipos de programa e itinerário de viagens, preparados por um
agente em função das especificidades fornecidas pelo cliente.
Serviços auxiliares
Muitos operadores vendem serviços auxiliares em adição ao pacote básico de férias:
Visas
Seguros
Travellers cheques/câmbios
Taxi para o aeroporto
Aluguer de carros
Hotéis no aeroporto
Mapas /Guias
Excursões
Equipamentos (Ski, Aulas...)
Facilidades desportivas
Eventos
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Operações Técnicas em Empresas Turísticas
http://www.thomascook.com/
Thomas Cook
http://www.tuiviagens.pt
TUI
Soltour http://www.soltour.pt/
Travelplan
http://www.travelplan.pt/
Club Med
http://www.clubmed.com/
Abreu http://www.esoperadores.com/
http://www.esoperadores.com/
Mundo VIP
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Operações Técnicas em Empresas Turísticas
Solférias http://www.solferias.com/
Pachatours http://www.pachatours.pt/
Quadrante
http://www.quadranteviagens.pt/
Soltrópico
http://www.soltropico.pt/
Vivatours http://www.vivatours.pt/
Nortravel http://www.nortravel.pt/
Clube viajar
http://www.clubeviajar.com/
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Operações Técnicas em Empresas Turísticas
Entremares http://www.entremares.pt
Lusanova http://www.lusanova.pt/
Terra Europa
http://www.terraeuropa.pt/
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Operações Técnicas em Empresas Turísticas
Os contratos menos flexíveis são aqueles que obrigam o operador turístico a pagar por um
número de quartos independentemente de estes serem ou não ocupados na totalidade. Esta
situação pode assegurar um bom preço mas o que quer dizer que as camas não vendidas
têm que ser pagas.
O operador turístico pode contratualizar o alojamento com base numa gestão ad hoc que
não trará riscos para o operador turístico mas tem a desvantagem de se tornar mais
oneroso.
Os operadores poderão trabalhar com lucros elevados embora estes não tenham a
capacidade de garantir elevadas vendas figuradas no mercado de vendas de viagens para
massas, sendo ainda que a maior parte dos operadores turísticos têm as suas próprias
companhias aéreas.
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Operações Técnicas em Empresas Turísticas
A procura e a oferta desenvolvem um papel crucial no que concerne à definição dos preços
dos produtos disponibilizados pelos operadores turísticos, nomeadamente o efeito da
sazonalidade.
As épocas (alta e baixa) são, normalmente, indicadas nas brochuras e apresentam diferentes
características, principalmente no que diz respeito aos preços.
A época alta caracteriza-se pelas datas mais populares, normalmente aquelas que ocorrem
durante férias escolares para o mercado das famílias. São frequentemente vendidas a um
valor mais elevado. Esta poderá variar de acordo com diferentes tipos de férias:
Carnaval;
Férias de neve;
Natal;
Páscoa, etc.
A época baixa, representada pelas datas mais acessíveis, é normalmente, aquela em que a
procura é mais reduzida, o que poderá suceder durante os meses de inverno, que determina
a épocas em alguns países.
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Operações Técnicas em Empresas Turísticas
vendiam. Por vezes este processo é utilizado para alojamentos não reconhecidos e os
consumidores não sabem o que estão a comprar.
Sendo o mercado das operações turísticas muito competitivo, sabemos que é um sector
influenciado pelas oscilações de preços.
€ 1.445 *
Localidade Delhi
2º dia: Delhi
Chegada, recepção e assistência pelo guia local. Transfer para o hotel. Alojamento.
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Operações Técnicas em Empresas Turísticas
Vermelho e Chandni Chowk, principal artéria da antiga Delhi. Almoço. Na Nova Delhi, visita de Qutub
Minar construído por Qutub-ud-Din Aibek em 1199, do Túmulo de Humayun, da Porta de India
(Memorial de guerra), e do Templo hindu de Lakshminarayan. Passagem pela Casa do Presidente,
Parlamento e Edifícios do Governo. Jantar e alojamento.
8º dia: Portugal
Chegada e fim dos nossos serviços.
Fim da viagem
O Preço Inclui:
Passagem aérea em voo regular de Lufthansa Portugal / Délhi / Portugal em classe económica "V" ou
"W", com direito a 20 kg de bagagem.
Transfer aeroporto/ hotel/ aeroporto.
Circuito de 8 dias em hotéis da categoria escolhida com guia local a falar espanhol.
Circuito em veículo com ar condicionado.
Regime alimentar conforme itinerário.
Entradas nos monumentos.
Taxas de aeroporto e segurança e combustível (€320).
Seguro de viagens, taxas hoteleiras, serviço, IVA.
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Notas:
Forte Vermelho encerrado às Segundas-feiras
Taj Mahal encerrado às Sextas-feiras
Os preços e alojamento disponível nesta oferta, estão sujeitos a confirmação e disponibilidade.
Nas viagens que abranjam dois períodos, os preços terão que ser reconfirmados.
Taxas de aeroporto, segurança e combustível estão sujeitos a confirmação.
Serão adicionadas ao programa todas as taxas e suplementos disponíveis a data da sua publicação.
O preço informado pode sofrer alteração até 20 dias antes da partida em caso de aumento do preço
dos combustíveis, dos direitos, impostos ou taxas cobráveis e flutuações cambiais. (Dec Lei 263/2007
Cap IV Secção III Artº 26).
in
http://www.geostar.pt/programas/india-circ-triangulo-dourado-partidas-de-lisboa-8-dias/112814/0-1
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DIRECÇÃO/
ADMINISTRAÇÃO
SERVIÇOS
SERVIÇOS
BALCÃO/ VENDAS ADMINISTRATIVOS
ADMINISTRATIVOS
Entrega de Documentação
A entrega de documentação à primeira vista não parece mais do que uma entrega de
papéis, mas na realidade talvez seja dos passos mais importantes da venda.
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Evitando também a sensação de insegurança, ou medo que algo saia errado, por parte do
cliente.
Passos a seguir:
Colocar todos os documentos sobre a mesa à vista do cliente. Começar a rever a
viagem em voz alta e ao mesmo tempo que o cliente, de forma cronológica desde a
saída até ao regresso.
Nesta revisão asseguramo-nos de que o serviço está de acordo com o que o cliente
pediu e sem mal-entendidos. Com a explicação cronológica se indica ao cliente em
que momento irá necessitar de que documentos, em que consiste e como utilizá-lo e
decifrá-lo.
É o momento em que se informa de todos os detalhes que o cliente possa esquecer,
bem como tudo o que terá que saber, desde horários e lugares de saída, tempo
mínimos de check-in no aeroporto e como fazê-lo, onde se dirigir, vacinas que deve
ter, requisitos legais, conselhos práticos...
Devem-se indicar ao cliente os contactos, direcções e telefones dos escritórios ou dos
representantes do grossista português.
Fornecer, sempre que possível, informação adicional sobre o destino e sobre o
serviço em causa, costumes do país, mapas, guias, cópias da Internet e páginas ou
endereços que poderá consultar.
Passar à cobrança do restante valor da viagem em falta e certificar-se em que nome
fica a factura e o que gostaria que constasse. Incluir os comprovativos de pagamento
junto com a documentação.
A documentação deverá ser colocada em porta-voucher próprio da agência e não do
operador.
Dever-se-á incluir um questionário de qualidade para melhor controlo da qualidade
da viagem e dos serviços do operador.
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Bibliografia
Dantas, José Carlos (2002), Qualidade do atendimento nas agências de viagens, Brasil, Ed.
Roca
Webgrafia
Turismo de Portugal
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www.turismodeportugal.pt
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