Saúde Sexual e Reprodutiva. Trabalho
Saúde Sexual e Reprodutiva. Trabalho
Saúde Sexual e Reprodutiva. Trabalho
Universidade Save
Gaza
2019
Alberto Cristiano Nandiwe
Aurélio Carlos Manjate
Belquício Toscane Valoi
Calismo Alfredo Chaúque
Carlos Simone Chaúque
Crimildo Feleciano Tivane
Universidade Save
Gaza
2019
Índice
Introdução.............................................................................................................................................4
Conceitos de: Saúde reprodutiva e Saúde Sexual..................................................................................5
Saúde reprodutiva.............................................................................................................................5
Saúde Sexual......................................................................................................................................5
Direitos sexuais......................................................................................................................................5
Direitos das Pessoas com Deficiência...................................................................................................6
Direitos reprodutivos.............................................................................................................................7
Adolescente e os jovens na saúde sexual e reprodutiva........................................................................7
Atividades a serem desenvolvidas na atenção em saúde reprodutiva..................................................7
Práticas euducativas em saúde sexual e reprodutiva............................................................................7
Anticoncepção, Contracepção de Emergência, Prescrição de Anticoncepcional e Ética.......................8
Assistência e Diagnóstico, aborto, pré-natal, parto e puerpério...........................................................9
Assistência e Diagnóstico...................................................................................................................9
São sinais e sintomas da gravidez:.....................................................................................................9
Aborto...............................................................................................................................................9
Pré-Natal..........................................................................................................................................10
Parto................................................................................................................................................10
Puerpério.........................................................................................................................................10
Doenças Sexualmente Transmissíveis.................................................................................................11
Sífilis................................................................................................................................................11
Cancro Mole....................................................................................................................................11
Donovanose.....................................................................................................................................11
Linfogranuloma...............................................................................................................................12
Infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV)...................................................................................12
Violência Sexual...................................................................................................................................12
Conclusão............................................................................................................................................15
BIBLIOGRAFIA......................................................................................................................................16
Introdução
Este trabalho trata da Saúde Sexual e Reprodutiva, inicia-se com a apresentação e discussão
dos conceitos de saúde sexual e reprodutiva. De acordo com a definição dos termos deste
trabalho implica que as pessoas sejam capazes de ter uma vida sexual saudável e satisfatória,
que tenham a capacidade de se reproduzir e a liberdade suficiente para decidir quando e como
o querem fazer. Estão implícitos os direitos dos homens e das mulheres em serem
informados e terem acesso a métodos de Planeamento Familiar seguros, eficazes, aceitáveis e
exequíveis à sua escolha, assim como a outros métodos da sua escolha para regular a sua
fecundidade e que não sejam ilegais. Implica ainda que têm direito ao acesso a serviços e
cuidados de saúde apropriados que capacitem as mulheres para a gravidez e o parto e que
proporcionem aos casais as melhores oportunidades de terem filhos saudáveis.
Conceitos de: Saúde reprodutiva e Saúde Sexual
Saúde reprodutiva
A saúde reprodutiva é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, em todos os
aspectos relacionados com o sistema reprodutivo e as suas funções e processos, e não de mera
ausência de doença ou enfermidade. A saúde reprodutiva implica, por conseguinte, que a
pessoa possa ter uma vida sexual segura e satisfatória, tendo autonomia para se reproduzir e a
liberdade de decidir sobre quando e quantas vezes deve fazê-lo.
Os homens e mulheres têm direito de serem informados e de terem acesso a métodos
eficientes, seguros, permissíveis e aceitáveis de planejamento familiar de sua escolha, assim
como outros métodos de regulação da fecundidade, de sua escolha e o direito de acesso a
serviços apropriados de saúde que deem à mulher condições de atravessar, com segurança, a
gestação e o parto e proporcionem aos casais a melhor chance de ter um filho sadio
Saúde Sexual
Saúde Sexual é um estado de completo bem-estar físico, emocional, mental e social associado
à sexualidade e não só a ausência de doença ou enfermidade. A saúde sexual implica uma
abordagem respeitosa e positiva da sexualidade e das relações sexuais (sexuadas), assim
como a possibilidade de ter experiências sexuais gratificantes e seguras, livres de coerção,
discriminação e violência. Para que a Saúde Sexual seja atingida, os direitos sexuais de todas
as pessoas devem ser respeitados, protegidos e satisfeitos.
A Saúde Sexual integra problemas como as IST e SIDA, gravidez não desejada e aborto,
cancro e infertilidade resultantes de IST e violência.
Direitos sexuais
Para que o ser humano e a sociedade desenvolvam uma sexualidade saudável, os seguintes
direitos sexuais devem ser reconhecidos, promovidos, respeitados, defendidos por todas as
sociedades de todas as maneiras:
O direito à liberdade sexual - A liberdade sexual diz respeito à possibilidade dos
indivíduos de expressar seu potencial sexual. No entanto, aqui se excluem todas as
formas de coerção, exploração e abuso em qualquer época ou situação de vida.
O direito à autonomia sexual - Integridade sexual é a segurança do corpo sexual - este
direito envolve habilidade de uma pessoa em tomar decisões autônomas sobre a
própria vida sexual num contexto de ética pessoal e social. Também inclui o controle
e o prazer de nossos corpos livres de tortura, mutilações e violência de qualquer tipo.
O direito à privacidade sexual - O direito de decisão individual e aos comportamentos
sobre intimidade, desde que não interfiram nos direitos sexuais dos outros.
O direito à igualdade sexual - Liberdade de todas as formas de discriminação,
independentemente de sexo, gênero, orientação sexual, idade, raça, classe social,
religião, deficiências mentais ou físicas.
O direito ao prazer sexual - O prazer sexual, incluindo autoerotismo, é uma fonte de
bem-estar físico, psicológico, intelectual e espiritual.
O direito à expressão sexual - A expressão sexual é mais que um prazer erótico ou ato
sexual. Cada indivíduo tem o direito de manifestar a sexualidade através da
comunicação, toques, sentimentos e amor.
O direito à livre associação sexual - Significa a possibilidade de casamento ou não,
ao divórcio e ao estabelecimento de outros tipos de associações sexuais responsáveis.
O direito às escolhas reprodutivas livres e responsáveis - É o direito em decidir ou não
ter filhos, o número e o tempo entre cada um, e o direito total aos métodos de
regulação da fertilidade.
O direito à informação baseada no conhecimento científico - informação sexual deve
ser gerada através de um processo científico e ético e disseminado em formas
apropriadas e a todos os níveis sociais.
O direito à educação sexual compreensiva - este é um processo que dura a vida toda,
desde o nascimento, e deveria envolver todas as instituições sociais.
O direito à saúde sexual - O cuidado com a saúde sexual deveria estar disponível para
a prevenção e tratamento de todos os problemas sexuais, preocupações e desordens.
Direitos reprodutivos
• O direito das pessoas decidirem, de forma livre e responsável, se querem ou não ter filhos,
quantos filhos desejam ter e em que momento de suas vidas.
• O direito de acesso a informações, meios, métodos e técnicas para ter ou não ter filhos. • O
direito de exercer a sexualidade e a reprodução livre de discriminação, imposição e violência.
Aborto
A decisão de interromper a gestação não é rara entre as adolescentes, principalmente as de
nível sócioeconômico mais elevado e com melhores perspectivas de vida. Nas classes sociais
mais baixas, a maternidade é mais aceita, porém as gestantes correm risco maior quando
recorrem ao aborto.
No acompanhamento pós-abortamento, o suporte psicológico e a orientação contraceptiva são
fundamentais para evitar gestações futuras, estados depressivos, mudanças de comportamento
e distúrbios sexuais.
Pré-Natal
O objetivo do pré-natal é assegurar que a gravidez transcorra sem intercorrências e termine
com o nascimento de um bebê saudável, sem o comprometimento da saúde da adolescente,
em todos os seus aspectos.
O pré-natal deve começar o mais cedo possível para que as medidas profiláticas tenham
eficácia. O exame físico geral e o especializado podem detectar doenças subclínicas não
diagnosticadas previamente, possibilitando tratamento oportuno, prevenindo complicações.
Este momento é fundamental para o estabelecimento de um vínculo de confiança com a
adolescente e, se possível, com o pai e família. A anamnese deve incluir dados
socioeconômicos, culturais, emocionais, físicos e familiares. O exame físico e os
complementares possibilitam determinar a idade gestacional, identificar doenças associadas
(anemias, infecções, cardiopatias, nefropatias, diabetes, endocrinopatias e outras) e avaliar o
estado nutricional. Recomenda-se que as consultas subsequentes sejam agendadas de 15 em
15 dias, até a trigésima quinta semana, quando passarão a ser semanais.
Parto
O temor do parto é comum a todas as mulheres, mas adquire característica especial entre as
gestantes adolescentes, que relacionam sua juventude a uma suposta incapacidade para levá-
la a cabo e associam imaturidade psicológica com incapacidade biológica para parir,
culminando com o medo de morrer no parto.
Durante a gravidez, o ideal é que as adolescentes tenham um espaço específico de
atendimento que inclua dinâmicas de grupo, forma ideal para discutir os medos, ansiedades,
fantasias e mitos sobre o parto, esclarecer dúvidas e ensinar noções básicas de puericultura.
Puerpério
Caracteriza-se por profundas modificações genitais, gerais e psíquicas, com gradativo retorno
ao período não gravídico. Com a dequitação da placenta, ocorre uma queda dos hormônios
esteroides, levando a um período de atrofia genital até o retorno das funções endócrinas
plenas dos ovários. O puerpério apresenta a mulher à realidade da maternidade.
Independentemente dos motivos que a levaram à gravidez, existe uma satisfação em
comprovar a fertilidade e a capacidade de gerar um filho. A puérpera deverá ser orientada
quanto aos lóquios, fluxos genitais decorrentes da drenagem uterina puerperal, que de início
são sanguíneos, de volume variável, não ultrapassando o de um fluxo menstrual. Após o
quinto dia, tornam-se gradativamente acastanhados, depois sero-sanguinolentos e, finalmente,
serosos. O odor fétido é sinal de infecção.
A atividade sexual pode ser retomada após o trigésimo dia do parto, tempo necessário para a
recuperação da área de inserção placentária. O relacionamento sexual precoce predispõe a
infecções ascendentes. O fluxo menstrual volta entre 45 e 60 dias nas pacientes que não
amamentam (quando ocorre aleitamento exclusivo, o retorno da menstruação varia, podendo
ocorrer somente após o término do aleitamento).
Os cuidados com as mamas deverão ser reforçados, visando prevenir ocorrências que possam
dificultar o aleitamento. A dieta é semelhante à da gestação, sendo recomendada a ingestão
de líquidos (em média 2 litros por dia) com a finalidade de repor a água secretada pelo leite.
Devemos alertar quanto à transferência de drogas para o bebê através do leite. A prescrição
de medicamentos deve ser controlada. O álcool e o fumo devem ser evitados, assim como
maconha e cocaína. O uso do preservativo é aconselhável.
Cancro Mole
É uma afecção de transmissão exclusivamente sexual, causada pelo bacilo gram-negativo
Haemophilus ducreyi. O período de incubação varia geralmente de três a cinco dias,
podendo-se estender por até duas semanas. O cancro mole é muito mais frequente no sexo
masculino e é composto por lesões ulceradas, dolorosas, geralmente múltiplas devido à auto-
inoculação.
Donovanose
A Donovanose é uma doença crônica progressiva, causada pela Calymmatobacterium
granulomatis. Acomete preferencialmente pele e mucosas das regiões genitais, perianais e
inguinais e é frequentemente associada à transmissão sexual, embora os mecanismos de
transmissão não estejam ainda bem esclarecidos. A incidência de contágio é baixa. Após um
período de incubação de três a 90 dias, surge lesão papulosa ou pustulosa que evolui com
ulceração indolor, de bordas bem delimitadas, com fundo granuloso, vermelho-vivo e de
sangramento fácil. Aumenta progressivamente de tamanho, podendo tornar-se vegetante ou
úlcero-vegetante
Linfogranuloma
O linfogranuloma venéreo é uma doença bacteriana sexualmente transmissível, causada pela
Chlamydia tracomatis dos sorotipos 8
L1, L2 e L3. Após um período de incubação de 3 a 30 dias, verifica-se pequena vesícula,
pápula ou exulceração, indolor e fugaz, que, em geral, passa desapercebida.
Violência Sexual
A violência é considerada um fenômeno complexo e múltiplo, em suas causas e formas de
expressões, atingindo todos os grupos sociais e faixas etárias, mas com maior intensidade as
pessoas mais desprotegidas da sociedade, como as crianças e os adolescentes.
No que se refere ao exercício da sexualidade, este pode ser gerador de conflitos, danos, riscos
e sofrimento, especialmente se possui as marcas da desigualdade de gênero ou como
manifestação de poder e superioridade física, etária, de condição econômica ou social,
Relações desiguais favorecem as discriminações e as várias formas de violências, sobretudo a
violência sexual. Esta pode ser considerada de extrema gravidade, pelo seu caráter íntimo e
relacional. É ainda mais grave quando é exercida por adultos contra crianças e adolescentes,
pois produz desestruturação psíquica e social, principalmente em situações de abusos sexuais
de longa duração e na exploração sexual comercial. A gravidade também se relaciona com o
grau de intimidade do vitimizador em relação à vítima, aos papéis de autoridade e proteção
que este exerce, aos sentimentos que os unem, à característica da violência física (estupro,
ferimentos, tortura, assassinato) e, também, de suas consequências (gravidez, aborto,
maternidade incestuosa, sequelas físicas e psicológicas graves, morte). Independente da
situação, a violência sexual é uma invasão das partes mais privadas e íntimas do corpo e da
consciência de uma pessoa.
Os principais tipos de abuso são o abuso físico, sexual, psicológico e a negligência. O abuso
sexual é considerado “o ato ou jogo sexual praticado por pessoa em estado psicossexual
superior ao da criança ou adolescente” e pode se manifestar por infecções urinárias
recorrentes, lesões ou edema na região genital e sem explicação plausível.
A responsabilidade dos profissionais de saúde quanto à violência sexual envolve vários
aspectos.
Quanto a práticas gerenciais e de participação favoráveis:
a) Organizar um sistema de coleta de dados, que possibilite a visibilidade estatística acerca
dos casos de violência sexual, colaborando para o diagnóstico da situação e para a
formulação de estratégias de prevenção;
b) Promover capacitação nos serviços de saúde, incluindo o conjunto da equipe de saúde, em
particular da enfermagem, para a identificação dos sinais de violência sexual aguda e
repetitiva, orientação e cuidados nos agravos à saúde física e psicológica das vítimas e
prevenção das doenças sexualmente transmissíveis, aids e gravidez.
Quanto ao atendimento após a violência sexual: