Artigo Impactos Ambientais Do Turismo em Lagoas Costeiras

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ARTIGO ORIGINAL

Impactos ambientais do turismo em lagoas


costeiras do Rio Grande do Sul
Environmental impacts of tourism in coastal lakes of Rio Grande do Sul
Impactos ambientales del Turismo en lagos costeros de Rio Grande do Sul

Rosane Maria Lanzer < [email protected] >


Professora adjunto III da Universidade de Caxias do Sul (UCS), Caxias doSul, RS, Brasil.

Bernardo Villanueva de Castro Ramos < [email protected] >


Mestrando em Turismo pela Universidade de Caxias do Sul (UCS), Caxias doSul, RS, Brasil.

Cassiano Alves Marchett < [email protected] >


Bacharel em Ciências Biológicas pela Universidade de Caxias do Sul (UCS), Caxias doSul, RS,
Brasil.

Cronologia do processo editorial


Recebimento do artigo: 21-set-2012
Aceite: 11-abr-2013

Formato para citação deste artigo


LANZER, R.M; RAMOS, B.V.C; MARCHETT, C.A. Impactos ambientais do turismo em lagoas
costeiras do Rio Grande do Sul.Caderno Virtual de Turismo. Rio de Janeiro, v. 13, n. 1, p.134-149,
abr. 2013.

REALIZAÇÃO APOIO INSTITUCIONAL PATROCÍNIO

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Lanzer, Ramos e Marchett Impactos ambientais do turismo em lagoas costeiras do Rio Grande do Sul

Resumo: A riqueza de corpos de água doce próximos ao mar torna a região do litoral gaúcho uma paisagem
única no planeta. Entre os objetivos do Projeto Lagoas Costeiras, patrocinado pelo Programa Petrobras
Ambiental, está identificar os impactos provocados pelo uso turístico dessas lagoas. A avaliação dos impactos
foi baseada no levantamento de danos a fauna, a flora, ao solo e aos recursos hídricos, presença de resíduos
e fogueira, condições da infraestrutura e educação ambiental. Os níveis de impacto variaram desde não im-
pactado a altamente impactado. No litoral médio e sul, a beleza natural está associada a um rico patrimônio
cultural, entretanto o turismo é pouco desenvolvido e os principais impactos se relacionam às atividades
agropastoris. O número elevado de visitantes durante o verão, no litoral norte, e o uso das lagoas para esportes
náuticos e recreação, como alternativa ao mar, gera os maiores impactos. A falta de infraestrutura e de contro-
le do turismo nas lagoas compromete, não somente a conservação destes ecossistemas, mas outros usos como
a pesca e fonte de água potável para a comunidade local.
Palavras-chave: Turismo; Lagoas costeiras; Impactos ambientais.

Abstract: The richness of freshwater bodies, very close to the ocean, embedded in a heterogeneous mosaic of
terrestrial ecosystems, make the coastal region of Rio Grande do Sul an unique landscape on the planet. The
goals of the Coastal Lakes Project, sponsored by Programa Petrobras Ambiental, is to identify the touristic
impacts on coastal lakes. The assessment of environmental impacts by tourism includes: garbage, fireplaces,
damage to vegetation, damage to wildlife, soil erosion, damage to the water resources, infrastructure and
environmental education. The classification ranges from not to highly impacted. Although the southern re-
gion joins natural beauty and cultural heritage, tourism is fairly crude. Mainly in the northern coast exist sea
baths with large amount of visitors during summertime, using lakes for water sports and recreation. The lack
of infrastructure and control increases touristic impacts, affecting the conservation of these ecosystems. The
improper use of the lakes compromises, inter alia, sources of fresh water for the inhabitants of the region.
Keywords:Tourism; Coastal lakes; Environmental impacts.

Resumen: La riqueza de cuerpos de água dulce cerca del mar brinda la región del litoral de Rio Grande do Sul
un paisaje único en el planeta. Entre los objetivos del Projeto Lagos Costeros, patrocinado por el Programa
Petrobras Ambiental, es identificar los impactos del turismo. La evaluación de los impactos ambientales del
turismo fue basada en los danos a la fauna y flora, al suelo y a los recursos hídricos, basura, chimeneas, con-
dición de la infraestructura y educación ambiental. La clasificación varía desde no afectado al alto impacto.
En la costa central y sur, la belleza natural se asocia a el patrimônio cultural, sin embargo el turismo es poco
desarollado y los principales impactos estan relacionados com las actividades agrícolas. En la costa norte, el
elevado número de personas durante el verano y la pratica de deportes náuticos y recreación, como alternati-
va al mar, genera mayores impactos. La falta de infraestructura y de control del turismo no afecta solamente
la conservación, sino que también la pesca y el água potable para la población local.
Palavras clave: Turismo; Lagos costeros; Impactos ambientales.

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Introdução
O turismo é uma atividade que tem uma grande variedade de interfaces com o ambiente e seus im-
pactos se estendem a muitas áreas diferentes (KUVAN; AKAN, 2005). O turismo e o ambiente físico
estão fortemente relacionados, compondo um sistema, onde deveria estar sendo estabelecida uma
relação ecologicamente correta, economicamente viável, socialmente justa, humana e culturalmente
adequada (FARREL; McLELLAN, 1987 p. 8).
Em diversas destinações turísticas, a água demonstra grande potencial para atrair turistas, seja
na sua forma natural, como lagoas, cachoeiras, rios, ou artificial, como piscinas de natação, parques
temáticos, barragens, reservatórios, entre outros (ANA, 2005).
O Brasil apresenta grande potencial turístico nos seus abundantes recursos hídricos, especial-
mente na forma de rios, e tem aproximadamente 35.000 km de vias navegáveis interiores e 9.260 km
de reservatórios de água doce (MINISTÉRIO DO TURISMO, 2010). Embora em menor abundân-
cia, as lagoas são encontradas em todo o território brasileiro, mas é ao longo da costa onde chamam
maior atenção. Sob a perspectiva turística, o lagos constituem um elemento essencial de algumas
das destinações mais populares do mundo (DÁVID et al., 2012).
O sistema de lagoas, distribuídas ao longo da Planície Costeira do sul do Brasil, configurada pela
riqueza de corpos d´água doce próximos do oceano atlântico que integra um mosaico heterogêneo
de ecossistemas terrestres, forma uma paisagem única no mundo (SCHÄFER et al., 2009).
Desde 2007, o Projeto Lagoas Costeiras, financiado pelo programa Petrobras Ambiental, atua na
região do litoral gaúcho e seus objetivos incluem estudos sobre as condições ecológicas das lagoas e
seu entorno, a situação sócio-ambiental, o uso turístico e a educação ambiental. Os estudos realiza-
dos na primeira etapa, nos municípios de Mostardas, Tavares, São José do Norte e Santa Vitória do
Palmar, localizados no Litoral Sul e Médio, mostraram a devastação dos ecossistemas terrestres e o
mau uso dos recursos hídricos na região. Salienta-se a poluição das lagoas, a redução do volume de
água durante o período de irrigação das plantações de arroz, a contaminação das águas superficiais
e subterrâneas pela aplicação de pesticidas e fertilizantes no meio rural, facilitada pela alta permea-
bilidade dos solos arenosos (SCHÄFER et al., 2011).
Na segunda etapa do Projeto, uma série de estudos vem sendo realizados nos municípios de Ci-
dreira, Balneário Pinhal e Palmares do Sul, localizados no litoral médio e norte. Em ambas as etapas
de execução, o Projeto buscou diagnosticar a situação dos recursos hídricos, socializar e desenvolver
ferramentas para sensibilização e valorização dos ecossistemas costeiros por meio da disseminação
do conhecimento. O Projeto visou, ainda, uma mudança de atitude no uso da água e a gestão sus-
tentável das águas superficiais e subterrâneas, tendo a educação ambiental como tema transversal. O
objetivo deste estudo foi identificar os tipos e classificar os níveis de impacto do turismo e de outros
usos em 30 lagoas costeiras distribuídas ao longo do litoral norte, médio e sul.

Método

Área de Estudo

A planície Costeira do Rio Grande do Sul, assim chamada pela primeira vez por Nogueira em
1948, tem 640 km de extensão, entre as cidades de Torres e Chuí (29°12’ a 33º48’ S e 49°40’ a 53°30°
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W). Ela possui uma área de 37.000 km2 da qual 61% é superfície terrestre e 39% está coberta por
corpos de água (SCHÄFER, 1992). A laguna dos Patos, as lagoas Mirim e Mangueira cobrem 95%
dessa área e o restante da superfície (660 km2) é ocupado por corpos de água menores, localizados
paralelamente a linha costeira e que distam entre 500 m e 5 km do Oceano Atlântico (SCHWAZ-
BOLD; SCHÄFER, 1984). A planície costeira do estado do Rio Grande do Sul é dividida em Litoral
Norte, Médio e Sul.
A área de estudo (Fig. 1) se estende ao longo do litoral norte, médio e sul (30 ° 04 ‘e 33 ° 48’ S e
50 ° 11’ e 53 ° 30 ‘W). De acordo com a classificação de Köppen, o clima pertence ao tipo Cfa que se
caracteriza por apresentar chuvas durante todos os meses do ano, com a temperatura média do mês
mais quente entre 22°C e 24 °C e temperatura média do mês mais frio em torno de 13°C (NIMER,
1989).
Os municípios de abrangência do estudo são Cidreira, Balneário Pinhal (Litoral Norte), Palmares
do Sul, Mostardas, Tavares (Litoral Médio), São José do Norte e Santa Vitória do Palmar (Litoral Sul),
totalizando uma área de 11.145 km2 e população em torno de 130.000 habitantes (IBGE, 2010).
A distância da capital Porto Alegre varia de 73 km a partir de Palmares do Sul a 496 km de Santa
Vitória do Palmar (IBGE, 2010).

Figura 1. Área de estudo no litoral do Rio Grande do Sul, Brasil.

Fonte: Projeto Lagoas Costeiras II

O estudo incluiu 30 lagoas com superfície variando entre 0.1 e 20 km² e profundidade entre 1,2
m e 12 m. A Lagoa da Cidreira e a Lagoa da Rondinha, embora constituam um único corpo de água,
recebem dois nomes em função da divisa territorial dos municípios de Cidreira e Balneário Pinhal.
Neste estudo, essas lagoas foram analisadas separadamente.

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Revisão bibliográfica

Coleta de dados

Foram feitos levantamentos in loco para aplicação do instrumento de coleta de dados e as in-
formações adicionais foram obtidas a partir de contato com a administração pública municipal. O
levantamento dos dados foi feito pela equipe multidisciplinar do Projeto Lagoas Costeiras, especial-
mente no período de verão, entre 2007 a 2009 e 2011 a 2013. O instrumento de coleta consistiu-se
em um protocolo adaptado de Nascimento (2005) e Pertille (2007), usado para identificar os im-
pactos ambientais derivados do turismo. Esse instrumento está baseado na análise de oito variáveis:
(1) Resíduos sólidos, (2) Fogueiras, (3) Danos à vegetação, (4) Danos à fauna, (5) Erosão do solo,
(6) Danos (diretos) aos recursos hídricos, (7) Existência e situação da infraestrutura e (8) Ausência
de Educação Ambiental. Baseado em Nascimento (2005), os impactos foram considerados como
segue:
• Resíduos Sólidos: observação de resíduos (latas, garrafas, restos de comida, etc.) ao longo das
margens;
• Fogueiras: vestígios de uso do fogo para diferentes propósitos (churrascos, queima de lixo ou
outros);
• Danos à vegetação: remoção da vegetação aquática para prover acesso a barcos, carros ou a
remoção do estrato herbáceo da mata nativa para acampar;
• Danos à fauna: a avaliação dos impactos sobre a fauna requer um maior tempo de observação.
Assim, foram utilizados como indicadores indiretos a presença de carros, triciclos, barcos a
motor, poluição sonora, etc.
• Erosão do Solo: Presença de pontos erodidos ao longo dos balneários e junto ao afloramento
de raízes da vegetação aquática;
• Danos (diretos) aos recursos hídricos: Os impactos do turismo foram avaliados pela qualida-
de da água (medições físico-químicas) e por observação (manchas de óleo e lixo). Usos não
relacionados às atividades turísticas, como a fertilização de campos de arroz, que geraram
mudanças nos recursos hídricos também foram considerados,
• Infraestrutura: Nesse caso, foi observado construções irregulares ou que não atendem a legis-
lação vigente;
• Educação Ambiental: Nesse item foi considerada a ausência de sinais de informação ou ações
de educação ambiental por parte dos empreendimentos e dos gestores no entorno das lagoas.

A presença de um impacto é indicada pela cor vermelha e sua ausência assinalada pela cor verde.
O número total de quadros em vermelho, no parêntese, determina o nível do impacto, classificado
como segue: O - ausência de impacto (0), A - baixo impacto (1-2), B - impacto moderado (3-5),
C - alto impacto (6-7) e D - extremamente impactado (8) (Tabela 1). Outros usos, levantados pelo
Projeto Lagoas Costeiras, foram também listados na Tabela 1.

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Tabela 1. Classificação dos níveis de impacto pelo uso turístico de lagoas costeiras do Rio
Grande do Sul.

Nível Descrição Classificação

O Ausência ou esporádico uso recreativo, impactos ambientais não


observados.
A Uso recreativo incipiente, poucos impactos ambientais, a
paisagem mudou pouco ou encontra-se em processo de
regeneração.
B Uso recreativo moderado, quantidade média de impactos
ambientais, paisagem relativamente alterada.
C Alto uso recreativo, elevado número de impactos ambientais e
alterações graves na paisagem.
D Utilização recreativa intensa, presença excessiva de impactos
ambientais.
Fonte: Autores (2013)

Resultados e discussão
A peculiaridade da planície costeira do Sul do Brasil consiste no conjunto de lagoas e ecossiste-
mas terrestre com uma diversidade e estruturação muito complexa as quais não são encontradas
em nenhum outro lugar do planeta (SCHÄFER, 1992; SCHÄFER et al., 2011) e representam um
patrimônio natural muito pouco conhecido e valorizado. Além de sua riqueza natural, a região é
caracterizada pela diversidade histórica e cultural, identificada pelo seu patrimônio tangível e intan-
gível que expressam a multiplicidade cultural nestes territórios, integrando descendentes de negros,
índios, portugueses (principalmente açorianos), espanhóis e italianos (RUDZEWICZ et al., 2009).
Entre as 30 lagoas analisadas neste estudo (Tabela 2), nove foram classificadas no nível O (sem
impacto) e dez no nível A (baixo impacto). As demais lagoas encontram-se nos níveis B e C e nenhu-
ma foi classificada no nível D, extremamente impactada (Tabela 2). No nível classificado com alto
uso recreativo e elevado nível de impacto (C) estão as lagoas da Fortaleza, da Rondinha, da Cerqui-
nha no litoral norte, do Cipó e dos Barros no litoral médio e Bojuru Velho no litoral sul (Tabela 2).
A grande maioria das lagoas sem impacto está localizada no Litoral médio. A Lagoa Bojuru Velho é
um pequeno corpo de água localizado muito próximo ao mar (0,5 km) que é usada, principalmente,
pela comunidade de pescadores que se instalou em sua proximidade, para banho, lavagem de redes
e roupa, mas também por alguns veranistas.
Sete lagoas (lagoa da Fortaleza, da Cidreira, da Cerquinha, da Rondinha, Rincão das Éguas, do
Cipó e da Porteira) são usadas para lazer por veranistas (Figura 2). Essas lagoas possuem fácil acesso
e, soma-se a esse fato, estarem situadas próximo dos grandes centros urbanos e balneários maríti-
mos com maior concentração de turistas nos meses de verão. Os municípios de Cidreira e Balneário
Pinhal têm uma população, predominantemente, urbana (95%), entretanto, pouco mais de 20% das
residências existentes são ocupadas, o que indica que esses municípios possuem um perfil de segun-
da residência, com aumento significativo da população durante o verão (FUJIMOTO et al., 2006). O
número estimado de visitantes no final de semana chega a atingir 1.200 pessoas por dia na lagoa da

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Rondinha. Coelho (2011) verificou situação semelhante na Lagoa do Iriry, localizada no município
de Rio das Ostras (Rio de Janeiro), onde há fácil acesso e recebe um fluxo considerável de visitantes,
tendo problemas como: depósito de resíduos, pisoteamento, aterramento ilegal nas margens, ausên-
cia de funcionários para fiscalização e controle ambiental.

Figura 2. Lagoa da Rondinha classificada no nível C (alto impacto): Alto uso recreativo, elevado
número de impactos ambientais e alterações graves na paisagem.

Fonte: Acervo Projeto Lagoas Costeiras (fotografias tiradas em Fev. 2012)

Apesar da presença de lixeiras nos balneários das lagoas da Fortaleza, da Rondinha e da Cer-
quinha, observou-se uma grande quantidade de resíduos dispostos incorretamente (na água, solo
e vegetação). Locais como rios, mar, lagoas e lagos “costumam ser os ambientes mais afetados pela
destinação inadequada do lixo, do descarte de materiais e do esgoto gerado pelos turistas” (PIRES,
2006, p.14). Foi observado, também, restos de fogueiras, que são normalmente utilizados para o pre-
paro de alimentos, queima de lixo ou como uma forma de entretenimento (NASCIMENTO, 2005) e
sua presença nas lagoas também pode estar relacionada com a forte cultura do churrasco no estado.
A existência de vestígios de fogueiras foi observada em dez lagoas.
Os maiores impactos (Fig. 2) resultam do uso de barcos a motor, jetskys, e dos praticantes de
motocross e jipeiros que utilizam o entorno, principalmente as dunas e banhados. Nas lagoas, a
educação ambiental está ausente o que também foi observado na Lagoa do Iriry, onde são escassas
atividades de “educação ambiental entrelaçadas e trabalhadas com a comunidade local e ausência de
um espaço aglutinador informativo para visitantes (centro de visitantes)” (COELHO, 2011, p.67).
Verifica-se, também, o aumento da especulação imobiliária para construção de condomínios no
litoral norte. A valorização das lagoas por parte do empresariado, que as tem tornado paisagem-foco
das construções de residências e condomínios de segunda residência resulta em mais um agravante
para a região.

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Tabela 2. Impactos ambientais observados nas lagoas costeiras do Rio Grande do Sul.

Lagoa Resíduos Fogueiras Danos à Danos Erosão Danos Infraes- EA Outros Nível
Vegetação à fauna do aos Rec. trutura usos
Solo Hídricos

Litoral Norte
Gentil C A
Manuel Nunes C A
Fortaleza A, I C
Suzana S, C A
Cidreira A, P, I B
Rondinha P, I C
Cerquinha A, P C
Litoral Médio
Rincão das B
Éguas
Cipó C
Porteira B
Potreirinho A
Capão Alto O
Pinheiro A
Quintão A
Charqueada B
Barros C
Corvina B
Barro Velho I O
Moleques O
Tarumã I, C A
Figueira I, C A
Cinza I, C O
Papagaio S O
Ponche C O
São Simão P,S O
Fundo I, C O
Veiana S O
Litoral Sul
Paurá S A
Bojuru Velho C
Mangueira P, C, I A

EA = Educação Ambiental, A = Abastecimento, C = Criação de gado, I= Irrigação, P= Pesca de Subsistência, S= Silvi-


cultura.
Fonte: Autores (2013)

As lagoas, diferentemente do mar, que muitas vezes apresenta o fenômeno da maré vermelha no
sul do Brasil, têm águas claras e calmas. A busca por alternativas para o turismo de sol e praia leva

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ao uso intensivo destes locais para banho e esportes náuticos, os quais estão, muitas vezes, limitados
ou proibidos na faixa de praia.
Ainda no Litoral Norte há lagoas com baixo nível de impacto (Tabela 2). Na Lagoa do Gentil e
na Lagoa Manuel Nunes foram observadas práticas turísticas de mínimo impacto dentro da água
como caiaques. Por outro lado, verificou-se junto às margens dessas lagoas a realização de atividades
impactantes como motocross e jipe nas dunas da margem leste. Nessas lagoas, o acesso é dificultado
a oeste por propriedade privada e às outras margens pelas dunas e banhados, o que restringe o uso
turístico intensivo, como constatado na maioria das lagoas dessa área. Segundo Vieira et al. (2004) a
maior parte dos danos causados pelo uso de 4X4 às áreas naturais e a sua biota, está associado à ação
erosiva dos pneus e a compactação provocada pelos mesmos. No caso das dunas, sua utilização as
desestabiliza, os pneus compactam a areia e isso “reduz o índice de vazios aumentando a resistência
aos deslocamentos de líquidos e gases do meio, interferindo nos processos metabólicos de espécies”
(LOPES et al, 2007, p. 2).
Moss e McPhee (2006) associaram o uso de veículos 4X4 na praia e dunas, de uma área de North
Stradbroke Island (Austrália), com a diminuição da abundância de crustáceo Ocypode cordima-
nus. Na praia do Cassino, localizada no Rio Grande do Sul o trânsito de veículos automotores foi
relacionado ao desaparecimento do crustáceo Ocypode quadrata (LOPES et al, 2007). Situação se-
melhante pode ocorrer junto às margens das lagoas, afetando não somente a fauna de vertebrados,
mas também de outros pequenos animais, importantes a manutenção das interações bióticas no
ecossistema.
No Litoral Médio e Sul, a maioria das lagoas costeiras localiza-se no interior de fazendas cujos
proprietários impedem o acesso e, os raros visitantes, têm que traspor as dunas migratóras para
chegar à lagoa. Essa característica contribui para a conservação desses mananciais costeiros e de seu
entorno no que se refere aos impactos provocados por atividades relacionadas ao turismo e lazer
(Fig. 3). A maioria das lagoas nesta área é utilizada, principalmente, para irrigação de plantações
de arroz e pesca artesanal ou de subsistência. O consumo médio anual de água pela irrigação dos
plantios de arroz está acima de 70% (SECRETARIA ESTADUAL DE MEIO AMBIENTE – RS, 2007).
Essa região depende de atividades econômicas com maior impacto ambiental e provocam o uso ex-
cessivo dos recursos hídricos. Resgistrou-se também esses impactos nas lagoas (Tabela 2), que não
são derivados do uso turístico, mas interferem na conservação dos ecossistemas costeiros.

Figura 3. Lagoa dos Moleques classificada no nível O (ausêcia de impacto): Ausência de uso
recreativo, sem observação de impactos ambientais.

Fonte: Acervo Projeto Lagoas Costeiras (fotografias tiradas em Dez. 2008)

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No Litoral Médio, somente a Lagoa dos Barros foi transformada em balneário para a população
local que a utiliza, principalmente, para banhos e passeios de barco, causando impactos classifica-
dos no nível C (Fig. 4). Alterações graves observadas nessa lagoa foram a remoção da vegetação
aquática e de mata nativa para acampar, bem como construções de casas dentro da Área de Preser-
vação Permanente, legalmente estabelecida. Embora a Lagoa dos Barros pertença ao município de
Mostardas, sua proximidade com a sede urbana de Palmares do Sul influencia na procedência dos
usuários do balneário, que são moradores desse município principalmente. O maior problema nessa
área é a falta de planejamento e atenção às normas ambientais. Há um reconhecimento crescente de
que as cargas elevadas de visitantes podem influenciar o estado ecológico dos sistemas naturais por
meio de alterações nas propriedades químicas, físicas e / ou biológicas dos locais que eles visitam
(HADWEN et al., 2007). A comparação com estudos ecológicos realizados há 30 anos (SCHÄFER,
1992; SCHÄFER et al, 2009) mostra que a qualidade da água da Lagoa dos Barros apresentou pouca
alteração, apesar do alto impacto. Provavelmente, a presença do balneário e do camping no entorno,
que de certa forma regram os usos recreativos, sejam responsáveis pela atual qualidade da água.
A região sul detém uma das mais belas paisagens da planície costeira associada a um conjunto de
patrimônios culturais, entretanto o turismo é incipiente, ainda, praticado por um pequeno número
de turistas (RUDZEWICZ et al., 2009). Isso ocorre devido à falta de conhecimento das pessoas sobre
a diversidade biológica e cultural e ao difícil acesso às lagoas e aos atrativos dessa região. As poucas
atividades existentes incluem passeios de jipe, motocross, pesca, observação de aves e banho. Há um
grande potencial para o turismo, que deve ser adequado às características ecológicas e a fragilidade
ambiental da região.
Neste estudo, os impactos mais frequentes foram observados sobre a vegetação e a erosão. Re-
síduos sólidos dispostos incorretamente e vestígios de fogueiras são verificados frequentemente no
entorno das lagoas (Fig. 5). Esses impactos diretos, como lixo e restos de fogueiras, são facilmente
observados e ações mitigadoras podem ser realizadas em um curto prazo pelas municipalidades.

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Figura 4. Níveis de impacto do turismo e outros usos nas lagoas costeiras (O - ausência de
impacto, A - baixo impacto, B - impacto moderado, C - alto impacto).

Fonte: Acervo Projeto Lagoas Costeiras II

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Strohaecker et al. (2006) apontam que a coleta de lixo constitui uma das deficiências dos mu-
nicípios de pequeno porte da região do Litoral Norte gaúcho. A ausência da coleta gera o acúmulo
de resíduos que pode ocasionar a proliferação de ratos e insetos como “moscas, muriçocas e baratas,
que por sua vez podem transmitir doenças à população” (VASCONCELOS; CORIOLANO, 2008, p.
270). A falta de ação das prefeituras nesse sentido gera a condição encontrada que prejudica o am-
biente e pode tornar-se um risco à saúde humana.

Figura 5. Tipos de impactos e suas frequências nas lagoas costeiras do Rio Grande do Sul.

Fonte: Autores (2013)

Os danos à vegetação, que facilitam e acentuam a erosão do solo, são consequência de um alto
fluxo de automóveis nas áreas destinadas ao lazer (Fig. 6). O número de veículos pode chegar a 500
no caso da Lagoa da Rondinha. A abertura de caminhos secundários, normalmente feita por trilhei-
ros de jipe, cria novos caminhos para os veículos dos veranistas, o que agrava a situação da erosão
junto às margens das lagoas.
Os distúrbios que podem ser causados à vida selvagem – danos à fauna – são principalmente de-
vido à alta concentração de pessoas, o trânsito de veículos automotores e náuticos, além da poluição
sonora proveniente dos carros com equipamentos de alto volume de som. Houve a incidência desses
fatores em seis lagoas (Fortaleza, Cidreira, Rondinha, Porteira, Barros e Tarumã).
No aspecto infraestrutura, analisou-se a condição e a localização dos estabelecimentos do entor-
no das lagoas. Ao estar instalado ou construído em área de preservação permanente, foi considerado
como um impacto por não enquadrar-se na legislação vigente (BRASIL, 1965). Essa situação foi
verificada na lagoa da Cidreira, da Cerquinha, da Rondinha, da Corvina e Barro Velho.
Entre todas as lagoas estudadas, a Lagoa da Cidreira, mais precisamente em um condomínio de
(segundas) residências instalado às suas margens, foi o único local onde se observou a presença de
placa informativa sobre a ictiofauna, sobre resíduos e poluição sonora. A placa sobre a ictiofauna
pode estar relacionada com o interesse dos condôminos na pesca.
A migração de pessoas que buscam locais mais seguros fora das sedes urbanas dos municípios
do litoral contribui para o crescimento na demanda e construção de condomínios na costa e nas
margens de lagoas. Essas paisagens vão tornando-se objetos de especulação imobiliária, semelhante
ao que vem ocorrendo em outras regiões e países. Bellan e Bellan-Santini (2001, pag. 325) relatam

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que os impactos sobre os ecossistemas e paisagens na zona costeira na Europa estão constantemen-
te a aumentar, porque eles são atraentes para os diversos usos humanos como: “a urbanização, o
turismo, casas de férias, pesca, aquicultura, exploração mineral, oleodutos, bases militares navais e,
mais recentemente, o desejo de conservar os ambientes naturais e tesouros naturais e arqueológicos
subaquáticos”. Essas múltiplas atividades na zona costeira implicam conflitos entre os diferentes
usos, que trazem uma gama de resíduos, tratados ou não, de cidades, indústrias, atividades agrícolas
e florestais.

Figura 6. Danos à vegetação em consequência do alto fluxo de veículos ao longo dos


balneários.

Fonte: Acervo Projeto Lagoas Costeiras II (fotografias tiradas em Fev. e Abr. 2012)

Por outro lado, a falta de infraestrutura e controle das atividades em algumas lagoas geram di-
ferentes níveis de impactos, afetando a conservação destes ecossistemas e acelerando o processo de
envelhecimento natural (SCHÄFER et al., 2009). O uso indevido das lagoas com alterações que cau-
sam danos à vegetação e à fauna, somados às construções irregulares, resíduos dispostos incorreta-
mente, pesca, poluição sonora e outros fatores comprometem as fontes de água doce que abastecem
os habitantes da região costeira.
As características ecológicas presentes nessa área contribuem para a classificar a região, dentro
das áreas prioritárias para a conservação de grupos de animais, como de valor alto e muito alto para
a biodiversidade (MMA, 2000). Neste contexto, Mostardas, Tavares e a região ao longo do Litoral
Médio e Sul apresentam condições favoráveis para ser materializado a médio prazo objetivos de
sustentabilidade e de promoção de produtos de valor agregado em um novo marco regulatório para
o turismo (MOLINA, 2011). Strohaecker e Toldo-Jr (2007) propõe o desenvolvimento de um Pólo

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de Sustentabilidade Ambiental para região. O desenvolvimento do turismo, atividade ecônomica


importante, de forma planejada e orientada para a conservação dos ecossistemas é uma alternativa
compatível com as características ecólogicas desta região, rica em áreas úmidas, florestas e dunas.

Considerações Finais
O diferencial da região litorânea do Rio Grande do Sul está na presença de dunas, lagoas de água
doce, banhados, matas de restinga e campos que constituem um mosaico único na costa brasileira.
O crescente uso para atividades turísticas, sem qualquer planejamento, coloca em risco esses ecos-
sistemas, comprometendo sua conservação. É eminente a necessidade da gestão pública em elaborar
um zoneamento para as lagoas, delimitando áreas prioritárias para conservação e áreas destinadas
a atividades turísticas, de veraneio e comércio. Esse zoneamento deve considerar a fragilidade do
ambiente e, prever as adequações necessárias para reversão dos impactos já identificados, apresen-
tados neste artigo.

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