Convecção Forçada Interna PDF

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3.

CONVECÇÃO FORÇADA INTERNA


CONVECÇÃO FORÇADA NO INTERIOR DE TUBOS
Cálculo do coeficiente de transferência de calor e fator de atrito

 Representa a maior resistência térmica, principalmente se for um gás


ou óleo.

 Quando um fluido viscoso entra em um duto se formará uma camada


limite ao longo da parede, que gradualmente preenche o duto inteiro e o
escoamento então é dito plenamente desenvolvido.

 No caso de um fluido confinado a uma superfície, além de saber se o


escoamento é laminar ou turbulento, deve ser considerada a região de
entrada, ou de desenvolvimento da camada limite, e a região
plenamente desenvolvida.
1. CAMADA LIMITE CINÉTICA

Considerando o fluido
escoando no interior de um
tubo: xh
 A camada limite se desenvolve aumentando com a distância x e termina
quando se torna única no eixo do tubo. A partir deste ponto o perfil de
velocidade não mais se altera com x, sendo o escoamento denominado
plenamente desenvolvido.

 A distância da entrada até a região plenamente desenvolvida é chamada


de comprimento de entrada fluidodinâmico ou de velocidade e sua
extensão dependerá se o escoamento é laminar ou turbulento.

 Se for laminar até encher o tubo, o perfil de velocidade é parabólico


quando plenamente desenvolvido.

 Se a camada limite torna-se turbulenta antes da fusão, haverá


escoamento turbulento completamente desenvolvido na região hidro
dinamicamente desenvolvida e o perfil de velocidade é mais achatado.

 Na aplicação prática o comprimento de entrada hidrodinâmico é finito.


2. CAMADA LIMITE TÉRMICA

• Se as paredes do duto são aquecidas ou resfriadas, então uma camada


limite térmica também se desenvolverá ao longo da parede.

xt

• Quando a temperatura do fluido (T∞) é diferente da temperatura da


superfície do tubo (Ts) ocorre a transferência de calor convectiva e
começa a se desenvolver a camada limite térmica.

• O perfil de temperatura plenamente desenvolvido dependerá da condição


da superfície: temperatura constante ou fluxo de calor constante.

• No entanto, independente da condição da superfície a diferença entre a


temperatura do fluido e a temperatura de entrada aumenta com o
aumento da distância da borda, x.
Situações possíveis:

- Hidro dinamicamente e termicamente plenamente desenvolvidos

- Hidro dinamicamente plenamente desenvolvido, mas termicamente em


desenvolvimento

- Termicamente plenamente desenvolvido, mas hidro dinamicamente em


desenvolvimento

- Hidro dinamicamente e termicamente em desenvolvimento

As correlações para projeto devem ser selecionados de acordo com o caso.


u m D
3.NÚMERO DE REYNOLDS, Re: Re =

D é o diâmetro interno e um é a velocidade média do escoamento sobre a
seção reta do tubo.

A velocidade média é relacionada com a vazão mássica do escoamento por:

 = u m A
m
A é a área da seção reta do tubo, A=D²/4.

Assim para um tubo: 4m


Re =
πDμ

Recrítico para tubos lisos, que corresponde ao início do turbulento, é 2300

No entanto, Re muito maiores são necessários para alcançar as condições


turbulentas plenamente desenvolvidas (Re~10000).
4. COMPRIMENTO DE ENTRADA FLUIDODINÂMICO – xh
xh
Para escoamento laminar (Re < 2300)  0,05 Re
D

xh
Para escoamento turbulento é independente do Re 10 ≤ ≤ 60
D
5. COMPRIMENTO DE ENTRADA TÉRMICO, xt
Para escoamento laminar
xt
 0,05 Re Pr
D
Para escoamento turbulento as condições são independentes do
número de Pr e se assume que: xt
= 10
D
• Se Pr>1, xh<xt a camada limite cinética se desenvolve mais rápido que a
térmica.
• Se Pr<1, xh>xt
• Se Pr>>100, xh<<xt, o perfil de velocidade já desenvolvido através da
região de entrada térmica.
6. FATOR DE ATRITO DE MOODY (OU DARCY), f

Relacionado com a perda de carga, a qual interessa conhecer para


determinar a potência da bomba ou ventilador necessária para manter o
escoamento.
( dp / dx )D
É um parâmetro adimensional dado por: f 
ρu m 2 / 2

O coeficiente de atrito (ou de arraste) se relaciona com o fator de atrito por:

s
Cx = f / 4 =
u m 2 / 2

Para escoamento laminar plenamente desenvolvido, o f é:

f = 64 / Re
Para escoamento turbulento a análise é mais complexa e dependerá da
rugosidade da superfície.

O diagrama de Moody ou Darcy fornece o valor de f para uma ampla faixa


de Re e condições de superfície do tubo. É mínimo para superfícies lisas e
aumenta com a rugosidade.
Fator de atrito, f
Ou pode ser calculado pela correlação para tubos lisos:

f  ( 0 ,79 ln Re 1,64 ) -2 3000<Re<=5x106

Para tubos rugosos:

1  6 ,9  ε / D  1,11 
 1,8 log    
f  Re  3,7  
A perda de carga associada ao escoamento completamente
desenvolvido da posição x1 sobre o eixo a x2 é:

ρu m 2
Δp = p1 - p 2 = f ( x 2 - x1 ) (Pa)
2D
A potência da bomba para movimentar o fluido é dada por:

 p
W (W)

7. CORRELAÇÕES PARA O NÚMERO DE NUSSELT (Nu) - CÁLCULO
DO COEFICIENTE DE TC, h

Escoamento laminar Re<=2300

1. Região de entrada
- escoamento laminar termicamente em desenvolvimento e hidro
dinamicamente desenvolvido (xt>L e xh<L)

a) Nº de Nusselt local, NuD

para Ts constante e q” constante


b) Nº de Nusselt médio, NuD, para Ts constante (Hausen)

0,0668( D / L) Re Pr
Nu = 3,66 +
1 + 0,04[(D / L) Re Pr]2 / 3

Quando a diferença entre as temperaturas de superfície e do fluido é


grande, pode ser necessário levar em conta a variação da viscosidade
com a temperatura (equação de Sider-Tate)

0 ,14 Válida para Ts constante e 0,6 <


 Re Pr    
1/ 3

Nu  1,86    P r < 5 e 0,0044 < (/s) < 9,75


 L / D   s  Propriedades na temperatura
média: Tm=(Tm,e+Tm,s)/2

c) condição de fluxo de calor constante na parede

1/ 3
 Re Pr D 
Nu  1,953  para RePrD/L > 100
 L 
escoamento laminar com desenvolvimento simultâneo das camadas limite
(comprimento de entrada combinado, xh e xt>L)

Pr  0,1

Pr  5

2. Região plenamente desenvolvida (xt e xh<L)


hD
Nu = = 3,66
- Condição de temperatura constante na parede (Ts) k
-
- Condição de fluxo de calor constante
hD
Nu = = 4,36
k
Tubos concêntricos ou trocador Duplo-tubo
Escoamento laminar plenamente desenvolvido na região anular (Tab. 8.2)

de/Di Nui Nue

q”e

de

Ts,e
Di

Nui = hiDh/k transferência de calor a partir da superfície interna


Nue = heDh/k transferência de calor a partir da superfície externa

Dh = 4A/P
Nu e f para escoamento laminar plenamente desenvolvido em
tubos de diferentes seções transversais
Escoamento turbulento

1. Região plenamente desenvolvida

O número de Nu para escoamento turbulento plenamente desenvolvido


(termicamente e hidrodinamicamente) em tubos lisos

Nu = 0,023 Re 4 / 5 Pr n

onde n=0,4 para aquecimento (Ts>Tm) e n=0,3 para resfriamento (Ts<Tm).

Estas equações são confirmadas experimentalmente para 0,7<=Pr<=160,


Re>=10000 e L/D>10.

Devem se usadas para diferenças de temperatura Ts-Tm moderadas com todas as


propriedades avaliadas a Tm.
2. Para escoamentos caracterizados por grandes variações nas propriedades e
Re>10000, 0.7<Pr<16700 e L/d>10 (Sieder Tate):

0 ,14
1/ 3   
Nu  0,027 Re Pr  
4/5

 s 

3. Baseada na analogia entre transferência de calor e momentum. Mais precisa para


104 < Re < 5 x 106 e 0,5 < Pr < 2000.
f Re Pr
8
1,07  12,7f  Pr 
Nu  1 2
2 3
1
8
Região de Transição e turbulenta: 3000 < Re < 5 x 106 e 0,5 < Pr < 2000.

Nu 
f (Re 1000) Pr
8
1  12,7f  Pr  1
1 2
2 3
8
Exemplos:

1. Óleo quente deve ser resfriado em um trocador de calor duplo tubo em contracorrente. O
tubo de cobre interno tem um diâmetro de 2 cm e espessura desprezível. O diâmetro interno
do tubo externo é de 3 cm. A água escoa através do tubo interno a uma taxa de 0,5 kg/s e o
óleo escoa através do tubo externo a uma taxa de 0,8 kg/s. Considerando as temperaturas
médias da água e do óleo de 45 e 80ºC, respectivamente, e o coeficiente de transferência
de calor convectivo externo (óleo) de 75 W/m²K, determinar:
- o coeficiente de transferência de calor convectivo interno (água)
- o coeficiente global de transferência de calor deste trocador
- discutir sobre a existência de uma resistência controladora do processo.
- calcular a perda de pressão interna por unidade de comprimento de tubo.

2.Um trocador duplo tubo de aço inox é usado para aquecer água. Em condições normais
de operação a água entra no tubo interno a uma taxa de 0,5 kg/s e 17°C. A água é aquecida
através da condensação de vapor saturado a 1,013 bar na superfície anular, saindo do
trocador a 60ºC.
O tubo interno possui diâmetro externo de 20 mm e espessura de parede de 1 mm. A
resistência de incrustação do lado da água é de 0,0002 ºCm²/W. O coeficiente de
transferência de calor do lado do vapor é de 10000W/m2°C, calcule:
- Qual a taxa de calor trocado e a taxa de massa de vapor necessária?
- Qual o coeficiente global de transferência de calor? Analise os coeficientes globais limpo
e sujo, e as resistências térmicas presentes. Qual o coeficiente que se utiliza em projeto
de trocadores de calor e por quê?

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