Deficiência Visual PDF
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SUMÁRIO
9 REABILITAÇÃO ............................................................................................ 31
11 O PROCESSO ........................................................................................... 34
12 FILOSOFIA ................................................................................................ 35
13 EQUIPE ..................................................................................................... 36
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17 PROGRAMA NACIONAL DE APOIO À EDUCAÇÃO DE DEFICIENTES
VISUAIS 40
BIBLIOGRaFIA ................................................................................................... 41
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1 CARACTERIZAÇÃO DO ALUNADO COM DEFICIÊNCIA VISUAL
Fonte: www.sbb.org.br
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Os portadores de deficiência visual apresentam uma variação de perdas que
poderão se manifestar em diferentes graus de acuidade visual que pode ir desde a
ausência da percepção de luz até 0,3 (Snellen), conforme detalhado nas definições
médica e educacional.
No trabalho com crianças cegas ou portadoras de visão subnormal há
necessidade de um conhecimento prévio de cada caso, para elaboração de um plano
educacional adequado às características e necessidades do educando. Algumas
informações importantes devem ser colhidas junto aos pais ou responsáveis pela
mesma, as quais serão posteriormente ampliadas ou rejeitadas de acordo com o
desenvolvimento das atividades no contato direto com o aluno.
Desta forma, além dos efeitos diretos da deficiência sobre o indivíduo, segundo
Lowenfeld e Ochaitá, algumas variáveis intervenientes afetam o grau da perda visual,
dentre elas Scholl (1982) destaca: a idade em que se manifestou o problema visual,
forma de manifestação, etiologia, tipo e grau de visão, nos casos em que existe algum
resíduo de visão.
a) Idade em que Manifestou o Problema Visual: uma criança com cegueira congênita
dependerá da audição e do tato para adquirir conhecimentos e formar imagens
mentais, enquanto uma criança cuja cegueira ou perda acentuada da visão ocorra
depois do nascimento, poderá reter imagens visuais e ser capaz de relacioná-las
com as impressões recebidas pelos outros sentidos. No entanto, segundo
LOWENFELD (1963), aquelas que perdem a visão antes dos cinco anos, não são
capazes de reter imagens visuais.
Outro ponto a ser considerado é se a deficiência ocorreu antes ou depois da
alfabetização, uma vez que poderá haver maior resistência ou dificuldade para a
aceitação da escrita braille. Tais informações são importantes, tanto para os aspectos
educacionais, quanto pelos efeitos emocionais que o aparecimento da deficiência pode
causar no indivíduo, conforme o período de desenvolvimento em que se encontra.
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No entanto, a experiência tem mostrado que, tanto no trabalho com crianças,
jovens ou adultos com perda recente de visão, um fator importante para a obtenção de
melhores resultados, é a aceitação da deficiência pelo indivíduo. Enquanto este não se
convencer de ser portador de uma incapacidade, às vezes, irreversível e que deverá
conviver com ela, qualquer programa, por melhor elaborado e conduzido que seja, estará
fadado ao fracasso.
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Alguns estudos mostram que a criança portadora de cegueira total pode
apresentar um melhor ajustamento do que a de visão subnormal; o que, talvez, possa
ser explicado, pela dicotomia de precisarem viver entre dois mundos e porque os pais e
os educadores tendem a esperar mais delas do que das totalmente cegas, sem fazer
ideia de quão defeituosa é essa visão, ou em que características particulares reside a
sua deficiência (ZIMMERMAN, 1965).
Além destes itens pontuados por SCHOLL, podemos acrescentar outro,
mencionado nos estudos de NORRIS (1957).
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levando o indivíduo a descarregar suas energias em si mesmo, ou seja, se auto
estimular.
Fonte: unidea.com.br
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necessidades de cada criança, de acordo com suas potencialidades e ritmo de
desempenho.
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d) Estímulo Adicional: a visão é um dos sentidos que mais recebe estímulos para
observação informal de situações novas e conseqüente aprendizagem
incidental. A criança cega pouco estimulada terá uma vida relativamente restrita
e, para ampliar seus horizontes, desenvolver suas imagens mentais e orientá-
las para ambientes mais amplos, é necessário proporcionar-lhe experiências,
através de estimulação adequada e sistemática, em um nível proporcional ao
seu desenvolvimento e motivação, fazendo-a conhecer o mundo através de sua
própria observação e experiência.
A orientação mental sobre ambientes mais próximos pode ser iniciada pela
exploração detalhada dos mesmos, seguida de descrição ou representação, iniciando-
se, por exemplo, pelo próprio quarto, sala, cozinha e demais dependências; a sala de
aula, banheiro, diretoria, refeitório e demais ambientes que deve circular na escola;
procurando estabelecer relações de tamanho e distância entre os ambientes conhecidos,
tanto do lar quanto da escola, evoluindo conforme o interesse e domínio da criança.
Este tipo de atividade irá contribuir para que, futuramente, o aluno tenha os pré-
requisitos necessários para uma locomoção independente.
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3 MODALIDADES DE ATENDIMENTO EDUCACIONAL PARA O ALUNO COM
DEFICIÊNCIA VISUAL
Fonte: www.google.org
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Fonte: cienciasecognicao.org/
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especializados complementares a alunos matriculados em qualquer classe ou nível do
ensino regular, orientando os pais, professores, pessoal da escola e a comunidade, bem
como oferecendo cursos de formação continuada aos especialistas da educação.
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freqüente a escola em período integral ou parcial. No entanto, estas escolas deveriam
ter como um de seus objetivos o encaminhamento da criança para escolas da rede de
ensino regular, tão logo fosse possível, evitando permanecer com os educandos que já
apresentam condições de serem integrados e receberem atendimento especializado
através das salas de recursos, ensino itinerante ou dos centros de atendimento (Plano
Oregon - Dunn, 1971 e Declaração de Salamanca, 1994)
4 SALAS DE RECURSOS
Fonte: cdn1.alphr.com
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processo educativo do aluno se desenvolva na classe comum em que está matriculado,
este poderá recorrer à sala de recursos sempre que necessitar de materiais ou
equipamentos, suplementação de aulas através de material didático que facilite a
concretização do aprendizado, ou ainda, para o desenvolvimento de atividades
específicas como atividades da vida diária, orientação e mobilidade, treinamento da
visão residual, datilografia braille e informática, dentre outras atividades.
Um aspecto para o qual o professor da sala de recursos deve estar atento, é o
fato de que esta não se torne uma classe especial, evitando manter nela os alunos por
períodos mais longos do que o necessário, visto que esta situação contraria os
pressupostos desta forma de atendimento. É evidente, que um aluno deficiente visual
que inicia a escolaridade, não poderá ser colocado diretamente numa classe de ensino
regular, sendo necessário um conhecimento prévio do mesmo para avaliação e definição
da proposta de trabalho a ser desenvolvida, sendo que o sistema Braille deverá ser
ensinado na sala de recursos e posterior, ou concomitantemente, ser escolhida a classe
comum que o aluno irá ficar após preparo do professor comum e dos colegas que o terão
na classe. No que se refere aos alunos portadores de visão subnormal há necessidade
de conhecimento sobre o nível de potencialidade visual, oportunidades para usar a visão
existente e adequação aos equipamentos e recursos que irá necessitar.
As séries iniciais do ensino fundamental favorecem a integração do aluno, tendo
em vista os tipos de atividades desenvolvidas; entretanto, quando o mesmo inicia a
escolaridade em idade mais avançada que não permite o agrupamento com crianças
menores, ou porque suas necessidades exigem um período mais longo na sala de
recursos, o professor poderá sugerir sua participação na classe comum através do plano
cooperativo entre as duas classes. Através deste plano o aluno inicialmente participa
apenas de atividades gerais da classe comum, desenvolvendo-se num crescente
proporcional às suas condições, até atingir a completa integração tanto em termos
sociais quanto pedagógicos.
A sala de recursos atende a todos os educandos cegos e portadores de visão
subnormal que estejam matriculados no estabelecimento em qualquer série ou grau.
Pelo fato de o professor especializado estar exclusivamente num estabelecimento e aí
permanecer diariamente, podendo, inclusive, alternar seu horário para atender aos
alunos nos diferentes períodos da escola; esta forma de atendimento proporciona mais
auxílio específico e imediato do que o ensino itinerante.
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5 ENSINO ITINERANTE
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considerado um aspecto altamente significativo para favorecer sua integração, que
deverá se processar através da união de esforços do professor itinerante, professor
comum, pessoal da escola e pais, devendo haver colaboração de todos no sentido de
capacitá-lo para participar das atividades escolares e manter-se no mesmo nível que
seus colegas.
Alguns fracassos atribuídos a este programa, estão mais ligados ao padrão das
escolas e dos professores comuns, personalidade e competência do professor
especializado ou do próprio aluno, bem como carência de recursos humanos e materiais
especializados, do que ao tipo de atendimento propriamente dito
No ensino itinerante o professor especializado trabalha diretamente com o aluno
e indiretamente, podendo deixar orientações e atividades a serem realizadas, até o seu
retorno, pelo próprio aluno, o professor comum, a família ou pelo pessoal da escola.
Atualmente alguns professores de salas de recursos saem de suas unidades, exercendo
funções de itinerante, ou recebem ex-alunos que foram remanejados para outros
estabelecimentos e que se encontram sem orientação especializada.
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Uma das alternativas para dinamizar e favorecer a integração dos deficientes
visuais consiste, principalmente, na produção de material impresso em braile, na
ampliação de textos, na adaptação de materiais, na qualificação de recursos humanos e
outros recursos necessários ao processo de ensino e aprendizagem do aluno.
Além do atendimento específico ao deficiente visual, o CAP orienta pais e
professores das escolas onde os alunos estão matriculados, além de organizar
programas e cursos para formação continuada e de capacitação dos professores
especializados da rede, colocando à disposição da mesma bibliografia atualizada,
materiais de apoio e equipamentos de última geração para uso deles e de seus alunos.
Desta forma os CAPs poderão se estruturar oferecendo serviços através de:
Núcleo de Produção Braille- Constitui-se em um conjunto de equipamentos e
tecnologias que tem por objetivo a geração de materiais didáticos pedagógicos como
livros e textos em braile, ampliados e sonoros para distribuição aos alunos matriculados
no ensino regula (prioritariamente no ensino fundamental) bibliotecas e escolas
especializadas. Responsabilizando-se também, pela adaptação de materiais com a
finalidade de complementação didática-curricular do ensino comum, como: mapas,
gráficos, tabelas e outros.
Núcleo de Apoio Didático Pedagógico - Compreende um espaço contendo acervo
de materiais e equipamentos específicos ao processo de ensino e aprendizagem, tendo
a função de apoiar alunos, professores e comunidade. Visa ainda promover curso de
atualização, aperfeiçoamento ou capacitação em serviços para professores, além de
cursos específicos da área de educação para pais e comunidade.
Núcleo de Tecnologias - constitui-se em um conjunto de equipamentos e
materiais especializados ou adaptados, com o objetivo de promover a independência do
educando com deficiência visual, por meio do acesso e utilização da tecnologia moderna
para a produção de textos, estudos, pesquisas e outros.
Núcleo de Convivência - Espaço interativo planejado para favorecer a
convivência, troca de experiências, pesquisa e desenvolvimento de atividades lúdicas e
culturais, integrando usuários com ou sem deficiência.
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Fonte: www.rnib.org.uk
Hoje, quase todos os Estados da Federação contam com este serviço de apoio.
Segundo depoimento de alguns professores especializados, o CAP veio suprir, em parte,
uma das necessidades básicas do aluno que é poder ter em mãos seus livros e textos
didáticos quase ao mesmo tempo que os colegas de classe.
Os CAPs devem contar com o apoio de um especialista em orientação e
mobilidade para atuar junto aos professores e ao aluno favorecendo seu
desenvolvimento, independência pessoal, conhecimento da escola como um todo e
participação ativa em todas as atividades, com especial destaque para as aulas de
educação física quando, geralmente, são dispensados.
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No que se refere ao programa de O&M (orientação e mobilidade) existem
diferenças significativas no trabalho a ser desenvolvido com crianças portadoras de
cegueira e de visão subnormal, o que levou a definir nesse texto cada uma delas, assim
como apontar algumas implicações resultantes das duas condições.
A deficiência da visão é uma limitação sensorial que pode atingir uma gravidade
capaz de praticamente anular a capacidade de ver, abrangendo vários graus de acuidade
visual, permitindo diversas classificações de redução da visão. Portanto, ao se adotar
determinada classificação, deve-se considerar as finalidades propostas para sua
utilização. Em face de sua abrangência e complexidade há muitas definições e
classificações da deficiência visual, discutidas em vários países. Para melhor
esclarecimento, foram destacados dois enfoques:
- Conotação clínica (Organização Mundial da Saúde);
- Com propósitos educacionais.
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1/60 (capacidade de
3/60
contar dedos a um metro)
3 Cegueira 1/20 (0,05)
1/50 (0,02)
20/400
5/300
1/60 (capacidade de contar
dedos a um metro)
4- Cegueira Percepção de luz
1/50 (0,02)
5/300
5- Cegueira Não percebe luz
CID 2000: A fração 6/18 metros significam que o indivíduo vê a seis metros o que
normalmente se veria a 18 metros. O mesmo ocorrendo com 20/70 pés, ele vê a 20 pés
o que seria visto a 70 e assim sucessivamente conforme proposto na tabela. Apesar da
conversão em metros e decimal, os oftalmologistas utilizam com maior freqüência a
expressão da acuidade visual medida em pés e, algumas vezes, em decimal, conforme
proposto na escala de Snellen.
A escala optométrica decimal de Snellen serve para medir a acuidade visual para
longe, ou seja, a percepção de forma e posição a uma distância de 6 metros; as figuras
E em negro, em diferentes posições são alinhadas sobre uma carta branca, diminuindo
seu tamanho de cima para baixo, numa proporção direta de distância e tamanho
baseados em uma escala decimal que varia de 0,1 a 1.
Considerando a amplitude do campo visual, os indivíduos com campo maior do
que 5 graus e menor do que 10 graus ao redor do ponto central de fixação devem ser
colocados na categoria 3 e aqueles cujo campo visual não ultrapasse os 5 graus ao redor
do ponto central de fixação na categoria 4, quando não está afetada a agudeza visual
central. A deficiência visual pode ser considerada pela baixa acuidade visual ou campo
visual restrito.
A classificação da OMS deu grande impulso aos estudos sobre visão subnormal
principalmente na área médica, quando os oftalmologistas passaram a se preocupar com
a visão funcional dos pacientes e sua influência na educação dos deficientes visuais, em
particular na O&M, nas Atividades da Vida Diária (ADV) e nas Atividades da Vida Prática
(AVP).
20
6.2 Classificação Educacional
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provenientes dos outros sentidos, servindo como pistas em sua orientação espacial –
este programa estará muito próximo do que é desenvolvido com pessoas cegas.
Fonte: resources.stuff.co.nz
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A definição da OMS é utilizada para fins legais, econômicos e estatísticos, a
educacional se preocupa com o desempenho visual, visando a formação e participação
do indivíduo na sociedade.
Os educadores não devem seguir rigidamente os diagnósticos baseados na
distância padrão de medidas da acuidade visual para prognósticos educacionais, pois
muitas crianças podem ter alguma visão para perto potencialmente aproveitável, mas
não desenvolvida. Isto significa que às pessoas de qualquer idade, portadoras de visão
residual, devem ser facilitadas a utilização desta visão o mais cedo possível, devendo
ser preparadas para isso, evitando-lhes a imputação do rótulo de cegueira.
Indiscutivelmente, esta também é uma tarefa que deve ser considerada como
parte natural do trabalho do professor de Educação Especial e do especialista em O&M
para melhor qualidade de vida do aluno e profilaxia da cegueira.
Para ilustrar tal posição apresenta-se o seguinte quadro:
CLÍNICA
Diagnóstico médico – baseado na Diagnóstico educacional - baseado
Acuidade visual. na Eficiência Visual.
Ênfase no que enxerga. Ênfase no como enxerga.
Finalidade legal, econômica e Finalidade prática e funcional em
estatística. termos de desempenho na O&M na
Resultado estático em condições AVD1 e nas tarefas escolares
especiais de distância e iluminação. Resultado dinâmico em condições
Dados Quantitativos (numéricos) de vida prática.
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Dados qualitativos
Obs.: Uma complementa a outra;
O diagnóstico médico não leva necessariamente ao prognóstico
educacional (pode haver uma capacidade de visão para perto não desenvolvida).
Em 1992, a OMS e o Conselho Internacional para Educação de Pessoas com
Deficiência Visual (ICEVI), em reunião realizada em Bangcoc, Tailândia, sugerem nova
avaliação clínico-funcional, para a participação dos portadores de baixa visão, nos
diferentes programas de educação e reabilitação.
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Segundo LOWENFELD (1985), na maioria dos casos, os pais experimentam
sentimentos de culpa, pela cegueira do filho, devido a preconceitos morais e religiosos
como pecado e erro.
A criança cega, muitas vezes, chega à escola sem um “passado” de experiências
como seus companheiros videntes, não apresenta as rotinas da vida cotidiana de acordo
com a sua idade, os seus conceitos básicos como esquema corporal, lateralidade,
orientação espacial e temporal são quase inexistentes e sua mobilidade difícil, o que
poderá levar à baixa estima que dificultará o seu ajustamento à situação escolar,
estranha e, muitas vezes, aterrorizadora.
Segundo LOWENFELD (1960) e corroborado por OCHAITÁ (1995), a cegueira
impõe como resultado direto da perda da visão, cinco limitações referentes à:
Alcance e variedade de experiências
Formação de conceitos
Orientação e mobilidade
Interação com o ambiente
Acesso a informações impressas importantes como: “Perigo”, “Não Fume”, “Não
é permitida a passagem de pedestres”, placas de orientação como. Tais áreas estão
ligadas à deficiência como causa/efeito, com interdependência entre si, afetam a
capacidade de O&M.
Os processos de desenvolvimento da criança cega são semelhantes aos da
criança vidente. Porém, os profissionais que atuam na área da cegueira podem encontrar
algumas dificuldades para proporcionar experiências compensatórias à perda da visão.
Um dado importante no trabalho com as crianças cegas é que muitas das
habilidades aprendidas, naturalmente pelas videntes, precisam ser deliberadamente
ensinadas para as crianças com cegueira (FRAIBERG, 1977). Os pais dessas crianças
devem ser devidamente orientados para que possam servir de mediadores na aquisição
de algumas habilidades básicas de seus filhos durante a fase pré-escolar. No ensino
formal e nos programas de O&M o professor, especializado nesta área, deve dar
continuidade a tal processo em sua prática pedagógica em cooperação com os pais.
Segundo FRAIBERG, o processo de crescimento e desenvolvimento da criança
cega é semelhante ao das videntes em virtude do crescimento ser seqüencial, com as
mesmas etapas. É diferente porque cada criança se desenvolve de acordo com seu
ritmo, potencialidades, acrescentando aí a limitação visual. Apesar disso as
semelhanças entre todas as crianças são maiores do que as diferenças.
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Pela visão a criança estabelece suas primeiras relações com o meio, e percebe a
forma, tamanho, distância, posição e localização de objetos. A visão, chamada também
de sentido da distância, é a única percepção capaz de propiciar contato com o ambiente
de forma global.
Segundo GREGORY (l989:92), a visão é o único sentido capaz de unificar,
estruturar e organizar todas as outras percepções em um todo significativo
Consequentemente, a criança cega precisa ser ajudada em seu contato e interação com
o mundo.
Segundo LOWENFELD (1975), as crianças com cegueira congênita ou que
perderam a visão prematuramente, por volta dos 3 anos, não conservam imagens visuais
úteis para a aprendizagem, o que exige um atendimento educacional precoce e
reorganização perceptiva, isto é, adquirir pelo tato, audição, olfato, sentido cinestésico e
outros, o que não consegue pela visão.
A criança cega se relaciona com o ambiente por outros canais sensoriais, tendo
uma imagem diferente das pessoas videntes ou daquelas que perderam a visão após a
formação de conceitos visuais. É impossível a pessoa vidente imaginar o que seja uma
imagem apenas auditiva, tátil, olfativa de um objeto ou situação (OCHAITÁ, 1992).
O controle físico da criança começa com a sustentação da cabeça e, depois, de
todo o corpo que lhe facilita rolar para os lados. Pela primeira vez, consegue se mover
independentemente. O rolar precede o engatinhar. Quando os bebês começam a sentar-
se, adquiriram força para equilibrar o corpo e, pela primeira vez, estar com as mãos livres
para explorar o mundo em posição ereta.
O engatinhar exige planejamento do movimento e coordenação de braços e
pernas. Ao se movimentar, o universo das crianças se amplia rapidamente. Elas
aprendem a se adaptar através de experiências. Segundo CRATTY (l980), tal
aprendizagem envolve mais do que a simples imitação, porque engatinhar é algo que
elas não captam dos adultos.
Quando o bebê começa a engatinhar, decide para onde ir e mantém o destino em
mente enquanto tenta alcançá-lo. O bebê circula pela casa adquirindo habilidade de
controlar o ambiente, não desperdiçando nenhuma oportunidade de exploração.
Engatinhar marca um tipo diferente de conhecimento do mundo, pois introduzido em um
ambiente novo, logo começa a investigá-lo. Ele mapeia a sala onde está, aventurando-
se a ir até os cantos mais distantes. Usando uma pessoa (geralmente a mãe) como ponto
de referência, o bebê estuda a posição de objetos, de outras pessoas, muda de direção
26
e reposiciona os objetos vistos. O bebê aprende a reconhecer o seu lugar no mundo,
juntando seus mapas fragmentados.
Fonte: pathstoliteracy.org
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desafios como descer uma escada. Segundo BRUNET e JOHNSON (1991), ela
necessita de mais coordenação e equilíbrio para descer do que para subir. A criança já
apresenta todas as habilidades para andar e o refinamento acontecerá
aproximadamente até os sete anos.
28
LOWENFELD (l978) e DIATKINE (l997) observam que o “mundo” da criança cega
é aquele que ela alcança com seus braços abertos e sugerem a necessidade de outras
pessoas ajudarem a ampliar esse mundo.
Ochaitá (l992) demonstra que a cegueira pode limitar, como decorrência das
dificuldades na coordenação mão-ouvido, a apreensão do mundo externo, interferindo
no desenvolvimento e aquisição de esquemas cognitivos e na adaptação ao meio.
O exercício funcional e a organização motora estão ligados às experiências
proprioceptivas, o sistema visual mobiliza a cabeça e o corpo na busca da apreensão
dos movimentos (HILL, 1985).
A capacidade visual estando ausente pode acarretar a inexistência de exercícios
funcionais com a cabeça e com o corpo, funções essenciais para reação e integração do
sistema vestibular, responsável pelo equilíbrio, movimentos harmoniosos e posturas
adequadas, que são habilidades essenciais para um bom desempenho na O&M.
O sistema vestibular, em conjunto com as percepções proprioceptivas, táteis,
visuais, olfativas e auditivas, é responsável pela ativação e desenvolvimento dos
processos neurais que levam à percepção e orientação espacial (GEENE, l998).
O desenvolvimento perceptivo depende da qualidade de experiências sensório-
motoras vividas, da elaboração e organização construída pela criança.
A ausência da visão pode levar à fraca atividade motora, proprioceptiva e
vestibular, que provavelmente trará rupturas nas experiências sensório-motora
integradas. Quando as atividades motoras não são estimuladas por experiências
“compensatórias”, durante os primeiros anos de vida, poderão trazer prejuízos à
organização e planejamento do ato motor e vivência do corpo no espaço, responsáveis
pelo desenvolvimento do mecanismo de adaptação e de organização “interna” da
pessoa.
A reação ao estímulo auditivo não é automática, é mais lenta e depende da
distância, da intensidade, do tempo de permanência, da posição no espaço e
principalmente de seu significado para a criança. A reação ao estímulo auditivo não é
integradora, sendo algumas vezes até fator de desorganização mental (HOLLSTEN,
1990).
No bebê cego, o comportamento normal de agarrar um objeto dificilmente aparece
antes dos oito meses, quando começa a procurar objetos que antes teve nas mãos.
Geralmente, a partir dos 12 meses, começa a procurar objetos que ainda não manipulou,
guiado pelo som que emitem.
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Quanto ao sentar-se, engatinhar e andar, o bebê cego poderá ter um atraso, se
não houver mediação permanente de pessoas ligadas a ele, num trabalho sistemático.
O engatinhar raramente acontece (LOWENFELD, l978). Passa do sentar-se para o
andar, e começa a andar geralmente após os 19 meses.
O andar imaturo da criança cega muitas vezes permanece até a idade adulta,
dificultando sua mobilidade.
A partir dos dois anos de idade, a criança cega (quando já adquiriu a noção de
permanência de objetos) começa a fazer representação das coisas, embora o
desenvolvimento do pensamento representativo, seja adquirido na adolescência
(WARREN, 1984).
Segundo LOWENFELD (l978), esta aquisição é determinada no caso das crianças
cegas, pelo desenvolvimento da linguagem, como mediação entre o objeto e a sua
representação.
A responsabilidade da educação da criança deficiente visual deve iniciar-se desde
o nascimento para que possam se estabelecer as bases do seu desenvolvimento e
atingir a maturidade necessária para uma boa interação sócio-afetiva no seu meio. Cabe,
ainda, aos especialistas da Educação Especial, assumirem seu papel enquanto
responsáveis pela orientação e estimulação durante o desenvolvimento da criança
procurando evitar, prevenir e minimizar, na medida do possível, as defasagens que
poderão ocorrer tanto no desenvolvimento, quanto na aprendizagem, caso não forem
devidamente cuidados na idade pré-escolar.
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9 REABILITAÇÃO
Fonte: www.chinadaily.com.cn
2. Habilidades básicas,
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3. Comunicação escrita e progresso informativo,
6. Personalidade total.
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Aqueles diretamente ligados ao corpo e à extensão da deficiência, a saber, a
visão que a pessoa tem do seu corpo para executar uma tarefa, e a visão
desse mesmo corpo como estímulo estético de prazer.
Portanto, o grau de impacto da deficiência não está tão somente ligado ao grau
da deficiência, mas ao indivíduo de “per si”.
O atendimento a esse grupo de pessoas dá-se através dos programas de
reabilitação que se constituem em canal para a auto-suficiência e produtividade. Esses
programas são dotados de filosofia própria, de métodos e técnicas especiais e realizam
um trabalho que envolve a abordagem total do indivíduo em seus aspectos médicos,
sociais, educacionais e de trabalho, com o fim de conhecer suas necessidades,
proporcionando o tratamento necessário à sua adaptação às novas condições de vida.
Esse trabalho é concretizado por intermédio de equipe multidisciplinar (De Masi, 1996).
10 BREVE HISTÓRICO
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Com a incorporação desses serviços, a Reabilitação passou a ter uma conotação
mais científica e a preocupação em oferecer serviços altamente especializados no
atendimento às pessoas com deficiência.
No Brasil os serviços de Reabilitação iniciaram suas atividades na década de 50
procurando organizar-se a partir de modelos importados dos Estados Unidos, que
possuíam um enfoque integracionista.
Os programas de Reabilitação específicos para pessoas com deficiência visual no
Brasil tiveram início em 1957, por iniciativa da Fundação para o Livro do Cego no Brasil,
hoje Fundação Dorina Nowill para Cegos, em parceria com a Organização Internacional
do Trabalho (O.I.T.).
No ano de 1960 é criado o 1o Centro de Reabilitação para pessoas com deficiência
visual na própria Fundação Dorina, sendo desenvolvidos programas que contavam com
uma equipe multidisciplinar.
Em seu enfoque atual, o processo de Reabilitação traduz-se por uma série de
mecanismos de influência individual e social
11 O PROCESSO
34
Fonte: i2.cdn.turner.com
12 FILOSOFIA
35
2- Individualidade,
3- Fundamentação científica,
4- Enfoque multidisciplinar,
7. Universalidade,
13 EQUIPE
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14 ÁREAS DO PROCESSO
Fonte: knowledgenuts.com
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ATIVIDADES DA VIDA DIÁRIA: - desenvolve um programa que busca satisfazer
as necessidades pessoais e sociais na execução das atividades da vida diária de forma
independente e auto-suficiente (alimentar-se, cuidados pessoais, administração
doméstica, etc).
COMUNICAÇÃO: - readaptação na comunicação escrita e no progresso
informativo, ajuda a pessoa não somente no seu ajustamento pessoal, mas também nos
aspectos educativos, vocacionais e carreira profissional, com a utilização dos meios
específicos para as pessoas com deficiência visual (Braille, sorobã, uso de auxílios
ópticos, informática).
ORIENTAÇÃO E MOBILIDADE: - orientação que envolve a utilização de recursos
mecânicos, ópticos e eletrônicos, além da própria locomoção física e orientação mental,
visando a independência na locomoção.
DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES PARA O TRABALHO: - proporciona
condições de experiência na execução de atividades manual ou do tipo industrial,
desempenho e produtividade visando auxiliar o cliente a compreender suas capacidades
e limitações na execução de uma atividade.
ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL: - avaliação das potencialidades e necessidades
individuais e as formas pelas quais essas potencialidades e necessidades poderão
atender às expectativas pessoais e às exigências do mercado de trabalho.
COLOCAÇÃO E SEGUIMENTO PROFISSIONAL: - atividades que incluem
orientação na decisão profissional, treinamento nas habilidades para a procura de
trabalho, negociações com empresários e “follow-up”.
38
de atendimento em termos quantitativos, têm-se buscado formas alternativas para o
atendimento do deficiente visual.
Em alguns países da Ásia, África e América Latina onde a realidade sócio-
econômica dificulta o desenvolvimento dos programas globais de atendimento, tem-se
utilizado procedimentos alternativos visando diminuir os custos e atender a um maior
número de pessoas.
16 REABILITAÇÃO BÁSICA
Fonte: i.cbc.ca
39
Esse tipo de programa, iniciado da década de 90, difere do procedimento anterior
pois inclui, tão somente áreas de atendimento consideradas básicas para o deficiente
visual, ou seja: Atividades da Vida Diária, Comunicação e Orientação e Mobilidade.
Para esse tipo de atendimento as organizações têm-se utilizado programas de
treinamento de recursos humanos de curta duração.
Essas duas modalidades têm seus méritos, e foram também objetos de estudo no
Fórum Global de Reabilitação realizado na Tailândia, em 1994, uma vez que, dentro da
realidade atual encontramos pólos altamente desenvolvidos em contraste com pólos
subdesenvolvidos, somados à crise financeira mundial, que os tornam programas mais
acessíveis. A esse respeito há na literatura existente relatos de experiências válidas e
aparentemente bem-sucedidas na área rural e em algumas localidades distantes dos
grandes centros.
Não devemos, no entanto, esquecer que os programas alternativos devem ter o
mesmo objetivo daqueles considerados altamente técnicos, ou seja, atender às
necessidades específicas da pessoa com deficiência visual orientando para o
conhecimento dos seus próprios recursos pessoais de adaptação, cuidados de saúde,
educação e oportunidades de emprego.
A garantia da eficácia das formas alternativas a serem aplicadas em cada região
só poderá ser preservada na medida em que se reconheça a necessidade de Centros
Institucionais oficiais ou particulares que além do atendimento local, tenham condições
de realizar estudos e pesquisas para detectar as necessidades regionais, planejar e
implantar esses programas profissionais e dar supervisão a esses programas.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO ESPECIAL
40
BIBLIOGRAFIA
BARRAGA, N.C. “Utilização da visão residual por adultos com graves deficiências
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